Tema Libre Hipertensão Arterial Secundária ao
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Tema Libre Hipertensão Arterial Secundária ao
7mo. Congreso Virtual de Cardiología - 7th. Virtual Congress of Cardiology Inicio > 7CVC > Hipertensión Arterial Tema Libre Hipertensão Arterial Secundária ao Hiperaldosteronismo: Estudo de caso baseado na Teoria de Orem Anna Caroline Grangeiro Nascimento; Rhavena Maria Gomes Sousa Rocha; Célida Juliana de Oliveira Universidade Regional do Cariri – URCA. Crato/CE, Brasil. Resumen Uma diminuta parcela dos episódios de hipertensão arterial possui causas definidas, denominada hipertensão secundária. Dentre os principais fatores que podem ocasiona-la, destaca-se o hiperaldosteronismo primário. Objetivou-se traçar um plano assistencial de Enfermagem a uma cliente com hipertensão secundária, baseado nos modelos teóricos de Orem. Estudo de caso realizado em uma Unidade de Saúde da Família. Foi utilizado o Processo de Enfermagem com base nas teorias de Dorothea Orem (Teorias do Autocuidado, do Déficit do Autocuidado e dos Sistemas de Enfermagem). Os diagnósticos detectados foram baseados no Manual de Diagnósticos de Enfermagem (CARPENITO-MOYET, 2008). Descrição do caso: Mulher, 46 anos, parda, comerciante, possui antecedentes familiares de hipertensão, nega tabagismo e etilismo. Refere hipertensão há 18 anos e realiza o tratamento de forma irregular. Foi detectado o hiperaldosteronismo como causa da hipertensão e leve hipertrofia ventricular esquerda. De acordo com a teoria de Orem, os fatores que afetam o autocuidado nessa paciente são a falta de atividade física regular, dieta inadequada e raros momentos de lazer e repouso. Como requisitos que propiciam a saúde da paciente, tem-se a boa compreensão da doença e dos riscos, comparecimento às consultas, boa tomada medicamentosa e boa ingestão de líquidos. Os sistemas de Enfermagem com base na análise dos déficits de autocuidado devem corresponder ao sistema de apoio-educação uma vez que a paciente tem potencial para executar e deve aprender a executar ações de cuidar-se. Os modelos teóricos propostos se mostraram adequados ao caso, pois permitiu a detecção dos déficits de autocuidado da paciente norteando a atuação da enfermagem, admitindo-se o desenvolvimento de competências e segurança na autogestão do cuidado. Evidencia-se a relevância de operacionalizar o Processo de Enfermagem baseado em um modelo assistencial fundamentado na Teoria do Autocuidado de Orem, facilitando a identificação dos diagnósticos de Enfermagem e o desenvolvimento de sua prática. Introdução A hipertensão arterial representa um problema grave de saúde pública no Brasil, sendo a mais frequente das doenças cardiovasculares. No que diz respeito à etiologia, a maioria dos casos não apresenta uma causa aparente, conhecida como hipertensão essencial ou primária. Em contrapartida, há uma diminuta parcela dos episódios de hipertensão que possui causas definidas, decorrentes de outros agentes, denominada hipertensão secundária. Dentre os principais fatores que podem ocasionar este tipo de hipertensão, pode-se destacar o hiperaldosteronismo primário (HAP). Barbosa et al. (2010) estimam que o hiperaldosteronismo primário atinge cerca de 6,1% da população, porém em hipertensos resistentes, esta prevalência pode chegar a 22%. Capeletti (2009) relata que essa secreção inadequada do hormônio mineralocorticóide aldosterona acarreta dano cardiovascular, supressão de renina plasmática, hipertensão, retenção de sódio e excreção de potássio que se prolongada e severa pode levar à hipocalemia. Além do tratamento cirúrgico, a participação ativa dos pacientes no sentido de modificar alguns comportamentos prejudiciais à saúde e assimilar outros que beneficie sua condição clínica são de suma importância, aliado à participação e ao apoio familiar e social. A assistência de enfermagem a pacientes com ênfase no autocuidado tem sido uma alternativa encontrada no sentido de, não só estimular o paciente a participar ativamente no seu tratamento, como também aumentar sua responsabilidade nos resultados da assistência. Para isso, utiliza-se o Processo de Enfermagem, que corresponde a uma dinâmica de ações sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano (HORTA, 2005). Objetivo Traçar um plano assistencial de Enfermagem a uma cliente com hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo, baseado nos modelos teóricos de Dorothea Elizabeth Orem (Teoria do Autocuidado, Teoria do Déficit do Autocuidado, Teoria de Sistemas de Enfermagem). Material e Metodos Trata-se de um estudo de caso, realizado em outubro de 2010, com uma paciente acompanhada pela Estratégia Saúde da Família de Crato-CE. Para tanto, como referencial teórico foi utilizado o Processo de Enfermagem com base nas teorias de Dorothea Orem (Teorias do Autocuidado, do Déficit do Autocuidado e dos Sistemas de Enfermagem). Os diagnósticos detectados foram baseados no Manual de Diagnósticos de Enfermagem (CARPENITO-MOYET, 2008). O autocuidado é a prática de atividades que as pessoas desempenham em seu próprio benefício, no sentido de manter a 7mo. Congreso Virtual de Cardiología - 7th. Virtual Congress of Cardiology vida, a saúde e o bem-estar. O Déficit de Autocuidado é identificado a partir da relação entre as demandas de autocuidado e a incapacidade de ação dos indivíduos para atendê-las. O individuo deve ser agente de autocuidado, quando ele possui incapacidade para o desempenho dessas ações, o enfermeiro ou elemento da enfermagem pode assumir por certo período de tempo a situação de desenvolver ações para o autocuidado de outros indivíduos. Os Sistemas de Enfermagem dependem da capacidade do cliente em desempenhar as ações do autocuidado. Existem três sistemas: o totalmente compensatório (incapacidade de realizar autocuidado); o parcialmente compensatório (ação limitada no autocuidado: enfermeiro e indivíduo executam cuidados) e o sistema de apoio-educação (paciente tem potencial para executar e deve aprender a executar ações de autocuidado) (OREM, 1991). Para avaliar o autocuidado, Orem utiliza requisitos universais, associados aos processos vitais ou necessidades humanas básicas, os de desenvolvimento, relacionados com o processo de desenvolvimento do homem e com aqueles fatores que os influencia e os de desvio de saúde, relacionados a problemas de natureza funcional, genética, bem como a diagnóstico médico e medidas terapêuticas. Resutados Descrição do caso A.M.M.B., feminino, 46 anos, parda, casada, mãe de quatro filhos. Natural de Irauçuba-CE. Residente na cidade de CratoCE, comerciante autônoma de uma lanhouse e sócia de uma pizzaria. Possui antecedentes familiares com história de hipertensão. Nega tabagismo, etilismo e alergia. Católica não praticante, ensino médio completo. Nas raras vezes quando consegue ausentar-se do trabalho, gosta de ir ao salão de beleza e conversar com sua vizinha. Relata não fazer uso de método contraceptivo oral. Refere ser hipertensa há 18anos e ter descoberto a doença quando foi submetida a uma colecistectomia. Iniciou o tratamento, mas nunca levou muito a sério a doença. Sofreu várias internações hospitalares queixando-se de fortes dores de cabeça, tonturas, náuseas e vômitos, devido pressão arterial descontrolada e de difícil regulação. Foi encaminhada para um endocrinologista e após uma serie de exames foi detectado que o hiperaldosteronismo primário era a causa da HA. Foi detectada também uma leve hipertrofia das paredes do ventrículo esquerdo. Ainda segue em investigação a causa do hiperaldosteronismo. Medicamentos em uso: Valsartana + Hidroclorotiazida; Omeprazol; Fluoxetina Cloridrato e Espironolactona. Segue a rigor todo o regime medicamentoso, acompanhada recentemente por um especialista. Antes não tinha acompanhamento eficaz, não procurava atenção básica, frequentava eventualmente um médico particular e comprava os medicamentos nas farmácias. Tenta seguir dieta prescrita pela nutricionista: hipossódica, hipocalórica e hipolipídica, mas relata às vezes se esquecer até de comer, devido muitos afazeres. Ingere bastante líquido. Sono e repouso alterados devido por causa do excesso de trabalho, já que seu comércio se localiza na sua residência, o que lhe causa muitas horas de trabalho sem descanso. Boa parte da noite ajuda no outro comercio do qual é sócia. Refere não ter horário certo para dormir, mas que acorda-se pontualmente às 6h da manhã. Tem em média 5h/dia de descanso. Estas poucas horas são interrompidas por diureses noturnas, devido ao efeito dos remédios que toma. Exame físico: Peso 78kg; Altura 1,51cm; IMC 34 (Obesidade Grau 1); PA 160x90mmhg; T 36,5ºC; FR 20rpm; Pulso 100bpm. Consciente e orientada. Afebril, corada, higienizada, hidratada. Acuidade visual diminuída em uso de lentes corretivas. Tórax sem alteração, expansibilidade simétrica, eupnéica e presença de murmúrios vesiculares à ausculta. Normocárdica, pulso periférico cheio e rítmico, bulhas normofonéticas à ausculta. Abdome flácido, indolor à palpação e presença de ruídos hidroaéreos à ausculta. Mamas e genitália não examinadas, porém sem queixas. MMII e MMSS simétricos e sem deformidades anatômicas e ausência de edema. Exames complementares: Aldosterona 85,00ng/dl; Atividade plasmática de renina 0,32ng/ml/hora; Metanefrinas frações totais 114,00 ug/24h; Metanefrinas 30,00 ug/24h; Normetanefrina 84ug/24h. Discussão Fatores que afetam o autocuidado (OREM, 1991): Tenta seguir dieta recomendada, mas às vezes se esquecer de comer; Não segue atividade física regular e contínua; Raros momentos de lazer; Média 5h/dia de descanso; Realização de exame preventivo ginecológico há mais de 20 anos. Requisitos de desenvolvimento (OREM, 1991): Compreende a doença e os riscos; Comparece às consultas; Toma remédios prescritos; Ingere bastante líquido; Não ingere álcool e não fuma. Os sistemas de Enfermagem com base na análise dos déficits de autocuidado devem corresponder ao sistema de apoioeducação uma vez que a paciente tem potencial para executar e deve aprender a executar ações de cuidar-se. Quadro 1: Aplicação das teorias de Orem ao Processo de Enfermagem desenvolvido para a paciente com hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo. Crato, 2011. Conclusões O tratamento proposto para a hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo baseou-se no uso de medicamentos e mudança de estilo de vida, por exemplo, alimentação e exercícios físicos. 7mo. Congreso Virtual de Cardiología - 7th. Virtual Congress of Cardiology Os modelos teóricos propostos por Orem mostrou-se adequada ao caso, pois permitiu a detecção dos déficits de autocuidado da paciente norteando a atuação da enfermagem. Esta se deu por meio do processo de educação, o qual admite que o cliente desenvolva competência e segurança na autogestão de sua vida, de cuidar-se. Evidencia-se, com a realização deste estudo, a relevância de operacionalizar o Processo de Enfermagem baseado em um modelo assistencial fundamentado na Teoria do Autocuidado de Orem. Dessa forma, torna-se facilitada a identificação de diagnósticos de enfermagem, assim como o desenvolvimento de sua prática. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. Barbosa, C. J. D. G. et al.Hiperaldosteronismo primário: a etiologia ainda é um desafio. Rev Bras Hipertens. 17(4): 234-7, 2010. Capeletti, J. T et al. Hiperaldosteronismo primário: diagnóstico e complicações clínicas Rev. Bras Hipertens. 16(1): 65-6, 2009. Horta, W. A. Processo de Enfermagem. 16. ed. São Paulo: Editora pedagógica e Universitária, 2005. Orem, D. E. Nursing: Concepts of practice. 4. ed. Saint. Louis, Mosby, 1990. Publicación: Septiembre 2011 Preguntas, aportes y comentarios serán respondidos por los autores a través de la lista de Hipertensión Arterial. Llene los campos del formulario y oprima el botón "Enviar". Ver mensajes: Septiembre 5 Preguntas, aportes o comentarios: 6 Nombre y apellido: País: Argentina 6 Dirección de E-Mail: Confirmación Dirección de E-Mail: Enviar Borrar © 1994- 2011 2011 CETIFAC - Bioingeniería UNER - 7CVC ISBN 978-987-22746-2-7 Actualización: 23-Sep-2011 - DHTML JavaScript Menu By Milonic.com - Webmaster - HonCode - pWMC