Valor Econômico-07.07.09

Transcrição

Valor Econômico-07.07.09
Valor Econômico
07 de julho de 2009
OMC alerta sobre novas barreiras comerciais
GENEBRA - O protecionismo esteve no centro da agenda ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Dirigentes dos principais organismos multilaterais destacaram que novas barreiras comerciais, financeiras e
ambientais ameaçam sobretudo as economias emergentes. A mensagem ao G-8 é clara: é mais do que tempo de
concluir a Rodada Doha para liberalizar e evitar futuras guerras comerciais. No evento, o presidente do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luiz Alberto Moreno, mostrou que as exportações da América Latina
sofrem tanto com a enorme retração da demanda global como com problemas crônicos de infraestrutura e de
instituições. Segundo estudo do BID, o atraso nas alfândegas na América Latina aumenta entre 5% e 15% os
custos de transporte das exportações. O custo médio do frete marítimo da América Latina para os EUA é quase
50% maior que o dos mesmos produtos originários da Europa. Além disso, o impacto de redução de 10% nas
taxas de frete poderia aumentar o volume de comércio em 20 vezes mais do que uma redução similar nas tarifas
dos países importadores. Para completar, a região teria ganhos importantes com harmonização de regras de
origem, de procedimentos aduaneiros e outras facilitações.
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Anfavea revê projeções e agora espera melhor ano da história
06/07/2009
SÃO PAULO - Uma semana após o governo anunciar a prorrogação do IPI reduzido para a indústria
automobilística, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou hoje uma
melhoria de suas projeções de desempenho para 2009, que será o melhor ano da história, segundo a entidade.
Agora, a expectativa é de que as vendas de veículos novos cresçam 6,4% em relação a 2008, com 3 milhões de
unidades comercializadas. Antes, era esperada uma queda de 3,9%, com 2,71 milhões de veículos. Para a
produção, a Anfavea espera agora um declínio de 5,2% ante 2008, para 3,05 milhões de veículos, contra uma
expectativa anterior de queda da ordem de 11,2%. Já para as exportações, atividade mais afetada pela crise
financeira internacional, a nova projeção mostrou uma piora ainda maior no cenário. A expectativa passou de uma
queda de 32% para um tombo de 40%, com 440 mil veículos vendidos. Em valores, o sentimento é de que as
exportações movimentem US$ 7,9 bilhões, uma queda de 43% perante 2008. A projeção anterior era de um
declínio de 39%.
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EUA e Rússia fecham novo acordo para diminuir arsenal nuclear
SÃO PAULO - O presidente americano Barack Obama e o dirigente russo Dmitri Medvedev assinaram nesta
segunda-feira um novo acordo para diminuir o arsenal nuclear. Com o tratado, preliminar, o máximo permitido de
ogivas estratégicas será de 1,5 mil a 1,675 mil. Em 2002, um acordo entre russos e americanos já tinha previsto
um limite de 1,7 mil a 2,2 mil ogivas. Durante a visita de Obama à Rússia, o dirigente americano e Medvedev
aceitaram trabalhar na cooperação contra a proliferação nuclear e recuperar uma comissão bilateral estabelecida
nos anos de 1990 para coordenar a luta contra o terrorismo e o narcotráfico. Os presidentes fecharam ainda uma
cooperação na área de saúde pública e ciência médica. Durante conversa com a imprensa, Obama comentou que o
dirigente russo e ele conversaram sobre a Geórgia e disse que a integridade territorial daquela região deve ser
respeitada.
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G-8 planeja prestar contas sobre eficácia de medidas contra a crise
O G-8, grupo dos sete países mais ricos do mundo (mais a Rússia), deverá anunciar no encontro de cúpula que
começa amanhã na Itália sua "determinação" de implementar todas suas decisões para a recuperação e o
crescimento sustentável da economia mundial. O grupo planeja adotar um amplo mecanismo de "accountability"
(prestação de contas) para monitorar e fazer o balanço em 2010 do progresso das medidas focadas na crise
econômica e financeira e em sua dimensão social. O objetivo com isso é restaurar a confiança nas decisões do G-8
e a credibilidade de seus comunicados. O Valor teve acesso a pontos centrais do documento que está sendo
negociado no grupo formado por EUA, Alemanha, Japão, França, Canadá, Itália, Reino Unido e Rússia. No esboço
do documento, o G-8 se compromete a atuar firmemente para tratar dos "desafios interconectados da crise, pobreza
e mudança climática". Diz que a situação de crise requer ação imediata e visão de seus membros, engajados em
"promover uma economia de abertura, inovadora, sustentável e justa". E isso, reconhece o grupo, requer liderança.
Vitória da oposição ameaça paralisar reformas no México
O partido do presidente do México, Felipe Calderón, sofreu uma derrota mais dura do que se previa nas eleições
parlamentares de domingo. O resultado deixa nas mãos da oposição o destino das reformas econômicas defendidas
pelo presidente. Para alguns analistas, Calderón passa a ser um presidente quase sem poder, três anos antes do fim
do mandato. Segundo projeção baseada em pesquisa de boca-de-urna, o principal partido de oposição, o PRI, terá
até 245 das 500 cadeiras da Câmara dos Deputados, ante as 106 atuais. O PAN, do presidente Calderón (que era o
maior partido da Câmara, embora não tivesse maioria), encolhe de 206 para até 138, segundo Roy Campos, da
consultoria especializada em pesquisas eleitorais Consulta Mitofsky. O esquerdista PRD também deve ter sua
bancada reduzida, de 126 para 72. Os resultados oficiais devem levar dias para serem apresentados. Não houve
eleições para o Senado, onde o PAN tem maioria. Beatriz Paredes, presidente do PRI - que governou o México
durante 71 anos, até ser derrotado em 2000 pelo PAN - disse que seu partido tem um projeto "muito claro" para
atender às necessidades de mudanças econômicas e para oferecer soluções para os efeitos da crise internacional no
país.
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FMI eleva projeções, mas rejeita descolamento
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciará hoje uma revisão, para cima, nas perspectivas para a economia
mundial para o ano que vem, indicando que o fundo do poço já foi superado. Murilo Portugal, vice-diretor do FMI,
disse a jornalistas brasileiros que, para este ano, a estimativa de contração global de 1,3% praticamente não mudou.
Mas, para 2010, a projeção passa de crescimento de 1,9% para mais de 2%, graças à expansão das economias
emergentes. "Temos visto alguns sinais de que a taxa de declínio do produto está diminuindo", afirmou Portugal.
"Os números estão negativos, mas caindo menos. Já houve uma inversão das várias curvas da produção industrial,
de vendas no varejo, de índices de compras do setor manufatureiro e mesmo exportação de mercadorias." As
Nações Unidas preveem contração de 2,6% na economia mundial neste ano, enquanto o FMI aponta queda de
1,3%. A diferença é que a ONU se baseia nas taxas de câmbio de mercado, e o FMI, na paridade de poder de
compra - e nisso os países emergentes têm mais peso, e o resultado é melhor. Para este ano, as taxas para o
crescimento de China e Índia serão melhoradas. Em compensação, os países da Europa apresentam desempenho
pior que o esperado. Quanto ao Brasil, a projeção do FMI era de contração de 1,3%. Portugal não adiantou os
dados do país, indicando apenas que para 2010 serão positivos.
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Golpe em Honduras não vai resistir muito tempo, acredita Amorim
PARIS - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse hoje que o governo interino que
tomou o poder em Honduras não vai resistir à pressão política internacional. "Sem a ajuda econômica do Banco
Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, sem petróleo e com as relações comerciais suspensas
com os Estados Unidos, o regime golpista não vai resistir muito tempo. O resultado disso não se vê em 24 horas,
mas também não deve chegar a um mês, apenas alguns dias ou semanas", afirmou o ministro em entrevista
coletiva na Embaixada do Brasil em Paris. Amorim avalia que "o caminho natural é a volta do presidente Manuel
Zelaya". O chanceler brasileiro afirmou que o golpe ocorrido em Honduras é fora da realidade do mundo atual.
"Não existe mais no mundo lugar para um golpe como esse: chegar de manhã com uma metralhadora na cabeça e
botar o presidente de pijama para fora do país." Ele rejeitou a comparação entre os bloqueios impostos ao
governo interino hondurenho após o golpe e as sanções a que Cuba vem sendo submetida desde a Revolução
Cubana, há 50 anos.
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Carga tributária atinge recorde em 2008, a 35,8% do PIB
BRASÍLIA - O total de impostos e tributos pagos pelos brasileiros em 2008 alcançou o equivalente a 35,80% do
Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 1,034 trilhão. Pelos dados divulgados hoje pela Receita Federal, a carga
tributária bruta registrou uma elevação de 1,08 ponto percentual sobre o apurado em 2007, de 34,72% do PIB
(revisado). Do total, 69,62% foram para os cofres da União, o equivalente a 24,92% do PIB ou R$ 720,134
bilhões. Na carga de 2007, era 70,08% do total. A parcela dos Estados correspondeu a 25,79% do total, o que
significou ligeiro aumento em relação à fatia de 2007, de 25,36%. Os municípios acabaram com 4,60% do total,
praticamente o mesmo da partilha de 2007, de 4,57% do total. O valor nominal do PIB usado pela Receita
Federal em 2008 foi de R$ 2,889 trilhões, ante os R$ 2,597 trilhões de um ano antes.

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