ODM - Relatório de actividades
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ODM - Relatório de actividades
Relatório de actividades 2003 Relatório de actividades O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA História: datas fundamentais A missão da Ordem de Malta As origens da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta – mais conhecida como Ordem de Malta – remonta ao século XI. Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, em 1099 A.D., os Hospitalares administravam o Hospital de São João Baptista, que fora criado por volta do ano 1050 para cuidar dos peregrinos que acorriam à Terra Santa, bem como das populações autóctones cristã, judia e muçulmana. Constituída como Ordem religiosa por uma Bula do Papa Pascoal II de 1113, a Ordem tinha por missão defender os doentes e o território cristão. Actualmente tem uma missão exclusivamente humanitária, porque o seu papel militar acabou com a perda do seu território em 1798. De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de Malta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados. Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no domínio hospitalar, incluindo a assistência sanitária e social, assim como a favor das vítimas de cat*strofes excepcionais e de guerras...» - A Ordem está presente em permanência na maior parte dos países do mundo, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Esta presença foi estabelecida ao longo de nove séculos de história agitada, em que participou nos grandes movimentos de intercâmbio entre a Europa e a bacia do Mediterrâneo e o resto do mundo, alargando assim progressivamente o seu âmbito de acção à maioria das zonas geográficas onde a sua missão caritativa podia ser exercida utilmente. Graças à sua experiência de séculos e ao envolvimento activo dos seus membros nos grandes movimentos da sociedade, a Ordem conseguiu adaptar rapidamente os seus recursos e os seus métodos, com uma modernidade sempre renovada, a fim de conseguir fazer face às necessidades novas e sempre crescentes de assistência médica, de ajuda de urgência e de acção humanitária. Actualmente, a Ordem é uma importante organização profissional, que actua a nível mundial em termos de ajuda humanitária, de cuidados médicos e de medicina de urgência, na sua gestão de hospitais, de centros de cuidados especiais para idosos dependentes, de centros médico-sociais, de recolha e transporte de medicamentos e de formação de socorristas e de pessoal de ambulâncias. 1048: Jerusalém 1530: Malta Fundação dos Hospitalares de São João de Jerusalém, como comunidade monástica, pelo Beato Gerardo. Cavaleiros da Ordem cuidam dos peregrinos, dos doentes e dos pobres, como sempre fizeram. Através da Bula de 1133 do Papa Pascoal II, o Hospital de São João é colocado sob a protecção da Igreja, passando a beneficiar de isenções. Colocada perante a responsabilidade da defesa militar dos doentes e dos territórios cristãos, a Ordem torna-se uma Ordem de Cavalaria, ao mesmo tempo religiosa e militar. Nos sete anos seguintes, a Ordem mantém a sua soberania, mas sem território, situação que prevaleceu até o Imperador Carlos V conceder aos cavaleiros as ilhas de Malta, Gozo e Comino e a cidade de Tripoli, como feudo soberano. Em 26 de Outubro de 1530, a Ordem instala-se na ilha de Malta, com a aprovação do Papa Clemente VII. Durante o Grande Cerco, entre Maio e Setembro de 1565, os cavaleiros derrotam os Otomanos sob o comando do Grão-Mestre Frei de la Valette (que deu o nome à capital de Malta). A armada da Ordem de São João (ou de Malta, como são agora conhecidos) é uma das mais poderosas do Mediterrâneo e contribui para a derrota final dos Otomanos na batalha de Lepanto, em 1571. 1310: Rodes Em 1291, após a queda de São João de Acre, último bastião da Cristandade na Terra Santa, a Ordem é compelida a abandonar a Palestina e instala-se na ilha de Chipre. A Ordem toma posse da ilha de Rodes em 1310, adquirindo assim soberania territorial. Para defender o mundo cristão, a Ordem constitui uma poderosa armada, patrulha os mares orientais e trava muitas batalhas célebres. Governada por um Grão-Mestre, Príncipe Soberano de Rodes, juntamente com um Soberano Conselho, a Ordem cunha a sua própria moeda e estabelece relações diplomáticas com outros Estados. Os cavaleiros da Ordem conseguem repelir com êxito múltiplos ataques dos Otomanos, mas vencidos pelo Sultão Suliman, o Magnífico, com uma poderosa armada e um exército numeroso, são obrigados a capitular em 1 de Janeiro de 1523, abandonando a ilha com honras militares e o reconhecimento da sua bravura pelo Sultão. 1798: Exílio Em 1798, Napoleão Bonaparte, a caminho da sua campanha do Egipto, ocupa Malta. Os cavaleiros não lhe oferecem resistência, devido à Regra da Ordem que os proíbe de combaterem outros cristãos, e são obrigados a abandonar a ilha. Em 1801 Malta é ocupada pelos Ingleses e apesar do reconhecimento dos direitos de soberania da Ordem de Malta consagrados no Tratado de Amiens (1802), a Ordem não consegue voltar a instalar-se na ilha. 1834: Roma Depois de se instalar temporariamente em Messina, Catânia e Ferrara, a Ordem estabelece-se em Roma em 1834, onde possui domínios que gozam de extraterritorialidade: o Grande Magistério, na via Condotti, e a Vila de Malta sobre o Aventino. A partir daqui, a missão original da Ordem, que é servir os pobres e os doentes, tornase de novo a sua actividade principal. Durante as duas Grandes Guerras a Ordem desenvolve actividades hospitalares e caritativas, que são intensificadas sob a direcção do Grão-Mestre Frei Angelo de Mojana (1962-1988) e prosseguem actualmente com o seu sucessor, o 78º Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie. Século XXI Graças a uma história de quase nove séculos, a Ordem Soberana de Malta pode orgulhar-se de ser a única sucessora da Ordem Hospitalar de São João de Jerusalém, reconhecida pela Igreja Católica em 1113. A Ordem é simultaneamente uma Ordem religiosa e de cavalaria da Igreja Católica. É a única organização com uma soberania ininterrupta que tem cavaleiros professos, sucessores directos dos seus fundadores. Índice 02 05 07 08 09 Mensagem do Grão-Mestre Espiritualidade em acção Actividades, 2001 e 2002 Últimas notícias Financiamento Actividades humanitárias 13 14 17 17 20 21 21 22 25 27 28 32 34 36 38 40 42 44 46 49 55 56 57 58 61 62 63 64 65 66 Ajuda de urgência Corpo de Urgência da Ordem de Malta Ajuda de urgência no mundo: - Resposta a inundações - Terramotos e furacões - Refugiados e pessoas deslocadas internamente - Missões de manutenção da paz das Nações Unidas - Iraque - Associação Alemã em África Actividades médicas e hospitalares Actividades médicas Distribuição de medicamentos Lepra - Camboja: transformação de vidas Pessoas com deficiência Os voluntários VIH/SIDA: mães e filhos Cuidados paliativos / doença de Alzheimer O Corpo de Ambulâncias da Ordem de Malta Hospitais e centros de saúde Formação e educação Profissionalismo Formação e educação no mundo - Melhorar os níveis de actuação Diplomacia humanitária Diplomacia com uma perspectiva humanitária Iniciativas diplomáticas a favor da ajuda humanitária Nações Unidas - Diplomacia na Ordem: uma visão pessoal Comissão Europeia Governo 68 69 70 72 73 74 75 76 80 83 Composição e funcionamento - Lista de titulares de altos cargos Visitas oficiais do Grão-Mestre - Acordos de cooperação oficiais Relações diplomáticas a nível mundial Embaixadores da Ordem Embaixadores junto da Ordem Publicações seleccionadas Informações para contacto: Grandes-Priorados, Sub-Priorados e Associações Missões diplomáticas Relatório de actividades - 2003 1 Mensagem do Grão-Mestre «...a Ordem promove as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados ...» Estas palavras, que fazem parte da Carta Constitucional da Ordem de Malta, definem a nossa missão no mundo actual. E descrevem igualmente o nosso princípio mais sagrado: agir «sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade», sempre que a nossa ajuda for necessária. A presente edição do Relatório de Actividades Internacionais da Ordem inclui algumas descrições breves, mas eloquentes, da forma como os nossos serviços de ajuda humanitária e de assistência sanitária tentaram aliviar o sofrimento das pessoas afectadas por calamidades e por situações de urgência, provocadas pelo Homem ou pela natureza. O Relatório abrange as actividades durante os anos de 2001 e 2002 e início de 2003, um período em que o mundo sofreu o choque da perda de mais de 3000 vidas inocentes nos ataques terroristas nos Estados Unidos da América, a crise das pessoas deslocadas internamente no Afeganistão e das pessoas afectadas pelo tumulto da guerra no Iraque, bem como noutras regiões do mundo. O Relatório descreve igualmente como os nossos voluntários e o pessoal médico deram resposta às carências humanas mais urgentes - de abrigo, alimentação, água, medicamentos e cuidados básicos imprescindíveis. Estes cuidados foram prestados em muitos países e por razões diversas: na sequência das inundações catastróficas que atingiram 2 grande parte da Europa em 2002, após os terramotos na Europa e na América do Sul e para aliviar o flagelo da fome na África Austral. O aspecto mais significativo e estimulante deste Relatório é que dá uma visão da enorme diversidade do precioso trabalho realizado pelas Associações da Ordem em mais de 110 países. São apresentadas algumas descrições, seleccionadas por países onde a ajuda foi prestada e consoante essa ajuda teve por objectivo atender necessidades humanitárias ou sanitárias. Nenhuma destas actividades teria sido possível sem o empenhamento pessoal e a vontade dos membros e dos voluntários da Ordem, nem sem a generosidade permanente dos seus doadores privados e públicos. Graças aos nossos mais de 80 000 voluntários permanentes, conseguimos prestar os serviços médicos e de socorro que são a nossa principal razão de ser. Estes voluntários, oferecendo generosamente o seu tempo, a sua energia e as suas competências para apoiar as obras da Ordem no sentido de proporcionar uma verdadeira diferença duradoura para milhões de pessoas cujas vidas, de outra forma, seriam consumidas pela pobreza, pela fome, pela doença ou por catástrofes. Os voluntários podem ver-se a prestar assistência na sequência de guerras, inundações, terramotos ou furacões, ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + MENSAGEM DO GRÃO-MESTRE + + + da mesma forma que estão prontos para prestar primeiros socorros e assistência onde haja grandes concentrações de pessoas. A sua dedicação leva-os igualmente a visitar idosos e doentes nos seus domicílios, a fornecer refeições às pessoas que não podem prepará-las, a ensinar primeiros socorros e cuidados básicos de saúde a jovens, a cuidar de crianças desfavorecidas ou a ajudar os sem-abrigo. A expressão «pessoas com deficiência mental ou física» é também muito vasta, porque abrange todas as pessoas com dificuldades físicas ou mentais causadas por doença, fome, desastre ou acidentes de nascença. Estas pessoas, como todos os outros membros da raça humana, têm direito a níveis decentes de alimentação, água, alojamento, afecto e cuidados. As nossas missões hospitalares incluem a luta permanente contra a lepra, não apenas através de ajuda médica e cirúrgica aos doentes, mas também no sentido de ultrapassar o estigma associado a esta terrível doença. Recentemente alargámos as nossas actividades, a fim de incluir o VIH/SIDA, especialmente para impedir a sua passagem de mães para filhos. Ao realizarmos estas actividades em todos estes países, procuramos actuar de acordo com normas que correspondem às melhores práticas disponíveis. Um dos desafios com que a Ordem se defronta na transição para o século XXI consiste em encontrar um mecanismo que incentive a partilha de conhecimentos e de competências entre os nossos membros, voluntários e profissionais, permitindo que a nossa missão numa parte do mundo beneficie da nossa experiência noutros lugares. Para dar resposta a este desafio organizámos no final de 2002 uma conferência em Santa Cruz, na Bolívia, «Conferência das Américas», para debater formas de colaboração que permitam aumentar a eficácia da ajuda humanitária nas Américas. A Conferência sublinhou a importância da unidade entre as Associações para o intercâmbio de informações e de conhecimentos e para aprofundar contactos e a coordenação. Trata-se de um tema que vamos prosseguir, ao mesmo tempo que continuamos a dar resposta às carências dos pobres, dos doentes, dos necessitados e daqueles que não possuem nada. Espero que o presente Relatório permita compreender melhor o trabalho da Ordem de Malta no mundo e o nosso compromisso de prestar ajuda humanitária como parte da nossa missão cristã. Frei Andrew Bertie 78º Grão-Mestre da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de S. João de Jerusalém, de Rodes e de Malta Relatório de actividades - 2003 3 O Grande Comendador, Frei Ludwig Hoffmann von Rumerstein, encontra alguns jovens amigos na visita que fez ao Lar da Ordem para doentes da SIDA, em Mandini, na África do Sul, em Dezembro de 2002, aquando da inauguração de uma nova ala de uma capacidade de 53 camas e de melhoramentos no orfanato contíguo 4 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ESPIRITUALIDADE EM ACÇÃO + + + Espiritualidade em acção O carisma da Ordem Após mil anos de existência, de lutas e de aventuras, por vezes dolorosas, outras vezes não, mas que testemunham sobretudo a sua cristandade e nobreza, o apelo da Ordem, ou o seu carisma, é tão forte no século XXI como era no século X e continua a inspirar-se nas suas origens. O motivo que presidiu à sua fundação como Ordem Hospitalar pelo Beato Gerardo em Jerusalém – «tuitio fidei et obsequium pauperum», ou seja, «protecção da fé e ajuda aos pobres» – continua ainda hoje a ser o seu princípio orientador. É esta a sua história e a sua experiência. Exprime a convicção no princípio: testemunho de fé e serviço aos destituídos de tudo - de saúde, bem-estar, bens materiais, alegria e carência espiritual. É este princípio que continua a inspirar hoje a Ordem e que orienta o seu futuro. Existe uma profunda e misteriosa coincidência com o Evangelista: «Todas as leis e os Profetas estão de acordo em que devemos amar ao Senhor nosso Deus com todo o nosso coração e ao nosso próximo como a nós próprios». Deus e os nossos irmãos e irmãs Fé e caridade Oração e trabalho «tuitio fidei et obsequium pauperum». Este princípio tornou-se a divisa de todo o monasticismo ocidental. A oração e o trabalho são a fé em acção, portadora de bem para todos. Esta combinação inseparável entre a realidade espiritual e material é a base da incarnação de Cristo feito Homem, por nós e pela nossa salvação. O Homem é feito de corpo e alma, de necessidades espirituais e morais, de exigências físicas e materiais. Tem fome de Deus e de pão e exprime este desejo na oração veemente que chega até nós: «Pai nosso, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade assim na Terra como no Céu, o pão nosso de cada dia nos dai hoje e perdoai-nos as nossas ofensas». O Santo Padre, João Paulo II, define o apelo da Ordem desta forma: uma verdadeira riqueza da Igreja, pela sua harmonia evangélica, pelo seu extraordinário poder de síntese entre o céu e a terra, pela sua importância para o presente neste mundo sem religião, que carece enormemente de uma presença importante para cuidar dos marginais da nossa sociedade. A fé e a caridade são sempre as características obrigatórias do testemunho cristão de todos os que trabalham à sombra da cruz branca de oito pontas, símbolo das oito bem-aventuranças, com o espírito de um exército cristão. Pertencer à Ordem é uma honra, mas é também um apelo à acção caritativa, um compromisso real e uma verdadeira vocação. Relatório de actividades - 2003 5 Pessoas deslocadas internamente, Afeganistão: fila para atendimento na clínica da Ordem no norte do país. O material foi doado pelo Grande-Priorado de Lombardia e Venécia 6 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES, 2001 E 2002 + + + Actividades nos anos de 2001 e 2002 O presente Relatório de Actividades resume o trabalho da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de S. João de Jerusalém, de Rodes e de Malta nos anos de 2001 e 2002 nos domínios médico, hospitalar e humanitário. Nestas páginas podem encontrar-se múltiplas demonstrações práticas de como a Ordem alivia o sofrimento humano em todas as suas formas, dando ajuda humanitária, respondendo a situações de urgência e prestando cuidados médicos e paliativos a muitos milhares de pessoas, sem discriminação de raça, religião, filiação política ou idade. O presente Relatório resume o papel especial da Ordem e as suas actividades correntes. Estas são descritas na secção do Relatório relativa às actividades humanitárias, que abrange uma selecção das obras caritativas ou hospitalares da Ordem por todo o mundo em 2001 e 2002. A segunda secção, Governo, explica como a Ordem é administrada e indica as suas actividades oficiais e missões diplomáticas. Termina com uma bibliografia actual e informações para contacto de todas as Associações e organizações da Ordem e das suas representações diplomáticas. O Relatório salienta a estratégia da Ordem de fornecer ajuda duradoura, que tenha em conta não só as necessidades imediatas de curto prazo, mas que permita também às pessoas que estiveram doentes desempenhar um papel activo na sua própria recuperação. Inclui igualmente exemplos do trabalho dos nossos muitos milhares de voluntários permanentes em todo o mundo para atender às necessidades de pessoas com deficiências mentais ou físicas: um aspecto das nossas actividades inscrito nas tradições da Ordem desde a sua criação. Relatório de actividades - 2003 7 Financiamento Os Priorados, as Associações e as Fundações da Ordem financiam as suas actividades médicas, hospitalares e humanitárias através de quotizações e donativos que recebem dos seus membros, de doações e legados e de campanhas de obtenção de fundos realizadas junto de milhares de doadores regulares. Excepcionalmente, em Itália e na Áustria os Grandes-Priorados recuperaram o seu património, que ajuda a financiar as despesas administrativas da Ordem. causa ou um projecto específicos. É o que acontece em especial na Alemanha e na França, onde a Ordem consegue mobilizar centenas de milhares de doadores. A diversificação das fontes de financiamento permite fazer face a situações muito diferentes em termos de urgência e de extensão, assegurando ao mesmo tempo uma independência total em relação aos governos e doadores públicos. Na Europa, contudo, muitos centros de cuidados médicosociais e estabelecimentos hospitalares da Ordem recebem financiamentos importantes dos sistemas nacionais de saúde e segurança social, juntamente com donativos de membros ou de pessoas externas à Ordem e subsídios dos governos e de grandes fundações. O co-financiamento por autoridades públicas, por instituições internacionais ou por grandes fundações implica condições rigorosas de afectação dos fundos, com objectivos claramente definidos a médio e longo prazo, enquanto os donativos dos membros da Ordem e de particulares permitem maior flexibilidade para reagir com rapidez e eficácia a necessidades novas ou diferentes. O financiamento de actividades nos países em desenvolvimento provém de diferentes fontes. De um modo geral é assegurado pelos Priorados e pelas Associações nacionais; mas para projectos de grande dimensão ou que exigem recursos permanentes a longo prazo, as respectivas Associações nacionais solicitam contribuições à União Europeia, às agências especializadas das Nações Unidas ou aos governos nacionais ou recorrem ainda a donativos de fundações internacionais. As contas de todas as Associações e organizações da Ordem e de todos os seus estabelecimentos hospitalares são sujeitas a auditorias regulares efectuadas por revisores de contas externos, de acordo com a prática e a legislação em vigor em cada país. Para além destas inspecções locais, todos estes organismos são igualmente sujeitos ao controlo global do Tribunal de Contas da Ordem de Malta, que tem sede no Grande Magistério, em Roma. Para as operações de ajuda humanitária de urgência são utilizados os mesmos sistemas de financiamento, sendo absolutamente essenciais os donativos solicitados para uma 8 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + FINANCIAMENTO // ÚLTIMAS NOTÍCIAS + + + Últimas notícias Embora o presente Relatório de Actividades abranja o trabalho da Ordem em 2001 e 2002, as suas actividades humanitárias e sanitárias continuam a ter um impacto positivo em todo o mundo. Alguns acontecimentos importantes ocorridos em 2003 e em que a Ordem prestou assistência: Iraque O Corpo de Urgência da Ordem de Malta está a concentrar as suas actividades na recuperação do sistema sanitário do Iraque, organizando medidas de socorro em Bagdade, nas zonas rurais à volta da capital e no norte do país. O Corpo enviou uma equipa de médicos, enfermeiros e paramédicos franceses para Bagdade, enquanto outros membros alemães estão a centrar a sua intervenção em centros de saúde de quatro aldeias do norte do Iraque. Afeganistão A Associação Alemã da Ordem foi escolhida pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para se ocupar do plano de reconstrução de três províncias no Afeganistão. Com um financiamento de cerca de 1,5 milhões de dólares, o trabalho inclui a restauração da rede de abastecimento de água, a reconstrução do sistema viário das aldeias e das estruturas sanitárias, bem como a organização de projectos geradores de receitas. Genebra Foi criado em Genebra o Comité Internacional Hospitalar da Ordem de Malta, que tem por objectivo reforçar as actividades internacionais e promover a identidade colectiva das instituições da Ordem. Sudão Na cidade de Yei, no sul do Sudão, a Associação Alemã da Ordem abriu recentemente uma nova clínica para pessoas ataca- das pela tripanossomíase (doença do sono), uma doença muito espalhada no Sudão. Desde 1997 que a Ordem de Malta presta serviços básicos de saúde a cerca de 300 000 pessoas nesta região, assolada pela guerra civil. A Ordem tem igualmente um centro de saúde em Yei e dirige programas de controlo da tuberculose e da lepra neste país. A doença do sono está a progredir em muitos países africanos. É uma doença mortal se não for tratada. Até agora só foi possível ministrar tratamento médico a menos de dez por cento das pessoas infectadas. República Dem. do Congo A Associação Alemã da Ordem, com apoio financeiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, forneceu medicamentos e vestuário a 17 000 pessoas deslocadas internamente devido aos combates no país. com secções de pediatria e obstetrícia e com um departamento de prevenção do cancro do útero e da mama. Este centro só foi possível graças à Associação e a uma generosa contribuição da Project Hope, uma organização internacional de ajuda técnica e humanitária, sem fins lucrativos. No futuro pretende-se visar a educação e o envolvimento total da comunidade para melhorar a situação sanitária em geral e o desenvolvimento de uma cultura preventiva de cuidados de saúde a nível local. Jordânia Em 29 de Junho de 2003 foram estabelecidas relações diplomáticas plenas entre a Ordem Soberana de Malta e o Reino Hachemita da Jordânia, mediante a assinatura de um protocolo em Amã, aumentando assim para 93 o número de países que têm relações diplomáticas com a Ordem. República Dominicana A Associação Dominicana da Ordem abriu em Junho deste ano um centro clínico na região do Monte da Prata, no nordeste da República Dominicana. Este centro, designado «El Cacique», está equipado para efectuar mais de 200 consultas por dia e prestar serviços médicos às mães e respectivos filhos. Na região leste do país a Associação também administra e financia o Centro Herrera, que presta serviços de ginecologia e de pediatria desde há seis anos. As mães e filhos das zonas periféricas podem agora contar com pessoal médico para urgências, com equipamento moderno para partos, Para mais informações sobre as actividades da Ordem no mundo desde Junho de 2003: www.orderofmalta.org ultimas notícias - ultimas notícias - ultimas notícias -ultimas notícias - ultimas notícias - ultimas notícias - ultimas notícias - ultimas notícias - ultimas notícias Relatório de actividades - 2003 9 O Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie, acompanhado pelo Dr. Adriano Micci, Director clínico do Hospital de São João Baptista, Magliana, Roma, saúda um doente Actividades humanitárias Relatório de actividades - 2003 11 12 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Um jovem doente visita a clínica de cuidados de dia da Ordem no sul do Sudão + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + • Corpo de Urgência da Ordem de Malta • Ajuda de urgência no mundo • Iraque • Associação Alemã em África Ajuda de urgência Uma força unida pelo bem Desde há muito que a Ordem dá algum conforto, ajuda e apoio, quando é mais necessário, às vítimas da fome ou das inundações, aos despojados pela guerra ou por terramotos e às pessoas cujas vidas foram arruinadas por calamidades naturais ou humanas. Fê-lo sempre sem olhar a fronteiras geográficas ou políticas e sem qualquer discriminação com base na raça, religião, género ou idade. Em 2001 e 2002, entre as actividades realizadas, os nossos membros, voluntários e pessoal médico e de enfermagem responderam a pedidos de ajuda de urgência vindos de grupos tão diversos como as pessoas atingidas pelas inundações na Europa Oriental, por furacões na América do Sul e por terramotos em Itália e em El Salvador. Para além de prestar apoio prático imediato em termos de alimentação, alojamento e vestuário, a Ordem tentou igualmente resolver as carências menos imediatas das pessoas atingidas por calamidades, prestando-lhes serviços sociais. Relatório de actividades - 2003 13 Corpo de Urgência da Ordem de Malta Há um factor sempre fundamental quando está em causa a ajuda de urgência: profissionalismo. O Corpo de Urgência da Ordem de Malta (ECOM - Emergency Corps of the Order of Malta) é a organização global da ajuda da Ordem. O Corpo reúne recursos dos Priorados e das Associações nacionais com experiência nesta área e tem capacidade para fornecer ajuda humanitária imediata às vítimas. mais urgentes. Nesse sentido, seis centros de saúde rurais em Mutare foram dotados de medicamentos essenciais para seis meses, ao mesmo tempo que eram recuperadas e reabilitadas, sob a supervisão do Corpo, as instalações de três centros de saúde em Nyangombe e eram também reparados os serviços de abastecimento local de água e electricidade e de saneamento. Auxiliado pelas relações diplomáticas da Ordem em todo o mundo, o papel do ECOM consiste primeiro em avaliar as necessidades mais imediatas das pessoas atingidas por uma situação de calamidade e depois em dar-lhes resposta, tão rápida e eficazmente quanto possível. Para combater o problema da subnutrição, o Corpo recrutou uma enfermeira nutricionista por seis meses, período durante o qual se realizaria um inquérito nutricional nalgumas comunidades seleccionadas. Além disso, foi dada todos os meses a 200 crianças alimentação reforçada e foram fornecidas a seis hospitais refeições suplementares. Tudo isto exige uma rápida mobilização de transportes, equipamento e pessoal, bem como um processamento rápido da documentação necessária para permitir que a ajuda seja entregue às pessoas que dela carecem. Para além da sua acção rápida, o Corpo de Urgência da Ordem de Malta opera segundo as normas internacionais de ajuda humanitária (como o Código de conduta do projecto Sphere). Quando as circunstâncias o exigem, o Corpo mantém o seu apoio durante períodos mais longos. Uma demonstração de como o Corpo tem um impacto positivo no sofrimento humano é o programa de socorro, no montante de 1,1 milhões de euros, desenvolvido na África Austral desde Dezembro de 2002. A primeira resposta do ECOM consistiu em enviar uma equipa para avaliar as necessidades do sector sanitário nas zonas rurais de Mutare e Bulawayo. Em colaboração com agências governamentais em Harare, a equipa identificou uma grave falta de medicamentos como uma das questões 14 A conjugação da seca, das dificuldades económicas e da epidemia de VIH/SIDA deixou metade da população do Zimbabué sem acesso regular a serviços de saúde e a alimentos. Desses seis milhões de pessoas, um milhão enfrentava a perspectiva real de morrer à fome e de doença se a ajuda não chegasse a tempo. Anos sucessivos de seca, colheitas fracas, inundações, instabilidade política e a epidemia de VIH/SIDA criaram potencialidades para uma grande crise alimentar na África Austral. As populações mais em risco são as do Malawi, Zimbabué, Moçambique, Zâmbia, Lesoto e Suazilândia. As estimativas indicam que poderão ser afectadas 13 milhões de pessoas, das quais oito milhões já necessitam com urgência de ajuda alimentar. Em Moçambique, o Corpo de Urgência, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), procedeu a uma avaliação da situação, a fim de preparar uma ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + O nosso Embaixador em Belize, Thomas Carney, entrega donativos de alimentos e vestuário a jovens vítimas do ciclone estratégia de socorro. Foram igualmente estabelecidos contactos com organizações de socorro no Malawi e no Zimbabué e foram elaborados planos para um programa global de ajuda a 90 000 pessoas no Zimbabué, com o apoio financeiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão e em cooperação com as duas dioceses do Zimbabué. O fim de 27 anos de guerra civil em Angola deixou cerca de dois milhões de pessoas dependentes da ajuda alimentar para a sua sobrevivência diária, situação que ainda se verifica em 2003. Além disso, a guerra conduziu a um grande número de pessoas deslocadas internamente e danificou gravemente as infra-estruturas sanitárias do país. Associações nacionais que integram o Corpo de Urgência da Ordem de Malta ou que possuem o estatuto de observador Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Irlanda, Itália, Países Baixos, Reino Unido e Suíça. Observadores: Brasil, Espanha, Hungria, México, Polónia e República Checa. O quadro era por todo o lado idêntico: edifícios destruídos pela guerra ou em ruínas por falta de conservação. Pessoal sanitário inexistente ou mal preparado e pessoas a morrerem inutilmente de doenças curáveis, como a malária, diarreia e infecções respiratórias. Para tornar as coisas ainda mais difíceis para toda a gente - incluindo os profissionais que prestam ajuda - Angola está cheia de minas e muitas das estradas e pontes do país foram danificadas ou destruídas. Eram estas as condições no final de Agosto de 2002, à chegada de uma equipa da Associação Alemã da Ordem para avaliar a situação humanitária na província do Cuando Cubango, no sudeste de Angola, abandonada à sua sorte. Só era possível o acesso a 10% da província por duas estradas principais, ambas num estado lastimável. As minas terrestres estavam disseminadas por todo o lado nas estradas e nos arredores das aldeias. Havia por todo o lado bolsas de subnutrição grave. Relatório de actividades - 2003 15 Intervenções do Corpo de Urgência da Ordem de Malta (ECOM), por tipo e país Inundações: Albânia, Alemanha, Áustria, Belize e República Checa Refugiados/pessoas deslocadas internamente: Afeganistão, Lituânia, Macedónia, República Democrática do Congo e Sudão Terramotos e furacões: Etiópia, El Salvador, Índia, Itália, México e República Democrática do Congo Catástrofes: Rússia e Ucrânia Apoio a missões de manutenção da paz das Nações Unidas: Afeganistão e Iraque Nessa altura havia apenas três médicos para prestar assistência a uma população de cerca de 620 000 pessoas, com equipamento reduzido e poucos medicamentos. Tratava-se claramente de um caso que exigia uma resposta imediata e eficaz. Em colaboração com três parceiros – Caritas Menongue, um grupo de quatro postos sanitários católicos e a Direcção Provincial de Saúde do Cuando Cubango – a Ordem forneceu equipamento de recuperação de urgência e equipamento médico básico para as restantes unidades sanitárias e forneceu medicamentos essenciais para um período de seis meses. Além disso, assegurou a supervisão da utilização racional dos medicamentos e melhorou a gestão de condições como a subnutrição de crianças e doenças transmissíveis entre crianças (infecções respiratórias agudas, diarreia e malária). Para complementar estas actividades essenciais, a Ordem promoveu igualmente o aperfeiçoamento dos cuidados maternos e melhores procedimentos de registo e de elaboração de relatórios nos centros de saúde. Com a sua intervenção na crise da África Austral em 2002, o Corpo de Urgência da Ordem de Malta beneficiou directamente 96 000 pessoas no Zimbabué e 200 000 pessoas em Angola. Enquanto as catástrofes nestes dois países se deveram sobretudo ao Homem, a natureza também provocou, em Agosto de 2002, uma importante situação de urgência na 16 Europa Central, quando fortes cheias inundaram grande parte da República Checa e da Roménia. Também neste caso o ECOM deu resposta imediata para ajudar as populações mais afectadas. Os voluntários criaram um novo armazém do tipo «faça você mesmo» na região de Melnik, a norte de Praga, abastecido gratuitamente de materiais e equipamentos de construção, para permitir que os grupos mais atingidos começassem a reparar as suas casas danificadas. Na Roménia, onde as inundações afectaram cerca de 450 000 pessoas – principalmente em zonas rurais – a Agência de Socorro Romena da Ordem de Malta, um corpo de voluntários com mais de 1000 membros, distribuiu alimentos e outros artigos às famílias carecidas. O ECOM também desempenhou um papel activo na ajuda humanitária na sequência da guerra no Afeganistão. Quando o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) calculou que poderiam ser 500 000 os afegãos a procurarem refúgio na República Islâmica do Irão, o ECOM enviou equipas exploratórias para o Irão para avaliar a situação. As equipas de médicos e de especialistas regionais do Corpo de Urgência trabalharam com o Governo do Irão e com organizações internacionais e locais na elaboração de planos de reacção rápida para oferecer serviços médicos aos refugiados afegãos. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + Ajuda de urgência no mundo A Ordem interveio em muitas situações em todo o mundo para dar resposta a calamidades, das quais as mais recentes foram: RESPOSTA A INUNDAÇÕES Na Albânia, a Ordem entrou em acção nas zonas de Shkoder e de Lezha, na sequência das graves inundações de Outubro de 2002. Para além de fornecer camas e refeições quentes para as vítimas, a Ordem ajudou a reparar as suas casas e enviou uma equipa médica para dar ajuda nos primeiros socorros. Quando em 2002 fortes nevões deixaram isoladas várias comunidades das montanhas no norte da Albânia, os voluntários da Malteser Ndihmon Ne Shqiperi (MNSH) juntaram-se a outros serviços de urgência, fornecendo alimentos e ajuda médica a 100 famílias. O Grande-Priorado Austríaco da Ordem de Malta respondeu às devastações provocadas pelas cheias que inundaram muitas regiões do país em Agosto de 2002 colaborando com a Cruz Vermelha e outras organizações humanitárias para distribuir com urgência às pessoas mais afectadas móveis, vestuário e material para dormirem. Nas sete semanas que se seguiram às inundações, membros voluntários da Ordem dedicaram um total de 20 000 horas a esta operação de ajuda de urgência e percorreram 15 000 quilómetros a transportar não só equipamento, mas também vítimas das inundações que precisavam de tratamento. Quando o furacão Iris passou por Belize em 8 de Outubro de 2001, devastou grande parte da região sul do país, danificando aldeias e destruindo muitos hectares de floresta e de culturas nas terras baixas. As estimativas situam em 3 178 o número de casas destruídas e em 19 880 as pessoas afectadas, enquanto os prejuízos para a agricultura e pesca foram superiores a 55 milhões de dólares. O Director Hospitalar da Associação Hondurenha, Jorge Agurcia, e dois jovens em Belize. A operação de socorro resultou de um esforço combinado dirigido pela Embaixada da Ordem de Malta em Belize, juntamente com as Associações Hondurenha e Americana da Ordem, a organização humanitária AmeriCares, os governos das Honduras e de Belize e as Forças Expedicionárias Britânicas. A AmeriCares organizou uma ponte aérea dos Estados Unidos para o Embaixador da Ordem no Belize, constituída por mais de 4 500 quilos de artigos para socorro de urgência e de material médico, tendas, lonas impermeáveis, cobertores, colchões, ligaduras e solução de ringer com lactato. Relatório de actividades - 2003 17 Verão de 2002: voluntários austríacos ajudam a descarregar víveres para as vítimas das cheias da Europa Central Outros 3 000 quilos de material médico fornecido pela Associação das Honduras da Ordem foram enviados de helicóptero para uma zona preparada em Punta Gorda, de onde foram transportados para 11 aldeias a que não era possível chegar por terra. A distribuição da ajuda de urgência, que também incluiu arroz, feijão, farinha e conservas, foi organizada pela Ordem sob a direcção do Serviço Nacional de Gestão das Urgências de Belize. Inundações catastróficas também atingiram parte da República Checa em 2002. Voluntários e pessoal da Associação Checa da Ordem lançaram um programa de ajuda às famílias afectadas pelas cheias. Esta ajuda incluiu o fornecimento de equipamento de secagem, materiais de construção, coberturas do solo e mobiliário. Com a sua participação, ao lado de outras organizações de ajuda humanitária importantes, no Grupo de Acompanhamento dos Prejuízo das Cheias no país, a Ordem pôde dar um contributo elevado e concreto para a recuperação da situação provocada pelas cheias a centenas de famílias em muitas cidades e vilas checas. Ao mesmo tempo, voluntários e o pessoal médico da recente Maltezska Pomoc P.C.S. prestavam primeiros socorros e cuidados médicos nos centros de evacuação e pontos de reunião das vítimas das cheias. A contribuição de generosas subvenções por parte das Associações Alemã e Suíça da Ordem tornaram possível um projecto de ajuda a 370 famílias na região gravemente afectada de Melnik e no sul da Boémia. Muitos outros donativos financeiros e materiais de particulares e de organizações 18 associadas à Ordem em muitas partes do mundo permitiram à Maltezska Pomoc P.C.S. fornecer mais ajuda, incluindo vacinas contra a hepatite e a substituição do equipamento de uma escola inundada. As piores inundações da Europa há mais de cem anos devastaram igualmente a Alemanha, onde os custos económicos foram calculados em 9,2 mil milhões de euros. Em termos sociais, os custos na Alemanha, como na Europa Central, são incalculáveis. Foram afectadas cerca de 330 000 pessoas, incluindo muitas que foram deslocadas temporariamente das suas casas. A Associação Alemã da Ordem mobilizou neste país mais de 800 voluntários, que trabalharam em 89 equipas diferentes para ajudar na evacuação de pessoas e nos cuidados médicos nas regiões mais afectadas. Os trabalhos de socorro incluíram a instalação de um hospital provisório nos edifícios do aeroporto de Dresden e o fornecimento de alimentação ao pessoal operacional e às pessoas deslocadas por causa das cheias, bem como ajuda para transportar material de urgência. Depois de o nível das inundações ter baixado, 42 voluntários prestaram assistência pastoral e psicológica a muitas das vítimas. O Malteser Hilfsdienst, o corpo sanitário e de primeiros socorros da Associação Alemã, deslocou 1000 voluntários de primeiros socorros para a Saxónia, que instalaram um hospital de campanha em Dresden e forneceram alimentação e apoio social nos três meses seguintes. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + Organização da ajuda às vítimas das inundações na Áustria Outono de 2002: membros e voluntários do Corpo Militar da Associação Italiana trazem alimentos e abrigo para as vítimas do terramoto no sul de Itália Equipas de socorro em situações de calamidade, com formação e experiência na gestão de situações críticas de angústia e síndroma de stress pós-traumáutico, prestaram ajuda às vítimas das cheias em estado de choque, muitas das quais tinham perdido não só a casa, mas também o seu sustento e todos os seus haveres. Noutras zonas da região, a Ordem centrou a atenção no fornecimento de um «conjunto global de serviços» a três pequenas cidades. Bad Schandau, a sul de Dresden, tinha uma indústria turística florescente, mas toda a zona ficou coberta de lama, incluindo os hotéis. Em Prettin, a norte de Dresden, verificou-se um aumento do desemprego devido às inundações nas terras agrícolas circundantes. Em GroßtrebenZwethau, por seu lado, os estragos nas infra-estruturas locais também deixaram um rasto de desemprego. As equipas de socorro da Ordem trabalharam em conjunto com os presidentes das câmaras das três cidades para ajudar os mais necessitados e funcionando como consultores para a restauração dos serviços normais em cada uma das comunidades. A Associação Alemã disponibilizou igualmente um consultor profissional para assessorar cada uma das três cidades quanto aos melhoramentos das suas infra-estruturas que poderão ajudar a criar novos postos de trabalho - um processo que prosseguiu em 2003. Na Áustria, o Grande-Priorado reuniu uma equipa de voluntários para ajudar as dezenas de milhares de pessoas vítimas das inundações, que se dirigiram para sul e para leste a partir de Salzburgo (onde as protecções resistiram, apesar do receio de inundações iminentes), devastando aldeias e cidades, entre as quais Linz, Steyr, Perg e Krems, na Baixa Áustria, onde as águas das cheias estiveram a cinco centímetros de obrigar a suspender o abastecimento de electricidade. «A reacção imediata das autoridades foi solicitar ao Exército que criasse campos de tendas para acomodar as muitas famílias obrigadas a abandonar as suas casas devido à subida das águas», explica um dos muitos voluntários do Corpo de Ambulâncias do Grande-Priorado Austríaco. «Sendo uma das organizações de socorro envolvidas na resposta às cheias, a nossa tarefa inicial foi ajudar as pessoas que tinham sido transferidas para estes acampamentos.» A palavra «temporário» veio a revelar-se importante nas semanas e meses que se seguiram à calamidade inicial. À medida que a ameaça imediata desaparecia, o mesmo acontecia com a oferta de alojamento por parte de amigos e vizinhos, que muitas vezes os deixavam regressar às suas casas danificadas pelas cheias, sem camas para dormir, cadeiras para se sentarem e cozinhas onde cozinhar. Durante um período de sete semanas, cerca de 150 voluntários do Corpo de Ambulâncias trabalharam como equipas gratuitas de mudanças, utilizando todos os tipos de transporte colocados à sua disposição para transportar mobiliário e equipamento de cozinha dos armazéns centrais para as casas das pessoas necessitadas. Mas antes tiveram de construir uma extensão temporária que mais do que duplicou a área das instalações de armazenagem em Krems, na Baixa Áustria, que funcionou como ponto de recolha dos equipamentos em segunda-mão oferecidos pelos cidadãos e dos artigos novos dados por fabricantes. «Foi um trabalho difícil, porque nenhum de nós estava habituado a carregar móveis pesados escada acima, mas muito gratificante, uma vez que os destinatários nos ficaram tão agradecidos pela nossa ajuda», refere o chefe do Corpo de Ambulâncias Austríaco. Relatório de actividades - 2003 19 TERRAMOTOS E FURACÕES A Associação Francesa da Ordem enviou uma equipa de voluntários, com médicos e pessoal de enfermagem e de logística para ajudar as vítimas de um terramoto no nordeste da Índia. A Associação Alemã forneceu outros serviços de ajuda de urgência, que incluíram a distribuição de alimentos, equipamento de cozinha e camas para pessoas deslocadas internamente na República Democrática do Congo, a participação num programa de nutrição de urgência na Etiópia e o fornecimento de alojamentos, alimentos e medicamentos às vítimas do terramoto em El Salvador. Este terramoto também causou danos consideráveis na clínica da Ordem em Santa Tecia. Em resposta a esta calamidade, a Associação da Ordem na Alemanha ofereceu 1 500 casas pré-fabricadas no valor de 700 000 dólares. Foram igualmente construídos uma pequena secção de obstetrícia numa clínica governamental e um jardim infantil para 60 crianças com o apoio financeiro da Alemanha e do Serviço de Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO). Imediatamente a seguir ao terramoto, a Associação Alemã organizou duas clínicas para doentes externos, com capacidade para 20 000 doentes. Durante mais de um ano após o trágico terramoto que matou dezenas de milhares de pessoas em Gujarat, Índia, a Associação Alemã organizou uma série de programas de socorro com o apoio de parceiros locais. Uma zona muito afectada foi a cidade de Ahmedabad, onde foi fornecida ajuda sob forma de alimentos e assistência médica. Em Outubro de 2002, a cidade italiana de San Giuliano di Puglia foi abalada por um terramoto que matou 26 crianças e 3 professores na escola primária local. A Associação Italiana da Ordem organizou um posto de primeiros socorros para cuidar de 1000 pessoas evacuadas. Médicos e enfermeiros prestaram serviços clínicos de urgência e foi também instalado um serviço de cirurgia pediátrica, com profissionais qualificados. Entretanto, alguns voluntários levaram uma série de ambulâncias para Casalnuovo Monterotaro, perto de Foggia, onde o terramoto causou danos graves em 80% das casas. Organizaram um posto de primeiros socorros, uma cozinha de campanha e um serviço de transportes para pessoas com deficiência e idosos. 20 Alguns dos danos causados: uma rua em Casalnuovo Monterotaro, perto de Foggia, sul de Itália A Associação da Ordem no México forneceu ajuda humanitária às vítimas de calamidades naturais, nomeadamente o furacão Isador, que deixou um rasto de destruição atrás de si à medida que passava pelo Golfo do México em Outubro de 2002. Uma tragédia provocada pelo Homem ocorreu na Rússia, onde os terroristas sequestraram uma série de reféns num teatro de Moscovo, em 2002. Os homens das ambulâncias do grupo de socorro da Ordem na cidade prestaram cuidados no local a familiares dos reféns e o supermercado dos Malteser – que normalmente fornece alimentos aos pobres e necessitados no bairro Mitrowskij de Moscovo – foi convertido temporariamente num abrigo, onde os familiares que aguardavam os reféns podiam receber alimentação. Num desastre em que morreram 83 pessoas e 116 ficaram gravemente feridas, após um acidente num festival aéreo na Ucrânia, no Verão de 2002, o Corpo de Ambulâncias local (ou grupo de voluntários) foi apoiado por membros do Malteser Hilfsdienst Alemão, das dioceses alemãs de Münster e de Paderborn. Conseguiram recolher dinheiro suficiente para comprar antibióticos e outros medicamentos de que os hospitais em Lwiw careciam urgentemente. A ajuda de urgência fornecida pelo Reino Unido através da Associação Britânica da Ordem durante o período abrangido pelo presente Relatório de Actividades inclui o fornecimento de aquecedores e de fogões de baixo custo às famílias afectadas pela guerra nos Balcãs, bem como um programa de ajuda de 60 000 libras para o Kosovo, onde o dinheiro foi dividido entre novo equipamento escolar, a colocação de novos telhados nas casas danificadas e a restauração do abastecimento de água e electricidade. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + Pessoas deslocadas internamente no Afeganistão recebem ajuda numa clínica da Ordem para doentes externos REFUGIADOS / APOIO ÀS MISSÕES DE MANUTENÇÃO PESSOAS DESLOCADAS INTERNAMENTE DA PAZ DAS NAÇÕES UNIDAS Desde Março de 2002 que uma equipa médica da Associação Alemã dá assistência médica a milhares de refugiados num campo perto de Heart, no Afeganistão. Com a ajuda de um intérprete, uma parteira e pessoal local, dirigem um hospital para pessoas que foram obrigadas pela guerra e pela seca a abandonar as suas aldeias, nas províncias rurais de Badghis e Ghor. Entretanto, outros membros do pessoal da Associação Alemã avaliavam a possibilidade de um programa de repatriamento global de refugiados afegãos. Este programa centrou-se mais tarde na criação de condições para permitir às famílias do distrito de Moghor regressarem às suas casas e incluiu a construção de escolas e de centros de saúde para as pessoas que regressaram. Na Lituânia, voluntários da Ordem deram apoio a refugiados e prestaram assistência aos filhos de deportados da Sibéria. A Embaixada da Ordem na Macedónia forneceu medicamentos, ligaduras e cobertores aos refugiados durante a crise do Kosovo. As Associações da Ordem na Alemanha e na França forneceram alimentos e equipamentos, que foram distribuídos em conjunto pelo pessoal do Corpo de Urgência da Ordem de Malta. Desde então, a Associação Alemã lançou um programa de criação de rendimento original, que concede crédito sem juros para a criação de novas pequenas empresas. Afeganistão: reabilitação de pessoas deslocadas internamente e de refugiados Desde Agosto de 2002 que equipas médicas da Malteser Hilfsdienst da Associação Alemã são responsáveis, em nome do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, pela assistência médica ao pessoal internacional e local da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, a convite das Nações Unidas. A equipa forneceu o «Medical Start-up Kit» da Malteser - um hospital-tenda para doentes externos, onde são prestados cuidados de saúde básicos e de urgência, desenvolvidos especificamente para as missões de manutenção da paz das Nações Unidas. As equipas médicas estão igualmente a ajudar, em condições locais difíceis, a desenvolver um serviço médico para a polícia afegã em Cabul, que ministre cursos de primeiros socorros e acções de formação. Na sequência da sua vasta experiência na Bósnia, a Malteser Hilfsdienst Alemã foi escolhida pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para assumir a responsabilidade da recuperação de três províncias no Afeganistão e melhorar a reintegração dos refugiados ou das pessoas deslocadas internamente. O projecto inclui a recuperação dos sistemas de abastecimento de água e do sistema viário das aldeias, das instalações de cuidados de saúde e a organização de projectos criadores de rendimento, bem como a criação de workshops. A Malteser Hilfsdienst, de entre as organizações não governamentais (ONG), tornou-se um dos principais contratantes da ACNUR. Relatório de actividades - 2003 21 Iraque À medida que as nuvens da guerra se adensavam no Iraque em 2002 e as forças militares de ambos os lados se preparavam para um potencial conflito, outro grupo muito diferente de profissionais altamente preparados estabelecia planos cuidadosos. No seu quartel-general de Colónia, o pessoal do Corpo de Urgência da Ordem de Malta (ECOM) realizava reuniões para decidir se e como iria prestar ajuda de urgência à população do Iraque e, em especial, aos 700 000 refugiados que as Nações Unidas previam que procurariam refúgio nos países vizinhos. O ECOM, como organização de ajuda de urgência da Ordem, sabia que tinha uma decisão importante a tomar: «Após uma deliberação muito cuidadosa, percebemos sem quaisquer dúvidas que se houvesse uma guerra no Iraque a Ordem de Malta teria de prestar ajuda humanitária à população civil», refere Ingo Radtke, Secretário-Geral do ECOM e Director do Departamento de Ajuda Externa da Associação da Ordem na Alemanha. Sendo uma das principais organizações do Corpo, a divisão executiva da Associação Francesa da Ordem, as Œuvres Hospitalières Françaises da Ordem de Malta (OHFOM), também viriam a estar activamente envolvidas na prestação dessa ajuda, tal como a Associação Alemã. Os kits sanitários chegam ao Iraque As questões a que tinha de ser dada resposta imediata era a indicação dos papéis das duas Associações e saber como – e a partir de que país – seria melhor entrar no Iraque. «Num certo sentido, o nosso planeamento dos cenários espelhava provavelmente o das próprias forças militares, na medida em que precisávamos de avaliar de que recursos dispúnhamos, qual a melhor forma de os deslocar e quais eram as alternativas em termos logísticos», explica Ingo. Na perspectiva dos membros alemães do Corpo de Urgência, era evidente que a Ordem já tinha uma presença no Kuwait, onde a Associação Alemã tinha prestado serviços médicos à missão de observação das Nações Unidas criada para controlar a zona desmilitarizada entre o Iraque e o Kuwait. «Tínhamos uma base logística na cidade do Kuwait e pessoal em Bassorá e Umm Qasr, no lado iraquiano da fronteira, por isso conhecíamos o território e estávamos bem preparados nessa zona», continua Ingo. «Eliminámos a hipótese de entrar no Iraque pelo Irão ou pela Síria, porque não tínhamos nem experiência nem envolvimento em qualquer destes países. Isto reduziu as nossas possibilidades à Turquia – que nos permitiria ficar perto do norte do Iraque, onde a Associação Alemã tinha uma presença efectiva de apoio à população curda – e à Jordânia.» Foi decidido que os membros alemães do Corpo orientariam a sua iniciativa de ajuda humanitária através da Turquia para o norte do Iraque e que os seus homólogos fran- 22 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + Iraquianos vêm buscar comida e medicamentos oferecidos pela Associação Italiana da Ordem ceses entrariam no Iraque pela Jordânia, com o apoio do Embaixador da Ordem no Líbano, e que depois se concentrariam na ajuda humanitária aos cidadãos iraquianos em Bagdade e à volta desta cidade. Foi assim que duas equipas separadas de assessores da Ordem entraram no Iraque antes de quaisquer eventuais hostilidades, para compreender bem a natureza da ajuda que seria mais eficaz e qual a melhor forma de a prestar às pessoas que mais necessitavam. Da Turquia, o Corpo enviou uma equipa que incluía um médico e um profissional de logística com conhecimento prévio do Iraque. Da Jordânia partiu uma equipa de profissionais do Corpo que procedeu a uma avaliação das necessidades em Bagdade. A filosofia do Corpo de Urgência da Ordem de Malta é simples: logo que tenha sido definido um método de acção adequado entre as secções nacionais e o quartel-general em Colónia, cada equipa passa a ser uma unidade autónoma, que reporta ao Centro e ao quartel-general, sendo mantidos contactos regulares entre as diversas partes. À medida que o ano avançava e a probabilidade do conflito ia aumentando, o Corpo encomendou o equipamento de purificação de água e os kits sanitários aos seus fornecedores, a entregar numa base «just in time». Tudo foi reunido no lado turco da fronteira, para estar pronto para avançar imediatamente se a ameaça de guerra se tornasse realidade. Desta forma, a Ordem foi uma das primeiras organizações de ajuda humanitária a entrar no Iraque antes da guerra e a sua presença no país tem-se mantido desde então. Cada uma das duas equipas se responsabilizou por arranjar as suas próprias instalações, por criar ligações com outros parceiros de ajuda humanitária que partilham os mesmos valores e por identificar e dar resposta às necessidades dos cidadãos iraquianos. As primeiras actividades do Corpo de Urgência da Ordem de Malta no Iraque foram no sentido da recuperação do sistema sanitário do país, ficando a Associação Alemã a trabalhar numa série de aldeias no norte do Iraque e a Associação Francesa concentrando os seus esforços em Bagdade e nas zonas rurais dos arredores. «A flexibilidade tem de ser a nossa palavrachave em todas estas actividades», diz o profissional de logística dos serviços de urgência da Ordem, John Freeman. Relatório de actividades - 2003 23 Descarregamento, por uma equipa do ECOM, de materiais para os cidadãos iraquianos «Achámos o povo iraquiano muito acolhedor e disposto a colaborar connosco quando realizámos a nossa avaliação geográfica e demográfica das necessidades em diferentes zonas. «No Norte, por exemplo, identificámos a falta de laboratórios clínicos que ultrapassassem o um nível muito básico, o que tornava difícil para os profissionais de saúde locais diagnosticarem doenças específicas». «Para além de arranjarmos estes laboratórios, conseguimos igualmente que os médicos locais frequentassem um curso de testes laboratoriais, o que aumentou as suas competências, assegurando assim que a ajuda que demos não foi só imediata, mas também sustentável.» A Associação Francesa da Ordem restabeleceu contacto com o Hospital de São Rafael, em Bagdade, dirigido por Irmãs Dominicanas. A Associação Francesa enviou uma equipa de médicos, enfermeiros e pessoal paramédico para Bagdade, 24 juntamente com medicamentos de maior urgência, aparelhos médicos e um gerador. Existem igualmente planos para colocar uma clínica móvel no Iraque, que prestará cuidados de saúde básicos às pessoas que vivem nas aldeias à volta da capital. Tudo isto foi realizado com o máximo profissionalismo e de acordo com normas internacionais. Tal como explica Ingo Radtke do ECOM, a oferta de ajuda humanitária tem agora de preencher os requisitos da norma ISO 9000, ser apoiada por infra-estruturas e procedimentos adequados e, sobretudo, evitar que a ajuda bemintencionada acabe no final por prejudicar. «Lembro-me de estar de serviço num aeroporto da Macedónia em 1999, para onde os doadores estrangeiros tinham enviado dois aviões carregados de arroz - um produto de base que a Macedónia possuía em abundância, por ser o maior exportador de arroz na Europa», refere. «Não faz absolutamente nenhum sentido ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA enviar bens para centenas de quilómetros para ajudar um país quando ali os mesmos produtos podem ser comprados ao virar da esquina. É por isso que nos certificamos sempre, em primeiro lugar, que os mercados locais estão disponíveis ou que podem ser recuperados com a nossa ajuda. + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // AJUDA DE URGÊNCIA + + + Ariwara, África: a Associação Alemã forneceu equipamento para purificar a água de abastecimento local A Associação Alemã em África A Associação Alemã trabalha actualmente em todo o mundo para apoiar mais de 120 projectos. No domínio dos cuidados médicos estes projectos incluem um programa de diagnóstico de VIH/SIDA e de tuberculose no Quénia, ajuda para combater a doença do sono e a tuberculose no Sudão e uma série de programas sanitários dirigidos às mães em Moçambique. Aproximadamente seis milhões de pessoas no Zimbabué (quase metade da população) defrontam-se com a penúria alimentar e com rendimentos e subvenções insuficientes para satisfazerem as suas necessidades alimentares mínimas durante o resto do ano. Até ao final de 2002, a Associação Alemã entregou 62,5 toneladas de víveres ao Hospital St. Anne, em Brunapeg, Zimbabué. Além disso, o hospital rece- beu medicamentos para o tratamento da malária, diarreia, doenças das vias respiratórias e doenças associadas ao VIH/SIDA, bem como injecções, cânulas e pensos e ligaduras. Outras oito toneladas de medicamentos foram levadas para cinco hospitais de missões em Manicaland. No Zimbabué, mais de seis milhões de pessoas – metade da população – estão ameaçadas de morte devido à grave crise de fome. Em Angola, a Associação Alemã lançou um novo projecto para distribuir medicamentos e instrumentos médicos pelos centros de saúde do Estado, postos sanitários da Igreja Católica e agentes sanitários locais na província do Cuando Cubango. O pessoal da Associação supervisionou a recuperação dos centros de saúde, bem como a formação do pessoal local. Angola foi assolada durante 27 anos pela guerra civil em todo o país. Com o final dos combates em Abril de 2002, a dimensão da crise humanitária tornou-se cada vez mais visível neste país. No Cuando Cubango, no sudeste de Angola, há apenas três hospitais e três médicos para assistir mais de 620 000 pessoas. Nesta região, a Associação Alemã empenhou-se na construção de estruturas básicas de cuidados de saúde, na luta contra a subnutrição infantil, em levar serviços de saúde às populações mais vulneráveis e fornecer medicamentos essenciais. A Associação Alemã também está a dar apoio sanitário no Camboja, Vietname, Albânia e Sérvia. Na República Democrática do Congo a Associação dirige 600 postos sanitários no leste do país. Relatório de actividades - 2003 25 26 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Uma pequena doente com lepra, Camboja + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + • • • • • • • • • • Uma perspectiva internacional Actividades médicas Distribuição de medicamentos Lepra Pessoas com deficiência Os voluntários VIH/SIDA Cuidados paliativos A doença de Alzheimer O Corpo de Ambulâncias da Ordem de Malta • Hospitais e centros de saúde Actividades médicas e hospitalares Uma perspectiva internacional A prestação de assistência médica especializada para aliviar as doenças e o sofrimento sempre foi um dos aspectos fundamentais da actividade da Ordem. Estas actividades médicas e hospitalares prosseguiram e alargaram-se em 2001 e 2002. Nestes dois anos assistiu-se à prestação de cuidados de saúde de uma forma activa e sustentável por parte de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio contratado pela Ordem em todo o mundo, concentrando-se especialmente nas zonas onde o acesso a modernos cuidados de saúde profissionais é limitado ou não existe mesmo. A Ordem está encarregada do programa nacional contra a lepra no Camboja e dá assistência a esta luta noutros países, especialmente na Argentina e no Brasil. Recentemente, o CIOMAL (Comité Internacional da Ordem de Malta), uma fundação da Ordem sediada em Genebra, alargou ainda mais os seus programas, a fim de incluir também o tratamento de mulheres grávidas portadoras do VIH, para impedir a infecção entre mãe e filho. Os primeiros programas arrancaram no México e na Argentina. Em várias regiões de África afectadas por conflitos armados, a Ordem assumiu estas instituições por um curto espaço de tempo e recuperou-as ou assessorou-as. Na região dos Grandes Lagos, bem como em Kerala, Índia, a Ordem apoia a criação de serviços básicos de saúde públicos. Um importante contributo, organizado e dirigido pela Associação Francesa, é o sistema de recolha e selecção de medicamentos. Esta importante actividade é aprovada pela Organização Mundial da Saúde. Em muitas ocasiões, a Ordem assumiu, através do Serviço de Socorro alemão, a responsabilidade pelos cuidados médicos das missões de paz das NU (América Central, Kuwait, Timor Leste e Balcãs). Relatório de actividades - 2003 27 Actividades médicas Cuidar dos doentes, dos necessitados e dos pobres tem sido o trabalho principal da Ordem de Malta desde há mais de 900 anos. As actividades que se seguem tipificam o âmbito e a amplitude das actividades médicas gerais da Ordem em todo o mundo. O Grande-Priorado da Ordem na Áustria envia periodicamente carregamentos de alimentos, vestuário, mobiliário e dinheiro para ajudar as pessoas necessitadas na Roménia. Na Albânia, a Ordem colabora com uma organização humanitária não governamental, a Malteser Ndihmon Ne Shqiperi (MNSH), para prestar serviços médico-sociais a grupos vulneráveis nas prefeituras de Shkoder e Lezher. A organização presta igualmente um serviço médico básico a algumas comunidades de montanha muito pobres e que antes não tinham médico, nem farmácia, nem serviço de ambulâncias, nem dinheiro para comprar medicamentos. Como exemplo de ajuda sustentável, os voluntários da Ordem também dão regularmente cursos de formação de primeiros socorros e, juntamente com as Associações nacionais da Ordem em Itália, na Áustria, na Alemanha e na Hungria, organizam periodicamente campos de férias para crianças. Em 2002, a Associação da Ordem na Argentina deu apoio a bebés prematuros em risco. O envolvimento da Associação Australiana no Centro do Mt Sion para Cegos em Goroka, Papuásia-Nova Guiné, incluiu a oferta de instrumentos cirúrgicos, bem como de apoio profissional prestado por uma irmã de Nossa Senhora do Sagrado Coração, que é uma optometrista qualificada e ajudou a formar pessoal local em cuidados da visão e supervisionou a realização de espectáculos abordáveis para os bairros mais pobres da comunidade local. A Associação da Ordem na Bélgica trabalhou em parceria com outras organizações na restauração do Centro Hospitalar Rei Balduíno, localizado na zona mais pobre de Kinshasa. A nível nacional, alguns voluntários ajudam os sem-abrigo 28 em duas residências ‘La Fontaine’, em Bruxelas e Liège. Os projectos em curso dispõem de instalações para higiene de base, serviço de cabeleireiro e controlo sanitário. A organização destes serviços é efectuada por voluntários formados 65 em cada residência - juntamente com o director, a enfermeira e assistentes sociais da residência. Entre Janeiro e Junho de 2003, foram prestados 10 000 destes serviços. Durante mais de 10 anos, uma equipa de jovens voluntários proporcionou três possibilidades de duas semanas de férias em acampamento a crianças que vivem em lares na Bélgica. Crianças abandonadas ou vítimas de violência física ou psicológica têm a possibilidade de passar férias no campo, acompanhadas por jovens formados que lhes proporcionam um ambiente estruturado e afectuoso. Em Setembro de 2001 assistiu-se ao início dos trabalhos de construção de um novo centro para doentes renais na cidade de El Alto (La Paz), Bolívia, com o apoio da Ordem, bem como da Agência de Cooperação Internacional de Espanha, da Associação Espanhola e de uma série de agências de ajuda espanholas. Integrado neste enorme empreendimento, a Associação Boliviana permitiu que uma equipa de médicos e enfermeiros frequentassem um curso de formação em diálise no Paraguai. Outra grande realização da Ordem na Bolívia foi a oferta de equipamento médico sofisticado ao Hospital Arco Íris, que cuida de cerca de 30 000 crianças da rua em La Paz, graças a generosos donativos conseguidos pelo Embaixador William Walsh, pela Associação Ocidental dos EUA e pela Associação Boliviana da Ordem. Com outros donativos ainda para chegar, o montante total oferecido pela Ordem para este objectivo atingirá 1 400 000 dólares. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Ajuda aos sem-abrigo em França; uma clínica para pessoas com deficiência, França Jovens voluntários da Associação de Brasília e do Norte do Brasil ajudaram profissionais de saúde a realizarem testes e vacinas na comunidade local. No sul do país, a Associação de São Paulo e do Sul do Brasil continua a dar apoio médico através do Centro de Saúde de São Paulo da Cruz de Malta. A Associação Canadiana, através do seu programa de ajuda externa, participou num projecto de maternidade segura na Nigéria e apoiou a fundação de um centro médico com 40 camas na Bolívia. Uma série de centros médicos apoiados pela Associação do Chade está a fornecer cuidados à população local, enquanto no Chile membros da Ordem estão a trabalhar com pessoas idosas que foram abandonadas e a prestar cuidados a crianças desfavorecidas e a pessoas dependentes de oxigénio para apoio vital. A Associação Colombiana colaborou, em primeiro lugar, com a Associação Espanhola para criar um abrigo com 70 camas para pessoas obrigadas a abandonarem as suas casas em zonas rurais da Colômbia para procurarem assistência médica especializada na cidade e, em segundo lugar, com a Fundação Nacional de Oftalmologia e com o Hospital São Carlos para fazer beneficiar do moderno equipamento de laser pessoas que de outro modo não poderiam ter acesso a esse equipamento. Em Julho de 2001 foi inaugurada a Secção de Prematuros do Hospital Pediátrico na Costa Rica, com o apoio da Associação da Ordem neste país. As actividades da Associação Cubana da Ordem incluíram a oferta de medicamentos e de equipamento médico à ilha. O principal projecto realizado pela Associação da Ordem na República Dominicana foi uma clínica para cuidados maternoinfantis, de que a cidade de Santo Domingo tanto precisava. A Associação Francesa assumiu a direcção do hospital de St Jean de Nyombe, nos Camarões, e adquiriu instalações no Equador. Outros projectos recentes incluem a expansão dos serviços de cirurgia no hospital do Togo e a recuperação do serviço de obstetrícia num hospital do Mali. A Associação Alemã, sendo uma das maiores Associações da Ordem e uma importante organização caritativa no seu país, tem 35 000 voluntários em actividade, 11 000 empregados e 900 000 apoiantes. Entre si têm continuado a dirigir um grande número de hospitais e a dar formação de primeiros socorros e a prestar serviços neste domínio. No que se refere exclusivamente aos cuidados de saúde, estes projectos incluem um programa de diagnóstico de VIH/SIDA e de tuberculose no Quénia, ajuda para combater a doença do sono e a tuberculose no Sudão e uma série de programas de saúde dirigidos às mães em Moçambique. Os projectos empreendidos pela Associação na Guatemala incluem a distribuição de medicamentos, de que beneficiaram 1410 instituições em 2003, assim como visitas a domicílio por voluntários médicos, assistência aos sem-abrigo e serviços de ortodontia a crianças em centros regionais de cuidados diurnos. Relatório de actividades - 2003 29 Actividades de cooperação: transporte de material médico na América do Sul Um projecto sanitário no Haiti, lançado há vinte anos por um Cavaleiro da Associação Americana, o ortodontista Dr. Jeremiah Lowney e sua esposa Virginia, tem-se centralizado, entre os seus numerosos aspectos, na sobrevivência de crianças através da participação da comunidade. O projecto, que é executado na região de Jeremie, tem sido considerado um modelo internacional. Iniciado como Fundação Sanitária no Haiti, que presta assistência a uma população de 35 000 habitantes num programa de sobrevivência/cuidados maternos de crianças, este projecto foi alargado para oferecer cuidados de saúde, projectos de desenvolvimento de auto-ajuda e esperança a mais de 200 000 pessoas da região e das aldeias de montanha circundantes. Em 2002, a Associação Americana prestou um apoio financeiro importante à Fundação. A Associação da Ordem nas Honduras fornece apoio logístico às equipas de voluntários médicos da Cape CARES, prestando cuidados médicos de base em comunidades rurais. O Corpo de Voluntários da Ordem na Lituânia (Maltos Ordino Pagalbos Tarnyba) continuou a crescer, formando uma rede de ajuda humanitária e social, cujas actividades recentes incluíram: 30 - Administração de três farmácias sociais e apoio a sete residências para idosos e pessoas com deficiência - Realização de cursos de formação de primeiros socorros - Apoio e cuidados a crianças com deficiência, especialmente com problemas de visão e de audição. A Associação da Ordem em Malta oferece um serviço de refeições ambulantes para pessoas doentes e idosos em Gozo e inaugurou também um programa de realização profissional para doentes no Hospital Geral de Gozo. No México, a Associação nacional tem um programa designado «Salvar uma criança da SIDA», que é uma das suas actividades especiais. As Associações da Ordem no Panamá e nas Filipinas continuaram a distribuir medicamentos aos pobres, bem como alimentos, vestuário e bebidas nutritivas às pessoas necessitadas. Na Polónia, a Associação nacional da Ordem deu apoio para uma residência em Cracóvia, destinada a crianças que precisam de cuidados especiais, e para um centro de dia destinado a pessoas com deficiência mental em Puszczykowo, onde é aplicada uma terapia de trabalho aos doentes. Entretanto, o Centro de Malta em São João de Jerusalém por detrás das Muralhas, em Poznan, continuou a fornecer equipamento para o diagnóstico precoce do cancro da mama em mulheres. Em 2002 foram observados mais de 4 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Dia de Natal de 2002, residência para idosos de St Anne, São Francisco. O Regente do Sub-Priorado de Nossa Senhora de Philermo e Chanceler da Associação Ocidental dos EUA, António Sanchez-Corea, organiza a padaria juntamente com outros membros e amigos 890 doentes e foram realizadas mais de 500 biópsias. Neste mesmo ano, voluntários, incluindo médicos, ofereceram os seus serviços ao centro. Além disso, a Associação apoiou o trabalho de dois centros em Katowice, oferecendo ajuda a jovens toxicodependentes, e ao Centro de St John, em Olsztyn, onde os doentes recebem cuidados paliativos. O Corpo de Socorro da Ordem na Sérvia implementou uma série de projectos de apoio ao bem-estar médico-social na antiga República da Jugoslávia. Foram entregues equipamentos e material médico ao Instituto de Oncologia em Sremska Kamenica, ao Hospital Geral de Surdulica e à ONG «Zivotna Pomoc», em Vranje. Entretanto, os doentes do Hospital Neuropsiquiátrico de Vrsac receberam donativos de frutas e legumes frescos e queijo, através da Associação Alemã, que também forneceu alimentos para bebés destinados a crianças em três regiões da Sérvia. Entre as actividades humanitárias que a Associação Espanhola desenvolveu, tanto em Espanha como em países em desenvolvimento, conta-se a abertura da residência São João Baptista, para idosos. Com 84 camas e 41 quartos cinco dos quais reservados a doentes que exigem tratamentos especiais - a residência foi inaugurada em 8 de Maio de 2002 pelo Grão-Mestre Frei Andrew Bertie e pela Infanta Dona Margarida, Duquesa de Sória. Na Guiné Equatorial, a Associação Espanhola abriu um centro de cuidados de dia para doentes mentais e continuou a financiar uma aldeia em Mikomeseng, que permite a doentes com lepra viverem com as famílias e receberem ao mesmo tempo cuidados de dia num hospital para leprosos que existe nos arredores. No Reino Unido, a Associação Britânica apoia um número cada vez maior de iniciativas no campo sanitário, tanto internamente como no resto do mundo. Entre tais iniciativas incluem-se a remodelação de uma clínica na Roménia, o apoio ao trabalho de uma residência para idosos na remota aldeia de Boka, na Sérvia, e formação médica num lar para doentes com VIH/SIDA na África do Sul. Foi criado, como extensão do programa clínico da Associação Federal nos Estados Unidos da América, um programa móvel designado «Uma Missão Caritativa», para prestar serviços médicos ambulantes aos pobres que trabalham sem seguro no oeste de Maryland e no sul da Pensilvânia. Por outro lado, foram distribuídos pelas clínicas exemplares de um guia elaborado e doado por um membro da Ordem, com conselhos sobre a melhor forma de utilizar os fundos disponíveis para adquirir medicamentos e materiais. A Associação da Ordem no Uruguai lançou o «Plano Inverno», em 2001, para ajudar as pessoas sem abrigo. A Associação também apoia os doentes no Hospital de Saint Bois. Relatório de actividades - 2003 31 Distribuição de medicamentos A recolha, selecção e distribuição de material médico pelas comunidades necessitadas constituiu desde sempre um aspecto importante do trabalho da Ordem. 32 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Selecção de medicamentos no Centro de Distribuição de Versalhes + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Entrega de medicamentos à população local pelas equipas de voluntários da Ordem, Belize O Grande-Priorado da Áustria continuou a recolher, seleccionar e distribuir medicamentos e equipamento médico pelos hospitais, residências para idosos e creches na Europa de Leste. Em 2001 e 2002, a Associação da Ordem na Bélgica continuou a oferecer material médico à Bielorrússia, Roménia e República Democrática do Congo, onde a Associação também trabalhou em parceria com outras organizações para recuperar o Centro Hospitalar Rei Balduíno, localizado na zona mais pobre de Kinshasa. A Associação da Colômbia forneceu ajuda a milhares de pessoas necessitadas graças a donativos de medicamentos e de material da Fundação AmeriCares e de empresas farmacêuticas, nomeadamente a Boehringer Ingelheim e a Novartis. A Associação nacional da Ordem em França prosseguiu o fornecimento de medicamentos, novos ou não utilizados, para atender às necessidades de populações desprovidas de meios em muitos outros países. Esta actividade é coordenada através do centro farmacêutico da Associação em Versalhes, perto de Paris, onde 119 farmacêuticos voluntários são apoiados por cerca de 2 350 voluntários distribuídos por 85 centros de selecção em todo o país. No total, foram enviadas para o estrangeiro 180 toneladas de medicamentos em 2001 e outras 134 toneladas em 2002. Na Guatemala, os centros locais coordenam a distribuição de medicamentos e de alimentos às pessoas necessitadas. A Associação da Ordem nas Honduras continuou a distribuir medicamentos e alimentos aos pobres e às pessoas necessitadas nos principais centros populacionais do país e arredores. Entre os beneficiários incluem-se paróquias e associações comunitárias, fundações privadas sem fins lucrativos, clínicas de primeiros cuidados, hospitais públicos, centros nutricionais, lares para doentes da SIDA e centros para mulheres e crianças maltratadas, bem como escolas públicas e residências para idosos. Entre as organizações doadoras encontram-se a Associação nacional da Ordem em França, a Fundação Meehan, a Food for the Poor Inc e a AmerciCares. O impacto económico deste projecto ascende a cerca de 2,4 milhões de dólares por ano. A Associação Panamiana ofereceu material médico e farmacêutico a uma série de hospitais, centros de saúde, centros de cuidados de dia, orfanatos e outras instituições na República do Panamá. A Associação da Ordem nas Filipinas também continuou a distribuir medicamentos aos pobres, o mesmo fazendo a Associação nacional na Polónia, onde foram atendidas mais de 10 000 receitas em 2002. E nos Estados Unidos da América a Associação Federal continuou a fornecer, regularmente duas vezes por ano, medicamentos gratuitos a 13 hospitais e clínicas nos EUA. Estes medicamentos ajudaram a aliviar muitas doenças de artrite, asma, diabetes e situações cardíacas de pessoas que de outro modo quase não teriam acesso a medicamentos. Relatório de actividades - 2003 33 Lepra As Associações nacionais da Ordem em diversos países, nomeadamente na Alemanha, França, Espanha e Suíça, estão envolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua participação no CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em Genebra, na prestação de cuidados médicos e paliativos a doentes que sofrem de lepra. 34 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Camboja: um médico do CIOMAL examina um jovem doente + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Doentes externos com lepra no Camboja A LUTA CONTRA A LEPRA A doença de Hansen, ou lepra, aflige a humanidade desde os tempos bíblicos e continua a arruinar a vida a mais de um milhão de pessoas no Sudeste Asiático, em África e na América Latina. Os seus alvos principais são a pele e os nervos, embora possam ser atacados outros órgãos - especialmente as mãos, os pés, a cara e os olhos. Como os nervos são atacados, os doentes podem não sentir quando se ferem ou se queimam e as feridas daí resultantes podem provocar úlceras. Além disso, pode verificar-se um enfraquecimento e paralisia dos músculos, juntamente com deformidades ou mesmo a perda dos dedos das mãos e dos pés, bem como cegueira. A Ordem, através do CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em Genebra, tem um papel activo na luta contra a lepra em muitos países e através de múltiplas iniciativas. Os princípios que orientam a Ordem na sua luta contra a lepra incluem o livre acesso à terapia plurimedicamentosa para todos os doentes, o aumento da despistagem precoce, a prevenção e recuperação de deficiências e a formação de pessoal médico e paramédico para ajudar os doentes a tratarem de si próprios. As Associações nacionais da Ordem em diversos países, nomeadamente na Alemanha, França, Espanha e Suíça, estão envolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua participação no CIOMAL, na prestação de cuidados médicos e paliativos a doentes que sofrem de lepra. Em Phnom Penh, no Cambodja, o Centro Kien Khleang do CIOMAL oferece um serviço gratuito de recuperação para pessoas que sofrem de lepra e serve igualmente de centro de formação nacional para doentes que sofrem de complicações e deficiências associadas à doença. Entre Janeiro e Junho de 2001, o Centro admitiu 149 doentes, tendo outros 270 beneficiado de consultas externas. A Associação Espanhola financia cursos anuais internacionais sobre a lepra no Hospital de Leprosos Fontilles, em Alicante. Na Guiné Equatorial, financia e patrocina melhoramentos às instalações da aldeia de leprosos, adjacente ao hospital de leprosos Mikomeseng e onde vivem com as suas famílias 100 pacientes da lepra que recebem tratamento diário no hospital. Na Tailândia, o Centro Don Bosco ajudou a reintegrar na sociedade antigos doentes e permitiu igualmente que os filhos de pessoas afectadas pela doença de Hansen voltassem à escola. A luta da Ordem contra a lepra também se estende a África, à América Latina e a Cuba, através de donativos que ajudam a criar uma situação verdadeiramente diferente. No Senegal, por exemplo, o Instituto de Leprologia Aplicada de Dacar tratou 171 doentes internos e 1 733 doentes externos em 2001, enquanto no mesmo ano o programa Picos, no Brasil, deu consultas a 2 000 pessoas, tendo-se verificado uma diminuição de quase 50% de novos casos. Relatório de actividades - 2003 35 Transformação de vidas no Camboja O Dr. Stephen Griffiths é um cidadão do Zimbabué, filho de missionários britânicos, que devota a sua carreira a uma luta urgente e incessante contra a lepra. Participou no programa do governo moçambicano de controlo da lepra e coordenou as actividades da Comissão contra a Lepra no Zimbabué, Zâmbia e Moçambique e está agora a trabalhar no Camboja como coordenador médico do CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em Genebra, e conselheiro técnico da Comissão Internacional de Controlo da Lepra. Foi numa visita de campo a uma aldeia remota do Camboja que o Dr. Stephen Griffiths encontrou pela primeira vez Mao Rithy. O que o impressionou foi o facto de este jovem de 19 anos, aparentemente saudável, ainda estar em casa às 10 horas da manhã. «Para minha grande admiração, logo que lhe perguntei porquê, desatou a chorar. Erguendo uma mão ferida, disse-me que queria ir à escola, mas os outros alunos tinham medo dele e o director tinha-lhe pedido para deixar de ir», lembra o Dr. Griffiths. Mao foi convidado a ir ao hospital contra a lepra criado pelo CIOMAL em Phnom Penh, onde a cirurgia de transplante do tendão lhe deu um aspecto mais normal e um melhor funcionamento da mão. No quadro do programa de recuperação socioeconómica do CIOMAL foram tomadas medidas para Mao fazer um curso de formação profissional de um ano em electrónica - matéria em que se distinguiu como um dos melhores alunos. 36 A história de Mao teve o mais feliz de todos os fins: regressou à sua aldeia natal, onde passou a ser um membro muito válido da comunidade, dirigindo o seu próprio estabelecimento de reparações eléctricas. A sua experiência exemplifica igualmente dois problemas subjacentes à lepra: o estigma social associado à lepra, que pode fragilizar tanto como a própria doença, e o facto de a intervenção dos médicos e a cirurgia poderem transformar a vida dos doentes. O actual programa de diagnóstico e tratamento no Camboja começou em 1993, quando o país ganhou alguma estabilidade após muitos anos de guerra. Desde então, o número de novos casos por ano diminuiu, passando de um máximo de 2 300 em 1997 para o seu nível actual de cerca de 800, dos quais talvez 200 a 300 envolvam deficiências associadas à lepra. Em comparação com a população do país, estes números ainda representam a maior ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA incidência de novos casos em todo o Sudeste Asiático e dão uma ideia da importância do trabalho do CIOMAL no Camboja. «A nossa abordagem consiste em detectar os doentes leprosos o mais cedo possível, ainda no processo de evolução da doença», diz o Dr. Griffiths. «Através da terapia plurimedicamentosa podemos impedir o bacilo que provoca a doença de afectar a pele e os nervos. Isto não só minimiza a incidência de deficiências permanentes, mas impede também a transmissão da doença aos outros membros da comunidade. «Devido à guerra que assolou o Camboja durante tanto tempo, existe ainda um grande número de doentes que não tiveram um diagnóstico precoce e que ficaram com danos nos nervos e outras complicações. O CIOMAL estima que haja entre 5 000 e 6 000 pessoas com deficiências associadas à lepra e este número aumenta todos os anos.» + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Um médico do CIOMAL visita doentes na Tailândia Foi por isso que o CIOMAL criou o hospital em Phnom Penh, onde os doentes podem receber transplantes de tendões e fisioterapia para os ajudar a ter uma vida diária mais normal. Este tratamento cirúrgico estende-se aos olhos, onde a lepra pode afectar os nervos que controlam o fecho das pálpebras e também os que transmitem sensações à córnea. «Nestes casos existe um verdadeiro risco de cegueira e um doente com lepra que perdeu a sensação nas mãos, pés e olhos é na verdade uma pessoa muito deficiente - incapaz de sentir o caminho quando anda ou de dizer quando tem comida na mão», explica o Dr. Griffiths. Em 2002, o CIOMAL deu consultas a mais de 1 000 doentes externos e a mais de 300 doentes internos e operou ainda 120 doentes. O hospital, com 38 camas, tem três médicos, bem como enfermeiros e pessoal auxiliar e trata em média entre 40 e 50 doentes de cada vez. Uma destas doentes era uma jovem chamada Srei Toich, que foi enviada para o hospital por causa de uma úlcera fétida que tinha num dos pés e que a tornara tímida e retraída, a ponto de não querer qualquer contacto com outras pessoas. Soube-se que era uma de quatro irmãs três das quais sofriam de lepra - tratadas pela mãe viúva, numa pequena aldeia rural. A vida não lhes sorria. Os vizinhos, ainda com o antigo medo da lepra, chamavamlhes nomes e atiravam-lhes pedras e forçaram-nas a ir viver para uma cabana isolada fora da aldeia. – observada por uma multidão de quase 300 vizinhos – pediu à mãe de Srei que preparasse uma refeição, que depois comeu com a família ao ar livre. «Ao agir normalmente e falando com as pessoas da aldeia, Bou deu-lhes a certeza de que não tinham nada a recear do contacto com a família», explicou o Dr. Griffiths. «Srei está agora muito mais aberta e a família foi de novo aceite na comunidade, onde voltou a ser tratada como igual.» O CIOMAL fez a cirurgia para recuperar o pé de Srei e ajudá-la a caminhar melhor, mas foram sobretudo os cuidados prestados e o exemplo inteligente dado por Bou Sophal, chefe da unidade socioeconómica da organização no Camboja, que transformou as vidas de toda a família. Quando a recuperação de Srei ficou concluída, Bou acompanhou-a até à aldeia e ali Relatório de actividades - 2003 37 Pessoas com deficiência Na actual missão da Ordem existe a tradição de cuidar voluntariamente de pessoas com deficiência, tal como acontece desde a nossa fundação há mais de 900 anos. O Ano Internacional dos Voluntários, em 2001, foi acolhido de braços abertos pela Ordem através das suas Associações em muitas partes do mundo. Durante esse ano, tal como em todos os outros, e posteriormente, os 80 000 voluntários qualificados da Ordem participaram em muitos tipos de actividades, incluindo ajuda de urgência, serviços de ambulância e de primeiros socorros e prestação de serviços sociais a pessoas necessitadas. Muitos dos voluntários qualificados prestaram cuidados especiais a pessoas com deficiência no quadro de um programa de campos de férias e de peregrinações. O Grande-Priorado Austríaco organizou peregrinações anuais a Lurdes em 2001 e 2002 e neste último ano permitiu que um grupo de 30 jovens com deficiência participasse num programa espiritual na Basílica de Sonntagsberg, na Baixa Áustria. O Grande-Priorado organizou igualmente uma peregrinação a Roma, cujo ponto alto foi uma audiência com o Santo Padre. Outros eventos especiais destinados a pessoas com deficiência incluíram o «Malteser Wildwater Camp» e uma excursão de barco no rio Danúbio. Jovens com deficiência também participaram em provas de canoagem no rio Salza, sob a orientação de profissionais. A Associação da Ordem no Canadá permitiu que alguns peregrinos com necessidades especiais participassem no Dia Mundial da Juventude, que se realizou em Toronto entre 22 e 28 de Julho de 2002 e que contou com a presença de um número estimado de 850 000 jovens. Voluntários da Associação instalaram uma grande tenda que permitiu abrigar e dar 38 apoio a cerca de 3 000 peregrinos que ficaram exaustos e doentes por causa do calor durante o acontecimento, que terminou com uma visita de Sua Santidade João Paulo II. Na República Checa, voluntários e membros da Ordem organizaram peregrinações a Svata Hora (Montanha Santa) e a Velehrad, dentro do país, e também a Lurdes. Em França e na Alemanha, as Associações nacionais organizaram as suas peregrinações anuais a Lurdes e aos lugares santos nacionais. Estão em curso, nas zonas rurais da Guatemala, programas organizados pela Ordem para crianças e adultos deficientes. Nos Países Baixos, a Associação Neerlandesa enviou um grupo de 12 jovens com deficiência e 15 auxiliares para o campo de férias internacional da Hungria em 2002 e organizou igualmente os seus próprios acampamentos nacionais para crianças com deficiência e para os filhos e netos de membros da Ordem. Nas Honduras, a Ordem continuou a desenvolver o Corpo de Voluntários, criado em 2000, para constituir uma equipa de reserva de jovens voluntários equipados com conhecimentos de primeiros socorros para dar assistência e apoio no caso de uma situação de urgência, como um terramoto ou um furacão. Em Itália, o Grande-Priorado da Lombardia e de Venécia organizou um programa de formação de quatro dias sobre as peregrinações, destinado a voluntários, enquanto a Associação da Ordem na Letónia organizou campos de férias para crianças com deficiência e socialmente desfavorecidas. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Aprender a viver a vida: A Associação Americana descreve uma iniciativa aclamada a nível nacional Esquiar com a ajuda de voluntários da Associação Francesa A Associação da Ordem na Macedónia continuou a promover um programa de ajuda para crianças com deficiências profundas em Demir Kapia, perto de Skopje, oferecendo medicamentos, vestuário e outros artigos aos doentes. Um grupo de pessoas com deficiência, acompanhadas de voluntários e de membros da Associação da Ordem na Polónia, participou numa peregrinação a Lurdes. A Associação também esteve envolvida no Campo de Férias Internacional para Pessoas com Deficiência na Hungria e organizou um campo de cadetes para um grupo de jovens de Cracóvia e de Wieliczka. Em Espanha, a Associação nacional da Ordem organizou um campo de férias anual em Cádis, destinado a jovens com deficiências físicas e mentais, enquanto nos Estados Unidos a Associação Americana organizou a sua peregrinação anual a Lurdes. A Associação Ocidental dos EUA também organizou um Dia de Lurdes em São Francisco para pessoas que não puderam viajar até à Europa. Este dia incluiu uma procissão do Rosário até uma gruta de Lurdes, onde foi celebrada Missa. Há dez anos atrás não havia centros para tratamento de doenças mentais graves no Meio Oeste da América, até a Associação Americana Dan e Rosemary Kelly fundarem o Centro Rose Hill, no Michigan. Quando o filho ficou doente de esquizofrenia, descobriram o que é possível fazer com doentes metais graves quando se lhes dá uma oportunidade. Os resultados obtidos através de uma combinação harmoniosa de medicação e terapia foram muito encorajadores. Os Kellys ficaram confrontados com a necessidade de um tal estabelecimento. Procuraram financiamento inicial junto dos membros da Ordem, profissionais da educação e cuidados de saúde, corporações e indivíduos, e formaram um comité de direcção, incluindo membros da Ordem, para executar o projecto. Hoje, o Centro Rose Hill conta a Ordem de Malta entre os seus mais generosos doadores. No décimo aniversário do Centro, em Setembro de 2002, amigos, famílias e doadores tiveram a oportunidade de ver de perto tudo o que foi realizado até à data. Desde a sua criação, o Centro já formou 400 indivíduos através de um programa único de tratamento residencial e de reabilitação para doentes mentais graves. Este programa, aclamado a nível nacional, baseia-se na filosofia segundo a qual as pessoas aprendem a viver a vida no seu dia-a-dia, e tem como objectivo assistir os residentes na realização do seu mais alto nível de funcionamento e de independência. A partir do momento da admissão, são ensinadas as qualificações necessárias a uma futura vida independente e coloca-se a tónica no desenvolvimento da amizade e no restabelecimento de relações familiares importantes. Rose Hill dispõe de um espaço de 150,288 hectares, que inclui estufas, celeiro, instalações agrícolas e um Centro Educacional e de Terapia. „Rose Hill percorreu um longo caminho em pouco tempo“, afirma Dan Kelly. „É com muito orgulho que vemos o nosso programa tornar-se num dos melhores do género no país.“ Voluntários da Associação Federal dos EUA continuaram a dedicar inúmeras horas dos seus tempos livres ao serviço dos outros. Os projectos incluíram desde a administração de cozinhas para fornecimento de refeições, organização de pic-nics para pessoas sem abrigo e realização de eventos sociais para idosos, até ao fornecimento gratuito de medicamentos a idosos com baixos rendimentos e à prestação de cuidados em lares a pessoas fragilizadas e idosos. Rose Hill Relatório de actividades - 2003 39 Os voluntários: profissionalismo e empenhamento Na actual missão da Ordem existe uma tradição de cuidar voluntariamente de pessoas com deficiência, tal como acontece desde a nossa fundação há mais de 900 anos. Os objectivos actuais são melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, para que possam manter a sua independência, e facilitar a sua integração na sociedade. A intervenção pode assumir forma material, moral ou espiritual: pode implicar tratamentos ou a participação em peregrinações ou actividades recreativas, como o programa regular de campos de férias organizados por muitas das Associações nacionais da Ordem. O trabalho de assistir as pessoas com deficiência em peregrinações, nos campos de férias e nos muitos lares e centros de saúde da Ordem no mundo deve a sua eficácia aos milhares de voluntários que oferecem o seu tempo e energia para ajudar aqueles que não conseguem ter autonomia por si próprios ou que sofrem de algum tipo de enfermidade. Actualmente a Ordem tem mais de 80 000 voluntários que, juntamente com os nossos membros, constituem uma formidável força de apoio humanitário. Os voluntários que trabalham em domínios da saúde têm todos formação de primeiros socorros ou noutros aspectos de cuidados de saúde. Na sua vida diária alguns são profissionais da saúde, mas muitos não, e pertencem a todas as condições sociais e a todas as áreas de actividade. Recebem formação em grupos e trabalham em pequenas equipas. O seu espírito e empenhamento são notáveis. A Ordem saúda-os. 40 Actividades assistenciais da associação portuguesa A Associação Portuguesa continuou a desenvolver o seu programa de apoio e recuperação de toxicodependentes em Castelo Branco e no Porto, a apoiar na estrada, respectivamente nos meses de Maio, Agosto e Outubro, milhares de peregrinos que se deslocaram a pé a Fátima, prestando apoio nomeadamente médico e espiritual. O Corpo de Voluntários, responsável por este apoio contém cerca de 200 elementos. Quatro movimentos compostos respectivamente por cerca de 30 Cavaleiros, Damas e Voluntários continuaram a prosseguir as suas actividades, na região de Lisboa, apoiando doentes com paralisia cerebral, lares de 3ª idade e prisões. Dois novos movimentos assistenciais, cada um com cerca de 20 elementos de apoio a enfermos, foram lançados no Alentejo (sul do País) em Hospitais Municipais em localidades onde a Ordem esteve sediada durante séculos, casos do Gavião e do Crato, permitindo deste modo reatar laços históricos e simbólicos comuns, lançando perspectivas para boas obras futuras, em conjunto com as populações locais. O apoio aos países africanos de língua oficial portuguesa continuou através do envio de bens médicos e de 1ª necessidade à Cáritas e às Dioceses locais, através dos Embaixadores Portugueses da Ordem acreditados junto dos Governos de Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Moçambique. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Peregrinação da Juventude na Lituânia - Verão de 2002 Uma experiência extraordinária Foi no ano de 1979 que Peter Loyd, um inglês que é hoje Director Hospitalar da Associação Britânica da Ordem, se sentiu preso numa espiral de tristeza, na sequência da morte trágica e inesperada da sua mulher. A experiência que o libertou, tal como aconteceu a muitos outros milhões de pessoas, foi uma peregrinação a Lurdes, nos Pirinéus franceses. ções anuais dos membros da Associação Britânica da Ordem e dos voluntários - uma na primeira semana de Maio e a outra, destinada a jovens, no final do Verão. «Pela primeira vez parei a pensar em mim e comecei também a pensar nos outros que, como eu, estavam ali por uma razão íntima semelhante. Quando a minha semana acabou senti-me espiritualmente renovado. Foi uma experiência muito extraordinária», diz Peter. A peregrinação principal, realizada todos os anos em Maio, é destinada às Associações da Ordem de muitas partes do mundo, altura em que Lurdes se enche com a visão e o ruído de milhares de membros e de voluntários, que se reúnem num movimento constante de oração, de contemplação silenciosa e de animada conversa. Desde então voltou a Lurdes 20 vezes e agora ajuda a organizar as duas peregrina- pas iguais, organizadas por turnos para ajudar e apoiar quem tenha necessidade. Não é invulgar ver um grande empresário a guiar cuidadosamente uma senhora idosa no seu passo frágil até às instalações sanitárias. Nem o murmúrio de conversas ao vivo é um som pouco habitual - especialmente durante a festa da peregrinação anual, em que os mais vivos se revezam para entreter os outros. É, como ele refere, uma experiência extraordinária. Os voluntários são divididos em três equi- Relatório de actividades - 2003 41 VIH/SIDA: ajudar mães e filhos O VIH/SIDA é uma epidemia que começou apenas no nosso tempo, mas já roubou um número de vidas estimado em 19 milhões em todo o mundo. As Associações nacionais da Ordem em diversos países, nomeadamente na Alemanha, França e Suíça, estão envolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua participação no CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em Genebra, na prestação de cuidados médicos e paliativos a doentes com o VIH. A atenção principal em matéria de VIH consiste em proteger contra a infecção vertical, proporcionando às mães o acesso a despistagem, terapias pré-natais e tratamentos contra infecções em mães e filhos. No México, onde havia em 2001 cerca de 150 000 pessoas infectadas pelo vírus da SIDA, o CIOMAL trabalha num programa que vai mais longe do que o simples fornecimento básico de medicamentos anti-rectrovirais para impedir o vírus de passar da mãe para o filho. Alguns elementos do programa, que está a ser realizado juntamente com a Associação Mexicana da Ordem, o Instituto Nacional de Perinatologia e a organização humanitária AmeriCares, incluem serviços de aconselhamento e de análises, bem como a promoção dos nascimentos por cesariana. Em 2001, o programa assumiu o cuidado de uma série de mulheres infectadas e todas deram à luz crianças saudáveis. 42 A Associação nacional da Ordem na Argentina introduziu programas de cuidados a pessoas que sofrem de VIH/SIDA, enquanto a Associação Alemã continuou a realizar um programa de diagnóstico do VIH/SIDA no Quénia. Continuar a tradição dos cuidados de saúde À medida que a epidemia de VIH/SIDA continua a assolar muitas das comunidades mais necessitadas do mundo, um grupo de pessoal médico e de voluntários na República da África do Sul dá um exemplo de como a Ordem responde a uma das crises mais urgentes dos tempos modernos. A Irmandade do Beato Gerardo, cujo nome vem do fundador da Ordem de Malta, criou um centro de cuidados de saúde e um lar para doentes da SIDA em Mandini, onde oferece camas e lugares para cuidados de dia e para crianças, destinados a mães e filhos infectados pelo vírus. Além disso, a Irmandade dirige um programa educativo sobre o VIH/SIDA e, juntamente com médicos e trabalhadores sociais locais, dá conselhos sobre a forma adequada de tratar os filhos. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + África do Sul: o lar da Ordem para doentes com VIH/SIDA cuida de mães infectadas e dos seus filhos A história de Paco uma situação de compaixão extraordinária em Madrid Para a maior parte das pessoas que passavam por ele, Paco era apenas mais um toxicodependente atacado pela SIDA, a quem viravam a cara enquanto caminhavam pelas ruas de San Blas, um bairro de Madrid onde impera a pobreza. e das suas enfermidades, para ver o ser humano que estava por detrás. Conversou com Paco, escutou os seus problemas, a sua história e as suas necessidades. Repugnava-lhes o seu aspecto esfarrapado, o som dos pulmões doentes e o cheiro das roupas sujas. Alguns chegavam mesmo a suspeitar que Paco fosse um assassino já condenado. Este encontro fortuito – o cidadão era um Cavaleiro da Ordem – foi o arranque de uma iniciativa que permitiu a Paco e a centenas de outras pessoas rejeitadas e inquietas beneficiarem de cuidados e de compaixão por voluntários da Associação nacional da Ordem em Espanha. Um único cidadão de Madrid olhou para além dos farrapos de Paco, da sua sujidade Arrendaram um espaço num edifício de apartamentos e enquanto alguns ofere- ciam mobílias e equipamento de cozinha, outros começaram a preparar refeições quentes para as numerosas pessoas necessitadas da zona, caracterizada por uma elevada percentagem de imigrantes, toxicodependentes e idosos isolados. Esta «sopa dos pobres» dos nossos tempos funciona agora todos os dias da semana e todo o ano, excepto em Agosto, e fornece refeições quentes e um repouso bem-vindo a pessoas que de outra forma passariam fome. Os voluntários acrescentaram aos seus serviços uma distribuição semanal de roupas essenciais e estão a pensar na possibilidade de dar aulas de línguas aos imigrantes. Mais importante é que oferecem conforto espiritual e um contacto humano amigável a pessoas que de outro modo permaneceriam marginalizadas pela sociedade. Relatório de actividades - 2003 43 Cuidados paliativos / doença de Alzheimer CUIDADOS PALIATIVOS A Ordem presta cuidados paliativos em muitas partes do mundo a pessoas que se encontram numa situação que as impede de viver. Esses cuidados são sempre prestados com piedade e respeito pela dignidade de cada pessoa. cuidam de doentes terminais em suas casas e em 11 lares, enquanto na Lituânia a Ordem criou cinco centros para coordenar o trabalho dos voluntários de prestação de cuidados paliativos nos lares. A Associação Argentina gere um lar de pacientes em fase terminal, em Buenos Aires, e presta-lhes cuidados paliativos. Na Austrália, a Associação nacional da Ordem continuou a oferecer serviços médicos e cuidados paliativos a comunidades na Papuásia-Nova Guiné, nas Filipinas e nas ilhas Fiji. No interior da Austrália a Associação prestou cuidados paliativos em Melburne e ajudou o serviço de cuidados do Lar do Hospital de Mt Olivet, Queensland. A Associação na Polónia deu apoio para um lar destinado a doentes terminais. Os voluntários da Associação Belga da Ordem de Malta frequentaram cursos especiais de cuidados paliativos, para trabalharem com as equipas médicas e de tratamento numa nova unidade do Instituto Albert I et Reine Élizabeth (Cliniques universitaires Saint-Luc), em Bruxelas. Esta unidade tem 68 camas e oferece as técnicas mais avançadas para pessoas que sofrem de doenças geriátricas ou necessitam de cuidados paliativos. Os voluntários oferecem uma presença diária, com uma abordagem profundamente cristã, que conforta numa altura da vida especialmente difícil para os doentes e para as suas famílias. Na Grã-Bretanha, o trabalho da Ordem nesta área continua a aumentar. A Ordem de St John Care Trust, criada há 13 anos, presta assistência a pessoas idosas, tanto nas suas casas como nos lares geridos pelo Trust em toda a Grã-Bretanha. A Associação nacional da Ordem na Alemanha também presta cuidados paliativos em lares e cerca de 100 voluntários 44 A Associação Sérvia, em parceria com o Centro Humanitário de Novi Sad, a Renovabis e a Associação Alemã da Ordem, participou num projecto que fornece cuidados médicos e paliativos a idosos e pessoas necessitadas em Novi Sad e nas aldeias à volta. A DOENÇA DE ALZHEIMER A Ordem continuou a prestar cuidados a pessoas atingidas pela doença de Alzheimer – que continua a ser a causa mais comum de demência no mundo – e a oferecer conselhos e apoio às suas famílias. Na Grã-Bretanha, o tratamento da doença faz parte dos cuidados oferecidos em muitos dos lares para idosos administrados em parceria com a Ordem de St John. A Associação Canadiana apoiou a realização de um projecto Alzheimer em Otava, através da formação de voluntários, e realizou trabalho de voluntariado com doentes num lar em Montreal. Em França, a Villa Helios St Jean, em Nice, recebe idosos que sofrem da doença de Alzheimer e em 2001 e 2002 aumentaram substancialmente os pedidos de internamento. A Villa acolhe agora 84 residentes. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Tratamento de primeiros socorros numa clínica local, França Uma síntese das actividades francesas As Oeuvres Hospitalières Françaises de l’Ordre de Malte (OHFOM) (Obras Hospitalares Francesas da Ordem de Malta), o trabalho hospitalar da Associação Francesa da Ordem, desenvolve-se em todo o mundo e abrange serviços de primeiros socorros e a distribuição de medicamentos por centros especializados de investigação e tratamento da lepra. A organização tem mais de 650 empregados, mais de 5 000 voluntários devidamente formados e 11 000 angariadores de fundos e pessoas que recolhem medicamentos para distribuição a doentes e pessoas necessitadas. O corpo de ambulâncias da Associação presta todos os anos serviços de primeiros socorros em cerca de 1 000 eventos culturais, desportivos e religiosos em França, enquanto uma equipa de especialistas médicos e de voluntários conhecidos por «Esperança de Malta» trabalha com a unidade de ajuda internacional da Ordem para prestar ajuda de urgência às vítimas de crises humanitárias. Mais de um quarto dos estagiários do corpo de ambulâncias em França frequentam um dos quatros centros de formação da Associação Francesa, onde seguem um programa que lhes permite obter o Certificado do Corpo de Ambulâncias, reconhecido a nível nacional. Além das suas actividades de primeiros socorros, a Associação também administra uma série de hospitais, residências de prestação de cuidados, clínicas e centro de cuidados de dia em França, África e no Médio Oriente. No Líbano, por exemplo, centros médicos e dispensários prestam cuidados a mais de 200 000 pessoas, independentemente dos seus antecedentes culturais ou religiosos. A recolha e distribuição de medicamentos cujo «prazo de validade» se aproxima do fim continua a ser um trabalho importante e contínuo da Associação. Todos os anos são recolhidas centenas de toneladas de medicamentos e de material médico em 70 centros espalhados pelo país, antes de serem distribuídos em todo o mundo por uma equipa de 2 000 voluntários, da qual fazem parte 100 farmacêuticos. A Associação Francesa está envolvida desde há muito na luta a nível mundial contra a lepra, uma doença que ainda afecta diariamente cerca de 2 000 pessoas. Fundou e ainda financia o Instituto Aplicado de Leprologia em Dacar, no Senegal, um dos maiores centros internacionais de investigação e formação em leprologia. Também dirige uma série de clínicas especializadas na luta contra a lepra em África, na Ásia e na América do Sul, bem como a unidade de tratamento da lepra no Hospital de São Luís, em França. Em França, a Associação está envolvida em 11 centros de prestação de cuidados, sendo 4 para pessoas com deficiências físicas e multideficientes, 1 para deficientes mentais, 2 centros para doentes autistas, 2 para doentes com deficiências de natureza social, 1 para idosos com a doença de Alzheimer e 1 para pessoas sem abrigo. Fora de França, a Associação criou centros para crianças com deficiências físicas no Equador, Síria e Bulgária e recentemente ajudou a criar um novo centro para adultos autistas na Grécia. A Associação também lançou recentemente um programa em que 60 voluntários organizam semanalmente visitas à famosa Instituição «Os Inválidos», em Paris, destinadas a pessoas aposentadas. Esta iniciativa, que veio a revelar-se muito concorrida, organiza visitas de pensionistas a manifestações desportivas e culturais e a locais de interesse. Relatório de actividades - 2003 45 O Corpo de Ambulâncias da Ordem de Malta As ambulâncias com o distintivo da estrela de oito pontas da Cruz de Malta prestam serviços essenciais de primeiros socorros desde 1938, altura em que a Associação nacional da Ordem na Irlanda se tornou a primeira a criar o seu próprio corpo específico de ambulâncias. Desde então, a Ordem criou corpos de ambulâncias em quase 40 países, nomeadamente na Áustria, França, Alemanha e Hungria. ches, Brest, Bordéus e Toulon. Cada curso, que funciona a tempo inteiro, dura três meses e dá direito a um certificado de competência. Na Áustria, por exemplo, a Ordem oferece um serviço de ambulâncias a doentes das regiões de Viena, Innsbruck e Graz, enquanto voluntários da Ordem actuam regularmente como membros suplentes das tripulações a bordo de ambulâncias operadas por outras organizações, nomeadamente a Cruz Vermelha e a Ordem Johanniter Ritter. Os serviços de ambulâncias da Malteser Hilfsdienst (MHD), da Associação Alemã, são prestados desde há muitos anos e neste ano, que é o 50º ano de actividade, o Presidente da República afirmou em Colónia que os serviços prestados à região pela Associação Alemã da Ordem tinham constituído um «apoio activo, sem o qual não teria sido possível assegurar estrutura social e os serviços de ajuda». A Associação nacional da Ordem em França dá cursos de formação devidamente acreditados a 500 voluntários de ambulâncias todos os anos nas suas quatro escolas em Gar- 46 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Uma ambulância da MHDA Austríaca da Ordem na Baixa Áustria, Verão de 2001 Assistência a Cavalo O Corpo de Ambulâncias da Associação nacional da Ordem na Irlanda presta serviços de primeiros socorros, que cobra, em espectáculos que o público paga para assistir. saúde locais para determinados equipamentos novos, como os desfibrilhadores externos automáticos que estamos a introduzir, a maior parte dos fundos de que precisamos são angariados através da prestação de serviços comerciais, como a cobertura em matéria de primeiros socorros em acontecimentos de natureza comercial.» É uma tradição que remonta à fundação do Corpo de Ambulâncias, em 1938, altura em que na Irlanda, como noutros países, a Ordem presta os seus serviços numa base absolutamente voluntária e auto-sustentável. O Corpo de Ambulâncias tem de concorrer com outros prestadores de serviços numa base comercial, oferecendo serviços em condições de igualdade ou que excedam os padrões previstos. Cada uma das 80 unidades do Corpo de Ambulâncias - que operam em mais de cem comunidades - é responsável pela própria angariação de fundos e também, dentro de certos parâmetros, pelo modo como esse dinheiro é utilizado. Entre as fontes típicas de fundos incluemse as corridas de cavalos, os jogos de futebol, os concertos ao ar livre e os concursos anuais de lavra, que atraem enormes multidões. Enquanto os espectadores incentivam com gritos os seus cavalos favoritos numa das frequentes corridas de cavalos na Irlanda, ajudam a salvar vidas. «Provavelmente as coisas não funcionariam de outra maneira», observa o Comandante Peadar Ward, Director do Corpo de Ambulâncias na Irlanda. «Enquanto algumas unidades podem receber subvenções individuais dos serviços de da saúde - e ofereçam as suas competências de primeiros socorros gratuitamente em manifestações comunitárias. Mais recentemente, nas Olimpíadas Especiais de 2003, os voluntários conduziram 20 ambulâncias para dar cobertura de primeiros socorros tanto a atletas como a espectadores, enquanto nas estreitas ilhas ocidentais de Clare Island, Inishboffin e Inishmean, o Corpo de Ambulâncias presta cuidados médicos de resposta rápida, a que de outro modo estas populações isoladas não teriam acesso. O Corpo de Ambulâncias da Associação Irlandesa está presente todas as semanas nas corridas de cavalos O equilíbrio entre serviços que rendem dinheiro e os que são prestados gratuitamente, de acordo com as necessidades, é praticamente igual. Isto permite que os voluntários ganhem uma experiência diversificada - que em muitos casos os inspira a seguirem carreiras a tempo inteiro na área Relatório de actividades - 2003 47 Hospitais e centros de saúde Vários hospitais prestam cuidados paliativos a doentes terminais, um serviço que a Ordem também presta em lares e nos domicílios dos doentes. Em Milot, no Haiti, graças a fundos da Associação Americana, a construção recente de novas dependências hospitalares no Hospital do Sagrado Coração melhorou consideravelmente as instalações, com uma divisão de pediatria distinta, financiada pelos membros da Ordem em St. Louis, no Missouri. O hospital tem actualmente 65 camas e duas salas de operações. O Centro de Nutrição serve diariamente duas refeições gratuitas a 100 crianças subalimentadas do ciclo pré-escolar. Existe um programa educacional para crianças entre as duas refeições. Por outro lado, 500 alunos da escola primária são escolarizados sob os auspícios da CRUDEM. É igualmente implementado um programa para crianças da rua patrocinado e regido pela Ordem de Malta. Em 2002, receberam tratamento no hospital mais de 30 000 pacientes, foram efectuadas 1 000 intervenções cirúrgicas e nasceram mais de 500 bebés. O hospital conta actualmente sete médicos e um dentista bem como um corpo administrativo de 98 pessoas. 48 Para além dos centros médicos e dos hospitais que administra em França, a Associação Francesa também dirige hospitais e dispensários no Benim, Togo e Senegal. As acções no caso de lepra são desde há muito uma das principais actividades da Ordem no terceiro mundo. É uma actividade realizada por uma série de Associações nacionais, incluindo a da França, através do Instituto de Leprologia Aplicada e do CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em Genebra, entre cujos membros se incluem, nomeadamente, as Associações nacionais da Ordem na Alemanha, França e Suíça. Em Itália, a Ordem administra instituições especializadas no tratamento de diabéticos e existe uma instituição semelhante para crianças em Praga, na República Checa. A maior parte das clínicas da Ordem para doentes externos situamse no Líbano e em El Salvador. Existem centros médicos na Polónia, Hungria, EUA, República Dominicana, Brasil, Peru e África do Sul. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + A presença da Ordem no Líbano A Ordem administra 10 centros de saúde no Líbano, que cuidam de centenas de doentes todos os dias. Estes centros, criados pelo Embaixador da Ordem no Líbano e pelos seus colaboradores, são administrados pela Fundação para as «Obras Libanesas da Ordem de Malta» e dirigidos por congregações religiosas e os médicos que aí trabalham são libaneses. O centro de saúde mais antigo é o centro de Zouk Mikaël, em Kesrouan, na região central do Líbano, que foi criado em 1957 e é dirigido pelas Irmãs da Caridade como centro de primeiros socorros e de urgência médica. O centro em Kobayat foi criado em 1987 e é actualmente apoiado em grande parte pela Associação Francesa da Ordem. A unidade mais recente deste programa é uma Unidade Móvel de primeiros socorros, oferecida pelo Embaixador da Ordem junto das Nações Unidas e situada em Ain El Remm, no sul. Os custos de fun- cionamento desta Unidade são actualmente financiados por concertos do grande pianista Miguel Angel Estrella. Os 10 centros tratam 250 000 casos médicos todos os anos; cada centro está equipado com a sua própria farmácia e medicamentos. Relatório de actividades - 2003 49 O Hospital de São João Baptista, Magliana 50 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Uma jovem doente + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Roma: assistência especializada em São João Baptista, Magliana DESENVOLVIMENTOS EM 2002 Quando a Associação de Cavaleiros Italianos da Ordem abriu o Hospital de São João Baptista, Magliana, no ano de 1972, em Roma, criou a única unidade de neuro-reabilitação da cidade. Actualmente, São João Baptista oferece 240 camas, incluindo uma unidade de coma com 10 camas, e uma vasta gama de especialidades, para ajudar a reconstruir a vida de pessoas que recuperam de situações clínicas ou acidentes que as deixaram física ou mentalmente incapacitadas. Trata-se igualmente de um hospital em transição, na sequência da assinatura de um acordo entre a Associação Italiana da Ordem e o sistema nacional de saúde italiano, no quadro do qual o Hospital de São João Baptista mantém o seu estatuto de hospital religioso, mas passa a prestar um serviço público à população de Roma e arredores. Recentemente foi instalado um novo scanner da última geração, assim como novos aparelhos de ecografia que utilizam a tecnologia do sonar – semelhante à dos submarinos – para explorar as profundezas escondidas do corpo humano. Estão planeadas novas piscinas de hidroterapia, bem como outros melhoramentos destinados a manter o estatuto de centro de reabilitação especializado. Tudo isto permite que o hospital preste serviços de reabilitação a doentes que recuperam das condições mais diversas. Para além da sua actividade tradicional no domínio neurológico, São João Baptista recebe agora doentes que recuperam de lesões provocadas por acidentes e está a ser ponderada a hipótese de aí serem tratadas pessoas que recuperam de condições cardíacas e pulmonares crónicas e de cancro. Os equipamentos especializados de São João Baptista, como o scanner e os aparelhos de ecografia, são igualmente disponibilizados para os doentes dos 12 centros para diabéticos administrados pela Associação Italiana em Roma e noutras partes de Itália. Estes centros cuidam de cerca de 45 000 diabéticos todos os anos e constituem a maior estrutura combinada do seu tipo no país. Em resposta à carência em Itália de enfermeiros qualificados, o Hospital de São João Baptista reabriu recentemente a sua Escola de Enfermagem, após alguns anos de encerramento. A formação da Escola obedece ao programa europeu, incluindo três anos de universidade e experiência prática nos pavilhões de Magliana. O hospital tem um quadro de cerca de 350 pessoas, entre médicos, enfermeiros e auxiliares, incluindo 70 técnicos de reabilitação qualificados. Entre si prestaram cuidados especializados num total de 66 083 dias doentes-cama em 2001 e outros 66 524 dias doentes-cama em 2002. Entre estes muitos doentes há uma história que merece ser referida. No início de 2002, uma jovem grávida foi admitida na unidade de coma, onde permaneceu durante sete meses, dando à luz uma filha sem recuperar a consciência. Ao sair de coma, as suas primeiras palavras foram para perguntar: «Como está a minha filha?» «Tanto a mãe como a filha continuam bem e são momentos como este que fazem com que todo o nosso trabalho mereça a pena», disse um porta-voz do hospital. As famílias de doentes em reabilitação também podem participar num programa educativo destinado a ajudá-las a prestar cuidados adequados aos seus entes queridos quando regressam a casa. Relatório de actividades - 2003 51 Belém: cuidados de obstetrícia no Hospital da Sagrada Família Belém - partida de ambulâncias para irem buscar nos arredores mães prestes a darem à luz O Hospital da Sagrada Família, na Palestina, é um projecto conjunto de toda a Ordem de Malta, que funciona sob a responsabilidade operacional das Oeuvres Hospitalières Françaises de l’Ordre de Malte (OHFOM). Desde 1990 já aí nasceram mais de 29 000 bebés. O hospital presta serviços essenciais na zona e proporciona às mulheres grávidas da região a única possibilidade de darem à luz em boas condições sanitárias. O primeiro objectivo do hospital tem sido, é e será sempre prestar cuidados de obstetrícia de elevada qualidade a todas as mulheres que os solicitem, independentemente da sua raça, religião, cultura ou condição social. Especialistas americanos e europeus confirmaram que o hospital tem um excelente nível, correspondente ao da Europa Ocidental. Devido à situação política permanentemente instável e à situação económica muito difícil, a necessidade dos serviços do hospital aumentou. A Palestina não tem um serviço nacional de saúde e por isso as despesas de administração do hospital são suportadas inteiramente pela Ordem. Os doentes pagam apenas o que podem. Para quem não pode pagar nada, as despesas são reduzidas ou mesmo nulas. Este pesado encargo é suportado pela Associação Francesa, apoiada pelas Associações nacionais da Alemanha, EUA, Irlanda e Suíça e pela União Europeia. Mais recentemente, a Fundação do 52 Hospital da Sagrada Família, uma organização criada pelos membros da Ordem nos Estados Unidos, tem recolhido fundos para o hospital, contribuindo generosamente nos últimos anos para garantir o funcionamento do hospital. História resumida Em 1882, as Irmãs da Caridade compraram uma grande parcela de terreno em Belém, para um hospital com 80 camas. Por decisão de 1892, o sultão turco concedeu-lhes uma licença de construção e manutenção do hospital. Mais tarde as autoridades turcas concederam uma isenção fiscal ao hospital, no quadro dos Acordos de Mitilene e Constantinopla, assinados com o Governo francês. O Hospital da Sagrada Família abriu em 1895 e com o tempo tornou-se num hospital muito activo, que presta serviços médicos, cirúrgicos e de obstetrícia à população desde há quase um século. Em 1985 o hospital teve de encerrar por razões políticas e sociais associadas ao conflito israelo-árabe. No mesmo ano, para dar resposta à crise, a Ordem decidiu reabrir um pavilhão do hospital como maternidade, com 28 camas, recebendo apoio da União Europeia para a renovação e aquisição dos equipamentos. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Em 26 de Fevereiro de 1990 nasceu o primeiro bebé nesta nova unidade. Em 1997 foi acrescentada uma extensão: duas salas de parto suplementares, uma segunda sala de operações, nove camas suplementares e uma unidade neonatal. Mais uma vez a União Europeia contribuiu generosamente para financiar o equipamento. Em 2001 foram tratados na unidade neonatal 277 bebés e nasceram no hospital 1839 crianças. Em Abril de 2001, o hospital recebeu uma clínica móvel totalmente equipada, oferecida generosamente pela Fundação O’Neil, dos Estados Unidos da América. Esta unidade móvel permitiu à equipa prestar cuidados médico-sociais directamente no domicílio dos doentes que vivem pobremente em comunidades remotas nas colinas, onde lhes faltam os serviços básicos. Infelizmente, o hospital viu-se recentemente impossibilitado de operar esta clínica móvel devido à situação que ali se vive. Em Julho de 2001 foi inaugurado um novo serviço de consultas externas, mais amplo e extremamente necessário. Apesar das dramáticas condições que se vivem actualmente em Belém, a maternidade continua a funcionar, fazendo uma média de cinco partos por dia. + + + ACTIVIDADES HUMANITÁRIAS // ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES + + + Prestação de cuidados debaixo de fogo Todos os dias nascem novas vidas em Belém, a cidade que foi berço da Cristandade. Mas no Médio Oriente os tempos são agitados e desde Novembro de 2002 que o Hospital da Sagrada Família, administrado pela Associação da Ordem em França e pela Congregação das Irmãs da Caridade, presta serviços de obstetrícia às mães de Belém sob recolher obrigatório. A Irmã Sophie Boueri descreve a angústia – e a esperança – partilhada pelas suas colegas e pelas novas mães a quem prestam serviços. «Estamos sob recolher obrigatório desde 22 de Novembro de 2002. As patrulhas militares percorrem a cidade dia e noite, deitando abaixo as portas das casas quando procuram jovens resistentes. «Esta situação trágica e traumática cria uma pressão psicológica muito forte, sentida por todos nós, e interrogamo-nos: porquê tanto sofrimento em Belém, a cidade da paz? «A vinda do pessoal para o trabalho depende do transporte assegurado por uma das nossas Irmãs e dois dos nossos técnicos. Por mais de uma vez um dos nossos jovens motoristas foi preso por soldados, brandindo as suas metralhadoras, e é difícil permanecer silencioso face a tanta coragem. «As mães que tratamos estão angustiadas pelos seus maridos e filhos. Enquanto aqui estão, qualquer coisa pode estar a acontecer às suas famílias ou às suas casas. «Os nossos serviços gerais nunca pararam. Na lavandaria, o pessoal trabalha abnegadamente para entregar roupa lavada, enquanto o pessoal de cozinha vive permanentemente no hospital durante este período traumático para assegurar sempre comida. «Para dirigir o hospital tivemos de encontrar formas de continuar a cuidar das mães e dos seus bebés, apesar de todas estas dificuldades. Todos os membros do pessoal cumpriram as suas responsabilidades com coragem e devoção, no interesse do hospital e das nossas doentes. «Quando não é possível trazer pão, uma das Irmãs amassa a farinha para cozer o nosso próprio pão, enquanto a fruta e os legumes frescos e outros produtos alimentares são introduzidos subrepticiamente no hospital pelas Irmãs de Karem Aïn, que nos fazem as compras. «Com estes numerosos obstáculos pela frente, não admira que o número de nascimentos tenha diminuído substancialmente. Em 2000 nasceram 3 200 bebés no hospital e em 2002 este número baixou para 1 617. «Todos acreditamos que a pequena flor de esperança irá florir e que Belém voltará a ser de novo a cidade da paz.» Para mais informações: www.holyfamilyhospital-bethlehem.org Um feliz acontecimento no Hospital da Sagrada Família, em Belém. Desde 1990 já aqui nasceram 29 000 bebés O Hospital da Sagrada Família é dirigido por uma equipa altamente qualificada de 90 pessoas: especialistas médicos residentes enfermeiros 8 6 45 profissionais paramédicos 5 pessoal administrativo 5 outro pessoal auxiliar 7 29 000 partos, sem mortalidade materna desde Fevereiro de 1990 A única Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais em Belém Pessoal altamente qualificado O único hospital da Palestina reconhecido pelo RCOG de Londres para formação de médicos 1 617 partos em 2002 Mais de 15 000 consultas externas por ano Orçamento total do hospital para 2002: 1 817 000 dólares Contribuição da Ordem de Malta: 1 208 000 dólares Relatório de actividades - 2003 53 54 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO + + + • Criar e manter o profissionalismo • Formação e educação no mundo • Melhorar os níveis: formação na Alemanha e na Irlanda Formação e educação Um objectivo constante da Ordem consiste em assegurar que a ajuda humanitária que oferece é prestada de forma sustentável, para que as pessoas que têm necessidades imediatas possam recuperar melhor de uma situação específica e que os benefícios da nossa intervenção possam continuar a fazer-se sentir a longo prazo. É esta a filosofia subjacente aos nossos programas de formação e de educação, concebidos para garantir não só que o nosso próprio pessoal e os voluntários estão devidamente equipados para ajudar as pessoas necessitadas, mas também que as competências e a experiência na Ordem são transferidas para outros, a fim de diminuir as causas da necessidade. Consulta com um estudante numa clínica pediátrica, Tailândia Relatório de actividades - 2003 55 Criar e manter o profissionalismo A Ordem funciona segundo padrões aceites nacional e internacionalmente para a prestação de primeiros socorros, ajuda de urgência e ajuda humanitária. Desta forma temos a certeza de que tudo o que fazemos é feito de forma eficaz e com o maior benefício para as pessoas que ajudamos. Sendo uma das instituições caritativas mais antigas do mundo – fundada há 950 anos em Jerusalém – a Ordem está empenhada em permanecer «moderna por tradição», procurando adaptar os seus serviços às necessidades do tempo e prestá-los com os meios mais adequados do momento. Também aqui a formação e o ensino desempenham um papel essencial na actualização das competências dos voluntários já existentes ou criando e melhorando as competências dos recém-entrados na Ordem. A prestação de primeiros socorros – em resposta a situações de urgência ou em eventos públicos – é desde há muito um elemento importante do trabalho da Ordem. Neste caso, todos os voluntários têm de passar por um programa contínuo de formação para conseguirem certificados que traduzem vários níveis de competência. O MHD da Associação Alemã dá cursos de primeiros socorros durante todo o ano. Este realizou-se no Afeganistão 56 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO + + + Formação e educação no mundo Exemplos da vasta gama de actividades de formação e educação realizadas pela Ordem em 2001 e 2002: Jovens das ilhas Salomão aprendem inglês e aritmética, bem como competências práticas, através da Missão dos Maristas em Wainoni Bay, organizada pela Associação Australiana. Os rapazes aprendem carpintaria, canalizações e manutenção de motores, enquanto as matérias principais para as raparigas incluem costura, tecelagem e cozinha. A Associação nacional da Ordem em França dá três cursos de formação acreditados a nível nacional para condutores de ambulâncias, preparando-os para o certificado de competência atribuído pelo Ministério da Saúde francês. Em 2002, o Grande-Priorado Italiano da Lombardia e Venécia organizou um programa de formação de quatro dias para voluntários que prestam primeiros socorros e dão outros apoios a peregrinos. Outra acção de formação pouco habitual foi que o corpo de voluntários da Ordem na Lituânia realizou, dando lições e organizando concursos para dançarinos em cadeiras de rodas. Na Polónia, mais de 3 500 voluntários receberam formação de primeiros socorros nos últimos dez anos, muitos deles em centros de formação permanente criados pela Associação Polaca da Ordem. Na África do Sul, em 2002, foi dada formação médica por membros da Associação Britânica num lar para doentes do VIH/SIDA. Dois membros qualificados passaram algum tempo no Centro de Saúde de St Gerards a dar formação ao pessoal local de primeiros socorros e serviços de ambulância de natureza neonatal, destinados a uma população em que 88% é portador do VIH. Nos últimos dois anos, a Associação Ocidental dos EUA criou um programa de inspiração de ensino religioso para crianças com deficiência que frequentam escolas elementares católicas na Califórnia do Norte. Este projecto de «Crescimento na Fé» abrange três escolas em São Francisco, Martinez e Gilroy e teve grande sucesso. Numa frente mais alargada, a organização de ajuda de urgência da Ordem e o Corpo de Urgência da Ordem de Malta (ECOM) organizaram um seminário de formação operacional, que obteve grande êxito em Lucerna, Suíça, para trabalhadores de ajuda humanitária. A Associação Alemã da Ordem desenvolveu um projecto, largamente financiado pela Renovabis, através do qual os voluntários estão a receber formação na prestação de cuidados ao domicílio a pessoas idosas necessitadas na Sérvia. E na Tailândia, uma acção de cooperação entre a Associação Alemã e um grupo de auto-ajuda de VIH/SIDA no distrito de Mae Sariang está a fornecer uma combinação de educação sanitária e apoio directo a órfãos do VIH/SIDA, pagando as suas propinas escolares e fornecendo uniformes escolares, livros e almoço para um ano. Relatório de actividades - 2003 57 Melhorar os níveis: formação na Alemanha e na Irlanda Sem o seu exército de 80 000 voluntários permanentes, a Ordem seria absolutamente incapaz de realizar os seus programas de actividades médicas, humanitárias e de ajuda de urgência. No entanto, todos estes voluntários precisam de saber responder às várias situações que têm de enfrentar, com competências e conhecimentos adequados, e precisam de fazê-lo com alto nível de profissionalismo. Embora muitos dos voluntários da Ordem obtenham as suas competências e experiência através das respectivas carreiras profissionais em medicina, enfermagem e serviços paramédicos, outros exigem formação através de programas ministrados pela Ordem, por intermédio dos Grandes-Priorados, Sub-Priorados e Associações nacionais. As Associações Alemã e Irlandesa, juntamente com o Grande-Priorado Austríaco, têm uma experiência especial. Na Alemanha No Corpo de Socorro (Malteser Hilfsdienst) da Associação Alemã, todos os anos recebem formação em primeiros socorros básicos cerca de 250 000 pessoas. Como esta formação constitui um requisito prévio para obter a carta de condução na Alemanha, os participantes pagam 20 euros por este curso de dois dias, que é dado pela equipa de formadores da própria Associação. 58 Stefan Markus, que dirige os programas de formação de primeiros socorros na Alemanha, organiza a equipa de 3 500 formadores que, como voluntários, trabalham muitas horas para dar os cursos em qualquer lugar do país onde sejam chamados. «Os cursos abrangem uma série de níveis, desde os primeiros socorros básicos, passando pelo cursos avançados de primeiros socorros até um programa específico de dois anos para profissionais paramédicos», explica. «Também dirigimos uma série de escolas que oferecem um ano de formação a tempo inteiro, sendo o segundo ano para obtenção de experiência prática. Oferecemos igualmente cursos de reciclagem, que são obrigatórios de dois em dois anos para os socorristas das empresas. «Os nossos cursos são os únicos na Alemanha a incluir formação sobre como lidar com a violência, dando alguma orientação ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA prática sobre a melhor forma de acalmar e resolver a situação.» Os cursos na Alemanha são dados de acordo com as normas constantes das Orientações Internacionais para Reanimação (definidas pelo Conselho Europeu de Reanimação), enquanto os de outros países seguem normas nacionais específicas, como as publicadas pela Associação Americana do Coração. A Associação Alemã também dá formação a instrutores de primeiros socorros na Rússia e na Polónia e fornece material de formação para outros países, nomeadamente a Roménia. A formação tem por vezes de ser adaptada a necessidades específicas – no Kosovo, por exemplo, a falta de estruturas de cuidados médicos básicos obriga a que seja dada atenção aos serviços de pequena cirurgia, em vez da recuperação – e a grupos etários específicos. + + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO + + + Auxiliares de primeiros socorros assistem a cursos de reciclagem Para os socorristas que trabalham com crianças da idade do jardim infantil, Stefan elaborou, em colaboração com o Departamento da Juventude da Ordem, um guia designado «Aventura: Socorro», que inclui 1 000 páginas de informação, abrangendo todos os aspectos dos primeiros socorros. Na Irlanda Na Irlanda, embora o Corpo de Ambulâncias seja inteiramente autofinanciado e dirigido exclusivamente por voluntários, o nível e padrão da sua formação assemelham-se aos das organizações dirigidas pelo Estado. O pessoal de direcção inclui um director clínico, um enfermeiro-chefe e um chefe de ambulâncias, que uma vez por ano assistem a um curso residencial durante um fimde-semana, para reflectirem e planearem a estratégia futura do Corpo. A formação de primeiros socorros é dada pelos próprios formadores do Corpo e embora os programas que utilizam sejam elaborados internamente, são muitas vezes adoptados como norma nacional. Foi o que aconteceu com a formação de primeiros socorros no local de trabalho, curso agora reconhecido como a norma oficial na Irlanda, e parece que o mesmo acontecerá com outro curso desenvolvido pelo Corpo de Ambulâncias para formar e acreditar as pessoas que estão na primeira linha dos primeiros socorros avançados. «Pensamos que é melhor estar na vanguarda da criação de normas do que ser conduzido por outros», diz o Comandante Peadar Ward, Director do Corpo de Ambulâncias da Ordem na Irlanda. «O conjunto da área da formação está no centro daquilo que fazemos, especialmente em termos de formação contínua em matéria de gestão e de liderança para o nosso próprio pessoal.» Em 2002, a frota de ambulâncias do Corpo percorreu mais de 300 000 milhas no qua- dro do seu trabalho voluntário. Os membros voluntários realizaram mais de 4 000 acções de primeiros socorros e 3 000 acções de assistência à comunidade. De entre as actividades de 2003 salienta-se a assistência às Olimpíadas Especiais, realizadas em Junho, onde os voluntários e membros do Corpo deram mais de 10 000 horas de serviços de primeiros socorros e de ambulância. Relatório de actividades - 2003 59 O Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie, preside à Conferência das Américas, na Bolívia, em Novembro de 2002, assistido pelo Grande Chanceler, Jacques de Liedekerke, e pelo Grande Hospitalário, Albrecht Boeselager 60 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // DIPLOMACIA HUMANITÁRIA + + + • Iniciativas diplomáticas a favor da ajuda humanitária • Diplomacia com uma perspectiva humanitária • Diplomacia na Ordem: uma visão pessoal Diplomacia humanitária O sofrimento tem muitas faces e assume muitas formas. Além disso, as suas causas são múltiplas: pobreza, ignorância, guerra, fome, inundações, doenças, terrorismo, opressão, bem como catástrofes, ora naturais ora provocadas pelo Homem, tudo cria condições para a miséria humana que a Ordem se esforça por atenuar. Sempre que é necessário e qualquer que seja a razão, o nosso trabalho de ajuda humanitária é facilitado pelas relações diplomáticas que a Ordem mantém com 93 Estados e através das relações oficiais com seis governos europeus. Também trabalhamos por intermédio das nossas missões permanentes junto das Nações Unidas e a nível do Representante Permanente junto da Comissão Europeia e de outras organizações intergovernamentais e internacionais. Relatório de actividades - 2003 61 Diplomacia com uma perspectiva humanitária O Corpo Diplomático da Ordem é nomeado pelo Grão-Mestre e pelo Soberano Conselho. Os embaixadores assumem funções imediatamente após a apresentação de credenciais. para que pode contribuir a sua enorme experiência, a sua familiaridade com a situação no terreno e os seus conhecimentos específicos. As missões dos embaixadores são estritamente humanitárias, voluntárias e sempre imparciais. Têm por fim facilitar a prestação da ajuda humanitária, de acordo com as necessidades, por parte dos 11 500 membros, 80 000 voluntários permanentes e 11 000 médicos, enfermeiros e outro pessoal de saúde da Ordem. Em 2001 e 2002, a Ordem concluiu novos Acordos de cooperação com a Bolívia, Costa Rica, Equador, Itália, Roménia e Espanha. Estes Acordos irão facilitar a prestação de ajuda humanitária sempre que for necessária nestes países. Ao usarem as suas competências na diplomacia e negociação, contribuem para assegurar que a ajuda pode ser entregue imediatamente e de forma eficaz, trabalhando com as Associações nacionais da Ordem quando existem num determinado país ou, quando não existem, assumindo a responsabilidade pela coordenação das actividades de socorro. A Ordem tem uma política de relações activas com as principais organizações internacionais envolvidas na acção humanitária, procurando trabalhar em parceria com os principais intervenientes internacionais e com organizações governamentais e não governamentais. Neste contexto, a Ordem desempenha um papel cada vez mais activo nos processos de consulta e planeamento, 62 O Embaixador da Ordem nas Filipinas desempenhou um papel fundamental na criação de fortes relações entre a Ordem e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), bem como com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Esta actividade é acrescida ao trabalho do Embaixador e dos seus colegas na distribuição periódica de medicamentos a organizações carenciadas nas Filipinas. Em Julho de 2001 foi assinado pelo Embaixador da Ordem e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica um Acordo em matéria de Saúde entre a Ordem e este país. Na Rússia, em 2002 abriu em Moscovo um novo centro social, na presença do Embaixador da Ordem e do Presidente da Associação Alemã. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // DIPLOMACIA HUMANITÁRIA + + + Iniciativas diplomáticas a favor da ajuda humanitária Embora a Ordem de Malta seja uma Ordem religiosa secular, é uma pessoa jurídica de direito internacional público. Mantém relações diplomáticas com 93 países e tem missões permanentes junto das Nações Unidas em Nova Iorque, Genebra, Paris, Viena e Roma, bem como junto da Comissão Europeia e de outras organizações internacionais. Na actividade humanitária, a Ordem beneficia do seu próprio corpo diplomático. O papel dos embaixadores da Ordem constitui uma combinação da diplomacia tradicional, de competências de negociação e de capacidade para desenvolver actividades humanitárias. Os embaixadores da Ordem são recrutados frequentemente de entre diplomatas profissionais que abandonaram o serviço activo. Assumem as suas responsabilidades a seguir à apresentação de credenciais. A missão dos embaixadores é exclusivamente humanitária. Nos países onde não existe uma Associação nacional o embaixador também é responsável pela coordenação das actividades hospitalares com as outras Associações nacionais que operam no país da missão diplomática. O desenvolvimento das relações da Ordem com organizações internacionais e o reconhecimento da sua posição e do seu papel no mundo permitem-lhe reforçar a sua contribuição especial para a acção humanitária. Em Genebra, o Embaixador Pierre-Yves Simonin (antigo Embaixador da Suíça em Israel e na Bélgica e junto da NATO) trabalha num contexto que engloba as principais agências das Nações Unidas relacionadas com os direitos humanos e com o direito humanitário internacional, em especial o Comité Internacional da Cruz Vermelha e o AltoComissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Em Viena, o Embaixador Helmut Liedermann (antigo Embaixador da Áustria em Belgrado e Moscovo) participou activamente na campanha de proibição da utilização de minas antipessoal. Em Bruxelas, o Embaixador Philippe de Schoutheete (antigo Embaixador da Bélgica em Madrid e antigo Representante Permanente da Bélgica junto da União Europeia) está acreditado junto da Comissão Europeia, principal doador mundial de ajuda humanitária. Acompanha os programas e serviços da EuropeAid e do Serviço de Ajuda Humanitária da Comunidade Europeia (ECHO). O ECHO manteve relações de parceria extremamente activas com a Ordem, especialmente durante a crise dos Balcãs. Em Rome, o Embaixador Guiseppe Bonanno di Linguaglossa é o Observador Permanente da Ordem para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e para o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas. Quando são solicitados para intervir ou participar em esforços para impedir conflitos, os diplomatas da Ordem realizam uma missão delicada e importante. Nos casos de captura de reféns ou noutras crises graves, como os acontecimentos no Camboja e no Líbano, os representantes da Ordem conseguiram intervir com êxito. A Ordem actuou igualmente para proteger trabalhadores de ajuda humanitária em zonas de conflito e catástrofes naturais e pessoas que trabalham em programas de luta contra a lepra. A Ordem é politicamente neutra e absolutamente independente, o que lhe permite dirigir acções para o estabelecimento da paz, mediação e cooperação juntamente com as Nações Unidas. Relatório de actividades - 2003 63 Nações Unidas Embaixador Frei José Antonio Linati-Bosch Em 2001 e 2002 foram feitas 14 declarações pela Missão Permanente da Ordem junto das Nações Unidas em Nova Iorque: em reuniões da Assembleia Geral das Nações Unidas, no Conselho Económico e Social, no Alto-Comissariado para os Refugiados, no Comité Especial e Grupo de Trabalho sobre as Operações de Manutenção da Paz, na Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, no Comité dos Direitos Humanos e em sessões especiais dedicadas às crianças, racismo, VIH/SIDA e terrorismo. A Missão participou igualmente em painéis, conferências e outras actividades especiais das Nações Unidas e coordenou a representação à Cimeira de Monterrey e à Conferência de Madrid das Nações Unidas sobre pessoas idosas. Foram enviadas vinte e seis notas de informação a todos os representantes permanentes e às missões de observação permanentes junto das Nações Unidas e dirigidos 148 relatórios ao Grande Magistério. O Grande Chanceler da Ordem, Jacques de Liedekerke, visitou a Missão em Abril de 2002. O Observador Permanente, por vezes acompanhado por membros da Missão, participou em 102 eventos em 2001 e 2002. Foram igualmente organizadas recepções na Missão destinadas a embaixadores e ao pessoal diplomático, a representantes do Comité Internacional da Cruz Vermelha e da Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, à União Europeia e a funcionários das Nações Unidas. A Missão também contribuiu para combater as actividades de associações não reconhecidas nos Estados Unidos e, quando solicitado, na América Latina. Para coordenar assuntos de interesse mútuo, a Missão também iniciou, criou e manteve contactos oficiais e pessoais com representantes permanentes e observadores permanentes junto das Nações Unidas. Entre as suas prioridades incluem-se o reforço da diplomacia preventiva e o desenvolvimento das actividades benévolas da Ordem em diversos países. Foram igualmente elaborados quarenta e seis estudos jurídicos sobre a Ordem, incluindo informações gerais sobre as suas actividades, bem como um acordo bilateral com a República do Equador e um Acordo Geral de Cooperação entre a Ordem e as Nações Unidas. 64 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + ACTIVIDADES MÉDICAS E HOSPITALARES // DIPLOMACIA HUMANITÁRIA + + + Diplomacia na Ordem: o ponto de vista de um Embaixador Pierre Yves Simonin, o Embaixador da Ordem junto das Nações Unidas em Genebra, descreve as actividades diplomáticas da Ordem e o seu estatuto como entidade soberana independente, sujeita ao direito internacional público e com direito de elaborar as suas próprias leis. A soberania da Ordem foi reconhecida pela Bula Papal de Pascoal II em 1113 e apesar da perda do seu território em Malta durante a Revolução Francesa, a sua soberania e independência foram mantidas. É reconhecida actualmente por 93 Estados. Assim, a Ordem envia e recebe relações diplomáticas e troca embaixadores com outros Estados soberanos. Esta actividade diplomática é realizada a dois níveis - bilateral e multilateral. As relações bilaterais são conduzidas mediante ligações directas entre a Ordem e cada um dos 93 Estados com que tem relações diplomáticas. Muitas vezes, o Embaixador da Ordem reside no país onde está acreditado, mas pode viver em qualquer outro local, efectuando ao longo do ano inúmeras visitas ao país de acreditação. A Ordem também tem ligações com outros governos através de delegados ou representantes. Estão nesta categoria a Alemanha, França, Bélgica e Suíça. As relações multilaterais são mantidas com organizações intergovernamentais, como as Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde, o Alto-Comissariado das Nações Unidos para os Refugiados e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos do Homem. A Ordem obteve o estatuto de Observador Permanente junto das Nações Unidas através de uma resolução de 24 de Agosto de 1994. Está representada em Nova Iorque, Genebra e Viena e tem Delegados Permanentes junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Paris, e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, em Roma. Tem também um Embaixador e Representante Permanente junto da Comissão Europeia, em Bruxelas. O estatuto de observador junto das Nações Unidas em Genebra permite à Ordem trabalhar em estreita colaboração com a Comissão para os Direitos Humanos, o Programa Alimentar Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial para as Migrações e muitas organizações não governamentais envolvidas em actividades humanitárias. Nos países onde a Ordem não tem uma Associação nacional, a presença de um embaixador com um conhecimento profundo das necessidades do país permite a realização eficaz das actividades hospitalares ou de socorro. O corpo diplomático da Ordem tem também de avaliar os problemas humanitários internacionais e manter informado o GrãoMestre e o Governo da Ordem. A actividade diplomática da Ordem contribui, por todos estes meios, para o bem de toda a humanidade. Embaixador Simonin As actividades diplomáticas bilaterais e multilaterais permitem uma vantagem considerável para a missão caritativa da Ordem em todo o mundo. Constituem o quadro que permite à Ordem organizar a sua acção humanitária global, coordenar a ajuda de urgência e implementar projectos de longo prazo. Relatório de actividades - 2003 65 Comissão Europeia O Representante da Ordem junto da Comissão Europeia mantém-se informado sobre o processo de tomada de decisões no quadro institucional europeu e, quando adequado, chama a atenção dos líderes europeus para pontos que são importantes para a Ordem. A Ordem concentra os seus interesses na ajuda ao desenvolvimento e na ajuda humanitária, dois domínios em que União Europeia é um importante interveniente a nível mundial. Esta plataforma de lobbying e de reflexão debruça-se actualmente sobre os desafios com que se defrontam as ONG que trabalham no domínio da ajuda humanitária, nomeadamente: A ajuda ao desenvolvimento é administrada por uma estrutura da Comissão, EuropeAid, que co-financia programas em todo o mundo em desenvolvimento. No passado, tanto a Associação Alemã como a Francesa participaram nestas actividades de co-financiamento, por intermédio dos seus departamentos de ajuda ao estrangeiro. - Resposta às catástrofes provocadas por terroristas Devido a condições administrativas rigorosas impostas pela Comissão e ao grande aumento de pedidos de co-financiamento, este tornou-se mais difícil. No entanto, o Representante da Ordem acompanha muito de perto a política da Comissão neste domínio. No domínio humanitário, a Comissão opera por intermédio do Serviço de Ajuda Humanitária da Comunidade Europeia (ECHO), que é o maior financiador a nível mundial de ajuda humanitária. O Representante da Ordem participa na conferência anual dos parceiros do ECHO, onde são analisados os problemas da implementação da missão humanitária do ECHO através das 400 organizações não governamentais (ONG) que são seus parceiros. As Associações da Ordem são parceiros do ECHO e o Representante supervisiona os projectos que as Associações apresentam. O Representante participa em grupos de trabalho e em conferências organizadas pela vasta plataforma de organizações não governamentais estabelecida em Bruxelas, designada Organizações Voluntárias para a Cooperação em Situações de Urgência (VOICE). 66 Embaixador Schoutheete e o Presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi - Risco de politização da ajuda ao desenvolvimento e da ajuda humanitária - Relação destes dois tipos de ajuda com o aparecimento da Política Europeia Externa e de Segurança Comum - Necessidade de introduzir uma componente de reforço da democracia não apenas nas acções de desenvolvimento, mas também nas humanitárias. - Necessidade de ajudar a promover a aplicação do Direito Internacional Humanitário em cooperação com os governos europeus, as Nações Unidas e o Comité Internacional da Cruz Vermelha. O Representante da Ordem acompanha de perto a evolução da Convenção Europeia, que tem a ver com as reformas institucionais. Alguns aspectos são especialmente relevantes para a Ordem, como o debate sobre a proposta de introduzir na Constituição Europeia uma referência aos valores religiosos e à herança cristã da Europa. O Representante também participa nas reuniões convocadas pelo Grupo de Conselheiros Políticos da Comissão Europeia, onde os representantes de igrejas e de organismos religiosos são informados dos desenvolvimentos ocorridos e convidados a comentá-los. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Governo Governo da Ordem composição e funcionamento ____________________________________________ De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de Malta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados. Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no domínio hospitalar, incluindo a assistência social e sanitária, assim como a favor das vítimas de catástrofes excepcionais e de guerras...» (Excertos da Carta Constitucional, artigo 2º) O Governo da Ordem Soberana de Malta está organizado segundo estruturas próximas das dos governos dos Estados. No entanto, tem algumas especificidades ligadas à sua natureza de Ordem secular e religiosa e conserva uma terminologia particular que remonta a nove séculos de história. A soberania da Ordem exerce-se ao nível de três poderes: poder legislativo, que pertence ao Capítulo Geral, órgão de representação dos cavaleiros, e ao Grão-Mestre, com o Soberano Conselho; poder executivo, que reside igualmente no Soberano Conselho; e poder judicial, que pertence aos tribunais da Ordem. O Grão-Mestre é o Chefe Supremo da Ordem e é eleito a título vitalício pelo Conselho de Estado, reunido com todos os seus membros. Tanto o Capítulo Geral como o Conselho de Estado são compostos por representantes dos Grandes-Priorados, Sub-Priorados, Associações nacionais e Organizações da Ordem estabelecidas nos diferentes países. O Grão-Mestre governa a Ordem, assistido pelo Soberano Conselho, a que preside. Este é constituído pelo Grande Comendador, superior dos religiosos da Ordem, que substitui o Grão-Mestre nas suas ausências, pelo Grande Chanceler (Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Interior), pelo 68 Grande Hospitalário (Ministro da Saúde e dos Assuntos Sociais, da Acção Humanitária e da Cooperação Internacional), pelo Administrador do Tesouro Comum (Ministro das Finanças e do Orçamento) e por outros seis membros, todos eleitos pelo Capítulo Geral de entre Cavaleiros Professos ou Cavaleiros de Obediência. O Soberano Conselà eleito por um período de cinco anos. A Carta Constitucional e o Código regulam a vida e as actividades da Ordem. O Capítulo Geral de 1999 instituiu um órgão consultivo junto do Governo da Ordem, o Conselho do Governo. O Tribunal de Contas exerce funções de controlo económico e financeiro. Os membros destes dois órgãos são eleitos pelo Capítulo Geral de cinco em cinco anos. Os tribunais da Ordem são tribunais de primeira instância e de recurso, sendo o Presidente, juízes, auditores de justiça e auxiliares nomeados pelo Grão-Mestre, com voto deliberativo do Soberano Conselho. As questões jurídicas de grande importância são submetidas a parecer de um órgão técnico, o Conselho Consultivo Jurídico. ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + GOVERNO // COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO + + + GOVERNO DA ORDEM SOBERANA DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA JUNHO 1999 – JUNHO 2004 SOBERANO CONSELHO: GOVERNO 78º Príncipe e Grão-Mestre Sua Alteza Eminentíssima Frei Andrew Bertie ALTOS CARGOS Grande Comendador Fra’ Ludwig Hoffman von Rumerstein Grande Hospitalário Albrecht Boeselager Grande Chanceler Jacques de Liedekerke Administrador do Tesouro Comum Gian Luca Chiavari MEMBROS Fra’ Carl E.Paar Fra’ Carlo Arditi di Castelvetere Fra’ John MacPherson Fra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto Richard J.Dunn Jean-Pierre Mazery CONSELHO DO GOVERNO TRIBUNAL DE CONTAS Fra’ Jose Antonio Linati-Bosch Fra’ Elie de Comminges Winfried Henckel von Donnersmarck Thomas Francis Carney, Jr. Antonio Carlos de Silva Coelho Don Prospero Colonna, Prince de Avella Presidente: Francesco Lechi Conselheiros: Franz Harnoncourt-Unverzagt Thierry de Beaumont-Beynac Ernst von Freyberg-Eisenberg Charles J.Wolf, Jr. Conselheiros suplente: Carlo Eyrl di Waldgries e Liebenaich JUNHO 2004 – JUNHO 2009 SOBERANO CONSELHO: GOVERNO 78º Príncipe e Grão-Mestre Sua Alteza Eminentíssima Frei Andrew Bertie ALTOS CARGOS Grande Comendador Fra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto Grande Hospitalário Albrecht Boeselager Grande Chanceler Jacques de Liedekerke Administrador do Tesouro Comum Gian Luca Chiavari MEMBROS Fra’ Carlo Arditi di Castelvetere Fra’ John A.MacPherson Fra’ Elie de Comminges Fra' Filippo Maria Ferretti di Castelferretto Jean-Pierre Mazery Antonio Sanchez-Corea, Jr. CONSELHO DO GOVERNO TRIBUNAL DE CONTAS Winfried Henckel von Donnersmarck Don Prospero Colonna, Prince de Avella Don Pedro Merry del Val y Diez de Rivera Antonio Carlos da Silva Coelho Thomas Francis Carney, Jr. Raphaël Georges Debbane Presidente: Francesco Lechi Conselheiros: Franz Harnoncourt-Unverzagt Carlo Eyrl di Waldgries e Liebenaich Charles J.Wolf, Jr. Bruno de Pazzis Conselheiros suplente: Carlo d'Ippolito Joseph Murray Cianciolo Relatório de actividades - 2003 69 Visitas oficiais do Grão-Mestre Santa Sé - Sua Santidade o Papa João Paulo II 70 Argentina - SE Eduardo Duhalde República Checa - SE Vaclav Havel Guatemala - SE Alfonso Portillo Cabrera Hungria - SE Ferenc Madl Nicarágua - SE Enrique Bolaños Geyer Eslováquia - SE Rudolf Schuster ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + GOVERNO // VISITAS OFICIAIS DO GRÃO-MESTRE + + + 2001 22.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho são recebidos em audiência por Sua Santidade o Papa João Paulo II 04.11 O Grão-Mestre recebe o Presidente da República da Eslováquia, SE Rudolf Schuster, em Roma. NB: todas as visitas oficiais agendadas para as semanas imediatamente a seguir a 11 de Setembro foram canceladas. da República da Guatemala, SE Enrique Portillo Cabrera. 11.12 Visita oficial do Grão-Mestre ao Palácio do Quirinal para um encontro com o Presidente da República Italiana, SE Carlo Azeglio Ciampi. 2003 07.04 Visita oficial do Grão-Mestre ao Reino de Marrocos. 27.05 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente da 2002 22.03 O Grão-Mestre visita oficialmente a Roménia, encontrando-se com SE o Presidente Ion Iliescu. República da Argentina, SE Eduardo Duhalde. 28.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho são recebidos em audiência por Sua Santidade o Papa João Paulo II. 06.04 O Grão-Mestre recebe o Presidente da República Checa, SE Vaclav Havel, em Roma. 16.04 O Grão-Mestre recebe em Roma o Presidente da República da Nicarágua, SE Enrique Bonanos Geyer. 03.06 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente da República da Bolívia, SE Jorge Quiroga. 12.06 O Grão-Mestre recebe em Roma o Vice-Presidente 13.06 19.06 21.06 28.10 08.11 26.11 da República da Guatemala, SE Juan Francisco Reyes López O Grão-Mestre recebe o Rei da Suazilândia, Mswati III, no Palácio Magistral em Roma. O Grão-Mestre recebe em Roma o Presidente da República da Hungria, SE Ferenc Madl. O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho são recebidos em audiência por Sua Santidade o Papa João Paulo II. Realização em Roma de um encontro privado entre o Grão-Mestre e o Presidente da República da Eslováquia, SE Rudolf Schuster. Numa visita de Estado à Bolívia, o Grão-Mestre encontra-se com o Presidente da República, SE Gonzalo Sánchez de Lozada. Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente Relatório de actividades - 2003 71 Visita oficial do Grão-Mestre ao Presidente da República Italiana, Carlo Azeglio Ciampi Acordos de cooperação oficiais Acordos de cooperação assinados em 2001-2002 23.11.2000 15.09.2001 23.11.2001 04.03.2002 11.03.2002 08.11.2002 Espanha Equador Itália (2003: ratificado) Costa Rica Roménia Bolívia (2003: ratificado) A Ordem assinou seis Acordos de cooperação em 2001 e 2002 que permitem oferecer ajuda humanitária e cooperação a países que precisam de vários tipos de apoio, desde programas de ajuda humanitária sob a forma de primeiros socorros e serviços sociais ou cuidados a idosos e deficientes, até aconselhamento e apoio às estruturas sanitárias e hospitalares públicas. 72 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA O Embaixador da Ordem na Costa Rica assina um Acordo de cooperação com o Ministro da Saúde, Costa Rica, Março de 2002 + + + GOVERNO // VISITAS OFICIAIS DO GRÃO-MESTRE + + + As relações diplomáticas da Ordem a nível mundial A ORDEM DE MALTA MANTÉM RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM 93 PAÍSES: EUROPA Albânia, Áustria, Bielorrússia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Federação Russaá, Hungria, Itália, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Macedónia, Malta, Moldávia, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Santa Sé, São Marino, Sérvia e Montenegro. AMÉRICAS Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Vicente e Grenadinas, Suriname, Uruguai, Venezuela. ÁSIA Afeganistão, Arménia, Camboja, Cazaquistão, Filipinas, Geórgia, Jordânia, Líbano, Tailândia, Tajiquistão. ÁFRICA Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores, Congo (República Democrática do), Congo (República do), Costa do Marfim, Egipto, Eritreia, Etiópia, Gabão, Guiné Equatorial, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Madagáscar, Mali, Marrocos, Maurícia, Mauritânia, Moçambique, Níger, República Centro-Africana, São Tomé e Príncipe, Seicheles, Senegal, Somália, Sudão, Togo. OCEÂNIA Ilhas Marshall, Kiribati, Micronésia, * As relações com a Federação Russa são mantidas por intermédio de uma missão diplomática especial. A ORDEM DE MALTA TEM MISSÕES PERMANENTES JUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS E DAS SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS: Nações Unidas - Nova Iorque Nações Unidas - Genebra Nações Unidas - Viena UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Paris Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura FAO - Roma Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas - PAM - Roma Organização Mundial da Saúde - OMS - Genebra Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados ACNUR - Genebra Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos OHCHR - Genebra A ORDEM DE MALTA TEM RELAÇÕES OFICIAIS COM: Bélgica França Alemanha Luxemburgo Principado do Mónaco Suíça A ORDEM DE MALTA TEM DELEGAÇÕES OU REPRESENTAÇÕES JUNTO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: Comissão Europeia - Bruxelas Conselho da Europa - Estrasburgo Organização Internacional das Migrações - OMI - Genebra Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado UNIDROIT - Roma Comité Internacional de Medicina Militar - CIMM - Bruxelas Comité Internacional da Cruz Vermelha - CICV - Genebra Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho - Genebra Instituto Internacional do Direito Humanitário - São Remo, Genebra Relatório de actividades - 2003 73 Embaixadores da Ordem Soberana nomeados em 2001, 2002 e 2003 74 Santa Sé Egipto Argentina Guiana Afeganistão El Salvador Bolívia Federação Russa Malta Nicarágua Cazaquistão Polónia Guiné Líbano Marrocos República Dem. do Congo Belize São Marino Moldávia Maurícia Alberto Léoncini Bartoli Oliviero Rossi Antonio Caselli Silvano Pedrollo Peter Canisius von Canisius Juan M Bracete William Walsh Andre Gutzwiller Giampietro Nattino Ernesto Kelly Morice Peter Canisius von Canisius Roger de Giorgio Guy Jaulin du Seutre Jacques Guerrier de Dumast Pierre Marie Guisolphe Geoffroy de Liedekerke Thomas Francis Carney Franco Ferretti Peter Canisius von Canisius Bernard Dorin Data de credenciais 2001 12 de Janeiro 13 de Fevereiro 14 de Fevereiro 14 de Fevereiro 27 de Fevereiro 01 de Março 07 de Março 13 de Março 22 de Março 24 de Abril 26 de Abril 11 de Junho 28 de Junho 24 de Julho 25 de Julho 04 de Setembro 18 de Setembro 29 de Setembro 16 de Outubro 05 de Dezembro Etiópia Sudão Benim Honduras Burquina Faso Guiné Equatorial Organizações das Nações Unidas, Roma (FAO, PAM) Oliviero Rossi Oliviero Rossi Gerard Dutheil de la Rochère Jacques de Mandat-Grancey Alain de Parcevaux Jordi Mas Capo Príncipe Giuseppe Bonanno di Linguaglossa 2002 28 de Janeiro 19 de Março 22 de Março 19 de Junho 30 de Julho 10 de Outubro 23 de Abril Uruguai Portugal Sérvia e Montenegro Ilhas Marshall Espanha Liechtenstein Níger República Centro-Africana Chade Eslováquia Pierre den Baas Príncipe de Arenberg Stefan Falez William H Weiss Jean-Marie Musy Maximilian Turnauer Bertrand de Pesquidoux Antoine Foulhiac de Padirac Alain Cadix Príncipe Mariano Windisch-Graetz 2003 13 de Fevereiro 09 de Maio 20 de Maio 17 de Junho 19 de Setembro 03 de Outubro 14 de Outubro 17 de Outubro 23 de Outubro 23 de Outubro República Checa Egipto Bielorrússia Jordânia Moçambique Polónia Cabo Verde Guiana Yves-Jean Du Monceau Ugo Leone Paul Friedrich von Fuhrherr Bo Theutenberg Adalberto de Fonseca Neiva de Oliveira Vincenzo Manno Miguel Igrejas Horta e Costa Gaetano di Mase Janeiro - Junho de 2004 10 de Janeiro 09 de Fevereiro 18 de Fevereiro 08 de Março 18 de Junho 22 de Junho 09 de Julho 01 de Setembro ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA + + + GOVERNO // EMBAIXADORES DA ORDEM + + + Observador Permanente junto das Nações Unidas Nações Unidas, Nova Iorque José Antonio Linati-Bosch Robert LeRoy Shafer Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) Maximilian Turnauer 2001 - Junho de 2004 Junho de 2004 Março de 2004 Embaixadores junto da Ordem Soberana nomeados em 2001, 2002 e 2003 Portugal Peru Áustria Federação Russa Brasil República Dominicana Chile Croácia S.E. Pedro José Ribeiro de Menezes S.E. Alberto Montagne Vidal S.E. Walter Greinert S.E. Vitaly Litvin S.E. Oto Agripino Maia S.E. Victor Hidalgo Justo S.E. Máximo Pacheco Gómez S.E. Franjo Zenko Data de credenciais 2001 11 de Janeiro 16 de Maio 17 de Maio 18 de Maio 19 de Junho 10 de Outubro 07 de Novembro 19 de Novembro Bulgária Sérvia e Montenegro Níger Filipinas Polónia Equador Marrocos S.E. Vladimir Nicolaev Gradev S.E. Darko Tanaskovic S.E. Amadou Touré S.E. Francisco Acevedo Alba S.E. Hanna Suchocka S.E. Marcelo Fernández de Cordoba S.E. Mohamed Sbihi 2002 10 de Maio 14 de Maio 21 de Maio 19 de Junho 10 de Outubro 23 de Outubro 29 de Novembro Hungria Eslovénia Gabáo Eslováquia Tailândia República Checa Roménia S.E. Gábor Erdódy S.E. Ludvik Toplak S.E. Désiré Koumba S.E. Mme Dagmar Babčanová S.E. Vara-Poj Snidvongs S.E. Pavel Jajtner S.E. Mihail Dobre 2003 09 de Janeiro 20 de Março 17 de Outubro 22 de Outubro 28 de Outubro 28 de Novembro 04 de Dezembro Italia Mali Letónia Argentina Burkina Faso S.E. Giuseppe Balboni Acqua S.E. Mohamed Salia Sokona S.E. Alberts Sarkanis S.E. Carlos Luis Custer S.E. Mamadou Sissoko Janeiro - Junho de 2004 10 de Janeiro 09 de Março 29 de Abril 07 de Maio 11 de Maio Relatório de actividades - 2003 75 Livros e artigos seleccionados sobre a Ordem publicados em 2001 e 2002 Allard, Jean-Marie Complément sur les origines du prieuré d’Auvergne de l’Ordre des Hospitaliers de Saint-Jean de Jérusalem. [S. l.]: [s. n.], 2002. Allotta di Belomonte, Gaetano Iconografia sacra ispirata al mare. [Taranto]: Fondazione Ammiraglio Michelagnoli, 2000. Archives Nationales de France. Correspondance des consuls de France à Alger, 1642-1792: Inventaire analytique des articles A.E. BI 115 à 145. Paris: Centre Historique des Archives Nationales, 2001. 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Thiou, Eric Dictionnaire biographique et généalogique des chevaliers de Malte de la langue d’Auvergne sous l’ancien régime: 1665-1790. Versailles: Mémoire & documents, 2002. Troyat, Henri Paul Ier le Tsar mal aimé. Paris: B. Grasset, [2002]. Vatin, Nicolas Rhodes et l’Ordre de Saint-Jean-de-Jérusalem. Paris: CNRS éditions, c2000. Wettinger, Godfrey Slavery in the islands of Malta and Gozo ca. 1000-1812. [Malta]: PEG Ltd, 2002. Wettinger, Godfrey Place-names of the Maltese Islands: ca. 13001800. San Gwann (Malta): PEG, 2000. Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich Suwerennego Rycerskiego Zakonu Szpitalnikow Swietego Jana Jerozolimskiego zwanego Rodyjskim i Maltanskim. Pomoc Maltanska: wspolpracujcie z nami dla dobra potrzebujacych! [Krakow]: [Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich], 2001. Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich Suwerennego Rycerskiego Zakonu Szpitalnikow Swietego Jana Jerozolimskiego zwanego Rodyjskim i Maltanskim. Spis czlonkow: 1920-2002. [Krakow]: [s. n.], 2002. Compilados pelo Bibliotecário e pelo pessoal. O catálogo (ainda em preparação) da Biblioteca do Grande Magistério já está disponível em linha. Para o consultar, entrar no sítio web da Ordem de Malta, www.orderofmalta.org No menu do lado esquerdo, em baixo de «Acerca da Ordem», seleccione Biblioteca Magistral e Arquivos, clique e depois volte a clicar em «catálogo». Relatório de actividades - 2003 79 GRANDES-PRIORADOS, SUB-PRIORADOS E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS ALEMANHA SOUS-PRIEURE ALLEMAND DE ST. MICHEL Régent Nob. Karl von Lengerke Lindenplatz 4 D 74206 Bad Wimpfen / Allemagne T +49 (0) 706 3933228 F +49 (0) 706 3933193 [email protected] ASSOCIATION ALLEMANDE Président: Dr. Leo-Ferdinand Graf Henckel von Donnersmarck Burgstr. 10 D 53505 Kreuzberg / Allemagne T +49 (0) 2 643 2038 F +49 (0) 2 643 2393 [email protected] ARGENTINA ASSOCIATION ARGENTINE Président M. Rodolfo Tadeo Buttini Av. Santa Fè 1379, - 1° Piso C1059ABH Buenos Aires/Argentine T +5411 48122882 F +5411 48123313 [email protected] AUSTRÁLIA Président: Antony John McDermott Macken 104, Studley Park Road KEW, Victoria 3101 T +61 (3) 96144899 F +61 (3) 96293542 [email protected] ÁUSTRIA GRAND PRIEURE D ‘AUTRICHE Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Wilhelm von und zu Liechtenstein Johannesgasse, 2 - A -1010 Wien/Autriche T +43 (1) 5127244 F +43 (1) 5139290 [email protected] BÉLGICA ASSOCIATION BELGE Président le Prince Baudoin de Merode Av. Louise 85, Bte 1 - B-1050 Bruxelles/Belgique T +32 2 252 30 72 F +32 2 252 59 30 [email protected] BOLÍVIA ASSOCIATION BOLIVIENNE Délégué Magistral: Dr. Carlos Fernando Romero Moreno Calle 7 y 8 N° 631 Obrajes, LA PAZ - Bolivia T+591 22 787903 et +591 22 787828 F +591 28 115766 et +591 27 87898 BRASIL ASSOCIATION BRESILIENNE DE RIO DE JANEIRO Président Prof. Dr. Antonio Patrocinio Locoselli Mosteiro de São Bento - Rua - Dom Gerardo, 68 RJ- 20.090-030 Rio de Janeiro / Brésil F +55 21 22333342 80 ASSOCIATION DE SÃO PAULO ET DU BRESIL MERIDIONAL Président M. Dino Samaja Centro Assistential Cruz de Malta Rua Orlando Murgel, 161 SP-04358-090 São Paulo/Brésil T +55 11 5581-0944 F +55 11 5594-4780 [email protected] ASSOCIATION DE BRASILIA ET DU BRESIL SEPTENTRIONAL Président M. Caio Cesar Tourinho Marqués Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, Brasilia, D.F. (Brésil) Correspondance : Caixa Postal 2971, Brasilia, D.F. CEP 71.609-970 (Brésil) T / F +55 71 331-2123 [email protected] CANADÁ ASSOCIATION CANADIENNE Président l’Amb. Theodore J. Arcand 1247, Kilborn Place - Suite 302 ON-K1H 6K9 Ottawa/Canada T +1 (613) 731 8897 F +1 (613) 731 1312 [email protected] CHILE ASSOCIATION CHILIENNE Président l’Amb. Don Héctor Riesle Contreras San Damian 490 - Las Condes Santiago /Chili T +56 (2) 215 2289 F +56 (2) 215 3510 [email protected] COLÔMBIA ASSOCIATION COLOMBIENNE Président: Don José Roman Fernandez Gonzalez Carrera 9a No. 80-15 Oficina 802 Apartado Aereo 4893 Bogota/Colombie T +571.3100088 et +571.3262175 F +571.5314182 et 3490204 [email protected] COSTA RICA ASSOCIATION DE COSTA RICA Président la Comtesse Giuliana Fanelli De la Rotonda de las Garantias Sociales de Zapote 150 mts. Norte Mano Izquierda San José/Costa Rica T +506 225 26 77 F +506 234 71 64 CUBA ASSOCIATION CUBAINE Président Don Fernando Tomás Garcìa-Chacon Y Chacon, Marquis de Salinas Suite 200 Grand Bay Plaza, 2665 South Bayshore Drive FI-33133 Miami/Usa T +1 (305) 285 0800 F +1 (305) 285 0837 [email protected] REPÚBLICA CHECA GRAND PRIEURE DE BOHEME Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Norbert V. Kinski de Wchynicz et Tetow Lázenská 4 - Malà Strana CZ 11800 Praha 1/ République Tchèque T +420 25 7530824 et +420 257530876 F +420 257535995 [email protected] ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA REPÚBLICA DOMINICANA ASSOCIATION DOMINICAINE Président Marino A. Ginebra Hurtado Apartado de Correos, No. 92 Santo Domingo (République Dominicaine) T +1 809 292 8714 et +1 809 541 1804 F +1 809 567 0422 [email protected] EQUADOR ASSOCIATION EQUATORIENNE Président Don Eduardo Noboa Zaldumbide P.O. Box 17-07-9302 Quito/Equateur T +593 (22) 239606 et +593 (22) 431704 F +593 (22) 567194 [email protected] EL SALVADOR ASSOCIATION DU SALVADOR Président Dr. Pedro Andres Houdelot Boulevard Orden de Malta N. 3 Urb. Santa Elena, Antiguo Cuscatlán, La Libertad, El Salvador, C.A. Apartado Postal : 42 Santa Tecla T + 503 (278) 2222 F + 503 (278) 2963 [email protected] ESCANDINÁVIA ASSOCIATION SCANDINAVE Président le Baron Gustaf von Essen Salsta Västeräng S-740392 Vattholma, Sweden T +46 18 352315 et +46 706 715427 [email protected] ESLOVÉNIA ASSOCIATION SLOVENIE Président Prof. Joze Osterc Valvazorjeva SI - 1000 Ljubljana / Slovenie T +386 1 25 14 866 ESPANHA SOUS-PRIEURE DE ST GEORGES ET ST JACQUES Régent: Don Fernando Gomez de Olea y de la Peña, Remirez y de la Peña Calle Villanueva, 27 E-28001 Madrid/Espagne T +349 (1) 5765834 F +349 (1) 3461815 [email protected] ASSOCIATION ESPAGNOLE Président Don Gonzalo Crespí de Valldaura y Bosch-Labrús, Conde de Orgaz Calle Flora, 3 E-28013 Madrid /Espagne T +349 (1) 5417065 F +349 (1) 5417134 [email protected] EUA SOUS-PRIEURE DE NOTRE DAME DE PHILERMOS Régent M. Antonio R. Sanchez-Corea, Jr. 465 California Street, Suite 818 San Francisco CA 94104-1820 /USA T +1 415 788 4550 F +1 415 291 0422 [email protected] ASSOCIATION AMERICAINE Président: M. Daniel J. Kelly 1011 First Avenue - (Room 1350) - New York N.Y. 10022-4112 /USA T +1 (212) 371 15 22 F +1 (212) 486 94 27 [email protected] ASSOCIATION DES ETATS-UNIS D’AMERIQUE (OCCIDENTALE) Président M. Richard B. Madden 465 California Street - Suite 818 San Francisco CA. 94104-1820 /USA T +1 (415) 788-4550 F +1 (415) 291 0422 [email protected] ASSOCIATION FEDERALE DES ETATS-UNIS D’AMERIQUE Président M. G. Patrick Clancy 1730 M Street, N.W. - Suite 403 - Washington D.C. 20036 /USA T +1 (202) 331 2494 F +1 (202) 331 1149 [email protected] FILIPINAS ASSOCIATION DES PHILIPPINES Président Don Leocadio de Leoz De Asis Pope Pius XII - Catholic Center, 1175 United Nations Avenue 1007 Manila P.O. Box 418 - Manila Central Post Office 1050 Manila /Philippines T +63 (2) 536 4795 F +63 (2) 5255302 [email protected] FRANÇA ASSOCIATION FRANÇAISE Président le Comte et Prince de La Rochefoucauld-Montbel 92 rue du Ranelagh F-75016 Paris/France T +33 (1) 45 20 80 20 F +33 (1) 45 20 00 13 [email protected] GRÃ-BRETANHA GRAND PRIEURE D’ANGLETERRE Grand Prieur : Frà Matthew Festing Birks Tarset, Hexham, Northumberland NE48 1LA /G.B. T +44 01670 775123 F +44 01670 775468 [email protected] ASSOCIATION BRITANNIQUE Président le Prince Rupert Louis Ferdinand zu Löwenstein, Count von Löwenstein-Scharffeneck Brampton House - 60, Grove End Road G.B. - London NW8 - 9NH/Angleterre T +44 20 7586 3179 F +44 20 7289 3243 [email protected] GUATEMALA ASSOCIATION DU GUATEMALA Président Doña Maria Cristina Hegel de Alejos Finca Labor de Castilla km 19 Ciudad Guatemala T +502 4344962 et +502 4345097 F +502 4344960 [email protected] HONDURAS ASSOCIATION DU HONDURAS Président Lic. Jacques Casanova Wolffsheim Edificio Midence Soto, 12 piso No. 1202 Parque Central Apartado Postal 657 Tegucigalpa M.D.C./ Honduras T +504 2381456 F +504 2370822 [email protected] HUNGRIA ASSOCIATION HONGROISE Président M. György de O’Svath Fortuna utca 10 H-1014 Budapest/Hongrie T / F +36 (1) 3755174 IRLANDA SOUS-PRIEURE IRLANDAIS SAINT OLIVER PLUNKETT Régent M. Peter B. Pearson St. John’s House - 32, Clyde Road Dublin, 4 / Irlande T +353 (1) 6140030 F +353 (1) 6685288 [email protected] ASSOCIATION IRLANDAISE Président le Juge Peter Smithwick St. John’s House, 32, Clyde Road Dublin 4/Irlande T +353 (1) 6140031 F +353 (1) 6685288 [email protected] ITÁLIA GRAND-PRIEURE DE ROME Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Franz von Lobstein Piazza dei Cavalieri di Malta, 4 00153 Roma/Italie T +39 06 5779193 F +39 06 5758351 [email protected] GRAND-PRIEURE DE LOMBARDIE ET VENISE Grand Prieur : Fra’ Roggero Caccia Dominioni Palazzo Malta - Castello 3253 30122 Venezia / Italie T +39 041 5222452 F +39 041 5209955 [email protected] GRAND-PRIEURE DE NAPLES ET SICILE Grand Prieur : Fra’ Antonio Nesci Via del Priorato, 17 80135 Napoli / Italie T +39 081 5640891 F +39 081 5498540 ASSOCIATION DES CHEVALIERS ITALIENSACISMOM Commissaire Magistral : Dr. Fausto Solaro del Borgo, Marquis de Borgo San Dalmazzo Casa di Rodi - Piazza del Grillo, 1 00184 Roma /Italie T +39 06 6781518 +39 06 6789261 F +39 06 6783609 [email protected] LÍBANO ASSOCIATION LIBANAISE Président M. Marwan Sehnaoui P.O. Box : 11-4286 Beyrouth/Liban T +961 (1) 684104 F +961 (1) 684103 [email protected] MALTA ASSOCIATION MALTAISE Président Dr. Jaime H. Cremona Casa Lanfreducci - 2, Victory Square VLT-11 Valletta /Malte T +356 21 22 69 19 F +356 21 22 69 18 [email protected] MÉXICO ASSOCIATION MEXICAINE Président Don José Barroso Chavez Liverpool 25, Col. Juárez C.P. 06600 Mexico D.F. T +52 55 5705 0350 et +52 55 5705 0380 F +52 55 5535-5857 [email protected] MÓNACO ASSOCIATION MONEGASQUE Président M. Jean Fissore L’Hermitage - Square Beaumarchais MC 98000 Monte-Carlo / Principauté de Monaco T +377 93507560 F +377 93251334 [email protected] NICARÁGUA ASSOCIATION NICARAGUAYENNE Commissaire Magistral : M. Alberto J. McGregor Lopez Apt.do 3491 - km 4 Carretera Sur Managua / Nicaragua T +505 (2) 660014 F +505 (2) 660015 [email protected] PAÍSES BAIXOS ASSOCIATION DES PAYS BAS Président: le Baron Zweder O.H.M. van Hovell tot Westerflier 39, Roelofsstraat, 2596 VK La Haye - Netherlands T: +31 (70) 3244922 F +31 (70) 3248696 PANAMÁ ASSOCIATION DE PANAMA Président Av. Julio Cesar Contreras III Apartado Postal 0816-01560 Panama 5/Rép. du Panama T +507 265 3411 et +507 213 0300 F +507 264 4569 et +507 263 8539 [email protected] PERU ASSOCIATION PERUVIENNE Président M. Augusto Felipe Wiese de Osma Av. Enrique Canaval y Moreyra 522 Piso 16 Lima 27 - San Isidro/Pérou T +51(1)4412924 et +51 (1)4412933 F +51(1)4412626 [email protected] POLÓNIA ASSOCIATION POLONAISE Président le Comte Juliusz Ostrowski Ul. Karmelicka 8/7 P-31-128 Kraków /Pologne T / F +48 (12) 4226426 PORTUGAL ASSOCIATION PORTUGAISE Président S.A.R. Dom Miguel de Bragança, Infant du Portugal, Duc de Viseu Igreja de Santa Luzia e São Brás, Largo de Santa Luzia P-1100-487 Lisboa /Portugal T +351 (21) 888 1303 F +351 (21) 888 1302 ROMÉNIA ASSOCIATION ROUMAINE Commissaire Magistral : l’Amb. Franz Alfred Reichsgraf von Hartig Strada Fabrica de Glucosa 7, Pipera Platform RO-Bucuresti / Roumanie T +40 21 2332700 F +40 21 2332701 [email protected] Relatório de actividades - 2003 81 SENEGAL COMITE NATIONAL DES CHEVALIERS DE L’ORDRE SOUVERAIN MILITAIRE DE MALTE AU SENEGAL Président le Gén. Jean Alfred Diallo 7, Rue Jean Mermoz, Dakar (Sénégal) T +221 (822) 3007 F +221 (822) 6221 SUÍÇA ASSOCIATION HELVETIQUE Président le Comte Johannes von Toggenburg Technikumstrasse 6 CH-9470 Buchs /Suisse T +41 (0) 81 7565608 F +41 (0) 81 7561209 [email protected] URUGUAI ASSOCIATION URUGUAYENNE Président Dr. Eduardo Rocca Couture Sarandi, 123 - 11000 Montevideo / Uruguay T +598 (2) 9162629 et +598 (2) 9162630 F +598 (2) 9162264 [email protected] VENEZUELA ASSOCIATION VENEZUELIENNE Président M. Rafael Gallegos Santaella Avenida Río Manapire, Oficina Sótano 3 de las Residencias Palmira, Terrazas del Club Hípico 1080A Caracas / Venezuela T +58 (212) 9793646 et 9793575 F +58 (212) 9793575 [email protected] CORPOS DE SOCORRO ÁFRICA DO SUL (REPÚBLICA DA) BROTHERHOOD OF BLESSED GÉRARD Organisme de secours de l’Ordre Président Rév. P. Gérard Tonque Lagleder Anderson Road - P.O. Box 440, 61 4490 Mandini / République d’Afrique du Sud T +27 (32) 4562743 F +27 (32) 4567962 [email protected] ALBÂNIA MALTESER-NDIHMON NE SHQIPERI (MNSH) Fondation de bienfaisance de l’Ordre en Albanie. Président Dr. Michael Faber Lagja Tom Kola, Rruga Gjon Buzuku nr. 53 Shkodra (Albanie) T/F +355 224 2729 [email protected] BÓSNIA-HERZEGOVINA COORDINATION PERMANENTE DES ACTIVITES DU MALTESER-HILFSDIENST Coordinateur : M. Thomas Reuter “Gorenje” Bldg., Jablanska bb - 77999 Bihac (Bosnie-Herzégovine) T +387 (77) 332194 F +387 (77) 332194 [email protected] CROÁCIA HRVATSKA MALTESKA SLUZBA (HMS) Fondation de bienfaisance de l’Ordre en Croatie. Président le Comte Georg Eltz Vukovarski A.V. Humboldta 4b HR-10000 Zagreb /Croatie T+385 1 631 2883 F+385 1 615 4419 [email protected] ESLOVÁQUIA MALTÉZSKA POMOC Service Hospitalier de l’Ordre de Malte. Président MUDr. Zoltán Sebök de Veresmarth Biela 2 SK - 811 01 Bratislava /Slovaquie T +421 (7) 5443399-5 F +421 (7) 54433990 [email protected] LETÓNIA Maltas Ordena Palidzibas Dienests (MOPD) Corps de volontaires en Lettonie. Président Mgr Gatis Bezdeliga 11. novembra krastmala, 29 - Riga LV-1050 (Latvia) T +371 (7) 22 27 53 et +371 9227 306 F +371 (7) 82 10 70 [email protected] LITUÂNIA Maltos Ordino Pagalbos Tarnyba (MOPT) Corps de volontaires en Lituanie. Président Doc. Dr. Stasys Gendvilis Gedimino pr. 56 b LT - 2010 Vilnius/Lituanie T +370 52498604 F +370 52497463 [email protected] 82 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA LUXEMBURGO Premier Secours de la Croix de Malte - Asbl Président Me. Dean Spielmann Institut Saint Jean - 110, avenue Gaston Diderich L-1420 Luxembourg Adresse postale : B.P. 2462 - L-1024 Luxembourg T/F +352 444979 [email protected] PARAGUAI SERVICIO DE EMERGENCIA MALTA (SEMA) Œuvre de l’Ambassade de l’Ordre Souverain Militaire de Malte au Paraguay sous le patronage du Grand Magistère. Avenida Mariscal Lopez 2307 Asunción/Paraguay T +595 (21) 602130 F +595 (21) 223701 SÉRVIA E MONTENEGRO MALTESKA DOBROTVORNA ORGANIZACIJA JUGOSLAVIJE (MDOJ) Organisme de secours fondé en collaboration avec le UMCD en Allemagne et le MMSZ Hongrois. Directeur : M. Szollösy Gyorgy Caradusana, 38A 23001 Zrenjanin /Serbie-Monténégro T +381 23 65539 UCRÂNIA MALTIJSKA SLUSHBA DOPOMOHY (MSD) Organisme de secours fondé en collaboration avec le MHD Allemand. Directeur : M. Pavlo Titko Wul.Akad.Bogomolza 8/2 UA-79005 Lwiw /Ukraine T +380 (322) 751200 et +380 (322) 978660 F +380 (322) 978660 [email protected] ESTADOS COM OS QUAIS A ORDEM TEM RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS AFEGANISTÃO S. Exc. M. Peter Canisius von Canisius Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Ul. Vavilova 85/69-70, 117335 Moscou / Russie Adresse postale : B.P 340, A-1015 Vienne - Autriche T +7 (095) 134 84 49 F +7 (095) 938 20 12 [email protected] ALBÂNIA S. Exc. M. Günther A. Granser Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Rogner Europapark, App. No. 420, Boulevard Deshmoret e Kombit - Tirana /Albanie T +355 42 23636 F +355 42 35012 [email protected] ARGENTINA S. Exc. M. Antonio Manuel Caselli Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Av. da Alicia Moreau de Justo 1930, P 1° 1107 AFN Buenos Aires/Argentine T +5411 4516 0034/5 F +5411 4516 0037 [email protected] ARMÉNIA S. Exc. M. André Gutzwillër Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Hôtel Armenia 1 Erevan /Arménie T +3741 599000 F +3742 599256 [email protected] ÁUSTRIA S. Exc. le Baron Gioacchino Malfatti di Montetretto Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 2, Johannesgasse A-1010 Wien/Autriche T+43 1 512 72 44 F+43 1 513 92 90 [email protected] BELIZE S. Exc. M. Thomas Francis Carney Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 811 George Bush Boulevard - Delray Beach 33483 FI - USA T +1 561 330 8140 +1 561 330 2480 F +1 561 330 8233 [email protected] BENIM S. Exc. le Comte Gérard Dutheil de La Rochère Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 01 B.P. 192 - RP Cotonou T +229 312 373 F +229 313 593 [email protected] BIELORRÚSSIA S. Exc. M. Paul Friedrich von Fuhrherr Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Seklaska, 5 SK 81101 Bratislava/Belarus T +421 7 5314346 F +421 7 5314342 BOLÍVIA S. Exc. M. William D. Walsh Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Calle Reyes Ortiz, 73-Ed. Torres Gundlach, piso 15 c La Paz - B.P 5725 T +591 2330022 F +591 8112383 [email protected] BÓSNIA-HERZEGOVINA S. Exc. M. Lorenzo Tacchella Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Mula Mustafe-Baseskije Street, 12 Sarajevo/Bosnie Erzegovine T / F +387 33 668632 [email protected] BRASIL S. Exc. Dr. Wolfang Franz Josef Sauer Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Avenida W-3 Norte-Quadra 507Bloco C-70740-535 Brasilia DF/Brésil T+55 612 72 04 02 F+55 613 47 49 40 [email protected] BULGÁRIA S. Exc. M. Rodolfo Rinaldi Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie: 7, Petar Parchevich Str., fl 7, app. 6 - BG 1000 Sofia T +359.89746766 Email: [email protected] BURQUINA FASO S. Exc. le Comte Alain de Parcevaux Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 36 rue Scheffer F - 75016 Paris/France T +331 47 55 93 86 F +331 47 55 94 86 CABO VERDE S. Exc. M. Miguel Antonio Igrejas Horta e Costa Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Avenida da Holanda, 497 P-2765-228 Estoril /Portugal T +351 21 4672239 et (prof) +351 21 5001003 F +351 21-5001049 [email protected] CAMARÕES S. Exc. M. Jean-Christophe Heidsieck Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Villa de la Grotte - Mont-Febe Yaoundé B.R 4084/Cameroun T +237-201 816 F +237-210 925 CAMBOJA S. Exc. M. Michael Mann Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : N° 10, Street 370, Sangkat Bocung Keng Kang I, Khan Chamcar Mon Phnom Penh / Cambodge T / F +855 23 368184 [email protected] CAZAQUISTÃO S. Exc. M. Peter Canisius von Canisius Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Diplomatitcheskij Gorodog, C-15 KZ-473000 Astana / Kazakhstan T +7 (3172) 242 700 F +7 (3172) 242 701 [email protected] REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA S. Exc. le Comte Antoine de Foulhiac de Padirac Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : P.O. Box : BP 798 CF Bangui - Centrafrique T +236 61 79 81 / M +236 04 10 60 [email protected] CHADE S. Exc. M. Alain Cadix Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Rue du Havre B.P. 1208 N’Djamena T +235 512 603 F +235 512 604 [email protected] CHILE S. Exc. M. Mariano Vidal Tornes Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Catedral 1009, Piso 18 1801-1803 Santiago de Chile/Chili T +562 6969209 F +562 6992524 COLÔMBIA S. Exc. M. Francesco del Sordo Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Transversal 19 A No. 96-17 Santafé de Bogotà / Colombia T +571 218 89 85 et 218 89 97 F +571 237 28 86 [email protected] COMORES S. Exc. le Comte Hervé Court de Fontmichel Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Mission Catholique, B.P 46 - Moroni Grande Comore/République des Comores T / F +269 730 570 CONGO (REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO) S. Exc. le Comte Geoffrey de Liedekerke Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Avenue Bandundu, 20 B.P. 1800 - Kinshasa 1 T: +243.813330128 et +243.81.8800970 F: +322.7065580 [email protected] CONGO (REPÚBLICA DO) S. Exc. M. Jean-Pierre Pasquier Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 59, rue d’Auteuil F 75016 Paris/France T +331 45 25 37 29 F +331 45 20 00 13 COSTA DO MARFIM S. Exc. M. Gérard Blohorn Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 01 B.P. 46 Abidjan 01/RCI Avenue Joseph Blohorn - Cocody T +225-22446 362 F +225-22441 978 [email protected] COSTA RICA S. Exc. la Comtesse Giuliana Fanelli Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : De la Rotonda de las Garantias Sociales de Zapote 150 mts. Norte - Mano izquierda San José /Costa Rica T +506-225 26 77 F +506-234 71 64 Relatório de actividades - 2003 83 CROÁCIA S. Exc. le Baron Nikola Adamovich de Csepin Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : A.V. Humboldta 4b HR 10000 Zagreb T +385 1 631 2883 F +385 1 615 4419 [email protected] ESLOVÁQUIA S.A.S. le Prince Mariano Ugo Windisch-Graetz Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Na Vrsku 8 SK 81 101 Bratislava /Slovaquie T +421 2 59305125 F +421 2 59305146 [email protected] GUINÉ S. Exc. M. Guy Jaulin du Seutre Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Immeuble PZ., Boulevard du Commerce B.P. 1335 Conakry T +224-412 421 F +224-414 671 CUBA S. Exc. M. Enrico Tuccillo Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Via S. Lucia, 29 - I 80132 Napoli / Italie T +39 081/7645405 F +39 0817648352 [email protected] ESLOVÉNIA S. Exc. M. Carmine Marzoli Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Glavarieva, 112 Komenda (Ljublijana)/Slovenie T +339 348 302 6107 GUINEA-BISSAU S. Exc. M. Pedro Rego Costa De Oliveira Cymbron Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Av. de Tervuren 138/8 B 1150 Bruxelles / Belgique T +322 7323922 F +322 2969665 [email protected] REPÚBLICA CHECA S. Exc. le Comte Yves-Jean du Monceau de Bergendal Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Làzenskà 4 - 11800 Prague 1 / Republique Tchéque T +420 2 575-31874/575-32375 F +420 2 57535995 Email [email protected] REPÚBLICA DOMINICANA S. Exc. M. José Luis Rodriguez Villacañas Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Agustin Lara, n. 45 Serrallés / Santo Domingo T + 1 809 545-55 76 F + 1 809 549-57 74 [email protected] EGIPTO S. Exc. M. Ugo Leone Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 18 Hoda Shaarawi 11111 Le Caire/Egypte T +202 392 25 83 F +202 393 98 27 [email protected] EL SALVADOR S. Exc. M. Juan M. Bracete Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Edif. Gran Plaza, local 308, Blvd. del Hipodromo San Salvador/El Salvador T +503 245 4985 F +503 279 1623 [email protected] EQUADOR S. Exc. M. Andres Cardenas Monge Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : P.O. Box 17-01-1229 Av. da juan de Ascaray 355 Quito/Equateur T +593 (2) 447-015/016 F +593 2 449 454 [email protected] GUINÉ EQUATORIAL S. Exc. M. Jordi Mas Capó Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Ed. Ryesa, Autopiste Aeropuerto Malabo (Biokonorte)/GuinéeEquatoriale T /F +240 93156 [email protected] ERITREIA S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 84 ESPANHA S. Exc. M. Jean-Marie Musy Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Calle del Prado, 26 - 28014 Madrid T +34 91 420 18 57 F +34 91 420 19 42 [email protected] ETIÓPIA S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire FILIPINAS S. Exc. M. Enrique P. Syquia Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 6th Floor, Cattleya Bldg. - 235 Salcedo ST, Legaspi Vill. - 1229 Makati, Metro Manila /Philippines T +63 2 817 1095 et +63 2 817 1098 F +63 2 817 1089 et +63 2 817 1724 [email protected] HAITI S. Exc. M. Hans-Walther Rothe Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Apartado Postal 452 Santo Domingo / République Dominicane T + 1 809 472 19 95 F + 1 809 472 18 80 [email protected] HONDURAS S. Exc. le Baron Jacques de Mandat-Grancey Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Edificio Midence Soto No. 1202, Parque Central, Apartado Postal 657 M.D.C. Tegucigalpa /Honduras T +504-238 1456 F +504-237 0822 [email protected] GABÃO S. Exc. M. Jean-Pierre Pasquier Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Boîte Postal 1197 Libreville/Gabon T +241 73 30 99 et +241.44.53.47 F +241 73 33 42 et +241.44.53.48 HUNGRIA S. Exc. le Comte Alexander Mensdorff-Pouilly Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Fortuna Utca, 10 / H 1014 Budapest / Hongrie T +36 1 201 5777 et +36 1 225 8514 F +36 1 201 5777 [email protected] GEÓRGIA S. Exc. M. Manfred Girtler Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Zhgenti, Nutsubidze Plateau, II 380083 Tbilisi/Georgie T +995 32 942-073 et 32 328116 et 328116 F +995 32 251387 [email protected] ITÁLIA S. Exc. le Baron Giulio di Lorenzo Badia Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Piazza dei Cavalieri di Malta, 4 00153 Roma/Italie T +39 065780779 et 06 5754371 F +39 065757947 [email protected] GUATEMALA S. Exc. M. Max Heurtematte Arias Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Calle 2-04, Zona 9 Edificio Plaza del Sol Ciudad de Guatemala / Guatemala T +502 339 4349 F +502 331 2979 JORDÂNIA S. Exc. M. Bo F J. Theutenberg Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Brantingsgatan 25 S 115 35 Stockholm T +46 8 660 1918 F / M +46 70 265 2526 [email protected] GUIANA S. Exc. M. Gaetano Di Mase Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Catholic Life Centre - 28 Brickdam - Stabroek Georgetown/Guyana T +592 223 5398 F +592 223 5399 [email protected] ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA KIRIBATI (REPÚBLICA DE) S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire LETÓNIA S. Exc. le Baron Dr. Peter von Fürstenberg Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Maltas Ordena Palidzibas Dienests (MOPD) - 11. Novembra Krastmala 29 - LV 1050 Riga /Latvia T +371 922 7306 F +371 7 821070 [email protected] LÍBANO S. Exc. le Baron Jacques Guerrier de Dumast Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Chyah, Rue Joseph Tayar RL Beyrouth/Liban T / F +961 1 559984 LIBÉRIA S. Exc. le Baron Rosario Mirone Musmeci Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire V.le Principe Amedeo, 8 - 1 95024 Acireale / Italie T +39 095 891 204 F +39 095 764 9865 [email protected] LIECHTENSTEIN S. Exc. M. Maximilian Turnauer Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie: Sonnblickstrafse 4 9490 Vaduz - Liechtenstein T +43.6641302058 LITUÂNIA S. Exc. le Baron Dr. Peter von Fürstenberg Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Maltos Ordino Pagalbos Tarnyba (MOPT) Gedimino pr. 56B LT 2010 Vilnius/Lituanie T +370 52498604 F +370 52497463 [email protected] MACEDÓNIA S. Exc. M. Günther A. Granser Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Bul. Aleksandar Makedonski. bb, MK-91000 Skopje / Macedoine T +389 211 118348 F +389 211 230975 [email protected] MADAGÁSCAR S. Exc. le Comte Charles de Talhouët Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Villa Record, 407 Route Circulaire Antananarivo/Madagascar T / F +262 20 22 317 42 [email protected] MALI S. Exc. le Vicomte Guy Panon Desbassayns de Richemont Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Badalabougoul Sema 1 Bloc 45-216 Bamako / Mali T / F +223.222.37.96 MALTA S. Exc. M. Giampietro Nattino Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : ST John’s Cavalier, Ordnance Street, Valletta, VLT 11 Malta T +356 21 223 670 F +356 21 237 795 [email protected] ILHAS MARSHALL S. Exc. M. William Hans Weiss Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 28817 - NE 124th - Duvall - WA 98019 USA P.O. Box : 1104 T +425 788 3120 F +425 696 9374 [email protected] MARROCOS S. Exc. M. Pierre-Marie Guisolphe Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 12, Rue Ghomara Rabat - Souissi T / F +212 37. 750897 [email protected] MAURÍCIA S. Exc. M. Bernard Dorin Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 39, Avenue de Saxe F 75007 Paris T +331 44 49 95 95 F +331 44 49 09 54 MAURITÂNIA S. Exc. M. Alain Cadix Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 32, Ville de Lourcine F 75014 Paris T +336 85 41 12 92 F +331 43 05 38 15 [email protected] MICRONÉSIA S. Exc. M. Enrique P. Syquia Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 127 Cambridge Circle - North Forbes Park Makati / Philippines T +63 (2) 817 1095 et 817 1096 F +63 (2) 817 1089 et 817 1724 [email protected] MOÇAMBIQUE S. Exc. M. Adalberto da Fonseca Neiva de Oliveira Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Avenida Samora Machel, 47 Maputo / Mozambique T +258 1 420123 F +258 1 420129 MOLDÁVIA S. Exc. M. Peter Canisius von Canisius Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Ul. Vavilova 85/69-70, 117335 Moscou / Russie Adresse postale : B.P 340, A-1015 Vienne / Autriche T +7 (095) 134 84 49 F +7 (095) 938 20 12 [email protected] NICARÁGUA S. Exc. M. Ernesto M. Kelly Morice Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Apartado 566 - Managua - Km. 7 1/2 Carretera Sur Managua/Nicaragua T +505 2 651-510 F +505 2 652-170 [email protected] NÍGER S. Exc. le Comte Bertrand de Pesquidoux Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 31, Rue des Oasis Niamey /Niger T / F +227-722-331 PANAMÁ S. Exc. M. Giovanni Fiorentino Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Calle 54, N. 8 - Nuevo Obarrio P.O. Box 8668 Panama 5 T+507 2649 538 F +507 2694 708 [email protected] PARAGUAI S. Exc. M. Dino Samaja Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Avenida Mariscal Lopez 2307 Asunción T +595 21 602-130 et +55 11 5081-8555 F +55 11 5572-6231 [email protected] PERU S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Manuel Almenara 265 - Miraflores Lima 18 P.O.Box 18-0715 / Perou T +511 4472454 & +511 4461668 & +511 4457633 F +511 2416859 [email protected] POLÓNIA S. Exc. Vincenzo Manno Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Ambasada ZaKonu Maltanskiego Skrytka Pocztowa 12 00950 Warszawa 1/Pologne T +48 22 622 8189 F +48 22 628 0119 PORTUGAL SAS le Prince d’Arenberg Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 10, rua das Duques de Bragança - P 1200-169 Lisboa / Portugal [email protected] ROMÉNIA S. Exc. Franz Alfred Reichsgraf von Hartig Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Str. Fabrica Glucoza 7, et 3 RO Bucarest, sec. 2 / Roumanie T +40 21 2332700 F +40 21 2332701 [email protected] SANTA LÚCIA S. Exc. le Baron Carlo Amato Chiaramonte Bordonaro Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 1 Grove Isle Dr., S 1002 Miami, FI 33133-USA T +1 305 8540983 F +1 305 8541630 [email protected] SANTA SÉ S. Exc. M. Alberto Leoncini Bartoli Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Piazza dei Cavalieri di Malta, 4/1 I-00153 Roma / Italie T +39 06 578 07 78 F +39 06-578 36 13 [email protected] SÃO MARINO S. Exc. M. Franco Ferretti, Comte Val d’Era Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Via Contrada delle Mura 18 San Marino Città / Saint-Marin T +378 0549 991 358 et 0549 998 046 et 0549 998 008 F +378 0549 998008 Relatório de actividades - 2003 85 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE S. Exc. M. Pedro Rego Costa De Oliveira Cymbron Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Quinta de Santo Antonio Travessa da Imprensa C.P. 438 -Sào Tomé and Principe T +239 12 24566 F +239 12 22565 [email protected] SÃO VICENTE E GRENADINAS S. Exc. le Baron Carlo Amato Chiaramonte Bordonaro Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire 1 Grove Isle Dr., S 1002, Miami FI. 33133-USA T+ 1 305 854 09 83 F + 1 305 854 1630 [email protected] SEICHELES S. Exc. M. Antonio Benedetto Spada Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Clarence House - Vista Bay Estate - Glacis P.O. Box : 642 - Victoria - Mahé Island / Seychelles T / F +248 261137 [email protected] SOMÁLIA S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire SUDÃO S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire SENEGAL S. Exc. M. Alan Furness Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : COTOA, Km 2,5 Bld du Centenaire de la Commune de Dakar B.P. 2020 – Dakar / Sénégal T +221.8324040 F +221.8324030 (Attn. M. M. Theron) Email: [email protected] SERBIA E MONTENEGRO S. Exc. M. Stefan Falez Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : c/o I.C.M.C. Boulevard Mira, 6 YU 11000 Belgrade T / F +381 306 58 59 [email protected] 86 SURINAME S. Exc. M. Gustavo Adolfo De Hostos Moreau Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 12747 Kerksplein 1 Paramaribo, Suriname T +1 809 5438008 [email protected] TAILÂNDIA S. Exc. M…. Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 9th Floor, Dr. Gerhard Link Building 33 Soi Lertnava, Krungthepkreetha Road - Hua Mark, Bangkapi Bangkok 10240 / Thaïlande T +662 3794298 F +662 3794224 [email protected] TAJIQUISTÃO S. Exc. M. … Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire TOGO S. Exc. le Comte Charles Louis de Rochechouart de Mortemart Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : B.P. 10 054 Lomé T +228 216 411 et 212 517 F +228 212 206 URUGUAI S. Exc. M. Pierre Den Baas Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Calle Sarandi 123 11000 Montevideo/Uruguay T+598 2 9162629 et 598 2 9162630 F +598 2 9162264 [email protected] VENEZUELA S. Exc. M. Silvio A. Ulivi Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Urbanizacion Valle-Arriba - Calle Jaguar - Qta Escampadero Caracas/Venezuela T +58 212 782 3631 F +58 212 782 5087 [email protected] MISSÕES ESPECIAIS FEDERAÇÃO RUSSA S. Exc. M. André Gutzwiller Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Ulitsa Vavilova, 85/68 RU-117335 Moscou T +7 095 134 25 11 F +7 095 9382012 [email protected] ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA A ORDEM DE MALTA TEM IGUALMENTE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM: ALEMANHA Le Baron Augustin d’Aboville Délégué Officiel Chancellerie : Lüdtgeweg 1 D 10587 Berlin / Allemagne T+49 30 343 59 721 - F +49 30 343 59 727 [email protected] BÉLGICA M. Jacques G. Jonet Réprésentant Domaine du Fuji, 21 B 1970 Wezembeek - Oppem T+322 731 30 60 F+322 782 16 00 [email protected] FRANÇA M. John Bellingham, des Baronets de Castle Bellingham Représentant Officiel 19 Avenue Rapp - F 75008 Paris T+33(0)1 47 05 54 43 [email protected] LUXEMBURGO M. Jonkheer Thomas C. van Rijckevorsel Représentant 16, Rue de Uebersyren 6930 Mensdorf/Luxembourg T / F+352 770436 PRINCIPADO DO MÓNACO M. Ercole Canali Délégué Chancellerie : 22, Bd. Princesse Charlotte Monte-Carlo - B.P. 174 MC 98003 Monaco Cedex T+377 93 506 341 et +377 93 505 952 F+377 93 500 959 SUÍÇA M. Pierre Blanchard Représentant Via di Porta Cavalleggeri, 107 I-00165 Roma T+39 06 39378327 F+39 06 689 23 32 A ORDEM DE MALTA TEM MISSÕES PERMANENTES JUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS E DAS SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS: A ORDEM DE MALTA TEM DELEGAÇÕES OU REPRESENTAÇÕES JUNTO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NOVA IORQUE S. Exc. l’Ambassadeur Comm. Fra’ José Antonio Linati-Bosch (2001 - June 2004) S. Exc. l’Ambassadeur Robert LeRoy Shafer (June 2004 - ) Observateur Permanent Chancellerie : 216 East 47th Street - 8 Fl - 10017 New York, N.Y. T+1 212 355 62 13 F+1 212 355 40 14 [email protected] COMISSÃO EUROPEIA - BRUXELAS S. Exc. l’Ambassadeur Baron Philippe de Schoutheete de Tervarent Représentant Officiel Chancellerie : Schaarbeeklei 201 B 1800 Vilvoorde/Belgique T +322 253 58 05 F +322 252 59 30 [email protected] DELEGAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS GENEBRA S. Exc. l’Ambassadeur Pierre-Yves Simonin Observateur Permanent Chancellerie : 3, Place Claparède - CH 1205 Genève T +41 22 346 86 87 F +41 22 347 08 61 [email protected] DELEGAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS - VIENA S. Exc. l’Ambassadeur Helmut Liedermann Observateur Permanent Chancellerie : 2, Fasangasse 36/4 - A 1030 Wien/Autriche T / F +43 1 798 95 16 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA FAO - ROMA S. Exc. l’Ambassadeur Giuseppe Bonanno, Prince de Linguaglossa Observateur Permanent Chancellerie : Via Ludovico di Savoia, 10/C I-00185 Roma T / F +39 06 70 45 46 12 [email protected] UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA - PARIS S. Exc. le Comte de Waresquiel Observateur Permanent Chancellerie : 33, rue de Naples - F 75008 Paris T +331 63 04 30 63 F +331 45 22 04 27 CONSELHO DA EUROPA - ESTRASBURGO S. Exc. l’Ambassadeur Baron Bernard Guerrier de Dumast Représentant Chancellerie : c\o Mme Danielle Chatel - 12, Terrasses De Montaigu F 54140 Jarville/France F +33 383 57 98 77 INSTITUTO INTERNACIONAL DO DIREITO HUMANITÁRIO - SÃO REMO, GENEBRA Duc Guido Orazio Borea d’Olmo Représentant Palazzo Borea - 18038 San Remo - (Prof.) 143, Via G. Matteotti 18038 San Remo/Italie T +39 0184 530 342 F +39 0184 531 933 INSTITUTO INTERNACIONAL PARA A UNIFICAÇÃO DO DIREITO PRIVADO UNIDROIT - ROMA S. Exc. l’Ambassadeur Marquis Aldo Pezzana Capranica del Grillo Observateur Via Monti Parioli, 39 - I 00197 Roma et (Prof.) Largo Teatro Valle, 6 00186 Roma/Italie T +39 06 687 17 48 F +39 06 68 13 41 76 [email protected] COMITÉ INTERNACIONAL DE MEDICINA MILITAR (CIMM) - BRUXELAS M. … Délégué Relatório de actividades - 2003 87 O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA Via dei Condotti 68 I-00187 Roma Itália T +39 06 675 81 249 / 250 F +39 06 678 48 15 [email protected] www.orderofmalta.org Comité de redacção: Conselho para as Comunicações, S.E. Jean-Pierre Mazery, Presidente / Winfried Henckel von Donnersmarck / Franz Harnoncourt-Unverzagt / Frei Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto / Emilio Rosa / Robert Wormington / Philippa Leslie, Secretário executivo Editorial: Michael Moss, Philippa Leslie Para esta edição agradecemos a contribuição do Reverendíssimo Monsenhor Giuseppe Azeglio Manzetti, Capelão-Chefe do Grande-Priorado de Roma Produção / Concepção gráfica: SignéLazer - Bruxelas A presente publicação integra-se na série dos Relatórios da Ordem de Malta. Esta nova série substitui e assegura a continuidade da anterior Rivista Internazionale. A distribuição inclui as instituições nacionais e internacionais. (c) Copyright: Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, 2003 História: datas fundamentais A missão da Ordem de Malta As origens da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta – mais conhecida como Ordem de Malta – remonta ao século XI. Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, em 1099 A.D., os Hospitalares administravam o Hospital de São João Baptista, que fora criado por volta do ano 1050 para cuidar dos peregrinos que acorriam à Terra Santa, bem como das populações autóctones cristã, judia e muçulmana. Constituída como Ordem religiosa por uma Bula do Papa Pascoal II de 1113, a Ordem tinha por missão defender os doentes e o território cristão. Actualmente tem uma missão exclusivamente humanitária, porque o seu papel militar acabou com a perda do seu território em 1798. De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de Malta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados. Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no domínio hospitalar, incluindo a assistência sanitária e social, assim como a favor das vítimas de cat*strofes excepcionais e de guerras...» - A Ordem está presente em permanência na maior parte dos países do mundo, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Esta presença foi estabelecida ao longo de nove séculos de história agitada, em que participou nos grandes movimentos de intercâmbio entre a Europa e a bacia do Mediterrâneo e o resto do mundo, alargando assim progressivamente o seu âmbito de acção à maioria das zonas geográficas onde a sua missão caritativa podia ser exercida utilmente. Graças à sua experiência de séculos e ao envolvimento activo dos seus membros nos grandes movimentos da sociedade, a Ordem conseguiu adaptar rapidamente os seus recursos e os seus métodos, com uma modernidade sempre renovada, a fim de conseguir fazer face às necessidades novas e sempre crescentes de assistência médica, de ajuda de urgência e de acção humanitária. Actualmente, a Ordem é uma importante organização profissional, que actua a nível mundial em termos de ajuda humanitária, de cuidados médicos e de medicina de urgência, na sua gestão de hospitais, de centros de cuidados especiais para idosos dependentes, de centros médico-sociais, de recolha e transporte de medicamentos e de formação de socorristas e de pessoal de ambulâncias. 1048: Jerusalém 1530: Malta Fundação dos Hospitalares de São João de Jerusalém, como comunidade monástica, pelo Beato Gerardo. Cavaleiros da Ordem cuidam dos peregrinos, dos doentes e dos pobres, como sempre fizeram. Através da Bula de 1133 do Papa Pascoal II, o Hospital de São João é colocado sob a protecção da Igreja, passando a beneficiar de isenções. Colocada perante a responsabilidade da defesa militar dos doentes e dos territórios cristãos, a Ordem torna-se uma Ordem de Cavalaria, ao mesmo tempo religiosa e militar. Nos sete anos seguintes, a Ordem mantém a sua soberania, mas sem território, situação que prevaleceu até o Imperador Carlos V conceder aos cavaleiros as ilhas de Malta, Gozo e Comino e a cidade de Tripoli, como feudo soberano. Em 26 de Outubro de 1530, a Ordem instala-se na ilha de Malta, com a aprovação do Papa Clemente VII. Durante o Grande Cerco, entre Maio e Setembro de 1565, os cavaleiros derrotam os Otomanos sob o comando do Grão-Mestre Frei de la Valette (que deu o nome à capital de Malta). A armada da Ordem de São João (ou de Malta, como são agora conhecidos) é uma das mais poderosas do Mediterrâneo e contribui para a derrota final dos Otomanos na batalha de Lepanto, em 1571. 1310: Rodes Em 1291, após a queda de São João de Acre, último bastião da Cristandade na Terra Santa, a Ordem é compelida a abandonar a Palestina e instala-se na ilha de Chipre. A Ordem toma posse da ilha de Rodes em 1310, adquirindo assim soberania territorial. Para defender o mundo cristão, a Ordem constitui uma poderosa armada, patrulha os mares orientais e trava muitas batalhas célebres. Governada por um Grão-Mestre, Príncipe Soberano de Rodes, juntamente com um Soberano Conselho, a Ordem cunha a sua própria moeda e estabelece relações diplomáticas com outros Estados. Os cavaleiros da Ordem conseguem repelir com êxito múltiplos ataques dos Otomanos, mas vencidos pelo Sultão Suliman, o Magnífico, com uma poderosa armada e um exército numeroso, são obrigados a capitular em 1 de Janeiro de 1523, abandonando a ilha com honras militares e o reconhecimento da sua bravura pelo Sultão. 1798: Exílio Em 1798, Napoleão Bonaparte, a caminho da sua campanha do Egipto, ocupa Malta. Os cavaleiros não lhe oferecem resistência, devido à Regra da Ordem que os proíbe de combaterem outros cristãos, e são obrigados a abandonar a ilha. Em 1801 Malta é ocupada pelos Ingleses e apesar do reconhecimento dos direitos de soberania da Ordem de Malta consagrados no Tratado de Amiens (1802), a Ordem não consegue voltar a instalar-se na ilha. 1834: Roma Depois de se instalar temporariamente em Messina, Catânia e Ferrara, a Ordem estabelece-se em Roma em 1834, onde possui domínios que gozam de extraterritorialidade: o Grande Magistério, na via Condotti, e a Vila de Malta sobre o Aventino. A partir daqui, a missão original da Ordem, que é servir os pobres e os doentes, tornase de novo a sua actividade principal. Durante as duas Grandes Guerras a Ordem desenvolve actividades hospitalares e caritativas, que são intensificadas sob a direcção do Grão-Mestre Frei Angelo de Mojana (1962-1988) e prosseguem actualmente com o seu sucessor, o 78º Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie. Século XXI Graças a uma história de quase nove séculos, a Ordem Soberana de Malta pode orgulhar-se de ser a única sucessora da Ordem Hospitalar de São João de Jerusalém, reconhecida pela Igreja Católica em 1113. A Ordem é simultaneamente uma Ordem religiosa e de cavalaria da Igreja Católica. É a única organização com uma soberania ininterrupta que tem cavaleiros professos, sucessores directos dos seus fundadores. Relatório de actividades 2003 Relatório de actividades O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA