Índice - Baesa
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Relatório da Administração Índice 7 18 19 19 20 21 21 22 31 31 31 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da administração Balanços patrimoniais Demonstrações de resultados Demonstrações das mutações do patrimônio líquido Demonstração do valor adicionado Demonstrações dos fluxos de caixa - método direto Demonstrações dos fluxos de caixa - reconciliação do lucro líquido com fluxo de caixa operacional Notas explicativas às demonstrações financeiras Conselho de administração Diretoria Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras BAESA - Energética Barra Grande S.A. Senhores Acionistas, A Administração da BAESA - Energética Barra Grande S.A. submete à apreciação de V.Sas. as Demonstrações Financeiras e o parecer dos auditores independentes, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011. DESEMPENHO OPERACIONAL O Rio Pelotas na região da UHE Barra Grande apresentou vazões acima da média até Abril de 2011, e abaixo da média histórica nos meses de Maio, Outubro, Novembro e Dezembro, segundo regime hidrológico comum na região Sul do Brasil, complementar ao da região Sudeste. Ocorreram vazões elevadas no período de Junho a Setembro, com destaque para o mês de Agosto, com afluência da ordem de 322% da MLT - Média de Longo Termo, e pico de vazão afluente média diária de 7.154 m³/s e vertimento de 6.574 m³/s, registrados no dia 30 de Agosto. Esses números são os maiores já registrados desde que a UHE Barra Grande entrou em operação, em Novembro de 2006. O reservatório atingiu o nível mínimo anual de 628,38 m no dia 31 de Dezembro de 2011. Exemplo da alta pluviosidade foi a precipitação de 189,8 mm, registrada em Pinhal da Serra/RS no dia 30 de Agosto. Em função de deslizamento de terra que obstruiu a rodovia SC 456, o tráfego de veículos ficou interrompido por 32 dias. Nesse período a BAESA precisou alterar a logística de transporte e hospedagem dos colaboradores da Usina para as cidades gaúchas de Pinhal da Serra e Esmeralda. As condições hidrológicas favoráveis, somadas ao bom índice de disponibilidade das unidades geradoras, proporcionaram excelente performance da geração de energia: 4.075 GWh, o que corresponde a 122,2% da energia assegurada. Já no mês de Outubro a meta anual de energia assegurada foi atingida, e em Agosto a geração foi 1,6 vezes a energia assegurada do mês. O Índice de Disponibilidade médio em 2011 foi de 94,68%, muito acima dos 85,31% exigidos no Contrato de Concessão. A indisponibilidade de 5,32% teve a seguinte composição: 5,24% de indisponibilidade por manutenção programada e 0,08% de indisponibilidade por manutenção forçada. Cabe destacar que a indisponibilidade por desligamento forçado vem se reduzindo nos últimos anos. A elevada disponibilidade da Usina foi obtida graças ao curto período entre as manutenções programadas, pelo diagnóstico correto das intervenções realizadas, e a adequada execução dos serviços, resultando na redução de manutenções forçadas e no pleno aproveitamento das condições hidrológicas, quando oportunas. Em 2011 a vazão vertida turbinável foi de 57,3 GWh, entendida como a quantidade de água que poderia ser turbinada, mas que é liberada pelo vertedouro por orientação do ONS - Operador Nacional do Sistema, visto que há excedente de energia no Sistema Elétrico Nacional, ou então restrição de transmissão. Outro aspecto a ser destacado é o programa de treinamento, via web, que está sendo desenvolvido pela BAESA. O objetivo é otimizar o tempo de treinamento para os colaboradores que atuam na Operação e Manutenção da UHE Barra Grande. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 7 Relatório da Administração BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 8 LIQUIDAÇÃO E REGULAÇÃO DE ENERGIA Em 2011 a Garantia Física da UHE Barra Grande alcançou 3.334 GWh. Desse valor, 3.236 GWh foram destinados à comercialização, já incluído o desconto das perdas, que em 2011 atingiram um total de 2,95% (2,40% referentes à Rede Básica, e 0,55% referente ao consumo interno da BAESA). A comercialização da energia foi realizada, em sua maioria, com os próprios Acionistas da BAESA, que adquiriram mais de 97% do montante de energia vendida, seguindo as regras do Ambiente de Contratação Livre - ACL, que permite livre negociação entre Agentes Geradores e Agentes Consumidores mediante contratos bilaterais firmados entre as partes. A energia restante foi comercializada, por indicação de um dos Acionistas, no Ambiente de Contratação Regulado, através do 2º Leilão de Energia nova, realizado em 2006, com início de suprimento pela BAESA em 2009. As operações realizadas junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, deixaram a BAESA em situação credora em 2011, com recebimento total de R$ 12 milhões no exercício. O destaque foi a compra e venda de energia através do Mecanismo de Realocação de Energia - MRE, onde a BAESA registrou venda de cerca de 400 GWh no ano, em face da alta geração de energia observada em 2011. DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO Em 2011, a BAESA totalizou R$ 322 milhões de receita operacional e R$ 266 milhões de receita líquida. Os impostos totalizaram R$ 33 milhões, incidentes sobre a receita da Companhia (ICMS, PIS e COFINS), com resultado de R$ 67 milhões no acumulado do exercício. A receita obtida junto à CCEE permitiu a adoção das seguintes políticas relacionadas à venda de energia: (i) adiamento de parte dos recebimentos pela venda de energia, a partir do mês de Maio, no total de R$ 57 milhões, (ii) redução do preço médio de venda adotado em 2011 para os Acionistas, nos meses de Novembro e Dezembro, de R$ 95,00/MWh para cerca de R$ 90,00/MWh. A geração de caixa após pagamento das despesas operacionais somou R$ 202 milhões. O serviço da dívida, referente ao pagamento de juros e principal do endividamento com BNDES e Debêntures, totalizou R$ 162 milhões. ENDIVIDAMENTO Passivo Atual BNDES - TJLP BNDES - Cesta BNDES - TJLP - Sup. Total BNDES Debêntures 1ª Série Debêntures 2ª Série Total Debêntures Dívida Total 31/12/11 R$ mil 220.492 93.400 198.007 511.899 61.303 50.277 111.580 623.480 % Dívida 35% 15% 32% 85% 10% 8% 18% 100% IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES Em 2011 a BAESA pagou R$ 107 milhões a título de impostos, contribuições e taxas diversas a órgãos Federais, Estaduais e Municipais, conforme quadro abaixo. Impostos, Taxas e Contribuições - 2011 COFINS Imposto de Renda Pessoa Jurídica Uso do Bem Público CFURH Contribuição Social sobre Lucro Líquido PIS ICMS Pesquisa e Desenvolvimento Taxa de Fiscalização ANEEL INSS Outros Total R$ Mil 23.504 23.160 19.594 18.662 8.639 5.103 4.222 2.737 1.331 503 126 107.581 AÇÕES SOCIAIS Capacitação e Geração de Renda A BAESA priorizou a capacitação técnica das famílias rurais no entorno da UHE Barra Grande, com o objetivo de orientá-las para o desenvolvimento de novas atividades econômicas, proporcionando geração de renda e boas perspectivas para o futuro. Destaque para a realização do Ciclo de Palestras nos municípios de Esmeralda e Pinhal da Serra, no Rio Grande do Sul; e Anita Garibaldi, Campo Belo do Sul e Capão Alto, em Santa Catarina. Durante dois dias, o ex-prefeito, e hoje consultor, Walter Luiz Heck, apresentou os segredos do sucesso do projeto de desenvolvimento da cidade gaúcha de Crissiumal, baseado em agroindústrias familiares, constituídas a partir de parcerias entre a comunidade, poder público, instituições bancárias e outras entidades. O objetivo foi incentivar a implementação de programas de desenvolvimento semelhantes nos municípios do entorno da Usina. Programa Cozinha Brasil ensinou receitas saudáveis, saborosas e de baixo custo Para incentivar o cultivo de hortas nas propriedades rurais, a BAESA promoveu o 1º Concurso de Hortas Caseiras Orgânicas, realizado nos municípios de Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul e Capão Alto, em Santa Catarina; e Pinhal da Serra, Esmeralda e Vacaria, no Rio Grande do Sul. Ao todo, 157 famílias das sete cidades participaram, e 23 agricultores foram premiados com o repasse de recursos, sementes e insumos agrícolas. Agricultores exibem os cheques recebidos no Concurso de Hortas Caseiras No dia 19 de Abril, 25 estudantes dos municípios catarinenses de Capão Alto, Cerro Negro e Abdon Batista receberam o título de Eletricista de Instalações, após a conclusão de 900 horas-aula do Curso Técnico em Eletrotécnica, iniciado em Junho de 2009 e promovido pela BAESA, em parceria com a Enercan (Campos Novos Energia S.A), o Instituto Votorantim, a Votorantim Energia e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). O Curso Técnico em Eletrotécnica teve dois anos de duração, mais um semestre (póstécnico) específico em operação e manutenção de usinas hidrelétricas e será concluído em fevereiro de 2012. Os oito primeiros colocados da turma realizaram estágio nas duas usinas e foram contratados de forma efetiva, sendo quatro novos colaboradores em cada empreendimento. Em parceria com o Instituto Votorantim e a Votorantim Energia, a BAESA lançou o 2º Curso de Iniciação ao Empreendedorismo para os alunos que concluíram o 1º Curso de Iniciação ao Empreendedorismo em 2010, sendo ministrado por professores da Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina). O curso abordou disciplinas de negociação, tomada de decisão, controle de estoques e análise de demonstrações financeiras. Além disso, os alunos visitaram empresas da região, com o objetivo de receber consultoria técnica específica para que os novos negócios possam crescer e alcançar estabilidade no mercado. Projetos voltados a fortalecer a geração de renda também receberam atenção especial da BAESA. Um dos mais importantes foi o Edital 01/2011, lançado com o objetivo de apoiar associações e cooperativas que atuam na região e pretendem desenvolver projetos produtivos. Ao todo, 41 projetos foram aprovados (sendo 38 para associações e 3 para cooperativas). Os projetos habilitados envolvem atividades que vão desde a criação de aves coloniais até a implantação de laticínios de leite, incluindo ainda abatedouro de frangos, apicultura, entreposto de ovos, agroindústrias de processamento de hortaliças, frutas, massas e panificação, aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, além de veículos para transportar a produção. 9 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração Outra atividade de capacitação foi o Programa Cozinha Brasil em Anita Garibaldi/SC, promovido pelo SESI - Serviço Social da Indústria, em parceria com a BAESA e a prefeitura. O objetivo foi ensinar os participantes a preparar receitas saudáveis, saborosas e de baixo custo. A iniciativa contou com a participação de 66 pessoas, que assistiram às aulas em um caminhão devidamente adaptado. Os participantes receberam orientações sobre diversos aspectos relacionados à alimentação, como aproveitamento integral dos alimentos, preparação de refeições, planejamento de compras, classificação dos alimentos reciclagem de lixo e outros. Ao final, cada aluno recebeu um livro com mais de 100 receitas e informações sobre hábitos alimentares. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 10 Com a assinatura dos termos de cooperação com associações e cooperativas, a BAESA concluiu o Edital 01/2011, cumprindo assim compromisso do Plano de Desenvolvimento Regional, um dos itens previstos no Acordo Social, firmado em dezembro de 2004 entre a BAESA, Ministério Público Federal, Ministério de Minas e Energia, Ibama e Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB. Saúde, Esporte e Educação A BAESA promoveu o V Fórum de Estratégia de Saúde da Família (ESF), realizado na cidade de Vacaria/RS. Cerca de 200 profissionais de saúde dos municípios do entorno da UHE Barra Grande participaram do evento. Uma das atrações foi a apresentação de projetos na área da saúde e a seleção dos três melhores. V Fórum ESF proporcionou a integração dos agentes de saúde que atuam nos municípios da região Diretor Edson Schiavotelo assinou termo de cooperação com uma das associações beneficiadas pelo Edital 01/2011 Outra ação importante foi o repasse de recursos para a Associação de Apicultores da Comunidade Santa Catarina, em Anita Garibaldi/SC. O projeto contou com o apoio da BAESA, Fundação Banco do Brasil, Epagri, Sebrae, Secretaria Municipal de Agricultura, Clube dos Diretores Lojistas e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anita Garibaldi/SC. Em 2011, a BAESA e a Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc uniram esforços para aprimorar o desenvolvimento de sementes crioulas cultivadas pela COOPERANITA (Cooperativa Agropecuária dos Agricultores Familiares de Anita Garibaldi/SC e Região dos Lagos). O objetivo é produzir sementes crioulas de feijão, milho e arroz visando à melhoria da produção e ao aumento da renda familiar. Batizado com o nome de “Adequações tecnológicas e estruturais na cadeia produtiva de sementes crioulas da Região dos Lagos”, o projeto é uma iniciativa da COOPERANITA e vai beneficiar diretamente cerca de 320 agricultores, além de outros 600 produtores rurais dos municípios catarinenses de Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul e Capão Alto. Ainda na área da saúde, a BAESA organizou visita ao projeto Plantas Medicinais, desenvolvido pela Usina Hidrelétrica Itaipu e criado com o objetivo de produzir medicamentos fitoterápicos. Um grupo formado por 43 pessoas participou da viagem e colheu informações importantes para desenvolver iniciativa semelhante no entorno da UHE Barra Grande. Em 2011, a BAESA instalou mais duas academias de ginástica ao ar livre: uma em Pinhal da Serra/RS e a outra em Vacaria/RS. Assim, já são sete as cidades da área de abrangência da UHE Barra Grande a desfrutar desse privilégio: Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul e Capão Alto, no estado de Santa Catarina; e Esmeralda, Pinhal da Serra e Vacaria, no Rio Grande do Sul. Com a instalação da academia ao ar livre em Pinhal da Serra/RS, sete municípios da região passaram a contar com o benefício Na área do esporte, destaque para o lançamento do projeto Escolhinha de Futsal e Voleibol, beneficiado pela Lei de Incentivo ao Esporte, que atende 150 crianças e adolescentes dos municípios de Anita Garibaldi/SC, Cerro Negro/SC e Pinhal da Serra/RS. São 50 alunos por município, sendo 25 meninos (que praticam Futsal) e 25 meninas (que praticam Voleibol). As aulas são ministradas três vezes por semana e sempre no contraturno escolar. Cada participante recebe material esportivo, mochila, agasalho e tênis, além de uma “bolsa atleta” mensal para auxiliar nas despesas com lanche e transporte. O principal requisito para participar é alcançar bom desempenho escolar. O objetivo do projeto é oferecer oportunidades de formação educacional e integração social. uma das cidades participantes. Ao final, o município de Campo Belo do Sul/SC sagrou-se campeão nas duas categorias. Foto 7: Copa Futsal da Região dos Lagos é disputada nas categorias adulto e infantil Durante a Semana Nacional do Trânsito, a BAESA distribuiu material informativo sobre aspectos que motoristas devem observar ao trafegar com seus veículos. A ação educativa orientou crianças e adolescentes das escolas do município sobre os perigos do trânsito e também promoveu blitz para conscientizar motoristas. Projeto Escolinha de Fusal e Voleibol atende 150 crianças em três municípios da região BAESA distribuiu material informativo sobre o trânsito Outra ação relevante foi a realização da 5ª Copa Futsal da Região dos Lagos, maior evento esportivo da região e que reúne dez municípios: Abdon Batista, Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Campos Novos, Capão Alto, Celso Ramos e Vargem, de Santa Catarina, e mais Pinhal da Serra e Esmeralda, do Rio Grande do Sul. Além da categoria adulto, a Copa Futsal da Região dos Lagos também conta com equipes infantis, formada por crianças com até 13 anos de idade. Durante quatro meses, as equipes se enfrentaram em jogos realizados em cada Para ampliar sua atuação na região, a BAESA lançou o Programa de Responsabilidade Social, dotado de uma nova metodologia de gestão que permite, de modo mais transparente, criterioso e ágil, apoiar projetos sociais, ambientais e culturais em municípios do entorno da UHE Barra Grande. Em decorrência da variedade e do grande número de solicitações, a empresa estabeleceu seis linhas de atuação para o enquadramento dos projetos: agregação de renda, crianças e jovens, cultura, esporte, saúde, segurança e meio ambiente, e terceira idade. Além disso foi 11 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração A instalação de academias ao ar livre nos municípios é uma iniciativa do Instituto Alcoa, em parceria com a BAESA e as respectivas prefeituras. O objetivo é oferecer condições para que as pessoas, especialmente as da terceira idade, possam praticar exercícios físicos e ter uma vida mais saudável, evitando doenças e problemas decorrentes do sedentarismo e da obesidade. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 12 desenvolvido um novo sistema informatizado de cadastramento e gerenciamento de projetos. Com isso, todas as propostas passaram a ser cadastradas diretamente no site da BAESA (www.baesa.com.br), no tópico “Projetos Sociais”. Cerca de 120 pessoas participaram do lançamento do Programa, a maioria formada por representantes de entidades e das prefeituras municipais da região. As APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Anita Garibaldi/SC e Campo Belo do Sul/SC receberam a visita do ex-tenista Gustavo Küerten. Acompanhado de sua mãe, Alice Küerten, Guga conheceu pessoalmente os projetos sociais desenvolvidos pelas duas entidades e coordenados pelo IGK (Instituto Guga Küerten), em parceria com a BAESA. Outro projeto apoiado pela BAESA foi o Encontro de Integração dos Núcleos Esportivos do IGK, evento realizado anualmente em Florianópolis e que reúne cerca de 500 crianças atendidas pela entidade. Durante todo o dia, as crianças praticam esportes, como tênis, basquete e futebol, e participam de brincadeiras, como cama elástica, karaokê, pintura, teatro, escalada, caça ao tesouro, dança e outros. A ideia é oferecer atividades que propiciem lazer e integração social. como pintura de portas e janelas, instalação de cisterna para armazenamento da água da chuva e colocação de paredes de alvenaria na parte externa. Outras três obras realizadas pela BAESA contaram com a parceria do Instituto Alcoa: a construção do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, a implantação de um viveiro de mudas nativas na Casa Familiar Rural, ambos em Cerro Negro/SC, e a ampliação da Escola Municipal Belisário José Luiz, em Capão Alto/SC; que recebeu mais duas salas de aula. O Corpo de Bombeiros Voluntários de Campo Belo do Sul/SC recebeu equipamentos para salvamento aquático. Com recursos da BAESA, a corporação adquiriu dois conjuntos de mergulho, cada um com cilindro, colete equilibrador, máscara de mergulho, nadadeiras e reguladores, além de um bote para quatro pessoas. A Polícia Ambiental de Lages/SC recebeu recursos para a compra de um barco para oito pessoas com motor de 60 hp. O objetivo é aprimorar as condições de trabalho da corporação, possibilitando fiscalização mais efetiva na região, especialmente no reservatório formado pela UHE Barra Grande. A Comunidade Nossa Senhora da Salete, construída pela BAESA no município de Esmeralda/RS, também recebeu equipamentos. Seus moradores instalaram um moinho de cereais, que permite alimentar os animais com a ração produzida a partir de grãos triturados. Em decorrência do inverno rigoroso e das baixas temperaturas registradas no inverno de 2011, a BAESA, em parceria com a Enercan, a Karsten e o Rotary Club de Anita Garibaldi/SC, lançou uma campanha para arrecadar cobertores e edredons, beneficiando cerca de 100 famílias carentes do município. Cerca de 500 crianças participaram do evento, que contou com a participação do ex-tenista Gustavo Kuerten Obras, Equipamentos e Materiais A BAESA, em parceria com o Instituto Alcoa, concluiu as obras de reforma do Centro de Educação Ambiental, inaugurado em 2008 e que se consolidou como local adequado para realização de cursos, palestras, oficinas e outros eventos culturais no município de Anita Garibaldi/SC. Foram realizadas várias obras, BAESA doou cobertores e edredons para 100 famílias de baixa renda da região AÇÕES AMBIENTAIS Em 2011, a BAESA fortaleceu os programas ambientais desenvolvidos há vários anos. Destaque para o Programa de Reintrodução da Dyckia distachya, coordenado pelo biólogo Ademir Reis, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e um dos maiores especialistas do assunto no Brasil. Outros programas foram mantidos, como os monitoramentos de Qualidade da Água do Reservatório, de Fauna, Ictiofauna, Aquíferos, Macrófitas Aquáticas, Climatologia, previsão hidrometeorológica e Sismologia. Também foram mantidos os trabalhos de recuperação e manutenção de áreas, tanto a APP (Área de Preservação Permanente) quanto as áreas degradadas durante a construção da usina. As áreas da APP estão protegidas por cercas com objetivo de conservar a mata ciliar do entorno do reservatório da Usina e recuperar a vegetação, além de evitar a entrada de gado. Para fiscalizar essa área, a BAESA conta com apoio de empresa especializada e também da Polícia Ambiental, embora a principal medida seja a conscientização permanente dos moradores lindeiros ao reservatório. Em 2011, a BAESA alcançou o número de 734 mil mudas de espécies florestais nativas plantadas no entorno do reservatório. Parte dessas mudas foi encaminhada para o projeto de Reflorestamento e também doada para entidades e prefeituras, especialmente para atividades promovidas na Semana Mundial do Meio Ambiente e no Dia da Árvore. Uma delas foi o plantio no Parque de Eventos de Cerro Negro/SC, realizado por alunos do 6º ano da Escola Otília Ungaretti. No viveiro florestal estão sendo produzidas anualmente 80 mil mudas de 102 espécies distintas, entre elas a bracatinga. Um lote de 5 mil mudas dessa espécie nativa foi doado pela BAESA a agricultores interessados em desenvolver a atividade de reflorestamento em suas propriedades. A ideia é motivar outras famílias a adotar o reflorestamento como forma de geração de renda, e utilizar a bracatinga em vez do pinus, pois se trata de uma espécie nativa, com crescimento mais rápido e que ajuda a melhorar as condições do solo onde suas mudas são plantadas. A bracatinga costuma ser aproveitada para produção de lenha, escoras e carvão. Viveiro Florestal da Usina produz anualmente cerca de 80 mil mudas de espécies nativas Outra ação ambiental relevante foi o lançamento do programa “Vida Sustentável”, criado com o objetivo de apoiar entidades que desenvolvem ações em defesa da natureza. Assim, além de protagonista de vários projetos, como reflorestamento, gestão do reservatório e educação ambiental, a BAESA também passou a ser importante apoiadora das boas iniciativas ambientais na região. Durante o ano, diversas entidades receberam apoio para realizar atividades práticas, plantio de mudas, palestras, apresentações artísticas, coleta de lixo reciclável, trabalhos artesanais, gincanas ambientais e outras. O interesse em fortalecer a conscientização ambiental também motivou a BAESA a realizar o Curso de Formação de Educadores. Um total de 67 professores participou do Programa de Educação Ambiental “Conservação e Manejo de Dyckia distachya”, cujo objetivo foi apresentar os trabalhos realizados pela BAESA visando à preservação da bromélia. 13 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração A atuação socioambiental da BAESA foi destacada no Seminário Estadual do ODM Brasil (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), realizado em Florianópolis. Na oportunidade, a BAESA assinou Termo de Adesão ao Programa ODM Santa Catarina, unindo esforços com outras empresas do Estado para alcançar os oito Objetivos do Milênio estabelecidos pela Organização das Nações Unidas - ONU. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 14 Garibaldi/SC, Capão Alto/SC e Campo Belo do Sul/SC, a 1ª Mostra de Música Instrumental Gaúcha, em Pinhal da Serra, e a Festa da Gila, em Bom Jesus/RS. A música erudita também foi apoiada pela BAESA. O projeto “Clássicos com Energia”, executado pela Camerata Florianópolis, que consiste em um CD, um DVD e apresentações em diversas localidades, foi produzido também com recursos obtidos mediante benefícios fiscais da Lei Rouanet. Professores participaram do Programa de Educação Ambiental “Conservação e Manejo da Dyckia distachya” Destaque também para a conclusão dos estudos sobre a Mata da Capitulina, cujo trabalho de pesquisa foi financiado pela BAESA. Trata-se de área de preservação permanente com cerca de 380 hectares de extensão localizada na cidade de Vacaria/RS. A realização do estudo permitiu a coleta de informações detalhadas sobre o local, como as características da fauna e da flora e os aspectos geográficos. A BAESA emitiu mais 1.087.893 de unidades de créditos de carbono VCR (certificados) referentes à geração de energia dos anos de 2009 e 2010, complementando as 1.028.336 unidades de créditos, referentes aos anos de 2006, 2007 e 2008. Até Dezembro de 2011 foram comercializadas 171 mil unidades. AÇÕES CULTURAIS Com os incentivos fiscais da Lei Rouanet, a BAESA patrocinou diversos espetáculos culturais em 2011, possibilitando a apresentação de eventos inéditos na região, todos oferecidos gratuitamente ao público em geral. A Camerata Florianópolis apresentou o concerto “Rock’n Camerata” no município de Lages/SC, com lotação máxima no teatro Marajoara. Esta foi a primeira vez que o evento foi realizado no interior de Santa Catarina. Além do Rock’n Camerata, a BAESA patrocinou, em 2011, outros quatro eventos musicais: o Festival Esmeralda Canta Zé Mendes, na cidade de Esmeralda/RS; o Festival Cultural da Região dos Lagos nos municípios de Anita BAESA patrocinou o espetáculo cultural “Rock’n Camerata”, realizado na cidade de Lages/SC A edição de quatro livros também recebeu o apoio da BAESA: “Paraísos Naturais da Região Sul”, que apresenta belas imagens e informações detalhadas sobre 15 unidades de conservação ambiental localizadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; “NuTE: cartografia de um teatro”, obra que relata as atividades teatrais desenvolvidas pelo Núcleo de Teatro Experimental - NuTE, de Blumenau/SC; “Estudo e valorização do patrimônio arqueológico do Vale do Rio Pelotas, SC: a contribuição da UHE Barra Grande”, elaborado pela Scientia Consultoria Científica; e “Historinhas do Tio Tide”, publicação que reúne diversas estórias infantis escritas por Aristides Pacheco dos Santos, professor aposentado e muito querido na região. Livro “Paraísos Naturais da Região Sul” é mais uma obra literária publicada com o apoio da BAESA A implantação do Sistema de Gestão Integrado (SGI) na Usina Hidrelétrica Barra Grande credenciou a BAESA a receber a Certificação OHSAS 18001, norma mundial que atesta a adoção de procedimentos voltados a reduzir riscos relacionados com saúde e segurança no ambiente de trabalho. Em Dezembro, auditores do British Standard Institution (BSI) aprovaram a primeira fase do processo e definiram para o primeiro trimestre de 2012 a análise da segunda etapa, cuja aprovação concederá a Certificação OHSAS 18001 para a BAESA. Já a Certificação ISO 14001, obtida em Janeiro de 2010, foi avaliada e aprovada pelos auditores. O Instituto Guga Kuerten realizou o projeto IGKTeca - Biblioteca Itinerante nas escolas municipais, proporcionando momentos de lazer e cultura para os alunos de 7 a 14 anos e incentivando a leitura e a criatividade. O Programa Correio da Escola atuou em mais de 20 escolas municipais da região, onde os trabalhos elaborados pelos alunos são publicados num encarte do jornal Correio dos Lagos, de Anita Garibaldi/SC. Projeto Idosos Ativos de Esmeralda/RS, além de eventos esportivos, festas tradicionais dos municípios da região, apoio mensal às Apaes de Anita Garibaldi/SC e Campo Belo do Sul/SC e campanhas educativas nas escolas e comunidades. Ao todo foram investidos, em 2011, R$ 1 milhão em projetos e ações sociais, beneficiando cerca de 20 mil pessoas na região de abrangência da UHE Barra Grande. SEGURANÇA NO TRABALHO No mês de Novembro, a BAESA promoveu a 2ª SIPATMA - Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Meio Ambiente nas instalações da UHE Barra Grande. A programação contou com palestras sobre Colaboradores da Usina Barra Grande comemoram a recomendação da BAESA para receber a Certificação OHSAS 18001 PESQUISA & DESENVOLVIMENTO Em 2011 a BAESA continuou o desenvolvimento de novos projetos para compor o seu Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de acordo com o regulamento estabelecido pela ANEEL. Dentre os vários temas estudados, destaque para o estudo dos efeitos das mudanças climáticas sobre o regime hidrológico de bacias hidrográficas, o desenvolvimento de ferramentas para monitoramento e medição das emissões de Gases de Efeito Estufa em reservatório de usinas hidrelétricas, e também o desenvolvimento de monitoramento online para parâmetros ambientais. 15 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração estratégias motivacionais na vida profissional e pessoal, temas referentes à segurança no trabalho e a realização de exames médicos, como hipertensão e diabetes, além de orientações sobre higiene bucal e ginástica laboral. 16 Os projetos são realizados em conjunto com BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração universidades, centros de pesquisa e inovação, empresas de consultoria e fabricantes de equipamentos. Foram investidos cerca de R$ 942 mil no desenvolvimento destas pesquisas, totalizando R$ 2,4 milhões em investimento desde o início do Programa de P&D da BAESA. Também foram destinados cerca de R$ 1 milhão ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FNDCT e outros R$ 500 mil ao Ministério de Minas e Energia - MME. COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Foram publicadas 832 matérias sobre a BAESA e/ou a UHE Barra Grande, e veiculados 456 programas de rádio em três emissoras da região (são 114 programas, quatro vezes por semana). O “Informativo Barra Grande”, jornal da BAESA com periodicidade mensal, chegou a edição de número 70 no mês de dezembro de 2011. A newsletter da Companhia, batizada de BAESA Online, semanalmente encaminhada para o endereço eletrônico de aproximadamente 450 pessoas, alcançou o número de 181 edições em dezembro de 2011. Com o objetivo de informar os stakeholders sobre suas ações e projetos, o BAESA Online é mais uma das ações de comunicação social destacando o trabalho desenvolvido nas áreas social, ambiental e cultural, ampliando assim a divulgação das ações e o fortalecimento da imagem institucional da empresa. Três importantes materiais informativos foram elaborados em 2011: o “Relatório de Sustentabilidade 2009/2010”, a atualização do vídeo institucional da BAESA e a produção do vídeo “Dyckia Distachya”, que relata os resultados alcançados pelo Programa de Reintrodução da Dyckia Distachya. Relatório de Sustentabilidade 2009/2010 relata as ações desenvolvidas pela BAESA As ações permanentes de comunicação social foram fundamentais para a BAESA alcançar números excepcionais na pesquisa de opinião realizada pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) na região de abrangência da UHE Barra Grande. A pesquisa ouviu 987 pessoas que moram nos seis municípios mais próximos da Usina: Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul e Capão Alto, em Santa Catarina, e Pinhal da Serra e Esmeralda, no Rio Grande do Sul. O dado mais relevante é que 93% dos entrevistados avaliam favoravelmente a atuação da empresa, e a elogiam como empresa “de confiança, competente, séria e que respeita a lei”, além de “apoiar a educação, gerar muito emprego e de cumprir o que promete”. Além disso, 97% dos entrevistados reconhecem a BAESA e/ou a UHE Barra Grande como uma das empresas da região. PRÊMIOS Em 2011, a BAESA obteve 11 conquistas relevantes: • Prêmio Empresa Cidadã, categoria Participação Comunitária, pela ADVB-SC (Associação de Diregentes de Vendas e Marketing). Diretores da BAESA receberam o Prêmio Empresa Cidadã 2011 • Certificado de Excelência em Gestão Sustentável, tema Meio Ambiente e Fornecedores, pela Editora Expressão e Aequo Soluções em Sustentabilidade. Os diretores da baesa receberam os premios Gestão Banas e Visão, acompanhados dos conselheiros Otávio Freitas Ferreira e Otávio Rezende AUDITORIA EXTERNA C Diretores da BAESA receberam Certificados de Excelência em Gestão Sustentável • Prêmio Expressão de Ecologia (Troféu Onda Verde), categoria Recuperação de Áreas Degradadas, pela Editora Expressão e Aequo Soluções em Sustentabilidade. • Empresa Amiga da Criança, pela Fundação ABRINQ. • Prêmio 500 Maiores Empresas do Sul, pela Revista Amanhã. • Certificado de Responsabilidade Social 2011, pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. • Certificado de Responsabilidade Social 2011, pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. • Destaque Empresarial Brasileiro em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, concedido pelo Instituto Ambiental Biosfera. • Prêmio Ética nos Negócios, categoria Meio Ambiente, pelo Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios. A BAESA informa que os únicos serviços prestados à Empresa pelos seus auditores independentes são os relacionados com os exames da auditoria independente das demonstrações contábeis. AGRADECIMENTOS Agradecemos os senhores Acionistas, Autoridades e Órgãos da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, fornecedores de bens e serviços, e nossos colaboradores pela confiança, dedicação e empenho, fatores determinantes para o alcance do objetivo de operar esse grande empreendimento, repleto de desafios e oportunidades. À comunidade residente na região de abrangência da Usina, nossos agradecimentos pelo carinho com que recebem nossos representantes, e pela manutenção de um diálogo constante e sempre construtivo. 17 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração • Prêmio Nacional Gestão Banas, Empresa Visão, pela Revista Banas Qualidade. • Prêmio Nacional Gestão Banas, categoria Desenvolvimento Sustentável, pela Revista Banas Qualidade. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 18 Balanços patrimoniais Em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Em milhares de reais) ATIVO Circulante Caixa e equivalentes de caixa Outras contas a receber Contas a receber de partes relacionadas Outros créditos Nota 2011 2010 6 32.384 1.301 41.647 3.522 78.854 37.153 2.464 24.471 2.600 66.688 33.082 1.919 35.001 90 1.238.562 13 1.273.666 1.352.520 32.782 1.919 34.701 90 1.275.777 35 1.310.603 1.377.291 4.598 78.079 25.107 434 5.089 7.968 636 121.911 4.519 76.770 25.531 342 5.383 7.771 596 120.912 433.820 85.994 5.984 36 769 526.603 501.459 108.924 3.744 47 949 615.123 398.381 305.625 704.006 1.352.520 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. 398.381 242.875 641.256 1.377.291 8 Não circulante Realizável a longo prazo Aplicações financeiras Outros créditos 7 Investimentos Imobilizado Intangível 10 Total do ativo PASSIVO Circulante Fornecedores Financiamentos Debêntures Salários, provisões e contribuições sociais Impostos e contribuições a recolher Encargos setoriais Dividendos propostos Não circulante Financiamentos Debêntures Encargos setoriais Provisões para contingências Obrigações socioambientais Patrimônio líquido Capital social Reservas de lucros Total do passivo e patrimônio líquido 11 12 13 14 15 18.c 12 13 15 16 17 18 (Em milhares de reais, exceto o lucro líquido básico por ação) Receita operacional líquida Custos dos serviços de energia elétrica Compensação financeira pela utilização de recursos hídricos Energia elétrica comprada para revenda e encargos de uso da rede elétrica Depreciação e amortização Crédito de PIS e CONFINS sobre imobilizado Taxa de fiscalização Pesquisa e desenvolvimento Uso do bem público - UBP Nota 19 2011 288.826 2010 276.437 15 (18.662) (27.149) (34.297) 2.982 (1.331) (2.738) (19.594) (100.789) 188.037 (18.801) (26.562) (33.643) 2.847 (1.254) (2.736) (18.238) (98.387) 178.050 (3.363) (591) (15.617) (543) (3.147) (23.261) 164.776 (2.664) (465) (17.111) (589) (2.828) (23.657) 154.393 6.551 (63.767) (8.770) (65.986) 98.790 7.105 (69.292) 2.373 (59.814) 94.579 (23.160) (8.639) 66.991 0,16816 (23.198) (8.655) 62.726 0,15745 15 15 15 Lucro operacional bruto (Despesas) receitas operacionais Pessoal Material Serviços de terceiros Seguros Outras despesas Resultado do serviço Resultado financeiro Receitas financeiras Despesas financeiras Variações cambiais, líquidas 20 Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social Imposto de renda e contribuição social Imposto de renda Contribuição social Lucro líquido do exercício Lucro líquido básico por ação - R$ As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. 21 22 Demonstrações das mutações do patrimônio líquido Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Em milhares de reais) Capital social 398.381 - Legal 11.042 - Reservas de lucros Retenção 207.703 - Saldos em 31 de dezembro de 2009 Lucro líquido do exercício Distribuição de parte das reservas para retenção de lucros como dividendos (38.000) Constituição de reserva legal 3.136 Dividendos propostos Constituição de reserva para retenção de lucros 58.994 Saldos em 31 de dezembro de 2010 398.381 14.178 228.697 Lucro líquido do exercício Constituição de reserva legal 3.350 Ajustes de exercícios anteriores (3.605) Dividendos propostos Constituição de reserva para retenção de lucros 63.005 Saldos em 31 de dezembro de 2011 398.381 17.528 288.097 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. Lucros acumulados 62.726 Total 617.126 62.726 (3.136) (596) (58.994) 66.991 (3.350) (636) (63.005) - (38.000) (596) 641.256 66.991 (3.605) (636) 704.006 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 19 Demonstrações de resultados Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 20 Demonstração do valor adicionado Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Em milhares de reais) Receitas Suprimento e fornecimento de energia elétrica Outras receitas Insumos adquiridos de terceiros Custos do serviço de energia elétrica Despesas operacionais Valor adicionado bruto Depreciação e amortização Valor adicionado líquido produzido pela entidade Valor adicionado recebido em transferência Receitas financeiras e variações cambiais ativas Valor adicionado total a distribuir Distribuição do valor adicionado Pessoal e encargos Salários e encargos Benefícios FGTS Impostos, taxas e contribuições Federais Estaduais Remuneração de capitais de terceiros Juros e variações cambiais passivas Aluguéis Remuneração de capitais próprios Dividendos Lucros retidos Distribuição do valor adicionado 2011 2010 321.273 382 321.655 307.790 123 307.913 (69.474) (19.706) (89.180) 232.475 (31.315) 201.160 (67.591) (20.923) (88.514) 219.399 (30.796) 188.603 19.282 220.442 22.868 211.471 2.097 1.144 122 3.363 2.080 497 87 2.664 60.406 4.222 64.628 59.149 4.084 63.233 85.268 192 85.460 82.682 166 82.848 636 66.355 66.991 220.442 596 62.130 62.726 211.471 (Em milhares de reais) Fluxos de caixa das atividades operacionais Recebimentos de clientes Outras receitas Receita de aplicações financeiras Pagamentos a fornecedores e empregados Pagamentos de encargos setoriais Caixa líquido proveniente das atividades operacionais antes dos impostos Imposto de renda e contribuição social pagos Impostos incidentes sobre a receita Caixa líquido proveniente das atividades operacionais Fluxos de caixa das atividades de investimentos Compras de imobilizado Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos Fluxos de caixa das atividades de financiamento Pagamentos de empréstimos e financiamentos e debêntures Recolocação das debêntures Pagamentos de dividendos Variação dos títulos públicos federais - Garantia BNDES Caixa líquido aplicado nas atividades de financiamentos Aumento (redução) de caixa e equivalentes de caixa Demonstração do aumento (redução) de caixa e equivalentes de caixa No início do exercício No final do exercício - 2011 2010 290.526 14.160 5.696 (23.077) (70.273) 217.032 (30.966) (27.440) 158.626 320.927 16.067 6.001 (23.383) (70.871) 248.741 (30.893) (23.776) 194.072 (1.199) (1.199) (1.605) (1.605) (161.644) 37.392 (596) 44 (162.196) (4.769) (172.071) (38.606) (173.285) 19.182 37.153 32.384 (4.769) 17.971 37.153 19.182 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. Demonstrações dos fluxos de caixa - Reconciliação do lucro líquido com fluxo de caixa operacional Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Em milhares de reais) Lucro líquido do execício Ajustes por: Depreciação e amortização Crédito de PIS e CONFINS sobre imobilizado Outros Realização dos tributos diferidos Juros e variações cambiais não realizadas Variações nos ativos e passivos Redução (aumento) em contas a receber de partes relacionadas Redução (aumento) em outras contas a receber (Aumento) em outros créditos (Redução) em fornecedores Aumento (redução) salários e encargos sociais Aumentos em impostos, taxas e contribuições a pagar Aumento (redução) em encargos setoriais (Redução) em obrigações sócio ambientais Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 2011 66.991 2010 62.726 37.924 (2.982) 27 73.814 175.774 33.643 (2.847) (61) 2.195 70.807 166.463 (17.176) (86) 79 92 (294) 237 (17.148) 158.626 28.559 358 (648) (366) 202 1.237 892 (2.625) 27.609 194.072 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 21 Demonstrações dos fluxos de caixa - Método direto Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 22 Notas explicativas às demonstrações financeiras Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Em milhares de reais) 1 2 Contexto operacional a. A Companhia A BAESA - Energética Barra Grande S.A. (“BAESA” ou “Companhia”) tem como objeto social explorar, na qualidade de concessionária, o Aproveitamento Hidrelétrico de Barra Grande (“AHE Barra Grande”), localizado no Rio Pelotas, divisa dos municípios de Pinhal da Serra, no Estado do Rio Grande do Sul, e Anita Garibaldi, no Estado de Santa Catarina, submetendo-se, para tanto, às regras do Contrato de Concessão nº 036/2001 - ANEEL e seus aditivos (“Contrato de Concessão”) e às normas regulamentares aplicáveis. A BAESA tem sede em Pinhal da Serra - RS, tendo sido constituída em 17 de setembro de 2001, sub-rogando-se nos direitos e nas obrigações do Grupo de Empresas Associadas de Barra Grande (“Consórcio GEAB”), decorrentes do Contrato de Concessão. Em 19 de dezembro de 2002, o acervo líquido contábil do Consórcio GEAB foi incorporado ao patrimônio líquido da Companhia, com o propósito de abrigar o financiamento para a construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande (“UHE Barra Grande”), sob a forma de “Project Finance”, com garantias corporativas proporcionais por parte dos acionistas durante a fase de construção e com garantias dos contratos de compra e venda de energia durante a fase de operação. b. Contrato de concessão O Contrato de Concessão, assinado em 14 de maio de 2001, determina que a energia elétrica produzida no empreendimento seja utilizada ou comercializada pela Companhia, com vigor por prazo de 35 anos contados a partir dessa data. O Contrato de Concessão determina que seja pago, a título de uso do bem público - UBP (concessão onerosa), do 7º ao 35º ano de concessão, o valor anual original na data do contrato de R$ 8.001, o qual atualizado anualmente pela variação do Índice Geral de Preços de Mercado - IGP-M é de R$ 20.847 em 31 de dezembro de 2011. Os valores vêm sendo pagos mensalmente, desde julho de 2007, e são contabilizados diretamente no resultado na rubrica Uso do bem público - UBP (nota explicativa 14). A Administração entende que os pagamentos a título de Uso do Bem Público - UBP - constituem obrigação inserida no contrato de concessão, paga mensalmente enquanto a concessionária estiver na exploração do aproveitamento hidrelétrico. Tem a característica de uma taxa ou encargo setorial, tal como diversos outros, a exemplo da Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hidricos - CFURH. Como não houve ainda manifestação da CVM sobre a contabilização da UBP segundo as normas do CFC/IFRS, não concorda a Administração com a contabilização dos pagamentos futuros a título de UBP, como dívida e ativo intangível, com cálculos retroativos influenciando o resultado e o patrimônio da Companhia, e sim que esses pagamentos sejam apropriados como despesas operacionais como sempre o foram. Esse é também o entendimento da Consultoria Jurídica da Companhia, a seguir transcrito: “Conclusão: Do exposto pode-se concluir que o pagamento pela concessão de uso de bem público não tem natureza tributária, nem deve ser apropriado no Ativo Permanente do concessionário. Este pagamento ao Poder Público constitui encargo setorial, sob a óptica do concessionário, e uma receita corrente patrimonial, do ponto de vista do Poder Concedente. Em conseqüência, entendemos que esses pagamentos devem ser apropriados pelo concessionário como despesa operacional nos respectivos exercícios, de acordo com o regime de competência.” Em 15 de setembro de 2011, através do Ofício nº. 754/2011-SFF/ANEEL, a Agência informou seu entendimento sobre a questão constante do OCPC5, que previu duas situações possíveis de entendimento, não dando como errada uma ou outra. A Administração continua com o entendimento que o Contrato de Concessão é um contrato de execução, por ter direitos e obrigações de ambas as parte até o final da concessão e dessa maneira a forma de contabilizar o UBP que foi adotada pela Companhia é o mais adequado. c. UHE Barra Grande A UHE Barra Grande tem potência instalada de 690 MW, em um conjunto de três máquinas, das quais a primeira entrou em operação comercial em 1º de novembro de 2005, a segunda em 2 de fevereiro de 2006 e a terceira em 1º de maio de 2006. O empreendimento possui as licenças e autorizações necessárias, seguindo as exigências requeridas pelos órgãos reguladores. Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia apresenta passivo circulante em excesso ao ativo circulante no montante de R$ 43.057, já que o ativo circulante registra um prazo de recebimento do faturamento entre 30 e 90 dias enquanto o passivo circulante reflete 12 meses do serviço da dívida. Conforme estimativas da Administração, esse endividamento será normalmente liquidado com a geração futura de caixa pela Companhia. d. Acordo de acionistas Conforme o Acordo de Acionistas determinou-se que, após ter sido integralmente implantado o empreendimento e terem sido integralmente liquidadas todas as obrigações e financiamentos contraídos para a construção da UHE Barra Grande, poderão os acionistas deliberar por uma das seguintes opções: • Manutenção da Companhia para realizar a operação e manutenção da UHE Barra Grande por prazo determinado ou indeterminado. • Aquisição de todas as ações pela Companhia para seu cancelamento, com exceção das ações de propriedade do acionista Alcoa Alumínio S.A. • Resgate das ações pela Companhia, com exceção daquelas de propriedade do acionista Alcoa Alumínio S.A., com a consequente e proporcional redução do capital social. • Redução, pura e simples, do capital social da Companhia, proporcional à sua parte não titulada pela Alcoa Alumínio S.A., com restituição aos demais acionistas do valor das ações por eles respectivamente tituladas. • Adicionalmente, o Acordo de Acionistas estabelece que, na eventualidade de falência ou insolvência de qualquer acionista, os demais acionistas comprometem-se a aportar os valores necessários à compra dos créditos na Companhia e continuar a administrar a Companhia segundo os termos do referido Acordo. e. Estrutura de financiamento De acordo com o Contrato de Concessão, os acionistas da BAESA assumiram certas responsabilidades específicas. A Companhia financiou a implantação do empreendimento. O financiamento foi baseado em uma estrutura de garantias corporativas proporcionais durante a fase de construção, sendo substituídas em outubro de 2010 por recebíveis e complementarmente por conta reservas e índice de cobertura conforme nota explicativa 7. Os recursos para contrução do empreendimento foram oriundos dos seguintes itens: • Recursos dos acionistas da Companhia. • Financiamento no mercado local por meio de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. • Emissão pública de debêntures. f. Direitos de compra de energia As vendas de energia são integralmente compartilhadas entre os acionistas da Companhia, de acordo com sua participação no capital social, ou a terceiros por eles indicados. O Acionista que determinar a venda a terceiros permanece responsável junto a Companhia pela adimplência das respectivas vendas. O preço de venda deve ser suficiente para o pagamento dos custos operacionais, serviço da dívida, impostos e juros, chamado Preço de Referência, aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia. g. Operação Em virtude de a concessão de que a Companhia é titular ter sido outorgada antes da vigência do Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, e pelo fato de ser uma produtora independente de energia elétrica, que comercializa energia elétrica por sua conta e risco e a preços não regulados, a Companhia não está sujeita às limitações de venda de energia entre partes relacionadas e à necessidade de realização de leilões de venda de energia. Portanto, suas atividades não se enquadram nos requerimentos da Interpretação Técnica ICPC 01 - Contratos de Concessão. Base de preparação a. Declaração de conformidade com relação às normas IFRS e às normas do CPC As demonstrações financeiras foram preparadas conforme as Normas Internacionais de Relatórios Financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e também de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, as quais abrangem os Pronunciamentos, as Orientações e as Interpretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e normas da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL A emissão das demonstrações financeiras foi autorizada pela Diretoria em 20 de janeiro de 2012. 23 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 3 b. Base de mensuração As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico. c. Moeda funcional e moeda de apresentação Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, que é a moeda funcional da Companhia. d. Uso de estimativas e julgamentos A preparação das demonstrações financeiras de acordo com as normas IFRS e as normas CPC exigem que a Administração faça julgamentos, estimativas e premissas que afetam a aplicação de políticas contábeis e os valores reportados de ativos, passivos, receitas e despesas. Os resultados reais podem divergir dessas estimativas. Estimativas e premissas são revistos de uma maneira contínua. Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas no período em que as estimativas são revisadas e em quaisquer períodos futuros afetados. Principais políticas contábeis As políticas contábeis descritas em detalhes a seguir têm sido aplicadas de maneira consistente a todos os períodos apresentados nessas demonstrações financeiras, exceto nos casos indicados em contrário. (a) Moeda estrangeira Transações em moeda estrangeira, isto é, todas aquelas que não realizadas na moeda funcional, são convertidas pela taxa de câmbio das datas de cada transação. Ativos e passivos monetários em moeda estrangeira são convertidos para a moeda funcional pela taxa de câmbio da data do fechamento. Os ganhos e as perdas de variações nas taxas de câmbio sobre os ativos e os passivos monetários são reconhecidos na demonstração de resultados. Ativos e passivos não monetários adquiridos ou contratados em moeda estrangeira são convertidos com base nas taxas de câmbio das datas das transações ou nas datas de avaliação ao valor justo quando este é utilizado. (b) Instrumentos financeiros (i) Ativos financeiros não derivativos A Companhia reconhece os recebíveis inicialmente na data em que foram originados. Todos os outros ativos financeiros são reconhecidos inicialmente na data da negociação na qual a Companhia se torna uma das partes das disposições contratuais do instrumento. A Companhia deixa de reconhecer um ativo financeiro quando os direitos contratuais aos fluxos de caixa do ativo expiram, ou quando a Companhia transfere os direitos ao recebimento dos fluxos de caixa contratuais sobre um ativo financeiro em uma transação no qual essencialmente todos os riscos e benefícios da titularidade do ativo financeiro são transferidos. Os ativos ou passivos financeiros são compensados e o valor líquido apresentado no balanço patrimonial quando, somente quando, a Companhia tenha o direito legal de compensar os valores e tenha a intenção de liquidar em uma base líquida ou de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. Investimentos mantidos até o vencimento Caso a Companhia tenha intenção e a capacidade de manter títulos de dívida até o vencimento, então tais ativos financeiros são classificados como mantidos até o vencimento. Os investimentos mantidos até o vencimento são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação diretamente atribuíveis. Após seu reconhecimento inicial, os investimentos mantidos até o vencimento são mensurados pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. Eventual venda ou reclassificação de um valor maior que irrisório de investimentos mantidos até o vencimento que não estejam próximos de seu vencimento poderia resultar na reclassificação de todos os investimentos mantidos até o vencimento como disponíveis para venda e impedir a Companhia de classificar títulos de investimentos como os mantidos até o vencimento para o exercício corrente e os próximos dois exercícios financeiros. Recebíveis Recebíveis são ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado ativo. Tais ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os recebíveis são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. Os recebíveis abrangem contas a receber de clientes e demais contas a receber. Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa e investimentos financeiros com vencimento original de três meses ou menos a partir da data da contratação. (ii) Passivos financeiros não derivativos A Companhia reconhece títulos de dívida emitidos e passivos subordinados inicialmente na data em que são originados. Todos os outros passivos financeiros são reconhecidos inicialmente na data de negociação na qual a Companhia se torna uma parte das disposições contratuais do instrumento. A Companhia baixa um passivo financeiro quando tem suas obrigações contratuais retiradas, canceladas ou liquidadas. A Companhia tem os seguintes passivos financeiros não derivativos: financiamentos, debêntures, fornecedores e outras contas a pagar. Tais passivos financeiros são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, esses passivos financeiros são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos. (iii) Instrumentos financeiros derivativos A Companhia não celebrou e não tem como política celebrar contratos de instrumentos financeiros derivativos. (c) Imobilizado (i) Reconhecimento e mensuração Itens do imobilizado são mensurados pelo custo histórico de aquisição ou construção, deduzido de depreciação acumulada e perdas de redução ao valor recuperável (impairment) acumuladas, quando houver. Quando partes de um item do imobilizado têm diferentes vidas úteis, elas são registradas como itens individuais (componentes principais) de imobilizado. Ganhos e perdas na alienação de um item do imobilizado são apurados pela comparação entre os recursos advindos da alienação com o valor contábil do imobilizado, e são reconhecidos líquidos dentro de outras receitas ou despesas no resultado. (ii) Custos subsequentes O custo de reposição de um componente do imobilizado é reconhecido no valor contábil do item caso seja provável que os benefícios econômicos incorporados dentro do componente irão fluir para a Companhia e que o seu custo pode ser medido de forma confiável. O valor contábil do componente que tenha sido reposto por outro é baixado. Os custos de manutenção no dia-a-dia do imobilizado são reconhecidos no resultado conforme incorridos. (iii) Depreciação A depreciação é calculada sobre o valor histórico, que é o custo de aquisição de um ativo, ou outro valor substituto do custo, deduzido do valor residual. A depreciação é reconhecida no resultado baseando-se no método linear com relação às vidas úteis de cada parte de um item do imobilizado. A ANEEL avalia, de forma periódica, utilizando ainda da contribuição das empresas, a estimativa de vida útil dos ativos do setor elétrico, devendo as concessionárias utilizar essas taxas de depreciação. As vidas úteis estimadas são as seguintes: Terrenos (*) 50 anos Reservatórios, barragens e adutoras 50 anos Edificações, obras civis e benfeitorias 25 a 50 anos Máquinas e equipamentos 30 a 40 anos Veículos 5 anos Móveis e utensílios 10 anos (*) A Companhia está depreciando os terrenos da usina pois considera que estes não podem ser negociados, doados ou cedidos, fazem parte do projeto original e no final do segundo período de concessão, não serão indenizados, se ainda não amortizados. (d) Redução ao valor recuperável (Impairment) (i) Ativos financeiros incluindo recebíveis Um ativo financeiro não mensurado pelo valor justo por meio do resultado é avaliado a cada data de apresentação para apurar se há evidência objetiva de que tenha ocorrido perda no seu valor recuperável. Um ativo tem perda no seu valor recuperável se uma evidência objetiva indica que um evento de perda ocorreu após o reconhecimento inicial do ativo, e que aquele evento de perda teve um efeito negativo nos fluxos de caixa futuros projetados que podem ser estimados de uma maneira confiável. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 24 4 A evidência objetiva de que os ativos financeiros perderam valor pode incluir o não-pagamento ou atraso no pagamento por parte do devedor, a reestruturação do valor devido a Companhia sobre condições de que a Companhia não consideraria em outras transações, indicações de que o devedor ou emissor entrará em processo de falência, ou o desaparecimento de um mercado ativo para um título. Além disso, para um instrumento patrimonial, um declínio significativo ou prolongado em seu valor justo abaixo do seu custo é evidência objetiva de perda por redução ao valor recuperável. A Companhia não identificou nenhum ativo financeiro para o qual devesse reconhecer provisão para redução ao valor recuperável. (ii) Ativos não financeiros O valor recuperável de um ativo ou unidade geradora de caixa é o maior entre o valor em uso e o valor justo menos despesas de venda. Ao avaliar o valor em uso, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados aos seus valores presentes através da taxa de desconto antes de impostos que reflita as condições vigentes de mercado quanto ao período de recuperabilidade do capital e os riscos específicos do ativo. Para a finalidade de testar o valor recuperável, os ativos que não podem ser testados individualmente são agrupados juntos no menor grupo de ativos que gera entrada de caixa de uso contínuo que são em grande parte independentes dos fluxos de caixa de outros ativos ou grupo de ativos. Uma perda por redução ao valor recuperável é reconhecida caso o valor contábil de um ativo ou sua unidade operadora de caixa exceda seu valor recuperável estimado. Perdas de valor são reconhecidas no resultado. A Companhia não identificou nenhum ativo não financeiro para o qual devesse reconhecer provisão para redução ao valor recuperável. (e) Benefícios a empregados (i) Planos de contribuição definido Um plano de contribuição definida é um plano de benefícios pós-emprego sob o qual uma entidade paga contribuições fixas para uma entidade separada (Fundo de previdência) e não terá nenhuma obrigação legal ou construtiva de pagar valores adicionais. As obrigações por contribuições aos planos de pensão de contribuição definida são reconhecidas como despesas de benefícios a empregados no resultado nos períodos durante os quais serviços são prestados pelos empregados. Contribuições pagas antecipadamente, quando aplicável, são reconhecidas como um ativo mediante a condição de que haja o ressarcimento de caixa ou a redução em futuros pagamentos esteja disponível. As contribuições para um plano de contribuição definida cujo vencimento é esperado para 12 meses após o final do período no qual o empregado presta o serviço são descontadas aos seus valores presentes. (ii) Benefícios de curto prazo a empregados Obrigações de benefícios de curto prazo a empregados são mensuradas em uma base não descontada e são incorridas como despesas conforme o serviço relacionado seja prestado. O passivo é reconhecido pelo valor esperado a ser pago sob os planos de bonificação em dinheiro ou participação nos lucros de curto prazo se a Companhia tem uma obrigação legal ou construtiva de pagar esse valor em função de serviço passado prestado pelo empregado, e a obrigação possa ser estimada de maneira confiável. (f) Provisões As provisões são reconhecidas quando a Companhia tem uma obrigação presente, legal ou não formalizada, como resultado de eventos passados e é provável que uma saída de recursos seja necessária para liquidar a obrigação e uma estimativa confiável do valor possa ser feita. (g) Receitas de venda de energia elétrica A receita compreende o valor pela venda de energia elétrica. A receita pela venda de energia é reconhecida quando os riscos significativos e os benefícios relacionados com a energia elétrica são transferidos para o comprador. (h) Receitas financeiras e despesas financeiras As receitas financeiras abrangem receitas de juros sobre fundos investidos e variações no valor justo de ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado. As despesas financeiras abrangem, principalmente, despesas com juros sobre empréstimos (i) Imposto de renda e contribuição social O imposto de renda e a contribuição social do exercício corrente são calculados com base nas alíquotas de 15%, acrescidas do adicional de 10% sobre o lucro tributável excedente de R$ 240 para imposto de renda e 9% sobre o lucro tributável para contribuição social sobre o lucro líquido, e consideram a compensação de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro real. O imposto corrente é o imposto a pagar ou a receber esperado sobre o lucro ou prejuízo tributável do exercício, a taxas de impostos decretadas ou substantivamente decretadas na data de apresentação das informações trimestrais e qualquer ajuste aos impostos a pagar com relação aos trimestres anteriores. (j) Resultado por ação O resultado por ação básico é calculado por meio do resultado do período atribuível aos acionistas controladores e não controladores da Companhia dividido pela quantidade das ações ordinárias em circulação no respectivo período. (k) Informações por segmento Um segmento operacional é um componente do Grupo que desenvolve atividades de negócio das quais pode obter receitas e incorrer em despesas, incluindo receitas e despesas relacionadas com transações com outros componentes do Grupo. A Companhia tendo em vista a natureza das suas operações possui um único segmento - geração e comercialização de energia. (l) Demonstrações de valor adicionado A companhia elaborou demonstrações do valor adicionado (DVA) nos termos do pronunciamento técnico CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado, as quais são apresentadas como parte integrante das demonstrações financeiras. (m) Novas normas e interpretações não adotadas Diversas normas, emendas a normas e interpretações IFRS emitidas pelo IASB ainda não entraram em vigor para o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2011, sendo essas: • Transfers of Financial Assets (Amendments to IFRS 7). • IFRS 9 Financial Instruments. • Recovery of Underlying Assets - IAS 12. • IFRS 10 Consolidated Financial Statements. • IFRS 11 Joint Arrangements. • IFRS 12 Disclosure of Interests in Other Entities. • IFRS 13 Fair Value Measurement. • Presentation of Items of other Comprehensive Income - IAS 1. • IAS 19 Employee Benefits. • IFRIC 20 Stripping Costs in the Production phase of a Surface Mine. • Amendments IAS 27. • Amendments IAS 28. O CPC ainda não emitiu pronunciamentos equivalentes aos IFRSs acima citados, mas existe expectativa de que o faça antes da data requerida de sua entrada em vigor. A adoção antecipada dos pronunciamentos do IFRSs está condicionada à aprovação prévia em ato normativo da Comissão de Valores Mobiliários. A Companhia não estimou a extensão do impacto, se houver, destas novas normas em suas demonstrações financeiras, por não ter base ou informações sobre seu conteúdo. Determinação do valor justo Diversas divulgações contábeis da Companhia exigem a determinação do valor justo, tanto para os ativos e passivos financeiros como para os não financeiros. Os valores justos têm sido apurados para propósitos de mensuração e/ou divulgação baseados nos métodos abaixo. Quando aplicável, as informações adicionais sobre as premissas utilizadas na apuração dos valores justos são divulgadas nas notas específicas àquele ativo ou passivo. 6 7 8 Gerenciamento de risco financeiro A Companhia possui e segue política de gerenciamento de risco, que orienta em relação a transações e requer a diversificação de transações e contrapartidas. Nos termos dessa política, a natureza e a posição geral dos riscos financeiros é regularmente monitorada e gerenciada a fim de avaliar os resultados e o impacto financeiro no fluxo de caixa. Risco de crédito Conforme descrito na nota explicativa 8, a Companhia não espera perdas sobre os recebíveis mantidos com partes relacionadas. Em relação às instituições financeiras, a Companhia somente realiza operações com instituições financeiras consideradas de primeira linha. Risco de preço no fornecimento de energia A Companhia não sofre efeitos de oscilação de preço de energia em função de variáveis de mercado. O preço de venda deve ser suficiente para o pagamento dos custos operacionais, serviço da dívida, impostos e juros, chamado Preço de Referência, aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia. Risco de moeda Conforme descrito na nota explicativa 11, a Companhia contratou dívidas decorrentes do Subcrédito E, cujo saldo devedor é atualizado mensalmente pela média ponderada das correções cambiais incidentes sobre os recursos captados pelo BNDES, em moeda estrangeira incluindo o Dólar Norte-Americano. Sobre estas operações não foram contratadas operações de “hedge” (proteção), em razão da Administração não esperar flutuações cambiais significativas. Risco de taxa de juros Decorre da possibilidade de a Companhia sofrer ganhos ou perdas decorrentes de oscilações de taxas de juros incidentes sobre seus ativos e passivos financeiros. Para mitigar esse risco, as aplicações financeiras contratadas são valorizadas com base na variação do CDI e os contratos de financiamentos existentes são de longo prazo contratados com órgão de fomento e desenvolvimento (BNDES), com encargos calculados de acordo com as condições usuais praticadas BNDES. Risco operacional Em virtude de a concessão de que a Companhia é titular ter sido outorgada antes da vigência do Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, e pelo fato de ser uma produtora independente de energia elétrica, que comercializa energia elétrica por sua conta e risco e a preços não regulados, a Companhia não está sujeita às limitações de venda de energia entre partes relacionadas e à necessidade de realização de leilões de venda de energia. Risco de liquidez Risco de liquidez é o risco em que a Companhia irá encontrar dificuldades em cumprir com as obrigações associadas com seus passivos financeiros que são liquidados com pagamentos à vista ou com outro ativo financeiro. A abordagem da Companhia na administração de liquidez é de garantir, o máximo possível, que sempre tenha liquidez suficiente para cumprir com suas obrigações ao vencerem, sob condições normais e de estresse, sem causar perdas inaceitáveis ou com risco de prejudicar a reputação da Companhia. Caixa e equivalente de caixa 2011 2010 Caixa e depósitos à vista 42 27 Aplicações financeiras (equivalentes de caixa) 32.342 37.126 32.384 37.153 As aplicações financeiras referem-se a Certificados de Depósitos Bancários - CDBs e são remuneradas a taxas que variam de 99,5% a 101,7% (99,5% a 104,6% em 2010) do Certificado de Depósito Interbancário - CDI. São prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa, por essa razão, foram consideradas como equivalentes de caixa nas demonstrações dos fluxos de caixa. Essas aplicações financeiras foram efetuadas nas seguintes instituições financeiras: 2011 2010 Banco do Brasil S.A. 518 13.351 Banco HSBC S.A. 3.265 Banco Santander S.A. 3.911 Banco Votorantim S.A. 14.110 17.454 Banco Itaú S.A. 10.660 Banco Bradesco S.A. 3.143 3.056 32.342 37.126 Aplicações financeiras vinculadas Referem-se a títulos públicos federais adquiridos com a finalidade de constituir Conta Reserva para troca das garantias atuais das obrigações dos contratos de Empréstimos e Financiamentos junto ao BNDES. Os títulos possuem condições de liquidação imediata, sem a previsão de penalidades na liquidação antecipada e são corrigidos pela variação da SELIC, possuem vencimento nominal em 7 de março de 2013 e estão classificados como “Mantidos até o vencimento”, mensurados pelo custo amortizado. Contas a receber e receitas com partes relacionadas Suprimento e fornecimento Contas a receber de energia (receita bruta) 2011 2010 2011 2010 Alcoa Alumínio S.A. 20.590 11.149 136.731 128.981 InterCement Brasil S.A. 3.725 2.624 25.352 30.934 Cia.Brasileira de Alumínio 5.325 32.689 21.821 CPFL Geração de Energia S. A. 7.835 4.742 58.023 55.959 CPFL Santa Cruz 3 3 43 41 CPFL Paulista 300 228 2.290 2.150 CPFL Piratininga 81 56 597 565 Votener Votorantim Comerc. 2.128 4.487 21.103 28.601 DME Energética Ltda. 1.660 1.182 13.755 12.987 41.647 24.471 290.583 282.039 A receita por fornecimento e suprimento de energia é determinada de acordo com os preços definidos em contrato. Não são esperadas perdas sobre os recebíveis mantidos com partes relacionadas. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo de contas a receber será realizado em um prazo de até 90 dias. O saldo de contas a receber contempla somente os valores a receber pela venda de energia elétrica, não considerando quaisquer acréscimos financeiros ou juros. O preço de venda deve ser suficiente para o pagamento dos custos operacionais, serviços da divida, impostos e juros, chamado Preço de Referencia, aprovado pelo Conselho de Adminstração da Companhia. A Companhia manteve até 31 de maio de 2010 contrato de prestação de serviços na Usina com o COBG - Consórcio Operador Barra Grande, que tem a participação da CPFL Geração de Energia S.A. Tal contrato tinha como objeto a prestação de serviços de administração, planejamento, engenharia de operação e manutenção (preventiva, preditiva e corretiva), execução e controle da operação e manutenção, necessários ao funcionamento regular, seguro e eficiente de todos os equipamentos, sistemas e estruturas permanentes da CENTRAL GERADORA, bem como as atividades de gestão ambiental e patrimonial do RESERVATÓRIO. O contrato foi encerrado e as atividades foram primarizadas. A Companhia pagava um valor mensal previamente acordado pelos serviços prestados pelo consórcio, sendo reajustado anualmente. No resultado do período findo em 31 de dezembro de 2010 a Companhia registrou custos com as mencionadas prestações de serviços no montante de R$ 4.302. Em 1 de junho de 2010 foi assinado contrato com a CPFL Geração de Energia S. A. para a execução de serviços de engenharia e gestão de processos de operação e manutenção da usina e instalações associadas. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia registrou custos com as mencionadas prestações de serviços no montante de R$ 1.228 (R$ 693 em 2010). Remuneração da administração A Assembleia Geral Ordinária - AGO, realizada em 29 de abril de 2011 fixou a remuneração global da administração em R$ 432.000. 25 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 5 9 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 26 Imobilizado Terrenos 10 11 Reservatórios, barragens e adutoras Edificações, obras civis e benfeitorias Máquinas e equipamentos Veículos Móveis e utensílios Imobilizado em curso Total Saldo em 31 de dezembro de 2010 35.122 848.120 56.570 332.283 115 382 3.185 1.275.777 Adições 288 19 892 1.199 Baixas (465) (465) Transferências Depreciação (4.315) (19.709) (1.357) (12.463) (53) (52) (37.949) Saldo em 30 de setembro de 2011 31.095 828.411 55.213 319.839 62 330 3.612 1.238.562 Taxa de depreciação % 2% 2% 2,2% 3% 20% 10% Em atendimento ao contido na Orientação OCPC 05 - Contratos de Concessão, em 2011 a Companhia contabilizou a depreciação sobre terrenos, a qual foi calculada levando-se em conta o prazo de concessão representado pelo primeiro período contratual de concessão e o segundo período após a prorrogação da concessão. A Administração calculou os efeitos retroativos da despesa de depreciação de terrenos e registrou a parcela correspondente a exercícios anteriores na rubrica Ajustes de Exercícios Anteriores no Patrimônio Líquido, cujo valor é R$ 3.605. O ativo imobilizado tem o seu valor recuperável analisado anualmente, sendo que em 31 de dezembro de 2011, não encontrou a necessidade de constituição de provisão. Conforme artigos nº 63 e 64 do Decreto nº 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, os bens e instalações são vinculados aos serviços de energia elétrica, e não podem ser retirados, alienados, cedidos ou dados em garantia hipotecária sem a prévia e expressa autorização do órgão regulador. A Resolução ANEEL nº 20, de 3 de fevereiro de 1999, regulamenta a desvinculação de bens das concessões do Serviço Público de Energia Elétrica, concedendo autorização prévia para desvinculação de bens inservíveis à concessão, quando destinados à alienação, determinando, ainda, que o produto da alienação seja depositado em conta bancária vinculada para aplicação na concessão. O ativo imobilizado sob concessão é depreciado de acordo com a vida útil-econômica dos bens em consonância com as regras específicas determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. A Administração da Companhia solicitou a seus assessores jurídicos parecer sobre a previsão de indenização do valor residual do ativo imobilizado referente ao “Projeto Básico”, no término da concessão. A conclusão do parecer é no sentido que são indenizáveis todos os bens reversíveis de titularidade da Companhia, que se encontrarem nessa situação ao final da concessão. Visando dirimir qualquer dúvida quanto a esta questão, em 28 de maio de 2009 foi enviada carta à ANEEL, solicitando a posição oficial do órgão regulador. Em 5 de maio de 2010, a ANEEL respondeu ao questionamento, informando que os investimentos vinculados ao Projeto Básico não são passíveis de indenização ainda que não totalmente depreciados, devendo ser indenizados somente os investimentos ainda não depreciados realizados posteriormente, a fim de garantir a continuidade e qualidade do serviço. A Administração entende que é correto utilizar as taxas de depreciação estabelecidas pela ANEEL, tendo em vista a aplicabilidade do § 2º do art. 4º da Lei nº 9.074/1995, com a redação da Lei nº 10.848/2004, por considerar a prorrogação da concessão como um evento provável e, no advento da prorrogação, os investimentos vinculados ao Projeto Básico terão até mais 20 anos para serem depreciados. Em 15 de setembro de 2011, através do Ofício nº 754/2011-SFF/ANEEL, a Agência informou que a Companhia está correta ao adotar as taxas de depreciação previstas nas Resoluções da ANEEL. Fornecedores 2011 2010 Encargos de uso da rede elétrica 3.478 3.077 Engenharia e gestão de operação e manutenção 99 Gastos com operação e manutenção da usina 600 Gastos com meio ambiente 250 244 Outros 771 598 4.598 4.519 Empréstimos e financiamentos Os termos e condições dos empréstimos em aberto foram os seguintes: Subcrédito Encargos anuais Vencimento 2011 2010 BNDES (A, B, C e D) TJLP + 3,125% Agosto de 2018 220.492 253.568 BNDES (E) UMBNDES(*)+3,125% Outubro de 2018 93.400 96.953 BNDES suplementar (A e B) TJLP + 4,125% Agosto de 2018 198.007 227.708 511.899 578.229 Parcela do circulante (78.079) (76.770) Parcela do não circulante 433.820 501.459 (*) Unidade Monetária BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) Sobre o principal da dívida decorrente dos subcréditos A, B, C e D incidem juros de 3,125% ao ano acima da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal. Sobre o principal da dívida decorrente do subcrédito E incidem juros à taxa de 3,125% ao ano acima da taxa variável reajustada trimestralmente com base no custo médio ponderado de todas as taxas e despesas incorridas pelo BNDES na captação de recursos em moeda estrangeira. Os juros vêm sendo calculados dia a dia de forma proporcional, tendo sido capitalizados no dia 15 dos meses de janeiro, abril, julho e outubro de 2006, e exigíveis mensalmente, a partir de 15 de novembro de 2006, inclusive, com as parcelas de amortização do principal e no vencimento ou na liquidação do contrato. Ainda com relação ao subcrédito E, a Companhia obriga-se a pagar ao BNDES, a título de reembolso de despesa com imposto de renda, percentual que corresponde à taxa média ponderada de imposto de renda devido sobre os encargos remetidos pelo BNDES aos credores de recursos externos. O saldo devedor proveniente desse subcrédito será atualizado diariamente pela média ponderada das correções cambiais incidentes sobre os recursos captados pelo BNDES, em moeda estrangeira, sem vinculação a repasse. Sobre o principal da dívida dos subcréditos suplementares A e B incidem juros de 4,125% ao ano, acima da TJLP, considerando que, quando a TJLP for superior a 6% ao ano, o montante correspondente à parcela da TJLP que vier a exceder essa taxa será capitalizado com o saldo devedor, sendo liquidado na forma do principal, incidindo sobre essa parcela os mesmos encargos do financiamento do principal. A amortização está sendo feita em 144 parcelas mensais e sucessivas, cada uma delas no valor do principal vincendo da dívida de cada subcrédito, dividido pelo número de prestações de amortização vincendas, vencendo-se a primeira prestação em 15 de setembro de 2006 e a última em 15 de agosto de 2018, para todos os subcréditos, exceto para o subcrédito e, cuja primeira prestação venceu em 15 de novembro de 2006 e a última vencerá em 15 de outubro de 2018. Em 31 de dezembro de 2011 as parcelas do não circulante têm os seguintes vencimentos: 2013 68.498 2014 68.498 2015 68.498 2016 68.498 2017 68.498 2018 91.330 433.820 13 14 27 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 12 Para garantir quaisquer obrigações decorrentes desse contrato foram penhorados, a favor do BNDES, as ações da Companhia e os direitos emergentes da concessão, compreendendo os direitos decorrentes da venda de energia a ser produzida pela Companhia. A Companhia acordou com o BNDES a troca das garantias atuais por Conta Reserva, e está aguardando a formalização em contrato. Dessa forma, conforme mencionado na nota explicativa 7, foram constituídos investimentos em títulos públicos federais para a troca das referidas garantias. Os contratos de financiamentos mencionados anteriormente possuem cláusulas do tipo “debt covenants” que incluem a manutenção de índices mínimos de cobertura da dívida e coeficiente de endividamento. Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia está em conformidade com as referidas cláusulas. Debêntures Encargos Vencimento 2011 2010 1ª Série 100% da taxa DI + 1,3% a.a. Agosto de 2016 61.303 74.190 2ª Série 100% da taxa DI + 1,3% a.a. Agosto de 2016 50.277 60.847 Gastos com emissão (479) (582) 111.101 134.455 Parcela do circulante (25.107) (25.531) Parcela do não circulante 85.994 108.924 A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações, do tipo nominativo-escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, da espécie subordinada, com garantia de fiança não solidária prestada por alguns dos atuais acionistas da Companhia. As debêntures foram emitidas em 1º de agosto de 2004 em duas séries de 9.000 debêntures cada uma, com valor nominal unitário de R$ 10.000,00 para ambas as séries. O valor nominal unitário atualizado em 31 de dezembro de 2011 era de R$ 6.811,44 e R$ 6.207,06 para a 1ª série e a 2ª série, respectivamente. Na escritura pública de debêntures estão previstas certas condições restritivas, as quais requerem que a Companhia mantenha determinados índices financeiros que vêm sendo adequadamente atendidos. Em 28 de junho de 2007 o Conselho de Administração aprovou a alteração das seguintes condições das debêntures da 1ª série, que passaram a vigorar a partir de 1º de agosto de 2007: a) Remuneração de 100% da taxa DI mais 0,3% a.a; e b) Prazo de vigência da remuneração de três anos, a partir de 1º de agosto de 2007. As demais condições das debêntures da 1ª série, incluindo a estrutura de garantia, permanecem inalteradas. Em 8 de novembro de 2007, foi realizada Assembleia Geral de Debenturistas da 2ª série, onde foi deliberado: a) alterar a remuneração, de IGPM mais 10,3% a.a. para CDI mais 0,4 a.a.; b) alterar a repactuação, de 1º de agosto de 2011, para 1º de agosto de 2010; e c) alterar a amortização, de anual, para 1º de agosto de 2010, equivalente a 30% do valor nominal unitário em 1º de agosto de 2006. As demais características das debêntures da 2ª série, incluindo a estrutura de garantias, permanecem inalteradas. Aos titulares que aceitaram os termos e condições propostas, a Companhia pagou um prêmio de 1,1% calculado sobre o valor nominal unitário. Aos titulares que não aceitaram os novos termos e condições e desejaram sair do investimento foi concedido prêmio de 1,0% incidente sobre o volume das debêntures objeto do exercício do direito de venda. Durante a referida Assembleia a Companhia resgatou 900 debêntures mediante sorteio, sendo que o referido montante foi posteriormente cancelado. Em 29 de junho de 2010, A BAESA publicou as condições de repactuação das debêntures, sendo elas: (a) prazo do novo período de vigência da remuneração: 03 (três) anos contados a partir de 1º de agosto de 2010, findando em 1º de agosto de 2013; (b) remuneração: juros correspondentes à taxa média de juros dos Depósitos Interfinanceiros Over Extragrupo de um dia (“Taxa DI”), calculada e divulgada pela CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (“CETIP”), acrescida de 1,3% ao ano; (c) periodicidade de pagamento do principal e da remuneração: trimestral, no 1º (primeiro) dia dos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro de cada ano, até a data de vencimento ou vencimento antecipado da série respectiva, conforme previsto na Escritura de Emissão; (d) indicadores financeiros (covenants): manutenção dos termos previstos no item 3.20.1.1, alínea “h”, da Escritura de Emissão; e (e) garantias: as Debêntures deixarão de contar com as garantias fidejussórias na forma das fianças prestadas pela Alcoa Alumínio S.A.; CPFL Energia S.A; Hejoassu Administração S.A. e Camargo Corrêa S.A. Foi informado ainda que caso haja concordância dos Debenturistas, a data de repactuação poderá ser antecipada. No dia 5 de julho de 2010 foi realizada Assembléia de debenturistas, que aprovou a antecipação da repactuação bem como a antecipação dos eventos amortização de principal e juros originalmente previstas para 1º de agosto de 2010 para 8 de julho de 2010, passando as condições oferecidas pela Companhia a vigir a partir daquela data. No dia 8 de julho de 2010 foi recolocado junto ao mercado financeiro 4.864 debêntures da 2ª série, que estava em tesouraria retomando desta forma a alavancagem original, correspondendo a R$ 37,4 milhões. Em 31 de dezembro de 2011 as parcelas das debêntures no longo prazo têm os seguintes vencimentos: 2013 22.930 2014 22.930 2015 22.930 2016 17.204 85.994 Impostos e contribuições a recolher 2011 2010 ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços 286 682 Imposto de renda pessoa jurídica 1.674 1.596 Contribuição social sobre o lucro líquido 726 729 ISS - Imposto sobre serviços 5 COFINS - Contribuição para o financiamento da seguridade social 1.912 1.899 PIS - Programa de integração social 415 412 Impostos retidos de fornecedores 71 65 5.089 5.383 Encargos setoriais Passivo Resultado 2011 2010 2011 2010 Programa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico 3.350 3.809 2.738 2.736 Compensação financeira pela utilização de recursos hídricos 2.806 2.319 18.662 18.801 Taxa de fiscalização da ANEEL 105 105 1.331 1.254 Uso do bem público - UBP 1.707 1.538 19.594 18.238 Total circulante 7.968 7.771 42.325 41.029 Programa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico - não circulante 5.984 3.744 13.952 11.515 42.325 41.029 Programa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico - P&D Em conformidade com a Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, o art. 24 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, e o art. 12 da Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, as empresas autorizadas à produção independente de energia elétrica, dentre outras, devem aplicar, anualmente, o percentual de 1% de sua receita operacional líquida no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica - Programa de P&D, segundo regulamentos estabelecidos pela ANEEL. Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos A Compensação Financeira, instituída pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 20, § 1º e regulamentada pela Lei nº 7.990/1989, corresponde à indenização aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, pelo resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica. A Resolução ANEEL nº 67, de 22 de fevereiro de 2001, determina que o valor a ser recolhido mensalmente corresponda a 6,75% da energia produzida no mês, multiplicado pela Tarifa Atualizada de Referência - TAR, fixada pela ANEEL, a ser pago pelos concessionários de serviço de energia elétrica aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia elétrica, ou que tenha áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a órgãos da administração direta da União. BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 28 15 16 17 18 19 Uso de Bem Público - UBP Conforme estabelecido no contrato de concessão, enquanto estiver na exploração do aproveitamento hidrelétrico, a Companhia deverá recolher para a União, o montante anual de R$ 8.001 (valor histórico) pelo uso do bem público, em parcelas mensais a partir do sétimo ano da concessão (julho de 2007). Essa contribuição sofre correção anual, pela variação do Índice Geral de Preço de Mercado IGP-M e o seu valor atualizado em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 20.847. Provisão para contingências Referem-se a contingências trabalhistas no montante de R$ 16 (R$ 17 em 31 de dezembro de 2010) e contingências ambientais no montante de R$ 20 (R$ 30 em 31 de dezembro de 2010). As contingências ambientais referem-se a ações de proprietários cujas terras serviram de passagem para linha de distribuição para alimentação elétrica do canteiro de obras, honorários e custos advocatícios. Com base na opinião de seus consultores legais, a Administração entende que a provisão para contingências constituída é suficiente para cobrir eventuais perdas. Perdas possíveis, não provisionadas no balanço A Companhia tem ações de naturezas tributária, cível e trabalhista, envolvendo riscos de perda classificados pela Administração como possíveis, com base na avaliação de seus consultores jurídicos, para as quais não há provisão constituída, conforme composição e estimativa a seguir: 2011 2010 Cíveis (i) 1.795 512 Fiscais (ii) 2.117 1.890 Trabalhistas (iii) 150 203 4.062 2.605 (i) Referem-se, principalmente, a ações indenizatórias por conta de áreas supostamente atingidas pelo reservatório e ações por danos ambientais diversos. (ii) Referem-se à impugnação de lançamento de Imposto Territorial Rural, pela não incidência sobre imóveis que compõem o reservatório da Usina. (iii) Referem-se a ações ajuizadas a fim de obter o pagamento de verbas trabalhistas decorrentes de rescisão de contrato de trabalho com a empregadora. A Companhia é colocada no pólo passivo a fim de que seja responsabilizada solidária ou subsidiariamente. Obrigações socioambientais Tendo em vista a entrada total em operação, a Companhia tem constituído um contas a pagar por obrigações socioambientais em contrapartida ao ativo imobilizado em serviço, o qual visa cobrir basicamente medidas compensatórias descritas na Licença de Operação expedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. Patrimônio líquido a. Capital social Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, o capital social é de R$ 398.381, totalmente subscrito e integralizado, representado por ações ordinárias e nominativas, e sua composição é como segue: Acionistas Quantidade de ações % Capital Alcoa Alumínio S. A. 168.017.984 42,1752 InterCement Brasil S. A. 35.854.290 9,0000 Cia. Brasileira de Alumínio 59.757.150 15,0000 CPFL Geração de Energia S. A. 99.618.754 25,0059 DME Energética Ltda. 35.132.822 8,8189 398.381.000 100,0000 b. Reserva de lucros Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia tem constituído reservas de lucros no montante de R$ 305.625, de acordo com a legislação societária, sendo R$ 17.528 destinados à rubrica “Reserva Legal” e R$ 288.097 à rubrica “Reserva para Retenção de Lucros”. A reserva legal é constituída anualmente como destinação de 5% do lucro líquido do exercício e não poderá exceder a 20% do capital social. A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízo e aumentar o capital. A reserva de retenção de lucros refere-se à retenção do saldo remanescente de lucros acumulados, a fim de fazer face às obrigações decorrentes das operações de financiamentos e debêntures. c. Dividendos propostos O estatuto social da Companhia determina a distribuição de um dividendo mínimo obrigatório de 1% do resultado o período, ajustado na forma da lei. Os dividendos a pagar foram destacados do patrimônio líquido no encerramento do exercício e registrados como obrigação no passivo. Em 2011 os dividendos foram calculados como segue: Lucro líquido do exercício 66.991 Reserva legal - 5% (3.350) Base de cálculo de dividendos 63.641 Dividendos propostos - 1% 636 Receita operacional Abaixo apresentamos a conciliação entre as receitas bruta para fins fiscais e as receitas apresentadas na demonstração de resultado do período de nove meses findo em 31 de dezembro de 2011 e 2010: 2011 2010 Receita bruta fiscal 321.655 307.816 Impostos sobre vendas (32.829) (31.379) Receita operacional líquida 288.826 276.437 Resultado financeiro e cambial líquido 2011 2010 Despesas financeiras Empréstimos e financiamentos (48.171) (55.477) Debêntures (14.917) (13.226) Outros (679) (589) (63.767) (69.292) Receitas financeiras Aplicações financeiras 6.551 7.022 Outros 83 6.551 7.105 Variação cambial Variação cambial passiva (21.501) (13.390) Variação cambial ativa 12.731 15.763 (8.770) 2.373 Resultado financeiro líquido (65.986) (59.814) A variação cambial demonstrada refere-se aos financiamentos obtidos do BNDES detalhados na nota explicativa 11. 21 22 Imposto de renda e contribuição social A seguir, reconciliação dos tributos e contribuições sociais no resultado: 2011 2010 Lucro antes do imposto de renda e contribuição social 98.790 94.579 Alíquota fiscal combinada 34% 34% Imposto de renda e contribuição social pela alíquota fiscal combinada (33.589) (32.157) Adições (538) Exclusões 1.790 842 Efeito dos impostos no resultado do exercício (31.799) (31.853) Alíquota efetiva 32% 34% Resultado por ação O resultado por ação básico foi calculado com base no resultado do período atribuível aos acionistas controladores e não controladores da Companhia no período de 2011 e a respectiva quantidade média de ações ordinárias em circulação, comparativamente com o mesmo período de 2010 conforme quadro abaixo. Não há fatores de diluição a serem considerados no cálculo do resultado por ação: 2011 2010 Lucro do período tributável aos acionistas da Companhia 66.991 62.726 Média ponderada da quantidade de ações em circulação (em milhares) 398.381 398.381 Resultado básico por ação em R$ 0,16816 0,15745 Instrumentos financeiros a. Identificação e valorização dos instrumentos financeiros A Companhia opera com diversos instrumentos financeiros, com destaque para aplicações financeiras, contas a receber de clientes, contas a pagar a fornecedores e empréstimos e financiamentos. Essas operações destinam-se a atender às suas necessidades relativas à maximização da rentabilidade dos recursos líquidos de caixa e à captação de recursos necessários para manutenção do capital de giro e suprimento do seu plano de investimentos. b. Risco de crédito O valor contábil dos ativos financeiros representa a exposição máxima do crédito. A exposição máxima do risco do crédito na data das informações trimestrais foi: 2011 2010 Aplicações financeiras - Caixa e equivalentes de caixa 32.384 37.153 Contas a receber de clientes 41.647 24.471 Aplicações financeiras - mantidas até o vencimento 33.082 32.782 107.113 94.406 A Companhia não possui risco de crédito por região geográfica, pois todos os seus clientes estão localizados no Brasil. Também não possui risco de crédito por tipo de contra parte, pois os principais clientes são acionistas. As aplicações financeiras são efetivadas apenas em bancos considerados de baixo risco. c. Risco de liquidez A seguir, estão os vencimentos contratuais dos principais passivos financeiros, incluindo pagamentos de juros estimados: Passivos financeiros Valor 6 meses 6 a 12 1a2 2a5 Mais de não derivativos contábil ou menos meses anos anos 5 anos Empréstimos e financiamentos 511.899 39.039 39.040 136.996 205.494 91.330 Debêntures 111.101 12.554 12.553 46.064 39.930 623.000 51.593 51.593 183.060 245.424 91.330 d. Risco de taxa de juros Na data das demonstrações financeiras, o perfil dos instrumentos financeiros remunerados por juros da Companhia era: Instrumentos de taxa variável 2011 2010 Aplicações financeiras - Caixa e equivalentes de caixa 32.384 37.153 Aplicações financeiras - mantidas até o vencimento 33.082 32.782 Financiamentos 511.899 578.229 Debêntures 111.101 134.455 Análise de sensibilidade de valor justo para instrumentos de taxa variável em 31 de dezembro de 2011 Instrumentos financeiros ativos - Aplicações financeiras - equivalentes de caixa CDI Valor exposto Risco (17%) * (25%) ** (50%) ** 32.342 Redução do CDI (621) (938) (1.876) (*) Foi considerado o índice de fechamento de exercício de 11,60%. (**) Conforme requerimento da Instrução CVM 475/08. Instrumentos financeiros ativos - Aplicações financeiras - mantidos até o vencimento. SELIC Valor exposto Risco (11%)* (25%) ** (50%) ** 33.082 Redução da SELIC (407) (902) (1.805) (*) Foi considerado o índice de fechamento de exercício de 10,91%. (**) Conforme requerimento da Instrução CVM 475/08. Instrumentos financeiros passivos - Financiamentos subcrédito E. DÓLAR Valor exposto Risco (5%) * 25% ** 50% ** 93.400 Variação cambial 8.182 (43.375) (86.750) (*) Foi considerada a cotação de fechamento do exercício de 1, 8578. (**) Conforme requerimento da Instrução CVM 475/08. Instrumentos financeiros passivos - Financiamentos subcrédito A,B,C e D e crédito suplementar A e B. TJLP Valor exposto Risco 0* 25% ** 50% ** 418.499 Aumento da TJLP (6.277) (12.555) (*) Foi considerada a taxa de fechamento do exercício de 6%. (**) Conforme requerimento da Instrução CVM 475/08. Instrumentos financeiros passivos - Debêntures. CDI Valor exposto Risco (17%) * 25% ** 50% ** 111.101 Aumento do CDI 2.133 (3.222) (6.444) (*) Foi considerado o índice de fechamento de exercício de 11,60%. 29 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 20 BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 30 23 24 (**) Conforme requerimento da Instrução CVM 475/08. e. Valor justo Os valores justos dos principais ativos e passivos financeiros, juntamente com os valores contábeis apresentados no balanço patrimonial, são os seguintes: 2011 2010 Valor Valor Valor Valor contábil justo contábil justo Ativos mensurados pelo custo amortizado Aplicações financeiras - mantidos até o vencimento 33.082 33.082 32.782 32.782 Caixa e equivalentes de caixa 32.384 32.384 37.153 37.153 Contas a receber 41.647 41.647 24.471 24.471 Passivos mensurados pelo custo amortizado Financiamentos e debêntures 623.000 623.000 712.684 712.684 Os valores justos informados não refletem mudanças futuras na economia, tais como taxas de juros e alíquotas de impostos e outras variáveis que possam ter efeito sobre sua determinação. Os seguintes métodos e premissas foram adotados na determinação do valor justo Aplicações financeiras - São definidos como ativos designados pelo valor justo por meio do resultado e mantidos até o vencimento. Os valores contábeis informados no balanço patrimonial são idênticos ao valor justo em virtude de suas taxas de remuneração serem baseadas na variação do CDI e SELIC. • Contas a receber - Decorrem diretamente das operações da Companhia, sendo mensurados pelo custo amortizado e estão registrados pelo seu valor original, deduzido de provisão para perdas e ajuste a valor presente quando aplicável. O valor contábil se equivale ao valor justo tendo em vista o curtíssimo prazo de liquidação dessas operações (até 90 dias), e também em função do descrito na nota explicativa 1.f. • Financiamentos e debêntures - São classificados como passivos financeiros não mensurados ao valor justo e estão registrados pelo método do custo amortizado de acordo com as condições contratuais. Esta definição foi adotada, pois os valores não são mantidos para negociação que de acordo com entendimento da Administração reflete a informação contábil mais relevante. Os valores justos destes financiamentos são equivalentes aos seus valores contábeis, por se tratarem de instrumentos financeiros com taxas variáveis que se equivalem às taxas de mercado e por possuírem características exclusivas, oriundas de fontes de financiamento específicas para financiamento. Pelas razões anteriormente descritas, os valores justos apresentados foram definidos no nível 3 da hierarquia de valor justo. f. Instrumentos financeiros derivativos A Companhia não celebrou e não tem como política contratar instrumentos financeiros derivativos. Coberturas de seguros A Companhia adota a política de contratar cobertura de seguros para os bens sujeitos a risco por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade. As premissas de risco adotadas, dada a sua natureza, não fazem parte do escopo de uma auditoria de demonstração financeira, consequentemente não foram examinadas pelos nossos auditores independentes. Em 31 de dezembro de 2011, o valor do risco segurado é de R$ 725.088 e o limite máximo de indenização é de R$ 110.000. Contribuição das empresas acionistas para formação do resultado O Acordo de Acionistas da Companhia dispõe que toda a produção da UHE Barra Grande é destinada aos sócios, que assim têm o direito e a obrigação de adquirir tal produção, proporcionalmente às suas participações no Capital Social da Companhia. O preço de venda deve ser suficiente para o pagamento dos custos operacionais, serviço da dívida, impostos e taxas, chamado Preço de Referência, aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia. No período compreendido entre 1º de novembro de 2005 a 30 de abril de 2008 foram praticados preços diferenciados no faturamento da energia vendida aos acionistas, diferentes prazos de pagamentos, incidência de impostos e outros fatores, ocasionando diferentes contribuições das empresas acionistas para formação do resultado da Companhia. Os valores que o acionista CPFL Geração de Energia S.A. contribuiu acima do previsto, líquido de impostos e efeitos financeiros e que os acionistas Alcoa Alumínio S.A., Companhia Brasileira de Alumínio, Camargo Corrêa Cimentos S.A. e DME Energética Ltda. contribuíram abaixo do previsto foram liquidados em 31 de dezembro de 2011. Tais valores foram corrigidos pela variação do CDI até 31 de dezembro de 2011 e estavam sendo amortizados desde janeiro de 2009 em 36 meses, mediante aumento de preço para as empresas acionistas Alcoa Alumínio S.A., Companhia Brasileira de Alumínio, Camargo Corrêa Cimentos S.A. e DME Energética Ltda. e redução de preço para a acionista CPFL Geração de Energia S.A., incidindo a correção pela variação do CDI sobre o saldo devedor até a liquidação total. O Conselho de Administração, em 17 de junho de 2008, aprovou a forma de compensação, que está sendo realizada entre acionistas, e seus efeitos econômico-financeiros não afetam o resultado e o caixa da Companhia. RICARDO DE BARROS MORAES SAYÃO Presidente OTÁVIO CARNEIRO DE REZENDE PAULO EDUARDO DE ALMEIDA GODOY Vice-Presidente OTÁVIO FREITAS FERREIRA ROBERTO ALVES DE ALMEIDA Diretoria CARLOS ALBERTO BEZERRA DE MIRANDA EDSON SCHIAVOTELO Diretor-Superintendente e de Relações com Investidores Diretor de Sustentabilidade e de Relações Institucionais MAURO SERGIO GASPAR Contador - CRC SP 120914 S/RS Relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras Aos Acionistas e Administradores da BAESA - Energética Barra Grande S.A. Florianópolis - SC 1. Examinamos as demonstrações financeiras da BAESA - Energética Barra Grande S.A. (“Companhia”), que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras 2. A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e normas internacionais de relatório financeiro (IFRS), assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes 3. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. 4. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. 5. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião com ressalva. Base para opinião com ressalva sobre as demonstrações financeiras Cálculo da depreciação 6. Conforme mencionado na nota explicativa 9, a Companhia calcula a depreciação dos bens integrantes do seu ativo imobilizado de acordo com taxas de depreciação que levam em consideração a possibilidade de prorrogação do prazo de concessão por mais 20 anos após o encerramento do primeiro período de concessão. Essas taxas se equivalem àquelas contidas no plano de contas da Agencia Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. A Orientação OCPC 05 - Contratos de Concessão (parágrafo 130) e Pronunciamento Técnico CPC 04 - Ativo Intangível (parágrafos 93 a 96), permitem que seja considerada a possibilidade de renovação da concessão para a determinação de critérios contábeis, apenas quando há evidências concretas que suportem a renovação da concessão sem custo significativo para a concessionária. As evidências anteriormente mencionadas incluem aquelas relacionadas à necessidade de autorização de terceiros para a renovação da concessão. Considerando os elementos e circunstâncias atualmente existentes, ou seja, indefinição legal/regatória que está sendo discutida pelas instituições participantes do setor elétrico e a ausência de um histórico consistente de prorrogações das concessões, entendemos que não é possível sustentar que há evidências concretas que suportem a renovação da concessão sem custo significativo para a Companhia pois não há controle pela mesma quanto à renovação da concessão. Conseqüentemente, em 31 de dezembro de 2011, o patrimônio líquido e o lucro do exercício findo naquela data estão aumentados em, aproximadamente, R$ 22.729 mil e R$ 8.115 mil, respectivamente, líquidos dos efeitos tributários. Direito de outorga ou direito de concessão - Uso do Bem Público (UBP) 7. Conforme mencionado na nota explicativa 1.b, a Companhia opera sob um contrato de concessão que determina o pagamento de valores mensais pelo uso do bem público (UBP), os quais são contabilizados no resultado quando dos efetivos pagamentos. O OCPC 05 - Contratos de Concessão orienta quanto a necessidade de caracterização do direito de uso das concessões como sendo executórias e não executórias. No primeiro caso não há a caracterização de um ativo e de um passivo a serem registrados. No segundo caso os fatos e as circunstâncias indicam que não se trata de um contrato de execução, mas de aquisição de um direito de exploração e licença para explorar por um prazo determinado, portanto, uma obrigação deveria ser contabilizada tendo como contrapartida um ativo representativo do direito de uso. Considerando as características do contrato da Companhia, entendemos se tratar de um contrato não executório que requer o registro de uma obrigação e do direito de uso correspondente. Conseqüentemente, em 31 de dezembro de 2011, os totais do ativo e do passivo estão diminuídos em, aproximadamente, R$ 204.513 mil e R$ 229.302 mil, respectivamente, e o patrimônio líquido e o resultado do exercício estão aumentados em, aproximadamente, R$ 24.789 mil e R$ 11.830 mil, respectivamente, líquidos dos efeitos tributários. Opinião com ressalva 8. Em nossa opinião, exceto pelos efeitos dos assuntos mencionados nos parágrafos 6 e 7, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da BAESA - Energética Barra Grande S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e normas internacionais de relatório financeiro (IFRS). Demonstrações do valor adicionado 9. Examinamos, também, as demonstrações do valor adicionado (DVA), referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, exceto pelos efeitos dos assuntos mencionados nos parágrafos 6 e 7, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Auditoria dos valores correspondentes ao exercício anterior 10. Os valores correspondentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2010, apresentados para fins de comparação, foram anteriormente por nós auditados, e nosso relatório de auditoria datado de 16 de fevereiro de 2011, continha as mesmas ressalvas mencionadas nos parágrafos 6 e 7. Joinville, 20 de fevereiro de 2012 KPMG Auditores Independentes Marcelo Lima Tonini CRC 2SP014428/O-4-F-SC Contador CRC 1PR045569/O-4-T-SC BAESA - Energética Barra Grande S.A. Relatório da Administração 31 Conselho de administração