Anais FAEF 2014 Engenharia Florestal08 FINAL.pmd
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SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF VOLUME 03 ENGENHARIA FLORESTAL Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 1 ISSN 1676-6814 XVII VOLUME 03 ENGENHARIA FLORESTAL GARÇA/SP - 2014 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Exemplares desta publicação podem ser solicitados à: SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO - FAEF Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] Telefone: (14) 3407-8000 EDIÇÃO, EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL e CAPA Aroldo José Abreu Pinto Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de Ensino Superior e Formação - FAEF 630 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. S621a XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. Anais... – Garça: Editora FAEF, 2014. 325 p. vol 03 - (07 vols.) 15x22cm. ISSN 1676-6814 1. Ciências Agrárias 2.Ciências Contábeis 3. Administração 4. Agronomia 5. Engenharia Florestal 6. Medicina Veterinária 7. Pedagogia 8. Psicologia 9. Direito. 10 Turismo. 11 Comércio Exterior Os autores são responsáveis pelo conteúdo das palestras e trabalhos científicos. Reprodução permitida desde que citada a fonte. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1. CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] (14) 3407-8000 4 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII SUMÁRIO Apresentação ....................................................... 11 Comissão Organizadora ........................................... 13 Agradecimentos .................................................... 17 Programação ........................................................ 19 TRABALHOS APRESENTADOS Engenharia Florestal .............................................. 21 AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS QUANTO A RETENÇÃO DE ÁGUA Gustavo Modesto ZANON; Silva, Reginaldo Mendes SILVA; Felipe Camargo de Campos LIMA; Maria Helena SILVA ..... 23 A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIDADE FLORÍSTICA EM MATA CILIAR RESTAURADA Paulo Murillo Meneguzzi TERRA; Lucas Saverio PROTO; Victor Lopes BRACCIALLI; Edgard MARINO JUNIOR .................. 35 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 5 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ASPECTOS DA CRIAÇÃO EM CATIVEIROS DE EMA Fábio Henrique Ferreira URA; Caio Fernando PEREIRA; Paulo Cesar Dams PASCOSKI; Augusto Gabriel Claro de MELO ..... 45 AVALIAÇÃO DE SUCESSIVAS GERAÇOES DE PALMISTICHUS ELAEISIS SOBRE O HOSPDEIRO DIATRAEAE SACCHARALIS Marcelo Souza LEDO; Jaqueline Leandro de SOUZA; Murici Carlos CANDELÁRIA ............................................... 53 AVES COMO FERRAMENTA PARA AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Fernanda Mazutti MAZUTTI; Augusto Gabriel Claro MELO; Jaqueline Leandro de SOUZA ................................... 61 CARACTERIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS BUGIOS Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO; Augusto Gabriel Claro de MELO .................................................... 71 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESPÉCIES FLORESTAIS PRODUTIVAS Maiara Aparecida PINHEIRO; Maurício Reynaldo PRIETO; Augusto Grabriel Claro de MELO ............................... 79 COMPARAÇÃO DOS INSTRUMENTOS NA MEDIÇÃO DE DIÂMETRO E ALTURA NO POVOAMENTO DE Eucalyptus spp. Caio Vinicius Ferreira MARMONTEL; Thiago Martins MARTINS ........................................................... 91 CONTROLE DE MOFO CINZENTO E SECA DO PONTEIRO DO EUCALIPTUS Fábio URA; Gustavo CHIARARIA; Willian Bucker MORAES ... 99 CRIAÇÃO DE PACA Augusto Gabriel Claro MELO; Willian Fernando CHAGAS; Amanda Garbim CEBALLOS; Thiago MARTINS ................ 107 6 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CRIADOURO DE ANIMAIS SILVESTRES: PACAS Talita Carvalho de SOUZA; Jader Vinícius de ALCÂNTARA; Augusto Gabriel Claro de MELO ................................ 115 ASPECTOS DA CRIAÇÃO DE JACUS Jorge Luiz RAMOS; Gustavo Henrique CIAVRELI; Augusto Gabriel Claro de MELO .......................................... 123 CULTIVO CONSORCIADO DE SERINGUEIRA E CAFÉ Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES; Adriana Novais MARTINS; Eduardo SUGUINO ................................... 131 DEMARCAÇÃO DE ÁRVORES MATRIZES NA FAZENDA CASCATA EM GARÇA - SP Armando PEDRONI; Victor Lopes BRACCIALLI; Edgard MARINO JUNIOR .................................................. 143 DISPERSÃO DE PALMISTICHUS ELAEISIS EM PLANTIOS DE EUCALIPTO Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO; Bruno Adorni VINHOTA; Murici Carlos CANDELÀRIA ...................................... 153 EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA O PÚBLICO INFANTIL Talita Carvalho de SOUZA; Augusto Gabriel Claro de MELO .............................................................. 165 EFEITO DO SILÍCIO NO DESENVOLVIMENTO DE PORTA ENXERTOS DE SERINGUEIRA Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES; Anelisa de Aquino VIDAL; Adriana Novais MARTINS ............................... 173 ESTUDO SOBRE O CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR Leonardo Rossetto RAMOS; Victor Lopes BRACCIALLI; Edgard MARINO JUNIOR .................................................. 181 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 7 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA GEORREFERENCIAMENTO EM IMOVEIS RURAIS, UTILIZANDO UM MODELO MATEMATICO ESTATISTICO DE REGRESSÃO Thiago Botelho SARMIENTO; Alexandre Luis da Silva FELIPE; Diego Augusto Moura SILVA ..................................... 195 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Gabriel Morais CHAGAS; Lesly dos Reis VILHAGRA; Augusto Gabriel Claro de MELO .......................................... 205 IMPACTOS CAUSADOS PELO JAVALI EM ECOSSISTEMAS NATURAIS Samantha Fonseca SAWAEDA; Augusto Gabriel Claro de MELO; Thiago Soares VAITI ..................................... 213 IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE ECOTURISMO Mariane Freitas GONÇALVES; Augusto Gabriel Claro de MELO ............................................................... 231 INIBIÇÃO DE GERMINAÇÃO DA PUCCINIA PSIDII UTILIZANDO FUNGOS SAPRÓBIOS DO SEMIÁRIDO Fábio URA; Thaísa Cordeiro RUEDA; Willian Bucker MORAES ............................................................ 237 LEUCENA COMO ESPÉCIE INVASORA EM ÁREAS RESTAURADAS Aécio Magalhães de DEUS; Augusto Gabriel Claro de MELO ............................................................... 255 RECINTO DE EXPOSIÇÃO DE CUTIA Samantha Fonseca SAWAEDA; Augusto Gabriel Claro de MELO; Thiago Soares VAITI ..................................... 267 RENDIMENTO OPERADIONAL DO FELLER - BUNCHER Jader Vinicius de ALCÂNTARA; Angélica YAMAGUTI; Juliana ALVES; Felipe Camargo de Campos LIMA ..................... 279 8 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF USO DE HIDROGEO NO PLANTIO DE EUCALIPTO Willian Fernando Chagas; Alexandre Luís da Silva Felipe .. 287 VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE Eucalyptus SOB EFEITO DE PBZ Cristiano Bueno de MORAES; Willian Bucker MORAES; Talita Carvalho de SOUZA .............................................. 295 ATUALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE COLHEITA FLORESTAL E A UTILIZAÇÃO DO HARVESTER Caio Fernando PEREIRA; Fábio Henrique URA; Paulo César PASCOSKI; Felipe Camargo de Campos LIMA ................. 303 ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS REGIÕES COM DIFERENTES CLASSES SOCIAIS NA CIDADE DE MARILÍA-SP Mateus Sem Alabi Alves GARCIA; Victor Lopes BRACCIALLI; Edgard MARINO JUNIOR ........................................311 Normas para elaboração de artigo científico do Simpósio da FAEF ............................................321 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 9 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 10 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII APRESENTAÇÃO O décimo sétimo Simpósio de Ciências Aplicadas é um marco histórico para todos os membros da nossa prestigiada FAEF. Chegamos às vésperas de duas décadas de existência, tratandose do mais relevante evento anual de ensino, pesquisa e extensão da nossa IES, momento em que todos os membros da direção, coordenações, corpo administrativo, funcionários, colaboradores, docentes e discentes estão unidos para um único objetivo, qual seja, a construção e a divulgação do conhecimento. Prova dessa assertiva é a inscrição de aproximadamente 2000 pessoas entre alunos e profissionais das diversas áreas e um número elevado de trabalhos científicos, entre artigos, comunicações científicas e técnicas, relatos de casos, revisões de literatura e outros. A cada ano, felizmente, majora o volume e a qualidade dos trabalhos inscritos e aprovados para publicação nos anais. Todavia, para quem pensa que alcançamos tudo, vale aguardar para participar desses quatro dias de evento, pois, aspiramos continuar “mudando a história” da melhor maneira que sabemos: produzindo e divulgando conhecimento (tríade: ensino, pesquisa e extensão de excelência). Assim sendo, com muita dedicação, paixão e profissionalismo ao que fazemos, temos a certeza de que a décima sétima edição do Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF, leva-nos, a cada ano, a buscar o conhecimento como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 11 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA que pela primeira vez, pois objetivamos atingir a nossa parcela neste processo essencial para a formação dos nossos alunos, profissionais que já estão no mercado de trabalho e a população externa que nos visita para abrilhantar este grandioso evento científico. Sejam todos bem-vindos! PROF. MSC. OSNI ÁLAMO PINHEIRO JÚNIOR PRESIDENTE EXECUTIVO 12 DO XVII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente de Honra do Simpósio Profª. Drª. Dayse Maria Alonso Shimizu Presidente Executivo do Simpósio Prof. MSc. Osni Alamo Pinheiro Junior Vice Presidente Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Comissão Científica do Simpósio Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Profª. MSc. Vanessa Zappa Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria Comissão de Infraestrutura do Simpósio Prof. Esp. Daniel Aparecido Marzola Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. Esp. Fernando Rocha Prof. Esp. Alexandre Luis da Silva Felipe Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 13 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima Sra. Maria Aparecida da Silva Comissão de Captação de Parceiros Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Sr. Mateus Souza Avelar Prof. Esp. Paulo César Jacobino Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Comissão de Marketing, Comunicação Visual e Mídias Sociais Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Srta. Andréia Travenssolo Mansano Profª. MSc.Vanessa Zappa Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo Sr. Anderson de Oliveira Cardoso Moraes Comissão de Documentação e Expedição de Certificados Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Profª. MSc. Raquel Beneton Ferioli Srta. Ana Stela Agostinho Costa Srta. Andréia Travenssolo Mansano Srta. Suellen Sossolote Comissão de Cultura e Entretenimento Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo 14 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Srta. Andréia Travenssolo Mansano Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade Sra. Maria Aparecida da Silva Profª. MSc. Gisele Fabricia Martins dos Reis Prof. Msc.Diego José Zanzarini Delfiol Comissão de Secretaria e Tesouraria do Simpósio Profª. Msc. Priscilla dos Santos Bagagi Profª. Msc. Gisleine Galvão Bosque Prof. Msc. Augusto Gabriel Claro de Melo Profª. Esp. Amaly Pinha Alonso Srta. Rosilene Pedroso de Oliveira Srta. Ana Stela Agostinho Costa Sr. Wilson Shimizu Comissão Editorial do Simpósio Prof. Dr. Aroldo José de Abreu Pinto Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 15 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA COMISSÃO CIENTÍFICA DOS CURSOS Administração Prof. MSc. Ricardo Alves Perri Prof. Esp. Jorge Toshio Fushimi Agronomia Prof. Dr. Edgard Marino Júnior Prof. Esp. Giovana Paiva Azevedo Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria Ciências Contábeis Prof. Esp. Nildemar Andrade Gonçalves Gonzaga Prof. Esp. Cristiano dos Santos Dereça Direito Prof. Esp. Diogo Simionato Alves Prof. Dr. Silvio Carlos Alvares Profª. MSc. Simone Doreto Campanari Profª. Drª. Érika Cristina de Menezes Vieira Costa Tamae Profª. MSc. Claudia Telles de Paula Engenharia Florestal Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Prof. MSc. Murici Carlos Candelaria Prof. Esp. Victor Lopes Braccialli Medicina Veterinária Profª. Esp. Fernanda Tamara Neme Mobaid Agudo Romão Profª. Msc. Raquel Beneton Ferioli Profª. Msc. Vanessa Zappa Pedagogia Prof. MSc. Odair Vieira da Silva Profª. MSc. Neuci Leme de Camargo Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Psicologia Prof. MSc. Rangel Antonio Gazzolla Profª. MSc. Juliana Baracat Turismo Profª. Msc. Talita Prado Barbosa 16 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII AGRADECIMENTOS A Comissão Organizadora e a Administração Superior da Sociedade Cultural e Educacional de Garça agradecem imensamente a todos aqueles que participaram do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e, em especial, aos palestrantes, apoios e/ou patrocínios das empresas e órgãos públicos que contribuíram para o sucesso do evento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 17 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 18 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII PROGRAMAÇÃO Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 19 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA MINICURSOS XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF - Entretenimento Além de enriquecer o conhecimento profissional, no XVII Simpósio de Ciências Aplicadas os participantes puderam participar de atividades culturais, de entretenimento, de lazer e de educação ambiental. Confiram a programação: - Dia 6 de maio, a partir das 19h, na Estância FAEF: Concurso Miss e Mister FAEF e Nossos Talentos; - Dia 7, 8 e 9 de maio, das 17h30 às 19h, no campo: Campeonato de futebol; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no Haras: Atividades Equestres; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, na Estância FAEF: Dog Fashion Day; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no NUEMA: Oficina Ambiental. 20 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII TRABALHOS APRESENTADOS Engenharia Florestal Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 21 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 22 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE SUBSTRATOS QUANTO A RETENÇÃO DE ÁGUA Gustavo Modesto ZANON1 Silva, Reginaldo Mendes SILVA2 Felipe Camargo de Campos LIMA 3 Maria Helena SILVA4 1 Engenheiro Florestal da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF 2 3 Docente do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF Docente do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF 4 Discentes do curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Floresta –FAEF RESUMO O substrato usado para produção de mudas tem por finalidade garantir o desenvolvimento da planta com boa qualidade, em curto período de tempo e baixo custo. A propriedade física do substrato é importante, sobretudo quanto à sua capacidade de retenção hídrica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a retenção de água em diferentes substratos para a cultura do eucalipto. O experimento foi conduzido no viveiro de mudas florestais do Campus Vulcano da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral, localizado no município de Garça (SP). Os substratos escolhidos foram conduzidos em experimento em quatro blocos equatro repetições contendo: (1) vermiculita; (2) fibra de coco; (3) substrato comercial com vermiculita (3:2); (4) Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 23 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA substrato comercial com fibra de coco (3:1). No experimento conduzido observou – se que a maior magnitude de resposta variou se entre as fontes, sendo que o tratamento com Fibra de coco obteve uma maior retenção de água. Palavras-chave: Déficit hídrico. Produção de mudas. Substrato.Viveiro de mudas. ABSTRACT The substrate used for seedling production aims to ensure the development of the plant with good quality in short time and low cost. The physical property of the substrate is important, particularly as to its water retention capacity . The aim of this study was to evaluate the retention of water in different substrates for the cultivation of eucalyptus. The experiment was conducted in the nursery of the forest Vulcan Campus , Faculty of Higher Education and Training Integral, located in the municipality of Heron (SP). The substrates were chosen in an experiment conducted in four blocks and four replicates: ( 1 ) vermiculite, ( 2 ) coconut fiber, (3 ) commercial substrate with vermiculite ( 3:2 ), ( 4 ) commercial substrate with coconut fiber ( 3:1). Observed in the experiment that the largest magnitude response varied - between the sources , while treatment with coconut fiber obtained a higher water retention. Keywords :Water deficit. Seedling production.Substrate.Seedling nursery. 1 INTRODUÇÃO A procura por produtos de origem florestal está expansão e para supri-la é preciso estabelecer novos plantios. Para a instalação de povoamentos florestais com alta produtividade é indispensável à qualidade da muda. Não por acaso, melhorar a qualidade e reduzir os custos de produção das mudas tem sido uma preocupação constante de pesquisadores e produtores. Dentre os fatores que influenciam a qualidade das mudas é o substrato (GONÇALVES; POGGIANI, 1996). Entende-se por substrato, o meio adequado para sua sustentação 24 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e retenção das quantidades suficientes e necessárias de água, oxigênio e nutrientes, além de oferecer pH compatível, ausência de elementos químicos em níveis tóxicos e condutividade elétrica adequada (ROSA JUNIOR et al., 1998). A evapotranspiração pode ser definidacomo a quantidade de água evaporada etranspirada de uma superfície vegetadadurante determinado período de tempo (SILVA et al., 2011). O conhecimento da evapotranspiração real é fundamental para a outorga de água, para dimensionar e manejar a irrigação de uma cultura. Assim, a evapotranspiração de qualquer cultura é uma das principais informações necessárias para o manejo racional da irrigação e para fins de planejamento do uso da água (SILVA; AMARAL, 2008). A produção de uma cultura depende fortemente da realização da evapotranspiração pela planta, que para ocorrer necessita de um suprimento adequado de água no solo (SILVA et al., 2011). A cultura só consegue absorver nutrientes, se eles estiverem dissolvidos em água, ou seja, na forma de uma solução nutritiva. Por meio do processo da evapotranspiração, a planta absorve tal solução nutritiva e a distribui por todo o seu organismo. Quando a água alcança as folhas, estando os estômatos abertos, eles passa para a atmosfera na forma de vapor. Caso haja restrição de água no solo, a planta tende a fechar os estômatos para evitar um estresse hídrico. (TAIZ; ZEIGER, 2004). A água é o principal constituinte do tecido vegetal, o que representa 50% da massa fresca nas plantas lenhosas e cerca de 80 a 95% nas plantas herbáceas. Atua como reagente no metabolismo vegetal, transporte e translocação de solutos, na turgescência celular, na abertura e fechamento dos estômatos e na penetração do sistema radicular (TAIZ; ZEIGER, 2004). A disponibilidade de água de boa qualidade e em quantidade suficiente é essencial emtodas as fases de produção de mudas de eucalipto. A água utilizada em viveiros podeoriginar-se de reservatórios de água de chuva, mananciais superficiais (rios, riachos, lagoas e represas) e poços artesianos (MANCUSO; SANTOS, 2003). Uma das principais causas das taxas de mortalidade de mudas de espécies florestais, logo após o transplantio, é a incapacidade Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 25 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA das mesmas de se manterem com o conteúdo de água adequado. Condições em que esta desidratação é suprida pelo teor de água do solo ou pelo aumento da capacidade de retenção de água no solo por meio de polímeros retentores de água e da aplicação da mesma logo após o transplantio, reduzindo a mortalidade das mudas (JUNG, 2013). A irrigação pode se dar por diversosmétodos, e no caso de viveiros florestais os mais usuais são o gotejamento, a micro-aspersão e irrigação subsuperficial (BERNARDO, 1995). Para as sementeiras em germinação, as regas devem ser frequentes até asmudas atingirem altura de cerca de cinco centímetros. Os melhores horários são o matutino ou no período final da tarde (SOUZA et. al., 2005). O objetivo deste trabalho foi avaliar a retenção de água em diferentes substratos para a cultura do eucalipto. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1.METODOLOGIA DAS AVALIAÇÕES 2.1.2 Localização e característica do local O experimento foi conduzido no Campus Vulcano da Faculdade Integrada de ensino superior e formação integral, na cidade de Garça – SP. Apresentando coordenadas geográficas 22º12’ S; 49º39’W, comaltitude média de 665 m, o clima da região segundo classificação de koepen é do tipo cwa, caracterizado por apresentar chuvas no verão e seca no inverno com a temperatura média anual de 23,8° C e precipitação média anual de 1387,1 mm (CEPAGRI, 2008). O Local da realização do experimento foi o viveiro de produção de mudas localizado no campus Vulcano. 2.1.2 Implantação do experimento e o delineamento estatístico O preparo da área ocorreu no dia 19 de agosto de 2013, com a limpeza do local e separação de 80 tubetes e 2bandejas e separação dos substratos. 26 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Os tubetes foram pesados vazios, depois de preenchidos com os substratos já identificados, sendo assim todos os tubetes foram pesados com os substratose anotados as respectivas pesagens. Em seguida os tratamentos foram preenchidos de acordo com o delineamento estatístico. Conforme segue a figura 1. Após a montagem procedeu-se então a irrigação da primeira lâmina de água (6 mm)com uma bomba de 6 litros.Após 8 horas foi realizada a segunda irrigação com lamina de (6 mm). Após 24 horas os tubetes foram pesados para verificação de retenção hídrica. O experimento foi composto por quatro tratamentos e quatro repetições sendo os tratamentos vermiculita, fibra de coco, fibra de coco com substrato e vermiculita com substrato. Abaixo segue as descrições das parcelas, tratamentos e pesos dos substratos. Conforme segue a tabela 1. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 27 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 2.1 Primeira Lamina Verificou - se efeito significativo do tratamento FC em relação aos demais tratamentos, após a realização da aplicação da primeira lamina de água. Conforme tabela 2. Resultados parecidos foram encontrados por Wendling; Gatto (2002, p. 39) onde a fibra de coco apresentou ótima aeração aliada a uma boa capacidade de retenção de água, cerca de três a quatro vezes o seu peso. Este substrato apresenta ainda alta estabilidade física, pois se decompõe muito lentamente e apresenta alta molhabilidade, isto é, não repele a água quando está seco, o que traz grandes vantagens no manejo da irrigação para o produtor. Faustino et al. (2005, p. 280 e 281) testando diferentes combinações de lodo de esgoto e solo, lodo com fibra de coco e solo puro como substrato para produção de mudas de Senna siameaencontrando como melhor resultado a combinação de 50% de lodo com 50% de fibra de coco, seguido do tratamento composto de 25% de lodo, 25% de pó de coco e 50 % de solo. A fibra de coco apresenta tendência de fixar cálcio e magnésio e liberar potássio no meio, apresentando pH entre 6,3 e 6,5 e a sua 28 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF salinidade é média a elevada, fatores que devem ser levados em conta quando o produtor traçar seu programa de nutrição da cultura (ALMEIDA, 2005 p. 20). Este subproduto do coco possui grande porcentagem de lignina (35-54%) ede celulose (23 - 43%) e uma pequena quantidade de hemicelulose (3 - 12%), que é a fração vulnerável ao ataque de microrganismos (NOGUERA et al.,2000, p. 285). Trigueire; Guerrini (2003, p. 157), observou que as mudas de Eucalyptusgrandis, com enraizamento mais vigoroso apresentaram torrões mais firmes, visto ao maior desenvolvimento de raízes laterais. É Interessante observar, que o tratamento Fibra de Coco melhorou a agregação entre suas partículas e consequentemente melhora a agregação das raízes. 2.2 Segunda lamina A análise estatística revelou efeito significativo dos tratamentos FC x S, após um período de 8 horas em relação ao primeiro tratamento, podemos observar ainda que houve uma tendência dos tratamento FC e V x S a se diferenciar. Contudo,(FERMINO, 2002) observou que avermiculita ao sofrer compactação não volta à forma original quando cessada a compressão, tendo como consequência aumento na densidade diminuição de sua porosidade. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 29 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Aguiar et al. (1989, p. 42) verificaram que mudas de Eucalyptusgrandisproduzidas em terra de subsolo proporcionaram menor crescimento (19,2 cm) em altura quando comparadas com Fibra de Coco x Substratos. Resultados semelhantes foram encontrados por Trigueiro; Guerrini (2003,p. 157) onde os tratamentos com maiores proporções de biossólido apresentaram torrão com qualidade inferior ao substrato comercial, devido ao menor absorção água. 2.3 Média final Na avaliação da média final realizada 24h após a lâmina anterior o tratamento FC foi significativo em relação aos demais. Conforme tabela 4. No entanto, considerando que essa avaliação foi a mais importante, pois podemos observar que após 24h sem o acréscimo de água, obtivemos parâmetros para avaliar o melhor tratamento. 3. CONCLUSÃO No experimento conduzido observou – se que a maior magnitude de resposta variou – se entre as fontes, sendo que o tratamento com Fibra de coco obteve uma maior retenção de água. 30 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAF. 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Esse estudo foi usado como referencial teórico para o desenvolvimento de pesquisa em área de restauração florestal na microbacia hidrográfica do Córrego Barreiro em Garça-SP. Palavras-chave: Restauração florestal, Hidrologia, Mata Atlântica, Microbacia. ABSTRACT The objective of this study was make a review about concept of floristic diversity in riparian forest. Among the topics studied, it Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 35 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA was detached the history of the deforestation of the Atlantic Forest, the definition of the riparian forest, the importance of the riparian forest restoration and the need of floristic studies in the context of the forestation. This study also served as a base for a research in a forest restoration occurred in The Barreiro River Basin located in Garça-SP, Brazil. Keyword: Forest restoration, Atlantic Forest, Hidrology, River basin 1. INTRODUÇÃO Antes da chegada dos colonizadores, a Mata Atlântica cobria toda a costa brasileira, do Ceara ao Rio Grande do Sul, com uma extensão aproximada de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Hoje esta reduzida a 7% da sua área original. Quanto à biodiversidade botânica, o bioma Mata Atlântica abriga uma das maiores recordes mundiais em plantas lenhosas, entre 454 e 476 espécies em um único hectare. A pressão antrópica aqui se faz sentir principalmente pela intensa ocupação: nessas áreas estão as maiores concentrações urbanas e polos industriais do Brasil e vive 70% da população brasileira. O abastecimento de água para as necessidades dessa população é garantido pelos remanescentes florestais da Mata Atlântica (SÃO PAULO, 2006). Nas últimas décadas, com o desenvolvimento de diferentes áreas do conhecimento, houve um aumento da importância dada aos recursos naturais do planeta, ocorrendo, em consequência, uma maior necessidade da compreensão da sua biodiversidade. O conhecimento atual permite prever que um grande número de espécies, numa ampla variedade de grupos, podem possuir propriedades de grande aplicabilidade na indústria farmacêutica, na regulação e melhoria da qualidade de solos e água, na produção de alimentos, como também na área médica (TRUFEN, 1996). Diversidade ou diversidade biológica são expressões que se referem à variedade da vida no planeta, ou à propriedade dos sistemas vivos de serem distintos. Engloba as plantas, os animais, os microrganismos, os ecossistemas e os pro-cessos ecológicos em uma unidade funcional (DIAS e CORADIN, 1999). 36 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Portanto, O objetivo do presente estudo é revisar alguns conceitos sobre a diversidade florística de mata ciliar. Dentre os principais tópicos levantados é possível destacar o histórico do desmatamento da Mata Atlântica, a definição da mata ciliar, a importância da restauração florestal das áreas ciliares e a necessidade de estudos florísticos no contexto da recuperação florestal. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. MATA CILIAR O termo floresta ou mata ciliar tem sido usado de forma muito diversa. Pode ser definido como a estreia faixa de floresta ocorrendo na beira dos diques marginais dos rios, sem forma corredores fechados e com certa forma de deciduidade. Pela legislação brasileira é qualquer formação florestal ocorrente na margem do curso d’água, englobando assim as florestas de galerias, as de brejo, as riparias entre outras. Existem outros termos usados pela população para a vegetação que se encontra na beira de um curso d’água, como; formação ribeirinha sendo qualquer formação que ocorre ao longo do curso d’água, com drenagem bem definida ou mesmo difusa; floresta ou mata de galeria, é de uso mais popular, e se referem as formações que ocorrem em rios de pequeno porte; florestas paludosos ou floresta de brejos, são floresta sobre solo permanentemente encharcados, com fluxos constante de água superficial dentro de pequenos canais com certa orientações de drenagem, mesmo um pouco definida e floresta ou mata riparias, que tem sido usado popularmente para as florestas que ocorrem ao longo dos cursos d’água (RODRIGUES e NAVE, 2000) As matas ciliares são formações vegetais que ocorrem ao longo dos cursos d’água e desempenham papel importante na formação dos corredores de fluxo gênico, podendo interligar populações vegetais que foram separadas pelo processo de fragmentação (MACEDO, 1993; KAGEYAMA e GANDARA, 2001). Além disso, estas matas contribuem para a estabilização das margens dos rios, o tamponamento e filtragem de nutrientes e/ou Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 37 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA agrotóxicos, a interceptação e absorção da radiação solar e para o fornecimento de abrigo e/ou alimento para a fauna aquática e terrestre (MARINHO FILHO e REIS, 1989; PETTS; 1990; SABINO e CASTRO, 1990). Desse modo, recentemente as matas ciliares têm recebido maior atenção, principalmente pelo seu estado crítico de degradação (OLIVEIRA-FILHO, 1989, RODRIGUES, 1989; RODRIGUES e GANDOLFI, 2001). Segundo TRIQUET et al., 1990 e GREGORY et al., 1992 do ponto de vista ecológico, as zonas ripárias têm sido consideradas como corredores extremamente importantes para o movimento da fauna ao longo da paisagem, assim como para a dispersão vegetal. Além das espécies tipicamente ripárias, nelas ocorrem também espécies típicas de terra firme, e as zonas ripárias, desta forma, são também consideradas como fontes importantes de sementes para o processo de regeneração natural. 2.2. EFEITOS DA DEGRADAÇÃO NA MATA CILIAR Atualmente a Mata Atlântica se encontra subdividida em pequenos fragmentos e sua estrutura interfere na dinâmica dos fluxos biológicos, alterando o equilíbrio dinâmico, as taxas de crescimento e perda populacional, e as possibilidades de fluxo populacional, influenciando diretamente a composição e diversidade (ALMEIDA et al 2010). As modificações ocasionadas pela ação antrópica, direcionados a retirada da vegetação sofre influências do tipo de manejo da terra, agricultura, a transformação de área de mata em pastagem entre outros (METZGER, 2003). Para SAUNDERS et al. 1991, as modificações dos habitats conferiram a estas áreas, graus diferentes de subdivisões dos fragmentos, disposição destes no espaço, forma, graus de isolamento, conectividade e tipos de entorno. Em relação à biodiversidade os padrões conferidos aos habitats em sua fragmentação têm rebatimento direto sobre a manutenção da complexidade ecológica dos ecossistemas e a perda de flora e fauna (LAMBIN, 1994). 38 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.3. RESTAURAÇÃO DE MATA CILIAR A recuperação de áreas degradadas é uma prática muito antiga, podendo-se encontrar exemplos de sua existência na história de diferentes povos, épocas e regiões. No entanto, até recentemente ela se caracterizava como uma atividade sem vínculos estreitos com concepções teóricas, sendo executada normalmente como uma prática de plantio de mudas, com objetivos muito específicos, como controle de erosão, estabilização de taludes, melhoria visual, entre outros (RODRIGUES, 1999). Esta recuperação é limitada a uma série de fatores naturalmente controlados pelas condições do ambiente, sendo bastante variável o efeito que o conjunto de técnicas restauradoras, pode proporcionar. Embora existam muitas metodologias que instrumentalizam o objetivo de restaurar um ecossistema florestal ou subtropical, uma abordagem científica desta questão implica conhecer a complexidade dos fenômenos que se desenvolvem nesta floresta e compreender os processos definidores à estruturação e manutenção destes ecossistemas no tempo (RODRIGUES e GANDOLFI, 1998). Mais recentemente, a pesquisa tem avançado rumo à melhoria nos modelos de implantação, adequando as densidades de plantio, tanto das pioneiras como dos estágios mais avançados da sucessão, através de densidades mais altas para as espécies comuns e mais baixas para as denominadas espécies raras, tornando a estrutura da floresta implantada mais próxima dos ecossistemas naturais. Esses modelos já vêm sendo utilizados em escala operacional pelas unidades da CESP (KAGEYAMA e GANDARA, 2000). O agrupamento de espécies se faz com base no comportamento ecológico e silvicultural das espécies, gerando dois grandes grupos: · Pioneiras ou sombreadoras: espécies de crescimento mais rápido, onde estão incluídas as pioneiras típicas, as secundárias iniciais, as pioneiras antrópicas (espécies não tipicamente pioneiras em áreas degradadas pelo homem) e as secundárias/pioneiras antrópicas. · Não pioneiras ou sombreadas: espécies de crescimento mais lento, beneficiadas por um sombreamento parcial, onde estão incluídas as espécies secundárias tardias e as climáticas. Para TAVARES et al. (2008), as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ambiental, a sua recuperação pode trazer benefícios Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 39 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA muito significativos sob vários aspectos. Em escala local e regional, as matas ciliares protegem a água e o solo, proporcionando abrigo e sustento para a fauna e funcionam como barreiras, reduzindo a propagação de pragas e doenças em culturas agrícolas. Em escala global, as florestas em crescimento fixam carbono, contribuindo para a redução dos gases de efeito estufa. 2.4. ESTUDOS DA FITOSSOCIOLOGIA Segundo Jorg (2003), a fitossociologia estuda os padrões de composição e gradientes da comunidade de planta, trabalhando com uma lista de suposições e técnicas para comparar composições florísticas entre comunidades, os dados fitossociológicos são analisados por análise de gradientes, classificação e outros multivariados métodos, há diversos índices e diferentes parâmetros que podem ser adotados na análise quantitativa de populações ou comunidades vegetais. Dessa forma, levantamentos florísticos e fitossociológicos em remanescentes de florestas ciliares, realizados em diferentes regiões do Brasil, mostram que essas áreas são diversas quanto à composição e estrutura como resultado da heterogeneidade ambiental que apresentam (SANCHEZ et al.,1999). 2.5. DIVERSIDADE BIOLÓGICA DE ESPÉCIES ARBÓREAS A diversidade ecológica ou a variedade e abundância das espécies em diferentes habitat, é um dos temas centrais da ecologia, nos últimos anos (MAGURRAM, 1988). Estas questões conceituais receberam de Solbrig (1991) um tratamento incisivo que levou a uma definição clara e concisa: biodiversidade é a inter-relação de três elementos: diversidade genética, funcional e taxonômica. 3. CONCLUSÃO Com base nos estudos realizados por essa pesquisa identificouse a importância da florística no trabalho de restauração florestal. Essa análise pode ser uma importante ferramenta se aplicada nas 40 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF áreas restauradas de projetos de restauração florestal visto que as mesmas necessitam de avaliações constantes para se determinar a qualidade do serviço de execução de florestas implantadas. De forma concreta, esse estudo foi um subsídio para a realização de pesquisa de campo de uma área de restauração florestal na microbacia do Córrego Barreiro no Município de Garça e que se encontra em fase de finalização. 4. REFERÊNCIAS ALMEIDA, A., BATISTA, J.L., DAMASCENO L.S., ROCHA.W. J.S.F. Análise sobre a fragmentação dos remanescentes de Mata Atlântica na APA do Pratigi para identificar as áreas com maiores potenciais para a construção de corredores ecológicos baseados no método AHP. Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) – BA. AGIRÁS Revista AGIR de Ambiente e Sustentabilidades Ibirapitanga (BA), v. 2, n. 3, Agosto/Novembro de 2010. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 43 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 44 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ASPECTOS DA CRIAÇÃO EM CATIVEIROS DE EMA Fábio Henrique Ferreira URA 1 Caio Fernando PEREIRA ¹ Paulo Cesar Dams PASCOSKI ¹ Augusto Gabriel Claro de MELO 2 1 Acadêmicos do curso de Engenharia Florestal da Faculdade FAEF (Rod. Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça km 1, CEP 17400-000, (14) 3407-8000 – Garça/SP); 2 Coordenador do curso de Engenharia Florestal da Faculdade FAEF ([email protected]). RESUMO Emas são aves encontradas em toda extensão da América do Sul, vivem em campos abertos, cerrado e pampas, e são as maiores e mais pesadas aves brasileiras. A criação desse animal é uma alternativa econômica para a agropecuária e a aceitação de seus produtos no mercado interno e externo é alta. O objetivo do presente trabalho foi apresentar a criação de emas, incluindo seus custos, benefícios e dificuldades no cenário brasileiro. Palavras-chave: animal silvestre, importância econômica, Rhea americana. ABSTRACT Emus are birds found in the whole extent of South America, living in open fields, bushland and pampas, and are the largest and heaviest Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 45 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Brazilian birds. The creation of this animal is a cost-effective alternative to animal agriculture and the acceptance of their products in domestic and international markets is high. The objective of this work is to present the creation of EMU, its costs, benefits and difficulties in the Brazilian scenario. Keywords: wild animal, economic importance, Rhea americana. 1. INTRODUÇÃO As emas (Rhea americana), são do grupo ratitas, família Rheidae, é uma ave que é encontrada em toda América do Sul, com maior ocorrência no Brasil, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, em regiões de cerrado, pampas e campos abertos (DE CICCO, 2001). No Brasil as emas são as maiores e mais pesadas aves brasileira, mede entre 1,34 e 1,48 m de altura na fase adulta e pode chegar a pesar 26 kg a 52 kg (ALMEIDA, 2006). Apresenta discreto dimorfismo sexual, o macho é maior que a femea e possui a base do pescoço, peito anterior e parte mediana do dorso negro (SICK, 1986). A criação de emas é uma alternativa para uma agropecuária que tem devastado solo do planeta, essas aves tem potencial para se tornar um substituto na alimentação, sendo produzidos em solo fraco e fornecendo proteína animal de alta qualidade (ALMEIDA,2003). Este trabalho tem como objetivo caracterizar a criação comercial de emas e apesentar seus benefícios, bem como bem como uma proposta de recinto. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. CARACTERIZAÇÃO DAS EMAS Emas (Rhea americana) são aves que pertencem ao grupo das ratitas, o mesmo do avestruz (Struthio camelus), que habita o território brasileiro (ABRACE, 2004), são aves corredoras, com 1,34 a 1,48 m de altura, podendo chegar a 26 kg a 52 kg (DE CICCO, 2001). Essas aves vivem em pampas, cerrado e campos abertos, na época de reprodução são encontradas perto de rios e lagos (SCHOMMER, 1999) São aves que apresentam grandes asas, porém não tem 46 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF capacidade de voo, mais compensam essa limitação com a grande capacidade de correr, chegando a 60 km/h (SILVA, 2001). As emas são onívoras, comem de tudo devido a ausência do paladar (DANI, 1993), porém seu aparelho digestivo é desenvolvido para dietas com fibras, capazes de fermentar a celulose (ALMEIDA, 2006). Seu alimento preferido é gramíneas e leguminosas, mas também se alimentam de pequenos vertebrados como rãs, gafanhotos, preás (MELLO, 1987), também se alimentam de pedras e cocos para ajudar na trituração dos alimentos (SICK, 1986). 2.2. ASPECTOS DA CRIIAÇÃO DE EMAS No Brasil, as ratitas são considerados animais silvestres, controlado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a caça é proibida e está na lista vermelha segundo o Comitê Internacional de Tráfico de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES) anexo II (RENCTAS, 2001), mas sua criação tanto conservacionista quanto comercial é permitida segundo as portarias nº 139/93 e nº 118/ 97. O comercio de produtos e subprodutos de emas somente são permitidos de animais de criadores comerciais com registro no Ibama e abatidos em frigoríficos também legalizados (IBAMA, 2004) Nos Estados Unidos, Europa e países da América do Sul, a exploração de ratitas é bem desenvolvida e conta com vasto plantéis de produção, sua carne pode chegar a R$50,00 reais o quilo do filé da coxa. (ALMEIDA, 2006). 2.2.1. NORMAS GERAIS DO IBAMA Art. 22 - Os recintos destinados às aves deverão atender aos seguintes requisitos: I - GERAIS a) Todo recinto deverá dispor de água renovável, comedouros removíveis e laváveis, poleiros, ninhos ou substratos para a confecção dos ninhos; b) os recintos cuja parte superior é limitada por alambrados deverão ter no mínimo 2 (dois) metros de altura, exceto quando especificado para as famílias; Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 47 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA c) Piso, vegetação e outras características encontram-se especificadas por famílias; d) Em casos de recintos coletivos a densidade Máxima de Ocupação do recinto deverá ser igual à soma das Densidades de Ocupação “DO” das espécies que contiver; e) A estrutura mínima de um recinto consiste de solário, abrigo e área de fuga; f) o solário deve permitir a incidência direta da luz solar em pelo menos um período do dia; g) o abrigo deve oferecer proteção contra o sol, a chuva e o vento; h) a área de fuga corresponde a área que oferece segurança psicológica à ave, podendo ser o extremo do recinto ou a vegetação; i) a área de fuga pode ser coincidente com o abrigo; j) em recintos onde é possível a entrada de visitantes, é necessário que o percurso seja delimitado. Devem conter piquetes com 1,7 metros de altura, com tela de alambrado fio 14 com no mínimo um metro de altura, com três fios de arame acima com espaço de 20 cm entre eles. O espaço destinado para filhotes deve ser telados para evitar a predação dos mesmos. 2.2.2. CUSTOS Para a implantação de um recinto que abrigue quatro exemplares, prevê-se os gastos: Investimento - 1.800 reais para duas fêmeas e um macho. Equipamentos - 400 reais. Instalações - 2.600 reais. Preço - entre 500 e 600 o exemplar adulto e 250 reais o filhote. Capital de giro - 80 reais. Ração - 30 a 40 centavos de reais o quilo (ave adulta come meio quilo por dia). 48 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Tempo de retorno - 2 anos. Área - 2,5 metros quadrados. Construção - mourões, fios de arame, tela, grampos de cerca, tijolos, telhas de barro. Reprodução - em média 25 ovos por postura (vingam cerca de 18 filhotes). Clima - suporta diversos climas, da caatinga à campanha gaúcha. 2.2.3. CROQUI DO RECINTO Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 49 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 1 Área com 11,2m² coberta e com três paredes; 2 Área 11,2m² coberta, com quatro paredes, com porta, que será usada como almoxarifado; 3 Área 38,4m², cercada e coberta com tela fina que será usada para isolamento de animais doentes ou filhotes; 4 Área 400m² cercada com tela alambrado fio 14(área de permanência dos animais sadios); 5 Área 10,5m² somente com cobertura situada dentro da área 4, que servira de abrigo aos animais. 3. CONCLUSÃO A criação de emas para fins comerciais é uma atividade com importante valor econômico e ambiental, pois permite a obtenção de produtos e subprodutos e ao mesmo tempo, diminuindo a predação de populações naturais. 4. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF IBAMA. Lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção 2004. Disponivel em: http://www.ibama.gov.br acessado em 12 de abril de 2014. MELLO, N.H. A ficha do bicho – Ema. Globo Rural, n.5, p.56-60, 1987. SCHOMMER, M.K. Rhea Americana (commom rhea, gray rhea and greater rhea) University of Michigan: june, 1999. Disponivel em: http://animaldiversity.umich.edu/site/accounts/information/ Rhea_Americana.html acessado em 12 de abril de 2013. RENCTAS. Convenção sobre o comercio internacional de espécies da flora e da fauna selvagens em perigo de extinção. 2001. Disponivel em: http://www.renctas.org.br/files/ CONVENÇÃO%20CITES.doc SICK, H. Ornitologia brasileira, uma introdução. 2º ed. Editora Universidade de Brasília. V. 1.p. 129-132. Brasília, DF. 2986 SILVA, J.B. 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O endoparasitoide Palmistichus elaeisis (Delvare e LaSalle, 1993) (Hymenoptera Eulophidae) apresenta grande potencia no controle de diversas lagartas florestais, sua criação massal é necessária para posteriores liberações em campo, assim o objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de pupas de D. sacchralis para multiplicação massal do parasitoide P. elaeisis. Pupas de D. saccharalis foram oferecidas a fÊmeas de P. elaeisis durante 25 gerações sendo avaliado parâmetros como, taxa de parasitismo, numero de parasitoides emergidos e duração do ciclo. Palavras chave: Parasitoides; criação massal; controle biológico Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 53 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The use of parasitoids is an important tool in the control of lepidopteron defoliators in eucalypt plantations. The endoparasitoid Palmistichus elaeisis (Delvare and LaSalle, 1993) (Hymenoptera Eulophidae) has great power in controlling diverse forest caterpillars, mass production is necessary for subsequent releases on the field, so the objective of this work was to evaluate the potential of pupae of D. sacchralis for mass multiplication of the parasitoid P. elaeisis. Sugarcane borer pupae were offered to females of P. elaeisis for 25 generations being evaluated as parameters, parasitism rate, number of emerged parasitoids and cycle time. Keywords: parasitoids; mass rearing; biological control 1. INTRODUÇÃO Muitos insetos nativos do Brasil se adaptaram ao eucalipto. No final da década de 1940 os lepidópteros desfolhadores demonstraram sua importância devido à redução expressiva na produção de madeira em plantações de eucalipto (BERTI FILHO, 1982). Muitas espécies desse grupo se tornaram importantes em plantios florestais, apresentando surtos frequentes e danos consideráveis (ZANUNCIO et al., 2003). Dentre as espécies de lepidópteros desfolhadores destaca-se Thyrinteina arnobia (Stoll 1782) (Lepidoptera: Geometridae) que, pelos surtos populacionais periódicos e consequentes danos, se tornou a principal espécie de lagarta desfolhadora do eucalipto (ZANUNCIO et al., 1991), sendo a mais estudada no Brasil (HOLTZ et al., 2003). Além da T. arnobia várias lagartas apresentam surtos com danos econômicos ao eucalipto sendo as principais Glena unipennaria unipennaria (Guenée, 1857) (Lepidoptera: Geometridae) (PERES FILHO; BERTI FILHO, 1985), Sarsina violascens (Herrich-Schaffer, 1856) (Lepidoptera: Lymantriidae) (ZANUNCIO; LIMA, 1975). Outras espécies de lepidópteros foram relatadas atacando essa cultura, pertencentes a diversas famílias, como Notodontidae (MORAES; SOARES, 1981) e Arctiidae (OHASHI, 1978). O controle de pragas florestais com inseticidas químicos pode causar impacto ambiental e elevar os custos de produção (ZANUNCIO 54 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF et al., 1994). A pressão do mercado consumidor e da certificação florestal exigem a produção de madeira “limpa”, aumentando a importância do controle biológico, com a introdução ou manutenção de populações de predadores, parasitóides e patógenos (SILVA, 2000). Dentre as alternativas de controle biológico, o uso de parasitoides tem grande importância pela sua alta eficiência, facilidade de manejo e criação, sendo esses os inimigos naturais com maior ocorrência em plantios florestais (DALL’OGLIO et al., 2003). A grande diversidade de espécies de lepidópteros em plantios florestais favorece o uso de parasitoides polífagos. A família Eulophidae apresenta grande variedade de espécies de parasitoides, como endoparasiticos ou ectoparasiticos; coinobiontes ou idiobiontes; especialistas ou generalistas, solitários ou gregários (NOYES, 1998), utilizados no controle de pragas em culturas agrícolas e florestais (LEITE et al., 2006; DOGANLAR; MENDEL, 2007). Palmistichus elaeisis (Delvare; Lasalle 1993) (Hymenoptera: Eulophidae) é um endoparasitóide gregário, dasubfamília Tetrastichinae (LASALLE, 1993) e foi descrito parasitando pupas de Eupseudosoma involuta (Sepp 1852) (Lepidoptera: Arctiidae), Euselasia eucerus (Hewitson 1872) (Lepidoptera: Riodinidae) (DELVARE; LASALLE, 1993), Sabulodes sp. (Lepidoptera: Geometridae) (BITTENCOURT; BERTI FILHO, 1999), T. arnobia, Thyrinteina leucoceraea (Rindge 1961) (Lepidoptera: Geometridae) (PEREIRA et al., 2008) e Sascina violascens (Herrich-Schaeffer) (Lepidoptera: Lymantriidae) ( ZACHÉ et al., 2012). O alto número de hospedeiros credencia P. elaeisis como um promissor agente de controle de lepidópteros desfolhadores de eucalipto, cujos surtos são geralmente compostos por mais de uma espécie simultaneamente (ZANUNCIO et al., 2003). Essa mesma característica permite seu desenvolvimento em laboratório utilizando-se um hospedeiro alternativo, justificando o desenvolvimento de pesquisas para maximizar sua produção massal e permitir o desenvolvimento de um programa de controle biológico aplicado (PEREIRA et al., 2009). A criação massal de parasitoides depende da escolha do hospedeiro alternativo (MAGRO; PARRA, 2001; RAMALHO; DIAS, 2003). O hospedeiro deve ser de baixo custo de produção e não reduzir a eficiência de controle do parasitoide. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 55 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Dentre os muitos hospedeiros alternativos broca da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis (Fabricius 1794) (Lepidoptera: Crambidae) destaca-se pela facilidade de criação, quantidade de informações disponíveis sobre sistema de manejo e criação, e pela facilidade de ser encontrado comercialmente, devido seu uso na criação de Cotesia flavipes (Cameron 1981) (Hymenoptera: Braconidae). Nesse contexto o presente trabalho teve por finalidade avaliar a utilização de pupas de D. saccharalis para multiplicação massal de P. elaeisis, através da avaliação de 25 geraçoes desse parasitoide sobre esse hospedeiro. Foram avaliados parâmetros como: taxa de parasitismo, numero de parasitoides emergidos e cico de vida. 2.DESENVOLVIMENTO 2.1 MATERIAL E MÉTODOS Palmistichus elaeisis foi originalmente coletado em pupas de Euselasia eucerus (Hewitson, 1872) (Lepidoptera: Riodinidae) em plantações de eucalipto no estado de São Paulo. Os insetos foram mantidos em tubos de vidro (2,5 cm de diâmetro e 8,5 cm de comprimento) vedados com tecido tipo “voil” e alimentados com mel puro, para sua multiplicação e manutenção sobre pupas de D. saccharalis com 48 a 72 horas de idade, sendo oferecidas durante 72 horas a esse parasitoide. Após esse período, as pupas foram individualizados em tubos de vidro acondicionados em câmara climatizada à 25 ± 2ºC, UR de 70 ± 10 % e fotofase de 12 h até emergência dos adultos, seguindo metodologia de Zache et al. (2010) para criação de Trichospilus diatreaeae (Cherian e Margabandhu, 1942) (Hymenoptera: Eulophidae). As pupas de D. saccharalis foram fornecidas pelo laboratório de Comércio de Agentes para Controle Biológico (CETMA) localizado em Lençóis Paulista, SP. Foram utilizadas pupas de D. saccharalis com 48 horas de idade sendo expostas ao parasitismo de fêmeas de P. elaeisis, com 48 horas de idade, alimentadas apenas com gotas de mel. O Experimento consistiu na avaliação dos parâmetros de parasitismo de P. elaeisis sobre D. saccharalis durante 25 gerações. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e as médias comparadas pelo teste de Kruskal-Wallis, ao nível de 5% de probabilidade. 56 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2 RESULTADO E DISCUSSÃO A média de parasitismo por fêmeas de P. elaeisis, foi de 98%, (Figura 01) a média de emergência foi de 285 parasitoides por pupa (Figura 02) e o ciclo teve média de 21,8 dias (Figura 01). A 13º geração apresentou contaminação por bactéria e não foi contabilizada para avaliação. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 57 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A porcentagem de parasitismo semelhante durante todas as gerações com valor médio de 98% demonstra que o hospedeiro D. saccharalis não deve apresentar barreiras nutricionais ou fisiológicas eficazes contra P. elaeisis, podendo ser considerado altamente suscetível a esse parasitoide. Esse resultado é semelhante aos encontrados por Bittencourt e BertiFilho (1999), onde a taxa média de parasitismo foi de 100%. O numero de parasitoides emergidos não apresentou diferença durante o período avaliado, demonstrando que durante 25 gerações o hospedeiro alternativo D. saccharalis foi eficiente para a multiplicação massal de P. elaeisis. O ciclo de vida médio foi de 21,8 dias, não demonstrando variação duranteo o periodo avaliado. 3. CONCLUSÃO D. saccharalis pode ser utilizada para criação massal de P. elaeisis, não demonstrando variação ao longo de 25 gerações. 4. REFERÊNCIAS BERTI FILHO, E. Insetos associados a populações de espécies do gênero Eucalyptus nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Piracicaba, 1982. 180p. (tese de livre-docência-ESALQ/USP). BITTENCOURT M A L, BERTI FILHO E. Preferência de Palmistichus elaeisis por pupas de diferentes lepidópteros pragas. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 56, p. 1281-1283. 1999. DALL’OGLIO, O.T.; ZANUNCIO, J.C.; de FREITAS, F.A.; PINTO, R, Himenópteros parasitoides coletados em povoamentos de Eucalyptus grandis e mata native em ipaba, estado de Minas Gerais. Ciência Florestal, v. 13, n.1, p. 123-129, 2003. DOGANLAR, M.; MENDEL, Z. First record of the eucalyptus gall was Ophelimus maskelli and its parasitoid, closterocerus chamaeleon, in Turkey. Phytoparasitica v. 35, p. 333-335. 2007 HOLTZ, A. M.; H. G. OLIVEIRA; A. 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Porém hoje em dia devido às intervenções humanas e o aumento significativo da globalização muitas das espécies de aves que habitam os ecossistemas naturais brasileiros estão sendo extintas. Com isso o objetivo desse estudo, foi avaliar a percepção que as crianças da Escola Estadual Leonilda Lopes Biasotto, localizada na cidade de Borborema - SP, têm em relação às aves através do desenvolvimento de uma atividade de educação ambiental. Verificou-se que as crianças tinham um conhecimento bem superficial sobre esses animais e que consideravam comum atividades impactantes contra eles. No entanto, após o desenvolvimento da atividade constatou-se que as mesmas entenderam a importância desses animais e a necessidade em protegê-las. Concluiu-se que as atividades de educação ambiental Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 61 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA são importantes ferramentas para a proteção do meio ambiente e que devem ser desenvolvidas constantemente. Palavras-chave: avifauna, percepção ambiental, proteção da fauna. ABSTRACT The birds are found in almost all parts of the planet and are mainly characterized by having feathers and belonging to a class of vertebrate animals . But nowadays due to human interventions and the significant increase in the globalization of many bird species that inhabit them are extinct Brazilian natural ecosystems . Thus the aim of this study was to evaluate the perception that children of the State School Leonilda Biasotto Lopes , located in Borborema - SP , have in relation to the birds through the development of an environmental education activity . It was found that the children had a very superficial knowledge about these animals and they considered common impacting activities against them . However , after the development of the activity it was found that they understood the importance of these animals and the need to protect them . It was concluded that environmental education activities are important tools for protecting the environment and must be constantly developed . Keywords: avifauna, environmental awareness, protection of fauna. 1. INTRODUÇÃO A diversidade biológica é representada pelas unidades da natureza e compreendem plantas, microrganismos e animais dos mais diversos tipos, incluindo o ser humano. Sua conservação é uma das preocupações mundiais mais atuais, devido a diversos fatores desde estéticos e espirituais, até políticos, financeiros e por questão de sobrevivência da própria espécie humana. Algumas das principais ameaças à manutenção da diversidade biológica são a extinção e a vulnerabilidade de espécies, fragmentação e perda de habitats, poluição ambiental, aumento da população humana e da exploração 62 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF de recursos naturais, introdução de espécies exóticas e dispersão de doenças (ANDRIOLO 2006). As aves, além de serem animais que possuem certa beleza, são de grande importância para a vida humana e a natureza. São importantes no controle de insetos, e de populações de ratos e cobras, auxiliam na coleta do lixo e de animais mortos. São fundamentais na polinização, na disseminação de sementes e como alimento. Além disso, são fontes de inspiração para música, poemas, trovas, fotografias e transmitem sensação de bem estar. Muitas destas funções das aves passam despercebidas e não é dado o valor adequado a esses animais, que muitas vezes são mortos apenas por diversão, podendo prejudicar todo um ecossistema (ANDRADE, 1997). O rápido processo de urbanização se tornou uma das maiores preocupações para a biologia da conservação. Isto está associado ao fato de que, em ambientes urbanos a redução de hábitats naturais promove depleção na diversidade de aves, assim como a homogeneização das comunidades, uma vez que poucas espécies são adaptadas para viver nestas áreas de intensa descaracterização (MILLER e HOBBS 2002). Além disso, nestes ambientes, diversos fatores interferem na sobrevivência da avifauna, dentre eles as alterações de hábitats devido às mudanças na composição florística e fragmentação da vegetação nativa (MARZLUFF 2001, CHACE e WALSH 2006), poluição, flutuações nas populações de predadores, disponibilidade de alimentos, doenças, alterações das condições climáticas e aumento das perturbações, incluindo os níveis de ruídos (FULLER et al. 2007). Levando em consideração a importância desses animais e suas ameaças, ações de proteção às aves devem ser desenvolvidas, tais como: criação de aves em cativeiro, criação de unidades de conservação e programas de educação ambiental. De acordo com Silva e Mamede (2005), as aves são para o desenvolvimento da educação ambiental de grande valor, pelo fato de despertarem carisma nas pessoas por diversos aspectos: colorido e arranjos da plumagem, tamanho e anatomia do corpo, capacidade de voo, vocalização, aparência dócil e demais características. Além disso, as aves não provocam aversão às pessoas, causada geralmente por outros vertebrados, tais como morcegos, ratos, anfíbios e répteis, sendo possível reduzir ou eliminar o sentimento de rejeição, ou a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 63 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA noção de que a presença e proximidade aos animais silvestres é perigoso, prejudicial e indesejável. (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1997). Levando em consideração essas informações, o presente estudo teve como objetivo realizar uma atividade de educação ambiental utilizando aves como ferramenta. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado no mês de setembro de 2013, na Escola Estadual Leonilda Lopes Biasotto, com os alunos da 4ª série e 5º ano do município de Borborema-SP. De inicio foram aplicados questionários contendo 8 perguntas referente as aves analisando assim o conhecimento antecipado dos alunos em relação a elas, qual sua importância para a natureza (Figura 1). Após o questionário ser aplicado, foi realizada uma nova atividade na qual foram abordados os seguintes assuntos: características morfológicas, importância das aves, ameaças e como protegê-las. Foi dado ênfase na importância delas, na qual cada espécie de ave tem maneiras diferentes de contribuir na natureza, como o beijaflor na polinização de flores, o urubu e o gavião que contribuem para a limpeza orgânica, pica-pau, pardal que tem como função o controle biológico de pragas por se alimentarem de insetos, aves dispersoras de sementes como a gralha-azul e o sabiá, levando os alunos a refletirem sobre o assunto. Para finalizar a atividade, foi aplicado novamente o questionário para fazer uma analise sobre a opinião dos alunos depois da aula aplicada. 2.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na figura 2 pode-se observar as atividades desenvolvidas com as crianças e os resultados obtidos com o primeiro questionário indicaram que os alunos apresentavam um pequeno conhecimento sobre o tema abordado, como pode-se observar na figura 3, onde a grande maioria das respostas foram negativas. 64 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Durante o desenvolvimento da atividade foi apresentado aos alunos as características e importância das aves e os alunos tiveram grande interesse em saber sobre o tema, fato observado pela atenção das mesmas e realização de perguntas. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 65 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA No segundo questionário observou-se uma que as crianças se conscientizaram quanto à importância das aves como pode-se observar na figura 4. A falta de informação resulta em uma pouca preocupação com o objeto em questão e incentivar a população a desenvolver ações de proteção é essencial (PADUA et. al, 2003). A baixa preocupação com 66 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF o desconhecido foi observado nesse trabalho quando analisa-se as respostas do questionário aplicado antes da atividade de educação ambiental (Figura 3), onde as crianças apresentavam um conhecimento muito superficial sobre aves e sua importância e consideravam como ‘legais’ atividades prejudiciais a esses animais, como o uso de estilingue para matança. As atividades de educação ambiental são grandes aliadas na proteção do meio ambiente, pois ajudaM a aproximar o homem da natureza e desperta nele o respeito e carinho pelos elementos naturais (BENITES; MAMEDE, 2008). Para Le Bourlegat (2003), essas atividades são essenciais, pois coloca deixa claro que o homem é parte do meio ambiente e que o mesmo deve estar intimamente ligado às ações de proteção. Com isso, espera-se que após o desenvolvimento das atividades de educação ambiental, os participantes mudem sua percepção ao elemento trabalhado, passando a saber sobre o mesmo, sobre sua importância e assim se preocupa com a proteção do mesmo, pois passa a ter carinho pelo elemento. Esse fato pode ser constatado durante o desenvolvimento dessa atividade, pois após o desenvolvimento da atividade e análise dos questionários (figura 4) observou-se uma mudança na percepção das crianças quanto às aves. A maioria das respostas passaram a ser negativas quanto às atividades que prejudicavam esses animais e as crianças demonstraram grande afeição por esses animais e rejeição das atividades impactantes a elas. Benites e Mamede (2008) também desenvolveram uma atividade de educação ambiental com aves e encontraram resultados positivos com essa atividade quanto à percepção ambiental dos participantes, considerando o uso desses animais como positivo para o desenvolvimento de projetos de educação ambiental. 2.3. CONCLUSÃO Pode-se concluir que as atividades de educação ambiental contribuem para a melhoria na consciência das crianças e que se desenvolvidas constantemente resultam em adultos colaboradores com a proteção ambiental, pois passam a saber da importância dos elementos naturais. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 67 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3. REFERÊNCIAS Andriolo A. 2006. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CARACTERIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS BUGIOS Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO 1 Augusto Gabriel Claro de MELO 2 1 Acadêmico do curso de Engenharia Florestal FAEF/ACEG – Garça – SP. e-mail: [email protected] 2 Coordenador do curso de Engenharia Florestal FAEF/ACEG – Garça – SP. e-mail: [email protected] RESUMO O processo de dispersão de sementes é crucial para a reprodução das plantas, pois a semente deve chegar a um local propício para germinar, suficientemente longe da planta-mãe. A endozoocoria é um entre outros modos comuns de dispersão de sementes, pode resultar da ingestão de frutos, de sementes ou de uma combinação entre ambos. Os Primatas representam uma porção significativa dos frutívoros vertebrados nas comunidades tropicais, possuem grande importância como agentes dispersores. Um dos primatas dispersores é o bugio, que apresenta uma vocalização marcante, produzida pelo osso hióide, que se transforma em caixa de ressonância por onde emite um som muito alto. Palavra-chave: Alouatta spp., dispersão de sementes, endozoocoria. ABSTRACT The process of seed dispersal is crucial for the reproduction of plants because the seed must reach a suitable place to germinate, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 71 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA far enough away from the parent plant. The endozoochory is one other common modes of seed dispersal can result from eating fruits, seeds or a combination of both. The Primates represent a significant portion of vertebrate frutívoros in tropical communities, have great importance as dispersal agents. One of the most striking features of the Howler is the vocalization produced by the hyoid bone, which becomes a sounding board through which emits a very loud sound. Keywords: Alouatta spp., dispersion of seed, endozoochory. 1. INTRODUÇÃO O processo de dispersão de sementes é crucial para a reprodução das plantas, pois a semente deve chegar a um local propício para germinar, suficientemente longe da planta-mãe, a fim de evitar a competição com ela e também de predadores de sementes e plântulas que ficam nas suas proximidades. Isto por sua vez, acaba influenciando a distribuição espacial dessas plantas. O processo de dispersão, independente da forma de ocorrência, é muito complexo e envolve relações muito específicas entre plantas e diferentes agentes dispersores. Os mecanismos de dispersão das sementes podem ser encarados como os meios pelos quais a espécie vegetal tenta promover essa conquista por novas áreas (HITTORF, 2012). A endozoocoria é um entre outros modos comuns de dispersão de sementes, pode resultar da ingestão de frutos, de sementes ou de uma combinação entre ambos. Embora a maioria das plantas não tenha a capacidade de dispersão de sementes por si próprias, muita dessas espécies apresentam uma ampla distribuição, devido à mobilidade dos animais para a dispersão do pólen e das sementes. Os herbívoros de grande porte são geralmente reconhecidos pela sua contribuição na dinâmica da vegetação em diversos ecossistemas, principalmente na dispersão a longas distâncias. Nas espécies endozoocóricas, os animais dispersores podem melhorar as condições ambientais para que as plantas possam ser germinadas. Esta melhoria pode ser obtida, através do enterramento (reserva de alimento dos animais) das sementes (SILVA, 2010) Os Primatas representam uma porção significativa dos frutívoros vertebrados nas comunidades tropicais, possuem grande importância como agentes dispersores, pois ingerem grande número de sementes 72 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF dos frutos que consomem que permanecem viáveis após serem eliminados nas fezes em geral os primatas não apresentam um efeito consistente na germinação de sementes, pois beneficiam apenas algumas espécies, enquanto prejudicam a porcentagem ou o tempo da germinação de outras (DEMICIS et. al., 2009). O presente estudo tem como objetivo apresentar as características e importância ecológica dos primatas do gênero Alouatta. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. BUGIO (Alouatta spp.) O gênero Alouatta é um dos cinco gêneros que compõe a Família Atelidae (SOUZA, 2005). Animal de corpo maciço, pesando cerca de 7 Kg, de cabeça e corpo atinge entre 440 a 570 mm, possui cauda preênsil de 510 a 610 mm, a face é desnuda e exibe uma barba vasta, por esta característica é conhecido como macaco barbado. Este gênero possui espécies que se distribuem desde o México até a Argentina. A espécie que ocorre na mata atlântica, da Bahia ao Rio Grande do Sul é a Alouatta fusca, onde os machos possuem uma coloração marromavermelhada na parte superior, nas costas um marrom dourado e a barba pode ser vermelha ou negra, as fêmeas normalmente são mais pálidas de marrom escuro ao amarelo claro (MARQUES, 1997). Os membros anteriores e posteriores possuem comprimentos semelhantes e o polegar diferencia pouco dos demais dedos. Estes animais costumam segurar objetos e galhos entre o segundo e terceiro dedo. Apresentam locomoção lenta, quadrupedal e raramente saltam. Possuem dimorfismo sexual de coloração, peso, desenvolvimento do osso hióide e tamanho do corpo, dos dentes (caninos) e do crânio (SOUZA, 2005). Uma das características mais marcantes do Bugio é a vocalização, produzida pelo osso hióide, que se transforma em caixa de ressonância por onde emite um som muito alto que pode ser ouvido por até 5 km de distância, porém é ocultado pela barba. O período de gestação varia entre 185 a 195 dias com o nascimento de apenas um filhote, que pesa 130 grs. ao nascer. A fêmea carrega o filhote Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 73 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA até o desmame, que ocorre por volta de 20 meses, depois deste período o filhote começa a acompanhar o grupo em suas viagens à procura de alimento (MARQUES, 1997). 2.1.1. ESPÉCIES Vários aspectos morfológicos são considerados para diferenciar as espécies (e subespécies) que têm citação de sua presença no Brasil, com base nos trabalhos dos seguintes autores: Hirsch et al., que compararam as espécies A. seniculus, A. belzebul, A. guariba e A. caraya sob os aspectos de dimorfismo sexual, distribuição geográfica e caracteres de distinção entre estas espécies; Auricchio, que descrevendo os primatas brasileiros, citou a descrição, a distribuição e a sinomínia das espécies A. seniculus (subespécies: seniculus e straminea), A. belzebul (subespécies: belzebul, nigerrima, discolor e ululata), A. caraya e A. fusca (= guariba), [subespécies: fusca (= guariba) e clamitans]; Gregorin, que estudando a variação geográfica e variação taxonômica das espécies brasileiras de Alouatta, reconheceu através de caracteres de pelagem, dimorfismo sexual e morfologia dos ossos hióide e nasais, as espécies: A. senicula, A. puruensis, A. straminea, A. nigerrima, A. discolor, A. ululata, A. belzebul, A. caraya e A. fusca; e Groves, que revisando a taxonomia dos primatas de todo o mundo, descreveu a diagnose, a distribuição e fez comentários sobre vários aspectos da sinomínia, dos problemas taxonômicos e de detalhes na descrição das espécies levantados na literatura (SOUZA, 2005). 2.1.2. HÁBITOS O gênero Allouata tem ampla distribuição (a maior dentre os primatas neotropicais), que vai do México ao Sul do Brasil e Norte da Argentina, ocupando diversos ambientes, o que pode exigir estratégias e hábitos comportamentais diferentes (MIRANDA & PASSOS, 2005). Vivem em florestas úmidas de 10 a 20 m de altura, podendo também ser encontrados no cerrado e na caatinga. São animais diurnos, e chegam a formar grupos de até 15 indivíduos (MARQUES, 1997). 74 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O número de espécies que os bugios se alimentam é diretamente proporcional à riqueza encontrada nos diferentes tipos florestais, onde a Floresta Ombrófila Densa é a mais rica e a Floresta de Araucária a mais pobre, sendo a Floresta Estacional Semidecidual intermediária em número de espécies presentes. Em outros trabalhos com a dieta das diferentes espécies do gênero Alouatta, algumas plantas estão freqüentemente presentes e geralmente são consideradas como espécies importantes na dieta desses primatas. Estas, geralmente, são espécies que frutificam várias vezes por ano ou são fontes de folhas durante grande parte do período. Este é o caso da Cecropia spp., Inga spp., Ficus spp., Ocotea spp., Nectandra spp., Sorocea sp. entre outras (MIRANDA & PASSOS, 2002). 2.2. AMEAÇAS E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA Na Mata Atlântica, a elevada taxa de redução de hábitats faz com que os Primatas, sejam o grupo de mamíferos brasileiros com maior proporção de espécies ameaçadas (LOKSCHIN, 2012). Os Fragmentos florestais são áreas de vegetações naturais interrompidas por barreiras antrópicas ou naturais, capazes de diminuir, significativamente, o fluxo de animais, pólen ou sementes. A borda, o tipo de vizinhança, o grau de isolamento e o tamanho efetivo dos fragmentos florestais são os principais fatores que devem ser considerados, para medir as alterações dos processos biológicos de determinado ecossistema. A expansão do uso da terra, que acompanha o crescimento da população humana, resulta na fragmentação dos habitats naturais com a formação de fragmentos florestais de diferentes tamanhos e formas. Essas alterações podem resultar no isolamento de populações e até extinção de espécies, reduzindo a biodiversidade local em função, principalmente, da perda de habitats e de uma maior incidência de raios solares entre os fragmentos (THOMAZINI, 2000). Por serem folívoro-frugívoro, cumpre importante papel na regeneração das matas, tanto como dispersor, pois as sementes eliminadas em suas fezes têm alto poder germinativo, como por ser uma espécie “bandeira”, ou seja, ao preservá-la, outras espécies da fauna e da flora, ameaçadas ou endêmicas, também são preservadas (GERALDI et al., 2009). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 75 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3. CONCLUSÃO Pode-se considerar que o Bugio é uma espécie com características marcantes e de extrema importância dentro de uma mata, por ser um grande dispersor de sementes. No entanto o desmatamento e a fragmentação das florestas podem comprometer a perpetuação das espécies. 4. REFERÊNCIAS DEMINICIS, B. B.; H. D. VIEIRA, S. A. C.; Araújo, J. G.; Jardim, F.T Pádua & CHAMBELA NETO, A. DISPERSÃO NATURAL DE SEMENTES: IMPORTÂNCIA, CLASSIFICAÇÃO E SUA DINÂMICA NAS PASTAGENS TROPICAIS*. 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Isso contribui para a realização do superávit da balança comercial, propiciando as condições econômicas necessárias à promoção do desenvolvimento social. No setor madeireiro destaca-se o eucalipto pelo rápido crescimento e boa adaptação a diferentes ambientes e atualmente tem-se enfatizado também a cultura do paricá, espécie nativa brasileira. No setor não madeireiro, a seringueira tem papel importante na produção de borracha e já colocou o Brasil, que hoje importa, como principal produtor e exportador desse produto. Com isso tem por objetivo por meio do presente estudo levantar a características morfológicas de cada uma dessas espécies, bem como seu cultivo em solo brasileiro. Palavra Chave: Sustentabilidade, manejo florestal, silvicultura. Tema Central: Engenharia Florestal Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 79 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT Driven by population growth. The Brazilian forest area in order to meet the needs of domestic and foreign market is booming. This contributes to the realization of the trade surplus, providing the necessary development to promote social economic conditions. In the timber sector stands out by fast-growing eucalyptus and good adaptation to different environments and currently has also emphasized the culture of paricá, Brazilian native species. In nontimber industry, the rubber has an important role in the production of rubber and has placed Brazil, which now imports as a major producer and exporter of this product. With that aims through this study raise the morphological characteristics of each of these species and their cultivation on Brazilian soil. Key words: Sustainability, forest management, forestry. 1. INTRODUÇÃO Com o aumento populacional desenfreado tem-se uma maior pressão para a produção de matérias primas necessária para o ser humano, como madeira e borracha. Para a produção de madeira, atualmente o eucalipto é a espécie mais cultivada, seguida do pinus. Tal importância é dada devido ao rápido crescimento, e a adaptação de diferentes espécies em áreas distintas e boa comercialização da madeira (ALCARDE, 1998). Desde a introdução desta espécie no Brasil várias espécies tentaram “disputar” este mercado, porém sem muito avanço. No entanto o paricá, espécie nativa, vem ganhando força nesse mercado também influenciado pelo crescimento rápido e monopodial mesmo em ambiente aberco (diferente do eucalipto que só tem crescimento monopodial em plantios adensados) o que chama a atenção de produtores para o cultivo agroflorestal. Já para a produção não madeireira, como a borracha a seringueira apresenta-se como carro chefe. Espécie nativa brasileira já colocou o Brasil como principal produtor e exportador de borracha, porém o mal das folhas acabou disseminando os pomares e atualmente essa 80 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF importação atingiu os patamares de 63% do seu consumo interno, e a produção não ultrapassa 1% do total mundial (ABRAF, 2013). No entanto atualmente a seringueira tornou a chamar a atenção dos produtores de borracha devido ao avanço das pesquisas e do melhoramento genético bem como do manejo aplicado a essa cultura. Com base nesses dados observa-se a importância que tem o eucalipto junto a “chegada” do paricá no mercado madeireiro e também da pesquisa na retomada dos plantios comerciais de seringais para produção de borracha. Com isso tem por objetivo por meio do presente estudo levantar a características morfológicas de cada uma dessas espécie, bem como seu cultivo em solo brasileiro. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 SERINGUEIRA Hevea brasiliensis 2.1.1 Características Morfológicas A seringueira, também conhecida popularmente como seringa é uma planta latescente de 20-30m de altura, possui tronco de 30-60 cm de diâmetro em média. Suas folhas são compostas trifolioladas com folíolos membranáceos e glabros. Sua ocorrência se da na região amazônica, preferencialmente na margem de rios e lugares inundáveis de mata de terra firme o solo dessas regiões são caracterizados por serem argilosos e férteis. Nesta região existem 11 espécies de seringueira (LORENZI, 2000). Essa espécie pertence ao grupo das Dicotiledôneas, sendo monóica. As flores O fruto A serigueira é uma planta semidecidua, heliófica ou esciófita com florescência a partir de agosto com prolongamento até inicio de novembro, dependendo das condições climáticas. Suas flores são unissexuadas, pequenas, amarelas e dispostas em racimo. A maturação dos frutos ocorre de abril á maio e são do tipo cápsula grande, que geralmente apresenta três sementes. Estas são geralmente grandes e pesam, em média, de 3,5 a 6,0g de forma oval com a superfície neutral ligeiramente achatada. O tegumento é duro e brilhante, de cor marrom, com numerosas matizes sobre a superfície dorsal. Sua madeira é considerada leve mole, de baixa durabilidade natural. (LORENZI, 2000). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 81 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA O desenvolvimento das raízes da seringueira está diretamente relacionado às condições físicas ideais do solo, como boa aeração, drenagem e retenção de umidade adequada, permitindo maior exploração do sistema radicular da planta por volume de solo (FERREIRA, 1986). 2.1.2 Importância da cultura e manejo empregado Atualmente a produção de mudas de seringueira é dada, em sua maioria, por propagação vegetativa por meio da enxertia. Para tal realização torna-se necessário a instalação de infra-estruturas básicas, ou seja: jardins clonais e viveiros (LEÃO, 2000). Devido ao custo e a aceitação pela cultura os viveiros a pleno sol são os mais comuns. As mudas podem também ser preparadas em sacolas plásticas, tubetes ou até mesmo enxertadas no local definitivo de plantio, porém o processo de produção é complexo e requer uma busca aprofundada nas publicações existentes (ANISIO, 2001). O que vem chamando a atenção dos produtores é a boa aceitação da seringueira em sistemas agroflorestais com mais de um cultivo perene e/ou de ciclo curto. Esses consórcios mostraram-se viável na utilização de culturas como feijão, mamão, abacaxi, batata doce, banana, pimenta, café, palmito e principalmente o cacueiro que tem sido apontado como exemplo bem sucedido de sistema agroflorestal sustentável para a região, sob o ponto de vista agronômico, ecológico, social e econômico (PEREIRA et. al., 2000). No entanto o sucesso desses consórcios depende da escolha correta do espaçamento para as seringueiras em função do cultivo que se pretende intercalar. Das varias alternativas de espaçamento as mais utilizadas seguem o padrão de dois metros entre as linhas de seringueira e o outro cultivo (CUNHA et. al., 2000). O látex é o subproduto da seringueira mais importante. Foi descoberto em meados do século XVIII e tornou-se a principal fonte de borracha natural do mundo. A qualidade da borracha natural que esta relacionada a plasticidade, resistência a fricção, impermeabilidade a líquidos e gases e isolamento elétrico (BELLINI, 2005). Para Pereira et. al. (2000) o grande aumento pela procura da borracha ocorreu no século XIX, com a invenção da vulcanização, o que levou o Brasil a explorar os seringais nativos tornando o Brasil o 82 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF maior produtor e exportador desse produto. Porém a ocorrência do mal-das-folhas junto à falta de cultivo adequado desencadeou uma perda excessiva de produtividade nos seringais brasileiros o que colocou o Brasil na situação de importador e hoje essa importação atingiu os patamares de 63% do seu consumo interno, e a produção não ultrapassa 1% do total mundial. Na busca por diminuir essa dependência do mercado externo, novos cultivares vem sendo desenvolvidos (CUNHA et. al., 2000). Segundo dados da Apabor (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha), o preço de venda da borracha natural no mercado brasileiro em novembro de 2006 é de R$ 4,30/kg. 2.2 EUCALIPTO Eucalyptus sp 2.2.1 Características Morfológicas O eucalipto é uma planta originária principalmente da Austrália e do continente da Oceania, durante milhares de anos o eucalipto evoluiu em diversos ambientes, o que lhe conferiu grande resistência alem do crescimento rápido. Essa característica junto a sua fácil adaptação aos diferentes condições de solo e clima que é implantado torna o eucalipto uma espécie ideal para a constituição de florestas plantadas e uma alternativa ao uso de florestas naturais (WILLIAMS, 1983) O número de espécies é vasto, contudo os números apresentados na literatura são distintos devido a descoberta de novas qualidade e da realização de híbridos. As espécies existentes são pertencentes à família das Mirtáceas a mesma da goiabeira, da jabuticabeira e da pitangueira (CARMO et. al., 1990). A copa possui folhagem resistente, onde suas folhas são cobertas por glândulas que segregam óleo e, quando jovens, são opostas, entre arredondadas e ovais. Com um ou dois anos de crescimento, essas folhas passam a apresentar uma nova forma, alternando entre lanceoladas e falciformes, estreitas e pendida e a floração só ocorre se surgirem as folhas adultas(CARNEIRO, 1995). O súber pode ser classificado como liso ou enrrugado e seu ciclo é completado anualmente. A troca desta casca se diferencia de acordo com o tipo sendo que, enquanto a casca lisa cai praticamente por inteiro, deixando uma superfície plana e manchada, a casca Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 83 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA enrrugada seca lentamente agarrado ao caule persistentemente. As cascas enrrugadas podem ser fendidas, duras, tessaladas, em cofre ou faixa (LORENZI, 2000). 2.2.2.Importância da cultura e manejo empregado A produção de muda pode ser realizada via seminal embora comercialmente sua produção é clonal. Em campo o eucalipto é cultivado em diferentes espaçamentos, variando de acordo com cada finalidade (GONÇALVES, 2011). O eucalipto possui um comportamento simpodial de crescimento (desenvolvimento de gemas laterais)(MARQUES, 1990), porém quando cultivado em plantios adensados passa a ter crescimento monopodial, devido a copa impedir a entrada de luz, inibindo o desenvolvimento das gemas laterais (YU, 2002). As florestas plantadas de eucalipto tem por finalidade garantir o suprimento de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, lenha, siderurgia serrados, carvão vegetal, compensados e lâminas e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e MDF). Apesar da participação das plantações florestais de eucalipto estar em franco aumento em todos os segmentos, o setor acredita que com base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura SBS distribui essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia. Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por ser uma espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde historicamente deu contribuição especial (ABRAF, 2013). 2.3 PARICÁ Schizolobium amazonicum 2.3.1 Características Morfológicas De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist, o paricá é um vegetal da classe Magnoliopsida (Dicotyledonae) da ordem 84 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Fabales, pertecente a família Caesalpiniaceae (Leguminosae:Caesalpinioideae). O nome genérico Schizolobium significa legume partido; o epíteto específico amazonicum é porque o material typo foi coletado na Amazônia brasileira. É uma árvore decídua. Seus maiores representantes, na fase adulta, atingem altura próxima a 40m e diâmetro da altura do peito de 100cm. Possui um tronco reto, sendo que nas arvores jovens tem colocação verde acentuada e presença de cicatrizes transversais resultantes da queda das folhas. Dependendo da região pode apresentar raiz do tipo sapopema basal. Seu fuste pode atingir até 25m. Sua copa assemelha-se com o formato de uma abóbora, é ganhosa e aberta. Sua casca possui até 15mm de espessura (OLIVEIRA; PEREIRA, 1984) sendo que nos indivíduos velhos, a casca fica esbranquiçada, tornando-se esfoliada em placas retangulares. As folhas são binadas, com comprimento variando de 60cm até 150cm. Sua inflorescência ocorre em panículas terminais vistosas na ponta dos ramos de forma abundante e erguida, com comprimento de 15 cm a 30 cm. As flores apresentam colocarão amarela-clara, com aroma doce. E o tamanho é em torno de 2 cm a 2,2 cm de comprimento. O fruto é uma criptosâmara,na forma espatulada, oblanceolada, aberta até o ápice; mede de 6 cm a 10cm de comprimento por 1,5 cm a 3 cm de largura;produz de uma a duas sementes por fruto (OLIVEIRA; PEREIRA, 1984). As semente são cobertas por um endocarpo papiroso e unida apicalmente ao fruto. A semente é anátropa,aplanada, ovalada, com ápice arredondado, base atenuada, cor de café, com o bordo mais escuro. São sementes ricas em proteínas (21,19%) (TRIVINO-DIAZ et al., 1990), e a polinização das flores é dada, principalmente, por abelhas e diversos insetos pequenos. A floração ocorre, naturalmente, nos meses de maio a julho. No entanto sofre modificação de acordo com a região. Os frutos amadurecem de agosto até outubro. Sendo que a principal forma de dispersão é por meio da autocoria (por gravidade) e anemocórica (vento) O paricá ocorre, na Amazônia, em floresta primária e principalmente nas florestas secundárias de terra firme e várzea alta (DUCKE,1949). Sendo essa uma espécie que não toleram geadas, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 85 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA porém em plantio realizado de forma mista em Rolândia, no norte do Paraná, tem tolerado temperaturas mínimas de até -2ºC, não apresentando danos evidentes por geadas. 2.3.1Importância e manejo empregado Seu crescimento é de forma monopodial, o que agrada ao mercado de madeira, ainda que a céu aberto, com fuste reto e limpo, devido à boa derrama natural ou auto-poda, porém segundo Rondon (2002) deve-se ter uma preocupação com seu espaçamento pois seu fuste é bastante afetado pelo vento podendo tomar forma tortuosa. Para Marques (1990) o espaçamento de 4m x 3m é o que apresenta melhor rendimento da cultura, porém os trabalhos relacionados com a silvicultura dessa espécie ainda são poucos. Pensando em diminuir os danos causados pelo vento Pereira (1982) recomenda o plantio de cortinas de abrigo ou até mesmo o consórcio como ocorre no Paraná. Para isso é necessário atentar-se para o ritimo de crescimento das culturas consorciadas. Para o estado de São Paulo o custo de implantação ainda vem sendo contabilizada, devido a grande variação das formas de implantação porém, para Galeão et. al. (2003), esse de implantação e condução durante quatro anos,em um hectare de paricá, no espaçamento3,5 m x 3,5 m, na microrregião Guamá, no Pará, gira em torno de R$ 3.200,00 (em valor corrente) Sua exploração pode ocorrer com 15 anos de idade devido ao rápido crescimento,(SANTOS et al., 2000). Em média as arvores na idade de 1,5 ano de idade atinge 4m de altura com DAP de 10cm., sua produção volumétrica pode atingir patamares de até 38 m3.ha1.ano-1 aos seis anos de idade, em Dom Elizeu, no Pará. No Pará, são produzidas chapas de compensados de alta qualidade e uniformidade, que são exportados principalmente para os Estados Unidos, conquistando a preferência dos importadores. Além disso o paricá é uma espécie promissora no setor de celulose, na produção de pasta. Isso é devido ao fácil branqueamento e as excelentes resistências obtidas com o papel branqueado (PEREIRA et al.,1982). Mesmo apresentando alto teor de lignina (34,70 %), que é um problema para a produção de celulose, ela é facilmente 86 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF deslignificada. Essa espécie é recomendada, também, para restauração de ambientes ripários em locais não sujeitos a inundação. 3.CONCLUSÃO O cultivo intensivo do eucalipto aliado ao “surgimento” do interesse econômico pelo paricá torna o mercado madeireiro muito mais vantajoso e atrativo. No setor não madeireiro, junto à evolução do melhoramento genético a borracha vem ganhando espaço devido ao cultivo de seringueira, sendo assim essas três espécies é de grande importância no setor florestal. O conhecimento da morfologia é essencial para o manejo adequado das espécies florestais. 4.REFERÊNCIAS ABRAF.Anuário estatístico ABRAF 2013 ano base 2012 –Brasília: 2013. 148p. ALCARDE, J.C.; GUIDOLIN, J.A.; LOPES, A.S. Os adubos e a eficiência das adubações (Boletim Técnico, 3) – 3. ed. – São Paulo, ANDA, 1998. 35p. - disponível em: <http://www.anda.org.br/multimidia/ boletim_03.pdf> acesso em 09 de abril de 2014. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF COMPARAÇÃO DOS INSTRUMENTOS NA MEDIÇÃO DE DIÂMETRO E ALTURA NO POVOAMENTO DE Eucalyptus spp. Caio Vinicius Ferreira MARMONTEL¹ Thiago Martins MARTINS² ¹ Engenheiro Florestal, Mestre em Ciências Florestais. e-mail: [email protected] ² Docente do curso de Engenharia Florestal da FAEF/ACEG – Garça SP. email: [email protected] RESUMO O objetivo foi comparar a utilização de quatro instrumentos na mensuração de altura e dois instrumentos na medição do diâmetro, afim de constatar prováveis diferenças em um povoamento de Eucalyptus spp. Foram tomadas as alturas, utilizando o vertex IV, clinômetro, Christen e prancheta dendrométrica, enquanto a suta e fita métrica para medidas do diâmetro. Na altura e no diâmetro não houve diferença significativa entre os instrumentos utilizados, entretanto notouse maior eficiência do vertex e clinômetro em campo na tomada de altura, enquanto no diâmetro os dois instrumentos foram praticamente igual em relação a esse requisito. Palavras-chave: Fita métrica, Hipsômetro, Prancheta dendrométrica, Suta. Tema central: Engenharia Florestal. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 91 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The objective to compare the use of four instruments in the measurement of height and two instruments to measure the diameter, in order to find probable differences in a stand of Eucalyptus spp. Matched the heights, using the vertex IV, clinometer, Christen and dendrometric clipboard for taking the time while the calipers and tape measure for measuring diameter. In height and diameter did not differ between the instruments used, however it was noted more efficient vertex and clinometer in the field in taking height, while the diameter of the two instruments were practically the same in relation to this requirement. Keywords: Tape measure, Hypsometer, Clipboard dendrometric, Suta. 1. INTRODUÇÃO A mensuração florestal é um importante elemento no manejo florestal, uma vez que fornece informações precisas sobre a floresta, permitindo assim a tomada de decisões adequadas na realização deste, além de possibilitar o melhor planejamento de suas atividades (FREITAS; WICHERT, 1998). As duas variáveis mais utilizadas para a realização de inventários florestais são a altura e o diâmetro, que são usadas para o cálculo da área basal e do volume de madeira existentes em uma floresta (SCOLFORO; FIGUEIREDO FILHO, 1998). A dendrometria trata dos métodos de medição e de como quantificar as grandezas que definam o volume, a forma de crescimento das árvores e do povoamento. O diâmetro é uma variável fundamental a ser obtida na população florestal, sendo importante para o cálculo do volume, área basal, peso, além de permitir a distribuição diamétrica da floresta (SCOLFORO; FIGUEIREDO FILHO, 1998). Outra variável fundamental a ser obtida na população florestal é a altura, como principal importância é quando se deseja conhecer o potencial de crescimento de espécies em um determinado local, ao longo do tempo (MACHADO; FIGUEIREDO FILHO, 2003). A obtenção da variável altura no campo se torna mais complexa conforme a idade do povoamento, pois os indivíduos se encontrarão 92 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF em avançado desenvolvimento, alcançando alturas elevadas, principalmente em plantios comerciais de pinus e eucalipto. Devido a tal complexidade alguns aparelhos de medição de altura são utilizados para a obtenção das alturas das árvores em pé no campo (FINGER, 1992). Diante disso, o trabalho teve como objetivo comparar a utilização de quatro instrumentos na mensuração de altura e dois instrumentos na medição do diâmetro, com finalidade de constatar prováveis diferenças. 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho se desenvolveu no Campus Coração da Terra da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, na cidade de Garça, SP. Localiza-se geograficamente na latitude 22º13’39’” Sul, longitude 49º30’21" Oeste e altitude de 683 metros. A área é um plantio de Eucalyptus spp., e possui aproximadamente 9.000 m², ou seja, 0,9 hectares, com idade aproximadamente de 15 anos. O clima da região é caracterizado pelo tipo Cwa, mesotérmico tropical úmido. A temperatura média anual é de 23,15º, com máxima de 28,5ºC e mínima de 17,8ºC, tendo uma precipitação média anual de 1274,4 mm. O tipo de solo predominante é classificado como podzólico vermelho-amarelo, com superfície arenosa e horizonte abrupto argiloso (EMBRAPA, 2006). A coleta de dados foi realizada no mês de abril de 2010. O povoamento onde foram tomadas as alturas pareadas de 110 árvores, distribuídas em sete espécies de Eucalyptus spp. Os instrumentos utilizados para a medição da altura foram utilizados: hipsômetro Vertex IV, hipsômetro clinômetro, hipsômetro de Christen Prancheta dendrométrica. Para os diâmetros foram utilizados: Suta e Fita Métrica. Na medição da altura pelo hipsômetro de vertex IV foi utilizada a baliza de 2 metros e transponder colocada ao lado da árvore. Para o hipsômetro clinômetro, foi necessária a medição da distância entre o operador e a árvore, sendo utilizada a trena, com distância de 10 metros. O hipsômetro de Christen consistiu em enquadrar cada árvore, de modo que a tangente passasse pela extremidades interna Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 93 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA do instrumento, atingindo o topo e a base da árvore, sendo que a linha visada no extremo superior da baliza de 2 metros, indica a altura. Para a prancheta dendrométrica foi necessária a medição da distância entre o operador e árvore, posteriormente visa-se a base da árvore efetuando-se a leitura do valor correspondente, assim como, visando o topo da árvore também faz-se uma nova leitura e utiliza-se a fórmula descrita por Scolforo e Figueiredo Filho (1998). Para a medição do diâmetro, a fita métrica foi utilizada sendo transformada em diâmetro, enquanto a suta é um instrumento que já é obtido o diâmetro direto. A partir da coleta dos dados do experimento, realizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em seguida o teste de Tukey para verificar a existência de diferenças, ao nível de significância de 5%. Ambas as análises foram executadas através do Microsoft/ Excel 2010 e software Assistência de Estatística (SILVA; AZEVEDO, 2002). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Altura Diante das 111 árvores observadas, a altura média obtida pelo vertex foi de 17,4 metros, o clinômetro teve de 16,8 m, a prancheta dendrométrica com 16,2 m e Christen 15,6 m, com média geral de 16,5 m. Comparando o vertex e o Christen, eles apresentaram diferença significativa, enquanto o clinômetro e a prancheta não diferiram entre os instrumentos. Isso indica que há efeito do instrumento em relação a medição dos indivíduos (Tabela 1). 94 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Nota-se que o hipsômetro vertex e clinômetro, sistemas mais sofisticados apresentaram maiores médias enquanto os instrumentos mais antigos tiveram menores médias. Segundo Gorenstein et al. (2007), comparando dois instrumentos hipsométricos (Christen e prancheta dendrométrica) em relação a altura das árvores de Pinus caribaea var. hondurensis constatou também, que não houve diferença significativa entre os 2 instrumentos. Mesma situação encontrada por Marmontel et al. (2011) em um povoamento de Eucalyptus gradis. Não é possível afirmar que os quatro instrumentos testados apresentam valores reais na mensuração da altura das árvores, mas foi possível comparar os resultados entre eles. Levando em consideração o tempo na coleta dos dados e o manuseio dos equipamentos em campo, constatou-se que o vertex apresentou maior praticidade, devido ao melhor deslocamento em campo, já que não existe uma distância estabelecida, ou seja, não sendo necessária realizar a medição de distância entre o operador e a árvore, apresentando maior agilidade para as tomada das alturas. Verificou-se também uma grande dificuldade e acumulo de tempo para acertar a distância do Christen para ter a medida de altura, enquanto na Prancheta Dendrométrica, devido as oscilações no pêndulo e a necessidade da tomada de distância horizontal entre o operador e a árvore, apresentaram menor eficiência em campo. 3.2 Diâmetro A média dos diâmetros obtida pela suta foi de 17,1 cm, enquanto a fita métrica foi de 17,7 cm, com média geral de 17,5 cm. Não houve diferença significativa estatisticamente entre os diâmetros obtido entre os dois instrumentos, através do teste de Tukey (5%), com diferença média significativa de 1,5 cm, indicando que não há efeito do aparelho na variação das medições dos indivíduos (Tabela 2). Na comparação entre a variância dos diâmetros pelos dois métodos, nota-se também que os valores foram muito próximos, indicando que não há efeito deles na variação das medidas das árvores (0,6 cm). Em campo os dois instrumentos tiveram uma eficiência satisfatória, entretanto a suta apresenta uma desvantagem quando o fuste apresenta forma elíptica, necessitando de duas medias e a fita métrica quando apresenta bifurcada antes de 1,30m é necessário Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 95 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA também duas tomadas e tem a medida em circunferência, sendo posteriormente transferida para diâmetro. Em um estudo de Scolforo e Figueiredo Filho (1998) mostrou erro percentual de 1,5% entre a suta e a fita métrica. Os mesmos autores aconselham utilizar suta para cubagem rigorosa, em pesquisas e estudos de crescimento e produção, preferencialmente usar fita, em populações onde se busca avaliar estoque presente, tanto faz. A maior concentração da diferença entre os instrumentos (suta e fita métrica) foi entre 0,1 a 1,0cm, tendo isso como base principalmente os diâmetros entre 10 a 30 cm, com as maiores diferenças em comparação foram: 2 cm e -1,3 cm (Figura 1). Os dois instrumentos mostram realmente os números reais dos diâmetros dos indivíduos, pois os dados não seguem uma constante, ou seja, oscilam de positivo para negativo, mas também deve ser levar em conta a margem de erro. Houve uma leve tendência de diferenças menores em árvore menores. 4. CONCLUSÕES A partir do presente trabalho desenvolvido constatou que houve diferença significativa estatisticamente entre os aparelhos testados na altura e não houve no diâmetro entre os dois instrumentos utilizados. Um fator interessante seria o abate e a derrubada de algumas árvores para medição real das alturas, sendo a forma mais acurada de avaliar os instrumentos do trabalho, com finalidade de mostrar sua variância de erro em relação ao valor real da altura. 96 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 5. REFERÊNCIAS EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA (EMBRAPA). Centro Nacional e Pesquisa em Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa- SP. Rio de Janeiro: Embrapa-Solos. 2006, 306 p. FINGER, C. A. G. Fundamentos de Biometria Florestal. Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC, 1992. 269p. FREITAS, A. G.; WICHERT, M. C. P. Comparação entre instrumentos tradicionais de medição de diâmetro e altura com o criterion 400. Circular Técnica IPEF, n.188, 7p. dez. 1988. GORENSTEIN, M. R.; CAMPAGNERI, E. L.; SANTOS, R. M. P. P.; VALLE, L. D. 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E-mail: [email protected] RESUMO O eucalipto é uma espécie arbórea da família das mirtáceas, é originaria da Austrália, tem cerca de 600 espécies e sub-espécies, e apresenta uma ampla plasticidade e dispersão mundial, crescendo satisfatoriamente em diferentes situações edafoclimáticas, extrapolando aquelas das regiões de origem. O eucalipto é atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde a fase de viveiro até os plantios adultos. O agente causal do mofo cinzento é o fungo Botrytis cinerea é um patógeno facultativo que vive saprofiticamente no solo e sobrevive na forma de escleródios ou micélio dormente, os sintomas iniciam-se por um enrolamento das folhas seguido de seca e queda das mesmas. A seca do ponteiro é causado por Dothiorella sp. Caracteriza-se por lesões necróticas nos tecidos do caule, ao longo do tronco e ramo, manifestando-se inicialmente pelo escurecimento do tecido da casca e do lenho, as folhas perdem a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 99 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA turgescência secando-se posteriormente. Pode haver a formação de um calo cicatricial ou mesmo o anelamento, ou seja, a lesão se desenvolve em toda a circunferência do caule, causando a morte da parte aérea da planta. Palavras-chave: Eucalipto, Patógeno, Botrytis cinerea, Dothiorella sp. ABSTRACT Eucalyptus is an arboreal species of the family of the Myrtaceae family, is Australia’s lead, has about 600 species and sub-species, and features a large plasticity and world dispersion, growing satisfactorily in different edapho-climatic situations, extrapolating from those of the regions of origin. Eucalyptus is attacked by several pathogens, especially fungi, since farmed phase until the plantations adults. The causal agent of gray mold fungus Botrytis cinerea is a facultative pathogen that lives saprofiticamente on the ground and survives in the form of escleródios or mycelium dormant, symptoms start by a winding of leaves followed by dry and fall. Dothiorella SP. causes the drought of the pointer. It is characterized by necrotic lesions in the tissues of the stem, along the trunk and branch, initially manifesting itself by darkening the fabric from the bark and wood, the leaves lose turgidity drying up later. There may be the formation of a callus or scar the girdling, IE the lesion develops around the circumference of the stem causing the death of the aerial part of the plant. Keywords: Eucalyptus, Pathogen, Botrytis cinerea, Dothiorella SP. 1.INTRODUÇÃO O eucalipto é uma espécie arbórea da família das mirtáceas, é originaria da Australia e só chegou ao Brasil graças ao trabalho do agrônomo Edmundo Navarro de Andrade a partir de 1904 quando trouxe as primeiras sementes de várias espécies para atender a demanda de dormente e madeira para as locomotivas da Companhia de estradas de Ferro (Painel floresta, 2011). Segundo Coterril e Brolin, o eucalipto tem cerca de 600 espécies e sub-espécies, e apresenta 100 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF uma ampla plasticidade e dispersão mundial, crescendo satisfatoriamente em diferentes situações edafoclimáticas, extrapolando aquelas das regiões de origem. Menos de 15% dessas 600 espécies tem sido usadas com propósitos industriais. O eucalipto é atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde a fase de viveiro até os plantios adultos. Geralmente, os problemas são observados nas plantações, ocorrendo nos mais variados locais, espécies e épocas do ano (MEDRADO, M.J.S.; HOEFLICH, V.A.; CASTRO, A.W.V, 2005). As plantações de eucalipto com o propósito industrial, para produção de celulose papel, carvão vegetal, lâminas e compensado de madeira e painéis de madeira reconstituída, tais como as chapas de fibras, os aglomerados de madeira, MDF (fibras de densidade média) e OSB (painel de partículas orientadas) (Souza, 2008). Durante o período do incentivos fiscais, na década de 60, sua expansão foi ampliada. Esses incentivos perduraram até meados dos anos 80. Esse período foi considerado um marco na silvicultura brasileira dado os efeitos positivos que gerou no setor. A partir do término dos incentivos fiscais houve um crescimento marginal negativo no plantio de eucaliptos. Exceção disso ocorreu naqueles feitos independentes dos investimento da industrias de papel e celulose e de siderúrgicas e carvão vegetal (Medrado, 2005). Em 2011, a área de plantios de Eucalyptus totalizou 4.873.952 há, representando crescimento de 2,5% (119.617 há) frente ao indicador de 2010.O principal fator que alavancou esse crescimento foi o estabelecimento de novos plantios frente à demanda futura dos projetos industrias do segmento de Papel e Celulose (ABRAF 2012). O mofo cinzento é uma doença que ocorre no sul e sudeste do Brasil. Ataques mais severos ocorrem em canteiros com alta densidade de mudas e sob condições de alta umidade e temperaturas amenas. A doença afeta tecidos jovens da parte aérea das mudas, causando a morte do ápice ou até mesmo da muda toda, especialmente de mudas jovens. Os sintomas iniciam-se por um enrolamento das folhas seguido de seca e queda das mesmas. Comumente, aparece cobrindo as partes afetadas um crescimento acinzentado formado por micélio, conidióforos e massa de conídios do fungo (KRUGNER e AUER, 2005). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 101 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A Dothyorella do eucalipto é umas das doenças mais importantes de ocorrência no campo causada por Botryosphaeria sp. Cuja fase anamórfica é Dothyorella sp., que causa danos severos. Caracterizase por lesões necróticas nos tecidos do caule, ao longo do tronco e ramo, manifestando-se inicialmente pelo escurecimento do tecido da casca e do lenho, as folhas perdem a turgescência secando-se posteriormente. Pode haver a formação de um calo cicatricial ou mesmo o anelamento, ou seja, a lesão se desenvolve em toda a circunferência do caule, causando a morte da parte aérea da planta, afetando também os ramos secundários de um plantio de eucalipto, sendo frequentemente observada a formação de gomose na área lesionada. E comum a ocorrência de quebra de fuste pelo vento na altura da região lesionada (SOUZA, 2008). Com o crescimento das florestas de eucalipto, e as fabricas de celulose e papel e seus derivados, as florestas tem que ter um índice de IMA (Incremento médio anual) satisfatório, que seria quanto que a florestal cresceu em um ano em metros cúbicos, com isso vem a preocupação com as doenças que atrapalham esse desenvolvimento. O objetivo deste trabalho será apresentar as características e danos dos fungos Botrytis cinera e do Dhotiorella sp. e a ação dos fungicidas sob o patógeno. 2.REVISÃO DE LITERATURA 2.2 Botrytis cinera. – Mofo cinzento O agente causal é o fungo Botrytis cinerea é um patógeno facultativoque vive saprofiticamente no solo e sobrevive na forma de escleródios ou micélio dormente. Sua disseminação dá-se principalmente pelo transporte dos conídios pelo vento e por insetos (KRUGNER e AUER, 2005; FURTADO et al., 2001). As condições favoráveis para o desenvolvimento de B. cinerea são condições precárias de higiene e manejo no viveiro, temperaturas entre 15 e 25º C, dias curtos e nublados com alta umidade (> 90 %) e baixa luminosidade. B. cinerea penetra direta ou indiretamente nos tecidos do hospedeiro, não havendo necessidade de ferimentos, porém as 102 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF epidemias são mais severas quando o material está fisiologicamente debilitado e/ou com ferimentos (ALFENAS et al., 2004). Segundo KRUGNER e AUER (2005), esta doença ocorre principalmente no Sul e Sudeste do Brasil, em viveiros e em casas de vegetação. Os ataques mais severos surgem em canteiros ou bancadas com alta densidade de mudas e sob condições de alta umidade e temperaturas amenas. Na Região Sul, a doença foi também registrada em condições de campo, em plantios jovens de Eucalyptus dunnii. O patógeno uma vez no interior da casa de vegetação, sob alta umidade, e em épocas de inverno, inicia o seu processo de colonização nas folhas mais inferiores da muda, que estão em contato com o substrato, que adquirem o aspecto encharcado e uma coloração enegrecida. A partir daí, passam a se disseminar para as mudas da bandeja, através das folhas basais, levando o patógeno desta fase para as subseqüentes, causando grandes perdas (FURTADO et al., 2000). O controle da doença poderá ser feito mediante redução da densidade das mudas, fertilização sem excesso de N, eliminação de plantas doentes e de folhas infectadas caídas. O controle químico pode ser feito com pulverizações de thiram, maneb, captan, acetato de trifenil estanho, iprodione ou vinclozolin. O uso de benomyl somente poderá ser feito juntamente com algum dos princípios ativos citados, pela existência de estirpes já resistentes ao mesmo (KRUGNER e AUER, 2005; FURTADO et al., 2001). 2.2 Dhotiorella sp. – Seca de ponteiro Segundo Wolf & Wolf, 1993, a seca de ponteiros e causada pelo fungo Dothyorella sp., este fungo foi primeiramento descrito em 1911 por Grossen Backer e Duggar como agente fitopatogênico em espécies de Ribis. Este fungo, é tido como parasita fraco ou saprófita. Outra forma de se visualizar o sintoma é em forma de sapata e intumescimento em que as arvores com lesões pouco profundas formam uma periderme necrofilática na casa. Com o desenvolvimento na nova casca na árvore, a casca externa da lesão é pressionada para fora do tronco e seu trincamento, ocorrido primeiramente pelo ressecamento ou perda de turgescência das células após a colonização do patógeno é intensificado, fazendo com que a casca tende a se Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 103 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA desgarrar do tronco em formas de tiras (FERREIRA, 1989). Segundo Silveira et al., 1996, Botryosphaeria tem sido relatado como um patógeno que apresenta maior agressividade em plantas predispostas à infecção por fatores como desfolhamento, deficiência hídrica e deficiência de boro. Segundo Ferreira et. al, (1977), nas décadas de 1970 e 1980 várias empresas de eucalipto dos estados de ES, MG e SP procuraram conhecer a suscetibilidade ou a resistência de espécies, procedências e clones de eucalipto ao cancro do eucalipto, por meio de inoculações artificiais e de levantamentos de percentuais de plantas mortas pela doença e de plantas sobrevivente naturalmente infectadas em plantações e testes experimentais. A partir desses trabalhos, chegou-se a conclusão de que a resistência a doenças era relativamente abundante tanto em nível inter e intra-espécies e inter e intra-procedências. Para eucalipto ainda não há métodos efetivos de controle, mas devido à incidência e a severidade da doença, Ferreira (1989) indica que a clonagem e o plantio de material resistente constituem a única estratégia de controle. 2.3 Ação dos fungicidas sob patógenos Alguns fungicidas tem ação protetora e outros curativos e sistêmicos. Dentro desta classificação incluem-se os indutores de resistência que não agem como fungicidas inibidores do crescimento micelial e da esporulação. São compostos químicos empregados no controle de doenças de plantas causadas por fungos. Alguns compostos químicos não matam os fungos mas inibem o seu crescimento temporariamente. Tais compostos são chamados de fungistáticos. Alguns produtos químicos inibem a produção de esporos sem afetas o crescimento das hifas no interior dos tecidos e, neste caso, são chamados antiesporulantes (JULIATTI, 2005). 3.CONCLUSÃO Os fungos Botrytis cinera e Dhotiorella sp. são patógenos que causam grandes danos na cultura do eucalipto, tanto na fase de 104 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF viveiro quanto em grandes plantios comerciais. O controle químico pode ser realizado para Botrytis cinera, já que nos casos de Dhotiorella sp. não existe métodos efetivos de controle. Portanto para o Dhotiorella sp. necessário utilizar clones resistentes ao patógenos sendo a única estratégia de controle, evitando assim danos a cultura. 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF: ano base 2011. Brasília, 145p. 2012. PAINEL FLORESTAL. A importância do eucalipto no Brasil.2011. Disponível em: http://painelflorestal.com.br/noticias/australia/ 10971/a-importancia-do-eucalipto-no-brasil. Acesso em: 18 set 2011. Souza, H. G. “Resistencia do eucalipto ao cancro de Chysoporthe cubensis E Botryosphaeria sp”.2008. 109p. Tese (Mestre em Agronomia) – Curso de Pós-Graduação em Fitopatologia Florestal da Faculdade de Ciências Agronômica/UNESP, São Paulo, 2008. MEDRADO, M.J.S.; HOEFLICH, V.A.; CASTRO, A.W.V. Embrapa: evolução do setor florestal no século XXI. 2005. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 105 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA São Paulo: Agronômica Ceres, 4. ed, v. 2, p. 319-332, 2005. FURTADO, E.L.; SANTOS, C.A.G.; TAKAHASHI, S.S. & CAMARGO, F.R.A. Doenças em viveiros de Eucalyptus sp. Diagnóstico e Manejo (Votorantim Celulose e Papel, Unidade Florestal - Boletim Técnico), 2001, 23p. ALFENAS, A. C.; ZAUZA, E. A. V.; MAFIA, R. G.; ASSIS, T. F. de. Clonagem e Doenças do Eucalipto. Viçosa: UFV, p. 442. 2004. Juliatti F. C. Modo de ação dos fungicidas sobre plantas e fungos. Simpósio sobre Relações entre Nutrição Mineral e Incidência de Doenças de Plantas.Anais.Piracicaba –SP, 2005. WOLF, F.T.; WOLF, F.A. A study of Botryosphaeria ribis on willow. Mycologia, v.31, 1939, p. 217-227. SILVEIRA, R.L.V.A.; KRUGNER, T.L; SILVEIRA, R.I; GONÇALVES, A.N. Efeito do boro na suscetibilidade de Eucalyptus citriodora a Botyosphaeria ribis e Lasiodiplodia theobromae. 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RESUMO A paca (Agouti paca) é o segundo maior roedor brasileiro perdendo apenas para a capivara, pertence à ordem Rodentia da família Dasyproctidae e possui um especial potencial zootécnico. Esta espécie, que sofre com a caça predatória e a destruição do seu habitat, possui uma redução populacional constante, que pode levar à extinção da espécie. Uma das formas de diminuir a predação ilegal é através da criação desses animais em cativeiro, sendo necessário seguir uma série de normas para se ter uma criação dentro do aspecto legal. Palavra-chave: animais silvestres, criadouro, Agouti paca. ABSTRACT The paca (Agouti paca) is the second largest Brazilian rodent second only to the capybara, belongs to the order Rodentia Dasyproctidae the family and has a special livestock potential. This Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 107 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA species, which suffers from poaching and habitat destruction, has a constant population reduction, which can lead to extinction. One way to reduce illegal predation is by creating these animals in captivity, being necessary to follow a series of rules to have an establishment within the legal aspect. Keyword: wild animals, breeding, Agouti paca. 1. INTRODUÇÃO Com métodos conservacionistas mais atuais, a criação de animais silvestre com a finalidade de comércio é um dos caminhos viáveis para a preservação de algumas espécies da fauna brasileira, sendo a paca uma das que possui um especial potencial zootécnico. Esta é uma espécie que sofre com a caça predatória e a destruição do seu habitat, que consequentemente leva a uma diminuição de populações e pode chegar a extinção (Redford, 1997, Lopes & Ferrari, 2000; Primack & Rodrigues, 2001; Rosser & Mainka, 2002; Jerozolimski & Peres, 2003). Mesmo com leis para a proteção das matas, os recursos florestais de vários biomas e reservas ecológicas, mananciais e as margens dos rios sofrem cada fez mais agressões dos homens que residem em seu entorno, esses espaços são passíveis de desmatamento e extrativismo irregulares e de caça predatória dos animais silvestres. Como o desmatamento tem sido evitado e controlado, comprometendo a exploração de madeira e implantação de pastagem para o uso da pecuária ou culturas agrícolas, muitos produtores estão optando por criar animais silvestres para a venda, bem como a preservação de áreas que estão sendo restauradas (Campo-Rozo & Ulloa, 2003) O presente estudo tem como objetivo descrever a criação de paca e a viabilidade da conservação de seu habitat. 2. DESENVOLVIMENTO A conservação das matas tem como alternativa de diversificação de produção que causaria menores danos ao meio ambiente, a 108 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF utilização de espécies silvestres adaptadas às condições ambientais locais (Nogueira-Filho & Nogueira, 2000). Segundo Redford & Robinson (1991), a demanda internacional pelo couro de animais silvestres sempre foi atendida através da caça predatória em vários países sul-americanos, especialmente no Brasil. No mercado internacional esse produto é altamente valorizado e a partir da década de 60 e 70, em muitos países, a caça foi considerada ilegal em função do estabelecimento de leis de proteção, mas apesar disso o tráfico continua a ocorrer. As espécies de animais silvestres que poderão ser exploradas economicamente deve-se considerar suas características como adaptabilidade, rusticidade e potencial de produção. Entre as várias espécies de animais silvestres que podem ser utilizadas em criatórios comerciais, destaca-se a Paca (Agouti paca), por se tratar de um animal silvestre em baixo número de espécies no Brasil, indicando facilidade pela adaptabilidade ao cativeiro (Hosken & Silveira, 2001). O IBAMA requer a legalização de um criatório mediante a apresentação de um projeto específico. Dentre deste projeto existe quatro categorias de criatórios: Científico, conservacionista, comercial da fauna exótica e comercial da fauna silvestre brasileira. No criatório comercial o projeto se enquadra na exploração zootécnica. Sobre projeto deve conter as informações necessárias da infra-estrutura da propriedade, espécie a ser criada, bem como o manejo a ser aplicado (ROCHA, 2001). Para obter o plantel inicial de matrizes e reprodutores deverá ser originário de animais provenientes de outros criatórios registrados ou o produto de apreensões dos órgãos fiscalizadores. As espécies que estão comprovadamente causando danos à agricultura ou em locais que elas ocorram em abundância, portanto se autorizada à captura de animais na natureza em áreas onde obedecendo à estrutura familiar peculiar de cada espécie e mediante solicitação formal contendo o levantamento da espécie e informações sobre a captura (IBAMA, 2009). A paca (Agouti paca L.) é o maior roedor da região neotropical, depois da capivara. Os machos adultos medem em média 70 centímetros, do focinho à ponta da cauda e as fêmeas 65 centímetros (figura 1). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 109 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Quem cria, abate e comercializa carne e subprodutos de animais silvestres sem o registro no IBAMA e nas secretarias ou no Ministério da Agricultura (os chamados criatórios clandestinos), poderá ter pena de seis meses a um ano de detenção e multa (GIANNONI, 2001). Abaixo observa-se os valores aproximados para o investimento inicial: Matrizes: R$ 1000,00 cada Instalações: R$ 2000,00 Equipamentos: R$ 500,00 Capital de giro: R$ 500,00 Retorno: 30 meses Área: 60m² Na figura abaixo é demonstrado um criadouro modelo para a a criação das pacas. 110 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Figura 2. Croqui de um criadouro de paca, onde: 1- A recomendação mínima para o beiral é de 1,80 metro; para a cumeeira, é de 2,50 metros. A área livre deve ser coberta por tela 2- As divisões devem ter uma piscina de um metro por um metro, com profundidade de 25 centímetros 3- A parte mais alta do telhado deve ficar no sentido norte-sul, para entrada de sol. Telhas de amianto podem ser usadas em locais mais frios; nos de temperatura alta, melhor usar telhas de barro 4- Cada baia deve ter uma caixa-ninho, com 1,10 metro de comprimento por 70 centímetros de largura Sabendo que paca é o segundo maior roedor encontrado no país, perdendo apenas para a capivara. Seu comprimento varia de 32 a 60 centímetros, da cabeça à base da cauda e pesa em média 10 quilos (MARTHA, 1996). A paca em cativeiro convive bem com outros animais, em um grupo de pacas estudados por Piccinini (1971), composto por três fêmeas e três machos em cativeiro, foram observados: - que esta espécie tem uma particularidade em demarcação territorial, feita com urina, principalmente ao redor dos comedouros; - a eliminação das fezes ocorre num único local e bem afastado do bebedouro e do comedouro. Na tabela abaixo, observa-se os dados produtivos da paca. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 111 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3. CONCLUSÃO A criação de pacas é algo viável economicamente e ambientalmente, pois serve como uma alternativa de diversificação de produção e renda para os produtores rurais e contribui com a diminuição da pressão sobre as populações silvestres, no entanto os aspectos legais devem ser respeitados. 4. REFERÊNCIAS Campo-Rozo, C.; Ulloa, A. 2003. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF MARTHA, E.R.P. Crianza Familiar del Majaz o Paca (Agouti paca) em la Amazonia. Nogueira-Filho, S.L.G. & Nogueira, S.S.C. (2000). Criação comercial de animais silvestres: Produção e comercialização da carne e subprodutos na região sudeste o Brasil. Revista Econômica do Nordeste, 31,2, 188-195. PICCININI, R.S. Criadouros de Animais Silvestres. Criadouros de Capivaras. Ministério do Interior/SUDAM, Belém, Pará. 1971 Primack, R.B.; Rodrigues, E. 2001. Ameaças à diversidade biológica. In: Primack, R.B.; Rodrigues, E. (Eds). Biologia da conservação. Cap. 2. E.R., Londrina, Paraná, p. 69-134. Redford, K.H. 1997. A floresta vazia. In: Valladares-Padua, C., Bodmer, R.E., Cullen Jr. L. (Eds) Manejo e Conservação de Vida Silvestre no Brasil. MCT-Cnpq/Sociedade Civil Mamirauá, Brasília, Distrito Federal. p.1-22. Rosser, A. M. E Mainka, S. A. 2002. 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RESUMO As pacas são animais habitantes das florestas da América do Sul e possui uma importância para a manutenção das mesmas. Por ser animais de hábitos noturnos, é difícil avistá-la transitando nas matas durante o dia. Uma das alternativas encontrada é a criação desses animais em cativeiros é para ornamentação e abate, graças beleza e saborosa carne que o animal possui. Um dos problemas que se tem com a criação desses animais é a baixa taxa de natalidade por fêmea, pois ela reproduz apenas uma vez ao ano. Para manter esses animais em cativeiro, devese ter autorização do IBAMA e o registro de todos animais ali criados. Palavras – chave: Agouti paca, IBAMA, recintos. ABSTRACT Pacas the animals are inhabitants of the forests of South America and has an importance for the maintenance of the same. Being Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 115 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA nocturnal animals, it is difficult sighting it transiting the woods during the day. One alternative is found creating these animals in captivity is for ornamental and slaughter, thanks beauty and tasty meat that the animal possesses. One of the problems you have with the creation of these animals is the low birthrate per female, as it plays only once a year. To keep these animals in captivity, must have authorization from IBAMA and registration of all animals raised there. Keywords: Agouti paca, IBAMA, standards enclosures. 1. INTRODUÇÃO A fauna é algo que apresenta uma grande riqueza para a humanidade, do ponto de vista ecológico, científico, econômico e cultural. Infelizmente, uma grande parte da sociedade não entende e reconhece o imenso valor ecológico que a fauna apresenta e desempenha na parte da estruturação e manutenção dos ecossistemas. Sem contar que o conhecimento técnico sobre os aspectos bio-ecológicos dos animais da fauna nativa é escasso (VIDOLIN et al, 2004). Alguns países como o Brasil existem uma grande diferença de regiões e devido essa vasta diversidade, a fauna silvestre é utilizada como fonte proteica para populações do interior do país. Muitas vezes, a utilização desses animais para fins comerciais é ignorada a fiscalização ou subestimação de órgãos responsáveis para proteção; sendo que o aproveitamento desses animais é feito através de caça descontrolada, e consequentemente a destruição de seus hábitats, causando além da perda de fauna, de certa forma a flora é afetada (FILHO E NOGUEIRA, 2000). Um dos meios de perpetuar as espécies são os criadouros de animais e para isso na lei nº 5.197 de 1967 o Poder Público no artigo 3º relata: Art. 3º. É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha. § 1º Excetuam-se os espécimes provenientes legalizados. § 2º Será permitida mediante licença da autoridade competente, a apanha de ovos, lavras e filhotes que se destinem aos estabelecimentos acima referidos, bem como a destruição de animais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública. 116 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Já no artigo 6º alínea b) relata: Art. 6º O Poder Público estimulará: b) a construção de criadouros destinadas à criação de animais silvestres para fins econômicos e industriais. O objetivo desse trabalho foi apresentar informações sobre a criação de pacas e propor um recinto para alojar quatro exemplares. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. CARACTERIZAÇÃO DAS PACAS A paca é um animal que habita as florestas Sul – americanas. Elas se alimentam de frutos que caem das árvores e habita perto de locais com água. Por ser considerada como iguaria por sua grande quantidade de proteína na carne, a exploração do animal ocorreu de forma indiscriminada, resultando uma diminuição significativa na população (BONATELLI et al, 2005). As pacas pertencem a ordem Rodentia e a família Agouti (GUEDES et al. 2000). Ela apresenta dois representantes; Agouti paca, conhecida como “paca comum” e Agouti taczanowslii, conhecida como “paca da montanha”. Apresentam hábitos noturnos e terrestres, durante o dia ficam entocados durante o dia (NOGUEIRA et al, 2006). Uma das funções da paca é a dispersão de sementes para manutenção e regeneração das florestas que depende de animais roedores. Esses animais são afetados de forma negativa pelo processo de fragmentação das florestas, comprometendo também a regeneração das plantas dispersas pelas espécies de roedores. Um dos fatores da fragmentação das florestas é devido a culturas agrícolas, exploração madeireira e plantios de eucalipto nas regiões de Mata Atlântica ( ZUCARATTO et al, 2009). 2.2. CRIADOURO DE PACAS De acordo com uma reportagem realizada pelo Globo Rural em agosto de 2013, há relatos de alguns hábitos das pacas, como hábitos Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 117 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA noturnos, são animais tímidos. Para que haja o gasto dos dentes desses roedores é necessário deixar galhos de goiabeiras ou eucalipto. Na época de acasalamento a fêmea é obrigada a copular com o macho, pois, seu órgão genital apresenta espinhos que causam o sangramento da fêmea. A mesma apresenta uma gestação por ano; quando ela pari o filhote, a fêmea é isolada com o recém – nascido por cerca de 30 dias para evitar o infanticídio. Os filhotes são marcados com microchip por ordem do Ibama com três meses após a desmama para saber seu histórico familiar e genético. Uma das maiores procuras citadas nessa reportagem é para ornamentação e alimentação. O ponto de abate dos animais dentre 10 e 12 meses, quando atingem cerca de 8 kg. O quilo do animal vivo sai por cerca de 60 reais. E outra reportagem exibida pelo Jornal Regional – Sul de Minas em março de 2013; relata que cada animal necessita de 1 m² ; já no criadouro onde foi realizado a reportagem, o quilo do animal vivo sai por cerca de 80 reais. Há relatos também que em Minas Gerais há existência de dez criadores cadastrados. De acordo com LAZZARI, a profundidade das piscinas é de 0,25cm, o sentido do telhado é norte-sul, de preferência telhas de barro para locais mais quentes. O ninho deve ter a dimensão de 1,10m por 0,70m. Para a comercialização de produtos de animais silvestres devem se encaixar com os quesitos descritos na Portaria nº 117 de 15 de outubro de 1997, sem contar que a venda deve ocorrer com a nota fiscal emitida pelo criadouro. 2.2.1. NORMATIVAS PARA INSTALAÇÃO DOS CRIADOUROS O recinto dos animais de acordo com a normativa nº 04 de 2002 do Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis relata que o espaço deve conter cerca de 70 m² sendo que 40% (28 m²) estão destinados ao tanque. Dos 60% (42 m²) de área restante, cerca de 0,77m² está destinado para o ninho; 2m² para à maternidade, restando cerca de 39,23m² de área livre para o convívio de quatro animais (três fêmeas e um macho). De acordo com o Anexo 169/2008 do IBAMA, o piso do recito deve ser com terra com grama ou vegetação rasteira. 118 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2.2. PROPOSTA DE UM RECINTO Abaixo observa-se uma proposta de recinto para alojar quatro exemplares: 3. CONCLUSÃO Concluiu-se que a criação de pacas é uma alternativa viável, tanto economicamente, quanto ambientalmente. No entanto, é necessário seguir as normas do IBAMA para que a atividade seja legalmente desenvolvida trazendo os benefícios esperados. 4. REFERÊNCIAS BONATELLI, M.; CARTER, A. M.; MACHADO, M. R. F.; OLIVEIRA, M.F.; LIMA, M.C.; MIGLINO, M. A. Placentation in the paca (Agouti paca Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 119 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA L). Reproductive Biology and Endocrinology 2005. 12 FILHO, S.L.G.N.; NOGUEIRA, S.S.C. Criação Comercial de Animais Silvestres: Produção e Comercialização da Carne e de Subprodutos na Região Sudeste do Brasil. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 31, n. 2 p. 188-195, abr-jun. 2000. Globo Rural: Criação de pacas Disponível em: <http:// www.youtube.com/watch?v=RyEfbGYH8yM> Acesso em: 07 mar. 2014. GUEDES, P.G.; SILVA, S.S.P.; CAMARDELLA, A.R.; ABREU, M.F.G.; BORGESNOJOSA, D.M.; SILVA, J.A.G.; SILVA, A. A. Diversidade de mamíferos do Parque nacional de Ubajara (Ceará, Brasil). MASTOZOOLOGÍA NEOTROPICAL JOURNAL OF NEOTROPICAL MAMMALOGY, ©SAREM, 2000. Pág. 94100. IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – Instrução Normativa Ibama anexo 169/2008. Disponível em: < http://www.ibama.gov.br/cartas-topo-bh-sao-francisco/ category/77-legislacao_fauna?download=5576%3A2008_ibama_ in_169-2008_anexo> Acesso em 07 de mar. 2014. Jornal Regional – Sul de Minas. Criação de pacas em Soledade de Minas Disponível em: <http://globotv.globo.com/eptv-sp/jornalregional-sul-de-minas/v/produtor-cria-pacas-ha-20-anos-emsoledade-de-minas-mg/2447002/> Acesso em: 07 de mar. 2014. LAZZARI, N.M. A paca é um dos animais silvestres mais fáceis de criar em cativeiro. Disponível em: <http://www.cpt.com.br/cursosanimais-silvestres/artigos/a-paca-e-um-dos-animais-silvestres-maisfaceis-de-criar-em-cativeiro> Acesso em: 07 de mar de 2014. Lei Federal nº 5.197 de 3 de janeiro de 1967. Disponível em: < http:/ /www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5197.htm> Acesso em: 10 de mar. 2014. Ministério do Meio Ambiente Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 120 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF dos Recursos Naturais Renováveis Instrução Normativa nº 04, de 04 de março de 2002. NOGUEIRA, T.M.R.; GIANNONI, M.L.; TONIOLLO, G.H. Observações preliminares sobre a reprodução de uma colônia de pacas Agouti paca Linnaeus, 1766 em cativeiro. Núcleo de Estudos Agrários Ano VI – Nº 25 – Setembro de 2005. Pág.:85-93. VIDOLIN, G.P.; MANGINI, P.R.; MOURA-BRITTO, M.; MUCHAILH, M. C. Programa estadual de manejo de fauna Silvestre apreendida – Estado do Paraná, Brasil. Cad. biodivers. v. 4, n. 2,dez. 2004 ZUCARATTO, R.; CARRARA, R.; FRANCO, B.K.S. Dieta da paca (Cuniculus paca) usando métodos indiretos numa área de cultura agrícola da Floresta Atlântica brasileira. Biotemas, 23 (1): 235-239, março de 2010. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 121 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 122 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ASPECTOS DA CRIAÇÃO DE JACUS Jorge Luiz RAMOS1 Gustavo Henrique CIAVRELI¹ Augusto Gabriel Claro de MELO² 1 Acadêmicos do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP; ² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP ([email protected]). RESUMO O jacu é uma ave da família Cracidae que apresenta plumagem escura e manto estriado de coloração branca e barbela vermelha, sendo essa uma característica marcante da espécie. Possui habito silvícola, sendo de grande importância para a dispersão de sementes, pois são considerados frugívoros. A criação do animal em cativeiro tem apresentado expansão, porém a legislação deve ser respeitada, sendo os destinos dos animais criados em cativeiro a reintrodução em áreas naturais e o uso ornamental. Palavras-chave: ave silvestre, Penelope obscura¸criadouro. ABSTRACT The guan is a bird of the family Cracidae which features dark plumage and striatal mantle of white color and red wattles, this being an important characteristic of the species. Have forestry habit, being of great importance for the dispersal of seeds because they are considered frugivorous. The creation of the animal in captivity Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 123 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA has shown expansion, but the law must be respected, and the fates of animals bred in captivity for reintroduction to natural areas and ornamental use. Keywords: wild bird, Penelope obscura ¸ breeding. 1. INTRODUÇÃO O Brasil tem uma das maiores riquezas em avifauna do mundo com 1700 espécies existentes mais de 10% são endêmicas, o que torna o Brasil um país um dos mais importantes em investimentos em conservação (Sick 1997), porém, por outro lado o país sofre com o tráfico de animais (RENCTAS, 2002). O tráfico de animais silvestre é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas (Le Duc, 1996). Segundo o IBAMA (2002), cerca de 82% dos animais que são apreendidos pelos fiscais são aves. Para solucionar o problema com tráfico a devolução dos animais à natureza é a solução escolhida pelos órgãos de fiscalização e tem grande simpatia e apoio público, entretanto, tal ação tem um grande potencial de risco aos ambientes e às populações naturais e traz poucos benefícios à conservação (IUCN 2000). A maioria das espécies capturadas ilegalmante é libertada em locais impróprios (fora de sua ocorrência natural) e ausente de um avaliação apropriada de seu estado sanitário . (Marini e Garcia, 2005). O Presente trabalho teve como objetivo levantar informações sobre Penelope obscura e elaborar um recinto para alojar indivíduos dessa espécie. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Descrição da espécie O Jacu (Penelope obscura) é uma ave (Figura 1) pertencente à família Cracidae e ocorre no sudeste e sul do Brasil, tendo abrangência nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do sul e também em países como Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia (GRAHAM, 1986) (Figura 2). O Jacu é uma ave rara que 124 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF habita florestas primárias altas sendo que alguns autores (Marini e Garcia, 2005) classificam os seguintes habitats para a P. obscura: Mata seca, transição entre Caatinga e Cerrado, floresta seca de palmeiras, e mata de várzea e de galeria, sendo que, não inclui vegetação secundária ou Caatinga. Sua plumagem aparente é de cor verde-bronze bem escura, pescoço e manto finamente estriados da coloração branca, possuindo uma barbela vermelha, característica marcante do animal. As pernas são anegradas, asas grandes e arredondadas, a fêmea possui íris castanha e o macho a íris vermelha (STRAUBE, 1988). É ameaçado pela caça predatória sendo considerada uma das aves mais cinergéticas, sendo usada na alimentação da população Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 125 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA rural da Amazônia e também ameaçado pelo desmatamento irracional. Para fins de preservação é necessário fazer o proveito de reprodução em cativeiro para se obter espécimes para serem utilizadas em programa de repovoamento. Esta ave chega até 85 centímetros de comprimento, sendo que sua asa possui 34 centímetros, seu bico em média 3,4 centímetros, sua cauda 34 centímetros e seu tarso 8 centímetros chegando a pesar 1.000 a 1.200 gramas (SIGRIST, T., 2009). Tem dieta predominantemente frugívora (figura 3), atuando como importante dispersor de semente, porém, predam folhas e brotos, o ato de beber se aparenta muito com o do Pombo (Columbia livia), que é o processo de sugar com o bico dentro d’agua se nota a ingestão pelo movimento da garganta. (GRAHAM, 1986). Atualmente ele tem um potêncial econômico muito forte devido ao beneficiamento do café quando passa pelo trato intestinal do jacu, sendo que, um pacote com 250g do pó chega até R$ 90,00. 126 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2. Criação de Jacu O recinto foi projetado segundo as exigências da Instrução Normativa do IBAMA nº04/2002 que diz respeito à família Cracidae de porte grande exige que para duas aves tenha um espaço de 12m² e apresente piso de terra e folhiço com vegetação arbórea e arbustiva incluindo um espaço com areia para o animal espojar. O recinto ficou estabelecido com 9x5 metros totalizando em 45m², estas medidas foram adotadas para melhor aproveitamento do local selecionado e alojar quatro exemplares. Dentro do recinto haverá um banco de areia com dimensões de 3,5 x 3,5, um cantil de água com 0,5x0,5 e um comedouro com as dimensões idênticas (figura 4) A proteção desse criadouro será com o Alambrado Galvanizado Fio BWG 14 (2,10mm), sendo que existe uma mureta de 1 metro para evitar futuros problemas com o animal e uma porta com 1,2 metros de largura e 2,2 metros de comprimento para possibilitar a entrada no criadouro. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 127 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 3. CONCLUSÃO Concluiu-se que a criação desses animais em cativeiro é viável e de grande importância para contribuir com a proteção dessa espécie. As normas exigidas pelo órgão ambiental são essenciais para garantir um ambiente adequado para a criação desses animais. 4. REFERÊNCIAS Graham, D.J. (1986) Lista das aves da Reserva Estadual da cantareira. São Paulo: Inst. Florestal de São PAulo. IUCN, 2000; diretrizes sobre a disposição de animais confiscados. Aprovado no 51° Encontro do Conselho da Iucn: Gland, Suíça. Le Duc, J. P. (1996) Trafficking in animals and plants: a lucrative form of crime. International Criminal Police 458/459: 19-31 Marini, M. A. e F. I. Garcia (2005) Bird Conservation in Brazil. Cons. Biol. 19: 665-671. 128 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF RENCTAS (2002) 1º relatório nacional sobre o tráfico de fauna silvestre. Brasília:Rede Nacional de Combate ao Trá-fico de Animais Silvestres (RENCTAS). Straube, F. C. (1988); Contribuições ao conhecimento da avifauna da região sudoeste do Estado do Paraná (Brasil). Biotemas 1:63-75 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 129 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 130 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CULTIVO CONSORCIADO DE SERINGUEIRA E CAFÉ Bárbara Tamires Lucas da Silva SALES1 Adriana Novais MARTINS2 Eduardo SUGUINO3 1 Acadêmica do Curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça, SP, Brasil. E.mail: [email protected] (Bolsista FAPESP) 2 Eng. Agr., Dra, Pesquisadora Científica da APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/SAA, Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Marília, SP, Brasil. E.mail: [email protected] 3 Eng. Agr., Dr., Pesquisador Científico da APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/SAA, Pólo Regional do Centro Leste, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E.mail: [email protected] RESUMO As mudanças climáticas se tornam, a cada dia, mais evidentes no cenário agroflorestal. Recentemente a região sudeste do Brasil enfrentou temperaturas elevadíssimas, destoando do histórico climático regional dos últimos 50 anos. Para amenizar os efeitos do calor excessivo na produção, algumas alternativas de manejo, como a consorciação de culturas, são utilizadas. Na região de Garça, SP, alguns cafeicultores usam a consorciação com seringueiras, para tentar diminuir a temperatura do sistema de produção, aliando-se a isto o melhor aproveitamento da área e dos insumos, tanto de café, como de borracha natural. Desse modo, entender a dinâmica deste sistema produtivo torna-se fundamental para o sucesso deste empreendimento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 131 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavras-chave: Coffea arabica; culturas intercalares; Hevea brasiliensis; sombreamento ABSTRACT Climate change becomes every day more evident in the Brazilian agroforestry scenario. Recently, the southeast of Brazil confronted high temperatures, diverging from regional climate history of the last 50 years. To reduce the effects of excessive heat on production, some management alternatives, as the intercropping, have been implemented. In the region of Garça, SP, some farmers has implemented the intercropping with rubber as an attempt to decrease the temperature of the production system, allying this to the best use of area and production inputs, both of coffee, as natural rubber. Thus, understand the dynamics of this production system is fundamental to the success of rural producers. Keywords: Coffea arabica; intercropping; Hevea brasiliensis; shading cultures 1.INTRODUÇÃO A seringueira, pertencente à família Euphorbiaceae, é uma árvore de grande porte, com ciclo perene, originária da região Amazônica. A classificação do gênero Hevea compreende 11 espécies de seringueiras. A espécie Hevea brasiliensis é considerada a mais importante do gênero por possuir a maior diversidade genética e alta produtividade de látex. As plantas podem atingir até 30 m de altura sob condições favoráveis, iniciando a produção de sementes e borracha natural aos 4 e 7 anos, respectivamente (GONÇALVES; MARQUES, 2008). Os países asiáticos Tailândia, Indonésia, Malásia, Índia, Vietnã e China são os mais importantes produtores mundiais de borracha, respondendo por cerca de 90% do total. Atualmente, o Brasil produz cerca de 274 mil toneladas de látex coagulado, o que representa 2,4% da produção total. Em âmbito nacional, os estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Espírito Santo são os principais produtores, sendo São Paulo responsável por 55% da produção 132 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF nacional, possuindo aproximadamente 51.000 hectares já implantados com a atividade e mais de 14 milhões de hectares aptos à heveicultura (RUBBER STATISTICAL BULLETIN, 2013; FAESP, 2011; AGRIANUAL, 2013). Destaca-se que a seringueira, além de fornecer látex e madeira, apresenta grande capacidade de reciclagem de carbono. De acordo com COTTA et al. (2006), um hectare de seringal retira aproximadamente 1,4 tonelada de gás carbônico da atmosfera por ano. A seringueira é uma planta tipicamente tropical, sendo que temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento das árvores (CAMARGO; CAMARGO, 2008). Apesar de tolerar níveis de deficiência hídrica superiores a 200 mm anuais, devido às mudanças climáticas previstas, recomenda-se atualmente o plantio em áreas de solos profundos e de textura média, com temperaturas médias em torno de 20ºC (COSTA et al., 2008). Com relação ao café (Coffea arabica L.), esta é uma rubiácea, originária da Etiópia, onde é cultivada predominantemente em condições de sombreamento, em altitudes que variam de 1.000 a 2.500 m. Apesar disso, o café é uma espécie que apresenta grande adaptação podendo ser cultivada a pleno sol (NASCIMENTO et al., 2006). Entretanto, com as previsões de mudanças climáticas, principalmente no que diz respeito ao aquecimento global, há a necessidade de adequação dos sistemas produtivos, uma vez que esta espécie tem como recomendação de plantio, áreas com temperaturas médias entre 18 e 22ºC (LEAL et al., 2007). A temperatura das folhas dos cafeeiros é um parâmetro importante, pois altas temperaturas limitam o desempenho fotossintético, podendo causar escaldadura nas folhas, aborto das flores e reduzir a produtividade do cafeeiro (DAMATTA, 2004). Levando-se em consideração as recentes alterações climáticas observadas no Centro Oeste Paulista, a utilização de sistemas consorciados café x seringueira tem se mostrado promissora para a região. 2.DESENVOLVIMENTO Estudos apontam que a seringueira é uma opção econômica em consórcio com culturas anuais (soja, mandioca, feijão, milho, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 133 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA amendoim), perenes (café, palmito, cacau, coco, citrus e pimenta do reino) ou semiperenes (banana, maracujá, mamão, abacaxi). No entanto, o sucesso desses sistemas depende da escolha correta do espaçamento para as seringueiras em função do cultivo que se pretende intercalar e/ou consorciar. Há várias alternativas de plantio, porém as mais indicadas recomendam uma distância mínima de dois metros entre as linhas de seringueira e o outro cultivo (PEREIRA, 2007). A figura 1 ilustra dois modelos de arranjo para o consórcio seringueira-café (sistema contínuo e zonal). O seringal pode ser implantado no momento da substituição de cafezais antigos, servindo este como quebra-vento e sombreamento controlado durante a fase de formação das seringueiras. Nesse caso, o plantio da seringueira em substituição ao café deve ser feito em ruas alternadas colocando as mudas na projeção da copa da planta de café. Outra opção é o plantio do café como cultura intercalar até a formação do seringal implantado nos espaçamentos convencionais (78 m entre linhas e 2,5 a 3,0 m entre plantas). No entanto, as plantas de seringueira sombreiam rapidamente as entrelinhas, limitando o desenvolvimento do café, principalmente após o quarto ano. O cafeeiro deve ser plantado no sistema adensado, nos espaçamentos de 1,5 a 134 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2,0 m por 0,5 a 1,0 m, respeitando um espaço mínimo de 1,5 m em relação às linhas da seringueira. Outras disposições do seringal podem ser planejadas visando aumentar a vida útil do cafezal, tais como: em linhas simples de 10 x 2,5 m, 12 x 2,5 m, ou em linhas duplas de 4 x 3 m, 4 x 2,5 m ou 5 x 2,5 m, espaçadas de 10 a 12 m entre si. Nesse sistema, é possível a colheita de três a quatro safras de café, quando o sombreamento exercido pelas seringueiras passa a ser prejudicial ao cafeeiro. Vários outros arranjos podem ser feitos de modo a adequar o sistema aos interesses do produtor. Pode-se, também, realizar a implantação do consórcio em sistema permanente de exploração, conhecido como plantio em renque. Os renques devem ser espaçados entre si de 20 a 25 m, ou até 100 m. Cada renque pode ser composto por linhas simples de seringueiras, espaçadas de 2,5 a 3,0 m entre plantas, ou linhas duplas, no espaçamento de 4,0 x 3,0 m, 4,0 x 2,5 m ou 5,0 x 2,5 m (PEREIRA, 2007). Deve-se lembrar que os arranjos devem ser feitos visando diversos aspectos, entre eles a mecanização da lavoura, principalmente quando da colheita do café. De acordo com FANCELLI (1990) existem muitos efeitos benéficos sobre as plantas de café quando associadas à seringueira, como a produção de internódios mais longos, essencial para produção de frutos de melhor qualidade; produção de frutos de maior tamanho; microclima mais ameno ao cafeeiro, mantendo um ambiente favorável à produção com temperatura noturna mais alta e diurna mais baixa; redução do ciclo bienal; menor incidência da seca dos ponteiros, devido ao microclima favorável; aumento do número de ramos plagiotrópicos primários e secundários, ampliando a capacidade produtiva do cafeeiro. No entanto, as duas espécies apresentam problemas com nematóides do gênero Meloidogyne, sendo necessário cuidado na escolha da área de plantio e atenção especial à qualidade das mudas. 2.1. Efeitos climáticos A Região Centro Oeste do Estado de São Paulo vem apresentando temperaturas muito elevadas, associadas ao baixo índice de chuvas, nos últimos meses. Os meses de janeiro e fevereiro de 2014 ficaram com as temperaturas máximas 3,3ºC e 2,5ºC acima das máximas médias dos últimos 10 anos, respectivamente (Figura 2). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 135 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA As chuvas também apresentaram oscilações, ficando os totais mensais abaixo da média dos últimos 10 anos (Figura 3). Essas alterações climáticas marcantes observadas no início de 2014 interferiram significativamente em todas as culturas regionais, incluindo café e seringueira. No caso específico da seringueira, a produção de látex apresentou ligeiro decréscimo. Entretanto a fenologia das plantas foi significativamente alterada. A maturação dos frutos, normalmente observado entre fevereiro e março na região, foi atrasada, sendo que se observam plantas com os frutos em formação no mês de abril/ 2014. Outro problema detectado na região foi a ocorrência de floradas múltiplas em seringais, fato não muito comum. Em relação ao café, as plantas apresentaram escaldaduras de 136 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF folhas devido às altas temperaturas e também à elevada radiação. Pequena taxa de chochamento de grãos também foi observada pelos produtores regionais. Estudos desenvolvidos em diferentes regiões do mundo mostram que as mudanças climáticas com certeza irão impactar a produtividade das culturas, entretanto a magnitude destas ainda é incerta uma vez que a produtividade depende de uma série de fatores (climáticos, físicos, biológicos, sociais), difíceis de quantificar no presente momento (EWERT et al., 2005; ZHANG; LIU, 2005). 2.2. Alternativas e novos estudos LEAL et al. (2007) em estudo sobre o consórcio café (Coffea arabica) e seringueira (Hevea brasiliensis) em Londrina-PR avaliaram a produtividade das plantas de café situadas sob a influência das copas das seringueiras nos lados norte e sul das filas duplas. Observaram que a produtividade média das plantas foi maior no lado sul destas. Essa diferença foi atribuída à menor insolação recebida no inverno. Durante as horas mais frias do dia não houve diferença entre as temperaturas das folhas nas faces S e N. Concluíram que, apesar das temperaturas médias da região serem adequadas ao cultivo do café arábica, o sombreamento pode favorecer a produtividade dos cafeeiros, contribuindo para a diminuição da temperatura foliar. MACEDO et al. (2006) pesquisaram características silviculturais da seringueira (Hevea brasiliensis) e a produção de cafeeiros (Coffea arabica) em fase de estabelecimento dos sistemas agroflorestais implantados em Lavras-MG. Os maiores valores de crescimento em altura e diâmetro das plantas de seringueira foram verificados nos tratamentos consorciados em altas densidades de plantio, com cerca de 28, 36 e 48 m2 de área por árvore de seringueira. As maiores produções de café beneficiado foram observadas naquelesconsorciados com seringueiras em baixas densidades de plantio, (A1=60, A2=90, A4=72 m2) correspondendo respectivamente a acréscimos de produção de 9,62 sacas/ha, 10,86 sacas/ha e 20,14 sacas/ha a mais que a obtida no sistema de cafeeiros em monocultivo. Esses resultados ressaltam, a importância da avaliação dos arranjos populacionais em cada situação de cultivo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 137 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA NASCIMENTO et al. (2006) ressaltam que o cultivo da seringueira em monocultivo ou consorciada com cafeeiro surge como alternativa promissora e uma opção para os cafeicultores frente às constantes oscilações da produção e do mercado. Porém, a produtividade de ambas as culturas pode variar de acordo com as oscilações climáticas decorrente do sistema de cultivo adotado. Sendo assim, os autores avaliaram os efeitos da variação dos fatores do clima e dos sistemas de cultivo sobre as trocas gasosas, eficiência fotoquímica do fotossistema II (FV/FM) e anatomia foliar do cafeeiro. Foram estudados quatro sistemas de cultivo: café em monocultivo, três fileiras de cafeeiros a cada fileira dupla de seringueira, uma fileira de cafeeiros a cada fileira de seringueira e três plantas de café a cada planta de seringueira na mesma fileira. As plantas de café dos sistemas consorciados apresentaram os menores valores de taxas fotossintéticas (A), condutância estomática (gs), transpiração (E) e maiores valores para a razão FV/FM. As plantas de café em monocultivo apresentaram médias superiores de espessura dos parênquimas paliçádico e lacunoso, do limbo foliar, além de maior índice estomático em relação aos demais sistemas de cultivo, apresentando, dessa forma, plasticidade anatômica para a espécie, quando comparada às plantas de sol e sombreadas pela seringueira. Na região Centro Oeste Paulista já é possível observar produtores utilizando sistemas consorciados de seringueira e café (Figuras 4 e 5). Os resultados ainda são insipientes, mas promissores, sendo que a temperatura das folhas do cafeeiro sombreados tendem a ficarem cerca de 2ºC abaixo da temperatura registrada em cafeeiros cultivados a pleno sol, diminuindo os danos pelas temperaturas xtremas e excesso de radiação. Há certa relutância entre os produtores regionais com relação à aceitação destes novos arranjos consorciados, principalmente devido ao quesito mão de obra. Entretanto, os novos estudos apontam para disposições que contemplem o sombreamento necessário do cafeeiro, com a possibilidade de mecanização da área. Para efetivar esses arranjos são necessárias informações sobre o solo (constituição física, topografia e outros) e clima. O uso da irrigação como ferramenta tecnológica tem apresentado resultados positivos, principalmente na implantação do sistema consorciado e na produtividade dos cafeeiros. 138 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O impacto das mudanças climáticas na agricultura é consenso entre os pesquisadores da área. Entretanto, é certo que as condições Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 139 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA meteorológicas podem ser contornadas, amenizando os efeitos negativos sobre as plantas. Técnicas como melhoramento genético podem contribuir sobremaneira para adaptação das espécies, mas sabe-se que no caso de culturas perenes este processo é lento. Assim sendo, arranjos produtivos consorciados podem ser alternativas em curto prazo para a convivência harmônica entre a agricultura e o clima. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRIANUAL - ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA. Seringueira e café. São Paulo: Instituto FNP, 2013. 463p. ALVIN, R.; VIRGENS FILHO, A. de C.; ARAÚJO A.C. Agrossilvicultura: recuperação e remuneração antecipadas de capital no estabelecimento de culturas arbóreas. Ilhéus: CEPLAC, 1989.136p. (Boletim Técnico, 161). CAMARGO, A.P; CAMARGO, M.B.P. Aptidão climática da heveicultura no Brasil. In: ALVARENGA, A.P.; CARMO, C.A.F.S. Seringueira. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF DEMARCAÇÃO DE ÁRVORES MATRIZES NA FAZENDA CASCATA EM GARÇA - SP 2 Armando PEDRONI1 Victor Lopes BRACCIALLI2 Edgard MARINO JUNIOR2 1 Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil, e-mail: [email protected] Docentes do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil, e-mail: [email protected] RESUMO Este estudo objetivou a descrição do processo de demarcação de árvores matrizes, de espécies nativas da flora na Fazenda Cascata em Garça-SP, além da demarcação de matrizes florestais para obtenção de sementes destinadas a produção de mudas para restauração florestal. As árvores selecionadas apresentavam superioridade em relação às demais da população no ambiente natural. Realizou-se um levantamento florístico de espécies arbóreas nos fragmentos de mata, por meio de caminhadas aleatórias. Foram selecionadas 60 indíviduos de 26 espécies. Das matrizes demarcadas, foram encontradas 13 famílias. As árvores selecionadas apresentaram as qualidades necessárias para a produção de mudas nativas utilizadas nas restaurações. Palavras-chave: seleção de árvores mães, sementes nativas, produção de mudas. ABSTRACT This study aimed to describe the demarcation of mother trees of native species of flora in Heron Farm in Cascade SP process, and the Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 143 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA demarcation of forest arrays to obtain seed for the production of seedlings for forest restoration. The selected trees showed superiority to other population in the natural environment. We conducted a floristic survey of tree species in forest fragments, through random walks. 60 individuals of 26 species were selected. Demarcated matrices, 13 families were found. The selected trees provided the necessary for the production of native plants used in restoration qualities Keyword: selection of mothers trees, native seeds, seedling production. 1. INTRODUÇÃO A perda de vegetação nativa deixa claro a percepção da sociedade frente ao problema do desmatamento no Estado. Entre as iniciativas destacam- se a educação ambiental, criações, ampliações e alterações de resoluções da SMA, cursos de capacitação de profissionais e estudantes, pesquisas e ações nas áreas de recuperação de áreas degradadas e restauração florestal. A restauração florestal nada mais é que a minimização dos efeitos dos processos de fragmentação/degradação através da regeneração artificial de espécies nativas locais, podendo ser chamada também de restauração florestal (KAGEYAMA et al., 2003). Em programas de reflorestamento, utilizando espécies nativas, um ponto fundamental é a origem genética das sementes. A origem ou procedência, número de matrizes, número de sementes coletadas e a contribuição genética, têm papel central no sucesso dos programas. A recuperação de áreas dependem,’ em parte, do potencial genético do material utilizado na reposição florestal. De acordo com Gomes et al. (1991) o êxito na formação de florestas de alta produção depende, em grande parte, da qualidade das sementes e mudas, que, além de terem que resistir às condições adversas encontradas em campo após o plantio, deverão sobreviver e, por fim, produzir árvores com crescimento volumétrico economicamente desejável. Segundo Kageyama (2003), duas características fazem com que as sementes florestais sejam fundamentais na formação de plantios florestais, tanto para produção de bens e serviços como para a 144 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF recuperação de áreas já degradadas: sua capacidade de distribuir a germinação no espaço (pelos mecanismos de dispersão) e no tempo (pelo mecanismo de dormência). O autor cita que, tendo em vista o seu tamanho, geralmente pequeno, e a sua fácil conservação ao longo do tempo, seu manuseio torna-se fácil e a produção de mudas a partir das sementes pode ser realizada em regiões ou épocas distintas daquelas em que as mesmas foram produzidas. Abreu (2007) cita que, por conta desses motivos, a produção de mudas florestais nativas através da germinação de sementes é um processo que requer um bom projeto e planejamento, além de técnicas específicas. Para isso devem ser selecionadas boas sementes, coletadas de árvores de boa qualidade fenotípica e genotípica, denominadas árvores matrizes. A fazenda Cascata está localizada no município de Garça, Estado de São Paulo. Atualmente, a produção agrícola da unidade rural concentra-se na pecuária e cafeicultura. A propriedade possui 1.700 hectares, com aproximadamente 25 % remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. Além da representatividade de seus remanescentes florestais, possui uma rede hidrográfica de grande significância para a cidade de Garça, pois é responsável por 25% do abastecimento público de água do município. O recurso hídrico utilizado no abastecimento, é armazenado através de represamento artificial, com espelho d’água aproximado de 6.000 m². Para a seleção das árvores matrizes deve-se levar em conta o conceito de tamanho efetivo da população (Ne), referente a representatividade genética de um individuo em função de seu sistema reprodutivo e de sua genealogia. A colonização a partir de poucos indivíduos gera uma população com baixo valor de Ne, fato que acarreta na diminuição da capacidade da população de manter suas características genéticas ao longo de muitas gerações (KAGEYAMA & GANDARA, 1999). A coleta de sementes florestais deve ser realizada quando as mesmas atingem a maturação fisiológica, visto que nessa época elas apresentam maior porcentagem de germinação, maior vigor e maior potencial de armazenamento. Portanto, é sempre necessário determinar o momento em que a semente atingiu a maturação fisiológica, antes de coletá-la (ECOFLOR,2011). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 145 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Este estudo tem por objetivo a demarcação de árvores matrizes, de espécies nativas da flora na Fazenda Cascata região de Garça- SP, para a obtenção de sementes destinadas a produção de mudas para restauração florestal. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O trabalho foi realizado na Fazenda Cascata, localizada na Microbacia Hidrográfica do Córrego Barreiro, município de Garça/SP, latitude 22° 14’ 17"S, longitude 49° 38’ 17" W e altitude aproximada de 670 metros. A seleção e marcação das árvores matrizes foram realizadas em fragmentos de mata nativa situados dentro dos limites da Fazenda Cascata 2.2. PROCEDIMENTOS E MATERIAIS Realizou-se o levantamento florístico de espécies arbóreas nos fragmentos de mata nativa, por meio de caminhadas aleatórias. Quando desconhecida a espécie, o exemplar foi fotografado e foram coletados materiais botânicos (ramo, flor, fruto, semente). Os materiais coletados foram levados para a biblioteca da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) para identificação com base em estudos científicos e acervo bibliográfico. Foi realizada a identificação das espécies e o agrupamento nas respectivas famílias conforme proposto por Lorenzi (2008). Além disso, foram demarcadas árvores com potencial para matrizes, sendo coletados dados como coordenadas geográficas (latitude e longitude). As árvores matrizes foram demarcadas com fita zebrada. Após a marcação e identificação das matrizes, realizou-se a tabulação dos dados colhidos em campo, para analise posterior. Os materiais utilizados neste trabalho foram: GPSmap 60CSx Garmin , uma prancheta, caneta esferográfica, folhas para anotação (ficha de campo), fita de identificação tipo zebrada, câmera fotográfica digital Sony 10.1Mega Pixels DSC-H20. Além de equipamentos de proteção (facão, perneira) e caixa de primeiros socorros. As coordenadas geográficas foram coletadas na projeção UTM (Universal Transverse Mercator) com Datum WGS84 (Datum Universal). 146 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.3. CRITÉRIOS PARA A SELAÇÃO DE ÁRVORES MATRIZES Os critérios seguidos para a seleção de árvores matrizes, sugeridos por Barbosa (2006), são: (1) aspectos fitossanitários e vigor, ausência de praga e de doenças; (2) morfologia dos indivíduos, através da avaliação da árvore, do formato do tronco e da copa; (3) produção de sementes e frutos abundante para a seleção das matrizes, das diferentes espécies. Foi considerado os aspectos desejáveis, de modo que esses indivíduos representem ao máximo as características peculiares das diferentes classes sucessionais que pertencem as espécies (pioneiras, climácias). 2.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de demarcação foi realizado com receptores GPS para localizar as árvores no fragmento e, posteriormente, identificá-las no software específico para processamento de dados georreferenciados. Foram demarcadas 60 árvores que receberam codificação de C01 a C60, sendo o código utilizado “C” extraído do nome Cascata. Após as coletas de dados, foi elaborada a cartografia temática sobreposta à imagem do Software Google Earth , como mostra a Figura 01. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 147 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Ficaram evidentes alguns acúmulos de indivíduos da mesma espécie muito próximos à planta mãe, assim como, predominância em alguns locais de espécies heliófilas. Além disso, foram localizadas árvores de poucas espécies e em grande quantidade, características de áreas florestais secundárias. Constatou-se uma alta diversidade biológica e indivíduos arbóreos de grande porte, entre as grotas dos cursos d’agua. No levantamento realizado, dos 60 indivíduos, foram encontradas 26 espécies, distribuídas em 13 famílias. Conforme descrito na Tabela 01. Tabela 01. Levantamento das espécies matrizes florestais e suas respectivas Famílias, selecionadas como matrizes na Fazenda Cascata, em Garça – SP. 148 NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR FAMILIA 1 Anadenanthera macrocarpa Angico – preto Fabaceae 2 Piptadenia gonoacantha Pau – jacaré Fabaceae 3 Ficus guaranítica Figueira - branca Moraceae 4 Croton urucurana Sangra-d’água Euphorbiaceae 5 Inga vera Ingá Fabaceae 6 Cecropia pachystachya Embaúba Cecropiaceae 7 Nectandra cissiflora Canela Lauraceae 8 Cedrela fissilis Cedro Meliaceae 9 Centrolobium tomentosum Araribá Fabaceae 10 Syagrus oleracea Guariroba Arecaceae 11 Anadenanthera peregrina Angico-do-morro Fabaceae 12 Genipa americana Jenipapo Rubiaceae 13 Cordia ecalyculata Café-de-bugre Boraginaceae 14 Hymenaea courbaril Jatobá Fabaceae 15 Cordia trichotoma Louro-pardo Boraginaceae Fabaceae 16 Albizia niopoides Farinha-seca 17 Platypodium elegans Amendoim-do-campo Fabaceae 18 Psidium guajava Goiaba-branca Myrtaceae 19 Albizia polycephala Angico-branco Fabaceae 20 Handroanthus albus Ipê-amarelo Bignoniaceae 21 Guazuma ulmifolia Mutambo Malvaceae 22 Schizolobium parahyba Guapuruvu Fabaceae 23 Copaifera langsdorffii Copaíba 24 Psidium guajava Goiaba –vermelha Myrtaceae 25 Myrsine furriginea Capororoca Myrcyinaceae 26 Patagonula americana Guaiuvira Boraginaceae Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 Fabaceae SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A família Fabaceae apresentou destaque, em relação número de indivíduos demarcados. Do total de 26 árvores selecionadas, 11 ( 46%) são da família arbórea em questão, como mostra a figura 02 abaixo. Santos et al. (2012), em levantamento realizado na cidade de Bebedouro, também detectou a predominância das árvores da Família Fabaceae. Porém, no estudo dos autores, as árvores da Família Myrtaceae, também obtiveram significativa representatividade perante o número total de espécies avaliadas. As espécies selecionadas foram separadas nos grupos pioneiras e climácicas, cada uma no seu respectivo grupo sucessional. Foi constatado uma porcentagem elevada dos indivíduos do grupo ecológico das climácicas, que representam 73 % das árvores demarcadas, enquanto que, as árvores pioneiras representam 27%, como é possível observar na Figura 3 abaixo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 149 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA As características de um remanescente florestal ideal para coleta de sementes são áreas, no mínimo, em Estágio Avançado de Regeneração, estabelecido na Resolução CONAMA 10, de 01/10/1983. Este tipo de vegetação tem como principal característica a predominância de espécies de final de sucessão ecológica, como ocorre nos remanescentes percorridos para demarcação das matrizes na Fazenda Cascata. 3. CONCLUSÕES Com o presente trabalho foi possível concluir que os remanescentes de vegetação nativa da Fazenda Cascata são representativos da flora natural da região de Garça. A maioria das espécies selecionadas como matrizes de sementes são do final da sucessão ecológica (climácicas), fato que indica que as florestas existentes encontram- se em Estágio Avançado de Regeneração Natural, segundo a Resolução CONAMA 10. As árvores selecionadas apresentaram as qualidades necessárias para a produção de mudas nativas utilizadas nas reposições florestais. 150 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 4. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ABREU A. A. Técnicas de Manejo de Sementes e Produção de Mudas de Espécies Florestais Nativas. Dossiê Técnico. Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais / CETEC, 2007. BARBOSA, L. M. Manual para a recuperação de áreas degradadas em matas ciliares do estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Botânica, 2006. p. 140. EMPRESA JUNIOR FLORESTAL PLANALTO VERDE – ECOFLOR. Guia Básico para produção de mudas. Brasília, DF. 1ª Edição – 2011. GOMES, J. M.; COUTO, L.; BORGES, R. C. G.; FONSECA, E. P. Efeito de diferentes substratos na produção de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, em “Win Strip”. Árvore, VIçosa, v. 15, n. 1, p. 35-42, 1991. KAGEYAMA, P. Y. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 151 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SANTOS, R.M.P.P et al. Demarcação de árvores matrizes em fragmentos de matas nativas na região de Bebedouro, SP. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal. Ano X - Volume 20, Agosto/ 2012. 152 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF DISPERSÃO DE PALMISTICHUS ELAEISIS EM PLANTIOS DE EUCALIPTO Arthur Brasil Oliveira NASCIMENTO1 Bruno Adorni VINHOTA² Murici Carlos CANDELÀRIA3 1 Acadêmico do curso de engenharia florestal da FAEF - Garça – SP Brasil. e-mail: [email protected] 2 Acadêmico do curso de engenharia agronômica da UNIFEB – Barretos – SP – Brasil. e-mail: [email protected] 3 Professor do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail [email protected] RESUMO Dentre as alternativas de controle de pragas florestais destacase o uso de inimigos naturais como o parasitoide Palmistichus elaeisis. O objetivo deste trabalho foi avaliar a dispersão de P. elaeisis em dois plantios de eucalipto com sete e dois anos. Em cada plantio delimitou-se dois retângulos de 48x45 metros, instalando-se 90 cartões adesivos em cada área. Posteriormente liberou-se 100 mil parasitoides no centro de cada área. Após 72 horas os cartões foram recolhidos e analisados. Os dados foram submetidos à análise geoestatística. Observou-se diferença acentuada no número de parasitoides coletados e na forma de dispersão em cada área. Palavras-chave: Controle biológico; parasitoide; dispersão. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 153 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT Among the alternatives for controlling forest pests, we highlight the use of natural enemies such as parasitoid Palmistichus elaeisis. The objective of this study was to evaluate the dispersion of P. elaeisis in two eucalypt plantations with seven and two years old. In each planting delimited two rectangles of 48x45 meters, settling 90 adhesive cards in each area. Later they released 100.000 parasitoids in the center of each area. After 72 hours the cards were collected and analyzed. The data were subjected to geostatistical analysis. We observed a marked difference in the number of parasitic and collected in the form of dispersion in each area. Keywords: Biological control; parasitoid; dispersion. 1. INTRODUÇÃO O eucalipto pertence à família das mirtáceas, e apresenta grande variedade entre suas espécies, podendo atingir desde alturas arbustivas até gigantescas (MARTINI, 2004). Plantado comercialmente em solo brasileiro desde 1906 (QUEIROZ; BARRICHELO, 2007), onde assumiu grande importância. O desenvolvimento do setor florestal tornou o eucalipto uma cultura essencial na economia brasileira, totalizando 83,6% de todas as plantações florestais feitas em 2012 (ABRAF, 2013). Com a implantação de grandes áreas plantadas com eucalipto, foi estabelecido um sistema de monocultura, com reduzida área de vegetação natural (ZANUNCIO et al., 1976; SANTOS et al., 1982), características estas reduzem o número de inimigos naturais e favorecem o aumento de insetos-praga (DALL’OGLIO et al., 2003). Muitos insetos nativos do Brasil se adaptaram ao eucalipto, no final da década de 1940, principalmente, muitos lepidópteros desfolhadores, começaram a despertar a atenção dos pesquisadores devido à ação devastadora que causavam nas plantas (BERTI FILHO, 1982). O controle de pragas florestais com moléculas químicas pode causar impacto ambiental e elevar os custos de produção (ZANUNCIO et al., 1994). A pressão do mercado consumidor e da certificação 154 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF florestal exige a produção de madeira “limpa”, aumentando a importância do controle biológico com a introdução ou manutenção de populações de predadores, parasitóides e patógenos (SILVA, 2000). Dentre as alternativas de controle biológico, o uso de parasitoides tem grande importância pela sua alta eficiência, facilidade de manejo e criação, sendo estes os inimigos naturais com maior ocorrência em plantios florestais (DALL’OGLIO et al., 2003). Um dos primeiros relatos de parasitoide em lagartas desfolhadoras de eucalipto foi feito por Lima (1950), que observou o parasitismo de Achaetoneura affinis (Townsend, 1927) (Diptera: Tachinidae) em Thyrinteina arnobia (Lepidoptera: Geometridae) (Stoll, 1782) e S. violancens. A grande diversidade de parasitoides encontrados ressalta a importância deste grupo no controle biológico (PRATISSOLI et al., 2005). Dentre os parasitoides com potecial de controle de Lepidoptera em eucalipto, Palmistichus elaeisis (Delvare & LaSalle, 1993) (Hymenoptera: Eulophidae) tem destaque, principalmente, por parasitar alto número de hospedeiros e assim como os lepidópteros desfolhadores de eucalipto, geralmente, ocorrem em surtos compostos por mais de uma espécie, simultaneamente (ZANUNCIO et al., 2003) este parasitoide pode contribuir para suprimir o número de insetos e evitar os danos. Palmistichus elaeisis é um endoparasitoide representante da família Eulophidae pertencente à superfamília Chalcidoidea, de hábito gregário, preferencialmente de lepidópteros, apresenta habito poligago e a ocorrência em mais de 20 espécies o caracteriza como um promissor agente de controle biológico (PEREIRA et al., 2009). Contudo, para a avaliação da liberação de um parasitoide em campo é necessário conhecer sua capacidade de dispersão (SÁ et al., 1993, PASTORI et al., 2008). As principais técnicas utilizadas para avaliação da dispersão consistem na utilização de armadilhas adesivas, marcação e recaptura dos insetos liberados (SUVERKROPP et al, 2009) e tem como objetivo avaliar fatores inerentes ao parasitoide, como os padrões de distribuição dos insetos e também como os fatores abióticos (vento, temperatura e estrutura da vegetação) (CORBETT; ROSENHEIM, 1996) podem interferir na dispersão do inseto na área. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 155 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a dispersão do parasitoide P. elaeisis em plantios de eucalipto com diferentes idades e correlacionar o efeito da direção do vento na área dos plantios com o deslocamento dos insetos. 2. DESENVOLIMENTO 2.1. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em áreas com plantio de Eucalipto pertencentes à Faculdade de Ciência Agronômicas – FCA/UNESP, Campus Botucatu, SP. Dois plantios de Eucaliptos foram utilizados, sendo um com dois anos e o outro com sete anos de idade, ambos com espaçamento de 3 x 2,5 m, contudo com diferença em relação à arquitetura das plantas, em função da idade das plantas (Figura 01). Antes da instalação dos experimentos foram realizadas análises preliminares da área, com instalação de armadilhas adesivas para verificação da presença do parasitoide. Os parasitoides utilizados foram criados no Laboratório de Controle Biológico de Pragas Florestais (LCBPF) pertencentes à FCA/ UNESP, Campus de Botucatu, SP, utilizando-se como hospedeiro, pupas de Diatraeae saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae) provenientes do laboratório CETMA localizado em Lençóis Paulista – SP, com idade de 48 a 96 horas, os quais foram mantidos em condições controladas de temperatura (25 ± 2ºC) UR (70± 10%) e fotofase (12 h). 156 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Nas áreas de plantio de eucalipto noventa pontos foram marcados em cada área experimental, formando um retângulo de 48m por 45m (Figura 02), em cada ponto amostral instalou-se um cartão adesivo a 2 m do solo (Figura 03 A e B). No ponto central ocorreu a liberação dos parasitoides, não sendo instalados cartões adesivos nos dois pontos mais próximos ao local de liberação (Figura 03 C). Foram liberados em cada área experimental 100 mil parasitoides com 48 horas de idade, alimentados previamente com mel puro e sem contato prévio com pupas hospedeiras (Figura 03 D). Após 72 horas os cartões adesivos foram recolhidos e levados para o laboratório para analise do numero de indivíduos de P. elaeisis coletados. Os dados foram contabilizados e submetidos à análise geoestatística, utilizando semivariogramas, e subsequente foram confeccionados os mapas populacionais, gerados por krigagem ordinária. Para analise geoestatística e confecção dos mapas populacionais foi utilizado o programa computacional GS+ como descrito por VIEIRA et al., (1983). A direção e velocidade do vento foram fornecidas pela estação meteorológica pertencente à empresa Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 157 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Suzano Papel e Celulose localizada na região de Botucatu – SP. 2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na avaliação inicial da área não foram encontrados indivíduos de P. elaeisis. Por meio da análise pelo programa geoestatístico GS+ foi possível observar que em ambas as áreas o parasitoide se dispersou de forma agregada e que a relação entre o efeito pepita e o patamar foi de 99% na área com dois anos e de 82% na área com sete anos. Quando esse valor é maior que 75% indica que existe forte dependência espacial, evidenciando uma distribuíram agregada (LIEBHOLD et al. 1993). Na área com sete anos de idade foram coletados apenas 92 parasitoides enquanto na área com dois anos este numero foi de 309 indivíduos, a maior ocorrência na área com menor dossel de plantas pode ser devido áreas que apresentam sub-bosque, ou seja, áreas mais fechadas apresentarem condições mais favoráveis para o forrageamento, 158 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF abrigo e alimentação de parasitoides (STEINBAUER, 2006). Nos mapas gerados houve diferença acentuada não somente no número de parasitoides coletados como também na forma de dispersão dos mesmos em cada área (Figura 04 e 05). Na área com plantas de dois anos de idade os parasitoides se dispersaram de forma homogênea a partir do ponto de liberação, diluindo o número de parasitoides coletados com o aumento da distância do ponto de liberação (Figura 04). Contudo, o efeito gradativo com o aumento da distância do ponto central não é tão evidente na área com plantas de sete anos, ocorrendo deslocamento dos pontos com maior numero de P. elaeisis para o eixo norte, indicando que a dispersão do parasitoide foi influenciada por algum fator externo, não sendo apenas devido ao aumento da distancia em relação ao ponto de liberação (Figura 05). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 159 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A diferença entre o comportamento de dispersão de P. elaeisis ocorrido nas duas áreas de eucalipto pode ser explicado pela influência dos fatores climáticos em todos os habitat. Na área com sete anos, devido a maior altura do dossel das árvores, ocorre maior incidência de vento, o que influenciou o modo e a dispersão dos parasitoides. A influência da direção do vento nas áreas de liberação de parasitoides deve sempre ser considerada, pois é registrada como fator predominante na liberação homogênea dos parasitoides (HENDRICKS, 1967). No período de realização do experimento a velocidade média do vento foi de 6,78 ± 0,18 m/s, com predominância no sentido sul-norte. O vento foi o fator predominante na influencia da dispersão do parasitoide na área com sete anos de idade, sendo possível observar o deslocamento da dispersão no sentido favorável do vento (Figura 05). No experimento realizado no plantio com dois anos, não foi encontrado evidências da interferência do vento na dispersão do parasitoide, provavelmente devido as plantas com dois anos apresentarem dossel baixo, com muitos ramos e folhas reduzindo a velocidade e incidência de vento no interior do talhão. A média da velocidade do vento encontrada durante a realização do experimento (6,78 ± 0,18 m/s) foi possivelmente reduzida no interior do talhão de dois anos, Candelária (2013) não encontrou influencia do vento na dispersão do parasitoide P. elaeisis até a velocidade de 1,01 ± 0,15 m/s. Assim, a redução da velocidade do vento no interior do talhão de dois anos, favoreceu a dispersão do parasitoide de forma homogênea e decrescente com o aumento da distância em todas as direções. 3. CONCLUSÃO A idade das plantas de eucalipto influencia a dispersão do parasitoide Palmistichus elaeisis. A direção do vento tem influência no deslocamento do parasitoide Palmistichus elaeisis em plantios de eucalipto com sete anos de idade. 4. REFERÊNCIAS ABRAF. Anuário estatístico da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas: ano base 2012. Brasília: 130 p. 2013. 160 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF BERTI FILHO, E. Insetos associados a populações de espécies do gênero Eucalyptus nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Piracicaba, 1982. 180p. (tese de livre-docência-ESALQ/USP). CORBETT, A. AND ROSENHEIM, J. A. Impact of natural enemy overwintering refuge and its interaction with the surrounding landscape. Ecol Entomol 21: 155–164. 1996. DALL’OGLIO, O.T.; ZANUNCIO, J.C.; de FREITAS, F.A.; PINTO, R, Himenópteros parasitoides coletados em povoamentos de Eucalyptus grandis e mata native em ipaba, estado de Minas Gerais. Ciência Florestal, v. 13, n.1, p. 123-129, 2003. HENDRICKS, D.E. Effect of wind on dispersal of Trichogramma semifumatum. Journal of Economic Entomology, v.60, n.5, p.13671371, 1967. LIEBHOLD, A. M.; ROSSI, R. E.; KEMP, W. P. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA PARA O PÚBLICO INFANTIL Talita Carvalho de SOUZA1 Augusto Gabriel Claro de MELO2 1 Acadêmica do curso de engenharia florestal da Faculdade de ensino Superior e Formação Integral –FAEF. Garça – SP. Email: [email protected] 2 Coordenador do curso de engenharia florestal da Faculdade de ensino Superior e Formação Integral –FAEF. Garça – SP. Email: [email protected] RESUMO A Educação ambiental é uma ferramenta muito importante para abordar os assuntos de meio ambiente para os diversos públicos alvos, desde crianças até adultos, visando à sensibilização das pessoas com o meio ambiente e os fatores que podem prejudicar ou agravar esse meio. Com isso, a utilização de algumas ferramentas para abordar o público alvo é um quesito necessário para a inserção da temática e a boa aceitação e fácil compreensão de acordo com o público a ser trabalhado é a resposta a ser esperada. O presente trabalho utiliza palestras voltadas para o público infantil para abordagem do tema. Palavras – chave: fauna silvestre, questionário, palestras. ABSTRACT The Environmental Education is very important to address issues of the environment for different target audiences, from children to Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 165 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA adults, aimed at educating people about the environment and the factors that may hinder or aggravate this tool means. Thus, the use of some tools to address the target audience is a need to introduce the theme and good acceptance and easy to understand Question according to the public to be worked on is the response to be expected. The present work uses lectures directed at children to approach the topic. Keywords: wildlife, quiz, lectures. 1.INTRODUÇÃO De acordo com SORRETINO et al, 2005 a Educação Ambiental surge de uma série de processos educativos que auxilia na aquisição de valores, éticos, políticos e sociais potencializando o conhecimento sobre a utilização do meio ambiente, buscando aprimorar a responsabilidade e as causas dos problemas envoltos com a natureza. Para desenvolver a educação voltada para a conscientização ambiental necessita-se de inúmeros motivos, sendo um dos primeiros a educação propriamente dita, pois é através dela que a sociedade em geral conseguirá absorver as instruções e informações transmitidas (LIMA, 1999). De acordo com BENTES e SILVA (2007) as questões ambientais estão adquirindo um vasto espaço onde se inicia uma preocupação por parte da sociedade brasileira no geral. De acordo com a Lei 9.795 de 27 de abril de 1999 no Art. 9° relata que a educação ambiental na educação escolar a desenvolvidas no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobam a educação básica, desde a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; educação superior; educação especial; educação profissional e a educação de jovens e adultos (MEDAUAR, 2012). Atualmente, a informação assume um papel importantíssimo para a educação da cidadania representando uma possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Destacando que a educação ambiental assume a cada dia uma função transformadora, onde a corresponsabilização dos indivíduos se torna um objetivo essencial para se promover uma inovação de desenvolvimento, o chamado desenvolvimento sustentável (JACOBI, 2003). 166 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Atualmente o que se encontra, é a falta de conscientização da população com o meio ambiente e a utilização correta dos recursos disponíveis para uso e consumo. Com isso, a Educação Ambiental tende a proporcionar para as pessoas como um todo, valores, conhecimento e despertar o interesse para preservar, e utilizar os recursos de forma racional e se possível de maneira sustentável (EFFTING, 2007). O objetivo deste trabalho é avaliar a aceitação do público alvo mediante a apresentação de palestras e atividades desenvolvidas ao longo do semestre. 2.DESENVOLVIMENTO 2.2 UTILIZAÇÃO DE PALESTRAS No dia 21 de março de 2014, foi realizado em um colégio particular de ensino fundamental e médio da cidade de Garça no Estado de São Paulo (a pedidos da coordenação, não foi permitido à divulgação do nome da instituição); uma palestra com o seguinte tema: “Animais silvestres e suas importâncias” para crianças de 6 a 8 anos do 1°, 2° e 3° ano do ensino fundamental; onde foi aplicado quatro questionários (em anexo) de forma aleatória por cada sala, para saber como foi a percepção do tema pelos mesmos e a apresentação de algumas pegadas de animais silvestres para tornar a palestra bem didática para o público alvo. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS De acordo com os dados apresentados na figura 1, a primeira questão apresentou duas alternativas sem a devida marcação, (cerca de 17%) e o restante dos entrevistados foram unânimes em sua resposta (cerca de 83%) relataram que sabe o que é um animal silvestre. Na segunda questão uma das crianças assinalou duas alternativas; o mesmo fato ocorreu na questão de número 3, sendo que três crianças assinalaram mais de uma questão, representando assim cerca 20% a fazenda como hábitat e, 80% a mata como habitat desses animais. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 167 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 168 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Na questão quatro, apenas uma das doze crianças entrevistadas indicou que não conhece visualmente um animal silvestre. A questão que mais apresentou diversidade na resposta foi a questão de número 5, onde 37% dos entrevistados relatou que a caça é um dos principais fatores de ameaça ao animais silvestres; 30% são de acidente em estradas; 20% são de poluição e 13 % da ameaça sofrida é com lixo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 169 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Na questão de número 6 todos foram unânimes quando a pergunta foi em relação a função desses animais em uma floresta; e na sétima e última questão, cerca de 67% das crianças assinalaram que uma das principais medidas para evitar o desaparecimento dos animais silvestres é de não maltratar os animais e 33% relatou que a criação de Unidades de Conservação é uma das formas de evitar o desaparecimento dos animais silvestres. 170 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3.CONCLUSÃO De acordo com os dados obtidos, a discrepância mais considerável dos entrevistados é quando se trata de soluções para evitar o desaparecimento dos animais silvestres. Portanto a conscientização de crianças dessa faixa etária abordada é de estrema importância. 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENTES, J.; e SILVA, H.L. A educação ambiental e a prática de ensino – um relato de experiências La Salle - R. Educ. Ciên. Cult. Canoas v. 12 n. 1 jan. - jun. 2007. EFFITING, T.R.; Educação ambiental nas escolas públicas, realidades e desafios (2007). Disponível em: <http://ipcp.org.br/storage/EA/ Aprendizagem%20-%20Escolas%20e%20Ecopedagogia/ EA%20nas%20escolas%20p%FAblicas_%20realidade%20e%20desafios.pdf> Acesso em Out. 2013. JACOBI, P. EDUCAÇÃO AMBIENTAL, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE Cadernos de Pesquisa, n. 118, março/ 2003 Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, março/ 2003. LIMA, G.F.C. “Questão ambiental e educação: contribuições para o debate”. Ambiente & Sociedade, NEPAM/UNICAMP, Campinas, ano II, nº 5, 135-153, 1999. MEDAUAR, O. 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Agr., Dra, Pesquisadora Científica da APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/SAA, Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Marília, SP, Brasil. E.mail: [email protected]; [email protected] RESUMO A seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) é uma espécie de alto potencial comercial, sendo a principal produtora de borracha natural. A formação de mudas de alta qualidade é fundamental para a instalação de novos plantios, garantindo homogeneidade e produtividade. A utilização de silício no processo de produção de mudas pode favorecer o desenvolvimento, além de conferir maior tolerância à pragas e doenças. Neste trabalho avaliou-se o comportamento de diferentes genótipos de seringueira (GT1, RRIM 600, PR 255, PB 235 e SNS – sementes não selecionadas) frente à adição ou não de silício. Os resultados indicaram que os clones avaliados apresentaram respostas diferentes à aplicação de silício. Palavras chave: borracha natural; silicato; propagação; Hevea brasiliensis Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 173 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The rubber tree (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) is a kind of high commercial potential, being the leading producer of natural rubber. The formation of high quality seedlings is critical to the installation of new plantings, ensuring uniformity and productivity. The use of silicon in the seedling production process can promote the development, conferring higher tolerance to pests and diseases. In this paper we evaluate the behavior of different genotypes of rubber (GT1, RRIM 600, PR 255, PB 235 and SNS - unselected seeds) compared to the addition of silicon or not. The results indicated that the clones showed different responses to the application of silicon. Keywords: Natural rubber; silicate; propagation; Hevea brasiliensis 1. INTRODUÇÃO Existem muitas espécies produtoras de látex, mas a seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) é a mais utilizada na produção comercial de borracha natural devido à excelente qualidade do produto (ASAWATRERATANAKUL et al., 2003). A borracha natural produzida pela seringueira mistura características fundamentais ao produto como elasticidade, plasticidade, resistência ao desgaste (fricção), propriedades de isolamento elétrico e impermeabilidade a líquidos e gases (GONÇALVES et al., 1990). Com a tendência de aumento de plantio da seringueira em todo o território, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas que proporcionem a produção de mudas sadias e vigorosas. O silício é um elemento benéfico para as plantas, podendo influenciar positivamente no desenvolvimento vegetal e produtividade (SAVIO et al., 2011). MARSHNER (1995) classificou as plantas de acordo com a capacidade de absorver e acumular silício nos tecidos como: plantas acumuladoras (principalmente gramíneas), plantas intermediárias (cereais, cana de açúcar e algumas dicotiledôneas) e plantas não acumuladoras (maioria das dicotiledôneas). De acordo com EPSTEIN (1994), os efeitos benéficos do silício normalmente são mais evidentes em plantas submetidos a estresses 174 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF de campo. São vários mecanismos ativados por este elemento que podem causar alterações nas plantas. De acordo com SILVA et al. (2010), o uso do silicato reduz o nível de danos causados por nematóides em café. O mesmo efeito foi observado por OLIVEIRA et al. (2012) na cultura da banana. Esse efeito pode estar relacionado ao aumento da parede celular, com aumento da lignificação, o quê causa a diminuição de penetração de patógenos, ativação de mecanismos específicos para a produção de fitoalexinas e síntese de quinases (DEEPAK et al., 2008). BRANCAGLIONE et al. (2009) observaram efeito positivo da argila silicatada no controle da bacteriose do maracujazeiro (Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae), tanto in vitro, como em condições de campo. A adição de ácido silício ao solo proporciona aumento da camada de cera epicuticular em mudas de cafeeiro, aumentando a resistência das plantas à pragas e doenças; entretanto, doses maiores (6 g de ácido silícico/kg de solo) afetam negativamente a fotossíntese, diminuindo o crescimento das mudas (BOTELHO et al., 2009). CARVALHO et al. (2003) afirmam a importância de trabalhos com silício envolvendo dicotiledôneas, raros na literatura especializada. Em trabalho com eucalipto, os autores observaram que esta espécie pode ser classifica como não acumuladora de silício. Já PINTO et al. (2014) observaram que em genótipos de cacau, a aplicação foliar de silício na forma de silicato de potássio, reduziu o crescimento vegetativo das plantas, entretanto promoveu a redução da incidência e o nível de dano provocado por insetos pragas do cacaueiro. Os resultados existentes sobre a ação do silício em seringueira são mínimos. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do silício aplicado via solo no desenvolvimento de porta enxertos de diferentes clones de seringueira. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Material e Métodos O trabalho foi instalado e conduzido em viveiro telado, no município de Marília, SP. Foram avaliados porta enxertos de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 175 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA seringueira dos clones GT 1, RRIM 600, PB 235, PR 255 e SNS (sementes não selecionadas, obtidas de matrizes pés franco). As sementes foram coletadas em plantios monoclonais homogêneos, colocadas em germinadores de areia, sendo que as plântulas oriundas foram transplantadas para sacos plásticos com capacidade para 3 litros de substrato (fibra de coco), adubadas com 9 g/muda de adubo de liberação lenta (BASACOTE Mini 6M 13-06-16). Após o efetivo pegamento das plântulas, os blocos foram subdivididos, sendo que metade das plântulas receberam 50 mL de uma solução de silicato de potássio (7 mL L-1) e a outra parte funcionou como controle (sem adição de silício). O produto comercial usado no experimento, Sifol, apresenta 168 g L-1 de Si e 210 g L-1 de K2O em sua composição. Assim sendo, o projeto foi composto por 10 tratamentos (5 clones x com e sem silício). O desenvolvimento vegetativo dos porta enxertos foi avaliado mensalmente durante 6 meses, através das medições de altura e do diâmetro do colo das plantas. As análises foram realizadas com dos dados de crescimento efetivo no período (6 meses), calculado através da diferença entre o resultado da avaliação final e a avaliação inicial. Por fim, os dados foram submetidos a análise de variância e na situação em que o valor de F foi significativo, realizou-se o estudo de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5%. 2.2. Resultados e Discussão O crescimento efetivo em altura, mensurado no período, não demonstrou interação entre os fatores estudados (clone x silício), mas houve diferença entre os clones (Tabela 1). Os porta enxertos oriundos de sementes não selecionadas (SNS) apresentou a maior taxa de crescimento (63,8 cm), não diferindo dos porta enxertos oriundos dos clones RRIM 600, PB 235 e PR 255. Entretanto todos eles diferiram do clone GT1 (36,5 cm). Com relação ao crescimento efetivo em termos de diâmetro de colo, observou-se a interferência do silício. Nos porta enxertos oriundos de sementes dos clones GT 1, PB 235 e SNS, a adição de silício às mudas causou diminuição do crescimento em diâmetro, 176 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF enquanto que os clones RRIM 600 e PR 255, a adição de silício não alterou o diâmetro em comparação ao tratamento sem silício (Tabela 1). Avaliando-se os clones na presença de silício, observou-se que os porta enxertos do clones PR 255 apresentou o maior crescimento em diâmetro (6,3 mm) e o clones GT1 o menor (2,5 mm). Na ausência de silício, o clones PB 235 apresentou o melhor desempenho (7,8 mm) enquanto os porta enxertos oriundos do clones RRIM apresentaram o pior crescimento em diâmetro (3,4 mm). A aplicação de silício aumentou o volume de raiz nos porta enxertos do clone PR 255. Já os porta enxertos oriundos de sementes SNS e RRIM 600 não apresentaram diferenças entre os que receberam silício quando comparados com os sem silício. Os clones GT1 e PB 235 apresentaram resultados negativos quanto a adição de silício (Tabela 1). Na presença de silício, PR 255 e SNS apresentaram maior volume de raiz (36,6 e 33,8 mL, respectivamente), enquanto os clones GT1 e RRIM 600 (Figura 1A) foram os piores. Na comparação entre os clones sem a adição de silício, o PB 235 (Figura 1B) apresentou o melhor desempenho (60,0 mL), enquanto os clones RRIM 600 e PR 255 foram os piores (10,0 e 15,1 mL, respectivamente). 3. CONCLUSÃO Os clones avaliados apresentaram respostas diferentes à aplicação de silício. Assim sendo, deve-se atentar para este fato na implantação de seringais, observando-se as mudas utilizadas e os respectivos porta Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 177 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA enxertos, uma vez que solos arenosos normalmente apresentam teores menores de silício e solos argilosos, teores maiores deste elemento. Maiores estudos são necessários para entender o comportamento dos clones em resposta às adubações silicatadas. 4. REFERÊNCIAS ASAWATRERATANAKUL, K.; ZHANG Y-W.; WITITSUWANNAKUL, D.; WITITSUWANNAKUL, R.; TAKAHASHI, S.; RATTANAPITTAYAPORN, A.; KOYAMA, T. Molecular cloning, expression and characterization of cDNA encoding cis-prenyltransferases from Hevea brasiliensis. European Journal Biochemistry, Berlin, v. 270, p. 4671-4680, 2003. BOTELHO, D.M.S.; POZZA, E.A.; ALVES, E.; FURTINI NETO, A.E.; BARBOSA, J.P.R.A.D.; CASTRO, D.M. Aspectos anatômicos e fisiológicos de mudas de cafeeiro (Coffea arabica L.) com cercosporiose (Cercospora coffeicola Berk. & Cook.) adubadas com ácido silícico. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ESTUDO SOBRE O CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR Leonardo Rossetto RAMOS1 Victor Lopes BRACCIALLI2 Edgard MARINO JUNIOR2 1 Acadêmico do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça- Brasil. Email: [email protected] 2 Docente do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – Brasil. Email: [email protected] RESUMO Atualmente, vem sendo introduzido um novo processo de regularização ambiental de propriedades rurais no Brasil. Para realizar o desmembramento de uma propriedade rural é preciso regularizála junto ao órgão competente perante o Novo Código Florestal Brasileiro. O objetivo desse artigo foi realizar um estudo sobre a documentação e legislação pertinente ao processo de adequação ambiental de propriedades rurais especialmente no que diz respeito ao Cadastro Ambiental Rural – CAR. Palavras-chave: CAR, Código Florestal, Desmatamento, Imóvel Rural ABSTRACT The new process of farms enviromental adequation in Brazil has been changed. In order to adequate enviromental needs of the farms Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 181 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA is necessary to attend the new legislation. The objective of this paper was to study the documentation and laws to attend de enviromental process of farm adequation, for exemplo Rural Enviromental Register. Keywords: CAR, Forest Code, Deforestation, Farm 1. INTRODUÇÃO O novo Código Florestal (Lei 12.651/12 e Lei 12.727/12) apresenta as novas exigências para adequar posses e propriedades rurais, estabelecendo normas para Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, outras áreas de preservação e atividades que envolvam recursos florestais como cita o artigo 1º. A Lei 12.651/12, alterada e complementada pela Lei 12.727/12, surgiu com intuito de estabelecer normas e exigências que estejam ao alcance do proprietário ou possuidor. Diferente do antigo Código que estava obsoleto e com muitas falhas, nem sempre o proprietário conseguia cumprir as normas da Lei, e em alguns casos a Lei era burlada. Para a adequação ambiental de propriedade ou posse rural deve ser realizada a inscrição do imóvel no CAR – Cadastro Ambiental Rural, que é pré-requisito para aderir ao PRA – Programa de Regularização Ambiental. Esse programa é o conjunto de ações que deverão ser realizadas para adequação ambiental do imóvel, sendo que cada propriedade será estudada e as obrigações dependem das peculiaridades de cada situação. O Prazo para a inscrição no CAR e adesão ao PRA, é de um ano, a partir da data de implantação do CAR em âmbito nacional, que será determinado pela Ministra do Meio Ambiente, e prorrogável por mais um ano. É importante ressaltar que segundo o decreto 4.449/02 os proprietários têm um prazo para realizar o georreferenciamento da sua propriedade ou posse rural, que varia com o tamanho do imóvel. Desta forma, o objetivo geral do presente trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre o processo de cadastramento de propriedades rurais. 182 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. HISTÓRICO DO DESMATAMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO Desde a chegada do homem “branco” ao Brasil, o país sofre com a exploração dos recursos naturais, porém com intensidade pouco expressiva até o século XIX (CAMPANILI, 2010). No século XX o desmatamento atingiu níveis muito elevados, para suprir as necessidades de áreas agricultáveis e de madeira (CAMPANILI, 2010). No início do século XIX, a cobertura vegetal nativa do Estado de São Paulo ainda apresentava características originais, inclusive sua área de ocupação. A construção das linhas férreas, que interligaram o interior do Estado de São Paulo com o Porto de Santos, favoreceu a expansão da cultura cafeeira no estado, o que levou o desmatamento a um ritmo devastador, a partir da segunda metade do século XIX (MARTINELLI, 2010). Na segunda metade do século XIX, período marcado pelo surgimento das cidades: Ribeirão Preto, Piraju, São Manuel, Bauru, São José do Rio Preto. Neste período o desmatamento do estado atingia 2.800.000 hectares, aproximadamente 72.000 hectares por ano (VICTOR, 2005). No final do século XIX, o número de produtores de café praticamente dobrou. A safra de 1901 atingiu perto de 8 milhões de sacas, crescendo quase cinco vezes em apenas cinco anos. Fato que explicou a elevação dos índices de desmatamento para uma média de 150.000 hectares por ano. Neste período apresentou-se um percentual de 58% da área do estado coberto por vegetação nativa (VICTOR, 2005). No período de 1918 a 1924 já havia 1.333.850.000 produtores de café no Estado produzindo 104.000.000 de sacas por ano; e o índice de desmatamento chega em 310.000 hectares por ano. Depois de 1929 outras culturas foram introduzidas no Estado de São Paulo, como o algodão, a laranja e a cana-de-açúcar. Em 1933 a lavoura cafeeira alcançou a marca de quase 1.500.000.000 (um bilhão e meio) de pés de café plantados, marca essa que não foi ultrapassada até o fim da década de 70. Somente em 1934 entrou em vigor o primeiro Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 183 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Código Florestal Brasileiro Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934. Neste período a cobertura vegetal nativa do estado correspondia a pouco mais de 26% da área do Estado (VICTOR, 2005). Foi criada a Lei 14.916 de 06/08/45 e posteriormente reforçada com a Lei Federal 3.081 de 22/12/56 que proíbem as derrubadas, mas que eram burladas pelos posseiros que colocavam fogo nas florestas e depois plantavam capim colonião, assim muitas áreas de vegetação nativa foram convertidas em pastagens (VICTOR, 2005). Um estudo feito pelo Instituto Florestal e Instituto Agronômico de Campinas, através de imagens áreas de 1972/73, constatou índices alarmantes da cobertura de vegetação nativa de aproximadamente 8,3% do território do Estado (VICTOR, 2005). No estudo realizado pelo INPE e SOS Mata Atlântica, “Atlas dos remanescentes florestais da mata atlântica”, foram avaliados dados a partir de imagens de satélites para fazer a quantificação destes remanescentes. O estudo mostrou que a cobertura de vegetação nativa no estado de São Paulo em 2008 era de aproximadamente 10% da área total do estado (MANTOVANI, 2009). 2.2.PREJUÍZOS E DANOS CAUSADOS PELO DESMATAMENTO Com a retirada da cobertura vegetal o solo fica exposto e sofrendo erosão, as raízes formam uma estrutura que dificulta e até impede o deslocamento de solo, a serrapilheira forma uma camada protetora superficial que também impede o deslocamento do solo. As raízes, a serrapilheira e os organismos no solo garantem que este tenha uma drenagem ideal evitando as enxurradas causadoras de erosão, as folhas e troncos dos vegetais amortecem a água da chuva e também absorvem uma parte dessa água contribuindo na retenção desta, e ajudando na prevenção contra enxurradas. Na ausência dos fatores ambientais que protegem o solo, temos como resultado as inundações nas cidades e nas propriedades, assoreamento de rios, deslizamentos de barrancos e encostas. O solo que passa por processos severos de erosão sofre lixiviação de nutrientes e matéria orgânica resultando em um solo “pobre” (ATTANASIO, 2006). O desmatamento ocasiona a destruição da biodiversidade local, matando e afugentando animais, destruindo seu habitat natural. 184 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Muitas espécies de animais e vegetais são endêmicas, que ocorre restritamente em uma única área geográfica. Sem um estudo minucioso antes de uma supressão de vegetação, espécies podem ser extintas totalmente, exterminando plantas medicinais que são de extrema importância para o homem ou que ainda não foram estudadas (CAMPANILI, 2010). Quando uma área é desmatada o microclima é alterado e quanto maior a área interferida, maior o desequilíbrio climático. As árvores absorvem água subterrânea e liberam na atmosfera em forma de vapor, em áreas desflorestadas não ocorre esta ciclagem da água, o solo e o clima ficam mais secos (FEARNSIDE, 2006). Outro problema resultado do desmatamento é a propagação de pragas e doenças, que nas florestas ocorre um “equilíbrio” onde essas pragas e doenças têm seu controle natural. (SALATI et. Al, 2006) Com a recuperação das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, está se tentando garantir que a natureza exerça seu papel como protetor do meio ambiente, protegendo áreas vulneráveis, buscando a perpetuação das espécies da fauna e da flora que ainda não foram extintas mas sofrem ameça, minimizando os impactos resultantes do desmatamento citados a cima. 2.3.OBRIGATORIEDADE DE REGULARIZAÇÃO DE PROPRIEDADES RURAIS O primeiro Código Florestal foi criado em 1934, Decreto 23.793 de 23 de Janeiro de 1934, que obrigava as propriedades a manterem 25% da propriedade com cobertura vegetal, chamada “quarta parte”, sem nenhuma especificação de espécie e local, pois a finalidade era fornecer madeira e carvão. Depois de mais de trinta anos foi criada uma alteração do Código Florestal pela Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, que surgiu para aprimorar e tentar corrigir os pontos falhos da antiga Lei, porém não foi obtido um resultado satisfatório. Mais tarde em 1996 foi criada uma medida provisória que estabeleceu novos limites para o desmatamento em propriedades na Amazônia, pela MP 1511. Em 28 de agosto de 2001, foi criada a lei 10.267, regulamentada pelo decreto 4.449/02 que foi alterado pelos Decretos 5.570/05 e 7.620/11, que criou o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 185 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Esta lei torna obrigatório o georreferenciamento do imóvel para inclusão da propriedade no CNIR, condição esta, exigida para que se realize qualquer alteração cartorial da propriedade e para ter acesso a financiamentos e créditos rurais. Os proprietários dos imóveis rurais tem um prazo para realizar estas ações. Esse prazo varia de acordo com o tamanho da propriedade, como define o decreto 4.449/02 e representado pela TABELA 1. Depois de mais de 40 anos com leis ambientais que não estavam apresentando resultados satisfatórios, com aproximadamente 90% das propriedades do país não regularizadas, foi sancionada pela Presidenta da República a Lei nº 12.651 de 15 de setembro de 2012 e alterada logo em seguida pela Lei nº 12.727 de 17 de outubro de 2012, para tentar resolver a situação atual. O Artigo 1º-A define os assuntos abordados no novo Código Florestal. “Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.” 186 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF As Áreas de Preservação Permanente (APP) são definidas pela Lei 12.727/12, nos artigos 4º, 5º, 6º e 61º-A. Os dados foram interpretados e representados em forma de tabelas.( TABELA 2 e TABELA 3). É importante ressaltar que para os proprietários que, em 22 de julho de 2008, possuíam até dois módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em APP é garantido que a exigência de recomposição somada a todas as APPs do imóvel, não ultrapassará 10% da área total do imóvel; e 20% para imóveis de até 4 módulos fiscais. Segundo o Código Florestal Brasileiro, todo imóvel é obrigado a manter cobertura vegetal nativa. Para a delimitação das áreas de Reserva Legal, devemos seguir os parâmetros apresentados pela TABELA 4, e outras normas previstas na Lei 12.727/12, artigos 12º, 13º, 14º, 15º e 16º. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 187 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 188 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF É permitido cômputo das areas de APP no cálculo do percentual de Reserva Legal do imóvel, desde que atenda os requisitos citados no Artigo 15º da Lei 12.727/12. Na implantação de Reserva Legal deve-se levar em consideração varios fatores para a escolha do melhor local. Analisando a propriedade, observando as áreas de maior fragilidade ambiental e áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade, determina-se o local a ser implantada a Reserva Legal visando a formação de corredores ecológicos interligando com outros fragmentos florestais. Para a adequação ambiental de posse ou propriedade rural é necessário realizar a inscrição do imóvel no CAR – Cadastro Ambiental Rural, onde são informadas todas as informações relacionadas a APP, Reserva Legal e recursos naturais do imóvel. Após a inscrição do imóvel no CAR, o proprietário deve aderir ao PRA - Programa de Regularização Ambiental. Este programa é um instrumento do código florestal que indica as ações que deverão ser realizadas e determina os limites das áreas a serem mantidas com vegetação nativa. 2.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Apesar da desobrigatoriedade da averbação de Reserva Legal das propriedades que realizarem o cadastramento no CAR, ainda é obrigatório que se realize o licenciamento ambiental para propriedades autuadas ou que necessitem de: Autorização para intervenção em área de preservação permanente; Autorização para supressão de vegetação nativa; Autorização para corte de árvores nativas isoladas; Solicitação de Licenças Ambientais (Prévia ou Operação; Prévia e de Instalação concomitantes); Renovação de Licença de Operação. Para o Estado de São Paulo, o órgão ambiental responsável por estas atividades é a CETESB. No site deste órgão é encontrada a lista de requisitos para o Licenciamento Ambiental da propriedade rural. Esta lista cita todos os documento necessários que inclui os documentos de identificação do proprietário e da propriedade, e outros documentos da propriedade que devem ser elaborados. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 189 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.5.CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR Com a Lei Federal 12.651/12 alterada pela Lei 12.727/12 entra em vigor o novo método para regularização ambiental de imóveis rurais, o Cadastro Ambiental rural – CAR. “Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.” O cadastramento de propriedades no CAR deverá ser realizado pelo proprietário ou seu representante, preferêncialmente no órgão ambiental responsável pela região. No Estado de São Paulo esse órgão é o SIGAM. A pessoa que realizará o cadastramento da propriedade no CAR, deverá ser cadastrada no sistema SIGAM – SICAR, onde é gerada uma senha de acesso (http://www.car.gov.br/index.php/ perguntas-frequentes). O SIGAM – Sistema Integrado de Gestão Ambiental foi criado com o intuito gerenciar os processos relacionados à Secretaria do Meio Ambiente – SMA e órgãos vinculados. O SIGAM é composto por um grupo de profissionais na área administrativa e outro grupo de técnicos, assim a SMA cumpre suas funções (http:// www.ambiente.sp.gov.br/a-secretaria/quem-somos/). SICAR – Sistema de Cadastramento de Acesso Remoto – nesse sistema que é realizado o CAR das propriedades e posses rurais (http:/ /www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam2). O CAR é a primeira etapa para a adequação ambiental e retificações de propriedades. As informações que constituem o cadastro serão analisadas por técnicos para a validação do cadastro e indicação do que será necessário para adequar a propriedade e qualificá-la para adesão ao PRA - Programa de Regularização Ambiental. Após a finalização do cadastro, antes da resposta do órgão, é gerado o número CAR da propriedade. Esse número é exigido pelo cartório de registro de imóveis para realizar retificações ou outras alterações cartoriais (http://www.car.gov.br). 190 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Um dos objetivos do CAR é facilitar a identificação e fiscalização das áreas de preservação permanente, reserva legal e as demais áreas protegidas (http://www.car.gov.br). O prazo para a inscrição do imóvel no CAR é de um ano após sua implantação em âmbito nacional, prorrogável por mais um ano. A implantação do CAR será definida através de ato da Ministra do Meio Ambiente (Lei 12.727/12). O CAR será necessário para aprovação de financiamento e crédito agrícola conforme prevê a Lei 12.651. 3. CONCLUSÃO A adequação de imóveis rurais no Brasil vem passando por um processo de mudanças importantes especialmente no que diz respeito à forma de realização do mesmos. A partir das mudanças será possível uma nova forma de reorganização da propriedade rural no tocante aos remanescentes florestais. Em termos práticos, procurou-se atender as necessidades ambientais em conjunto com a disponibilização de mais espaço para produção agropecuária. 4. REFERÊNCIAS ATTANASIO, C. M.; RODRIGUES, R. R.; GANDOLFI, S.; NAVE, A. G. Adequação ambiental de propriedades rurais, Recuperação de áreas degradadas, Restauração de matas ciliares. Piracicaba: ESALQ, 2006. 63 p. BRASIL. Lei n. 10.267 de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Brasília: Diário Oficial Eletronico de 28 de agosto de 2001. 1-1 p. BRASIL. Decreto n. 4.449 de 30 de outubro de 2002. Regulamenta a Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001, que altera dispositivos das Leis nos. 4.947, de 6 de abril de 1966; 5.868, de 12 de dezembro de 1972; 6.015, de 31 de dezembro de 1973; 6.739, de 5 de dezembro de 1979; e 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Brasília: Diário Oficial da União, 2002. 3-6 p. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 191 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA BRASIL. Decreto n. 5.570 de 31 de outubro de 2005. Dá nova redação a dispositivos do Decreto no 4.449, de 30 de outubro de 2002. Brasília: Diário Oficial da União, 2005. 5-5 p. BRASIL. Decreto n. 7.620 de 21 de novembro de 2011. Altera o art. 10 do Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002, que regulamenta a Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001. 1-1 p. BRASIL. Cadastro Ambiental Rural. Brasília: Diário Oficial da União, 2012. Disponível em www.car.gov.br. Acesso em 15 de agosto de 2013. BRASIL. Lei n. 12.651, de 15 de setembro de 2012. Proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. Brasília: Diário Oficial da União, 2012. Seção 1, nº 102, 1-8 p. BRASIL. Lei n. 12.727 de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Brasília: Diário Oficial da União, 2012. Seção 1, nº 202, 1-6 p. FEARNSIDE, P. M. Desmatamento na Amazônia: dinâmica, impactos e controle. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA e Coordenação de Pesquisas em Ecologia-CPEC, v. 36 n. 3 p. 395 – 400, 2006. MANTOVANI, M. C.; et al. Atlas dos remanescentes florestais da mata atlântica. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2009. 150 p. MARTINELLI, M. Estado de São Paulo: aspectos da natureza. Confins, 2010. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 193 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 194 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF GEORREFERENCIAMENTO EM IMOVEIS RURAIS, UTILIZANDO UM MODELO MATEMATICO ESTATISTICO DE REGRESSÃO Thiago Botelho SARMIENTO1 Alexandre Luis da Silva FELIPE2 Diego Augusto Moura SILVA3 1 2 3 Engenharia Florestal formado na Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça – FAEF, Garça-SP. Docente do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça – FAEF, Garça-SP. Discente do curso de Agronomia na Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça – FAEF, Garça-SP. RESUMO Devido a dificuldades na elaboração de orçamentos e pesquisas em processos de georreferenciamento, pela necessidade de um bom planejamento para realizar um levantamento orçamentário foi proposto a formação de uma equação na qual ajudaria melhorar o planejamento de custos. O presente trabalho tem o objetivo de mostra as varias variáveis indeententes e promover o ajuste de um modelo de regressão linear utilizando o Sistema de Navegação Global por Satélite (GNSS). Palavra Chave: GNSS, Georreferenciamento, Regressão Linear. ABSTRACT Due to difficulties in budgeting processes and research in georeferencing, the need for proper planning to conduct a survey Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 195 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA budget was proposed the formation of an equation in which help improve cost planning. This work aims to show the various variables indeententes and promote the adjustment of a linear regression model using the System Global Navigation Satellite System (GNSS). Keyword: GNSS, georeferencing, Linear Regression. 1.INTRODUÇÃO De acordo com Folle (2008) o georreferenciamento e uma moderna técnica de agrimensura, não sendo uso exclusivo do INCRA para o atendimento da exigência legal da Lei nº 10.267/01, sendo feita por iniciativa privada para definir precisamente os limites da sua propriedade. Realizado pro um profissional de agrimensura, utilizando normas técnicas especificas para correta distinção do imóvel. Segundo Filho (2010) e necessário para o georreferenciamento a descrição do imóvel rural, em seus limites, características e confrontações, por meio de memorial descritivo com a devida ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), contendo as coordenadas dos vértices definidos dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro E com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA. Segundo Torres (2011) os modelos de regressão são modelos matemáticos que relacionam o comportamento de uma variável Y com outra X. Quando a função f que relaciona duas variáveis é do tio f(x)=a+bX temos o modelo de regressão simples. A variável X é a variável independente da equação enquanto Y= f(X) é a variável dependente das variações de X. O modelo de regressão é chamado de simples quando envolve uma relação casual entre duas variáveis. O modelo de regressão; e multivado quando envolve uma relação casual om mais de duas variáveis. Isto é, quando o comportamento de Y é explicado por mais de uma variável independe X1, X2,....Xn. 2. DESENVOLVIMENTO Georreferenciamento De acordo com Gemael (2004) os primeiros estudos de desenvolvimento do GPS (Global Positioning System – Sistema de 196 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Posicionamento Global) datam de 1973, realizado inicialmente para aperfeiçoar as limitações do sistema TRANSIT, principalmente as referentes a navegação, o GPS foi projetado de forma que em qualquer lugar do mundo e a qualquer momento existam pelo menos quatros satélites acima do plano do horizonte do observador, garantindo uma condição mínima geométrica necessária a navegação a navegação em tempo real. Somente em seguida os cientistas foram descobrindo e explorando as potencialidades do sistema não so para a navegação, mas também em aplicações nas áreas da geodesia, geodinâmica, cartografia, etc. Atingindo níveis de precisão inalcançáveis com os modelos clássicos utilizados ate então, para a surpresa dos próprios idealizadores do sistema. O georreferenciamento e aplicado em varias áreas da engenharia como: implantação de estradas, delimitação de reservas legal, desmembramento, unificação, cadastro multifinalitario, loteamentos, estudos ambientais entre outros serviços (QUADROS, 2011). Segundo Oliveira Apud, Oliveira Junior (2005) o georreferenciamento de imóveis rurais foi instituído em nosso sistema jurídico via alteração dos art. 176 e 225 da Lei dos Registros Públicos (nº. 6.015/73), por força da lei nº. 10.267/2001. Por esses dispositivos, o proprietário rural, em prazos que a norma regulamentadora viria instituir, deveria promove-la, mediante utilização do sistema geodésico brasileiro e as suas expensas, em casos de desmembramento, parcelamento e remembramento e, obrigatoriamente, em caso de alienação do imóvel rural, pena de ver gessado o direito de fruição de seu imóvel. Tais dispositivos foram regulamentados pelo Decreto nº. 4.449/2002, que pormenorizou os deveres do proprietário. Sistema De Posicionamento Global - GPS De acordo com o IBGE (2008) O NAVSTAR – GPS (Navigation System With Timing And Ranging – Global Positioning System), mais conhecido como GPS, foi desenvolvido e mantido pelo departamento de defesa dos Estados Unidos (DoD – Departament of Defense), sendo um sistema posicionamento por satélites artificiais que informa o tempo e posição Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 197 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA tridimensional em qualquer lugar do planeta, com uso inicial para ações militares, mas agora disponibilizando para usuário civis pelo Departamento de Transportes (Departamento of Transportation). O posicionamento com GPS é efetuado a partir da fase de batimento da onde portadora e/ou da pseudodistancia. Devido a precisão da medida da fase de batimento da onda portadora ser da ordem de milímetros, ela e observável indispensável na obtenção de posicionamentos que requeiram melhor precisão. A pseudodistancia e mais utilizada em posicionamentos com precisão de ordem métrica. Os satélites estão distribuídos ao longo da superfície terrestre em seis planos distintos onde formam um ângulo de 55º com o plano do Equador. Esta angulação permite a visualização de pelo menos quatro satélites acima da linha do horizonte, fundamental para eliminação em terra. O segmento de controle e caracterizado pelas estações localizadas em terra, estas estações terrestres de apoio estão instaladas próximas a linha do Equador. Posicionamento Relativo O termo posicionamento implica no conhecimento ou na determinação de coordenadas geográficas (latitude, longitude e altitude) de pontos terrestres. Este sistema tem-se tornado uma tecnologia extremamente útil e inovadora para uma serie de atividades que necessita de posicionamento e podem-se citar aquelas relacionadas a Cartografia, Meio Ambiente, Controle de Frota de Veículos, Navegação Aerea e Maritima, Geodinamica, Agricultura, etc (MONICO, 2000). De acordo com Filho (2009) no posicionamento relativo, as coordenadas são determinadas em relação a um referencial materializado através de uma ou mais estações com coordenadas conhecidas. Neste caso, e necessário que pelo menos dois receptores coletem dados de, no mínimo, dois satélites simultaneamente, onde um dos receptores deve ocupar a estação com coordenadas conhecidas, denominadas de estação de referencia ou estação base. Segundo A Mira no posicionamento com GPS, o termo Posicionamento por Ponto Preciso normalmente refere-se a obtenção 198 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF da posição de uma estação utilizando as observáveis fases da onda portadora coletadas por receptores de duas frequências e em conjunto com os produtos do IGS (International GNSS Service – Serviço GNSS Internacional). Classificação Dos Receptores GPS Segundo Roque et al. (2006) Os receptores, quando ao tipo de dados recebidos, podem ser classificados em: Receptores de código C/A – mais comumente chamados de receptores de navegação; Receptores L1 – utilizados em georreferenciamento para determinação das coordenadas dos vértices das propriedades e, através de técnicas especificas, transporte de coordenadas; Receptores L1 e L2 – São mais precisos, por utilizarem o sinal da duas portadoras, e, conforme temo de rastreio pode chegar a precisão na ordem de milímetros. Utilizados em georreferenciamento principalmente para transporte de coordenadas, Receptores L1 e L2 mais código C/A; Receptores L1 e L2 mais o código C/A e P – utilizados por usuários autorizados, possibilitando a determinação absoluta de coordenadas precisas. De acordo com Roque et al. (2006) no georreferenciamento, devido aos componentes custos e precisão, os receptores mais utilizados são o L1 e o L1 e L2. Com o receptor L2 se determinam as coordenadas do ponto de base da propriedade, e, com L1 se faz o rastreio dos vértices da área, pelo método relativo, com relação as coordenadas da base. Georreferenciamento Em Imóveis Rurais De acordo com Marques et al.(2006) existem diversas técnicas a serem utilizadas para levantamentos de imóveis rurais, por exemplo: poligonais e irradiações utilizando o GPS, métodos convencionais e integração GPS/Topografia. Nas poligonais adquiridas em métodos de técnicas convencionais, os softwares comerciais de topografia, não realizam o ajustamento dos dados topográficos com o ajustamento necessário para o fornecimento dos desvio padrões dos vértices, conforme exigência da Norma técnica do INCRA além de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 199 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA não ser possível realizar a integração de dados topográficos com dados levantados de receptores GPS. Segundo Roque et al. (2006) o GPS é o instrumento mais eficiente para a coleta de informações especializadas pontuais, lineares e poligonais, conhecida como georreferenciamento, sendo uma técnica aprimorada de descrição dos imóveis rurais, contribuindo para o controle do cadastro dos imóveis rurais como dos diretos reais a eles relativos. Com o objetivos de localizar especificamente os imóveis rurais dentro do globo terrestre, georreferenciando as suas culturas e as sua divisas por cursos de aguas e suas divisas por linha seca. Para avaliação do georreferenciamento o profissional credenciado terá que adotar as seguintes metodologias constantes na Norma técnica, levantamento de todos os vértices do imóvel, incluindo os já vértices cujas coordenadas já foram levantadas; realizar cálculos e ajustamentos das coordenadas procedendo á avaliação de duas analises, verificando as precisão a acurácia das coordenadas levantadas, e colocas no padrão da Norma Técnica do INCRA; os demais pontos serão avaliados através da Norma técnicas do INCRA (ISHIKAMA, 2007). Segundo Bueno (2003) varias situações requerem o uso do georreferenciamento, por exemplo, a compra e a venda ou usucapião, regulamentação da propriedade. Obtendo uma distinção para cada situação, como: objetivo do levantamento, tamanho da propriedade e forma do imóvel ou o tipo a as condições das divisas, requerendo uma analise criteriosa para cada situação. Sistema Geodésico Brasileiro De acordo com Pereira (2004) o SGB começou a ser implantado pelo Instituto Brasileiro de geografia e estatística-IBGE e 17 de maio de 1944, e tem sido utilizado ao longo dos anos por usuários necessitados de informações posicionais para diversos fins, tais como: apoio ao mapeamento, demarcação de unidades politicas administrativas, obras de engenharia, regulamentação fundiária, posicionamento de plataformas de prospecção de petróleo, delimitação de região de pesquisas geofísicas, etc. 200 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Segundo IBGE (2008) o desenvolvimento do Sistema Geodésico Brasileiro – SGB pode ser dividido em duas fases distintas: uma posterior e outra posterior ao advento da tecnologia de observação de satélites artificiais, com fins de posicionamento. No Brasil essa tecnologia possibilitou, por exemplo, a expansão da SGB a região amazônica, permitindo o estabelecimento do arcabouço de apoio ao mapeamento sistemático daquela área. De acordo com IBGE (2008) o IBGE, como órgão gestor do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), tem como uma de suas atribuições a elaboração de normas e especificações para levantamento geodésico, dentro outras. A modernização do GPS e a criação de novos sistemas de posicionamento por satélites motivaram a revisão das Recomendações para Levantamentos Relativos Estatísticos – GPS, em substituição as antigas Especificações e Normas para levantamento GPS (Global Position System), elaboradas em 1992. O sistema de referencia adotado pelo SGB é o SAD 69 ( Soth Americam Datum 1969), definido pela Resolução IBGE – PR nº22, de 21/07/1983, subitem 2.1. Este sistema de referencia, entretanto, não e compatível com as modernas técnicas de posicionamento, como por exemplo, o GPS. Tendo então o IBGE apresentando em 2000 uma proposta de mudança durante o I Seminário sobre Referencial Geodésico no Brasil, através da criação do Projeto Mudança do Referencial Geodésico – PMRG. Como o objetivo de promover sistema, compatível comas novas tecnologias de posicionamento e representação, no caso o SIRGAS 2000 (PEREIRA, 2004). 3.CONLUSÃO Com os resultados obtido e possível concluir que o planejamento para a elaboração do orçamento e fundamental para um bom gerenciamento das atividades. As sete variáveis independentes propostas para descrever a variação de custos são significativas, apresentando um bom ajuste para o modelo, com R2 igual a 0,9849. Existe uma correlação negativa entre os custos por hectare e o tamanho da propriedade a se medida, como esperado, não existe correlação entre o tamanho da área e a soma do perímetro da propriedade, indicando que outras variáveis exercem influencia no custo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 201 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA O modelo pode ser utilizado para auxiliar no planejamento de custos referentes ao georreferenciamento de imóveis rurais. 4. REFERENCIAS A MIRA, Agrimensura e Cartografia, ano 21; nº 157; editora: Luana LTDA. 2011. A MIRA, Agrimensura e Cartografia, ano XX ; nº 159; editora: Luana LTDA. 2011. BUENO, Regis F. Princípios básicos para a realização de posicionamento relativo com GPS. Revista INFOGPS. Secção artigos – edição 13, 07/2006. BUENO, Regis F. Entenda com e realizado um levantamento de imóvel rural georreferenciado. FILHO, R. A. Georreferenciamento de Imóveis Rurais; Ler 450 – Topografia e Geoprocessamento II. FOLLE, F. P. O. Georreferenciamento de Imóvel Rural; e o Registro de Imóveis, PUC – RS; Rio Grande do Sul, Brasil. GEMAEL, Camil. Geodesia Celeste. Editora UFPR, 2004 IBGE. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Gabriel Morais CHAGAS¹ Lesly dos Reis VILHAGRA¹ Augusto Gabriel Claro de MELO² ¹ Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] ² Docente do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil RESUMO Ultimamente, um dos problemas mais sérios encontrados pela sociedade é o lixo urbano. Essa dificuldade se relaciona diretamente com o constante crescimento da população, consequentemente o aumento da produção de alimentos e industrialização de matériasprimas, transformando-as em produtos industrializados, colaborando, assim, para o acréscimo dos resíduos sólidos, com consequências calamitosas para a qualidade de vida e para o meio ambiente. Palavras-chave: lixo, resíduos, meio ambiente. ABSTRACT Lately, one of the most serious problems encountered by society is urban waste. This difficulty is directly related to the steady growth of the population, thereby increasing food production and industrialization of raw materials, transforming them into processed products, contributing thus to the increase of solid waste, with dire consequences for the quality of life and to the environment . Keywords: environment , garbage, waste. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 205 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 1. INTRODUÇÃO São gerados diariamente na América Latina e no Caribe por volta de 369 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos. Desse montante, 80% é coletado. Do que é coletado, 23% é disposto de forma ambientalmente adequada, o restante é destinado a lixões a céu aberto ou aterros controlados (MONTAGNA, 2012). A realidade descrita por Schalch (2002) é que os municípios brasileiros, em sua maioria, dispõem seus resíduos sólidos domiciliares sem qualquer controle, acarretando em graves consequências: contaminação do solo, do ar, do recurso hídrico, impactos na saúde pública como, a criação de focos de organismos patogênicos, e vetores de transmissão de doenças. O cenário vem se agravando com a presença de resíduos industriais e de serviços de saúde descartados juntamente com resíduos domiciliares, e, não raramente, com pontos de descargas clandestinas. Em processos naturais não existe lixo, o conceito atual de “lixo” pode ser estimado como uma invenção humana. Os resíduos produzidos pelos seres vivos e que são inúteis ou lesivos para o organismo, como a urina e as fezes dos animais, assim como os restos de organismos mortos são, em condições naturais, servem de alimento e são reciclados pelos decompositores (FRANCO, 2000). A Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), após 19 anos de tramitação, foi instituída no dia 2 de agosto de 2010 sob a lei 12.305. Ultimamente, um dos problemas mais sérios encontrados pela sociedade é o lixo urbano. Essa dificuldade se relaciona diretamente com o constante crescimento da população, consequentemente o aumento da produção de alimentos e industrialização de matérias-primas, transformando-as em produtos industrializados, colaborando, assim, para o acréscimo dos resíduos sólidos, com consequências calamitosas para a qualidade de vida e para o meio ambiente. A reciclagem e a compostagem dos materiais orgânicos seria a melhor solução para o tratamento e destinação final do lixo, pois a reduz a utilização dos aterros sanitários, prolongando a vida útil dos mesmos. Além disso, a reciclagem está diretamente ligada à redução da poluição e do desperdício de recursos naturais (REVISTA SENAC e EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2009: 26). 206 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2. DESENVOLVIMENTO De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT: resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT, 1987) O gerenciamento de resíduos sólidos abrange todas as etapas percorridas pelos resíduos, desde a sua coleta, até a reciclagem, compostagem ou outras formas de reaproveitamento, porém nem todos os resíduos podem ser reutilizados ou reciclados, são denominados rejeitos, estes devem ser destinados ao aterro sanitario, afim de que não causar dano ao meio ambiente e a saúde humana (ALMEIDA, 2012). No Brasil pesquisas realizadas recentemente demonstram a situação quanto à destinação, segundo a PNSB/2008, realizada pelo IBGE, 50,8% dos municípios tem como destinação final de seus resíduos sólidos os lixões a céu aberto. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 207 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Apesar de nos últimos 20 anos os números mostram uma melhora no quadro de destinação adequada, passando de 1,1% de destinação a aterro sanitário em 1989 para 27,7% na pesquisa de 2008, é necessário muitos avanços sobre este assunto, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde os números mostram altíssimos índices de destinação a lixões, de 85,5% e 89,3%, respectivamente (IBGE 2010). É muito importante a informação sobre a composição dos resíduos sólidos para que haja eficiência na tomada de decisões , no que diz respeito ao seu aproveitamento e prevenção, o quanto possível, do despacho de todos os materiais para o aterro, pois após a sua disposição o único aproveitamento será o do biogás (MANEJO). Segundo o IPT, em pesquisas realizadas em 1997 a composição média dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil está representada na Figura 2. A lei nº 12.305,de 2 de agosto de 2010, objetiva a não-geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos, incluindo a destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos. Diminuição do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) na produção de novos produtos, multiplicar ações de educação ambiental, estimular a reciclagem no país, fomentar a inclusão social, a geração de emprego e renda de catadores de materiais recicláveis (REVISTA SENAC e EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2009: 26). 208 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.1. CLASSIFICAÇÕES DE RESÍDUOS SÓLIDOS Os resíduos sólidos podem ser classificados de diversas formas, porém as mais comuns são: quanto a sua natureza física, quanto sua composição química, quanto ao risco oferecido ao meio ambiente e/ou a saúde publica, ou mesmo quanto a sua origem (MONTAGNA, 2012). 2.1.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NATUREZA FÍSICA · Resíduos secos: são materiais industrializados, geralmente são recicláveis, e podem ser reaproveitados nos processos industriais, como: papéis, vidros, metais, plásticos, etc. · Resíduos molhados: são os resíduos provenientes de materiais orgânicos, incluindo os rejeitos, como por exemplo, restos de alimentos, resíduos vegetais (podas, frutas, legumes), lixo de banheiros, etc. · 2.1.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A COMPOSIÇÃO QUIMICA · Orgânicos: são restos de substâncias de origem animal ou vegetal, que podem ser transformados em adubo, contribuindo para o aumento da taxa de nutrientes, e melhorando a qualidade da produção agrícola. · Inorgânicos: são aqueles que não possuem origem biológica. Em geral, tais resíduos, quando lançados ao meio ambiente e sem tratamento prévio, levam mais tempo para degradação. 2.1.3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO RISCO AO MEIO AMBIENTE A norma ABNT NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos partindo do conceito de “classes”, nesse caso considerando o risco à saúde pública e ao meio ambiente. · Classe I (Perigosos): por suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade, são resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 209 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA por exemplo, baterias, pilhas, óleo usado, restos de tintas e pigmentos, resíduos de serviços de saúde, resíduos inflamáveis etc. · Classe II (Não perigosos): estes são subdivididos em “não inertes” e “inertes”: o Resíduos Classe II A (não inertes): não condizem nas classificações I e II B, pois, podem apresentar características como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, porém não apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente. São exemplos, lodos de estação de tratamento de água e esgoto, papel, restos de alimentos etc. o Resíduos Classe II B (Inertes): são os residuos que apresentam seus componentes não solúveis em agua, por exemplo, vidros, tijolos, certos plásticos, borrachas etc. 2.2. DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS A disposição final de resíduos sólidos se referem ao local onde o mesmo será descartado, sendo os principais: lixão, aterro controlado, aterro sanitário, compostagem e reciclagem. 2.2.1. LIXÃO Lixão é uma forma de disposição final de resíduos sólidos, que se distingue pelo simples acumulo do lixo sobre o solo, sem quaisquer planos e ações de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. O mesmo que descarte de resíduos a céu aberto (IPT, 1995). 2.2.2. ATERRO SANITARIO No aterro sanitário, o lixo é disposto sobre o terreno isolado de forma planejada, e por fim é recoberto por camadas do solo do próprio local, com a finalidade de manter os resíduos isolados do ambiente. Nesse processo e formado espécies de câmaras, onde o gás liberado pela decomposição do material é coletado, bem como o chorume, substância líquida escura formada pelos resíduos orgânicos parcialmente biodegradados (MANEJO). 210 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O chorume deposita-se na parte inferior dessas câmaras e apresenta tendência a infiltrar-se no solo, o que torna evidente a necessidade de um terreno perfeitamente selado antes da deposição do lixo, com objetivo de não ocorrer a contaminação dos lençóis freáticos. As normas existentes solicitam captação e tratamento dos gases (NBR 8419 e NBR 8849), e do chorume (NBR 8419) (MANEJO). 2.2.3. COMPOSTAGEM A compostagem é um processo de decomposição natural da matéria orgânica de origem animal ou vegetal (SARTORI et al, s.d.). O processo de compostagem consiste de transformações muito complexas de natureza biológica e química, geradas por uma grande variedade de microrganismos como fungos e bactérias que vivem no solo. Os microrganismos decompositores obtêm o carbono e os demais nutrientes minerais, necessários para a sua sobrevivência, a partir da degradação da matéria orgânica (SARTORI et al, s.d.). 2.2.4. RECICLAGEM Consiste no uso de materiais descartados para produzir novos produtos. Como exemplos, temos as latas, garrafas de vidro, jornais e plásticos. Estes materiais possuem características que os tornam passiveis de reciclagem, tornando-se matéria prima é empregada na produção de novos produtos. A reciclagem é uma medida ambientalmente correta, pois colabora na preservação das matériasprimas, e também diminui a poluição, pois o lixo não precisa ser incinerado, enterrado ou controlado em locais próprios (FREGUGLIA et al, s.d.). 3. CONCLUSÃO Conclui-se que a geração de resíduos sólidos vem apresentando constante aumento, devido ao crescimento populacional. A separação e destinação correta do lixo é de suma importância, visando o reaproveitamento dos mesmos para que as matérias primas sejam poupadas, diminuindo o impacto ambiental que a extração das Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 211 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA mesmas trazem ao meio ambiente. O problema já é visto há anos, porem somente agora o poder publico brasileiro instituiu uma lei que obriga a destinação correta do lixo. 4. REFERÊNCIAS ALMEIDA, E. Lei 12.305 política nacional de resíduos sólidos . 2012. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei12305-pol%C3%ADtica-nacional-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos0. Acesso em: 10 mar. 2014. FRANCO, T. R. Coleta seletiva de lixo domiciliar: estudos para implantação. Monografia - Instituto de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2000. Disponível em: <http:// w w w. i c h s . u f o p . b r / c a d e r n o s d e h i s t o r i a / d o w n l o a d / CadernosDeHistoria-04-14.pdf>; REVISTA SENAC E EDUCAÇÃO AMBIENTAL, Ano 18, n.1, janeiro/junho de 2009, pág., 26; FREGUGLIA, J. et al. Reciclagem e preservação ambiental . s.d. Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/aveonline40/ banco_objetos_crv/Reciclagem_e_Protencao_%20Ambiental.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2014 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB). Rio de Janeiro, IBGE: 2010. LUIZ, A. et al. Resíduos sólidos: uma revisão bibliográfica Faculdade Católica do Tocantins – FACTO IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado De São Paulo. Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278p MANEJO de resíduos sólidos urbanos – Aterro sanitário. PUC - Rio – Certificado digital nº021029/CA. MONTAGNA, A. Curso de Capacitação/Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: planejamento e gestão. Florianópolis: AEQUO: 2012 SARTORI, V. C. et al. Cartilha para agricultores: Compostagem. Caixias do Sul – RS. Universidade de Caxias do Sul - USC. S.d. 212 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF IMPACTOS CAUSADOS PELO JAVALI EM ECOSSISTEMAS NATURAIS Samantha Fonseca SAWAEDA1 Augusto Gabriel Claro de MELO² Thiago Soares VAITI³ 1 Engenheira Florestal formada pela FAEF – Garça/SP; ² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP ([email protected]). ³ Discente do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP. RESUMO No Brasil, impactos negativos causados por javalis (Sus scrofa) asselvajados já são registrados desde a década de 1990, dentre esses impactos temos os que são causados em ecossistemas florestais, destacando o comportamento fossador e o habito de consumir sementes, o mesmo pode vir a atrapalhar na regeneração natural de algumas espécies arbóreas. Diante desse problema, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sobre a invasão causada pelo javali, dando ênfase nos impactos causados no estrato regenerante. Concluiu-se que o a bioinvasão do javali pode resultar em grandes danos, inclusive nos ecossistemas naturais, sendo necessários estudos para subsidiar as ações de manejo visando a proteção das áreas naturais. Palavras-chave: estrato regenerante, invasão biológica, Sus scrofa. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 213 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT In Brazil, negative impacts caused by wild boar (Sus scrofa) are asselvajados ever recorded since the 1990s, among these impacts have those caused in forest ecosystems, highlighting the fossador behavior and habit of consuming seeds, it may come to disturb natural regeneration of some tree species. Faced with this problem, the present study aimed to perform a review of the invasion caused by wild boar, emphasizing the impacts in regenerating stratum. It was concluded that the the bioinvasion the boar can result in major damage, including natural ecosystems, studies are needed to support management actions aimed at the protection of natural areas. Keywords: regenerating strata, biological invasion, Sus scrofa. 1. INTRODUÇÃO Uma das grandes ameaças à biodiversidade nativa é a ação de espécies invasoras exóticas ou bioinvasoras. Bioinvasão de pragas refere-se ao deslocamento de organismos vivos de uma região para outra, inadvertida ou intencionalmente, que apresentam em processo de aumento a sua abundância, podendo resultar em prejuízos incalculáveis nos âmbitos ambiental, econômico e social (ZILLER, 2001). No Brasil algumas espécies vêm ganhando notoriedade, como a lebre-européia (Lepus europaeus), que após invadir as regiões Sul e Sudeste do país avança em direção ao Centro-Oeste; o búfalo asselvajado (Bubalus bubalis), cujas manadas já causaram modificações significativas em diversos ecossistemas, como no caso da Ilha de Marajó, no Pará, e na Reserva Biológica do Guaporé, em Rondônia; e o javali (Sus scrofa) (INSTITUSTO HORUS, 2013). Ancestral do porco doméstico com o qual é capaz de se reproduzir e gerar descendentes férteis, o javali europeu (Sus scrofa) é um animal robusto, originário da Europa e da Ásia, capaz de atingir, em seu estado de pureza genética, cerca de 120 kg e tem sido introduzido em diversas regiões do mundo desde o início da expansão européia, a partir do século XV. Os prejuízos causados pela espécie são amplamente reconhecidos, tais como a destruição de culturas 214 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF agrícolas, predação de animais de criação (cordeiros, aves e cães), transmissão de doenças para animais e humanos, dispersão de plantas daninhas, desencadeamento de processos erosivos, alterações no banco de sementes, no processo de regeneração natural de florestas e em pequenos cursos d’água (INSTITUTO HORUS, 2013) É por intermédio da regeneração natural que as florestas apresentam capacidade de se regenerarem de distúrbios naturais, biológicos e antrópicos. Quando uma área florestal sofre algum distúrbio, como um incêndio, abertura de clareira ou até mesmo desmatamento, no mesmo local onde ocorreu o distúrbio acontece uma recolonização da área, através de uma série de estádios sucessionais, este processo é caracterizado por grupos de plantas que se substituem ao longo do tempo, alterando as condições ecológicas da área, até chegarem a condições de uma comunidade estável, processo chamado de sucessão secundaria (MARTINS, 2001). A partir deste contexto, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sobre o impacto causado pelo javali em áreas naturais, mais especificamente no estrato regenerante das florestas. DESENVOLVIMENTO 2.1. O problema das Invasões biológicas O aumento do deslocamento humano e de cargas no mundo, aliados ao processo de globalização tem cooperado de maneira expressiva na quebra de barreiras ecológicas no mundo, tal fato tem como consequência à ampliação significativa das oportunidades e processos de introdução e de expansão de espécies exóticas (MEYERSON; MOONEY, 2007). A chegada de uma espécie diferente em um novo ambiente, inicialmente, poderia ser considerada como um visão positiva do ocorrido, ao se relatar um acréscimo à biodiversidade local. Contudo, a associação negativa e os impactos causados ao ambiente invadido, recursos, bens humanos e saúde; são justamente características marcantes da ação de espécies exóticas invasoras sobre o novo ambiente (DAVIS; THOMPSON, 2000). Entre o múltiplos impactos resultantes das bioinvasões, temos: a geração de híbridos e sobreposição de espécies nativas por exóticas, diminuição da Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 215 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA diversidade de espécies, perturbação de habitat, predação, competição, parasitismo, possíveis mudanças na cadeia alimentar e também no ciclo de nutrientes (CROOKS, 1998; VITOUSEK, 1990). Problemas originados pela ação de espécies invasoras não se resumem apenas aos ecológicos. As espécies exóticas invasoras também são agentes responsáveis por causar danos a imóveis, plantações agrícolas, bens e ainda podem ser responsáveis pela transmissão de patógenos de variados tipos de doenças humanas (BRIGHT, 1999). Há também problemas econômicos do ponto de vista de controle das ‘pragas’. No Brasil ao considerar esses valores, estima-se que esse custo pode ultrapassar os US$ 100 bilhões anuais. E quando incluímos custos como os relacionados com espécies que afetam a saúde humana, esses podem ser elevados significativamente. Já nos Estados Unidos da América ao considerar apenas os prejuízos e os gastos com o controle de espécies exóticas invasoras esses seriam estimados em US$ 137 bilhões ao ano. Se pudéssemos considerar à perda de biodiversidade, a extinção de espécies e ainda os serviços proporcionados pelos ecossistemas, os custos pelos impactos negativos ocorridos por causa da presença de espécies exóticas seriam muitas vezes maiores do que o que já temos (MMA, 2003). Outro problema da bionvasão é a exogamia (cruzamentos entre espécies diferentes). No caso do cruzamento entre javalis com suínos doméstico, este, já vêm sendo realizado a vários anos atrás, na tentativa de criadores aumentar a produtividade na javalinocultura. Nessa tentativa de melhorar geneticamente os javalis, os criadores tiveram como base apenas o cruzamento entre as espécies de suínos domésticos com o selvagem javali, resultando apenas em animais cruzados e não melhorados. No mesmo sentido, podemos destacar que o acontecimento de híbridos entre suínos e javalis, tanto na natureza, quanto em cativeiro, é um acontecimento bastante comum, pelo fato de o cruzamento entre essas subespécies resultar em animais férteis (SEABRIGHT, 1972). Vários desses indivíduos cruzados foram soltos por criadores na natureza, seu habitat de origem, este fato acabou contribuindo na geração de animais selvagens com características distintas tanto no aspecto físico como no genético. Com a escassez de animais considerados puros, os criadores que visavam ter qualidade, 216 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF começaram a exigir apenas animais puros. O cariótipo considerado como padrão para o javali europeu (Sus scrofa scrofa) é o de 2n= 36 cromossomos (DARRÉ et al., 1992). 2.1.1. Espécies exóticas invasoras De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, espécies exóticas invasoras são organismos que, introduzidos fora da sua área de distribuição natural, ameaçam ecossistemas, habitats ou outras espécies. Possuem elevado potencial de dispersão, de colonização e de dominação dos ambientes invadidos, criando, em consequência desse processo, pressão sobre as espécies nativas e, por vezes, a sua própria exclusão. Uma grande quantidade de espécies tem sido introduzidas de forma natural ou acidental em ambientes nos quais elas não ocorriam, este processo conhecido como invasão biológica tem se tornado crescente no mundo todo. Isso ocorre quando uma espécie que não é natural de um determinado ecossistema é introduzida nele, se adapta, é capaz de realizar suas funções naturais e altera esse ecossistema (ZILLER, 2001). Assim sendo, na atualidade, espécies exóticas invasoras são apontadas como a segunda maior ameaça mundial à biodiversidade, estando atrás somente da exploração direta do homem à natureza (ZILLER, 2001). 2.2. Javali como espécie invasora 2.2.1. O javali Javali é um substantivo do qual é derivado da palavra árabe “íábal”, substantivo que significa “monte”, e oriundo da palavra “íábali” que quer dizer monte ou montês (FONSECA; CORREIA, 2008). O javali (Sus scrofa Linnaeus, 1758) pertence à Família Suidae, Ordem dos Artiodactyla (ROSELL et al., 2001). São animais grandes, e o peso de um macho pode variar de 130 a 250 kg enquanto o da fêmea de 80 a 130 kg. O comprimento é de 125 a 180 cm podendo chegar a uma altura no garrote de 100 cm. O javali tem um corpo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 217 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA robusto e estreito, as patas são moderadamente curtas, pelagem composta de cerdas longas e grosseiras, orelhas ovais e com pelos, cauda de tamanho mediano com um tufo de pelos na extremidade, focinho longo (FERNANDEZ- LLARIO, 2006). Nos primeiros meses de vida, este animal apresenta algumas listras escuras longitudinais, em sua pelagem ruiva, servindo como mecanismo de proteção (mimetismo), porém, essas listras desaparecem depois de um certo tempo de vida. O pelo começa a escurecer a medida que o animal vai crescendo, as listras vão desaparecendo e então ele assume sua coloração final. Essa pelagem pode variar para alguns animais, alguns com coloração parda com reflexos negros e outros com coloração cinza com nuances platinadas ou grisalhas. A boca é munida de grande caninos que projetam-se para fora e crescem continuamente (Figura 1). Os caninos superiores encontram-se curvados para cima, e os inferiores que são ainda maiores, podem chegar a um tamanho de 20 cm de comprimento em um macho mais velho (FERNANDEZ- LLARIO, 2006). A Família dos suídeos compreende oito gêneros, dos quais podem ser divididos em quatro grandes grupos, conforme a sua morfologia externa e o tamanho dos seus caninos, que, de uma forma geral é nitidamente bem desenvolvidos nesta família. Os principais grupos de suideos compreendem os babirrussas, os pecaris, os facochero, os hiloquero e também o porco-do-mato e as espécies do gênero Sus (FONSECA; CORREIA 2008). Localizados principalmente na Ásia, as oito espécies que compõem o gênero Sus, ali podem ser encontradas. Contudo o javali euroasiático (Sus scrofa) historicamente tem sua distribuição geográfica mais ampla que inclui a Europa e o norte da África (ROSELL et al., 2001). Sendo o único ungulado europeu que não pertence à subordem dos Ruminantes, o javali exibe neste continente várias subespécies como o Sus scrofa scrofa Linnaeus, 1758; Sus scrofa meridionalis Major, 1882; Sus scrofa attila Thomas, 1912, entre outras (FONSECA & CORREIA 2008). Ocupando praticamente todo o conjunto da Península Ibérica, com exceção do Sul, temos a subespécie Sus scrofa castilianus Thomas, 1912 (FERNÁNDEZ-LLARIO, 2006). Em Portugal, grande parte dos autores declara que é esta a subespécie existente, e que se diferencia do Sus scrofa baeticus, por apresentar uma pelagem formada não apenas por cerdas mas também por pelos 218 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF lanoso, um comprimento total do crânio maior (FONSECA; CORREIA, 2008) e por expressar maior tamanho corporal (FERNÁNDEZ-LLARIO, 2006). 2.2.2. Chegada do javali na América do sul A chegada dos javalis (Sus scrofa scrofa) à América do Sul, ocorreu na região do Prata no início do século XX. Foi nesta época que o rei espanhol Afonso XII, programou uma viagem à Argentina, lugar onde desejava caçar javalis, porém, como a presença de exemplares deste animal era inexistente na América, o governo argentino acabou por importar alguns animais da Europa. Esta viagem de Afonso XII para Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 219 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Argentina acabou não acontecendo, e por este motivo o primeiro ministro assumiu posse da manada, todavia alguns animais acabaram fugindo de suas propriedades e adentraram-se no pampa, dissipandose pelo Uruguai (MARIANO, 2003). No ano de 1980, houve uma grande seca que acabou por assolar o Uruguai, o leito do Rio Jaguarão diminuiu e vários animais utilizaram desse acontecimento para fugir, em busca de alimentos e para longe das áreas de caça através da fraca correnteza do rio Jaguarão. Em 1990, foram encontrados em território brasileiro os primeiros indivíduos, nas fazendas de Herval, um município de 7.000 habitantes, sustentados pela pecuária de ovelhas e bovinos; localizado à 380 km ao sul de Porto Alegre. Foi somente no ano de 1993, que os prejuízos causados pela presença dos javalis ganharam notoriedade, quando constatado a morte de pelo menos 200 cordeiros, e 30% de lavouras de milho e sorgo destruídas. Em 2002, 1.850 propriedades rurais do município já haviam sido afetas, alcançando um prejuízo de R$ 4,3 milhões. De acordo com dados do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em 1994 o número de javalis invasores no Rio Grande do Sul era de 2.000 animais (GERCHAMAN,2003). No Brasil, as primeiras criações de javalis designadas ao consumo foram realizadas em 1990, especificamente em São Paulo e nos Estados do Rio Grande do Sul. Porém nesta época o conhecimento sobre o javali era insuficiente, e os rebanhos tinham formação através do cruzamento com o suíno doméstico, especialmente, com o porco bagual. Em seguida foram importados da Europa, reprodutores puros da espécie e também indivíduos para servirem como matrizes, pois lá o cruzamento híbrido é proibido por lei (PAIVA, 1996). Estimado por volta de 40.000 indivíduos e 450 criadores, o rebanho nacional oficial conta com a existência de aproximadamente 10.000 indivíduos apenas no estado de São Paulo, dispostas em 130 criadouros. Regulamentados pelo IBAMA e com base na Portaria nº102/98, a criação de javalis, espécie exótica no Brasil data desde 1998 (MARCHIORI FILHO et al., 2002). Atualmente, existem apenas 3 criadouros que operam oficialmente em território nacional, estes estão localizados em Santa Catarina, Distrito Federal e no Espírito Santo, eles contam com uma Licença Ambiental, e são responsáveis por enviar anualmente 220 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Relatórios de monitoramento e Declarações de Estoque aos órgãos competentes (IBAMA, 2004). 2.2.3. Distribuição geográfica A distribuição geográfica do javali é bastante ampla dentre as espécies de mamíferos, esta estende-se historicamente pela Europa, Ásia e norte da África (Figura 2) (FONSECA; CORREIA, 2008). Estes animais podem ocupar diversos tipos de habitat, desde terrenos húmidos, montanhas de grande altitude, ecossistemas florestais e até mesmo semidesertos (HERRERO et al., 2006). A ocorrência de javalis em locais para além da sua ocorrência de origem, ocorre devido ao fato de que o homem realiza de maneira intencional essa introdução, frequentemente, com indivíduos de variedade doméstica ou resultado de cruzamentos entre javalis e porcos domésticos (Figura 3) (ROSELL et al., 2001). 2.2.4. Organização social e biologia do javali Normalmente os javalis são considerados animais gregários. Cada grupo familiar preenche tendencialmente a mesma área vital (lugar de ocupação), esses lugares podem variar em termos de área, de acordo com alguns aspectos do grupo tais como o estado reprodutivo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 221 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA das fêmeas, grande pressão cinegética, forte presença de predadores, falta de alimento, captura ilegal e/ou intensa exploração florestal. Em questões de tamanho das áreas vitais, esse varia para fêmeas que necessitam entre 200 a 1500 hectares, já para machos adultos o tamanho da área é superior, e estende-se de 1000 a 2500 hectares, assegurando a expansão populacional e a troca de informações genéticas entre diferentes varas (FONSECA et al., 2004). O javali delimita seu tempo em atividade matutinas (repouso) e atividades noturnas (essencialmente para se alimentar) (GERARD et al., 1991). As formações sociais de populações de javalis tem como unidade básica o grupo matriarcal, compostos por uma ou mais fêmeas e suas crias juvenis. Liderados normalmente pela fêmea hierarquicamente superior, estes núcleos apresentam uma rede de inter-relações que facilitam o desenvolvimento do processo de aprendizagem e de complexas estratégias individuais e coletivas (ROSELL et al., 2001). Em ralação aos hábitos alimentares dos javalis, estes são considerados como espécie onívora, alimentando-se de uma ampla 222 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF variedade de alimentos, para os quais a disponibilidade espacial e temporal não é constante. Assim sendo, a dieta deste animal é resultado das características ambientais, no local onde vive e dos recursos ali encontrados (HERRERO et al., 2006). Utilizando o olfato, o javali obtém seu alimento debaixo do solo, revolvendo-o (FONSECA; CORREIA, 2008). Os frutos florestais são os alimentos mais consumidos, como castanhas e bolotas, as partes subterrâneas das plantas como bulbos tubérculos. No verão ocorre um deslocamento, que muitas vezes é para campos agrícolas, onde os animais alimentam-se de milho, batatas e outros produtos agrícolas. O consumo de alimentos de origem animal, somente ocorre quando existe a necessidade suprir a falta de proteínas. (SCHLEY; ROPER, 2003) 2.2.5. Características reprodutivas dos javalis A compreensão das características reprodutivas de uma população animal é um dos aspectos mais importantes, já que este é o meio responsável pela reposição dos níveis demográficos populacionais (FONSECA; CORREIA, 2008). Procriando-se de maneira abundante, o javali é uma das espécies de ungulados europeus mais prolificas, quando comparado a outros ungulados de peso semelhante. Este perfil é conferido não apenas pelo grande número de crias por ninhada, mas também pela chance de haver três períodos reprodutivos em dois anos em determinadas condições (FONSECA; CORREIA, 2008). Existem dois tipos de distribuição de frequência dos nascimentos de javalis, podendo ser unimodal e bimodal. Unimodal consiste na existência de uma única época de nascimento que acontece na Primavera, já na distribuição bimodal a principal época de nascimento acontece no final do Inverno, havendo uma época secundaria de nascimento que acontece no Verão. Em condições naturais a distribuição bimodal é bastante incomum, pois este acontecimento está normalmente associado à fatores como suplementação alimentar e/ou com regiões onde existe uma grande abundância alimentar (SANTOS et al., 2006). Além destas características, a espécie apresenta outras particularidades no que diz respeito aos parâmetros reprodutores, sendo uma delas a precocidade na reprodução, onde Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 223 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA fêmeas com aproximadamente 33 kg podem entrar em ovulação, a outra particularidade trata-se da irregularidade e o longo período de cio, e a gestação é relativamente curta (cerca de 120 dias) (FONSECA et al., 2004). 2.2.6. Importância econômica e ecológica do javali No continente Europeu, lugar onde a ocorrência do javali ocorre naturalmente, especialmente em Portugal, este animal tem um grande valor econômico, sendo a principal espécie de caça maior no país, tanto em relação ao número de caçadores e meios envolvidos, quanto ao valor econômico da carne do animal. Nos ecossistemas em que o javali é considerado nativo, eles acabam desempenhando um papel chave, pois trata-se de uma presa natural de alguns carnívoros de topo, incidindo a predação principalmente nos indivíduos juvenis (GLOWACINSKI; PROFUS, 1997). Em ecossistemas florestais a densidade populacional desses ungulados, quando elevada demais, pode ter consequências muito danosas a este ecossistema. Uma vez que o consumo de sementes e o comportamento fossador pode atrapalhar a regeneração de algumas espécies de arvores (Figura 4) (GÓMEZ et al., 2003). Em relação à economia, este apresenta algumas desvantagens advindos de seus hábitos alimentares, pois podem causar grandes danos nas culturas agrícolas e agroflorestais. Este acontecimento tem chamado a atenção de um crescente número de cientistas, investigadores, técnicos florestais e agrícolas, gestores agrícolas, florestais e cinegéticos, caçadores e agricultores que tentam encarar este novo fenômeno, tendo por base uma gestão adequada e sustentável dos recursos (FONSECA et al, 2004). 2.3. Estrato regenerante e Regeneração natural De acordo com o Instituto Florestal (2011), estrato regenerante trata-se de um conjunto de indivíduos não reprodutivos (plântulas e juvenis) das espécies arbóreas, que ocupam o sub-bosque das florestas. Em plantios de restauração, refere-se aos espécimes vegetais que se estabelecem sem que tenham sido plantados (podem 224 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ser descendentes das árvores plantadas ou imigrantes de áreas vizinhas) (JARDIM,1993). Uma vegetação, pode ser estudada tanto por meio de sua fisionomia como através da estrutura de suas comunidades. Quando feita uma avaliação a partir de sua fisionomia, esta, permite apenas uma descrição subjetiva, não podendo responder a nenhum problema cientifico, porém, tem utilidade na fitogeografia (ex: ao se falar de florestas tropicais densas e/ou abertas, cerrado, mangue, floresta decídua ou sempre verde, etc.). A estrutura de uma vegetação deve ser compreendida como um aglomerado quantitativo de unidades funcionais, isto é, uma ocupação espacial dos elementos de uma massa vegetal. Caracterizada pela distribuição de espécies e indivíduos numa área florestal, a estrutura de um povoamento Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 225 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA florestal é o resultado dos hábitos de crescimento de espécies e de condições ambientais onde um povoamento originou-se e desenvolveu-se (JARDIM,1993). Na regeneração natural, a própria natureza assegura-se de manter o equilíbrio dinâmico das florestas, pois o ecossistema é propício à germinação de sementes e ao desenvolvimento de mudas, favorecendo assim a regeneração, especialmente de espécies ocorrentes e adaptadas ao local. Porém, muitos são os processos ecológicos que interferem na estrutura e na composição das comunidades de plântulas e indivíduos jovens. Os efeitos advindos desses processos podem afetar de maneira significativa na regeneração arbórea das florestas, uma vez que a garantia de sobrevivência de uma planta no período inicial de sua vida, tem como consequência a manutenção da população de uma espécie, sua abundancia, distribuição, e também pode afetar toda a composição e estrutura da comunidade (DENSLOW, 1991). Nesse sentido, o restabelecimento de comunidades regenerantes após a ocorrência de distúrbios, intervenções antrópicas e/ou biológicas, é dependente da disponibilidade de sementes originárias da dispersão ou do banco de sementes do solo (GROMBONEGUARATINI; RODRIGUES, 2002). É por intermédio da regeneração natural que as florestas apresentam capacidade de se regenerarem de distúrbios naturais, biológicos e antrópicos. Quando uma área florestal sofre algum distúrbio, como um incêndio, abertura de clareira ou até mesmo desmatamento, no mesmo local onde ocorreu o distúrbio acontece uma recolonização da área, através de uma série de estádios sucessionais, este processo é caracterizado por grupos de plantas que se substituem ao longo do tempo, alterando as condições ecológicas da área, até chegarem a condições de uma comunidade estável, processo chamado de sucessão secundaria (MARTINS, 2001). Em grande parte das vezes, a sobrevivência das florestas dependem da existência de um banco de sementes no solo, sejam elas dormentes ou não. O banco de sementes do solo é um indicador do potencial de regeneração de uma floresta, e quando sofre alguma alteração, seja ela por ação animal, vegetal e/ou antrópica, esta pode diminuir ou evitar que a regeneração natural de uma floresta aconteça (MOURA; KAGEYAMA, 1996). 226 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3. CONCLUSÃO Concluiu-se que o javali é uma espécie invasora no Brasil que vem causando danos em diferentes níveis, tanto econômico, como sociais e ambientais. No aspecto ambiental o estrato regenerante é muito grande, devido ao hábito forrageador, prejudicando assim o comprometimento da comunidade vegetal e consequentemente o ecossistema em questão. Faz-se necessário o desenvolvimento de estudos para quantificar os impactos causados e subsidiar as medidas de manejo a serem desenvolvidas visando a proteção dos ecossistemas naturais. 4. REFERÊNCIAS BRIGHT, C. Globlization at work: Invasive species: pathogens of globalization. Foreign Policy, v. 116, p. 51-64, 1999. CROOKS, J. A. Habitat alteration and community-level effects of an exotic mussel, Musculista senhousia. Marine Ecology Progress Series, v. 162, p. 137-152, 1998. DARRÉ, R.; BERLAND, H.M.; GOUSTAT, P. Chromosomal status of freeranging and farmed wild boar populations in France. Reveu de Medicine – Veterinarie, v. 3, p. 225- 232, 1992. DAVIS, M. A.; THOMPSON, K. Eight ways to be a colonizer; two ways to be an invader: a proposed nomenclature scheme for invasion ecology. Bulletin of the Ecological Society of America, v. 81, n. 4, p. 226-230, 2000. DENSLOW, J.S. 1991. The effect of understory palms and cyclanths on the growth and survival of Inga seedlings. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE ECOTURISMO Mariane Freitas GONÇALVES1 Augusto Gabriel Claro de MELO 1 2 Acadêmica do curso de Engenharia Florestal; [email protected] 2 Docente do curso de Engenharia Florestal; [email protected] RESUMO As atividades de ecoturismo são extremamente importantes, pois tem o papel de ajudarem na sustentabilidade cultural, social, natural e econômica do local aonde vai ser desenvolvida. Esta atividade deve induzir a um planejamento adequado para o lugar colaborando para que não ocorram danos ambientais (fauna e flora). O objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a importância de se desenvolver atividades relacionadas ao Ecoturismo. Palavras-chave: Sustentabilidade. Turismo Rural. Educação ambiental. ABSTRACT The ecotourism activities are extremely important because the role is to assist in sustainable cultural, social, natural and economic place where will be developed. This activity should lead to a proper planning for the place helping to prevent any damage to the Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 231 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA environment (flora and fauna). The objective of this study was to review literature on the importance of developing activities related to ecotourism. Keywords: Sustainability. Rural Tourism. Environmental education. 1.INTRODUÇÃO O ecoturismo é uma atividade extremamente ampla e em crescimento em muitos países, envolvendo tanto o compromisso com a natureza como uma responsabilidade social, podendo ser definido como turismo suave ou turismo da natureza (LINDBERG; HAWKINS, 1999). De acordo com Boiteux e Werner (2002), a atividade de turismo desenvolve-se principalmente, devido ao deslocamento dos indivíduos entre os destinos receptores e emissores, designando os fluxos turísticos que podem ser classificados como doméstico, esportivo e receptivo. Esta atividade quando mal conduzida, pode interferir de maneira negativa nos componentes sensíveis ambientais (COLE, 1997). Quando as ações de turismo são conduzidas de maneira errônea, pode afetar de forma negativa os componentes sensíveis do ambiente (e.g., BRATTON, 1985; GARBER; BURGER, 1995; COLE, 1997). Para a técnica correta do ecoturismo, devem ser formados protocolos de visitação que visam diminuir o conflito entre recreação e conservação da natureza (COLE, 1993), como também auxiliando o visitante para compreender e respeitar as características ambientais (NIEFER; SILVA, 1999; MITRAUD, 2001; SABINO; ANDRADE, 2002). Com base no que foi exposto, o presente trabalho tem por objetivo desenvolver através de uma revisão de literatura a importância das atividades de ecoturismo, como também a valorização que a mesma gera com as condições ecológicas, sociais e econômicas. 2.REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Ecoturismo O termo ecoturismo foi utilizado pela primeira vez em 1983 pelo arquiteto mexicano Héctor Ceballos-Lascuráin. A The International 232 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Ecotourism Society determina esta modalidade de turismo como “viagem responsável a áreas naturais, visando preservar o meio ambiente e promover o bem-estar da população local” (WESTERN, 2002). O setor de Ecoturismo se propõe a permitir o contato dos indivíduos com os espaços naturais de modo a garantir a estes últimos sustentabilidade econômica e ecológica (LINDBERG; HAWKINS, 1996). Segundo a Política Nacional de Ecoturismo (1995), ecoturismo é um segmento da atividade de turismo que utiliza, de maneira sustentável, o patrimônio natural e cultural, impulsionando sua conservação e formação de uma consciência ambiental por meio da interpretação do ambiente, gerando bem-estar das populações envolvidas. Kinker (2002) diz que o ecoturismo pode ser visto como uma forma de se alcançar altos lucratividade. Entretanto é imprescindível que se tenha uma preocupação com a sustentabilidade cultural, social, natural e econômica do local aonde vai ser desenvolvida. A atividade de ecoturismo deve induzir a um planejamento adequado para o lugar colaborando para que não ocorram danos ambientais (fauna e na flora). O ecoturismo sustentável é, por sua vez, a forma de exploração ambiental que não agride o meio, sendo aproveitado com o mínimo impacto possível, obtendo resultados economicamente satisfatórios e que atendem às necessidades do público-alvo. Para isso é preciso investir em infra-estrutura adequada, utilizar tecnologias limpas, bons produtos (bens e/ou serviços), profissionais capacitados, melhores tarifas domésticas, divulgação apropriada e honesta (FÉLIX, et al., 2003). 2.2 Importância do Ecoturismo O ecoturismo pode atuar como instrumento de educação e conscientização ambiental, reorientando atitudes e desempenhos do público em relação à natureza, como também incorporar produtividade a questão da responsabilidade social (SANTOS, 2003). Lindberg e Hawkins (1996) observa que as populações possuem um forte vínculo com a Natureza, que representa o suporte principal Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 233 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA de sua caracterização cultural. Por este motivo a preocupação de se definir ecoturismo e de promover o bem estar destas populações. Enfim, se estes povos ainda vivem tendo a Natureza como suporte para a conservação de suas culturas, provavelmente são os únicos a realmente conhecer as formas de sustentabilidade específica daqueles ambientes. Desta maneira, o ecoturismo vem se tornando uma escolha atraente para as regiões em desenvolvimento, pois utiliza os recursos naturais e a mão-de-obra local. Isso se revela na entrada de recursos financeiros, viabilizando projetos adequados ao meio ambiente, como também no engajamento dos habitantes da região na exploração da atividade de turismo (FÉLIX, et al. 2003). Brandon (1995) diz que o ecoturismo também pode promover a conservação com o apoio da população local mostrando uma correlação direta entre a proteção da área natural e a geração de benefícios econômicos. Wallace e Pierce (1996) afirmam que sem estes benefícios, é difícil ganhar o apoio da população local para a proteção de uma área natural. O ecoturismo foi a vertente natural para o uso turístico do parque, pela presença de atrativos naturais (caverna, cachoeiras, trilhas das mais diversas dimensões, rios, corredeiras, floresta) e a salutar convivência das populações e preservação da biodiversidade, também como alternativa a curto e médio prazo para a geração de renda local, segundo alguns autores (HOGAN, 1999; RODRIGUEZ, 1996; VEIGA, 1998). Devenport et al. (2002) ressalta que a geração de renda advinda do ecoturismo é significativa em países em desenvolvimento que estão na faixa tropical e que desenvolvimento deve considerar a educação, oportunidades econômicas e partilha de renda com os habitantes locais. Um dos princípios básicos de um projeto de ecoturismo é a minimização dos impactos negativos causados ao meio e sua infraestrutura deve ser construída de acordo com este princípio. Proporcionar acomodações confortáveis e de baixo impacto no meio ambiente é a chave para o sucesso das instalações ecoturísticas. Pois, tais instalações devem ser “uma janela para o mundo natural” (ANDERSEN, 1995). 234 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.3 Desenvolvimento do Ecoturismo Diversos locais brasileiros são buscados para a prática do ecoturismo, isso se deve principalmente pelo fato do Brasil ter paisagens naturais belíssimas e muitas com poucas modificações. Vários autores fazem menção dos locais onde o turismo rural ou ecoturismo é praticado. Amaral et al. (2001), relata sobre as vantagens de se praticar o ecoturismo na região amazônica. Segundo os autores a Amazônia passa a ser vista como uma atividade econômica e grande capacidade para o desenvolvimento sustentável da região. Almeida (2008) relata sobre os fatores de motivação de ecoturismo em um manguezal, referindo as suas importâncias científicas, sócio-econômicas e até de beleza cênica. Entretanto, Almeida e Suguio (2010) dizem que a falta de planejamento direcionado a proteção e monitoramento deste atrativo poderá causar impactos futuros ao ambiente. 3. CONCLUSÃO Com base no que foi exposto pode-se concluir que as ações que norteiam o ecoturismo são de extrema importância, ao passo que auxiliam na conscientização, no turismo rural sustentável, na geração de renda para as comunidades onde desenvolveram as atividades de ecoturismo ou turismo rural. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. R.; SUGUIO, K.. Turismo sustentável na planície costeira de Cananéia-Iguape e Ilha Comprida (SP). Revista Acta Geográfica, v.4, n.7, p.143-158, 2010. AMARAL, Januário (org.) et al .Pesquisa na Amazônia: intervenção para o desenvolvimento. Porto Velho / RO: EDUFRO, 2001. ANDERSEN, D. “Uma Janela para o Mundo Natural”. In: LINDBERG, K. e HAWKINS, D. Ecoturismo um Guia para Planejamento e Gestão, São Paulo: Editora Senac, 1995. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF INIBIÇÃO DE GERMINAÇÃO DA PUCCINIA PSIDII UTILIZANDO FUNGOS SAPRÓBIOS DO SEMIÁRIDO FábioURA¹ ThaísaCordeiroRUEDA¹ WillianBuckerMORAES² ¹ Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF - Garça – SP - Brasil. e-mail: [email protected] ² Docente do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil. Email: [email protected] ³ Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF – GARÇA/SÃO PAULO RESUMO A cultura do eucalipto no Brasil se iniciou como fonte de madeira e lenha, posteriormente conquistou seu espaço na indústria de papel e celulose e também na produção de carvão vegetal tornado-se de grande importância, tendo hoje no Brasil quatro milhões de hectares plantados e com uma produtividade média de 45 m³/ha/ano, tornase necessário o conhecimento das doenças que podem ocasionar prejuízos fisiológicos a planta e financeiros ao produtor, a Puccinia psidii é uma das suas principais doenças, o fungo ataca plantas jovens com menos de dois anos ou em rebrotas, sempre em órgãos tenros e primórdios foliares, terminais de galhos e haste principal, sendo um patógeno que ocorre em viveiros e jardins clonais. O trabalho for realizado no Laboratório de Patologia Florestal do Departamento de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 237 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Defesa Fitossanitária da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Campus de Botucatu, SP e teve como objetivo testar a germinação dos uredósporos de P. psidii colocando-a em contato com os fungos sapóbrios trazidos do semiário e assim podendo analisar quais inibiram ou promoveram a germinação, dentre os fungos os que se destacaram foram Memnoniella levispora e Gonytrichum macrocladum apresentando resultados de inibição aos uredósporos e o fungo Memnoniella echinata se mostrando promotor da germinação. Palavras-chave: Eucalyptus, Controle biológico, Ferrugem ABSTRACT The cultivation of eucalyptus in Brazil began as a source of timber and firewood, later conquered its space in the pulp and paper industry and also in the production of charcoal made up of great importance today in Brazil with four million hectares and an average yield of 45 m³/ha/year, it becomes need to know the diseases that can cause damage and loss. Puccinia psidii is the major disease of eucalyptus, occurs in nurseries and the field. The fungus attacks young plants with less than two years old or regrowth, leafs young, terminal branches and stem. The work was carried out in the Laboratory of Forest Pathology, Department of Plant Protection, Faculty of Agricultural Sciences, UNESP, Botucatu, SP and aimed to test the germination of P. psidii uredospore in contact with the fungus sapóbrios the of semi arid and analyze germination inhibited or no. The fungi who stood out were Memnoniella levispora, Gonytrichum macrocladum germination inhibiting of the uredospore and Memnoniella echinata germination promoter. Key-words: Eucalyptus, Biological control, Rust. 1. INTRODUÇÃO Iniciou-se como fonte de madeira e lenha a cultura do eucalipto no Brasil, depois conquistou seu espaço na indústria de papel e celulose e também na produção de carvão vegetal tornado-se de grande importância. O que nos torna um dos maiores no mercado 238 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF mundial desta espécie são as condições favoráveis de clima, solo e a grande oferta de áreas para o plantio. O seu rápido crescimento, elevada produção de sementes e adequação de sua madeira para fins industriais, são fatores que alavancam a contínua expansão do setor florestal brasileiro (SILVA, 2001; RECH, 2001). No setor florestal se encontram vários ramos de atividade e conta com várias alternativas de suprimento, contribuindo diretamente para uma produção tanto para o mercado interno como para o externo. Diferentemente do final dos anos 60 onde o setor florestal possuía pouca expressão dentro da economia brasileira, a indústria florestal era rudimentar e não possuía as fontes seguras para abastecimento (REZENDE et al., 1997). Até 2011, o gênero Eucalyptus possuía áreas de plantios que totalizam 4.873.952 ha (ABRAF, 2012). Sua produtividade média é de 45m³ /ha/ano (LIMA et al., 2010). Originário da Austrália o eucalipto é considerado uma espécie de rápido crescimento. No Brasil na cidade de Rio Claro – SP pela Compania Paulista de Estrada de Ferro, deu-se início a introdução do gênero Eucalyptus para a formação de povoamentos florestais com fins econômicos objetivando a produção de dormentes (SILVA, 1994). As espécies de eucaliptos cultivados estão propícias a mais de uma dezena de doenças fúngicas (GRIGOLETTI JR., AUER e SANTOS, 2001). Doença pode ser entendida como qualquer desvio das funções fisiológicas normais da planta, sendo que esses desvios são prejudiciais e levam a um desequilíbrio no balanço energético entre os processos geradores e consumidores de energia, com conseqüente prejuízo para a planta. As doenças podem ocasionar perdas econômicas desde a fase de viveiro até os plantios adultos. (AGRIOS 1997). O surgimento e desenvolvimento de uma doença é o resultado da interação de uma planta suscetível, patógeno virulento e ambiente favorável (VALE et al., 2004). Segundo Rocha et al. (2011) o desenvolvimento de doenças ocasionadas principalmente em viveiros, por fungos fitopatogênicos são em decorrência das condições favoráveis de temperatura e umidade proporcionadas para que as mudas tenham um bom desenvolvimento. Sendo que umas das principais doenças causadoras de danos nas mudas é a ferrugem ocasionada pelo fungo Puccinia psiidi. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os fungos sapróbios: Memnoniella levispora, Gonytrichum macrocladum, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 239 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Stachylidium bicolor, Dictyochaeta obesispora, e Memnoniella echinata quanto a uma possível ação inibidora na germinação de uredósporos de Puccinia psidii. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Ferrugem Os fungos pertencentes a ordem uredinales, são distribuídos em 163 gêneros, possuem aproximadamente 6900 espécies e 14 famílias, no reino dos fungos compreendendo cerca de 10% dos microrganismos descritos (KIRK, et al., 2001) e compondo uma das maiores ordens naturais de fungos (AINSWORTH, 1983). É um grupo de organismos fitopatogênicos capaz de comprometer um número muito grande de culturas de plantas de interesse econômico (LINDQUIST, 1982), uma vez que foram estimados no Brasil a partir de estudos realizados a existência de pelo menos, 3000 espécies de ferrugens no país (HENNEN et al., 1982). Sendo conhecidas mais de 6.000 espécies distribuídas por todos os continentes, exceto na Antártida, as ferrugens formam um dos mais importantes grupos de fungos parasitas de plantas. Ocorrendo em plantas cultivadas, a ferrugem forma um número considerável hoje existentes no Brasil. Mais de 200 famílias são conhecidas como hospedeiras de pelo menos uma espécie de ferrugem. As ferrugens possuem capacidade de infectar um alto número de plantas vasculares, como organismos parasitas ecologicamente obrigados e que apresentam uma grande especificidade em relação aos seus hospedeiros. São encontradas tanto em Lycothyta (Selaginella), Pteridófitas e Gymnospermas, como sobre outras famílias primitivas ou avançada das monocotiledôneas e dicotiledôneas. (FIGUEIREDO & HENNEN, 1998). Existem algumas espécies de ferrugens que precisam de dois hospedeiros não relacionados entre si para que seus ciclos vitais sejam completados, sendo chamadas de heteroécias. Outras espécies são capazes de completar o seu ciclo vital em apenas um único hospedeiro, e são chamadas de autoécias (PASSADOR, 2002). Certas famílias botânicas como, Polypodiacea, Asteraceae, Euphorbiaceae, Poaceae, Malpighiacea, Fabaceae, Pinaceae e 240 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Solanaceae, possuem numerosos gêneros e espécies de ferrugens por consequência da relação à alta especificidade aos seus hospedeiros (CUMMINS, 1978; CUMMINS & HIRATSUKA, 2003). O resultado da ação de fatores ambientais sobre as espécies são consequência das diferenças fisiológicas que existem, além das diferenças morfológicas entre as ferrugens. Sendo assim as ferrugens pertencentes a regiões e clima temperado ou tropical possuem as paredes de seus telíosporos extremamente espessas, com elevada concentração de substâncias autoinibidoras da germinação, por consequência a estas substâncias, os esporos permanecem em dormência durante os períodos desfavoráveis à infecção (FIGUEIREDO & CARVALHO Jr.,1995). Os auto-inibidores presentes nas paredes dos esporos possibilitam a sobrevivência do patógeno na ausência do hospedeiro e também impedem a germinação rápida de todos os esporos ao mesmo tempo. Durante o período de chuva, ao final do verão são removidas as substâncias que são hidrossolúveis que acabam possibilitando a infecção de novos hospedeiros. (FIGUEIREDO & CARVALHO Jr.,1995). Para Wolf (1982), tais substâncias são de extrema importância uma vez que previnem a germinação prematura, contribuindo assim para uma eficiente dispersão dos esporos. A ordem uredinales possui espécies de ferrugens que são responsáveis por muitas das doenças de plantas cultivadas com distribuição mundial. Com frequência, os danos causados por várias espécies de ferrugens às principais culturas de valor econômico, acabam impossibilitando o plantio em determinadas áreas e épocas do ano. (FIGUEIREDO & HENNEN, 1998). Entre as espécies que representam grande ameaça estão: a ferrugem do café (Hemileia vastatrix), do trigo (Puccinia graminis f.sp. tritici), do sorgo (Puccinia purpurea ), do feijão (Uromyces appendiculatus), do milho (Puccinia polysora, Puccinia sorghi e Physopella zeae), da soja (Phakopsora packyrhizi, na Ásia e Phakopsora meibomiae, no Brasil), do alho (Puccinia allii), do pessegueiro (Transzchelia discolor), no amendoim (Puccinia arachidis), do Populus (Melampsora larici – populina e Melampsora medusae), e do crisântemo (Puccinia horiana e P. chrysantemi), das mirtáceas (Puccinia psidii) entre várias outras (FIGUEIREDO & HENNEN, 1998). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 241 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.2 Ferrugem do eucalipto A primeira descrição da Puccinia psidii no Brasil ocorreu em mudas de goiabeira por George Winter (MACLACHLAN, 1938). Com o nome popular “Ferrugem de Mirtáceas”, se entende que todos os hospedeiros desta doença se encontram na família botânica Myrtaceae, de onde se dá origem ao nome (FIGUEIREDO, 2000). O fungo biotrófico P. psidii apresenta uma grande distribuição geográfica (CASTRO et al., 1983). É endêmico na América do Sul, América Central, nas ilhas do Caribe (LAUDON; WATERSTON, 1965; DI STEFANO et al., 1998), na Jamaica (MACLACHLAN, 1938) e na Flórida (MARLATT; KIMBROUGH, 1979; RAYACHHETRY et al., 1997). Na Austrália onde é considerada uma doença quarentenária onde possui alto risco de danos à flora local ou nos plantios comerciais, em decorrência da extensa gama de hospedeiros e sua capacidade de disseminação (GLEN et al., 2007). Também para Coutinho et AL. (1998), no Brasil a Puccinia psidii é uma das doenças mais severas para a cultura de Eucalyptus sp. possuindo potencial para causar danos em áreas tropicais e subtropicais onde se encontram florestas da espécie. Joffify em 1944 fez a primeira descrição da ferrugem do eucalipto (FERREIRA, 1983). Com 400 mil mudas de eucalipto refulgadas (Ferreira, 1981), em decorrência dessa doença, na costa do Espírito Santo em 1973 em um viveiro de Eucalyptus grandis, provenientes da África do Sul deuse a primeira constatação preocupante da doença (FERREIRA, 1989). Em 1974 até 1979 começaram a se registrar novos ataques no Vale do Rio Doce, Zona da Mata de Minas Gerais, Nordeste do Espírito Santo e Sudeste da Bahia. (FERREIRA, 1981, FERREIRA 1989; FERREIRA & SILVA, 1982). Mesmo não sendo muito severos, esses ataques provenientes da África do Sul e Zimbabwe, ocorriam esporadicamente atingindo plantação e viveiros (FERREIRA, 1981). Já em 1980 foram registrados novos casos, embora mais severos que os anteriores nos locais já citados, sendo que no Vale do Rio Doce – MG, foram devastados com a doença mais de 300 hectares de E. grandis com seis meses de idade (FERREIRA, 1981). Segundo Camargo et al. (1997), na década de 90 começaram a ser registradas as primeiras incidências de ferrugem no estado de São Paulo, na região do Vale do Paraíba, em áreas de reforma florestal, no município de Santa Branca. 242 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2.1 Sintomatologia No estádio de crescimento “A”, em que corresponde até os dois anos de idade da planta o eucalipto é suscetível à doença, já no estágio fenológico “B”, que corresponde a idade de dois a quatro anos a doença é encontrada com menor frequência e no estágio fenológico “C”, que é a idade dos quatro anos até a idade de corte a doença é raramente encontrada (FERREIRA, 1989). Para Figueiredo (2001), P. psidii só ataca plantas jovens com menos de dois anos ou em rebrotas, sempre em órgãos tenros e primórdios foliares, terminais de galhos e haste principal, sendo um patógeno que ocorre em viveiros e jardins clonais. Segundo Alfenas & Zauza (2007) o fungo ocasiona deformações dos órgãos, minicrancos, perda da dominância apical e, consequentemente a redução do crescimento. O sinal marcante da doença é a presença de pústulas amareladas sobre os órgãos afetados. Nas folhas, as lesões ocorrem e são dispersas em ambas faces do limbo e frequentemente demarcadas por um halo arroxeado. Quando o ataque incide nos ramos, as folhas recém-formadas não chegam a completar seu desenvolvimento e apresentam deformações (GALLI et al., 1980). Nos órgãos jovens da planta o fungo P. psidii pode ser facilmente identificado por meio de seu sinal, na forma de esporulação urediniospórica intensa, pulverulenta e de coloração amarela. Seus sintomas de ataque começam com pequenas pontuações na parte inferior das folhas, levemente salientes de coloração verde clara ou vermelho-amarelada. Depois de duas semanas, as pontuações se transformam em pústulas de uredósporos amarelos, que aumentam de tamanho e logo após ocorre a característica esporulação uredospórica de coloração amarela forte, nos órgãos atacados, que ficam tomados pela infecção (RAYACHHETRY et al., 2001). Se o ataque é intenso as pústulas se agregam recobrindo a superfície das brotações do eucalipto, causando a morte de seus tecidos afetados, onde os mesmos passam a ter uma coloração negra, em consequência da necrose. Sendo os rebentos foliares e as partes mais apicais dos galhos e haste principal, os órgãos mais suscetíveis a ferrugem, onde apresentam características de encarquilhamento e esporulação acentuada (FERREIRA, 1989; TOMMERUP et al., 2003). Depois do ressecamento das pústulas, as plantas que foram atacadas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 243 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA podem se recuperar emitindo intensa brotação, entretanto, nessas novas brotações pode haver nova ocorrência da doença (FERREIRA, 1989). 2.2.2 Epidemiologia O clima desempenha influência marcante sobre o desenvolvimento de doenças, podendo atuar sobre o patógeno, sobre o hospedeiro e sobre a interação patógeno-hospedeiro. A importância do conhecimento das exigências climáticas dos fitopatógenos é para o entendimento da evolução da doença no campo, e para se prever com certa precisão a ocorrência de epidemias em determinadas condições climáticas e agrícolas de uma região (KRÚGNER, 1978). Para os fungos que causam ferrugem, as variáveis que cumprem um papel fundamental em sua biologia e na ocorrência e severidade da enfermidade, são a temperatura, o fotoperíodo e a umidade, pois influenciam nos processos de germinação, penetração e infecção. (RUIZ et al., 1989). A infecção e esporulação variam com o período de molhamento, temperatura, fenologia do hospedeiro e luz (ALFENAS et al., 2000). Com temperatura de 10 a 30°C e com máximo de germinação entre 15 e 20°C, os urediniósporos germinam no escuro, na presença de água livre, entre 6 e 24 horas de molhamento foliar. Logo após a penetração e colonização, ocorre a esporulação uredinospórica, em consequência do estímulo da luz e temperaturas próximas a 20°C. Com umidade relativa maior ou igual a 90 %, por no mínimo 8 horas diárias, sob temperaturas medias de 20°C a 25°C, causam aumento na intensidade da doença (CARVALHO et al., 1994; RUIZ et al., 1989a, 1989b). Castro (1983) observou que se mantivesse as mudas de eucalipto por doze horas no escuro após a inoculação, obtinha uma maior infecção do que se as deixassem no claro. No entanto Ruiz et al., (1987) concluíram que a infecção foi inversamente proporcional ao tempo de exposição uma vez que fizeram a inoculação das mudas e as submeteram a vários fotoperíodos. No Brasil, as condições propícias para a ocorrência da ferrugem são nos meses de maio à agosto, períodos onde foram registrados altos índices da doença no campo (RUIZ et al., 1989; TAKAHASHI et al., 1999). 244 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.2.3 Métodos de controle A ferrugem pode ser controlada por fungicidas, condução da rebrota em época desfavorável à ferrugem e utilização de plantas resistentes, sendo esta a mais indicada por ter menor custo, eficaz em sua execução e mínimo impacto ambiental (ALFENAS el al., 1989). Pode ser controlada a doença, tanto por resistência inter ou intra- específica (COUTINHO et al., 1998). Os fungicidas podem ser usados em casos emergenciais, como em jardins e minijardins clonais, brotações e plantas jovens (RUIZ e ALFENAS, 1989; ALFENAS et al., 2004). Porém para Zauza et al. (2008), cada vez mais é necessário a busca de outros fungicidas eficientes, levando em consideração as preocupações sobre o uso contínuo de um mesmo princípio ativo e com as exigências dos órgãos de certificação florestal de produtos com que não possuam cloro em sua molécula, torna-se preocupante o uso deste produto uma vez que o mesmo pode persistir no ambiente. Os fungicidas utilizados para o controle da ferrugem do eucalipto considerados eficientes são mancozeb, oxicloreto de cobre, triadimenol e triforine (FERREIRA, 1989) e azoxystrobina (ALFENAS et al., 2009). Também se encontram no mercado vários fungicidas eficientes como as estrobilurinas e os triazóis (NARUZAWA et al., 2006; GODOY e CANTERI, 2004; MUELLER et al., 2004; CHALFOUN e CARVALHO, 1999). As estrobilurinas possuem atividade biológica variada e um potencial de controle com uma grande gama de fungos. Ao bloquearem a transferência de elétrons entre os citocromos B e C, elas impedem a respiração mitocondrial, o que acaba interferindo na formação de ATP (KOELLER, 1998; YPEMA e GOLD, 1999). O grupo dos triazóis em sua maioria inibe a biossíntese de esteróis, especialmente do ergosterol, pois possuem ação sistêmica acropetal. A deficiência desse esterol e o acumulo de compostos intermediários acaba induzindo a formação de membranas alternativas e a desorganização celular (FORCELINI et al., 2001). Mesmo com outras formas existentes de medidas de controle a resistência genética continua sendo a melhor medida a ser tomada. Sabe-se que a variabilidade genética do gênero Eucalyptus spp. quanto a resistência às doenças e a fatores adversos é muito grande e isso ocorre, individualmente, quanto à ferrugem do eucalipto. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 245 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA (FERREIRA & SILVA, 1982). Assim, o estudo de espécies de Eucalyptus, procedência e clones resistentes a ferrugem, têm se tornado cada vez mais necessário, pois ele aprimora as técnicas de avaliar essa resistência. Muitos trabalhos de resistência de eucalipto à ferrugem mostram em sua metodologia que o uso de inoculação direta do patógeno nas mudas, exibe resultados satisfatórios (FERREIRA & SILVA, 1982; CASTRO, 1983, TAKAHASHI et al ,1997). O controle biológico pode ser definido como o controle de um microrganismo através da ação direta de um outro microrganismo antagônico, o qual pode atuar por meio de antibiose, parasitismo, competição, predação ou hipovirulência (SCHWAN-ESTRADA et al, 2000). O controle biológico de fitopatógenos é potencialmente aplicável contra qualquer tipo de microrganismo, porém há uma maior atenção sobre o controle biológico de fungos, uma vez que os mesmo causam a maioria das doenças e por serem facilmente controlados por outros microrganismos. (MORAES, 1992). SANFUENTES e FERREIRA (1996) testaram G. roseum, Penicillium sp., Trichoderma harzianum Rifai, T. viride Pers. ex. Fries e dois isolados de Trichoderma sp. para a supressão de B. cinerea em mudas de eucalipto. O tratamento com Gliocladium roseum Bainer foi significativamente o melhor. PICCININ e PASCHOLATI (1995) relataram o efeito de Saccharomyces cerevisiae Meyen ex. Hansen na redução de 40 à 100% de ocorrência da doença causada por B. cinerea em mudas de eucalipto. Os estudos para o controle biológico de ferrugem estão no início, não sendo possível encontra-los em literatura. 6. CONCLUSÃO O melhor método de controle da Puccinia psidii é o controle da resistência genética devido a sua alta eficácia e por não ser prejudicial ao meio ambiente, uma vez que o controle biológico ainda está em seus primeiros estudos não comprovando sua eficiência. Controle químico só deve ser utilizado em casos onde não foi utilizado material genético resistente e o patógeno está causando danos econômicos a cultura. 246 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 7. REFERÊNCIAS ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF 2012 ano base 2011 – ISSN: 1980 8550, Brasília: 2012. 150p. Disponível em: http:// www.abraflor.org.br/estatisticas/ABRAF12/ABRAF12-BR.pdf AINSWORTH,G.C. Bisby’s dictionary of the fungi. 6 Kew. Commonw.Mycol. Inst., Kew,1983 ALFENAS, A.C., DEMUNER, N.L. & BARBOSA, M.M. A ferrugem e as opções de controle. Correio Agrícola 1:18-20. 1989. 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Para averiguar se as ações implantadas em uma determinada área estão efetivamente promovendo a recuperação da vegetação natural ou cobertura florestal, não apenas fisionomicamente, mas também dos seus processos mantenedores é efetuada a realização do monitoramento da área. O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão sobre o potencial bioinvasor da leucena em áreas em processo de restauração e concluiu-se que a espécie pode trazer sérios danos nessas áreas devendo ser monitorada e controlada. Palavras-chave: monitoramento, bioinvasão, Leucaena leucocephala. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 255 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The expansion of human activities has been primarily responsible for the loss and or fragmentation of natural habitats, it is generating the commitment of biodiversity, siltation and the onset of erosion. Taking into consideration the importance of forests, protection actions are essential, one of the restoration. To investigate whether the actions implemented in a given area are effectively promoting the recovery of natural vegetation or forest cover, not only physiognomically, but also of its maintainers processes is effected the completion of the monitoring area. The objective was to conduct a review on the potential of leucaena bioinvasor in areas where the restoration process and concluded that the species can cause serious damage in these areas should be monitored and controlled. Keywords: monitoring, bioinvasion, Leucaena leucocephala. 1. INTRODUÇÃO A expansão das atividades humanas tem sido a principal responsável pela perda e, ou, fragmentação dos habitats naturais (FAHRIG, 2003; FISCHER & LINDENMAYER, 2007). Em todo o mundo a retirada da vegetação nativa, para os mais variados tipos de uso da terra, tem atingido níveis alarmantes (PIRES et al., 2006). Um exemplo a ser citado é a Mata Atlântica que cobria inicialmente uma superfície total estimada em mais de 1.360.000 km², ou seja, 15% do território nacional (ALMEIDA, 2000). Atualmente o bioma está reduzido a menos de 7% de sua extensão original (MORELLATO & HADDAD, 2000). O desmatamento indiscriminado e intensivo gerou como impactos o comprometimento da biodiversidade, o assoreamento e surgimento de processos erosivos e a contaminação dos solos e águas por fertilizantes e agrotóxicos (CASTRO, 2005). Levando em consideração a importância das florestas, ações de proteção são essenciais, sendo uma delas a restauração. Segundo o Art.2° 9985/00 (BRASIL,2000, p.8), entende-se por restauração, a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original. 256 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Para que um projeto de restauração seja bem sucedido, ou seja, que a vegetação implantada se torne uma floresta, é necessário uma série de cuidados, tais como, seleção de espécies, manutenção do plantio e monitoramento da área (NBL, 2013) O monitoramento permite avaliar se as ações implantadas em uma determinada área estão efetivamente promovendo a recuperação da vegetação natural ou cobertura florestal, não apenas fisionomicamente, mas também dos seus processos mantenedores (NBL,2013). Em áreas em processo de restauração alguns dos indicadores utilizados no monitoramento são análise da chuva e banco de sementes, levantamento de fauna, qualidade do solo e serrapilheira, estrato regenerante, entre outros (SIQUEIRA, 2002; SORREANO, 2002; RODRIGUES & GANDOLFI, 1998). Esse tipo de análise periódica permite verificar a evolução e reconstrução do ecossistema, bem como identificar ameaças e correções que devem ser tomadas. Uma das ameaças que podem ser verificadas é a invasão de espécies, processo denominado bioinvasão, que consiste na chegada, estabelecimento e expansão de uma espécie exótica em um local onde não é o seu habitat natural historicamente conhecido, resultante de dispersão acidental ou intencional por atividades humanas (CARLTON, 1996). As espécies exóticas se tornam potenciais invasores por apresentarem uma grande produção de sementes pequenas que apresentam uma facilidade na sua dispersão, alta taxa de crescimento relativo, sementes com uma grande longevidade no solo e com uma alta germinação, floração e frutificação prolongadas, plantas com maturação precoce, alelopatia, pioneirismo, potencial reprodutivo por brotação e ausências de inimigos naturais (GENOVESI, 2005). Um exemplo de bioinvasor é a Leucena, com grande potencial invasor, ela acaba se tornando um empecilho no funcionamento de alguns ecossistemas, dificultando a formação de plântulas de espécies nativas por conta da competição por água, luz, nutrientes e através do seu efeito alélopatico sobre os outros indivíduos (SILVA, 2009; KUO et al., 1982) Levando em consideração essas informações, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sobre a bioinvasão de leucena em áreas restauradas. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 257 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Monitoramento de áreas restauradas Segundo o Art.2° 9985/00 (BRASIL,2000, p.8), área restaurada é aquela que se encontra o mais próximo possível da sua condição original. Ações e práticas conservacionistas são fundamentais para a proteção dos remanescentes florestais. Entretanto não são suficientes para reverter a situação atual em que se encontram os ecossistemas degradados. Deste modo, torna-se necessário uma intervenção mais efetiva e direta, sendo a restauração florestal uma das atividades mais promissoras neste sentido, com capacidade de proporcionar ao sítio degradado condições mínimas para o estabelecimento dos processos ecológicos (BASTOS, 2010). Entende-se por monitoramento o acompanhamento temporal dos parâmetros estabelecidos, para posterior Avaliação do projeto, isto é, verificar se a área restaurada atingiu o estado pré-definido (GANDOLFI, 2006). A realização do monitoramento em áreas em processo de restauração permite avaliar se as ações implantadas em uma determinada área estão efetivamente promovendo a recuperação da vegetação natural ou cobertura florestal, não apenas fisionomicamente, mas também dos seus processos mantenedores (NBL, 2013). Para a realização do monitoramento são utilizados indicadores da restauração e eles devem descrever não apenas a evolução da restauração natural ou induzida da comunidade, através da expressão e manejo de sua resiliência, mas também apontar a necessidade de novas ações e o sucesso das ações já implantadas, visando corrigir e/ou garantir processos críticos para que o desencadeamento da sucessão ecológica local ocorra.(NBL, 2013) Diversos autores sugerem inúmeros parâmetros que possam ser usados como indicadores de monitoramento para áreas restauradas: formigas (ANDERSEN, 1997), estrutura da comunidade de invertebrados (JANSEN, 1997), mudança na densidade de minhocas em área de regeneração (ZOU & GONZALEZ, 1997), e entre eles os 258 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF parâmetros vegetativos, que incluem a regeneração natural (RODRIGUES & GANDOLFI, 1998). As análises de regeneração natural são essenciais para se avaliar o sucesso da recuperação. É realizada através de medições de diâmetro, no nível do solo, e da altura das plântulas jovens presentes em pequenas parcelas amostrais, lançadas na floresta. A quantificação da regeneração, quando associada com a classificação sucessional das espécies (pioneiras, secundarias iniciais, secundarias tardias e clímax), compõe um indicador de grande utilidade das condições de recuperação e de sustentabilidade da floresta (MARTINS, 2001) (Figura1). 2.2 Bioinvasão A bioinvasão é a chegada, o estabelecimento e a expansão de uma espécie exótica em um local onde não é o seu habitat natural historicamente conhecido, resultante de dispersão acidental ou intencional por atividades humanas (CARLTON, 1996). A invasão biológica constitui uma ameaça a todas as biotas nativas de todas as partes do mundo, é ainda maior em regiões tropicais, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 259 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA sendo então um poderoso agente de degradação, e uma das consequências é a substituição de espécies nativas por exóticas, a poluição genética e a perda de pools gênicos (SHEIL, 2001). Ziller (2005) mostra que as espécies exóticas invasoras têm não apenas o poder de sobrevivência e adaptação em outros ambientes, mas também a capacidade de impor uma dominância sobre a diversidade biológica nativa, alterando as características básicas do ambiente natural e modificando os processos ecológicos interativos. A segunda maior causa de extinção de espécies no mundo está relacionada com a ação de espécies invasoras, superada apenas pela supressão de habitats (BRASIL, 2002). As espécies exóticas se tornam potenciais invasores por apresentarem uma grande produção de sementes pequenas que apresentam uma facilidade na sua dispersão, alta taxa de crescimento relativo, sementes com uma grande longevidade no solo e com uma alta germinação, floração e frutificação prolongadas, plantas com maturação precoce, alelopatia, pioneirismo, potencial reprodutivo por brotação e ausências de inimigos naturais (GENOVESI, 2005). Segundo Guimarães (2005) o problema da contaminação biológica atinge, pelo menos, 103 unidades de conservação do Brasil, espalhadas por 17 estados e pelo Distrito Federal. Alguns exemplos de espécies vegetais com histórico de bioinvasão são: .Jaqueira (Artocarpus integrifolia Forst.), Mangueira (Mangifera indica), Jambolão (Syzygium cumini) e a Leucena (Leucaena leucocephala Wit.) (INSTITUTO HORUS, 2013). 2.3 Leucena A leucena (Leucaena leucocephala Wit.) é uma espécie da família Fabaceae, leguminosa exótica, originária do México, e é encontrada em toda a região tropical. Árvore semidecídua a leucena mantêm-se verde na estação seca, perdendo somente os folíolos em secas muito prolongadas ou com geadas fortes. A planta apresenta um sistema radicular profundo, com poucas raízes laterais, que ocorrem em pequeno número, próximas à superfície do solo. As folhas são (recompostas) bipinadas, com 15 a 20 cm de comprimento, apresentando quatro a dez pares de folíolos (pinas), cada uma com 260 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF cinco a vinte pares de foliólulos em cada pina. Cada foliólulo apresenta 7 a 15 mm de comprimento e 3 a 4 mm de largura. A inflorescência é globosa e solitária, sobre um pedúnculo com mais de 5 cm de comprimento, apresentando numerosas flores brancas formadas no decorrer do ano todo, principalmente em setembro-outubro. Essas inflorescências são de autopolinização que resultam em cachos de vagens, sendo estas estreitas e achatadas, com 20 cm de comprimento e 2 cm de largura, portam de 2 a 13 sementes, que apresentam cor marrom (SKERMAN, 1977; LORENZI, 2003) (Figura 2). Devido ao seu rápido crescimento e capacidade de fixação de nitrogênio no solo, a leucena foi utilizada inicialmente para recomposição da cobertura vegetal e a reabilitação de áreas degradadas (FRANCO; FARIA, 1997; RESENDE; KONDO, 2001), a L. leucocephala tem suas folhas e vagens utilizadas como forragem para animais, especialmente cabras, e madeira utilizada como lenha (INSTITUTO HORUS,2013). Porém, há diversos estudos atribuindo à leucena a característica de planta invasora em diversas regiões do mundo (SMITH, 1985; WAGNER et al., 1999; SCHERER et al., 2005), que levaram à sua inclusão na lista das 100 espécies invasoras mais agressivas do planeta, elaborada pela União Mundial para a Conservação da Natureza - IUCN (LOWE et al., 2000). Leucaena leucocephala reúne alguns atributos típicos de espécies com alto potencial como invasoras, que são árvores de crescimento rápido (BLOSSEY; NÖTZOLD, 1995), pioneiras heliófitas (REJMÁNEK, 1996) e produzem sementes em grande quantidade (NOBLE, 1989). A abundante produção de sementes de L. leucocephala e alta viabilidade das mesmas garantem sua agressiva regeneração formando, em muitas situações, povoamentos puros e com alta densidade. Está dominância que a espécie pode exercer sobre outras pode resultar do sombreamento intensivo no sub-bosque inibindo a germinação de sementes de espécies nativas e competição por água e nutrientes (SILVA, 2009) Ainda que suas sementes secas e duras sejam predominantemente dispersas por gravidade (barocoria), há relatos de que a espécie é zoocórica (INSTITUTO HORUS, 2013) e que suas sementes podem ser dispersas por aves e formigas, possibilitando transporte para além do limite de suas copas, o que é requisito para a disseminação de espécies invasoras. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 261 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Invasões de leucena foram relatadas na Aracruz Espírito Santo e na Ilha de Trindade em 1998. Em ambos os lugares a espécie foi introduzida com o intuito de restaurar o habitat (INSTITUTO HORUS,2013). Impactos ambientais por leucaena leucocephala foram constatasdos no parque municipal santa luzia, Uberlândia – MG (CASTRO & SOARES,s/d). 3. CONLUSÃO Concluiu-se que a leucena apresenta grande potencial bioinvasor, podendo ser prejudicial quando se estabelece em áreas em processo de restauração, até mesmo em florestas naturais. Dessa forma estudos que reconheçam a bioinvasão nessas áreas devem ser desenvolvidos para subsidiar medidas de manejo visando o controle dessa espécie e proteção dos ecossistemas naturais. 4. REFERÊNCIAS ALMEIDA, D. S. DE. 2000. Recuperação ambiental da Mata Atlântica. Ilhéus, Editus - Universidade Estadual de Santa Cruz. 130p. 262 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ANDERSEN, A.N. Ants as indicators of restoration success: relationship with soil microbial biomass in the Autralian Seasonal Tropics. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF RECINTO DE EXPOSIÇÃO DE CUTIA Samantha Fonseca SAWAEDA1 Augusto Gabriel Claro de MELO² Thiago Soares VAITI³ 1 Engenheira Florestal formada pela FAEF – Garça/SP; ² Coordenador do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP ([email protected]); ³ Discente do curso de Engenharia Florestal da FAEF – Garça/SP. RESUMO As cutias são roedores que habitam as florestas brasileiras, sendo considerados importantes dispersores de sementes. No entanto, sua carne é apreciada e acabam sendo alvos da ação da caça ilegal, o que compromete suas populações naturais. Uma das formas de contribuir com a preservação da espécie é a criação em cativeiro para venda da carne ou matrizes e até mesmo reintrodução na natureza. No entanto, a criação deve ser autorizada pelo órgão ambiental competente e os recintos devem seguir as especificações legais. O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão sobre a cutia e propor um recinto para alojar um casal desses animais. Palavras-chave: animais silvestres, cativeiro, Dasyprocta spp., ABSTRACT Agoutis are rodents that inhabit the Brazilian forests, are considered important seed dispersers. However, their meat is Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 267 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA appreciated and end up being targets of action of poaching, which compromises their natural populations. One way to contribute to the preservation of the species is breeding in captivity for sale of meat or even arrays and reintroduction into the wild. However, the creation must be authorized by the competent environmental agency and the enclosures should follow the legal specifications. The objective was to conduct a review of the agouti and propose an enclosure to house a couple of these animals. Keywords: wild animals in captivity, Dasyprocta spp. 1. INTRODUÇÃO A perda de diversidade biológica, medida sobretudo através da extinção de espécies, é um dos grandes problemas ambientais da atualidade. Embora sejam conhecidos eventos de extinção em massa ao longo da história da vida na terra, acredita-se que após o contato com o homem a extinção de espécies passou a acontecer em taxas elevadas, sem precedentes (BURNEY e FLANNERY, 2005). Dentre as ameaças para a perpetuação das espécies destacam-se a destruição e degradação do hábitat, a super exploração, a introdução de espécies exóticas e o aumento da incidência de doenças, consequências diretas ou indiretas de atividades humanas (JANZEN & MARTIN, 1982). Os roedores compõem a maior ordem de mamíferos do mundo e encontram-se nos mais variados tipos de habitats. Desde a aparição deles no novo mundo durante o último Eoceno, esses histricognatos tem passado por uma intensa radiação adaptativa, mostrando uma grande diversidade em comparação com outros grupos de mamíferos (SMYTHE,1978). São animais que apresentam extraordinária variedade de adaptações ecológicas; suportam os climas mais frios e os mais tórridos, vivem nas regiões de maior revestimento florístico e nas mais estéreis; em grandes altitudes e, em cada região podem mostrar um grande número de adaptações fisiológicas (EMMONS & FEER, 1997). O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão sobre a cutia e elaborar um recinto para alojar um casal de animais dessa espécie. 268 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Caracterização da cutia A cutia (Dasyprocta sp.) é um roedor de porte médio, com distribuição geográfica compreendida desde a América Central até a América do Sul. Cotias e cotiaras (Dasyprocta) são importantes dispersores de sementes de grande porte devido a um comportamento bastante especializado denominado armazenagem dispersa este comportamento consiste no enterramento de sementes para futuro consumo e permite a germinação daquelas que por algum motivo não são mais recuperadas. Esta característica torna a família Dasyproctidae especialmente importante na dinâmica de uma grande variedade de árvores neotropicais de diferentes famílias (Leguminosae, Palmae, Lecythidaceae, etc.) cujas sementes possuem tais características (MORRIS,1962). Os roedores do gênero Dasyprocta (cutias) pertencem a família Dasyproctidae sendo esta dividida em dois gêneros Dasyprocta (cutia) e Myoprocta (cotiara). Dasyprocta é o gênero mais numeroso da família, com cerca de onze espécies de cutias distribuídas por uma vasta área da América Neotropical e encontrada sem uma grande quantidade de habitats. São elas: Dasyprocta azarae, Dasyprocta coibae, Dasyprocta cristata, Dasyprocta fuliginosa, Dasyprocta guamara, Dasyprocta kalinowskii, Dasyprocta leporina, Dasyprocta mexicana, Dasyprocta prymnolopha ,Dasyprocta punctata e Dasyprocta ruatanica (WILSON & REEDER, 1993). Em geral nenhuma das espécies são simpátricas (SMYTHE, 1978). A distribuição geográfica desta família vai de Veracruz no sul do México, passando pela América Central, até o norte da Argentina, Paraguai, Uruguai e todo território brasileiro (EISENBERG, 1989). Vivem em habitats úmidos apropriados, em baixas altitudes, em florestas secas decíduas e verdes. Também ocorrem na Venezuela, Guiana Francesa e Amazônia brasileira (GUIMARÃES 2003) No leste do país, próxima ao litoral, nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo (na vertente leste da Serra do Espinhaço), Rio de Janeiro e São Paulo (também na vertente leste da Serra do Mar). Para todas as localidades, a espécie ocorre entre as quotas altimétricas de 0 e 900 m (EISENBERG, 1989). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 269 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Os roedores do gênero Dasyprocta (cutias) pertencem a família Dasyproctidae sendo esta dividida em dois gêneros Dasyprocta (cutia) e Myoprocta (cotiara). São animais de porte avantajado, adaptados a vida terrestre por uma redução de dedos funcionais e um polegar vestigial, possuem quatro nas patas anteriores e três nas patas posteriores. As garras das anteriores são, além disso, arqueadas ligeiramente, indicando a capacidade de escavar, embora não sejam verdadeiras cavadoras. Os membros posteriores são bem maiores do que os anteriores, capacitando-as para o salto (EISENBERG, 1989) Possuem a cabeça e as patas dianteiras sutilmente oliváceas acinzentadas, dorso vermelho escuro para laranja brilhante, cobertas por longos pelos lisos, que projetam-se posteriormente em uma extremidade e são usualmente amarelo palha ou laranja, na base, esta cor é visível quando os pelos são eriçados. O topo da cabeça, pescoço e meio do dorso entre as espáduas algumas vezes são escuros, com pelos longos; as orelhas são pequenas e nuas como a cauda que é quase vestigial (Figura 1) (EMMONS & FEER, 1997). As fêmeas são maiores do que os machos marcham levemente agachando e mantendo a cabeça baixa (EMMONS & FEER, 1997). Possuem hábitos terrestres, com grandes patas traseiras nas quais 270 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF podem ficar apoiadas relacionada à demorada apreensão aos galhos. A lentidão dos movimentos, o longo período de inatividade diária e a forma de locomoção e a postura desses animais são algumas de suas características que despertam o interesse dos fisiologistas. É orientada principalmente pelo olfato, pois a audição e a visão deste animal deixam a desejar (OLIVEIRA, 2010). Vivem em pares monogâmicos com sua prole em um determinado território (EMMONS & FEER, 1997), formando casais em períodos de maior disponibilidade de alimentos. Atingem a maturidade sexual aos seis meses e no período de acasalamento o macho recorre a vários cerimoniais, como lançar jatos de urina na fêmea e vibração da cauda. A gestação varia de 104 a 120 dias, dão a luz precocemente, parindo de um a dois filhotes, podendo ocorrer até duas gestações por ano. Os primeiros filhotes, em geral nascem durante abril - maio; existe um estro pós-parto, de forma que os segundos do ano nascem em julho ou agosto Os aumentos da tolerância social nas cutias ocorrem quando há aumento na disponibilidade de alimento (SMYTHE, 1978). Os jovens, como todos os roedores histricognatos, nascem peludos, com os olhos abertos e pesam cerca de 200 gramas; a fêmea os escondem, quando estão ainda pequenos, em ninhos bem protegidos, não permitindo a aproximação do macho e saindo apenas para se alimentar. Os filhotes só acompanham a mãe na procura de alimentos quando estiverem em segurança (DEUTSCH & PUGLIA,1988). As cutias jovens dividem seu território com seus pais até serem expulsos (SMYTHE, 1978). Muito pouco é conhecido sobre o seu habitat (SMYTHE, 1978); adultos raramente usam tocas, enquanto os jovens nascem geralmente próximos de uma abertura ou algumas tocas cavadas por outros animais, nas quais refugiam-se para abrigarem-se, exceto quando as fêmeas os chamam para amamentação (EISENBERG, 1989). EMMONS e FEER (1997) dizem que a espécie pode viver em florestas perturbadas, secundárias, sempre verdes, decíduas, florestas de galeria, jardins e plantações. As cutias normalmente são de hábitos diurnos, mas podem reverter para uma atividade noturna ou crepuscular quando submetidas à extrema interferência humana ou predação. São mais ativas no início da manhã e no final da tarde, e são facílimas de se Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 271 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA aproximar ao crepúsculo quando estas não vêem bem ou estão menos cautelosas (EMMONS & FEER, 1997) Roedores são tradicionais predadores de sementes, localizandoas no solo através do olfato ou pelo som da sua queda (STILES, 1992). As sementes são o recurso alimentar mais estocado, provavelmente por causa da dormência, que permite um maior tempo de estocagem e por serem altamente energéticas (SMITH & REICHMAN, 1984). Mais do que acumular alimento em um ou alguns locais, elas transportam o recurso alimentar em um espaço de tempo, cavam e enterram, com suas patas dianteiras, a uma distância de 0,5 – 300 metros da fonte.O buraco é raso, usualmente coberto com cerca de 0,5 - 3,0 cm de terra, o solo é tampado, e freqüentemente a cutia pega folhas ou brotos em sua boca e os coloca sobre o local enterrado (HALLWACHS, 1986). Na Mata Atlântica do Sudeste do Brasil os frutos inteiros de jerivá atraem muito as cutias, que se alimentam mais da polpa, do que dos frutos limpos onde só restaram as sementes (GUIMARÃES, 2005). O seu peso corporal oscila de 1 a 3 kg (quando adultos), apresenta pelagem com cores distintas, como laranja, marrom ou preto, e possui uma expectativa máxima de vida de dezoito anos (DEUTSCH & PUGLIA,1990) Cutias são consideradas importantes dispersoras de grandes sementes ao longo dos tipos florestais onde habitam. Algumas espécies parecem depender quase exclusivamente delas para a dispersão de suas sementes embora no passado essas pudessem ser dispersas por uma megafauna, agora extinta (JANZEN & MARTIN, 1982). Segundo CHIARELLO (1999), com a diminuição de comunidades animais em pequenos fragmentos florestais pode haver consequências importantes para o recrutamento de espécies de árvores que dependem direta ou indiretamente de polinizadores, ou para dispersão de sementes e predação. No caso de H. courbaril (Jatobá), há uma total dependência das cutias para a realização da dispersão das sementes; essa espécie não se desenvolveu para a dispersão realizada por cutias, mas se tornou dependente delas, quando a megafauna foi extinta (HALLWACHS,1986). De todos os mamíferos de extensão neotropical nativos e 272 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF introduzidos, as cutias são as mais capacitadas para abrir frutos muito grandes e duros, e dispersar sementes grandes. Esses roedores dispersam sementes que são muito maiores do que as que qualquer outro mamífero com extensão neotropical poderia engolir intacta (HALLWACHS, 1986). A dispersão primária ou secundária de sementes por cutias pode ser importante para determinar o padrão de recrutamento espacial de algumas espécies de árvores com sementes grandes e, portanto, seu padrão de dispersão na floresta. As cutias podem contribuir para a distribuição agregada de árvores, documentadas em escalas de poucas centenas de metros em várias florestas tropicais, ou secundariamente espalhando as sementes inicialmente dispersas por grupos de dispersores de longas distâncias como as antas (Tapirus terrestris) ou primariamente dispersando sementes a distâncias muito curtas da planta mãe na ausência de dispersores de sementes de longas (FRAGOSO, 1997). 2.2. Recinto para criação A elaboração do recinto deve ser feita seguindo as normas do IBAMA de 2002. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04, de 04 de março de 2002. Art.23 - As recomendações para recintos de mamíferos são: I – GERAIS As recomendações encontram-se sob forma tabular, segundo a Sistemática do Livro “Mammals Species of the World” - a Taxonomic and Geographic Reference. Edited by Don E. Wilson and Dee Ann M. Reeder. 2nd. ed. 1993. Entende-se por: a) Abrigo - local que oferece proteção contra os rigores do sol, da chuva, ou do vento, destinado ao descanso dos animais. b) Área de exposição - é a parte do recinto em que os espécimes estão expostos à visitação pública. c) Banhado - área encharcada, apresentando pequenas profundidades de água. d) Barreira visual sólida - pode ser constituída de madeira, alvenaria ou cercaviva. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 273 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Visa proporcionar privacidade e conseqüente tranqüilidade ao animal. e) Cambiamento - local de confinamento, para facilitar diversos tipos de manejo e a retirada do animal do recinto. f) Corredor ou câmara de segurança - área adjacente à área de manejo do recinto. Deverá ser telada, gradeada ou murada, vedada com tela ou grade na parte superior, com o objetivo de aumentar a segurança contra fuga. g) Espelho d’água - tanque de pequena profundidade, com água corrente. h) Maternidade - local de confinamento tranqüilo para alojar fêmeas gestantes, e/ou recém paridas com os filhotes. Devem possuir solário. i) Solário - lugar exposto à luz solar e que proporcione ao animal banhos de sol. j) Tanque - lago com água corrente de profundidade suficiente para banho. k) Toca - refúgio onde os animais podem encontrar abrigo. Recomendações: a) O afastamento mínimo do público deverá ser de 1,5m, excetuando-se recintos que não exijam tal distanciamento. b) As barreiras deverão ser definidas pelos técnicos responsáveis pelo jardim zoológico, levando em conta a segurança do animal, do público visitante, dos técnicos e dos tratadores. c) Os tanques e espelhos d’água tanto na área de exposição quanto nas maternidades deverão ter pelo menos um dos lados em forma de rampa com inclinação máxima de 40º para facilitar o acesso do animal e evitar o afogamento dos filhotes. A água deverá ser corrente, ou renovável. d) Todos os recintos deverão ter ambientação de modo a atender as necessidades biológicas do animal alojado. Legenda: a) Nos gêneros assinalados com o sinal “#”, este sinal reaparecerá na coluna do tanque indicando as dimensões que este deve ter b) Número de indivíduos - considerar neste número uma prole enquanto dependente c) Para a coluna “Nível de Segurança”: I - O tratador pode entrar estando o animal solto no recinto. II - Deve-se prender o animal para o tratador entrar. III - além de prender o animal no cambiamento com trava e cadeado, deverá haver corredor ou câmara de segurança. 274 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Após analisar as normas, elaborou-se um recinto para alojar dois animais, como pode-se observar nas figuras 2 e 3. Este recinto terá um formato retangular, sendo dividido em dois ambientes (abrigo e área de exposição), a porta que dará acesso a esses dois ambientes será do modelo guilhotina, permitindo assim o acesso do tratador em qualquer uma das áreas. Deve-se construir uma mureta de 30 a 40 centímetros de altura, com igual profundidade para impedir que as cutias cavem buracos e fujam. Sobre o muro instala-se um cercado de tela de arame de 1,5 metro de altura. A área do cercado deve ser de 15 metros quadrados. Os bebedouros e comedouros ficam no chão e podem ser feitos de alvenaria (GIANNONI, 2001). A criação também pode ser feita ao ar livre, em um terreno de chão batido (GIANNONI, 2001). 3. CONCLUSÃO Concluiu-se que a cutia é um roedor que apresenta potencial econômico, além de ter grande importância ecológica. Portanto sua criação para obtenção de produtos ou reintrodução é viável. As normas do IBAMA garantem as necessidades mínimas para criação em cativeiro, devendo ser seguidas para o bem estar dos animais e consequentemente contribuição no sucesso reprodutivo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 275 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4.REFERÊNCIAS BURNEY, D. A. e FLANNERY, T. F. Fifty millenia of catastrophic extinctions alter human contact. Trenes in Ecology and Evolution, 20(7):395-401, 2005. 276 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CHIARELLO, A. G. Effects of fragmentation of the Atlantic forest on mammal communities in south – eastern Brazil. Biological Conservation, v.89, p. 71-82,1999. HALLWACHS, W. Agoutis (Dasyprocta punctata): The inheritors of guapinol (Hymenaea courbaril: Leguminosae), pp.285-304. In: Estrada, A. & Fleming, T. H. 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Docente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça – FAEF, e-mail: [email protected]. RESUMO O Feller-buncher (derrubador-acumulador) é a máquina que desempenha a atividade de corte, acumulo de árvores (o número de árvores acumuladas varia de acordo com o porte de cabeçote de corte e de acordo com o diâmetro das árvores) e posteriormente o tombamento formando feixes de árvores depositadas no solo. constitui uma das máquinas mais utilizadas na colheita florestal, cuja principal função é realizar a derrubada e o enleiramento das árvores. Objetivou-se, neste trabalho análise técnica que englobou um estudo de tempos e movimentos e de produtividade. A análise econômica contemplou os parâmetros custo operacional, custo de produção e rendimento energético, dentro das classes de declividade avaliadas. Foi comprovado que com o aumento do percentual de inclinação do relevo, o desempenho operacional do Feller-buncher se torna menor o custo da produção se torna maior. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 279 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavra-chave: Feller-buncher, Rendimento Operacional, Colheita Florestal. ABSTRACT The Felle abstractr-buncher derrubador accumulator is the machine that performs the mowing activity, accumulation of trees (number of trees accumulated varies with the size of the cutting head and according to the diameter of the trees) and subsequently falls, forming bundles of trees. Is one of the most used machines in the forest crop, whose main function is to carry out the felling and bunching trees The aim of this study technical analysis included a study of time and motion and productivity. The economic analysis included the parameters operating cost, production cost and energy efficiency within the classes evaluated slope, it was proven that with the increase in the percentage of slope relief, the lower the operating cost and higher production performance. Keyword: Feller-buncher, Operating Income, Forest Harvesting. 1. INTRODUÇÃO O setor florestal brasileiro se destaca mundialmente pela sua potencialidade com uma das taxa mais alta de produtividade na silvicultura. Podendo atingir de 40 a 50 metros cúbicos de madeira por hectare, por ano cerca de 10 vezes superior à produção dos países de clima temperado (OLIVEIRA JR, 2005). A área com floresta plantada com eucalipto, no Brasil totalizou em 2012 foi estimada em 5.102.030 hectares, um crescimento de 4,5% frente ao indicador de 2011. O fator que alavancou este crescimento foram os novos plantio frente a demanda futura de projetos de papel e celulose, os maiores produtores desta cultura são: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Bahia (ABRAF, 2013). O sistema de colheita florestal pode ser definido como um conjunto de atividade para o fornecimento de madeira para a fabrica atividade onde os rendimentos variam em função do relevo, do padrão e produção da floresta (MACHADO, 2002). 280 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Os Fellers surgiram no Brasil, no fim da década de 70, baseados em modelos americanos, quando a empresa Olinkraft desenvolveu um equipamento, que ligado ao motor de uma máquina base acionado por uma bomba hidráulica, ativava duas lâminas em forma de uma tesoura que efetuava o corte da árvore (SANT’ANNA, 2002). O cabeçote, constituído de uma peça rígida, é onde se encontra o mecanismo de corte da máquina, acionado por sistema hidráulico, compõe-se de um disco dentado, uma tesoura de dupla ação, ou um sabre e os braços acumuladores (MACHADO, 2002). O corte realizado pelo Feller-Buncher se dá fixando a árvore por duas garras realizando o corte, com o implemento adequado, no nível do solo. Em seguida, o braço acumulador é acionado, onde a árvore é firmada no cabeçote, reabre as garras e demanda a máquina para a próxima operação, até que se atinja a capacidade de carga (MACHADO et.al. LOPES, 2002). Quando o corte é realizado com sabre, assemelha-se ao realizado com motosserras, diferindo-se na força propulsora da corrente, pois, na motosserra é gerada por motor a explosão e no caso do FellerBuncher, hidráulico. O corte realizado com cabeçotes de disco, acionado por um motor hidráulico, faz girar um disco metálico, de espessura aproximada de 50 mm, com dentes na sua circunferência, capaz de cortar uma árvore com um só golpe. Quando o corte é realizado com o implemento de tesoura, pode apresentar uma lâmina, que atinge frontalmente a árvore ou duas lâminas que apresentam movimentos laterais simultâneos para realizar o corte (SANT’ANNA, 2002). Este trabalho de revisão teve como objetivo avaliar o rendimento operacional do Feller-buncher no sistema de colheita de florestal visando à produtividade na derrubada de corte de uma área de floresta. 2. DESENVOLVIMENTO O Feller Buncher (derrubador-acumulador) é a máquina que desempenha a atividade de corte, acumulo de árvores (o número de árvores acumuladas varia de acordo com o porte de cabeçote de corte e de acordo com o diâmetro das árvores) e posteriormente as tomba, formando feixes de árvores (MACHADO, 2008). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 281 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA O procedimento de corte pelo Feller Buncher inicia-se com o posicionamento do cabeçote de corte com os braços abertos em direção à árvore a ser cortada, em seguida o disco de corte (em altíssima rotação) realiza o corte da árvore ao nível do solo. Após o corte é acionado o braço acumulador do cabeçote, firmando uma árvore no cabeçote, reabrindo outros braços para realizar o corte de outra árvore. Esse processo se repete até que o cabeçote alcance sua capacidade máxima de acumulação. Em seguida a máquina se move, com o feixe de árvores na vertical e posteriormente este é depositado ao solo. (LOPES et.al. 2007). Com base na análise técnica dos dois sistemas de colheita avaliados chegou-se aos resultados de que a produtividade verificouse que houve maior produtividade no sistema de árvores inteiras, mas para ela ser concretizada, necessita-se uma readequação do maquinário, otimizando possíveis tempos improdutivos e, se for o caso, realizar o redimensionamento da frota, para que todas as máquinas trabalhem em sintonia na sua produtividade. É mais indicado para operações em terrenos planos e para o trabalho, em sua maioria, com árvores de pequeno e médio porte. Geralmente são máquinas que variam sua potência de 129 KW a 181 KW e com um peso operacional que varia de 11 a 16 toneladas. Já a 282 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF versão de esteiras pode operar em qualquer tipo de terreno, inclusive em terrenos macios, pantanosos e inclinados. O mercado dispõe de modelos de pequeno, médio e grande porte, variando sua potência de 180 KW a 246 KW e peso operacional entre 22 e 38 toneladas. Alguns modelos possuem nivelamento da cabine, o que permite ao operador uma melhor visibilidade em operações de corte em terrenos com inclinação de até 50%. Feller-Bunchers sem o sistema de nivelamento podem operar até 40% e os Fellers de pneus limitam-se a operar em terrenos com menos de 25% de inclinação. Recomendado para florestas de pequeno, médio e grande porte, Machado (2008). No sistema de árvores inteiras foram realizadas três operações. Com a utilização de um feller-buncher foi realizado o corte e o agrupamento em feixes. O arraste formando o estaleiro foi realizado com um skidder e o processamento e empilhamento por meio de um processador florestal. O feller-buncher Tigercat, modelo L870C, com rodados de esteira com 300 hp de potencia. Era realizada a atividade de corte levando o cabeçote de disco até a árvore, fazendo o corte individual e agrupando uma a uma nos braços acumuladores. Finalizava-se direcionando os feixes de 5 a 6 árvores na perpendicular com ângulo de 45º graus. (OLIVEIRA et.al,2013). A análise econômica de um equipamento Feller-buncher que avaliou a determinação do custo operacional da máquina: observou os parâmetros do método contábil, com valores estimados em reais. Esse englobou o somatório dos custos fixos (depreciação, juros e seguros) e custos variáveis (combustível lubrificantes e graxa, óleo hidráulico, pneus/ esteiras, manutenção e reparo, transporte de maquinário, pessoal operacional e administrativo). No cálculo do custo operacional do Feller-buncher, considerou-se apenas a porção do tempo total durante o qual essa máquina foi programada para executar um trabalho produtivo. (LOPES et.al. 2009). Avaliando a atividade de corte em povoamentos de eucalipto de uma empresa do setor situados na região noroeste do estado de São Paulo, utilizando-se um Feller-buncher composto por uma escavadora de acionamento hidráulico com esteiras, marca Caterpillar, modelo 320 BL, obtiveram rendimento que variou de 33,47 a 36,10 m³/he, com custo operacional em torno de R$ 171,34, por hora efetiva. Esse custo mais baixo deve-se, provavelmente, a uma maior eficiência Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 283 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA da máquina e às características inerentes à empresa em questão. (MOREIRA et. al. 2004). De acordo com os artigos lidos conclui-se que a produtividade média do Feller-buncher, por hora efetiva de trabalho, foi de 347 árvores, o que equivale a 48,8 m3/he, nas duas posições de tombamento, tendo em vista não haver diferença no tempo de trabalho. Considerando-se uma taxa de juros de 12% a.a. e uma eficiência operacional de 60,44% (média do mês de janeiro), chegouse ao custo hora, efetivamente trabalhada, dê R$ 192,36. Considerando que o custo operacional, o consumo de combustível e a produtividade do Feller-buncher foram equivalentes para ambas as posições de tombamento das árvores, os valores de custo de produção e rendimento energético também foram semelhantes. Nesse sentido, o custo de produção verificado foi de R$ 3,95/m3 para a produtividade de 195,26 m3/ha, sem levar-se em consideração o custo de transporte do pessoal, que é terceirizado na empresa. O rendimento energético foi de 3,8 g/W m3, em função do consumo específico de combustível de 185,34 g/kW h. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A revisão de literatura sobre o rendimento operacional do fellerbuncher observou-se que existe uma grande diversidade dos tipos de equipamentos embora assim algumas tendência sejam observáveis. Os rendimentos de produtividade em metros cúbicos por hectare variam consideravelmente entre 313 e 195 metros cubico por hora. Com um custo operacional de horas trabalhada de um fellerbuncher variando ente 171,00 e 192,00 reais por hora de trabalho, o custo do corte da matriz fica em torno de 4,00 por metros cúbicos. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA REZENDE, J. L. P.; PEREIRA, A. R.; OLIVEIRA, A. D. Espaçamento ótimo para a produção de madeira. Revista Árvore, v.7, n.1, p.30-43, 1983. MALINOVSKI J. R., CAMARGO, S. M. C., MALINOVSKI, A. R., MALINOVSKI 284 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A. R. Sistemas. In: MACHADO C. C., Colheita Florestal, Viçosa, UFV, 2008 p. 162-184. HIRSCHFELD. H. Engenharia econômica e análise de custos. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2000. 519 p. LOPES, S. E. Análise técnica e econômica de um sistema de colheita florestal. 2007. 124 f. 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Por tanto há duas alternativas, aumentar a área plantada ou a produtividade dos plantios existentes a, garantia da produtividade no setor florestais depende da qualidade das práticas silviculturais, iniciando-se por uma adequação de sobrevivência de plantio. Sabendo que o desenvolvimento de mudas florestais nas semanas subsequentes ao plantio terá um cuidado maior com a irrigação, usando o hidrogeo na hora do plantio pode melhorar a qualidade das mudas em épocas secas com este propósito podemos implantar em várias régios como já vem sendo discutido por pesquisadores e empresas. Os hidro absorventes polímeros são produtos naturais derivado do amido ou sintético derivado do petróleo, de forma granulada e quebradiço e quando seco se tornam macio e elástico depois de expandido em água os hidro absorventes mas usados frequentemente são os polímeros sintéticos propenamida (PAM) e copolímeros propenamidapropenato (PAA). Palavras-chave: hidrogel, plantio do eucalipto. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 287 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT With the expansion of the productive capacity of the pulp and paper industries, it is necessary to increase the supply of raw material. Therefore there are two alternatives, increasing the planted area or the productivity of existing , guaranteeing productivity in the forest industry depends on the quality of forestry practices , beginning with an adjustment survival of planting crops. Knowing that the development of forest seedlings for planting in subsequent weeks will be more careful with irrigation , using hydrogeological at planting time can improve the quality of seedlings in dry seasons with this, we can deploy in various regal as has been discussed by researchers and companies . The hydro -absorbent polymers are synthetic natural products derived from starch or oil derivative, grainy and brittle when dry form and become soft and elastic after expanded water hydro absorbent but are often used synthetic polymers propenoic ( PAM ) and copolymers propenoic propenat ( PAA). Keywords : hydrogel , the eucalyptus . 1. INTRODUÇÃO Dada expansão as florestas plantadas de eucalipto cobrem 4,8 milhões de hectares no Brasil segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF 2010). Desse total, 1,8 milhão é cultivado pela indústria de celulose e papel, o que corresponde a 81,2% das florestas plantadas desse setor. Sabemos que o eucalipto tem usos múltiplos tais como a produção celulose, carvão vegetal, energia e de madeiras solidas para piso usado em moveis com uma produção bem ampla, como a necessidade humana o eucalipto também é utilizado como fonte de papel. Segundo Villela Filho (2006) a produtividade de alguns híbridos de eucalipto é atualmente de até 80 m³ ha-1 ano-1. Essa alta produtividade das florestas brasileiras, não só do eucalipto, deve-se às condições favoráveis do solo e do clima e ao alto nível tecnológico da silvicultura (OLIVEIRA, 2006). As questões hídricas sobre o eucalipto sempre foram negativas por muitos acreditarem que ele seca o solo sempre sendo está uma polemica (LIMA, 2006). 288 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Com esta preocupação está sendo pesquisadas o consumo de água nas várias etapas da produção florestal, por este motivo vem sendo usado o polímeros (hidrogeis) desde a década de 60, para melhorar as propriedades física e químicas do solo por sua vez reduzindo o números de irrigações e perda de nutriente e amenizando o custo de desenvolvimento das culturas (SHAINBERG e LEVY, 1994; OLIVEIRA et al., 2004) que vem sendo implantado na cultura do eucalipto no plantio. A pesquisa tem a relevância de estudar o polímero em diferentes laminas de agua e ver qual será o melhor polímero para o plantio e quantidade correta para cada cova, sendo assim analisando pós plantio se o polímero tem sua eficaz no plantio sem danificar o colo da planta e retenção de água está sendo suprida pela planta. 2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O Brasil em termos climáticos para o cultivo do eucalipto possui duas regiões: tropical e subtropical. A região sudeste, predominantemente tropical e não sujeita a geadas de forte intensidade, concentra a maior área de plantio. Esse é primeiro parâmetro que delimita o uso das espécies de eucalipto para plantio. O outro é a finalidade do uso da matéria-prima do eucalipto. Apesar da participação das plantações florestais estar aumentando em todos os segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia. Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por ser uma espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde historicamente deu contribuição especial Com expansão da capacidade produtiva das indústrias de papel e celulose, faz-se necessário aumentar a oferta de matéria-prima. Por tanto há duas alternativas, aumentar a área plantada ou a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 289 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA produtividade dos plantios existentes a, garantia da produtividade no setor florestais depende da qualidade das práticas silviculturais, iniciando-se por uma adequação de sobrevivência de plantio. Para determinar a lamina de água a ser aplicada por irrigação pode ser um problema difícil segundo Reichardt (1990). Klar (1991) ele se refere que temos que conhecer variáveis hídricas do solo tais como capacidade de campo, porcentagem de murcha permanente etc. também temos que conhecer a profundidade efetiva de raízes e fatores da atmosfera. Portanto os processos que ocorrem nas plantas pode sofrer interferência indireta ou direta de suprimento de água (KRAMER e BOYER, 1995), sabendo que só uma parte de água que a o solo pode reter para ficar disponível para as plantas sendo agua retirada da capacidade de campo e ponto de murcha permanente (REICHARDT, 1990). O sistema radicular é o primeiro lugar que garante a retirada da água do solo pelas plantas tendo o resultado de absorção de aguas pelas raízes finas induzindo, dessa forma a difusão da umidade do solo em direção as raízes finas, sabendo que o solo quando mas seco o fluxo vai ficar mais difícil e a retirada de água pela transpiração de qualquer planta tende a diminuir (LIMA, 1993). Das tecnologias disponíveis para aumentar esta sobrevivência e o crescimento inicial é o uso de hidrogéis no plantio, na medida em que pode melhorar as condições hídricas ou nutricionais para a planta, favorecendo a rápida emissão de raízes e o crescimento inicial das mudas. Os hidrogéis podem também facilitar o plantio durante o ano todo, mesmo em condições edafoclimáticas pouco favoráveis, contribuindo para a logística do planejamento das operações silviculturais. Sabendo que o desenvolvimento de mudas florestais nas semanas subsequentes ao plantio terá um cuidado maior com a irrigação, usando o hidrogeo na hora do plantio pode melhorar a qualidade das mudas em épocas secas com este propósito podemos implantar em varias régios como já vem sendo discutido por pesquisadores e empresas. O plantio de eucalipto em épocas secas pode exigir várias irrigações com quantidades acima de 3 litros de água por planta, tem por tanto um cuidado maior nas operações de plantio, mas por saber a quantidade de polímero para cada tipo de solo, pois o uso 290 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF inadequado dele pode ocasionar a morte da planta. (MALHÃES et al., 1978) Logo outros autores sugerem que irrigue as covas antes do plantio, isso irá ajudar a planta mas se não houver precipitações então terá que optar pelo uso do polímero absorventes (na forma de hidrogéis) para as áreas recém plantadas que possibilita a retenção de água e a sua liberação de forma gradativa, para a planta ter eficácia na irrigação e diminuir a falha do plantio.(BUZETTO et al 2002) Os hidro absorventes polímeros são produtos naturais derivado do amido ou sintético derivado do petróleo, de forma granulada e quebradiço e quando seco se tornam macio e elástico depois de expandido em água os hidro absorventes mas usado frequentemente são os polímeros sintéticos propenamida (PAM) e copolímeros propenamida -propenato (PAA). As mudas de boa qualidade são aquelas que têm a sua morfologia de boa procedência e de viveiros com controlo de qualidade para que não haja doenças que poderá ir até o campo, mas no campo ainda temos que ter o cuidado com os tratos culturais e um bom preparo de solo e assim podemos iniciar o plantio. (CANEIRO, 1995) Temos a qualidade de lotes de mudas podendo ser diferenciados através das variáveis, taxa de fotossintética potencial hídrico estado nutricional e ecofisiologia de raízes influenciando a sobrevivência e desenvolvimento pós plantio (STAPE et al 2001). Os polímeros sintéticos foram desenvolvidos na década de 1960, muitos destes polímeros foram indicados para o uso na agricultura como um condicionador de solo para reduzir o número de irrigação e perda de nutrientes e diminuindo o custo no desenvolvimento das culturas. Por tanto dados científicos diz que o uso restritos dos polímeros os resultados são variáveis devido a diferença existente nas cultivares e a dose utilizadas com condição ambientais e dificultando a extrapolação dos resultados (OLIVEIRA et al., 2004) 3.CONCLUSÃO O presente estudo apresenta que as empresas de eucalipto estão usando o polímero conforme as indicações de pesquisadores, mais temos vários estudos em desenvolvimento ainda por este motivo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 291 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA várias empresas está analisando qual o polímero de melhor absorção, rendimento e custo benefício no plantio. 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUZETTO, F. A.; BIZON, J. M. C. & SEIXAS, F. Avaliação de polímero adsorvente à base de acrilamida no fornecimento de água para mudas deEucalyptus uroplylla em pós-plantio. Piracicaba. Circular Técnica IPEF, n. 195, 2002. CARNEIRO, J. G. A. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 293 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 294 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF VARIABILIDADE GENÉTICA EM PROGÊNIES DE Eucalyptus SOB EFEITO DE PBZ Cristiano Bueno de MORAES1 Willian Bucker MORAES1 Talita Carvalho de SOUZA2 1 Docentes do curso de engenharia florestal e agronomia da FAEF/ACEG – Garça – SP. e-mail: [email protected] 2 Acadêmica do curso de engenharia florestal da FAEF/ACEG – Garça – SP. e-mail: [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade genética de características morfológicas em progênies de Eucalyptus grandis desenvolvendo-se sob efeito de paclobutrazol. O experimento foi instalado em delineamento experimental em blocos casualizados, em esquema de parcelas subdivididas, com três repetições. As análises foram realizadas com objetivo de avaliar as modificações ocorrentes antes e durante a indução floral da espécie estudada. Foram feitas as seguintes avaliações: medição de altura, diâmetro do caule e estimação dos parâmetros genéticos. O paclobutrazol causou modificações na morfologia do desenvolvimento das plantas de Eucalyptus grandis, que foram intensas no início e diminuindo ao longo das avaliações. Os coeficientes de variação mostraram maior variabilidade genética dentro que entre progênies, para as características estudadas, apontando uma maior eficiência na seleção dentro das progênies em Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 295 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA programas de melhoramento do Eucalyptus grandis. Palavra-chave: Regulador vegetal; parâmetros genéticos; eucalipto. ABSTRACT The research has as objective to study the genetic diversity of morphological traits in Eucalyptus grandis progenies growing under paclobutrazol effects. The trail was set up through design of randomized blocks, in split plot scheme, with three replication. The analyzes were done aiming modifications occurring before and during the species flowering. We studied the following evaluations of traits: plant height, stem diameter, and also the estimation of genetic parameters. The paclobutrazol have caused modifications on plant development of Eucalyptus grandis being strong by the beginning and slighting through the evaluations. The coefficient of variation has presented higher genetic diversity within progenies than among them for studied traits showing higher efficiency on selection within progenies by the Eucalyptus grandis breeding program. Keywords: phytohormone; genetic parameter, eucalypt 1. INTRODUÇÃO O eucalipto é a espécie florestal mais usada nos programas de reflorestamento no Brasil, em razão de suas características de rápido crescimento e boa adaptação às condições edafoclimáticas existentes no país. Dentre as espécies de eucaliptos existentes, o Eucalyptus grandis Hill ex Maiden pertencente à família das Mirtáceas (Martins, 1999), ocupa uma das maiores áreas plantada no país. Nas ultimas décadas, o Brasil vem adotando programas de melhoramento genético florestal, proporcionando assim resultados importantes para o setor. Mas muitas dificuldades ainda são encontradas na implantação de programas de melhoramento visando obtenção de ganhos genéticos em características silviculturais. O período de florescimento, a ocorrência da primeira floração, a intensidade na floração e a irregularidade de florescimento, são alguns dos problemas (Baptista, 2000). 296 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Esses problemas tornam-se ainda mais importante à medida que estudos demonstram a efetividade da seleção em idades precoces, momento em que as plantas ainda não são capazes de se reproduzirem (Neto et al., 2003). Desta forma, a duração das gerações em programas de melhoramento poderia ser reduzida por métodos que induzissem o aparecimento de flores em plantas juvenis. O paclobutrazol [(2RS – 3RS) – 1 – (4 – clorofenil) – 4, 4, dimetil 2 - (1H-1,2,4-triazol-1-il) pentan-3-ol], fórmula empírica C15H20ClN3O, é um composto químico, derivado do triazol, que atua na planta retardando o crescimento (Graebe, 1987), agindo também na formação e indução de gemas florais (Moncur et al., 1994). As plantas sob o efeito do regulador crescimento paclobutrazol sofrem muitas alterações morfológicas. Segundo Taiz e Zeiger, (1998), em estudos observaram que o principal efeito dos reguladores de crescimento é a diminuição do comprimento de entrenó. A ação destes produtos ocorre por bloqueio da ação ou biossíntese das giberelinas e os maiores efeitos observados são sobre a elongação e divisão de células no meristema formador do entrenó. O paclobutrazol é um regulador de crescimento muito utilizado para induzir precocemente a floração em diferentes espécies, incluindo as de eucalipto. O regulador tem-se mostrado eficaz na maioria das vezes, no entanto, raros são ou inexistem estudos mostrando as modificações morfológicas e a variabilidade genética em progênies de E. grandis sob efeito do paclobutrazol. O presente trabalho tem como objetivo estudar a variabilidade genética de características morfológicas em progênies de Eucalyptus grandis sob efeito de paclobutrazol. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado em blocos casualizados, com três repetições e 20 progênies cada, em esquema de parcelas subdivididas, sendo 20 progênies famílias) com seis plantas cada, e destas, cinco plantas com aplicação de paclobutrazol e uma testemunha (sem paclobutrazol), totalizando 360 vasos. A espécie Eucalyptus grandis recebeu o seguinte tratamento: aplicação de paclobutrazol e sem a aplicação do referido produto Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 297 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA (testemunha). A aplicação foi feita aos 6 meses de idade. O paclobutrazol foi aplicado via solo, na dosagem de 2,5g do produto comercial, diluídos em 300 mL de água destilada, na concentração de 25% de ingrediente ativo. As análises morfológicas foram realizadas de dois em dois meses, sendo a primeira avaliação feita quando as mudas completaram um ano e seis meses de idade, e 12 meses sob efeito da aplicação do regulador vegetal, totalizando cinco avaliações. Para proceder às análises forma feitas medições de altura e diâmetro de colo. Com base nos dados coletados de altura e diâmetro de colo foram estimados os parâmetros genéticos quantitativos utilizando o programa computacional GENES, que se baseia no modelo de Steel e Torrie (1980), considerando-se todos os efeitos como aleatórios, excetuando-se a média (Cruz, 2001). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As variâncias dentro de progênies para altura das plantas e diâmetro de colo foram, respectivamente, 798,34 e 26,66, e as variâncias genéticas entre progênies foram 191,66 e 3,42. Os resultados de coeficientes de herdabilidades e coeficientes de variação são apresentados na Tabela 1. Os coeficientes de variação experimental (CVexp) para as características altura, diâmetro de colo e comprimento do ramo apresentaram valores dentro dos padrões encontrados para Eucalyptus spp, evidenciando boa precisão experimental. Já para o comprimento do entrenó, o CVexp mostrou um valor médio de 32,3%, valor este considerado alto por Garcia (1989). No estudo das herdabilidades (h²m, h²d e h²i) observou-se que, para altura e diâmetro de colo, os valores são altos nas primeiras avaliações e foram diminuindo ao longo do tempo, tendendo a estabilizar-se a partir do 20º mês sob efeito da aplicação de do paclobutrazol. Os coeficientes de herdabilidade média entre famílias (h²m) para altura e diâmetro de colo apresentaram valores médios iguais a 0,74 e 0,64, respectivamente. Paula et al. (2002) estudando famílias de meios irmãos de Eucalyptus camaldulensis encontraram valores para h²m iguais a 0,60 e 0,61 para altura e DAP (diâmetro a altura do 298 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF peito), respectivamente. Martins et al. (2001), em seus estudos envolvendo famílias de meios irmãos de Eucalyptus grandis, encontraram valores para herdabilidade média entre famílias (h2m), para altura e DAP iguais a 0,68 e 0,69, respectivamente Estes valores são próximos aos encontrados no presente trabalho para as características diâmetro de colo e altura das plantas tratadas com paclobutrazol, em vaso. Os coeficientes de herdabilidade individual em nível de planta mostram que a característica com maior controle genético foi à altura de plantas (0,89). Rocha et al. (2006) estudando progênies de meios irmãos de E. grandis encontraram valores para o coeficiente de variação dentro (CVd) e fenotípica (CVf), para o DAP e altura iguais a 21,88 % e 12,48 %, para CVd, os valores foram de 25,10 % e 16,26 % para CV f, respectivamente. Estes valores estão próximos aos encontrados nesse estudo para as características diâmetro de colo e altura (Tabela 1). O coeficiente de variação genética (CV g), para as características estudada, esteve abaixo de 20 %, apresentando pouca oscilação durante todo o período estudado. Os parâmetros genéticos estimados em progênies sob o efeito de paclobutrazol, em vaso foram próximos, aos da literatura, para as características altura de planta e DAP em crescimento no campo, sem os efeitos do produto (Pereira et al., 1997; Paula et al., 2002; Rocha et al., 2006). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 299 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4. CONCLUSÕES a) Os coeficientes de herdabilidade apresentaram os valores mais altos para altura de plantas e os mais baixos para diâmetro de colo, indicando para este último, uma maior influência ambiental para a característica; b) Os coeficientes de variação mostraram haver maior variabilidade genética dentro que entre progênies, para todas as características estudadas, apontando para uma maior eficiência na seleção dentro das progênies em programas de melhoramento do Eucalyptus. 5. REFERÊNCIAS BAPTISTA, A. L. P. Utilização de paclobutrazol na indução de florescimento precoce em clones de eucalipto. 2000. 57p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2000. CRUZ, C.D. Programa GENES - Aplicativo computacional em genética e estatística. Editora UFV, Viçosa, 2001, 648. GARCIA, C. H. Tabelas para classificação do coeficiente de variação. Brasília: Circular Técnica, 171, IPEF, 1989. 11p. GRAEBE, J. E. Gibberellic biosynthesis and control. 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Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ATUALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE COLHEITA FLORESTAL E A UTILIZAÇÃO DO HARVESTER Caio Fernando PEREIRA1 Fábio Henrique URA¹ Paulo César PASCOSKI¹ Felipe Camargo de Campos LIMA 2 1 Discente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça-SP, e-mail: [email protected]; [email protected]. 2 Docente do curso de Engenharia Florestal, Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça-SP, e-mail: [email protected] RESUMO Devido ao grande crescimento econômico do setor florestal, uma adequação no modelo antigo de produção está sendo exigida. Um mercado mais competitivo, onde produtividade, qualidade e rapidez andam juntas. Cada dia mais surgem novas maquinas, dentre elas o harvester, um trator florestal cuja as funções são: derrubada, desgalhamento, descascamento, traçamento e embanqueiramento da madeira. Assim, diminuindo custos com mão de obra e aumentando o rendimento operacional da colheita. Palavras-chave: qualidade; produção; florestal. ABSTRACT Due to the high economic growth of the forest sector, an Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 303 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA adjustment in the old model of production is being required. A more competitive market, where productivity, quality and speed go together. Each day more new machines, among them the harvester, a forest tractor whose functions are: felling, limbing, bucking and stripping, build-up of wood. Thus, reducing labor costs and increasing the operational efficiency of the harvest. Keywords: quality; production; forestry. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, o Brasil passou a ocupar uma posição de destaque no setor florestal mundial, onde com custos reduzidos e elevada produção tornou-se referência, aumentando assim, a competição entre empresas no território nacional. Hoje, as principais espécies encontradas comercialmente no país, são Eucalyptus e o Pinus, ocupando cerca de 6,5 milhões de hectares, destes, 73% é ocupada pela primeira e 27% pela segunda (ABRAF, 2011). Segundo a SBS Sociedade Brasileira de Silvicultura (2005) o consumo brasileiro de madeira de eucalipto por ano é de 300 milhões de m³, a maioria destinada a papel e celulose e ao carvão. O conjunto de operações, de corte e extração da madeira, é denominado colheita florestal. Esta parte do processo só irá aparecer ao final de um longo ciclo de produção, de onde são obtidos os produtos que determinam a rentabilidade do manejo florestal (MACHADO et al., 2008). A falta de mão de obra no setor rural e o aumento de custos sociais, levou a mecanização total do processo, pois com isso um maior controle dos custos e administração se tornam mais viáveis, além de uma produtividade mais elevada (MACHADO et al., 2008). Desta forma, a colheita florestal hoje emprega máquinas de elevada tecnologia, como os harvesters, que agregam um elevado rendimento operacional na colheita e diminuindo os custos, além de um aumento na segurança do trabalho (MAGALHÃES e KATZ, 2010). Para operação destas máquinas e do modal de colheita, empresas disponibilizaram cursos específicos aos seus funcionários, visando aumentar ainda mais os rendimentos. 304 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O objetivo deste trabalho foi apresentar o Harvester como uma opção para a mecanização da colheita florestal e discorrer sobre a realidade tecnológica que move esse ramo da atividade florestal brasileira. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 COLHEITA FLORESTAL E O PROCESSO DE MECANIZAÇÃO A colheita é a parte mais importante das operações de campo no ponto de vista técnico- econômico, é composta pelas etapas de corte derrubada, desgalhamento e processamento ou traçamento e descascamento, e é seguida pelas operações de baldeio, carregamento e transporte (SANTOS, 2000). O trabalho é executado desde o preparo das árvores para o abate até o transporte para o local de uso final. A operação, dependendo da situação, envolve também o planejamento da operação, a medição, o recebimento no pátio da indústria e a comercialização desta madeira (FREITAS, 2005). A corte de floresta é a principal preocupação das atividades desenvolvidas no sistema de manejo, por causa das dificuldades, custos e danos causados no momento do abate das árvores (SCHNEIDER; FINGER, 2000). No início atividades de corte e extração da madeira, eram realizadas, na maioria das empresas do setor, até mesmo as de grande porte, através de motosserras e tratores agrícolas adaptados constituindo assim um sistema semi-mecanizado. Porém a partir do início da década de 90, com a abertura do mercado brasileiro para as importações, esse sistema perdeu força, pois houve uma intensa mecanização da colheita e do transporte florestal nacional (LIMA E LEITE, 2008; MACHADO et al., 2008). As máquinas e equipamentos já desenvolvidos e aprimorados em outros países, que possuem maior tradição florestal, foram incorporados às atividades aqui realizadas e desde então, vem passando por um processo constante de adaptação e aperfeiçoamento às realidades brasileiras. Devido ao elevado custo de aquisição e de manutenção das máquinas florestais, vários fatores devem ser observados e discutidos na tomada de decisão de se investir ou não na aquisição dos mesmos (BRAMUCCI, 2001). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 305 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.2 RENDIMENTOS E CUSTOS DA COLHEITA FLORESTAL Segundo Freitas (2005), esta atividade no setor floresta é o item de maior custo, podendo chegar à cerca de 80% do custo do m3. No Brasil, a colheita e o transporte são responsáveis por mais de 50% do custo final da madeira que chega ao centro consumidor (MACHADO, 2008). O custo operacional de uma máquina é o montante de todos os custos oriundos de sua aquisição e operação. O conhecimento desse custo é uma etapa de extrema importância para o planejamento e o controle de sua utilização; cuja variação é influenciada, principalmente, pela eficiência operacional e também pela jornada de trabalho (FREITAS, 2005). Os rendimentos operacionais da colheita de madeira, por se tratar de uma atividade complexa, possuem a influência de diversos fatores. Assim, é extremamente necessário ter conhecimento e controle sobre esses fatores, possibilitando dessa maneira a realização máxima do trabalho e de suas estratégias. Alguns fatores que podem influenciar nos rendimentos são: a floresta, terreno, finalidade da madeira, demanda de madeira, estradas, manutenção mecânica, custos operacionais, condições climáticas, capacidade de suporte do terreno e grau de mecanização (ZAGONEL, 2005). 2.3 AS OPERAÇÕES COM O EQUIPAMENTO HARVESTER Harvester ou colhedora é um trator que pode executar, simultaneamente, as operações de derrubada, desgalhamento, traçamento, descascamento e empilhamento da madeira e é composto de uma máquina base de pneus ou esteira, uma lança hidráulica e um cabeçote. Definido por um conjunto motriz de alta mobilidade e estabilidade (MALINOVSKI; MALINOVSKI, 1998). O cabeçote dispõe de braços acumuladores, capazes de segurar e levantar a árvore após o corte. Corte esse realizado por uma serra, um disco ou sabre, onde a árvore é posicionada horizontalmente, e através de rolos dentados em movimentos vai-e-vem promove o descascamento e desgalhamento através de uma estrutura metálica de corte. Para o “One Grip Harvester”, o cabeçote corta, desgalha e traça, e para o “Two Grip Harvester” o cabeçote tem somente a 306 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF função de corte, os equipamentos para desgalhamento e traçamento se encontram sobre o eixo traseiro da máquina base (MALINOVSKI e MALINOVSKI, 1998). Por trabalhar em campo, o Harvester tem sua capacidade produtiva influenciada por inúmeros fatores ambientais e técnicos, são os principais: o clima (chuva e ventos), a capacidade de suporte do terreno, a topografia, as características das árvores quanto ao seu diâmetro, tamanho dos galhos e da copa, peso e qualidade da madeira (BRAMUCCI, 2001). No final da década de 80, foram realizadas tentativas a fim de montar um Harvester nacional, por intermédio da união entre empresas fabricantes e empresas florestais para desenvolverem o projeto. Com a abertura das importações a partir de 1992, os projetos para construção de Harvester, com tecnologia nacional, foram interrompidos. A partir daí, foram introduzidas no Brasil máquinas que foram adaptadas às nossas condições, sendo usadas tanto para corte, como para o processamento (SOUZA et al., 2000). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Harvester é um equipamento de grande utilidade que substitui a motosserra em todas as suas operações convencionais, corte, desgalha e traçamento. A tecnologia embaçada nos equipamentos são importadas para o Brasil, tornando o sistema nacional dependente da adaptação de tecnologia desenvolvida para outras regiões. Apesar de existirem parcerias que envolvem empresas nacionais com estrangeiras, é importante a criação de tecnologia local para atender nossas necessidades, fato que traria uma segurança logística ao setor. A fatia do mercado representado por grandes empresas de papel e celulose e carvão está bem adaptada a utilizar a tecnologia atual, embora essa opção ainda não tenha chego a realidade de pequenas e médias empresas do mercado nacional. O salto tecnológico entre a utilização de uma motosserra e um equipamento harvester não disponibiliza para o mercado um equipamento intermediário que permita o acesso à tecnologia de quem está na realidade de um empreendimento de tamanho médio. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 307 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4.REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAF - Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. Anuário Estatístico: ANO BASE 2010/ABRAF. Brasília, DF, 2011. 130p. BRAMUCCI, M. Determinação e Quantificação de Fatores de Influência sobre a produtividade de “Harvesters” na Colheita da madeira. 2001. 50 p. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais), Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001. FREITAS, K. E. de, Análise técnica e econômica da colheita florestal mecanizada. 27 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Produção), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, 2005. LIMA, J. S. S.; LEITE, A. M. P. Mecanização. In: MACHADO, C. C. (Coord.) Colheita florestal. 2. ed. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 43-65. MACHADO, C. C. Colheita Florestal. Viçosa-MG, UFV, 2008. 501 p. MACHADO, C. C.; SILVA, E. N.; PEREIRA, R. S. O setor florestal brasileiro. In: MACHADO, C. C. (Coord.) Colheita florestal. 2. ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2008. Cap. 1, p. 15-42. MAGALHÃES, P. A. D.; KATZ, I. Estudo da viabilidade econômica da mecanização do processo de colheita com harvester em uma indústria madeireira. Tékhne Lógos, Botucatu, SP, v. 2, n. 1, out. 2010, p. 72 a 91. MALINOVSK, R. A.; MALINOVSK, J. R. Evolução dos sistemas de colheita de Pinus na região Sul do Brasil. Curitiba, PR: FUPEF, 1998. 138p. SANTOS, L. S. dos. Mecanização florestal no Brasil. Revista Madeira, Curitiba, n. 51. p. 43 - 44, ago., 2000. SBS – SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA. 2005 Brasil: nação mais competitiva do mundo em florestas plantadas. In: Anuário Brasileiro da Silvicultura – Gazeta.São Paulo. SCHNEIDER, P. R. e FINGER, C. A. G. Manejo Sustentado de Florestas Inequiâneas Heterogêneas. Santa Maria-RS. CEPEF, 2000. 195p. 308 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOUZA, A. P.; MACHADO, C. C.; MINETTI, L. J.; JACOVINE, L A. G.: Perspectivas na Área de Colheita e Transporte Florestal. Revista Madeira, Curitiba-PR, n. 51, p. 52-62, 2000. ZAGONEL, R. Análise da densidade ótima de estradas de uso florestal em relevo plano de áreas com produção de Pinus Taeda. 99 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais), Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, 2005. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 309 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 310 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS REGIÕES COM DIFERENTES CLASSES SOCIAIS NA CIDADE DE MARILÍA-SP Mateus Sem Alabi Alves GARCIA1 Victor Lopes BRACCIALLI2 Edgard MARINO JUNIOR2 1 2 Acadêmicos do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil, e-mail: [email protected] Docentes do curso de engenharia florestal da FAEF – Garça – SP – Brasil, e-mail: [email protected] RESUMO O estudo teve como objetivo avaliar a arborização de praças em Marília-SP, em bairros com diferentes classes sociais. É extremamente importante discutir o papel da arborização urbana nos espaços não edificados da cidade, melhorando a qualidade de vida. Tendo em vista a importância da arborização urbana, sobretudo por seus benefícios sociais e ecológicos, é imprescindível que os agentes envolvidos com a questão estejam em permanente interação. O trabalho de coleta de dados foi realizado através de observações diretas e senso total dos indivíduos. Pode-se concluir que a arborização urbana na cidade de Marília é influenciada pela classe social. Palavras-chave: Desigualdade social, Ilhas de Calor, Planejamento Urbano. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 311 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The study aimed to evaluate the a forestation of squares in Marilia-SP, in districts with different social classes. It is extremely important to discuss the role of urban forestry in the unbuilt city, improving the quality of life spaces. Given the importance of urban trees, especially for its social and ecological benefits, it is imperative that those involved with the issue are in constant interaction. The work of data collection was conducted through direct observation and full sense of individuals. It can be concluded that the urban trees in the city of Marilia is influenced by social class. Keywords: Social inequality, Heat Islands, Urban Planning 1. INTRODUÇÃO A arborização urbana vem merecendo uma atenção cada vez maior em função dos benefícios e até mesmo dos problemas que se apresentam em função da presença da árvore no contexto da cidade. O Desenho Urbano, ao estruturar a cidade e suas parcelas, maneja os componentes da paisagem construída e entre eles o elemento vegetal (SANCHOTENE, 1994; SILVA JÚNIOR e MÔNICO, 1994). Desde muito tempo, o homem vem trocando o meio rural pelo meio urbano. As cidades foram se desenvolvendo, na maioria das vezes de forma muito acelerada e desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação transformando as cidades em verdadeiras selvas de pedras, provocando vários problemas que interferem sobre a qualidade de vida do homem que vive em centros urbanos (HOSTER, 1991). De acordo com a CEMIG (2011), no caso das redes elétricas, essa convivência harmônica é muito importante, principalmente para evitar acidentes com pessoas e a ocorrência de interrupções no fornecimento de energia elétrica para a iluminação pública, residências, comércio, repartições públicas, hospitais, indústrias e tantas outras estruturas e atividades humanas que dela necessitam. Segundo DANTAS (2004), a arborização ainda contribui agindo sobre o lado físico e mental do homem, atenuando o sentimento de opressão frente as grandes edificações. Constitui-se em eficaz filtro 312 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF de ar e de ruídos, exercendo ação purificadora por fixação de poeiras, partículas residuais e gases tóxicos, proporcionando a depuração de microrganismos e a reciclagem do ar através da fotossíntese. Exerce ainda influência no balanço hídrico, atenua a temperatura e luminosidade, amortiza o impacto das chuvas além de servir de abrigo à fauna. Tendo em vista a importância da arborização urbana, sobretudo por seus benefícios sociais e ecológicos, é imprescindível que os agentes envolvidos com a questão estejam em permanente interação para que, de forma participativa e criativa, sejam encontradas soluções de convivência com as várias estruturas e equipamentos das cidades (CEMIG, 2011). Planejar a arborização é indispensável para o desenvolvimento urbano, para não trazer prejuízos para o meio ambiente. Considerando que a arborização é fator determinante da salubridade ambiental, por ter influência direta sobre o bem estar do homem, em virtude dos múltiplos benefícios que proporciona ao meio, em que além de contribuir à estabilização climática, embeleza pelo variado colorido que exibe, fornece abrigo e alimento à fauna e proporcionam sombra e lazer nas praças, parques e jardins, ruas e avenidas de nossas cidades. Ainda de segundo a CEMIG (2011), isto significa que a convivência entre a arborização e as redes de distribuição da energia elétrica deve ser planejada, pois, caso contrário, podem ocorrer acidentes, responsáveis por uma série de transtornos, tais como o rompimento de cabos condutores, interrupção no fornecimento de energia, queima de eletrodomésticos e comprometimento da iluminação pública. Segundo MELO et al. (2007), a falta de planejamento na implantação e na manutenção da arborização urbana é evidenciada em diversas cidades brasileiras e mesmo em outros países, ocasionando problemas tais como: diversidade reduzida de espécies. Uso excessivo de espécies exóticas e manutenção deficiente, o que acarreta conflitos entre as árvores e os elementos urbanos (VELASCO et al., 2006). O presente estudo teve como objetivo avaliar a arborização de 3 praças na cidade de Marília-SP em bairros com diferentes classes sociais, e determinar a influência dessas classes na arborização. Como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 313 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA finalidade o estudo visou alertar as futuras gerações que o planejamento correto tem que ser realizado independente de diferenças sociais. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A cidade de Marília possui uma área de 1.173 quilômetros quadrados, dos quais 23,040 estão em zona urbana, com uma população de 197.342 (2010). Situa-se na região Centro-Oeste Paulista. Fica a 443 quilômetros da capital do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude de -22° 12' 50" sul e a uma longitude de -49º 56' 45" oeste, estando a uma altitude de 675 metros (GOOGLE, 2013). 2.2. COLETA DE DADOS O método utilizado foi o senso total dos indivíduos que se encontram nas áreas escolhidas através de marcações a punho e posteriormente passadas em forma de tabela. Foram considerados não somente os indivíduos vegetais, mais também a quantidade de equipamentos urbanos e as condições em que se encontravam. Os equipamentos receberam notas variando de 0 a 5 sobre suas condições de uso. As praças foram escolhidas de acordo com a classe social do bairro (baixa, média e alta). A primeira praça visitada foi a classe baixa que se localiza na zona norte de Marília-SP, é conhecida como Nasibi Cury (Figura 1, com uma área de 2.092 m² localizada no bairro Núcleo Juscelino Kubitschek, entre as ruas Rua Lucio Coelho de Oliveira e Rua Antônio Lombardi. (0,020 árvores/m²) A segunda visitada foi a de classe média Próxima ao cento, chamada praça de São Miguel (Figura 2), com uma área de 4.225 m² situada no bairro Palmital entre a Av. Castro Alves e Rua Antônio Prado. (0,013 árvores/m²) A terceira foi a de classe alta na zona sul de Marília, conhecida como Higashi Hiroshima (Figura 3), com uma área de 2.405 m² localizado no Jardim Tangara entre a Av. Das Esmeraldas e Av. Vicente Ferreira. (0,020 árvores/m²). 314 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 315 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontradas 21 espécies de 15 famílias, sendo 8 nativas e 12 exóticas, como mostra a Tabela 1. O método recomendado que a predominância de uma espécie fique entre 10% e 15% do total, de acordo com GREY E DENEKE (1978), citado por MILANO (1988). Foi constatado que a falta de planejamento trouxe muitas espécies exóticas sendo elas maioria em todas as três áreas. A utilização de espécies nativas em áreas urbanas deve ser incentiva com o intuito de proteger e valorizar a flora local (SILVA FILHO e BORTOLETO, 2005). Foi constatado um alto nível de vandalismo principalmente quando o nível da classe social da região ia regredindo, partindo desde pichações, marcas, cortes, sinais de fogueiras em árvores, equipamentos danificados garrafas pet, tênis, sacolas plásticas penduradas em árvores, passeios danificados. E estes resultados tem grande relevância para a sociedade para que cuide melhor e exija mais atenção de seus políticos, para que possam desfrutar de bem que é de toda cidade. 316 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 3. CONCLUSÃO Ao termino deste estudo pode-se concluir que a classe social do bairro influência na arborização urbana de Marília-SP e provavelmente este fato não ocorra somente nesta cidade. Além de ter a menor quantidade de indivíduos arbóreos, a falta de cuidado por parte da prefeitura e da população foi muito abrasivo para sua nota final a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 317 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA mais baixa entre as três. A praça de classe alta como já esperado possui a maior diversidade e quantidade de indivíduos por m², além de possuir mais equipamentos e em melhor estado que as demais. 4. REFERÊNCIAS CEMIG. Companhia Energética de Minas Gerais. MANUAL DE ARBORIZAÇÃO. Belo Horizonte: Cemig / Fundação Biodiversitas, 2011. 112 p. DANTAS, Ivan Coelho; SOUZA, Cinthia Maria Carlos de. ARBORIZAÇÃO URBANA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB: INVENTÁRIO E SUAS ESPÉCIES. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA. Campina grande – pb. Volume 4 - Número 2 - 2º Semestre 2004. GOOLGLE, Disponível em: https://www.google.com.br/ #q=marilia+sp. Acesso em 12/03/2014. GREY, G.W.; DENEKE, F.J. Urban forestry. New York: John Wiley, 1978. 279p. HOSTER, H. R. Sobre a Situação das Árvores de Rua em Hanover, Experiência com um Cadastro de Árvores e Indicações para a Regulamentação da Proteção às árvores. In: “Natursxhultz Und Landschaftsplanung, Zeitschrift fur Angewandte Okologie”. Ed. Eugen Ulmer, Rep. Fed. Da Alemanha, nº 2, Março/Abril, 1991. MELO, R. R.; LIRA FILHO, J. A.; RODOLFO JÚNIOR, F. DIAGNÓSTICO QUALITATIVO E QUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NO BAIRRO BIVAR OLINTO, PATOS, PARAÍBA. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 2, n. 1, mar., p.64-78, 2007. MILANO, M. S. AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA E MANEJO DA ARBORIZAÇÃO URBANA: EXEMPLO DE MARINGÁ - PR. 1988. 120 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade Federal do Paraná, Cutitiba-PR. SANCHOTENE, M. do C.C. Desenvolvimento e perspectivas da arborização urbana no Brasil. In: Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, 2, 1994. São Luís – Ma. Anais... São Luís, Sociedade Brasileira de Arborização Urbana; 1994. 318 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SILVA FILHO, D.F. da. Cadastramento informatizado, sistematização e análise da arborização das vias públicas da área urbana do município de Jaboticabal, SP. 81p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2005. SILVA JÚNIOR, O. A. B. da & MÔNICO, M. O. M. Arborização em Harmonia com a Infraestrutura Urbana. In 1a Semana de Meio Ambiente. Prefeitura Municipal de Guarulhos: Secretaria de Meio Ambiente, 1994. VELASCO, G. D. N.; LIMA, A. M. L.; COUTO, H. T. Z. ANÁLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS DE DIFERENTES REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO CONTEXTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA. Árvore, Viçosa, v. 30, n. 4, p. 679-686, 2006. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 319 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 320 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII MANUAL DE PUBLICAÇÕES DO SIMPÓSIO DA FAEF QUEM SERIAMENTE ESTUDA NO NÍVEL SUPERIOR FAZ PESQUISA... QUEM PESQUISA QUER PUBLICAR 1. Por que quem estuda nível superior deve fazer pesquisa? Porque o ensino superior visa à formação de um profissional liberal e este profissional somente será liberal e autônomo se aprendeu a pesquisar de forma sistemática e científica e se adquiriu este hábito permanentemente em sua vida. 2. E se o universitário não realizar pesquisa, em sua formação superior, será um profissional fracassado? Certamente, primeiro porque não saberá atualizar seus conhecimentos na área profissional e ficará ultrapassado, pois as ciências e as tecnologias evoluem a cada dia e quem não sabe pesquisar não saberá se atualizar, e depois porque não saberá resolver problemas novos na sua área profissional, devendo assim ser comandado e monitorado, ou seja, poderá exercer cargos mais baixos onde seus superiores comandem suas ações profissionais. Resumindo: terá o diploma de nível superior mas exercerá apenas as funções de nível técnico, por absoluta incompetência. 3. Onde posso publicar minhas pesquisas? Uma das opções é nos Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF realizados anualmente. 4. O que é “Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF”? A FAEF realiza anualmente o “Simpósio de Ciências Aplicadas”, durante o primeiro semestre de cada ano, tratando-se de um evento Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 321 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA científico, devidamente planejado, visando à apresentação de trabalhos científicos de toda comunidade acadêmica: professores e alunos. Os trabalhos aceitos pela Comissão Científica são apresentados oralmente ou em painéis e são publicados nos ANAIS de cada simpósio. 5. Como devo apresentar os trabalhos realizados para serem aprovados e publicados? De acordo com as Normas para Publicação nos “Simpósios de Ciências Aplicadas” descritas abaixo: 1. Encaminhamento: os trabalhos para apreciação, devem ser identificados como para “Simpósio” (especificar a área de conhecimento – Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Pedagogia, Psicologia, Turismo e Sistemas de Informação) e poderão ser enviados pela Internet, no endereço [email protected] (atentando para o tamanho do arquivo que não deverá ultrapassar 3 Mb, já inclusos tabelas e gráficos) ou via correio em CD (devidamente identificado), gravado em editor de texto Word for Windows, para o endereço: Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso à Garça km 1, Campus Rosa Dourada – caixa postal 61, CEP 17400-000, Garça/SP. Os textos devem apresentar as seguintes especificações: página A4, fonte Times New Roman, corpo 12, entrelinhas 1,5, com 3cm de margem superior, inferior, esquerda e direita. Os trabalhos devem conter de 6 a 15 páginas, incluindo as referências bibliográficas. 2. Informar endereço completo, telefone e e-mail para contato futuro. 3. Serão aceitos trabalhos escritos nos seguintes idiomas: espanhol, inglês e português. 4. Apresentação dos trabalhos: 4.1. Título e Identificação do(s) autor(es) 4.1.1 Título completo do artigo em LETRA MAIÚSCULA: em negrito, centralizado e fonte tamanho 12. 4.1.2 Nome completo do(s) autor(es) (por extenso e apenas o SOBRENOME EM MAIÚSCULA): alinhado à direita, fonte tamanho 12, com indicação para nota de rodapé. 322 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 4.1.3 Na nota de rodapé, deve constar filiação científica, na seguinte ordem: Departamento, Instituto ou Faculdade, Universidade – SIGLA – CIDADE/ESTADO – PAÍS e endereço eletrônico, fonte tamanho 10. 4.1.4 Entre o título e os dados de identificação do(s) autor(es), deve existir espaço de uma linha. 4.1.5 Todos os subtítulos devem estar alinhados à esquerda, em CAIXA ALTA, negrito e fonte tamanho 12. 4.2. Resumo e Abstract RESUMO de, no máximo, 100 palavras e de três a cinco palavraschave (termos ou expressões que identifiquem o conteúdo do trabalho). O título, o resumo e as palavras-chaves deverão ser no idioma do texto. O corpo do texto pertencente ao resumo deve estar em espaçamento entre linhas simples e fonte tamanho 10. A seguir, deve constar o ABSTRACT e Keywords, nos mesmos moldes do resumo. 4.3. Corpo do texto: 4.3.1 Subitens destacados em negrito, no mesmo corpo do texto, alinhados à esquerda. 4.3.2 Texto contendo, sempre que possível: a) INTRODUÇÃO (com exposição de objetivos e metodologia); b) DESENVOLVIMENTO (com subtítulo derivado do título; corpo do texto com as reflexões ou ainda Material e Métodos, Resultados e Discussão), c) CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Obs: Os artigos que, por preferência do autor, não tenham a estrutura contida neste item não serão excluídos. 4.3.3 Todo o corpo do texto deve estar em espaçamento 1,5, contendo sempre o espaço de uma linha entre os subtítulos e o texto. 4.3.4 Notas de rodapé devem ser, na medida do possível, incluídas no corpo do texto. 4.3.5 Tabelas e gráficos deverão ser numerados, sequencialmente, em algarismos arábicos e encabeçados por seus respectivos títulos. 4.3.6 Fotografias e ilustrações poderão ser coloridas e deverão ser inseridas no corpo do texto, numeradas, sequencialmente, e com legendas. 4.3.7 Referências no corpo do texto deverão ser feitas pelo sobrenome do autor, entre parênteses e separado por vírgula da data de publicação e da(s) página(s) utilizada(s) tanto para citação direta como indireta.Ex: (SILVA, 1984, p. 123). Caso o nome do autor esteja citado no texto, deverá ser acrescentada a data e paginação entre parênteses. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 323 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF S OCIEDADE CU LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Por exemplo, “Silva (1984, p. 123) aponta...”. As citações de diversas obras de um mesmo autor, publicadas no mesmo ano, deverão ser discriminadas por letras minúsculas em ordem alfabética, após a data, sem espaçamento (SILVA, 1984a; 1984b). Quando a obra tiver até três autores, estes deverão ser separados por ponto e vírgula (SILVA; SOUZA, 1987). No caso de três ou mais, indica-se o primeiro, seguido da expressão “et al”. (SILVA et al., 1986). As citações literais, com mais de três linhas devem seguir este modelo, estando o texto entre linhas simples, com fonte tamanho 11, entre aspas e seguida da referência do autor, com nome, data e página referente” (SILVA, 1987, p.82). 4.3.8 Vale ressaltar que, “as citações literais com no máximo três linhas deverão estar entre aspas, como parte do texto, seguidas de sua referência”. 4.3.9 Anexos e/ou Apêndices serão incluídos somente quando imprescindíveis à compreensão do texto. 4.4. Referências bibliográficas: 4.4.1 As referências bibliográficas deverão ser arroladas no final do trabalho, pela ordem alfabética do sobrenome do(s) autor(es), obedecendo às normas da ABNT (NBR 6023, de agosto de 2002). Ex: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1986. 4.4.2 Para referência de segunda mão, um autor citado pelo autor do texto siga o exemplo: (LAKATOS apud SEVERINO, 1990, p. 25). 5. Os trabalhos de alunos e de orientandos deverão, antes de serem encaminhados, receber a aprovação dos professores em cujas disciplinas, práticas ou estágios eles foram elaborados; ou de seus orientadores de projetos de iniciação científica ou de trabalhos de conclusão de curso. 6. Serão publicados os trabalhos aprovados e recomendados por pareceristas das áreas correspondentes, que constituem a Comissão Científica do Simpósio. 7. É vedada a reprodução dos trabalhos em outras publicações eletrônicas. 8. Os trabalhos que não estiverem de acordo com estas normas de formatação serão devolvidos ao(s) autor(es); podendo ser refeitos e apresentados em outra oportunidade, mediante os critérios 5 e 6. 324 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 9. Os casos não previstos por estas Normas serão resolvidos pela Comissão Científica do Simpósio. 10. Os dados e conceitos emitidos nos trabalhos, bem como a exatidão das referências bibliográficas, são de inteira responsabilidade de seus autores. Garça, 3 de março de 2014. COMISSÃO CIENTÍFICA DO SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420 Via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] (14) 3407-8000 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 03 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 325
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