Nº 144 - Associação Portuguesa de Hemofilia
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Nº 144 - Associação Portuguesa de Hemofilia
BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HEMOFILIA E DE OUTRAS COAGULOPATIAS CONGÉNITAS MEMBRO DA FEDERAÇÃO MUNDIAL DE HEMOFILIA E DO CONSÓRCIO EUROPEU DE HEMOFILIA | DIRECTOR: CARLOS MAIA HENRIQUES CONGRESSO NACIONAL DE HEMOFILIA Palace Hotel de Monte Real Ano 30 | N.º 144 | Out-Nov-Dez 2014 | Preço € 0,50 PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL 28, 29 e 30 NOV 2014 LEIRIA O objectivo foi plenamente conseguido. Um sucesso, não só pelo interesse manifestado nas sessões e pela aprendizagem, mas também pelo espírito de partilha e amizade que puderam experienciar durante os três dias. Encontro de Jovens da APH Vimos convidar-te a participar. É já em Março e as inscrições terminam no próximo dia 20. 6, 7 e 8 de Março Évora Hotel ÉVORA 27ª Conferência do Consórcio Europeu de Hemofilia 3 a 5 de Outubro Cerca de 300 participantes de 35 países assistiram a sessões plenárias e workshops sobre os temas que mais preocupam a nossa comunidade. Estivemos lá e damos aqui conta do que mais relevante foi tratado. 2 |hemofilia Abr Mai Jun 2011 Editorial Maia Henriques Ai Portugal, Portugal Estou com muito medo de 2015, e isto porque quanto mais anos se contam na era de Cristo, pior se torna o mundo e mais cruxificada é a humanidade: impera o terror, mata-se em nome de Deus, empobrece-se em nome do Capital. E então no que concerne à humanidade dos portugueses nem se fala: Vive-se temendo a doença, morre-se à espera da cura. Desesperam os novos, desamparam-se os velhos. Precariza-se o trabalho em nome do emprego Etc… etc… etc… Estes e outros temas prementes e fracturantes tais como a corrupção, os corruptos, os políticos, as políticas, os juízes e os presos, os donos disto tudo e os culpados disto tudo, ocuparam-me a mim e a mais dois cunhados meus, boa parte da noite de Natal. Nessa noite que deveria ser de paz e de reconciliação, esgrimiram-se argumentos, conceitos e opiniões altamente técnicas e complexas, para deitar abaixo tudo e todos, enquanto esperávamos pelo bacalhau com todos e as rabanadas. Um dos meus cunhados, militar Sumário Aniversários 3 2014 – Um Balanço 4 3.º Encontro de Jovens da APH 6 e 7 na reserva, é um adepto feroz da teoria da conspiração, e como detentor de um excelente mau feitio soviético (como ele a si próprio se define) é um prazer conspirar com ele. O outro é um rapaz calmo, compenetrado, amante de futebol, do bom vinho e do bom petisco, excelente cozinheiro, é um prazer conversar com ele. Eis senão quando, embalado pela santa noite e pela conversa, me veio uma repentina inspiração para escrever uns versos que recitei no dia seguinte ao almoço e a que dei o título de Ai Portugal, Portugal. Diz-me, depois dos aplausos - que os houve, muitos e bem merecidos- um dos meus cunhados: é pá, isso era bom para mandares para o jornal “O Hemofílico”. Resolvi seguir o conselho e assim, com os votos de Boas Festas e de próspero Ano Novo, aqui partilho com os leitores o que veio à luz na Santa noite de Natal do ano da graça de 2014. Ai Portugal, Portugal Tão pequenino e franzino Tão sem tino e tão sem Norte Onde a incompetência comanda E a culpa é da má sorte Ai Portugal, Portugal Tão vendido e tão…tramado Aumentaste dos fracos a fraqueza E dos ricos a riqueza Roubaste aos jovens a esperança Aos velhos a dignidade Ao trabalhador o emprego Ao povo a felicidade Ai Portugal, Portugal Tão soberbo e tão curvado Já não lutas Já não gritas E mesmo de chapéu na mão Ninguém te passa cartão Nação exangue e a fenecer Onde o abutre vem saciar A vontade de comer A vontade de extirpar Ficha Técnica BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HEMOFILIA E DE OUTRAS COAGULOPATIAS CONGÉNITAS Membro da Federação Mundial de Hemofilia e do Consórcio Europeu de Hemofilia APH na Comissão Hospitalar de Hemofilia 8 Hemofilia nas Escolas 9 1.º Congresso Nacional de Hemofilia 10 a 16 Workshop sobre Novas Tecnologias 17 Programa de Acção para 2015 18 e 19 27ª Conferência do CEH 20 a 22 Informativo: Octapharma 23 Desporto 24 Propriedade Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras Coagulopatias Congénitas – Instituição Particular de Solidariedade Social Redacção e Administração Av. João Paulo II, Lote 530, Loja A, – 1950-158 Lisboa – Telefs.: 21 859 84 91 - 96 720 90 34 – E-mail: [email protected] – Site: www.aphemofilia.pt – Pessoa Colectiva n.º 501 415 971 A Direcção Miguel Crato, Hilário Moreira, Elsa Morgado, Carlos Mota, Paulo Felício, Orlando Santos, Luís Silva Director Carlos Maia Henriques Registo no Ministério da Justiça N.º Inscrição 108 130, N.º Empresa 208 129 Design Gráfico e Paginação Traço e Meio - Design, Lda. – Tel. 261 867 963 Impressão e acabamento SOARTES - Artes Gráficas, Lda. – Telf:263 858 480 – Fax:263 858 489 – E-mail: [email protected] Depósito Legal N.º 1772 Tiragem 2500 exemplares Periodicidade Trimestral Os artigos publicados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não reflectem necessáriamente a opinião da Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras Coagulopatias Congénitas. Outubro José Ribeiro Manuel Ribeiro Mário Rothes José Maria Ferreira Fernando Barbosa Diamantino Silva Carlos Silva Manuel Jesus José Manuel Monteiro Maria Manuela Santos Paulo Morgado Fernando Silva Augusto Ferreira Alcino Alegria José Henrique Maio Fernando Costa António Carvalho Miguel Crato Vitor Brás Manuel Lebre Eduardo Pereira Samuel Coimbra Carlos Belga Ana Cristina Pastor Rosa Maria Pereira Hugo Rodrigues Rui Bernardino Nuno Lemos Custódio Rocha Ricardo Fidalgo Nelson Loureiro Gilberto Alves Rui Pires Diogo Gomes Maksym Sarakhman Jorge Vilela André Nóbrega Nuno Ferreira Rute Sousa Frederico Alves Bruno Oliveira Pedro Cunha Beatriz Moreira André Ramos Pedro Barreto João Tavares Filipe Parreira Jilmar Costa Francisco Borges Caetano Amorim João Gil Carvalho Pedro Gil Carvalho António Maria Marreiro Isa Mara Barros Martim Cheta Martim Graça Novembro 1935-10-07 1945-10-24 1948-10-11 1955-10-12 1956-10-22 1958-10-13 1958-10-19 1959-10-18 1961-10-07 1961-10-18 1963-10-10 1965-10-17 1965-10-23 1966-10-28 1967-10-25 1968-10-20 1968-10-25 1969-10-20 1970-10-16 1971-10-01 1973-10-05 1974-10-24 1975-10-03 1975-10-17 1975-10-22 1977-10-03 1979-10-22 1980-10-08 1980-10-15 1980-10-18 1981-10-08 1981-10-15 1984-10-19 1987-10-21 1988-10-07 1988-10-25 1989-10-05 1989-10-23 1990-10-17 1993-10-27 1995-10-19 1996-10-13 1997-10-20 1998-10-30 1999-10-26 2000-10-18 2000-10-23 2001-10-23 2002-10-14 2002-10-14 2003-10-13 2003-10-13 2004-10-02 2004-10-07 2009-10-11 2009-10-22 António Santos Júlio Silva Manuel Dias Bruno Marques Carlos Santos José Pedro Pereira António Guerra Bernardino Gonçalves José Peixoto Luís Gomes António Bártolo Carlos Simões José Santos João Pedro Lourenço Dinda Sousa Pedro Ferreira Marco Silva Ana Rita Tavares Bruno Freitas João Oliveira Luís Miguel Pina Inês Sousa Azevedo Ricardo Nobre João Miguel Amaral Maurício Quintal Ananias Semedo Paulo Ávila Hugo Barros Luís Filipe Pires António Sousa Nuno Filipe Pereira João Filipe Campos Pedro Gomes Renato Penha Edgar Alves Carlos Jesus Bruna Lopes Rúben Tavares Garrido Tiago Boulhosa Miguel Ramos Rodrigo Asseiceira Delfim Almeida Santiago Silva Out Nov Dez 2014 hemofilia |3 Dezembro 1941-11-20 1950-11-26 1952-11-23 1954-11-27 1955-11-29 1956-11-27 1957-11-28 1958-11-02 1959-11-13 1965-11-26 1965-11-30 1971-11-09 1976-11-08 1977-11-01 1977-11-04 1977-11-15 1978-11-15 1979-11-01 1979-11-25 1980-11-03 1981-11-02 1982-11-12 1983-11-13 1983-11-24 1984-11-01 1984-11-28 1985-11-18 1987-11-05 1987-11-12 1987-11-15 1987-11-20 1987-11-29 1988-11-11 1989-11-22 1990-11-16 1996-11-03 1999-11-30 2003-11-08 2003-11-11 2003-11-22 2004-11-03 2010-11-17 2011-11-02 Joaquim Ferreira Florentino Oliveira António Santos Maria Natália Santo António José Santos Jaime Eduardo Palmela Albino Ferreira Maia Fernando Alberto Viterbo Diogo Gonçalves Artur Vieira Américo Silva Rui Correia Hilário Frias Paulo Antunes Francisco Ferreira Luís Manuel Rodrigues Mário Balça Hilário Moreira Roberto Ana Luís Miguel Silva José Aguiar Valdemar Silva Patricia Mendes Nuno Matos João Oliveira Pedro Pinto Marco Oliveira Leandro Barbosa João Nascimento Nuno Piçarra Pedro Marques Carlo Agostinho Ricardo Pais Humberto Vieira Rui Pedro Chanoca Orlando Aguiar Melissa Lopes João Leandro Pedro Vieira Francisco Albardeiro Frederico Cardoso Diogo Martins Bruno Santos David Decoroso Rodrigo Gomes Rodrigo Gonçalves Eduardo Antunes 1945-12-26 1946-12-18 1947-12-14 1953-12-25 1955-12-04 1957-12-09 1958-12-24 1959-12-10 1961-12-08 1962-12-07 1962-12-27 1964-12-28 1965-12-01 1966-12-27 1967-12-10 1967-12-12 1968-12-13 1968-12-22 1971-12-13 1972-12-19 1973-12-04 1973-12-17 1974-12-03 1975-12-14 1975-12-19 1976-12-09 1976-12-16 1977-12-02 1978-12-19 1980-12-26 1983-12-06 1984-12-13 1985-12-28 1989-12-05 1993-12-30 1995-12-02 1995-12-20 1996-12-04 1996-12-20 1998-12-27 2000-12-09 2000-12-23 2002-12-12 2003-12-28 2007-12-18 2007-12-23 2009-12-27 4 |hemofilia Out Nov Dez 2014 Miguel Crato 2014 – Um balanço 2014 foi um ano extremamente positivo para a nossa comunidade Uma comunidade mais próxima e eficaz 2014 foi um ano de pacificação e de união. Sentimos que a nossa comunidade se aproximou mais da APH e que foram estabelecidas bases fortes de confiança entre os associados e a Associação que os representa. Verificou-se um incremento bastante elevado dos contactos com a Associação, quase diário, para a resolução de problemas relacionados com a hemofilia e com apelos para que mais informação e formação fosse disponibilizada. Os sócios e as pessoas com hemofilia começam a compreender que para defesa dos seus direitos e da sua qualidade de vida têm que estar mais juntos da APH e participar nos seus eventos, bem como projectarem ser destinatários da informação que é veiculada através dos vários canais que a APH disponibiliza. Mais do que uma nova geração de pessoas interessadas, há um novo paradigma de mentalidades que querem aprender e saber mais. Por outro lado, existiu uma grande aproximação entre os serviços de Imuno-hemoterapia dos centros de tratamento para a hemofilia e a Associação, notando-se por parte daqueles o reconhecimento de que uma associação de doentes é essencial em toda a problemática que envolve a hemofilia e as coagulopatias congénitas. Canais de comunicação e de parceria existentes foram consolidados e novos canais foram abertos para beneficio das pessoas com hemofilia e para defesa e manutenção dos seus tratamentos, tendo como base primordial os critérios da segurança e da eficácia e nunca simplesmente o critério do preço. Formar e partilhar 2014 foi igualmente um ano de muitos eventos, que tiveram em comum o mesmo modelo funcional: a formação e a necessidade de partilha como pedras de toque, assentes em workshops e na vertente médico-científica. Consolidámos a aposta na formação nos mais jovens, com o 2º Encontro de Jovens, que decorreu em Coimbra e que duplicou o número de participantes em relação à primeira edição de 2013. Mas novos momentos de partilha e aprendizagem foram criados pela primeira vez em Portugal. A 1ª Conferência de Pais, que decorreu em Abril, na cidade de Palmela e que teve a participação de 50 pais, foi uma aposta claramente ganha, pela necessidade que sentimos nos participantes da existência deste tipo de eventos. O 1º Congresso Nacional de Hemofilia, que se realizou em Monte Real-Leiria em finais de Novembro, saldou-se num êxito, não só pelos mais de 200 participantes que estiveram presentes, mas também pela diversidade dos mesmos; doentes, familiares, amigos, enfermeiros, médicos, tutela, Consórcio Europeu de Hemofilia, indústria farmacêutica e outros interessados. E o sucesso deste evento mediu-se pela vontade de querer saber, de querer aprender e de querer estar em comunidade, bem como pela percepção do entusiasmo dos participantes no final do evento. “Assim podem contar sempre comigo” foi uma frase ouvida no final e que diz tudo: A APH dá os instrumentos para as pessoas poderem dar a sua participação. Uma associação é um todo de muitas partes que têm que ter consciência dos proveitos que podem retirar desse todo e assim serem partes activas e em aprendizagem constante. Também o Funfilia continua a ser uma aposta forte da APH, tão essencial para que os mais novos convivam e partilhem a sua doença com os seus semelhantes, mas igualmente para que possam ter oportunidade de através de uma forma descontraída adquirirem noções de auto-administração do seu tratamento. A natação teve igualmente uma posição de destaque, através da realização do Festival de Natação, não só em Lisboa, mas também no Porto, permitindo que mais associados e pessoas com distúrbios hemorrágicos tivessem possibilidade de participar neste evento. Segmentar e descentralizar Numa lógica de progressão, a APH aposta claramente num modelo em que diferentes realidades dentro da grande realidade que é a nossa comunidade, merecem um espaço próprio de reflexão e de partilha. Foi esse o leitmotiv que levou à criação do Comité de Jovens e do Comité de Mulheres da APH. Se no primeiro caso, 2014 foi a consolidação de um projecto e das possibilidades de formação em continuidade dos seus elementos, no caso do Comité de Mulheres, 2014 foi o ano do seu lançamento. Era reconhecido que as mulheres com distúrbios hemorrágicos, bem como as portadoras, necessitavam urgentemente de um grupo em que se pudessem reunir testemunhos, partilhar experiências, adquirir novas confianças e informações, de modo a que possam ser mais confiantes e seguras com a sua patologia, bem como apresentar junto da APH necessidades formativas e de defesa da sua qualidade de vida. Out Nov Dez 2014 hemofilia |5 Grupo de Trabalho da Hemofilia Uma aposta que se tem vindo a consolidar pela APH é a existência de núcleos. Neste sentido, ao núcleo do Porto, que já existia desde 2013, juntaram-se os núcleos de Coimbra e da Madeira. O objectivo da existência de núcleos é claro. A facilidade de reunião de associados e da comunidade numa base mais regional, o que possibilita a identificação de necessidades, também a nível regional e a possibilidade de criação de eventos e de debates que aproximem mais as pessoas. Na APH continua em estudo a criação dos núcleos dos Açores e do Algarve. 2015 Para 2015 continuaremos a apostar no mesmo modelo, como poderão verificar no plano de acção, aprovado na última Assembleia Geral e que está transcrito neste mesmo boletim. Continuaremos a tentar que o máximo possível de informação sobre a hemofilia e outras coagulopatias chegue ao máximo de pessoas, continuaremos a apostar na recolha e partilha de conhecimentos tanto a nível nacional, como internacional, bem como continuaremos a ser um grupo de pressão junto da tutela para que os nossos direitos e a nossa comunidade sejam respeitados. Acima de tudo o que esperamos e desejamos é que as pessoas da nossa comunidade não se limitem a ser meros receptores do que a APH lhes tem para dar, mas que igualmente participem, queiram aprender, sugiram, critiquem, exponham os seus problemas e receios, para que e acima de tudo se sintam felizes e completos por pertencer a esta comunidade que é de todos e para todos. O Grupo de Trabalho da Hemofilia foi criado pelo Despacho 8811/2011 e tem como objectivo primordial concluir uma proposta de criação de centros de tratamento compreensivo para a Hemofilia. Neste momento o Grupo de Trabalho está a ultimar o seu relatório final a ser presente à Tutela, estando previsto que a partir de 2015 a existência destes centros, essenciais para uma correcta gestão do tratamento da hemofilia, de uma forma multidisciplinar e integrada, seja uma realidade. Da esquerda para a direita: Carlos Falcão - Instituto Português do Sangue (IPST), Gracinda Sousa - IPST, Fátima Nascimento – Direcção Geral da Saúde (DGS), Alice Tavares – Representante da Ordem dos Médicos, Miguel Crato – Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras Coagulopatias Congénitas (APH) e Sofia Mariz – Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Núcleo da Madeira da APH Informamos que o Núcleo da Madeira da APH passou a ter como coordenadora a associada Rita TemTem. É extremamente importante que todas as pessoas com hemofilia ou outros distúrbios hemorrágicos e seus familiares desta região autónoma entrem em contacto com o nosso Núcleo, de forma a que todos os madeirenses possam contribuir para o esforço de dignificar a hemofilia e fazer valer os seus direitos, bem como para fazerem do Núcleo um espaço de aprendizagem e de partilha de experiências. Ao nosso amigo Odílio Nóbrega, que por motivos profissionais passou a viver fora do país, agradecemos a dedicação na criação e lançamento do Núcleo da Madeira e desejamos muito boa sorte. O email do Núcleo da Madeira é : [email protected] Um bom ano de 2015 Da esquerda para a direita: os associados Raúl Fernandes, César Temtem, Rita Temtem e o Presidente da APH, Miguel Crato. 6 |hemofilia Out Nov Dez 2014 Encontro de Jovens da APH 6, 7 e 8 de Março Évora Hotel ÉVORA a ç r o f a z a f Saber de todos! — Encontro destinado a jovens com um distúrbio hemorrágico entre os 15 e os 35 anos e familiares diretos, dentro dessa faixa etária — No seguimento das duas primeiras edições, a APH irá levar a cabo este ano o 3º Encontro de Jovens da APH. O objectivo é que este momento constitua um espaço de trabalho e de aprendizagem para os jovens, de modo a que fiquem habilitados a conhecer melhor a sua doença e tudo o que a rodeia, bem como a integrar o Comité de Jovens da APH e em última análise que se constituam como matéria prima para futuramente constituírem os órgãos sociais da APH. O Comité de Jovens da APH é uma estrutura que foi criada durante o 1º Encontro (em 2013), que se auto-organizou e que se mantém, participando, numa perspectiva de formação na vida da APH e nos eventos que a mesma realiza. Uma das maiores necessidades da APH é a atracção e formação de jovens quadros que assegurem a existência de um corpo de dirigentes, assim como de colaboradores informados e interessados na vida da nossa Associação. O objectivo desta formação prende-se com o adquirir de competências na área da hemofilia e realidades conexas, bem como o de chamar novos jovens que possam integrar o Comité de Jovens. O 3º Encontro irá ter lugar na cidade de Évora, no Évora Hotel, nos dias 6, 7 e 8 de Março (fim-de-semana) e terá uma forte componente de workshops e uma palestra médico-científica. Desta forma, vimos convidar-te a participar no 3º Encontro de Jovens. A APH assegura todas as despesas de alojamento e alimentação relativas ao evento e providencia o transporte, com partida de Lisboa e do Porto. O evento contará com o apoio de uma enfermeira voluntária que colaborará na administração do teu tratamento, se necessário. Lembramos que é obrigatório levar o factor de casa. As inscrições decorrerão até 20 de Fevereiro, mas por razões de logística, agradecíamos que fizesses a tua inscrição o mais breve possível. Para te inscreveres deverás preencher a ficha de inscrição e enviá-la para a sede da APH por via postal ou através do email: [email protected]. Esperamos por ti! Out Nov Dez 2014 hemofilia |7 Encontro de Jovens da APH Ficha de Inscrição N.º (Encontro destinado a jovens com um distúrbio hemorrágico entre os 15 e os 35 anos e familiares diretos, dentro dessa faixa etária) Data limite de Inscrição: 20 de Fevereiro INFORMAÇÃO PESSOAL Tem um distúrbio Hemorrágico? Sim (Sim, preencher tabela de Informação Médica) Não (Não, indicar nome e distúrbio do familiar) Nome: Distúrbio Hemorrágico: Nome: Data de nascimento: / / Associado da APH nº E-mail: Contactos: (tlm.) (dia) (noite) Outra pessoa para contacto: Grau de parentesco Contactos: (tlm.) (dia) (noite) INFORMAÇÃO MÉDICA B C Leve Moderada Grave Factor % Tipo de Hemofilia: A 2 3 Tipo VW: 1 Outro Distúrbio Hemorrágico Qual? Hospital onde é seguido? Contactos de Urgência do Médico assistente: Faz Auto-Tratamento? Sim Não Faz Profilaxia? Sim Não Dose de factor que faz em profilaxia? Marca do Factor Dias da semana que faz profilaxia? Inibidores? Sim Não Tem dificuldade de locomoção? Sim Qual o tratamento que faz? Canadianas Necessita de algum meio auxiliar? Cadeira de Rodas Alergias ou doenças:/ Instruções medicamentosas: Não Restrições alimentares ou outras indicações uteis à organização: É OBRIGATÓRIO LEVAR FACTOR! O Participante (assinatura) 8 |hemofilia Out Nov Dez 2014 Quantos somos Onde vivemos Pessoas com Coagulopatias Congénitas registadas na APH, por distritos. 2.º Semestre de 2014 Viana do Castelo 14 Braga 47 Vila Real 18 Bragança 10 APH integra a Porto 186 Aveiro 50 Viseu 33 Coimbra 26 Guarda 12 Castelo Branco 8 Leiria 9 Comissão Hospitalar de Hemofilia do Centro Hospitalar São João Santarém 29 Portalegre 3 Lisboa 185 Évora 9 Setúbal 55 Foi criado no Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto, a Comissão Hospitalar de Hemofilia. Esta Comissão tem como objectivos a definição da estratégia hospitalar, bem como a implementação das melhores práticas clínicas, afigurando-se ainda essencial para garantir o cumprimento dos requisitos legais dos centros compreensivos de referência para a hemofilia. Esta Comissão será constituída por médicos de diversas especialidades, bem como por outros profissionais dos serviços não clínicos do CHSJ. Neste sentido, entendeu o CHSJ convidar a APH para fazer parte integrante desta comissão, em virtude de a presença da Associação de doentes constituir uma significativa mais valia através do seu contributo, convite que foi aceite. Beja 4 DONATIVOS Neste espaço, destinamos como habitualmente, o nosso agradecimento a particulares e empresas, pelas suas doações durante o 4º trimestre de 2014. Faro 14 Madeira 12 PARTICULARES Bruno Dias Santos Constância Delfina de Jesus Daniel Filipe Sousa Castanheira Fernando Arrabaça Lopes Açores 26 Joaquim Ferreira Pedro Miguel Dinis Fernandes Gomes Carrana Sandro José Guedelha Arez EMPRESAS: Novo Nordisk, Lda. Total: 750 Octapharma Produtos Farmacêuticos, Lda. Out Nov Dez 2014 hemofilia |9 Hemofilia nas Escolas Para os meninos com hemofilia começa uma nova etapa nas suas vidas, é sem dúvida uma alegria que vem sempre acompanhada de novas preocupações. Este ano o Guilherme Duarte, de 6 anos, começou a frequentar o 1º ano de escolaridade, por esta razão os pais solicitaram à APH, a realização de uma formação sobre Hemofilia no Centro Es- Foto de grupo do Centro Escolar do Carregado colar do Carregado, que aconteceu no passado dia 31 de Outubro. Por sua vez, o pequeno Delfim Almeida, começou a frequentar a creche, e a APH rumou até Viseu no dia 18 de Novembro e também para realizar uma formação a professores e auxiliares. Deixamos a todos os participantes de ambas as formações, o nosso obrigado, pelo seu empe- nho e interesse e ainda pelo carinho e preocupação diárias que comportam os cuidados aos nossos meninos. Da nossa parte mantemos o compromisso, de dar continuidade a estas formações por todo o país. Marta Moreira Foto de grupo do Jardim de Infância de Marzovelos IRS Quer ajudar 2014 muito sem gastar nada? Ajude a APH sem gastar nada! Quadro 9 anexo H Contribuinte 501 415 971 10 |hemofilia Out Nov Dez 2014 CONGRESSO NACIONAL DE HEMOFILIA 28, 29 e 30 NOV 2014 LEIRIA Palace Hotel de Monte Real APRENDER 1º Congresso Nacional de Hemofilia Nos dias 28,29 e 30 realizou‑se no belíssimo Palace Hotel em Monte Real, perto de Leiria o 1º Congresso Nacional de Hemofilia. Contámos com 207 participantes, entre pacientes, famílias, Consórcio Europeu de Hemofilia, clínicos, enfermeiros, indústria farmacêutica, tutela e outros interessados na problemática da Hemofilia e outras Coagulopatias Congénitas. O objectivo a que nos propusemos foi plenamente conseguido. Os participantes tiveram um papel activo e fundamental para que o Congresso fosse um sucesso, não só pelo interesse manifestado nas sessões e pela aprendizagem que foi conseguida, mas também pelo espirito de partilha e amizade que puderam experienciar durante os três dias. Oradores na sessão de abertura do I Congresso Nacional de Hemofilia Miguel Crato, Presidente da Direcção da APH Tânia Silva, Coordenadora do Comité de Mulheres da APH Miguel Ramos, representante das crianças com hemofilia Rui Pires, Presidente do Comité de Jovens O primeiro dia O primeiro dia foi dedicado à recepção dos muitos participantes que chegaram de todos os pontos do país. Depois do jantar, tivemos uma pequena cerimónia de abertura, onde após o Presidente da Direcção, Miguel Crato ter dado as boas vindas aos participantes, discursaram o Miguel Ramos, em nome das crianças com hemofilia, o Rui Pires em nome dos jovens, a Tânia Silva em nome das mulheres com distúrbios hemorrágicos, Olívia Romero-Lux em nome do Consórcio Europeu de Hemofilia, Dr. Manuel Campos, do Hospital de Santo António, em nome da comunidade médica e Isabel Falcão em nome do corpo de enfermagem. Esta noite foi igualmente o primeiro momento para se rever velhos amigos e para se criarem novas amizades no seio da nossa comunidade. Out Nov Dez 2014 hemofilia |11 MAIS, UNIR! Olivia Romero Lux Membro do Comité Diretivo do CEH Isabel Falcão, Representante do corpo de enfermagem Manuel Campos, Representante da comunidade médica, Centro Hosp. do Porto – Hosp. Geral de Santo António Olívia Romero-Lux, representante do Consórcio Europeu de Hemofilia (CEH) O segundo dia Depois de uma merecida noite de descanso, todos estavam prontos para o segundo dia e para o muito trabalho e aprendizagem que tinham pela frente. A par te da manhã foi dedicada aos workshops, que decorreram em dois momentos, existindo sempre sessões em simultâneo que permitiu que os participantes pudessem optar pelo tema que mais lhes agradava ou com o qual mais se identificavam. No seguimento do convite endereçado por Miguel Crato, Presidente da APH, participei em representação do Consórcio Europeu de Hemofilia (EHC) no I Congresso Nacional da APH, em Leiria, com o objetivo de informar a comunidade portuguesa com hemofilia do que está a ser alcançado a nível Europeu e para conhecer os temas e desafios que a APH enfrenta. O CEH representa 45 países europeus e tem sede em Bruxelas, para interagir totalmente com o Parlamento Europeu e todas as outras instituições relevantes. Tem como missão apoiar cada associação nacional (NMO ou Organização Membro Nacional) a levar a cabo as suas missões. O CEH disponibiliza ainda às NMOs, workshops, 3 mesas redondas por ano, em Bruxelas, organiza uma Assembleia Geral Ordinária com um programa científico, e colabora com o Grupo Consultivo de Medicina para quem questões médicas podem ser submetidas. Fiquei muito feliz por participar no Congresso Nacional de Hemofilia em Portugal. A programação científica foi muito interessante, com médicos altamente envolvidos e capacitados. Gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer a todos os que me receberam tão calorosamente, famílias, doentes, mas também o pessoal na sede da APH. Por último, mas não menos importante, ao Miguel pelo convite e felicito-o a si e à sua equipa pelo Congresso de tanta qualidade e interesse. Num primeiro tempo tivemos as sessões sobre Envelhecimento e hemofilia, ministrada pelo Dr. Ramon Salvado, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e sobre Hemofilia na Infância, orientada pela equipe do Hospital Dona Estefânia, composta pelas Drªs Raquel Maia, Paula Kjöllerstrom, Célia Pinto e pela enfermeira Elsa Soeiro. Após um breve intervalo decorreram em simultâneo mais três sessões: Distúrbios hemorrágicos nas mulheres, por Joana Tavares da APH, Genética Reprodução e Hemofilia, pela Drª Helena Gomes, do Hospital de São João e Hemofilia e Comunicação, por Miguel Crato, da APH. Todos os Workshops foram bastante participados e participativos, o que demonstrou um enorme interesse por este tipo de sessões onde as dinâmicas de participação com os palestrantes podem ser aproveitadas ao máximo. 12 |hemofilia Out Nov Dez 2014 APRENDER 1º Congresso Nacional de Hemofilia Alex Dowsett, cicilista profissional da equipa UCI Proteam Movistar na sessão “Desporto e Hemofilia”. Alex Dowsett e os irmãos Miguel e Martim Ramos. Dr. José Ramon González, Workshop “Envelhecimento e Hemofilia”. Foto de grupo dos mini congressistas. Antes de almoço decorreu a sessão plenária com Alex Dowsett, ciclista profissional britânico da equipa UCI Proteam Movistar, com hemofilia A grave. Foi projectado um vídeo que nos mostrou um pouco da história deste ciclista e como decorre o seu dia-a-dia enquanto ciclista profissional e portador de hemofilia, bem como o lidar da sua família com este facto. Depois do emocionante vídeo, Alex falou um pouco sobre o mesmo e respondeu a muitas perguntas da assistência. Foi um dos mo- O grupo a realizar uma actividade. mentos mais emocionantes e motivadores de todo o Congresso, onde foi apresentada a prova de que ter hemofilia não é impedimento de concretizarmos os nossos sonhos, mesmo quando toda a gente nos diz que é impossível. Um grande obrigado ao Alex pela sua presença e pelo seu testemunho! O Sábado à tarde foi dedicado a seis palestras médicas sobre vários dos temas mais importantes para a nossa comunidade e que contaram com palestrantes dos cinco principais hospitais portugueses que têm Centros de Hemofilia. Oradores do Painel Médico 1 (da esquerda para a direita): Professor Rui Tato Marinho do Hospital de Santa Maria; Dr.ª Cristina Catarino do Centro de Coagulopatias Congénitas do Hospital de Santa Maria; e Dr.ª Teresa Fidalgo do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. No primeiro painel tivemos como oradores o Professor Rui Tato Marinho, do Hospital de Santa Maria, que falou sobre o Futuro e a cura da Hepatite C. Igualmente de Santa Maria, do seu Centro de Coagulopatias Congénitas esteve presente a Drª Cristina Catarino, que abordou os novos tratamentos para a hemofilia, ditos de longa duração. Para finalizar este painel , a Drª Teresa Fidalgo, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, apresentou uma sessão sobre Hemofilia e Diagnóstico-perspectiva laboratorial. Oradores do Painel Médico 2 (da esquerda para a direita): Dr.ª Manuela Carvalho do Serviço de Imuno-Hemoterapia do Centro Hospitalar S. João; Dr.ª Marta Silva do Serviço de Ortopedia do Hospital Santo António; e Dr.ª Maria João Diniz do Serviço Imuno-Hemoterapia do Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital de S. José. MAIS, UNIR! Out Nov Dez 2014 hemofilia |13 Dr.ª Paula Kjollerstrom, Dr.ª Raquel Maia e Enfermeira Elsa Soeiro, Workshop “A hemofilia na Infância”. Joana Tavares, Workshop “Distúrbios hemorrágicos nas mulheres”. Miguel Crato, Workshop “Hemofilia e Comunicação”. Dr.ª Helena Gomes, Workshop “Genética, reprodução e hemofilia”. Dr.ª Cristina Catarino Centro de Coagulopatias Congénitas do Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte A hemofilia, apesar dos avanços verificados nos últimos anos, continua a ter grande impacto nos doentes e nas suas famílias uma vez que continua a acompanhar-se de alguma incapacidade física mas também de diversas dificuldades a nível da escola, do emprego e das relações pessoais. A melhoria da qualidade de vida destas pessoas passa pelo acompanhamento por uma equipa multidisciplinar com experiência no tratamento destas patologias e pela sua educação acerca da natureza da doença; tratamento e possíveis complicações. Os doentes e familiares devem ser encorajados a ser participantes activos, e a assumir responsabilidade, pelo seu próprio tratamento fazendo-o de um modo informado. A optimização dos cuidados às pessoas com hemofilia passa, ainda, pelo estabelecimento de um diálogo próximo, claro e honesto entre os doentes, os profissionais responsáveis pelo seu acompanhamento e associações de doentes informadas e activas. A organização de eventos científicos, como foi o caso do 1º Congresso Nacional de Hemofilia, ao reunir doentes; familiares e profissionais de saúde constitui uma oportunidade única de partilha de ideias e de discussão de questões importantes relacionadas com a vida e o tratamento das pessoas com hemofilia. No que respeita aos profissionais da saúde, a sua participação nestas reuniões é muito gratificante, permitindo-lhes uma perspectiva diferente dos doentes e da doença, e uma ideia mais real do seu papel na melhoria da qualidade de vida destas pessoas. Jantar do Congresso em Leiria 14 |hemofilia Out Nov Dez 2014 APRENDER 1º Congresso Nacional de Hemofilia Recepção aos participantes do Congresso. Miguel Crato a apresentar o Programa de Acção para o ano de 2015 na Assembleia Geral Ordinária. Voluntários do Comité de Jovens da APH no Congresso Mesa da Assembleia Geral Ordinária Tânia Silva Coordenadora do Comité de Mulheres da APH No passado mês de Novembro decorreu o 1º Congresso Nacional de Hemofilia (o 1º de muitos). O balanço que faço como Participante, Voluntária e Membro do Comité de Jovens e Comité de Mulheres é muito positivo. Foi um encontro de toda esta Grande Família que é a APH onde tivemos a oportunidade de conviver, partilhar histórias de vida e de enriquecer a nossa aprendizagem sobre as patologias com que nos debatemos no nosso dia-a-dia e acima de tudo adquirir mais aprendizagem e de crescimento da nossa comunidade. O local foi muito bem escolhido e todos os Workshops foram muito bem ministrados, acho que um dos pontos altos foi de facto o testemunho do Alex Dowsett. Conseguimos entender “ que a hemofilia não deve ser um entrave para atingir qualquer objectivo”. Este tipo de encontros dá-nos a oportunidade de nos conhecer ainda mais, de criar novas amizades e no caso do Comité de Mulheres foi muito gratificante porque desta forma conseguimos transmitir qual é na realidade a nossa missão. Ficámos muito satisfeitas porque as mulheres aderiram bem e sei que no futuro vamos ser muitas mais. Actualmente o Comité é constituído por 8 Mulheres e é um grupo destinado a todas as mulheres com um distúrbio hemorrágico, bem como a mães, companheiras, filhas, irmãs e avós que estão ligadas a alguma pessoa com hemofilia, portadoras ou hemofílicas e mulheres com Von Willebrand ou outro distúrbio hemorrágico. Rui Pires Presidente do Comité de Jovens da APH Como jovem e como coordenador do comité de jovens da APH confesso que tinha grandes expectativas sobre este Congresso e hoje confesso, com enorme felicidade, que todas as minhas expectativas foram largamente ultrapassadas. Sabendo que o Congresso de uma Associação é um momento importante para a coesão e formação de uma comunidade, o desafio era ainda maior para os elementos jovens da nossa comunidade, que enfrentaram este congresso com um duplo objectivo: aproveitar a troca de experiências com as gerações mais velhas e a formação que seria proporcionada durante o congresso e, simultaneamente, contribuir para o bom funcionamento da organização prestando apoio logístico ao evento. Permitam-me que, como jovem, destaque entre as muitas sessões, o depoimento que o ciclista Alex Dowsett nos deixou, pois foi um depoimento que os jovens muito apreciaram, revendo-se na sua forma de vida e no modo como encara a Hemofilia e os desafios que ela representa. Não poderia deixar de agradecer à direção da APH pela Organização deste Congresso e permitam-me que destaque o esforço, dedicação e dinamismo demonstrado pelos jovens da APH, que agradeço e que com a sua participação e ajuda, disseram presente e demonstraram que a nossa comunidade pode contar com eles. Mais que o futuro (que certamente não deixarão de ser) os jovens são já o presente da APH. MAIS, UNIR! Out Nov Dez 2014 hemofilia |15 Paula Alves Professora de Desporto da APH Em simultâneo com o Congresso Nacional, decorreu o MINI CONGRESSO, destinado a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 2 e os 14 anos, dado que os que tinham idades superiores a 15 participaram nos workshops e sessões médicas com os restantes congressistas. Apesar de terem sido constituídos três grupos distintos, conforme as respetivas faixas etárias, no decorrer da jornada foram também realizadas tarefas intergrupais, possibilitando a cooperação e interacção entre todos os presentes, num ambiente salutar e com muita diversão pelo meio! Assim, o dia foi preenchido com diversas atividades (caminhada pelas instalações, mini-golfe, peddy papper com um percurso de orientação, “Jogo do Craque”, “Caça ao Tesouro”, construção de materiais para a peça de teatro que cada grupo elaborou), sempre no âmbito de um quadro lúdico e pedagógico no que concerne ao conhecimento da hemofilia e de outros distúrbios hemorrágicos. Para terminar o dia, os mais jovens surpreenderam os seus familiares e restantes congressistas com a apresentação das suas peças de teatro, que entusiasticamente elaboraram com o que aprenderam, durante a jornada do mini congresso! No domingo, realizou-se um balanço com estes jovens relativamente às atividades desenvolvidas, bem como a recolha de sugestões para futuros congressos. Em síntese foi reveladora e muito satisfatória a experiência, tendo sido manifestada por todos os jovens, a vontade de regressar no próximo ano! Enfermeira Isabel Falcão Enfermeira do Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital de S. José Foi uma honra o convite e ao mesmo tempo o desafio de pertencer a uma Equipa que quer evoluir, quer saber-ser, saber-fazer e saber-estar. Porque saúde não é ausência de doença, saúde é avançarmos mesmo quando temos limitações. Porque cuidar do outro, torna impossível a indiferença, porque cuidar implica criar laços, emocionarmo-nos, afectar e sermos afectados, e é neste cuidar que se cria a confiança e se aprende a voar. Foi bom sentir o calor, a vontade de saber mais para fazer melhor, que vivenciei neste I Congresso Nacional de Hemofilia da APH. No fim quero agradecer a todos os que confiaram em mim como cuidadora e acreditem que, como disse no início do congresso, cada rosto tem sempre um lugar especial no nosso coração. Um muito obrigado pela oportunidade de fazer parte da vossa “família”. No segundo painel, a Drª Maria João Dinis do Hospital de São José apresentou uma palestra sobre os aspectos terapêuticos da Hemofilia e Inibidores. Sobre a intervenção ortopédica em Hemofilia tivemos como oradora a Drª Marta Silva, do Hospital de Santo António e para finalizar foi palestrante a Drª Manuela Carvalho do Hospital de São João, que apresentou os principais tópicos na relação entre a dor e a hemofilia. Em simultâneo com os workshops e os painéis médicos decorreu durante todo o dia de Sábado o Mini-Congresso Infantil, destinado a crianças até aos 14 anos. Tivemos 29 pequenos participantes, que com a coordenação da Paula Alves e da Sara Silva fizeram uma série de actividades, não só lúdicas, mas igualmente com uma forte componente pedagógica sobre a hemofilia Enfermeira Isabel Falcão, voluntária no Congresso. Enfermeira Rita Teixeira, voluntária no Congresso. e outros distúrbios hemorrágicos. Para finalizar e após os painéis médicos, na sala plenária, as nossas crianças tiveram ocasião de apresentar uma série de teatrinhos sobre o que aprenderam durante o dia, sob o mote da hemofilia, os seus cuidados e tratamentos, para deleite dos papás babados e de todos os participantes. Para finalizar um dia cheio de conhecimento e partilha de saberes, tivemos o jantar do Congresso, que decorreu na Quinta do Castanheiro, que decorreu sob a égide da boa disposição e camaradagem. O terceiro dia Na manhã de Domingo, tivemos o programa cultural do nosso Congresso, uma visita ao Mosteiro da Batalha, onde fomos acolhidos por uma simpática equipa de guias, que nos mostraram e explicaram parte da história de Portugal que se esconde por detrás de tão vetustas pedras. Após o almoço de despedida teve lugar a Assembleia Geral da APH, onde foi apresentado o programa de acção e orçamento para o ano de 2015. Era altura de fazer as malas e deixarmos para trás Monte Real e o nosso Congresso, que foi tão somente o primeiro de muitos que se realizarão no futuro. Não podíamos finalizar estas linhas sem um agradecimento muito especial a todos os envolvidos na organização do 1º Congresso Nacional 16 |hemofilia Out Nov Dez 2014 APRENDER 1º Congresso Nacional deMiguel Hemofilia Santos Ramos Representante das crianças com Hemofilia Visita ao Mosteiro da Batalha de Hemofilia, com especial destaque para toda a equipa da APH envolvida e da Comissão de Jovens da APH, que através do seu corpo de voluntários tiveram uma presença infatigável e diligente durante os três dias. ATÉ PARA O ANO! “Olá! Eu sou o Miguel Ramos, tenho 11 anos e sou Hemofílico B grave...”, foi assim que eu comecei o meu discurso na Sessão de Abertura do 1º Congresso Nacional de Hemofilia, que se realizou nos dias 28, 29 e 30 de Novembro, em Monte Real (Leiria). Fui convidado, pelo Presidente da APH, Miguel Crato, para falar em nome das crianças com hemofilia, o que me deixou bastante orgulhoso. O que eu quis transmitir é que nós somos todos iguais e que só precisamos de ter um pouco mais de atenção. Afinal, como eu disse nessa ocasião, “Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga”. E, às vezes, a minha cabeça não tem juízo...! Foi um fim-de-semana muito bem passado. O Hotel era fantástico, muito bonito, espaçoso e com imensos espaços ao ar livre. Enquanto os adultos estiveram no congresso, as crianças participavam no mini-congresso. Aqui fizemos actividades como uma caminhada, um peddy paper, mini-golf, falámos sobre Hemofilia e ensaiámos pequenas peças de teatro (também sobre Hemofilia) que no final do dia apresentámos aos adultos. Conhecemos, também, o Alex Dowsett, um ciclista profissional com Hemofilia A Grave, que nos mostrou que a Hemofilia não é um impedimento para seguirmos os nossos sonhos. No último dia, tivemos oportunidade de visitar o Mosteiro da Batalha e conhecer um pouco mais da nossa história. Eu gosto muito destes encontros porque tenho oportunidade de rever os meus amigos hemofílicos de todo o país. E gostaria que estes eventos se realizassem com mais frequência. Espero voltar a ver-vos em breve num próximo evento! De certeza que irão gostar tanto quanto eu! Até lá! Beijinhos e abraços. Apoios: Projeto co-fnanciado pelo Programa de Financiamento a Projetos pelo INR, IP. Almoço de Natal No passado dia 13 de Dezembro, a APH organizou um almoço convívio, para celebrar a época natalícia. No Porto o almoço teve lugar na Escola Florbela Espanca em Matosinhos, em Lisboa realizou-se na Sede. O almoço prolongou-se pela tarde, sendo esta repleta de diversão alegria e companheirismo, partilhada por todos os que tiveram a oportunidade de estar presentes. Foi um dia marcado pela união, que temos mantido ao longo de todos estes anos e pretendemos manter, batalhando para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas com hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos e seus familiares. A todos desejamos um 2015 repleto de felicidade. Almoço de Natal em Lisboa e no Porto MAIS, UNIR! Out Nov Dez 2014 hemofilia |17 Workshop Novas Tecnologias Dublin 21 a 23 Novembro Decorreu entre os dias 21 e 23 de Novembro na cidade de Dublin, na Irlanda, um workshop organizado pelo Consórcio Europeu de Hemofilia (CEH) sobre as novas tecnologias visando o tratamento de longa duração para a Hemofilia. te para o factor VIII (fusão de proteínas), que aumenta em média a semivida do factor em 1.6 mais; o Alprolix para o factor IX(fusão de proteínas) que aumenta a semivida do factor em 3 vezes mais. A APH esteve presente com a companhia da Drª Cristina Catarino, do Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospital Santa Maria), uma vez que o CEH solicitou às associações nacionais que convidassem um imuno-hemoterapeuta de cada país, possibilitando assim que se criem laços mais fortes entre as associações de doentes e os médicos que tratam a hemofilia, especialmente face aos novos desafios dos novos tratamentos que estão por surgir. No entanto, para o factor IX outras técnicas (Pegilação e fusão com albumina) têm apresentado melhores índices de semivida do que o Alprolix, o que já não se passa com o factor VIII onde as outras técnicas (Pegilação e fusão com albumina) têm períodos de semivida idênticos. Neste Workshop fomos informados do estado actual dos ensaios dos novos produtos tanto para a hemofilia A e B, em várias perspectivas, não só a médico-científica, mas igualmente a dos pacientes. O objectivo primordial destas novas terapêuticas consiste no aumento da semivida do factor em circulação, que permitirá um maior espaçamento entre as tomas em regime profilático e uma maior semivida do factor. Os novos tratamentos baseiam-se no uso de duas técnicas diferenciadas: A Pegilação, que consiste na conexão de um composto químico (PEG) com uma proteína ou outras moléculas biológicas; e a fusão entre proteínas, que consiste na fusão de uma proteína com outra(s) proteína(s) que promovem um maior período de semivida do factor em circulação, sendo esta ultima técnica dividida entre fusão com albumina e fusão com Imunoglobulina G cristalizada. A maioria destes novos produtos estão na fase final de ensaios, sendo que em relação ao factor IX, todas as técnicas possibilitam um aumento significativo da semivida do factor numa média de 3 a 5 vezes mais. Em relação ao factor VIII, o aumento médio é moderado, entre 1.4 e 1.6. No Canadá já estão em comercialização dois novos medicamentes deste tipo: Elocta- Na Europa, estes produtos, mesmo os aprovados e comercializados na América do Norte, ainda não possuem aprovação para comercialização, uma vez que a Agência Europeia de Medicina obriga a ensaios em crianças prévias à referida aprovação. Uma palavra para quem tem inibidores. Um primeiro ensaio falhou, no entanto existe a decorrer um novo ensaio com recombinante factor VII, que teve resultados positivos ainda numa fase pré-clínica (ratos e macacos), mas os resultados preliminares indicam um aumento da semivida para as 6/8 horas, face às actuais 2/3 horas. Em conclusão, as perspectivas futuras, quanto a estes novos produtos são francamente positivas para o factor IX e moderadamente positivas para o factor VIII. Miguel Crato Falecimento Falecimento Faleceu Maria Ferreira de Almeida Barrote da Silva, mãe do nosso antigo presidente João Paulo Silva e da nossa colaboradora Sara Silva. É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do nosso associado Custódio Martins Guedelha. À Sara e a toda a família e amigos, a APH apresenta os seus sinceros pêsames nesta hora tão difícil. À família enlutada a APH exprime os seus mais sentidos pêsames. 18 |hemofilia Out Nov Dez 2014 PROGRAMA DE ACÇÃO ANO DE 2015 1. 1º ENCONTRO DE MULHERES COM DISTÚRBIOS HEMORRÁGICOS Objetivo: Efectuar uma reunião destinada a elementos do sexo feminino com distúrbios hemorrágicos, bem como a portadoras de hemofilia, com vista a um aumento de conhecimento sobre a sua patologia e à troca e partilha de experiências sobre a sua patologia. Será igualmente um meio do Comité de Mulheres da APH aumentar o seu campo de recrutamento Síntese: Reunião a efectuar durante um dia, com a efectivação de workshops, painel médico e espaço de debate interno no seio do Comité de Mulheres. Calendarização: 17 de Outubro de 2015 - Lisboa Custo estimado: 2.664,50€ 2. PROGRAMA DE DINAMIZAÇÃO DA NATAÇÃO (PDN) Objetivo: Redução do número de episódios hemorrágicos e absentismo escolar ou laboral, com o estímulo e prática do exercício físico e fisioterapia. Melhoria da condição física, psicológica, índices de sociabilização e integração das pessoas com Coagulopatias congénitas, tendo como base o sucesso de iniciativas realizadas em anos anteriores. Síntese: À semelhança de anos anteriores, pretende-se dar continuidade ao Programa de Dinamização da Natação (PDN) com comparticipação até 75% das mensalidades pagas pelas pessoas com coagulopatias congénitas, nas piscinas que frequentam, a nível nacional. Este ponto engloba igualmente as aulas de natação na Piscina do Casal Vistoso, ministradas pela professora de natação contratada pela APH. Será igualmente efectuado um Festival de Natação a realizar nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra, que contarão com sessões de esclarecimento. Possivelmente poderá englobar outros eventos ao nível de piscina no resto do país, uma vez que este plano tem, pois, uma dupla vertente, a de reabilitação e prevenção contínua e a de formação específica no que se refere ao Festival de Natação e à autoaprendizagem constante em contexto de aula. Calendarização: Anual Custo estimado: 13.006,39 € 3. DIVULGAÇÃO Objetivo: Difusão das atividades organizadas e desenvolvidas pela APH durante o ano de 2015, bem como toda a informação relacionada com a hemofilia e outras Coagulopatias congénitas, mediante os seus diversos meios de comunicação: Boletim Trimestral “Hemofilia”, Website, Fórum, Facebook, informação via postal, folhetos, brochuras, etc. Síntese: Engloba a divulgação de todas as actividades organizadas pela APH, todo o manancial informativo referente aos vários níveis de actuação da nossa Instituição e da sua vida associativa, bem como um carácter formativo dirigido a toda a nossa Comunidade e parceiros com mais conhecimentos sobre as patologias que representamos. Calendarização: Anual Custo estimado: 19.175,54 € 4. REPRESENTATIVIDADE E CAPACITAÇÃO INTERNA E EXTERNA Objetivo: Estabelecer parcerias e fomentar as existentes, de forma a melhorar o posicionamento estratégico e relevância da APH nas políticas nacionais e internacionais de relevo para a nossa Comunidade, assim como aumentar a aquisição de conhecimentos que fortaleçam a intervenção e o trabalho da Associação. Síntese: Engloba todos os contactos institucionais internos e externos, quer em reuniões, contactos formais, eventos, conferências, congressos, workshops, entre outros, não só na perspectiva de manutenção relacional e institucional, como ao nível da formação contínua dos quadros dirigentes e das pessoas com distúrbios hemorrágicos Calendarização: Anual Custo estimado: 9.659,16 € 5. REPRESENTATIVIDADE REGIONAL Objetivo: A melhoria dos serviços da APH à sua população alvo será beneficiada pela descentralização e por uma maior proximidade geográfica aos nossos associados e pessoas com distúrbios hemorrágicos. Síntese: Engloba toda a dinamização dos Núcleos do Porto, Coimbra e Madeira, bem como o desenvolvimento das bases de trabalho para constituição dos Núcleo dos Açores e Algarve. Calendarização: Anual Custo estimado: 7.013,52 € 6. FORMAÇÃO NA HEMOFILIA Objetivo: Promover a aquisição de conhecimentos e o esclarecimento informado sobre as várias temáticas que a hemofilia e as outras coagulopatias congénitas envolvem, junto da Comunidade com Distúrbios Hemorrágicos Hereditários e da sociedade em geral, através da difusão de informação e programas de formação. Síntese: Realização de programas de formação, workshops e colóquios, em contexto escolar ou laboral, destinados a diversos públicos, com a perspectiva de desenvolvimento de competências e aquisição de conhecimentos nas várias áreas que as coagulopatias congénitas englobam. Calendarização: Anual Custo estimado: 10.727,63€ 7. FUNFILIA Objetivo: Organização anual de um Campo de Férias, dedicado às crianças e jovens da nossa comunidade, com os objetivos de fomentar o Auto tratamento junto dos participantes, desenvolver a integração plena, a nível psicossocial e dotar este escalão etário de formação básica sobre a sua doença. Síntese: O Campo de Férias FUNFILIA é já uma atividade inerente ao calendário proposto pela APH, onde os seus participantes são incentivados a praticar desportos variados e em simultâneo a iniciarem-se no auto tratamento. É assegurada igualmente a presença de uma enfermeira experiente na área, responsável pela administração do tratamento e pela ministração das componentes formativas e pedagógicas. Calendarização: 6 a 12 de Julho Custo estimado: 16.356,39 € 8. DIA MUNDIAL DA HEMOFILIA Objetivo: Considerada a comemoração anual mais relevante, esta efeméride permite estimular um maior contacto entre a Comunidade com Distúrbios Hemorrágicos Hereditários e a APH, informar e esclarecer a sociedade em geral e consequentemente uma melhor integração da nossa Comunidade. Síntese: Comemoração do dia de todos nós, com a escolha de um tema de relevo que será alvo da mensagem a transmitir a toda a sociedade em geral, mediante divulgação junto dos meios de comunicação social. Calendarização:17 de Abril de 2015 Custo estimado: 4.877,11 € 9. II CONGRESSO NACIONAL DE HEMOFILIA Objetivo: Este evento pretende ser um fórum de debate das várias vertentes essenciais à vida da nossa comunidade, com participação de todos os actores que fazem parte da comunidade com hemofilia: doentes, famílias, médicos e corpo clinico, indústria farmacêutica e tutela. Não será só um centro de encontro formativo prático, mas igualmente um momento onde se poderão debater todos os assuntos relevantes para a hemofilia: a nível científico, médico, económicos e social, pretendendo que a comunidade, individualmente e no seu todo, seja consciente da Hemofilia e dos verdadeiros problemas que dela decorrem e quais as prioridades que deverão ser tomadas em consideração a bem da saúde e qualidade de vida dos doentes. Síntese: Evento que decorrerá durante 3 dias, com componentes de workshop, painéis médico/científicos e de assuntos de utilidade para a Comunidade. Engloba igualmente uma parte de convívio e cultural. Prevêem-se 150 pessoas, sendo que haverá um pagamento simbólico diferenciando sócios/não sócios/ pessoal clinico. Existirá igualmente e em paralelo um mini-congresso Infantil, garantindo desta forma a plena participação dos mais jovens. Calendarização: 20/21 e 22 de Novembro de 2015 - Viseu Custo estimado: 23.955,69 € 10. CAPACITAÇÃO DE JOVENS ASSOCIADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS NA ACTIVIDADE ASSOCIATIVA Objetivo: Uma das maiores lacunas que se tem verificado na APH tem sido a capacidade de atrair e formar jovens quadros que assegurem a existência de um corpo de dirigentes e colaboradores informados e interessados na vida da nossa Associação. O objectivo do evento, baseado no sucesso das duas anteriores edições prende-se com o adquirir e melhorar competências naquela área. Síntese: Dar continuidade aos eventos realizado em 2013 e 2014 e à constituição do “Comité de Jovens”, procurando melhorar e aumentar a capacidade de interacção com a vida associativa, o desenvolvimento das competências adquiridas, a aquisição de novas e fortalecer laços entre a nossa comunidade mais jovem. Baseado em Workshops e painel médico durante um fim-desemana. Calendarização: 6/7 e 8 Março de 2015 - Alentejo Custo estimado: 11.612,16 € II CONFERÊNCIA DE PAIS Objetivo: No seguimento do sucesso da I Conferência de Pais e vindo ao encontro das aspirações de muitos pais de crianças e jovens com distúrbios hemorrágicos, visa desenvolver um maior conhecimento da doença, procurando dotar os pais de informação e ferramentas que permitam enfrentar as dificuldades que enfrentam no dia-a-dia devido à doença do seu filho. Síntese: É um evento de 2 dias (Sábado e Domingo), com a realização de workshops e um painel médico, onde através da troca de experiências os participantes poderão adquirir e desenvolver competências sobre a hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos, com especial enfâse para a problemática da doença nos mais jovens. Calendarização: 6 e 7 de Junho de 2015 – Cantanhede Custo estimado: 6.511,52 € TOTAL DE DESPESAS: 125.559,61 € Out Nov Dez 2014 hemofilia |19 2015 MEMÓRIA DESCRITIVA DESPESAS 2015 125.559,61 62 62211 62212 62213 62217 62237 Fornecimentos e Serviços Externos Electricidade Combustíveis Água Material de Escritório Reparação e Conservação de Equipamentos Outros Fornec. E Serv. Externos Livros e Documentação Técnica Artigos para Oferta Rendas e Alugueres Despesas de Representação Comunicação Seguros Transporte de Pessoal Deslocações e Estadias Honorários Contencioso e Notariado Conservação e Reparação Publicidade e Propaganda Limpeza, Higiene e Conforto Vigilância e Segurança Material Didáctico e Formação Jornais e Revistas Outros Fornecimentos e Serviços Aquisição de Mobiliário Aquisição de Equipamentos (de escritório) 65.989,04 62216 62218 62219 62221 62222 62223 62226 62227 62229 62231 62232 62233 62234 62235 62238 62239 62298 426 426 Custos com Pessoal Remunerações Certas Remunerações Adicionais Encargos sobre Remunerações Seguros de Acidentes de Trabalho Outros Custos com Pessoal 33.662,57 24.242,00 3.968,54 5.212,03 240,00 0,00 Benefíc. Proces. e Outros Custos Operac. Benefícios Processados Apoio à Natação Partic./Inscrições em Congressos Encarg. c/ Eventos: DMH: Enc.Hem.;Etc. (Refeiç.) Outros Custos Operacionais Quotas a Pagar 18.275,00 64 6411 6412 645 646 648 65 651 6511 6513 6514 652 6522 RECEITAS 2015 74 741 7411 74115 Comparticipação e Subsídios à Exploração Do Dector Público Administrativo Centro Regional Segurança Social Instituto Nacional de Reabilitação - I.P. 7.633,00 2.193,00 660,00 4.780,00 500,00 2.760,00 1.600,00 7.729,04 2.750,00 5.825,00 16.675,00 9.060,00 50,00 250,00 350,00 2.620,00 350,00 150,00 14.740,00 100,00 480,00 3.000,00 3.000,00 11.600,00 675,00 125.559,61 13.201,75 13.201,75 76 Outros Proveitos Operacionais 7621 Quotas de Associados 5.617,89 5.617,89 78 Proveitos e Ganhos Financeiro 781 Juros Obtidos 7.865,05 7.865,05 79 Proveitos e Ganhos Extraordinários 7984 Outros - Donativos 98.874,92 98.874,92 Lisboa, 30 de Novembro de 2015, A Direcção Miguel Crato Carlos Mota PresidenteTesoureiro 20 |hemofilia Out Nov Dez 2014 27ª Conferência Europeia CONSÓRCIO EUROPEU DE HEMOFILIA Belfast, 3-5 Outubro de 2014 Decorreu na cidade de Belfast, Irlanda do Norte, entre os dias 3 e 5 de Outubro, a 27ª Conferência do Consórcio Europeu de Hemofilia. Esta entidade, conglomerando as associações europeias de hemofilia, celebrou em 2014, 25 anos de existência, ao longo dos quais, e de forma persistente, se tem revelado como uma grande defensora dos direitos das pessoas com hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos nas suas várias vertentes. O evento teve cerca de 300 participantes de 35 países e contou com uma série de sessões plenárias e workshops que versaram sobre os temas que mais preocupam a nossa comunidade, quer do ponto de vista do tratamento, quer do ponto de vista social, psicológico e económico. Sexta, 3 de Outubro Desafios na hemofilia moderada e leve A manhã começou bem cedo com um workshop, a cargo de Gary Benson e Thomas Sannié sobre os desafios que se colocam àqueles que têm hemofilia moderada (1 a 5% de factor) ou leve (5 a 40% de factor). Apesar de o grau de gravidade ser bem menor do que o da hemofilia grave, nem por isso as pessoas que sofrem de hemofilia moderada ou leve devem deixar de ter cuidados. De facto, foi enfatizado que estas pessoas geralmente encaram a sua doença de forma despreocupada, uma vez que têm pouco contacto com o tratamento e poucas crises hemorrágicas. No entanto, foi salientado que a taxa de mortalidade é maior na hemofilia moderada do que na grave, pois, muitas vezes, aquelas levam a que as pessoas não tenham percepção da emergência ou não tenham tratamento em casa. Estratégias de liderança na juventude À frente deste workshop estiveram Amanda Bok (CEO do Consórcio Europeu) e Michael van der Linde, que abordaram as dificuldades e os desafios da captação dos jovens com hemofilia para as actividades associativas e para a tomada de decisões no seio das associações nacionais de doentes. A inserção dos jovens na vida associativa é dificultada pela falta de diálogo intergeracional; como comunicar com a faixa etária entre os 18 e os 30 anos? Fórmulas diferentes poderão resultar em países diferentes, segundo Amanda Bok, que referiu que, para que os jovens percebam as importantes questões da hemofilia no seu contexto mais amplo, é necessário mantê-los constantemente informados e levar em conta as suas opiniões e experiências. Também se abordou a utilidade dos comités de jovens, havendo opiniões a favor e outras contra a criação destas “associações-dentro-das-associações”. Brian O’Mahony defendeu que se um jovem for suficientemente competente para integrar a direcção de uma associação, a sua idade não deve ser um factor a levar em conta. A inserção dos jovens nas actividades associativas deverá ser então um processo natural, o que poderá tornar dispensável a manutenção de um comité de jovens. Independentemente das opiniões divergentes ouvidas na sessão, pareceu consensual que a formação dos jovens mais interessados e dedicados nos assuntos associativos deve ser gradual e contínua, devendo-se imaginar estratégias (que podem passar por tirar proveito dos novos média) para atrair à vida associativa aqueles indivíduos aos quais estes assuntos possam parecer menos interessantes. Out Nov Dez 2014 hemofilia |21 Directiva europeia sobre cuidados de saúde transfronteiriços Reunião da APH com a Federação Mundial de Hemofilia (FMH) durante a conferência: Miguel Crato da APH, Salomé Mekhuzla e António José Almeida da FMH. Centros de tratamento de hemofilia e trabalho conjunto entre associações nacionais de doentes O clínico Barry White e Tatjana Markovic, a vice-presidente da Associação Sérvia de hemofilia, apresentaram este Workshop dividido em duas partes. Barry White explicou a rede de centros de referência para o tratamento da hemofilia existente no Reino Unido, onde, através de uma equipa multidisciplinar em cada Centro, os cuidados prestados às pessoas com hemofilia são eficazes graças a um registo dos doentes correcto e eficiente e à existência de uma rede de referenciação. Permite-se assim que o tratamento seja organizado e que exista uma maximização da eficácia e uma minimização dos custos com a hemofilia. Tatjana Markovic, por seu lado, discutiu com os presentes estratégias de comunicação e de partilha de informações entre as diversas associações nacionais de doentes. Este é claramente um caminho a explorar, pois através dos bons exemplos e boas práticas que possamos assistir noutros países, poderemos melhorar e tornar mais eficaz a nossa acção, não só junto das pessoas com hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos, bem como junto dos diversos actores que lidam com a hemofilia: médicos, indústria farmacêutica e governo. É, pois, muito importante que os canais de comunicação não se limitem a eventos europeus, mas que haja também uma política de intercâmbios e de constante comunicação para denúncia de problemas com determinados produtos e de partilha de soluções para tornar a comunidade mais próxima. Novidades sobre Hepatite C Este painel foi moderado por Brian O’Mahony (Presidente do Consórcio Europeu de Hemofilia) e contou com a participação de Declan Noone, que deu a conhecer a realidade irlandesa do tratamento da hepatite C, e do Professor Geoff Dusheiko, oriundo do Reino Unido. A opinião aparentemente consensual é a de que os avanços no campo do tratamento da hepatite C estão a surgir a grande ritmo, ocorrendo já uma rápida substituição dos tratamentos à base de interferon por fármacos de nova geração. Alguns destes fármacos serão aprovados neste ano de 2015, eliminando aqueles casos de doentes que não respondem ao interferon. Alguns doentes mostram uma melhoria das funções hepáticas mesmo quando a doença está já numa fase bastante avançada. Por outro lado, os resultados no tratamento do genótipo 3 da doença não têm sido tão animadores. Nestes casos, a busca por uma combinação mais eficaz de fármacos continua. O mesmo sucede nos doentes com cirrose, que também não respondem tão bem aos tratamentos. Não obstante, salientou-se a necessidade de, tão depressa quanto possível, tornar acessíveis estes tratamentos sem interferon. A erradicação da doença pode ser uma realidade já em 20252030, (espera-se que isso possa ocorrer já em 2017 no caso dos doentes com hemofilia,) mas, como os custos podem atrasar este processo, é indispensável que haja negociação nos preços dos medicamentos. Esta sessão esteve a cargo de Radowslaw Kaczmarek, da Polónia, que é portador de hemofía grave e membro do Steering Committee do Consórcio Europeu de Hemofilia. Ao abrigo desta directiva europeia, doentes de um país membro podem procurar tratamentos noutros países membros caso não vejam satisfeitas as suas necessidades de saúde no país de origem. É uma iniciativa que pretende dotar os cidadãos de um maior poder de escolha e melhor informação. Os pontos principais desta directiva atribuem aos estados membros autonomia para estabelecerem os parâmetros que regulam a circulação de doentes, bem como as regras quanto ao reembolso dos custos dos tratamentos obtidos além-fronteiras. Isto pode colocar algumas dificuldades aos cidadãos dos países mais pobres cujos sistemas de saúde apenas cobrem os custos de acordo com os preços praticados no seu próprio país, cabendo ao doente o pagamento do montante restante. Assim sendo, a directiva revela algumas limitações, especialmente no que toca aos critérios que cada estado membro considera necessários para justificar o tratamento noutro país. Os estados membros também gozam de enorme liberdade para tomar medidas que protejam os recursos financeiros do seu sistema de saúde, e a tendência observada é a da implementação de regras cada vez mais proteccionistas. Tais medidas tornam difícil a análise do impacto desta directiva europeia, cujo potencial para afectar positivamente as pessoas com hemofilia está ainda dependente da compreensão das mesmas quanto à legislação em vigor. Jantar de abertura da Conferência O jantar de abertura do Congresso teve lugar na Câmara Municipal de Belfast e contou com os discursos do Presidente da Câmara de Belfast, do Ministro da Saúde para a Irlanda do Norte, do Presidente do Consórcio Europeu de Hemofilia, Brian O´Mahony, cabendo as honras do discurso de abertura em nome da Associação de Hemofilia do Reino Unido a Gordon Clarke, que deu as boas vindas aos participantes e destacou a importância de Belfast receber um evento desta grandeza que conglomera tantos participantes de tantos países, e como isso pode ser benéfico para as pessoas com hemofilia e outras coagulopatias congénitas na Irlanda do Norte 22 |hemofilia Out Nov Dez 2014 Sábado, 4 de Outubro EAHAD – Associação Europeia para a Hemofilia e outros distúrbios similares Sessão matinal sobre a EAHAD (Associação Europeia para Hemofilia e outros distúrbios similares) apresentada pelo Professor Philippe de Moerloose. A EAHAD é uma associação de clínicos que visa criar princípios europeus de tratamento em colaboração com o Consórcio Europeu e com o Parlamento Europeu. Os seus objectivos visam desenvolver a próxima geração de especialistas em hemofilia; reduzir o risco potencial dos tratamentos; aumentar a componente educacional multidisciplinar; potenciar o tratamento numa conjuntura de cortes económicos em estreita colaboração com o Consórcio Europeu, a Federação Mundial de Hemofilia e com as associações de doentes. A EAHAD colabora igualmente com a EUHANET, entidade que processa a certificação dos centros europeus de tratamento da hemofilia. Foi igualmente informado que, em 2014, a EAHAD criou no seu seio o grupo de trabalho de enfermagem visando boas práticas de cuidados e uniformização de currículos para o tratamento da hemofilia. Genética e reprodução Houve lugar pra uma sessão sobre reprodução e genética, conduzida por Rezan Khadir, especialista do Reino Unido em genética e reprodução relacionada com a hemofilia. Trata-se de um campo onde cada vez existe maior procura por parte de portadoras e onde se verificam cada vez mais avanços em termos de técnicas. No que respeita ao diagnóstico pré-natal, a decisão de ter um filho com hemofilia permanece complexa, por envolver razões éticas e culturais, riscos na intervenção, experiência de hemofilia na família e severidade da doença. Um factor a ter em atenção é igualmente o nível de confiança que a portadora poderá ter nos procedimentos médicos. Realmente, a atestar esta dificuldade na escolha está o facto de que estudos recentes mostraram que 54% das portadoras optam por não ter filhos. Para aquelas que optam por ter crianças com hemofilia o maior receio é o parto. Para contribuir para ultrapassar estes receios é muito importante que exista uma avaliação individualizada para cada portadora e que o parto seja bem planeado com um grande envolvimento da equipa do Centro de Hemofilia. Novos tratamentos – o que interessa saber A tarde de sábado foi dedicada a uma palestra sobre as novas tecnologias e os novos tratamentos, usualmente referidos como “tratamentos de longa duração”. O professor Paul Giangrande, do Reino Unido, apresentou a actualização dos ensaios clínicos sobre estes novos produtos e informou que estes novos tratamentos, ainda em fase de ensaios na Europa, apresentam resultados bem mais satisfatórios em relação à hemofilia B, embora também em relação à Hemofilia A existam melhorias que devem ser consideradas. De qualquer maneira, importa reter que é importante que se mantenham níveis de factor superior a 1% por mais tempo e que as vantagens são óbvias se considerarmos que estes novos tratamentos implicarão um maior espaçamento entre as tomas em profilaxia e que permitirão um menor desgaste em termos de acessos venais. Tudo isto permitirá uma maior liberdade e autonomia por parte dos doentes. Dois destes novos produtos já estão a ser comercializados no Canadá, o Alprolix para o Factor IX (aumento da semivida do factor em 3 vezes mais) e o Eloctate para o factor VIII (aumento da semivida do factor em 1,6 vezes mais). No entanto, existem mais 5 produtos em fase final de ensaio e muitos deles apresentam resultados mais promissores do que os acima referidos. O Professor Paul Giangrande ainda referiu que uma estimativa razoável para a comercialização destes produtos na Europa será 2016/2017, uma vez que, ao contrário do que acontece na América do Norte, a Agência Europeia de Medicina obriga a que os ensaios sejam igualmente efectuados em crianças para que seja concedida a autorização de mercado. O professor Paul Negrier, por seu lado, referiu a extrema importância da individualização aplicada a estas novas terapias. Ou seja, cada doente deverá ter a sua medida em relação aos novos tratamentos, numa perspectiva farmacocinética, o que implica que cada doente seja criteriosamente estudado para avaliar naquele caso em concreto quais os índices de eficácia e de dosagem. Finalmente, a Dr.ª Beatrice Nolan, do Hospital Pediátrico de Dublin, relatou como têm decorrido os ensaios clínicos em crianças com estes novos tratamentos no seu centro hospitalar. Segundo a mesma, estes novos tratamentos poderão ser fundamentais para as crianças de tenra idade que utilizam os dispositivos de acesso venoso central port-a-cath, pois menos infusões significarão a retirada destes dispositivos. No seu hospital, 90% das crianças que estão em ensaios com estes novos tratamentos já removeram ou estão em vias de remover os port-a-cath. Domingo, 5 de Outubro Assembleia Geral do Consórcio Europeu de Hemofilia O último dia da conferência foi dedicado à assembleia geral, que engloba todas as associações nacionais que integram o Consórcio Europeu de Hemofilia. Foram apresentados o relatório de 2013 e o programa para 2014, bem como as respectivas contas. Em destaque estiveram as mesas redondas e workshops organizados pelo Consórcio Europeu, tendo muitos tido a participação da APH. Foi realçada a importância que constitui para as associações nacionais este tipo de eventos que permitem não só troca de experiências, mas igualmente o desenvolver de competências formativas que serão aplicadas a nível nacional. Mais se salientou que, desde 2013, cada membro da direcção do Consórcio (Steering Committee) é interlocutor privilegiado sobre um grupo de países. Olivia Romero-Lux, da França, é a responsável do Steering Committee para Portugal. O Consórcio tem vindo a consolidar contactos ao nível das instâncias europeias, quer ao nível dos decisores políticos, bem como dos grupos científicos e médicos que integra. O Quirguistão foi aprovado como novo membro do Consórcio, tendo igualmente sido aprovado um novo logo institucional do Consórcio Europeu de Hemofilia. Finalmente, a cidade de Stavanger, na Noruega, foi eleita como cidade anfitriã da Conferência anual de 2016. Em 2015, a Conferência anual será realizada na Sérvia, na cidade de Belgrado. Miguel Crato e Nuno Lopes Out Nov Dez 2014 hemofilia |23 24 |hemofilia Out Nov Dez 2014 Festival de Natação A Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras Coagulopatias Congénitas (APH) tem realizado ao longo dos últimos anos, o Festival de Natação, com o intuito de motivar e sensibilizar os membros de toda a Comunidade com Distúrbios Hemorrágicos Hereditários, para a prática desta actividade, quer estejam ou não integrados no Programa de Divulgação e Dinamização da Natação (PDN) da APH e, simultâneamente, proporcionar momentos de diversão e troca de experiencias entre todos os participantes. Cumpre referir, que na concepção e implementação desta iniciativa, está contemplada a participação extensiva aos familiares diretos, com o objectivo dos próprios familiares interagirem de “per si “ com as actividades das pessoas com hemofilia. a incapacidade e melhoria significativa na condição geral do sistema músculo-esquelético destas pessoas. Por outro lado, a água é uma fonte natural de relaxamento e analgésico, com reduzido impacto e agressão sobre as articulações que lhe garantirá uma melhoria da sua qualidade de vida. Perante tais factos, a APH através do seu PDN, disponibiliza aos associados aulas de natação em Lisboa e no Porto, e comparticipação mensal nas aulas de natação externas à APH, com os mesmos procedimentos dos anos anteriores. Acresce que, com o intuito de aumentar o número de participantes com hemofilia e com outras coagulopatias congénitas, na prática regular e orientada da natação, tem esta Associação enveredado grande empenho, na realização de estudos junto dos seus associados indo ao encontro das suas necessidades mais prementes. Deste modo, a APH pretende contribuir para a integração das pessoas com hemofilia na sociedade em comum, na qual estas encontram vários obstáculos à sua inserção, permitindo-lhes a prática de uma atividade física de forma individualizada, orientada e específica, contempladora das suas particulares necessidades e/ou limitações, como ainda incentivar para a sua participação em encontros, convívios e outras atividades promovidas pela Instituição, como é o caso do FESTIVAL DE NATAÇÃO! Inscreva-se e pratique natação, o seu corpo e mente agradecer-lhe-á! A Professora, Paula Alves O ano de 2014 não foi excepção! Visando descentralizar este evento, foi este realizado pela primeira vez em dois locais distintos, no Porto, no dia 4 de Outubro, na piscina de Cartes, e em Lisboa, no dia 18 de Outubro, na piscina do Complexo Desportivo do Casal Vistoso. No que concerne à atividade em si, os participantes foram convidados a interagir e aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da época desportiva transata, nas diferentes tarefas propostas (jogos lúdicos, provas de natação adaptadas individuais e por equipas), através de uma saudável competição. Por último, e para além da habitual sessão de hidroginástica, houve ainda lugar para uma sessão de relaxamento em meio aquático. O empenho e entusiasmo na realização das tarefas propostas foram uma constante, bem como, a alegria e satisfação que se sentiu entre todos os participantes! A natação é a atividade física por excelência para a pessoa com hemofilia, uma vez que a sua prática sistemática e orientada, contribui de forma benéfica para a prevenção das complicações características da patologia (redução da frequência das hemorragias e prevenção do aparecimento de hemartroses), proporcionando ainda, uma gestão mais flexível da terapêutica, menor propensão para Natação >Comparticipação até 75%< Nota: Para continuar a usufruir deste plano, os praticantes dos anos anteriores terão que renovar a sua inscrição Plano de Dinamização da Natação – Época 2014/2015 – Boletim de Inscrição Nome Associado N.º e-mail Morada Localidade Cód. Postal Tel./Telem. Data de Nasc. / / Neste ano lectivo pretendo praticar natação na piscina de: Pretende usufruir da comparticipação financeira disponível: SIM Não Dias Horas Tipo de Hemofilia A B vW , Outros Distúrbios Hemorrágicos Grave Moderado Nome do Professor Contacto: Declaro que me comprometo a ser assíduo e a dar conhecimento das eventuais ausências Data / / Assinatura Leve . Idade
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