Diapositivo 1 - Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da
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Diapositivo 1 - Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da
Nº 5 dezembro 14 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO ESCOLA BÁSICA DE VISO A Escola do Viso está localizada numa zona residencial na Rua Joaquim Sotto Mayor. O edifício é uma construção do tipo Centenário e segundo o Dr. Albarino Maia terá sido inaugurado a 11 de maio de 1945. Ao longo dos anos recebeu obras de beneficiação, de ampliação e conservação. O seu interior é acolhedor, com salas espaçosas e cheias de luminosidade. Mas o que a define é o seu ambiente familiar que convida à descoberta de novas aprendizagens e possibilita a partilha de saberes. São as pessoas o seu melhor trunfo pois só assim se facilita o desenvolvimento da confiança e da amizade. É graças ao envolvimento de toda a comunidade escolar que se conseguiu ao longo destes longos anos deixar uma marca positiva em todos os que por aqui passam. “Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” Rubem Alves CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO EDITORIAL Decorreu já o primeiro período … e as sementes estão lançadas para mais um ano letivo. Neste número do boletim Con Textos queremos mostrar os nossos Projetos e Atividades: os que já realizamos, os que apenas iniciamos e os que nos propomos fazer. Mas como a Escola não pode ficar confinada a quatro paredes, nem se limita apenas a alunos e professores, aqui referimos igualmente algum do património local que nos envolve e que de certa forma nos influencia: Coliseu Figueirense, Palácio Sotto Mayor, Casino da Figueira e Grande Hotel, todos eles marcando uma época figueirense cheia de “glamour”. Foi difícil escolher tanto que havia para dizer sobre algumas figuras marcantes da nossa cidade, deixamos por isso breves apontamentos sobre o escritor Miguel Babo, o estadista Melo Biscaia e a Filarmónica Figueirense. Certos de os transportarmos num tranquilo voo pelo passado e pelo presente para assim prepararmos os exigentes voos futuros. 2 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Desenvolvendo projetos… … incentivamos voos! O desenvolvimento de projetos tem impulsionado a escola do Viso numa atitude dinâmica, conseguindo assim o envolvimento de toda a comunidade escolar. Alguns destes são já um símbolo da nossa escola, é o caso da promoção de uma alimentação saudável recorrendo a saberes ancestrais baseados na “Dieta Mediterrânea”. Incentivar o consumo de hortícolas frescos temperados com azeite e ervas, salada de feijão frade e atum ou mousse de morango são três exemplos das nossas propostas, simples e tentadoras. Envolver os alunos na preparação e confeção dos pratos é uma mais valia para alcançar êxito esperado. A busca de alternativas saudáveis para as merendas dos alunos leva à confeção de compotas com relevo especial para o nosso famoso “Doce de Abóbora”. A participação efetiva dos alunos na sua confeção faz com que aguce o desejo do seu consumo tornandose mais fácil levar alguns a provar o doce pela primeira vez . 3 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Outro projeto aguardado com ansiedade é a “Patarrona”, uma boneca de cinco “patas” que dá ordens bizarras para serem cumpridas na semana anterior ao Carnaval. Esta iniciativa surgiu na sequência de uma parceria entre várias escolas em que os alunos transmitiam vivências das suas localidades através da Internet . E… foi assim que esta tradição de origem espanhola passou a fazer parte da nossa vivência. São os alunos do 4ºAno que constroem a “Patarrona”. Primeiro era feita em duas dimensões mas nestes últimos seis anos esta nossa personagem evoluiu e passou a ter volume. Ligou-se este projeto com os objetivos da Eco-Escola e assim começou a ser construída com materiais reutilizados. Os alunos finalistas também escolhem as ordens para serem cumpridas por todos. No ano passado tivemos uma “Patarrobótica” . E este ano, como é que vai ser? 4 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Mergulhando em voos… … de arte e fantasia! A promoção da leitura é feita em muitas ocasiões mas torna-se especial quando se tem oportunidade de conviver com os escritores, são momentos inesquecíveis e de uma magia que nos transportam para o “mundo do faz de conta”! Ficam registados alguns dos mais emblemáticos a nível nacional. José Fanha António Mota Maria João Lopo de Carvalho A nossa Biblioteca Escolar também teve a colaboração da pintora Tesha que participou num projeto sobre o mar, do qual resultaram duas telas que foram rifadas e cujo dinheiro serviu para a compra de alguns livros infantis. Noutra ocasião, Tesha promoveu a semana das Bibliotecas Escolares pintando um belo quadro que se encontra exposto na nossa escola. Por esta razão podemos dizer que esta famosa pintora que viveu mais de 20 anos na Rua Sotto Mayor deixou a sua marca na Escola do Viso. Tesha 5 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Voando com rumo … … na proteção do Ambiente! A participação da escola do Viso no programa Eco-Escolas já remonta ao ano de 2008-2009 quando nos inscrevemos pela primeira vez em parceria com a Escola Dr. João de Barros. A partir desse ano abrimos asas e seguimos rumo à consciência ecológica. São as simples práticas diárias que melhor demonstram as mudanças de atitude, no entanto temos promovido e participado em ações de âmbito local e nacional que envolvem dinâmicas complexas e que pretendem alertar a comunidade para esta problemática. Deixamos aqui alguns apontamentos daquelas cujo sementes deram frutos. Autocolante da “Equipa da Energia” que conquistou o 2º Lugar. Participação no concurso: “Árvore que dá Frutos” que conseguiu uma Menção Honrosa. Participação no concurso: “Sim, o Natal é no Amarelo” que obteve o 1º Lugar. Feira do Manjerico, atividade do final do ano com o envolvimento de toda a comunidade. A “Abelha Amiga” obteve o 2º Lugar e uma Menção de Criatividade no concurso “Eco-Espanta”. No âmbito do Eco-roteiro do AEZUFF os alunos da EB1 do Viso entregaram à autarquia a declaração de ECOcompromisso assinada por uma comitiva de alunos de todos os estabelecimentos do Agrupamento. 6 7 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Um voo pela história! BILHETE POSTAL Implantado na área de expansão da Figueira da Foz, o Coliseu Figueirense é hoje um importante testemunho da vivência tauromáquica, mas também cultural desta cidade, na medida em que este equipamento permitiu reunir em seu redor muitos dos veraneantes que no final do século XIX começavam a escolher a Figueira como destino de verão. Várias praças haviam antecedido o coliseu, embora com armações de madeira e condições menos favoráveis. O desejo de dispor de um espaço próprio para as touradas motivou a elaboração de uma escritura pública de constituição provisória da Sociedade Anónima Companhia Figueirense, com data de 25 de Março de 1895. As obras tiveram início, orientadas por João Martins Hespanhol, sob planta de João Maria da Assunção Costa, demorando apenas cinco meses a construção da praça - de Março a Agosto de 1895 sendo inaugurado a 25 de Agosto de 1895, com um grandioso programa. De planta circular, com bancadas, galerias e camarotes de arcaria em ogiva no último anel, o Coliseu tem lugar para 6000 espetadores. BILHETE POSTAL Edifício de caráter civil, mandado construir por Joaquim Sotto Mayor, natural do concelho de Valpaços. Demorando cerca de 20 anos a ser construído, este belo palácio foi considerado o “mais belo e sumptuoso edifício da Figueira”. Projeto inicial do arquiteto gaulês Gaston Landeck, construído em finais do séc. XIX, ao estilo dos palacetes franceses, em que predominam, na fachada principal, motivos renascentistas. Da visita ao seu interior, não se pode ficar indiferente aos painéis ornamentais, paredes e tetos, da autoria do pintor António Ramalho, às magníficas telas assinadas por Joaquim Lopes, Dórdio Gomes, António Carneiro, sobre o vitral de Bernard Champigneulle iluminando a escadaria nobre, ou às peças de mobiliário e de escultura que decoram as elegantes salas, vestíbulos, corredores e outros aposentos. Na fachada posterior, uma galeria e escadaria estilo Luís XVI dá acesso a um jardim romântico e a uma torre mirante. 8 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO BILHETE POSTAL No espaço do atual Casino ergueu-se, em 1884, o “Theatro-Circo Saraiva de Carvalho” que, no virar do século, seria transformado em espaço de jogo e lazer, com o nome de “Casino Peninsular” – um dos mais importantes pólos de desenvolvimento e atração do Bairro Novo. Aqui, e durante algumas décadas, todas as ruas pareceram convergir para o seu conhecido “Pátio das Galinhas”, o curioso átrio do Casino, repleto de mesinhas redondas de café e cadeiras de verga, que acolheram a sociedade mais elegante que aí se deliciava, cavaqueando, nas quentes tardes de Verão ao som da orquestra. À longa história deste edifício estão ligados grandes espetáculos de circo, de ópera, de cinema, de teatro, e memoráveis garraiadas infantis levadas a cabo no seu “Salão de Inverno”. Os seus salões, concebidos pelo arquiteto conimbricense Silva Pinto, apesar de remodelados, conservam a estrutura e a exuberante decoração das belas pinturas dos tetos. Com sucessivos melhoramentos e adaptações das suas salas de jogo, salão de espetáculos, restaurante e piano-bar, o Casino atual, de fachada totalmente inovada, continua a ser um dos pólos de animação e atração turística por excelência. BILHETE POSTAL Autênticos ex-libris da Figueira, o Grande Hotel e Piscina são duas emblemáticas edificações, inauguradas em 1953, que marcam a determinação e o esforço de investimento turístico figueirense da década de 50. O conjunto Grande Hotel da Figueira (atual Hotel Mercure) e Piscina-Praia (atual Piscina Mar) foi, pelo seu interesse arquitetónico, considerado património de interesse público desde 2002. O Grande Hotel é um edifício de grande qualidade arquitetónica, pós-modernista, dos anos 50. Apesar de remodelado, em 1995, não foi afetado na autenticidade dos elementos que lhe conferem individualidade muito própria. Aos olhos de muitos, o exterior deste edifício assemelha-se a um navio, com a sua destacada ponte e vigias. A original Piscina-Praia, para além de proporcionar agradáveis banhos de sol e de água salgada, saltos acrobáticos da sua elegantíssima prancha de 10 metros de altura, foi também palco para acontecimentos sociais e manifestações desportivas de relevo. A degradação progressiva das suas infraestruturas acabou por ditar o seu encerramento. Em 2001, a Câmara assumiu as obras de reconstrução e beneficiação e reabriu-a ao público para júbilo da cidade. 95 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Lenda … …do padroeiro da nossa cidade! No século III nasceu Julião, filho de um casal cristão muito devoto e rico que lhe deu uma educação esmerada e requintada desde a tenra idade. Depois, desejosos de ver o filho bem casado para constituir uma sólida e cristã família, decidiram consolidar o seu matrimónio, aos dezoito anos, com a jovem Basilissa. Extremamente obediente, o rapaz, que nunca havia mencionado seu voto de castidade à família, realizou o sonho dos pais e casou-se com a bela e suave jovem que, como ele, procedia de uma próspera e bem situada família seguidora dos mesmos preceitos cristãos que a de seu noivo. Uma vez casados, Julião, com gentileza, conversou com a esposa Basilissa e juntos fizeram um pacto de consagração a Deus para se dedicarem ao Seu serviço, apesar do sacramento matrimonial. Usando seus bens, cada um fundou um mosteiro: Julião, o masculino e Basilissa, o feminino. Com o saldo do património mantinham várias obras de caridade e sustentavam os mosteiros, que funcionavam também como hospitais para atendimento dos mais necessitados. O de Basilissa atendia especialmente aos leprosos. Nesse período o Cristianismo vivia os seus tempos mais trágicos, o das perseguições sanguinárias impostas em todo o Império pelos tiranos Diocleciano e Maximiano. Em auxílio aos cristãos surgiu Julião, que em certa altura chegou a abrigar em seu mosteiro mais de um milhar que procurava refúgio das implacáveis investidas. Porém foi denunciado e viu aos poucos todos serem julgados e condenados ao suplício e à morte pelo testemunho da fé. Até que chegou a sua vez. Como se recusou a adorar os ídolos pagãos e renegar a fé em Cristo foi martirizado por um longo período que foi descrito como de muitas torturas e sofrimento, mas também de muitos prodígios e graças ocorridos através das mãos de Julião. Julião terá nascido em 250 e foi assassinado em 09 de Janeiro do ano de 302. Basilissa conseguiu ser poupada, vivendo junto aos mais miseráveis e pobres leprosos os quais tratava como filhos. Ela morreu algum tempo depois, dizem que em 18 de Novembro de 304, tendo promovido muitos prodígios de cura e graças. Cerca de 3 séculos depois, junto à foz de um rio denominado Mondego, na altura um lugar isolado e remoto, foi edificada uma abadia para acudir aos pescadores de lugares das redondezas - esses sim habitados - tais como Vila Verde, Caceira e Lavos, e que regressavam da faina necessitando de ajuda. Foi esta intenção de ajuda aos homens que vinham do mar que levou à atribuição da designação de São Julião à então abadia, devido a ele também ter vivido numa cidade junto a uma foz (Antinoe, Vale do Nilo) e ajudado espiritualmente e na doença as suas gentes. Esta Abadia foi destruída em 717 pelos sarracenos e assim ficou até 1080, ano em que o Conde D. Sisnando ordenou a edificação de várias igrejas na região e a reconstrução da igreja junto à foz do Mondego com uma boa torre, bem como a construção de casas em seu redor. Atribuídas as terras, foi o Abade Pedro o encarregado de tal missão, executada em 16 anos. Em 1096 o Abade Pedro faz a doação da Igreja de São Julião à Igreja de Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria da Sé Episcopal de Coimbra. As casas deram origem a uma povoação, que logicamente baseou na igreja o seu nome: São Julião da Foz do Mondego. Terá sido nesta data que surgiu esta primeira designação do casario que deu origem ao atual nome de Figueira da Foz. Na segunda designação já só entra a palavra “figueira” e “São Julião” fica unicamente confinado à igreja. Com o avolumar do povoado, eram muitos os barcos de vários casarios junto ao Mondego que desciam o rio até à foz para comerciar produtos, simples passeios ou veraneio, aqui amarrando os barcos a uma copada de árvores, onde existia uma frondosa figueira e em cuja sombra os barqueiros serranos faziam as suas transações, permutando com os moradores lenha e carqueja da respetiva produção, por sal e peixe fresco. Era a Figueira da Foz do Mondego e estava-se em 1237. Em 1771 foi elevada à categoria de Vila por D. José I. Foi a partir desta data que o nome se foi simplificando e que tomou, definitivamente, a designação de Figueira da Foz. Os últimos 30 anos do século XIX são fecundos em realizações. Foi neste período que a Figueira da Foz foi elevada a cidade, no ano de 1882. 10 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Uma lenda viva … … conhecendo o nosso património! O desenvolvimento do projeto das Janeiras permitiu o contacto com a Filarmónica Figueirense através da visita dos seus “Reis Magos”. Sociedade Filarmónica Figueirense em grande marcha Fundada em 5 de Julho de 1842, a Sociedade Filarmónica Figueirense possui a banda em atividade ininterrupta ao longo destes anos. Musicalmente esteve presente em inaugurações importantes da cidade, como por exemplo no ramal do caminho-de-ferro, Coliseu Figueirense, Casino Figueira, Grande Hotel da Figueira, Ponte sobre o Mondego, Estátua do Centenário, entre outros. A sua ligação à arte dos sons faz com que a coletividade guarde um dos mais importantes espólios musicais locais – o arquivo do Maestro Herculano Rocha, patente na sua sala-museu. A abrilhantar corridas de toiros desde 1895, aqui bem perto da nossa escola, mais precisamente no Coliseu Figueirense, esta filarmónica interpretou pasodobles toureros para os maiores nomes da tauromaquia, e até Ricardo Chibanga e Joaquim Bastinhas lhe dedicaram faenas. A Sociedade Filarmónica Figueirense, para além de várias atuações em concertos, cortejos religiosos, atos oficiais e touradas possui ainda uma escola de música, sob a direção do actual regente Carlos Cardanho, que assim sucedeu a José Maria Ferreira há cerca de 30 anos. Em 1982, ano do centenário da Figueira da Foz como cidade, interpretou – em direto para a RTP – o Hino Nacional, aquando da chegada do Presidente da República de então, Ramalho Eanes. Participou também no espetáculo televisivo dos 100 anos do Casino Figueira, tocando em conjunto com o Rancho das Cantarinhas de Buarcos a centenária Marcha do Vapor. Recentemente voltou, de forma igual, à porta do edifício para sublinhar os 130 anos do imóvel, outrora Theatro-Circo Saraiva de Carvalho. A coletividade já teve sede em vários locais da Figueira, até chegar à Rua Dr. Santos Rocha, n.º 33. Ao longo de décadas e décadas representou no seu palco os Autos Pastoris (Presépio) e o Auto dos Reis Magos, tradições locais de grande significado popular, auto que ainda faz subir a cena. A serração-da-velha, é outro dos costumes da Figueira que a coletividade acarinha. Para a história ficam também as Festas à Portuguesa e as Festas dos Corações no salão da velha “Figueirense”. Outras atividades no âmbito da música, dança e da representação fazem a programação da vetusta coletividade que agora, tendo como presidente da Direção Carlos Nunes, pretende alcançar ainda mais visibilidade e ação. A Sociedade Filarmónica Figueirense está no site das Bandas Filarmónicas, Youtube, blogosfera, Twitter e no Facebook. Texto e f otograf ia: António Jorge Lé (Sociedade Filarmónica Figueirense) 11 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Abrimos portas… …recebemos um figueirense de “alma e coração”! Miguel Babo nasceu na Figueira da Foz em 1965 . Fr equentou a Escola Básica de Viso no 3.º e 4.ºano de Escolaridade; a Escola Dr. João de Barros até ao 7.ºano e a Escola Dr. Joaquim de Carvalho até ao 12.ºano. Licenciou-se na Universidade de Coimbra, em Engenharia Química, no ano de 1993. Mais tarde realizou várias pós-graduações, em diversas áreas. Depois de 14 anos de docência, resolveu fazer uma pausa, para se dedicar por inteiro ao trabalho de produção e criação artística, cinéfila, literária e de moda. Editou vários livros entre os quais: “Pivete o Pequeno Corsário” (2008) e a “História do Rei Elias” (2012). Tivemos o prazer de assistir à apresentação destes livros, na nossa escola. Produziu e encenou vários espetáculos, onde destacamos “Um Tango por um Fado”, exibido para assinalar o 5º aniversário do Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Em 2010 teve uma participação especial como ator no filme “Fugiu Peter Pan”. Também participou em curtas-metragens e realizou ainda vários documentários. Recentemente, enc enou e participou como ator, na mais recente produção da Talentilicius, “As Muralhas de Elsinor”, da autoria de Hugo Barreiros e banda sonora de Nuno Simões. Destacou-se nas 7 edições do Festival Internacional de Xadrez da Figueira da Foz, o maior e mais importante evento de xadrez de todos os tempos em Portugal. Foram muitas as suas participações como orador e apresentador dos mais diversos eventos, como por exemplo: as apresentações do concurso Nacional de Leitura no Distrito de Coimbra, em 2011 e 2012, e o concurso de promoção de jovens talentos promovido pela secção da juventude da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Foi ainda orador oficial do 110º aniversário do Ginásio Clube Figueirense. Nos comerciais televisivos, participou em anúncios para todas as operadoras de telefones: Vodafone, TMN, Optimus ou a Portugal Telecom. Fez, nesta área, dezenas de trabalhos para produtos privados e institucionais e contracenou com dezenas de atores portugueses e estrangeiros, entre outros, Ricardo Pereira, Helena Costa e Cláudia Schiffer. Na área da moda, as suas produções incluíram desfiles de alguns dos melhores criadores portugueses, como Dino Alves, Alexandra Moura ou António Augustus. Estes desfiles marcaram a Cidade da Figueira da Foz, com mais de 8 mil espetadores a aclamarem a alta-costura portuguesa e o sucesso da produção. Teve ainda uma carreira desportiva semiprofissional, ligada ao basquetebol, terminada precocemente em 1997. Apesar da diversidade de caminhos que tem percorrido, hoje assume-se como um escritor e um cineasta. Miguel Babo é de facto um multifacetado figueirense e muito mais haveria a acrescentar aos pequenos excertos da sua biografia apresentados nesta página. É para a nossa escola um orgulho, saber que foi aqui que “abriu asas” e foi de certo encorajado a “voar”! Bem haja Miguel. 12 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Simples perguntas, Sábias respostas “Vale a pena acreditar nos sonhos…” Miguel Babo Contextos: Considera-se um figueirense de “Alma e Coração”. Pode explicar-nos porquê? MB: Nesta expressão, a Alma simboliza aquilo que temos de mais profundo, na nossa interioridade, naquilo que nos é imanente, no que nos define. E é tão difícil dizermos quem somos! Nesta procura do “eu” encontro uma raiz: os amigos com quem cresci, as aventuras vividas pelas ruas da cidade, os amores, os desafios, os perigos, os sonhos. E essa parte de mim, aqui está, sempre viva. Por isso sou um figueirense de Alma. Mas também de coração. Porque gosto da tal Figueira que existe em mim e faz parte de mim. É uma boa parte da minha Alma, é uma boa parte da minha vida, e é ela que eu procuro nos dias de inquietude, nos dias de solidão, para me encontrar. Contextos: Poderemos chamá-lo de “multifacetado figueirense” Miguel? MB: Os sonhadores são assim. Andam sempre à procura de algo em que não têm, mas acreditam. Não gostaria de ter muitas faces, mas muitas façanhas. Talvez demasiadas! Talvez não! Num mundo “ameaçado" pelos especialistas, não me importo de ser visto como…multiusos. Contextos: “Não obstante a diversidade de caminhos que tem percorrido, assume-se como um escritor e um cineasta”. É verdade? MB: Dada as minhas atividades diversificadas há dias que me sinto mais um engenheiro sem empr ego, um professor fora do ativo, um jogador de xadrez frustrado, um operário mal pago, um ator com pouco trabalho, um produtor sem recursos, mas sempre um escritor, sempre um cineasta. Não é o sucesso ou o reconhecimento que nos torna aquilo que somos. É o acreditamos e queremos ser. Contextos: Pode falar-nos sobre as motivações que o levam a escrever e do modo como desenvolve as suas narrativas, bem como das circunstâncias e dos fatores que condicionam esse processo? MB: Escrever foi uma das maiores descobertas da minha vida. Aí descobri que era possível viajar no tempo. Voltar a ser menino, super-herói, bandido e bonzinho ao mesmo tempo, Índio e Cowboy. Descobri que podia ser tudo, o que fui e o que não fui. O que gostava e o que não gostava de ter sido. Descobri que na escrita não há nada proibido, que somos inteiramente livres. A escrita para mim não é um exercício de retórica ou de exibição de capacidade que não tenho. Só consigo escrever quando quero e tenho alguma coisa para dizer. …Abrir asas e voar! Contextos Contextos: Escreveu em 2012 o livro “A História do Rei Elias”. Tivemos o privilégio de assistir à sua apresentação divertida, entusiasmante e repleta de magia, na nossa escola. Ficámos a conhecer a história de Elias que um dia se torna rei dos Hilíadros, sucedendo ao seu pai Antor, conhecido por ser um grande guerreiro. Ao contrário do seu pai, Elias não quis travar lutas preferindo semear a paz pelo reino. É uma história sobre a amizade, o amor e a importância dos sonhos na nossa vida, mostrando que vale a pena acreditar nos sonhos e que eles devem comandar a nossa vida. Como interpreta, enquanto ex aluno da nossa escola, pai e professor, o lema do nosso agrupamento “Abrimos asas. Encorajamos voos”? MB: E que bonito que é este lema! Haverá melhor maneira de expressar o ensino e a cultura?! Quando era criança via o Robin dos Bosques com os meus pais e irmãs na televisão. Como não era capaz de ler as legendas perguntava sempre ao meu pai: — Oh pai este é dos bons ou dos maus? — e era tão fácil responder. Há que estar alerta, porque os maus andam por aí! Para nos cortarem as asas, para não nos deixarem sonhar. No Robin dos Bosques os bons ganhavam sempre! Continuemos a acreditar. Contextos: Esta é a história do Rei Elias, cujo bom coração o levou a ser o Rei da paz e da amizade, onde saem realçados estes valores morais, que é no fundo, a grande mensagem que se pretende transmitir aos mais novos. Gostaríamos que deixasse aqui uma mensagem dirigida aos nossos alunos e jovens figueirenses, neste âmbito. MB: Vou terminar em jeito de história. ! Quando tinha 6 anos conheci pela primeira vez a escola do Viso. Vinha fazer um período de “treino” para um exame, chamado exame de transição. Lembro-me muito bem mas não vos vou maçar com essas recordações. Foi no ano seguinte, quando tinha 7, e ia para a então 3ª classe, hoje 3º ano, que pela primeira vez fui aluno da Escola do Viso. Na escola e no Viso encontrei amigos que nunca mais perdi. Até hoje somos inseparáveis. Já me aconteceram muitas coisas boas na vida, mas estes amigos e amigas que ainda hoje conservo, são uma das minhas maiores riquezas. Como o Rei Elias, descobri que esta riqueza está ao alcance de todos. Só temos que estar atentos, olharmos bem para o nosso lado, que eles lá estão: aquele amigo inseparável, aquele que nos faz sempre rir, o desastrado que é preciso proteger, o engenhocas. Cada um, uma característica, cada um, um companheiro. Vocês sabem, tão bem como eu, que não é por serem muito novos que não podem ser amigos verdadeiros. E lembrem-se, juntos serão sempre mais felizes, mais fortes. Juntos podem voar mais longe. E o céu… o céu só é bonito se tivermos os nossos amigos connosco.!!! Contextos: Agradecemos a sua disponibilidade e colaboração. 13 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Voos… …de uma lenda viva No dia 8 março de 1928 nasce, na Figueira da Foz, Luís Melo Biscaia. Figura pública, com grande relevo, desenvolveu uma carreira pautada pela tolerância e democracia tendo participado na vida política a nível local e nacional. Na Figueira, já no exercício da advocacia juntou-se a movimentos oposicionistas à ditadura e em 1958 abandonou o cargo de Vereador da Câmara Municipal para apoiar a candidatura democrática do General Humberto Delgado. Dedicou a sua vida à causa pública tendo exercido vários cargos, alguns ligados à política como deputado à Assembleia Constituinte, Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional e Vereador. Outros com uma função mais social fazendo parte da direção do Ginásio Figueirense, do Rotary Club da Figueira, dos Bombeiros Voluntários e da MisericórdiaObra da Figueira. O Dr. Luís Melo Biscaia viveu na zona do Viso e numa época em que a Figueira da Foz se afirmava como a "rainha das praias" e era uma "estância turística de primeira natureza, procurada por muitos portugueses e estrangeiros". Em declarações suas faz referência que o "glamour" se devia a alguns refugiados do tempo da II Guerra Mundial, "que fizeram com que a Figueira desse um pulo na modernidade, tendo feito muita coisa válida na região". Como vereador da Cultura e Turismo da Câmara Municipal da Figueira da Foz, na década de 1990, lembra que "Havia um programa muito valioso ao nível de eventos culturais, como festivais de música e a Gala dos Pequenos Cantores, que atraía muita gente, a nível nacional e internacional". Não podemos esquecer o homem de família, pai de quatro filhos e cinco netos e… é precisamente através de um dos netos, o nosso aluno António Biscaia que o seu nome foi recordado na nossa escola. A ligação à família e principalmente a sua preocupação em que esta é cada vez mais o pilar da nossa sociedade está bem patente no seu blog “Lugar para todos” a respeito do “Dia dos Avós” em que refere que estes “mais do que nunca são a bengala firme da família. Se neles sempre se foram buscar os bons conselhos baseados na sua experiência de vida, se neles sempre foi encontrado o amor e dedicação precisos, se eles estão normalmente disponíveis para com satisfação ajudar os netos, hoje muitos deles são o porto de abrigo de muitos filhos e família que, de repente, se vêem desempregados, sem recursos para manter os seus próprios agregados familiares.” Cabe-nos a nós acabar com uma frase sua: “É, pois, de toda a justiça promover uma maior e melhor lembrança dos avós, mostrando-lhes, como merecem, muito amor e gratidão”. 14 CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Homem de causas… …públicas e familiares! Contextos: Pela sua vasta experiência profissional, como é que se define? MB: Defino-me como um profissional que procurou sempre servir, o melhor possível, a causa da justiça. Tendo a consciência tranquila quanto à dedicação e constante propósito de exercer as minhas funções em defesa dos direitos daqueles a quem prestei o patrocínio, nunca distinguindo entre quem podia pagar e não. Contexto: Dos cargos que desempenhou, qual foi aquele que o fez sentir mais realizado? MB: Tenho dificuldade em eleger aquele em que mais me realizei, dado que exerci várias funções e foram muitas e de diferente natureza. Porém, foi talvez no governo, presidido pela Engenheira Maria de Lurdes Pintasilgo, o que mais me agradou por ter em mãos um poder de decisão de alguns graves problemas sociais existentes. Contextos - Porquê a sua entrega de alma e coração à Causa Pública? MB: A vida política bem cedo me seduziu, e logo no tempo da universidade me integrei em vários movimentos que combatiam a ditadura que então subjugava o povo, retirando-lhe os seus direitos fundamentais. Contextos - Que relação tem com a zona do Viso? MB: Tendo residido na zona do Viso durante mais de cinquenta e seis anos, o que mais aprecio nos residentes desta zona é o seu bom relacionamento e a solidariedade que sei existirem entre eles. Realizam iniciativas em comum que servem para uma sua maior aproximação e reforço de uma boa amizade. Aqui deixo as felicitações a todos os que vivem naquela parte da cidade e que podem servir de exemplo. 15 Contextos - Fale-nos da sua experiência como Pai. MB: Creio que posso ter a consciência tranquila quanto ao meu comportamento relativamente aos meus quatro filhos que muito amo. Penso que nunca fui um Pai severo, mas antes compreensivo e dando sempre exemplos de honestidade, de modéstia e simplicidade, de aceitação dos outros sem abdicação da sua própria personalidade, de ser útil a quem precisa de ajuda. Felizmente, fui bem sucedido, pois todos têm sabido estar na sociedade da melhor maneira. Contextos - E como avô? MB: Tal como em relação aos meus filhos, e pelos mesmos motivos também posso afirmar ter a consciência tranquila quanto ao meu comportamento relativamente aos meus cinco netos e bisneta que muito amo. CON TEXTOS DO AGRUPAMENTO Voando mais alto… … promovemos mudanças! A Educação Ambiental é uma preocupação diária da nossa escola, no entanto há dias em que desenvolvemos atividades especiais que servem de alerta a toda a comunidade. É o caso do “Dia Internacional Eco-Escolas”, do “Dia da Terra” e do “Dia do Ambiente”. Para o “Sarau Eco-Escolas” fizemos um hino. Podem ler aqui a sua letra e só é pena não o conseguirem ouvir pois ficou espetacular! Hino Eco-Escolas O Planeta não sujar E o lixo reciclar Poluição é de evitar Água é para poupar Pois se é lá que queres morar, vais ter que o salvaguardar. Se no mar quiseres nadar Água limpa a brilhar Vais ter que te empenhar Oceanos preservar “Folhas de Alerta” Os Seres vivos ajudar, que a terra é p’ra salvar. Energias renováveis Grande ajuda p’ra poupar, O mais importante é Não desperdiçar. Saber desligar o que, não se está a usar. Refrão: Nesta Eco Escola, aprender e ensinar a cuidar do Planeta, porque aqui a vida vai continuar. Letra: Alunos e professores (2013) Música: Professor Pedro Falacho Patrocinador: CONTATOS: 7 Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da Figueira da Foz [email protected]