AtividAdes - Revista Outdoor
Transcrição
www.revistaoutdoor.pt nº5 Maio/junho 2012 outdoor Revista Torna-te fã Portugal em kayak por Aurélio Faria entra na onda com a Rita Pires portugal a pé O livro de Nuno Ferreira sos Psicologia da Sobrevivência descobrir A Costa Vicentina! Aventura Lisboa-Madrid em BTT atividades em família the tall ships races A grande regata está a chegar a Lisboa Diretrizes EDITORIAL 04 nº5 Maio_Junho GRANDE REPORTAGEM PORTUGAL EM KAYAK por Aurélio Faria 2012 06 EM FAMÍLIA ATIVIDADE- Canoagem em Sesimbra 12 DESCOBRIR - Dog Trekking EVENTO - Tall Ships 14 MINHA EXPERIÊNCIA - O Embarque 22 06 aventura EVENTO — Norte Alentejano O’Meeting 24 DESAFIO — 2numundo 28 entrevista Rita Pires — A onda é da Rita 34 POR TERRA ATIVIDADE — Caminho do Abade 40 DESAFIO — Lisboa Madrid em BTT 42 ATIVIDADE — Birdwatching 47 CRÓNICA — Hola Peregrino! 52 “São Vicente à vista!” - exclamaram extenuados, mas felizes Nuno Pereira e Rui Calado ao desembarcar no areal da Arrifana, depois de 7 horas de remadas com vento forte e mar grande e agitado. POR ÁGUA ATIVIDADE — Bodyboard 59 INDOOR — Preparação para Bodyboard 62 EVENTO — Volvo Ocean Race 64 descobrir — Whale Whatching 70 34 FOTOGRAFIA TRUQUES E DICAS — Fotografar Sequências 76 PORTFOLIO DO MÊS — Rui Romão 80 foto-reportagem — PAN Park Oulanka 86 SOS Psicologia da Sobrevivência 92 DESCOBRIR costa vicentina 96 EVENTO - cliff diving series 104 Pousada de Juventude da Arrifana 108 PROJETO - Descobrir o projeto de Sílvia Romão 110 DESAFIO - IronMena-Dê Sangue, Apoie a Vida 114 LIVRO AVENTURA - Portugal a Pé 116 RECEITA OUTDOOR - Esparguete à Puttanesca 118 Rita Pires dispensa apresentações... É Bodyboarder profissional e uma amante do mar e da descoberta! Rita esteve à conversa com a Outdoor e contou-nos alguns dos seus segredos e projetos para o futuro... Já és fã? Entra nesta onda... 104 kids FESTAS DE ANIVERSÁRIO 120 ATIVIDADES OUTDOOR 124 DESPORTO ADAPTADO ecoparque sensorial da pia do urso 130 ESPAÇO APECATE Conquistar o Mercado Externo 134 A fechar 138 Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista. A ilha de S. Miguel ganha em julho próximo honras de capital mundial de um dos desportos mais técnicos e exigentes de todos os tempos: o Cliff Diving. O Red Bull Cliff Diving World Series visita assim Portugal e os Açores pela primeira vez, trazendo consigo os melhores atletas do planeta. Editorial Ficha técnica chegou o número 5! www.portalaventuras.clix.pt N Edição nº5 ovos temas, novos desafios, novas personalidades…com estes ingredientes chega o novo número da Outdoor! WPG – Web Portals Lda NPC: 509630472 A natureza começa a brindar-nos com as suas cores primaveris, o sol começa a espreitar e o ficar em casa deixa de ser opção. Vamos mostra-lhe o que andam a fazer grandes aventureiros portugueses, queremos dar-lhe sugestões de atividades para que se deslumbre com o nosso país. Desejamos que a sua vontade de descoberta deixe de ser uma vontade e passe a ser um desafio concretizado. Mergulhe nas páginas da Revista Outdoor: desfrute e parta à aventura! Começamos com uma travessia em Kayak pela nossa costa. Passamos por grandes eventos que se vão realizar no nosso “cantinho” fantástico e entrevistamos a nossa campeã de Bodyboard Rita Pires. Descobrimos truques para grandes fotografias, conhecemos projetos que nos fascinam: já se imaginou numa aventura de Ovar a Macau em bicicleta? E em fazer uma travessia entre Lisboa e Madrid? Que tal entrar na onda: ler e partilhar este número? Aventure-se e já sabe, a Revista Outdoor também é sua: participe. Existe algum tema que gostasse que fosse explorado por nós? Algum dos nossos artigos que tenha gostado em particular? É fã dos artigos de algum dos nossos redatores? Dê-nos a sua opinião e eventuais sugestões para que nos seja possível ir ao seu encontro. E não se esqueça: até ao próximo número pode acompanhar todas as novidades no Portal Aventuras! Boas Aventuras! Nuno Neves Capital Social: 10.000,00 Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide Telefone: 214702971 Site internet: www.revistaoutdoor.pt E-mail: [email protected] Registo ERC n.º 126085 Editor e Diretor Nuno Neves | [email protected] Marketing, Comunicação e Eventos Isa Helena | [email protected] Sofia Carvalho | [email protected] BEBIANA CRUZ | [email protected] Revisão Cláudia Caetano Colaboraram neste número: ana barbosa, ana lima, andré melo, Aurélio Faria, cláudio silva, fernando costa, filomena gomes, gonçalo benttencourt, luís varela, nuno ferreira, nuno pereira, paulo gonçalves, pedro filipe, rafael polónia, rita pires, ricardo mendes, rui calado, rui cunha, rui romão, sílvia romão, spea, susana muchacho tanya ruivo, tiago costa. Design Editorial Inês Rosado Fotografia de capa stork Desenvolvimento Ângelo Santos 4 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Onde eficiência e cOntrOlO se juntam. OCCAM Advanced Dynamics é a tecnologia com que criámos a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma máquina que te fará subir mais ágil do que nunca e te dará o máximo controlo para fazeres faísca em qualquer descida. Nova Orbea Occam, onde eficiência e controlo se juntam. ADY GSB THT CHT www.orbea.com Grande Reportagem TRAVESSIA PORTUGAL EM kayak “S ão Vicente à vista!” - exclarevoltas do Cabo Sardão, os dois canoístas maram extenuados, acreditaram finalmente que cumprimas felizes Nuno riam o sonho de serem os primeiros “O Pereira e Rui a realizar a travessia de Portugal desafio: Calado ao deem caiaque. percorrer toda sembarcar no areal da Arrifana, «O desafio: percorrer toda a cosdepois de 7 horas de remadas ta portuguesa em caiaque! De a costa portuguesa com vento forte e mar grande Caminha a Vila Real de Santo em caiaque! De Cae agitado. António (...), são quase 900km minha a Vila Real de costa, esta costa que nos deÀ 15ª etapa de 53km entre Vila fine como portugueses, e atrade Santo AntóNova de Milfontes e a praia da vés da qual nos aventurámos nas nio “ costa vincentina, que incluiu canmaiores conquistas. É sem dúvida sativas pagaiadas para vencer as águas um grande desafio, mas nada é impos6 Maio_Junho 2012 OUTDOOR «A 1ª etapa correu de vento em popa, quase sempre com vaga média/alta para ajudar na surfada. Agora, é continuar com força, etapa após etapa, até Vila Real de Santo António.» O plano é cumprido, e no primeiro dia, Nuno e Rui remam 31,37km em 5h09m entre Caminha e Viana do Castelo, onde montam também o primeiro acampamento à beira mar. À falta de patrocínios chorudos, têm o apoio moral que marcará sempre a aventura até Vila Real Santo António: a companhia de amigos e seguidores, «malta dos caiaques» que vai acompanhá-los no início ou final de cada etapa... Nalguns casos, a solidariedade valerá também rancho melhorado nas pernoitas em terra. AS PRIMEIRAS ETAPAS O cansaço de remar horas seguidas no mar, sob o sol inclemente de verão, provoca sequelas imediatas: a enxaqueca de Nuno, por insolação, e a dor de ombro de Rui, por repetição de movimentos, assinalam as primeiras etapas. Mas o diário da viagem reflete a determinação: «2ª Etapa Viana do Castelo - Vila do Conde, 41,28 km, tempo 6h13m A segunda etapa está cumprida! Acabámos de chegar a Vila do Conde, o dia esteve calmo, sem nada de relevante a assinalar. 3ª Etapa Vila do Conde – Espinho, 41,48 km, média 6,8, tempo 6h06m. 4ª Etapa Espinho – Aveiro, 46,04 km, média 6,0, tempo 7h38m». RUMO SUL sível!» - resumia a apresentação para angariação de patrocínios. A PARTIDA Preparada durante sete meses pelos dois aventureiros que se conheceram no grupo Amigos da Pagaia, a travessia, planeada para 1 mês de duração máxima, arrancou a 3 de julho de 2010 na foz do rio Coura, em Caminha, no extremo norte da costa continental portuguesa. Nos 2 caiaques monolugar de 5,5m de comprimento e pouco mais de meio metro de largura, além do canoísta, há 140kg de carga: material diverso, mantimentos, 10 litros de água, comi- Com a costa sempre em linha de vista, previsões meteorológicas favoráveis, e o mar «umas vezes calmo, outras vezes agitado, para não perder o interesse», os aventureiros cumprem em excelente ritmo, um quinto do percurso em cinco dias. No blogue da expedição, a 5ª etapa de 61,54km e 12 horas de pagaiadas entre Aveiro e a Figueira da Foz é especialmente relembrada por Nuno: «Foram mais de 60kms e quase 12 horas a remar. Está feito! Fomos visitados pelo ISN que nos foram cumprimentar em duas motas de água do ISN, garantir que estava tudo OK, e de uns pescadores que, por causa dos caiaques pesados, nos confundiram com arrastões da concorrência!» 80 km e mais de 12 horas a remar, a jornada seguinte até São Martinho do Porto é marcada OUTDOOR Maio_Junho 2012 7 Reportagem Portugal em Kayak das liofilizadas e muitas massas, «comida que não se estraga...» - explicou Nuno à largada. Grande Reportagem pelo «mar e o vento a crescerem nos últimos kms». TERRA PERIGOSA GOLFINHOS, PESCARIA E RISOTA Desde a Ericeira, e até à foz do rio Tejo, as 2 etapas seguintes são marcadas pelo avistamento de golfinhos e pela tentativa gorada de melhorar a ementa com pescarias... Paradoxalmente, é em terra, na praia do Porto de Abrigo, na Ericeira, no término da 8ª etapa, que correm risco de vida. É quase à socapa, e por causa dos eventuais No local da pernoita, sentem já de mapedidos de autorização que não posdrugada, um forte estrondo na tensuem, e sob os efeitos de uma “Da Cosda. Um basalto de calçada arrecorrente muito forte que atramessado do alto da muralha vessam a foz do Tejo entre ta da Caparica da vila rompe a tenda e cai a Cascais e a Cova do Vapor. até Sesimbra, e da centímetros dos pés de Nuno e O desembarque, atribulado, vila piscatória até à Rui. Os gritos de protesto protermina na praia da Cornélia vocam novos apedrejamentos na Costa da Caparica, sob ripraia dos Coelhos, em deliberados, e só a corrida sota geral do comité de boas Setúbal, os dias sede Rui até ao cimo da rampa vindas: «Na areia, e por cauguintes decorrem em sa das ondas, o grupo assistiu do porto provoca a fuga dos literalmente à gargalhada, ao desconhecidos atacantes que ritmo de passeio nosso viranço!» podiam ter comprometido fatal(..)” mente a aventura. SUL DO TEJO Com a tenda destruída, ambos dorDa Costa da Caparica até Sesimbra, e da mem o resto da noite sobressaltados e envila piscatória até à praia dos Coelhos, em Secharcados junto dos caiaques. túbal, os dias seguintes decorrem em ritmo de 8 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Reportagem Portugal em Kayak passeio, ou de «descanso ativo» nas palavras dos próprios. Entre Setúbal e Sines, a 13ª etapa faz jus à superstição: é a mais longa (9h e 64km), a mais dura e cansativa – com vento e ondulação lateral que obrigam a quilómetros adicionais e a navegação longe da costa, para dobrar o cabo de Sines-, e a mais azarada – Nuno corta a mão com uma faca enquanto preparava uma sandes. PARAGEM FORÇADA A etapa seguinte que termina em Vila Nova de Milfontes, e com previsões meteorológicas adversas, acaba por obrigar a uma paragem forçada de 3 dias «“Daqui para baixo“ as etapas serão cuidadosamente estudadas de modo a acertar com os ventos favoráveis, e a navegar sem pressas». Na Costa Vicentina, com raros portos de abrigo, e sem refúgio imediato, em caso de alteração do vento e do estado do mar, a dupla prefere “jogar pelo seguro” e passa a avaliar cuidadosamente as condições meteorológicas. Ao 20º dia de aventura, Nuno e Rui cumprem finalmente a 15ª etapa, e re“A mam 7 horas seguidas, com vento dobragem forte, mar grande e agitado, para do Cabo de São cumprir os 52 km de percurso até à Arrifana. Vicente, e especialApós a aborrecida espera de 3 mente do Cabo de dias na foz do rio Mira, a Arrifana Sagres, requer alrepresenta um prémio pela perseguns cuidados verança desde Caminha: «nada parece intransponível» já com Sagres, (...)” o último grande desafio geológico, em “ponto de mira”! S.VICENTE E SAGRES A dobragem do Cabo de São Vicente, e especialmente do Cabo de Sagres, requer alguns cuidados, e a melhor meteorologia possível, para a dobragem em segurança dos 2 cabos atlânticos. Com boas condições climatéricas a etapa mítica cumpriu-se sem sobressaltos. O GPS regista um percurso de 45,30km, a uma média de 5,8 durante 7h52m. No Martinhal, a praia escolhida para o fim da «etapa mítica», há festa e uma “tainada“ levada do norte do país por alguns dos caiaquistas que acompanharam Nuno e Rui na passagem do extremo sul de Portugal Continental. ÚLTIMAS ETAPAS Sem pressas, a travessia do Algarve é programada para desfrutar o verão, o mar calmo e as praias que permitem momentos de descontracção e convívio em terra. OUTDOOR Maio_Junho 2012 9 Grande Reportagem etapas Com a temperatura a convidar a ir à água, é finalmente tempo de remar sem stress, e apreciar a paisagem, as grutas e as falésias. De Sagres até Portimão, e da praia da Falésia, em Albufeira, até à Ilha do Farol, há tempo inclusive para beber uma sangria na Praia do Lourenço! É na penúltima etapa que são surpreendidos por «um mar que nada tem de algarvio, devido ao sueste e à ondulação de sul que complica a navegação». Com a rebentação a começar a 50 m da praia, o desembarque assusta, mas acaba por decorrer sem problemas. FINAL, 21ª ETAPA Às 11 da manhã de 29 de julho, Nuno e Rui iniciam a última etapa: Cabanas,Tavira –Vila Real de Santo Antonio (26km). Compassadamente, a dupla rema de modo a chegar às 16h a Vila Real Santo António. Com Portugal numa margem e Espanha na outra, os aventureiros entram no Guadiana, e é na companhia de amigos, e com um mergulho no rio que festejam o fim da 1ª travessia de Portugal em caiaque. Quase 2 anos depois, a pequena epopeia marítima de 851,05km de Rui Calado e Nuno Pereira permanece ainda (infelizmente) desconhecida da maioria dos portugueses. ø Aurélio Faria sabia que ... Nuno Pereira, parceiro de Rui Calado na Travessia Portugal em Kayak, acabou de partir para mais uma grande Aventura? A Volta Ibérica já começou e a Outdoor vai acompanhar diariamente esta travessia! Podem acompanhar no blogue oficial em www.voltaiberica.com 10 Maio_Junho 2012 OUTDOOR 1ª Etapa Caminha – Viana do Castelo 31,37 km Média 6,1 Tempo 5h09m 2ª Etapa Viana do Castelo - Vila do Conde 41,28 km Tempo 6h13m 3ª Etapa Vila do Conde – Espinho 41,48 km Média 6,8 Tempo 6h06m 4ª Etapa Espinho – Aveiro 46,04 km Média 6,0 Tempo 7h38m 5ª Etapa Aveiro –Figueira da Foz 61,54 km Média 5,8 Tempo 10h33m 6ª Etapa Figueira da Foz – São Martinho do Porto 80 km Média 6,5 Tempo 12h20m 7ª Etapa São Martinho do Porto – Peniche 33,75 km Média 6,3 Tempo 5h21m 8ª Etapa Peniche - Ericeira 45,46 km Média 6,2 Tempo 7,21 9ª Etapa Ericeira- Cabo da Roca 26,15 km Média 5,4 Tempo 4h50m 10ª Etapa Cabo da Roca – Costa da Caparica-Praia da Cornelia 33,85 km Média 6,2 Tempo 5h27m 11ª Etapa Costa da Caparica-Praia da Cornelia – Sesimbra 34,39 km Média 6,2 Tempo 5h33m 12ª Etapa Sesimbra – Setubal 16,56 km Média 6,7 Tempo 2h28m 13ª Etapa Setúbal - Sines 63,82 km Média 7,2 Tempo 8h50m 14ª Etapa Sines – Vila Nova de Milfontes 30km Tempo 4h00m 15ª Etapa Vila Nova de Milfontes - Arrifana 52km Tempo 7h00m 16ª Etapa Arrifana – Praia do Martinhal, Sagres 45,30km Média 5,8 Tempo 7h52m 17ª Etapa Praia do Martinhal, Sagres – Portimão 44,06km Média 6,3 Tempo 7h01m 18ª Etapa Portimão – Albufeira, praia da Falésia 37km 19ª Etapa Albufeira, praia da Falesia – Ilha do Farol 33km 20ª Etapa Ilha do Farol – Tavira, Ilha de Cabanas 28km FINAL: 21ª Etapa – 29 de Julho Tavira, Ilha de Cabanas –Vila Real de Santo António 26km (As más condições do mar obrigaram a paragens forçadas no 5ºdia – Figueira da Foz, 17º, 18º, e 19º dias – Vila Nova de Milfontes e 21º dia da expedição, descanso em Sagres ) Em Família Aventura Passeio em canoa sesimbra selvagem Entre grutas e paisagens de cortar a respiração, iremos fazer uma paragem numa praia selvagem (...) 12 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Em Família Passeio Canoa Hoje em dia a canoagem já não se limita a simples descidas de rio. A costa marítima portuguesa é muito bonita e existem vários locais bastante abrigados que permitem um agradável passeio de canoa em total segurança quando devidamente planeado. A costa Arrábida – Espichel é um desses locais que oferece excelentes condições para a prática da modalidade. ficha técnica U m passeio de canoa ao longo da linha de Costa de Sesimbra, é a nossa sugestão. Com um nível de dificuldade baixo, este é um programa indicado para famílias. Dificuldade: Baixa Duração: ½ dia (normalmente das 9:30 as 13:30) Atividade: 10 participantes Preço por pessoa: 25€ - Desconto de 50% para crianças que não ocupem lugar de remador. Advertências: Deve trazer calçado prático que se possa molhar, fato de banho, toalha, chapéu para a cabeça, protetor solar, pequena mochila, reforço alimentar e uma muda de roupa para vestir pós atividade. O uso de colete é obrigatório. Promotor: Vertente Natural Realizado na área da Reserva marinha Professor Luís Saldanha, uma zona extremamente rica em vida marinha, deslumbre-se e deixe a natureza falar por si! Entre grutas e paisagens de cortar a respiração, poderemos observar a fauna e flora local. Iremos fazer uma paragem numa praia selvagem para lanche e descanso. Caso as crianças não se sintam em segurança na canoa, haverá um barco de apoio, onde podem ir e, desta forma desfrutar de um fantástico passeio de barco com todo o conforto. Ainda não está convencido? ø OUTDOOR Maio_Junho 2012 13 Em Família Dog Trekking Rota das Broas um legado a descobrir a pé e à pata O carácter de um cão não resulta unicamente da herança genética. A aprendizagem adquirida na vivência do quotidiano, principalmente na fase inicial do seu crescimento, imprime uma marca profunda na personalidade do cão. A manifestação de inquietude e ansiedade são sinais de falta de sociabilidade e de exercício que podem ser minorados se integrarmos o cão, como animal gregário que é, periodicamente em caminhadas de grupo para que possa mostrar a sua expressividade. Naturalmente interessado por tudo o que o rodeia, tem uma 14 Maio_Junho 2012 OUTDOOR enorme vontade de explorar, descobrir territórios que o estimulem. Dotado de formas próprias de relacionamento social, o convívio ao ar livre proporciona a sociabilização e traz outras vantagens ao criar relações de cordialidade que se desenrolam de forma mais natural em território neutro. Aconselhamos por isso a realização destes percursos idealmente na companhia de mais de um elemento canino. É precisamente tendo por base todas estas premissas, aliadas às estreitas relações que se estabelecem no binómio cão / dono, que promo- Fotos: Paulo Gonçalves Pequena Rota ao encontro da Aldeia fantasma de Broas O ritual dos preparativos que antecedem uma caminhada é sempre de grande excitação para o Champi, o nosso cão. Cedo se apercebe que o dia vai ser diferente, denunciado pelas botas de marcha e pelo amontoar das mochilas. A azáfama e o vaivém atarefado não lhe deixam dúvidas… hoje é o dia. Um dos imperativos é levarmos sempre bastante água, pelo menos 1,5l para cada cão e 1l para cada pessoa. Neste tipo de caminhada que vamos realizar de nível I, recomendamos o material básico, ou seja, calçado confortável adaptado ao pé, corta-vento, impermeável, batons de marcha e protetor solar. Levamos como não podia deixar de ser, a indispensável máquina fotográfica para mais tarde recordar. Como equipamento para os cães mais sensíveis ao calor, recomendamos o uso do cooler. Principalmente para os de pelo escuro como é o caso do Champi, este colete de arrefecimento é comprovadamente eficaz, funcionando como um “ar condicionado” para os manter frescos e ativos. O percurso que vamos realizar não está sinalizado, razão pela qual temos especial atenção a todos os desvios que nos vão conduzir ao nosso objetivo, a aldeia “Dotaabandonada de Broas, conhecida do de formas por aldeia fantasma… próprias de rela[01] O ponto de partida é o parque de estacionamento do Mucionamento social, seu Arqueológico de Odrinhas. o convívio ao ar Depois de verificarmos todo o livre proporciona vemos o Dog trekking. material, estamos prontos para a sociabilização dar início a um salutar percurso Em traços gerais, esta ativida[02] tomando a estrada de asfal(...)” de desportiva de outdoor existe to que atravessa a localidade até ao em duas vertentes: a desportiva e Largo Rossio de Cima. [03] Entramos na a de lazer. É nesta última que nos cenR. da Fonte e fazemos a primeira paragem no tramos, convidando os participantes a trocar pitoresco chafariz, estrutura outrora indispenexperiências e vivências em que o dominador sável para o abastecimento da população e anicomum é o nosso “cãopanheiro”. mais. Continuamos pela Travessa do Vale, por veredas rurais ora estreitas ora mais abertas. Uma tarde plena de liberdade, exercício [04] Sempre no trilho, seguimos no cruzamento e aventura com a R. dos Jerónimos pela R. das Faceiras. A nossa proposta é como referimos, para os en- A paisagem tipicamente agrícola contrasta sintusiastas do ar livre e aventura que procuram gela, com a imponência do convento de Mafra partilhar com o seu cão um dia de liberdade e (século XVIII) que se ergue no horizonte à nosOUTDOOR Maio_Junho 2012 15 Em Família Dog Trekking descoberta no mundo da natureza. Acompanhe-nos e deixe-se levar pelos sentidos na descoberta de marcas sulcadas na memória do tempo! Estas são as riquezas imperdíveis que queremos partilhar consigo. Em Família ano em que a única moradora a deixou entregue à completa degradação e silêncio. Causas sociais ditaram-lhe o fim. A migração dos residentes mais novos para os centros urbanos e o envelhecimento gradual dos que ficaram foram alguns dos motivos que tiveram como consequência a debilitação e o aniquilamento da agricultura. As adegas, os fornos ainda existentes dão-nos indícios do quanto próspera teria sido a vida nesta aldeia. A identidade de Broas foi preservada desde o século XVI e era referenciada em 1527 como Boroas. Embora não se inserisse numa economia comunitária, existiam na aldeia espaços públicos como as duas eiras, os poços e o secular freixo, ponto de encontro para reuniões e convívio da comunidade. O tempo passa depressa quando nos estamos a sa esquerda. Por ter recebido a bênção de des- divertir. Temos de nos despedir de Broas com pena, tomando o mesmo trilho por onde cendência que tardava do seu casamente entrámos na aldeia. [11] Divergicom D. Maria Ana de Áustria, D. João “O mos um pouco mais à frente na V cumpriu a promessa e mandou rota que realizámos na ida, [12] tempo erigir este monumento. seguindo por caminho de ter[05] Entramos no Caminho dos passa depressa ra batida em direção a mais Moinhos e de novo dois traços quando nos estaum moinho recuperado. [13] da memória rural e social esmos a divertir. Temos Chegamos a um troço de esquecidos pelo tempo, a fonte trada principal e junto ao posdatada de 1892 e o lavadouro de nos despedir te de alta tensão fazemos um público. de Broas com desvio avistando de seguida o [06] Após a passagem da Quinpena(...)” estacionamento do museu. ta da Alcobara vemos quase de imediato quatro moinhos de vento, Terminamos o percurso tendo peratualmente sem a funcionalidade de extrema importância que justificaram outrora a sua construção. Erigidos em locais de altitude mais elevada, o seu isolamento e envolvência de silêncio quase absoluto determinaram o destino atual de alguns deles, a transformação em habitações de férias. [07] Depois da passagem do último moinho, tomamos o trilho dos fósseis marinhos até à povoação de Almorquim. [08] Entramos na povoação e na R. do Lajeal, impõe-se uma paragem na padaria local. O cheiro a pão quente cozido a lenha é uma tentação a não perder, é claro que dois olhos irresistíveis habituados a táticas de pedinte nos obrigaram a dividir este aconchego de estômago. Continuamos a nossa rota pela R. da Tomadilha, saindo da povoação.[09] Depois da última habitação, seguimos por caminho rural e amplo até ao nosso objetivo, a aldeia abandonada de Broas. [10] Isolada da povoação mais próxima, esta típica aldeia saloia está desabitada desde 1977, 16 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Em Família Dog Trekking corrido aproximadamente 8 km em cerca de 2h30m de marcha. A satisfação de qualquer cão é sem dúvida divertir-se no seu elemento natural. Combinar essa alegria com a presença do seu companheiro humano é criar naturalmente laços mais fortes entre ambos. Duas espécies, uma natureza… ø Por Mafalda Gonçalves & Vanda Araújo [email protected] ficha técnica [01]- Parque de Estacionamento junto ao Museu de Odrinhas (N38º53.194´ ; W09º21.960´) [02]- Sair pelo alcatrão pela esquerda até ao Largo do Rossio de Cima. [03]- Direita a descer pela R. da Fonte, seguindo em frente pela Travessa dos Vales. [04]- Cruzamento da R. dos Jerónimos seguir pela R. das Faceiras. [05]-Entrada na R. dos Moinhos (N38º53.493´ ; W09º21.599´) [06]- Passagem pela quinta da Alcobara, viragem à esquerda. [07]- Depois do 4º moinho seguir por estradão pela direita a descer. [08]- Na povoação de Almorquim virar à direita a subir, voltar à esquerda pela rua principal, no entroncamento seguir à esquerda pela R. do Lajeal. No cimo desta, viramos à esquerda pela R. da Tomadilha. [09]- Cerca de 100 metros voltar à direita seguindo por vereda. Antes de um caminho que segue pela direita entre muros um pouco mais altos, tomar o caminho da esquerda (N38º53.136´; W09º20.908´) * (Ter em atenção que depois da visita à aldeia fazse o retorno a este ponto do percurso). [10]- Sempre a descer chegada à aldeia de Broas (N38º53.123´ ; W09º20.588´). Retorno: [11]-*Voltar atrás pelo mesmo trilho até ao muro de pedra que surge à esquerda, seguir em paralelo com este entrando em estradão. [12]- Passagem do moinho recuperado. [13]- Seguir sempre em frente até surgir um caminho alcatroado à direita, perpendicular à estrada alcatroada principal. Virar à esquerda e cerca de 100 m à frente voltar à direita junto ao poste de alta tensão. Por estradão seguir pela esquerda e após a passagem do pinhal, o local do estacionamento. OUTDOOR Maio_Junho 2012 17 Em Família Evento Tall Ships Races 2012 Lisboa A menos de dois meses do arranque do evento cresce a expetativa e a ansiedade aumenta entre os amantes do Mar. Nesta altura, a lista de inscritos conta com 30 embarcações mas um número igual deve alargá-la até à data de arranque da maior regata de veleiros do mundo. As “The Tall Ships Races” são Regatas organizadas todos os anos pela Sail Training International, com vista a promover a formação e o treino de mar, assim como a convivência intercultural junto dos jovens de todo o mundo. O 18 Maio_Junho 2012 OUTDOOR grande objetivo é embarcar os mais novos na frota dos Grandes Veleiros e proporcionar-lhes experiências de Treino de Mar sem igual. Lisboa prepara-se para receber as “The Tall Ships Races 2012 Lisboa” de 19 a 22 de julho, sendo esperados ao longo dos quatro dias, cerca de 60 Tall Ships, 3.000 tripulantes, em representação de 49 países. O acolhimento dos Tall Ships em 2012 é da responsabilidade da Aporvela, representante em Portugal da Sail Training International (STI) e detentora de um vasto histórial na área dos Em Família Tall Ships Races “Lisboa prepara-se para receber as “The Tall Ships Races 2012 Lisboa” de 19 a 22 de julho, (...)” grandes acontecimentos náuticos e com fortes responsabilidades na formação de novos valores, atendendo ao trabalho desenvolvido ao longo dos anos com as Caravelas Bartolomeu Dias, Boa Esperança e Vera Cruz, é sem dúvida um marco histórico de grande impacto nacional e internacional. O grande objetivo para 2012 é que o evento, a chegada e estadia dos grandes veleiros em Lis- boa não seja apenas uma escala, mas sim uma experiência gratificante, enriquecedora e única, dando a conhecer a nossa História e os nossos feitos náuticos. Mar, vento, liberdade, trabalho em equipa, responsabilidade, navegação e interculturalidade: uma aventura inesquecível! Para o público esta será uma oportunidade de assistir a um espetáculo único bem como de poder visitar os Tall OUTDOOR Maio_Junho 2012 19 Em Família Ships e partilhar as suas aventuras.. Sail Training International encantada com organização portuguesa Dois dos mais altos responsáveis pela organização das “The Tall Ships Races” estiveram em Lisboa no mês de março. Paul Bishop e Gwyn Brown reuniram-se com a APORVELA para acertar mais detalhes da escala dos cerca de 60 Grandes Veleiros em Portugal. Os britânicos deixam o nosso país encantados. “Em Lisboa, até hoje, tudo tem sido planeado de forma sustentada pela APORVELA. O recinto é fantástico, realmente espetacular”, aponta o Diretor de Regata. Paul Bishop não deixa de aguçar o apetite aos portugueses que anseiam pela chegada do evento: “Este é um evento familiar de três gerações. Nesta escala em Portugal, como em todas as outras, esperamos receber avós e netos, pais e filhos. Os visitantes vão poder contactar com os capitães dos veleiros e com toda a tripulação.” Pelo Porto de Lisboa já passaram este ano dois dos veleiros inscritos nas “The Tall Ships Races 2012”. O Lord Nelson e o Alexander Von Humboldt coloriram com as velas a capital portuguesa. Agora é tempo de o nosso país aproveitar a promoção para o exterior com o evento. Training International não encontra adjetivos para descrever o Porto de Lisboa, que aponta como fantástico para o trabalho com os jovens marinheiros. “A APORVELA tem uma equipa de trabalho muito jovem e muito eficaz e isso só pode tornar num êxito este evento. Venham visitar o espaço e certamente voltarão”, diz com entusiasmo. A prova vai passar por Portugal entre 19 e 22 de julho e são esperados mais de três mil tripulantes de diversas nacionalidades e de países espalhados por todo o mundo. Porém, o trabalho já leva muitos meses de azáfama mas para Marta Lobato, Manager do Projeto “Tall Ships Races 2012 Lisboa”, tudo tem valido a pena. Apesar das dificuldades financeiras do país. “Há cortes em todo o lado mas nós, com trabalho, vamos longe. Organizar o evento nesta altura, com os problemas económicos que o mundo atravessa, torna-se um desafio mais exigente. Ainda assim, a partir de agora é sempre a subir num trabalho mais extenso para um grande evento”, diz a responsável que recebeu feedback positivo dos responsáveis da Sail Training International depois de acertar todos os detalhes. “O trabalho que a APORVELA tem feito não é Presidente da República concede Alto fácil, sobretudo tendo em conta a conjuntu- Patrocínio ao Evento ra económica que vivemos. O ideal O Presidente da República concedeu o Alto é canalizar esforços, e os media Patrocínio às “The Tall Ships Races “Dois partners têm sido importantes 2012 Lisboa”. Cavaco Silva reconhedos mais nesse aspeto, para promover ce assim o valor e a importância Portugal aos olhos do mundo grande acontecimento para o altos responsáveis do”, explica Gwym Brown. país. pela organização O Diretor Comercial da Sail das “The Tall Ships “A Aporvela tem vindo a desenvolver atividades há anos para Races” estiveram em tornar o mar mais próximo dos Lisboa no mês de portugueses. O Alto Patrocínio do Março(...)” Presidente da República a esta regata é o reconhecimento da importância do mar e simultaneamente da atividade promovida pela Aporvela”, explica António Lobato, presidente da Associação Portuguesa de Treino de Vela. Durante os quatro dias do evento cerca de um milhão de visitantes vão percorrer o recinto de animação entre Santa Apolónia e a Praça do Comércio. Com entrada livre, o público tem a oportunidade de visitar os Grandes Veleiros, assistir a concertos e espetáculos, assim como participar em 20 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Em Família Tall Ships Races conferências e workshops sobre o Mar e sobre a cidade de Lisboa. “É sabido que o nosso Presidente da República apadrinha e reconhece a importância tanto do Mar como dos Jovens no futuro de Portugal. Com este evento juntamos as duas coisas visto que o nosso principal objetivo é promover a ligação entre os dois e levar o máximo de jovens para o mar. Para mim e para toda a equipa envolvida na organização, receber o Alto Patro- cínio da Presidência da República é a confirmação de que estamos no bom caminho com o trabalho que já desenvolvemos até aqui e é sem dúvida mais um incentivo para trabalharmos arduamente para que este evento seja um grande sucesso”, afirma Marta Lobato, manager do projeto Tall Ships Races 2012 Lisboa. ø Ana Lima www.tallshipslisboa.com OUTDOOR Maio_Junho 2012 21 Em Família A minha experiência por André Nogueira Melo Foto: Aporvela embarque... 22 Maio_Junho 2012 OUTDOOR O comboio seguia munido de impermeáveis e galochas, imagem não comum para o verão polaco, a não ser que numa das estações/cidades esteja atracada uma frota de 100 navios. Cumprimentos num saltar de convés em convés; cabelos loiros, olhos azuis e outros castanhos; sacos com mantimentos de último preparo; mantas ao sol, guitarras e música; soares de sereia e buzina, amarras soltas, formalidades cumpridas e a Polónia desvanece no horizonte. É inevitável o nervosismo inicial. Experimentam-se os quartos, trocas de horário, manobras de leme, confia-se em quem comanda e repousa-se. Surgem os jogos para quebrar o gelo, cantigas e outras línguas, tempestades, enjoos e tempos de bonança. Todos cozinham, ajudam na manutenção do navio e há tempo para dedicação à arte de marinheiro, nós e costumes. Os portos de chegada: uma conquista triunfal, pessoal e coletiva. A antiga Leninegrado é a cidade intocável onde no metro há senhoras pagas para vigiar. Os submarinos amurados pelas Rumamos para Oeste, Finlândia. Pernoitamos ao abrigo da recortada costa, uma baía ladeada por pedra granítica e infindáveis pinhais. Avisto um alce a nadar, durante um demorado quarto ao ferro, imagem inesquecível misturada com o torpor de cansaço físico mas não de espírito. Mais a sul, as danças eslavas e a alegre boémia de outros que, como eu, haviam conquistado mais uma parte do seu planisfério. No ano seguinte continuei a navegar, desta vez no Pacífico, à descoberta da Ásia. Perfaz agora um ano, que a navegar “subi” ao Ártico para de lá ver o Mundo. Na realidade acabei por nunca sair do Mar. Passei ao largo da vela de competição e iniciei-me no Ametista, veleiro de madeira de 33pés. Nas Regatas de Grandes Veleiros, confirmei um grande apreço à viagem marítima e, hoje em dia, dedico-me à transmissão de experiência e treino de mar. Ter navegado antes não é de todo requisito a quem queira inscrever-se numa viagem a bordo de um grande veleiro a participar na regata. O mar e as viagens que este propicia, são traços que ficam gravados na nossa história. Os desenhos que fazemos no mundo tal como o arquiteto procura desenhar, através da linha, o tão essencial espaço de habitação eu, acredito que a viagem, é assim, o nosso traço. ø André Nogueira Melo www.andrenogueiramelo.com Descobrir O Embarque margens do Neva, com marinheiros de braços cruzados e boina descaída, fumam e pouco se comovem. Fotos: André Melo E m 2009 surge pela primeira vez a hipótese de embarcar numa Regata de Grandes Veleiros, a regata do Mar Báltico. Tratada toda a logística inerente à viagem, passagem de fronteiras e visitas à embaixada Russa: dou por mim, a aterrar em Varsóvia, capital minuciosamente rejuvenescida por jovens entusiastas e empenhados no progresso científico de um país que procura conhecer e acompanhar os seus vizinhos. As horas corriam para Gdynia; linhas de comboio, gerida por intermináveis bilheteiras em unilingue, polaco, e velhas que mais pareciam tricotar bilhetes. Aventura Evento Norte Alentejano O’ Meeting 2012 Fotos: Joaquim Margarido Aventura NAOM 2012 Depois de Nisa, Castelo de Vide, Alter do Chão, Crato e Portalegre, o Grupo Desportivo dos Quatro Caminhos elegeu Marvão para palco da organização do Norte Alentejano O’ Meeting em 2012 (NAOM 2012). Aventura A organização será conjunta entre o Grupo Desportivos dos Quatro Caminhos, Câmara Municipal de Marvão e Federação Portuguesa de Orientação. O Norte Alentejano O’ Meeting já conseguiu um lugar de destaque na região tendo nas cinco primeiras edições reunido 5.500 participantes, dos quais 2.200 estrangeiros de 30 Países. Em 2011, ano em que coincidiu com o Portugal O’ Meeting, foi o evento mais internacional do ano no nosso país, ao atingir a soma de 1.200 participantes estrangeiros. O evento de 2011 criou um impacto financeiro no País de mais de 1.500,000€ pois a grande parte dos participantes permaneceram cerca de 10 dias em treinos e competições. É de realçar que vários voluntários da região, entre os quais se destacam a Desportalegre, colaboraram no evento. Acima de tudo merecem uma palavra os proprietários dos terrenos que têm viabilizado desde a primeira edição a realização do evento. A Grande riqueza no Alto Alentejo é a natureza A importância do terreno na Orientação leva a que alguns dos melhores eventos nacionais se realizem no “A imporAlto Alentejo bem como estátância do terregios de muitos dos melhores atletas mundiais. Esta reno na Orientação alidade é particularmente leva a que alguns dos patente no inverno, onde se melhores eventos naaliam as excelentes condicionais se realizem ções climatéricas a terrenos com grande qualidade técnino Alto Alentejo ca. À enorme quantidade de (...)” elementos característicos rochosos, junta-se a facilidade e a velocidade de progressão, fazendo as delícias de orientistas nacionais e estrangeiros. As entidades que tutelam o turismo da região, começam aos poucos a perceber as potencialidades da modalidade, como forma de atrair no inverno as principais equipas Internacionais para treinarem no Alto Alentejo. Em 2012 marcaram presença em campos de treino 10 dos 20 melhores especialistas Mundiais o que vai promover para o futuro este destino de turismo desportivo. O projeto PROVERE - “INMOTION: Alentejo, Turismo e Sustentabilidade” acredita que a moda26 Maio_Junho 2012 OUTDOOR O NAOM 2012 tem vários motivos para atrair muitos praticantes O Norte Alentejano “O” Meeting é um evento de Orientação pedestre, aberto a pessoas de qualquer idade, podendo participar nos escalões de competição ou nos escalões abertos, individualmente, ou em grupo. Em 2012 a competição integra pela segunda vez os Campeonatos Nacionais de Sprint e Distância Média, tal como aconteceu na edição de Castelo de Vide, em 2008. O evento vai atribuir os títulos de campeões Individuais e coletivos de Sprint e distância Média em Orientação pedestre, o que representará para o clube organizador mais uma grande responsabilidade e um enorme desafio. - A 1ª etapa do Campeonato Nacional de Sprint será realizada na aldeia da Herdade do Pereiro, que foi noticia no inicio do ano por ter sido colocada à venda por uma famosa imobiliária pelo valor de 7 milhões de euros. - A 2ª etapa será realizada no interior das muralhas da vila de Marvão, numa prova com tanto de belo como de exigente. - O Campeonato Nacional de Distância Média realiza-se no Carvalhal de Vale do Rodão, numa encosta única em Portugal, com a sua frondosa e verdejante floresta a constituir um sério obstáculo à capacidade dos melhores especialistas presentes . Mas o evento não é só competição, pelo que todos os curiosos poderão participar e a organização estará disponível para fazer acompanhamento e ensino através de monitores especializados. A Orientação assume um papel importante pela capacidade de conseguir fazer regressar as pessoas ao campo e pela sua cumplicidade pura com a natureza. Venha conhecer Marvão e descubra o desporto da Floresta! ø Fernando Costa NAOM 2012 “A Orientação assume um papel importante pela capacidade de conseguir fazer regressar as pessoas ao campo e pela sua cumplicidade pura com a natureza.” OUTDOOR Maio_Junho 2012 27 Aventura NAOM 2012 lidade é estratégica para a região e está a incluir os campos de treino do Alto Alentejo e o NAOM nos seus projetos de desenvolvimento. Aventura 2numundo Mapa meu Aventura 2numundo Shahrisabz, Uzebequistão Aventura Estrada Fora T eria eu alguma vez imaginado fazer parte da massa de fiéis numa sexta-feira, numa mesquita na Turquia? Teria eu alguma vez imaginado beber um chá com os beduínos, num deserto na Jordânia? Teria eu alguma vez imaginado chorar de emoção, durante uma missa, numa pequena igreja esculpida na rocha, na Síria? Teria eu alguma vez imaginado percorrer duzentos quilómetros de estrada, olhos nos olhos, com o Afeganistão? Teria eu alguma vez imaginado ser acolhido duma forma tão amigável, em famílias por todo o Irão? Teria eu alguma vez imaginado tudo isto, se nunca tivesse eu saído de casa para percorrer mais de 17000 quilómetros até Macau, de bicicleta? Nunca! Pedalar a Pamir Highway, no Tajiquistão! Percorrer templos em ruínas, em Angkor, no CamAcampando no deserto do Sinai boja! Dormir dentro duma casa troglodita, em Petra, na Jordânia! Conversar com quem lida quase diariamente com os talibans, no Paquistão! Tomar banho num templo budista, enquanto famílias inteiras te olham com curiosidade! Fazer parte da fila para água do poço, numa aldeia nas montanhas do Laos! Atravessar a Karakorum Highway, entre a China e o Paquistão! Dançar num casamento no Uzebequistão, quando pensávamos estar a entrar num restaurante! Quantas foram as emoções vividas? Quantas viveria se continuasse a imaginar tudo isto da janela do meu quarto? Quan“Teria eu to me arrependeria se nunca tivesalguma vez se partido? Quanto ainda existe para ver? Quanto tempo vamos imaginado tudo isto, se nunca tivesse eu nós aguentar até à próxima saído de casa para percorrer mais de 17000 quilómetros até Macau, de bicicleta?” 4655 metros na Pamir Highway, Tajiquistão Quando foi a última vez que fizeste alguma coisa pela primeira vez? “O mundo é um T0” – disse-nos uma amiga uma vez e nós concordámos. Mas o mundo, é gigante e não é tão pequeno, como o cliché gosta de referir. O mundo é gigante, sem limites, um infinito de possibilidades e nós somos uma formiga no microscópio deste planeta. Há que partir, arriscar, ir sem medos, sem receio do que a televisão nos diz, sem preconceitos, abertos a tudo, porque as pessoas são boas e nascem boas! Em viagem aprende-se, muito! Enquanto em viagem, são-nos colocados obstáculos e questões para as quais não estamos preparados e é nesse momento que nos lembramos do que foi a nossa vida de luxo até aí, o comodismo, o fácil que é viver numa sociedade ocidental, onde não nos confrontam com falta de água, onde um supermercado nos oferece tudo aquilo que necessitamos, onde temos sempre um chuveiro para tomar o nosso duche, onde encontramos sempre as explicações às nossas dúvidas, onde falamos o mesmo idioma e por isso a comunicação torna-se fácil. Aventura 2numundo partida? Acolhimento no Uzebequistão Chá com beduínos Nestes 19 meses de viagem, tivemos direito a uma noite de jaccuzi, numa aldeia perto de Tolouse, mas também a uma semana sem banho no deserto do Sinai, no Egito e que nos soube bem melhor! Tivemos direito “O mundo a fondue de queijo e babatinhas cozidas, algures na Suíça, mas é um T0” – também partilhámos um pão disse-nos uma seco de quantos dias existiam, amiga uma vez e nós concordámos. Mas o mundo, é gigante e não é tão pequeno, como o cliché gosta de referir.” Tarefas diárias no Tajiquistão Aventura Antes da descida - Petra “A nossa viagem é difícil de colocar em palavras, porque até nós descobrimos cada vez que pensamos, uma nova aventura dentro dela, mais um momento que nos faz sorrir, ou um que nos faz cair lágrimas pela face e nos arrepia a pele, quão porco-espinho!” 32 Maio_Junho 2012 OUTDOOR água, comida ou tirarem um fotografia connosco! Aquelas que só queria conversar com um estrangeiro, para que lhe contássemos como era o mundo “lá fora”! Aquelas que nos explicaram a sua religião e a defenderam, mas que nos respeitaram por não termos nenhuma, ou por não concordarmos com tudo o que diziam! Aquelas que apenas nos disseram um Adeus, por detrás A nossa viagem é difícil de colocar em palavras, do vidro daquele carro, sentados atrás de uma porque até nós descobrimos cada vez que pensa- qualquer carroça, ou por debaixo das casas onde mos, uma nova aventura dentro dela, mais faziam a sesta! E ainda as outras, aquelas um momento que nos faz sorrir, ou um que nunca conhecemos, que nunca que nos faz cair lágrimas pela face nos sorriram e que talvez nunca “Depois, ou e nos arrepia a pele, quão porconos cruzaremos outra vez, mas antes de tudo isto, -espinho! Como foi? Não sabeque fazem os países existirem, mos, ainda não sabemos como as culturas continuarem vivas, existem as pessoas. foi. Precisamos de tempo, de as identidades sobreviverem e As que ficaram e nos espaço, de digerir todos estes pelas quais continuaremos a apoiaram nesta imensa meses de tanto! Precisamos viajar, com esperança de que, de refletir, de pensar no que um dia talvez, façam parte de odisseia, mas sobretudo aprendemos, no que ensinánós também! Porque é por elas aquelas que fizeram mos, no que dissemos sobre que viajamos, pelas pessoas! a nossa aventura nós, sobre os nossos, sobre o possível (...)” nosso país que, apesar de estar E depois de tudo isto, o que fica? em crise e de toda a gente se queiUma vontade imensa de voltar a xar, é o nosso país e não há melhor sítio ter prateleiras onde colocar as nossas para viver…acreditem! coisas, um frigorífico recheado de luxos, uma Depois, ou antes de tudo isto, existem as pesso- casa-de-banho limpa, uma mesa de café onde as. As que ficaram e nos apoiaram nesta imensa encontrar os amigos de sempre, um dominodisseia, mas sobretudo aquelas que fizeram a go para ver a família, uma janela para abrir e nossa aventura possível, essas que nos rece- nos fazer sonhar outra vez…um mapa-munberam, que nos acolheram em suas casas, que do! O nosso mapa-mundo! Um mapa-meu! ø nos abriram as portas e nos disseram “Entrem e fiquem quanto tempo quiserem!” e nos pediRafael Polónia e Tânia Ruivo ram para ficarmos mais um dia, só mais um! www.2numundo.com Aquelas que paravam na estrada para nos darem Contemplando o Mar Morto Fim do asfalto, Pamir Highway OUTDOOR Maio_Junho 2012 33 Aventura 2numundo oferecido por uma senhora amorosa, no Turquemenistão e que nos caiu como bolo de chocolate! Foi maravilhosa a cama que nos ofereceram na última casa onde estivemos na Alemanha, mas dormir num estrado de madeira, numa pequena vila na Índia, com olhares curiosos a vir das grelhas da janela sem vidros, fez-nos rir ainda mais! Entrevista Rita Pires A onda é da rita! Foto: Stork Entrevista Rita Pires Entrevista Fotos: Romeu Ribeiro Com 13 títulos Nacionais e 6 Europeus, qual a chave para ter sucesso na modalidade? O segredo acho que passa por fazer o que mais gosto, dando o máximo por aquilo que isso representa em termos de motivação pessoal, e não para agradar alguém. A vitória é muito estimulante e às vezes viciante, e a necessidade de querer superar-me é uma constante! Rita Pires dispensa apresentações... É Bodyboarder profissional e uma amante do mar e da descoberta! Rita esteve à conversa com a Outdoor e contou-nos alguns dos seus segredos e projetos para o futuro... Uma conversa que nos deixou ainda mais fascinados pelo desporto na água! Já és fã? Entra nesta onda... por Isa Helena Outdoor: Como surgiu a paixão pelo Bodyboard? RITA PIRES: A paixão pelo Bodyboard surgiu aos nove anos de idade quando experimentei com uma prancha do meu irmão. Fiquei logo fascinada com a modalidade e lembro-me que a partir daí passei a ser viciada em Bodyboard! Para ti, até ao momento, qual foi o ponto alto da tua carreira? Já tive vários pontos altos na minha carreira... Entre eles destaco a primeira vez que fui Campeã Nacional, com apenas 16 anos, o título de Campeã Europeia que alcancei na Caparica, e o segundo lugar numa etapa do mundial que decorreu na mítica onda de Pipeline, no Hawaii, em 2008. Falta-te atingir algum objetivo enquanto atleta profissional de Bodyboard? Falta-me obviamente atingir o título de Campeã Mundial, sendo que neste momento tenho outros projetos que requerem a minha atenção e para os quais dedico grande parte do meu tempo, além de continuar a treinar assiduamente no mar e no ginásio. Qual o balanço que fazes do programa a Onda da Rita? O programa “A Onda da Rita”, começou em 2009 na SPORT.TV e foi um enorme sucesso nos 3 anos em que esteve no ar. Neste momento “A Onda da Rita” tornou-se num projeto um pouco mais abrangente e dedicado à comunicação dos Desportos de Ondas. O programa na televisão é para continuar, mas à parte disso queremos também estar no terreno com a realização de eventos muito direcionados para o público feminino. Entrevista Rita Pires No programa viajaste muito… Qual o Em Portugal, qual o teu Spot de eleição? teu destino de eleição para fazer Body- Em Portugal gosto muito de surfar na Costa de Caboard? paria, onde sou local e também na zona de Sagres Os dois anos em que duraram as filmagens fo- e em algumas Ilhas do arquipélago dos Açores. ram excelentes... tive a oportunidade de conhecer destinos que muito dificilmente estariam ao Como é o teu dia a dia? Como são os teus meu alcance. Ter ido à Samoa, à Micronésia e treinos? ao Japão, tirando outros destinos que já conhe- O meu dia a dia é bastante agitado, porque além cia, fizeram-me ter um visão mais abrangente dos meus projetos pessoais ainda tenho de ter do mundo em que vivemos, e as inúmeras tempo para os treinos. Normalmente faço experiências pelas quais passei no desempre um treino de ginásio de manhã “O correr dessas viagens trazem-me ree tento também fazer um treino na cordações inesquecíveis. praia, dentro de água. Treino este Bodyboard que pode ser de Bodyboard, ou tem atravessado De todos os destinos, o que mais SUP Stand up Paddle. Da parte várias fases evolutigostei para surfar foi a Indonéda tarde aproveito para fazer vas ao longo dos últi- algum trabalho de computador sia! mos anos. Há alturas e ao fim do dia volto a treinar; Houve algum destino que faço corrida, ou Yoga. em que o crescimente tenha marcado de uma to é muito granforma menos positiva? Como tens visto a evoluNão houve nenhum que me tenha ção do Bodyboard no nosso de (...)” marcado de forma menos positiva, mas país? os destinos que se aproximam do ocidenO Bodyboard tem atravessado várias fases te, são bem menos interessantes do que os do evolutivas ao longo dos últimos anos. Há alturas oriente... em que o crescimento foi muito grande, e ouQuando viajo para surfar, gosto também de ex- tras em que abrandou um pouco. Acho que neste plorar um pouco a cultura e interagir com a momento atravessamos uma fase menos boa, um comunidade. Essa interação é muito mais enri- pouco devido às circunstâncias que o país vive em quecedora em países mais exóticos e remotos. termos económicos, com poucos investimentos OUTDOOR Maio_Junho 2012 37 Entrevista “Neste momento comecei também a praticar Stand Up Paddleboard, uma modalidade recente no nosso país e bastante exigente.” 38 Maio_Junho 2012 OUTDOOR O Bodyboard é um desporto muito acessível e bastante agradável para quem gosta do contacto com o mar. Para além do Bodyboard, estás a praticar duas novas modalidades na Água. Quais são? Há dois anos comecei a praticar Longboard, sempre que o mar apresentava condições desfavoráveis para o Bodyboard, como ondas muito pequenas. Assim para poder continuar a ir para a água, dei os primeiros passos nesta modalidade. Neste momento comecei também a praticar Stand Up Paddleboard, uma modalidade recente no nosso país e bastante exigente. Essa exigência tem sido para mim um grande estímulo e sempre que posso vou para dentro de água com o meu SUP, no sentido de poder evoluir nesta modalidade e talvez um dia vir a competir. O Bodyboard conta com cada vez mais adeptos… Para quem se quer iniciar na modalidade, quais as tuas sugestões? Penso que o mais importante é ter à-vontade com o mar e estar disposto a enfrentar desafios. O Bodyboard é uma modalidade que envolve algum risco por isso é também importante ter a consciência das capacidades e saber avaliar até onde se pode ir. Para uma primeira experiência aconselho sempre o recurso a aulas numa escola, pois é sempre a uma preciosa ajuda, a todos os níveis. ø Sabe mais sobre a Rita Pires em www.aondadarita.com Facebook Perfil rita pires Rita Pires é uma atleta profissional de bodyboard que dedica a sua carreira á competição e a promover os desportos de ondas. Apaixonada pelo mar e pelo contato com o oceano, viu crescer o gosto pelo Bodyboard com apenas 9 anos de idade. Com 13 títulos de Campeã Nacional e 6 títulos de Campeã Europeia, Rita Pires é a atleta mais premiada a nível nacional. Aos 28 anos opta pela carreira desportiva a tempo inteiro, deixando de lado o trabalho no atelier como arquiteta. Na atualidade, é reconhecida como uma referência nos desportos de ondas, não só pelos seus resultados competitivos, mas também pelo trabalho que realiza ao nível da promoção destas modalidades. Em 2009, iniciou o projeto “A Onda da Rita”, uma plataforma de comunicação e promoção de desportos de ondas, onde Rita Pires partilha experiências e o trabalho que desenvolve em modalidades tão diversificadas como o Surf, Bodyboard, Longboard ou Stand Up Paddleboard, tanto no panorama nacional como internacional. Momentos altos da carreira: - 2008: VICE CAMPEÃ MUNDIAL DO HAWAII - 2000 & 2010: T2 x Vice Campeã Mundial do Sintra Pro - 2008: Medalha de Bronze do ISA Games - 2005: medalha de ouro no eurosurf - 2009 A 2011: REALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE TV: “A ONDA DA RITA” NA SPORT.TV - 2011: REALIZAÇÃO DO ROYAL CARRIBEAN EXPERIENCE - EVENTO DE 5 DIAS NO MAR MEDITERRÂNEO - 2012: CRIAÇÃO DA ACADEMIA ONDA DA RITA OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011 39 Entrevista Rita Pires em patrocínios e na organização de campeonatos. No entanto, acho que isso não prejudica o número de praticantes, que nas praias são sempre muitos! Por Terra Atividade caminho do abade “Preferia tê-lo e amá-lo nas matas chilreadas, nos desfiladeiros dos montes, no sinceiral da ínsua, nas alcovas de ramagem que só eles e os rouxinóis conheciam nas margens do Tâmega.” (Camilo Castelo Branco -”Maria Moisés”). N Por Terra Atividade ascido em Lisboa, no Largo do Carmo, a 16 de março de 1825, Camilo Castelo Branco foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Órfão de tenra idade, é acolhido por família em Vilarinho da Samardã (1839). Camilo Castelo Branco “Calcorreou rios e montes atrás de trutas e de coelhos, (…)” (Francisco Botelho, 2005), casando com Joaquina Pereira de França, com apenas 16 anos, na Igreja do Salvador, Ribeira de Pena, a 18 de agosto de 1841. Instalou-se em Friúme e, aqui, eternizou as suas memórias numa obra única, Maria Moisés, perpetuando a sua vivência por terras Ribeirapenenses. O percurso interpretativo “O Caminho do Abade” desenvolve-se em Ribeira de Pena, região norte de Portugal e sub-região do Tâmega (distrito de Vila Real), conhecida pelos vestígios civilizacionais diferenciados como as gravuras rupestres de Lamelas, sepulturas, pontes medievais, indícios de Cultura Castreja e Romana e as grandes casas rurais e solares brasonados pertencentes à fidalguia que um dia se instalou nesta região. Com início na Igreja Matriz de Ribeira de Pena (Igreja do Salvador), o percurso linear “O Caminho do Abade” é feito por caminhos antigos de calçada até à aldeia de Friúme, onde Camilo Castelo Branco habitou, com passagem por locais emblemáticos e carregados de história tais como o Lugar da Sobreira e a “ilha dos amores”, fonte de inspiração do conhecido escritor. O restante percurso segue ao longo das margens do Rio Tâmega, com paisagens idílicas e azenhas em ruínas, testemunhos dos afazeres agrícolas ligados ao cultivo do milho. O percurso terminará com a passagem da famosa Ponte de Arame, considerada um dos monumentos de maior interesse do concelho de Ribeira de Pena, engenhosamente construída e com a particularidade de ser um monumento viário muito importante que manteve as funções de ligação para a freguesia de Santo Aleixo até ao ano de 1963. Para além das paisagens únicas que esta região portuguesa providencia e do marcante teor cultural devido à presença de Camilo Castelo Branco, “O Caminho do Abade” envolve-se sempre numa aura de nostalgia devido ao sentimento de que “esta” poderá ser a última vez que se o percorre porque, devido à barragem de Daivões a edificar num futuro muito próximo no Rio Tâmega, todo este cenário único ficará um dia submerso. ø ficha técnica Dificuldade do Percurso: Média / Baixa Duração: Cerca de 3/4 horas Distância: 7 km Tipo de percurso: Linear Promotor: Nicho Verde Nuno Quidiongo OUTDOOR Maio_Junho 2012 41 Por Terra Desafio MADRID-LISBON MTBIKE Para este ano já está definida a data para a travessia Madrid-Lisboa organizada, que já tem partida confirmada! Será de 23 de junho a 7 de julho! Todas as informações disponíveis no Portal Madrid-Lisboa “O MADRID-LISBON MTBIKE é a mais recente travessia épica, disponível para todos os BTTistas amantes dos grandes espaços de natureza e montanha e das grandes rotas em bicicleta. Esta travessia é uma grande rota em BTT (Bicicleta Todo-o-Terreno), que liga 42 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Madrid a Lisboa. A Rota foi elaborada através das montanhas da Cordilheira Central, espinha dorsal da Península Ibérica, privilegiando as paisagens de maior beleza natural. A travessia de Madrid até Lisboa é apresentada Em termos dos principais locais por onde a rota se desenvolve: Montanhas: • Espanha: Guadarrama, Sierra de Madrid, Zapatero, Gredos, Bejar, Las Hurdes e Gata • Portugal: Malcata, Estrela, Açor, Lousã, Aires e Candeeiros, Montejunto e Sintra Parques Naturais: • Espanha: Parque Natural Cumbre, Curso y Lagunas de Peñalara; Parque Regional de la Sierra de Gredos; Parque Natural de Las Batuecas-Sierra de Francia; • Portugal: Reserva da Malcata, PN Serra da Estrela, PN Serras Aires e Candeeiros, PN Sintra-Cascais Esta rota foi elaborada por António Gavinho com a preciosa ajuda do Filipe Gomes, Miguel Faria e Elsa Gavinho, e contou com o apoio da Caminhos da Natureza. A definição e elaboração do percurso da travessia em BTT de Madrid a Lisboa, foi um trabalho de cerca de um ano, tendo a travessia sido efetuada pela primeira vez em julho de 2011. O percurso foi melhorado e a segunda travessia realizou-se em agosto de 2011. Posteriormente realizaram-se mais alterações e novos reconhecimentos de rotas alternativas até finalmente no início de 2012 se ter “A definição e eladefinido a rota oferecendo o mais interessante traçado para a travessia de boração do percurso Madrid a Lisboa em BTT. da travessia em BTT de Madrid a Lisboa, foi um trabalho de cerca de um ano (...) “ O portal : www.bikemadridlisbon.com em 15 etapas correspondentes a 15 dias de BTT para um nível de esforço físico elevado. No âmbito da apresentação desta rota, foi elaborado um Portal que é o ponto de encontro de toda a informação relativa ao projeto, e onde se pretende ter regularmente atualizada toda a informação relativa ao percurso, aos parceiros e aos patrocinadores. Percorre cerca 1200km e mais de 28 000m D+ por estradões florestais, caminhos, estradas rurais, trilhos e espetaculares single-tracks, atravessando as mais altas montanhas do sistema Ibérico central e a linha montanhosa Mon- Para além disso existe neste portal a possibilidade de se saber as mais recentes notícias sobre a travessia e participar no fórum sobre a travessia e onde partilhar aí dúvidas e histórias que possam existir. OUTDOOR Maio_Junho 2012 43 Por Terra Madrid-Lisbon MTBIKE tejunto-Estrela, até chegar ao mar, com trilhos sobre as falésias e um final épico na ponta mais ocidental da Europa - o Cabo da Roca. Por Terra As etapas: Etapa 1: Madrid - Miraflores (63km) O início da rota é no centro de Madrid, na famosa Plaza del Sol, onde se encontra o marco kilométrico que assinala o Km 0 de todas as estradas que saem de Madrid! Segue-se por ruas pedonais passando por alguns parques da cidade, tais como o Parque do Retiro. O percurso segue para Norte por grandes avenidas e passa junto ao mítico estádio Santiago Barnabéu. Alguns Km depois e apenas 1h depois de iniciar a rota surge o primeiro troço de terra e alguns divertidos km em single-tracks junto ao caminho de Santiago. A grande cidade começa a ficar para trás e atravessamos alguns belos campos dourados a caminho das montanhas! O destino é Miraflores a 1100m de altitude à entrada da Serra do Guadarrama. Etapa 2: Miraflores - Cercedilla (64km) Partimos de Miraflores de la Sierra, atravessamos o rio Guadalix e iniciamos uma suave e calma subida entre pinheiros e carvalhos. Este dia é marcado por cenários de alta montanha, com fortes possibilidades de encontrar cavalos, gado e vida selvagem. Iremos encontrar alguns single-tracks divertidos num vale junto a uma ribeira de montanha, por entre um fantástico bosque. Grandes e longas subidas e divertidas descidas, este é um dia para recordar. O final deste belo dia nas montanhas é feito através de uma longa descida (os 10 km da etapa) para terminar em Cercedilla, hoje já com 1850m de acumulado de subida! Etapa 3: Cercedilla -Ávila (91km) No terceiro dia da travessia, temos a primeira etapa mais longa com 91 km a iniciar em Cercedilla. Este é um dia de planaltos em altitude, caminhos florestais e alguns locais históricos interessantes , como a Cruz dos Caidos e El Escorial. Iremos pedalar parte do dia numa longa cumeada com um parque eólico. Para finalizar este longo dia, há um tesouro escondido, um espetacular single-track que o levará até ao interior da cidade de Ávila, uma das cidades históricas e culturais mais interessantes ao longo da rota. Etapa 4: Ávila – Barco D’Ávila (116km) Deixamos a cidade medieval de Ávila, descendo pelas ruas ao longo das muralhas e dirigindo-se para oeste. Á saída da cidade entra num fantástico single-track sinuoso ao longo de uma ribeira e no meio de uma denso e fabuloso bosque. Este é mais um dia de bicicleta em que vai pedalar por incríveis caminhos de alta montanha e é ainda o 44 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Por Por Terra Terra GR-14 Rio Douro Madrid-Lisbon MTBIKE dia com passagem a maior altitude de toda a travessia na Serra do Zapatero a 1822m no Montanha de Gredos. A beleza das paisagens e o fantástico percurso ao longo do rio Tormes com vários single-tracks e com as suas pontes romanas, ajudam a esquecer que este é um longo dia. Chegada a Barco d’Ávila, uma cidade histórica dentro desta cadeia de montanhas. Etapa 5: Barco D’Ávila - Sotoserrano (83km) Estamos no quinto dia da travessia e temos um desafio, a Montanha de Béjar. Este é um dia com subidas difíceis, trilhos técnicos, e muitos single-tracks que resultam num progresso lento, mas sempre cheio de emoções. Atravessamos várias florestas de carvalhos e passamos pela espetacular e pitoresca Vila de Candelario. Com excelentes single tracks e depois de 83 km chegará a Sotoserrano, a tempo de repousar no final da tarde! Etapa 6: Sotoserrano - Pinofranqueado (82km) Este é um dia onde o terreno é mais suave, e uma boa maneira para se recuperar da última etapa bem mais difícil. As montanhas perdem alguma elevação e o terreno altera-se dos granitos para o xisto. Este é o reino de carvalhos e pinheiros com excelentes caminhos na floresta, muito agradáveis para pedalar. Atravessa ainda a região de Las Hurdes com excelentes paisagens, em mais cerca de 82 km e uns suaves 1650 m de subida, para terminar em Pinofranqueado. Etapa 7: Pinofranqueado – Valverde del Fresno (85km) No sétimo dia da travessia, e com quase metade da distância percorrida é hora de desfrutar atravessando pequenas aldeias repletas de história e tradição, como que perdidas noutra época. A Serra da Gata oferece belos trilhos e surpreendentes oportunidades para fotos durante este dia. A etapa termina em Valverde del Fresno depois de 2000 m de subida e 85 km pedalados. Etapa 8: Valverde del Fresno - Sabugal (56km) Metade da travessia está feita! Este é o dia mais curto, bom, para recuperar para as próximos 7 etapas. Subida a montanha para atravessar a fronteira entre Portugal e Espanha a cerca de 1000m na Serra da Malcata. O objetivo é atravessar esta região montanhosa isolada e selvagem para chegar às primeiras aldeias típicas de Portugal. O percurso segue através de uma floresta de pinheiros e carvalhos e contorna uma barragem para chegar à cidade de Sabugal. OUTDOOR Maio_Junho 2012 45 Por Terra Etapa 9: Sabugal - Manteigas (85km) Etapa de grande beleza numa região de aldeias históricas de Portugal. Passagem por Sortelha, uma incrível aldeia de granito em estado medieval com um impressionante castelo! Calçadas medievais e single tracks em vales entre aldeias vão fazer as delicias dos ciclistas nesta etapa. Entrada na maior serra de Portugal com passagem por belos bosques e chegada a pitoresca vila de Manteigas no leito de um vale glaciar! Etapa 10: Manteigas - Piodão (67km) paisagem que irá dominar as próximas etapas com os seus bosques de Oliveiras e Azinheira! Estamos no reino da Pedra! Etapa 13: Tomar – Rio Maior (95Km) Saída de Tomar, cidade dos Templários, para um dia de Serras Calcárias. Um dia totalmente passado no reino da pedra! Os caminhos são ladeados por muros de pedra construídos ao longo de centenas de anos, um cenário único e impressionante. No final do dia, ao chegar à última cumeada da Serra vamos avistar pela primeira vez a Costa Atlântica! Paisagens de montanha de grande beleza. Este é também o dia mais alto em Portugal com“Calçadas passagem aos 1600 m junto a uma lagoa damedievais mais e alta Serra de Portugal – A Serra da Estrela, um single tracks em belo e imponente maciço granitico com bosvales entre aldeias ques, prados de montanha e aldeias serranas típicas! Final da etapa na mais bela aldeia farãode as delicias Xisto de Portugal – Piodão! dos ciclistas nes- Etapa 14: Rio Maior – Torres Vedras (66Km) No início deste dia dominam os bosques de Eucaliptos. Atravessa-se a última serra calcaria da travessia, Montejunto por um caminho a meia encosta com vistas soberbas sobre as planícies. Single tracks nas cumeadas ta etapa. “ Etapa 11: Piodão – Castanheira repletas de típicos moinhos de de Pera (78km) vento e por ribeiras no meio de uma Esta etapa atravessa o sistema de montanhas de luxuriante vegetação mediterranica são xisto do centro de Portugal e o percurso segue o ponto forte deste dia! grande parte do tempo por cumeadas próximas dos 1000m. É um dia de grandes paisagens e de Etapa 15: Torres Vedras – Cabo travessias de longos parque éolicos. Este é o ul- da Roca (77Km) timo dia acima dos 1000m. Final da etapa com Finalmente, no último dia desta épica travesuma incrível descida de 700 m de desnível até a sia chegamos ao mar! Para quem conseguiu tranquila vila de Castanheira de Pêra. atravessar 14 dias de montanha desde o centro da Península Ibérica este é um grande dia! EsEtapa 12: Castanheira de Pera - tradas e caminhos sobre o mar, single-tracks, Tomar (89km) trilhos nas falésias e praias fazem deste um dia Um dia incrível e com grande variedade de diferente e único nesta travessia. Chegada ao paisagens! Percurso de montanha com passa- Cabo da Roca, a ponta mais ocidental da Eurogem em aldeias serranas e passagem pelo mag- pa! ø nífico desfiladeiro da Foz do Alge. Cascata imAntónio Gavinho pressionante com single tracks super divertidos junto à ribeira. Entrada nas Serras de Calcário, www.bikemadridlisbon.com 46 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Por Terra Birdwatching observação de aves um desafio para os amantes da natureza A Se gosta de passear na floresta, junto ao mar ou mesmo em jardins e perder-se a observar o que o rodeia, então a observação de aves é uma atividade que tem de conhecer. observação de aves, mundialmente conhecida por birwatching, é uma atividade praticada por mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. A Península Ibérica é um destino por excelência para a sua prática, sendo um dos principais destinos ornitológicos na Europa e procurado por milhares de birdwatchers estrangeiros todo o ano. O que é a observação de aves? A observação de aves é uma atividade de lazer baseada na identificação e observação de aves selvagens no seu meio natural. É uma atividade ao ar livre, muito relaxante e extremamen- 48 Maio_Junho 2012 OUTDOOR te aliciante para pessoas que gostam de andar no campo e descobrir coisas novas. Explora a sensação de ver o nunca visto, porque as aves são muito apelativas e possuem plumagens e comportamentos muito interessantes. Além da observação simples, com recurso a binóculos e telescópios de campo, tem outras variantes, como a fotografia, o digiscoping (fotografia com recurso a telescópio), a pintura e a ilustração da natureza. Observar aves em Portugal Situado no extremo oeste da Europa, Portugal é um país pequeno mas extremamente diverso em paisagens e habitats naturais: uma extensa zona Por Terra Observação de Aves Foto: Joana Andrade Foto: Cristina Mendes “(...) é uma atividade praticada por mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. “ costeira, com grandes estuários, lagoas e vastas praias, dunas e falésias rochosas, amplas planícies cerealíferas, montados de sobro admiráveis, montanhas soberbas e vales fluviais magníficos. Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira existem importantes colónias de aves marinhas, como a cagarra, a alma-negra e o garajau-rosado. Ainda é possível encontrar espécies endémicas, como a freira-da-madeira (Madeira), o pombo-da-Madeira, a estrelinha-da-madeira ou o priolo (Açores). Um observador de aves ao visitar o território nacional pode observar cerca de 70 espécies exclusivas da bacia mediterrânica. A complementar este hobby que move milhares de observadores de aves pelo mundo, Portugal ainda oferece uma reconhecida gastronomia, excelentes vinhos e uma componente cultural bastante diversificada aliada a temperaturas amenas. O birdwatching pode também ser um motor de promoção e desenvolvimento de zonas rurais mais desfavorecidas e é uma atividade de lazer com pouco impacto sobre a natureza. Existem cerca de 10 000 espécies de aves em todo o mundo. As aves ocorrem nos mais variados meios naturais, desde as imensidões geladas dos pólos até aos desertos escaldantes; desde a florestas OUTDOOR Maio_Junho 2012 49 Por Terra Foto: Faísca Abelharucos densa até às planícies e pradarias; desde as cabeceiras dos rios até ao mar; e desde do alto das montanhas até ao nosso jardim. Ocorrem também em meios artificiais e humanizados, como os campos agrícolas, jardins e parques urbanos e zonas residenciais e industrias. Ou seja, é possível observar aves praticamente em todo o lado, numa multiplicidade de formas, cores e comportamentos, que desde sempre atraiu a curiosidade das pessoas. Com uns binóculos, um guia de bolso e alguma paciência é possível passar horas a observar as aves que habitam no nosso jardim ou num bosque ou ribeiro perto da nossa residência. É a beleza das aves, mas também a sua ubiquidade, que torna tão popular este passatempo. Entre 30 de setembro e 7 de outubro, decorre a 3ª edição do Festival de Birdwatching, em Sagres, o evento mais emblemático de observação de aves em Portugal, que junta aficionados de vários países e convida também simples curiosos Foto: Faísca Colhereiros 50 Maio_Junho 2012 OUTDOOR possuidoras de magnificas plumagens e espetaculares hábitos de vida. Podem ser observadas em passeios calmos e fotografadas em obserAves de Portugal vatórios edificados para o efeito, rodeados de A Península Ibérica é um destino de eleição de paisagens soberbas e com o acompanhamento muitos birdwatchers e muito procurado de técnicos especializados. Muitas destas por operadores turísticos especializaespécies têm uma distribuição muidos em viagens de birdwatching. to restrita na Europa e no Mundo, Para além da grande diversidade pelo que se tornam atrativos para Em Portugal de espécies de aves (cerca de os visitantes estrangeiros. A obpodemos encontrar 400) e de habitats caracterísservação de aves em Portugal a maioria da bioditicos (ex.: montados, pseué ainda facilitada pela dimendo-estepes), na Península são relativamente pequena versidade da Península Ibérica ocorrem cerca de 70 do território, pela qualidade Ibérica, incluindo as espécies tipicamente meda rede rodoviária, pelo cliespécies de aves mais diterrânicas (ex.: flamingo, ma ameno e pelo elevado níBritango, águia-perdigueira, vel de segurança pública. Conemblemáticas desta perdiz-do-mar, cuco-rabilongo, tudo, ainda há falta de alguns região. andorinha-daúrica, melro-azul, apoios como sinalética adequada melro-das-rochas, toutinegra-real, nos locais mais procurados para a pardal-espanhol, etc). Destas, cerca prática e pouca divulgação e apoio por de 25 são exclusivas desta região (ex.: águiaparte das entidades governamentais. -imperial, peneireiro-cinzento, cortiçol-de-barriga-preta, noitibó-de-nuca-vermelha, chasco- Por onde começar? -preto, charneco, etc.). Por isso já sabe, se se identifica com o que aqui Em Portugal podemos encontrar a maioria da foi mencionado, comece por participar numa biodiversidade da Península Ibérica, incluindo atividade da Sociedade Portuguesa para o Estuas espécies de aves mais emblemáticas des- do das Aves (SPEA). Uma vez por mês dirija-se ta região. No nosso país existem 93 Áreas Im- ao Parque Tejo, junto ao Parque das Nações e a portantes para as Aves e podem ser observadas equipa da SPEA espera por si com binóculos, teregularmente cerca de 330 espécies diferentes, lescópios e guias que o ajudarão a conhecer um pouco da biodiversidade que o rodeia. Se gostar desta experiência e quiser começar a Pisco-de-Peito-Ruivo frequentar outras atividades acompanhado por guias, faça-se sócio da organização sem fins lucrativos SPEA e participe nas atividades gratuitamente ou mediante preços simbólicos. Nestas atividades, o material é emprestado aos participantes que não tiverem binóculos, telescópios e guias. Numa fase posterior, poderá pensar em comprar o seu próprio equipamento e aventurar-se sozinho, com família e/ou amigos, na aventura de descobrir você mesmo que espécies o rodeiam. Existem também atualmente cada vez mais empresas de animação turística que disponibilizam este serviço. Foto: José Viana Pode encontrar em www.spea.pt o programa de atividades para os próximos meses. Ser sócio da SPEA permite não só que participe nas atividades da associação, mas está também a contribuir para o trabalho de conservação das aves em Portugal. ø Por Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves [email protected] OUTDOOR Maio_Junho 2012 51 Por Terra Observação de Aves que querem conhecer um pouco mais a atividade. Por Terra Crónica H Hola peregrino! á muito que acalentava fazer férias pacatas, sozinha, de mochila às costas. Imaginava-me a calcorrear algum trilho, não como o David Carradine / Kwai Chang Caine na série Kung Fu, que ajudava as pessoas nos interstícios da sua procura pessoal, mas como alguém que busca um apaziguamento para a sua inquietação. Assim, fazer um dos caminhos de Santiago de Compostela pareceu-me o mais lógico por três razões: boa sinalização, vasta rede de albergues/apoio logístico e proximidade geográfica. Escolhi o Caminho Português e em outubro de 2009 percorri-o, não como tinha imaginado, porém fi-lo. Dormi no Albergue dos Bombeiros Voluntários de Valença do Minho na véspera da minha demanda. Logo aqui os meus planos de férias pacatas foram gorados. Nesse dia, o albergue fora invadido por uma horda de bárbaros, perdão, ciclistas, provenientes de Parede. Poderiam ser os descendentes de Atila o Huno, pois aquele grupo de cerca de cinquenta criaturas fez um estanderete digno da fama daquele líder tribal. petáculo digno de um circo ambulante. Os bárbaros, perdão, ciclistas, tinham armado estendais entre os beliches com calções de chumaços, peúgas e toalhas; t-shirts jaziam pelo chão; mochilas e sacos vomitavam o seu conteúdo de forma indulgente, sem pudor por se ver, mesmo sem querer, alguma roupa mais íntima. Temi pela minha mochila, onde os meus haveres se encontravam bem arrumados, alheios àquele caos. Os bárbaros tinham deixado o “meu” beliche incólume. Suspirei aliviada, pois afinal mostraram não serem tão vândalos assim. “A menina vai dormir aqui?” Perguntou-me um homem na casa dos cinquenta anos, que se acomodava no beliche ao lado do meu. Fiquei surpreendida, mas na minha inocência respondi que sim, sem imaginar o banzé que aquele bando iria fazer durante a noite. Após longas abluções e pequenos rituais disparatados, os bárbaros recolheram aos seus sacos camas. Quando o silêncio imperou por escassos segundos, um grilo resolveu cantar. Cantou, cantou, cantou até eu descobrir que era o toque de telemóvel de um elemento da tribo. Afinal a horda não tinha retirado, apenas mudado de estratégia de ataque. Quando regressei da cozinha, onde tinha confecionado massas para o jantar, fui obrigada a saltitar entre sacos cama e desviar-me de bicicletas até chegar ao dormitório. Aí deparei-me com um es- O “grilo” calou-se. Após alguns segundos de silêncio beatífico, ecoou um berro: “cabeçudo!” Risota geral. Luzes acenderam-se, bárbaros, perdão, ciclistas, levantaram-se e quiseram saber quem era 52 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Por terra Hola Peregrino! o responsável por tão ímpar toque de telemóvel. Poucos minutos volvidos, já o “grilo” e o “cabeçudo” digladiavam-se pela supremacia do dormitório, até que alguém apelou ao bom senso daqueles dois e lembrou-os que a “menina precisa dormir”. Pensei que era desta que conseguia descansar, mas a fama de Atila e da sua tribo não é vã. Voltaram a acalmar por breve tempo até que a guerra química tomou conta do dormitório. De vários beliches, dos cerca de vinte existentes só naquele dormitório, fui vítima e testemunha da maior saraivada de puns e arrotos que alguma vez ouvi ou tive capacidade para imaginar. Como que emboscada no meu próprio covil, só tive capacidade para me enroscar, tapar a cabeça com o saco cama e esperar que a morte fosse rápida. Deixei cedo o albergue. Encaminhei-me pelas ruas silenciosas através da fortaleza, depois pela ponte do rio Minho e por fim despedi-me de Portugal. Já em Tui, adiantei o relógio de pulso uma hora. Era um gesto simbólico do início de uma empresa. Naquele momento cortava o cordão umbilical de ideias de fraqueza, desistência e fracasso. Estava na Galiza, em Espanha e tinha seis jornadas a pé de pacatez e solidão voluntária. Suspirei decidida, ajustei as alças da mochila, apertei os bastões nas mãos e atravessei Tui. Na zona industrial de O Porriño vi o primeiro caminheiro, mas em sentido contrário. Vislumbrei-o no início da grande reta que atravessa aquela zona. “A menina vai dormir aqui?” Perguntou-me um homem na casa dos cinquenta anos, que se Era uma acomodava no belimanchinha che ao lado do preta a cerca meu. de um quilómetro de distância. Avançávamos os dois para um ponto invisível, onde nos cruzaríamos. Aos poucos fui discernindo pormenores do homem: mochila cinzenta; chapéu azul; casaco preto. Deveria sentir-se observado e, tal como eu lhe fazia, tentava perscrutar-me sem dar nas vistas. Quando finalmente nos cruzámos, olhámos para o chão e emitimos um tímido “hola”. O Porriño, o destino do dia, estava todo engalanado. Segundo os cartazes colados nas paredes, era a XVI festa de Callos. As pessoas faziam fila com uma tigela de barro na mão para provar os ditos que eram distribuídos em várias bancas. Cheirava a sopa de grão e, tentada a provar a gastronomia local, indaguei sobre os outros ingredientes. Quando soube que consistia numa sopa de tripas de porco com grão e salsa, passou-me logo a curiosidade. No albergue dormi a sesta, visto não ter conseguido dormir devido aos bárbaros de Parede. Com o sono retemperado, voltei às ruas para explorar a feira. Não compreendo as pessoas que depreciam os hábitos e tradições portuguesas e consideram que só o que é estrangeiro é que é bom. Esta festa era em tudo idêntica a tantas que já tinha visto em Portugal. Os feirantes a vender brinquedos de plástico, pipocas, algodão doce e torrão de Alicante; a OUTDOOR Maio_Junho 2012 53 Por terra pista dos carrinhos de choque, o carrossel e a barraquinha do tiro ao alvo. Até palco havia, onde o equipamento de som estava a ser preparado. Estas e outras mostras de cultura regional são as melhores oportunidades de conhecermos um povo. A única diferença, e boa, que encontrei em Espanha é o comércio fechar ao domingo. Isso sim devia ser implantado em Portugal. Não encontrei nenhum local aberto onde comprar comida para fazer para o jantar. Resignei-me a “em Roma sê romano” e decidi comer uma tortilla e beber uma Mahou num café apinhado de galegos que devoravam tapas. Voltei a deambular pelas ruas cheias de pessoas, de luzes e música e, apesar de tudo aquilo ser engraçado, lembrei-me das férias pacatas. Voltei ao albergue, sentei-me na sala e pus-me a desenhar. Acordei com a chuva a bater nas janelas. Mesmo às nove horas estava escuro de tão carregadas as nuvens estavam. Sabia pelo meu guia de bolso que iria ter à saída de O Porriño um troço perigoso. Era uma via rápida percorrida por muitos camiões TIR que teria de atravessar e caminhar pela berma por várias dezenas de metros. Optei por abordar três caminheiros que saíam do albergue ao mesmo tempo que eu e perguntei-lhes se os podia acompanhar durante esse troço. Sempre seria mais seguro. Eram dois irmãos alemães e a filha do mais velho. Apesar da chuva forte, a conversa entre os quatro foi fluida. O irmão mais velho, um homem rijo e seco, vivia há muitos anos no Canadá. Tinha uma face redonda, olhos azuis e rugas profundas que lhe sulcavam as maçãs do rosto. A filha era uma canadiana loura de ancas largas, olhos igualmente azuis e faces rosadas. Falava pela boca, mãos, olhos, braços, cotovelos, tudo! O outro irmão, de rosto alongado e olhos castanhos, era mais alto e circunspecto. A dificuldade no inglês e o aparelho auditivo não ajudavam à comunicação. Contudo era afável e educado. Ultrapassámos o troço perigoso e embrenhámo-nos pelo campo. As videiras faziam linhas paralelas a perder de vista pelos campos ondulantes, onde grandes pingos de chuva escorregavam pelas uvas maduras. Por esta altura, a Magdalene e o pai “Gross” já me tinham “adotado”. O irmão 54 Maio_Junho 2012 OUTDOOR “Klein”, à sua maneira mais comedida, também me tinha aceitado e eu achei que seria uma falta de educação deixá-los assim, no meio do percurso, depois de tão animada conversa. A caminhada continuou, sempre sob chuva intensa e trovoada. Abrigámo-nos numa paragem de autocarro, pois a tempestade era tal, que até um cão vadio ultrapassou o medo e abrigou-se junto a nós sob a paragem. Chegámos a Redondela sob as mesmas condições meteorológicas. Entrámos todos atrás do “Klein” no primeiro café que viu aberto. Assim que perceberam que eu falava a língua de “nuestros irmanos”, os meus companheiros regozijaram-se pelo nosso encontro e afirmaram que jamais me deixariam até chegarmos a Compostela. Há vários dias que se encontravam no estrangeiro e a hora da refeição era uma autêntica roleta russa, pois não sabiam o que comiam. Agora com a minha presença, tudo seria mais fácil. Tinham de comemorar. “Klein” pediu à empregada uma garrafa de Rioja. Pelo menos essa palavra ele conhecia. Apesar de não ter ficado muito confortável com aquela decisão de jamais me deixarem até Compostela, não consegui ripostar porque me distraíram com o Rioja. Mais uma vez, os meus planos saiam furados. Agora bebia o vinho, mais tarde pensaria em voltar ao plano A. Entrei na onda e decidi apenas comemorar o “Camino” e as coisas boas que se encontram nele; e pude constatar que se encontram muitas. O albergue de Redondela é um edifício medie- Por terra Hola Peregrino! val recuperado. A casa de banho foi o que mais me impressionou. Um toque de modernidade no meio daquelas paredes grossíssimas. Tencionava aninhar-me no beliche a escrever e desenhar e já não sair do albergue a não ser no dia seguinte. Tinha mantimentos suficientes para o jantar, só que as coisas nunca são como nós as delineamos. A Magdalene pediu-me para ir com ela à rua comprar um casaco e umas calças impermeáveis, pois ela tinha toda a roupa molhada e nenhum casaco para a chuva. Eu segurava o caderno numa mão e o lápis na outra. Fiquei com vontade de dizer “não”, que já não saía do albergue, mas lembrei-me que se eu estivesse num país onde não conhecesse a língua, também gostaria de ter alguém que me ajudasse. Deste modo, vesti a roupa por cima do pijama e lá fui enfrentar a tempestade que não abrandava. As ruas estavam inundadas e viam-se vários piquetes a desentupir sarjetas. Os carros passavam e provocavam cortinas de água que molhavam os transeuntes. Saltitámos por entre poças de águas e na terceira loja encontrámos roupa impermeável. A Magdalene comprou o seu fato e voltámos para o albergue a pingar água de todos os lados. Ainda me convidaram para jantar, mas fui categórica. Não voltaria a sair, iria ficar no albergue até à manhã seguinte! O dia amanheceu muito nublado Abrigámoe cinzento, mas pelo menos não chovia. O trilho percorria zonas -nos numa pabonitas de bosques e vinhedos. ragem de autocarro, Passávamos por muitas aldeias pois a tempestade era onde sacos com uma nota ou rápidos e uns pensos preventialgumas moedas estavam vos de bolhas (deuses, o que tal, que até um cão vapendurados no puxador da eles inventam!) e depois de dio ultrapassou o medo descansarmos fomos explorar porta das casas. Esperavam a passagem do padeiro. À saída a cidade. e abrigou-se junto a de uma dessas aldeias, a sola nós sob a parada bota da Magdalene saltou. FiPontevedra é uma cidade histógem. cámos todos pasmados a olhar ora rica muito bonita. Tem passeios para a sola no chão, ora para a Magdalargos, a zona antiga está bem arranlene, sem saber o que fazer. Ela foi muito jada, com muitas lojas abertas até ao final desembaraçada. Procurou os seus chinelos dentro da tarde. Foi numa dessas lojas que comprámos da mochila e substituiu-os pelas botas, que as dei- umas botas para a Magdalene. Deambulámos pela tou no caixote de lixo mais próximo. zona histórica, com praças rodeadas de arcadas medievais. Esta zona era animada por muitos resContinuámos a caminhada. O “Klein” seguia em taurantes e bares que, ao cair da noite, chamavam frente mantendo o ritmo, depois eu, o “Gross” ia o caminheiro cansado da jornada através da ilumiem terceiro lugar e a Magdalene ia ficando cada nação interior confortável. vez mais para trás. Tomava comprimidos para as dores como quem chupa rebuçados. Devia estar Optámos por jantar num restaurante pequeno cheia de dores nos pés, mas lá ia emborcando o de canto. A empregada, muito simpática e eficaz, frasquinho e seguindo-nos. Já em Pontevedra, recomendou-nos o peixe grelhado e um vinho reperguntei-lhe se tinha bolhas nos pés. Disse-me gional, Albariño das Rias Bajas. Confiámos na sua que não, que só os sentia doridos. Colocou pensos sugestão e quando o peixe chegou, já os quatro OUTDOOR Maio_Junho 2012 55 Por terra brindávamos “Buen camino!” todos alegres pois tínhamos bebido dois copos de vinho cada um. A meio do peixe o “Gross” pediu outra garrafa. A cada minuto brindávamos “Buen camino!” e bebíamos outro gole. pele dos pés a bisturi. A coitada tapou a cara com as mãos e amiúde tremia-lhe o corpo enquanto lágrimas escorriam-lhe entre os dedos. O único som que se ouvia era um suspiro baixinho, de tempos a tempos. No final, o enfermeiro enfaixou-lhe os pés (estavam inflamados e infetados), informou que a Sinceramente, não me lembro como é que regres- pessoa que inventou os pensos preventivos de bosámos ao albergue, pois bebi mais do que a minha lhas (!) devia ser encarcerada e mandou-a ter com conta e estava com um pifo dulcíssimo. Apesar do a médica. O “Camino” para a Magdalene terminapifo, acordei durante a noite com uma trovoada va em Briallos. titânica e com um ressonar idêntico. Alguém no Regressámos cabisbaixos ao albergue, onde o dormitório ressonava com fúria, pois parecia que “Klein” nos aguardava ao portão. Assim que entrárosnava como um cão raivoso. Como se não bas- mos na cozinha, Magdalene recebeu uma grande tasse, dava puns! salva de palmas, abraços e até alguns beijos. Neste De manhã, para meu grande espanto e alegria, momento deixou de tentar ser forte e chorou; talacordei sem ressaca. A caminhada foi longa até vez não pelas dores, mas pela emoção da receção. Briallos, perto de Caldas de Reis e dolorosa para Já todos tinham jantado, mas a María Madrilena a Magdalene. Sentia os pés inchados e custava-lhe preparou-nos umas tapas. Comemos ovos, pão, andar. Encontrámos várias pessoas que nos habi- queijo, chouriço e bebemos mais um belo Rioja. tuámos a ver ao longo dos dias nos albergues e no Este “Camino” estava a ficar pouquíssimo pacato caminho: as irmãs alemãs, a rapariga do Tirol, o e demasiado gastro-etílico, mas para meu gáudio, casal dinamarquês, o outro casal alemão. cheio de emoções e experiências. Estava a gostar bastante da partilha e do convívio com todas as Caminhávamos quase sempre em silêncio. Perce- pessoas que ia conhecendo pelo caminho. Não era bíamos que a Magdalene estava em sofrimento, a pacatez e a solidão ambicionada, mas quiçá estamas ela, estóica, não se queixava. Quando che- ria a ser melhor do que o planeado. gámos ao albergue, já não aguentou mais e pediu No dia seguinte, a saída de Briallos foi algo emopara lhe tratarem dos pés. Foi aqui que me aperce- tiva. Despedimo-nos da Magdalene com abraços, bi do encanto e da magia do “Camino”. Compreen- que seguiu de táxi até Padrón, e eu e os dois irmãos di que naqueles dias tornámo-nos quase uma iniciámos a marcha. Seguíamos a alguma distânfamília. Toda a gente naquele albergue queria par- cia entre os três e cada um ia com os seus pensatilhar o seu Betadine, a sua agulha e linha preta, os mentos. Foi talvez o dia mais meditativo de todo seus pensos, as suas dicas. Todos queriam ajudar e o “Camino”. Consegui redimir-me com a minha queriam à força que se usassem os seus produtos, consciência e encontrei um meio-termo entre as pois eram melhores do que os dos outros. Foi uma férias planeadas e o plano efetivo. Não ia só, mas grande lição de partilha e cooperação, pois todos em silêncio, como que em verdadeira peregrinaos caminheiros se envolveram no drama pessoal ção. da Magdalene, que podia ser o drama de qualquer Mesmo se não houvesse indicação a dizer que esum de nós. távamos em Padrón, várias senhoras vendiam nas ruas saquinhos de plástico com piA María, uma madrilena, conseguiu mentos padrón e anunciavam assim o Coma hegemonia sobre os outros caminome da localidade. Tinha sido a etanheiros e conquistou o monopólio pa mais cansativa e ansiava por chepreendi que do tratamento das bolhas da Maggar ao fim. A Magdalene esperava naqueles dias dalene. Cedo percebeu que os pés tornámo-nos da canadiana estavam para além de um tratamento amador. Solícita, quase uma desceu à entrada e telefonou ao tafamília. xista que publicitava os seus serviços no placar da entrada do albergue. “Está fatal, fatal!”, disse-me ela. A decisão era óbvia: a Magdalene iria ao hospital. Entretanto, eu já tinha perdido as esperanças de fazer férias pacatas e solitárias. Acompanhei a Magdalene e o “Gross” ao hospital para servir de intérprete. A Magdalene foi deitada e, sem anestesia, um enfermeiro começou a cortar-lhe postas de 56 Maio_Junho 2012 OUTDOOR confortos terrestres dos peregrinos. Chegámos a Compostela. A cidade fremia de agitação. Lojas, cafés, restaurantes, tudo efervescia de energia. Pessoas comiam e bebiam nas esplanaDurante a noite, apesar do cansaço, acordei duas das, caminheiros de rosto cansado com mochilas vezes com o ressonar e rosnar do caminheiro mis- enormes às costas subiam a rua, jovens estudantes terioso. Tão perto do final, descobria quem era a vil desciam-na apressados com livros nos braços; tucriatura: era o “Gross”! Como é que um ser huma- ristas passeavam-se. no consegue emitir sons tão cavernosos?! Por duas Entrámos na zona histórica, de edifícios bem convezes obriguei-me a levantar e a dar-lhe umas sa- servados, ruas limpas, arcadas bem arranjadas. cudidelas a ver se ele reduzia os decibéis. Assim Chegados à praça principal e à catedral o Sol brique lhe tocava no braço, rosnava danado como se lhava com um céu azul maravilhoso. Abraçámoestivesse a lutar com algum urso pardo lá -nos. Ao lado do nosso triângulo de felinas florestas canadianas. Da segunda cidade pelo feito concluído, outros Este vez que o fui abanar presenteou-me caminheiros terminavam o deles “Camino” com uma saraivada de puns. Recom a mesma expressão mista de signei-me a voltar para a cama e cansaço e alegria no rosto. Cada estava a ficar tentar abstrair-me dos barulhos. um com os seus motivos, relipouquíssimo pacato giosos ou não, o chegar à catee demasiado gastroA saída de Padrón foi menos dral tem o seu significado. O Sol -etílico, mas para meu emotiva, sem abraços. Despebatia-me no rosto e fez-me lemdimo-nos da Magdalene, que brar o quanto tinha ansiado por gáudio, cheio de seguiu mais uma vez de táxi, e ele durante estes dias de chuva emoções e expevoltámo-nos a pôr ao “Camino”. intensa. riências. Continuávamos a ser brindados com aguaceiros, mas ao longo da manhã Ao final do dia fomos jantar peixe greforam escasseando e tornou-se um dia ralhado e vinho Albariño para comemorar. dioso e quente. Mais uma vez, o ritmo era imposto Brindámos “buen camino!” com duas australianas pelo “Klein”, seguido de mim e do “Gross”. Cami- que também o tinham terminado e fomos os últinhávamos em silêncio até que vimos ao longe os mos a sair do restaurante. Encontrámos a raparipináculos da catedral de Santiago. Parecia escon- ga do Tirol e continuámos a comemorar num café dida no topo da colina pelos outros edifícios, mas com mais vinho Albariño. Acabei o “Camino” com acredito que nos primeiros tempos de peregrina- outro pifo dulcíssimo, de braço dado com a Magção, em que a catedral guardava sozinha a região, dalene pelas ruas de Compostela, mas aprendi que seria uma vista muito bonita, mas principalmen- o melhor caminho não é o solitário ou pacato, mas te acalentava a esperança do término da viagem. sim aquele que se faz com as pessoas que se vai Naqueles tempos medievos não havia um negócio encontrando. ø Susana Muchacho tão bem oleado em torno das peregrinações e dos Geosphera OUTDOOR Maio_Junho 2012 57 Por terra Hola Peregrino! por nós, deitada na cama com os pés com pensos e gazes novas. Voltámos a jantar no albergue, pois para a Magdalene era ainda doloroso andar. Por Água Atividade Bodyboard O desporto faz parte dos padrões culturais do ser humano. Está provado que o desporto e a atividade física são um bem necessário não só para o bem estar fí- 58 Maio_Junho 2012 OUTDOOR sico, mas também para o psíquico e social. Na componente água são várias as modalidade que se podem praticar, no entanto, os desportos de ondas estão a ganhar cada vez mais adeptos. Há quem defenda que estas modalidades deve- Por Água Bodyboard Fotos: João Melo riam fazer parte da Educação Física como matéria, mais concretamente no que respeita aos Desportos de Exploração da Natureza, onde se insere o bodyboard, um desporto de ondas que só pode ser praticado no mar. Quando temos oportunidade de praticar atividade física ao ar livre e em contacto com a natureza, a nossa boa disposição aumenta e o nosso rendimento será potenciado. Efetivamente o bodyboard é um desporto que OUTDOOR Maio_Junho 2012 59 Por Água permite deslizar sobre as ondas e manobrá-las, sendo sem dúvida uma modalidade que conjuga o condicionamento físico, com os prazeres terrenos do contacto com a natureza. Que melhor sensação haverá que o vento afagando o corpo, o sol bronzeando o rosto, o mar envolvendo-nos como uma dança apaixonante? É cada vez mais frequente as pessoas que procuram o bodyboard como escapatória ao stress, em vez de se fecharem num ginásio a praticar exercício físico. Sendo praticado no mar, acalma e permite um contacto unico com o elemnto água! Em Portugal, a partir da década de 90 e até aos dias de hoje, o bodyboard tem tido uma procura crescente. A costa Portuguesa oferece-nos, de Norte a Sul, belíssimas praias com as melhores condições para a prática desta modalidade. Destacam-se as zonas da Ericeira, Peniche, Equipamento bodyboard Uma prancha pequena (já que neste desporto o praticante encontra-se deitado sobre esta) Fato de neoprene para proteger do frio, com medidas adequadas à temperatura da estação do ano (4/3 é um fato para inverno e 3/2 fato para verão) Pés de pato (que não são mais do que um tipo de barbatanas que ajudam não apenas em velocidade a apanhar as ondas, como também no batimento de pernas caso se sinta cansado de remar com os braços) Shop (também denominado “leash”) para prender a prancha ao pulso cujo objetivo é não perder a prancha, mantendo-a por perto. Praia Grande, Santa Cruz, Costa da Caparica, Linha do Estoril, Alentejo, Moledo, Nazaré, entre outras. Nas praias em que existem ondas, encontrarão com certeza sempre algum praticante deste magnífico desporto. Por fim é conveniente realçar a importância de que o praticante saiba nadar muito bem. Esta é uma consideração deveras importante, sendo a regra de segurança número um, pois ninguém faz uma corrida de barreiras sem saber correr. ø Miguel Baceira Roldão da Silva Santos Treinador da Pocean Surf Academy Visite www.pocean.pt 60 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Por Água Indoor Cláudio Silva Coordenador de treino personalizado Aquafitness Clube Tejo PREPARAÇÃO Indoor para bodyboard O Bodyboard é um desporto outdoor, onde o praticante utiliza uma prancha de dimensões reduzidas para poder deslizar nas ondas de barriga para baixo ou de joelhos . Devido às manobras altamente tecnicistas, é importantíssimo que a preparação física seja muita cuidadosa. 1 Abdominais no bosu 3x 30 repetições 3 x semana Os músculos da zona lombar são os mais requisitados e, por este motivo é necessário ter cuidados especiais durante a prática deste desporto. Mas mesmo assim é um desporto muito procurado, com cada vez mais adeptos… principalmente por pessoas mais jovens que adoram estar em contacto com mar num momento de puro entusiasmo e adrenalina. Prepare-se bem indoor e parta à aventura em segurança! ø www.aquafitness.pt 62 Maio_Junho 2012 OUTDOOR 2 Exercícios para o posterior dos ombros 2x 15 repetições 3x semana Por Água Indoor 4 3 Trabalho para os deltóides 3 séries de 15 repetições 3 x semana Exercício para o posterior da coxa 3x 12 repetições 3x semana 6 5 Exercício para os glúteos 3x 20 repetições 2 x semana Trabalho Trabalho Trabalhocardiovascular cardiovascular cardiovascularna na naWave Wave Wave 333xxxsemana semana semana15 15 15minutos minutos minutos 7 Exercício lombar em máquina 3 x 12 repetições 3 x semana 8 Trabalho dorsal em Kinesis e Core 3 x 15 repetições 3 x semana OUTDOOR Maio_Junho 2012 63 Por água Evento lISBOA vOLVO oCEAN rACE 64 Julho_Agosto 2011 OUTDOOR P ela primeira vez nos 38 anos de história da Volvo Ocean Race, Lisboa receberá a maior regata à volta do mundo. A frota de seis veleiros Volvo Open 70, juntamente com as suas tripulações profissionais, permanecerá na capital entre os dias 31 de maio e 10 de junho, na doca de Pedrouços – onde estará sediado o Race Village da competição – numa organização a cargo da Lagos Sports, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Oeiras e do Turismo de Portugal, que volta a colocar a capital portuguesa no seio dos grandes eventos desportivos internacionais. 70.000 kms) à volta do planeta. A bordo dos veleiros monocasco de alta competição de 70 pés (Volvo Open 70) – construídos em fibra de carbono, com cerca de 14 toneladas de peso, equipados com compartimentos estanques à proa e à popa, quilha pivotante e um jogo de 17 velas de tamanhos e formatos diversos – reúnem-se experientes velejadores oceânicos, recordistas mundiais, campeões olímpicos, especialistas em ‘match racing’ e participantes da Taça América. A VOLVO OCEAN RACE E A CIDADE DOS OCEANOS EM LISBOA Não fosse a coragem ilimitada destes homens a Volvo Ocean Race seria um evento impossível. Depois da Tennis Masters Cup Lisboa 2000, do Em primeiro lugar, porque este evento no ponto de vista da segurança é um pesadeEuro 2004 e do Lisboa-Dakar, entre lo. Temos de ter em conta que estes outros eventos culturais como foi “A barcos estão permanentemente, o caso da Expo-98, a etapa tranmais com24 horas/24 horas, a tentar bater satlântica da Volvo Ocean Race recordes. Passam grande parte que ligará o continente norteplexa regata de do tempo da competição poten-americano à Europa, elevará circum-navegação cialmente mais perto da estação o nome de Portugal ao primeiteve início a 5 de espacial internacional do que de ro plano mundial – neste caso qualquer ponto em terra e sobrecom um dos cinco maiores cerNovembro em Alitudo de qualquer ajuda. tames desportivos mundiais, a cante, Espanha par dos Campeonatos do Mundo (...)” Só um sofisticado número de meios e Europa de Futebol, Jogos Olímpia bordo dos V70 mantém o race control cos e Ryder Cup em golfe. informado do que se vai passando, qual a Nas palavras de Knut Frostad, CEO da Volvo posição, a velocidade e o rumo dos barcos, perOcean Race, “é muito importante ter uma cida- mitindo inclusive aconselhar e conferir com de como Lisboa nos stopovers da prova. Não só cada um dos skippers, sobre as condições de napelas ótimas condições para a prática da vela, vegabilidade e segurança de um barco depois de que certamente permitirão assistir a uma espe- um qualquer incidente, como já tem acontecido tacular In-Port Race, mas também porque será nesta edição. um enorme prazer chegar à capital portuguesa Esta capacidade em adquirir informação permidepois da sempre rigorosa travessia do Atlânti- te também acompanhar a par e passo a competição, a qualquer minuto, cruzando-a com as preco”. visões meteorológicas, podendo-se adivinhar as alterações classificativas. (Cerca de 200.000 DE ALICANTE A LISBOA… RUMO A GALWAY A mais complexa regata de circum-navegação velejadores virtuais acompanham a regata e fateve início a 5 de novembro em Alicante, Espa- zem isso pelo menos de 12 em 12 horas.) nha, e cumpriu até ao momento as suas escalas No entanto o uso destes meios foi levado para na Cidade do Cabo (África do Sul), em Abu Dha- uma nova dimensão quando na última edição bi (Emirados Árabes Unidos), em Sanya (Chi- foi introduzido a bordo um elemento suplemenna), , em Auckland (Nova Zelândia), em Itajaí tar – O Media Crew. (Brasil) e em Miami (EUA), de onde partirão as Este tripulante que está impedido de interferir com a navegação (para além da sua função pode embarcações rumo a Portugal. Depois de deixar a capital portuguesa, a 10 de apenas cozinhar) é o responsável pela ligação junho, a Volvo Ocean Race seguirá para Lorient ao Mundo do seu Barco. As imagens e notícias (França), antes da largada rumo à meta final que recebemos todos os dias quer em Live Streem Galway (Irlanda) – completando-se assim am, quer via Volvo Ocean Race, são da sua resum trajeto de 39.000 milhas náuticas (mais de ponsabilidade. OUTDOOR Maio_Junho 2012 65 Por água Volvo Ocean Race A MAIOR REGATA DO MUNDO ESTÁ A CHEGAR A PORTUGAL Por água Com a introdução da captação de imagens a bordo e do Media Crew a Volvo Ocean Race ganhou uma nova dimensão. Durante 9 meses, 6 barcos comunicam continuamente. É o resultado do acompanhamento dessa comunicação massiva que faz com que a Volvo Ocean Race seja atualmente o 5º maior evento do Mundo e que permitiu que na edição anterior fosse atingido os mil milhões de pessoas ligadas em várias plataformas a esta regata. Lisboa, uma importante oportunidade de se mostrar ao Mundo junto dos que nos visitam diretamente devido à vinda desta regata (só ligados diretamente à regata são cerca de 2.000 pessoas), e também junto dos que pelas diferentes plataformas, vão receber imagens e notícias desta passagem por Lisboa. Todos vão certamente qualificar de forma superior o nosso país e os nossos produtos, ajudando a aumentar os impactos económicos diretos e indiretos, associados a este evento, uma das grandes apostas do Turismo de Portugal em 2012. Para além da dimensão mediática há também a dimensão geográfica. Gerida e participada por Para impactar todos os visitantes de forma popessoas dos 5 continentes, a Volvo Ocean sitiva, começamos logo por mostrar Race é das mais extensas competições uma nova infraestrutura dedicada à do Mundo. Percorrendo todos os “Pornáutica de recreio, construída na oceanos, fazendo escala em 10 tugal tem na recuperada Doca de Pedrouços Portos tão diferentes geografiescala de Lisboa, e fruto de um trabalho hercúcamente como culturalmenleo da equipa do Porto de Liste. uma importante oporboa. Quem viu esta doca há Portugal tem na escala de tunidade de se mostrar um ano atrás, com enormes ao Mundo junto dos que armazéns frigoríficos em estado de derrocada e enormes nos visitam diretamenbarcos afundados no meio de te devido à vinda metros de lodo, vai ser positivadesta regata mente surpreendido quando visitar a Volvo Ocean Race. (...)” Será aí, no dia 31 de maio, dia previsto para a chegada do barcos oriundos de Miami, que Lisboa receberá a Volvo Ocean Race com fogo de artifício e com uma festa, noite a dentro, animada por DJ’s. Durante o primeiro fim de semana da escala da Volvo Ocean Race em Lisboa, os V70 à medida que vão aportando, serão colocados por uma mega grua em terra na zona das equipas onde irão ser reparados. De facto, vão ser certamente reparados já que em Lisboa completam a travessia do Atlântico e 8 meses de circum–navegação. Nesse espaço a Lagos Sports irá criar canais de circulação para que os visitantes possam ver em terra os barcos de perto. Mas haverá mais vela na Volvo Ocean Race em Lisboa. Várias classes nacionais se juntarão a esta festa: Vela com classes de vela nacionais; • Nos dia 2, 3 e 4 Team Racig de Optimist (regatas de equipas disputadas em Optimist com 6 equipas de 5 velejadores cada) • Nos dias 2 e 3 regata costeira Cascais-Algés-Cascais com várias classes de vela ligeira (Laser SB3, Dragão, entre outras) 66 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Por água Volvo Ocean Race instalado o Race Office e o Gabinete de ImprenProgramas de Solidariedade Social sa, que os mais de 600 jornalistas internacionais • Dia 4 sessão de vela adaptada em Access 303 • Dia 5 de junho Match Racing em vela adap- acreditados na prova, receberão as informações tada, 6 equipas, constituídas por um velejador essenciais sobre as incidências da 7ª etapa e da nacional e um de cada equipa da Volvo Ocean In-Port Race em Lisboa. Race. Entre os dias 31 de maio e 5 de junho, sessões O Race Village terá ainda dois palcos para onde estão projetadas, para além das cerimódiárias de batismo de vela. nias de entrega de prémios do ProPara além dos barcos os visitantes -Am (dia 8 de junho) e In-Port Race do Race Village, cuja entrada é (dia 9 de junho), atuações de gratuita, terão ao seu dispor “Será aí, no dia vários grupos musicais e Dj’s, inúmeras animações. 31 de Maio, dia precom especial enfoque para um Nos stands das equipas Camvisto para a chegada grande concerto no dia 9. Este per, Puma, Groupama, dediprograma de animações musicados ao público, e ainda no do barcos oriundos de cais será revelado nas próxistand da Volvo, os visitantes Miami, que Lisboa remas semanas. vão ter acesso às mais variaceberá a Volvo Ocean No dia 7 de junho, feriado mudas experiências interativas. nicipal de Oeiras, que é um dos Um grande Cinema 3D e um Race (...)” anfitriões da Volvo Ocean Race simulador vão estar disponíveis em Portugal, os barcos, que entrepara mostrar como é estar a bordo tanto já regressaram à água, irão fazer de um V70, enquanto navega em onum percurso que durante 5 dias irá permitir das de 15 metros. aos habitantes da Grande Lisboa ver estas peças Outro simulador estará no Race Village. Trata- de tecnologia em ação. -se do Champimóvel, um simulador disponibili- Oeiras para além de animações especificamente zado pela Fundação Champalimaud, que coloca delineadas para esse dia, trará para o Race Villaos utilizadores a fazer outra viagem em grande, ge uma roda gigante dando a possibilidade aos desta vez ao infinitamente pequeno, o interior visitantes de visualizar todo o espaço do evento, do corpo humano. É aliás a partir das instala- de um patamar elevado. ções da Fundação Champalimaud onde estará OUTDOOR Maio_Junho 2012 67 Por água No próprio dia 7 de junho terá lugar a entrega de prémios da 7 etapa da Volvo Ocean Race (Miami-Lisboa). Este evento onde estarão todas as equipas com cerca de 700 pessoas, será realizado no Pátio das Galé e Sala do Risco, espaços disponibilizados pela Associação de Turismo de Lisboa, que se tem revelado um parceiro entusiasta, desde o momento da candidatura de Lisboa a este evento. No dia 8 de junho, dia Mundial dos Oceanos realiza-se a Regata Pro-Am. Neste dia terá especial enfoque a presença da Secretaria de Estado do Mar. Desde a primeira hora a João lagos Sports tem trabalhado com o Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território e com a Secretaria de Estado do Mar através da Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar, utilizando a Volvo Ocean Race como um momento marcante e promotor do desígnio nacional que é o novo Mar Português. Nesse sentido, para além de animações específicas para esse dia, estará presente no Race Village uma grande mostra da Secretaria de Estado, dando conta, entre outros, do projeto de extensão da plataforma continental sob jurisdição nacional, que se encontra em fase de apreciação na ONU, e que poderá permitir que Portugal veja o seu território acrescido de mais 2.000.000 km2. Para todas as regatas que aqui se realizem (Treinos dia 6 e 7; Pro-Am dia 8 e In-Port Race dia 9) e na partida da Regata rumo a França no Dia 10 de junho, os Barcos da Volvo Ocean Race cumprirão um percurso que se iniciará frente à Doca de Pedrouços e que se desenrolará Tejo acima até ao Terreiro do Paço, havendo aí de novo uma boia para que façam a rondagem e regressem a Pedrouços. Este percurso foi delineado pela Lagos Sports e pela Volvo Ocean Race no sentido de ter Lisboa como plano de fundo durante as duas transmissões diretas de Televisão (Sábado dia 9 – 90 minutos, e Domingo dia 10 – 60 minutos) e que terão uma enorme distribuição Mundial. Caso as condições de vento e de maré o permitam, ao regressar a Pedrouços (passando de novo junto ao Evento), os barcos irão ainda a S. Julião (passando também frente ao concelho de Oeiras), repetindo este percurso tantas vezes quantas as possíveis, dentro dos tempos previstos para as transmissões live das televisões. Estas transmissões terão lugar no dia 9 entre 12.30 e as 14.00 horas e no dia 10 entre as 13.00 e as 14.00 horas e serão também difundidas pela RTP e pela SportTv. Entretanto foi anunciado pela Presidência da República que este ano o Dia de Portugal no 10 de junho será celebrado em Lisboa. Em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa, estamos a trabalhar com a Presidência da República para que a Volvo Ocean Race, nomeadamente a partida para a 8º etapa rumo a França e que terá uma rondagem nos Açores, seja integrada no programa das comemorações. Para isso, muito contribuirá a Marinha Portuguesa que certamente nesse fim de semana terá no Tejo alguns dos seus mais emblemáticos meios a comandar a enorme frota de despedida da Volvo Ocean Race, que contará com barcos tão variados como as fragatas do Tejo, dos Barcos Cruzeiros ou porque não, nesse dia do mar e de todos os portugueses, de Barcos Rabelos. ø Lisboa Volvo Ocean Race www.volvooceanracelisbon.com Facebook “No próprio dia 7 de Junho terá lugar a entrega de prémios da 7 etapa da Volvo Ocean Race (Miami-Lisboa). (...)” 68 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Franck Cammas (Groupama): o skipper francês é o atual recordista do Troféu Júlio Verne – com a marca de 48 dias e 7 horas de circum-navegação sem escalas a bordo de um trimarã em 2010. IkerMartinez(TeamTelefónica):skipper do veleiro espanhol, o campeão mundial e medalha olímpica de ouro e prata na classe 49er, conta ainda no seu currículo com o título de vice-campeão na Barcelona World Race – a regata à volta do mundo sem escalas para duplas de navegadores, realizada em 2011. Ian Walker (Abu Dhabi Ocean Racing): o velejador olímpico inglês, com duas medalhas de prata no currículo, lidera a campanha dos Emirados Árabes Unidos, naquela que é a primeira participação árabe no evento. ChrisNicholson (CAMPERwithEmirates Team New Zealand): o skipper australiano soma três participações na Volvo Ocean Race desde 2001, contando ainda seis títulos mundiais nas classes 49er e 505, com representações pela Austrália em duas edições dos Jogos Olímpicos (Sydney 2000 e Atenas 2004). Na equipa também o chefe de quarto, o neozelandês Stu Banatyne, com cinco participações na prova. Ken Read (PUMA): o norte-americano marca a sua segunda participação no evento, depois de ter figurado como timoneiro em duas campanhas para a Taça América e amealhado 46 títulos mundiais, norte-americano e nacionais. Mike Sanderson (Team Sanya): um impressionante palmarés quando se fala em vela de alto mar (offshore), com destaque para duas vitórias na Volvo Ocean Race – a primeira com o NZ Endeavour em 19931994, então sob o comando de Grant Dalton e mais tarde, em 2006, já como skipper do ABN AMRO ONE, numa das vitórias mais dominadoras na história da competição, com seis triunfos em nove das etapas offshore, e cinco em sete das In-Port Races. Entre as tripulações de 10 velejadores com currículos náuticos invejáveis, encontram-se ainda os Media Crew Members, que mais não são do que o 11º tripulante em cada equipa, estando encarregue de relatar a vida diária a bordo dos veleiros, enviando via satélite vídeos, fotografias e testemunhos escritos para todo o mundo – para lá de serem os responsáveis pela confeção das refeições desidratadas e limpeza do interior da embarcação. Por água Volvo Ocean Race heróis do alto mar A Volvo ocean race em números - 1,619 biliões de leitores em 13.000 artigos na imprensa escrita internacional* - 1,327 biliões de audiência televisiva através de mais de 11.000 transmissões* - 1,170 biliões de audiência rádio acumulada* - 90 milhões de visitas ao site da Volvo Ocean Race* - 56 milhões de euros de impacto económico, 420 mil visitantes em Galway (Irlanda)* - 220.000 pagantes registados de 180 países no jogo virtual Volvo Ocean Race* - 39.000 milhas náuticas (70 mil quilómetros) é a extensão da prova - 72 km/h (42 nós) é a velocidade máxima atingida pelos barcos Volvo Open 70 - 9 meses é a duração da prova Dados da Edição (2008-2009) - Lisboa Volvo Ocean Race OUTDOOR Maio_Junho 2012 69 whale watching Por Água A verdade é que muito se fala e escreve sobre os Açores, o verde da vegetação, o azul das hortênsias, das vacas que pastam livres e da chuva e nevoeiro que aparecem sem aviso, mesmo no verão. O bem receber dos açorianos, o sotaque, são características que não passam despercebidas. Cachalote, Sul do Pico, Açores 70 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Fotos: Ana Sofia Mendonça Golfinhos Roazes, Canal Faial-Pico, Açores OUTDOOR Maio_Junho 2012 71 Foto: Manuel Fernandes Descobrir WhaleWatching Por Água M as o mar (sempre o mar) acaba por ser motivo da maioria das conversas entre os locais, seja por causa da pesca, da meteorologia, dos barcos de carga ou por causa da baleia. A baleia… Nos Açores, quando falamos de baleia, falamos, mais especificamente de uma em especial, o cachalote, “o rei dos mares”. Quem o diz é Antero Soares, vigia da baleia em S. Mateus no Pico. Por muito grande que sejam as baleias de barbas (as azuis, comuns, sardinheiras ou de bossas), o cachalote vive no passado e no futuro de homens como este que andaram “à baleia”, e agora as vigiam de terra. Deixemos por agora os vigias, mantendo sempre presente que sem eles, seriamos apenas “uns tipos com uns barcos!”. Decorreram já mais de duas décadas desde que se iniciou a observação de cetáceos nos Açores, atividade que veio tomar o lugar de uma outra atividade praticada no arquipélago durante cerca de 200 anos, a caça ao cachalote. Hoje em dia, com objetivos diferentes, continuamos em busca desses gigantes marinhos, que nadam em redor das nossas ilhas. “Whale Watching” tornou-se uma expressão familiar, utilizada por todos, fazendo parte do léxico de todos quantos nos visitam. Ver uma baleia ao vivo e a cores continua a ser o sonho de muitos e a obsessão de alguns. Este vosso escriba inclui-se no segundo grupo, onde cada viagem, cada baleia tornam a sua vida um pouco mais rica. As palavras que se seguem refletem meia-dúzia de anos ligado a esta atividade, e a visão de quem chegou vindo de fora e se embrenhou nesta vida. Como tal corro o risco de ser mal interpretado e o de me esquecer de algum detalhe importante. No Faial e no Pico, a atividade desenvolveu-se Cachalote, Sul do Faial, Açores 72 Maio_Junho 2011 OUTDOOR Cachalote, Açores OUTDOOR Maio_Junho 2012 73 Descobrir WhaleWatching rapidamente, surgindo durante a década de 90, Os dias da época de observação de cetáceos, que uma série de empresas dedicadas a esta nova vai de março a outubro, tornam-se rotineiros, na “indústria”. As razões são fáceis de explicar e sua mecânica. Receber os visitantes, dar-lhes as compreender. Para além da existência de vi- boas vindas, fazer o briefing inicial de introdugias com conhecimento enciclopédico do que se ção à atividade, onde se explicam as diferenças passa em “cada canto do mar”, a abundância de entre as espécies de baleias e golfinhos, se estaalimento, as características dos fundos e as belecem as regras do nosso comportamento rotas migratórias, tornam estas águas no mar (e em terra!), e onde se desnumas das mais ricas do mundo do venda um pouco das informações Blóóóóós! que toca aos cetáceos. que vamos recebendo dos nossos Estabeleceu-se que são 26 o vigias sobre o que se passa no Esta era a exnúmero de espécies possíveis mar. Vento, ondulação, nebulopressão utilizada de serem avistadas nos mares sidade (também conhecida por pelos antigos baleeidos Açores, desde a magnífica “fumaça”) e presença ou não e incrivelmente grande baleia de animais nas zonas de ação ros e vigias quando azul, ao sempre presente golfide cada operador. era avistado um nho comum. Mas o símbolo dos bufo de uma Açores foi há muito eleito: o caBlóóóóós! Esta era a expressão chalote. utilizada pelos antigos baleeiros e baleia. vigias quando era avistado um bufo Alvo de caça incessante, um pouco por de uma baleia. Hoje pode também ser outodo o mundo, nos Açores era a única baleia vida nos rádios que equipam os modernos barcaçada de forma continuada. O conhecimento cos envolvidos na atividade. Variante portuguecientífico e comportamental que se adquiriu du- sa da expressão americana (de língua inglesa) rante esses tempos, é ainda hoje utilizado por “thar she blows!”, tornada famosa pelo não menós que andamos em busca deles para lhes “ati- nos famoso romance “Moby Dick” de Herman rarmos umas fotos!”. Mellville. Por Água Golfinhos-comuns, Sul do Pico, Açores Os Açores são, de uma forma geral um dos melhores locais do mundo para se entrar neste mundo. Na Europa, não há lugar igual. Confirmado que está o avistamento, aí vão, um, dois, três (e mais) barcos em direção à posição indicada pelo vigia. Por vezes navegamos 10 minutos, outras, um pouco mais. A incerteza é parte integrante de quem se dedica a procurar animais que vivem grande parte da sua vida debaixo de água! Paciência e persistência são duas palavras que não nos cansamos de repetir, sobretudo se houver crianças a bordo. É fantástico ver os sorrisos que se formam nas suas caras pequenas, à vista de um pequeno golfinho que se junta ao nosso barco. Cumprir as regras impostas pela lei regional, fazer prevalecer os comportamentos estabelecidos no código de conduta voluntário, são talvez as grandes diferenças entre os Açores e os outros locais mais conhecidos onde se pratica esta atividade. A aproximação aos animais, o número de barcos, o tempo de permanência junto destes e o nosso comportamento na presença deles, estão perfeitamente definidos por lei regional, não sendo permitido tocar e fazer festas nos animais (não que eles deixassem), alimentá-los, persegui-los ou permanecer a menos de 50 metros. Há muito que estas regras foram criadas, e alguns consideram-nas avançadas em relação ao que se faz noutras partes do mundo. Outros há, que defendem uma reforma e revisão da lei vigente. A ver vamos o que o futuro nos reserva. Dedicarmos a nossa vida e cada fibra do nosso corpo a este mundo, só é compreensível para quem partilha esta paixão pelas baleias. Terminamos a época doridos, queimados pelo sol, com algumas mazelas, mas com o coração cheio de uma energia difícil de explicar. E com novos amigos! No mar e em terra! Descobrem-se ou identificam-se novos indivíduos (sobretudo cachalotes), e travam-se amizades com visitantes próximos e distantes. Descobrir WhaleWatching Golfinho-comum, Sul do Pico, Açores No meu caso, sou um privilegiado, e sei que o sou. Todos os dias me deparo com alguém que não gosta do que faz e que é infeliz no seu trabalho. A satisfação de um trabalho bem feito torna-se uma realidade quando os sorrisos e por vezes as lágrimas não são possíveis de evitar. Os Açores são, de uma forma geral um dos melhores locais do mundo para se entrar neste mundo. Na Europa, não há lugar igual. ø “Porque é que há tantas baleias nos Açores?! Vêem ver as vistas! Com paisagens tão bonitas, verdes e montanhosas, acham que as baleias que aqui passam, lhes ficam indiferentes?!” - cidadão açoriano anónimo Pedro Filipe Horta Cetáceos Golfinhos Roazes, Açores Moleiro ou Grampo - Sul do Pico, Açores OUTDOOR Maio_Junho 2012 75 Fotografia fotografar sequências Truques e Dicas Uma vez tirada a sequência de fotos, estas são juntas no Photoshop durante o pós-processamento; pelo que o equipamento necessário é relativamente acessível: um computador com o Photoshop instalado e uma câmara digital com uma velocidade de obturação capaz de capturar o processo que se quer mostrar. Há diferentes maneiras de montar a imagem: o uso de camadas é provavelmente o mais popular, no entanto eu uso a ferramenta “clone stamp” que eu penso ser a maneira mais rápida e simples de obter o mesmo resultado. Quanto fotografo uma sequência, considero importante manter o enquadramento da imagem desde o início até ao fim. A melhor forma de o fazer é manter a máquina fixa num tripé. Nem sempre é muito prático ter o tripé à mão, e por vezes acontece ver uma potencial e interessante sequência para fotografar quando não se está à espera. No entanto é possível não usar o tripé desde que se consiga segurar a máquina numa posição relativamente estável no decorrer da ação. Pessoalmente nunca utilizei um tripé para uma sequência, mas é importante manter a câmara o mais fixa possível. Evite cair no erro comum de seguir a ação. Isto é extremamente importante quando se utiliza lentes de grande angular, onde os ângulos de visão são mais extremos e as perspetivas mudam ao mais pequeno movimento da máquina, o que pode tornar mais difícil a pós-produção das imagens. Após ter o conjunto de imagens, segue-se o simples processo de escolha das imagens que ficarão melhores na sequência. Depois, escolha a imagem base, a melhor para trabalhar (é normalmente uma imagem do meio da sequência, a inicial ou a final, mas fica ao seu critério), abra-a no Photoshop juntamente com as outras fotografias das ações que quer adicionar à sequência. Usando a ferramenta “clone stamp”, selecione o primeiro movimento da ação da fotografia. Copie a mesma para a imagem base. A sequência é criada repetindo este processo com as restantes imagens. Fácil! Não? Quando se faz a seleção de um movimento com a ferramenta “clone stamp”, é importante que escolha um ponto de referência na imagem base, de modo a manter correto o movimento do ação. Por exemplo: se a sua sequência começar num céu azul, o trabalho de copiar a imagem de base vai ser em grande parte por tentativas. Se existir Base: A imagem base aberta e pronta para o passo seguinte. OUTDOOR Maio_Junho 2012 77 Fotografia Truques e dicas F otografar sequências tornou-se uma forma muito popular de mostrar uma série de ações únicas ou complexas que por sua vez não seriam compreensível numa única fotografia, além de que em termos de publicação uma fotografia de sequência requer muito menos espaço do que uma sequência de fotografias. Fotografia um ramo de uma árvore ou a borda de uma nuvem, deve utilizar isto como ponto de referência. Selecione este ponto com a ferramenta “clone stamp” e depois procure o local exato na sua imagem base e copie. Convém que o mesmo ponto coincida em ambas as imagens. Após referenciar o ponto, o seu movimento será facilmente colocado no sítio exacto na imagem base como estava na imagem inicial, uma vez que a partir deste momento a ferramenta “clone stamp” memorizou todas as áreas da imagem inicial. Uma vez dominado este processo, daqui para a frente basta aplicar esta rotina para adicionar as restantes imagens à sequência, ou fazer qualquer ajuste de cor ou contraste. Embora as sequências sejam úteis para mostrar movimentos novos, interessantes ou complexos, pode haver uma tendência para o uso excessivo desta técnica. Apesar de considerar esta técnica um truque indispensável a qualquer fotógrafo, deverá ser utilizada com moderação. Se um condutor de uma BMX fizer um “backflip” triplo sobre chamas e aterrar numa piscina com água, é um exemplo perfeito para uma boa sequência. No entanto se for apenas um salto simples “up-down”, penso não haver necessidade de criar uma sequência com este panorama, visto ser uma situação comum. É claro que isto não se aplica quando se está a aprender a fazer sequências. Neste caso, quase todas as situações são boas para aplicar a técnica de sequência de modo a aperfeiçoar e dominar este processo. Em 2010, durante a Red Bull Cliff Diving World Series em Polignano e Mare, em Itália, o mergulhador Gary Hunt fez pela primeira vez um novo e complexo mergulho, potencialmente bastante perigoso. De modo a capturar o mergulho da melhor maneira, posicionei-me de lado para o mergulho a uma distância que me permitia a totalidade da ação (25 fotografias no total - em anexo), enquanto que uma segunda fotografa, Romina Amato, estava a disparar num ângulo frontal a três quartos, de forma a mostrar os movimentos iniciais (uma sequência de dez fotografias). O mergulho foi perfeito e as fotografias mostram os detalhes todos deste mergulho histórico. No dia seguinte ao evento, Hunt tentou o mesmo mergulho mas falhou a entrada na água, e desde então não voltou a tentar o mergulho novamente. No entanto, as sequências do dia anterior mostram os detalhes de quando foi feito corretamente. Foi sem dúvida um grande momento escolhido para fotografar a sequência. ø Por Dean Treml - Fotógrafo Acção 1: A primeira fotografia da acção aberta sobre a imagem base, ferramenta “clone stamp” assinalada com um círculo vermelho. 78 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Fotografia Truques e dicas Acção 2: O ponto de referência usado para a cópia do primeiro movimento (círculo vermelho), com a versão clone a mostrando o local exato da imagem anterior. Acção 3: As imagens são juntas para mostrar a sequência. Para chegar a este ponto na montagem da sequência levou cerca de 5 minutos. OUTDOOR Maio_Junho 2012 79 Fotografia Portfólio — Rui Romão 80 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotografia Portfólio A primeira fotografia que alguma vez tirei foi um quase típico retrato de grupo. Os meus pais e a minha irmã Sílvia estavam sentados num banco e sugeri ser eu a tirar a fotografia. Peguei na Nikkormat que o meu avô Romão encontrou à porta de casa e enquanto seguia instruções de como colocar o “ponteiro da luz” entre o “+” e o “-” e a minha família se encolhia com medo de estar fora de enquadramento, foquei e disparei. Há muito tempo que não vejo esta imagem, mas é recorrente subir-me à memória. Deve estar perdida nalgum caixote em alguma cave. Devia ter uns 5 anos quando tirei essa foto. Nessa altura, enquanto os meus amigos jogavam à bola eu preferia subir as árvores. Lembro-me de uma vez chegar a casa descalço porque tinha tentado atravessar um lamaçal por alguma razão tonta, infantil e muito pertinente. As botas lá ficaram soterradas. Só mais tarde, já estava na faculdade, descobri a montanha, a escalada, os rios, as cascatas e a tranquilidade que os espaços naturais me oferecem. Se passo mais do que dois dias enfiado em casa ou num escritório fico doente. Preciso sair, respirar ar puro. Olhar para longe e contrariar o vício do computador, de olhar sempre para os 50cm mais próximos. Costumo brincar com os meus amigos e dizer-lhes que estou a “distorcer” os músculos dos olhos enquanto observo o horizonte. Preciso descobrir novos caminhos, novos lugares, novos cheiros, novas amizades e novas cores. Portugal é um país bonito, profundamente bonito. Sinto-me muito privilegiado de conhecer alguns destes recantos tão especiais da ponta da Europa. As memórias que trago desses dias, são minhas e muito especiais. É impossível realmente partilhar tais momentos com quem não esteve lá. As imagens, os filmes e as fotos que faço são uma ínfima parte dessas experiências. Uma tentativa de partilhar esses momentos com outros seres humanos. Uma tentativa de guardar histórias para um dia as encontrar num álbum, dentro de uma caixa no sótão e poder lembrar-me: “Mas que dia tão bem passado!” www.be.net/ruiromao Fotos: Rui Romão www.ruiromao.com OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 (secção média), 81 durante o enconRappel Guiado na Ribeira dos Ilheus tro das IV Jornadas Técnicas de Canyoning na Ilha das Flores, Açores. Fotografia Passeio de bicicleta com a Mónica (na foto) e o Gonçalo pela floresta Düppler, em Wannsee nos arredores de Berlim - Setembro 2010 Biografia: Nasci no dia mundial da Energia de 1981. Enquanto tirava uma licenciatura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, aprendi muita coisa sobre imagem e animação. Nos tempos livres dediquei-me a ir ao cinema muitas vezes e a aprender ainda mais coisas sobre como trepar paredes e descer cascatas em segurança. A certa altura decidi ir fazer Erasmus em Inglaterra onde voltei uns anos depois para experimentar trabalhar em produções audiovisuais. Carreguei material e conduzi carrinhas grandes. Foi divertido mas fazia muito frio. Por isso, em 2007, decidi ir para Barcelona fazer um mestrado em Direcção de Fotografia de Cinema. Fiquei lá uns tempos a carregar mais material em algumas curtas e longas metragens. Em Dezembro de 2008 voltei calmamente a Portugal para fazer uns quantos filmes com a produtora Take It Easy. Dois anos mais tarde decidi aventurar-me por caminhos desconhecidos como trabalhador independente. Alguns dias dedico-me a treinar judo, outros dedico-os à natureza e quando estou livre dedico-me à imagem, seja filme, video ou fotografia, de ficção e documental. Também há alguns dias em que me dedico a todas estas coisas ao mesmo tempo. Esses são os melhores dias! ø 82 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Descida de Tizi-n-Ouraïn para a aldeia de Tagounite acompanhamos por um berbere e uma mula, durante uma travessia de 4 dias no Atlas com o João - Marrocos - Abril 2011. Subida a Tizi-n-Likemt (3555m.), durante uma travessia de 4 dias no Atlas com o João (na foto) - Marrocos - Abril 2011 Fotografia Portfólio Travessia com o João, o Daniel e o Eduardo no Gerês nos últimos dias de 2011. “Sinto-me muito privilegiado de conhecer alguns destes recantos tão especiais da ponta da Europa.” Escalada desportiva com o Daniel nas Pedreiras - Arrábida 2011 Palácio em Marrakech - Marrocos Abril 2011 Canyoning num afluente do Rio Balces na Serra de Guara em Espanhã - Verão 2009 OUTDOOR Maio_Junho 2012 83 Fotografia Angra do Heroísmo - Açores - Outubro 2011 Floresta Düppler, em Wannsee nos arredores de Berlim - Setembro 2010 Escalada desportiva com o Pedro (na foto) e o Branquinho nas Pedreiras - Arrábida 2011 84 Maio_Junho 2012 OUTDOOR OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 85 Fotografia Foto-Reportagem PAN Park Oulanka O lago de Niska Juuma, uma minu N a fronteira entre a Finlândia e a Rússia, no limiar do Circulo Polar Árctico, o Parque Nacional de Oulanka surge como uma vasta área selvagem onde ursos, linces e outras espécies florescem. As poucas horas de luz solar durante o inverno e as temperaturas mínimas que podem atingir os - 40ºC, moldam a paisagem e as poucas pessoas que nela habitam. O povo Sami, pioneiro na ocupação da região, garantiu a sua 86 Maio_Junho 2012 OUTDOOR subsistência domesticando as renas, desenvolvendo a agricultura, a pesca e a caça. Ainda nos dias de hoje os nativos Sami são os únicos com autorização para o pastoreio das renas. Pela importância do seu ecossistema e remota localização, Oulanka tornou-se em 2002 o primeiro parque Finlandês classificado como um PAN Park, integrando a rede europeia dos parques naturais mais importantes de preservar, promovida pela WWF (lista na qual figura o nosso PN Peneda Gerês). ø akoski reflecte as casas de uscula aldeia na entrada do PP Oulanka Fotografia Foto-Reportagem Em Juuma, por volta das 17h, as famílias recolhem a casa para jantar “ O povo Sami, pioneiro na ocupação da região, garantiu a sua subsistência domesticando as renas, desenvolvendo a agricultura, a pesca e a caça.” OUTDOOR Novembro_Dezembro Com as2011 tempreaturas a87 descer a pique a fotógrafa Sara Wong dá o dia por terminado Fotografia Churrasco e chá ao ar livre, um hábito comum ao longo do bear trail “ Oulanka tornou-se em 2002 o primeiro parque Finlandês classificado como um PAN Park (...)” Este lince, fotografado num centro de recuperação, mostra-nos a fauna que ainda existe em Oulanka Para Eki Ollila, guia de montanha em Oulanka, o inverno trazlhe duras, mas espetaculares condições de trabalho. 88 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Fotografia Foto-Reportagem “ As poucas horas de luz solar durante o inverno e as temperaturas minímas que podem atingir os - 40ºC(...)” O quotidiano em Oulana significa viver com temperaturas que atingem os -40ºC No outono ainda é possível ver a força dos rápidos do Rio Myllykoski, que em breve irá congelar OUTDOOR Maio_Junho 2012 89 Fotografia O “Bear Trail” é o trekking mais procurado de Oulanka. As renas são uma das poucas formas de subsistência para quem vive em Oulanka. Quem é o TIAGO COSTA? A paixão do Tiago pela viagem e pelo outdoor já o levou da Patagónia aos Himalaias, do círculo polar Árctico na Lapónia à floresta tropical no Brasil, de Buenos Aires a Istambul. O ski de fundo é a distração preferida para as manhãs de domingo 90 Maio_Junho 2012 OUTDOOR As suas imagens e crónicas de viagem já foram publicadas em edições como a Blue Travel, National Geographic Adventure, Público, Visão, World Wide Fund for Nature, entre outras. Faz parte da equipa permanente da agência de viagens aventura Nomad.pt S.O.S. ... Psicologia da Sobrevivência O tema da sobrevivência está na moda. Existem vários programas de televisão que focam esta temática, com milhões de espectadores em todo o mundo, onde especialistas demostram técnicas para sobreviver em determinadas situações. No entanto há que ser pragmático: Estamos a assistir a um programa de entretenimento e não a uma formação em sobrevivência. Estes programas são espetáculos televisivos que procuram audiências e não informar devidamente os espectadores sobre o que fazer em situações de sobrevivência. Poderá o leitor perguntar para que precisa destes conhecimentos, se no seu dia a dia nunca vai estar 92 Maio_Junho 2012 OUTDOOR numa situação de sobrevivência? Acredite que estas situações surgem quando menos esperamos: Num acidente automóvel, desastres naturais, ataque terrorista ou mesmo num simples passeio por zonas mais despovoadas. São tudo situações comuns nos dias de hoje, por isso não devemos dizer que nunca nos vai acontecer. Quando ouvimos a grande maioria dos especialistas falar nestas questões, normalmente debruçam-se sobre dois grandes eixos: Equipamento e conhecimento. Tendo os conhecimentos corretos e equipamento adequado, podemos sobreviver a praticamente todas as situações de sobrevivência. Eu não concordo e dou bastante enfâse nas minhas formações a mais um eixo, na minha opinião O pânico é o inimigo psicológico número um do sobrevivente e afeta grandemente a capacidade de raciocínio e bom senso. Mesmo que o sobrevivente não o admita, ele passou por momentos de pânico e a diferença é apenas se os conseguiu ultrapassar ou a rapidez com que os dominou. Existe uma estratégia para prevenir ou combater este estado, chamada STOP (do inglês Sit, Think, Observe and Plan, o que traduzido à letra quer dizer sente-se, pense, observe e planeie). A primeira fase pretende ser apenas um corte radical com a situação S.O.S. Psicologia da Sobrevivência até mais importante que os dois referidos: O psico- anterior, onde vai respirar fundo e colocar os penlógico. E a importância deste eixo é demonstrada samentos em ordem. Na fase seguinte (pensar) não em teoria, mas na prática: Existem váfaça um inventário do que tem disponível que rias situações de sobrevivência relalhe possa ser útil. Se tiver meios para tadas em que indivíduos com pouco isso, escreva num papel algumas das mais do que a roupa do corpo socoisas que lhe vieram à ideia e o O nosso cérebreviveram, enquanto outros podem ajudar. Esta simples prática bro não está hoje totalmente equipados e muitas pode fazê-lo sentir-se mais conem dia preparado vezes conhecedores de técnicas fiante e seguro e ocupará algum de sobrevivência acabaram por do seu tempo, tirando os seus para estas situações, morrer. O nosso cérebro não pensamentos de outras coisas como estava nos priestá hoje em dia preparado para mais negativas (útil também para mórdios da humaestas situações, como estava nos combater a ansiedade, como venidade (..) primórdios da humanidade e é remos mais à frente). Depois das preciso voltar a “programá-lo” para ideias em ordem, é preciso observar agir perante elas. à nossa volta, contabilizando os perigos mas também as oportunidades de abrigo, água e comida, e dependendo dos casos acesso Aspetos psicológicos da sobrevia terreno elevado e a possibilidade de sinalizar a vência a curto prazo: Negação, an- sua posição. Depois de tudo isto é preciso planear. siedade, medo e pânico Nesta fase pense positivo porque afinal já venceu Como podem ver não inclui o stress nesta lista. O o pânico, um dos seus maiores inimigos, por isso stress é um conceito difícil de definir e ainda hoje pode vencer tudo o resto. Ordene as suas priorios investigadores têm acesas discussões sobre se dades e faça um plano de acordo com a sua realio stress é uma causa, um efeito ou algo entre os dade: O que vai fazer, como pode ser salvo o mais dois. Dos aspetos que referi, praticamente todos rápido possível, etc. podem ser resultado do stress ou em sentido contrário podem eles próprios causar stress. Sejamos Entre estes dois extremos (negação e pânico), então mais objetivos e falemos de aspetos mais temos o medo. Na introdução referi que o nosso concretos. cérebro não está preparado para situações de soO primeiro a surgir é normalmente a negação brevivência no geral, mas felizmente manteve Quantas vezes já ouvimos pessoas a dizer “Isto algumas características do homem primitivo. não me pode estar a acontecer!” Enquanto o nosso Talvez nunca tenha pensado nisso, mas o medo cérebro não tiver plena consciência do que nos aconteceu, não tomaremos as decisões corretas. Esta negação vai colocar-nos em perigo, pois teremos a tendência de não fazer nada, porque nada de especial se passa. Muitas pessoas em situação de sobrevivência precisam que alguém as desperte para a realidade, o que pode ser complicado se estivermos sós. É preciso termos rapidamente a noção que estamos potencialmente em perigo, para começar de imediato a raciocinar e planear, evitando passar de uma situação de negação, para o outro extremo: o pânico. Ilustração: Luis Varela OUTDOOR Maio_Junho 2012 93 S.O.S. é ele próprio um mecanismo de sobrevivência. É ele que nos alerta para perigos que, por exemplo, podem colocar a nossa integridade física em risco. Não vale a pensa entrarmos profundamente no que acontece no nosso corpo em termos fisiológicos, mas podemos resumir que a libertação de adrenalina e de outros químicos em situações de medo provoca várias reações que podem ser úteis, preparando-nos para o que possa surgir: aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, aumento do nível de glucose, aumento da capacidade dos pulmões receberem oxigénio, entre outros. Analisando estas reações, pode o leitor ficar a pensar que numa situação de sobrevivência é bom estar constantemente com medo. Infelizmente não. O medo deve ser controlado, porque o mesmo nos pode impedir de realizar algumas tarefas essenciais para sobrevivermos e faz com que o nosso corpo tenha tendência a parar funções não vitais como a digestão e o sistema imunitário. Uma coisa é certa, você não irá querer o seu sistema imunitário parado numa situação de sobrevivência. Resumindo, é bom ter medo, mas convém mantê-lo controlado e para isso pode sempre confrontar a sua mente, arremessando contra ela ideias como “eu já fiz coisas mais difíceis do que isto e consegui”. colhendo acendalha ao longo do caminho, porque já estamos preocupados em como fazer o fogo no final do dia. Tal e qual como o medo, precisa ser dominada, porque uma ansiedade constante trás sentimentos de angústia que nos quebram física e psicologicamente. Na minha opinião um dos fatores que causam mais ansiedade numa situação de sobrevivência é a falta de confiança em nós próprios, por isso é importantes dar passos seguros, ir resolvendo pequenos problemas para ganharmos confiança para os desafios maiores. Se tiver ferramentas para isso faça um diário escrito registando principalmente os seus triunfos e apontando tudo o que lhe pareça útil no futuro (conforme já referi acima). Aspetos psicológicos da sobrevivência a medio e longo prazo: Depressão Existem outros fatores nesta categoria, mas são quase insignificantes perto da grande ameaça para o sobrevivente ao longo do tempo: a depressão. Esta pode surgir mais ou menos rapidamente, consoante os casos. Por vezes ao falharmos consecutivamente as tarefas que planeamos leva-nos a entrar num estado depressivo rapidamente. O normal será isto acontecer ao fim de alguns dias Em relação à ansiedade, também ela é um alarme (ou semanas, dependendo de cada um), quando natural que nos mantêm alerta e nos faz planear começamos a pensar que por muito que nos esantecipadamente. Pessoalmente cosforcemos nunca mas vamos ser resgatados. A esperança é sermos salvos tumo chamar-lhe “o medo do medo”, Exisantes de se instalar a depressão, mas porque é um “sofrimento” precoce tem vantadevemos ter a consciência de que relativamente a algo que pode vir ela pode surgir, devemos coma acontecer. A ansiedade positiva gens e desvantabate-la mantendo-nos ocupados, numa situação de sobrevivência é gens de estarmos evitando momentos aborrecidos o que nos faz, por exemplo, ir re- Foto: Javsport numa situação de sobrevivência com mais pessoas (...) S.O.S. Psicologia da Sobrevivência e sem nada para fazer, podendo obter dicas mais à frente, na conclusão deste artigo. Sobrevivência solitária vs sobrevivência em grupo Existem vantagens e desvantagens de estarmos numa situação de sobrevivência com mais pessoas, mas é muito mais vantajoso termos companhia. A sobrevivência em grupo tem mais possibilidades de ser bem sucedida em termos psicológicos, pois mais facilmente temos alguém que nos desperte rapidamente do estado de negação inicial, nos auxilia em situações para as quais temos mais medo e através da troca de experiências reduz os níveis de ansiedade, sendo mais difícil de instalar-se o pânico. Mas nem tudo é um mar de rosas e convém lembrarmo-nos de alguns pontos negativos: Competição pelos recursos, choque de personalidades, etc. O melhor nestes casos é que surja um líder que seja o mais consensual possível, delineando o grupo um conjunto de regras que todos sigam, para haver disciplina e todos trabalharem em prol de um bem comum (usando os conhecimentos e habilidades de cada um), reduzindo os conflitos ao mínimo, distribuindo as tarefas e promovendo a rotatividade nas mesmas para todos estarem em pé de igualdade. Conclusão A grande regra numa situação de sobrevivência é nunca desistir. Por muito difícil que a situação pareça, lute para além do limite das suas forças, porque o salvamento pode estar ao virar da esquina e você não quer “morrer na praia”. Tire um curso de sobrevivência numa entidade idónea com formadores experientes, porque se já tiver conhecimentos, vai gerir melhor os dias, vai estar mais preparado até psicologicamente. Tenha uma atitude positiva e puxe pela sua criatividade, pois a mesma é muito importante nestas situações. Seja flexível e adapte-se à natureza, não espere que seja ela a adaptar-se a si. Aprecie a beleza da paisagem e se tem alguma fé agarre-se a ela com unhas e dentes. Lembre-se frequentemente de coisas boas que já passou na vida e afaste o pensamento das más. Tenha algo que o motive a ser salvo: a sua família, amigos, os seus filhos ou mesmo o sair da situação como um herói. Uma boa atitude psicológica é meio caminho andado para sobreviver e ser resgatado, por isso nunca, mas nunca desista! ø Luís Varela Formador Certificado de Bushcraft e técnicas de sobrevivência Instrutor na Escola do Mato Facebook www.luisvarela.org OUTDOOR Maio_Junho 2012 95 Descobrir costa vicentina uma praia única Já imaginou? Pois Sines até Sagres já no Algarve, magine uma extensa liencontramos uma variedade de nha de costa onde o Sol este paraíso existe e paisagens e habitats que fazem é rei e a maresia se espera por si. Desde a desta zona uma das mais bem mistura com perfumes península de Troia até conservadas faixas costeiras do campo, onde praias da Europa. Aqui é possível inexploradas se fundem com próximo da ribeira de observar diversas espécies de enseadas abrigadas e pequeOdeceixe, há muito flora e fauna, como as lontras nos portos de pesca, onde os a explorar e a que raramente se encontram em tons do horizonte convidam ao aprender. ambiente marinho e as aves que sonho e o passado aguarda por ser I descoberto... Já imaginou? Pois este paraíso existe e espera por si. Desde a península de Troia até próximo da ribeira de Odeceixe, há muito a explorar e a aprender. No Litoral alentejano, o clima permite-nos partir à descoberta da Natureza durante quase todo o ano. No Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que se estende desde 96 Maio_Junho 2012 OUTDOOR nidificam nas arribas junto ao mar. As praias alternam com lagoas costeiras, salinas, estuários e sapais, dando origem a zonas protegidas como a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha ou a Reserva Natural do Estuário do Sado, onde poderá admirar golfinhos e cegonhas no seu habitat natural. No interior, contrastam os declives das Serras de Grândola, do Cercal e as Colinas de Odemira. Conteúdo Infoportugal SA em www.descubraportugal.pt OUTDOOR Maio_Junho 2012 97 Descobrir Costa Vicentina campo de golfe. A Reserva Botânica das dunas da Península de Troia também merece uma visita atenta. Em direção a sul, os areais extensos de praias como a da Comporta, ideal para a prática de surf e kitesurf, ou a de Melides, onde poderá praticar parapente e bodyboard, vão dando lugar a pequenas enseadas abrigadas entre rochas até chegarmos a Zambujeira do Mar. Esta pequena localidade é muito concorrida durante o verão, em especial na primeira semana de agosto com a realização do Festival do Sudoeste, um dos mais importantes festivais de música do país que atrai milhares de jovens. ø Fotos: Caminhos da Natureza Os antigos não foram alheios à fertilidade e riqueza destas terras que, aliadas à sua posição geográfica estratégica, atraíram a presença do homem desde a pré-história e excitaram a cobiça de Celtas, Fenícios e Cartagineses. Os Romanos também não se fizeram rogados em aproveitar os recursos da região. Daqui se adivinha a diversidade de vestígios arqueológicos encontrados na região, que podem ser apreciados nas Ruínas de Miróbriga perto de Santiago do Cacém ou de Cetóbriga em Tróia. Entre o Estuário do Sado e o Oceano Atlântico avistamos a península de Troia, rodeada de longas praias de areia branca e águas transparentes, onde encontrará uma vasta oferta de hotéis, restaurantes, campos de ténis e um magnífico Descobrir parque natural Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina estende-se por uma faixa estreita do litoral Sudoeste de Portugal, Costa Sudoeste, entre S. Torpes e Burgau, com uma extensão de 110 km, sendo a Área total de cerca de 131 000 ha. A Costa Sudoeste como é denominada, por vezes, esta zona, corresponde a uma zona de interface mar-terra com características muito específicas que lhe conferem uma elevada diversidade paisagística, incluindo alguns habitats que suportam uma elevada biodiversidade, tanto florística como faunística. A rede hidrográfica da Costa Sudoeste é constituída por cursos de água pertencentes à bacia hidrográfica do rio Mira e à bacia hidrográfica do Barlavento Algarvio constituída, por alguns sistemas atípicos temporários, para a sustentação de elevado número de espécies da flora e da fauna, incluindo algumas espécies de peixes 98 Maio_Junho 2012 OUTDOOR prioritárias e endémicas. As suas galerias ripícolas constituem um habitat relevante para a migração de passeriformes transharianos bem como para a alimentação e refúgio de várias espécies de mamíferos. Mas não mais importante são alguns estuários com as suas zonas de nursery para várias espécies de peixes, como habitat privilegiado de alimentação, repouso e nidificação para aves migradoras. No que respeita aos aspectos económicos, destaca-se o sector primário, ligado à actividade agrícola e à pecuária. Grande parte da área encontra-se ocupada por terrenos agrícolas, maioritariamente por sistemas e culturas tradicionais, com excepção da área ocupada pelo Perímetro de Rega do Mira, onde a disponibilidade de água tem permitindo a reconversão e intensificação dos sistemas produtivos. ICNB cerro da fontinha As casas de taipa do Cerro, com mais de um século e meio de existência, são recuperações únicas talhadas em terra, madeira e pedra e que espelham uma completa integração com a natureza. Canoagem, terapias de corpo e mente, aulas de surf, caminhadas na natureza em percursos circulares compreendendo partes da Rota Vicentina (Rota dos Pescadores), são algu- mas das actividades que propomos. Rodeado de praias de beleza impar como as praias do Carvalhal, da Amália, dos Machados e de Odeceixe, o Cerro encontra-se em situação geográfica privilegiada e de uma imensa riqueza gastronómica alentejana. Dispõe de 6 casas, 4 T2, 1 T1 e um estúdio. Wifi, Btt’s, canoa e canas de pesca incluídos no aluguer. Cerro da Fontinha Cx.P.5782, 7630-575 São Teotónio, Portugal Tel: 00351 917802588 Email: [email protected] Site: Cerro da Fontinha Facebook Cerro da Fontinha casas do moinho Um sonho, um pensamento, um projecto, uma obra. É isto que queremos partilhar consigo. Após vários anos a usufruir do descanso que este local proporciona, de uma natureza com características únicas e praias inesquecíveis, decidimos partilhar um pouco do melhor de Portugal. Foram várias as viagens por este Mundo, continentes, raças, povos, culturas, paisagens e experiências vividas, que nos permitiram acreditar e concretizar este projeto. Disponibilizamos 8 casas típicas da antiga aldeia de Odeceixe para que possa descansar, com a promessa de encontrar um novo conceito de receber. Em família, a dois ou a sós, proporcionamos-lhe óptimas condições para um descanso de acordo com o seus objectivos: calmo e tranquilo ou activo e explorador. Temos o alojamento ideal para que possa apreciar todas as características deste local único, que apetece conhecer e desvendar. Rua 25 de Abril, 44 (junto ao moinho) Aldeia Nova do Concelho 8670-320 Odeceixe - Aljezur Tel. 282 949 266 • Fax 282 949 100 E-mail: [email protected] Site: www.casasdomoinho.com OUTDOOR Maio_Junho 2012 99 Descobrir Costa Vicentina Alojamento Descobrir alojamento Herdade da Matinha Country House & Restaurant Em pleno Litoral Alentejano, rodeada de belas paisagens, a Herdade da Matinha cativa pela sua atmosfera acolhedora e ambiente intimista. Tanto a praia como a piscina exterior são ótimas opções para a primavera e verão. Muito ligada à natureza, a Herdade proporciona várias actividades: piqueniques, aulas de yoga e surf, workshops de culinária e magníficos passeios a cavalo. Proporciona ainda condições únicas para os amantes do BTT, com trilhos da Rota Vicentina que partem da Herdade. Todas as refeições são feitas com muita dedicação e preparadas cuidadosamente com os ingredientes de origem local. São as longas conversas, os jantares e o ambiente aconchegante, ideal para grupos de amigos ou encontros em família. Herdade da Matinha 7555-231 Cercal do Alentejo Portugal Tel. 933 739 245• Tel2: 939 095 685 E-mail: [email protected] Site: www.herdadedamatinha.com É o cenário ideal para relaxar e desfrutar da Vida. “as simple as life is” Mais Informações: Herdade da Matinha aldeia da pedralva A Aldeia da Pedralva era um amontoado de habitações em ruínas numa localização sem igual, entre o Parque Natural e dezenas de praias. Uma aldeia que chegou a contar com mais de 100 pessoas, ficando reduzida, nos nossos dias, a 7 habitantes originais. As casas abandonadas e em grande deterioração foram sendo abandonadas e a vida dos que ficaram na Aldeia foi sendo cada vez mais difícil. Foi então necessário reconstruir esta aldeia, tão próximo do original quanto possível, surgindo a Aldeia da Pedralva, que quer ser uma aldeia tipicamente portuguesa, mas, ao mesmo tempo, uma aldeia ativa, apaixonada, trendy e mística. Aldeia da Pedralva | Rua de Baixo – Casa da Pedralva | 8650-401 Vila do Bispo | Tel: +351 282 639 342 | +351 933 669 256 Coordenadas GPS: 37° 08 30 N | 8° 5142 E-mail: [email protected] Site: www.aldeiadapedralva.com O nosso posicionamento é ser um Turismo de Aldeia Ativo, pelo que, Go, é a nossa palavra de incentivo para que desfrute da Aldeia da Pedralva e da Costa Vicentina ao máximo. Para além da praia, surf e mergulho, a localização da Pedralva permite ainda excelentes percursos a pé, de BTT e observação da natureza no Parque Natural e na Serra Algarvia. Uma opção para todo o ano com Sol e temperaturas amenas. Mais Informações: Aldeia da Pedralva 100 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Descobrir Costa Vicentina Canoagem no Rio Mira Pelo rio explora-se o Alentejo para descobrir sítios longe dos trilhos traçados. As famílias e pequenos grupos partem em geral sem acompanhamento, para maior autonomia e planos personalizados. A rota mais simples e adequada para crianças segue o rio para o interior, sobe-se desde Odemira rio acima com o maré a encher numa certa hora, para voltar quando o maré começa a vazar. Este passeio relaxante pode durar entre três a cinco horas, uma preparação ideal para as outras etapas, entre Vila Nova de Milfontes e Odemira. Preço: Desde 15€/ adulto, criancas (5-15 anos) pagam metade de preço Grau de dificuldade: Baixa Duração: 4 h Mais Informações: Eco Trails Foto: Eco Trails atividades outdoor Os Poços da Barbarouxa Preço:18€ (mínimo 2 paxs) Duração: 4 Kms Dificuldade:baixa Inclui: Percurso guiado, informação cultural, binóculos, apoio logístico especializado e abastecimento alimentar no decurso da actividade e seguro de acidentes pessoais e responsabilidade civil.) Outras actividade disponíveis: Passeios BTT,aluguer bikes, transferes e tours turísticos. Mais Informações: Passeios e Companhia Foto: Passeios e Companhia Descubra o Alentejo Litoral num descansado passeio pedestre pelo complexo dunar da sublime praia de Santo André e integrado na RNLSAS. Irá acompanhado com um guia especializado que lhe dará a conhecer a fauna e flora deste local único. OUTDOOR Maio_Junho 2012 101 Descobrir Foto: Aventura Activa CANOAGEM EM VILA NOVA DE MILFONTES A calma e beleza do Rio Mira em Vila Nova de Milfontes em plena Costa Alentejana, convida àsua exploração de canoa ou kayak, a Aventuractiva sugere esta actividade como uma das mais populares na região devido às condições óptimas para a prática em segurança. Todos os passeios de canoagem são realizados à medida conforme a disponibilidade e resistência do grupo, dispomos de circuitos circulares (mais comuns) e em linha. Grau de dificuldade: Baixo/Médio Duração: Meio dia Preço: Desde 15€/ pax; » Preços especiais para famílias e grupos. Mais Informações: AventurActiva Foto: Caminhos da Natureza trekking com burros na costa vicentina Parta a descoberta da natureza na companhia dos nossos simpáticos amigos orelhudos. Por belas paisagens campestres e falésias fantásticas, uma caminhada diferente e uma experiência para toda a familia. Se pensa que os burros são teimosos e dão coices, esqueça... o burro é afável, terno, paciente, robusto, cooperativo e pachorrento e será, antes de tudo, o seu companheiro, vida e alma nesta bela travessia. 102 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Venha burricar connosco!!! Grau de dificuldade: Moderado (10 a 12km diários) Duração: 2 dias. Preço: Desde 120€/ pax; » Desconto 10% para famílias 4 pessoas. Mais Informações: Caminhos da Natureza Descobrir Costa Vicentina léguas na costa vicentina Neste fim de semana da Primavera, caminharemos entre a terra e o mar, por terras do fim da Europa. Dois dias à descoberta de uma das regiões mais bonitas do litoral português - a Costa Vicentina. Preço: Desde 180€ /pessoa Inclui: 2 noites de alojamento em quarto duplo 1 jantar no hotel; 2 passeios pedestres (15 e 10 quilómetros); 2 almoços piquenique; Café e chá durante os passeios pedestres; Acompanhamento de um guia Papa-Léguas; Guia de campo; Seguro de acidentes pessoais. Dificuldade: Fácil-médio. Duração: 2 dias Local: Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Mais Informações: Papa Léguas Foto: Caminhos da Natureza Mais Informações: Caminhos da Natureza Foto: Papa Léguas lisboa sagres btt Uma fantástica travessia em BTT de Lisboa a Sagres em 4 dias bem cheios do mais puro BTT. Será uma mistura de serra e mar, partindo de Belém e seguindo até ao Cabo Espichel e Serra da Arrábida logo no primeiro dia e com a travessia das Serras de Grândola e do Cercal nos dias seguintes. Segue-se o percurso mais costeiro, com a travessia de grande parte do Parque Natural da Costa Alentejana e Vicentina, onde descobriremos típicas e pitorescas localidades costeiras, falésias e praias únicas e onde desfrutaremos de espectaculares trilhos e caminhos sobre o mar! Preço: Desde 320€ (mínimo 8 pax) Dificuldade: Muito exigente. OUTDOOR Maio_Junho 2012 103 Descobrir Evento Red Bull Cliff Diving World Series açores na rota mundial 104 Julho_Agosto 2011 OUTDOOR OUTDOOR Julho_Agosto 2011 Fotos: Red Bull Content Pool 105 Descobrir Evento Descobrir A ilha de S. Miguel ganha no próximo mês de julho honras de capital mundial de um dos desportos mais técnicos e exigentes de todos os tempos: o Cliff Diving. O Red Bull Cliff Diving World Series visita assim Portugal e os Açores pela primeira vez, trazendo consigo os melhores atletas do planeta. É um verdadeiro regresso à pureza original. Os Açores estão pela primeira vez na rota do Red Bull Cliff Diving World Series, uma escolha que está em perfeita sintonia com a exuberante natureza do ilhéu de Vila Franca do Campo – sem dúvida uma das jóias mais escondidas e bem preservadas da ilha de São Miguel. Este cenário da mais pura natureza evoca as origens do desporto nascido há mais de 200 anos no Havai. Uma visão partilhada pelo britânico Gary Hunt, o detentor do título mundial, que não esconde a “grande expectativa de competir nos Açores num cenário que promete”. Entre a mais pura natureza e as paisagens urbanas, são muitas as novidades da edição deste ano do circuito mundial, mantendo-se apenas inalterada uma etapa de 2011. O arranque terá lugar em França (23 junho), seguindo-se a Noruega (7 julho), Açores (21 julho), Irlanda (4 agosto), E.U.A. (25 agosto), Reino Unido (8 setembro) e Oman (28 setembro). NOS LIMITES DA TÉCNICA E DA CONCENTRAÇÃO Um total de 11 atletas, a que se somam três wild cards por etapa, vão disputar o título de 2012 do Red Bull Cliff Diving World Series. O britânico Gary Hunt (Bi-Campeão do Mundo) terá de enfrentar o provável regresso do colombiaO antigo atleta olímpico de saltos para a no Orlando Duque (veterano que doágua e atual Director Desportivo do “Os minou o Cliff Diving durante quase circuito, Niki Stajkovic confirmou duas décadas) e ainda um conjunno terreno as características únicas Açores estão to de novos talentos com grande do Ilhéu de Vila Franca do Campo pela primeira vontade de vencer. para a prática desta modalidade. vez na rota do Red Bull Cliff Diving World Series” 106 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Descobrir Evento “Provavelmente tão antigo como a humanidade, o Cliff Diving tem no Havai o seu berço (...)” O formato da competição inclui três rondas, passando apenas à final oito atletas. Com notas de 1 a 10, a avaliação do salto (saída da plataforma, posição no ar e entrada na água) é garantida por um júri internacional de cinco elementos, onde se destaca o norte-americano Greg Louganis - vencedor de quatro medalhas de ouro na disciplina de saltos para a água dos Jogos Olímpicos. Recebendo influências dos saltos para a água do programa olímpico, sobretudo ao nível das regras de avaliação, a modalidade só mais recentemente se assumiu como um desporto de alta competição. Os saltos têm como ponto de partida uma plataforma fixa a 27 metros de altura, o que permite aos atletas alcançarem quase 85 quilómetros por hora na queda, antes de furarem a água com os pés. UMA LONGA HISTÓRIA Provavelmente tão antigo como a humanidade, o Cliff Diving tem no Havai o seu berço - datando as primeiras competições conhecidas de finais do século XVIII. O México e as escarpas de La Quebrada fazem também parte das referên- cias deste desporto extremo, assim como ficou na história o salto que o duplo suíço Oliver Favre realizou em 1987 a partir de uma altura de 53.9 metros - um record que se mantém até hoje. A partir de meados dos anos 90 do século passado o Cliff Diving melhora a sua organização e o primeiro reflexo é o nascimento dos mundiais da especialidade. Dado o perfil eminentemente técnico do desporto, muitos atletas que competiam nos Jogos Olímpicos na disciplina de Saltos para a Água (modalidade olímpica desde 1904) atravessam a fronteira de acesso ao Cliff Diving. É esse precisamente o caso do colombiano Orlando Duque, lenda viva que deverá regressar ao ativo em 2012 já plenamente recuperado de uma lesão grave que o impediu de disputar a maior parte da época passada, e também do recém apurado Blake Aldridge - britânico que conta no seu percurso com uma medalha de ouro nos mundiais de saltos para a água em piscina. ø Bartholomeu Vasconcellos OUTDOOR Maio_Junho 2012 107 Descobrir Pousada de Juventude da ARRIFANA Com o Verão aí à porta, a Pousada de Juventude de Arrifana, em plena Costa Vicentina, é o spot ideal para umas férias com muito sol, mar e muita natureza à mistura!!! S ituada em plena praia da Arrifana, no concelho de Aljezur, esta recente Pousada de Juventude, com uma vista de mar deslumbrante, é o local ideal para partir à descoberta das fantásticas praias da costa ocidental do Algarve (Costa Vicentina): banhadas pelo Atlântico, oferecem muitas vezes um cenário selvagem e desértico, em contraste com os areais mais quentes do Sul. Uma das zonas mais paradisíacas de toda a costa portuguesa, a Costa Vicentina constitui área de Parque Natural, encerrando património natural único no mundo, em alguns casos intocado pelo Homem. Formada por extensos areais, acolhedoras conchas de areia ou por escarpas imponentes, esta região algarvia acolhe algumas das mais belas praias de Portugal. Acolhe também muita vida selvagem que inclui espécies únicas de plantas a aves de rapina, como as águias e os falcões. Aqui, as águas são revoltas e de um azul profundo, especialmente procuradas pelos praticantes de surf, bodyboard e pesca desportiva. Para todos aqueles que não perdem uma oportunidade para “partir ondas”, no Algarve, a Costa Vicentina assume-se como o spot ideal. Desde Odeceixe, onde o Algarve começa, passando pela praia da Arrifana - uma espécie de baía abrigada nas falésias e uma das praias mais procuradas por surfistas e praticantes de bodyboard – e por Vale Figueiras - praia de grande beleza natural e pouco frequentada, devido ao difícil acesso -, até à praia do Amado - palco de inúmeras provas nacionais e internacionais de 108 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Para além das praias e do abundante património natural, o concelho de Alzejur detém numerosos vestígios arqueológicos, com especial destaque para a presença árabe na Península Ibérica. Obrigatória é, sem dúvida, uma visita ao Castelo de Aljezur, Monumento Nacional, erguido pelos árabes no séc. X e tomado aos mouros no séc. XIII - o último castelo a ser conquistado no Algarve. Embora em mau estado de conservação, mantém a sua cerca de muralhas (séc. XIV) e duas torres, oferecendo uma admirável vista panorâ- mica. Igualmente esplêndida, é a paisagem que se avista da Fortaleza da Arrifana, actualmente em ruínas. A Costa Vicentina é ainda local de eleição para os apreciadores de bom peixe e marisco, que aqui são capturados com formas artesanais de pesca, com destaque para a apanha do percebe, arrancados das rochas banhadas pelo mar. É assim a deslumbrante Costa Vicentina, detentora de cenários únicos, em que o mar é recortado por falésias altas e bravias, por vezes manchadas de areais, e onde a nebulosa costa atlântica convida à descoberta… Características Preços Época Baixa (01/01 a 15/02; 01/10 a 27/12) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 11,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 32,00 € Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 28,00 € Época Média Época Média (16/02 a 04/04; 09/04 a 28/06; 02/09 a 30/09) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 14,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 36,00 € Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 30,00 € Época Alta (05/04 a 08/04; 29/06 a 01/09; 28/12 a 31/12) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 17,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 47,00 € Quarto Duplo s/ WC (p/ quarto) - 38,00 € Com Cartão Jovem ou Cartão LD<30 tens desconto nas Pousadas de Juventude em Portugal Continental. Mas, se quiseres dormir numa pousada, e não tiveres nenhum destes cartões, tens de possuir o Cartão Pousadas de Juventude, que te dá acesso às Pousadas de Juventude em todo o mundo e é válido por um ano (www.hihostels.com). Podes obter o Cartão Pousadas de Juventude numa Pousada de Juventude ou nas lojas Ponto Já (Delegações Regionais do Instituto Português da Juventude). ■■ 32 camas distribuídas por : ■■ - 6 Quartos Duplos c/ WC (um adaptado a pessoas com mobilidade condicionada); ■■ - 3 Quartos Duplos s/ WC; ■■ - 1 Quarto Múltiplo c/ 2 camas; ■■ - 3 Quartos Múltiplos c/4 camas; ■■ Horário: das 8h00 às 24h00 (recepção) ■■ 24 horas (funcionamento) ■■ Serviços: Bar, Esplanada, Sala de convívio, Cozinha e Lavandaria de Alberguista. Contactos Pousada de Juventude da Areia Branca Pousada de Juventude de Arrifana Urbanização Arrifamar Praia da Arrifana 8670-111 Aljezur Tel. +351 282 997 455 Fax. +351 217 232 101 E-mail: [email protected] Site: www.pousadasjuventude.pt Como efectuar a reserva Podes reservar alojamento em qualquer Pousada de Juventude, ou através da Internet em www.pousadasjuventude.pt. Para tal, basta escolheres a Pousada, indicar o número de pessoas, o tipo de quarto, datas de entrada e saída… depois é só pagar. Se preferires, telefona para o 707 23 32 33 ou envia um e-mail para [email protected]. Também podes efetuar a tua reserva nas lojas Ponto Já ou diretamente na Pousada que escolheres. OUTDOOR Maio_Junho 2012 109 Descobrir Pousadas Surf e de Bodyboard - são várias as excelentes opções para a prática destes desportos. Descobrir Projeto por Silvia Romão Conhecer Portugal N asci 15 dias antes do tempo, num precisava de ser uma “jovem executiva de suparto natural que nem demorou cesso” para ver o mundo. Que aliás, as limitauma hora. Vim ao mundo com pres- ções de um emprego formal, de uma carreira sa de conhecer, ansiosa por expe- promissora me estavam a deixar os pés presos rimentar a vida. Na escola sempre aos solos de cimento de edifícios climatizados. tive dificuldade em estar muito tempo senO formigueiro das caminhadas cada tada na carteira. Chegava a inventar vez mais adiadas pelos compromisnecessidades urgentes para ir à casa “Vim ao sos de uma vida de trabalho escrade banho só para passar pelo pátio mundo com vizante instalava-se com a mesma e sentir o ar, o sol e a luz do mundo ansiedade e pressa com que vim lá de fora. pressa de conheao mundo. cer, ansiosa por Estudei Marketing com a certeza experimentar Um dia gritei basta! E perante os de que o escritório, a secretária ou olhos incrédulos de quem colocava as salas de reuniões infinitas não a vida.” em mim as esperanças de uma carreieram para mim. ra brilhante, desci dos meus saltos altos, Trabalhei no meio audiovisual durante 12 saí do meu tailleur, desliguei o computador, anos, sempre em atividades que me permitiam apaguei a luz do gabinete sem janelas e fechei sair, viajar, ver o mundo. Talvez por isso andei a porta. por esta vida durante tanto tempo. No dia seguinte, acordei em pânico. Tinha todo Chegou o momento em que percebi que não o tempo do mundo e não fazia ideia como ia 110 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Descobrir Projeto ocupá-lo. Mais, tinha uma vida para sustentar a minha - e não sabia como iria garantir esse sustento. Imediatamente a seguir uma sensação de liberdade infinita invadiu-me e percebi. Não tenho nada. Nenhum projeto. Nenhum plano. Nenhuma estratégia. Apenas vazio. E o vazio é espaço para preencher. Que grande oportunidade! Por isso a minha decisão para esse ano - e para a vida - foi a de continuar a esvaziar. Fui aprendendo aos poucos que aquilo que possuía não me definia. Aprisionava-me. Ter custa dinheiro, rouba tempo, retira espaço, limita movimentos. Uma mochila pesada obriga-nos eventualmente a pagar a carregadores, atrasa-nos a caminhada, torna-nos preguiçosos à medida que os passos se sucedem, provocam-nos dores no corpo. A primeira vez que experimentei esta liberdade de não possuir foi no Caminho de Santiago. Foram 90 quilómetros a pé em 5 dias. Com uma mochila que levava apenas o indispensável. Pensava eu, porque ao fim do segundo dia fiz uma nova triagem e consegui ganhar ainda mais espaço na mochila e mais leveza nos passos. Fazer uma caminhada em autonomia durante vários dias é uma excelente oportunidade para perceber o peso do que temos e relativizar sobre a verdadeira utilidade dos nossos objetos. Hoje, o minimalismo com que vivi esses dias transborda para a minha vida e tudo o que possuo é objeto de reflexão. E é cada vez menos. Isso dá-me a oportunidade de não ter de sair todos os dias para um emprego que não gosto para pagar contas daquilo que não preciso. “Adotando uma vida simplificada conquistei a liberdade de fazer apenas aquilo que gosto.” Adotando uma vida simplificada conquistei a liberdade de fazer apenas aquilo que gosto. Caminho. Escrevo. Oriento seres humanos a encontrarem saídas para caminhos de vida mais soalheiros. Através da arte que se cruzou algures nesta minha caminhada que dura há já sete anos: o Chi Kung. E desafiando pés inquietos a juntarem-se aos meus para conhecer trilhos por onde os carros não passam e as excursões não chegam. Vivo os meus dias ao ritmo dos meus passos, saboreando as minhas paixões. Cada viagem que faço, seja nos meus afazeres da cidade, seja pela vereda de algum parque natural, procuro que seja sentida para lá da estatística dos quilómetros, do tempo percorrido, das listas de monumentos a visitar ou da meta final. Cada caminho que percorro é um abraço ao momento e ao lo- OUTDOOR Maio_Junho 2012 111 Descobrir “São reflexões sobre mim, sobre as vidas com que me vou cruzando e os acontecimentos que vão sendo experimentados” cal em que o faço. Dois braços esticados disponíveis para sentir a paisagem, as pessoas, o ar que passa pelo rosto e as emoções que vão brotando ao longo dos trilhos. Por isso, o que escrevo sobre os caminhos que faço não descreve tanto os quilómetros, graus de dificuldade, estado dos trilhos ou história dos monumentos. São reflexões sobre mim, sobre as vidas com que me vou cruzando e os acontecimentos que vão sendo experimentados. No corpo e na alma. Porque não sei viver de outra forma. Seja nas caminhadas, nas aulas, nos relacionamentos humanos. Sair do conforto dos meus blogs e aceitar o de- safio de escrever sobre os meus passos para a Outdoor foi por isso mais uma possibilidade de gastar sola das minhas botas de caminhada. De desvanecer a tinta das letras do teclado do meu computador. De sair. De andar e andar. E escrever. E conhecer. Com a curiosidade infinita de percorrer um país pequeno em tamanho mas tão grande em experiências. Saudáveis e gratuitas! Desafio-vos a acompanharem-me nos trilhos da minha escrita para a próxima edição. Até lá convido-vos a ler as minhas experiências de viagens no meu blog: 30dp.org ø Sílvia Romão Descobrir Desafio ironmena Dê Sangue, Apoie a Vida D as minhas primeiras participações no Triatlo em Portugal, em distâncias “sprint”, como forma de me preparar e ambientar às provas e transições, tendo depois participado num Duplo Olímpico em Espanha, para passar mais naturalmente ao “Um Ironman Ironman no ano seguinte (2010). esde há muitos anos que se interesso pelo Triatlo, mas só há relativamente pouco tempo (3 anos) é que decidi realizar um! O Triatlo é composto por 3 disciplinas: natação, ciclismo e corrida, por esta ordem, e com transições rápidas (segundos/ minutos) entre elas, sendo a prova sem paragens. As distâncias variam, consoante se trate de provas curtas (vulgo “sprints” e olímpicos) ou longas (half-Ironman e Ironman). São as distâncias longas que me atraem! consiste em 3.800 metros de natação, 180kms de ciclismo e 42.195 metros de corrida (maratona) final, sem paragens.” Na verdade, prestes a fazer 40 anos, achei que não haveria melhor forma de os comemorar do que realizando um Ironman! Assim nasceram 114 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Um Ironman consiste em 3.800 metros de natação, 180kms de ciclismo e 42.195 metros de corrida (maratona) final, sem paragens. É um desafio físico, sem dúvida, mas em que o papel da mente e a determinação de cada um, são essenciais. O corpo obedece à mente, e se não obedece, a isso temos de o forçar. É uma luta interior permanente, em que o corpo tenta convencer-nos a todo o momento de que devemos parar, e a nossa mente teima em contrariá-lo! Descobrir Ironmena O natural desejo humano de evoluir, levou-me a cumprir outro Ironman no ano seguinte (2011), e leva-me agora a mais um: o Ironman France, que terá lugar em Nice (sul de França), no dia 24 de junho de 2012. É uma prova difícil, pois o percurso de ciclismo será em montanha (Alpes), mas será também muito bonita. Para além de inúmeros triatletas de renome mundiais, participará na prova o conhecido Lance Armstrong, em representação da Fundação que criou, a Livestrong, um ícone na luta contra o cancro. O meu desafio é poder utilizar a minha paixão por este desporto em prol de uma causa filantrópica, colocando a minha devoção ao serviço dos outros. Assim nasceu a ideia de contactar o Instituto Português do Sangue, e colaborarmos para que a minha participação numa prova que seria meramente individual, passasse a servir um fim: o de captar novos e antigos dadores de sangue, numa altura em que os “Os cerca de 2 memesmos escasseiam ou ses que me separam são menos regulares, e do evento, serão dedicaestando as reservas de sangue atualmente disdos a intensos e exigentes poníveis nos hospitais, treinos, os quais fazem parte em níveis inferiores ao da elevada dose de sacridesejável. fício que caracterizam ama- Os cerca de 2 meses que qualquer atleta me separam do evento, dor (...)“ serão dedicados a intensos e exigentes treinos, os quais fazem parte da elevada dose de sacrifício que caracterizam qualquer atleta amador, com os inerentes problemas de tempo, horários e compromissos que temos de ajustar continuamente. A si só peço que se disponibilize a realizar um ato simples, rápido, altruísta e de amor pelo próximo, e por si mesmo, pois quem sabe um dia não precisará também? DÊ SANGUE, APOIE A VIDA! Vai ver que não custa nada e fá-lo-á sentir-se realizado. O meu agradecimento à Movefree que me apoia com uma bicicleta Specialized; à Cofides-Competição, que apoia com equipamentos de treino e de prova; e ao Portal Aventuras/Revista Outdoor, pela cobertura e divulgação da causa. ø Filomena Gomes www.ronmenanice.blogspot.pt Facebook OUTDOOR Maio_Junho 2012 115 Descobrir Livro Aventura por Nuno Ferreira “Se toda a gente anda a viajar e a escrever sobre todos os cantos do mundo, pensei então, porque não revisitar o interior do meu país a pé e escrever sobre o que vou encontrando pelo caminho?» Em Fevereiro de 2008, o jornalista Nuno Ferreira iniciou a pé, em Sagres, um longo e demorado caminho pelo que é habitualmente designado “Portugal profundo”. Ao longo de mais de dois anos, com percalços e interrupções pelo meio, enquanto passava por vagabundo, contrabandista ou peregrino a Fátima, redescobria um país esquecido, muitas vezes entregue a si próprio, a lutar desesperadamente contra a desertificação. A caminhar do Algarve ao Minho pelo interior dos interiores, pôde ir observando Portugal, atento aos pormenores: uma partida de futebol num campo pelado, um funeral, a partida para a pesca de uma traineira sobrevoada por gaivotas, a azáfama de um restaurante de estrada repleto de camionistas, um idoso lavrando com a ajuda do burro a última das courelas transmontanas. Portugal pela lupa de Nuno Ferreira é assim: mal gerido mas definitivamente muito bonito. Pelo caminho, foi encontrando e conversando com aqueles que teimam em viver longe das grandes cidades e mantêm viva a chama das tradições culturais e do regionalismo: músicos, artesãos, poetas populares, aldeões guardadores da memória de um povo. Foi redescobrindo também as belezas escondidas do país: Vales estreitos entre fragas em São Macário, cascatas perdidas na Serra de São Mamede, lameiros entre as águas bravias e geladas de rios transmontanos como o Maçãs ou o Sabor, searas ondulantes e douradas na planície alentejana, garranos à solta entre a névoa da Serra Amarela. ø Título: Portugal a Pé Edição: Vertimag Texto/fotografia: Nuno Ferreira Revisão: Flávio Gonçalves Projecto gráfico/paginação: Paula Bouças Mapas: Sofia Krupenski Nº de páginas: 500 1ª edição: Novembro de 2011 Tiragem da 1ª edição: 5 mil exemplares ISBN: 978-989-97545-0-8 Depósito legal: 335322/11 116 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Descobrir Livro Aventura Quem é nuno ferreira? Natural de Aveiro, onde nasceu em 1962, Nuno Ferreira licenciou-se em Comunicação Social na Universidade Nova de Lisboa. Foi colaborador permanente do semanário Expresso de 1986 a 1989, ano em que ingressou nos quadros do jornal Público, onde se manteve até Setembro de 2006. Em cerca de 25 anos de carreira, fez todo o tipo de reportagens de cariz social, primeiro na revista do Expresso e mais tarde Portugal a pé Nuno Ferreira em diversas secções do Público (Sociedade, Local e Pública). Entre outros prémios, recebeu em 1996 o Prémio de Jornalismo de Viagem do Clube de Jornalistas do Porto com o trabalho “Route 66 a Estrada da América”, que lhe valeu também uma menção honrosa da Fundação Luso-Americana. Um ano mais tarde, recebeu o Prémio de Jornalismo de Viagem do Clube Português de Imprensa com o trabalho “A Índia de Comboio”. Em 2007, foi autor juntamente com Pedro Faria do livro “Ao Volante do Poder”, publicado pela editora Bertrand. Actualmente colabora com o site “Café Portugal” e a revista “Epicur”. Acompanhe o blog do autor em: Portugalape.blogspot.com OUTDOOR Maio_Junho 2012 117 Descobrir Receitas Outdoor Uma rubrica destinada à partilha de receitas e sugestões de Cozinha Outdoor. Partilha as tuas receitas Outdoor preferidas! Envia-nos um email para [email protected] e poderás ver a tua receita na próxima edição da Revista Outdoor e no Portal Aventuras. Nesta edição da Revista Outdoor, o Ricardo Mendes, um dos nossos grandes aventureiros, dá-nos uma sugestão que ele e a Filomena fizeram na fantástica viagem que realizaram à Patagónia... Não percam! Nós já experimentámos e adorámos... Esparguete à Puttanesca Ingredientes: ■■ 400g de esparguete ■■ 1 posta de atum /Salmão ou Truta ■■ 100g de chouriço ■■ Cogumelos Laminados ■■ Azeitonas pretas ■■ 2 tomates ■■ 1 dl de azeite ■■ 4 dentes de alho ■■ 1pitada orégãos bem finos. Retirar o caroço às azeitonas e cortar em rodelas. Cortar o chouriço em pequenos pedaços e desfazer em lascas o peixe. Levar ao lume um tacho com água e sal, deixar ferver e juntar o esparguete para cozer durante cerca de 9 minuto. Após isto escorrer o excesso de água. Leve ao lume uma frigideira com o azeite, os dentes de alho e o chouriço deixando cozinhar até ficarem dourados. Adicionar o tomate picado, mexer e deixar cozinhar durante cerca de 5 minutos. Acrescentar o peixe, as ■■ Pimenta preta moída q.b. azeitonas, os cogumelos escorridos e misture. Retificar os temperos e acrescentar os orégãos. Por Como Preparar: fim, adicione o esparguete, misture bem e bom apeDescascar os dentes de alho e picá-los tite. ø ■■ Sal q.b. Kids FESTAS DE ANIVERSÁRIO COM AVENTURA! Reunimos neste espaço algumas sugestões de Festas de Aniverásrio recheados de animação, desporto e aventura! Vai ser um dia inesquecível! sherlock holmes “Sherlock Holmes” é um jogo interativo, divertido e dinâmico, que levará o mistério até aos participantes, os mistérios de Sherlock Holmes. Personificando equipas de detetives, discípulos do grande Sherlock Holmes, os participantes irão ativamente procurar a solução de um crime ou até mesmo evitar que um seja cometido, seguindo as pistas disponíveis! Duração: Meio Dia Local: Queluz Promotor: Equinócio espeleologia Situada no Parque Natural da Arrábida junto a Sesimbra, esta gruta apresenta vestígios de ocupação humana desde o neolítico à conquista de Portugal e é através da escavação arqueológica realizada no seu interior, que conseguimos entender melhor os povos que habitaram estas bandas há milhares de anos atrás. Com um desenvolvimento horizontal de cerca de 300 metros é uma gruta perfeitamente acessível a qualquer pessoa que queira ter um 1º contacto com a espeleologia. Duração: ½ dia Nível: Baixo-Médio Local: Parque Natural da Arrábida Promotor: Vertente Natural 120 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Em equipa com a utilização de um GPS outdoor, num circuito maioritariamente florestal, terás que te orientar e ter um grande desafio, que consiste em descer, através de uma corda, um obstáculo vertical: rappel em rocha natural. Duração: 2h30/3h Local: Sintra Promotor: Muitaventura geocaching Atividade de Geocaching onde os pequenos participantes terão que fazer um percurso em busca das várias Caches-Mistério, tendo como único apoio as pistas que lhes serão entregues no inicio.Atividade com bons índices de atividade física, preparação/execução mental, consciência ambiental e que poderá ser adaptada a qualquer tema pretendido. Duração: 2horas Local: Parque de Avioso na Maia Promotor: Nicho Verde Trilho Interpretativo da Floresta Realização de um percurso pedestre, com cerca de 2,5 Km, que permite aos participantes contactar diretamente com o património natural, cultural e paisagístico do PNPG. Este percurso passa junto ao núcleo megalítico. Duração: 2,5h Local: PN Peneda Gerês Promotor: Oficina da Natureza Kids Aniversários A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Desafio de GPS com Rappel Kids A caminho dos Dinossáurios Passeio Pedestre no planalto e santuário do Cabo Espichel, passando pelas pistas de pegadas de Dinossáurios e com identificação de fauna, flora, interpretação histórica e cultural do Santuário e das pegadas. Duração: Meio Dia Local: Cabo Espichel Promotor: Vertente Natural Rappel Natural e Escalada Artificial A escalada, atividade de manobra de cordas, que consiste em trepar na vertical uma parede, com o objetivo de chegar ao topo. O rappel por sua vez, baseia-se em descer uma parede com uma corda. Com monitores qualificados e foto-orientação, serão ensinados os passos base de escalada em parede artificial e rappel em rocha natural. Duração: 3h Local: Sintra Promotor: Muitaventura Trilho Interpretativo do Mezio Realização de um percurso pedestre, com cerca de 3 km, que se desenrola junto à Porta de Mezio e que permite adquirir/aprofundar conhecimentos sobre a floresta realçando a sua importância para o equilíbrio ambiental, assim como a compreensão/interpretação das relações Homem – Meio Natural. Duração: 2,5h Local: PN Peneda Gerês Promotor: Oficina da Natureza buggy tour Desafiamos-te à diversão num dos nossos Buggys todo o terreno. Convida os teus amigos e venham divertir-se... Vai ser inesquecível e um dia repleto de aventura. Duração: de 1h a meio dia Local: Praia do Guincho e Sintra Promotor: Guincho Adventours 122 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Uma aventura na Lagoa de Óbidos, nesta atividade os participantes irão realizar um passeio de iniciação à canoagem pela lagoa. Após esta excelente experiencia os participantes irão realizar uma prova de orientação e ter a oportunidade de deslizar num slide. Duração: Meio Dia Local: Lagoa de Óbidos Promotor: Experience Sport workshop de capoeira Como desporto pode dizer-se que a Capoeira é um dos mais completos que existem, trabalhando o corpo na sua totalidade e permitindo que se obtenham melhorias físicas, a nível de velocidade, agilidade, elasticidade e força. Duração: Meio Dia Local: Monsanto Promotor: Equinócio Confronto laser É um jogo muito parecido com o Paintball mas com disparos ilimitados e um nível de segurança acrescida que permite participantes desde os 6 anos de idade. Duração: 4h Local: Parque Aventura Sniper Promotor: Sniper Surf/bodyboard A festa de aniversário do seu filho vai ser fantástica! Porque não proporcionar-lhe uma experiência nova, e que ele nunca esquecerá? Junte os amigos dos seus filhos e proporcione-lhes uma experiência única na “Meca” do Surf em Portugal – Ribeira D´Ilhas… Surf e Bodyboard são as opções para um dia memorável! Local: Ericeira Promotor: Pocean Surf Academy OUTDOOR Maio_Junho 2012 123 Kids Aniversários A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Uma Aventura à volta da lagoa OUTDOOR Até 25€ Atividades Outdoor rappel noturno Na fase final da Lua Nova, desafie-se participando neste rappel noturno em rocha natural no Parque Natural Sintra Cascais. Preço: 19,90€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: MuitAventura Venha passar um momento único, escalando em rocha natural, junto ao mar de Cascais. Preço: 15€ / pax Dificuldade: Iniciação Um Programa: MuitAventura trilhas do jurássico canoagem SSB Passeio Pedestre desde a Praia das Bicas até ao Santuário do Cabo Espichel. Não perca esta Passeio de canoa ao longo da li- aventura. Preço: 15€ / pax Dificuldade: Médio Alto Um Programa: Vertente Natural nha de costa de Sesimbra. Onde: Costa de Sesimbra. Preço: 25€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Vertente Natural socalcos do douro caminhada fórnea Com início em Valença do Douro este percurso leva-nos pela encosta abaixo em direção ao Douro. Centro de todas as atenções e criador de toda esta paisagem. Preço: 20€ / pax Um Programa: Papa-Léguas Partiremos de uma aldeia típica por um trilho escavado no calcário, convidam à descoberta da História Natural da região. Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Papa-Léguas escalada e rappel por praias e falésias Venha conhecer a Serra de Sintra por ângulos únicos. Esta ativida- Nesta caminhada andaremos ora pelo topo da falésia, ora pelos extensos areais das praias. Não perca! Preço: 20,30€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Equinócio de promete grandes emoções. Onde: Serra de Sintra Preço: Desde 25€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Equinócio paintball linha torres vedras E que tal um jogo entre os seus amigos de paintball? Quem disse que a história é aborrecida? Um dia passado em boa companhia e com muitas histó- Onde: Parque Aventura Sniper; Preço: 17,50€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Sniper rias divertidas. Atrevam-se!” Preço: 9,90€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Sniper cultural bike tour trekking sintra cascais Venha conhecer a zona do Oeste duma forma diferente. Através de um bike tour levamo-lo a conhecer esta zona lindíssima! Preço: Desde 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Experience Sport 124 Escalada guia, cascais Maio_Junho 2012 OUTDOOR Conheça o Parque Natural Sintra Cascais num trekking fabuloso. Preço: Sintra/Cascais Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Guincho Adventours Um passeio em plena Lagoa de Óbidos onde desfrutará de paisagens magníficas. Preço: Lagoa de Óbidos Preço: Desde 25€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Experience Sport percurso ajuda grande O percurso pretende associar ao local de interesse histórico, ou seja, o forte da Ajuda Grande Preço: 12,50€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Sniper kayak aventura Batismo surf Em kayak com início em Vilar de Mouros e chegada junto a plataforma de embarque do rio Coura. E que tal um batismo de surf na praia da Ericeira? Venha apren- Onde: Rio Coura Preço: 20€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Minha Aventura der esta modalidade. Preço: 25€ / pax Dificuldade: Iniciação Um Programa: Pocean Surf Academy bridge jumping Bungee jumping Saltar de uma ponte com cerca de 50 metros de altura, apenas com Pouco ou nada eleva a adrenalina como um salto de bungee jumping. Realizado por marcação. uma corda especial e um arnês. Onde: Minho Preço: 25€ / pax Um Programa: Rafting Atlântico Local: Minho. Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Rafting Atlântico bike tour passeio aldeias xisto Venha desfrutar de um passeio de btt pelas mais bonitas paisagens de Sintra. Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro são aldeias cravadas na serra da Lousã. Onde: Guincho Preço: 20€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Guincho Adventours Onde: Lousã Preço: Sob consulta Dificuldade: Fácil/Média Um Programa: Javsport caminho do abade btt lagoa são joão Caminhada em Ribeira de Pena, com a presença de um guia interprete. Passeio de BTT numa das cotas mais elevadas da Serra de Montemuro, São Cristóvão. Onde: Ribeira de Pena Preço: 20€ / pax Dificuldade: Fácil/Média Um Programa: Nicho Verde Onde: Serra Montemuro Preço: 12,50€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Nicho Verde Canoagem no Rio Alva invasões francesas Venha conhecer esta modalidade no Rio Alva e emocione-se com esta descida! A zona das Linhas de Torres, marcadamente rural, mantém vivas as memórias de há duzentos anos. Preço: 10€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Geosphera Realizado por marcação. Preço: 21,50€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Transserrano OUTDOOR Maio_Junho 2012 125 Atividades Outdoor A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. canoagem óbidos OUTDOOR Até 25€ Atividades Outdoor rota aldeias xisto soft rafting Percurso com cerca de 10 Km, circular, com alguns declives acentuados e de médio grau de dificuldade Onde: Lousã Preço: 10€ / pax Um Programa: Transerrano O percurso que vai realizar possui uma bela paisagem num vale protegido do vento, descendo por umas águas tranquilas e limpidas. Preço: 20€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Rafting Atlântico carros elétricos canoagem no zêzere Venha conhecer a cidade de Évora de uma forma diferente. Aventure-se nos carros eléctricos. A beleza natural, a água translúcida ou a proximidade de Lisboa são fatores que o levarão a descer este Rio. Preço: Sob consulta. Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Aventur Realizado por marcação. Preço: Sob consulta. Dificuldade: Fácil Um Programa: Rota do Fresco OUTDOOR até 75€ batismo surf praia sta rita Venha desfrutar de uma zona cheia de potencial. A lagoa de Óbidos irá proporcionar-lhe uma inesquecível experiência. Preço: Desde 30,70€ / pax Um Programa: Experience Sport canyoning ribeira de quelhas Desfrute de voos de Parapente nas bonitas praias de Sintra. Preço: Arribas das praias Grande, Aguda ou S. Julião. Preço: Sob consulta Dificuldade: Fácil/médio Um Programa: Muitaventura golfinhos do sado pé da Ribeira das Quelhas. Viagem de barco à descoberta dos golfinhos do Sado, partilhando as belezas do estuário e da costa da Onde: Ribeira de Quelhas, Lousã Preço: 40€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Transerrano Arrábida. Venha e divirta-se! Preço:Sob Consulta. Dificuldade: Fácil/médio Um Programa: Muitaventura btt Idanha a monsanto passeio noturno Atividade que envolve a descida a Muitos single tracks e trilhos por calçadas históricas esperão por si para dias intensos de BTT. Preço: 51€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Caminhos da Natureza 126 batismo de parapente Maio_Junho 2012 OUTDOOR Passeio a pé e concerto Taças tibetanas nas grutas artificiais da Quinta do Anjo. que nos levam a descobrir os encantos da Arrábida. Preço: 30€ / pax Um Programa: Papa-Léguas Situado em Ribeira de Pena (Cerva), o Rio Poio é o rio mais extenso e técnico de Portugal continental. Preço: Rio Poio Preço: A partir de 40€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Nicho Verde paintball + Aventura 3 Tenha um fim de semana em cheio! Venha connosco fazer canyoning rio bestança Considerado um dos rios mais limpos da Europa, o Rio Bestança apresenta-se com uma envolvente única. Preço: A partir de 40€ / pax Um Programa: Nicho Verde Passeio a cavalo por terras do Vez Uma aitividade que mostra uma multi-atividades! vila carregada de história: O Vez. Onde: Parque Aventura Sniper Preço: Desde 34€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Sniper Onde: Arcos de Valedevez Preço: 75€ / pax Um Programa: Oficina da Natureza kayak tour aventura 6 O percurso disponível em Cascais, o kayak tour leva-te a conhecer a baía de Cascais de uma perspetiva Um dia com muita curtição, adrenalina e boa disposição. Atrevam-se!”. totalmente diferente. Preço: 35€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Guincho Adventours Onde: Parque Aventura Sniper Preço: A partir de 48€ / pax Dificuldade: Baixa Um Programa: Sniper rafting no minho workshop de licores Este é um rio para um contacto inicial para a modalidade de Rafting. Venha aprender como se confecionam os licores e as compotas de forma tradicional. Onde: Rio Minho Preço: Desde 37,5€ / pax Dificuldade: Fácil/Médio Um Programa: Rafting Atlântico Local: Ponte de Lima Preço: 48€ / pax Dificuldade: Fácil Um Programa: Oficina da Natureza guincho à praia grande arrábida terra mar Venha descobrir a costa do Guincho a Praia Grande, com passagem pela ponta mais Ocidental da Europa – O cabo da Roca Preço: 49€ / pax Um Programa: Caminhos da Natureza coasteering tamboril O Coasteering é uma atividade onde se percorre a linha de costa, através de vários desportos. Onde: Sesimbra Preço: 35€ / pax Um Programa: Vertente Natural Circuito de Multiatividade com rappel, escalada, caminhada e canoagem numa das mais belas zonas da Arrábida. Preço: 35€ / pax Dificuldade: Médio/Alto Um Programa: Vertente Natural buggy ou moto4 Desafiamos-te à diversão num dos nossos automáticos Moto 4 ou Buggy todo o terreno. Onde: Sintra Preço: 75€ /para duas pessoas. Dificuldade: Fácil Um Programa: Guincho Adventours OUTDOOR Maio_Junho 2012 127 Atividades Outdoor A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. canyoning rio poio canyoning rio arado tour aéreo Venha sentir a adrenalina do Rio Paiva e desfrutar de um momento de aventura Onde: Terras de Bouro Preço: Sob consulta Dificuldade: Médio Um Programa: Equinócio Saboreie a maravilhosa perspectiva de uma ave, através de uma inovadora forma de turismo, realizada em passeios aéreos, sobre o concelho de Sintra e Cascais. Preço: Sob consulta Um Programa: Guincho Adventours Vila do Bispo a Sagres trekking com burros tureza canyoning formação bodyboard Já experimentaste? Não percas um dos melhores anos de sempre: rios fantásticos, temperatura fan- 5 manhãs de aprendizagem que o leverão a aprender a modalidade. Não perca esta atividade. tástica, água fabulosa... Preço: Sob consulta Dificuldade: Médio Um Programa: Rafting Atlântico Onde: Praia de Carcavelos Preço: 196,80€ /pax. Dificuldade: Iniciação. Um Programa: Equinócio Rota dos antepassados em Buggy picos da europa Conheça Cascais e Sintra em buggy Preço: 105€ (inclui entrada e vista ao Convento dos Capuchos) Um Programa: Guincho Adventours curso essencial de bushcraft Esta atividade leva-nos numa travessia de montanha única, onde paisagens deslumbrantes e grandes. Preço: 520€ / pax Dificuldade: Médio/Alto Um Programa: Vertente Natural história armações Bushcraft é a arte de prosperar no mato, ou uma extensão a longo prazo das técnicas de Circuito de canoagem de aventura no Parque Marinho Professor Luís Saldanha (costa Sesimbra/Espichel), com pernoita em sobrevivência. Preço: 116,85€ / pax Um Programa: Equinócio acampamento. Preço: Desde 78€ / pax Um Programa: Vertente Natural sob e sobre o montado alentejano a fóia marafada A aldeia do Lousal funcionou como uma aldeia mineira até aos anos 80 do século XX. Dificuldade: Médio/Alto. Preço: Sob consulta. Um Programa: Geosphera 128 Venha burricar na Costa Vicentina... vamos descobrir belas paisagens campestres e falésias fantásticas! Preço: 120€ p/pax Um Programa: Caminhos da Na- Final da grande travessia da Costa Alentejana e Vicentina, com chegada ao Cabo de São Vicente. Preço: Desde 180€ / pax Um Programa: Caminhos da Natureza Maio_Junho 2012 OUTDOOR Não fique aí, venha à descoberta do Algarve verdadeiro! Atividade não recomendada a principiantes. Locais: Sagres a Monchique. Preço: A partir de 40€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Geosphera OUTDOOR mais de 75€ OUTDOOR mais de 75€ Atividades Outdoor campo sniper Venha aprender a modalidade na praia da reserva de surf portuguesa Onde: Praia de Ribeira d´Ilhas Preço: 100€ /pack de 10 aulas Um Programa: Pocean Surf Academy Campo de férias repleto de aventura para os mais pequenos, Atrevam-se Locais: Campo Sniper Preço: 285€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Sniper léguas piodão léguas peneda Serra do Açor, Fraga da Pena, Aldeia do Piodão. Mata da Margaraça.Estes são alguns dos condimentos para um fim de semana de aventura e lazer. Preço: 180€ / pax Um Programa: Papa-Léguas Eis uma oportunidade para conhecer uma das mais belas regiões de Portugal, o Parque Nacional da Peneda- Gerês. Preço: 195€ / pax Dificuldade: Médio Um Programa: Papa-Léguas bodyboard aventura caynoning âncora Colónia de férias externa recheada de atividades como bodyboard, missão impossível, jogos sem fronteiras, entre outros. Colónia de férias externa recheada de atividades como bodyboard, missão impossível, jogos sem fronteiras, entre outros. Onde: Arredores de Lisboa Preço: 297,00€ /semana. Um Programa: Equinócio Onde: Rio Âncora Preço: Sob consulta. Um Programa: Nicho Verde campo património viagens finalistas No Campo de Férias Património pretendemos levar as crianças a descobrir outra forma de estar Programas pedagógicos e divertidos, pensados especialmente para as crianças que terminam mais um ciclo na sua vida escolar. Onde: Alvito, Alentejo Preço: 290,00€ /semana. Um Programa: Rota do Fresco Onde: Arredores de Lisboa Preço: Desde 135,00€ Um Programa: Rota do Fresco OUTDOOR Maio_Junho 2012 129 Atividades Outdoor A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. aulas surf Desporto Adaptado Descobrir Ecoparque Sensorial pia da do Urso São Mamede, Batalha L ocalizado a cerca de 10 quilómetros de Fátima, na saída da Autoestrada (A1), o Ecoparque Sensorial da Pia do Urso, assume-se como a primeira infraestrutura nacional outdoor concebida a pensar na população cega e amblíope. Vale a pena conhecer esta aldeia, cuja designação toponímica remonta ao Século XVIII então designada por Piadussa – num local que nos presenteia, num primeiro e imediato contacto, com a Natureza em todo o seu esplendor. A Aldeia da Pia do Urso, localizada em pleno Ma130 Maio_Junho 2012 OUTDOOR ciço Calcário Estremenho, oferece-nos uma sensação única de descoberta da abundante fauna e flora serranas, que no caso em apreço, se assumem como excelentes cartões de visita para os visitantes. Carvalhos centenários e oliveiras opulentas ladeiam todo o percurso sensorial que merece ser efetuado e que recomendamos vivamente para quem se faça acompanhar por crianças. Destacamos também uma observação atenta ao magnífico e paciente trabalho de restauro das habitações típicas que agora dão vida a esta Desporto Adpatado Ecoparque Sensorial aldeia serrana, pertencente ao Concelho da Batalha. A pedra e a madeira são, por assim dizer, os elementos estéticos principais das casas recuperadas em larga medida pelos proprietários e que agora, com natural brio, as ostentam aos turistas e visitantes. Voltando à vocação acessível deste espaço, facto que levou a que o Turismo de Portugal o premiasse em 2007 com uma Menção Honrosa no concurso “Prémio Turismo - Valorização do Espaço Público”, destacamos a componente do Ecoparque sensorial. Na prática, este conceito pretende levar até aos cidadãos portadores de deficiência visual a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia utilizando, para tal, os restantes sentidos, particularmente o tacto e o olfacto. Para a concretização de tal objetivo, foi construído um percurso composto por diversas estações sensoriais que, adaptadas aos cegos, abordam e explicitam temáticas como a água, a astronomia, a música e os jogos, Mais recentemente, fruto de um apoio financeiro atribuído OUTDOOR Maio_Junho 2012 131 Desporto Adaptado pela Fundação Gulbenkian, o Município da Ba- no local, do mel e do Vinho “Real Batalha”. São talha, detentor do espaço, passou a disponiprodutos de grande qualidade e que por sinal, bilizar gratuitamente aos visitantes foram já distinguidos internacionalaudioguias que associam a cada mente. uma das diferentes estações conteúdos literários de prosa É também possível alugar O traçado levae poesia. Uma junção feliz algumas das casas típicas -nos a conhecer uma e que contribui para a dique se encontram logo à boa parte desta zona vulgação da literatura e entrada da Aldeia. Para serrana, com diversos midas preocupações com a quem permaneça mais acessibilidade. do que um dia neste radouros turísticos, moinhos local, torna-se obriga(alguns deles em perfeito esDe volta à aldeia, adiantório realizar a rota petado de conservação) e ditamos que os visitantes destre “Rota dos Moipodem efetuar refeições nhos”. O traçado leva-nos versos algares (poços nano restaurante típico que a conhecer uma boa parte turais provocados pela ali se fixou, não sendo fácil desta zona serrana, com dierosão da água). encontrar mesa disponível versos miradouros turísticos, ao fim de semana sem marmoinhos (alguns deles em percação prévia, ou optar por um feito estado de conservação) e dipiquenique num dos dois parques de versos algares (poços naturais provomerendas criados para o efeito. Aconselhamos cados pela erosão da água). ø vivamente, para matar saudades deste paraíso, Rui Cunha a compra do Azeite “Pia do Urso” que se vende Município da Batalha 132 Maio_Junho 2012 OUTDOOR Espaço APECATE Este espaço é seu Envie-nos as suas dúvidas e questões sobre temáticas de Animação Turística, Congressos e Eventos e a APECATE responderá. [email protected] Conquistar o Mercado Externo Para as Empresas de Animação Turística (EAT), seja qual for a sua dimensão, conquistar o mercado externo deixou de poder ser um objectivo longínquo. Tem que ser entendido como uma prioridade e, em muitos casos, como uma condição de sobrevivência. A s Empresas de Animação Turística integram na sua oferta uma substancial diversidade de produtos, que podemos categorizar em três tipologias: actividades de turismo de natureza e aventura, actividades de turismo cultural e exploração de parques temáticos. Todos têm potencialidades no quadro da Internacionalização, ou seja, todos são passíveis de comercialização no mercado externo. Fazemos parte dos expor134 Maio_Junho 2012 OUTDOOR tadores e os nossos produtos têm grandes vantagens para o país: geram efeitos multiplicadores significativos, contribuem decisivamente para a sustentabilidade das regiões onde se desenvolvem e não são deslocalizáveis. Interessa, pois, afinar estratégias para o sector para que ele possa, consciente do seu valor, assumir o papel que lhe compete nesta fase do seu desenvolvimento e, também, da crise do país. À atenção de todos os que estão a pensar nestas questões pela primeira vez e/ou se sentem menos informados, gostava de aqui deixar duas ou três ideias simples sobre algumas das condições requeridas para que o investimento na internacionalização valha a pena. A primeira condição para a conquista do mercado externo é a estruturação do produto de acordo com parâmetros de excelência que devem exprimir-se quer ao nível da natureza da oferta quer ao nível da prestação do serviço. tínhamos considerado importante mas, pelo contrário, para avançarmos com uma estratégia de sucesso. Definir os mercados-alvo Criadas as condições-base, surge a segunda No que respeita à natureza da oferta, é impor- pergunta: vamos vender a quem? tante ter em conta o que se passa nos destinos concorrentes de Portugal e construir o nosso Os mercados prioritários para cada região do produto valorizando tudo o que ele tem de úni- país são definidos pelo Turismo de Portugal co e singular. Não temos a paisagem mais fan- que também definiu, no PENT, actualmente tástica do mundo, nem o património construído em revisão, os respectivos produtos estratégimais rico, nem a gastronomia e os vinhos mais cos. Fazer escolhas diferentes significará semapreciados do planeta. Mas, se calhar, somos pre menor possibilidade de apoio institucional. um país onde, de forma genuína, estes valores Mas, em particular em produtos de nicho, pode se articulam a uma escala ainda muito humana, valer a pena. que é especial e nos distingue. Transformar estas potencialidades em produto é um desafio Como conseguir os dados necessários à sem receita para todas as empresas. O definição da estratégia de cada emque oferecemos tem que estar tão presa? Será obrigatório recorrer bem construído e ser comuniaos serviços de empresas es“No que respeita cado de forma tão eficaz que pecializadas em análises de à natureza da oferos nossos potenciais clienmercado? tes têm que perceber que a ta, é importante ter em experiência que estamos a Cada um saberá das suas conta o que se passa nos oferecer só pode ser vivida necessidades e, sobretudestinos concorrentes de do, das suas finanças. Mas connosco e em Portugal. Numa palavra, temos que tudo indica que grande Portugal e construir o nossaber diferenciar o nosso parte das empresas não so produto valorizando produto. utiliza ainda o que o Estado, tudo o que ele tem de com os impostos que nos coMas não basta ter um produto único e singular.” bra, põe à nossa disposição. É aliciante e conquistar clientes. o caso das Equipas de Turismo Sem uma prestação de serviço de no estrangeiro que “são responelevada qualidade, os que vêm uma sáveis por actividades promocionais vez não só não voltam como promovem um bo- institucionais e por apoiar empresas portugueca-a-boca negativo que, em muitos casos, pode- sas com objectivos de internacionalização nos rá matar à nascença os seus responsáveis direc- mercados turísticos da Alemanha, (que tamtos, o produto e o destino. bém coordena as acções na Suíça, Áustria e República Checa), do Brasil, da Escandinávia, Por isso, todos temos que nos interrogar sobre a de Espanha, dos Estados Unidos (que coordena formação dos nossos recursos humanos. Cum- o mercado no Canadá), de França, da Holanda prem os requisitos? Dominam os idiomas dos (que também abrange a Bélgica e o Luxemburmercados que nos propomos conquistar? Estão go), da Irlanda, de Itália, da Polónia, da Rússia familiarizados com as diferenças que existem e do Reino Unido”.(Fonte: Turismo de Portugal) entre clientes oriundos de países diferentes? Precisam de formação suplementar? O mesmo São estas Equipas que poderão dar-nos as prise diga sobre os nossos fornecedores que, ou meiras informações de que necessitamos para estão sintonizados com a essência do nosso pro- começarmos a cruzar as características do jecto e vestem a sua camisola ou podem trans- nosso produto com as tendências da procura formar-se, objectivamente, em agentes da sua dos mercados que já operam, ou se preparam destruição. para operar, em Portugal. Basta contactá-las e perguntar, tendo como linha orientadora que, Em síntese, temos que perguntar com humilda- para que a resposta seja eficaz, a pergunta tem de a nós próprios: estamos preparados? o que que ser bem feita. Quem pergunta generalidanos falta? Não para ficarmos paralisados pela des recebe generalidades. Mas quem tem um OUTDOOR Maio_Junho 2012 135 Espaço APECATE Mercado Externo Qualificar e diferenciar o produto consciência de que há algo a fazer que não Espaço APECATE objectivo preciso obterá, seguramente, uma resposta precisa. Link: Turismo de Portugal “Tendo o produto estruturado e os mercados prioritários definidos, temos agora que decidir sobre o processo de venda.” Desenvolver parcerias na promoção e venda Tendo o produto estruturado e os mercados prioritários definidos, temos agora que decidir sobre o processo de venda. Embora o modus operandi possa ser complexo, a resposta é simples: ou podemos vender directamente, a individuais, a agências, a operadores, a quem quisermos; ou temos que recorrer a terceiros que aceitem intermediar os programas que lhes propomos, ou que integrem os nossos produtos nos seus programas. Como bem sabem as EAT, a venda de produtos em regime de tudo incluído exige a intermediação de uma Agência de Viagens e Turismo (AVT). Até 2011, os custos inerentes ao upgrade das EAT, já previsto na legislação das AVT então em vigor, eram demasiado elevados para o seu 136 Maio_Junho 2012 OUTDOOR volume de negócios. Felizmente, a aplicação às AVT da mesma Directiva Europeia para os Serviços, que esteve na base do DL 108/2009 das EAT, veio diminuir os custos de constituição das agências e, assim, abrir portas à inscrição das EAT no RNAVT. O que várias já fizeram. A revisão em curso do DL 61/2011 de 6 de Maio ampliará ainda mais esta possibilidade. De qualquer forma, não é forçoso que todas as EAT tenham a dinâmica necessária à conquista do mercado externo por esta via. Neste particular, a palavra de ordem é estabelecer parcerias que tenham em conta e salvaguardem os projectos das entidades parceiras. Cada vez mais a união faz a força e é altura de as empresas perceberem as vantagens de se associarem para conseguirem, com custos menores, benefícios maiores. Finalmente, o financiamento Temos capitais próprios para investir no nosso projecto ou precisamos de financiamento? Na 2ª Mas existem outros tipos de candidaturas. Ao nível das Agências Regionais de Promoção Turística (ARTP), as entidades com quem o TP estabelece protocolos para a distribuição de fundos para a promoção, podem ser especialmente apetecíveis os chamados Planos de Comercialização e Venda. to comercial ou de promoção conjunta e novos canais de comercialização. Por exemplo, uma empresa (ou grupo de empresas) que pretenda construir um website dirigido à promoção no mercado externo pode ser subsidiado a fundo perdido em valores que rondam os 50%. Link: Turismo de Portugal Diga-se, em jeito de conclusão, que podemos começar sozinhos e é sempre uma experiência positiva: pesquisar na Net, descobrir operadores, ter um bom website em língua estrangeira e disparar. O universo da promoção e marketing também tem a sua quota-parte de aleatório e às vezes a roleta joga a favor de quem arrisca na busca solitária perseverante do parceiro certo. Mas, hoje, o futuro está mesmo nas boas parcerias que nos fazem ganhar escala: ao nível do produto e ao nível da promoção e comercialização. É desta experiência de busca de sinergias que a Com este instrumento de promoção, os APECATE é exemplo: na sua própria consprivados e as ARPTs podem definir tituição e na forma como se tem prouma estratégia de promoção mais posto apoiar as empresas associadas “Hoje, o adequada às necessidades de cada no caminho da internacionalizafuturo está região e do tecido empresarial, ção. ø através da presença em feiras nas boas parAna Barbosa - Presidente da Direcção internacionais, acções de contacAPECATE Este artigo encontra-se escrito sob o antigo acordo ortográfico cerias que nos fazem ganhar escala” OUTDOOR Maio_Junho 2012 137 Espaço APECATE Mercado Externo hipótese, há que estar muito atento. Diariamente. Têm-se multiplicado as sessões de informação e esclarecimento sobre os fundos do QREN de apoio à internacionalização das empresas. No website do Turismo de Portugal (www.turismodeportugal.pt) está constantemente a ser actualizado o calendário dos concursos, acompanhado de explicações sobre os destinatários e os projectos elegíveis. Os interessados devem habituar-se a esta consulta e aproveitar para navegar um pouco por um portal que tem mais interesse para o Turismo do que à primeira vista poderá pensar-se. A fechar I Alentejo Orienteering Trophy Conhecida como a “Terra dos Tapetes” e pelas suas condições naturais de excelência, Arraiolos será o centro do I Alentejo Orienteering Trophy (ALOT) 2012 nos dias 23 e 24 de Junho de 2012. Mais Informações: I Alentejo Orienteering Trophy AXtrail®series 2012 2 de Junho 2012: #02 SERIE - Alvaiázere Na transição entre o xisto e o calcário, o AXtrail regressa a Alvaiázere, no extremo Oeste do território das Aldeias do Xisto. O percurso possui cerca de 28 km e um desnível acumulado de 1100m. Mais Informações: Axtrail LISBOA ANTIGA DE BICICLETA A FPCUB organiza novamente e pela 20ª vez um passeio turístico pela cidade de Lisboa em bicicleta.Para participar basta apenas uma bicicleta (BTT, citybike, dobrável ou convencional) e vontade de conhecer Lisboa de uma forma saudável e ecológica. Mais Informações: Lisboa Antiga de Bicicleta Tejo ciclável O dia 24 de junho vai ficar na memória de quem entrar nesta grande aventura... Vem fazer a travessia da Ponte Vasco da Gama com a tua bicicleta! Mais Informações: Tejo Ciclável Aplicação iFlipViewer Bem-vindo ao FlipViewer Xpress (i-Edition), uma experiência de leitura agradável Flipbook para o IPAD. Esta é a aplicação aconselhada para poderes ler a tua Revista Outdoor no teu IPAD. Descarrega gratuitamente aqui: Iflipviewer 138 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR meia maratona sport zone A Meia Maratona Sport Zone é dia 16/09/12 e já te podes inscrever online na Meia Maratona Sport Zone ou na Mini Maratona Santander Totta. O primeiro período de inscrição é até 30 de Junho. Mais Informações: Meia Maratona Sport Zone mus 2012 O MUS PORTUGAL é a mais divertida corrida de aventura, um desafio de equipa aberto a todos os que gostam de estar em movimento e ao ar livre, com mais de 14 anos idade. Depois da enorme adesão registada nas duas edições anteriores, a Merrell volta assim a trazer a Portugal a maior e mais divertida corrida de aventura mas com algumas novidades ! Évora, Porto, Coimbra, Lisboa, Guimarães, Leiria e Braga são as cidades que vão acolher o MUS PORTUGAL 2012. Esta iniciativa tem por base a corrida, mas outras modalidades podem surpreender as equipas ao longo das diferentes provas, como por exemplo desafios de bicicleta, trotineta, carrinho de compras, patins, skate, orientação entre outros elementos surpresa. Mais Informações: Mus Portugal 2012 OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 139 Onde eficiência e cOntrOlO se juntam. OCCAM Advanced Dynamics é a tecnologia com que criámos a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma máquina que te fará subir mais ágil do que nunca e te dará o máximo controlo para fazeres faísca em qualquer descida. Nova Orbea Occam, onde eficiência e controlo se juntam. ADY GSB THT CHT www.orbea.com
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