Speedway interview: Thomas Kühne
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Speedway interview: Thomas Kühne
O Pequeno speedway entrevista: THOMAS KÜHNE Piloto de Kart SPEEDWAY: O que te motivou a começar a correr com carro de corrida? THOMAS KÜHNE: Quando eu era menor, na escola, eu tinha um amigo que corria de Kart... E eu adorava carros e sempre queria andar. SPEEDWAY: E quantos anos você tinha na época? THOMAS KÜHNE: Eu tinha seis anos. SPEEDWAY: Com que idade você começou a correr de Kart? THOMAS KÜHNE: Eu comecei a correr de Kart com nove anos e neste ano completei 10 anos. SPEEDWAY: Então esse aqui é seu primeiro ano? THOMAS KÜHNE: Sim. SPEEDWAY: Qual a competição que você participa hoje? THOMAS KÜHNE: A copa São Paulo de Kart, Granja Vianna. credencial vip Notável Carismático, determinado, rápido e comprometido com o que faz, Thomas Kühne - aos 10 anos de idade e em seu primeiro ano no kart já conquistou o título de vice-campeão na categoria Cadete Rookie esbanjando simpatia fora das pistas e agressividade de um campeão nas provas em que participou. Speedway acompanhou seu trabalho durante a temporada de 2014, e conversou com o piloto germano-brasileiro no mesmo tom que entrevistou tantos outros pilotos que por aqui passaram, como Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, Michael Schumacher, Sebastien Loeb e Valentino Rossi. SPEEDWAY: O que você está planejando para o ano que vem? Você já tem um um plano de carreira? THOMAS KÜHNE: No próximo ano (2015), nós iremos fazer a Copa São Paulo Light de Kart e a Copa São Paulo de Kart Granja Viana. E, depois, Alemanha. E dai, até eu ir para a Formula e talvez... daí, até a Fórmula 1. SPEEDWAY: Você falou agora de Fórmula 1... Você não sente que o Brasil está muito carente de Fórmula... Ou seja, o foco está muito mais em Turismo. Isso não é ruim para a continuidade do piloto no automobilismo? THOMAS KÜHNE: Sim. SPEEDWAY: ...Ou seja, é mais fácil hoje, o piloto sair daqui e fazer Fórmula lá fora... Thomas Kühne: Aqui no Brasil, a Fórmula está muito desfocada. Os pilotos daqui querem ir só para a Stock Car, por exemplo. Mas, para ir para a Fórmula, precisa ir para a Europa mesmo. SPEEDWAY: E porque você acha que acontece isso? Porque você imagina que a gente não tem uma categoria de Fórmula no Brasil, para dar continuidade na carreira de alguém que por exemplo, chega na F1? O que tem lá fora? Você sente dificuldade com patrocínio? THOMAS KÜHNE: Acho que aqui no Brasil está faltando muito patrocínio para performances. também que o país está muito carente se tratando de Fórmula, para dar continuidade ao piloto, principalmente essa saída do Kart. Você deve ter vivenciado bem, esse momento político, que a gente viveu esse ano, que foi: Ano de eleição, Copa do Mundo, isso te afetou de alguma maneira, diretamente, ou não? THOMAS KÜHNE: Não... SPEEDWAY: Para você, não mudou nada... Mas você imagina que isso possa ter afetado patrocínios, do dinheiro ter ido para o outro lado e não para o Automobilismo? THOMAS KÜHNE: Sim, Pela Copa ... SPEEDWAY: Transmissão de TV, por exemplo, uma TV mais forte por trás, tipo uma Rede Globo, é mais fácil de vender. Você acha que isso seja o motivo para muitos pilotos irem para a Stock Car? THOMAS KÜHNE: Por exemplo, a Globo, eles mostram muito Stock Car e Fórmula 1. O resto das Fórmulas não. SPEEDWAY: Que tipo de apoio você imagina, que um piloto que sai, por exemplo, do Kart e vai para uma Fórmula ou vai dar continuidade, o que ele poderia ter, ou da empresa privada, ou do governo? Você acha que falta apoio? THOMAS KÜHNE: Sim. Eu acho que está faltando muito apoio. SPEEDWAY: Quem cuida da sua carreira? Quem faz tanto essa planejamento estratégico ao longo do tempo,como também, o patrocínio? THOMAS KÜHNE: Meu pai e o Cláudio Reis. Patrocínio é meu pai, AUDI e a Kienbaum. O resto é o Cláudio. SPEEDWAY: Quanto tempo você ainda precisa para andar em um carro de Fórmula? THOMAS KÜHNE: Eu acho que mais uns 10 anos. SPEEDWAY: Você já mostrou que é do ramo. Já ganhou corridas, conquistou o vice-campeonato da cadete Rookie. O que falta hoje para o Thomas ser um piloto completo? THOMAS KÜHNE: Experiência em provas. SPEEDWAY: Como é o relacionamento com a sua equipe? THOMAS KÜHNE: ...Acabei de mudar, mas estou me adaptando muito bem com a TR3 Motorsport, do Waltinho Travaglini. SPEEDWAY: Me explica como funciona o time. Quantas pessoas têm na equipe e com quem você tem mais contato? THOMAS KÜHNE: São dois ou três mecânicos, que cuidam dos Karts e eu também tenho, ao lado disso, Waltinho Travaglini, que é o chefe de equipe TR3 e o André Nicastro. Os dois estão me ajudando muito. SPEEDWAY: Tem algum piloto de hoje que você tenha se inspirado? Mesmo na F1, alguém que você se espelha e pensa “eu quero chegar no que esse cara conquistou”? THOMAS KÜHNE: O Ayrton Senna. SPEEDWAY: Você já assistiu corridas do Ayrton? THOMAS KÜHNE: Sim. SPEEDWAY: Você sabe que esse ano aqui, completa 20 anos do instituto Ayrton Senna, por isso que eu estou forçando muito a história de Fórmula, porque a gente sente SPEEDWAY ... Só para automobilismo, ou para esporte em geral no Brasil? THOMAS KÜHNe: Eu acho que para esporte em geral... SPEEDWAY: Você acompanha outros esportes? Você gosta de outra coisa que não seja, carro de corrida? THOMAS KÜHNE: Não muito... SPEEDWAY: Você já passou por alguma situação em prova, em corrida, que tenha te desmotivado? Ou seja, ou um susto, ou um ... ou isso não muda nada para você, Thomas? THOMAS KÜHNE: É, teve um momento que sim. Aconteceu duas vezes: Uma vez, se eu não me engano, foi na quarta etapa, larguei muito bem, daí encostaram em mim e eu acabei rodando e peguei no piloto e acharam que eu fosse o culpado, daí eu meio que subi o meu kart em cima dele, e isso me desmotivou muito. E também, na oitava etapa, também larguei muito bem e um piloto quase me tirou da pista. SPEEDWAY: Mas teve alguma coisa feita pela direção de prova para corrigir isso ou não? THOMAS KÜHNE: Não... SPEEDWAYX: E isso pode ter te desmotivado um pouco, então? THOMAS KÜHNE: Sim. Os dois pilotos não ganharam uma penalização. E isso me desmotivou. SPEEDWAY: O que você acha das pistas do Brasil? THOMAS KÜHNE: Por exemplo, na Granja Viana tem alguns trechosque balança muito... Tem pistas aqui no Brasil que são ruins e tem algumas que são muito boas. SPEEDWAY: Como que você consegue conciliar, vou fazer até um paralelo ai com outros pilotos, que, acabam tendo empresas e tem que conciliar; Você, a tua empresa é a tua escola, de que maneira que você consegue conciliar a pista com a parte de escola e com a parte de estudo? THOMAS KÜHNE: É, na escola no momento, eu to bem. Eu tenho tempo sim para estudar e tudo... SPEEDWAY: Qual a que você mais gosta. Qual a que tem melhor condições de prova ? THOMAS KÜHNE: A da Aldeia da Serra, eu gosto muito, porque ela é muito rápida. A de ITU, eu nunca andei, mas eu sei como que é lá, gosto muito dela, e da Granja Viana. SPEEDWAY: ...”Alguém” me contou que a tua performance na pista, ela só acontece, se tiver uma performance muito boa na escola, é isso mesmo?! THOMAS KÜHNE: Meu pai fala que, se eu for ruim na escola, eu não vou poder mais andar de Kart. SPEEDWAY: Essas são as suas pistas. E de Fórmula 1, se você se visse hoje, sentado em um carro de Fórmula 1, qual é a pista que você acha que você teria mais facilidade? THOMAS KÜHNE: Eu gostei muito da nova pista da Rússia SPEEDWAY: É bom porque isso acaba motivando os dois lados, né? O lado do empresário Thomas e o lado do piloto Thomas, para gerenciar bem isso. ... A sua cabeça é para carro de Fórmula, você nem pensa em Turismo, ta certo? THOMAS KÜHNE: Não, eu penso só de vez em quando em Turismo. É, também por parte do meu pai. Mas eu quero mesmo é chegar na Fórmula 1. SPEEDWAY: Porque? THOMAS KÜHNE: A velocidade... SPEEDWAY: Então você deve gostar um pouco da de Silverstone também? Não? THOMAS KÜHNE: Sim, pela mesma característica. SPEEDWAY: Como que você vê a Fórmula 1 hoje, Thomas? THOMAS KÜHNE: Hoje, na F1, existem pilotos que não são muito bons, mas que só estão ali, por causa dos pais, que tem mais dinheiro. E tem pilotos que são melhores, mas não estão ali, por falta de patrocínio. SPEEDWAY: Dos caras que estão na pista, para você, quem são os tops? THOMAS KÜHNE: Hamilton, Vettel, Rosberg, só. SPEEDWAY: O Alonso, não? THOMAS KÜHNE: Não gosto muito dele... SPEEDWAY: Voltando pra F1... Quais são seus ídolos de todos os tempos? THOMAS KÜHNE: Ayrton Senna , Michael Schumacher e o Alain Prost SPEEDWAY: Tem uma torcidinha maior para os pilotos alemães? THOMAS KÜHNE: Não... SPEEDWAY: Já está controlando a alimentação, ou ainda come o que quer? THOMAS KÜHNE: Não. Comer, eu como o que eu quero. SPEEDWAY: E do lado emocional? Como é que você se vê, antes de uma prova? Emocionalmente. Você é tranquilo? THOMAS KÜHNE: Sim, tranquilo. Nervoso só quando entro no Kart e ligo o motor, mas, só quando eu to lá na reta, na largada... Ai quando eu estou a menos de mil metros eu já vou acalmando. SPEEDWAY: E as pistas que você anda, são seguras, Thomas? Você citou três principais: Granja, Aldeia e ITU. Você sente essas pistas seguras, ou você acha que falta alguma coisa para melhorar a segurança? THOMAS KÜHNE: Na da Granja Viana, falta. Ali, tem trechos que você não consegue ver nada, do que está a vinte metros para frente. Precisa ter mais visão na pista. Se por exemplo, ali alguém rodar, daí você vai direto nele, porque não tem tempo para frear, ou desviar. SPEEDWAY: E área de escape e proteção, as pistas tem condições? THOMAS KÜHNE: A Aldeia tem. Muito. Itu também tem. Mas, na Granja está médio. Um amigo do meu pai, o Jonas ele sofreu um acidente, bateu no pneu e quase quebrou a costela porque tinha pouco pneu. E foi de cabeça na grade. Então, ali está faltando um bom tanto de segurança. Ela é alta e desce de repente, você não consegue ver o que tem lá embaixo. E meio que você tem que fazer como se você não fosse direto lá para baixo, tem que ir descendo de vagarzinho. E aumentar a pista, para você ter mais área de escape. SPEEDWAY: E, relação ao de regulamento? Você acha alguma coisa justa, o que acontece durante os campeonatos? THOMAS KÜHNE: Uma coisa, eu acho média, que é o motor ser sorteado. Se você tiver sorte, você tem um motor bom e anda lá na frente. E se você não tiver você vai lá para trás. SPEEDWAY: Dentro da categoria que você está, na verdade você está correndo para dois campeonatos e quem são os pilotos a serem batidos nessas categorias? Quem são os caras que você fala: “Pô, esse é o cara que eu tenho que bater na minha categria”? THOMAS KÜHNE: Pedro Braga, nas duas categorias. SPEEDWAY: Você gosta de futebol, Thomas? THOMAS KÜHNE: Sim... SPEEDWAY: ...Vibrou muito com a Alemanha campeã? THOMAS KÜHNE: Normal. Se fosse Brasil, também seria igual... SPEEDWAY: Você nota diferença de um motor para o outro? THOMAS KÜHNE: Sim. Já precisei várias vezes trocar o motor após a corrida. E tem motor igual também. E limitador. Aumentam o motor de todos da categoria e colocam um limitador para todos andarem do mesmo jeito. SPEEDWAY: Existe muita tecnologia hoje na F1, principalmente nessas categorias de ponta. De que maneira que você vê, essa transferência de tecnologia de carros de pista para carros da rua? Aquele carro que a gente tava andando hoje mesmo, que é o carro de rua, que não tem tanta tecnologia, mas o que você acha que normalmente é transferido da pista para o carro de rua? THOMAS KÜHNE: Muitas coisas que tem agora nos carros normais são influencias dos carros de F1. A balança do carro. Tem carro que tem isso já. Que quando está para sair, colocam mais peso no pneu por exemplo, e isso, tinha na F1, nos últimos anos do Ayrton tinha isso, daí foi proibido. SPEEDWAY: E na parte de segurança? Você vê alguma coisa que normalmente eles levam hoje em dia, da pista para a rua? THOMAS KÜHNE: O material dos carros também, alguns. SPEEDWAY: Você falou aqui Alain Proist, você já viu corridas dele? THOMAS KÜHNE: Sim. SPEEDWAY: Você citou três: Schumacher, Ayrton e o Prost, me dá uma qualidade, para você, de cada um desses, que te chamou a atenção. THOMAS KÜHNE: O Prost é diferente do Ayrton. Primeiro que ele não acreditava em Deus, ele é muito firme, técnico e frio. O Ayrton não, ele já ia lá, sorria e tudo, mais emocional. E o Schumacher era um pouco dos outros dois. Médio. SPEEDWAY: E quem é o Thomas? THOMAS KÜHNE: O Thomas? Médio, para Ayrton. u