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Tese de Doutorado DISFUNÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA NA INSUFICIÊNCIA OVARIANA PRIMÁRIA Silvia Goldmeier INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CARDIOLOGIA DISFUNÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA NA INSUFICIÊNCIA OVARIANA PRIMARIA Autor: Silvia Goldmeier Orientadora Dra. Maria Claudia Costa Irigoyen Co orientador Rodrigo Della Méa Plentz Co orientador Karina Rabello Casali TESE submetida como requisito para obtenção do grau de Doutor ao programa de Pós-Graduação em Ciências da saúde, Área de Concentração: Cardiologia. Da Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto Cardiologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010 de S587d Goldmeier, Silvia. Disfunção autonômica cardíaca na insuficiência ovariana primária / Silvia Goldmeier; orientação [por] Maria Claudia Costa Irigoyen; co-orientação [por] Rodrigo Della Méa Plentz; Karina Rabello Casali – Porto Alegre, 2010. 130 f ; tab. Tese (Doutorado) - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2010. 1.Insuficiência ovariana primária.2.Mulheres.3.Sistema nervoso autônomo.4.Estresse oxidativo.5.Hormônios. 6.Endotélio.I.Maria Claudia Costa Irigoyen.II.Rodrigo Della Mea Plentz.III.Karina Rabello Casali. IV.Título. CDU: 616.12-008.6:618-11 Bibliotecária Responsável: Marlene Tavares Sodré da Silva CRB 10/1850 “Ao meu esposo, por ser meu admirador, e ainda acreditar que vale a pena a convivência, aos meus filhos aos quais contribui com a formação e seguiram neste caminho”, Dedico meu trabalho AGRADECIMENTOS: Aos meus pais por me mostrarem o caminho ao qual não tiveram a oportunidade de trilhar. À Profª Dra Maria Claudia Costa Irigoyen, por acreditar que o conhecimento é um bem sagrado, que deve ser apropriado, independente da formação e socializado. Ao PPG Ciências da Saúde pelo incentivo como aluna. As minhas colegas Liliana Cavalheiro Boll e Giancarla Sabio de Souza que não mediram esforços pessois para me auxiliar e desenvolver novas técnicas. Aos alunos Graciele Sbruzzi e Thiago Dipp no despreendimento e presteza às técnicas desenvolvidas no laboratório. As funcionárias da biblioteca pela busca constante das referencias, ao Mauricio Mesquita Reche incansável nas orientações da editoração e a Isabel Cristina Lameirinhas pela disponibilidade e altruísmo. LISTA DE ABREVIATURAS AHA-Associação Americana do Coração AVE-Acidente Vascular Encefálico Cat-Catalase CC-Circunferencia da Cintura CO-Concepcional COQH2 – Coenzima Q-citocromo c redutase Cr- Creatinina CT-Colesterol Total DAC-Doença Arterial Coronariana DAP-Doença Arterial Periférica DCV-Doença Cardiovascular DEAS- Dehidroepiandrosterona DM- Diabete Melito DNA-Ácido Desoxirribonucléico EC SOD-SOD Extracelular E2 - Estradiol EDRF- Fator de Relaxamento Derivado do Endotélio EIOP- Insuficiência Ovariana Primária Esperimental EROs-Espécies Reativa do Oxigênio Erα-Estradiol α ERβ-Estradiol β FC-Frequência Cardíaca FMD-Dilatação Mediada pelo Fluxo FOP-Falência Ovariana Prematura FSH-Hormônio Folículo Estimulante GCL- Glutamato de Cisteína Ligase GPx- Glutadiona Peroxidase GR - Glutadiona Redutase GSH- Glutadiona Reduzida GSSG- Glutadiona Oxidada GST- Glutadiona S Transferase GTN-Nitrato de Glicerina H+ - Radical Hidroxila HL-Colesterol de Alta Densidade HO2- Hidroperoxila H2O2- Peróxido Hidrogenio HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica HDL-Colesterol de Alta Densidade HERS- Estudo do Coração e Reposição de Estrógeno e Progesterona HF- Alta Frequência IAM- Infarto Agudo do Miocárdio IMC- Índice de Massa Corporal INTERHEART- Estudo Internacional do Coração IOP- Insuficiência Ovariana Primária K-Potássio LDL-Colesterol de Baixa Densidade LF-Baixa Frequência LH-Hormonio Luteinizante NA- Sódio NADPH- Nicotinamida Adenina Dinucleótido Fosfato OH - Radical Hidroxila O2- Anion Superóxido ON- Óxido Nítrico PA-Pressão Arterial PAD-Pressão Arterial Diastólica PAM-Pressão Arterial Média PAF-Fator Ativador Plaquetário PGI2- Prostaciclinas PH- Potencial Hidrogeniônico REDOX- Sinalizador Intracelular RLs-Radicais Livres RR-Intervalo entre batimentos cardíacos S-Ratas Sham SBR-Sensibilidade Baroreflexa SNC-Sistema Nervoso Central SOD-Superóxido Dismutase SNP-Sistema Nervoso Parassimpático SNS-Sistema Nervoso Simpático TE-Terapia com Estrógeno TH- Terapia Hormonal TG-Triglicerídeos TRE- Terapia de Reposição Estrógeno TXA-2- Tromboxane A U-Uréia VFC- Variabilidade da Freqüência Cardíaca VPA- Variabilidade da Pressão Arterial WHI- Iniciativo da Saúde da Mulher SUMÁRIO 1.REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 1.1 DOENÇA CARDIOVASCULAR........................................................................... 1.2 O ESTRÓGENO E A DOENÇA CARDIOVASCULAR NAS MULHERES........... 1.2.1 O Estrógeno e o Endotélio...................................................................... 1.2.2 O Estrógeno Como Fator Cardioprotetor.............................................. 1.3 TERAPIA HORMONAL E A DOENÇA CARDIOVASCULAR ............................. 1.4 ESTRESSE OXIDATIVO..................................................................................... 1.4.1 As Espécies Reativas de Oxigênio......................................................... 1.4.2 Anti-Oxidantes Enzimáticos.................................................................... 1.4.3 Antioxidantes Não Enzimáticos.............................................................. 1.5 DISFUNÇÃO AUTONÔMICA, DOENÇAS CARDIOVASCULARES E ESTRESSE OXIDATIVO .................................................................................... 1.6 A INSUFICIÊNCIA OVARIANA PRIMÁRIA......................................................... 1.6.1. Disfunção Endotelial Nas Mulheres Com IOP....................................... 1.7 LIÇÕES DOS MODELOS EXPERIMENTAIS...................................................... 2. JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 3. OBJETIVOS............................................................................................................. 3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 5. ARTIGO.................................................................................................................... 5.1 RESUMO ............................................................................................................ 5.2 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 5.3 MÉTODO............................................................................................................. 5.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA..................................................................................... 5.5 RESULTADOS.................................................................................................... 5.6 DISCUSSÃO....................................................................................................... 5.7 REFERÊNCIAS................................................................................................... 5.8 LIMITAÇÕES DO ESTUDO................................................................................. 5.9 PERSPECTIVAS................................................................................................. 5.10 FONTES FINANCIADORAS.............................................................................. 5.11REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 5.12 LEGENDAS DAS FIGURAS.............................................................................. 5.13 TABELAS .......................................................................................................... 5.14 FIGURAS................................................................................................... ........ 6. ARTIGO EM INGLÊS …………………………………………………………………… 6.1 ABSTRACT …………………………………………………………………………… 6.2 INTRODUCTION……………………………………………………………………… 6.3 METHODS…………………………………………………………………………….. 6.4 STATISTICAL ANALYSIS…………………………………………………………… 6.5 RESULTS……………………………………………………………………………… 6.6 DISCUSSION………………………………………………………………………….. 6.7 LIMITATION OF THE STUDY……………………………………………………….. 6.8 PERSPECTIVES……………………………………………………………………… 1 1 3 6 8 10 12 14 17 21 23 27 30 33 36 37 37 37 38 53 55 57 59 66 66 68 73 73 73 75 76 79 80 86 88 90 92 94 100 100 102 107 107 6.9 SOURCES OF FUNDING.................................................................................... 6.10 REFERENCES………………………………………………………………………. 6.11 FIGURES CAPTIONS....................................................................................... 6.12 TABLES............................................................................................................. 6.13 FIGURES........................................................................................................... 108 109 112 113 119 REFERENCIAL TEÓRICO 1 1- DOENÇA CARDIOVASCULAR A doença cardiovascular (DCV), é responsável por um terço dos óbitos do mundo e lidera a taxa global de doenças 1. Nas mulheres, incluindo a doença arterial coronariana (DAC) o acidente vascular encefálico (AVE) e a doença arterial periférica (DAP) ela lidera entre as causas de óbito 2,3,4 , . Os últimos dados disponíveis da Organização Mundial de Saúde indicam que 16,6 milhões de pessoas em todo o mundo morrem de doenças cardiovasculares. No Brasil, segundo o Datasus a taxa de mortalidade por doenças isquêmicas do coração atinge um percentual na ordem de 48% 5. A partir dos anos 60, com a entrada das mulheres no mercado de trabalho e, conseqüentemente, com maior exposição ao estresse, fumo e maus hábitos alimentares, a taxa de mortalidade devido às doenças cardiovasculares em mulheres rapidamente se elevou. No Brasil, esse índice aumentou de 10 para 25% entre os anos 60 e 70 6,8 . Para as mulheres, a taxa de eventos cardiovasculares começa a aumentar na época da menopausa, e avança substancialmente com o aumento da idade 9,10 . A partir da menopausa, a redução da atividade ovariana e, portanto do nível dos hormônios estrogênicos, tem sido associada não só com o envelhecimento, mas também com o aumento do peso corporal, da prevalência de diabetes tipo 2 e de hipertensão arterial 11 , todos fatores de risco para o desenvolvimento da doença cardiovascular.Em adição, a alteração do perfil lipídico bem como a disfunção endotelial vascular11 vem contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose 12 e 2 conseqüentemente da doença arterial. O número de óbitos ultrapassa as 240 000 anualmente, no entanto, a prevenção dos fatores de risco coronariano continua a ser pouco valorizada. Em fevereiro de 2004, a American Heart Association (AHA) publicou as primeiras diretrizes baseadas em evidências para a prevenção de doenças cardiovasculares nas mulheres, que consiste de um conjunto de recomendações clínicas adaptadas ao individuo com evidencias de risco13. 3 1.2 O ESTRÓGENO E A DOENÇA CARDIOVASCULAR NAS MULHERES O aumento da incidência de doenças isquêmicas e de mortalidade após o inicio da menopausa pode ser atribuída às alterações relacionadas à idade, aos fatores de risco que resultam em um aumento do risco de doença arterial coronariana e a redução dos níveis séricos de estrogênios endógenos 14. A equivalência nas taxas de eventos cardiovasculares entre os sexos coincide com o advento da menopausa e conseqüentemente com a privação estrogênica15. Sendo assim, a proteção cardiovascular que as mulheres apresentam até a menopausa pode ser atribuída aos hormônios estrogênicos 9. Vários estudos observacionais, ao longo dos últimos anos têm demonstrado uma redução do risco coronariano em mulheres que recebem terapia de reposição do estrogênio na pós-menopausa, sugerindo que o estrogênio tem um efeito cardioprotetor 9,10 . Por outro lado, após a publicação dos resultados desfavoráveis obtidos no estudo clínico HERS (Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study)16 e WHI (Women’s Health Iniciative)17 sobre reposição hormonal (estrógeno e progesterona) após a menopausa os clínicos em geral, e as pacientes em particular, passaram a ter muita cautela na decisão de repor os hormônios não produzidos fisiologicamente. A busca por explicações para tal resultado concluiu recentemente que era a idade elevada nestas mulheres. Esta hipótese é baseada na tese de que os estudos WHI e HERS falharam em mostrar cardioproteção porque as mulheres com mais idade, envolvidas nos 4 estudos, que já tinham aterosclerose, respondiam mal à reposição com estrógeno18. Baseada nessa teoria a terapia com estrógeno deveria ser iniciada tão logo ao início da menopausa. Entretanto, permanece a questão de quanto essas evidencias são suficientes para justificar a “timing hypothesis”! 18 . O estrogênio é conhecido por diminuir lipoproteína de baixa densidade (LDL) e aumentar a lipoproteína de alta densidade (HDL) na íntima do vaso que são cruciais para o desenvolvimento do processo aterosclerótico. Estudos anteriores demonstraram que a diminuição dos níveis de estrogênio endógeno modificam o perfil lipídico e a função vascular em mulheres pósmenopausa.Em mulheres na pré-menopausa há indícios que os níveis lipídicos elevados estejam associados ao hipoestrogenismo19. Existem evidencias que os níveis séricos de colesterol total (CT), LDL e triglicerídeos (TG) podem aumentar de 7 a 19% da pré-menopausa para a pós-menopausa [H1] Comentário: Item b do REVISOR. Pág 3, 5ª linha de baixo para cima: reescrever, não existem estudos longitudinais transversais 20 . Entretanto, mesmo reconhecendo os efeitos negativos da deficiência de estrogênio nos níveis de LH e HDL bem como na proliferação do músculo liso arterial e na secreção de insulina, a prescrição de estrogênios generalizada não se justifica, especialmente para prevenção [H2] Comentário: Item c REVISOR secundária. De fato, como falado anteriormente, as evidencias de proteção Pág 4, segunda linha: trocar a expressão ... nem mesmo para fins.. por .. especialmente fornecida pela reposição hormonal existem, mas ainda são controversas tanto quanto as doses e as vias de administração 21. Segundo Fuchs 22 , em 2009, após os dois primeiros anos do início da menopausa é o momento no qual os ginecologistas indicam a terapia de reposição hormonal (TH) 22 . Mesmo nesta fase, a TH não é indicada para a prevenção cardiovascular. Sendo assim, as análises de subgrupo, no estudo [H3] Comentário: Inserir aqui a Referencia do FUCHS. Item d do REVISOR. Vai lá na bibliografia e veja que para todo o parágrafo só consta a refrencia 23 INSERIDO 5 WHI, demonstraram que os riscos de infarto, em mulheres com menos de 10 anos do inicio da menopausa, não são evidentes 22 . Na tentativa de reduzir esse risco, a reposição de esteróides sexuais geralmente é oferecida na forma de TH projetado para as mulheres pós menopausadas 23 . Em uma coorte, (The Mayo Clinic Cohort Study,1950 a 1987) foram incluidas 1.274 mulheres que tinham se submetido a ovariectomia unilateral , 1.091 mulheres com ovariectomia bilateral e 2383 controles antes do início da menopausa. O estudo teve como objetivo Investigar a mortalidade associada a doenças cardiovasculares e o efeito do tratamento com estrogênio nas mulheres submetidas à ovariectomia unilateral ou bilateral antes da menopausa. Os resultados mostraram que as mulheres que foram submetidas a ovariectomia bilateral antes dos 45 anos apresentaram um aumento da mortalidade associada à doença cardiovascular em comparação com as mulheres controle (p=0,04). Além disso, a mortalidade foi significativamente maior em mulheres que não foram tratadas com estrogênio até a idade de 45 anos ou mais (p = 0,001), em oposição aquelas que sofreram ovariectomia unilateral e portanto produziam estrógenos ou que foram tratadas com estrogênio ( p = 0,28)24. 6 1.2.1 O Estrógeno e o Endotélio O endotélio é a camada celular mais interna da parede do vaso e um regulador importante da homeostase vascular. Tem a capacidade de manter o equilíbrio entre a vasodilatação e a vasoconstrição inibindo a proliferação e migração das células da musculatura lisa vascular evitando a trombogênese e fibrinólise25. O endotélio tem como funções principais o controle do tônus vasomotor, a manutenção do sangue no estado fluído (hemostase) o controle do fluxo de nutrientes e células, a permeabilidade vascular, a resposta inflamatória e a promoção da angiogênese26. No controle do tônus vascular, o endotélio secreta substâncias vasodilatadoras como o óxido nítrico (ON), as prostaciclinas (PGI2), o EDHF (fator hiperpolarizante derivado do endotélio) e substâncias vasoconstritoras como as endotelinas, tromboxane (TXA-2) e o fator ativador plaquetário (PAF). O endotélio normal e sadio exerce a função de promover a vasodilatação. Na menopausa pode ocorrer a disfunção endotelial que é um passo inicial para o desenvolvimento da aterosclerose. Por outro lado, a TH tem sido associada com uma melhoria nos marcadores de lesão cardiovascular incluindo aqueles que refletem os efeitos diretos sobre o endotélio vascular 18. As lipoproteínas desempenham um papel importante no processo da aterosclerose e na menopausa, as mulheres experimentam um desequilíbrio na produção destes, elevando os valores do CT da LDL e dos TG. Estas alterações em geral, são consideradas como o resultado do ganho de peso e do envelhecimento, quando ocorre o depósito de gordura abdominal aumentada e perda da função ovariana. Os benefícios da função ovariana [H4] Comentário: Item e do REVISOR . Pág 5, último parágrafo: Reescrever a frase “Já o endotélio..” A frase atual contém erros conceituais graves 7 normal nos lipídios e suas lipoproteínas são geralmente atribuídos à produção de estrogênios endógenos. Os receptores dos estrógenos tem uma participação na regulação dos receptores de LDL no fígado e estão associados a um aumento da depuração das partículas de LDL. A diminuição nos níveis de estrogênio após a menopausa proporciona um desequilíbrio na regulação da atividade do receptor do LDL elevando as concentrações do LDL e TG no plasma 20. 8 1.2.2 O Estrógeno Como Fator Cardioprotetor A presença de receptores de estrogênio têm sido demonstrada por diferentes técnicas, em células musculares lisas de várias espécies, incluindo seres humanos e, mais recentemente, na veia umbilical e nas células endoteliais da artéria coronariana 27 . A disfunção destas células pelo acúmulo de LDL oxidado modifica a intima do vaso. O LDL oxidado inibe a produção de células endoteliais e a resposta ao óxido nítrico(ON). A produção de ON pelas células endoteliais tem inúmeras funções entre elas a de proteção. Além de seu efeito inibitório sobre a contratilidade das células musculares lisas, o ON inibe a expressão de moléculas de adesão endotelial e a proliferação de células musculares lisas 20 . Existem receptores para estrogênio e progesterona em todas as camadas dos vasos, particularmente na musculatura lisa. Artérias sadias expressam receptores de estrógeno (E2) com muita intensidade, e quando envelhecem ou se tornam ateroscleróticas vão perdendo esta expressão. Os estrogênios exercem efeitos sobre os vasos de forma direta e indireta: eles induzem a síntese de ON que é um vasodilatador potente e reduzem a oxidação do LDL e das moléculas de adesão além da migração de monócitos Os receptores hormonais 28 e . especificamente os receptores estrogênicos, foram descrito a cerca de 40 anos. Os receptores de estrógenos classificam-se em dois tipos: o alfa (ERα) e o beta (ERβ), os quais são codificados por diferentes genes e sua expressão tissular varia de tecido para tecido 29. 9 O ERα se expressa predominantemente no aparelho reprodutivo (útero, mamas, ovários), fígado e sistema nervoso central (SNC). O ERβ se expressa em outros tecidos como osso, endotélio, pulmões, urogenital, além dos ovários, SNC e próstata 30, 31. Talvez estas ações possam explicar a baixa incidência de eventos cardiovasculares encontrados em mulheres jovens com bons níveis de estrogênios 32. 10 1.3 TERAPIA HORMONAL E A DOENÇA CARDIOVASCULAR Após as discussões a respeito dos estudos WHI e HERS e a busca de estudos mais bem controlados, as evidencias indicam que o efeito da TH na pós-menopausa sobre a mortalidade por DCV depende de fatores como da idade do inicio da menopausa e a duração da terapia de reposição (> 6 anos de uso). O risco associado com TH é raro (menos de 1 caso para cada 1.000 mulheres) e ainda mais raro em mulheres que iniciam TH com idade inferior a 60 anos ou com 5 anos de menopausa. Neste último grupo de mulheres os sintomas são mais intensos, necessitando alívio mais imediato, tais como “calorões”cuja terapia mais eficaz continua sendo a reposição com estrogênio33 . Muitos estudos têm demonstrado que a incidência de doenças cardiovasculares aumenta significativamente não só em mulheres após a menopausa 34,35 , mas também após intervenção cirúrgica (ovariectomia) 36 ou medicamentosa .Em mulheres jovens cuja inibição da produção hormonal pelos ovários indica, que o fator idade, não é o único determinante para o aumento da incidência de doenças cardiovasculares como em mulheres na menopausa 37. De fato, embora a idade e o tempo de menopausa estejam altamente correlacionados, a influência dos hormônios parece ter maior importância do que idade cronológica na determinação da doença cardiovascular. Em acordo com essa idéia, as organizações profissionais, incluindo a Sociedade Norte-Americana de Menopausa, a British Menopause Society e a Sociedade Internacional de Menopausa recomendam terapia de reposição 11 hormonal para mulheres com menopausa precoce ou insuficiência ovariana primária38. Dessa forma, as evidências indicam que a TH pode ser benéfica em melhorar a disfunção endotelial e o perfil lipídico em mulheres com privação dos hormônios ovarianos. Entretanto, não se conhece se existiriam outros riscos residuais associados, como exemplo, o sistema nervoso autônomo. O estrogênio pode se caracterizar por ter ações duplas e opostas. Por um lado retarda os estágios inicias da aterosclerose através dos efeitos benéficos sobre a função endotelial e o perfil lipídico e por outro, uma situação crítica e aguda ocorre no endotélio na presença de mecanismos prócoagulantes e inflamatórios 39. [H5] Comentário: Item f do Revisor Pág 9, 4ª linha corrigir insuficiência 12 1.4 ESTRESSE OXIDATIVO A formação de radicais livres ocorre por reações de óxido redução que cedem (reação de oxidação) ou recebem (reação de redução) elétrons. Essas reações ocorrem continuamente, amplificando, neutralizando e atingindo a estabilidade do seu processo. O oxigênio é um elemento essencial para a sobrevivência dos seres aeróbios e o elemento aeróbio tem sido evidenciado como um importante meio de formação de radicais livres. Cerca de 98% do oxigênio disponível é reduzido totalmente com a formação de água. Porém, durante esse processo, são formados compostos intermediários como radicais superóxido (O-2,), hidroperoxila (HO2), hidroxila(OH) e compostos como peróxido de hidrogênio (H2O2 ), os quais podem ser neutralizados com a entrada de elétrons 40. O organismo humano em situação não patológica possui um equilíbrio na razão de produção e eliminação de radicais livres. Ao contrário, quando ocorre um desequilíbrio entre os sistemas pró-oxidantes e antioxidantes, de maneira que os primeiros sejam predominantes, o organismo encontra-se sob um estado comumente chamado de estresse oxidativo 41 . Assim, espécies de radicais livres, denominadas espécies reativas de oxigênio (EROs) são produzidas naturalmente pela redução incompleta do oxigênio, gerando espécies que apresentam alta reatividade para outras biomoléculas, principalmente lipídios, proteinas das membranas celulares, carboidratos e até mesmo no DNA 42 . Estudos comprovam que o estresse oxidativo está relacionado com envelhecimento, atividade física intensa, apoptose, câncer, diabetes mellitus 13 e arterioesclerose. As EROs podem ser geradas de forma endógena durante o metabolismo celular, ou de forma exógena, como por exposição ao álcool, fumo, drogas, raios ultravioleta,estilo de vida etc 43 . Devido à sua interdependência com o metabolismo do oxigênio, as EROs são continuamente formadas em pequenas quantidades pelos processos normais do organismo. Entretanto, todas as células possuem um sistema de defesa antioxidante para reduzir ou eliminar seus efeitos agressores. Esse sistema está dividido em enzimático, que inclui as enzimas superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPx) e o sistema não enzimático, formado por compostos sintetizados pelo organismo humano (hormônios sexuais, ácido úrico, melatonina etc...) ingeridos através da dieta normal ou via suplementação (vitamina C, vitamina E, beta caroteno e grupos fenóis de plantas) 44 . O estresse oxidativo, o excesso de ferro, a homocisteína, os lipídios sanguíneos e a gordura abdominal crescem substancialmente com a idade especialmente após a menopausa devido a queda endógena da produção de estrógeno 45. Fatores de risco que promovem as DCV foram identificados no período da pós-menopausa como hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, hipercolesterolemia e diminuição do estrogênio. Existem vários mecanismos propostos para explicar a predisposição das mulheres menopausadas à DCV. Os níveis de peroxidação lipídica durante esses estados são responsáveis, pelo menos em parte, pelo risco aumentado de DCV em populações de grupo de risco. A identificação dos níveis de EROs poderia auxiliar determinação do risco no desenvolvimento de DCV 43. na 14 1.4.1 As Espécies Reativas de Oxigênio O oxigênio é essencial para a oxidação de compostos orgânicos e produção de energia para o metabolismo celular 46. No entanto uma pequena quantidade do oxigênio consumido (2 a 5%) é reduzido, produzindo uma variedade de substâncias químicas altamente reativas, as EROs 47 . O organismo humano sofre ação constante das EROs geradas pelo processo de respiração e sinalização celular 48 . As EROs reagem com lipídeos e com proteínas das membranas celulares, além do DNA. No entanto, as enzimas SOD, CAT e GPx e sistemas antioxidantes nãoenzimáticos contrabalançam as ações das EROs 49, 50 . Conseqüentemente as EROs promovem estresse oxidativo quando as defesas antioxidantes da célula são insuficientes para deter a produção pró-oxidante 51. As EROs quando geradas em grandes quantidades causam uma diminuição expressiva do ON, o que induz prejuízo na função endotelial e cardíaca 52 . O ON pode ser destruído pelo radical superóxido e protegido por mecanismos antioxidantes como a enzima SOD col. 55 53, 54 . O estudo de Berry e mostra que, pacientes com hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes, fumantes, e até mesmo no processo fisiológico do envelhecimento, há relação entre a disfunção vasodilatadora e endotelial com o aumento do estresse oxidativo. Os modelos animais de aterosclerose produzem todos os componentes da placa e ainda desenvolvem as EROs. A formação da lesão está associada com a produção de peroxidação lipídica 56 . Efeitos das EROs no metabolismo celular tem sido bem documentado em uma variedade de 15 espécies. Estas incluem não apenas papéis em apoptose (morte celular programada), mas também efeitos positivos, tais como a indução de genes de defesa e de mobilização dos sistemas de transporte de íons 57 . O oxigênio não é apenas um elemento essencial que cede energia de forma eficaz para os organismos aeróbios, mas devido ao seu alto potencial oxidativo também pode ser uma causa potencial de dano. As várias formas de oxigênio molecular têm sido consideradas como prejudiciais e deletérias para os componentes essenciais da célula. As EROs são geradas em condições basais como subprodutos do metabolismo celular, principalmente nas mitocôndrias. Em torno de 100% do oxigênio utilizado entra na mitocôndria é reduzido a água ao passar pelo transporte de elétrons da cadeia respiratória. No entanto, cerca de 1% do transporte de elétrons pode formar intermediários reduzidos de oxigênio, como o anion superóxido (O2-), o H2O2 e radicais hidroxila (H+) 58. Considerando o possível envolvimento do estresse oxidativo nas disfunções observadas no climatério, vale destacar que o estrogênio fornece cardioproteção por sua composição antioxidante agindo como neutralizador dos radicais livres 59 . No aspecto bioquímico, o estrogênio possui estrutura hidrofenólica, na qual o hidrogênio é doado para uma molécula instável, tornando-se um radical menos lesivo, estabilizando a molécula e retirando do meio um radical livre. Dessa forma, o estrogênio tem ação antioxidante importante agindo como “scavenger” ou “o que captura” EROs, estimulando a ativação de mais enzimas antioxidantes, aumentando a expressão da enzima SOD, e concomitantemente aumentando a produção de mediadores vasoativos derivados do endotélio diminuindo a expressão de enzimas pró- 16 oxidantes como NADPH (Nicotinamida Adenina Dinucleótido Fosfato) oxidase59. Os resultados obtidos em modelos animais com aterogênese nos quais se observaram regressão da doença em presença da reperfusão do vaso, não foram confirmadas na maioria de ensaios clínicos com o uso de antioxidantes, que chegaram a resultados decepcionantes 60 . Figure 1. Development of atherosclerosis. ROS produced by endothelial cells,SMCs, and macrophages oxidize LDL in the subendothelial space, at the sites of endothelial damage, initiating events that culminate in the formation of a fibrous plaque. Rupture of fibrous plaque leads to thrombus formation and occlusion of the vessel. 17 1.4.2 Anti-oxidantes Enzimáticos As células possuem sistemas antioxidantes enzimático ou nãoenzimático, capazes de responder a variação do equilíbrio redox em favor da oxidação. Como já se sabe o estresse oxidativo promovido pela EROs, ocorre quando as defesas antioxidantes da célula são insuficientes para neutralizar a produção de elementos pró-oxidantes. Grandes quantidades de EROs, incluindo o ânion superóxido e o H2O2, são produzidas nas células incluindo as endoteliais e podem também atuar como importantes sinalizadores intracelulares 61 . Para estar protegido contra os efeitos potencialmente nocivos das EROs, vários organismos aeróbios evoluíram para neutralizar seus efeitos. Uma variedade de sistemas enzimáticos catalisa a redução univalente do oxigênio molecular a O-2, como a xantina oxidase, aldeídos oxidase, di62 hidro-orótico desidrogenase, flavinas desidrogenases e peroxidases . As enzimas que catalisam a formação de prostaglandinas (ciclo-oxigenases) e leucotrienos (lipoxigenase) são também fontes de superóxido 63 . Essa redução univalente ocorre tanto em sistemas não-enzimáticos como durante reações de autooxidação incluindo aquelas que envolvem catecolaminas, flavinas e ferridoxinas reduzidas. Uma importante fonte de radical superóxido é o sistema mitocondrial de transporte de elétrons 62 . O radical superóxido é instável com vida média de milissegundos em pH neutro. É instável em meio aquoso, e em forma espontânea se dismuta para produzir peróxidos e oxigênio molecular (Ver reações abaixo). 18 A reação de dismutação do superóxido é a maior fonte de H2 O2 no organismo 62 . O H2 O2 pode ser formado como resultado de dois tipos de reação: pela redução divalente do oxigênio molecular ou a partir da dismutação do ânion radical superóxido. O primeiro caso ocorre em organelas especializadas chamadas peroxissomas através de oxidases como a D-aminoácido oxidase e glicolato-oxidase. O segundo, durante a oxidação aeróbia dos substratos por certas enzimas, tais como xantina oxidase 63 ou autooxidação de vários compostos com a subseqüente dismutação do superóxido para H2 O2 , conforme mostrado abaixo 62, 63. 1e . O2 O2 O2 O2 SOD H 2 O2 O2 A SOD é conhecida por ser uma das principais defesas enzimáticas contra os radicais livres. A SOD extra-celular (EC-SOD) é a única forma extracelular de SOD e está presente em grande concentração na intima do vaso64. A SOD tem um papel de destaque na manutenção da integridade celular e na função endotelial, pois promove vasodilatação dependente do endotélio 52. A enzima antioxidante SOD compreende três formas: SOD- mitocondrial (manganês dependente), a SOD-citoplasmática (dependente de cobre e zinco ) e a SOD-extracelular (ferro dependente)65. A enzima SOD catalisa a dismutação do ânion superóxido em oxigênio e H2O2, que pode ser posteriormente degradado pela catalase ou peroxidase 66 . 19 A catalase, formalmente denominada hidroperoxidase, é uma enzima intracelular, encontrada na maioria dos organismos, que decompõe H2O2 segundo a reação química: 2 H 2O2 CAT O2 2 H 2O O H2 O2 é um produto decorrente do metabolismo celular em organismos expostos ao oxigénio. Uma das fontes de H2O2, é a β-oxidação de ácidos graxos, necessária para a produção de diversos metabolitos essenciais. O H2O2 tem relação direta com diversas patologias ligadas ao estress oxidativo 67. A CAT constitui uma defesa inicial contra o estresse oxidativo e está presente principalmente nos peroxissomas 68 . Alguns órgãos, por não possuírem peroxissomas estão mais expostos aos danos provocados pela produção de EROs, como o coração, os pulmões e o cérebro. Nesses órgãos, um mecanismo de defesa pode ser a difusão do H2O2 para o sangue, no qual reage com a CAT eritrocitária 69. Entretanto, há outros mecanismos para tratar o fluxo intracelular de H2O2 em todos os tecidos. Sugere-se que o maior sistema intracelular de decomposição de H2O2 é a glutadiona peroxidase (GPx). A família das GPx removem o H2O2 acoplando sua redução à água com a oxidação da glutationa reduzida (GSH). A GPx se utiliza de uma variedade de doadores de elétrons e também de GSH. Esta por sua vez pode ser oxidada, pelo H2O2 formando a glutadiona oxidada (GSSG), removendo-o e formando água H 2O2 2GSH GPx GSSG 2 H 2O 20 A GPx, descoberta em 1957 por Mills, é uma das enzimas que fazem parte das defesas antioxidantes primárias 70. Ela tem uma ação nãoespecífica sobre o H2O2, atuando sobre vários substratos como os hidroperóxidos orgânicos. Há dois tipos de GPx: uma utiliza selênio como cofator, o qual é encontrada tanto na mitocôndria como no citosol; a outra, uma selênio independente, que se encontra apenas no citosol e metabolisa exclusivamente hidroperóxidos orgânicos. A GPx catalisa a reação de hidroperóxidos com a GSH para formar GSSG e o produto de redução do hidroperóxido. A GPx tem alta afinidade no fígado e nos eritrócitos, moderada atividade no coração e nos pulmões e baixa atividade no músculo 70. Fisiologicamente, a GPx atua acoplada à enzima glutationa redutase (GR) que, por sua vez, catalisa a redução de GSSG, usando NADPH como cofator. 21 1.4.3 Antioxidantes Não Enzimáticos O contingente de defesa contra agentes pró-oxidantes são as defesas não enzimáticas. Estas podem ser divididas em antioxidantes GSH, peptídeos de histidina, proteínas ligadas ao ferro (transferrina e ferritina), ácido diidrolipóico e CoQH2 (Coenzima Q-citocromo c redutase) hidrofílicos (glutation, vitamina C, indóis, catecóis) e lipólicos (bioflavonas, vitamina A, vitamina E). Entre os primeiros a vitamina C tem ação como scavenger e também regeneradora da vitamina E (tocoferol). Como a vitamina C é hidrossolúvel, possui maior ação no plasma sanguíneo, enquanto a vitam ina E, lipossolúvel, tem maior ação em membranas celulares. A vitamina C (ácido ascórbico) tem ação através do ascorbato, que tem propriedade doadora de elétrons. O ácido úrico também tem ação antioxidante pela capacidade dos uratos de seqüestrar radicais livres (RLs)71. Os estrógenos também são considerados antioxidantes pela sua ação como scavenger, inibindo a oxidação lipídica das LDL. Já os carotenóides são um grupo de compostos no qual se destacam os β-carotenos, precursores da vitamina A e o licopeno, que dá a cor avermelhada ao tomate, melancia, uva, etc. Na circulação, junto com as lipoproteínas absorvidas na superfície intestinal, os carotenóides agem como seqüestradores de lipoperóxidos 72. Entre os antioxidantes não enzimáticos, a glutationa (γ-glutamilcisteinilglicina), que é um tripeptídeo linear (hidrossolúvel) presente em alta concentração na maioria das células eucariontes (5 a 10 mM) na maioria das células de mamíferos conhecido como o tiol não protéico mais importante nos sistemas vivos, protegendo não enzimaticamente as células contra enzimas 22 antioxidantes (EAO) como o O2-, OH• gerados durante o metabolismo aeróbio e atuando como co-substrato (doador de elétrons) para a enzima GPx na redução de peró xidos 57 . A maior parte de sua fração é citosólica e ao redor de 10% do seu conteúdo celular encontra-se dentro das mitocôndrias. De fato, a capacidade antioxidante da GSH é devida ao grupo sulfidrila (-SH) do aminoácido cisteína, que se oxida facilmente, atuando como um redutor celular. O produto dessa oxidação é o dissulfeto (SS) e o GSSG. Especificamente no coração, a glutationa encontra-se predominantemente (>95%) na forma de GSH 73. Alguns estudos sugerem que a depleção de 20 a 30% da concentração normal de GSH deixa a célula suscetível à ação de radicais livres Dessa forma, a razão redox, razão entre a GSH e GSSG (GSH/GSSG), têm sido usadas como um índice de estresse oxidativo, sendo que aumentos desse índice indicam redução do estresse oxidativo e vice versa74. 23 1.5 DISFUNÇÃO AUTONÔMICA, DOENÇAS CARDIOVASCULARES E ESTRESSE OXIDATIVO O início da equivalência nas taxas de eventos cardiovasculares entre os sexos coincide com o advento da menopausa e conseqüentemente da privação estrogênica [t6] Comentário: Item g do REVISOR Pág 19, trocar o título do subitem por algo como “Disfunção autonômica, doenças cardiovasculares e estresse oxidativo”, recomeçando o parágrafo pelo assunto disfunção autonômica. A redação atual não tem nenhuma ligação com o que vem sendo desenvolvido nos parágrafos anteriores. 15 . Considerando que alterações no controle autonômico cardiovascular podem estar envolvidas no maior risco de eventos cardiovasculares no climatério, é importante lembrar que a manutenção da função cardíaca normal é obtida através da regulação neural cardíaca pela integração da atividade do sistema nervoso simpático e parassimpático. Além disso, o controle da homeostase cardiovascular é dependente da atuação dos reflexos originados pelos pressorreceptores arteriais, pelos cardiopulmonares e por sua integração central 75. Estes reflexos contribuem de forma importante para que em circunstâncias normais, a pressão arterial (PA) seja mantida em estreita faixa de variação permitindo a perfusão tecidual adequada. Nas doenças cardiovasculares, as alterações da atividade nervosa simpática são bem mais conhecidas e estudadas que as do parassimpático, constituindo as mais fortes evidências da disfunção autonômica 76 . Entretanto, existe um consenso de que a função vagal preservada é benéfica na manutenção da variabilidade da PA, com conseqüente proteção de lesão de órgão alvo 77 . Uma das formas que vem sendo muito utilizada para avaliar o controle autonômico é o estudo da Variabilidade da Frequência Cardiaca (VFC) Em 1965, Hon e Lee observaram que o sofrimento fetal era precedido por alterações nos intervalos entre os batimentos cardíacos. Sayers e [H7] Comentário: Idem Item g 24 colaboradores referiram a existência de ritmos fisiológicos embutidos no batimento a batimento do sinal da freqüência cardíaca. Em 1970 Ewing colaboradores e Wolf 79 78 e e colaboradores, que em 1978 elaboraram testes para detectar a neuropatia autonômica em pacientes diabéticos a partir do estudo dos intervalos RR 79 . No entanto, foi Wolf e colaboradores, que em 1978, exibiram pela primeira vez a associação de risco de mortalidade pósinfarto, com a redução da VFC. Em 1981, Akselrod 80 e colaboradores avaliaram, através da analise espectral as oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), assim como oscilações entre freqüências cardíacas instantâneas consecutivas. Os sistemas simpático (SNS) e parassimpático (SNP) são considerados os principais mecanismos responsáveis pelo controle da freqüência cardíaca. Os efeitos do simpático sobre a freqüência cardíaca são muito mais lentos do que os do parassimpático e a análise linear da VFC pode fornecer índices não invasivos da modulação autonômica cardíaca na presença de variabilidade do ritimo cardíaco 81. As DCV estão associadas à alterações autonômicas que incluem usualmente diminuição da ativação parassimpática e/ou aumento da modulação simpática. Vários são os métodos invasivos e não invasivos utilizados para avaliar a função autonômica, tanto em seres humanos quanto em animais de experimentação. Entre eles, a medida das catecolaminas, a microneurografia, a sensibilidade barorreflexa (SBR) e a análise da VFC e da variabilidade da pressão arterial (VPA) nos domínios do tempo e da freqüência (análise espectral) 82 . O estresse oxidativo é considerado um dos 25 fatores presentes em grande numero de patologias, e pode desempenhar um papel mecânicístico na disfunção do barorreflexo 83 . De fato, um dos marcadores do controle autonômico é o sistema regulatório da circulação comandado pelo barorreflexo que é também considerado um preditor no prognóstico na DCV. A privação de estrogênio induz a disfunção endotelial e insuficiência autonômica aumentando o estresse oxidativo em mulheres jovens e férteis 16. É sabido que as substâncias antioxidantes parecem melhorar a SBR em diferentes espécies. No entanto, o papel do estresse oxidativo na disfunção autonômica durante a privação de estrogênio, não é bem compreendido 84. Em um estudo que avaliou a atividade nervosa autonômica em 20 mulheres durante o ciclo menstrual, tanto na fase folicular como na fase lútea, observou que o componente de baixa freqüência (LF) era maior e o componente de alta freqüência (HF) era menor na fase lútea comparada a fase folicular indicando variações do sistema nervoso associados com flutuações hormonais 85 . Estes achados não tem sido unânimes. Em um outro estudo dez voluntarias saudáveis do sexo feminino com idade média de 24,7 ± 2,4 anos e peso de 63,8 ± 3,9 kg foram selecionadas. Foi aplicado um questionário para confirmar o estado geral de saúde. Não eram usuárias de cigarro e ou medicações regulares e não faziam uso de estrógeno e ou progesterona. Os ciclos menstruais eram regulares. As dosagens hormonais e a VFC foram medidos durantes as três fases do ciclo menstrual:fase folicular (dia 3,8 ± 0,5), ovulação (dia 15,8 ± 0,7) e fase luteal (dia 22,1 ± 0,4). Os resultados do 26 estudo demonstraram que houve variações cíclicas nos níveis hormonais endógenos durante o ciclo menstrual, porém não foram associados com as alterações no controle autonômico cardíaco, medido pela VFC. A correlação significativa entre o pico dos níveis de estrogênio na ovulação e das medidas da VFC pressupõe uma associação cardioprotetora do estrogênio nestas mulheres saudáveis 86 . Nas mulheres, a VFC tem sido relacionada individualmente aos hormônios sexuais endógenos, menopausa, TH e índice de massa corporal (IMC). Não há, no entanto, relato da avaliação da VFC em todos estes fatores combinados 87. 27 1.6 A INSUFICIÊNCIA OVARIANA PRIMÁRIA A insuficiência ovariana primária (IOP), menopausa precoce ou falência ovariana prematura (FOP) é uma condição caracterizada por amenorréa, hipoestrogenismo e níveis séricos elevados de gonadotrofinas em mulheres com idade menor do que 40 anos. Embora frequentemente interpretados como sinônimos, IOP e menopausa não são equivalentes. A maioria das mulheres com IOP mantém uma função ovariana intermitente e, diferente das mulheres em menopausa, podem engravidar 88 [H8] Comentário: Item i do REVISOR . A IOP é uma sub-classe das disfunçôes ovarianas na qual a causa está dentro do ovário. Na maioria dos casos um mecanismo desconhecido leva à prematura exaustão do “pool” de folículos promordiais. A IOP pode também resultar de defeitos genéticos, quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. Na maioria dos pacientes (50-60%) a etiologia não foi identificada 89 . O principal sintoma é a ausência de ciclos menstruais regulares e o diagnóstico é confirmado pela detecção de níveis séricos aumentados do hormônio folículo estimulante (FSH) e reduzidas concentrações de estradiol, sugerindo um defeito ovariano primário 90 . De fato a IOP tem sido confirmada em mulheres jovens, pela ausência contínua durante quatro meses da menstruação (amenorréia), associada com níveis do FSH geralmente acima de 40UI/L, detectados em duas ocasiões com poucas semanas de intervalo. Ocorre em mulheres antes dos 40 anos 91,92 . As mulheres jovens com IOP espontânea podem ter níveis mais baixos de andrógenos, comparadas às mulheres que menstruam normalmente 93. Pág 22, item 1.6, linha 5: Reescrever a frase “A IOP é....” A frase atual contém erros de definição 28 A classificação correta entre IOP definitivo ou intermitente é dificultada em virtude da apresentação da irregularidade do ciclo menstrual. A IOP afeta aproximadamente 1 em cada 10.000 mulheres até 20 anos de idade, 1 em 1000 mulheres até 30 anos de idade, e 1 em cada 100 mulheres 94 com 40 anos de idade . O índice de mulheres com IOP que tem antecedentes familiares variam de 4-31% dos casos. Este percentual pode ser ainda maior se na família há mulheres com início precoce da menopausa antes dos 40-45 anos 16,95 . O início preciso da IOP é em muitos casos difícil de determinar e sua evolução tem um curso flutuante. Os níveis elevados de gonadotrofinas podem ser seguidos por períodos de retorno à normalidade, inclusive com ovulação e, em 5 a 10% dos casos, gestação e parto 93, 96, 97. A idade mediana da última menstruação pode variar de 14 a 39 anos, e a duração da irregularidade menstrual antes do diagnóstico firmado de IOP é inferior a 3 anos em 44% da amostra e superior a 9 anos em 16% das pacientes 98 . A incidência de IOP em pacientes com cariótipo 46 XX gira em torno de 1:1000 antes dos 30 anos, 1:250 em torno dos 35 anos e de 1:100 aos 40 anos. A prevalência de IOP em pacientes com amenorréia primária é de 10– 28% e 4–18% com amenorréia secundária 99. Do ponto de vista clínico, a maioria das mulheres com IOP, apresentam menarca na idade habitual, ciclos inicialmente regulares e que a partir de um determinado período tornam-se irregulares, variando de oligomenorréia menstruações 100, a períodos de amenorréia, até a cessação completa das 101 . Estas,inicialmente apresentam sintomas vasomotores importantes, como fogachos e sudorese, alteração de humor, evoluindo 29 posteriormente para a atrofia do trato urogenital, com maior propensão para vaginites, cistites e dispareunia 102, 103. A reposição fisiológica de hormônios ovarianos esteróides é geralmente aceita como rotina em mulheres com menopausa (50 anos). No entanto em mulheres jovens há poucos dados sobre risco e benefício, ou utilizando-se a TH cíclica como base do tratamento, que deve ser continuada até a idade da menopausa natural 88 . O princípio do uso de TH em mulheres jovens difere ligeiramente das mulheres mais velhas, pois estas buscam como objetivo principal a qualidade de vida e a minimização dos sintomas típicos desta fase. As mulheres jovens podem necessitar uma dose maior de estrogênio do que as utilizadas em populações com idades mais avançadas 104. [U9] Comentário: Item J Pág 25, 2º parágrafo, linha 5: A frase “Nestas mulheres...” não tem sentido. Reescrever 30 1.6.1. Disfunção Endotelial Nas Mulheres Com IOP Nas mulheres jovens, com função ovariana normal, a produção de estradiol varia ciclicamente durante o ciclo menstrual, cujas maiores concentrações ocorrem na fase pré-ovulatória e as menores durante a menstruação. Em um estudo com mulheres jovens normais, a Dilatação Mediada pelo Fluxo (FMD) variou durante o ciclo menstrual conforme os níveis de estradiol endógeno. Os níveis baixos de estradiol estavam associados com uma relativa diminuição da FMD 105. As mulheres jovens com IOP têm deficiência de estrogênio por mais anos do que naturalmente mulheres na menopausa, resultando em um aumento significativo de risco para a osteoporose e doença cardiovascular. Além disso podem ter um risco maior de morte prematura, por causas cardiovasculares 106 , podendo aumentar o risco em até duas vezes comparadas aquelas com uma função ovariana normal 107. Os baixos níveis de estrogênio em mulheres jovens, independentemente da etiologia, podem ter efeitos nocivos sobre a fisiologia cardiovascular. Um estudo em mulheres pré menopausadas com baixos níveis de estrógenos devido a hipogonadismo hipotalâmico mostrou um aumento na incidência de DAC na cinecoronariografia destas mulheres, em comparação com as mulheres pré menopausadas com função ovariana normal 108 . Outra condição caracterizada por baixa produção de estrogênio em mulheres jovens é a amenorréia atlética. A amenorréia atlética é uma forma de amenorréia que ocorre em atletas do sexo feminino, principalmente em exercícios de resistência. É causada por uma inibição do eixo hipotálamo- 31 hipófise-ovariano, levando à baixa produção de gonadotrofinas e baixos níveis de estrogênio. Transtornos alimentares e osteoporose estão associados a características na tríade das mulheres atléticas 109 . Um estudo de caso controle com 16 mulheres saudáveis em idade fértil com idade média de 27 ± 3 anos, das quais 8 usavam contraceptivos orais e 8 não utilizavam, investigou a influência dos contraceptivos orais sobre a função endotelial. As pacientes se submeteram a medidas de variações do fluxo sanguíneo do antebraço em resposta à infusão intraarterial de acetilcolina, nitroprussiato de sódio, e NG-Monometil-L-arginina. O resultado da pletismografia mostrou que a vasodilatação endotélio- dependente foi semelhante entre as mulheres com e sem contraceptivo oral. No entanto a produção basal de ON e sua liberação parece ter sido aumentada pelo uso de contraceptivos orais 110 . Nas mulheres com IOP, a administração padrão de TH por seis meses restaura a função endotelial 111 . Na avaliação pela FMD, o fluxo aumentou acima do dobro (p< 0,005) comparado com o pré-tratamento chegando a valores normais após seis meses de tratamento. A TH também induziu a mudança no perfil lipídico, o que pode ter contribuído para a melhoria da função endotelial. A TH cíclica foi escolhida para ser administrada em mulheres com IOP, porque estas mulheres podem ter gravidez espontânea112. Apesar dos dados consistentes obtidos na literatura sobre função e disfunção endotelial bem como sobre os efeitos da TH nessas variáveis, não existem informações sobre o controle autonômico cardiovascular nessa população de mulheres. O reconhecimento de um risco cardiovascular 32 aumentado nesse grupo e a possibilidade de novas informações envolvendo [U10] Comentário: Item K o SNA poderiam fornecer subsídios para novas alternativas de manejo Pág 26, 3º parágrafo, linha 4 e última linha: Risco de que? terapêutico e controle deste risco nessas mulheres. 33 1.7 LIÇÕES DOS MODELOS EXPERIMENTAIS Modelos experimentais são reconstruções da natureza com o objetivo de permitir o estudo de um dado fenômeno. Amplamente utilizados na pesquisa biomédica em geral, seu uso tem sido extremamente valorizado dada a importância dos ensaios pré-clínicos, fundamentais na validação e segurança na testagem de novas drogas e substâncias. De fato, o uso de modelos experimentais tem permitido importantes avanços no diagnóstico e na terapêutica de doenças tais como diabetes e hipertensão. O advento e a popularização de novas metodologias ao longo das duas últimas décadas vêm possibilitando um enorme avanço no conhecimento das bases moleculares de processos biológicos complexos. Uma das conseqüências imediatas deste processo é a unificação progressiva dos vários ramos da biologia, permitindo que, atualmente, biologia celular, bioquímica, genética, fisiologia e fisiopatologia clínica se desenvolvam de maneira indistinta através de abordagens experimentais fundamentais. Esta revolução nas ciências básicas está nos permitindo identificar e caracterizar, do ponto de vista estrutural, sistemas biológicos que até o momento permaneciam não elucidados. Em relação ao tema do presente trabalho, o uso da abordagem experimental da privação dos hormônios ovarianos em ratas fêmeas jovens, vem permitindo a testagem em laboratório, em período de tempo muito curto, das conseqüências autonômicas e cardiovasculares bem como os efeitos de alterações do estresse oxidativo em modelo de ovariectomia bilateral. Além disso, outras informações sobre mecanismos envolvidos na Regulação da 34 Circulação em diferentes situações fisiopatológicas tem sido obtidas pelo uso de modelos experimentais. É interessante notar que em trabalhos do nosso grupo, por exemplo, a redução do estresse oxidativo e o aumento das enzimas antioxidantes têm sido correlacionados com melhora em parâmetros cardiovasculares e autonômicos, como a sensibilidade dos pressorreceptores, em ratos machos velhos, com insuficiência cardíaca ou hipertensão e em ratos fêmeas submetidos à privação dos hormônios ovarianos 83, 84, 113, 114 . Em um modelo experimental de menopausa em ratas, um outro trabalho recente de nosso laboratório evidenciou que o treinamento físico aeróbio induziu aumento da capacidade aeróbia, redução do peso corporal, da PA e da FC de repouso e melhora na sensibilidade dos pressorreceptores associada à redução no estresse oxidativo e ao aumento nas defesas antioxidantes no tecido cardíaco 84 . Melhora cardiovascular também foi observada em camundongas knockout para o receptor LDL-colesterol ovariectomizadas após treinamento físico ovariectomizadas 115 ou em ratas diabéticas 116 , sendo que neste último estudo observamos redução da mortalidade após o período de treinamento físico. Embora o foco desse trabalho não seja o estudo dos efeitos do treinamento físico, vale lembrar que a grande maioria dos estudos de nosso grupo em modelos experimentais tem usado o treinamento como ferramenta de intervenção. E a importância do uso desses modelos pode, de fato ser confirmada, por recente editorial publicado na revista Menopause de autoria de Pru em que vários de nossos trabalhos são citados como fundamento para o uso do exercício na recuperação do balanço autonômico após ovariectomia em ratas jovens, um modelo de IOP. [t11] Comentário: Iten l do Revisor: exclui-se parte do texto, mas justifica-se a permanência de parte como a nossa experiencia em fêmeas com falência ovariana induzida. 35 Muito destes estudos geraram evidências de que existem intervenções capazes de induzir alterações favoráveis na regulação autonômica cardiovascular associadas ou não à mudanças no estresse oxidativo, entre elas o exercício físico 113, 114, 117-120 . Todavia, deve-se considerar que a maior parte dos trabalhos publicados na literatura com relação aos efeitos autonômicos do treinamento físico em animais e humanos, assim como todos os nossos estudos citados acima, foi realizada em amostras do sexo masculino, ficando a dúvida se o sexo feminino, em situações fisiológicas, como o climatério, e fisiopatológicas como a IOP apresentariam alterações cardiovasculares semelhantes às observadas nos machos e se, futuramente, poderiam responder a intervenções como o tratamento farmacológico (reposição hormonal) ou não farmacológico (treinamento físico) de forma semelhante. Essas evidências parecem reforçar a idéia de que a ovariectomia em ratas jovens, pode ser considerada como um modelo biológico experimental de IOP e poderia fornecer informações importantes sobre os efeitos da privação estrogênica em fase precoce do ciclo vital. 36 2. JUSTIFICATIVA O estrógeno é considerado um fator cardioprotetor. Em mulheres com IOP há uma deficiência de estrogênio que iniciada precocemente dura mais tempo do que naturalmente ocorre em mulheres na menopausa, resultando em um aumento significativo de risco. Considerando as informações da literatura que apontam para um risco aumentado de DCV na mulher com IOP bem como a inexistência de dados sobre a função autonômica nessas mulheres o que poderia justificar o aumento de risco cardiovascular, nesse grupo, a proposta do presente trabalho foi avaliar a função autonômica num grupo de mulheres com diagnóstico de IOP, mas sob tratamento com TH. Dessa forma seria possível identificar se existe disfunção autonômica nessas mulheres assim como já se sabe com relação à disfunção endotelial e se a TH seria capaz de normalizar essa disfunção. Além disso, o papel do estresse oxidativo sistêmico nessas disfunções poderia acrescentar informações dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos nessa patologia. Sendo assim este estudo visa testar a hipótese de que o IOP em mulheres sob TH está associado à disfunção autonômica, às alterações do estresse oxidativo sistêmico e disfunção endotelial. Adicionalmente, em modelo experimental de IOP e com o auxílio do grupo da Universidade São Judas Tadeu de São Paulo, liderado pela Profª Katia de Angelis, avaliar os efeitos da ovariectomia bilateral em grupos de fêmeas tratadas ou não com reposição estrogênica sobre variáveis hemodinâmicas e autonômicas cardiovasculares e sobre o estresse oxidativo cardíaco. 37 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Avaliar em mulheres normais e com diagnóstico de insuficiência ovariana primária (IOP) sob terapia de hormonal (TH) as alterações hemodinâmicas e autonômicas cardiovasculares bem como a função endotelial e o estresse oxidativo sistêmico. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Avaliar a pressão arterial (PA), a freqüência cardíaca(FC) e a variabilidade da pressão arterial(VPAS) e da variabilidade da freqüência cardíaca(V FC) em mulheres com IOP sob TH; 2. Quantificar a função endotelial bem como o estresse oxidativo sistêmico através da medida da vasodilatação mediada pelo fluxo e da medida da atividade de enzimas anti-oxidantes.em mulheres com IOP sob TH, 3. Avaliar as funções hemodinâmica, e autonômica bem como o estresse oxidativo cardíaco em ratas fêmeas ovariectomizadas tratadas ou não com reposição estrogência. 38 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Kannel WB, Dawber TR, Kagan A, Revotskie N, Stokes J, 3rd. Factors of risk in the development of coronary heart disease--six year follow-up experience. The Framingham Study. Ann Intern Med 1961; 55:33-50. 2. Kalantaridou SN, Naka KK, Bechlioulis A, Makrigiannakis A, Michalis L, Chrousos GP. Premature ovarian failure, endothelial dysfunction and estrogen-progestogen replacement. 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Laboratório do Movimento Humano, Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, SP 3 Unidade de Endocrinologia Ginecológica da Divisão de Endocrinologia Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Porto Alegre, Brasil. 4 Deparatmento de Fisiologia ,Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre, Brasil. 5 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Porto Alegre, Brasil. 6 Unidade de Hipertensão(InCor), Escola de Medicina da Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, Brasil. Running Head: Disfunção Autonomica em IOP sob TH Hypertension Manuscript word count: Abstract word count: Number of figures: 2 Corresponding author: Maria Cláudia Irigoyen, MD, PhD Hypertension Unit, Heart Institute (InCor) Av. Dr. Eneas de Carvalho Aguiar, 44 – Subsolo Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil – 05403-000 Telephone: +55 11 3069 5006 Fax: +55 11 3085 7887 E-mail: [email protected] [U12] Comentário: Item a do artigo Prof. Katia incluída como autora. 55 RESUMO Disfunção Autonômica Cardíaca na Insuficiência Ovariana Primária Os benefícios da terapia hormonal sobre a função autonômica cardiovascular em mulheres com IOP ainda são insuficientes.Objetivo: Avaliar, em mulheres normais e com IOP, alterações hemodinâmicas e autonômicas cardiovasculares, função endotelial e estresse oxidativo sistêmico.Método: Um estudo caso (17 mulheres IOP) e controle (15 mulheres normais) alinhado a uma coorte no qual mulheres foram submetidas a avaliação da variabilidade do intervalo RR e dos sinais de pressão arterial durante repouso e após ortostatismo. Ratas submetidos à ovariectomia foram testadas quanto as conseqüências cardíacas. Resultados: Mulheres com IOP sob TH (7,25±3,49 anos) houve aumento da pressão arterial média (94 ± 10 vs 86 ± 5 mmHg) sem alteração da modulação autonômica do vaso e da função endotelial hauvendo atenuação da sensibilidade do barorreflexo (3,9 ± 1,38 vs 7,15 ±3,62 ms2 /mmHg) e redução da variabilidade da freqüência cardíaca (2319 ± 1173 vs 3754 ± 1921 ms2). Nas ratas ovariectomizadas houve um índice maior de lipoperoxidação (7433 ± 1010 vs 6180 ± 289 cps / mg proteína). Conclusão: Enzimas antioxidantes diminuiram no tecido cardíaco e a TH não restaurou as disfunções hemodinâmicas e autonômicas nos animais. Terapias alternativas devem ser investigadas pois a TH a longo prazo não restaurou todos os fatores de risco cardiovasculares Palavras-chave: Insuficiência Ovariana Primária, Mulheres, Ratas Fêmeas,Sistema Nervoso Autônomo,Estresse Oxidativo,Hormônios,Endotélio. [U13] Comentário: Resumo modificado Item b do artigo 56 INTRODUÇÃO Define-se a Falência Ovariana Prematura (FOP), ou Insuficiência Ovariana Precoce (IOP), como um distúrbio da função ovariana antes dos 40 anos de idade, caracterizando-se por amenorréia (4 meses ou mais) associada com altos valores de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) 1 . Estima-se que a ocorrência de IOP em idade reprodutiva seja de 1% em mulheres abaixo de 40 anos e 0,1% em mulheres abaixo de 30 anos 2 . Mulheres diagnosticadas com IOP apresentam risco cardiovascular aumentado3, 4 . A terapia de reposição hormonal em mulheres jovens com IOP restaura a fisiologia normal e pode também ter efeitos benéficos no sistema cardiovascular. Contudo, a magnitude do risco cardiovascular a longo prazo nestas pacientes permanece sem solução. Considera-se a doença cardiovascular (DCV) como a causa principal de morte prematura no mundo ocidental, comumente se desenvolvendo 10 anos mais tarde em mulheres do que em homens. Sabe-se que a DCV é associada com alterações, avaliadas por diferentes métodos, do controle cardiovascular, tais como a redução na modulação parassimpática e modulação simpática aumentada do coração. Além do mais, muitas condições de DCV são associadas com o comprometimento do barorreflexo, o mais importante regulador a curto prazo da pressão arterial (PA). Na verdade, a medição da variabilidade da freqüência cardíaca(VFC) e da sensibilidade barorreflexa(SBR) tem sido usada como uma ferramenta que melhor quantifica os marcadores da disfunção autonômica5 . Além disso, o estresse oxidativo tem sido relevante na fisiopatologia de um grande número de doenças, exercendo provavelmente um papel mecanicistico na disfunção barorreflexa. Isto se deve ao fato [U14] Comentário: Item C do artigo Manteve-se a definição pois o trabalho foi submetido a revista hypertension, não especifica da área. Lembramos que a maior parte das referencias citadas fazem a definição de IOP. 57 das substancias antioxidantes influenciarem favoravelmente a sensibilidade barorreflexa (SBR)6, 7 e a redução do estresse oxidativo ter sido correlacionada com a melhora deste reflexo em ratas fêmeas8,9 . Neste aspecto, já foi à muito tempo comprovado que o hormônio feminino, estrogênio, protege contra a DCV, mas o seu mecanismo de ação ainda é desconhecido. Estudos demostraram que a privação de hormônios femininos induz à disfunção endotelial, ao comprometimento autonômico e ao aumento do estresse oxidativo em mulheres jovens em idade fértil, da mesma forma que em ratas fêmeas submetidas à ovariectomia10,12 . Considerando-se os dados relatados acima, é razoável hipotetizar que mulheres com IOP (ou menopausa prematura) apresentam um alto risco de DCV, o que pode ser atribuído a um inicio precoce de privação dos hormônios ovarianos. Contudo, até recentemente, poucos estudos avaliaram as consequências cardiovasculares do IOP e não há informação sobre função autonômica e BRS, nem em relação ao estresse oxidativo em mulheres diagnosticadas com IOP. Neste estudo testamos a hipótese de que a IOP em mulheres com terapia de reposição hormonal (TH) está associada com a atenuação da vasodilatação vascular e a disfunção autonômica cardiovascular, quantificada pela variabilidade da freqüência cardíaca e sensibilidade do barorreflexo, e que esses comprometimentos estão relacionados às modificações das enzimas antioxidantes sistêmicas. Além disso, considerando-se que a TH é a chave do tratamento13 para as mulheres após a confirmação de diagnóstico de IOP a possibilidade de que a privação dos hormônios ovarianos possa induzir tais mudanças e que a TH não possa reverter todas essas deficiências, foi examinada em um modelo experimental de IOP induzida pela ovariectomia em ratas jovens e adultas submetidas ou não ao TH. Este modelo experimental também permite o estudo do estresse oxidativo em tecido cardíaco. [t15] Comentário: Item C da carta do REVISOR!!! Modificado! 58 Métodos Parte I. Avaliações em mulheres com IOP População do estudo.Trata-se de um estudo caso-controle alinhado em uma coorte. Dezessete mulheres com diagnóstico de IOP (grupo IOP) e quinze mulheres controle (grupo C) foram incluídas no estudo. As pacientes IOP que apresentaram amenorréia foram investigadas na Unidade de Endocrinologia Ginecológica da Divisão de Endocrinologia do HCPA, Hospital das Clinicas de Porto Alegre e foram acompanhadas por mais de 7 anos a partir do diagnóstico de IOP. A IOP foi definida como uma amenorréia secundária antes dos 40 anos de idade, com cariótipo normal (46XX), altos níveis de gonaodotrofina (FSH > 40 UI/L) em no mínimo 2 determinações consecutivas e insuficiência ovariana hipergonadotrófica resultante de causas outras que não doenças ovarianas autoimunes, cirurgia, quimioterapia ou radioterapia . Mulheres incluídas no nosso estudo no grupo IOP mostraram durante o diagnóstico, como esperado, alto FSH( 53,9 ± 24,15 UI/L) e níveis plasmáticos de hormônios luteinizantes LH( 27,1 ± 11,2 UI/L) e níveis plasmáticos reduzidos de estradiol (17,7 ± 14,9 pg/mL) em relação à variação padrão normal14 . Após o diagnóstico as pacientes foram submetidas à terapia cíclica de reposição hormonal (TH) cuja apresentação consistia de estrogênio conjugado (Premarin 0,625 mg) e progesterona (acetato de medroxiprogesterona 5 mg MPA) de uso contínuo alcançando níveis plasmáticos maiores que 50 pg/mL. Mulheres controles foram selecionadas na mesma unidade no qual os casos foram acompanhados. Todas as mulheres mantiveram ciclos ovulatórios normais e foram usuárias de métodos contraceptivos. Todas as medidas neste grupo de pacientes foram feitas em uma semana depois do término das menstruações. Pacientes apresentando diabete melito [t16] Comentário: Modificado de acordo com item d do REVISOR. 59 (DM), hipertensão (HAS), hipercolesterolemia, sobrepeso, sob tratamento farmacológico, fumantes e com abuso de álcool foram excluídas deste estudo. Todas as mulheres forneceram termo de consentimento por escrito para participar neste estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Características gerais. Medidas antropométricas incluíram peso corporal, altura, circunferência da cintura (CC, avaliado ao redor do abdômen acima do osso do quadril) e índice de massa corporal (IMC, determinado pela razão do peso (Kg) e o quadrado da altura (m2 ). Amostras de sangue foram coletadas através de uma veia anticubital para a determinação dos parâmetros hormonais e bioquímicos e também a quantificação de enzimas antioxidantes. As medidas de PA foram feitas no braço direito com esfigmomanômetro digital (OMRON 711, Matsuaka, Japão), após um repouso de no mínimo 5’, com as participantes na posição sentada seguindo as Diretrizes da Sociedade Britânica de Hipertensão e da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Vasodilatação mediada pelo fluxo braquial. A função endotelial não invasiva foi avaliada usando-se ultrasom da arterial braquial. As análises foram realizadas em ambiente climatizado (21 – 24ºC) no Instituto de Cardiologia de Rio Grande do Sul/ Fundação Universitária de Cardiologia. O estudo com o ultrasom foi feito usando-se o EnVisor Series ( Philips Ultrasom – Bothell, WA - EUA), um instrumento eco Doppler com resolução linear de 7-12 MHz e software para imagem adquirida no modo bidimensional com Doppler colorido e sinal ECG. As imagens com traçado eletrocardiográfico simultâneo estão gravadas em DVD. Os erros operacionais foram minimizados mantendo-se o transdutor e o braço na mesma posição durante os procedimentos. Um manguito de pressão foi colocado no braço esquerdo e inflado até 50 mm Hg acima da pressão sistólica durante 5’ e imediatamente após o manguito foi 60 removido e as imagens do diametro interno da artéria braquial e a função vasodilatadora dependente do endotélio (FMD) foram obtidas. Foi permitido um intervalo de 10’ para a recuperação do vaso. Depois deste período de recuperação, um segundo exame de linha de base foi executado. O trinitrato de Glicerol (GTN-0,4 mg; Nitrostat, Parke-Davis, Morris Plainf, New Jersey, EUA) foi administrado e o terceiro exame da artéria braquial foi feito de acordo com as diretrizes14. Avaliação hemodinâmica e autonômica. As medidas hemodinâmicas foram obtidas usando-se o sinal de pressão arterial obtido por meio de dispositivo Finapres Medical Systems que, através de um sensor colocado no dedo do paciente avaliava continuamente a onda de pressão. A conversão do sinal analógico para digital foi efetuada pelo sistema de aquisição CODAS. (CODAS, 1 kHz frequência de amostragem; Dataq Instruments, Inc., Akron, OH). Todos os registros foram realizados em uma sala climatizada. Para testar a modulação autonômica, executou-se uma manobra de ativação simpática, que provocou uma resposta autonômica no qual as voluntárias passaram da posição dorsal para a posição ortostática. Os registros foram realizados com pacientes em repouso por 30 'antes do início da gravação do sinal: 10' na posição dorsal e 10’ ortostática. A análise no domínio da freqüência da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) foi realizada com um algoritmo autoregressivo 15,16 no intervalo de pulso (IP) e pressão arterial sistólica (PAS) em seqüências de extensão n = 200 batimentos, obtidos através da gravação da pressão arterial. A densidade de potência espectral foi calculada para cada série de segmento tempo, utilizando softwares específicos. Se a seqüência randomicamente selecionada incluísse segmentos não evidentes tais como baixa derivação de valor médio ou mudanças bruscas de variância, a seqüência era descartada e uma nova seleção randômica era realizada. Neste estudo, três componentes espectrais foram 61 considerados: muito baixa freqüência (MBF), 0-0,04 Hz; baixa freqüência (BF), de 0,04 a 0,15 Hz e alta freqüência (AF) 0,15-0,40 Hz. Os componentes espectrais foram expressos em termos absolutos (s2 ) e unidades normalizadas (nu). A normalização consistia em dividir o poder de um determinado componente espectral pelo poder total multiplicado pela razão de 100. A SBR foi estimada pelo índice alfa, definido como a raiz quadrada da razão entre as BF em SBR e VFC. Dosagens bioquímicas. Uma amostra de sangue foi obtida em jejum para as medidas de sódio (Na), potássio (K), glicose, colesterol total e colesterol de baixa e alta densidade (HDL e LDL, respectivamente), triglicérides (TG) e quantificação de uréia e creatinina. As medidas de laboratório foram realizados utilizando-se kits enzimáticos comerciais automatizados (Roche, Mannheim, GE) Determinações das enzimas antioxidantes . Após a coleta, as amostras de sangue venoso heparinizado foram lavadas em uma solução de 9 g / L de cloreto de sódio e centrifugadas três vezes em 3000 g por 10 min em temperatura ambiente. Os glóbulos brancos foram descartados por aspiração e os eritrócitos diluídos 1/10 em 1 mM de ácido acético e 4 mM de sulfato de magnésio, após colocados em um banho de gelo por 10 min e centrifugadas a 4.200 g por 20 min a 0 º C. O sobrenadante foi utilizado para os testes de enzimas. A atividade do superóxido dismutase (SOD) foi medida no sangue pela inibição da taxa de pirogalol em 420nm, conforme descrito anteriormente por Marklund18 . A atividade da enzima foi relatada como hemoglobina U / mg. A concentração da catalase (CAT) foi medida através da monitorização da diminuição na concentração de H2O2 espectrofotometricamente a 240 nm, e os resultados apresentados como pmol de H2 O2 / mg hemoglobina19 . [U17] Comentário: Item d Essas avaliações foram incluídas como screening geral. 62 Parte 2. Avaliações em um modelo experimental de ratas com IOP Grupos e animais. Os experimentos foram realizados em 21 ratas virgens da raça Wistar (192 ± 4 g) do Biotério da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, recebendo dieta padrão de laboratório e água ad libitum. Os animais foram alojados em gaiolas individuais numa sala com temperatura controlada (22o C), com um ciclo de 12 horas claro-escuro. Todos os procedimentos cirúrgicos e protocolos utilizados foram aprovadas pelo Comité de Uso de Animais Experimentais da Universidade São Judas, São Paulo, Brasil, e foram conduzidos de acordo com o Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório, do National Institute of Health (NIH) As ratas foram divididas aleatoriamente em três grupos: sham-controle (S, n = 7), IOP experimental induzida pela ovariectomia (EIOP, n = 7) e EIOP + terapia com estrogênio (EIOP + TE, n = 7). A IOP foi induzida experimentalmente pela ovariectomia após 10 semanas de idade. Neste procedimento os animais foram anestesiados (Ketamina 80 mg / kg + Xilazina 12 mg / Kg), foi feita uma pequena incisão abdominal , os ovários foram localizados, a trompa foi seccionada e os ovários foram retirados8, 11, 20 . As ratas sham controles (grupo S) foram submetidas a um falso procedimento de ovariectomia, apenas com a realização da incisão e do fechamento da parede após manipulação dos ovários. Sete dias após a ovariectomia e sob a mesma anestesia, as ratas EIOP+TE foram submetidas a um implante no subcutaneo de uma pellet que liberava 1,5 mg / dia 17β-estradiol (Innovative Research of America, Toledo, OH) no período de 8 semanas. Como relatado recentemente, a concentração de 17β-estradiol diminue em ratas ovariectomizadas e aumenta o17β-estradiol após o implante de uma pellet nestes animais 11, 12 . Neste estudo, a concentração de estrogênio, medida por imunoensaio, não foi detectável no grupo EIOP, e a concentração de estrogênio foi semelhante entre os grupos S e EIOP + ET. 63 Exames cardiovasculares. Nove semanas após a indução da IOP experimental, dois cateteres preenchidos com solução salina 0.06mL foram implantados na artéria carótida e na veia jugular (PE-10) de ratas anestesiadas (ketamina 80 mg / kg de xilazina + 12 mg / kg) para medir diretamente a PA e a administração de drogas . As ratas receberam ração e água ad libitum e após um dia de colocação do cateter foram analisadas. As ratas estavam conscientes em suas gaiolas e foi permitida a sua livre circulação durante os experimentos. O cateter arterial foi conectado a um transdutor (Pressão Arterial XDCR, Kent Científico, Litchfield, CT), e os sinais PA foram registrados durante um período de 30 minutos através de um microcomputador equipado com uma placa de conversor analógico-digital (CODAS, 2 kHz frequência de amostragem; Dataq Instruments, Inc., Akron, OH). Doses crescentes de fenilefrina (0,25-32 µg / kg) e nitroprussiato de sódio (0,05-1,6 µg / kg) foram injetadas em bolus seqüencialmente (0,1 mL) para produzir respostas de PA de 5 a 40 mm Hg. Um intervalo de 3-5 minutos entre as doses foi necessário para a PA retornar à linha de base. A SBR foi avaliada por um índice médio, relacionando alterações na frequência cardíaca (FC) com mudanças na PA média (PAM) após a injeção de fenilefrina ou nitroprussiato de sódio, permitindo uma análise separada de bradicardia reflexa e taquicardia reflexa, respectivamente 8, 20 . Perfil de estresse oxidativo. Após avaliação hemodinâmica, os animais foram mortos por decapitação, o coração (ventrículos) foi imediatamente removido, lavado em soro fisiológico, debridado para remover o tecido de gordura e tecido conjuntivo visível. Este tecido foi colocado em tampão gelado e foi homogeneizado em um ultraTurrax, utilizando 1 g de tecido para 5 mL de 150 mmol / L de cloreto de potássio e 20 nmol/L tampão fosfato, pH 7,4. Os homogeneizados foram centrifugados a 600 g 64 por 10 min a -2ºC. O ensaio de quimioluminescência (QL) foi realizado com um Espectrometro 1215 de cintilação líquida (LKB Produtor AB, Bromma, Suécia), no modo sem coincidência à temperatura ambiente (25-27ºC). Os sobrenadantes foram diluídos em 140 mmol / L de KCl, 20 mmol / L tampão fosfato, pH 7,4, e adicionados aos tubos de vidro, que foram colocados em frascos de cintilação; 3 mM hidroperóxido de tert-butil foi adicionado e a QL foi determinada até o máximo nível de emissão8, 21 . A concentração de CAT foi medida espectrofotometricamente pela monitoração da diminuição da concentração de H2 O2 ao longo do tempo. Alíquotas das amostras foram adicionados ao tampão fosfato 50 mM em uma cuba de quartzo. Após a determinação da linha de base do instrumento, o H2O2 foi adicionado até uma concentração final de 10 mM em 0,9 ml e a absorção foi medida em 240 nm 8, 18 .A atividade da SOD foi determinada nos homogeneizados pela medição da inibição da taxa de formação de adrenocromo autocatalítica em 480 nm em um meio de reação contendo 1 mM de epinefrina e 50 mM de glicina-NaOH, pH 10.5 8, 18 As proteínas foram analisadas utilizando o método de Lowry et al22 . 65 Análise estatística. Os dados são apresentados como média ± DP. Parte 1. Para avaliar a confiabilidade do estudo buscou-se o cálculo do poder, utilizando α índex com nível de significância de 5%, com magnitude do efeito observado de 3,25, o poder resultante foi de 90%para uma amostra total de 32 individuos (16 para cada grupo). As comparações entre os dois grupos com características gerais, análises bioquímicas, [t18] Comentário: Item d Cálculo tamanho da amostra. função vascular e enzimas antioxidantes foram realizadas por meio de testes t de Student. Os parâmetros de análise espectral foram analisados usando-se análise de variância (ANOVA) em medidas repetidas, seguido pelo teste de Student-NewmanKeuls (SKN). Parte 2. ANOVA foi utilizado para comparar os grupos, seguida pelo teste Student-Newman-Keuls. O nível de significância para todos os testes foi estabelecido em p <0,05. RESULTADOS Parte 1. As avaliações nas mulheres com IOP A Tabela I mostra as características basais dos grupos de mulheres estudadas. Não houve diferenças na idade e nas medidas antropométricas entre os grupos. Além disso, PAS e PAD, avaliadas pelo método auscultatório (esfigmomanômetro), foram semelhantes entre os grupos C e IOP. Não foram observadas diferenças em jejum dos níveis séricos de CT, HDL e LDL, TG e glicose, nem em Na, K, Cr,U entre os dois grupos de mulheres estudadas. A Tabela 2 mostra a vasodilatação dependente (FMD) e independente (induzido por GTN) do endotélio nos grupos das mulheres estudadas. Além disso, as [t19] Comentário: ITEM d DO REVISOR INSERIR cálculo amostral 66 respostas ON-dependentes) e GTN-induzida foram semelhantes entre os grupos C e IOP, indicando que ambos os grupos apresentavam vasodilatação arterial normal. A concentração de CAT foi maior no grupo IOP em comparação com o grupo C, enquanto que na atividade da SOD não foram observadas alterações (Tabela 3). O grupo IOP não apresentou alterações em PAS em relação ao grupo C. No entanto a pressão diastólica e a pressão arterial média (avaliação Finapress) foram maiores em mulheres com IOP em relação às mulheres C. A FC na posição dorsal ou após a manobra ortostática foi menor no grupo IOP em relação ao grupo C. Além disso, ambos os grupos responderam à manobra de ortostatismo, com um aumento da FC (Tabela 4 ). A variância total da VFC foi menor em mulheres com IOP na posição dorsal em relação às mulheres C. Esta redução basal na VFC provavelmente aboliu a resposta fisiológica de redução à manobra do ortostatismo no grupo IOP, uma vez que apenas o grupo C respondeu a esta manobra, reduzindo a variância total da VFC (Tabela 4). O componente LF da VFC embora menor, não foi diferente no grupo IOP em relação ao grupo C. Além disso, ambos os grupos apresentaram componente LF aumentado (valores normalizados) e componente HF diminuído (valores normalizados e absolutos) na comparação da posição ortostática em relação à dorsal. Ambos os grupos também mostraram um aumento na razão LF/HF relacionada com o balanço simpato-vagal cardíaco depois da manobra ortostática. Os grupos estudados não mostraram diferença estatística na VPAS. Ambos os grupos estudados responderam similarmente à manobra ortostática, mostrando um aumento na variância total e no componente LF da VPAS. O índice alfa relacionado com a sensibilidade espontânea do baroreflexo (SBR) estava reduzido nas mulheres com IOP comparado com as mulheres controle na posição dorsal. A redução neste índice depois da 67 manobra ortostatica, uma resposta fisiológica previsível, ocorreu somente no grupo controle(Figura 1). Parte 2. Avaliações em um modelo experimental em ratas com IOP Conforme descrito na Tabela 6, as ratas EIOP e as ratas EIOP + TE apresentaram um maior PAM comparados com as ratas Sham. A FC foi semelhante entre os grupos. A IOP experimental causou uma diminuição na resposta taquicárdica provocada pela ativação dos barorreceptores durante as quedas da PA (p <0,001). A TH não alterou a resposta taquicárdica (p> 0,54). A resposta bradicárdica aos aumentos da PA foi semelhante entre os grupos Sham, EIOP, EIOP + TE (p> 0,16) (Figura 2). A peroxidação lipídica das membranas, avaliada por quimioluminescência apresentou um aumento após a IOP experimental. Uma redução significativa da quimioluminescência foi observada em homogeneizados de coração de animais IOP submetidos à TH, quando comparados com animais EIOP. Estas alterações foram acompanhadas de mudanças das enzimas antioxidantes neste tecido. As concentrações de CAT e da atividade da enzima SOD que estavam reduzidas após a indução de IOP, foram restaurados após a TH (Tabela 6). DISCUSSÃO O presente estudo apresenta informações importantes. Mulheres com IOP que foram acompanhados por mais de 7 anos com tratamento hormonal apresentaram função endotelial e modulação autonômica vascular (VPAS var LF) normais, sem nenhuma redução nas enzimas antioxidantes sistêmicas. No entanto, elas mostraram um aumento na PAM (embora na faixa de normalidade), com a VFC e a SBR 68 reduzidas na posição dorsal após a manobra ortostática. O papel da privação dos hormônios ovarianos sobre as alterações hemodinâmicas pode ser mais bem entendido na descrição a seguir. Utilizando-nos de uma abordagem experimental, mostramos que o aumento da PA e a redução da SBR observados em ratas ovariectomizadas foram resultantes da privação dos hormônios ovarianos. Essas alterações também foram associadas a um aumento do estresse oxidativo e à uma diminuição das enzimas antioxidantes no tecido cardíaco. Confirmando os dados obtidos nas mulheres com IOP, a terapia estrogênica em ratas ovariectomizadas restaurou o perfil oxidativo cardíaco, mas não foi capaz de normalizar as disfunções hemodinâmicas e [t20] Comentário: Item f Mudado de acordo! autonômicas. Pouco se sabe sobre o efeito da privação de estrógenos sobre o risco cardiovascular em mulheres jovens com IOP (ou menopausa precoce). Neste aspecto, é importante destacar que não só a menopausa natural (> 50 anos de idade) como também a menopausa prematura, incluindo a IOP, que tem sido associadas à disfunção endotelial 23,24 , apresentam restauração da função endotelial aos valores de normalidade após seis meses de terapia de reposição hormonal 25 . Os resultados do presente estudo estão de acordo com esses previamente descritos, uma vez que as mulheres com IOP cronicamente tratadas com estrógeno (> 7 anos) apresentaram vasodilatação (endotélio dependente ou independente) e modulação autonômica vascular (VPAS var e LF) semelhantes às mulheres saudáveis de mesma idade. A função vascular normal está relacionada ao estado redox ideal. Nesse sentido, a disfunção endotelial observada após a privação dos hormônios ovarianos em mulheres e ratas fêmeas foi associada ao aumento do índice de estresse oxidativo e / ou redução de enzimas antioxidantes. No presente estudo, foi observado um aumento da QL, um índice de lipoperoxidação de membrana, acompanhado por uma redução [t21] Comentário: DE acordo com o sugerido!Item f! 69 na concentração de CAT e SOD em homogenatos do coração de ratas IOP. Além disso, nossos resultados mostraram que as ratas e mulheres IOP após TH apresentaram perfil oxidativo semelhante aos seus respectivos controles, incluindo um aumento na atividade da CAT sistêmica em mulheres IOP. Esse resultado reflete uma melhora no estado redox, podendo estar associado com um aumento na biodisponibilidade do óxido nítrico (ON) 26, 27 . Em um estudo anterior do nosso grupo, demonstramos a diminuição da SOD e inalterção na CAT no miocárdio de ratas após a ovariectomia28 . Visto que o SOD detoxifica o ânion superóxido que inativa o ON 29 , a alta atividade da SOD no miocárdio das ratas com IOP submetidas à TH no presente estudo pode estar associada ao aumento da biodisponibilidade de ON e, consequentemente, à melhoria da função endotelial. De fato, um estudo anterior relatou que um anti-oxidante (N-acetil-L-cisteína) reverteu a disfunção endotelial na aorta de ratas ovariectomizadas 30 . Hernandez et al.11mostraram que a administração de estrogênio aumenta a condutância vascular em ratas ovariectomizadas, relacionando este efeito ao aumento da síntese de ON e / ou prevenção do estresse oxidativo, melhorando desta forma a função endotelial. Apesar de a função endotelial estar correlacionada com o desenvolvimento da aterosclerose e, consequentemente, ao aumento do risco cardiovascular em mulheres com IOP, outros fatores de risco devem ser considerados neste cenário. A incidência maior de doenças cardiovasculares nessa população também pode estar relacionada a alterações na PA e em sua regulação, de forma independente ou, pelo menos, não relacionada somente à disfunção endotelial. Em ratas e camundongas fêmeas, os valores da PA após a privação dos hormônios ovarianos foram maiores quando comparados aos observados no grupo controle de ratas fêmeas saudáveis 32 8, 11, 12, 20, 31, . Em acordo com esses achados, os valores da PAM apresentaram-se elevados em 70 ratas IOP em relação ao grupo controle. Apesar da TH, o grupo de ratas fêmeas suplementadas com 17β-estradiol (grupo EIOP + TE) também apresentou valores aumentados de PA em relação às fêmeas sham controles. Além disso, as mulheres com IOP submetidas à TH de longo prazo, no presente estudo apresentaram maior PAM (embora na faixa de normalidade) em relação às mulheres controle. Em contraste, um estudo anterior havia mostrado também a PA inalterada após a TH de longo prazo em mulheres33 . A TH é descrita como uma estratégia para proteger as mulheres da morte cardíaca, provavelmente por melhoria da atividade vagal33 . De acordo com esta observação clínica, os dados anteriores de nosso grupo mostraram que ratas suplementadas com 17 -estradiol tinham um tônus vagal exacerbado quando comparadas com as ratas controles sedentárias ovariectomizadas, atingindo valores semelhantes aos das controles fêmeas12 . Estudos experimentais em ratos demonstraram que a inibição simpática, efetivada por mecanismos pré-sinápticos, é mais potente em fêmeas do que em machos e que estes mecanismos são atenuados pela ovariectomia34 . Corroborando esses achados, nós demonstramos previamente que a privação dos hormônios ovarianos pode induzir uma maior atividade simpática para o coração em ratas ovariectomizadas quando comparadas a controles. Por outro lado, a TH foi capaz de diminuir esse tônus simpático em ratas ovariectomizadas tratadas para valores semelhantes aos obtidos em ratas controles12 . A terapia antioxidante, por aumentar a biodisponibilidade do ON no nó sinusal pode influenciar o controle autonômico 34 , prevenindo a disfunção autonômica causada por radicais livres 6 e melhorando a eficácia da resposta cardíacas 26 . Nesse sentido, os efeitos da TH sobre as enzimas antioxidantes em animais tratados (CAT e SOD) em homogeneizados de corações de ratas e nas células do sangue de mulheres) observados no presente 71 estudos podem estar ligados à melhora na modulação do controle autonômico do coração, como previamente já observado em presença do uso de terapia antioxidante. Um dos dados clínicos mais importantes obtidos neste estudo foi a demonstração de que tanto o balanço autonômico como o componente LF da VFC, que representa a modulação simpática cardíaca, estavam na faixa da normalidade em mulheres IOP sob TH em comparação à mulheres controles. Aceitando-se o fato de que a hiperatividade simpática é considerada um fator de risco potencial de morte por doença cardiovascular 5, 35, 36 a normalização desta atividade por TH representa um importante achado do presente estudo. No entanto, é importante considerear que tanto a deficiência da SBR como da VFC tem sido associadas com PA mais altas e com maior gravidade da doença cardiovascular5 . Assim, a identificação do mecanismo subjacente à redução da SBR tem importantes implicações clínicas. Um estudo recente que examinou as mudanças da SBR durante o ciclo menstrual mostrou que há um aumento da SBR em fases de predomínio de estrogênio, enquanto a progesterona parece antagonizar este efeito 37 . Hunt et al.34 demonstraram que a longo prazo a TH com estrogênio em mulheres pósmenopausadas tem efeito sobre a regulação cardiovascular, como evidenciado pelo aumento no ganho do barorreflexo sobre o simpático vascular, que pode não se refletir na PA basal ou no ganho do barorreflexo sobre o parassimpático cardíaco. No presente estudo, nós observamos um aumento na PA e uma redução da taquicardia reflexa comandada pelo barorreflexo em ratas submetidas à IOP, e essas mudanças não foram revertidas por terapia com estrogênio. Os resultados do presente estudo também mostraram que mulheres com IOP submetidas à TH apresentaram PA mais elevada, disfunção do barorreflexo e redução da VFC em decúbito dorsal e também após a manobra de estimulação simpática (ortostatismo) quando comparadas às 72 mulheres controles. Estes dados sugerem que a TH de longa duração utilizada tanto em modelo experimental animal como em mulheres com IOP não foi capaz de restaurar todas as variáveis associadas ao risco cardiovascular provocado pela privação dos hormônios ovarianos. Baseado nesses dados, novas terapias alternativas devem ser investigadas. LIMITAÇÕES DO ESTUDO As limitações deste estudo incluem a ausência de randomização e o tempo de TH que não foi exatamente o mesmo entre as pacientes incluídas. Considerando que a TH é indicada nas pacientes com diagnóstico de IOP não foi possível obter um grupo sem tratamento pelo período de seguimento. Dessa forma, optou-se por comparar as variáveis de interesse com um grupo controle pareado pela idade e outras característica de inclusão, caracterizando o delineamento como caso controle. Com essa abordagem, as diferenças obtidas foram significativas e o cálculo do poder do teste de comparação foi de 90% para a amostra total utilizada. PERSPECTIVAS Recentemente, o estudo sobre mortalidade associada à doença cardiovascular, em um total de 1.091 mulheres com ovariectomia bilateral, e 2.383 mulheres controles mostrou que as mulheres que se submeteram à ovariectomia bilateral em uma idade jovem tinham o risco de morte cardiovascular aumentado, especialmente por morte cardíaca. No entanto, este aumento da mortalidade foi atenuado pelo tratamento adequado com estrogênio 38 . Esta atenuação da mortalidade pode estar relacionada aos resultados mostrados em nosso estudo, pois as mulheres com IOP sob terapia estrogênica apresentaram perfil lipídico, função endotelial, modulação autonômica [t22] Comentário: DE acordo com item f!! 73 vascular e enzimas antioxidantes sistêmicas em níveis similares aos das mulheres saudáveis. No entanto, apesar da redução de mortalidade é possível que essa população esteja exposta a um risco residual provavelmente relacionado à redução total da VFC e da SBR, dois importantes fatores de riscos cardiovasculares observados em nosso estudo5, 35, 36 . Estudos futuros deverão investigar outras terapias para o controle desses fatores de risco. Recentemente, demonstramos que o treinamento físico associado ou não à TH pode melhorar a BRS em ratas ovariectomizadas 8, 12, 20, 31 . No entanto, estudos clínicos futuros devem confirmar esses resultados experimentais e estabelecer o regime de tratamento mais eficaz para essa população. 74 Fontes financiadoras Este estudo foi financiado pelo Projeto Casadinhos Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS)/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(CAPES)-InCor-USP/IC-FUC, Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPQ), Fundo de Apoio do IC/FUC À Ciência e Cultura (FAPICC) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP-07/57595-5). 75 Referencias Bibliograficas 1. Goswami D, Conway GS. Premature ovarian failure. Horm Res. 2007;68:196-202 2. Coulam CB, Adamson SC, Annegers JF. Incidence of premature ovarian failure. Obstetrics and gynecology. 1986;67:604-606 3. Jacobsen BK, Knutsen SF, Fraser GE. Age at natural menopause and total mortality and mortality from ischemic heart disease: The adventist health study. Journal of clinical epidemiology. 1999;52:303-307 4. 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Sensibilidade do Barorreflexo (A) o índice Alpha dos controles (C) e grupos de mulheres com insuficiência ovariana primária (IOP), (B) respostas taquicárdicas e bradicárdicas e alterações da pressão arterial em sham (S), insuficiência ovariana primária experimental (EIOP) e insuficiência ovariana primária experimental + terapia de estrogênio + (EIOP+TE) . * P <0,05 vs grupo C ou um grupo S.p < 0,05 vs condição de repouso no mesmo grupo. 79 Tabela1.Características dos grupos controle(C)e insuficiência ovariana primária(IOP) C IOP Valor P idade (anos) 38 ± 9 37 ± 9 0.76 IMC (kg/m2 ) 26 ± 3 26 ± 5 0.74 CC (cm) 91 ± 7 92 ± 11 0.76 PAS (mmHg) 123 ± 11 122 ± 11 0.78 PAD (mmHg) 80 ± 6 75 ± 9 0.11 Na (mEq/L) 141 ± 3 139 ± 3 0.07 K (mEq/L) 4.3 ± 0.4 4.2 ± 0.5 0.54 87 ± 7 85 ± 8 0.44 Colesterol Total (mg/dL) 187 ± 35 196 ± 31 0.41 LDL (mg/dL) 135 ± 28 129 ± 26 0.66 HDL (mg/dL) 51 ± 9 52 ± 7 0.75 TG (mg/dL) 84 ± 33 82 ± 33 0.83 Uréia (mg dL) 25 ± 3 27 ± 6 0.25 0.59 ± 0.06 0.65 ± 0.10 0.07 Glicose (mg/dL) Creatinina (mg/dl) Dados são descritos como medias ± DP. (Teste t de Student). IMC: índice de massa corpórea, CC:circunferência da cintura, PAS:pressão arterial sistolica, PAD:pressão arterial distólica, FC:frequêcia cardiaca, Na: sódio, K: potassio, HDL: colesterol de alta densidade, LDL: colesterol de baixa densidade; TG: triglicerideos. [t23] Comentário: As figuras e tabelas a seguir foram colocadas em português!!! 80 Tabela 2. Função vascular arterial em contoles(C) e insuficiência ovariana primária(IOP) C IOP Valor P FMD (%) 13.7 ± 5.5 14.2 ± 7.1 0.84 GTN (%) 24.2 ± 8.5 22.1 ± 11.7 0.54 Dados são apresentados como media ± DP. (teste t de Student). FMD: vasodilatação mediada pelo fluxo, GTN:vasodilatação mediada pelo trinitrato de glicerina. 81 Tabela 3. Enzimas antioxidantes determinados nos eritrócitos de grupos controles (C)e em insuficiência ovariana primária(IOP). C IOP Valor P CAT (pmols/mg Hb) 3.15 ± 1.06 6.48 ± 3.55* 0.04 SOD (U/mg Hb) 3.15 ± 0.58 3.06 ± 1.20 0.33 Dados são apresentados como media ±.DP. *p< 0.05 vs. C group (teste t de Sutend). CAT: concentracão enzima catalase, SOD: atividade da enzima superoxide dismutase, Hb: hemoglobina. 82 Tabela 4. Avaliação hemodinâmica e autonômica em grupos controle (C) e insuficiência ovariana primária (IOP). C IOP Dorsal Ortostatismo Dorsal Ortostatismo PAS (mmHg) 125 ± 9 ativo 123 ± 11 122 ±12 ativo 121 ± 13 PAD (mmHg) 65 5 68 7 72 8* 77 12* PAM (mmHg) 86 5 87 9 94 10* 96 11* FC (bpm) 71 ± 8 84 ± 9‡ 64 ±10* 76 ±14*‡ 3754 ± 1921 1860 ± 1035‡ 2319 ± 1173* 1455 ± 766 - fLF (Hz) 0.10 ± 0.03 0.10 ± 0.02 0.09 ± 0.03 0.09 ± 0.03 - LF (ms2 ) 844 ± 490 636 ± 542 578 ± 400 420 ± 391 - LF (nu) 43.9 ± 19.9 79.1 ± 13.0‡ 39.6 ± 16.9 70.5 ± 20.7‡ - fHF (Hz) 0.27 ± 0.05 0.24 ± 0.04 0.29 ± 0.05 0.29 ± 0.05* - HF (ms ) 857 ± 474 194 ± 170‡ 821 ± 803 150 ± 86‡ - HF (nu) 56.1.3 ± 19.1 20.9 ± 13.0‡ 60.4 ± 16.9 29.5 ± 20.7‡ - LF/HF 1.3 ± 0.7 5.8 ± 4.2‡ 0.8 ± 0.5 4.5 ± 4.0‡ VPAS – var 14.6 ± 5.1 34.3 ± 20.7‡ 15.1 ± 5.5 34.8 ± 22.9‡ - LF (mmHg2 ) (mmHg-2 )HF 21.5 ± 12 95.7 ± 60.4‡ 35.9 ± 9.34 74.7 ± 44.6‡ 17.0 ± 8.7 16.2 ± 12.1 23.1 ± 17.8 18.1 ± 14.1 Indice (mmHgα2 ) 7.15±3.62 2.87 ± 1.60‡ 3.9 ± 1.38* 2.56 ± 3.23 VFC - var (ms2 ) 2 Dados estão apresentados como médias DP. * p<0.05 vs. grupo controle C na mesma condição. ‡ p<0.05 vs. posição decúbito dorsal no mesmo grupo. PAM: pressão arterial média, PAD: pressão arterial diastólica, PAS: pressão arterial sistólica, FC: frequência cardíaca, VFC: variabilidade da frequência cardiaca,VPAS: variabilidade da pressão arterial sistólica, var: variância total , f: pico de ceα (ms/mmHg) freqüência central, LF: componente de baixa frequência, HF: componente de alta frequência . (mmHg2 ) 83 Tabela 5. Avaliação Hemodinâmica no grupo Sham (S), grupo de ratas experimentais com insuficiência ovariana primária (EIOP) e grupo de ratas experimentais com insuficiência ovariana primária mais terapia estrogênica (EIOP+TE) . S EIOP EIOP+ET P value PAM(mmHg) 106 ± 4 123 ± 8* 121 ± 9* 0.01 FC (bpm) 358 ± 27 359 ± 31 369 ± 30 0.74 Dados são apresentados como medias ±.DP. *p< 0.05 vs. Grupo S (ANOVA). PAM: pressão arterial média, FC: frequência cardiaca. 84 Table 6. Perfil do estresse oxidativo em sham (S), ratas experimentais com insuficiência ovariana primária (EIOP) e ratas experimentais com insuficiência ovariana primria +terapia estrogênica (EIOP-TE) . S EIOP EIOP+TE Valor P QL(cps/mg proteina) 6180 ± 289 7433 ± 1010* 5898 ± 806† 0.005 CAT(pmols/mg proteina) 3.92 ± 0.17 3.10 ± 0.68* 4.32 ± 0.72† 0.034 SOD (USOD/mg proteina) 42 ± 3.24 30 ± 3.50* 47 ± 7.51† 0.0001 Dados são apresentados como medias ± DP. *P< 0.05 vs. Grupo S ; †P<0.05 vs. Grupo EIOP . (ANOVA). QL: quimioluminescencia CAT: concentração da enzima catalase , SOD: atividade da enzima superoxido dismutase . 85 Fig.1 86 Fig.2 A 0.025 Grupo C Grupo IOP (ms/mmHg) 0.020 0.015 * ‡ B 5 4 3 / 2 / 0.010 Resposta Taquicárdica * Grupo S * GrupoE IOP Grupo E IOP+TE 1 0 0.005 -1 0 Ortostática Repouso -2 Resposta Bradicardica 87 6. ARTICLE CARDIAC AUTONOMIC DYSFUNCTION IN PRIMARY OVARIAN INSUFFICIENCY CARDIAC AUTONOMIC DYSFUNCTION IN PRIMARY OVARIAN INSUFFICIENCY Silvia Goldmeier1,Kátia Angellis2, Karina Rabello Casali 1 ,César Vilodre3, Adriane Belló Klein4, Rodrigo Plentz5, Polimara Spritzer3, Maria Cláudia Irigoyen 1,6 1 Institute of Cardiology/Cardiology Foundation University (IC/FUC).Rio Grande do sul Porto Alegre, Brazil. 2 Sao Judas Tadeu University, São Paulo, Brazil. 3 Gynecological Endocrinology Unit, Division of Endocrinology, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Porto Alegre, Brazil. 4 Phisiology Department, University Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre, Brazil. 5 Department of Physiotherapy, University of Health Sciences of Porto Alegre (UFCSPA).Porto Alegre,Brazil 6 Hypertension Unit, Heart Institute (InCor), University of Sao Paulo Medical School, Sao Paulo, Brazil. Running Head: Autonomic dysfunction in POI under HT Hypertension Manuscript word count: Abstract word count: Number of figures: 2 Corresponding author: Maria Cláudia Irigoyen, MD, PhD Hypertension Unit, Heart Institute (InCor) Av. Dr. Eneas de Carvalho Aguiar, 44 – Subsolo Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil – 05403-000 Telephone: +55 11 3069 5006 Fax: +55 11 3085 7887 E-mail: [email protected] 89 Abstract Cardiac Autonomic Dysfunction In Primary Ovarian Insufficiency Despite the evidence of the benefits of hormone therapy there is no information about autonomic function in these women. The aim of this study was to evaluate in normal and POI women the hemodynamic changes, cardiovascular autonomic, endothelial function, and systemic oxidative stress.This is a case study (17 women POI) and control (15 women) nested in a cohort study, in which the variability of interval RR and arterial pressure signals were evaluated during rest and after standing. Rats was submitted to ovariectomy to tested cardiac consequences.Women under hormonal therapy (~7 years) have increased median arterial pressure (94 ±10 vs 86 ±5 mmHg) and normal endothelial and autonomic modulation of vasculature. without autonomic modulation of the vessel and endothelial function showed attenuation of baroreflex sensitivity (3.9 ±1.38 vs 7.15±3.62 ms2 /mmHg) and reduced heart rate variability (2319±1173 vs 3754±1921 ms2 ). In ovariectomized female rats were accompanied by an increased lipoperoxidation index (7433 ±1010 vs 6180 ±289 cps/mg protein). Antioxidant enzymes was decreased at cardiac tissue and the hormone therapy in animals did not restore hemodynamic and autonomic dysfunctions. Alternative therapies must be investigated because hormonal therapy may not restore all cardiovascular risk factors associated with ovarian hormones deprivation Key Words: Primary Ovarian Insufficiency, Women, Female rats, Autonomic Nervous System, Oxidative Stress, Hormones, Endothelium 90 INTRODUCTION Premature ovarian failure or primary ovarian insufficiency (POI), is defined as a failure of the ovarian function before the age of 40, characterized by amenorrhea during four months or more, associated with increased values of follicle stimulating hormone (FSH)1 Prevalence of POI at reproductive age is estimated as 1% in women under the age of 40 and 0.1% in women under the age of 30 2 . Women who experience POI are at increased risk for cardiovascular morbidity and mortality 3, 4 . Hormone replacement therapy in young women with POI restores normal physiology and might also have beneficial effects on the cardiovascular system. However, the magnitude of long-term risk in the patients with cardiovascular disease remains an unsolved issue. Cardiovascular disease (CVD), which is the leading cause of premature death in the Western world, typically develops 10 years later in women than in men. It’s well known that CVD has been associated with alterations in the cardiovascular autonomic control, such as reduced parasympathetic modulation and increased sympathetic modulation of the heart evaluated by different methods. Moreover, many CVD states have been associated with baroreflex impairment, the most important short-term regulator of arterial blood pressure (AP). Indeed, the measurement of heart rate variability and baroreflex sensitivity has been used as a tool to better quantify the markers of autonomic dysfunction 5 . Additionally, oxidative stress has been implicated in the pathophysiology of a large number of diseases, and it plays a possible mechanistic role in baroreflex dysfunction, since antioxidant substances seem to improve baroreflex sensitivity (BRS)6, 7 correlated with this reflex improvement in rats and oxidative stress reduction was 8, 9 . In this aspect, it has long been 91 established that the female hormone estrogen protects against CVD, but the mechanism of action remains unclear. Studies have shown that ovarian hormones deprivation induces endothelial dysfunction, autonomic impairment and increases oxidative stress in fertile young women as well as in female rats submitted to ovariectomy 10-12 Considering these data reported above, it is reasonable to hypothesize that women with POI (or premature menopause) present an increased risk for CVD, which might be attributed to the early onset of ovarian hormones deprivation. However, so far very few studies have assessed the cardiovascular consequences of POI and there isn’t any information about autonomic dysfunction and baroreflex sensitivity, nor about the role of oxidative stress in women diagnosed with POI. In this study we have tested the hypothesis that POI in women under hormone replacement therapy (HT) might be associated with vascular vasodilatation attenuation and cardiovascular autonomic dysfunction, quantified by heart rate variability and baroreflex sensitivity. Furthermore, these impairments must probably be related to changes in systemic antioxidant enzymes. In addition, considering that HT is the key for the treatment of women after POI13 diagnosis confirmation the possibility that ovarian hormone deprivation can induce such changes and that HT cannot reverse all of these impairments was examined in an experimental model of POI induced by ovariectomy in young adult rats submitted or not to HT. This experimental model also allows the study of oxidative stress in cardiac tissue. 92 METHODS Part 1. Evaluations in POI women Population of the study. This is a case-control nested in a cohort study. Seventeen women with POI diagnosis (POI group) and fifteen control women (C group) were included in this study. The POI patients with amenorrhea were investigated at the Gynecological Endocrinology, Division of Endocrinology, Hospital de Clinicas de Porto Alegre and had a more than 7-year follow-up from POI diagnosis. POI was defined as secondary amenorrhea before the age of 40 years, in normal female karyotype (46, XX) that showed high gonadotropin levels (FSH > 40 IU/L) in at least two consecutive determinations and hypergonadotropic ovarian failure resulting from causes other than autoimmune ovarian diseases, surgery, chemotherapy or radiotherapy. Women included in our study in POI group showed at the diagnosis, as expected, increased FSH (53,9 ± 24,15 UI/L) and luteinizing hormone plasmatic levels (LH: 27,1 ± 11,2 .UI/L) and reduced estradiol plasmatic levels (17,7 ± 14,9 pg/mL) in relation to normal standart range14 . After the diagnosis, the patients underwent cyclic HT, which consisted of combined estrogen (Premarin 0,625 mg) and progesterone (medroxiprogesterone acetate 5 mg MPA), both of continuos usage, reaching plasmatic levels no lower than 50 pg/mL. Control women were selected from the same Ginecological Endocrinology Ambulatory, maintained normal ovulatory cycles and were users of contraceptive method. All measurements in this group of patients were performed within one week after the cessation of menses. Patients presenting diabetes mellitus, hypertension, hipercholesterolmia, obessity and under pharmacological treatment or cigarette smoking or alcohol abuse were excluded 93 from this study. All women gave written informed consent for participation in this institutional Cardiology Review Board-approved study. General characteristics. Anthropometric measurements included body weight, height, waist circumference (WC, evaluated around the abdomen just above the hip bone) and body mass index (BMI, by the ratio of weight (Kg) and square height (m2) determinations. Blood samples were collected by assessing an antecubital vein for biochemical and hormonal parameters determination, as well as antioxidant enzymes quantification. AP measurements were performed on the right arm by auscultatory method (sphygmomanometer, OMRON 711, Matsuaka, Japão), after at least 5 minutes of rest, with participants in sitting position, following the guidelines of the British Society of Hypertension and of the Brazilian Hypertension Society. Brachial flow-mediated vasodilation. Noninvasive endothelial function was assessed using brachial artery ultrasound. Analyses were performed in acclimated room (21 24°C) at the Institute of Cardiology of Porto Alegre. The ultrasound study was performed using EnVisor Series (Philips Ultrasound - Bothell, WA - USA), an echo Doppler instrument equipped with a 7-12 MHz resolution linear and software to image acquired in bi-dimensional mode with color Doppler and ECG signal. The images, with simultaneous electrocardiography trace, were recorded in DVD. The operational mistakes were minimized keeping the transducer and arm in the same position during the procedures. A pressure cuff were placed on the left arm and inflated up to 50 mmHg above systolic pressure during 5 minutes, immediately, the cuff was removed and the brachial artery internal diameter images were obtained and endothelium-dependent vasodilator function. Ten minutes were allowed for vessel recovery. After this recovery period, a second baseline scan was performed. Glyceryl trinitrate (0.4mg; Nitrostat, Parke-Davis, Morris Plainf, New Jersey, USA) was 94 administered and the 4th scan of the brachial artery was performed, according to the guidelines15 . Hemodynamic and autonomic evaluation. Hemodynamic measurements were recorded using arterial pressure signal obtained by Finapres Medical Systems devices, that continuously assess the pressure wave, through a sensor placed on the patient’s finger. Conversion from analogical to digital signal was performed by CODAS acquisition system (CODAS, 1-kHz sampling frequency; Dataq Instruments, Inc., Akron, OH). All records were performed in a quiet and acclimatization room. To test the autonomic modulations, it was applied a sympathetic activation maneuver which elicited an autonomic response when the volunteers passed from supine position to standing position. Records were performed with patients resting for 30’ prior to the start of recording the signal: 10’ in supine position and 10’ standing upright. Frequency domain analysis of heart rate variability (HRV) was performed with an autoregressive algorithm 16,17 on the interval pulse (IP) and systolic arterial pressure (SAP) sequences of length n = 200 beats, obtained by arterial pressure records. The power spectral density was calculated for each stationary time series, using specific softwares. If the randomly selected sequence included evident non stationarities such as slow drifting of the mean value or sudden changes of the variance, the sequence was discarded and a new random selection was performed. In this study, three spectral components were considered: very low frequency (VLF), from 0 to 0.04 Hz; low frequency (LF), from 0.04 to 0.15 Hz; and high frequency (HF), from 0.15 to 0.40 Hz. The spectral components were expressed in absolute (s 2 ) and normalized units (nu). Normalization consisted of dividing the power of a given spectral component by the total power and multiplying the ratio by 100. Spontaneous baroreflex sensitivity 95 (BRS) was estimated by alpha index, defined as the square root of the ratio between LF powers in BPV and HRV. Biochemical Measurements. A fasting blood sample was obtained for sodium (Na), potassium (K), glucose, total cholesterol, high and low-density cholesterol (HDL and LDL, respectively), triglycerides (TG), urea and creatinine quantification. Laboratory measurements were performed using automated enzymatic commercial kits (Roche, Mannheim, GE). Antioxidant enzyme determinations. After collection, heparinized venous blood samples were washed in a solution of 9 g/L sodium chloride and centrifuged three times at 3000 g for 10 min at room temperature. White cells were discarded by aspiration and the erythrocytes diluted 1/10 in 1 mM acetic acid and 4 mM magnesium sulfate, placed in an ice bath for 10 min and centrifuged at 4200 g for 20 min at 0ºC. The supernatant was used for enzymes assays. Superoxide dismutase (SOD) activity was measured in blood by rate inhibition of pyrogallol auto-oxidation at 420nm as described previously by Marklund18 .The enzyme activity was reported as U/mg hemoglobin. Catalase (CAT) concentration was measured by monitoring the decrease in the hydrogen peroxide concentration spectrophotometrically at 240 nm, and the results are reported as pmol of hydrogen peroxide/mg hemoglobin 19. Part 2. Evaluations in a rat experimental model of POI Animals and Groups. Experiments were performed on 21 female virgin Wistar rats (192 4 g) from the Animal Shelter of University of Sao Paulo, Sao Paulo, Brazil, receiving standard laboratory chow and water ad libitum. The animals were housed in individual cages in a temperature-controlled room (22o C) with a 12-h darklight cycle. All surgical procedures and protocols used were approved by the 96 Experimental Animal Use Committee of the Sao Judas University and were conducted in accordance with National Institute of Health (NIH) Guide for the Care and Use of Laboratory Animals. The rats were randomly assigned to one of three groups: controlsham (S, n=7), experimental POI induced by ovariectomy (EPOI, n=7) and EPOI+ estrogen therapy (EPOI+ET, n=7). POI was experimental induced by ovariectomy at 10 weeks of age. In this procedure the animals were anesthetized (Ketamine 80 mg/kg + Xylazin 12 mg/Kg), a small abdominal incision was made, the ovaries were then located, the oviduct was sectioned, and the ovaries were removed 8, 11, 20 . Control- sham rats (S group) were submitted to an ovariectomy sham procedure. Seven days after ovariectomy and under the same anesthesia, the EPOI+ET rats were subcutaneously implanted with a pellet releasing 1.5 mg/day 17β-estradiol (Innovative Research of America, Toledo, OH over an 8-week period). As reported recently, the concentrations of 17β-estradiol decreases in ovariectomized rats and increases after 17β-estradiol pellets implantation in these animals11, 12 .In this study, the estrogen concentration, measured by immunoassay, was non-detectable in EPOI group, and the estrogen concentration was similar between S and EPOI+ET groups. Cardiovascular assessments. Nine weeks after experimental POI induction, 2 catheters filled with 0.06mL saline were implanted into the carotid artery and jugular vein (PE10) of the anesthetized rats anesthetized (Ketamine 80 mg/kg + Xylazin 12 mg/Kg) for direct measurements of AP and drug administration, respectively. Rats received food and water ad libitum and were studied 1 day after catheter placement; the rats were conscious in their cages and allowed to move freely during the experiments. The arterial catheter was connected to a transducer (Blood Pressure XDCR, Kent© Scientific, Litchfield, CT), and AP signals were recorded over a 30-minute period by a microcomputer equipped with an analog-to-digital converter board (CODAS, 2-kHz 97 sampling frequency; Dataq Instruments, Inc., Akron, OH) 8, 20 .Increasing doses of phenylephrine (0.25 to 32 µg/kg) and sodium nitroprusside (0.05 to 1.6 µg/kg) were given as sequential bolus injections (0.1 mL) to produce AP responses ranging from 5 to 40 mm Hg. A 3-5 minute interval between doses was necessary for AP to return to baseline. BRS was evaluated by a mean index, relating changes in heart rate (HR) to the changes in mean AP (MAP) after phenylephrine or sodium nitroprusside injection, allowing a separate analysis of reflex bradycardia and reflex tachycardia, respectively. 8,20 Oxidative stress profile. After hemodynamic evaluations, animals were killed by decapitation, the heart (ventricles) was immediately removed, rinsed in saline, trimmed to remove fat tissue and visible connective tissue. This tissue was placed in ice-cold buffer and was homogenized in an ultra-Turrax blender using 1 g of tissue for 5 mL of 150 mmol/L potassium chloride and 20 nmol/L phosphate buffer, pH 7.4. The homogenates were centrifuged at 600 g for 10 min at -2o C. Chemiluminescence (CL) assay was carried out with a LKB Rack Beta Liquid Scintillation Spectrometer 1215 (LKB Producer AB, Bromma, Sweden) in the outof-coincidence mode at room temperature (25-27o C). The supernatants were diluted in 140 mmol/L KCl, 20 mmol/L phosphate buffer, pH 7.4, and added to glass tubes, which were placed in scintillation vials; 3 mM tert-butyl hydroperoxide was added and CL was determined up to the maximal level of emission 8, 21 CAT concetration was measured spectrophotometrically by monitoring the decrease in H2 O2 concentration over time. Aliquots of the samples were added to 50 mM phosphate buffer in a quartz cuvette. After determining the baseline of the instrument, H2 O2 was added to a final concentration of 10 mM in 0.9 ml and absorbance was measured at 240 nm 8, 18 SOD activity was determined in the homogenates by measuring the 98 inhibition of the rate of autocatalytic adrenochrome formation at 480 nm in a reaction medium containing 1 mM epinephrine and 50 mM glycine-NaOH(hidróxido de Sódio), pH 10.58,18 . Proteins were assayed using the method of Lowry et al. 22 Statistical analysis Data are presented as the mean ± SD. Part 1. To evaluate the reliability of the study, α index with significance level of 5% and magnitude of the observed effect of 3,25 was used to calculate the power that resulted in 90% to a sample with 32 individuals (16 to each group). Comparisons between the two groups for general characteristics, biochemical evaluations, vascular function, and antioxidant enzymes were performed using Student’s t tests. The spectral analysis parameters were analyzed using variance analysis (ANOVA) in repeated measurements, followed by Student-Newman-Keuls test (SNK) Part 2. ANOVA was used to compare the groups, followed by the Student-Newman-Keuls test. The significance level for all tests was established as P < 0.05. RESULTS Part 1. Evaluations in POI women Table I shows the baseline characteristics of the studied women groups. There were no differences in age nor in anthropometric measurements between the studied women groups. Moreover, SBP and DBP, evaluated by sphygmomanometer, were similar between POI and C groups. There were no differences observed either in the fasting serum levels of total cholesterol, HDL and LDL cholesterol, triglycerides and glucose, or in sodium, potassium, creatinine and urea levels between the two studied women groups. 99 Table 2 shows the endothelium-dependent (FMD) and independent (GTNinduced) vasodilatation in studied women groups. The FMD (NO-dependent) and GTN-induced (endothelium-independent) responses were similar between C and POI groups, indicating that both groups had normal arterial vasodilatation. The CAT concentration was increased in POI group as compared with C group, while no changes were observed in SOD activity (Table 3). POI group showed no changes in SAP in relation to C group. However, diastolic and mean arterial pressure (Finapress evaluation) were increased in POI women as compared to C women. HR in the supine position or after standing maneuver was lower in POI group as compared to C group. Moreover, both groups respond to the standing maneuver with an increase in HR (Table 4). HRV total variance was lower in POI women in the supine position in relation to C women. This reduction in HRV impaired the adjustments to the standing maneuver in POI group, since only the C group responded physiologically to this maneuver reducing HRV total variance (Table 4). The LF component of HRV was similar in POI group in comparison to C group. Additionally, both groups presented increased LF component (normalized values) and decreased HF component (absolute and normalized values) comparing supine position with standing situation. Both groups also showed an increase in LF/HF ratio, related to sympatho-vagal cardiac balance, after the standing maneuver. The studied groups showed no statistical difference in SAPV at baseline condition. However, both studied groups showed increased SAPV total variance and LF component after standing. The alpha index, related to spontaneously baroreflex sensitivity, was reduced in the POI women compared to C women in the supine condition. The reduction in this index after 100 standing manouver, an expected physiological response, was observed only in C group. Part 2. Evaluations in a rat experimental model of POI As described in Table 6, EPOI and EPOI+ET rats presented higher MAP compared to S rats. HR was similar among the groups. Experimental POI caused a decrease in tachycardic response evoked by baroreceptor activation during AP falls (p<0.001). HT did not change tachycardic response (p>0.54). The bradycardic response to AP rises was similar among S, EPOI, EPOI+ET groups (p>0.16) (Figure 2). Membrane lipid peroxidation as assessed by chemiluminescence has shown an increase after experimental POI. A significant reduction was observed in CL heart homogenates from POI animals undergoing HT, when compared to EPOI animals. These changes were accompanied by significant alterations in antioxidant enzymes in this tissue. The CAT concentrations and the SOD enzyme activity were reduced after POI and were restored with HT (Table 6). DISCUSSION There are important insights in the present study. Women with POI who were followed up for more than 7 years with hormone therapy presented normal endothelial function and vascular autonomic modulation (LF var SPV) with no reduction in the systemic antioxidant enzymes. However, they showed increased MAP (although in normality range), impaired HRV and BRS at supine position, reinforcing the role of ovarian hormone deprivation on hemodynamic changrs. By using an experimental approach, it was shown that the AP increase and the BRS impairment observed in POI-induced rats were induced by ovariectomy. These alterations were also associated 101 with an increase in oxidative stress and a decrease in antioxidant enzymes in cardiac tissue. By confirming the data obtained from POI women, the use of estrogen therapy in ovariectomized rats could restore the cardiac oxidative profile, but was not able to normalize hemodynamic and autonomic dysfunctions. Little is known about the effect of estrogen deprivation on cardiovascular risk in young women with POI (or premature menopause). In this aspect, it is important to highlight that natural menopause (>50 years of age) is associated with endothelial dysfunction23,24 . POI has also been associated with significant endothelial dysfunction, which is already restored after six months of cyclical hormone replacement therapy 25 . The results of the present study are in accordance to those previously described, in which women chronically treated with estrogen (> 7 years) presented similar vasodilation (endothelium dependent or independent) and vascular autonomic modulation (SAPV var and LF), comparable to healthy women at the same age. The normal vascular function is related to optimal redox state. In this sense, the endothelial dysfunction observed after ovarian hormones deprivation in women and female rats has been associated to increased oxidative stress indexes and/or reduction in antioxidant enzymes. In the present study it has been observed an increased CL, an index of membrane lipoperoxidation, accompanied by a reduction in CAT concentration and SOD activity in heart homogenates of POI rats. Additionally, our results have shown that POI rats and women following HT presented similar oxidative profile as compared with their respective controls, including an enhancement in systemic CAT concentration in POI women, which can represent an improvement in the redox state that may be associated with increases in nitric oxide (NO) bioavailability 26, 27 . In a previous study of our group, it was demonstrated 102 reduced SOD and unchanged CAT after ovariectomy in myocardium of female rats 28 . Since SOD detoxifies the superoxide anion, which inactivates NO 29 , the increased myocardium SOD activity in POI rats undergoing HT in the present study may be associated with an increased NO bioavailability and consequently improvement in endothelial function. In fact, a previous study has reported that a free radical scavenger (N-acetyl-L-cysteine) reverted endothelial dysfunction in the aortic rings of ovariectomized rats30 . Hernandez et al11 showed that estrogen administration increases vascular conductance in ovariectomized rats, relating this effect to an increase in NO synthesis and/or oxidative stress prevention, thus improving endothelial function. Despite endothelial function was correlated to atherosclerosis development and consequently increased cardiovascular risk in POI women, other risk factors must be considered in this scenario. The enhanced incidence of CVD in this population can also be related to changes in AP and its regulation, independently or, at least, not only related to endothelial dysfunction. In rats and mice, AP values after ovarian hormones deprivation were higher when compared to that observed in healthy control female rats 8, 11, 12, 20, 31, 32 . Corroborating those findings, we showed elevated MAP values in rats submitted to POI in relation to sham group. Despite the HT, the female rat group supplemented with 17β-estradiol (EPOI+ET group) also presented increased AP values as compared to sham females controls. Furthermore, the women with POI undergoing long term HT, in the present study presented higher MAP (although in the normality range) in relation to control women. In contrast, a previous study had also shown unchanged AP after long term HT in women3 3. HT has been described as a strategy to protect females from cardiac death probably by improving vagal activity 33 . In accordance with this clinical observation, previous data of our group has shown that rats supplemented with 17 -estradiol had 103 an exacerbated vagal tonus when compared to sedentary ovariectomized control rats, reaching values similar to control females12 . Experimental studies in rats have demonstrated that the sympathetic inhibition, by presynaptic control mechanisms, is more potent in females than males and these mechanisms are attenuated by ovariectomy34 .Corroborating those findings, we have previously shown that ovarian hormones deprivation induced a higher sympathetic activity to the heart as compared to control rats. On the other hand, HT was able to decrease this sympathetic tonus in treated ovariectomized rats, reaching cardiac sympathetic tonus similar to control female rats12 . Antioxidant therapy by increasing the bioavailability of NO in sinus node may influence the autonomic control34 reverting the autonomic dysfunction caused by free radicals6 and improving the effectiveness of cardiac response26 . In this sense, the HT- induced effects on antioxidant enzymes observed in this study (SOD and CAT in rat homogenates hearts and in women blood cells) could be related to the improvement in cardiac autonomic control/modulation as previously observed by using antioxidant therapy. Importantly, clinical data of the present study demonstrated normal autonomic balance and no changes in LF component of HRV, representative of cardiac sympathetic modulation, in POI women under HT as compared to control women. Taking into account the fact that sympathetic hyperactivity has been considered a potential risk factor to cardiovascular disease and death5, 35, 36 the normalization of this activity by HT represents an important finding of the present study. However, it is important to consider the fact that the impairment in BRS and in HRV is associated with both higher AP and severity of CVD 5 . Thus, the identification of mechanism underlying depressed BRS has important clinical implications. A recent study has examined the changes of BRS during the menstrual 104 cycle and reported an increase of BRS in phases of estrogen preponderance, whereas progesterone seemed to antagonize this effect.37 Hunt et al. 34 demonstrated that long term estrogen replacement therapy in postmenopausal women has effects on cardiovascular regulation, as evidenced by an increase in vascular sympathetic baroreflex gain, that may be not reflected in resting AP or in cardio-vagal baroreflex gain. We observed increased AP and reduced tachycardiac response evoked by baroreflex in female rats submitted to POI in the present study, and these changes were not reverted by estrogen therapy. Importantly, the results of the present study also showed that women with POI submitted to HT presented higher AP, baroreflex dysfunction and reduced total HRV in the supine position and also after the a sympathetic activation maneuver (standing) in relation to control women. These data suggest that long-term HT used in both experimental animal models and women with POI was not able to restore all variables associated to cardiovascular risk provoked by the deprivation of ovarian hormones. Based on these data, alternative therapies must be investigated. 105 LIMITATIONS OF THE STUDY The limitations of this study include lack of randomization and time of HT which was not exactly the same among patients. Because HT is indicated for patients with POI, it was not possible to form a group of non-treated individuals at the followup period. Therefore, we chose to compare the variables of interest with a control group matching age and other characteristics of inclusion, defining the design as the control case. Taking into account this approach, the differences obtained were significant and the calculation of the power of the comparison test was 90% for the total sample used. PERSPECTIVES Recently, the study of mortality associated with cardiovascular disease in a total of 1,091 women with bilateral ovariectomy and 2,383 control women have shown that women who underwent bilateral ovariectomy at a young age had an increased cardiovascular death risk, particularly by cardiac death. However, this increase in mortality was mitigated by appropriate treatment with estrogen 38. This attenuation in mortality may be related to the results shown in our study because women with POI under estrogen therapy had lipid profile, endothelial function, vascular and autonomic modulation, and systemic antioxidant enzymes in similar levels to those of healthy women. Nevertheless, despite the reduction of mortality, it is possible that this population is exposed to residual risk most likely related to the total reduction of HRV and BRS, two major cardiovascular risk factors observed in our study5, 35, 36 . Future studies should investigate other therapies to control these risk factors. Recently, we demonstrated that physical training associated or not with HT may improve BRS in ovariectomized rats 8, 12, 20, 31 . However, future clinical studies 106 should confirm these experimental results as well as establish the most effective treatment for this population SOURCES OF FUNDING This study was supported by Projeto Casadinhos Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS)/ Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - InCor-USP/ICFUC, Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq), Fundo de Apoio do IC/FUC À Ciência e Cultura (FAPICC) and Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP- 07/57595-5). K.R.C. held a postdoctoral scholarship from CAPES. K.D.A., P.Z., and MCI are recipients of CNPq-BPQ fellowships. The author(s) declare that they have no conflict of interest . 107 References 1. Goswami D, Conway GS. 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(B) Tachycardic and bradycardic responses to arterial pressure changes in sham (S), experimental primary ovarian insufficiency (EPOI) and experimental primary ovarian insufficiency +estrogen therapy (EPOI-ET) rats. * p<0.05 vs. C group or S group. ‡ p<0.05 vs. supine condition in the same group. 111 Table 1. Characteristics of control (C) and primary ovarian insufficiency POI) groups. C POI P value Age (years) 38 ± 9 37 ± 9 0.76 BMI (kg/m2 ) 26 ± 3 26 ± 5 0.74 WC (cm) 91 ± 7 92 ± 11 0.76 SBP (mmHg) 123 ± 11 122 ± 11 0.78 DBP (mmHg) 80 ± 6 75 ± 9 0.11 Na (mEq/L) 141 ± 3 139 ± 3 0.07 K (mEq/L) 4.3 ± 0.4 4.2 ± 0.5 0.54 87 ± 7 85 ± 8 0.44 Total Cholesterol (mg/dl) 187 ± 35 196 ± 31 0.41 LDL (mg/dl) 135 ± 28 129 ± 26 0.66 HDL (mg/dl) 51 ± 9 52 ± 7 0.75 TG (mg/dl) 84 ± 33 82 ± 33 0.83 Urea (mg dl) 25 ± 3 27 ± 6 0.25 0.59 ± 0.06 0.65 ± 0.10 0.07 Glucose (mg/ml) Creatinine (mg/dl) Data are reported as means ± S.D. (Student t test). BMI: body mass index, WC: waist circumference, SBP: systolic blood pressure, DBP: diastolic blood pressure, HR: heart rate, Na: sodium, K: potassium, HDL: high density cholesterol, LDL: low density cholesterol; TG: triglycerides. 112 Table 2. Arterial vascular function in control (C) and ovarian insufficiency (POI) groups. C POI Valor P FMD (%) 13.7 ± 5.5 14.2 ± 7.1 0.84 GTN (%) 24.2 ± 8.5 22.1 ± 11.7 0.54 Data are reported as means ± S.D. (Student t test). FMD: flow-mediated dilatation, GTN: glyceryl trinitrate mediated vasodilatation. 113 Table 3. Antioxidant enzymes determinations in erythrocytes of control (C) and primary ovarian insufficiency (POI) groups. C POI P value CAT ( pmols/mg Hb) 3.15 ± 1.06 6.48 ± 3.55* 0.04 SOD (U/mg Hb) 3.15 ± 0.58 3.06 ± 1.20 0.33 Data are reported as means ± S.D. *p< 0.05 vs. C group (Student t test). CAT: catalase enzyme concentration, SOD: superoxide dismutase enzyme activity, Hb: hemoglobin. 114 Table 4. Hemodynamic and autonomic evaluations in control (C) and primary ovarian insufficiency (POI) groups. C POI Supine Standing Supine Standing SAP (mmHg) 125 ± 9 123 ± 11 122 ±12 121 ± 13 DAP (mmHg) 65 5 68 7 72 8* 77 12* MAP (mmHg) 86 5 87 9 94 10* 96 11* HR (bpm) 71 ± 8 84 ± 9‡ 64 ±1* 76 ±14*‡ 3754 ± 1921 1860 ± 1035‡ 2319 ± 1173* 1455 ± 766 - fLF (Hz) 0.10 ± 0.03 0.10 ± 0.02 0.09 ± 0.03 0.09 ± 0.03 2 - LF (ms ) 844 ± 490 636 ± 542 578 ± 400 420 ± 391 - %LF (nu) 43.9 ± 19.9 79.1 ± 13.0‡ 39.6 ± 16.9 70.5 ± 20.7‡ - fHF (Hz) 0.27 ± 0.05 0.24 ± 0.04 0.29 ± 0.05 0.29 ± 0.05* - HF (ms2 ) 857 ± 474 194 ± 170‡ 821 ± 803 150 ± 86‡ - %HF (nu) 56.1.3 ± 19.1 20.9 ± 13.0‡ 60.4 ± 16.9 29.5 ± 20.7‡ 1.3 ± 0.7 5.8 ± 4.2‡ 0.8 ± 0.5 4.5 ± 4.0‡ SAPV – var 14.6 ± 5.1 34.3 ± 20.7‡ 15.1 ± 5.5 34.8 ± 22.9‡ (mmHg-2 )LF (mmHg-2 )HF 21.5 ± 12 95.7 ± 60.4‡ 35.9 ± 9.34 74.7 ± 44.6‡ 17.0 ± 8.7 16.2 ± 12.1 23.1 ± 17.8 18.1 ± 14.1 7.15±3.62 2.87 ± 1.60‡ 3.9 ± 1.38* 2.56 ± 3.23 2 HRV - var (ms ) - LF/HF α Index2 )(ms/mmHg) (mmHg Data are 2reported as means SD. * p<0.05 vs. C group in the same condition. ‡ p<0.05 vs. supine (mmHg condition )in the same group. MAP: mean arterial pressure, DAP: diastolic arterial pressure, SAP: systolic arterial pressure, HR: heart rate, HRV: heart rate variability, SAPV: systolic arterial pressure variability, var: total variance, f: spectrum frequency, LF: low frequency component, HF: high frequency component. 115 Table 5. Hemodynamic evaluations in sham (S), experimental primary ovarian insufficiency (EPOI) and experimental primary ovarian insufficiency +estrogen therapy (EPOI-ET) rats. S EPOI EPOI+ET P value PAM (mmHg) 106 ± 4 123 ± 8* 121 ± 9* 0.01 HR (bpm) 358 ± 27 359 ± 31 369 ± 30 0.74 Data are reported as means ± S.D. *p< 0.05 vs. S group ( ANOVA). PAM: mean arterial pressure, HR: heart rate. 116 Table 6. Oxidative stress profile in sham (S), experimental primary ovarian insufficiency (EPOI) and experimental primary ovarian insufficiency +estrogen therapy (EPOI-ET) rats. S EPOI EPOI+ET P value CL (cps/mg protein) 6180 ± 289 7433 ± 1010* 5898 ± 806† 0.005 CAT (pmols/mg protein) 3.92 ± 0.17 3.10 ± 0.68* 4.32 ± 0.72† 0.034 SOD (USOD/mg protein) 42 ± 3.24 30 ± 3.50* 47 ± 7.51† 0.0001 Data are reported as means ± S.D. *P< 0.05 vs. S group; †P<0.05 vs. EPOI group. (One Way ANOVA). CL: chemiluminescence; CAT: catalase enzyme concentration, SOD: superoxide dismutase enzyme activity. 117 Fig.1 118 Fig.2 A 0.025 C group POI group (ms/mmHg) 0.020 0.015 * ‡ B 5 4 3 Tachycardic Responses * S group * EPOI group EPOI+ETgroup / 2 0.010 1 0 0.005 -1 0 Supine Standing -2 Bradycardic Responses
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