AproveitAndo As oportunidAdes do AmAnhã
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AproveitAndo As oportunidAdes do AmAnhã
A REVISTA PARA V oithIANOS Report #2 | 2015 TECNICA INOVACAO TECNOLOGIA ENGENHARIA CRESCIMENTO big data REDE DE RELACIONAMENTOS Foco Aproveitando as oportunidades do amanhã Os diretores de Tecnologia das divisões Voith Hydro, Voith Paper e Voith Turbo abordam as questões que irão moldar de forma sustentável o futuro da Voith: Dr. Norbert Riedel, Frank Opletal e Dr. Jerry Mackel (da esquerda para a direita). EXPEDIENTE Edição: Voith GmbH Comunicação Corporativa St. Pöltener Strasse 43 89522 Heidenheim, Alemanha www.Voith.com Responsável: Lars A. Rosumek Redação: Markus Woehl, Kristine Adams Contato com a redação: Telefon: +49 7321 37-2228 Telefax: +49 7321 37-7107 E-Mail: kristine.adams@Voith.com Apoio editorial: Frank Burger Em cooperação com: Buck et Baumgärtel, Ulm, Alemanha G2 Printmedienmanufaktur GmbH, Grafing bei München, Alemanha Impressão: Leograf Gráfica e Editora Ltda, São Paulo, Brasil Créditos das imagens: Jan Walford: Título, p.12–21; Dawin Meckel: p. 3, p. 11; Cortesia da APA/Kruppa: p.7; Shutterstock: p. 32, 38–39; Antonio Carreiro: p. 33; Henry Brink: p. 34; Wolfgang Geyer: p.37; Voith: todas as outras imagens. Direitos de Reprodução: A cópia e reprodução de artigos e imagens exige a autorização prévia da V oith GmbH. A Voith Report é publicada em Alemão, Inglês, Português e Chinês. 7 | report 2/2015 editorial Prezados Voithianos, Paixão por tecnologia, espírito inovador irrepreensível e o desejo pela perfeição – o sucesso da Voith está baseado nessas características fundamentais. Assim, esta edição da Voith Report está focada no tema de tecnologia – em especial, sobre as metas estabelecidas por cada uma das Divisões do Grupo nesse sentido. Esse é o tema que os diretores de tecnologia das Divisões Voith Hydro, Voith Paper e Voith Turbo debatem em uma entrevista. A seção Insight também relata uma história centrada em desafios tecnológicos: a Voith Engineering Services está desenvolvendo veículos para uma linha de trem de Taiwan que, até o momento, só existia na mente dos seus idealizadores. Na seção Voith 150+ você verá os avanços que esse programa de sucesso para todo o grupo realizou, incluindo a implementação dos Shared Service Centers de RH, Contabilidade e Compras – o que será relatado em uma entrevista com Christian Nykiel, gerente da organização global de Shared Service Centers. Na seção ‘No campo’, você verá o dia a dia de um Site Manager da Voith Hydro Brasil, enquanto que a seção Destaques conta o desenvolvimento da Qualiflex, a tecnologia de mantas para prensas de máquinas de papel. E, desta vez, encerraremos a revista com uma declaração de amor: Mert Özenç, da Voith Turbo Ancara, explica por que quem vai à capital turca jamais consegue esquecê-la. Minha equipe e eu lhes desejamos uma interessante leitura. Atenciosamente, Lars A. Rosumek Vice-Presidente Sênior de Comunicação Corporativa report 2/2015 | 3 16 14 ÍNDICE 22 FOCO 12 ENTREVISTA COM Hubert Lienhard 14 APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES DO AMANHÃ 16 SEMPRE PENSANDO UM PASSO À FRENTE Heidenheim Indústria 4.0, sinergias de desenvolvimento e desafios para o futuro: entrevista com os diretores de tecnologia da Voith Hydro, Voith Paper e Voith Turbo. 02 EXPEDIENTE 03 EDITORIAL 06 NOTAS 4 | report 2/2015 34 38 08 NO LOCAL INSIGHT 22MOBILIDADE PARA O FUTURO Chemnitz Voith Engineering Services desenvolve um VLT de piso baixo para Taiwan. 32 26PASSO A PASSO: IMPLEMENTAÇÃO DOS GLOBAL BUSINESS SERVICES DA VOITH GLOBAL Entrevista com 30MÚLTIPLOS TALENTOS PRA VALER Izmit/Rouen A rebobina- deira VariFlex aumenta o desempenho de duas máquinas de papel. DESTAQUES 36DESAGUANDO SEM VAZAMENTO GLOBAL Tecnologias de base da Voith: a manta de prensa QualiFlex, da Voith Paper. Christian Nykiel. 23 APRENDENDO POR MEIO DO DIÁLOGO Heidenheim O que odemos fazer ainda p melhor? É isso que a Voith Turbo perguntou aos seus parceiros de negócios. 24Reuniões Deep-Dive encerradas GLOBAL Os gestores locais foram informados sobre as novas estruturas e processos do Excellence@Voith nas reuniões Deep-Dive. 28DESENVOLVENDO NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS GLOBAL Entrevista com Ulrich Begemann, gerente de Novas Tecnologias na Voith, sobre a Indústria 4.0. 32COMPETÊNCIA AUTOMOTIVA CONVINCENTE Betim Estreia da Voith Industrial Services: a Divisão do Grupo fecha o seu primeiro contrato com a Fiat do Brasil. 37VOITH DEFINE O PADRÃO Rutesheim/Hannover O deslumbrante lançamento da servobomba e da servotransmissão CLDP na Feira de Hannover. 33 RELAÇÕES FAMILIARES Fernandópolis Um dia de trabalho de Eric J unior, Site Manager da Voith Hydro. 34DESDE O MEDITERRÂNEO ATÉ O CABO PANORAMA 38 A METRÓPOLE RELAXADA ANCARA A capital turca Witfield Voith Turbo funda a Voith África POG para atender a clientes de todo o continente. report 2/2015 | 5 NOTAS Jubileu do centenário ITÁLIA A usina hidrelétrica italiana de “Alessandro Volta”, localizada na comuna de Castel Madama, tem 100 anos de idade. Ela foi ligada à rede em 1915, e continua a gerar eletricidade até os dias de hoje. Agora chegou o momento de passar por uma reforma – uma tarefa para a Voith Hydro. Em um contrato assinado com a operadora ACEA S.p.A., a Voith se responsabilizará pelo fornecimento de duas unidades de 4,5 MW e 2,7 MW. O escopo de fornecimento inclui turbinas Francis com caixa espiral, geradores, bem como os respectivos sistemas auxiliares, de regulação e automação. A Voith também ganhou dois outros contratos na Itália para a reforma de mais duas usinas hidrelétricas que foram inauguradas no século passado e que, desde então, vêm fornecendo eletricidade com confiabilidade à rede. Os três projetos deverão ser concluídos até o final de 2016, e o valor total dos três contratos é de cerca de € 16 milhões. As reformas garantirão 13 MW de eletricidade renovável para a rede italiana por muitos séculos. A maior parte dessa capacidade será fornecida pelas duas usinas que a Voith modernizará para a BKW Italia S.p.A.: a usina de Pompegnino, localizada na província de Brescia, e a usina de Pont St. Martin, na província de Aosta. Na usina de Pompegnino, a Voith reformará duas turbinas Kaplan verticais de 1,1 MW e que foram instaladas em 1927. Além disso, a especialista em hidráulica fornecerá novos geradores, reguladores hidráulicos, além do sistema de automação e os equipamentos auxiliares elétricos. Na usina de St. Martin, a Voith substituirá as suas quatro turbinas Francis horizontais, que vêm operando com uma potência total de 2,53 MW desde 1932, para instalar uma turbina Kaplan vertical com sete pás e 3 MW de potência e uma turbina Francis horizontal de 600 kW. Além das turbinas, a Voith também fornecerá os geradores, reguladores hidráulicos, o sistema de automação e os sistemas auxiliares elétricos // Há exatos 100 anos que a usina hidrelétrica de “Alessandro Volta” está aninhada nas colinas da região italiana do Lácio. Já está na hora de uma modernização – que ficará a cargo da Voith. 6 | report 2/2015 O Presidente da BDI, Ulrich Grillo, a chanceler alemã, Dra. Angela Merkel, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o CEO da Voith e presidente da APA, Hubert Lienhard, na Cúpula Indo-Germânica de Negócios, na Feira de Hannover. Possível parceria HANNOVER No primeiro dia da Feira de Hannover deste ano, foi realizada a Cúpula Indo-Germânica de Negócios, organizada pelo Comitê Ásia-Pacífico do Setor Econômico Alemão (APA), a Associação das Indústrias Indianas (CII) e a Feira de Hannover propriamente dita. O evento reuniu participantes das áreas política e industrial, incluindo a chanceler alemã, Dra. Angela Merkel, o Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, uma delegação de 400 empresas da Índia e o CEO da Voith, Hubert Lienhard, como Presidente da APA. De acordo com Lienhard, o encontro é um sinal importante da disposição de ambos os países de trabalharem juntos economicamente. O presidente da APA afirmou: “A economia alemã está pronta. Quando a Índia cresce, nós crescemos e investimos juntos. Mas as condições precisam ser adequadas. A Índia e o seu novo governo precisam convencer o mundo que agora realmente é possível crescer de forma sustentável.” Não há dúvida de que a conjuntura indiana vive um grande surto: o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB) prevê um crescimento econômico de 7,8% em 2015, e um valor ainda maior para 2016, chegando a 8,2%. O governo também está introduzindo significativas reformas econômicas e estruturais, que contam com o apoio da APA. Dentre elas estão a ampliação da infraestrutura, a redução da burocracia e de barreiras aduaneiras, bem como o combate à corrupção. // Pequeno país, grande desempenho VIANDEN A Voith Hydro ganhou um contrato para a modernização de quatro motores-geradores na usina hidrelétrica reversível de Vianden, em Luxemburgo. O projeto inclui a engenharia, fabricação, entrega e montagem de quatro rotores dos grupos geradores reversíveis horizontais. O objetivo da reforma é garantir a continuidade da operação segura e estável das máquinas altamente versáteis da usina. A usina, localizada na fronteira com a Alemanha, despacha eletricidade diretamente para a rede elétrica alemã, e pode ser utilizada tanto como uma fonte flexível para o armazenamento de energia como para a regulação da rede que será necessária como parte da transição energética alemã. Vianden está entre as maiores usinas hidrelétricas reversíveis da Europa. A usina entrou em operação em 1964, e depois de duas ampliações nesse meio tempo, ela agora dispõe de um gerador com uma potência de 1.495 MVA, uma turbina de 1.290 MW e uma potência de bombeamento total de 1.045 MW. // report 2/2015 | 7 NOTAS Com dois Voith Linear Jets, o catamarã atingiu velocidades superiores a 30 nós. Avante a todo vapor GRÃ-BRETANHA Foi um sucesso a entrada da Voith Turbo no mercado de sistemas de propulsão para embarcações rápidas: em uma operação de teste no mar, o primeiro navio propelido pelo novo Voith Linear Jet superou muito as expectativas de sua proprietária galesa, a Turbine Transfers Ltd. Em operações de teste realizadas em fins de 2014 nas proximidades da costa britânica, perto da Ilha de Wight, o catamarã de serviços de 21 metros de comprimento, equipado com dois Voith 8 | report 2/2015 Linear Jets, alcançou uma velocidade máxima superior a 30 nós – um valor significativamente maior do que o esperado. Uma embarcação praticamente idêntica com propulsão por jato de água atingiu apenas 26,5 nós. O Voith Linear Jet combina as vantagens dos propulsores tradicionais com as vantagens oferecidas por sistemas convencionais de jatos de água. A combinação faz destes acionamentos de baixa manutenção a solução ideal para embarcações com perfis mistos de utilização e velocidades de até 40 nós como, por exemplo, balsas rápidas, iates, embarcações de serviços para o setor offshore, assim como navios-patrulha de guardas costeiras. O catamarã testado recentemente será utilizado para transportar técnicos de serviços para parques eólicos offshore, além de garantir um desembarque seguro dos técnicos nas turbinas eólicas. // NOTAS GRANDES IDEIAS Appleton Don Carpenter, engenheiro de aplicações da Voith Paper em Appleton, nos EUA, ganhou o Prêmio Memorial Jasper Mardon da Associação Técnica de Fabricantes de Papel e Celulose (TAPPI) na América do Norte. Esse foi o reconhecimento pelo melhor artigo técnico do ano no ramo de tecnologia papeleira. O artigo refere-se à qualidade e segurança em soluções de passagem de ponta para máquinas de papel. Carpenter recebeu o prêmio ao final de abril na PaperCon, a maior feira de tecnologia papeleira do mundo, realizada em Atlanta. Don trabalha há mais de 20 anos como engenheiro de aplicações na Voith Paper, sendo responsável por reformas nas seções de prensa, secagem, rebobinadeiras, bem como por projetos de instalações novas, incluindo máquinas completas. // Vencedor do prêmio, Don Carpenter (ao meio), com os dirigentes da TAPPI, Larry Montague (à esquerda) e Chris Luettgen. Bem-vindos a bordo Colaboradores da Voith Turbo e o novo KTX II: Rex Kwak, R. K. Lee e Martin Wawra (a partir da esquerda). Seoul Uma honra para a Voith: Martin Wawra, presidente da Divisão Ferroviária da Voith Turbo para a região da ÁsiaPacífico, foi o único convidado estrangeiro a participar da operação de teste do trem sul-coreano de alta velocidade KTX II. A Voith forneceu transmissões, máscaras frontais, acoplamentos automáticos e eixos cardan para 22 novas composições ferroviárias de dez vagões cada. A operação de teste foi realizada por ocasião da inauguração da nova linha KTX II Honan que, desde 2 de abril deste ano, liga a capital (Seul) ao sudoeste do país. Na operação de teste realizada pela empresa ferroviária estatal Korail, o trem levou apenas uma hora – incluindo duas paradas – para completar o trajeto de cerca de 180 km entre Osong e Sonjung. Especialmente impressionantes foram o conforto e o silêncio a bordo, apesar de sua velocidade máxima de 305 km/h. // report 2/2015 | 9 NOTAS O bom desempenho será remunerado Tudo sob controle: colaborador da Voith na fábrica da Volvo em Zhangjiakou. Shanghai A Volvo fechou um novo contrato com a Voith Industrial Services de Shanghai: até novembro deste ano, a provedora de serviços se responsabilizará pela instalação de equipamentos nas linhas de fabricação de blocos de motores e de cabeçotes de cilindros na fábrica de motores da montadora de automóveis na cidade chinesa de Zhangjiakou. O contrato amplia e aprofunda a longa cooperação entre a Voith e a Volvo na China. A parceria teve início em agosto de 2012, com contratos pontuais na área de gestão técnica da fábrica na unidade de Chengdu. Em outubro de 2014, a Voith também assumiu a manutenção da produção na fábrica de Daqing. E a recompensa pelo extraordinário desempenho dos colaboradores não tardou: no ano passado, a Voith ganhou o Prêmio de Excelência em Qualidade da Volvo. // DESEMPENHO Novos contratos LIMPO na Polônia Zielona Góra/Bolechowo A Voith Industrial Services ganhou dois novos contratos na Polônia. O primeiro foi assinado com a Lumel S.A. Desde 1º de abril, 20 colaboradores da Voith são responsáveis pela manutenção da linha de produção na fábrica de Zielona Góra. O contrato tem uma duração inicial de quatro anos. Além disso, a empresa Solaris Bus & Coach contratou os serviços da Voith por um período de três anos. Onze colaboradores da Voith assumirão as áreas de gestão técnica da fábrica, uma parte da manutenção da produção, bem como a gestão de ferramentas. // 10 | report 2/2015 Ma’anshan Papel de alta qualidade, baixo consumo de energia: esses são os benefícios essenciais das linhas de preparação de massa que a Voith colocou em operação no fabricante de papel Anhui Shanying Indústria de Papel , em Ma’anshan, China. O objetivo da modernização foi o de reduzir o consumo de energia das linhas de produção, além de melhorar a qualidade do papel. Ambas as linhas trabalham com a tecnologia exclusiva da Voith para tratamento de lodo e rejeitos, tais como pedaços de plástico ou de metal. Isto leva a um menor consumo de energia e maior eficiência. O desempenho das linhas de preparação de massa para a PM 5 e PM 6 excedeu as expectativas, e os esforços da Voith e da Shanying certamente estão valendo a pena. A empresa é uma das maiores produtoras de papel ondulado, cartão e caixas da China. // NOTAS Voithianos ajudam o Nepal Muitos voluntários ajudam a embalar as doações: aprendizes da Voith separaram e embalaram as doações para o transporte. HEIDENHEIM/DHADING BESI Depois do intenso terremoto responsável pela gestão de saúde do trabalho da empresa ocorrido em 25 de abril no Nepal, diversos colaboradores da em Heidenheim, e que também está pessoalmente envolvido Voith na Alemanha participaram de uma campanha de ancom a ajuda para uma aldeia de crianças no Nepal. Com o gariação de fundos sob o lema “Voithianos ajudam o Nepal”. objetivo de garantir que as doações chegassem com urgência Os colaboradores pagaram um valor extra pelo almoao local onde as pessoas mais precisam delas, Pawan Dhakal, ço no refeitório de Heidenheim, ou fizeram sua colaboração Gerente de Vendas e Marketing da Voith Hydro Heidenheim, doando cobertores para a campanha. Além disso, foi orgaviajou juntamente com Petra Pachner, esposa de Herwig nizado um concerto beneficente, e em uma partida do time Jantschik, para a região do terremoto. // de segunda divisão 1º FC Heidenheim, foram realizadas doações e leiloados artigos para fãs do clube de futebol. Diversos voluntários trabalharam muito para garantir que as doações e suprimentos chegassem com segurança ao distrito de Dhading, ao nordeste de Catmandu. Os aprendizes também ajudaram: eles separaram e embalaram os medicamentos e os cobertores para o transporte. “Graças à contribuição das pessoas na empresa, pudemos ajudar e doar esperança”, afirmou Herwig Jantschik, colaborador e assistente social da Voith, Ajuda no local: Pawan Dhakal, da Voith Hydro, ajuda a distribuir as doações. report 2/2015 | 11 FOCO ENTREVISTA COM HUBERT LIENHARD Hubert Lienhard, Presidente e CEO da Voith GmbH, faz uma avaliação do primeiro semestre do ano fiscal. Sr. Lienhard, o ano fiscal 2014/2015 está quase chegando ao fim. Como está a empresa atualmente? Como estão os negócios? No fim primeiro semestre, podemos afirmar que a situação da Voith se estabilizou. Infelizmente, ainda está faltando impulso para os nossos mercados, e o desenvolvimento do negócio, como um todo, está contido. Apesar disso, conseguimos aumentar as vendas nos primeiros seis meses do ano fiscal. A entrada de pedidos no semestre ficou abaixo em comparação com o ano anterior. Mas uma notícia especialmente boa é que o resultado operacional está significativamente melhor em comparação com o ano passado. Acima de tudo, isso demonstra uma coisa: Os programas de reestruturação e melhoria no âmbito do Voith 150+ estão começando a se estabelecer e a causar um impacto. Mas os resultados da Voith ainda estão no vermelho? É verdade que o resultado líquido do semestre foi negativo. Mas isso já havia sido planejado, e já havíamos anunciado que seria assim. O motivo para isso é que estamos absorvendo no balanço deste ano todos os custos 12 | report 2/2015 das medidas de reestruturação realizadas na Voith Paper e no âmbito do Voith 150+. Nós sempre dissemos que gostaríamos de fazer as reduções necessárias de forma justa e razoável. Isso custa dinheiro, e podemos vê-lo no balanço. Mas a coisa mais importante é que em termos operacionais, isto é, no dia a dia do negócio, estamos obtendo resultados significativamente positivos. O nosso lucro operacional é significativamente maior em comparação com o ano passado. Isso é importante. Estamos no caminho certo, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Estamos fazendo progresso? O que devemos esperar para os próximos meses? Olhando para o cenário externo: nos próximos meses, nossa tarefa será continuar a estabilizar essa tendência. As receitas das vendas estão aumentaram levemente. Precisamos aproveitar essa tendência e fazer o que estiver ao nosso alcance para continuar aumentando ainda mais os nossos negócios. Os nossos mercados continuam difíceis. Mas é exatamente por isso que, como líderes de mercado em muitos de nossos mercados, precisamos ir até os nossos clientes e lutar por cada contrato. Olhando para dentro: as nossas iniciativas estão começando a funcionar. Vamos continuar com este trabalho com toda a nossa força. Com o Voith 150+, o programa Excellence@Voith chegou à fase decisiva de sua implantação. Vamos trabalhar muito para realizarmos todos os projetos relacionados à reestruturação do Grupo conforme planejado. Quanto mais rápido avançarmos nisso, mais rápido veremos os resultados disso no balanço. Algumas coisas já nos ajudaram no primeiro semestre. Nas Reuniões Regionais de 2015, o senhor já comunicou a direção estratégica rumo à Indústria 4.0. Como estamos avançando com isso, e quais os próximos passos? Estamos trabalhando no assunto. A direção da empresa vem realizando reuniões regulares para tratar exclusivamente do caminho da Voith rumo à era digital. Para isso, não é apenas a velocidade que desempenha um papel fundamental, mas, acima de tudo, o cuidado. Eu vejo nossa empresa no início de uma trajetória. Já temos diversas iniciativas e projetos altamente promissores em andamento em todas FOCO as Divisões do Grupo. Estamos cuidadosamente analisando cada um deles, e os responsáveis estão relatando as suas descobertas para nós. Ao mesmo tempo, estamos pensando: como será o restante do nosso caminho rumo à Internet das Coisas? Temos planos e ideias que deverão ser concretizadas e implementadas nos próximos meses. Atualmente, muita coisa está mudando no Grupo Voith. Em suas próprias palavras, estamos vivendo as maiores mudanças pelas quais a Voith passou nos últimos 30 anos. O que o senhor diria aos colaboradores que estão com o sentimento de que estamos abrindo um número excessivo de frentes de trabalho? Para mim está absolutamente claro que a reestruturação da empresa no âmbito do Voith 150+ é um acontecimento gigantesco. Eu sei que estamos pedindo muito dos Voithianos atualmente. Por outro lado, estou 100% convencido de que estamos fazendo a coisa certa na hora certa. A nossa meta agora é a implementação das medidas de forma concentrada, focada e, acima de tudo, rápida. Cada passo nos traz mais perto do sucesso, e em muitos temas os nossos objetivos já estão ao alcance da vista. Em outros temas, ainda precisaremos avançar mais, mas eu sei que conseguiremos fazer o que nos propusemos a realizar juntos: vamos levar a Voith de volta para uma trilha de crescimento rentável. Os resultados dos últimos meses mostram que as medidas já estão começando a funcionar. Eu estou orgulhoso de nossa equipe, que está suportando tudo isso e ajudando a definir essas mudanças. // Indicadores do balanço semestral de 2014/15 (evolução em relação ao resultado ajustado do ano anterior) Faturamento (+5 %) 2,7 em € milhões Lucro operacional (+12 %) 137 em € milhões Entrada de pedidos (–13 %) 2,4 em € milhões Colaboradores (–1 %) 38.907 report 2/2015 | 13 FOCO Desenvolvimento contínuo: o bem-sucedido conceito do rebocador Voith RAVE Tug, de 2012, retratado aqui realizando um teste no tanque de ensaios, agora também está sendo usado em combinação com um novo tipo de guincho carretel nas mais modernas embarcações do seu tipo. APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES DO AMANHÃ A Voith desenvolve novas técnicas e tecnologias de engenharia desde as suas origens. A empresa seguirá adiante com essa tradição: a Voith voltará às suas raízes, focando-se na área de tecnologia, ciência dos materiais e engenharia, além de se tornar uma pioneira da produção digital do futuro. 14 | report 2/2015 FOCO report 2/2015 | 15 FOCO SEMPRE PENSANDO UM PASSO À FRENTE A quarta Revolução Industrial está apresentando novas responsabilidades e desafios à Voith para o aperfeiçoamento de tecnologias existentes. Os diretores de Tecnologia das divisões Voith Hydro, Voith Paper e Voith Turbo esclarecem como a Voith enfrentará os desafios da digitalização por meio da adaptação de seus modelos de mercados, bem como o papel que a Pesquisa e Desenvolvimento desempenharão nesse esforço. Entrevista com Dr. Norbert Riedel (VH), Frank Opletal (VP) e Dr. Jerry Mackel (VT). Em sua visão, qual o papel que a engenharia e a tecnologia desempenham para a empresa? Dr. Norbert Riedel (NR): A Voith é uma empresa de tecnologia com uma longa tradição de mais de 140 anos. Nós sempre fomos capazes de criar vantagens competitivas e encontrar novas áreas de aplicação por meio de nossos desenvolvimentos tecnológicos. Dr. Jerry Mackel (JM): Pode soar sentimental mas, para mim, a engenharia e a tecnologia são a alma da Voith. Frank Opletal (FO): Eu concordo plenamente com ambos: nossas raízes estão aí, e continuam sendo extremamente importantes tanto hoje como antigamente. Tecnologias eficientes nos permitem agregar valor para os nossos clientes, e assim criar vantagens competitivas. Onde vocês enxergam os maiores potenciais tecnológicos futuros em suas respectivas Divisões? FO: Como atuamos em mercados muito tradicionais, com tecnologias muito maduras, precisamos pensar de 16 | report 2/2015 forma inovadora e aproveitarmos a tendência da digitalização a nosso favor. Concretamente, estamos trabalhando em soluções inteligentes para o futuro, em que os componentes de uma máquina ou sistema podem ser interligados sucessivamente, e assim aumentar a eficiência e produtividade: a isso chamamos de Papermaking 4.0. Com o Papermaking 4.0, estamos nos concentrando em soluções e processos que claramente agregam valor aos nossos clientes, e assim ajudaremos a tornar a indústria papeleira mais competitiva e mais adaptada para o futuro. NR: O produto dos nossos clientes é a eletricidade, e a sua demanda não para de aumentar – quase todas as pessoas têm um celular, uma geladeira ou um computador. Dessa forma, a demanda futura dos nossos clientes continuará a crescer. O ideal seria suprir essa demanda com usinas hidrelétricas, que produz eletricidade renovável e ecoamigável. JM: Como fornecedor de componentes e subsistemas, precisamos ter uma profunda compreensão das aplicações e dos processos dos nossos clientes. É por isso que a Indústria 4.0 é tão importante para nós, porque é aí que estão as interfaces que nos permitirão estabelecer uma conexão com os nossos clientes. Quais os principais focos que vocês estabeleceram em suas divisões? JM: Na Voith Turbo, já estamos trabalhando há um tempo relativamente longo com o aumento da inteligência dos nossos produtos por meio do sensoriamento, o diagnóstico e a telemetria. Veja o DIWA SmartNet, por exemplo: usando redes móveis, o sistema regularmente transmite dados operacionais e de manutenção vindos de transmissões de ônibus a um servidor OPRA central. Os dados são avaliados para a determinação dos intervalos de manutenção. A propósito, a plataforma de software OPRA também é utilizada para a gestão da frota de veículos ferroviários e por operadoras como a Deutsche Bahn. Outro exemplo são os trabalhos que estamos fazendo com soluções “Big Data”, com o objetivo FOCO Entrevista com os diretores de tecnologia das Divisões Voith Hydro, Voith Turbo e Voith Paper: Dr. Norbert Riedel, Dr. Jerry Mackel e Frank Opletal (a partir da esquerda) falam sobre engenharia e tecnologia na Voith, os desafios da digitalização, bem como o papel que as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento desempenham nelas. de facilitar a avaliação automática dos enormes volumes de dados gerados em operações de teste e na operação de variadores de velocidade e de turbotransmissões, além de permitir que nossos clientes adotem estratégias de manutenção baseadas em condições. Eu diria até mesmo que, para a Voith Turbo, a Indústria 4.0 não significa que precisaremos desenvolver um modelo de negócios completamente novo. Trata-se muito mais de aprimorar os nossos principais produtos. Um exemplo: hoje em dia, quase não se vendem mais carros sem ar condicionado. Essa será a mesma relação para nós: no futuro, nós só comercializaremos produtos equipados com muita tecnologia de sensoriamento e diagnósticos, e que também possam ser conectados ao ambiente 4.0 de nossos clientes. No que tange ao desenvolvimento do portfolio dos nossos principais produtos, precisamos aumentar a nossa abrangência tecnológica, além de nos focarmos muito mais em mecatrônica ou transmissões elétricas, por exemplo. FO: Nós queremos tornar a Voith “Precisamos criar as condições certas para a Indústria 4.0, o que significa garantir que nós tenhamos o know-how necessário desde o princípio.” Frank Opletal, Diretor de Tecnologia, Voith Paper Paper ainda mais orientada ao cliente e, como já mencionado, vemos o maior potencial tecnológico na área de Papermaking 4.0. Assim, estamos adotando uma abordagem comum para o tema de Pesquisa e Desenvolvimento, administrando conjuntamente os departamentos de pesquisa de todas as três linhas de negócios da Voith Paper. Além disso, também criamos uma Unidade de Negócios sob a gestão de Matthew Watts. Sob o mote “Big Steel meets Big Data” [bens de capital chegam à Indústria 4.0], conseguiremos modernizar os nossos atuais conceitos de fabricação de papel. O objetivo é focar a criação de valor para os nossos clientes. Vemos um enorme potencial aqui, em uma maior interligação de máquinas, produtos e serviços em redes. Já utilizamos algumas instalações pilotos para aprendermos e desenvolvermos alguns produtos que foram muito bem avaliados por nossos clientes. Os nossos conceitos foram criados para poderem ser adaptados nas máquinas e componentes já instalados nos clientes, a chamada “base instalada”. Vocês também já falaram sobre isso com os clientes? FO: Nós divulgamos essas ideias ao mercado em março, e assim também abordamos os nossos clientes. Existe uma estratégia, e já criamos um cronograma com marcos definidos. report 2/2015 | 17 FOCO “Embora a tecnologia hidrelétrica já exista há mais de 100 anos, ainda há muito espaço para novos desenvolvimentos.” Dr. Norbert Riedel, Diretor de Tecnologia, Voith Hydro Estamos trabalhando sob muita pressão para o desenvolvimento do portfolio. Originalmente, havíamos pensado em aplicações modulares para a base instalada, mas a linha de negócios de novas máquinas com certeza se desenvolverá de forma paralela a isso. Quais os maiores potenciais na Voith Hydro? NR: Embora a tecnologia hidrelétrica já exista há mais de 100 anos, ainda há muito espaço para novos desenvolvimentos. Para isso, eu precisaria explicar uma coisa: antigamente, as usinas hidrelétricas eram concebidas para operar de forma contínua. Assim, com reparos e manutenção, essas máquinas podiam operar de 40 a 80 anos. Contudo, as condições operacionais mudaram muito nos últimos tempos, e as usinas hoje têm de estar preparadas para despachar a sua potência nominal em um intervalo muito menor e de forma muito mais frequente. Hoje temos a oportunidade de oferecermos outros pacotes aos clientes, e isso nos permite criar mais valor para eles. Nesse 18 | report 2/2015 particular, a Indústria 4.0 oferece enorme potencial. Estamos trabalhando para refinarmos os nossos atuais sistemas de monitoramento e de diagnósticos para que as máquinas só sejam submetidas a manutenções quando necessário, e quando isso se encaixar no conceito operacional do cliente. Atualmente, já temos conexões online com algumas usinas, e estamos conversando com outros clientes que também estão interessados nisso. Outro foco é a interligação da fábrica e dos nossos produtos, que nos permitirá saber exatamente onde e em que condição os componentes de uma máquina se encontram. Essa será uma grande vantagem, especialmente para o controle eficaz de obras em localizações remotas. Até que ponto a hidreletricidade é afetada por outras energias renováveis? NR: As energias renováveis têm uma influência muito grande, especialmente em usinas hidrelétricas reversíveis. Originalmente, essas usinas foram construídas para absorverem a carga noturna excedente das usinas de carga de base, e ao longo do dia a água era usada para injetar carga de ponta na rede. Como baterias de energia confiáveis, as usinas hidrelétricas reversíveis assumem um papel importante na transição energética alemã já que, em qualquer hora do dia, elas têm a capacidade de despachar energia em 90 segundos em caso de falta de energia porque um parque eólico precisa ser desligado por motivo de sobrecarga, por exemplo. Ou então em picos de geração solar, a energia excedente pode ser bombeada para o reservatório superior de uma usina reversível para que essa energia possa ser aproveitada posteriormente, ao invés de ser desperdiçada. Caso contrário, seria necessário limitar a geração de energia a partir de um determinado limite. Já as usinas hidrelétricas reversíveis, por outro lado, permitem utilizar essa energia, além de disponibilizar uma mescla balanceada de energia. Vemos outras possibilidades na Voith Hydro, por exemplo, na área de ciência dos materiais, que está sempre evoluindo. FOCO FO: Aproveitando o gancho, gostaria de frisar que, assim como o tema de Papermaking 4.0 que abordamos, a pesquisa de materiais também desempenha um papel importante na Voith Paper. Além disso, temos outros focos de pesquisa e desenvolvimento que estamos aproveitando para os novos desenvolvimentos em curso. Como se dá o processo de novos desenvolvimentos? NR: Na Voith Hydro, temos basicamente dois processos de desenvolvimento ocorrendo em paralelo: o primeiro é o desenvolvimento para projetos específicos, enquanto que o outro trata de inovações. Explicando melhor, no nosso caso, cada projeto tem o seu protótipo, já que a queda, vazão e outros parâmetros são sempre únicos. As inovações que desenvolvemos porque, digamos, surge um novo material no mercado, são mais difíceis de colocar no mercado. Um produto novo, que instalamos pela primeira vez em uma usina hidrelétrica, também constitui um risco na perspectiva do cliente. Para os nossos clientes, as usinas precisam operar sem percalços, não pode haver paradas. É por isso que as inovações têm de passar pelo chamado processo de stage-gate. Esse é um processo claramente estruturado, padronizado e otimizado para o desenvolvimento de inovações e produtos. Nós os lançamos a passos lentos para o mercado ir criando confiança. Quantos colaboradores trabalham com inovação na Voith Hydro? NR: No Brunnenmühle, em Heidenheim, são cerca de 150 profissionais, muitos deles engenheiros formados e cientistas. Ali nós concentramos os projetos especiais e prestamos serviços para o mercado mundial. Além disso, nos EUA, Índia, China e Suécia, por exemplo, operamos unidades menores para cuidar dos mercados locais. Como está organizada a área de Pesquisa e Desenvolvimento da Voith Turbo? JM: O Departamento Central de Tecnologia está sendo atualmente reorganizado para atender aos novos desafios. Até hoje, os desenvolvimentos tecnológicos eram principalmente conduzidos por nossas Unidades de Negócios. No futuro, precisaremos de uma maior colaboração na área de Pesquisa e Desenvolvimento com o objetivo de desenvolvermos nossas competências e explorarmos novas tecnologias nas áreas de tecnologia de regulação, mecatrônica ou transmissões elétricas. O “novo” departamento central de tecnologia desempenhará um papel mais importante nisso. Outro ponto de partida é que nós vamos nos dispor de forma mais global, levando O desenvolvimento de tecnologias na área de usinas hidrelétricas reversíveis desempenha um papel crucial na Voith Hydro. centros de engenharia mais perto dos clientes, como o futuro Centro de Engenharia de Houston, ou os nossos Centros em Hyderabad e Minhang, que queremos continuar desenvolvendo continuamente. Os front offices, isto é, os colegas da linha de frente no contato com os clientes, desempenharão um papel mais importante no processo de inovação, porque são eles que trazem referências importantes sobre o que o cliente deseja e precisa. As expectativas e perspectivas de valor dos nossos clientes precisam ser mais levados em conta: Este é um produto que as pessoas comprariam? Ele cria valor? NR: Além disso, existe o fato de que os mercados e regiões são todos diferentes. É por isso que é importante termos know-how de engenharia local para valer. Queremos ser um parceiro que fale de igual para igual com nossos clientes e que compreenda profundamente as suas necessidades e desafios. É por isso que a Voith Hydro desenvolveu programas locais de treinamento para engenheiros que lhes permite conhecer e dominar a tecnologia Voith. Graças ao estreito relacionamento com esses engenheiros, descobrimos o que os clientes verdadeiramente desejam em seus mercados locais. E frequentemente conseguimos aplicar esse conhecimento de forma lucrativa em outros mercados, também. JM: Na Voith Turbo, já estamos bem encaminhados nessa área, mais ainda há muito potencial a ser desenvolvido. Temos uma unidade de Gestão de Inovação chamada Future Radar [Radar Futuro]. Essa área estuda as novas tendências e tecnologias do mercado, e verifica com quais parceiros podemos colaborar. Assim como na Voith Hydro, nós vimos que só conseguimos obter sucesso quando os nossos colaboradores estão familiarizados com as condições locais dos nossos clientes e mercados. FO: Na Voith Paper, há muito tempo que estamos estabelecidos nas regiões, já que essa sempre foi a nossa report 2/2015 | 19 FOCO Fabricação de papel 4.0: soluções e processos que claramente criam valor para os clientes da Voith. a única forma de atender aos nossos mercados locais. Como ocorre o processo de desenvolvimento tecnológico na Voith Paper? FO: Para nós, o processo é separado em três áreas. Na primeira área, o Gerenciamento de Produtos da Business Line Projects desenvolve componentes baseados em projetos. Na segunda área, os grupos de desenvolvimento das três Business Lines trabalham no desenvolvimento de produtos solicitados pelo mercado em um ciclo relativamente curto em um processo stage-gate estruturado que nós expandimos no Product Management School (uma escola interna da empresa), fazendo com que ele se tornasse um sistema integrado de gestão de ciclo de vida do produto. Já o departamento de New Business & Research trabalha mais no sentido de inovações voltadas para o futuro: essa área trabalha com novos modelos de negócios, métodos de fabricação, materiais e simulações. A equipe tem mais liberdade criativa, e precisa pensar em todas 20 | report 2/2015 as direções para refinar as nossas tecnologias no longo prazo, para que possamos criar valor para os nossos clientes. A isso chamamos de “Blue Sky”, que é uma espécie de fábrica de ideias, em que qualquer ideia sobre um determinado tema pode ser dado de forma livre, independente de elas poderem parecer absurdas à primeira vista. Essas ideias são então canalizadas e organizadas para decidirmos quais delas serão desenvolvidas. Graças à Frank Opletal esclarece sobre a divisão tripartite do Centro de Pesquisas da Voith Paper. FOCO “As expectativas e perspectivas de valor dos nossos clientes precisam ser mais levados em conta.” Dr. Jerry Mackel, Diretor de Tecnologia, Voith Turbo maior digitalização, ampliaremos o nosso Departamento de Simulações, o que significa que também teremos menos operações piloto para teste. As áreas de desenvolvimento das Divisões também têm campos de pesquisa paralelos e, nesse caso, há um intercâmbio entre elas? NR: Com certeza, há campos de pesquisa conjuntos, e para isso basta falar da área de simulação citada por Frank Opletal, e para sermos mais específicos, a área de simulações de fluxo. Essa área existe em todas as três divisões: nas máquinas de papel, na caixa de entrada, na Voith Turbo, na propulsão de embarcações e, para nós, a área de fluxo tem um papel fundamental em todas as áreas. Como essas áreas de aplicação se diferenciam muito em questões específicas como, por exemplo, em relação aos fluidos ou à pressão, a diferença é muito grande para que as pesquisas se realizem de forma conjunta. Entretanto, há muitos anos que estabelecemos o costume de realizarmos intercâmbios regulares de Melhores Práticas entre colegas de campos de pesquisa semelhantes, como da área de simulações. JM: É aí que eu vejo uma das maiores forças da Voith. Quando realizamos isso da forma certa, surgem sinergias muito produtivas entre as Divisões do Grupo. Nós só precisamos nos arriscar mais e pensar um pouco fora da caixa – e a coisa mais difícil, na verdade, é determinar onde começa e termina a nossa caixa. Qual a sua perspectiva para o futuro? JM: Eu acredito que não existam fronteiras muito definidas para o desenvolvimento de tecnologias. A Voith é líder no que se refere à engenharia e tecnologia, mas a concorrência tampouco está parada. Diante da concorrência mundial, a Voith precisa trabalhar intensivamente para tornar-se ainda mais orientada ao cliente e para seguir consistentemente o caminho rumo à era de uma indústria digitalizada. NR: Nós sabemos que oferecemos produtos excelentes. A nossa meta é otimizar ainda mais a forma como executamos os projetos com a nossa tecnologia. FO: Eu assino embaixo de ambas essas afirmações. Em primeiro lugar, precisamos criar as condições certas para a Indústria 4.0, o que significa garantir que nós tenhamos o know-how necessário em software desde o princípio, trazendo programadores para a equipe, por exemplo. Nós concorremos com outras empresas que também estão e estarão participando dessa área. // report 2/2015 | 21 INSIGHT MOBILIDADE PARA O FUTURO A Voith Engineering Services está desenvolvendo um novo VLT, veículo leve sobre trilho, para Taiwan. Até o momento, o percurso, os trilhos e a alimentação de energia da linha estavam somente no campo das ideias. Trazer isso para a realidade representará um grande desafio para os seus projetistas. Projetar um VLT: isso não é nada do outro mundo para a Voith Engineering Services. Em anos recentes, o Centro de Competência para Desenvolvimento de Veículos Ferroviários de Chemnitz desenvolveu uma série de veículos ferroviários para os mercados europeu e asiático, e a empresa está entre os líderes mundiais na área. Mas este último projeto é diferente: um VLT para Nova Taipé, a maior cidade de Taiwan. Detalhe: toda a sua infraestrutura ainda precisa ser construída. “Por enquanto, não há trilhos, pontes ou depósitos. Além disso, ainda é necessário implementar a alimentação de energia e os serviços auxiliares do sistema”, afirma Frank Salzwedel, vice-presidente executivo da área ferroviária da Voith Engineering Services, em Chemnitz. O VLT está sendo especialmente desenvolvido para atender ao mercado e condições locais: com oito quilômetros de extensão, os trilhos da futura “Green Mountain Line” ligarão o centro de Nova Taipé com o bairro de Danhai, em um período de cerca de três anos. A empresa responsável pelo fornecimento dos veículos ferroviários será a Taiwan Rolling Stock Company (TRSC), que contratou a Voith para a realização da engenharia. O plano inclui VLT’s de piso baixo montados em cinco segmentos, com capacidade para operar em ambas as direções e um comprimento total de 34,5 metros. Além disso, eles precisarão atender a um desafio especialmente No computador, eles já estão prontos: o VLT da Voith para Taiwan. 22 | report 2/2015 complicado, como explica Salzwedel: “Os veículos precisarão atravessar cruzamentos onde a instalação de linhas elétricas aéreas ficaria muito complexa. Assim, será necessária a instalação de um sistema de armazenamento de energia que lhes permita percorrer trechos relativamente longos sem contato algum com a linha elétrica. Para construir esse sistema de armazenamento de energia, o peso global terá de ser o menor possível. Além disso, Nova Taipé é muito quente e úmida, e isso precisa ser levado em conta no projeto do sistema de ar condicionado do VLT. Enfim, esses são apenas alguns dos detalhes desse complexo projeto. Como um todo, os engenheiros especialistas ficarão responsáveis pelo conceito e o projeto dos VLT’s, pela supervisão da fase de prototipagem e sua posterior colocação em operação, e por temas de manutenção e segurança. Além disso, darão suporte à TRSC para o planejamento das instalações fabris e o planejamento de fabricação, bem como pela construção de dispositivos para os conjuntos soldados, bem como da integração dos componentes do sistema. Atualmente, a equipe está trabalhando no conceito de engenharia dos VLT’s e na escolha dos fornecedores dos componentes. De acordo com o cronograma do projeto, o primeiro protótipo deverá estar pronto ao final de 2016, enquanto que a fabricação em série deverá ser iniciada em 2017. Os primeiros VLT’s da “Green Mountain Line” deverão entrar em operação em 2018. // INSIGHT APRENDENDO POR MEIO DO DIÁLOGO Qual o grau de satisfação dos clientes com os serviços e produtos da Voith Turbo? E como a empresa poderia se tornar ainda melhor? Essas foram as perguntas feitas pela Divisão do Grupo aos seus parceiros de negócios em uma pesquisa de satisfação de clientes. O foco claro em nossos clientes é um dos principais componentes da estratégia empresarial da Voith. Com o objetivo de aumentar a compreensão das necessidades e desafios de seus clientes, além de avaliar a sua satisfação com os produtos e serviços da empresa, a Voith Turbo vem realizando pesquisas de satisfação com clientes desde 1996. No ano de 2014, cerca de 800 clientes de todas as áreas de negócios e regiões participaram da pesquisa, oferecendo informações detalhadas em reuniões de cerca de uma hora de duração. “Paralelamente às entrevistas com os clientes, também pesquisamos a avaliação dos nossos próprios colegas”, afirma o Dr. Jerry Mackel, responsável pelo estudo na Voith Turbo e que agora dá suporte às unidades de negócios para ajudá-las a transformar os conhecimentos adquiridos em ações concretas. “Isso nos permitiu não apenas descobrir o que é especialmente importante para os nossos clientes, mas também realizar uma comparação entre a visão interna e externa da empresa.” Um fato importante: praticamente todos os clientes classificam a qualidade e o valor dos produtos da Voith como muito altos. Os clientes também valorizam a crescente independência e proximidade física das organizações de vendas regionais ocorrida nos últimos anos, já que elas permitiram reduzir significativamente o tempo de resposta às consultas técnicas feitas pelos clientes. “Nossos clientes confirmaram que a nossa nova organização está tomando o rumo certo. Mas eles também nos mostraram os temas em que ainda podemos melhorar e nos deram A Voith Turbo vem promovendo pesquisas de satisfação regularmente com seus clientes desde 1996. Em 2014, cerca de 800 clientes de todas as áreas de negócios e regiões participaram da pesquisa. sugestões muito valiosas sobre como podemos otimizar a nossa interação com eles”, afirma Mackel. “Nossa meta agora é promover uma cultura de orientação ao cliente na Voith. Por exemplo, gostaríamos de entender as cadeias de suprimentos dos nossos clientes em maior profundidade para podermos encaixá-las melhor em nossos processos. Isso nos permitirá oferecer tempos de entrega feitos sob medida para os clientes – uma vantagem competitiva significativa.” Seja um elogio ou uma crítica, o feedback, como um todo, é uma ferramenta muito importante, já que nos ajuda a realizar o ajuste fino da forma como fazemos negócios e a promover melhorias mensuráveis em áreas específicas. Após a análise e avaliação da pesquisa de satisfação dos clientes, todas as unidades e organizações de vendas da Voith Turbo realizaram Workshops conjuntos no primeiro semestre de 2015 para apresentarem as suas estratégias individuais para a otimização de seu desempenho. As unidades puderam escolher quais medidas seriam mais eficazes para o seu caso específico a partir de uma lista de medidas definidas antecipadamente. “Muitas empresas realizam pesquisas com seus clientes, mas mesmo assim não conseguem realizar as melhorias necessárias. Apesar de todas as diferentes organizações e estruturas de clientes que temos, conseguimos colocar todas as unidades no mesmo barco ao permitir que cada uma definisse as suas próprias soluções”, esclarece Mackel. E prossegue: “Os nossos clientes foram muito abertos, vendo a pesquisa como uma oportunidade para o aperfeiçoamento do relacionamento com eles no futuro. E nós queremos fazer jus a essa confiança por meio da realização de melhorias significativas. No final das contas, as nossas principais metas são o sucesso e a satisfação dos nossos clientes”. Em breve, ficará claro se as medidas implementadas estão nos levando na direção certa: para comprovar se o caminho adotado foi acertado, no ano que vem a Voith Turbo realizará mais uma pesquisa junto aos seus clientes. // report 2/2015 | 23 INSIGHT Voith 150+ Reuniões Deep-Dive encerradas Nas Reuniões Regionais de 2015, cerca de 1.300 gestores foram informados sobre o status atual e os próximos passos do programa de sucesso para todo o grupo, o Voith 150+. Em cinco reuniões Deep-Dive realizadas em abril e maio, foi a vez de os gestores locais das regiões receberem informações específicas às unidades sobre as novas estruturas e processos da iniciativa Excellence@Voith do Voith 150+. Os líderes dos módulos do novo modelo organizacional (Target Operating Model, ou TOMs) das áreas administrativas como RH, Contabilidade, Controladoria, TI, Compras, Marketing, Funções Corporativas e Serviços Gerais visitaram as Regiões da Voith em maio com o objetivo de explicar e debater as novas estruturas e processos organizacionais com os gerentes locais. O lançamento foi realizado em duas reuniões em Heidenheim, uma para a Alemanha e outra para a região da EMEA, seguidas por São Paulo (Brasil) para a região da América do Sul, York (EUA) para a região da América do Norte, e finalmente em Kunshan (China) para a região da Ásia. As reuniões foram utilizadas para reintroduzir os conceitos que os líderes dos módulos elaboraram com os representantes das Divisões do Grupo ao longo dos últimos meses. Na ocasião, foram esclarecidas não só as responsabilidades e fluxos de processo futuros, como também foi apresentado o caminho a ser percorrido por cada um dos módulos e em cada região, para sair do status atual até a futura estrutura organizacional. Também foram discutidas as condições e as ações necessárias para a sua implementação bem-sucedida. Foram respondidas perguntas do tipo “como a empresa que temos hoje precisa se modificar para que os TOMs possam ser implementados com sucesso?”, ou “como podemos reduzir as nossas expectativas, necessidades e, consequentemente, a nossa complexidade?”. A gestão regional aproveitou a oportunidade para compreender melhor a funcionalidade dos módulos para as suas regiões e unidades operacionais. Dessa forma, os gestores responsáveis pelas áreas puderam elaborar um quadro concreto sobre a forma como a cooperação e as interfaces nas áreas administrativas deverão ser organizadas no futuro, 24 | report 2/2015 bem como quais serão as consequências dessas mudanças em sua organização local. Com isso, o foco das reuniões ficou claramente na disposição da estrutura organizacional futura nas diferentes regiões. Com o encerramento das reuniões, foi dado o pontapé para a fase de implementação nas respectivas regiões: foram unificados os cronogramas e as medidas de implementação, que foram comunicadas aos colaboradores das respectivas áreas administrativas nas semanas seguintes. A implementação dos TOMs se dará em dois níveis: no nível das regiões e das Divisões da Voith Hydro, Voith Paper, Voith Turbo e Voith Outros. A Voith Outros abrange os departamentos centrais já existentes, e no futuro também incluirá os Shared Services, que serão agrupados como “Voith Global Business Services“ (GBS), Centers of Competence (CoC) e as estruturas de Business Partners. As medidas de implementação serão cada vez mais consolidadas e levadas adiante por meio de uma maior interconexão de ambos os níveis – Regiões e Divisões do Grupo – no projeto. Agora, resta a parte operacional da implementação: os processos precisam ser modificados ou até mesmo completamente renovados. A criação dos “Voith Global Business Services” desempenha uma função especialmente importante para a implementação dos novos processos com sucesso. Os GBSs são o exemplo mais visível de um ambiente de processos modificado: o tipo de mudanças que eles fomentam será realizado, em menor escala, em cada módulo. As grandes e pequenas mudanças contínuas serão o maior desafio para a Voith nos próximos meses. E o maior objetivo das reestruturações é tornar o grupo, como um todo, mais rápido, eficiente e competitivo. // INSIGHT Voith 150+ Módulo Descrição Voith Global Business Services, Center of Competence e Business Partner – descrição e exemplos dos módulos Voith Global Business Services (GBS) Center of Competence (CoC) Business Partner (BP) Processos/ Atividades Atividades padronizáveis que ocorrem frequentemente e de forma semelhante Assuntos específicos que exigem know -how específico; respostas a questões fundamentais; definição de padrões mundiais para a Voith Aspectos fora das atividades do GBS; pessoas de contato da área funcional para temas específicos e locais Unidade Um GBS para cada região que realiza transações para todas as Divisões do Grupo nas áreas de RH, Contabilidade e Compras No nível do Grupo; equipes juntas em uma unidade Instaladas de forma decentralizada; em estruturas regionais, locais ou por divisões, conforme os módulos Objetivos Padronizar, racionalizar e automatizar processos em todas as Divisões do Grupo; aumentar a qualidade e reduzir os custos dos processos Agrupar especialidades das Divisões do Grupo centralmente, disponibilizando -as para todas as Divisões; muitas vezes de forma indireta, por meio da estrutura de Parceiros de negócios Suporte orientado ao cliente para questões específicas RH Folha de pagamento, manutenção de dados mestres, gestão de tempo, organização de treinamentos Desenvolvimento de colaboradores, compensação e benefícios (remuneração, benefícios adicionais, alocações, questões gerais), informações de RH e gestão de serviços Divisão BP: para temas de RH das divisões; região BP: um gerente de RH para cada região, válido para todas as divisões; BP local: suporte a pessoal no local, parcialmente válido para todas as divisões Compras Gestão de grupos de materiais e compras operacionais de materiais não produtivos (não compõem os produtos finais da Voith, por exemplo, TI, logística, máquinas e equipamentos, serviços) Gestão de grupos de materiais para materiais produtivos nos níveis do Grupo, das Divisões do Grupo, e regionais; desenvolvimento de processos e estratégias, bem como agrupamento de funções de suporte Gerentes de Compras Estratégicas da Divisão (DSP) responsáveis por Compras nas Divisões do Grupo com o apoio dos gestores dos grupos de mercadorias do Grupo Contabilidade Contabilidade geral, balanços contábeis e contabilidade de ativos, contas a pagar e a receber, incluindo auditoria e manutenção de dados mestres nos sistemas das Ous Contabilidade consolidada Grupo (especificação das diretrizes de contabilidade do Grupo), consolidação (elaboração dos balanços contábeis consolidados) Os departamentos técnicos das OUs têm parceiros de contato designados na Contabilidade GBS Controladoria do Grupo, departamento Tributário, Tesouraria, Fábrica de relatórios Controladoria decentralizada das OUs ou linhas de produtos (ex: controle de custos de produtos, planejamento financeiro, análises especiais) Controladoria TI Cinco Service Centers regionais de TI (Voith IT Solutions América do Norte, América do Sul, China, Índia e Europa) Contatos para o cliente para solicitações e projetos; o Parceiro de negócios sugere processos e soluções de TI Marketing Um Service Center regional para funções de apoio (planejado) CoCs globais para as Comunicações de Mercado Global e Corporativa; quatro CoCs regionais para todas as tarefas de comunicação nas regiões Global Business Partner e pessoas de contatos regionais para as comunicações de mercado nos mercados da VP, VH e VT Jurídico, Estratégia, Auditoria Interna, Saúde, Segurança & Meio Ambiente (Padrões, Ferramentas e Certificações globais de HSE) HSE regional: Segurança do trabalho, proteção da saúde e do meio ambiente; assegurar as funções de especialistas; parceiros de contato para autoridades, seguradoras, etc.; gestão de resíduos perigosos Serviços gerais Regional e local: Gestão de demandas e das fontes de suprimentos (Smart Sourcing, Terceirização, Reduce Comfort) report 2/2015 | 25 INSIGHT Voith 150+ PASSO A PASSO: IMPLEMENTAÇÃO DOS GLOBAL BUSINESS SERVICES DA VOITH Em março de 2015, foi dado o pontapé inicial para a implementação dos Service Centers previstos pelo Voith 150+ nas quatro regiões Ásia, América do Norte, América do Sul, e EMEA (Europa, Oriente Médio e África). Como parte das iniciativas do Excellence@Voith, as tarefas administrativas que abrangem todas as Divisões nas áreas de RH, Contabilidade e Compras foram consolidadas, padronizadas e – na medida do possível – automatizadas e agrupadas organizacionalmente em um único local em cada região, nos denominados “Voith Global Business Services” (GBS). Nesta entrevista, Christian Nykiel, gerente de Global Business Services, fala sobre as etapas planejadas de implementação, bem como os desafios para a sua realização. Sr. Nykiel, a sua designação é implementar os GBSs regionais. Como a implementação será organizada, e quais as suas atribuições nessa iniciativa? Christian Nykiel: Nós estamos recorrendo a colaboradores em estruturas parcialmente existentes nas quatro regiões nas unidades de Heidenheim (para a EMEA), Kunshan (Ásia), São Paulo (América do Sul) e York (América do Norte), e agrupando-os nos novos Voith Global Business Services que criamos. Essas estruturas serão organizadas de forma matricial. Em cada região, teremos um gerente disciplinar nessas unidades, que será responsável pelos temas trabalhistas e de negócios, bem como pela gestão de relações com os clientes regionais. Além disso, teremos um gerente funcional mundial para as três áreas de RH, Compras e Contabilidade, o Global Process Owner (GPO). Os três GPOs deverão gerenciar as suas áreas 26 | report 2/2015 globalmente além de suas GBSs regionais. Atualmente, eles já estão trabalhando nessa implementação. A minha responsabilidade é de coordenar e harmonizar os desenvolvimentos nas diferentes regiões e áreas com o objetivo de promover a implementação de forma integrada. A implementação já começou. Quais os passos previstos para ela? Juntamente com os GPOs, estou trabalhando no desenvolvimento de um Catálogo de Serviços para a região da EMEA – uma listagem de todas as atividades e processos de cada departamento que futuramente será assumido pelo GBS. Os processos definidos precisarão ser transferidos da forma mais semelhante possível para as outras três organizações regionais, embora possam ser feitas adaptações devido às leis e às diferenças entre as regiões. Os denominados Activity Maps fixarão todos os processos existentes, Christian Nykiel é o gerente do Global Business Services desde 1º de abril de 2015. Ele está na Voith desde 2011, e seu último cargo foi de Gerente de Processos de Negócios da Voith Turbo. “Os perfis de competência dos colaboradores estão se tornando mais desafiadores, não mais simples.” identificando as interfaces aos futuros GBSs. Com isso, garantiremos que todos os atuais processos também sejam INSIGHT Voith 150+ considerados no futuro, e que nenhuma demanda se perca devido à falta de um parceiro de contato. Para isso, é essencial contarmos com uma cooperação estreita com os departamentos específicos das Unidades Operacionais. No futuro, as unidades operacionais precisarão comprar serviços dos GBSs. Como isso acontecerá? Os Service Catalogues darão origem aos chamados Service Level Agreements para cada processo. Eles estabelecem os acordos contratuais entre o GBS e os clientes internos, e contêm todas as informações sobre os serviços, incluindo: quem faz o quê, até quando, com qual qualidade e a qual preço. Esses parâmetros serão registrados por meio de indicadores mensuráveis, o que nos permitirá realizar o acompanhamento dos serviços e, onde aplicável, identificar os potenciais de melhoria. Esses Service Level Agreements formarão a base de cada contrato. Em que pé está essa implementação? As reuniões Deep Dive realizadas no segundo trimestre de 2015 marcaram o início do processo de implementação. Nesse meio tempo, progredimos de forma variável nas regiões. Na EMEA, por exemplo, o desenvolvimento do Catálogo de Serviços da Contabilidade já avançou bem. Em paralelo, também estamos procurando espaço físico para os escritórios do GBS nas regiões. O ideal seria termos todas as áreas agrupadas em um único edifício, em especial para fortalecer a nova identidade e o espírito de equipe. Na América do Sul, a área de RH já se mudou para a sua área definitiva. A localização das outras funções já foi identificada e está sendo preparada atualmente. Na América do Norte, também já encontramos uma solução, e agora estamos cuidando de sua implementação. Na China, os Global Business Services começarão o seu trabalho brevemente – a equipe já foi nomeada e comunicada. Em Heidenheim, as primeiras mudanças ocorreram antes das férias de verão. O tamanho das organizações regionais deverá variar: em Heidenheim, estamos estimando uma demanda de O que a empresa esperará de seus colaboradores nas diferentes regiões? Outro desafio será a fase inicial, quando os processos ainda fluem de forma irregular. Aqui precisaremos contar com a cooperação e a compreensão de todos os participantes. As Unidades Operacionais também precisarão adequar os seus processos “Nós contamos com uma colaboração construtiva com as Unidades Operacionais.” erca de 180 pessoas, e cada uma c das outras áreas deverá contar com cerca de 70 pessoas. Muitos processos e estruturas serão modificados. Que desafios você vê nessa implementação? Por um lado, a nova estrutura também trará uma mudança cultural. No futuro, os gestores e colaboradores do GBS não pertencerão às Divisões do Grupo; trabalharão para todas elas, e muitas vezes até mesmo atravessando fronteiras. Essa mudança de identidade, no sentido de termos prestadores de serviços com diferentes perfis de qualificação e de responsabilidades, precisará ser acompanhada. Entretanto, a padronização de processos não implica – como muitos temem – numa trivialização das tarefas. Como nós eliminaremos algumas tarefas estruturadas e simples, os colaboradores precisarão ter um maior conhecimento do processo como um todo para poderem classificar as exceções e casos especiais. Com isso, o perfil de responsabilidades se tornará mais rico. Além disso, será necessário solidificar a orientação a serviços na cabeça de todos. Assim, a filosofia do GBS será a de fornecer a qualidade satisfatória ao menor custo possível. e realizar mudanças organizacionais. Isso só ocorrerá quando houver confiança na capacidade funcional do GBS e os serviços forem prestados de forma adequada. Que marcos estão previstos para o futuro? O dia 30 de setembro de 2016 foi estabelecido como a data limite para o GBS. Até essa data, os Service Level Agreeements precisarão estar em funcionamento e as organizações regionais já deverão ter assumido o seu trabalho. Dois ou três anos depois, planejamos realizar uma análise de satisfação de clientes, bem como uma comparação com referências externas. Com isso, queremos identificar os nossos potenciais de melhorias com o objetivo de otimizar ainda mais a nossa eficiência em custos e a nossa orientação ao mercado. No geral, posso afirmar: para que consigamos tornar a Voith uma empresa mais enxuta e eficiente, escolhemos o caminho certo com o GBS. Graças à colaboração positiva e construtiva com as regiões, já pudemos realizar importantes avanços na implementação desta iniciativa. Afinal, é só com a cooperação de todos os envolvidos que conseguiremos implementar novas estruturas. // report 2/2015 | 27 INSIGHT Voith 150+ DESENVOLVENDO NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS Para a Voith, a interligação de máquinas e sistemas traz enormes oportunidades: além de oferecermos novos modelos de negócios, também poderemos aumentar significativamente a produtividade de nossas próprias instalações. Nesta entrevista, Ulrich Begemann, gerente de Novas Tecnologias na Voith, esclarece o significado do termo Indústria 4.0 para nós, bem como os próximos passos a serem seguidos. Sr. Begemann, estamos vendo o termo Indústria 4.0 em todos os lugares, mas o que isso realmente significa? O termo Indústria 4.0 refere-se à quarta Revolução Industrial e representa a transformação mundial de processos produtivos, bem como de produtos e serviços, rumo a unidades inteligentes, parcialmente autônomas, e comunicando-se em tempo real umas com as outras. Essas unidades são interligadas em sistemas. Em termos concretos, como será isso, e qual a diferença dessa para a terceira Revolução Industrial? Hoje em dia, é muito mais simples e acessível realizar a instalação de sensores e processadores de alto desempenho. Isso permite a tomada de decisões significativamente mais complexas e inteligentes diretamente no local em que os eventos ocorrem. A máquina ferramenta, por exemplo, solicita um dispositivo para o próximo produto automaticamente, ou então faz a requisição de uma ferramenta de corte especial no almoxarifado. Ou então, uma transmissão ferroviária em operação em um cliente reconhece a necessidade de se realizarem trabalhos de manutenção e informa a equipe de serviços automaticamente sobre os trabalhos a serem feitos e as peças necessárias. Para a nossa produção, a Indústria 4.0 implica que poderemos fabricar lotes pequenos ou séries pequenas de forma mais eficiente e rápida. Em uma etapa posterior, diversos sistemas poderão ser interligados entre si – o chamado sistema de sistemas – gerando outros potenciais. Um exemplo: hoje em dia, as pás de um gerador eólico podem ser fabricadas de modo a gerar a máxima potência ou então apenas a potência requerida com base em suas medições de vento. No futuro, turbinas eólicas dispostas em fileiras também poderão se comunicar Os cinco passos para a Indústria 4.0 usando o exemplo de uma transmissão automática DIWA com SmartNet: A interligação com outros sistemas (passos 4 e 5) abre novos campos de aplicação e novos modelos de agregação de valor. 1. Transmissão 2. Transmissão inteligente Monitoramento 28 | report 2/2015 3. Transmissão inteligente e interligada Controle INSIGHT Voith 150+ entre si para otimizarem os ângulos de suas pás e assim conseguirem ultrapassar a potência máxima de geração de um parque eólico. A Indústria 4.0 também modificará muito a nossa forma de trabalhar? É claro que, no futuro, continuaremos a desenvolver e fabricar máquinas e equipamentos sofisticados. Esses equipamentos serão equipados com inúmeros sensores, tornando-os inteligentes e interligando-os com outros sistemas, como acontece com o DIWA SmartNet da Voith Turbo. Entretanto, a integração das tecnologias necessárias exige competências novas e muito versáteis. Isso requer uma coordenação entre os ciclos de desenvolvimento de software e de máquinas, além da realização de trabalhos em rede com parceiros externos. A boa notícia é que, por meio da interligação dos novos sistemas com os nossos produtos, poderemos aumentar significativamente o valor que agregamos. As oportunidades para fazer isso são excelentes, já que Voith dispõe de abrangente know-how em diversos setores e tecnologias. Como está a implementação da Indústria 4.0 na Voith? A estratégia do Grupo está sendo desenvolvida. Em primeiro lugar, precisamos nos concentrar no aprendizado e 4. Sistema de produto na definição das oportunidades existentes para a Voith na Indústria 4.0 – nem tudo é relevante para nós. Em segundo lugar, precisamos definir as diretrizes estratégicas do que a Indústria 4.0 é – ou não é – para a Voith; onde vamos investir e onde não. Em terceiro lugar, precisamos desenvolver novos modelos Ulrich Begemann de negócios, bem como seguir avané gerente do departaçando e dar início a novos projetos. mento de Novas Tecnologias da área de Desenvolvimento Corporativo, e coordena o trabalho de implementação da estratégia do Grupo em relação à Indústria 4.0. Pode-se ter a impressão de que outras empresas já estão mais avançadas, e que elas já vêm seguindo uma estratégia que foi estabelecida. Comparativamente, onde a Voith se encontra? Com certeza, existem algumas empresas que já estão comercializando as primeiras aplicações 4.0 de forma agressiva. Também já podemos ver alguns primeiros projetos 4.0 muito interessantes, assim como alguns produtos em utilização. A grande quantidade de dados registrados por esses produtos está sendo analisada, os trabalhos de manutenção estão sendo realizados conforme necessário e, juntamente com o inestimável feedback que recebemos, estamos apresentando estes produtos aos nossos clientes em plataformas desenvolvidas pela Voith. Esse será o caminho que continuaremos a trilhar com determinação e agilidade ao longo dos próximos anos. // 5. Sistema de sistemas Preços de combustíveis Componentes de ônibus Componentes de ônibus Sistema de gestão inteligente da frota Planejamento de manutenção Informações de rota Otimização Colaboração Autonomia report 2/2015 | 29 NO LOCAL Cartão, papel embalagem ou papel corrugado? A VariFlex da Voith pode trabalhar com praticamente todos os tipos de papel. 30 | report 2/2015 NO LOCAL MÚLTIPLOS TALENTOS PRA VALER A VariFlex da Voith oferece o melhor desempenho para os mais diferentes tipos de papel – e os benefícios de equipar uma máquina com esta tecnologia foram recentemente demonstrados em duas fábricas, na França e na Turquia. Seja cartão grosso, papel jornal ou corrugado: a Variflex, a rebobinadeira totalmente automatizada da Voith, opera com praticamente qualquer tipo de papel. O sistema se baseia na tecnologia de duplo rolo-suporte, e os revestimentos de seus rolos podem ser adequados para operar com diferentes tipos de papel. Isso lhe garante enorme flexibilidade em sua aplicação. E agora a Variflex mais uma vez confirma os seus múltiplos talentos: duas fábricas de papel com equipamentos muito diferentes foram equipadas com essa rebobinadeira por ocasião de reformas realizadas recentemente. Uma aliada de cortes precisos: a rebobinadeira Variflex em ação. O primeiro destaque fica em Izmit, às margens do mar de Marmara. Ali, a fabricante de papel turca Kartonsan produz papel cartão com múltiplas camadas e gramaturas entre 200 e 450 g/m2. Em 2014, foi instalada uma Voith VariFlex com largura de 3,7 metros na máquina de papel cartão BM2. Como a Voith também ficou responsável pelas unidades de acionamento da rebobinadeira e seus componentes estão funcionando em perfeita harmonia, o tempo total entre o start -up e sua aceitação pelo cliente levou apenas três semanas. Um papeleiro francês também optou por uma rebobinadeira VariFlex. A empresa produz papel corrugado com gramaturas entre 70 g/m 2 e 150 g/m2. A fábrica tem uma capacidade anual de produção de 330.000 toneladas de papel. A VariFlex da Voith tem uma largura de sete metros e foi fornecida e montada juntamente com um alimentador com rolos suporte, um desagregador, um sistema de transporte de rolos e suas respectivas unidades de acionamento. Antes da reforma, a fábrica de papel vinha operando com duas rebobinadeiras antigas, e isso prejudicava a competitividade da empresa. Assim, a máquina precisava ser equipada com tecnologia de ponta que lhe permitisse reduzir custos operacionais, além de aumentar a produtividade da fábrica. Ambos os objetivos foram atendidos pela nova rebobinadeira. Graças à solução da Voith, também foi possível aumentar a segurança do trabalho, atualizando o equipamento com o que há de mais moderno no setor. // report 2/2015 | 31 NO LOCAL Um novo cliente para a Voith Industrial Services do Brasil: em sua fábrica de Betim, a montadora de automóveis Fiat contará com a assistência de cerca de 400 colaboradores da Voith para a limpeza técnica de suas linhas de pintura. Competência automotiva convincente Pela primeira vez, a Voith Industrial Services fecha um contrato com a Fiat do Brasil: cerca de 400 colaboradores cuidarão da limpeza técnica de duas linhas de pintura na fábrica da montadora em Betim. A montadora de automóveis Fiat é a maior vendedora de automóveis no Brasil há 12 anos consecutivos. Grande parte desses automóveis da Fiat é montada em sua fábrica de Betim, instalada em 1976 no estado de Minas Gerais, no sudeste do país. Com uma área de mais de 700.000 metros2, a fábrica emprega cerca de 30.000 pessoas dedicadas à produção de cerca de 70 modelos diferentes, e produz uma média de 800.000 veículos por ano. A Voith Industrial Services é agora responsável por ambas as suas linhas de pintura na fábrica de Betim – que devido às suas enormes dimensões, requer uma equipe de cerca de 400 colaboradores, incluindo especialistas e gestores. Desde maio deste ano, cerca de 380 deles vêm se dedicando à linha de pintura existente, em um contrato de limpeza técnica com duração de quatro anos. E desde o início de março, outros 20 colaboradores estão alocados na limpeza geral das novas linhas de pintura, que deverão ser concluídas nos próximos dez meses. No final de 2014, a Fiat fez questão que a Voith Industrial Services participasse das duas licitações para a limpeza das 32 | report 2/2015 linhas de pintura existentes, bem como para a limpeza básica da nova linha de pintura que está sendo construída atualmente. A montadora estava à procura de uma prestadora de serviços de renome que fosse especializada nesse tipo de serviços. Ao assinar os contratos com a Voith Industrial Services, a Fiat optou por uma empresa com liderança mundial nessa área. Apenas no Brasil, cerca de 2.400 colaboradores da Voith estão alocados na Volvo, BMW, Honda, Hyundai, Ford e Mercedes-Benz. Dentre as suas responsabilidades estão a manutenção da produção, limpeza técnica, serviços em instalações, logística interna, automação, gestão energética e fabricação de ferramentas. De fato, são poucos os trabalhos que os especialistas da Voith não dominam com grande competência. E na esteira deste contrato, a equipe ainda poderá assinar outros dois: a Voith está participando da concorrência para a manutenção dos robôs de pintura da fábrica de Betim, assim como pela gestão de resíduos da nova fábrica que a Fiat abriu em 2014, em Goiânia. // NO LOCAL Relações familiares Eric Junior foi coordenador de Field Services na usina hidrelétrica brasileira de Água Vermelha – e o trabalho deste engenheiro da Voith Hydro demonstra a importância do comprometimento pessoal e do know-how técnico para garantir o sucesso de projetos. Às 6h da manhã, como faz todos os dias, Eric Junior senta-se à mesa para tomar café com sua esposa Andreia, e seu filho, Gabriel. É uma rotina muito agradável para a família desse brasileiro. Mais precisamente, para a sua família número um, porque depois do café da manhã, Junior vai ao encontro da sua segunda família. Ele nem mesmo tem parentes ali, mas ainda assim se sente muito responsável por eles: a sua equipe da Voith Hydro. Eric trabalhou como coordenador de Field Services na usina de Água Vermelha, localizada nas proximidades da cidade brasileira de Fernandópolis. Eric Junior (à direita), coordenador de Field Services da Voith Hydro no Brasil, está Esse colaborador, com muitos anos de sempre à disposição da sua equipe. casa, coordena equipes de engenheiros que trabalham em projetos hidrelétricos no campo. Em “A equipe de campo precisa saber que é ouvida e que tem Água Vermelha, foram 170 colaboradores e fornecedores liberdade para dar feedback. Há sempre pessoas querendo que atuavam nas áreas de planejamento, qualidade, segudiscutir algum assunto ou tirar dúvidas, e eu estou aqui para rança do trabalho, site management e serviços técnicos. Eles ouvi-las.” – ressalta Junior. Mas os seus colegas de Fernandópolis nem sempre cuidaram da modernização de geradores e turbinas, bem conversavam tão abertamente com ele. “No início, percebi como dos sistemas auxiliares elétricos e mecânicos. A usina Água Vermelha, localizada no rio Grande, na divisa entre que algumas pessoas ficavam desconfiadas, elas pensavam: os estados de São Paulo e Minas Gerais,está em operação ‘Como alguém tão novo, com poucos cabelos brancos, pode desde 1978 e suas seis unidades geradoras têm uma poassumir o papel de coordenação?”, ele lembra. Agora, Eric tência total de 1.396 MW. ganhou mais alguns fios de cabelo branco, além da conA família número um de Eric gostava desse trabalho: fiança e admiração de sua equipe. “Essa é a base das rela“Morar em Fernandópolis foi muito bom. As pessoas eram ções com os colegas – e com os clientes. Nas atividades de muito solícitas e educadas”, comenta Andreia. Junto com o campo, estamos focados nos objetivos do projeto e no comfilho Gabriel e o cachorro Max, ela acompanha o seu marido promisso de entregar um produto final com a confiabilidade em todos os projetos em que ele trabalha pela Voith. que o nome Voith representa. Estamos sempre atentos para Mas as coisas nem sempre foram fáceis. Em um país identificar corretamente as necessidades de nossos clientes tão grande e multicultural como o Brasil, com seus mais de e oportunidades de desenvolvimento dos nossos produtos, 200 milhões de habitantes e uma área de mais de 8,5 miseja em processos de montagem mais rápidos ou em solulhões de quilômetros quadrados, a família de Eric sempre ções que facilitem a operação e manutenção”. precisa se reajustar às diferentes pessoas e climas do País. Desde 2014, Eric atua como coordenador de Field Como coordenador da Voith na obra, o engenheiro é tanto Services no projeto de Teles Pires. // referência como figura de confiança para seus colaboradores. report 2/2015 | 33 NO LOCAL Os colaboradores da Divisão recentemente fundada Voith África Power, Óleo & Gás (1) estão muito familiarizados com as necessidades especiais do mercado africano. Uma prova disso são os contratos para o fornecimento de componentes para usinas a carvão na África do Sul e para plataformas de petróleo no Atlântico, na costa de Angola (2). Centro de controle da Divisão: a sede da Voith África Power, Óleo & Gás, em Joanesburgo (3). 1 3 2 34 | report 2/2015 NO LOCAL DESDE O MEDITERRÂNEO ATÉ O CABO Perto do cliente: com sua nova divisão de Óleo & Gás, Voith Africa Power, a Voith Turbo atenderá os seus clientes no mercado em crescimento da África. U m elemento central na estratégia de negócios da Voith é a regionalização: é por isso que a empresa continua a fincar raízes em todos os mercados das diferentes regiões e países do mundo. E o objetivo disso é a proximidade do cliente, além da criação de valor local. Assim, a Voith estará em condições de atender aos seus clientes com serviços rápidos e criados sob medida e, consequentemente, às necessidades e demandas dos seus respectivos mercados. A África é um dos mercados mundiais mais promissores da atualidade. Com a sua enorme abundância de recursos naturais em suas costas e em seu subsolo, o continente oferece um enorme potencial de crescimento no longo prazo para as diferentes divisões da Voith. De olho nesse mercado, a Divisão Energia, Óleo & Gás (sigla POG) da Voith Turbo acaba de fundar a Voith Africa Power, integrante da região EMEA. Com a nova unidade, a empresa oferecerá um amplo portfólio de serviços de pós-vendas aos seus clientes dos setores de energia, óleo e gás em toda a região, indo desde a manutenção, passando por reparos e modernizações, até serviços de consultoria para novos projetos. A base do sucesso regional da Voith é a sua excelente reputação, já que a empresa também se estabeleceu na África como líder mundial na fabricação de componentes. Derain Pillay, vice-presidente da Voith África POG, explica a estratégia por trás disso: “A tecnologia e know-how comprovados da Voith constituem a base. Em cima disso, nossos especialistas prestam assistência local aos nossos clientes para a seleção e o comissionamento de componentes de aplicações específicas”, esclarece. “Além disso, eles também podem contar com a nossa parceria para a realização de manutenções preventivas e corretivas em suas instalações. Uma gama de serviços tão abrangente e que agrega tanto valor é algo inédito no mercado africano.” Assim, a intimidade dos colaboradores da Voith com as condições locais é um fator crucial. Isso porque as particularidades físicas e climáticas da África sempre apresentam desafios para pessoas e máquinas, mas a Voith África POG está preparada para isso. A empresa oferece aos seus clientes não apenas as peças de reposição necessárias, mas também engenheiros de serviços treinados, capazes de assisti-los diretamente no reparo ou no recondicionamento de componentes e máquinas. O conceito parece estar funcionando. Derain Pillay afirma que, desde a fundação da Voith África POG, sediada em Witfiet, nas proximidades de Joanesburgo, a unidade vem crescendo significativamente. Entre outros motivos, esse sucesso se deve aos significativos investimentos em pessoal e treinamento. E acrescenta: “A Voith tem orgulho da engenharia avançada, da confiabilidade e da longevidade de seus produtos – características que também convencem outras pessoas de sua qualidade. Com isso, hoje estamos fechando contratos com consultores e empresas distribuidoras de renome para podermos abranger toda a região”. Ele também destaca o fato de a Divisão África POG ter acesso às redes de recursos e know-how espalhadas pelo mundo inteiro da Voith. “Nossa equipe local é um ponto de contato direto e rápido. Para desafios mais complexos, trazemos especialistas internacionais para juntos encontrarmos uma solução”. Segundo Pillay, os principais mercados para o futuro crescimento da Voith no continente são a Argélia, Nigéria, Quênia e Angola. Atualmente, a empresa está fornecendo diversos equipamentos para um navio especial responsável pela extração e armazenamento de petróleo em Angola, além de usinas elétricas e plataformas de petróleo no Quênia. E esta é outra forma de retratar o balanço de contratos assinados até o momento: todas as usinas elétricas mais modernas da África do Sul foram equipadas com componentes da Voith, e há pouco tempo a Divisão África POG assinou um pedido para o projeto de 36 variadores de velocidade do tipo Vorecon, que serão instalados em usinas elétricas movidas a carvão. // report 2/2015 | 35 DESTAQUES DESAGUANDO SEM VAZAMENTO Desta vez, a série sobre tecnologias de base da Voith apresentará a manta de prensa QualiFlex, que contribui significativamente para o desaguamento no processo de fabricação do papel. As ranhuras melhoram a capacidade de desaguamento da manta de prensa Qualiflex. Em geral, uma boa ideia puxa outra: em 1984, a Voith lançou no mercado a primeira prensa de sapata fechada para máquinas de papel, estabelecendo um novo patamar para o desaguamento na fabricação de papel. Essa invenção trouxe consigo o desenvolvimento de outra tecnologia que foi vital para o sucesso das prensas de sapata: a manta de prensa. Em três décadas, a Voith continuou a otimizar a manta de prensa, que há muito tempo é comercializada pelo nome “QualiFlex”. Christoph Kögel, gerente de produto da QualiFlex da Voith Paper, explica o seu funcionamento: “Em primeiro lugar, a manta de prensa faz com que a prensa de sapata se torne um sistema fechado. Ela fica esticada no rolo da prensa de sapata, sendo vedada de dentro para fora para impedir o vazamento de óleo hidráulico, por exemplo, e no entanto é flexível o suficiente para acompanhar a deformação côncavo-convexa ao longo do Nip. Mas mais importante é a contribuição da 36 | report 2/2015 manta de prensa à sua capacidade de desaguamento. Diversas estruturas superficiais ajudam a realizar isso, incluindo ranhuras, ranhuras descontínuas ou padrões de furos cegos, conforme o tipo de papel e de máquina.” Fatores importantes para o desempenho do processo incluem a escolha adequada da estrutura superficial, a sua estabilidade – inclusive sob altas pressões –, a resistência à abrasão do seu material, bem como sua confiabilidade. Apenas quando todos esses critérios são satisfeitos é que a manta contribui para garantir desempenho otimizado ao longo de toda a sua vida útil. Nas primeiras mantas de prensa, a Voith ainda utilizava uma estrutura de tecido recoberta com uma camada de poliuretano (abreviado como PU) em ambos os lados. Mas esse processo tem uma desvantagem: sob as elevadas cargas típicas em uma máquina de papel, as camadas podem se soltar umas das outras, o que pode, no pior cenário, danificar toda a seção de prensas. É por isso que a Voith modificou significativamente a fabricação desse sistema em 1989: um cilindro metálico é revestido com PU líquido, e após o seu endurecimento, a superfície retém uma determinada estrutura, qualquer que seja a sua área de aplicação. Esse novo processo permitiu alcançar a mais alta precisão em sua fabricação, além de segurança operacional. Em 2001, a empresa lançou uma nova geração de PUs com propriedades significativamente melhores, o que não apenas aumentou a confiabilidade da manta de prensa, mas também contribuiu para a redução de seus custos operacionais. Atualmente, o portfólio de produtos Qualiflex inclui mantas de prensa para celulose, tissue, papel cartão, papel embalagem e diversos tipos de papéis gráficos. Desde o início deste ano, os fabricantes de papel agora também podem escolher entre duas linhas de produto: Crest e Crown, o que basicamente se traduz em uma escolha entre o multitalento confiável e sua variante premium de alto desempenho. Christoph Kögel explica o conceito por trás dessa abordagem: “Para alcançar o melhor desempenho, é necessário ter um produto criado sob medida para os desafios específicos de cada aplicação. É como com pneus de automóveis: com um pneu convencional, não dá nem para começar a correr numa pista de corrida, ali é preciso ter pneus lisos; já quando chove, é preciso trocar para pneus de chuva. // DESTAQUES VOITH DEFINE padrões Na Feira de Hannover de 2015, a Voith Turbo apresentou tecnologias de sucesso para diferentes setores e aplicações. E o cerne de todas elas foi a servobomba. Feira de Hannover, a feira industrial mais importante do mundo: no segundo trimestre de cada ano, empresas do mundo inteiro se reúnem para apresentar os destaques do seu portfólio de produtos. Na área de tecnologias hidráulicas e de transmissão, a servobomba de rotação variável dos especialistas da Voith Turbo H + L, de Rutesheim, parou o trânsito. As servobombas são responsáveis pela regulagem de pressão ou vazão em aplicações hidráulicas. Elas convertem a quantidade exata de energia elétrica em hidráulica efetivamente demandada por um sistema. Isso permite substituir, inteira ou parcialmente, a tecnologia clássica, que utiliza válvulas de regulação. A Voith facilita a utilização de sistemas de bombas de rotação variável: o cliente só precisa fornecer os dados dos ciclos da máquina ou do sistema para receber um sistema de bomba pronto para a operação, com todas as pressões necessárias e vazões individuais já pré-definidas. A tecnologia foi criada para a sua aplicação em máquinas-ferramenta, máquinas de plástico, de fundição injetada e prensas que são sujeitas a grandes variações de ciclos de carga durante a sua operação. É exatamente aí que as servobombas mostram ao que vieram: “A servobomba da Voith adequa as vazões e a rotação do motor à demanda efetiva de carga. Isso permite economizar até 70% de energia em comparação com sistemas convencionais, que fornecem uma potência A bomba de engrenagem interna converte energia elétrica em hidráulica. continuamente elevada, até mesmo quando apenas uma fração dessa energia será efetivamente consumida”, afirma Harald Branz, gerente de vendas da Voith Turbo H + L Hydraulic. O sucesso é grande: “Em máquinas injetoras de plástico, por exemplo, a servobomba já se estabeleceu. Nessa área, oferecemos a tecnologia líder de mercado, e temos uma participação de mercado significativa”, afirma Branz. A servobomba permite reduzir os custos totais de operação de um sistema hidráulico em até 35%. E devido à sua operação flexível, o equipamento permite aumentar a produtividade em até 50%. Outros produtos que se beneficiam do servomotor incluem, por exemplo, a servotransmissão CLDP (Closed Loop Differential Pump, ou bomba diferencial de circuito fechado) em aplicações mecânicas e o atuador SelCon, utilizado para a regulação precisa de turbinas, já que os produtos da Voith são acionados por servobombas. Além da economia de energia, a servobomba também permite realizar a aquisição, regulagem e transmissão dos mais variados parâmetros operacionais, como a pressão, aceleração ou temperatura, por exemplo. Para fins de monitoramento de condição, o sistema hidráulico também analisa a eficiência do sistema. Assim, a servobomba apresenta as condições perfeitas para a sua integração a todos os equipamentos e máquinas utilizados na Indústria 4.0. // report 2/2015 | 37 Panorama A metrópole relaxada M , o de Ancara da Voith Turb a su Mert Özenç, em l ve to confortá sente-se mui l. ta na de cida Em seu tempo livre, Mert Özenç, gerente da divisão ferroviária da Voith Turbo Turquia, corre meias maratonas por caridade – mas dedica seu tempo aqui para nos apresentar a sua cidade natal: Ancara. 38 | report 2/2015 erhaba!” dizemos na Turquia – sejam bem-vindos a Ancara, a capital do nosso país e da minha pátria, que eu gostaria de lhes apresentar em mais detalhes. Vale a pena, porque embora Ancara sempre fique um pouco ofuscada por Istambul, esta cidade é um local maravilhoso para se visitar. E, na verdade, não apenas hoje: o primeiro assentamento remonta à Idade do Bronze, os antigos romanos viam a antiga Ancyra como um centro de negócios, da cultura e da arte, e no tempo do Império Otomano, a cidade se encontrava na rota das caravanas destinadas ao oriente. No século XIX, Ancara perdeu parte de sua importância, mas isso mudou depois que Mustafa Kemal Atatürk, o fundador da república turca, escolheu esta cidade como a capital do país. Nas últimas décadas, Ancara se transformou em uma metrópole moderna, com cerca de cinco milhões de habitantes, e que oferece tanto uma vida noturna agitada como lugares históricos e modernos incríveis de se visitar. Como, por exemplo, Anıtkabir, o mausoléu de Atatürk, onde estão expostos os pertences pessoais do chefe de estado, e que oferece ainda um museu sobre a guerra de independência do país. Ou mesmo a fortaleza de Ancara, com seus 978 metros de altura, que foi erigida pelos hititas e foi utilizada até os tempos otomanos. De construção mais recente é a mesquita de Kocatepe, que foi concluída em 1987 e pode ser avistada de praticamente qualquer ponto da cidade. Quando quiser se enturmar com o povo local, visite o Tunalı Hilmi Caddesi, o bulevar de compras localizado no centro de Kavaklıdere, onde os camelôs vendem roscas de gergelim e onde os Çaycı levam chá turco pelas ruas até as lojas. Se quiser, você também poderá usar seu tempo para fazer compras pelos grandes shopping centers. Pessoalmente, contudo, eu prefiro usar o meu tempo livre para encontrar amigos em um bar, ler, passar tempo com a minha família ou praticar esportes. Eu adoro correr meias maratonas. Eu procuro participar do máximo de corridas possíveis para projetos beneficentes, levantando doações. É claro que eu sempre tento melhorar os meus tempos, e para isso treino bastante. Eu costumo treinar corrida em volta do Panorama A mes qu templo ita de Koca tepe é de An c o maio na pa isagem ara, além d r e um da cid m a rc o ade. lago Eymir, que também é um ótimo lugar para se fazer um passeio. E quando tiver fome, posso lhe recomendar um dos incontáveis restaurantes de Ancara. Ali você poderá saborear a verdadeira culinária turca. Ela traz influências das tradições do Império Otomano, dos Bálcãs, do Oriente Médio e do Mediterrâneo, e assim representa a tão conhecida diversidade deste país. Seja um prato saudável com azeite de oliva proveniente do ocidente e do sul, deliciosos Kebabs e Baklavas do oriente, peixe fresco do mar, deliciosos Pides da costa ao norte – é impossível descrever a mágica da cozinha em palavras; só provando pessoalmente. E depois disso, quando você se sentar em um terraço para tomar um café Mokka e lembrar todas as maravilhas do seu dia, então você poderá dizer que chegou para valer em Ancara. Mas tenha cuidado: aquele que um dia se sentir em casa aqui, achará difícil ir embora. // Mert Özenç e três colabo radores no escritório da Voith Tu rbo. o 13º o fica n oith Turb rantes V a d e d tau A unida itos res e há mu . o rt andar – e p eis por agradáv Nossa unidade A unidade da Voith Turbo em Ancara é composta por 17 colaboradores e atende a todas as Divisões do Grupo. Nós fazemos parte da região do Leste Europeu, e a nossa participação de mercado vem melhorando rapidamente a cada ano que passa. Eu trabalho na Voith desde 2009, e antes disso trabalhava no setor aeronáutico. A mudança foi um grande desafio para mim, mas foi também uma das melhores decisões que eu já tomei. Eu comecei na Voith como gerente de Serviços, e depois assumi a área de Vendas. Hoje sou responsável pela Divisão Ferroviária da Voith Turbo na Turquia. Ancara report 2/2015 | 39 Quer saber mais sobre nós? www.voith.com A revista sobre tecnologia para hidrelétricas Edição: Voith GmbH Comunicação Corporativa St. Pöltener Straße 43 89522 Heidenheim, Alemanha www.voith.com Portal de notícias para a indústria papeleira www.voith.de/twogether