panorama do comércio de medicamentos veterinários sem receita
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panorama do comércio de medicamentos veterinários sem receita
PANORAMA DO COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS SEM RECEITA, EM LOJAS DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS, NAS CIDADES DE NANUQUE/MG E PONTO BELO/ES E OS PERIGOS QUE ESSE FATO PODE ACOMETER À SAÚDE PÚBLICA Laureano Orneles de Souza Júnior Graduando em Farmácia - Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque – [email protected] Débora Keity Carvalho Bremer Graduanda em Farmácia - Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque - [email protected] Kelly Pinheiro de Souza Graduanda em Farmácia - Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque - [email protected] Marves Santos Borges Graduanda em Farmácia - Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque - [email protected] Daniel Rodrigues Silva Graduado em Farmácia – Bioquímica e Doutor. em Ciências Farmacêuticas Coordenador do curso de Farmácia do Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque – [email protected] RESUMO A aquisição dos medicamentos de uso veterinário vem sendo feita de forma indiscriminada por balconistas não habilitados profissionalmente de lojas agropecuárias, levando em conta apenas os sinais e sintomas descritos do animal. No entanto, a não consulta com o veterinário pode acarretar gastos desnecessários, atraso na descoberta da patologia e, consequentemente, na implementação de terapêutica apropriada, reações adversas, intoxicações nos animais e também nos seres humanos por ingestão de alimentos que contenham resíduos de fármacos, tornando isso um problema de saúde pública que envolve o farmacêutico e contaminação do meio ambiente quando o descarte não é feito de forma correta. Nessa pesquisa desenvolvida de janeiro a abril de 2016, foram aplicados questionários em 9 (nove) estabelecimentos agropecuários com o objetivo de fazer um levantamento e descobrir a classe de fármacos mais vendidos por indicação, a ação do medicamento no animal (satisfatória ou não), se há o retorno do comprador, o fluxo de venda e qual é o percentual das vendas com e sem receituário veterinário nas cidades de Nanuque/MG e Ponto Belo/ES. Evidenciaram-se os vermífugos como classe mais vendida e indicada para todos os animais pesquisados (cachorro/gato, cavalo e vaca/boi). Palavras-chave: Medicamentos veterinários; Lojas agropecuárias; Vermífugos. 1. Introdução O Brasil está inserido como quinto maior mercado veterinário em todo o mundo tendo um faturamento crescente a cada ano. O setor vem se destacando no aumento das exportações de produtos veterinários e numa maior conscientização dos criadores da importância de manter os rebanhos saudáveis. Embora o mercado dos produtos veterinários esteja em ascensão, o mercado farmacêutico mundial dedicado à saúde humana é cerca de 30 vezes maior do que o mercado farmacêutico veterinário (CAPANEMA et al., 2007). De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgão federal que regulamenta e fiscaliza toda a produção e venda de produtos destinados ao uso em animais. Qualificando-os como toda substância química, biológica, biotecnológica ou de preparação manufaturada que previne doenças, assim como promove o diagnóstico, tratamento e à cura. Incluindo como tais os aditivos, suprimentos promotores, melhoradores da produção animal, medicamentos, vacinas, antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou equipamentos, pesticidas e todos os produtos que, utilizados nos animais ou no seu habitat, protejam, restaurem ou modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas, bem como os produtos destinados a estética dos animais. Segundo o decreto – lei n º 467, de 13 de fevereiro de 1969 diz que tal órgão é responsável pela fiscalização da indústria, do comércio e do emprego de produtos de uso veterinário em território nacional, tarefa realizada através do Serviço de Defesa Animal do Departamento de Defesa e Inspeção Agropecuária. Além disso, o MAPA deve registrar e aprovar todos os produtos de uso veterinário, nacionais ou importados, incluindo vacinas (MAPA, 2016). No entanto, de acordo com a resolução n° 504 de 29 maio de 2009 diz que é de responsabilidade do farmacêutico regulamentar e supervisionar toda e qualquer indústria de produtos farmacêuticos, sejam destinas a uso humano ou veterinário. Já a Anvisa, no que tange a esse seguimento, é responsável pelo controle e a fiscalização de resíduos de medicamentos veterinários em produtos de origem animal destinados ao consumo humano (ANVISA, 2016). O ato de se automedicar, procedimento habitual em seres humanos brasileiros, referindo-se ao consumo de fármacos sem a prescrição de profissionais habilitados tais como médicos e farmacêuticos. O uso indiscriminado de medicamentos nos animais, sem orientação de um médico veterinário, também é prática, por parte de proprietários e balconistas de lojas de produtos agropecuários (Leite et al., 2006; Quessada et al., 2010; Carvalho et al., 2012), mesmo sabendo-se da fundamental importância da consulta e do acompanhamento desses animais por um profissional veterinário. Aquino (2008) atribui tal prática, a um reflexo da automedicação exacerbada realizada pela população humana. Mesmo tal prática sendo tão comum na saúde animal e sabendo-se dos riscos da mesma, poucos relatos são conhecidos e apresentados quanto à administração de medicamentos sem a orientação profissional na medicina veterinária (LEITE et al., 2006; MELLO et al., 2008). A aquisição de medicamentos como: vermífugos e anti-inflamatórios não há a exigência de um receituário. Embora a classe dos antibióticos exija a apresentação e retenção de receituário veterinário, é comum e de fácil acesso a compra desses medicamentos. O grande problema são os efeitos posteriores pela falta de informação e o uso inadequado que podem acarretar problemas mais graves ao animal como possíveis intoxicações, reações adversas e efeitos colaterais, que em longo prazo pode levar ao desenvolvimento de problemas crônicos. Objetivou-se com esse trabalho fazer o levantamento de dados da classe de medicamentos mais vendida pelos atendentes de lojas agropecuárias sem receita veterinária, levando em consideração apenas sinais e sintomas do animal. E identificar também a ação do medicamento no animal (satisfatória ou não), se há o retorno do comprador, o fluxo de venda e qual é o percentual das vendas com e sem receituário veterinário de janeiro a abril de 2016 nas cidades de Nanuque/MG e Ponto Belo/ES. Além disso, expor possíveis riscos que a indicação por leigos podem causar nos animais e os seus possíveis reflexos na saúde da população humana em geral, podendo ser o desenvolvedor indiretamente de doenças no ser humano e como isso interfere no trabalho do farmacêutico. 2. Referencial Dentre as classes dos medicamentos mais utilizados na administração indiscriminada de medicamentos e animais domésticos encontram-se os analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, antiparasitários, vermífugos e vitaminas que se administrados irracionalmente pode levar a danos irreversíveis (RIBEIRO et al., 2009). De acordo com a instrução normativa SDA nº 25, de 8 de novembro de 2012 estabelece procedimentos para comercialização e prescrição de substâncias e produtos destinados ao uso veterinário. Foram listadas 133 substâncias de uso veterinário entre entorpecentes, anabolizantes e psicotrópicos que deverão seguir controle especial. O receituário deve ser emitido em 3 (três) vias sendo que uma ficará com o médico veterinário, uma no estabelecimento que fornecerá o medicamento (farmácia de manipulação de produtos veterinários, lojas agropecuárias) e a última ficará com responsável pelo animal (MAPA, 2016). Paralelo a isso, além de haver possíveis danos à saúde do animal, o ser humano pode sofrer direta ou indiretamente prejuízos ao seu bem-estar em decorrência da forma inadequada do tratamento medicamentoso do animal. Após o consumo de alimentos que apresentam resíduos de medicamentos veterinários, o ser humano pode apresentar efeitos adversos, incluindo reações alérgicas em indivíduos hipersensíveis e câncer (SOUZA, 2013), os efeitos podem variar dependendo da constituição química do resíduo e da quantidade que foi ingerida (SANTOS, 2009). Estima-se que mais de 70% dos compostos utilizados nas criações animais sejam agentes antibióticos (Thiele-Bruhn, 2003). A preocupação eminente relacionada aos antimicrobianos usados como aditivos na alimentação animal de uso comum entre as diversas espécies animais, como bovinos, suínos, aves, cães, caprinos, etc. (PalermoNeto & Almeida, 2006). A capacidade de aumentar a absorção e digestão de nutrientes se dá pelo fato de doses terapêuticas dessas substâncias transformarem a microflora normal do tracto gastrointestinal multiplicando a quantidade de microrganismos benéficos (SANTOS, 2009). Pode ocorrer uma resistência microbiológica no ser humano proveniente da aplicação descontrolada de fármacos em animais com a finalidade de torna-los os mais produtivos e resistentes a doenças (Kemper, 2008). Costa (2006) demonstra a sua preocupação ao constatar a presença de resíduos de medicamentos veterinários presentes na carne bovina ou no leite, sendo que o Brasil se destaca no cenário mundial como um dos líderes de criação bovina e exportação de carne. Um dos fatores para o aparecimento indesejado de resíduos medicamentosos é a aplicação dos mesmos e não respeitar o período de carência que se caracteriza como o tempo entre a aplicação e a eliminação da substância. Além do impacto gerado à saúde humana isso pode gerar impacto econômico, pois a produção de carnes é uma das atividades agropecuárias mais importantes para a economia brasileira. A incidência de contaminação no leite consumido e comercializado no Brasil é alta. Os estudos publicados na última década indicam que cerca de 8% do leite comercializado no país apresenta níveis mais elevados do que o permitido pela legislação em vigor (TROMBETE et al., 2014). Em uma pesquisa realizada por Korb et al (2011) com produtores de leite, os mesmos alegaram que utilizam o serviço de um médico veterinário somente em casos graves e revelaram que apenas 20% desses produtores conseguiram conceituar o tema resistência bacteriana. Constatando o quão desinformados encontram os produtores quanto ao risco do uso de antibióticos de forma descontrolada pode criar bactérias super-resistentes. O problema se torna ainda maior quando, o ser humano entra em contato com o leite e/ou seus derivados contaminados com resíduos de antibióticos, pois devido a esse fato pode ocorrer à reprodução dessas bactérias super-resistentes que se tornam de difícil combate. Uma vez que a vasta gama de antibióticos utilizados no tratamento da saúde animal possuem o mesmo princípio ativo e estruturas moleculares dos utilizados na saúde humana. Na pesquisa realizada por RIBEIRO et al. (2009) na cidade de Garanhuns, Pernambuco, detectou como a classe dos medicamentos mais vendidos em farmácias veterinárias sem prescrição, médica-veterinária, foi de antiparasitários, correspondendo a 70% do total da pesquisa. Mesmo as vendas desses medicamentos sendo extremamente relevante, os resíduos dos mesmos não aparecem com grande frequência nos alimentos de origem animal, em virtude da fraca capacidade de ligação dessa classe farmacológica com os tecidos. (SANTOS, 2009). Com a finalidade de promover e garantir a qualidade da produção de alimentos de origem animal, o governo federal estabeleceu através da Portaria n.º 51, de 6 de fevereiro de 1986 o Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Produtos de Origem Animal – PNCRB. Entretanto, em 1999 houve uma mudança no nome adotando-se com “Plano Nacional de Controle de Resíduos em Produtos de Origem Animal – PNCR”, dada pela Instrução Normativa nº 42, de 20 de dezembro de 1999 (SOUZA, 2012). A medicina veterinária, atualmente enfrenta dificuldades quando o assunto é a indicação indiscriminada de fármacos para animas sem ser feita prescrição por um profissional qualificado, criando barreiras para tratamentos adequados (LEITE et al., 2006). Visto que a compra é feita através de indicações, na maior parte das vezes, pelos balconistas das lojas agropecuárias levando em consideração apenas os sinais e sintomas descritos pela parte que fará a compra. Nem se quer ter feito uma consulta e/ou análise prévia do animal com um profissional antes de efetuá-la. Aparentemente, essa prática parece ser inofensiva, no entanto isso poderá gerar gastos supérfluos, atraso no diagnóstico e na implementação de terapêutica adequada, reações adversas, intoxicações e confusão entre sintomatologias que ficam mascaradas, criando novas (QUESSADA, 2010). A reação adversa é o resultado da interação entre o medicamento administrado e algumas características do paciente e que determinam o padrão individual de resposta aos medicamentos (DOLCE, 2014). No entanto, nem todos os animais irão desenvolver efeitos indesejados, pois além dos mecanismos do fármaco-químicos do medicamento as características do animal também são levadas em consideração. Segundo LEITE et al. (2006), é frequente o registro nos consultórios, clínicas e hospitais veterinários de animais padecendo não de doenças, e sim das consequências de “tratamentos” indicados por leigos. Sendo, portanto, uma das principais consequências da automedicação a intoxicação medicamentosa. Pois, esse fenômeno atribui-se as uso inadequado dos medicamentos em animais, sem respeitar a individualidade de cada espécie e principalmente as diferenças de metabolização das substâncias (MEDEIROS, 2009). Quando ocorre em proporção exacerbada o descontrole de doenças ou o aparecimento das mesmas, em animais, proveniente do uso incorreto de medicamentos e isso começa a influenciar de forma negativa na saúde humana, a responsabilidade deixa de ser somente do proprietário e envolve outros tipos de profissionais além do veterinário, como é o caso do farmacêutico. O profissional farmacêutico tem por exercício da profissão promover ações que implementem a assistência farmacêutica em todos os níveis de atenção à saúde afim de zelar pela saúde pública. A resolução n.º 504, de 29 de maio de 2009 publicada no diário oficial da união no dia 10 de julho de 2009 dispõe sobre a regulamentação e liberação das atividades do farmacêutico na indústria para produção de insumos (produtos) injetáveis, sólidos orais, semissólidos e líquidos não-estéreis de uso veterinário de natureza farmacêutica e gerenciar e garantir a qualidade produzida dos mesmos, bem como, atuar ativamente nas ações de vigilância sanitária promovendo controle e fiscalizações de produtos veterinários e derivados. 3. Procedimentos Metodológicos Entre janeiro a abril de 2016 nove (9) estabelecimentos agropecuários, que comercializam medicamentos veterinários, nos municípios de Nanuque/MG e Ponto Belo/ES, foram visitados. Aonde dessa forma, foram aplicados questionários aos balconistas (Tabela I) para levantar dados com o objetivo de identificar qual a classe de medicamentos (antibiótico, antifúngico ou anti-inflamatório) mais vendidos sem receituário do veterinário à partir de cada animal (cavalo, boi/vaca e cachorro/gato), tendo como base apenas os sinais e sintomas descritos pelo comprador e a indicação pelo atendente; se a compra foi satisfatória fazendo com que o animal tivesse a melhora desejada pelo proprietário do mesmo; se o uso não foi satisfatório e o proprietário retornou ao estabelecimento para fazer uma nova compra, como é o fluxo de venda dessas classes de medicamentos citadas acima e uma porcentagem dos valores mensurados de medicamentos que são comercializados com receituário veterinário e sem o receituário pelos funcionários das lojas agropecuárias visitadas. Em seguida os dados coletados foram analisados através de programa excel, e separados por gráficos. 4. Resultados e discussão A análise dos dados coletados são demonstrados no gráfico I, onde os vermífugos constituem a classe de medicamento mais vendida em todos os animais pesquisados (cachorro/gato, cavalo e vaca/boi), sendo o percentual de 77,8% em cachorro/gato, 66,7% em cavalo e 55,6% em vaca/boi. A classe dos anti-inflamatórios vem em seguida com a porcentagem de 11% em cachorro/gato, 33% em cavalos e 22% em vaca/boi. E por último vem à classe dos antibióticos apresentando 11% em cachorro/gato e 22% em vaca/boi. Os vermífugos são uma classe de medicamentos utilizados para o tratamento ou prevenção de diferentes parasitoses. Entretanto, sua dosagem, posologia e escolha do medicamento devem ser levadas em consideração à espécie de parasita e, principalmente, a espécie do animal, a raça, o porte, peso, idade, condições físicas até mesmo para saber em qual via se fará a aplicação (oral, injetável, aspersão – pulverização – spray, banho por imersão). Assim como se deve avaliar a necessidade da utilização dos mesmos, como afirmado por Ribeiro et al. (2009) que a administração da classe dos vermífugos é extremamente desnecessária quando não há a confirmação da presença de vermes no animal pois essa ação pode ser nociva e causar danos ao organismo do mesmo. Portanto o uso indiscriminado desses medicamentos pelos animais, como mostrados no gráfico I, sem respeitar o período de carência para o consumo humano de leite e/ou carne apresenta sérios riscos à saúde humana e dessa forma compreende-se a importância da análise de tais produtos nas indústrias frigorificas e lácteas, assim como presando pela bem estar dos consumidores. Os antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) são comumente utilizados em cavalos como forma de analgésico para dor e febre no tratamento de lesões musculares e articulares (SANTOS, 2009). Acontece no trato gastrointestinal e nos rins os efeitos nocivos mais relevantes e severos podendo levar a sérias consequências para o animal (BERBERT, 2004), entretanto, a sua carne é pouco consumida pelos brasileiros causando riscos pequenos de contaminação à população do país. GRÁFICO 1: Relação de classes de medicamentos A ação satisfatória está relacionada com a resolução do problema do animal. Após a compra e uso do medicamento, o animal apresentou melhoras. Em cavalo e vaca/boi a ação satisfatória foi de 100% não havendo retorno dos compradores ao estabelecimento. Já em cachorro/gato sua ação satisfatória foi de 78%, levando 22% dos compradores a retornarem ao estabelecimento para que seja feita uma nova compra. Dados questionáveis haja visto a facilidade de locomoção dos proprietários de cão e gatos, cujo na sua maioria moram em cidades e tem maior facilidade em retornarem até os estabelecimentos. Já os proprietários de bovinos e equinos, quando em sua maioria moram em propriedades rurais, dificultando muitas vezes o retorno aos estabelecimentos para dar um feede back sobre o tratamento. Visto que ação seja satisfatória não quer dizer que os balconistas tenham sido extremante verdadeiro, pois acreditamos na dificuldade de uma alto-crítica negativa desses profissionais com ralação ao tema proposto. GRÁFICO 2: Ação satisfatória e não- satisfatória e o retorno aos estabelecimentos O fluxo de venda é o índice gerado pela comercialização de produtos sendo um fator determinante, pois através do mesmo tem-se uma noção de estoque, compra de produtos (medicamentos). Nos resultados obtidos e apresentados no gráfico 3, o fluxo de venda em cachorro/gato se apresenta 33,3% regular e 66,7% constante. Em cavalo o fluxo de venda constante é de 33% e 67% constante. Em vaca/boi o fluxo de venda se apresenta 55,5% regular e 44,5% constante. Já no caso da categoria do fluxo de venda raro não há ocorrência para as classes de medicamentos citados acima em nenhum dos estabelecimentos agropecuários onde os questionários foram aplicados. GRÁFICO 3: Fluxo de venda dos medicamentos A receita – tanto médica e quanto veterinária – é um documento usado por profissionais cadastrados em um conselho, no caso da medicina veterinária- CRMV com reconhecimento legal cujo objetivo é prescrever o tipo de medicamentos, posologia, quantidade entre outras coisas que auxiliam no tratamento e na cura de patologias dos animais. Segundo a pesquisa, constatou-se, que a média dos valores mensurados em relação aos medicamentos que são comercializados perante receituário veterinário apresenta o valor de 12% sendo que a comercialização de medicamentos feita sem receituário veterinário é de 88%. (Dados representados no gráfico 4). GRÁFICO 4: Aquisição de medicamentos vendidos mediante a receita veterinária e sem 5. Considerações finais Contudo, conclui-se que a não consulta com o profissional veterinário está ligado diretamente com a parte cultural, visto que o mesmo ocorre com o ser humano, na maior parte das vezes, recorrendo às farmácias e não ao médico capacitado para fazer o diagnóstico do paciente. Em contra partida, esse ato deve ser combatido Partindo da premissa da complacência das leis não severas em defesa da saúde animal e a falta de controle rigoroso da comercialização de medicamentos veterinários tento como obrigação da venda com receita poucas drogas (não sendo o caso de vermífugos), todavia, a melhor forma de evitar intoxicações indesejadas e outros problemas que podem ocorrer devido o uso incorreto dos vermífugos é, primeiramente levar o animal a uma consulta com o veterinário e conscientizar à população do quão perigoso pode ser a administração errada da posologia, dosagem e até mesmo do fármaco inadequado no animais. Portanto, tem que haver um cuidado maior em relação à sintomatologia apresentada pelos animais, esse ato deve ser combatido pois pode ser algo mais grave e se não tratado de forma correta pode gerar danos e prejuízos à saúde humana. Para diminuir do risco a melhor maneira é fazer um acompanhamento com o veterinário e, claro, aplicar os fármacos de forma correta respeitando a posologia, o período de tratamento e as quantidades descritas. 6. Referências Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – Agenda de diretrizes. Disponível em: http://novoportal.anvisa.gov.br/agenda-de-dirigentes Acesso em: 01 de junho de 2016. AQUINO, S. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade? Ciência e saúde coletiva. v.13, p. 733-736, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232008000700023. Acesso em: 08 de abril de 2016. BERBERT, L. R. H. Efeitos colaterais de antiinflamatórios não esteróides em cães e gatos. 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