relatório anual 2013 versão resumida
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relatório anual 2013 versão resumida
RELATÓRIO ANUAL 2013 IMPRIMERIE BCEAO VERSÃO RESUMIDA Avenue Abdoulaye Fadiga BP 3108 - Dakar - Sénégal www.bceao.int RELATÓRIO ANUAL 2013 VERSÃO RESUMIDA © Banco Central dos Estados da África Ocidental Avenue Abdoulaye FADIGA – BP 3108 – Dakar – Sénégal ISSN 08508712 SUMÁRIO Pàginas MOMENTOS IMPORTANTES DO BCEAO EM 2013 8 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E ORGANIGRAMA DO BCEAO 14 MENSAGEM DO GOVERNADOR 28 VISÃO GLOBAL 29 I – CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO 32 1.1 - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO INTERNACIONAL 32 1.2 – CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO DA UMOA 34 1.2.1 - Produto Interno Bruto 34 1.2.2 - Produção Agrícola 35 1.2.3 - Extração mineira 37 1.2.4 - Produção industrial e volume de negócios do comércio de retalho 37 1.2.5 - Evolução dos preços 38 1.2.6 - Finanças públicas 39 1.2.7 - Balança de pagamentos 39 1.2.8 - Mobilização dos recursos e situação da dívida externa 41 II – IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA 42 2.1 - OBJETIVOS DA POLÍTICA MONETÁRIA 42 2.2 - AÇÃO MONETÁRIA 43 2.2.1 - Política das taxas de juro 43 2.2.2 - Operações de open market 43 2.2.3 - Ações nos balcões permanentes de refinanciamento 44 2.2.4 - Dispositivo das reservas obrigatórias 44 2.3 - EVOLUÇÃO DOS AGREGADOS MONETÁRIOS 44 2.3.1 - Ativos externos líquidos 45 2.3.2 - Crédito interno 46 2.3.2.1 - Posição líquida dos Governos 47 2.3.2.2 - Créditos à economia 48 2.3.2.3 - Evolução dos créditos registados no Central de riscos 50 2.3.3 - Massa monetária e base monetária 51 2.3.4 - Poupança privada recolhida pelos bancos e pelas caixas de poupança 53 2.3.5 - Créditos do Banco Central 54 2.3.6 - Evolução das reservas obrigatórias 56 2.3.7 - Operações do mercado interbancário 57 2.3.8 - Operações do mercado dos títulos públicos e privados 58 Relatório anual do BCEAO – 2013 3 III – EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO 60 3.1 - GESTÃO DA CIRCULAÇÃO FIDUCIÁRIA 60 3.1.1 - Levantamentos e depósitos nos balcões 60 3.1.1.1 - Levantamentos 60 3.1.1.2 - Depósitos 61 3.1.2 - Composição da circulação fiduciária 62 3.2 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS NO SEIO DA UMOA 63 3.2.1 - Movimentos das notas externas nos balcões das Agências do BCEAO 63 3.2.2 - Transferências entre os Estados membros da UMOA 64 3.3 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS COM O ESTRANGEIRO 65 3.3.1 - Operações sobre notas com o estrangeiro 65 3.3.2 - Transferências escriturais 66 3.4 - FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO 67 3.4.1 - Sistema de Transferência Automatizada e de Pagamento na UEMOA (STAR-UEMOA) 67 3.4.2 – Sistema Interbancário de Compensação Automatizada na UEMOA (SICA-UEMOA) 68 3.4.3 - Central dos Incidentes de Pagamento 69 3.4.4 - Supervisão dos sistemas de pagamento 70 3.4.5 - Quadro jurídico e regulamentar 71 IV – SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO 72 4.1 - Evolução do sistema bancário 72 4.1.1 - Evolução da rede bancária 72 4.1.2 - Atividade dos bancos e dos estabelecimentos financeiros 73 4.1.3 - Situação em relação ao dispositivo prudencial 75 4.1.4 - Dispositivo dos acordos de classificação 75 4.2 - EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO REGIONAL 76 4.3 - EVOLUÇÃO DO SETOR DO MICROCRÉDITO E DA INCLUSÃO FINANCEIRA 76 4.3.1 – Indicadores de atividade 76 4.3.2 - Implementação do PRAFIDE 77 4.3.2.1 - Desenvolvimento do quadro jurídico e do dispositivo prudencial 77 4.3.2.2 - Supervisão do setor 77 4.3.2.3 - Melhoria da informação financeira 78 4.3.2.4 - Reforço das capacidades 78 4.4 - IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES PARA A PRESERVAÇÃO E A CONSOLIDAÇÃO DA VIABILIDADE DO SETOR DO MICROCRÉDITO NA UMOA 78 4.5 - Balanço do setor e perspetivas 78 4.6 - REFORÇO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA 79 4.6.1 - Atividades realizadas no âmbito do reforço da estabilidade financeira na UEMOA 79 4.6.2 – Reuniões do Comité de Estabilidade Financeira na UMOA 81 4.6.3 - Seguimento dos riscos no seio do sistema bancário 81 Relatório anual do BCEAO – 2013 4 V – OUTRAS ATIVIDADES DO BCEAO 82 5.1 - GESTÃO DAS RESERVAS DE CÂMBIO 82 5.2 - INTEGRAÇÃO ECONÓMICA DOS ESTADOS MEMBROS DA UEMOA 82 5.3 - COOPERAÇÃO MONETÁRIA E FINANCEIRA 83 5.3.1 - Relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) 83 5.3.2 - Relações com as outras instituições 84 5.4 - OUTRAS ATIVIDADES E PROJETOS DO BCEAO 86 5.4.1 - Recolha, gestão e difusão de informações estatísticas 86 5.4.2 - Central dos balanços 87 VI - CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NO BCEAO 88 6.1 - CONTEXTO DO PROJETO 88 6.2 - OBJETIVOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA ABORDAGEM QUALIDADE 88 6.3 - IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO 88 6.4 - CERIMÓNIA DE ENTREGA OFICIAL DO CERTIFICADO ISO 9001 89 VII - QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO 91 7.1 - VIDA E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS 91 7.1.1 – Conferências dos Chefes de Estado e de Governo da União 91 7.1.2 - Conselho de Ministros da UMOA 92 7.1.3 - Comité de Política Monetária do BCEAO 94 7.1.4 - Conselho de Administração do BCEAO 96 7.1.5 - Comité de Auditoria do BCEAO 97 7.2 - ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO 97 7.2.1 - Gestão dos recursos humanos 97 7.2.1.1 - Efetivo 97 7.2.1.2 - Formação 98 7.2.2 - Evolução da rede do BCEAO 101 7.2.3 - Sistema de informação e de comunicação 101 7.2.4 - Dispositivo de gestão dos riscos e atividade de controlo 101 7.2.5 - Dispositivo de controlo de gestão 103 ANEXOS 105 - Cronologia das principais medidas de política monetária adotadas pelo BCEAO 105 - Lista dos principais documentos divulgados pelo BCEAO 120 LISTA DOS GRÁFICOS Gráfico 1: taxa de crescimento do PIB da UEMOA 35 Gráfico 2 : produções alimentares 36 Gráfico 3 : produções agrícolas de exportação 37 Gráfico 4 : crédito interno 47 Gráfico 5 : massa monetária 52 Relatório anual do BCEAO – 2013 5 Gráfico 6 : base monetária 52 Gráfico 7 : .UMOA – situação monetária integrada 53 Gráfico 8 : Gráfico 8 : poupança interna dos particulares e empresas 53 Gráfico 9 : entradas e saídas de notas nos balcões do BCEAO 61 Gráfico 10 : entradas e saídas de moedas nos balcões do BCEAO 61 Gráfico 11 : evolução dos efetivos do BCEAO 98 LISTA DOS QUADROS Quadro 1 : evolução das taxas médias anuais de câmbio (FCFA por unidade monetária) 34 Quadro 2 : evolução das taxas médias trimestrais de câmbio (FCFA por unidade monetária) 34 Quadro 3 : variação do índice harmonizado dos preços no consumidor em 2012 e 2013 38 Quadro 4 : coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos 44 Quadro 5 : situação monetária integrada 45 Quadro 6 : evolução por país dos ativos externos líquidos 46 Quadro 7 : evolução por país da posição líquida do Governo 48 Quadro 8 : evolução por país dos créditos à economia 50 Quadro 9 : evolução por país da massa monetária 51 Quadro 10 : evolução por país da poupança privada recolhida pelos bancos e as caixas económicas 54 Quadro 11 : Créditos do Banco Central 55 Quadro 12 : intervenções do BCEAO em final de dezembro de 2013 55 Quadro 13 : créditos à economia e refinanciamentos 56 Quadro 14 : repartição dos refinanciamentos dos créditos à economia por balcões 56 Quadro 15 : evolução das reservas obrigatórias dos bancos 57 Quadro 16 : evolução das reservas obrigatórias dos estabelecimentos financeiros 57 Quadro 17 : evolução das taxas interbancárias (média ponderada) 58 Quadro 18 : evolução dos empréstimos interbancários no seio da UMOA em 2013 58 Quadro 19 : repartição dos saques nos balcões das Agências do BCEAO 60 Quadro 20 : repartição dos depósitos nos balcões das Agências do BCEAO 62 Quadro 21 : composição das notas e moedas em circulação 63 Quadro 22 : Movimentos de notas externas nos balcões das Agências do BCEAO 64 Quadro 23 : disposições entre países da UMOA 65 Quadro 24 : fluxo das transferências via o BCEAO 66 Quadro 25 : evolução de indicadores de STAR-UEMOA 68 Quadro 26 : dados característicos das trocas no SICA-UEMOA em 2012/2013 69 Quadro 27 : dados obtidos da aplicação da CIP a 31 de dezembro de 2013 70 Quadro 28 : repartição dos estabelecimentos de crédito por país 73 Quadro 29 : evolução das aplicações e recursos dos bancos e estabelecimentos financeiros da UMOA 74 Quadro 30 : acordos de classificação tratados em 2013 76 Relatório anual do BCEAO – 2013 6 A União Monetária Oeste Africana (UMOA), criada pelo Tratado de 12 de maio de 1962 a que se substituíram o de 14 de novembro de 1973 e o de 20 de janeiro de 2007, integra os seguintes oito Estados membros : BENIM BENIN MALI MALI BURKINA FASO BURKINA FASO NÍGER NIGER CÔTE D'IVOIRE COTE D'IVOIRE SENEGAL SENEGAL GUINÉ-BISSAU GUINEE-BISSAU TOGO TOGO O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), cujo quinquagésimo primeiro exercicio de atividade é relatado aqui, é o Instituto de emissão comum dos Estados membros da UMOA, encarregue nomeadamente de assegurar a gestão da sua moeda comum, o Franco da Comunidade Financeira Africana (FCFA), das suas reservas de câmbio e implementar a política monetária comum. N.B. – na ausência de qualquer outra precisão, os valores indicados neste relatório são expressos em francos CFA. Relatório anual do BCEAO – 2013 MOMENTOS IMPORTANTES DO BCEAO EM 2013 O exercício concluído foi marcado, para o BCEAO, pelos seguintes eventos. NO PLANO MONETÁRIO DE FINANCEIRO Modificação da liga metálica das moedas de cinquenta (50) e de cem (100) francos CFA Para melhorar a qualidade dos símbolos monetários em circulação e aumentar sensivelmente a oferta das moedas mais utilizadas durante as operações diárias das populações da União, o BCEAO procedeu à modificação da liga metálica das moedas de 50 e 100 FCFA sem alterar o seu aspeto visual. Estas últimas são concedidas nos balcões do Banco Central desde a 31 de janeiro de 2013. Esta operação permitiu a entrada em circulação, de 31 de janeiro a 31 de dezembro de 2013, de 45,9 milhões de moedas de 50 FCFA e 50,6 milhões de moedas de 100 FCFA, contra respetivamente 24,1 milhões e 5,4 milhões durante o mesmo período do ano anterior. Encontro de concertação sobre os programas de inspeção dos SFD em 2013 O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) organizou de 4 a 7 de março de 2013, em sua sede em Dakar, um encontro de concertação regional com o Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA (SGCB-UMOA) e as Estruturas Ministeriais de Seguimento (SMS) dos Sistemas Financeiros Descentralizados (SFD). O objetivo deste encontro é definir programas anuais de inspeção das instituições de microcrédito da União Monetária Oeste Africana (UMOA), em virtude do ano 2013. Seminário de informação destinado aos jornalistas dos países membros da UMOA O BCEAO realizou, de 21 a 23 de maio de 2013, nas instalações da sua sede em Dakar, um seminário destinado aos jornalistas dos Estados membros da União que se interessam a questões monetárias, económicas e financeiras. O objetivo visado pela iniciativa era contribuir para o reforço das capacidades dos jornalistas, fazendo com que sintam a evolução e as especificidades das missões do Banco Central, com vista a garantir a continuidade fiel das informações provenientes do Instituto de emissão junto das populações da União. Por outro lado, tratava-se de estabelecer uma parceria com a imprensa, através da criação de uma rede regional eficiente de jornalistas económicos em que o Banco Central poderá apoiar-se para a implementação da sua política de informação. A animação do seminário, que reuniu cerca de quarenta participantes provenientes dos órgãos de imprensa dos oito Estados membros da União, foi garantida pelas Direções dos Serviços Centrais do BCEAO empenhadas nos temas. Além das apresentações sobre as principais missões da Instituição emissora, os módulos ensinados incidiram sobre a organização institucional e administrativa do Banco Central, bem como sobre o papel dos outros órgãos e Instituições da União. A cerimónia de encerramento da sessão foi presidida pelo Governador do BCEAO. Reunião entre o Governador e os Presidentes das Associações Profissionais dos Bancos e Estabelecimentos Financeiros da UMOA Uma reunião entre o Governador do BCEAO, o Senhor Tiémoko Meyliet KONE, e os Presidentes das Associações Profissionais dos Bancos e Estabelecimentos Financeiros da UMOA (APBEF) decorreu a 23 de maio de 2013, na Sede do BCEAO, em Dakar. Esta reunião inscreve-se no âmbito das trocas regulares que o Banco Central mantém com a profissão bancária sobre os assuntos de interesse maior nas áreas bancárias e financeiras. Relatório anual do BCEAO – 2013 8 Seminário de formação dos formadores sobre a autentificação das notas de banco O Banco Central realizou, de 16 a 19 de setembro de 2013, um seminário de formação dos formadores sobre a autentificação das notas de sua emitidas por ele bem como das notas estrangeiras. A sessão reuniu cerca de trinta participantes provenientes da Direção das Atividades Fiduciárias, da Direção da Inspeção e Auditorias bem como das Operações de Caixa das Agências Principais e Auxiliárias. Esta formação vai permitir aos participantes transmitir os conhecimentos adquiridos, através das sessões de formação, nomeadamente aos colegas das Operações de Caixa, aos operadores de caixa dos bancos primários, do Tesouro e das empresas não financeiras que manipulam grandes volumes de numerários. NO PLANO DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA E DA COOPERAÇÃO MONETÁRIA Participação do Governador do BCEAO nas reuniões dos Comités dos Governadores dos Bancos Centrais dos Estados membros da CEDEAO e da ZMAO O Governador do BCEAO participou, a 17 de janeiro de 2013, em Abuja, na República Federal da Nigéria, nas reuniões dos Comités dos Governadores dos Bancos Centrais dos Estados membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Nelas participaram também os Governadores dos Bancos Centrais membros da Zona Monetária da África Ocidental (ZMAO). Os Estados membros da ZMAO são a Gâmbia, o Gana, a Guiné, a Libéria, a Nigéria e a Serra Leoa. Essas reuniões estatutárias tinham nomeadamente como objeto fazer o balanço do estado de evolução do roteiro adotado no âmbito da criação da segunda zona monetária em 2015 e do lançamento da moeda única até 2020. Visita do Governador do BCEAO à Câmara de Comércio e Indústria de Paris Ile-de- France O Governador do BCEAO efetuou, de 19 a 23 de janeiro de 2013, uma missão a Paris. Nesta ocasião, deslocou-se, ao 22 de janeiro de 2013 à Câmara de Comércio e Indústria de Paris Ilede-France (CCIP), a convite do seu Presidente o Senhor Pierre-Antoine GAILLY. Visita de trabalho do Governador do BCEAO ao Bank Al-Maghrib De 27 de março a 1º de abril de 2013, o Governador do BCEAO, o Senhor Tiémoko Meyliet KONE, efetuou, à frente de uma delegação do BCEAO, uma visita de trabalho junto do Bank AlMaghrib. Esta visita tinha como objeto aprofundar e formalizar as relações de cooperação que existem entre os dois bancos centrais, com vista nomeadamente a acompanhar o desenvolvimento das trocas financeiras e comerciais entre os Estados membros da União Económica e Monetária Oeste Africana e o Reino do Marrocos. Durante os seus debates, os Governadores dos dois bancos centrais concordaram em reforçar a sua cooperação e a troca de experiência em diversas áreas, em particular a supervisão bancária, a estabilidade financeira, a política monetária e o financiamento da economia. No termo dos seus trabalhos, os Governadores Tiémoko Meyliet KONE do BCEAO e Abdellatif JOUAHRI do Bank Al-Maghrib procederam à assinatura de um acordo de cooperação entre as duas instituições. Participação do BCEAO nas Assembleias de primavera do FMI e do Banco Mundial O Governador do BCEAO participou nas reuniões de primavera das Instituições de Bretton Woods bem como nos encontros conexos que decorreram em Washington, de 17 a 22 de abril de 2013. Trata-se principalmente de encontros do Comité Monetário e Financeiro Internacional (CMFI) dos Governadores do Fundo Monetário Internacional bem como do Comité do Desenvolvimento do Banco Mundial. Relatório anual do BCEAO – 2013 9 Participação do Governador do BCEAO nos encontros da AMAO e da ZMAO O Governador do BCEAO, o Senhor Tiémoko Meyliet KONE, participou, aos 25 e 26 de julho de 2013, nos encontros estatutários anuais intercalares da Agência Monetária da África Ocidental (AMAO) e da Zona Monetária da África Ocidental (ZMAO) em virtude do ano 2013 em Accra, no Gana. Nesta ocasião, o Governador do BCEAO presidiu os trabalhos da 44ª sessão ordinária do Comité dos Governadores dos bancos centrais dos Estados membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada ao 25 de julho de 2013. Foram também organizadas entre 25 e 26 de julho de 2013 respetivamente, a 29ª reunião ordinária do Comité dos Governadores e a 32ª sessão ordinária do Conselho de Convergência da ZMAO. Estes encontros permitiram aos Ministros encarregues das questões de integração regional e aos Governadores dos Bancos Centrais da África Ocidental fazer ao balanço da implementação do roteiro para a criação da moeda única da CEDEAO e dos diversos empreendimentos de harmonização. As instâncias da AMAO e da ZMAO recomendaram às diferentes partes envolvidas no processo de integração monetária da CEDEAO envidarem esforços para a realização da moeda única oeste-africana até 2020. Visita de trabalho do Governador do Banco Central da Nigéria na Sede do BCEAO O Governador do BCEAO, o Senhor Tiémoko Meyliet KONE, recebeu o seu homólogo do Banco Central da Nigéria (BCN), o Senhor Sanusi Lamido SANUSI, acompanhado de uma delegação de alto nível, por ocasião da sua visita de trabalho efetuada ao 30 de agosto de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar. Esta visita inscreve-se no âmbito da consolidação das relações de cooperação entre os dois Bancos Centrais. Ela satisfaz igualmente a necessidade de uma concertação permanente entre os dois Bancos de emissão, devido às relações económicas, financeiras e socioculturais estreitas entre a Nigéria e os Estados membros da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA). Durante o encontro, os dois Governadores procederam à troca de opiniões sobre a situação macroeconómica da Nigéria e da UEMOA. Debateram igualmente sobre as modalidades de reforço da sua cooperação em matéria de supervisão bancária, de promoção dos sistemas de pagamento e de inclusão financeira. Neste aspeto, congratularam-se com o dinamismo económico observado na UEMOA e na Nigéria em 2012 e 2013, com taxas de crescimento anuais do PIB em média de mais de 6% por ano. Ao abordar as modalidades de consolidação da atividade económica nos seus respetivos países, os dois Governadores sublinharam a necessidade de aumentar os financiamentos a favor das PME/PMI bem como dos setores da energia e da agricultura. Relativamente à supervisão bancária, concordaram na importância de acelerar a implementação de uma cooperação técnica reforçada entre os órgãos de controlo das duas jurisdições, nomeadamente em matéria de supervisão dos grupos bancários transfronteiriços. Assinatura de um protocolo de acordo de cooperação entre o BCEAO e a Sociedade Financeira Internacional (SFI) O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e a Sociedade Financeira Internacional (SFI), membro do Grupo do Banco Mundial, procederam à assinatura de um protocolo de acordo de cooperação, ao 12 de setembro de 2013, nas instalações da Sede do Banco de emissão, em Dakar. As duas Instituições foram representadas respetivamente pela Senhora Fatimatou Zahra DIOP, Secretária-Geral do BCEAO, e a Senhora Yolande DUHEM, Diretora Regional para a África Ocidental e Central da SFI. Este protocolo de acordo tem como objeto definir o quadro de parceria e fixar os princípios diretores bem como as modalidades da colaboração entre o BCEAO e a SFI, para a promoção do Escritório de Informação sobre o Crédito ou « Crédit Bureau » nos Estados membros da UMOA. A cerimónia decorreu na presença de vários órgãos de imprensa nacionais e internacionais. Relatório anual do BCEAO – 2013 10 7e Encontro da Célula Sub-Regional encarregue da reconciliação dos dados sobre as trocas intra-UEMOA A sétima reunião da Célula Sub-Regional encarregue da reconciliação dos dados sobre as trocas intra-UEMOA decorreu na Sede do Banco Central entre 23 e 24 de setembro de 2013. Este encontro reuniu participantes provenientes das administrações estatísticas e aduaneiras dos estados membros da União, da Comissão da UEMOA e das Direções Nacionais do BCEAO. Formações destinadas às instituições de crédito da UEMOA No âmbito da execução do seu programa de reforço das capacidades do setor bancário da UEMOA, o BCEAO organizou e albergou na sua Sede em Dakar, seminários sobre temas seguintes: «Prática da auditoria interna no ambiente bancário e gestão do risco operacional»: seminário organizado de 16 a 20 de setembro de 2013, em parceria com a Agência de Transferência de Tecnologia Financeira (ATTF) do Luxemburgo; «Organização e funcionamento do mercado monetário da UMOA»: esta sessão, que decorreu de 8 a 11 de outubro de 2013 por videoconferência, reuniu trinta e cinco (35) participantes, na maioria tesoureiros e quadros financeiros das Instituições de crédito da UMOA; «Contabilidade, fiscalidade e elaboração de contratos na indústria da finança islâmica»: Seminário organizado de 18 a 20 de novembro de 2013 com a parceria do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID), no âmbito da promoção da finança islamita; «Sistemas Interbancários de Pagamento da UEMOA»: organizada de 2 a 5 de dezembro de 2013, esta sessão reuniu vinte e cinco (25) participantes na maioria Diretores de serviços bancários e Chefes de serviços de tesouraria das instituições de crédito da UMOA. Por outro lado, um ateliê regional de concertação sobre o Programa BCEAO/HEC-Paris (Ecole des Hautes Etudes Commerciales de Paris) de reforço das capacidades destinado ao setor bancário da União decorreu, ao 27 de fevereiro de 2013, na Sede do BCEAO. Este ateliê tinha como objetivos apresentar às instituições de crédito os produtos de formação concebidos por HEC-Paris e recolher as suas observações para assegurar-se da adequação desses produtos com as suas necessidades. NO PLANO DA GESTÃO DO BCEAO Reestruturação do dispositivo de gestão dos riscos do BCEAO O projeto de reestruturação do dispositivo de gestão dos riscos do BCEAO foi lançado pelo Senhor o Governador em dezembro de 2012. Essa reforma visava a adequação desse dispositivo com os padrões internacionais e as melhores práticas na matéria, tendo em conta as evoluções surgidas nos planos interno e externo. Neste quadro, o BCEAO organizou, na sua Sede, dois seminários a favor dos membros do Grupo de Projeto encarregue da reestruturação do dispositivo de gestão dos riscos. O primeiro, de 18 a 22 de fevereiro de 2013, teve como lema «Noções fundamentais da gestão dos riscos e metodologias de recenseamento dos riscos». O segundo, que decorreu de 1º a 5 de julho de 2013, teve como lema «Cotação e tratamento dos riscos». No termo dos trabalhos realizados num período de doze (12) meses por um Grupo de projeto, foram elaborados a cartografia dos riscos operacionais e um guia metodológico de controlo dos riscos. O Governo do Banco validou o relatório final e pediu o desdobramento do dispositivo reestruturado com vista à sua apropriação pelas estruturas. Relatório anual do BCEAO – 2013 11 Visita do Governador Tiémoko Meyliet KONE às Agências Principais do BCEAO e ao Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA De 18 de fevereiro a 14 de março de 2013, o Governador Tiémoko Meyliet KONE efetuou uma digressão pelas oito (8) Direções Nacionais do BCEAO e pelo Secretariado Geral da Comissão Bancário da UMOA. Esta visita dos sítios inscreve-se na estratégia de proximidade da alta Autoridade do Banco Central com os Responsáveis de Estruturas e o pessoal. Ateliê de formação e de receita da aplicação SABULINA De 8 a 19 de julho de 2013, decorreu nas instalações do Centro Oeste Africano de Formação e de Estudos Bancários (COFEB), na Sede do BCEAO, um ateliê presencial consagrado à formação dos utentes e à receita da aplicação SABULINA (Sistema Automatizado de Inscrição no orçamento em linha e de Análise), destinada à preparação do orçamento e à análise da sua execução. Formação dos agentes da abordagem qualidade sobre a resolução de problemas em grupo De 17 a 20 de setembro de 2013 tiveram lugar na Sede do BCEAO, sessões de formação sobre o método e instrumentos de resolução dos problemas em grupo, ministradas pelo Gabinete EVOE Consulting. Nelas participaram, os pilotos e membros dos Grupos de Melhoria de Processos (GAP). Essas ações de formação foram organizadas no quadro da implementação das recomendações de pré-auditoria e da auditoria inicial de certificação ISO 9001, visando a reforçar as capacidades dos agentes da abordagem qualidade em matéria de análise causal dos disfuncionamentos e de identificação de ações corretivas pertinentes. XI Plenária do Grupo dos Supervisores Bancários Francófonos (GSBF) Ao 22 de outubro de 2013, realizou nas instalações da Autoridade de Controlo Prudencial e de Resolução (ACPR) em Paris, a XI Plenária do Grupo dos Supervisores Bancários Francófonos (GSBF) A cerimónia de abertura foi presidida por Robert OPHELE, Governador adjunto do Banco da França e pelo Senhor Mamadou DIOP, Vice-Governador do BCEAO, que proferiu o discurso de abertura em nome do Senhor Tiémoko Meyliet KONE, Governador do BCEAO, Presidente da Comissão Bancária da UMOA e Presidente em exercício do GSBF. Cerimónia de lançamento do Percurso de Gestão Geral «Excelência» Ao 28 de outubro de 2013, decorreu a cerimónia de lançamento da edição 2013 do «Percurso de Gestão Geral» (PMG) de tipo «Excelência», organizado no quadro do programa conjunto BCEAO/HEC-Paris de reforço das capacidades do setor bancário da UMOA. Cerimónia de lançamento do Prémio Abdoulaye FADIGA para a promoção da pesquisa económica – Edição 2014 A cerimónia oficial de lançamento do Prémio Abdoulaye FADIGA para a promoção da pesquisa económica, edição 2014, decorreu ao 30 de outubro de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar. Essa cerimónia foi presidida pelo Senhor Tiémoko Meyliet KONE, Governador do BCEAO, e retransmitida por videoconferência em todos os sítios do Banco Central. Participaram nela eminentes figuras das Universidades e Centros de pesquisa da UEMOA, bem como docentes e pesquisadores. A imprensa nacional e internacional estava também presente para a cobertura mediática do evento. Cerimónia de entrega oficial do certificado ISO 9001 no BCEAO A cerimónia de entrega oficial do certificado ISO 9001 (versão 2008) no BCEAO decorreu ao 20 de novembro de 2013, na Sede da Instituição. Ela reuniu o Governo do Banco, todos os membros do Comité de Direção alargado, o pessoal da Sede e dos sítios distintos, por videoconferência, bem como os Presidentes das Associações Profissionais dos Bancos e Instituições Financeiras. A certificação do BCEAO atesta a capacidade da Instituição a adaptar- Relatório anual do BCEAO – 2013 12 se aos constrangimentos e mutações do momento. A abordagem qualidade ISO 9001 vai contribuir para o reforço da relação de proximidade do Banco Central com o grande público e o sistema bancário, graças à ancoragem da orientação cliente no seio das estruturas operacionais e à implementação de um dispositivo de escuta dos clientes. A entrega do certificado ao Governador Tiémoko Meyliet KONE pelo Vice-Presidente África do Gabinete Veritas marcou o desempenho de três anos de intenso trabalho coletivo e a entrada do BCEAO no ciclo muito limitado dos bancos centrais cuja certificação cobre todas as atividades. Relatório anual do BCEAO – 2013 13 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E ORGANIGRAMA DO BCEAO Relatório anual do BCEAO – 2013 14 COMPOSIÇÃO DA CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA UMOA a 31 de dezembro de 2013 PRESIDENTE : Sua Excelência o Senhor Faure Essozimna GNASSINGBE, Presidente da República do Togo. Sua Execelência o Senhor Boni YAYI, Presidente da República do Benin. Sua Excelência o Senhor Blaise CO0MPAORE, Presidente do Burkina Faso Sua Excelência o Senhor Alassane OUATTARA, Presidente da República de Côte d’Ivoire. Sua Excelência o Senhor Manuel Sérifo NHAMAJO, Presidente Interino da República de Guiné-Bissau Sua Excelência o Senhor Ibrahim Boubacar KEÏTA Presidente da República do Mali, Sua Excelência o Senhor Issoufou MAHAMADOU Presidente da República do Níger. Sua Excelência o Senhor Macky SALL, Presidente da República do Senegal. Sua Excelência Faure Essozimna GNASSINGBE, Presidente da República do Togo. Relatório anual do BCEAO – 2013 15 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DA UMOA a 31 de dezembro de 2013 PRESIDENTE : Sra BOUARE Fily SISSOKO Ministra da Economia e das Finanças da República do Mali. República do Benin Sr. Jonas GBIAN, Ministro da Economia e das Finanças, Sr. Marcel de SOUZA, Ministro do Desenvolvimento, da Análise Económica e da Prospetiva. Burkina Faso Sr. Lucien Marie Noël BEMBAMBA, Ministro da Economia e das Finanças; Sr. Thomas PALE, Ministro Delegado junto do Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Regional, Encarregue da Cooperação Regional. República da Côte d'Ivoire Sra Nialé KABA, Ministra junto do Primeiro-Ministro Encarregue da Economia e das Finanças; Sr. Ally COULIBALY, Ministro da Integração Africana e dos Ivoirienses do Estrangeiro. República da Guiné-Bissau Sr. Gino MENDES, Ministro das Finanças; Sr. Abubacar BALDE, Ministro do Comércio, da Valorização dos Produtos locais e do Artesanato. República do Mali Sra BOUARE Fily SISSOKO, Ministra da Economia e das Finanças, Sr. Madani TOURE, Ministro Delegado junto do Ministro da Economia e das Finanças, Encarregue do Orçamento. República do Níger Sr. Gilles BAILLET, Ministro das Finanças; Sr. Amadou Boubacar CISSE, Ministro de Estado, Ministro da Planificação, do Ordenamento Territorial e do Desenvolvimento Comunitário. República do Senegal Sr. Amadou BA, Ministro da Economia e das Finanças, Sr. Mouhamoudou Makhtar CISSE, Ministro Delegado junto do Ministro da Economia e das Finanças, Encarregue do Orçamento. República do Togo Sr. Adji Otèth AYASSOR, Ministra da Economia e das Finanças ; Sr. Mawussi Djossou SEMONDJI, Ministro da Planificação, do Desenvolvimento e do Ordenamento Territorial. Relatório anual do BCEAO – 2013 16 COMPOSIÇÃO DO COMITE DE POLÍTICA MONETÁRIA DO BCEAO a 31 de dezembro de 2013 PRESIDENTE : O Senhor Tiémoko Meyliet KONE Governador do BCEAO. Vice-Governadores do BCEAO Sr. Jean-Baptiste M. P. COMPAORE, Sr. Mamadou DIOP. MEMBROS REPRESENTANDO OS ESTADOS República do Benin Sr. Houéssou Yaovi HADONOU, Diretor dos Assuntos Monetários e Financeiros. Burkina Faso Sr. Ousmane OUEDRAOGO, antigo Vice-Governador do BCEAO, antigo Ministro de Estado, Ministro das Finanças e da Planificação. República da Côte d'Ivoire Sr. Kanvaly DIOMANDE, Presidente do Tribunal das Contas. República da Guiné-Bissau Sr. Rui Duarte FERREIRA, Diretor de Gabinete do Ministro das Finanças. República do Mali Sr. Bangaly N'ko TRAORE, Diretor-Geral da Dívida Pública. República do Níger Sr. Mahamane ANNOU MALLAM, antigo Presidente do Grupo de Estudos e de Pesquisas sobre a Democracia e o Desenvolvimento Económico e Social (GERDES). República do Senegal Sra Gnounka DIOUF, antiga Ministra Conselheira na Presidência da República. República do Togo Sr. Mongo AHARH-KPESSOU, Secretário Permanente para o Seguimento das Políticas de Reformas e dos Programas Financeiros. República da França Sra Françoise DRUMETZ, Diretora da Cooperação Estrangeira do Banco de França. MEMBROS NOMEADOS INTUITU PERSONAE Sra Karidia SANON, Docente na Unidade de Formação e Pesquisa em Ciências Económicas e Gestão (UFR/SEG) na Universidade de Ouagadougou (Burkina Faso). Sra Aoua SYLLA BARRY, Secretária-Geral do Ministério das Minas. Bamako (República do Mali). Relatório anual do BCEAO – 2013 17 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO a 31 de dezembro de 2013 PRESIDENTE : O Senhor Tiémoko Meyliet KONE Governador do BCEAO. República do Benin Sra Fatima SEKOU MADOUGOU, Diretora-Geral do Tesouro e Contabilidade Pública. Burkina Faso Sr. Moumounou GNANKAMBARY, Diretor-Geral do Tesouro e da Contabilidade Pública. República da Côte d'Ivoire Sr. Adama KONE, Diretor-Geral do Tesouro e da Contabilidade Pública. República da Guiné-Bissau Sr. Jorge Anibal PEREIRA, Diretor-Geral do Tesouro. República do Mali Sra SIDIBE Zamilatou CISSE, Secretária-Geral do Ministério da Economia e das Finanças. República do Níger Sr. Hanounou DJIBRIL, Secretário-Geral do Ministério das Finanças. República do Senegal Sr. Daouda SEMBENE, Inspetor Principal do Tesouro, Tesoureiro Geral. República do Togo Sr. Kodjo Tépé-Sévon ADEDZE, Diretor-Geral das Alfândegas. República da França Sr. Yves CHARPENTIER, Conselheiro Financeiro para a África na Direção-Geral do Tesouro. Relatório anual do BCEAO – 2013 18 COMPOSIÇÃO DO COMITE DE AUDITORIA DO BCEAO a 31 de dezembro de 2013 PRESIDENTE : Sra SIDIBE Zamilatou CISSE, Secretária-Geral do Ministério da Economia e das Finanças (Mali). REPÚBLICA DA COTE D'IVOIRE Sr. Adama KONE, Diretor-Geral do Tesouro e da Contabilidade Pública. REPÚBLICA DA GUINE-BISSAU Sr. Jorge Anibal PEREIRA, Diretor-Geral do Tesouro. REPÚBLICA DO NÍGER Sr. Hanounou DJIBRIL, Secretário-Geral do Ministério das Finanças. Relatório anual do BCEAO – 2013 19 BANCO CENTRAL DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL a 31 de dezembro de 2013 GOVERNADOR : Sr. Tiémoko Meyliet KONE VICE-GOVERNADOR : Sr. Jean-Baptiste M. P. COMPAORE VICE-GOVERNADOR : Sr. Mamadou DIOP SECRETÁRIO-GERAL : Sra Fatimatou Zahra DIOP Secretária-Geral Adjunta : Sra Séna Elda KPOTSRA Conselheiros do Governador : Sr. Siriki KONE M. Abdoulaye SECK Sr. Alain Fagnon KOUTANGNI Sr. João Alage Mamadu FADIA Chefe do Gabinete do Governador : Sra Sylviane MENSAH CONTROLO GERAL Auditor Geral : Sr. Alain Fagnon KOUTANGNI Conselheiros do Auditor Geral : Sra Marguerite FAYE SOUMARE Sr. Mamadou SEREME Sr. Boubacar DIA DIREÇÕES GERAIS Diretor-Geral da Administração e do Património : Sr. Siriki KONE Diretor-Geral dos Estudos Económicos e da Moeda : Sr. Ismaila DEM Diretor-Geral das Operações : - Diretor-Geral da Organização e dos Sistemas de Informação : Sr. Abdoulaye SECK Diretora-Geral dos Recursos Humanos : Sra Joëlle Annie BOLHO CONSELHEIROS DOS DIRETORES GERAIS Conselheiro do Diretor-Geral da Administração e do Património: Sr. Sidiki TRAORE, Conselheiro do Diretor-Geral dos Estudos Económicos e da Moeda : Sr. Sogué DIARISSO, Conselheiro do Diretor-Geral das Operações : Sr. Paul Kaba THIEBA Conselheiro do Diretor-Geral dos Recursos Humanos e da Formação : Sr.Moussa SIRFI Conselheiro do Diretor-Geral da Organização e dos Sistemas de Informação : Sr.Gnoan Abraham GNAMITCHE Relatório anual do BCEAO – 2013 20 DIREÇÕES DOS SERVIÇOS CENTRAIS Diretor dos Estudos : Sr. Armand BADIEL Diretor da Pesquisa e da Estatística : Sr. Bassambié BATIONO Diretor das Relações Internacionais : Sr. Emmanuel Junior ASSILAMEHOO Diretor da Estabilidade Financeira : Sr. Homialo GBEASOR Diretor das Atividades Bancárias e do Financiamento das Economias: Sr. Ahmadou Al Aminou LO Diretor das Atividades Fiduciárias : Sr. Cheick Ahmed Tidiany DIAKITE Diretor do Microcrédito e dos Sistemas Financeiros Descentralizados : Sr. Chalouho COULIBALY Diretor das Operações de Mercado : Sr. Habib THIAM Diretor dos Sistemas e dos Meios de Pagamento : Sr. Bwaki KWASSI Diretor da Gestão dos Recursos Humanos : Diretor do Centro Oeste Africano de Formação e de Estudos Bancários (COFEB) : Sr. Abdoulaye TRAORE Sr. Ousmane SAMBA MAMADOU Diretor do Pessoal e dos Assuntos Sociais : Sr. Ibrahima SYLLA Diretor do Controlo de Gestão : Sr. Sahaka MAHAMAN SALAH Diretor da Organização e Métodos : Sr. Kadjemna Guy GO MARO Diretor dos Systemas de Informação : Sr. Abdoulaye MBODJ Diretor da Inspeção e das Auditorias : Sr. Boubacar DIA Diretor da Prevenção dos Riscos : Sr. Adjoumani KOUAKOU Diretora dos Assuntos Jurídicos : Sra Séna Elda KPOTSRA Diretor da Contabilidade : Sr. Fama Adama KEÏTA Diretor dos Assuntos Administrativos : Sr. Roger AGBOZOGNIGBE Diretor do Património : Sr. Hadama YBIA Diretora da Segurança : Sra Aminata FALL NIANG Diretor dos Serviços Gerais : Sr. Alioune Blondin BEYE REPRESENTAÇÕES Representante Residente do Governador junto da Comissão da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) : Sr. Charles Luanga KI-ZERBO Representante do BCEAO junto das Instituições Europeias de Cooperação : Vago Relatório anual do BCEAO – 2013 21 DIREÇÕES NACIONAIS Diretor Nacional para o Benin : Sr. Evariste Sébastien BONOU Diretor Nacional para o Burkina Faso : Sr. Charles Luanga KI-ZERBO Diretor Nacional para a Côte d’Ivoire : Sr. Jean-Baptiste Ayayé AMAN Diretor Nacional para a Guiné-Bissau : Sr. João Alage Mamadu FADIA Diretor Nacional para o Mali : Sr. Konzo TRAORE Diretor Nacional para o Níger : Sr. Mahamadou GADO Diretora Nacional para o Senegal : Sr. Mamadou CAMARA Diretor Nacional para o Togo : Sr. Kossi TENOU Relatório anual do BCEAO – 2013 22 ENDEREÇOS DOS DIFERENTES SÍTIOS DO BCEAO SEDE SOCIAL Avenue Abdoulaye FADIGA - Boîte Postale : n° 3108 – Dakar Telefone: (221) 33 839 05 00 - Telefax: (221) 33 823 93 35 e 33 822 61 09 Site internet : http://www.bceao.int Benin Cotonou Avenue Jean-Paul II 01 Boîte Postale : n° 325 - RP Telefone: (229) 21 36 46 00 / 21 31 24 66 / 21 31 24 67 Telefax: (229) 21 31 24 65 Correio eletrónico: [email protected] Diretora da Agência Principal: Flora MADJA ZOHOUN Parakou Boîte Postale: n° 201 Telefone: (229) 23 61 03 25/29 Telefax: (229) 23 61 10 91 Chefe da Agência Auxiliar: Moussibaou SANNI BURKINA FASO Ouagadougou Avenue Gamal Abdel NASSER Boîte Postale : n° 356 Telefone: (229) 21 36 46 00 / 21 31 24 66 / 21 31 24 67 Telefax: (226) 50 31 01 22 Correio eletrônico: [email protected] Diretor da Agência Principal: Monlour DA Bobo-Dioulasso Boîte Postale: n° 603 Telefone: (226) 20 97 04 44/45/46 Telefax : (226) 20 97 04 58 Chefe da Agência Auxiliar: Adama SANKARA COTE D’IVOIRE Abidjan Avenue Abdoulaye FADIGA angle Bd. Roussel Boîte Postale : 01 BP 1769 ABIDJAN 01 Telefone: (225) 20 20 84 00 et 20 20 85 00 Telefax: (225) 20 22 00 40 e 20 22 28 52 Correio eletrônico: [email protected] Diretor da Agência Principal: Yaya SISSOKO Abengourou Boîte Postale: n° 905 Telefone: (225) 35 91 37 15 e 35 91 38 15 Telefax: (225) 35 91 31 76 Chefe da Agência Auxiliar: Yao Magloire KONAN Bouaké Boîte Postale: n° 773 Telefone: (225) 31 63 33 13 e 31 63 33 14 Telefax: (225) 31 63 38 31 Chefe da Agência Auxiliar: Vago Relatório anual do BCEAO – 2013 23 Daloa Boîte Postale: n° 46 Telefone: (225) 32 78 38 85 Telefax : (225) 32 78 13 10 Chefe da Agência Auxiliar: Ningou Jacques HLYH GNELBIN Korhogo Boîte Postale: n° 54 Telefone: (225) 36 86 01 10 e 36 86 01 11 Telefax: (225) 36 86 15 30 Chefe da Agência Auxiliar: Vago Man Boîte Postale: n° 1017 Telefone: (225) 33 79 02 67 Telefax : (225) 33 79 02 28 Chefe da Agência Auxiliar: Vago San Pedro Boîte Postale: n° 387 Telefone: (225) 34 71 21 74 Telefax : (225) 34 71 24 48 Chefe da Agência Auxiliar: Issouf OUATTARA GUINE-BISSAU Bissau Telefone: (245) 325 63 25 - 321 55 48 / 321 41 73 Telefax: (226) 50 31 01 22 Correio eletrónico: [email protected] Diretora da Agência Principal: Felicidade Soares Correia de Brito ABELHA MALI Bamako 94, Avenue Moussa TRAVELE Boîte Postale : n° 206 Telefone: (229) 21 36 46 00 / 21 31 24 66 / 21 31 24 67 Telefax: (223) 20 22 47 86 Correio eletrônico: [email protected] Diretor da Agência Principal: Youssouf COULIBALY Mopti Boîte Postale: n° 180 Telefone: (223) 21 43 01 02 e 21 43 05 65 Telefax: (223) 21 43 05 07 Chefe da Agência Auxiliar: Amadou Boucari CISSE Sikasso Boîte Postale: n° 453 Telefone: (223) 21 62 00 77 e 21 62 06 57 Telefax: (223) 21 62 08 79 Chefe da Agência Auxiliar: Sr. Ibrahima TOURE NÍGER Niamey Rue de l'Uranium Boîte Postale : n° 487 Telefone: (227) 20 72 33 30 e 20 72 33 40 Telefax: (227) 20 73 47 43 Correio eletrónico: [email protected] Diretor da Agência Principal: Amadou MOUSSA Relatório anual do BCEAO – 2013 24 Maradi Boîte Postale: n° 265 Telefone: (227) 20 41 00 96 Telefax : (227) 20 41 00 45 Chefe da Agência Auxiliar: Achirou DAN MAGARIA Zinder Boîte Postale: n° 133 Telefone: (227) 20 51 00 94 Telefax : (227) 20 51 07 24 Chefe da Agência Auxiliar: Abdourahamane Aboubacar ABANI SENEGAL Dakar Boulevard du Général De Gaulle x Triangle Sud Boîte Postale: n° 3159 Telefone: (221) 33 889 45 45 Telefax : (221) 33 823 57 57 Correio eletrónico: [email protected] Diretor da Agência Principal: Djibril CAMARA Kaolack Boîte Postale: n° 79 Telefone: (221) 33 938 40 00 Telefax : (221) 33 941 33 23 Chefe da Agência Auxiliar: Garantigui DOUMBOUYA Ziguinchor Boîte Postale: n° 317 Telefone: (221) 33 991 10 39 e 33 938 80 35 Telefax: (221) 33 991 16 59 Chefe da Agência Auxiliar: Birama FALL TOGO Lomé Avenue Abdoulaye FADIGA Boîte Postale : n° 120 Telefone: (228) 22 23 50 00 Telefax : (228) 22 23 50 50 Correio eletrónico: [email protected] Diretor da Agência Principal: Kodjo SEDJRO Kara Boîte Postale: n° 75 Telefone: (228) 26 60 60 79 Telefax : (228) 26 60 62 69 Chefe da Agência Auxiliar: Komi Denyo KOWU REPRESENTAÇÃO DO GOVERNADOR JUNTO DA COMISSÃO DA UEMOA Avenue Gamal Abdel NASSER, Ouagadougou, Burkina Faso Boîte Postale : 64 OUAGADOUGOU 01 Telefone : (229) 21 36 46 00 / 21 31 24 66 / 21 31 24 67 Telefax: (226) 50 30 63 76 Correio eletrónico: [email protected] Relatório anual do BCEAO – 2013 25 REPRESENTAÇÃO DO BCEAO JUNTO DAS INSTITUIÇÕES EUROPEIAS DE COOPERAÇÃO 29, rue du Colisée, 75008 Paris, França Telefone: (221) 33 839 05 00 Telefax: (223) 20 22 47 86 Correio eletrónico: [email protected] Relatório anual do BCEAO – 2013 26 O Senhor Tiémoko Meyliet KONE Governador do Banco Central dos Estados da África Ocidental Relatório anual do BCEAO – 2013 27 MESSAGEM DO GOVERNADOR DO BCEAO Em 2013, as economias dos Estados membros da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) mostraram-se resilientes, ao manter o seu crescimento num ritmo relativamente intenso, apesar da morosidade da retoma da economia a nível mundial. A taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto fixou-se em 5,6% em 2013, depois de 6,3% em 2012. Na África subsariana e no resto do mundo, o crescimento económico estabeleceu-se respetivamente em 5,4% e 3,2% em 2013 contra 5,1% e 3,5% em 2012. A taxa de inflação na UEMOA fixou-se, em média, em 1,5% em 2013, contra 2,4% em 2012 e 3,9% em 2011. O bom desempenho da atividade económica, num contexto internacional político e económico difícil, é o resultado da implementação pelos Estados da União de programas ambiciosos de desenvolvimento das infraestruturas básicas bem como de reformas estruturais para melhorar o caráter competitivo e atrativo da economia. Para reforçar os desempenhos económicos, durante os próximos anos, os Estados deverão reduzir os principais fatores de vulnerabilidade da Zona, nomeadamente a dependência do setor agrícola às condições climáticas, o défice da oferta de energia elétrica, a melhoria da qualidade e eficiência da despesa pública. Por sua vez, o Banco Central continua a contribuir para os esforços dos Estados através da melhoria do financiamento da economia. A nível conjuntural, a Instituição de emissão levou a cabo uma política monetária adaptada com vista a confortar a Tesouraria dos bancos e facilitar as condições de financiamento dos atores económicos. Neste quadro, o BCEAO procedeu, duas vezes em 2013, à redução de suas taxas de juros diretoras de 25 pontos básicos. A taxa de juros mínima de participação nos concursos públicos de injeção de liquidez e a taxa de juros no balcão da facilidade de cedência de liquidez recuaram respetivamente para 2,50% e 3,50% a partir de 16 de setembro de 2013 enquanto eram de 3,00% e 4,00% em setembro de 2012. Por outro lado, foram tomadas iniciativas para dar um novo impulso à consolidação e à diversificação do mercado financeiro. Com vista a dinamizar o funcionamento do mercado secundário e o da emissão de títulos da dívida pública, o BCEAO empreendeu um certo número de ações das quais a criação da Agência UMOA-Títulos e a Instituição de uma corporação de Operadores Especializados de Valores do Tesouro. A Agência UMOA-Títulos é encarregue, com base nas necessidades manifestadas pelos Estados, de identificar as modalidades mais apropriadas para mobilizar os recursos financeiros necessários nos mercados regionais e internacionais de capitais. Ela assista os Tesouros nacionais com vista a reforçar as suas capacidades, determinar e formular as suas necessidades, programar e coordenar as suas intervenções, promover títulos públicos junto dos investidores nacionais, regionais e internacionais, bem como proceder à gestão operacional das emissões. Os Operadores Especializados de Valores do Tesouro têm essencialmente como mandato subscrever no mercado primário títulos de dívida e obrigações do Tesouro emitidos pelos Estados, comercializá-los, contribuir para a sua liquidez no mercado secundário e apoiar os Tesouros na sua estratégia de endividamento. A intervenção desses atores deveria favorecer o desenvolvimento das operações de recompra que se materializam através de uma concessão de ativos sob forma de empréstimos concedidos, constituindo assim um importante instrumento de minimização dos riscos da contrapartida e de redução das taxas interbancárias. No total, as ações encetadas visam, sem prejuízo da estabilidade dos preços, apoiar a atividade económica, através da consolidação e de um desenvolvimento do mercado secundário. As mudanças em curso nas economias da União vão permitir aumentar a confiança e resolver os desafios de um crescimento mais forte e inclusivo bem como de uma maior resiliência aos choques. O Governador do Banco Central Dos Estados da África Ocidental Presidente do Conselho de Administração Relatório anual do BCEAO – 2013 28 VISÃO GLOBAL O contexto económico e financeiro caracterizou-se em 2013 por uma recuperação progressiva da atividade. Com efeito, a atividade registou uma melhoria motivada pelo aumento da procura final nos países industrializados e a retoma das exportações dos países emergentes. Segundo as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas em julho de 2014, a taxa de crescimento da economia mundial fixou-se em 3,2% em 2013 contra 3,5% em 2012. Nos países emergentes e em desenvolvimento, registou-se um abrandamento do ritmo do crescimento da atividade. Globalmente, a atividade económica progrediu de 3,2% em 2013 contra 3,5% em 2012. Todavia, a África subsariana mostrou-se resiliente. O crescimento económico desta região estabeleceu-se em 5,4% em 2013 contra 5,1 em 2012 devido ao aumento da procura externa dos países industrializados. Na China, o Produto Interno Bruto registou uma alta de 7,7% em 2013. Na Índia e no Brasil, o crescimento estabeleceu-se respetivamente em 5,0% e 2,5% em 2013, depois de 4,7% e 1,0% em 2012. A inflação mundial continuou com a sua desaceleração durante o ano 2013, devido à redução dos preços mundiais dos produtos alimentares. Nos países industrializados, a taxa de inflação estabeleceu-se em 1,4% em 2013, depois de 2,0% em 2012. No seio dos países emergentes e em desenvolvimento, situou-se em volta de 5,9% em 2013 contra 6,1% em 2012. Neste contexto, os bancos centrais dos principais países industrializados prosseguiram a sua política de apoio ao crescimento económico e de luta contra o desemprego. No mercado do câmbio, o euro valorizou-se, em média ao longo do ano 2013, de 3,4% em relação ao dólar americano. Em relação ao iene, à libra esterlina e ao yuan, a divisa europeia progrediu respetivamente de 26,5%, 4,7% e 0,7% no mesmo período. Nos Estados membros da UEMOA, o crescimento continuou num ritmo relativamente intenso. Segundo as últimas estimativas, o Produto Interno Bruto em volume da União progrediu de 5,6% em 2013, depois de 6,3% em 2012. O bom desempenho do crescimento económico deve-se ao aumento da produção das culturas de rendimento na maioria dos Estados, com a retoma do setor manufatureiro bem como na construção e obras públicas. A taxa de inflação na UEMOA fixou-se em média em 1,5% em 2013, contra 2,4% em 2012 e 3,9% em 2011. Este abrandamento reflete a baixa dos preços dos cereais locais, resultante dos bons resultados da campanha agrícola 2012/2013, da baixa dos preços alimentares importados e da do preço do combustível, devido à ausência de tensões nos mercados internacionais do crude. O saldo da realização das operações financeiras dos Estados em 2013 caraterizou-se pelo aumento do défice orçamental excluindo donativos em relação ao ano 2012. Com efeito, o défice global, base compromissos, excluindo donativos, fixou-se em 2.891,0 mil milhões em finais de dezembro de 2013, contra 2.226,6 mil milhões no ano anterior. Em termos de percentagem do PIB, este défice situou-se em 6,7% em 2013 contra 5,4% em 2012. Esta evolução reflete as prioridades concedidas pelos Estados membros da União, que prosseguiram a execução dos programas de investimentos públicos, com vista a criar as condições de um crescimento duradouro. No entanto, o saldo orçamental básico poderia revelar-se deficitário de 851,9 mil milhões, contra 941,9 mil milhões em 2012. O montante da dívida externa elevou-se em 10.858,2 mil milhões em finais de dezembro de 2013 contra 10.238,0 mil milhões em 2012, uma alta de 6,1%, em ligação com a prossecução dos esforços envidados pelos Estados de investimento nas infraestruturas básicas. Em contrapartida, o estoque da dívida representou em finais de 2013, o equivalente de 26,9% do PIB contra 25,4% em 2012. As transações económicas e financeiras da UEMOA com o resto do mundo no ano 2013 traduziram-se numa nítida deterioração do saldo global da balança de pagamentos. O défice do saldo estabeleceu-se em 454,6 mil milhões em 2013, contra 336,8 mil milhões em 2012. Relatório anual do BCEAO – 2013 29 Esta situação está ligada à agravação do défice corrente e à redução do excedente da conta de capital, cujos efeitos foram minorados por uma alta dos fluxos líquidos de capitais a título da conta financeira. As transações correntes e em capital cumuladas poderiam revelar-se deficitárias de 1.916,9 mil milhões em 2013, depois de um excedente de 2.203,1 mil milhões no ano anterior. Este défice seria financiado através de um cúmulo do passivo líquido em relação ao estrangeiro com 2.068,4 mil milhões em 2013, contra uma redução líquida de 2.346,4 mil milhões realizada em 2012, correspondendo à deterioração do saldo da conta financeira de cerca de 4.414,5 mil milhões. A situação líquida externa credora das instituições monetárias estabeleceu-se em 4.830,2 mil milhões em finais de dezembro de 2013, uma baixa de 748,2 mil milhões em relação a finais de dezembro de 2012. A deterioração da situação líquida externa das instituições monetárias foi amparada pelo Banco Central, cujos ativos líquidos estrangeiros recuaram para 4.950,4 mil milhões, em baixa de 577,2 mil milhões, bem como pela contração de 171,0 mil milhões da situação externa credora dos bancos. As reservas oficiais de câmbio diminuíram de 477,3 mil milhões, para se situar em 6.574,0 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Daí resultou uma taxa de cobertura da emissão monetária do Banco Central de 90,4% contra 105,5% em 2012. Ao se estabelecer em 13.883,0 mil milhões em finais de dezembro de 2013, o montante do crédito interno registou, no ritmo anual, uma progressão de 18,8%. Esta evolução deve-se essencialmente à deterioração de 747,9 mil milhões da situação líquida devedora dos Governos que se situou em 3.614,2 mil milhões em finais de dezembro de 2013, reforçada pela alta dos créditos à economia, em progressão de 16,4% de um ano para outro, para se estabelecer em 10.268,8 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Refletindo a evolução das suas contrapartidas, a massa monetária aumentou de 10,4%. Num contexto caracterizado por um controlo das pressões inflacionistas e tendo em conta as incertezas provocadas pelo contexto internacional sobre as perspetivas de crescimento na União, o BCEAO procedeu, duas vezes, à baixa de duas taxas de juros diretoras de 25 pontos básicos em março e setembro de 2013. Estas ações visavam, sem prejuízo da estabilidade dos preços, apoiar a atividade económica, através de uma flexibilidade das condições de financiamento. A taxa de juros mínima de participação nos concursos públicos de injeção de liquidez e a taxa de juros no balcão da facilidade de cedência de liquidez recuaram respetivamente para 2,50% e 3,50% a partir de 16 de setembro de 2013 enquanto eram de 3,00% e 4,00% no início do ano 2013. O dispositivo das reservas mínimas do BCEAO permaneceu o mesmo durante o ano 2013. O coeficiente das reservas mínimas aplicáveis aos bancos manteve-se em 5% para todos os bancos da UEMOA, nível vigente desde a 16 de março de 2012. No plano do funcionamento do Banco, a abordagem qualidade foi marcada pela cerimónia de entrega oficial do certificado ISO 9001 ao BCEAO, ao 20 de novembro de 2013. Ela vai contribuir para o reforço da relação de proximidade do Banco Central com o grande público e o sistema bancário, graças à ancoragem da orientação cliente no seio das estruturas operacionais e à implementação de um dispositivo de escuta dos clientes. O ano 2013 foi também marcado pela entrada em circulação de novas moedas de cinquenta (50) e de cem (100) francos em todos os Estados membros da União Monetária Oeste Africana (UMOA). Estas moedas levam mais em consideração a relação qualidade/preço e a resistência da matéria ao desgaste do tempo. Uma campanha foi lançada para o efeito, para informar o público da modificação da liga metálica das referidas moedas que não afeta o seu aspeto visual, nem a sua gramagem e os seus tamanhos. A cerimónia oficial de lançamento do Prémio Abdoulaye FADIGA para a promoção da pesquisa económica, edição 2014, decorreu ao 30 de outubro de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar. Essa cerimónia foi presidida pelo Senhor Tiémoko Meyliet KONE, Governador do BCEAO, e retransmitida por videoconferência em todos os sítios do Banco Central. Participaram nela eminentes figuras das Universidades e Centros de pesquisa da UEMOA, bem como docentes e pesquisadores. Relatório anual do BCEAO – 2013 30 No termo do ano 2013, as contas do BCEAO foram submetidas à verificação dos Auditores Nacionais e do Comissário da Auditoria nomeado pelo Conselho de Ministros. Por outro lado, o Comissário da Auditoria procedeu, conjuntamente com o Auditor designado pela França, à análise da aplicação da Convenção de Conta de Operações. Relatório anual do BCEAO – 2013 31 I - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO 1.1 - CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO INTERNACIONAL O contexto económico e financeiro caracterizou-se em 2013 por uma recuperação progressiva da atividade a nível mundial. Depois de um ligeira melhoria no primeiro semestre, a atividade económica consolidou-se durante a segunda metade do ano 2013, sob o efeito da procura final nos países industrializados e da retoma das exportações dos países emergentes. Segundo as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de crescimento da economia mundial fixou-se em 3,2% em 2013 contra 3,5% em 2012. Nos países industrializados, a melhoria das condições financeiras contribuiu para apoiar a atividade económica. De acordo com o FMI, o crescimento foi, principalmente, estimulado pela alta das variações de existências, que estabeleceu-se em 1,3%. Nos Estados Unidos, depois de ter progredido de 2,8% em 2012, o Produto Interno Bruto aumentou de 1,9% em 2013, em ligação com a boa prestação da procura doméstica final. No Japão, o crescimento económico passou de 1,4% em 2012 para 1,5% em 2013, devido às medidas de estímulo orçamental implementadas pelas autoridades japonesas. Na Zona euro, a atividade económica consolidouse gradualmente na Alemanha e, em menor grau, na França, que registaram respetivamente um crescimento de 0,5% e 0,3% em 2013. No entanto, o produto interno da Zona, considerada na sua globalidade, recuou de 0,4% em 2013, devido ao fraco desempenho das economias em dificuldade, nomeadamente a Itália e a Espanha. A nível dos países emergentes e em desenvolvimento, o crescimento económico desacelerou. Devido principalmente à fraca procura doméstica na maioria dos Estados e ao endurecimento por alguns países, das condições monetárias. Globalmente, a atividade económica progrediu de 4,7% em 2013, ou seja 0,4 ponto percentual a menos do que em 2012. Todavia, esta situação global masca o dinamismo da economia chinesa, caracterizada principalmente pela prossecução dos investimentos públicos. O produto interno bruto da China registou um aumento de 7,7% em 2013, de acordo com as estimativas do FMI. A Índia e o Brasil registaram igualmente uma melhor expansão económica, sob o efeito da consolidação das exportações. Neles, o crescimento estabeleceu-se respetivamente em 5,0% e 2,5% em 2013, contra 4,7% e 1,0% em 2012. Neste contexto, a África subsariana mostrou-se resiliente. O crescimento económico desta região estabeleceu-se em 5,4% em 2013, contra 5,1% em 2012. O ritmo das destruições de empregos recuou na maioria dos países industrializados, em ligação com a retoma da atividade registada durante os últimos meses do ano 2013. Assim, a taxa de desemprego fixou-se nos Estados Unidos em 6,7% em 2013, em baixa de 1,2 ponto percentual em relação a 2012. No Japão, esta taxa situou-se em torno de 3,7% em finais de 2013, contra 4,3%, no ano anterior. Em contrapartida, na Zona euro, a taxa de desemprego manteve-se num nível elevado de 12,0%. A inflação continuou a sua desaceleração durante o ano 2013, em relação à redução dos preços mundiais dos produtos alimentares. Nos países industrializados, a taxa de inflação estabeleceu-se em 1,4% em 2013, depois de 2,0% em 2012. No seio dos países emergentes e em desenvolvimento, situou-se em volta de 5,9% em 2013 contra 6,1% em 2012. No plano da política monetária, os bancos centrais dos principais países industrializados, exceto a Reserva Federal Norte-Americana (FED), conservaram, num contexto marcado pela ausência de tensão inflacionista, a sua política de apoio ao crescimento económico e à luta contra o desemprego. O Banco Central Europeu afrouxou a sua política monetária ao reduzir duas vezes de 25 pontos básicos, a 2 de maio e 7 de novembro de 2013, a sua principal taxa diretora, diminuído para 0,25%. A taxa de cedência de liquidez e a da facilidade de depósito foram respetivamente fixadas em 0,75% e 0%. Por outro lado, ao manter ao mesmo tempo até meados de 2015 a duração de provisão ilimitada de liquidez aos bancos através das suas principais operações de refinanciamento, o BCE pretendeu tomar, caso necessário, novas medidas de complacência da sua política monetária, para combater a deflação. Por sua vez, a Reserva Federal norte-americana (FED) implementou a sua decisão de reorientar a sua política Relatório anual do BCEAO – 2013 32 monetária conciliante, em função da melhoria das condições económicas, nomeadamente a baixa da taxa do desemprego. Ela reduziu assim de 10,0 mil milhões de dólares, o montante de suas aquisições de ativos, ao reduzir de 85,0 mil milhões para 75,0 mil milhões de dólares mensais em finais de 2013. Todavia, a FED reiterou o seu compromisso a manter as suas taxas de juro a curto prazo de zero (0-0,25%), apesar da taxa de desemprego passar acima dos 6,5% visados. O Banco do Japão (BOJ) mudou fundamentalmente a orientação da sua política monetária em março de 2013, virada, doravante, para a luta contra a deflação. Ao 3 de abril de 2013, fixou-se como objetivo prioritário a meta de 2% de inflação, a alcançar dentro de dois anos. Nesta perspetiva, decidiu aumentar as suas compras de títulos com vista a duplicar a sua base monetária no mesmo período. Ela pretende comprar cada ano cerca de 420 mil milhões de euros de obrigações de Estado japonês, para influenciar para baixa as taxas de juro de longo prazo. No seio dos países emergentes, os bancos centrais deram à sua política monetária uma orientação diferenciada em função das perspetivas de inflação. No Brasil, face à subida da inflação que se situou em 6,6% em março de 2013 para um alvo de 4,5% (+/-2%), o Banco Central aumentou por três vezes, entre abril e julho de 2013, a sua taxa diretora que passou de 7,25% em março de 2013 para 8,50% a 9 de julho de 2013. Em dezembro de 2013, esta taxa atingiu 9,5%. O Banco de Reserva da Índia, depois de três baixas sucessivas de 25 pontos básicos (pdb) da sua taxa diretora principal reduzida para 7,25% em maio de 2013, decidiu aumentar duas vezes de 25 pdb a mesma taxa diretora a 20 de setembro, e a 29 de outubro de 2013, para fixá-la em 7,25%, com vista a conter as pressões inflacionistas. O Banco Popular da China comprometeu-se a manter a orientação prudente da sua política monetária, a partir do momento em que a inflação permaneça na linha com o objetivo de 3,5% fixado para 2013. No entanto, orientou-se para um ajuste de liquidez bancária para assegurar um crescimento estável do crédito. Nos mercados dos câmbios, o euro valorizou-se em relação às principais divisas durante o ano 2013, a favor da retoma progressiva da atividade no seio da Zona euro. O valor da moeda única europeia passou, em média de 1,2848 dólar em 2012 para 1,3281 dólar em 2013, ou seja um aumento de 3,4%. Em relação ao iene, à libra esterlina e ao yuan, o euro progrediu respetivamente de 26,5%, 4,7% e 0,7% no mesmo período. O franco CFA, devido à sua vinculação nominal ao euro, conheceu em relação às principais moedas dos países industrializados, uma evolução similar à da moeda europeia. Em 2013, os mercados financeiros internacionais foram globalmente bem orientados. Os principais índices bolsistas melhoram-se gradualmente. Nos Estados Unidos, apesar dos receios causados pela decisão da FED de reduzir o seu apoio à economia, os principais índices da bolsa de Nova Iorque, o Dow Jones e o NASDAQ, aumentaram de 9,6% e 10,7% respetivamente entre setembro e dezembro de 2013. No Japão, o índice Nikkei, terminou o ano 2013 com um novo máximo ao estabelecer-se em 16.291,3 pontos contra 14.455,8 pontos em finais de setembro de 2013. No Reino Unido, o índice Footsie 100 consolidou, durante o último trimestre do ano 2013, A alta notada no trimestre anterio em finais de dezembro de 2013, estabeleceu-se em 6.749,1 pontos, em aumento de 4,4% em relação ao seu nível em finais de setembro de 2013. Na Zona euro, o índice EuroStoxx 50 progrediu de 215,6 pontos em relação ao seu nível em finais de setembro fixaando-se em 3.109,0 pontos em finais de dezembro de 2013. Em relação às matérias-primas, os preços dos produtos básicos orientaram-se, no seu conjunto, para baixa, devido à fraca procura proveniente dos países emergentes. Os preços dos produtos alimentares e dos metais registaram uma baixa em relação à queda da procura mundial. Os índices calculados pelo FMI indicam, em variação homóloga em finais de dezembro de 2013, baixas respetivas de 3,5% e 7,1%. Em contrapartida, os preços dos produtos energéticos, singularmente os do petróleo bem como os dos produtos agrícolas registaram um acréscimo, em relação retoma da atividade nos países industrializados. Em variação homóloga em finais de dezembro de 2013, os índices dos produtos agrícolas, energéticas e do petróleo aumentaram respetivamente de 6,0%, 3,0% e 4,1%. Relatório anual do BCEAO – 2013 33 Relativamente aos preços das matérias-primas exportadas pela União, predominadas pelos produtos agrícolas e mineiros, registaram na sua maioria uma forte baixa. Em média, ao longo do ano 2013, os preços mundiais destes produtos recuaram de 27,9% para a castanha de caju, 22,7% para a borracha, 19,1% para o óleo de palmiste, 14,0% para o óleo de palma e 8,2% para o café. O preço do ouro baixou também de 15,5%, devido ao recuo da procura mundial resultante das medidas coercitivas tomadas pelas Autoridades indianas para limitar as importações de ouro, com vista a reduzir o défice da conta corrente da balança de pagamentos do país. A orientação baixista dos preços mundiais do ouro justifica-se igualmente pelo novo interesse dos investidores para os ativos financeiros em dólar americano, de que adiantam um aumento das remunerações, caso a FED cessar a sua política monetária conciliante. Em contrapartida, os preços de algodão e do cacau consolidaram-se, respetivamente de 5,3% e 1,9%, durante o ano 2013. Quadro 1 : evolução das taxas médias anuais de câmbio (FCFA por unidade monetária). 2012 2013 Variação (%) Direito especial de saque (1 DTS) 782,0216 750,6864 -4,01 Dólar americano (1 USD) 510,5518 493,9063 -3,26 Franco suíço (1 CHF) 544,2272 532,8219 -2,10 Libra esterlina (1 GBP) 808,9546 772,3865 -4,52 Iene japonês (1 JPY) 6,4002 5,0591 -20,95 Fontes: BCE, FMI Quadro 2 : evolução das taxas médias trimestrais de câmbio (FCFA por unidade monetária). ANO 2012 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre Direito especial de saque (1 DTS) 771,2048 782,6354 796,7789 777,4745 Dólar americano (1 USD) 500,4249 511,9065 524,6817 505,8664 Franco suíço (1 CHF) 543,0108 545,9484 545,0411 543,0108 Libra esterlina (1 GBP) 786,0668 809,8435 828,7203 812,4313 ene japonês (1 JPY) 6,3079 6,3940 6,6730 6,2401 ANO 2013 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre Direito especial de saque (1 DTS) 756,2361 755,9277 750,0576 740,5241 Dólar americano (1 USD) 496,7113 502,1873 495,3610 481,9669 Franco suíço (1 CHF) 533,9930 532,6488 531,2253 533,5586 Libra esterlina (1 GBP) 770,7077 771,2060 767,6231 780,2139 ene japonês (1 JPY) 5,3855 5,0822 5,0065 4,8063 Fontes: BCE, FMI. 1.2 – CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO DA UMOA 1.2.1 - Produto interno bruto As economias dos Estados membros da União foram resilientes, ao manter o seu crescimento num ritmo relativamente forte, apesar da morosidade da retoma da economia a nível mundial. Relatório anual do BCEAO – 2013 34 Segundo as últimas estimativas, o Produto Interno Bruto em volume da União progrediu de 5,6% em 2013, após um crescimento de 6,3% em 2012. O bom desempenho económico deve-se ao aumento da produção das culturas de rendimento na maioria dos Estados, com a retoma do setor da industria manufatureira bem como na construção e obras públicas. Apesar da conjuntura internacional pouco favorável, quatro países dos oito mantiveram-se numa trajetória de crescimento económico de mais de 5,0% em 2013. Este vigor económico reflete as mudanças em curso nas economias da União, com a implementação de novos programas estratégicos de desenvolvimento concebidos para enfrentar os desafios de maior resiliência aos choques e de reforço gradual do nível de crescimento. A valorização das potencialidades mineiras contribuiu de modo significativo nisto. Os resultados conseguidos devem-se igualmente à nítida melhoria da qualidade das políticas económicas implementadas nos Estados e aos ambiciosos programas de investimentos em curso de execução para eliminar os obstáculos em matéria de infraestruturas. A taxa de investimento que, durante muito tempo, estagnou abaixo de 20% do PIB nos anos 2000, regista alta gradualmente desde 2012, fixando-se em 23,7% em 2013 e estabelecerá em torno de 26,1% do PIB em 2014. Gráfico 1: taxa de crescimento do PIB da UEMOA (em %) 7 6 5 4 3 2 1 0 13 20 12 20 11 20 10 20 09 20 08 20 07 20 06 20 05 20 04 20 03 20 02 20 01 20 00 20 99 19 98 19 Fonte: BCEAO. 1.2.2 – Produção agrícola A campanha agrícola 2013/2014 caracterizou-se por uma péssima repartição pluviométrica no tempo e no espaço, nomeadamente em alguns países sahelianos. Esta situação afetou o nível da produção alimentar durante a campanha agrícola, que permaneceu todavia superior à média das precedentes cinco campanhas. As estimativas realizadas pelos Serviços oficiais em abril de 2014 situam a produção alimentícia global da União em 48.234.882 toneladas durante a campanha 2012/2013, em baixa de 2,5% em relação à campanha precedente. Esta situação resulta da redução de 9,0% da produção cerealífera, devido nomeadamente às fracas colheitas conseguidas no Mali, no Níger e no Senegal. Em compensação, a produção dos tubérculos reforçou-se, registando uma alta de 3,6%. Relatório anual do BCEAO – 2013 35 Em comparação à produção média das últimas cinco campanhas, as colheitas da campanha 2013/2014 progrediram de 6,7%. Em relação às culturas de exportação, as estimativas feitas pelos Serviços oficiais indicam uma melhoria das produções da quase totalidade destes produtos, exceto o café, cujas colheitas registaram um recuo de 12,9%, passando assim de 131.602 toneladas durante a campanha 2012/2013 para 114.650 toneladas na seguinte campanha, devido ao repouso vegetativo. A produção do algodão-grão da União estabeleceu-se em alta de 11,2%, atingindo 1.832.107 toneladas durante a campanha 2013/2014. Este acréscimo da produção resulta dos esforços envidados pelos Estados, com vista a redinamizar a fileira, através da utilização das sementes com forte rendimento e da melhoria do enquadramento dos produtores. Obtiveram-se as melhores colheitas na Côte d’Ivoire (+31,2%), no Benin (+28,0%) e no Burkina Faso (+9,6%). A produção de cacau, essencialmente realizadas na Côte d’Ivoire, consolidou-se durante a campanha 2013/2014, graças às ações levadas a cabo pelas Autoridades ivoirienses para redinamizar a atividade no seio da fileira, através nomeadamente da fixação do preço mínimo garantido ao produtor e ao reforço da sensibilização dos agricultores. As estimativas disponíveis indicam uma produção de 1.449.300 toneladas durante a campanha 2013/2014, em progresso de 1,1% em relação à precedente campanha. A produção total da União estimou-se em 1.456.320 toneladas. Relativamente à castanha de caju, as estatísticas recolhidas junto dos Serviços oficiais indicam um aumento da produção na Côte d’Ivoire (+6,7%) e na Guiné-Bissau (+24,3%). As colheitas estimaram-se respetivamente nestes países em 480.000 toneladas e 145.712 toneladas durante a campanha 2013/2014. A produção do amendoim estabeleceu-se em 1.688.925 toneladas, uma alta de 12,6%, de uma campanha para outra. Esta evolução deve-se essencialmente à boa orientação das colheitas no Níger (+31,5%), na Guiné-Bissau (+19,8%), no Burkina (+12,5%) e no Benin (+16,0%). A produção do Senegal, principal produtor do amendoim da União, cifrou-se em 709.692 toneladas, em alta de 2,4% em relação à campanha 2012/2013. Gráfico 2: produções alimentícias 18000 16000 Em milhares de toneladas 14000 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 Benim Burkina Côte d'Ivoire 2011 - 2012 2012-2013 Guiné-Bissau Mali Niger Senegal Togo 2013-2014 Fontes: Fontes: organismos nacionais de comercialização. Relatório anual do BCEAO – 2013 36 Gráfico 3: produções agrícolas de exportação 2500 Em milhares de toneladas 2000 1500 1000 500 0 Cacau Café 2011 - 2012 2012-2013 Algodão Amendoim Castanha de caju 2013-2014 Fontes: Fontes: organismos nacionais de comercialização. 1.2.3 – Extração mineira Globalmente, a produção mineira registou uma baixa. A extração de ouro registou uma progressão de 2,4%, para se situar em 98.843,7 kg, principalmente sob o efeito do aumento da produção na Côte d’Ivoire (18,6%) e no Burkina Faso (9,5%), minorada pela redução das do Mali (-6,2%) e do Níger (-35,8%). A produção dos fosfatos na União foi afetada pelas avarias surgidas na cadeia de produção, nomeadamente no Senegal. Neste país, as estatísticas disponíveis indicam uma produção total de 881.453 toneladas em 2013, um recuo de 36,1% em relação a 2012. No Togo, as extrações de fosfatos aumentaram de 9,3%, atingindo 1.213.657 toneladas em 2013. A produção do urânio recuou de 7,1% no Níger, estabelecendo-se em 4.259,0 toneladas, devido à suspensão técnica do processo de extração do minério, consecutivo ao ataque terrorista de que sofreu a principal unidade de produção. Tratando-se do crude, os dados disponíveis sobre os primeiros nove meses do ano 2013, situam a produção da Côte d’Ivoire em 7.282,3 milhares de barris, em baixa de 12,5% em relação a 2012, por causa do atraso na retirada de areia de alguns poços. No Níger, a produção do petróleo registou uma alta de 40,9%, passando de 4.639,3 milhares de barris em 2012 para 6.536,2 milhares de barris em 2013. 1.2.4 - Produção industrial e volume de negócios do comércio de retalho A produção industrial dos países da UEMOA manteve-se em alta durante o ano 2013. Com efeito, o índice calculado pelo BCEAO registou, em média, um aumento de 6,7% em 2013 contra uma progressão de 5,6% em 2012. Esta evolução revela a prossecução do dinamismo notado no setor da indústria manufatureira (+10,7%) e, em menor grau, no da energia (+0,2%). Em compensação, os desempenhos registados no setor mineiro foram abaixo dos resultados do ano precedente (-0,2%). Por país, em 2013, um aumento da produção industrial foi observada no Burkina Faso (+18,5%), na Côte d'Ivoire (+9,8%), na Guiné-Bissau (+5,6%), no Mali (+3,0%) e no Togo (+0,3%). Relatório anual do BCEAO – 2013 37 Pelo contrário, registou-se um recuo no Benin (-8,3%), no Níger (-7,5%, excluindo setor petrolífero) e no Senegal (-1,6%). O volume de negócios do comércio de retalho do setor moderno aumentou também de 12,3%, em média na UEMOA em 2013 contra 12,6% em 2012. Esta progressão global da atividade comercial reflete, nomeadamente, as vendas do material circulante (+20,8%), de produtos petrolíferos (+12,2%), de artigos de vestuário (+9,3%) e de bens alimentares (+2,6%). Por país, o volume de negócios do comércio registou uma alta no Burkina Faso (+45,7%), no Togo (+18,0%), no Mali (+17,1%), na Côte d'Ivoire (+13,7%), no Senegal (+6,0%) e no Benin (+4,8%). Em contrapartida, as vendas recuaram no Níger (-19,1%) e na Guiné-Bissau (-13,1%). 1.2.5 – Evolução dos preços A inflação prosseguiu, em 2013, a sua tendência baixista iniciada em 2012. Com efeito,o aumento do nível geral dos preços no consumidor na UEMOA sobressaiu-se, em média, em 1,5% em 2013, contra 2,4% em 2012 e 3,9% em 2011. Esta desaceleração reflete a baixa dos preços dos cereais locais, resultante dos bons resultados da campanha agrícola 2012/2013, e da baixa dos preços dos produtos alimentícios importados. Do mesmo modo, devido à ausência de tensões nos mercados internacionais do crude, os preços dos combustíveis registaram uma ligeira baixa. Por outro lado, a dissipação do impacto da crise no Mali, que provocou tensões inflacionistas neste país em 2012, contribuiu também para o abrandamento do ritmo do nível geral dos preços na União. A taxa de inflação residual permaneceu ligada ao encarecimento dos legumes na maioria dos países, nomeadamente no Níger. Por outro lado, o aumento das tarifas do ensino superior na Côte d’Ivoire, a alta dos preços do gás na maioria dos países da União e o aumento do arrendamento no Níger contribuíram para a limitação do recuo da taxa de inflação em 2013. A taxa de inflação subjacente 1 inscreveu-se numa tendência baixista similar à da inflação global ao longo do ano 2013. Ela situou-se na ordem dos 1,5% em 2013 na União contra 2,3% em 2012. Esta evolução indica que a desaceleração da inflação na União apenas está ligada aos produtos alimentares, mas concerne à maioria dos bens e serviços do cabaz de consumo. A UEMOA registou em média em 2013 um diferencial de inflação favorável para com os seus principais parceiros comerciais. Este diferencial estabeleceu-se me 1,0 ponto percentual em relação a todos os parceiros, atingindo 10,2 pontos e 7,0 pontos, respetivamente, em relação ao Gana e à Nigéria. Em contrapartida, observou-se para com a Zona euro uma diferença de inflação desfavorável de 0,1 ponto percentual. Quadro 3: Variação do índice harmonizado dos preços no consumidor em 2012 e 2013 em (%) 2012 Média anual Benin Burkina Faso Côte d'Ivoire Guiné-Bissau Mali Níger Senegal Togo UEMOA 6,7 3,8 1,3 2,1 5,3 0,5 1,4 2,6 2,4 2013 Variação homóloga em finais de dezembro 6,8 1,7 3,4 1,7 2,4 0,7 1,1 2,9 2,8 Média anual Variação homóloga em finais de dezembro 1,0 0,5 2,6 0,7 -0,6 2,3 0,7 1,8 1,5 -1,8 0,1 0,4 -0,1 0,0 1,1 -0,1 -0,5 0,0 Fontes: Institutos Nacionais da Estatística dos Estados 1 O índice de inflação subjacente adotado pela UEMOA é o índice excluindo produtos frescos, cereais não transformados e energia. Relatório anual do BCEAO – 2013 38 1.2.6 - Finanças públicas Em 2013, o perfil das finanças públicas dos Estados membros da União caracterizou-se pela prioridade dada à prossecução da implementação dos programas de investimentos públicos. A consolidação dos esforços de investimentos em infraestruturas, que se prosseguiu com vista a criar as bases de um crescimento duradouro, traduziu-se por uma deterioração do défice orçamental, excluindo donativos, em relação ao ano 2012. O défice global, base compromisso, excluindo donativos, situou-se em 2.891,0 mil milhões em finais de dezembro de 2013, contra 2.226,6 mil milhões no ano anterior. Em percentagem do PIB, este défice situou-se em 6,7% em 2013 contra 5,5% em 2012. Esta degradação do défice aumentou em quase todos os países. Em relação às receitas orçamentais, as arrecadações fixaram-se em 8.343,4 mil milhões em finais de dezembro de 2013, ou seja uma alta de 549,7 mil milhões (+7,1%) em relação ao ano precedente. Registou-se estes aumentos em todos os países da União, exceto a Guiné-Bissau e o Senegal, nos quais as receitas diminuíram respetivamente de 10,4% e 0,7%. A alta das receitas orçamentais na União inscreve-se na dinâmica da transição fiscal iniciada na maioria dos países da União, com uma arrecadação mais intensa das receitas fiscais em quase todos os países, fruto das reformas empreendidas nestes últimos anos com vista à melhorar a eficiência das direções financeiras e alargar a base tributável. Neste quadro, as receitas fiscais aumentaram de 590,8 mil milhões, ou seja 9,0% em relação ao nível registado em 2012. A taxa de pressão fiscal sobressaiu-se na União em 16,6% contra 16,3% em 2012. Em contrapartida, as receitas não fiscais cifraram-se em 1.041,5 mil milhões em 2013, contra 1.089,1 mil milhões no ano anterior. Por sua vez, os donativos orçamentais fixaram-se em 1.409,7 mil milhões em finais de 2013, em alta de 49,8% em relação a dezembro de 2012. Os apoios ao orçamento (481,3 mil milhões) representaram 34,1% do total dos donativos. As despesas e empréstimos líquidos aumentaram de 12,1%, passando de 10.020,3 mil milhões em finais de dezembro de 2012 para 11.234,4 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Esta evolução das despesas públicas reflete os esforços de controlo do ritmo de progressão das despesas correntes e o acréscimo significativo das despesas de investimento. As despesas correntes registaram uma baixa de 0,9% em 2013 para se fixarem em 6.720,6 mil milhões, devido ao recuo dos juros suportados (-6,4%) e das transferências (-12,1%). Em contrapartida, a massa salarial aumentou de 7,7% para se situar em 2.798,6 mil milhões. Quanto às despesas em capital, essas fixaram-se em 4.270,7 mil milhões em finais de dezembro de 2013, um aumento de 1.234,0 mil milhões, em ligação à prossecução da implementação dos programas de investimentos públicos nas áreas das infraestruturas. Em percentagem do PIB, sobressaíram-se em 9,9% contra 7,5% em 2012. A análise por país permite distinguir dois grupos. O primeiro constituído por países em que os esforços de investimento registados foram importantes, designadamente Benin (7,0% do PIB em 2013 contra 5,6% em 2012), o Burkina (12,8% do PIB em 2013 contra 11,3% em 2012), a Côte d'Ivoire (7,9% do PIB em 2013 contra 5,0% em 2012), o Mali (7,3% do PIB em 2013 contra 3,2% em 2012) e o Níger (19,5% do PIB em 2013 contra 11,5% em 2012). A Guiné-Bissau, o Senegal e o Togo, que constituem o segundo grupo, registaram um recuo nas suas despesas de investimento, respetivamente de 0,9 ponto, 0,9 ponto, 0,2 ponto e 0,4 ponto percentual do PIB. O défice orçamental da União em 2013 foi financiado em torno de 74,8% através de recursos externos (donativos e empréstimos). O financiamento bancário líquido situou-se em 359,9 mil milhões, contra um reembolso líquido de 34,6 mil milhões no ano anterior. 1.2.7 – Balança de pagamentos As transações económicas e financeiras da UEMOA com o resto do mundo para o ano 2013 traduziram-se numa nítida deterioração do saldo global da balança de pagamentos, em ligação com a agravação do défice corrente e a redução do excedente da conta de capital. Os efeitos Relatório anual do BCEAO – 2013 39 dessas evoluções atenuaram-se por uma alta dos fluxos líquidos de capitais em relação à conta financeira2. O défice da conta corrente agravou-se de 38,3% para fixar- em 3.102,8 mil milhões de FCFA, devido à deterioração do saldo da balança dos bens e serviços bem como do rendimento primário líquido, cujos efeitos foram atenuados por uma melhoria do saldo do rendimento secundário. Em relação ao PIB, o défice da conta corrente excluindo donativos aumentou de 1,8 ponto percentual para sobressair-se em 8,2% em 2013. O défice comercial estabeleceu-se em 1.618,6 mil milhões em 2013 contra 741,5 mil milhões no ano precedente, ou seja uma degradação de 877,1 mil milhões, explicado pelo aumento das importações (+5,8%) e à redução das exportações (-0,9%). A dinâmica das importações apoiou-se na aceleração das aquisições de bens de equipamento bem como do aumento da fatura petrolífera. A evolução das importações de bens de equipamento está em relação com a prossecução e o reforço dos investimentos públicos e privado, graças nomeadamente à implementação de importantes projetos de construção de infraestruturas económicas e sociais bem como do desenvolvimento de novos projetos mineiros e petrolíferos em alguns países da União. Por sua vez, o aumento da fatura petrolífera reflete principalmente a subida da procura nos países da União, num contexto de ligeira alta dos preços nos mercados internacionais. As exportações de bens registaram uma baixa em relação ao recuo das vendas de petróleo, de ouro, de urânio, de madeira e da borracha, cujos efeitos foram atenuados pela progressão das expedições de cacau e de algodão. A melhoria das exportações de algodão revela essencialmente a alta da produção, induzida pela boa campanha 2012/2013, favorecida pelo aumento das superfícies semeadas e o dos rendimentos nos países produtores. A alta do volume de negócios do cacau está ligada ao aumento da produção, depois das reformas introduzidas neste setor na Côte d’Ivoire. Em contrapartida, o volume de negócios da fileira do ouro registou um declínio acentuado (17,9%), devido à baixa dos preços nos mercados internacionais e à redução das quantias expedidas para o estrangeiro, principalmente por causa da baixa do regime de produção de algumas minas no Burkina. Quanto ao recuo das exportações petrolíferas, resulta da depleção natural de alguns campos e a suspensão de poços na Côte d’Ivoire. O défice da balança dos serviços agravou-se, sob o efeito do aumento do frete das mercadorias, do consumo dos outros serviços especializados solicitados junto dos não residentes pelos setores das indústrias extrativas e das telecomunicações, em plena expansão, bem como da assistência técnica recebida pelo Mali no âmbito das operações de segurança e de manutenção da paz na zona norte do país. Tratando-se do saldo da conta do rendimento primário, ele prosseguiu a sua deterioração, em ligação com os pagamentos de dividendos aos acionistas estrangeiros das principais empresas exportadoras e empresas de telecomunicações da União, que registam uma evolução favorável nos seus volumes de negócios. Em compensação, o saldo da conta de rendimento secundário registou uma nítida melhoria, sob o efeito do aumento dos apoios ao orçamento e da assistência técnica de que beneficiaram os países da União, nomeadamente o Mali. Os fluxos de transferência de fundos dos trabalhadores migrantes continuaram a registar, igualmente, alta. O excedente da conta de capital registou, por sua vez, uma redução acentuada para fixar-se em 1.157,7 mil milhões em 2013, depois de ter atingido um nível excecional de 4.886,0 mil milhões em 2012, em ligação essencialmente com as anulações de dívidas concedidas pela Côte d’Ivoire (4.090,0 mil milhões) junto dos seus principais credores no âmbito da realização do ponto de conclusão da Iniciativa PPTE em junho de 2012. O cúmulo da conta das transações correntes e das transferências em capital sobressaiu portanto deficitário de 1.945,0 mil milhões em 2013, depois de um excedente de 2.642,0 mil milhões no ano anterior. Este défice foi financiado através de um aumento do passivo líquido em relação ao 2 Com a metodologia da sexta edição, mudou a convenção de sinais das rubricas da conta financeira. Os sinais (-) correspondem ao acréscimo de compromissos e/ou à redução de créditos. Quanto ao sinal (+), significa a redução de compromissos e/ou aumento dos créditos. Relatório anual do BCEAO – 2013 40 esterior de 2.068,4 mil milhões em 2013, contra uma redução líquida de 2.346,4 mil milhões em 2012. A evolução da conta financeira em 2013 traduz um aumento líquido de passivos a título da rubrica "outros investimentos" e investimentos diretos estrangeiros, estando os fluxos líquidos de investimentos de carteira, em baixa. O aumento dos passivos líquidos dos “outros investimentos” é tributável ao recuo dos reembolsos das dívidas públicas, que diminuíram para o seu nível habitual, depois de ter em conta a anulação da dívida concedida à Côte d’Ivoire em 2012. Em ligação com estas evoluções, o saldo global da balança dos pagamentos dos Estados membros da UEMOA revelou-se deficitário na ordem dos 454,6 mil milhões, um agravamento de 117,8 mil milhões em relação ao observado em 2012. A análise por país revela que este défice resultará principalmente dos saldos negativos registados no Burkina e no Senegal. 1.2.8 – Mobilização dos recursos e situação da dívida externa Os dados disponíveis situam o montante da dívida no conjunto dos Estados membros da União, em finais de dezembro de 2013, em 10.858,2 mil milhões de FCFA contra 10.238,0 mil milhões de FCFA em finais de dezembro de 2012, ou seja uma alta de 6,1%. Esta evolução depende do aumento dos saques sobre empréstimos que se estabeleceram em 1.019,6 mil milhões em 2013, em alta de 50,6% em relação a 2012. Por país, a Côte d’Ivoire foi o país que mais beneficiou dos saques com 298,4 mil milhões. É seguida do Senegal (202,6 mil milhões), do Mali (135,7 mil milhões) e do Benin (127,8 mil milhões). O rácio do montante da dívida externa sobre o PIB inscreveu-se em 26,9% em 2013 contra 25,4% um ano mais cedo. Por país, sobressaiu-se em 18,4% em 2013 contra 16,6% em 2012 no Benin, 21,7% contra 23,5% no Burkina, 32,1% contra 30,81% na Côte d’Ivoire, 34,3% contra 36,0% na Guiné-Bissau, 26,7% contra 26,0% no Mali, 18,3% contra 15,6% no Níger, 29,6% contra 28,6% no Senegal e 17,3% contra 14,0% no Togo. Apenas a Guiné-Bissau cumulou atrasos no pagamento da sua dívida externa. Assim, a luz das Iniciativas Países Pobres Altamente Endividados (PPTE, sigla em francês) e da Redução da Dívida Multilateral (IADM, sigla em francês), a análise da dívida dos países da União revela uma melhoria considerável do perfil dos indicadores de endividamento. A atualização das análises de viabilidade da dívida efetuadas na maioria dos países indica um risco de insolvabilidade fraco ou moderado. No entanto, ao longo dos anos, os rácios da dívida tendem a aumentar para alguns países com o risco de afluir para os níveis observados antes de alcançar o ponto de conclusão da Iniciativa PPTE. Em perspetiva, os Estados membros da União devem prosseguir as reformas estruturais para aumentar o seu potencial de crescimento e implementar as estratégias de endividamento público compatíveis com a preservação da sustentabilidade a médio e longo prazo da dívida pública. Relatório anual do BCEAO – 2013 41 II – IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA 2.1 – OBJETIVOS DA POLÍTICA MONETÁRIA. Desde da vigência da reforma Institucional, a 1º de abril de 2010, o objetivo principal imputado à política monetária do Banco Central é a estabilidade dos preços. Neste quadro, definiu-se o objetivo operacional de estabilidade dos preços como uma taxa de inflação anual da União, numa margem de mais ou menos um ponto percentual (1%) em torno de um valor central de 2% num período de 24 meses. Receiam-se riscos potenciais sobre a estabilidade dos preços e o crescimento, durante o exercício de enquadramento macroeconómico que permite fornecer aos membros do Comité de Política Monetária marcos sobre a futura evolução das economias da União. As principais hipóteses que fundamentaram o enquadramento macroeconómico, para o ano 2013, incidiram essencialmente sobre o contexto a nível internacional como nacional. No plano internacional, as principais hipóteses retidas são: - a saída gradual da Zona euro da crise económica e financeira e a consolidação da retoma económica nos outros países industrializados, com um crescimento económico mundial estimado, segundo o FMI, em 3,6% em 2013 e 4,1% em 2014; - um contexto macroeconómico mais favorável para os produtos básicos, revelando um potencial de aumento para os preços mundiais das matérias-primas exportadas pela União, em particular o ouro e o algodão; - uma quase estabilidade da taxa de câmbio do euro para com o dólar. Foram feitas previsões com base num euro para 1,26 dólar em 2013 e 2014 contra 1,28 em 2012; - previsões derivados do consenso do mercado que conta com um preço médio do barril de crude (WTI) que passaria de 92,0 dólares americanos em 2012 para 100,0 dólares americanos em 2013 e 2014; - uma taxa de inflação na Zona euro, principal parceiro comercial da União, previsto para 1,8% em 2013 e 2,0% em 2014; - a conservação dos preços dos produtos alimentares importados a níveis elevados, em ligação com as tensões percetíveis nos preços de alguns produtos nomeadamente o trigo, o milho e, em menos grau, o arroz. No plano interno, é antecipado: - um aumento da produção alimentícia na União durante as campanhas agrícolas 2013/2014 e 2014/2015, assentado na implementação de programas e projetos agrícolas em curso nos Estados. As projeções do Comité permanente Inter-Estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) prevêem uma alta da produção cerealífera nos países da África Ocidental e do Sahel entre 5% e 17% para a campanha 2013/2014. Prevê-se uma alta de 5% para produção cerealífera durante a campanha agrícola 2013/2014: - uma reconstituição de existências que limitaria a importância da baixa dos preços dos cereais locais em 2013; - a prossecução dos esforços envidados pelos Estados com vista a aumentar os investimentos públicos, nomeadamente nas infraestruturas básicas visando uma melhor disponibilidade e a redução dos fatores de produção; - um reforço das capacidades de produção e de distribuição da energia elétrica; - uma pacificação do clima sociopolítico em todos os países e nomeadamente no Mali e na Guiné-Bissau; Relatório anual do BCEAO – 2013 42 - a prosseguição das ações em curso, com vista a melhorar o clima dos negócios e a criação de condições propícias para o acréscimo do investimento privado na União; - a revisão em alta dos preços na bomba dos combustíveis e das tarifas de eletricidade em 2013, nomeadamente nos países onde o seu congelamento, nestes últimos anos, endivida as finanças públicas e enfraquece a situação financeira das empresas que evoluam no setor. 2.2 – AÇÃO MONETÁRIA A ação monetária do Banco Central durante o ano 2013 apoiou-se principalmente na utilização dos instrumentos indiretos de regulação da liquidez. 2.2.1 – Política das taxas de juro Num contexto caracterizado por um controlo das pressões inflacionistas e tendo em conta as incertezas provocadas pelo contexto internacional nas perspetivas de crescimento na União, o Comité de Política Monetária do BCEAO procedeu, duas vezes, à baixa de suas taxas diretoras de juro de 25 pontos básicos. Estas ações visavam, sem prejuízo da estabilidade dos preços, apoiar a atividade económica, através de um alijamento das condições de financiamento. A taxa de juros mínima de participação nos concursos públicos de injeção de liquidez e a taxa de juros no balcão da facilidade de cedência de liquidez recuaram respetivamente para 2,50% e 3,50% a partir de 16 de setembro de 2013 enquanto eram de 3,00% e 4,00% no início do ano 2013. 2.2.2 – Operações de open market A posição estrutural de liquidez dos bancos reduziu-se gradualmente durante o no 2013, graças essencialmente à incidência negativa dos fatores autónomos, nomeadamente o saldo negativo das operações com os Estados bem como o das transferências para o estrangeiro. Nestas condições, a tesouraria dos bancos revelou-se insuficiente para responder às obrigações de constituição das reservas mínimas, provocando o acréscimo das necessidades de liquidez. Para satisfazer as necessidades crescentes de liquidez das instituições de crédito, o Banco Central aumento, durante o ano, os valores postos em adjudicação nos balcões dos concursos públicos de uma semana e de um mês. Os títulos da dívida e obrigações dos Tesouros nacionais representaram o essencial dos ativos apresentados pelas instituições de crédito como apoio às operações de refinanciamento. As intervenções do Banco Central no balcão semanal dos concursos públicos sobressaíram-se em 2013 em 679,5 mil milhões em média semanal contra 440,3 mil milhões em 2012. O montante posto em adjudicação evoluiu entre 525,0 mil milhões e 1,050,0 mil milhões, em função da avaliação das necessidades de liquidez dos bancos. A taxa de juro marginal derivada das adjudicações semanais flutuou entre 2,50% e 3,00%, situando-se em 2,53% durante a última adjudicação do ano 2013. As procuras satisfeitas no compartimento mensal do mercado em 2013 situaram-se em média em 468,1 mil milhões contra 382,9 mil milhões no ano anterior. A taxa marginal dessas operações flutuou entre 2,52% e 3,00% de acordo com as modificações das taxas diretoras do BCEAO. Sobressaiu-se em 2,53% durante a última adjudicação do ano 2013. No total, o montante cumulado dos adiantamentos nos balcões de concursos públicos de uma semana e de um mês estabeleceu-se em 1.600,0 mil milhões em finais de dezembro de 2013. É integrado por 1.050,0 mil milhões no compartimento de uma semana e de 550,0 mil milhões do de um mês. Em finais de dezembro de 2012, esse montante era de 956,9 mil milhões, integrado por 525,0 mil milhões no compartimento de uma semana e de 431,9 mil milhões no de um mês. De um ano para outro, o montante dos adiantamentos nos balcões de concursos públicos inscreveu-se em alta de 643,1 mil milhões ou seja de +67,2%. Nenhuma operação de retomada de liquidez foi realizada desde o mês de janeiro de 2002. Relatório anual do BCEAO – 2013 43 2.2.3 – Ações nos balcões permanentes de refinanciamento Os créditos do Instituto de emissão às instituições de crédito no balcão de cedência de liquidez registaram evoluções contrárias durante o ano 2013. Com efeito, de um nível de 92,8 mil milhões em finais de dezembro de 2012, os avanços concedidos pelo BCEAO no balcão de cedência de liquidez sob a iniciativa dos bancos passaram para 33,8 mil milhões em finais de setembro de 2013. Todavia, os montantes aumentaram durante o último trimestre do ano 2013 para atingir 123,9 mil milhões em finais de dezembro de 2013, ou seja uma alta de 90,1 mil milhões. Essa última evolução resulta principalmente das altas importantes registadas no Burkina Faso (+36,1 mil milhões), no Senegal (+25,1 mil milhões) e na Côte d’Ivoire (+13,6 mil milhões) nos últimos três meses do ano 2013. 2.2.4 – Dispositivo das reservas obrigatórias Desde a 16 de março de 2012, o nível dos coeficientes de reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos foi fixado em 5% para o conjunto dos bancos da UEMOA contra um nível de 7% precedentemente. Os défices de constituição de reservas obrigatórias disseram respeito a 11 bancos num montante cumulado de 14,0 mil milhões no período de constituição das reservas obrigatórias expirando a 15 de dezembro de 2013 contra 12 bancos para um nível de 13,7 mil milhões no período homólogo. Quadro 4: coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos. 16 de nov. 16 de 16 de 16 de Até 15 dez. abril a ago. a de a 15 de 1998 a 15 15 de 15 de nov. 98dez. de abril ago. de set. de 2000 2000 2000 1998 16 de 16 de 16 de 16 de 16 de 16 de abril de març. de junho junho maio a set 2000 2002 a 2004 a de 2005 2009 a 15 de a 15 de 15 de 15 de a 15 de 15 de dez. abril de març. junho junho maio de 2002 de de 2005 de 2009 2010 2010 2004 16 de dez. 2010 a Desde a 15 de 16 de março març. de 2012 de 2012 (em percentagem) Benin 9,0 9,0 3,0 3,0 9,0 9,0 9,0 13,0 15,0 9,0 7,0 7,0 5,0 Burkina Faso 9,0 9,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 7,0 7,0 7,0 7,0 5,0 Côte d'Ivoire 9,0 1,5 1,5 3,0 3,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 7,0 5,0 GuinéBissau 5,0 5,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 5,0 7,0 5,0 Mali 9,0 9,0 3,0 3,0 3,0 3,0 9,0 9,0 9,0 7,0 7,0 7,0 5,0 Níger 5,0 5,0 1,5 3,0 5,0 5,0 5,0 5,0 9,0 7,0 7,0 7,0 5,0 Senegal 5,0 1,5 1,5 3,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 7,0 7,0 7,0 5,0 Togo 9,0 3,0 1,5 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 5,0 7,0 5,0 Fonte: BCEAO. 2.3 – EVOLUÇÃO DOS AGREGADOS MONETÁRIOS A situação monetária da União, em 2013, caraterizou-se pelo acréscimo da massa monetária, resultante da progressão do crédito interno. Atenuou-se a progressão da massa monetária Relatório anual do BCEAO – 2013 44 através do recuo dos ativos em divisas líquidos das instituições monetárias. As intervenções globais do Banco Central inscreveram-se em nítida alta no período. Quadro 5: Situação monetária integrada 2011 2012 Ativos em divisas líquidos Banco Central Bancos Crédito interno Posição líquida dos Governos Crédito à economia ATIVO = PASSIVO Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos nos bancos Depósito em CNE e CCP Outros elementos líquidos mil milhões FCFA 5 578,3 4 830,2 5 527,6 4 950,4 50,8 -120,2 11 690,2 13 883,0 2 866,3 3 614,2 8 823,9 10 268,8 17 268,5 18 713,1 15 010,2 16 568,1 3 907,6 4 235,0 10 991,9 12 206,7 110,7 126,4 2 258,3 2 145,0 5 839,4 5 903,9 -64,5 10 144,1 2 330,4 7 813,7 15 983,5 13 669,9 3 675,8 9 882,3 111,8 2 313,6 2013 Variação em 2013 em % Absolu -748,2 -577,2 -171,0 2 192,8 747,9 1 444,9 1 444,6 1 557,9 327,4 1 214,8 15,8 -113,3 -13,4 -10,4 -336,6 18,8 26,1 16,4 8,4 10,4 8,4 11,1 14,2 -5,0 Fonte: BCEAO. 2.3.1 – ATIVOS EM DIVISAS LÍQUIDOS Os ativos em divisas líquidos das instituições monetárias estabeleceram-se em 4.830,2 mil milhões em finais de dezembro de 2013, em baixa de 748,2 mil milhões em relação em finais de dezembro de 2012. A degradação da situação líquida externa das instituições monetárias foi amparada pelo Banco Central, cujos ativos em divisas líquidos diminuíram para 4.950,4 mil milhões, em baixa de 577,2 mil milhões, bem como pela redução de 171,0 mil milhões da situação externa devedora dos bancos. As reservas oficiais de câmbio diminuíram de 477,3 mil milhões, para se situar em 6.574,0 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Resultou daí uma taxa de cobertura da emissão monetária do Banco Central de 90,4% contra 105,5% em 2012. Por sua vez, os passivos relativos ao estrangeiro do Instituto de emissão inscreveram-se em alta de 99,9% mil milhões, ao estabelecerem-se em 1.623,6 mil milhões. Uma redução dos ativos em divisas líquidos foi observada no Burkina Faso (-143,9 mil milhões) e no Senegal (-21,0 mil milhões), enquanto registou-se uma alta no Níger (102,4 mil milhões), no Benin (99,1 mil milhões), no Mali (69,1 mil milhões), no Togo (33,8 mil milhões), na Guiné-Bissau (10,3 mil milhões) e na Côte d'Ivoire (1,6 bilião). Relatório anual do BCEAO – 2013 45 Quadro 6 : evolução por país dos ativos em divisas líquidos 2011 2012 mil milhões FCFA Benin 717,0 785,9 Ativos em divisas líquidos Banco Central 352,6 245,4 Bancos 364,3 540,5 BURKINA FASO 681,6 678,9 Ativos em divisas líquidos Banco Central 275,3 233,9 Bancos 406,2 445,0 COTE D'IVOIRE 1 812,9 1 556,9 Ativos em divisas líquidos Banco Central 1 644,1 1 296,6 Bancos 168,9 260,4 GUINE-BISSAU 119,3 84,5 Ativos em divisas líquidos Banco Central 95,4 65,0 Bancos 23,9 19,6 MALI 693,9 696,7 Ativos em divisas líquidos Banco Central 584,9 542,1 Bancos 109,0 154,6 NÍGER 263,5 431,4 Ativos em divisas líquidos Banco Central 265,2 419,8 Bancos -1,7 11,6 SENEGAL 930,6 879,5 Ativos em divisas líquidos Banco Central 726,2 775,5 Bancos 204,5 103,9 TOGO 291,1 273,8 Ativos em divisas líquidos Banco Central 200,2 76,6 Bancos 90,9 197,2 UMOA* 5 839,4 5 578,3 Ativos em divisas líquidos Banco Central 5 903,9 5 527,6 Bancos -64,5 50,8 2013 885,0 214,5 670,5 534,9 45,2 489,7 1 558,5 1 299,8 258,8 94,9 72,1 22,8 765,9 481,5 284,3 533,8 466,0 67,7 858,5 764,3 94,2 307,6 98,4 209,3 4 830,2 4 950,4 -120,2 (*) : incluindo ativos não repartidos e retificações Fonte: BCEAO. 2.3.2 - Crédito interno Em relação em finais de dezembro de 2012, o crédito interno registou um aumento de 2.192,8 mil milhões ou 18,8%, para se situar em 13.883,0 mil milhões. Esta evolução é essencialmente imputável à aumento dos créditos à economia cujo impacto foi reforçado pela degradação da situação líquida devedora dos Governos. Relatório anual do BCEAO – 2013 46 Gráfico 4 : crédito interno –UMOA = 13. 883,0 mil milhões de FCFA Senegal 18,5% Togo 5,6% N.R. & Aj. 16,7% Niger 3,3% Mali 8,1% Guiné-Bissau 0,6% Benim 6,3% Côte d'Ivoire 29,8% Burkina 11,1% Fonte: BCEAO. NB: N.R. & Aj = Não repartidos e retificações. 2.3.2.1 – Posição líquida dos Governos A situação líquida devedora dos Governos para com o sistema bancário degradou-se de 747,9 mil milhões para se situar em 3.614,2 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Esta alta deve-se à progressão das subscrições dos bancos às emissões de títulos públicos durante o período e ao recurso mais acrescido dos Estados aos apoios do FMI. Em contrapartida, os passivos dos Estados para com o Banco Central, no quadro dos apoios monetários consolidados baixaram em de 6,9 mil milhões, passando de 192,5 mil milhões em finais de dezembro de 2012 para 185,6 mil milhões em dezembro de 2013. Esta evolução deve-se à retoma pelo Níger dos reembolsos dos referidos apoios consolidados, de que apuramento total deveria ter surgido em finais de dezembro de 2012. Registam-se atrasos em alguns países, nomeadamente na Côte d'Ivoire, na Guiné-Bissau e no Níger, para os quais, o montante da dívida situou-se respetivamente em 164,1 mil milhões, 1,1 bilião e 20,4 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Relatório anual do BCEAO – 2013 47 Quadro 7: evolução por país da situação líquida do Governo 2011 2012 2013 mil milhões FCFA BENIM Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado BURKINA FASO -97,2 403,3 306,1 -164,0 439,7 275,7 -142,1 472,1 329,9 Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado COTE D'IVOIRE -7,9 318,3 310,5 -47,1 382,3 335,2 47,3 350,0 397,4 Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado GUINE-BISSAU 822,7 469,1 1 291,8 1 131,3 392,0 1 523,3 1 304,1 408,5 1 712,6 Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado MALI 8,0 12,8 20,7 21,1 3,2 24,3 21,7 4,6 26,3 Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado -203,2 418,0 214,8 -54,2 265,2 211,1 -104,9 387,7 282,8 NÍGER Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado SENEGAL 15,8 114,9 130,7 -45,1 177,1 132,0 -86,4 219,1 132,7 Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado TOGO 164,8 405,7 570,5 94,9 511,5 606,4 151,1 406,7 557,8 Situação líquida do Governo Créditos e depósitos públicos Dívidas do Estado 98,9 150,3 249,2 129,5 155,4 284,8 80,6 215,4 296,0 Fonte: BCEAO. 2.3.2.2 - Créditos à economia O montante dos créditos à economia registou uma progressão de 16,4% de um ano para outro, para se estabelecer em 10.268,8 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Esta alta deve-se aos créditos ordinários (+16,4%) e aos créditos de campanha (+15,4%). A alta dos créditos ordinários resultaria principalmente dos apoios concedidos às empresas dos setores da energia, do transporte, dos serviços, da construção e obras públicas, da agroindústria, das telecomunicações, das minas e do comércio geral. No Benim, o montante dos créditos à economia inscreveu-se em alta de 98,1 mil milhões (10,6%), para sobressair-se em 1.022,6 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Esta evolução deve-se essencialmente aos créditos ordinários que progrediram de 98,6 mil milhões. A alta dos créditos ordinários resultaria principalmente da criação de créditos a favor das empresas que evoluem nos setores da agroindústria, da distribuição de produtos petrolíferos, da energia, da construção e obras públicas, do comércio e dos serviços. Os créditos de médio e longo prazo aumentaram de 66,0 mil milhões e os de curto prazo progrediram de 32,1 mil milhões. Relatório anual do BCEAO – 2013 48 No Burkina Faso, os créditos à economia cifraram-se em 1.492,3 mil milhões, em alta de 311,1 mil milhões (26,3%) em relação a 2012. Esta evolução resulta de uma progressão de 318,5 mil milhões dos créditos ordinários enquanto os créditos de campanha diminuíram de 7,4 mil milhões. A evolução dos créditos ordinários deve-se às novas estruturas de apoios bancários a favor das empresas mineiras e algodoeiras, bem como aos créditos concedidos às empresas que evoluem nos setores da energia, dos hidrocarbonetos, das telecomunicações, da construção e obras públicas, da agroindústria, do comércio e dos serviços. Os créditos de curto prazo e os de médio e longo prazo aumentaram respetivamente de 159,0 mil milhões e de 152,1 mil milhões. Na Côte d’Ivoire, o montante dos créditos à economia estabeleceu-se em 2.830,5 mil milhões em finais de dezembro de 2013 contra 2.308,3 mil milhões em 2012. Os créditos ordinários estão em alta de 491,9 mil milhões e os créditos de campanha aumentaram de 30,4 mil milhões. A boa orientação dos créditos ordinários foi induzida pelas estruturas a favor das indústrias manufatureiras, do comércio, das empresas de seguro, do transporte, da construção e da Construção e obras públicas. Os créditos de curto prazo e os de médio e longo prazo aumentaram respetivamente em 312,8 mil milhões e 209,5 mil milhões. Na Guiné-Bissau, os créditos à economia estabeleceram-se em 66,6 mil milhões em finais de dezembro de 2013, uma alta de 2,3 mil milhões (3,6%) em relação a 2012. Esta evolução devese aos créditos ordinários que progrediram de 9,0 mil milhões enquanto os créditos de campanha diminuíram em 6,6 mil milhões (-56,3%). As empresas que evoluem na recolha de castanha de caju beneficiaram das novas estruturas de apoios bancários. Os créditos de médio e longo prazo aumentaram de 14,2 mil milhões enquanto os de curto prazo recuaram de 11,9 mil milhões. No Mali, o montante dos créditos à economia aumentou de 133,0 mil milhões (12,1%) para sobressair-se em 1.232,2 mil milhões. Esta alta deve-se à progressão de 129,8 mil milhões dos créditos ordinários, reforçada pela alta de 3,2 mil milhões dos créditos de campanha. Estes créditos ordinários foram concedidos às empresas que evoluem nas áreas das telecomunicações, do transporte, da energia, da distribuição de produtos petrolíferos, da atividade algodoeira e do comércio. Os créditos de curto prazo e os de médio e longo prazo aumentaram respetivamente de 97,0 mil milhões e de 36,0 mil milhões. No Níger, os créditos à economia fixaram-se em 519,8 mil milhões, uma alta de 19,8 mil milhões (4,0%), resultando do aumento de 20,1 mil milhões dos créditos ordinários. A progressão do montante destes créditos deve-se essencialmente aos créditos concedidos a empresas petrolíferas, as empresas de construção e obras públicas, ao comércio, às telecomunicações, à energia e aos serviços. Os créditos de médio e longo prazo e os de curto prazo aumentaram respetivamente de 17,4 mil milhões e de 2,4 mil milhões. No Senegal, os créditos no setor privado aumentaram de 269,5 (12,6%), para fixarem-se em 2.414,3 mil milhões em finais de dezembro de 2013. O acréscimo dos créditos ordinários de 255,5 mil milhões explica-se principalmente pela criação de apoios bancários a favor de atores do setor privado que atuam nos setores dos hidrocarbonetos, da agroindústria, das indústrias manufatureiras, da energia, das telecomunicações, do imobiliário e dos serviços. O acréscimo dos créditos deve-se pelo aumento de 163,6 mil milhões dos créditos a curto prazo e de 105,9 mil milhões dos de médio e longo prazo. No Togo, o montante dos créditos à economia fixou-se em 690,6 mil milhões em finais de dezembro de 2013, uma alta de 88,8 mil milhões em relação em finais de dezembro de 2012. Esta evolução está ligada à progressão de 86,4 mil milhões dos apoios ordinários e de 2,4 mil milhões dos créditos de campanha. Os créditos de curto prazo e os de médio e longo prazo progrediram respetivamente de 39,3 mil milhões e 49,5 mil milhões, o aumento é explicado essencialmente com a alta dos créditos ordinários concedidos às empresas que atuam no setor da distribuição de produtos petrolíferos, do transporte, do comércio e da indústria química ligada aos fosfatos. Relatório anual do BCEAO – 2013 49 Quadro 8: evolução por país dos créditos à economia 2011 2012 2013 mil milhões de FCFA BENIM Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo BURKINA Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo COTE D'IVOIRE Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo GUINE-BISSAU Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo MALI Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo NÍGER Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo SENEGAL Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo TOGO Créditos à economia Créditos de curto prazo Créditos de médio e longo prazo 844 960,0 472 422,0 0,0 924 440,0 472 231,0 452 209,0 1 022 582,0 504 376,0 518 206,0 0,0 577 342,7 374 256,0 1 181 172,0 736 472,0 444 700,0 1 492 313,5 895 480,5 596 833,0 0,0 0,0 0,0 2 308 304,9 1 538 243,9 770 061,0 2 830 532,6 1 851 007,6 979 525,0 0,0 38 208,0 0,0 64 224,0 47 530,0 16 694,0 66 561,4 35 673,4 30 888,0 0,0 670 412,0 0,0 1 099 195,0 709 512,0 389 683,0 1 232 166,0 806 499,0 425 667,0 402 607,0 0,0 190 286,0 499 986,0 253 824,0 246 162,0 519 768,0 256 247,0 263 521,0 1 953 000,8 997 311,8 955 689,0 2 144 754,9 1 100 381,9 1 044 373,0 2 414 262,1 1 263 988,1 1 150 274,0 506 027,3 296 769,3 209 258,0 601 800,2 343 952,2 257 848,0 690 616,1 383 267,1 307 349,0 Fonte: BCEAO. 2.3.2.3 – Evolução dos créditos recenseados na Central de riscos O montante global das utilizações de créditos recenseados na central de riscos estabeleceu-se em 7.666,4 mil milhões em finais de dezembro de 2013 contra 7.007,6 mil milhões a 31 de dezembro de 2012, ou seja uma alta de 658,8 mil milhões (9,4%). Durante o período, os créditos de curto prazo aumentaram em 555,2 mil milhões (11,6%) e os créditos a médio e longo prazo de 103,6 mil milhões (4,7%). O acréscimo do montante global dos créditos recenseados na central de riscos, registado em 2013, resulta nomeadamente da alta dos apoios consentidos aos setores das atividades tais como: - «Transportes, armazéns e comunicações» (+151,0 mil milhões); - «Comércio grossista e retalhista, restaurantes e hotéis» (+145,6 mil milhões); - «Construção civil e obras públicas» (+114,2 mil milhões); - «Eletricidade, gás e água» (+64,3 mil milhões); - «Serviços fornecidos à coletividade, serviços sociais e pessoais» (+58,4 mil milhões); - «Agricultura, silvicultura e pesca» (+34,0 mil milhões); Relatório anual do BCEAO – 2013 50 - «Seguros, assuntos imobiliários, e serviços às empresas» (+32,6 mil milhões); - «Indústrias manufatureiras» (+30,7 mil milhões); - «Indústrias extrativas» (+28,0 mil milhões). Em finais de dezembro de 2013, repartiu-se o montante global dos créditos recenseados na central dos riscos entre o Senegal (24,1%), a Côte d’Ivoire (23,3%)), o Burkina Faso (17,0%), o Benim (11,7%), o Mali (9,0%), o Níger (7,3%), o Togo (7,3%) e a Guiné-Bissau (0,3%). 2.3.3 - Massa monetária e base monetária Em relação à evolução das suas contrapartidas, a massa monetária registou uma progressão de 10,4%, para estabelecer-se em 16.568,1 mil milhões em finais de dezembro de 2013. Este acréscimo da liquidez global deve-se aos depósitos no banco que aumentaram de 11,1%, e à circulação fiduciária que subiu de 8,4%. Comparativamente a seu nível de final de dezembro de 2012, a base monetária reforçou-se em 9,6%, situando-se em 6.314,9 mil milhões em finais de dezembro de 2013, sob o efeito da progressão da circulação fiduciária e das reservas dos bancos respetivamente 8,4% e 15,3%. Quadro 9: evolução por país da massa monetária 2011 2012 2013 2011 2012 2013 mil milhões de FCFA BENIM Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE BURKINA FASO 1 377,7 376,8 1 000,9 1 463,0 398,5 1 064,5 1 720,0 504,0 1 215,9 Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE COTE D'IVOIRE 1 501,1 189,6 1 311,5 1 741,5 230,3 1 511,1 1 927,8 203,2 1 724,6 Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE GUINE-BISSAU 4 595,7 1 555,3 3 040,4 4 910,6 1 590,5 3 320,1 5 480,4 1 747,1 3 733,3 Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE MALI 173,7 85,9 87,8 162,8 83,4 79,4 186,9 91,0 96,0 Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE 1 492,0 415,4 1 076,6 1 718,5 514,3 1 204,2 1 820,4 510,0 1 310,4 NÍGER Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE SENEGAL 611,2 269,6 341,6 802,5 345,2 457,3 885,8 398,1 487,7 Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE TOGO 2 718,7 589,4 2 129,3 2 894,7 584,6 2 310,1 3 127,2 619,9 2 507,3 Massa monetária Circulação fiduciária Depósitos no banco, CCP e CNE 831,3 193,8 637,5 905,3 161,3 744,0 978,2 161,7 816,5 Relatório anual do BCEAO – 2013 51 Fonte: BCEAO. Gráfico 5: Massa monetária = 16.568,1 mil milhões de FCFA Níger 4,0% Mali 11,0% Senegal 18,9% Togo 5,9% Guiné-Bissau 1,1% N.R. & Aj. 4,1% Benim 10,4% Côte d'Ivoire 33,1% Burkina 11,6% Fonte: BCEAO. NB: N.R. & Aj = Não repartidos e retificações. Gráfico 6: Massa monetária = 6.314,9 mil milhões de FCFA Níger 7,8% Mali 11,8% Senegal 16,8% Togo 4,3% N.R. & Aj. 6,2% Guiné-Bissau 1,6% Benim 9,6% Côte d'Ivoire 36,4% Burkina 5,6% Fonte: BCEAO. NB: N.R. & Aj = Não repartidos e retificações. Relatório anual do BCEAO – 2013 52 Gráfico 7: UMOA – situação monetária integrada 18 000 000 16 000 000 14 000 000 12 000 000 10 000 000 8 000 000 6 000 000 4 000 000 janv.-11 févr.-11 mars-11 avr.-11 mai-11 juin-11 juil.-11 août-11 sept.-11 oct.-11 nov.-11 déc.-11 janv.-12 févr.-12 mars-12 avr.-12 mai-12 juin-12 juil.-12 août-12 sept.-12 oct.-12 nov.-12 déc.-12 janv.-13 févr.-13 mars-13 avr.-13 mai-13 juin-13 juil.-13 août-13 sept.-13 oct.-13 nov.-13 déc.-13 2 000 000 Activ os externos liquidos Posição liquida dos Gov ernos Créditos à Economia Massa monetária Fonte: BCEAO. 2.3.4 – Poupança privada mobilizada pelos bancos e caixas de poupança A poupança mobilizada pelo sistema bancário no seio dos países da União estimou-se em 5.187,9 mil milhões a 31 de dezembro de 2013, em alta de 422,5 mil milhões ou 8,9% em relação ao nível registado um ano antes. Esta evolução deve-se principalmente aos depósitos a prazo e às contas de regimes especiais que aumentaram respetivamente de 184,6 mil milhões ou 7,3% e 231,1 mil milhões ou 10,7%. Gráfico 8: poupança interna dos particulares e empresas –UMOA = 5.187,9 mil milhões de FCFA Guinée-Bissau 0,5% Mali 8,5% Niger 3,0% Sénégal 21,3% Togo 7,7% Bénin 10,4% Côte d'Ivoire 33,8% Burkina 14,7% Fonte: BCEAO. NB: N.R. & Aj = Não repartidos e retificações. Relatório anual do BCEAO – 2013 53 Quadro 10 : evolução por país da poupança privada recolhida pelos bancos e as caixas económicas 2011 2012 2013 mil milhões de FCFA BENIM Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) BURKINA FASO 446,2 32,4 491,5 33,6 541,9 31,5 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) COTE D'IVOIRE 593,5 39,5 691,8 39,7 764,7 39,7 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) GUINE-BISSAU 1 412,7 30,7 1 615,4 32,9 1 754,4 32,0 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) MALI 24,8 14,3 28,7 17,6 26,9 14,4 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) NIGER 362,0 24,3 385,8 22,5 442,0 24,3 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) SENEGAL 120,4 19,7 138,4 17,2 154,6 17,5 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) TOGO 1 038,8 38,2 1 076,8 37,2 1 103,9 35,3 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) UMOA 298,2 35,9 337,0 37,2 399,5 40,8 Poupança privada Poupança privada/Massa monetária (%) 4 296,7 31,4 4 765,4 31,7 5 187,9 31,3 Fonte: BCEAO. 2.3.5 – Créditos do Banco Central As intervenções do Banco Central situaram-se em 2.341,4 mil milhões a 31 de dezembro de 2013, uma alta de 1.732,5 mil milhões em relação ao nível registado em finais de dezembro de 2012. Elas se repartem em refinanciamentos a favor das instituições de crédito num montante de 1.723,9 mil milhões e em apoios aos Estados de 617,5 mil milhões. A evolução registada seguese ao acréscimo de 674,2 mil milhões dos refinanciamentos atenuado pelo recuo de 65,3 mil milhões dos apoios aos Estados. Relatório anual do BCEAO – 2013 54 Quadro 11 : Créditos do Banco Central Dez. 2012 Créditos aos Tesouros nacionais (a) 717,7 Total créditos estatutários art. 16 (incluindo 212,9 consolidação) Crédito a título do artigo 13 0,0 Descobertos nas contas correntes (art. 14) 0,0 Descobertos estatutários consolidados 212,9 Desconto de efeitos públicos (art. 15) 0,0 Títulos de Estado 0,0 Consolidações 5,1 Créditos apoiados aos DTS 499,7 Mobilizações de ações garantidas (art. 12) 0,0 Créditos aos bancos e estabelecimentos 1 049,7 financeiros com caráter bancário (b) Balcão de licitações regionais Pensão TOTAL DAS INTERVENÇÕES (a+b) Variações trimestrais (%) Variações trimestrais (%) 956,9 92,8 1 441,1 18,0 29,0 Mar 2013 Jun 2013 Set 2013 Dez. 2013 mil milhões de FCFA 665,5 648,8 632,8 617,5 188,1 187,5 186,2 185,6 0,0 0,0 188,1 0,0 0,0 5,1 472,3 0,0 0,0 0,0 187,5 0,0 0,0 5,1 456,2 0,0 0,0 0,0 186,2 0,0 0,0 5,1 441,5 0,0 0,0 0,0 185,6 0,0 0,0 5,1 426,8 0,0 1 109,8 1 161,8 1 244,5 1 723,9 1 016,7 93,1 1 775,3 23,2 16,9 1 113,0 48,8 1 810,6 2,0 6,0 1 210,7 33,8 1 877,3 3,7 17,8 1 600,0 123,9 2 341,4 24,7 35,1 Fonte: BCEAO. Os créditos aos bancos e as instituições financeiras de caráter bancário no balcão das licitações regionais fixaram-se em 1.600,0 mil milhões e os no balcão de cedência de liquidez em 123,9 mil milhões, contra respetivamente 956,9 mil milhões e 92,8 mil milhões em finais de dezembro de 2012. Quadro 12 : intervenções do BCEAO em finais de dezembro de 2013 Créditos à Créditos ao Estado (Títulos de economia Estado e consolidações de créditos) (refinanciamento) (incluindo consolidação) mil milhões de FCFA 30,2 0,0 29,2 0,0 331,0 164,1 14,8 1,1 44,4 0,0 52,9 20,4 79,0 0,0 36,0 0,0 617,5 185,6 Montante global Total Benim Burkina Côte d'Ivoire Guiné-Bissau Mali Níger Senegal Togo UMOA 378,5 315,1 292,2 11,3 261 51,8 276,3 137,7 1 723,9 408,7 344,3 623,2 26,1 305,4 104,7 355,3 173,7 2 341,4 Fonte: BCEAO. Relatório anual do BCEAO – 2013 55 Quadro 13: UMOA - créditos à economia e refinanciamentos Dez. 2012 Mar 2013 Jun 2013 Set 2013 Dez. 2013 mil milhões de FCFA Créditos à economia (incluindo créditos de campanha) Variações dos créditos à economia (em %) 8 819,9 228,3 8 829,3 293,1 9 150,1 270,2 9 457,9 173,1 10 268,8 263,4 5,8 0,1 3,6 3,4 8,6 Refinanciamentos dos créditos à economia . Créditos aos bancos e instituições financeiras 1 049,7 1 109,8 1 161,8 1 244,5 1 723,9 1 049,7 1 109,8 1 161,8 1 244,5 1 723,9 0,0 17,8 0,0 5,7 0,0 4,7 0,0 7,1 0,0 38,5 11,9 12,6 12,7 13,2 16,8 . Obrigações caucionadas Variações dos refinanciamentos (em %) Parte dos créditos à economia refinanciados junto ao BCEAO (%) Fonte: BCEAO. Quadro 14: repartição dos refinanciamentos dos créditos à economia por balcões. Dez. 2012 Set. 2013 Dez. 2013 (mil milhões de FCFA) Mercado monetário (concursos públicos) Outros balcões ordinários (cedência de liquidez) Balcão excecional Refinanciamentos títulos PASFI Refinanciamentos títulos exONCAD TOTAL % (mil milhões de FCFA) % (mil milhões de FCFA) % 956,9 91,2 1 210,7 97,3 1 600,0 92,8 92,8 8,8 33,8 2,7 123,9 7,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1 049,7 100,0 1 244,5 100,0 1 723,9 100,0 Fonte: BCEAO. 2.3.6 – Evolução das reservas obrigatórias O montante das reservas requeridas pelos bancos fixou-se em 597,4 mil milhões em 2013 contra 608,8 mil milhões um ano mais cedo. As reservas efetivamente constituídas recuaram 60,1 mil milhões, para fixar-se em 1.233,4 mil milhões. Deste modo, as reservas livres dos bancos passaram, dum período para outro, de 684,3 mil milhões para 636,0 mil milhões. Relatório anual do BCEAO – 2013 56 Quadro 15 : evolução das reservas constituídas pelos bancos (em milhões de FCFA) Períodos Reservas Reservas Défice Excedente Excedente constituídas bruto (1) Bruto (2) (+) ou Défice necessárias (-) líquido (3) = (2)+(1) incluindo Total ações 16-12-2012 a 15-01-2013 555 875 1 119 010 0 -8 220 563 135 554 915 16-01-2013 a 15-02-2013 579 346 1 259 956 0 -3 937 680 610 676 673 16-02-2013 a 15-03-2013 607 272 1 272 639 0 -10 032 665 367 655 335 16-03-2013 a 15-04-2013 504 983 1 144 424 0 -3 800 639 340 635 540 16-04-2013 a 15-05-2013 588 710 1 374 657 0 -9 805 744 980 735 175 16-05-2013 a 15-06-2013 601 680 1 273 096 0 -3 113 671 456 668 343 16-06-2013 a 15-07-2013 609 970 1 224 829 0 -6 756 614 859 608 103 16-07-2013 a 15-08-2013 601 641 1 274 910 0 -826 143 474 142 648 16-08-2013 a 15-09-2013 622 273 1 280 635 0 -3 683 658 362 654 679 16-09-2013 a 15-10-2013 615 433 1 178 546 0 -7 523 563 113 555 590 16-10-2013 a 15-11-2013 607 777 1 165 919 0 -8 050 558 142 550 092 16-11-2013 a 15-12-2013 674 235 1 232 304 0 -9 297 558 142 548 845 Média 608 818 1 293 931 0 -10 199 694 507 684 308 Fonte: BCEAO. Quadro 16 : evolução das reservas obrigatórias constituídas pelas instituições financeiras (em milhões de FCFA) Períodos Reservas Reservas Défice Excedente Excedente (+) ou Bruto (2) Défice (-) líquido (3) necessárias constituídas bruto (1) = (2)+(1) 01-01-2013 a 31-03-2013 220 192 -28 -28 01-04-2013 a 30-06-2013 206 61 -145 -145 01-07-2013 a 30-09-2013 196 30 -166 -166 01-10-2013 a 31-12-2013 212 351 Média 209 159 139 113 139 139 -50 Fonte: BCEAO. 2.3.7 – Operações do mercado interbancário Durante o ano 2013, a evolução do mercado interbancário da UMOA foi marcada pelo aumento do volume das operações e a prosseguição da baixa da taxa de juros média ponderada de uma semana. O volume médio semanal das transações elevou-se a 121,2 mil milhões de FCFA contra 73,4 mil milhões de FCFA em 2012. As operações cobriram maturidades de um (1) dia a doze (12) meses. A maturidade de nove (9) meses permaneceu inativa. Os compartimentos de um dia, uma semana, duas semanas e um mês foram os mais ativos, representando respetivamente 63,8% e 19,1% do volume médio das transações. O volume médio das transações interbancárias permaneceu relativamente baixo, apenas representando 10,6% do montante médio das injeções de liquidez do BCEAO. Por sua vez, as taxas de juros registaram uma baixa, em razão de recuo do volume dos empréstimos intragrupos (69,4% das transações totais) concedidos com taxas de juros preferenciais. Assim, no compartimento principal de uma semana, a taxa de juros média ponderada sobressaiu-se em 3,23% em 2013 contra 4,00% em 2012. Todas as praças da União participaram na animação do mercado interbancário. A praça de Abidjan foi a mais ativa (52,8%), em termos de ofertas de recursos, seguidas das de Lomé (12,3%) e de Bamako (10,9%). As principais praças beneficiárias foram as de Ouagadougou (34,6%), de Dakar (29,4%) e de Lomé (11,2%). Os empréstimos intragrupos representaram 86,6% das transações totais. Relatório anual do BCEAO – 2013 57 Quadro 17 : evolução das taxas interbancárias em 2013 (média ponderada em percentagem) 1 dia Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média 1 semana 2 semanas 1 mês 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses 4,2 4,5 3,7 3,9 3,6 3,7 3,7 4,0 5,2 3,3 3,4 3,2 3,8 3,7 3,4 3,3 3,2 3,3 3,1 3,2 3,3 3,1 3,1 2,9 3,1 3,2 5,2 5,4 5,4 5,2 5,2 5,3 5,2 5,2 5,1 5,2 5,3 5,1 5,2 5,1 5,0 5,1 4,6 5,0 5,0 4,7 4,6 4,9 4,8 4,9 5,2 4,9 5,4 5,6 4,7 5,0 4,7 4,0 5,0 5,0 4,9 5,1 4,6 5,3 5,0 6,9 5,5 7,0 6,0 7,0 5,0 6,0 5,9 6,3 5,9 6,0 5,5 5,8 5,0 6,3 Fonte: BCEAO. Quadro 18 : evolução dos empréstimos interbancários no seio da UMOA em 2013 (em milhões de FCFA) Montantes médios Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média Total incluindo UMOA 117 706 65 782 107 812 100 470 126 152 104 363 173 700 133 976 120 208 128 785 130 063 145 088 121 175 100 613 47 925 95 988 86 078 107 790 92 763 155 800 119 066 102 858 115 174 108 800 119 525 104 365 Montante médio dos empréstimos 188 128 152 505 174 161 188 637 225 190 207 954 305 852 229 993 231 406 250 875 236 500 295 575 223 898 ntervalos das taxas (em %) Duração dos empréstimos 3,00 à 7,00 3,00 à 7,00 2,75 à 7,00 2,75 à 7,00 2,75 à 7,25 2,75 à 6,75 2,75 à 7,25 2,75 à 7,00 2,75 à 8,25 2,50 à 6,50 2,50 à 6,50 2,50 à 6,50 1 dia a 3 meses 1 dia a 6 meses 1 dia a 6 meses 1 dia a 12 meses 1 dia a 12 meses 1 dia a 6 meses 1 dia a 6 meses 1 dia a 3 meses 1 dia a 12 meses 1 dia a 12 meses 1 dia a 6 meses 1 dia a 12 meses Fonte: BCEAO. 2.3.8 – Operações do mercado dos títulos públicos e privados As emissões de títulos de créditos negociáveis e de títulos públicos, com a autorização ou apoio do BCEAO, estabeleceram-se globalmente em 2.279,9 mil milhões em 2013 contra 1.647,7 mil milhões em 2012. Elas incidiram nos cupões do Tesouro num montante cumulado de 1.411,4 mil milhões, nas obrigações do Tesouro em 860,9 mil milhões e nos títulos de dívidas negociáveis com 7,6 mil milhões. As emissões de títulos de dívida negociáveis sobressaíram-se em 7,6 mil milhões em 2013 contra 16,0 mil milhões em 2012. Elas compõem-se de duas (2) emissões de títulos de dívida das instituições financeiras num montante global de 7,6 mil milhões com uma maturidade de 2 anos, realizadas na Côte d’Ivoire por Alios Finance CI. Relatório anual do BCEAO – 2013 58 Nenhuma emissão foi ressaltada em relação aos certificados de depósitos, aos papéis comerciais e aos títulos da dívida das Instituições Financeiras Regionais. Nesta base e tendo em conta os reembolsos efetuados, o montante dos títulos de dívida negociáveis estabeleceu-se em 190,1 mil milhões em finais de dezembro de 2013 contra 244,1 mil milhões no ano anterior. Reparte-se como segue: - duas (2) linhas de certificados de depósitos da Sociedade Ivoiriense de Banco (SIB CI), num montante total de 6,0 mil milhões; - Três (3) linhas de títulos de dívida das Instituições financeiras de Alios Finance (11,2 mil milhões); - quatro (4) linhas de títulos de dívida das Instituições Financeiras Regionais (BOAD), num montante de 172,9 mil milhões. Tratando-se de títulos públicos, foram realizadas, em 2013, sessenta e duas (62) emissões no montante de 2.272,4 mil milhões contra cinquenta e quatro (54) em 2012 no montante de 1.634,7 mil milhões. Quarenta e sete (47) emissões de cupões do Tesouro foram realizadas em 2013 através de adjudicação com taxas variáveis pelos oito (8) Estados da União, num montante total de 1.411,4 mil milhões contra trinta e nove (39) emissões num montante de 1.051,6 mil milhões em 2012. Estas emissões repartem-se como segue: - dez (10) para o Benim, num montante cumulado de 247,1 mil milhões; - quatro (4) para o Burkina Faso, num montante global de 91,3 mil milhões; - dez (10) para a Côte d'Ivoire, num montante total de 448,8 mil milhões; - um (01) para a Guiné-Bissau, num montante de 10 mil milhões; - oito (08) para o Mali, num montante global de 238,8 mil milhões; - três (03) para o Níger, num montante total de 91,9 mil milhões; - seis (06) para o Senegal, num montante cumulado de 147,2 mil milhões; - cinco (05) para o Togo, num montante global de 136,3 mil milhões. As taxas médias de rendimento destes títulos de dívida variaram num intervalo entre 3,9700% e 6,2075%. No compartimento longo do mercado dos títulos públicos, foram efetuadas quinze (15) emissões de obrigações do Tesouro, num montante global de 861,0 mil milhões, com taxas que variam entre 6,00% e 6,50%, contra catorze (14) emissões em 2012 num montante de 583,2 mil milhões. As maturidades evoluíram em três (3) anos e dez (10) anos. Estas emissões repartemse como segue: - uma (1) para o Burkina Faso, num montante de 121,6 mil milhões; - cinco (5) para a Côte d'Ivoire, num montante cumulado de 414,5 mil milhões; - uma (1) para o Níger, num montante de 25,0 mil milhões; - seis (6) para o Senegal, num montante global de 234,4 mil milhões; - duas (2) para o Togo, num montante total de 65,5 mil milhões. Relatório anual do BCEAO – 2013 59 III - EMISSÃO MONETÁRIA E SISTEMAS DE PAGAMENTO 3.1 – GESTÃO DA CIRCULAÇÃO FIDUCIÁRIA As operações efetuadas nos balcões do Banco Central foram marcadas, durante o ano de 2013, por um excedente dos levantamentos em relação aos depósitos dos signos monetários. Comparada à 2012, a parte das notas na circulação fiduciária permaneceu quase estável em 96,6%. 3.1.1 – Levantamentos e pagamentos nos balcões Os levantamentos e os depósitos efetuados nos balcões do Banco Central, durante o ano de 2013, envolveram um total de 4.027,2 milhões de notas e moedas, contra 3.709,5 milhões de unidades durante o exercício 2012, ou seja um aumento de 8,6%. 3.1.1.1 – Levantamentos Os levantamentos de notas durante o ano de 2013 atingiram 1.956,3 milhões de vinhetas (12.732,9 mil milhões de FCFA), contra 1.852,7 milhões de vinhetas em 2012 (11.744,2 mil milhões de FCFA), ou seja um aumento de 5,6% em volume e de 8,4% em valor. Dez. Os levantamentos mais importantes foram registados na Côte d'Ivoire (29,3%), no Burkina (18,0%), no Senegal (14,2%). O volume dos levantamentos de moedas registou um aumento de 70,9% no período, passando de 118,9 mil milhões de unidades em 2012 para 203,1 milhões de unidades em 2013. Este aumento deve-se à operação de injeção de moedas (100 e 50 FCFA em particular) que decorreu durante o primeiro semestre do ano 2013. Em contrapartida, em valor, os levantamentos de moedas passaram de 13,0 mil milhões de FCFA em 2012 para 11,5 mil milhões de FCFA em 2013, ou seja um recuo de 11,5%. A nota de 500 FCFA sendo preferido à moeda do mesmo valor facial, esta última quase não mais é usada nos balcões. Por país, os levantamentos repartem-se como seguinte: Quadro 19 : repartição dos saques nos balcões das Agências do BCEAO Côte GuinéBenim Burkina Mali Níger Senegal Faso d'Ivoire Bissau Togo Total Notas Valor (%) Valor 1 514 47 2 287 002 3 726 23 187 941, 1 619 26 766 343 1 806 845 824 788 12 732 88 1,0 ,0 3,0 0 3,0 ,0 ,0 ,0 7,0 11,9 18,0 29,3 1,5 12,7 6,0 14,2 6,5 100,0 Número 237,2 320,8 534,9 42,9 251,1 129,2 296,6 143,6 1 956,3 (%) Volume Moeda s Valor (%) Valor 12,1 16,4 27,3 2,2 12,8 6,6 15,2 7,3 100,0 1 895,0 16,4 1 318,0 11,4 2 275,0 19,7 242,0 2,1 2 137,0 18,5 871,0 7,5 1 969,0 17,1 831,0 7,2 11 537,0 100,0 Número 31,7 26,5 40,2 2,0 37,6 17,2 33,6 14,3 203,1 (%) Volume 15,6 13,0 19,8 1,0 18,5 8,5 16,5 7,0 100,0 Valores em milhões de FCFA Números em milhões de unidades Fonte: BCEAO. Relatório anual do BCEAO – 2013 60 Gráfico 9 : entradas e saídas de notas nos balcões do BCEAO 30 25 em percentagem 20 15 10 5 0 Benim Burkina Côte d'Iv oire Guiné-Bissau Entradas Mali Níger Senegal Togo Níger Senegal Togo Saídas Fonte: BCEAO. Gráfico 10 : entradas e saídas de moedas nos balcões do BCEAO 30 25 Em percentagem 20 15 10 5 0 Benim Burkina Côte d'Iv oire Guiné-Bissau Entradas Mali Saídas Fonte: BCEAO 3.1.1.2 - Depósitos Os depósitos de notas nos balcões do Banco Central envolveram 1.841,8 milhões de unidades (12.339,5 mil milhões de FCFA), contra 1.726,8 milhões de notas (11.423,5 mil milhões de FCFA) em 2012, ou seja um aumento de 6,6% em volume e de 8,0% em valor. As entradas mais importantes em valor foram observadas na Côte d'Ivoire (23,9%), no Burkina Faso (18,1%) e no Benim (14,9%). Relatório anual do BCEAO – 2013 61 Relativamente às moedas, os depósitos efetuados nos balcões do Banco Central passaram de 11,1 milhões de unidades em 2012 para 26,0 milhões de unidades em 2013, registando-se assim, no período, um aumento em volume de 134,2%. Esta variação deve-se ao retorno maciço nos balcões das moedas de 500 FCFA. Em valor, os depósitos de moedas cifram-se em 10.213,0 milhões de FCFA em 2013 contra 3.969,0 milhões de FCFA no ano transato. Por país, os depósitos repartem-se como segue: Quadro 20 : repartição dos depósitos nos balcões das Agências do BCEAO Burkina Côte GuinéBenim Mali Níger Senegal Togo Faso d'Ivoire Bissau Total Notas Valor 1 835 09 2 231 18 2 946 73 162 609 1 645 03 664 737, 1 745 97 1 108 15 12 339 51 7,0 3,0 0,0 ,0 5,0 0 2,0 5,0 9,0 (%) Valor 14,9 18,1 23,9 1,3 13,3 5,4 14,1 9,0 100,0 Número 253,7 312,9 413,2 36,8 238,8 113,5 285,9 187,0 1 841,8 (%) Volume 13,8 17,0 22,4 2,0 13,0 6,2 15,5 10,2 100,0 Valor 1 110,0 203,0 1 147,0 391,0 1 582,0 754,0 3 154,0 1 872,0 10 213,0 (%) Valor 10,9 2,0 11,2 3,8 15,5 7,4 30,9 18,3 100,0 Número 3,3 1,2 2,9 1,1 3,6 2,4 6,9 4,6 26,0 (%) Volume 12,6 4,8 11,3 4,2 13,7 9,0 26,5 17,8 100,0 Moedas Valores em milhões de FCFA Números em milhões de unidades Fonte: BCEAO. 3.1.2 – Composição da circulação fiduciária Em finais de dezembro de 2013, a circulação fiduciária estabeleceu-se em 4.775,6 mil milhões de FCFA contra 4.381,1 mil milhões de FCFA um ano mais cedo, ou seja um aumento de 9,0%. As grandes notas constituíram 89,9% da circulação das notas a 31 de dezembro de 2013 contra 90,0% no período homólogo do ano de 2012. Relatório anual do BCEAO – 2013 62 Quadro 21 : UMOA – composição das notas e moedas em circulação Valores faciais 31/12/11 31/12/12 31/12/13 3 945 809 2 939 909 669 185 163 722 172 993 153 610 4 218 446 3 107 444 672 549 196 843 226 570 15 040 162 684 4 611 563 3 433 003 716 711 199 990 195 043 66 816 164 008 352 360 365 500 54 308 58 404 51 178 250 200 100 5 774 22 132 36 531 5 698 24 752 36 935 5 471 25 169 41 704 50 16 528 17 760 20 089 25 7 935 8 440 9 173 10 6 176 6 367 6 751 5 3 615 3 708 3 849 1 259 259 259 4 099 419 4 381 130 4 775 571 Notas 10 000 5 000 2 000 1 000 500 Moedas 5 000 Total Fonte: BCEAO. 3.2 – EXECUÇÃO DE PAGAMENTOS NO INTERIOR DA UMOA 3.2.1 - Movimentos das notas nos balcões das Agências do BCEAO Com base nos resultados provisórios, os movimentos de notas externas resultando das operações de triagem estabeleceram-se, durante o exercício de 2013, em 2.210,6 mil milhões de FCFA contra 2.846,0 mil milhões de FCFA em 2012, ou seja uma diminuição de 22,3%. As notas deslocadas são constituídas principalmente pelas emitidas por Agências da Côte d'Ivoire (31,9%), do Burkina Faso (16,3%), do Togo (13,6%) e do Mali (10,9%). Os valores mais importantes de notas externas foram registados nas Agências do Benim, do Mali, do Togo e do Burkina Faso, com partes respetivas de 33,5%, 18,1%, 17,4% e 14,9%. Relatório anual do BCEAO – 2013 63 Quadro 22 : Movimentos de notas nos balcões das Agências do BCEAO (em mil milhões de FCFA) Exercício 2012 Exercício 2013 Variação (1) (2) (3)=(2)-(1) Benim 700,5 330,5 Entrada Entrada Saídas Saldos Saídas Saldos s s 370,0 741,3 183,0 558,4 40,8 -147,5 188,3 Burkina Faso 777,9 269,1 508,8 330,4 360,7 -30,3 -447,5 91,5 -539,0 Côte d'Ivoire 206,7 1 206,6 -999,9 158,3 704,4 -546,2 -48,4 -502,1 453,7 Entradas Saídas Saldos GuinéBissau 22,5 66,0 -43,5 23,0 32,4 -9,4 0,5 -33,6 34,0 Mali 371,9 289,3 82,5 399,5 241,3 158,3 27,6 -48,1 75,7 Níger 120,5 243,9 -123,3 74,1 207,3 -133,1 -46,4 -36,6 -9,8 Senegal 174,9 172,4 2,4 98,5 180,0 -81,5 -76,3 7,6 -83,9 Togo 471,2 268,2 203,0 385,5 301,6 83,9 -85,7 33,4 -119,1 0,0 2 210,6 2 210,6 0,0 -635,4 -635,4 0,0 UMOA 2 846,0 2 846,0 Fonte: BCEAO. 3.2.2 – Transferências entre os Estados membros da UMOA Os fluxos de capitais entre os Estados da União Monetária Oeste Africana (UMOA) aumentaram de 2.814,0 mil milhões ou 18,7%, passando de 15.069,5 mil milhões em 2012 para 17.883,5 mil milhões em 2013. Esta evolução resulta principalmente da melhoria dos fluxos líquidos de capitais de 36,5% a favor da Côte d’Ivoire e de 86,2% a favor do Togo. No Benim, a tendência deficitária do saldo dos fluxos líquidos de capitais melhorou-se de 5,1 mil milhões em 2013, fixando-se em 166,0 mil milhões contra 171,1 mil milhões no ano precedente, ou seja uma subida de 3,0% em ligação ao forte aumento de 601,4 mil milhões das receções de fundos provenientes de outros países da União, atenuada todavia pela consolidação de 596,3 mil milhões das emissões de fundos. No Burkina Faso, o défice dos fluxos líquidos das trocas de capitais deteriorou-se de um ano para outro, passando de 166,5 mil milhões em 2012 para 297,1 mil milhões em 2013, ou seja uma degradação de 78,4 mil milhões graças às emissões (20,2%) mais importantes do que as receções de fundos (14,5%). Na Côte d'Ivoire, o saldo excedentário dos fluxos financeiros líquidos das trocas intracomunitárias consolidou-se de 145,9 mil milhões, ao estabelecer-se em 545,2 mil milhões em 2013 contra 399,3 mil milhões em 2012, ou 36,5%, em ligação com o aumento dos fluxos líquidos de capitais recebidos dos outros Estados da União. Com efeito, as receções de fundos cresceram de 30,6%, fixando-se em 4.675,5 mil milhões em 2013 contra 3.578,9 mil milhões um ano mais cedo. Por sua vez, as emissões variaram de 29,9% cifrando-se em 4.130,3 mil milhões em 2013 contra 3.179,6 mil milhões em 2012. Na Guiné-Bissau, o saldo excedentário dos fluxos líquidos de capitais evoluiu de 2,1 mil milhões em 2012 para 5,5 mil milhões em 2013, ou seja um aumento de 3,4 mil milhões, provocado pelo acréscimo de 14 mil milhões dos capitais recebidos dos outros Estados da União que fixaram-se em 157,1 mil milhões em 2013 contra 143,1 mil milhões no ano anterior. Relatório anual do BCEAO – 2013 64 No Mali, o défice dos fluxos líquidos de capitais agravou-se de 21,0% para fixar-se em 299,3 mil milhões em 2013 contra 247,3 mil milhões em 2012. Com efeito, a melhoria das receções de 297,2 mil milhões foi atenuada pelo nível das emissões que se cifrou em 349,2 mil milhões. No Níger, o saldo excedentário dos fluxos financeiros líquidos consolidou-se, passando de 66,4 mil milhões em 2012 para se situar em 83,8 mil milhões em 2013, ou seja um reforço de 17,4 mil milhões ou 26,2%, em ligação nomeadamente com o efeito combinado do aumento de 176,0 mil milhões das receções e de 158,6 mil milhões das emissões respetivamente . No Senegal, o saldo excedentário das trocas de capitais permaneceu quase estável. Com efeito, o saldo dos fluxos líquidos de capitais intracomunitários atingiu 724,6 mil milhões em 2013 contra 723,7 mil milhões no ano precedente, ou seja uma consolidação de 0,9 mil milhões, estimulado nomeadamente pelo aumento de 31 mil milhões do volume dos capitais recebidos dos outros Estados da UMOA, parcialmente compensada pela de 30,1 mil milhões de emissões de capitais com destino a estes Estados. No Togo, o saldo deficitário dos fluxos líquidos de trocas de capitais registou uma forte redução, passando de um ano para outro de 369,2 mil milhões em 2012 para 51,0 mil milhões em 2013, sob o efeito do aumento de 10,8% das emissões com destino a outros países da União, atenuada pelo aumento de 31,0% das receções de fundos. Quadro 23 : Transferências entre os países da UEMOA (em mil milhões de FCFA) Transações 2012 Transações 2013 Variações Receções Emissões Fluxos líquidos (1) Receções Emissões Fluxos Valor líquidos (2)–(1) (2) % BENIM 1 934,2 2 105,3 -171,1 2 535,6 2 701,6 -166,0 5,1 3,0 BURKINA FASO 1 708,1 1 874,6 -166,5 1 956,1 2 253,2 -297,1 -130,6 -78,4 COTE D'IVOIRE 3 578,9 3 179,6 399,3 4 675,5 4 130,3 545,2 145,9 36,5 143,1 141,0 2,1 157,1 151,6 5,5 3,4 -161,9 1 311,4 1 558,7 -247,3 1 608,6 1 907,9 -299,3 -52,0 -21,0 GUINEBISSAU MALI NÍGER SENEGAL 656,3 589,9 66,4 832,3 748,5 83,8 17,4 26,2 3 405,5 2 681,8 723,7 3 436,5 2 711,9 724,6 0,9 0,1 TOGO 1 771,3 2 140,5 -369,2 2 320,6 2 371,6 -51,0 318,2 86,2 SIEGE 560,7 798,1 -237,4 361,2 906,9 -545,7 -308,3 -129,9 15 069,5 15 069,5 0,0 17 883,5 17 883,5 TOTAIS 0,0 0,0 - Fonte: Balanço das transferências Intra-UMOA emitidas e recebidas. 3.3 - EXECUÇÃO DOS PAGAMENTOS COM O ESTRANGEIRO 3.3.1 – Operações nas notas com o estrangeiro A 31 de dezembro de 2013, o valor em caixa global de notas em euros nas Agências representa o contravalor de 34,7 mil milhões de FCFA, contra 15,8 mil milhões de FCFA no ano precedente. Este dinheiro em caixa é essencialmente detido pelas Agências do Níger (66,2%). Durante o exercício passado, as encomendas de notas em euros estabeleceram-se ao contravalor de 1,3 mil milhões de FCFA contra 14,0 mil milhões de FCFA em 2012. Esta Relatório anual do BCEAO – 2013 65 diminuição explica-se essencialmente pelas entradas importantes das notas nos balcões da quase totalidade das Direções Nacionais do BCEAO. A semelhança do exercício precedente, nenhum repatriamento de notas de euro foi efetuado em 2013. 3.3.2 – Transferências escriturais Durante o ano 2013, os fluxos de transferências executados através do BCEAO saldaram-se pelo défice de 391,6 mil milhões depois das saídas líquidas de 550,6 mil milhões em 2012, ou seja uma redução do défice de 159,0 mil milhões. Em comparação com o ano 2012, as transferências recebidas em 2013 progrediram mais rapidamente do que as emissões do período. Com efeito, as transferências emitidas situaram-se em 4.283,4 mil milhões para o ano 2013 contra 3.898,7 mil milhões em 2012, ou seja um aumento de 384,7 mil milhões (+9,9%), enquanto as transferências recebidas passaram de 3.348,0 mil milhões para 3.891,8 mil milhões para o mesmo período, ou seja uma progressão de +543,8 mil milhões (+16,2%). A repartição das transferências entre 2012 e 2013 resume- se como se segue : Quadro 24 : Fluxos das transferências pelo BCEAO – exercício 2013 Transferências Transferências emitidas recebidas 2012 2013 2012 2013 Saldos 2012 2013 Bancos 2 034,0 2 352,4 2 950,0 3 037,0 -915,9 -684,6 Tesouros públicos e organismos regionais Diversos agentes económicos TOTAL 1 155,8 1 344,2 845,6 1 099,6 310,2 244,6 158,2 195,2 103,2 146,8 55,0 48,4 3 348,0 3 891,8 3 898,7 4 283,4 -550,7 -391,6 Fonte: BCEAO. Por sua vez, as transferências em emissão dos bancos progrediram de 87,1 mil milhões (3%) para estabelecer-se em 3.037,0 mil milhões, depois de 2.949,9 mil milhões em 2012 e 2.686,5 mil milhões em 2011. Esta evolução resulta principalmente de um aumento das operações financeiras (107,8 mil milhões; +235,1%) repartidos no essencial entre os reembolsos de empréstimos (49,3 mil milhões) e os pagamentos efetuados a título de aquisições de ativos (+66,2 mil milhões). As coberturas de importações de hidrocarbonetos (+50,5 mil milhões; +4,7%) e de produtos alimentares (+35,7 mil milhões; 5,8%) bem como os pagamentos de dividendos a favor de não residentes (+16,6 mil milhões; +7,4%) inscreveram-se também em aumento. Em compensação, as aquisições de bens de equipamentos e produtos intermediários sobressaíram-se em diminuição de 112,7 mil milhões (-20,7%). Tratando-se das transferências recebidas pelos bancos, elas aumentaram de 318,3 mil milhões (+15,7%) passando de 2.034,0 mil milhões em 2012 para 2.352,4 mil milhões a 31 de Dezembro de 2013. Recorda-se que as receções progrediram em 593,5 mil milhões em 2011. Em 2013, os motivos económicos das receções bancárias envolveram, essencialmente, o repatriamento de receitas de exportação (1.349,4 mil milhões), repartidas entre os produtos da venda de café e de cacau (384,3 mil milhões; 28,4%), de algodão (217,6 mil milhões; 16,1%), de urânio (193,7 mil milhões; 14,4%), de ouro (138,4 mil milhões; 10,3%) e de diversos produtos de exportação (415,3 mil milhões; 30,8%). Por fim, as transferências líquidas dos bancos registaram um défice de 684,3 mil milhões a 31 de Dezembro de 2013, depois de um défice de 915,9 mil milhões em 2012 e de saídas líquidas de 1.093,1 mil milhões em 2011. Relatório anual do BCEAO – 2013 66 Relativamente às transferências emitidas pelos Tesouros Nacionais durante o ano 2013, elas estabeleceram-se em 1.099,6 mil milhões, em progressão de 254,0 mil milhões (+30,0%) em relação a 2012. Envolveram principalmente os pagamentos efetuados a título de amortização da dívida externa dos Estados da União (528,7 mil milhões; 48,1%), os pagamentos de operações diversas (282,6 mil milhões; 25,7%) e de prestações de serviços (129,2 mil milhões; 11,8%) bem como o abastecimento das representações diplomáticas (159,0 mil milhões; 14,5%). As receções de fundos registadas por conta dos Tesouros Nacionais estabeleceram-se em 1.344,2 mil milhões, em aumento de 188,4 mil milhões (+16,3%) em relação ao ano 2012 (1.155,8 mil milhões) depois de 1.607,8 mil milhões em 2011. Estas entradas de recursos foram concedidas principalmente no quadro de ajuda-projeto, de apoios orçamentais e de vários apoios e subsídios de doadores de fundos. Recorda-se que o importante aumento registado em 2011 devia-se principalmente aos recursos de que beneficiou a Côte d’Ivoire à título da assistência da Comunidade internacional, na sequência da crise póseleitoral de 2010. Assim, as transferências líquidas dos bancos saldaram-se por um excedente de 244,6 mil milhões depois de um resultado de 310,3 mil milhões em 2012 e de 988,8 mil milhões em 2011. No total, em 2013, os fluxos líquidos de transferências executados através do BCEAO registaram um défice de 391,6 mil milhões, ou seja uma melhoria de 159,0 mil milhões em relação ao ano 2012, sob o efeito de uma redução do saldo deficitário das transferências bancárias. 3.4 – FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE PAGAMENTO 3.4.1 - Sistema de Transferência Automatizada e de Pagamento na UEMOA (STAR-UEMOA) O Sistema de Transferência e de Pagamento na UEMOA (STAR-UEMOA) é o sistema que permite tratar, em tempo real, as operações de importância sistémica designadamente, as transferências e as operações compensadas de SICA-UEMOA, da monética interbancária regional e da Bolsa Regional dos Valores Mobiliários (BRVM). A 31 de Dezembro de 2013, o balanço do funcionamento de STAR-UEMOA é globalmente satisfatório e ressalta as principais estatísticas seguintes: - uma nova instituição bancária foi admitida no sistema elevando assim o número de participantes para 108; - o número total de operações pagas progrediu, evoluindo de 521.592 em 2012 para estabelecer-se em 557.655 em 2013; - o valor das operações pagas passou de 145.163 mil milhões em 2012 para 188.458 mil milhões em 2013, ou seja um aumento de 29,82%; - o número total de operações inter-países pagas progrediu, evoluindo de 213.255 em 2012 para estabelecer-se em 239.577 em 2013; - o valor das operações inter-países aumentou de 25,81%, passando de 13.533 mil milhões em 2012 para atingir 17.026 mil milhões em 2013; - a taxa de rejeição por insuficiência de provisão fixou-se em 0,12%, permanecendo assim abaixo da norma máxima de 1%; - o prazo médio de pagamento das transações fixou-se, em média, em 48 segundos em 2013. Durante o ano 2014, prevê-se ações com vista a melhoria da eficiência de STAR-UEMOA com nomeadamente : - o lançamento do projeto de interconexão das RTGS da CEMAC e da UEMOA; Relatório anual do BCEAO – 2013 67 - a instalação dos Adiantamento Intra Diários (AIJ, sigla em francês) na sequência do arranque, durante o ano 2014, da aplicação TRESOR que é uma plataforma integrando instrumentos que facilitam o acesso dos bancos e Instituições financeiras aos recursos interbancários e ao refinanciamento do Banco Central. Quadro 25 : evolução de indicadores de STAR-UEMOA em 2013 Meses Valores dos Valor dos Liquidez Número Número pagamentos pagamento média dos Taxa média de total de efetuados s interbancos de rejeições pagament pagamento (em mil países (em (em mil financeiras os inters efetuados milhões de mil milhões milhões de (em %) países FCFA) de FCFA) FCFA) Prazo médio de pagamento das transações (em segundos) janeiro 44 487,0 15 148,5 18 995,0 1 428,1 1 021,6 0,14 41 fevereiro 42 356,0 12 692,8 18 236,0 1 089,1 996,9 0,12 43 março 45 122,0 13 814,2 19 374,0 1 313,5 1 097,1 0,11 41 abril 45 189,0 16 343,7 19 504,0 1 312,5 1 100,1 0,12 49 maio 47 042,0 15 107,9 20 197,0 1 502,2 1 031,6 0,14 50 junho 43 136,0 13 810,6 18 722,0 1 223,0 1 035,7 0,13 42 julho 52 316,0 16 867,7 22 176,0 1 493,3 980,5 0,10 35 agosto 45 098,0 14 512,5 18 798,0 1 363,4 1 034,4 0,13 83 setembro 44 434,0 14 394,1 19 137,0 1 316,8 Dez.1 008, 5 0,12 31 outubro 48 699,0 17 231,7 20 842,0 1 514,8 980,4 0,07 46 novembro 45 772,0 16 661,3 20 321,0 1 590,9 996,5 0,08 59 dezembro 54 004,0 21 873,2 23 275,0 1 878,6 906,0 0,19 61 Fonte: BCEAO 3.4.2 – Sistema Interbancário de Compensação Automatizado na UEMOA (SICA-UEMOA) SICA-UEMOA é o sistema de compensação de massa em que são tratados o desconto de cheques as transferências de montantes insignificantes (menos de 50 milhões de FCFA), as notas promissórias, as letras de câmbio e os avisos de cobrança. No termo do ano 2013, a atividade de SICA-UEMOA registou uma evolução significativa marcada pelo aumento dos volumes de operações e do seu valor. A título da participação, o número de instituições passou de 120 a 121 participantes com a entrada em produção de CORIS BANK na Côte d’Ivoire. Tratando-se das operações, elas registaram um aumento de 12,92% em volume e 12,09% em valor. O número total das trocas estabeleceu-se em 10.199.708 operações num valor de 33.777 mil milhões de FCFA com progressões ressaltadas a nível de todos os países. Em particular, as Relatório anual do BCEAO – 2013 68 operações regionais registaram uma evolução de 88,13% em número e de 144,35% em valor. O cheque permanece o instrumento mais trocado, o seja 73% do volume das operações. As evoluções do volume das operações de trocas no SICA-UEMOA Quadro 26 : dados característicos das trocas no SICA-UEMOA em 2012/2013 Países Número Ano 2012 Ano 2013 Valor (em mil milhões de FCFA) Variação % Ano 2012 Ano 2013 Variação % Benim 370 323,0 403 277,0 8,9 2 060,0 2 204,0 7,0 Burkina Faso 796 064,0 1 018 285,0 27,9 3 274,0 3 961,0 21,0 4 189 068,0 4 822 059,0 15,1 11 810,0 13 647,0 15,6 11 901,0 13 216,0 11,1 53,0 55,0 4,1 Mali 493 101,0 545 907,0 10,7 3 049,0 3 210,0 5,3 Níger 149 651,0 165 268,0 10,4 799,0 943,0 18,1 2 677 199,0 2 831 789,0 5,8 7 681,0 8 012,0 4,3 331 258,0 373 667,0 12,8 1 324,0 1 539,0 16,2 13 948,0 26 240,0 88,1 84,0 205,0 144,4 9 032 513,0 10 199 708,0 12,9 30 134,0 33 777,0 12,1 Côte d'Ivoire Guiné-Bissau Senegal Togo Régional Total UEMOA Fonte: BCEAO Para o ano 2014, o número de participantes deveria aumentar, com a entrada em produção dos bancos recentemente autorizados e de alguns Tesouros Públicos Nacionais. Por outro lado, as ações apontadas visam essencialmente a prossecução dos projetos de melhoria e de maximização do funcionamento do sistema bem como a sua segurança nos planos operacional e técnico. Neste sentido, prevê-se: - a entrada em produção efetiva do Fundo de garantia cujas convenções estão para ser assinados: - a elaboração do caderno de encargos do projeto de centralização dos sistemas nacional e regional na Sede do BCEAO. Esta centralização responde à necessidade de melhorar a eficiência e a gestão do sistema, bem como à redução do custo ligado à sua exploração e à criação de um dispositivo de socorro. 3.4.3 - Central dos Incidentes de Pagamento A título da Central dos Incidentes de Pagamento (CIP), as ações levadas a cabo envolveram: - o seguimento das declarações e o suporte das solicitações bem como das reclamações dos Estabelecimentos Detentores de Conta (ETC, sigla em francês); - a gestão do dossier relativo ao fenómeno de recrudescência da emissão de cheques sem provisões nos Estados membros da UEMOA; Relatório anual do BCEAO – 2013 69 - a prosseguição de diligências de estabilização da aplicação da CIP com base nos disfuncionamentos assinalados e pedidos de melhoria formulados pelos utentes. A 31 de dezembro de 2013, o número de contas apoiadas em instrumentos de pagamento declarados na CIP à escala da UEMOA situa-se em 4.760.328 contra 3.187.777 em 2012 e 3.140.620 em 2011. A taxa de homonímia para o ano 2013 continua aceitável e situa-se em 0,20% contra uma norma de 1%. O seguinte quadro faz a síntese das taxas de declaração e de homonímia bem como do número de consulta da CIP a 31 de dezembro de 2013. Quadro 27 : dados saídos da aplicação da CIP em 31 de dezembro de 2013 Taux de Número de Número de Número de Países contas contas detidas déclaration en consulta declaradas (1) (2) % Taxa de homonímia em % Benim 451 545 558 245 80,89 19 364 0,48 Burkina Faso 797 938 909 299 87,75 21 079 0,14 1 736 029 2 395 296 72,48 12 101 0,11 31 814 51 122 62,23 119 0,03 Mali 729 942 792 642 92,09 4 093 0,10 Níger 243 430 285 950 85,13 1 952 0,32 Senegal 561 274 617 736 90,86 38 484 0,10 Togo 208 356 245 035 85,03 2 510 0,32 4 760 328 5 855 325 81,30 99 702 0,20 Côte d'Ivoire Guiné-Bissau TOTAL Fonte: BCEAO (1) contas baseadas em instrumentos de pagamentos e declaradas na CIP (2) contas baseadas em instrumentos de pagamentos nos livros de ETC 3.4.4 – Vigilância dos sistemas de pagamento Os artigos 9 e 21 dos Estatutos do Banco Central estipulam que o BCEAO tem de velar pelo bom funcionamento e pela segurança dos sistemas de pagamento, ao tomar todas as medidas requeridas com vista a assegurar a eficiência, a solidez bem como a segurança dos sistemas de pagamento através da compensação interbancária e de outros sistemas de pagamento no seio da UMOA e com os países terceiros. Neste aspeto, o Regulamento nº 15/CM/2002/UEMOA de 19 de Setembro de 2002 relativo aos sistemas de pagamento nos Estados membros da UEMOA atribui ao BCEAO, no seu artigo 3, o papel de supervisor dos sistemas de pagamento, com vista a contribuir para manter a estabilidade financeira da União através do reforço da segurança e eficiência dos referidos sistemas. O principal objetivo prosseguido pelo BCEAO através da missão de vigilância dos sistemas de pagamento é o de manter a estabilidade financeira, a promoção da eficiência, da fiabilidade e da segurança dos sistemas de pagamento no seio da União. Para o exercício 2013, as atividades de vigilância dos sistemas de pagamento concentraram-se em: - o seguimento contínuo do bom funcionamento dos sistemas de pagamento geridos pelo BCEAO (STARUEMOA e SICA-UEMOA) Relatório anual do BCEAO – 2013 70 - a supervisão das instituições de moeda eletrónica. A título do bom funcionamento dos sistemas de pagamento geridos pelo Banco Central, o seguimento efetuou-se com base nos princípios fundamentais editados pelo Banco dos Pagamentos internacionais, através da análise dos indicadores de funcionamento e dos incidentes. Neste quadro, foram formuladas e comunicadas recomendações aos gestores destes sistemas com vista à sua implementação. Relativamente à supervisão das instituições de moeda eletrónica, ela consistiu na análise no local da atividade destas estruturas. Foram criados, pelas instituições de moeda eletrónica interessadas, planos de ação corretivos dos pontos não-conformes e regulamentares. O ano 2014 será consagrado ao reforço da vigilância dos sistemas e meios de pagamento, através a atualização da política de vigilância dos sistemas de pagamento bem como do quadro operacional conexo, ao olhar do balanço desta atividade executada desde 2008 e do surgimento de novas normas internacionais estabelecidas na matéria. Nesta base, as principais ações identificadas em 2014 para finalizar o novo quadro de vigilância dos sistemas de pagamento articulam-se em torno da atualização da política e do referencial de vigilância dos sistemas de pagamento. 3.4.5 – Quadro jurídico e regulamentar. Em relação ao quadro jurídico e regulamentar, as reflexões incidiram, em 2013, sobre a revisão da Instrução nº 01/SP/2006 de 31 de julho de 2006 vigente, relativa à emissão de moeda eletrónica e às instituições de moeda eletrónica (EME). Neste aspeto, foram propostas orientações com base nos ensinamentos tirados das evoluções do contexto, da análise recente da situação das Instituições de Moeda Eletrónica, dos constrangimentos de aplicação da Instrução de 31 de julho de 2006 bem como das experiências de alguns países em que a atividade desenvolveu-se de modo aceitável. Em 2014, as orientações validadas traduzir-se-ão na revisão da Instrução. Ressaltar-se-á principalmente o reforço da segurança e da credibilidade das soluções implementadas bem como a proteção dos utentes dos serviços financeiros eletrónicos, nomeadamente os baseados no celular. Relatório anual do BCEAO – 2013 71 IV – SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO 4.1 – EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO 4.1.1 – Evolução do panorama ou da rede bancária Durante o ano 2013, a rede bancária da UEMOA consolidou-se com oito (8) unidades em relação ao ano precedente, graças às seguintes evoluções: - no Benim, tomou-se uma decisão relativa à autorização de instalação de uma sucursal de CBAO Grupo Attijariwafa bank; - no Burkina Faso, a Comissão Bancária autorizou a instalação de uma filial do Banco de Desenvolvimento do Mali (BDM), denominado Banco da União (BDU-BF), no âmbito do processo de acreditação única; - na Côte d’Ivoire, a Comissão Bancária autorizou a instalação de uma filial de Coris Bank, no âmbito do processo de acreditação única; - no Níger, uma autorização foi concedida a CBAO Groupe Attijariwafa bank para a abertura de uma sucursal; - no Senegal, tomou-se uma decisão ministerial relativa à acreditação do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico (BNDE). Por lado, a Comissão Bancária autorizou a instalação de uma sucursal do BCI-Mali; -no Togo, tomou-se uma decisão ministerial relativa à acreditação de Bank Of Africa Togo na qualidade de banco, enquanto a acreditação foi retirada ao Banco Togolês de Desenvolvimento (BTD) na qualidade de banco, na sequência da sua fusão-absorção por ORABANK Togo. Por outro lado, a Comissão Bancária autorizou a instalação de uma filial de Coris Bank, no âmbito do processo de acreditação única; Desta feita, em 2013, o número de instituições de crédito acreditadas fixou-se em cento e vinte e sete (127), contra cento e dezanove (119) no ano precedente. Por outro lado, a configuração do panorama bancário foi marcada pela restruturação institucional do Grupo BRS (Banco Regional de Solidariedade). Ela segue-se à tomada de controlo do Grupo pela sociedade ORAGROUP SA em junho de 2013, à transformação da filial “BRS Côte d’Ivoire” na sede social, seguida da sucursalização de sete (7) filiais instaladas nos outros Estados membros e da mudança de denominação de BRS-Côte d’Ivoire em “ORABANK-Côte d’Ivoire”. A repartição das instituições de crédito acreditadas por país a 31 de Dezembro de 2013 apresenta-se como segue: Relatório anual do BCEAO – 2013 72 Quadro 28 : repartição das instituições de crédito por país (*) 31 Dez. 2012 Bancos BENIM BURKINA FASO COTE D’IVOIRE GUINE-BISSAU MALI NÍGER SENEGAL TOGO UMOA Instituições Financeiras de Caráter bancário Balcões P1 P2 31 Dez. 2013 Instituições Financeiras Bancos de Caráter bancário Balcões P1 P2 12 0 182 197 13 0 190 254 12 5 207 208 13 5 231 245 24 1 557 572 25 1 567 701 4 0 23 19 4 0 26 38 13 2 328 282 14 2 432 343 10 1 127 53 11 1 141 108 19 2 363 377 21 2 367 385 12 2 189 136 13 2 197 171 106 13 1 976 1 844 114 13 2 151 2 245 Fonte: BCEAO N.B. : P1 = balcões, agências escritórios e pontos de venda; P2 = DAB/GAB. * com base nos despachos de acreditação ou de cancelamento de acreditação. 4.1.2 – Atividade dos bancos e instituições financeiras Entre 2012 e 2013, a evolução do sistema bancário da União caraterizou-se pelo crescimento dos recursos e dos empregos de 11,7% e de 17,9% respetivamente. Os recursos das instituições de crédito estabeleceram-se em 16.473,5 mil milhões em finais de Dezembro de 2013 contra 14.741,5 mil milhões em finais de dezembro de 2012, registando, deste modo, um aumento de 1.732 mil milhões. Esta evolução resulta de um aumento de 1.501,8 mil milhões (+12,3%) dos depósitos e empréstimos, de 149,4 mil milhões (+9,7%) dos fundos próprios líquidos e de 80,8 mil milhões (+8,6%) dos diversos recursos. As aplicações cresceram em 2.517,8 mil milhões durante o período para se cifrar em 16.620 mil milhões em finais de Dezembro de 2013, explicadas pelo aumento dos créditos à clientela de 1.659,2 mil milhões (+17,3%) e de outras aplicações de 858,6 mil milhões (+18,9%). Os créditos a curto prazo progrediram de 743 mil milhões (+14,4%), e os créditos de médio e longo prazo de 789,8 mil milhões (+21,3%). Os créditos em mora aumentaram de 129,8 mil milhões (+20,9%). As operações de leasing e similares registaram um recuo de 3,4 mil milhões (3,3%). Tratando-se de outras aplicações, os títulos de investimento e as imobilizações financeiras aumentaram respetivamente de 712,6 mil milhões (+26,4%) e de 35,1 mil milhões (+6,0%) para estabelecer-se em 3.413,5 mil milhões e 622,7 mil milhões. A taxa bruta de degradação da carteira dos bancos e instituições financeiras da União aumentou de 0,5 ponto percentual no período, para estabelecer-se em 15,4% em finais de Dezembro de 2013. A taxa líquida, tendo em conta as provisões constituídas, inscreveu-se, em contrapartida num aumento de 0,2 ponto percentual, para estabelecer-se em 6,7%. Relatório anual do BCEAO – 2013 73 A tesouraria dos bancos e instituições financeiras registou uma diminuição de 146,5 em finais de Dezembro de 2013, em degradação de 785,8 mil milhões em relação ao ano precedente, resultante de um acréscimo mais importante das aplicações em relação aos recursos no período. Quadro 29: evolução das aplicações e recursos dos bancos e instituições financeiras da UMOA Em mil milhões de FCFA Montantes UMOA Dez. 2012 (1) 1. CRÉDITOS Variações Dez. 2013 em valor en % (2) (3)=(2)-(1) (4)=(3)/(1) 9 569,7 11 228,9 1 659,2 17,3 Créditos a longo prazo 354,2 474,3 120,1 33,9 Créditos a médio prazo 3 348,5 4 018,2 669,7 20,0 Créditos a curto prazo 5 145,0 5 888,0 743,0 14,4 290,1 256,2 -33,9 -11,7 Leasing e similares 101,8 98,4 -3,4 -3,3 Créditos em mora (a) 620,2 750,0 129,8 20,9 279,4 345,3 65,9 23,6 6,5 6,7 0,2 3,1 2. OUTRAS APLICAÇÕES 4 532,5 5 391,1 858,6 18,9 Títulos de investimento 2 700,9 3 413,5 712,6 26,4 Imobilizações financeiras 587,6 622,7 35,1 6,0 Outras imobilizações 649,1 722,0 72,9 11,2 Diversas aplicações 594,9 632,9 38 6,4 14 102,2 16 620,0 2 517,8 17,9 1. FUNDOS PRÓPRIOS LÍQUIDOS 1 547,7 1 697,1 149,4 9,7 2. DEPÓSITOS E EMPRÉSTIMOS 12 250,4 13 752,2 1 501,8 12,3 A prazo 5 971,7 6 655,9 684,2 11,5 Contas disponíveis 6 278,7 7 096,3 817,6 13,0 943,4 1 024,2 80,8 8,6 14 741,5 16 473,5 1 732,0 11,7 639,3 -146,5 -785,8 -122,9 1. DISPONIBILIDADES -470,4 -550,2 -79,8 17,0 2. BANCOS E CORRESPONDENTES -172,9 696,7 869,6 -502,9 2 813,3 2 939,7 126,4 4,5 Incluindo fora UMOA 711,2 574,1 -137,1 -19,3 Recursos Incluindo fora UMOA 2 640,6 328,1 3 535,6 476,2 895,0 148,1 33,9 45,1 dos quais créditos de campanha dos quais duvidosos e litigiosos Taxas líquidas de degradação (a/1) (em %) A. TOTAL APLICAÇÕES (1+2) 3. OUTROS RECURSOS B. TOTAL RECURSOS (1+2+3) DÉFICE (-) OU EXCEDENTE (+) (B-A) CLASSIFICAÇÃO DO SALDO DE TESOURARIA Aplicações Fonte: BCEAO Relatório anual do BCEAO – 2013 74 4.1.3 – Situação em relação ao dispositivo prudêncial Com base nas informações disponíveis a 31 de dezembro de 2013, no plano prudencial, os fundos próprios efetivos cumulados do todo o sistema da UMOA sobressaíram-se em 1.163,5 mil milhões*. Os riscos ponderados estabeleceram-se em 11.171,3 mil milhões. Resultou daí um rácio médio “capital próprio em risco” de 10,42%, em diminuição de 0,58 ponto percentual em relação ao final de dezembro de 2012, par uma norma mínima fixada em 8,0%. Cerca de 72% das instituições de crédito cumpriam este rácio. Por outro lado, a 31 de Dezembro de 2013, 64% dos bancos e instituições financeiras de caráter bancário cumpriam a norma de liquidez, contra 65% em finais de Dezembro de 2012. No total, no plano prudêncial, a maioria das principais racios ligadas aos fundos próprios são cumpridas por uma importante parte das instituições. Na área da supervisão, dezoito (18) instituições, ou seja 16% do efetivo global das instituições de crédito estavam sob vigilância estrita. Entre eles, três (3) bancos foram objeto de uma medida de administração provisória, em ligação com a sua situação financeira desequilibrada e das insuficiências na sua gestão bem como no seu funcionamento. 4.1.4 – Dispositivo dos acordos de classificação O dispositivo dos acordos de classificação foi instituído pelo Conselho de Ministros da UMOA em Dezembro de 1990. Ele foi objeto duma restruturação em Setembro de 2002. Ele constitui um instrumento de controlo, a posteriori, da qualidade da carteira dos bancos e instituições financeiras. Neste quadro, os bancos e as instituições financeiras têm a obrigação de submeter ao BCEAO pedidos de acordo de classificação para pelo menos as suas cinquenta (50) maiores empresas beneficiárias de crédito. Por decisão n° CM/UMOA/022/12/2012 do Conselho de Ministros da UMOA relativa à revisão da norma do coeficiente de cobertura das aplicações a médio e longo prazo através de recursos estáveis e ab-rogação do rácio de estrutura da carteira aplicável às instituições de crédito da União, estas instituições já não não têm a obrigação de cumprir o rácio de estrutura da carteira, correspondente à relação mínima de 60% entre os seus créditos que beneficiam de um acordo de classificação e o montante total dos seus créditos brutos. No entanto, para as suas necessidades, o BCEAO continua a acompanhar as realizações das instituições de crédito em relação ao rácio de estrutura da carteira. Durante o exercício 2013, 849 pedidos de acordo de classificação foram instruídos pelo Banco Central, num montante global de 1.146,4 mil milhões contra 982 dossiers no ano precedente num valor de 1.636,3 mil milhões. No termo da análise dos dossiês, 701 pedidos cumprindo as normas previstas pelo dispositivo obtiveram uma cotação favorável em torno de 730,0 mil milhões correspondentes a 82,6% dos dossiês instruídos e 63,7% dos montantes apresentados. Em finais de Dezembro de 2013, o montante dos créditos classificados estabeleceu-se em 622,4 mil milhões contra 773,6 mil milhões em 2012. * Dados reavaliados Relatório anual do BCEAO – 2013 75 Quadro 30 : acordos de classificação tratados em 2013 (montante em milhões de FCFA) Montante Montante Montante Número de dos créditos total dos total dos dossiês que Número créditos que créditos que de submetidos beneficiaram beneficiaram não de um dossiês a pedido de de um beneficiaram acordo de rejeitados acordo de classificação acordo de de acordo de classificação classificação classificação Países Número de dossiês de pedidos de acordo de classificação analisados BENIM 443 154 114 372 103 754 71 50 360 BURKINA FASO 49 239 505 22 80 622 27 158 883 COTE D’IVOIRE 27 189 518 23 148 825 4 40 693 GUINEBISSAU 11 1 545 11 1 545 0 0 MALI 95 269 393 89 206 457 6 62 936 NÍGER 62 138 839 44 87 063 18 51 776 9 39 198 4 19 612 5 19 586 TOGO 153 114 275 136 82 164 17 32 111 Total 849 1 146 387 701 730 042 148 416 345 SENEGAL Fonte: BCEAO 4.2 – EVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO REGIONAL Durante o ano 2013, a Bolsa Regional dos Valores Mobiliários (BRVM) evoluiu num contexto económico marcado, no plano internacional, por uma retomada ainda que tímida nos países industrializados. No plano interno, a situação macroeconómica melhorou muito em 2013, a favor da recuperação da economia ivoiriense, da prossecução das reformas estruturais e do reforço das ações que visam a melhoria da atratividade dos Estados membros. Neste contexto, os dois índices de referência, a saber o BRVM10 e o BRVM compósito, aumentaram respetivamente de 62,30 pontos e 65,44 pontos em relação a seus níveis de Dezembro de 2012, fixando-se em 246,34 pontos e 232,02 pontos em finais de Dezembro de 2013. Por conseguinte, a capitalização bolsista total registou uma progressão de 37,90% em 2013, estabelecendo-se em 6.706,3 mil milhões em finais de Dezembro de 2013. Esta evolução sucede-se à um aumento de 39,74% da capitalização do mercado das ações, que se estabeleceu em 5.633,5 mil milhões em finais de Dezembro de 2013, e de 28,97% da das obrigações que se fixou em 1.072,8 mil milhões. Neste último compartimento, seis (6) novas linhas foram introduzidas num montante total de 258,7 mil milhões. 4.3 - EVOLUÇÃO DO SETOR DO MICROCRÉDITO E DA INCLUSÃO FINANCEIRA 4.3.1 – Indicadores de atividade De acordo com as informações disponíveis em finais de Dezembro de 2013, a UMOA conta cerca de setecentos setenta e quatro (774) instituições de microcrédito. O número de beneficiários das prestações de serviço dos Sistemas Financeiros Descentralizados (SFD), em relação a Dezembro de 2012, registou um aumento de 8,89%, situando-se em 12,7 milhões em finais de Dezembro de 2013. Relatório anual do BCEAO – 2013 76 No plano da intermediação financeira, os depósitos e os financiamentos criados aumentaram. Com efeito, os depósitos progrediram de 13,25%, para se situar em 772,1 mil milhões de FCFA contra 681,8 mil milhões de FCFA no ano anterior. Os montantes de créditos progrediram de 10,23%, para se fixar em 713,0 mil milhões de FCFA (ou seja 7,3% dos créditos dos bancos) contra 646,9 mil milhões de FCFA em 2012. A taxa bruta de degradação da carteira dos SFD da União, medida pelo rácio dos créditos em mora sobre o montante de créditos, fixou-se em à 6,88% em finais de Dezembro de 2013 contra 5,54% no mesmo período do ano transato. A proporção dos SFD que possuem uma taxa bruta de degradação da qualidade de sua carteira superior neste limite permanece elevada fixando-se em 78,4%, em recuo em relação ao registado no mesmo período do ano precedente (86,9%). 4.3.2 – Implementação do Programa Regional de Apoio à Finança Descentralizada (PRAFIDE) As ações levadas a cabo durante o ano 2013 pelo BCEAO, no âmbito da implementação do PRAFIDE beneficiaram do apoio financeiro do Consórcio de doadores de fundos (CGAP-FENUASDI) e da Cooperação luxemburguesa através do projeto «AFR/017-Promoção de setores financeiros inclusivos na Zona UEMOA». Elas envolveram os seguintes pontos: - a organização do quadro jurídico e do dispositivo prudencial; - a vigilância do setor do microcrédito; - a melhoria da informação financeira; - o reforço das capacidades dos atores que intervêm na área do microcrédito. 4.3.2.1 – Organização do quadro jurídico e do dispositivo prudêncial A título da organização do quadro jurídico e do dispositivo prudêncial, elaborou-se e publicou-se, junto dos atores do setor do microcrédito, uma coletânea de textos regulamentares e legislativos aplicáveis aos SFD na UMOA. Esta coletânea foi também traduzida em português. Por outro lado, o Banco Central lançou dois (2) estudos relativos respetivamente aos dispositivos a serem criados para a transformação de SFD de um certo tamanho em instituição de crédito e à cartografia dos riscos dos SFD. 4.3.2.2 – Supervisão do setor Foi organizada nas instalações da Sede do BCEAO em Dakar, de 04 a 07 de Março de 2013, a reunião anual da concertação entre o BCEAO, o Secretariado Geral da Comissão Bancária da UMOA (SGCB-UMOA) e os Ministérios encarregues das Finanças dos Estados membros da UMOA. Este encontro foi consagrado ao balanço da vigilância do setor da finança descentralizada em cada um dos Estados membros da União e à análise dos programas de inspeção dos SFD para o ano 2013. Durante o encontro, os participantes concordaram realizar trinta e duas (32) missões conjuntas de inspeção dos SFD que implicam os Ministérios encarregues das Finanças e o Banco Central. Neste aspeto, o BCEAO, conjuntamente com as Estruturas Ministeriais de Seguimento dos SFD, realizou vinte e seis (26) missões de inspeção em finais de Dezembro de 2013 contra vinte e cinco (25) em 2012. A estas missões, acrescentam-se nove (9) realizadas pelo SGCB-UMOA junto dos SFD visados no artigo 44 da lei relativa à regulamentação dos SFD, ou seja um total de trinta e cinco (35) missões de inspeção. O reforço da vigilância do setor, através do controlo dos SFD que concentram os maiores riscos, permanece um desafio maior para as Autoridades de supervisão do setor. A título da instrução dos dossiês de pedido de autorização de exercer, o BCEAO procedeu à análise de quarenta e nove (49) dossiês de pedido de acreditação e de quatro (4) pedidos de derrogação à condição de nacionalidade. Relatório anual do BCEAO – 2013 77 Por outro lado, no quadro do reforço dos meios materiais destinados à supervisão dos SFD, o BCEAO, com o financiamento do Projeto AFR/017, lançou a processo de aquisição dos veículos destinados às Direções Nacionais. Neste quadro, comprou-se um veículo todo-o-terreno para as Direções Nacionais do BCEAO. 4.3.2.3 – Melhoria da informação financeira Neste quadro da melhoria da informação no setor, o Banco Central prosseguiu os trabalhos de criação duma Central dos riscos dos SFD da UMOA. Assim, ele assinou um contrato de prestação de serviços com o delegado do dono da obra encarregue de apoiar a implementação do projeto. Prosseguiram-se também os trabalhos relativos à aplicação de uma solução informática centralizada de seguimento dos SFD pelas Autoridades de vigilância à escala da União. 4.3.2.4 – Reforço das capacidades O Banco Central prosseguiu, durante o ano 2013, através de seminários realizados no plano regional, as suas ações de reforço de capacidades na área do microcrédito. Neste título, realizou os encontros seguintes: - um seminário de reforço das capacidades dos supervisores do setor do microcrédito, de 17 a 21 de Junho de 2013; - um ateliê de validação do guia e do programa-tipo de trabalho do inspetor dos SFD da UMOA, de 11 a 15 de novembro de 2013, em Dakar. Participou igualmente, como de costume, numa série de encontros ou eventos relativos ao setor do microcrédito e da inclusão financeira. 4.4 - IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES PARA A PRESERVAÇÃO E A CONSOLIDAÇÃO DA VIABILIDADE DO SETOR DO MICROCRÉDITO NA UMOA O ano 2013 foi consagrado à implementação do plano de ação para a preservação e a consolidação da viabilidade do setor do microcrédito na UMOA. Neste aspeto, a primeira reunião do Comité de Pilotagem realizou-se a 3 de Setembro de 2013, na sequência das reuniões dos Comités nacionais de seguimento, para analisar os relatórios trimestrais por estes comités. A síntese dos trabalhos foi submetida ao Conselho de Ministros da UMOA durante a sua sessão do mês de Setembro de 2013. 4.5 – BALANÇO DO SETOR E PERSPETIVAS O ano 2014 será marcado pela prossecução da implementação do plano de ação para a preservação e a consolidação da viabilidade do setor do microcrédito na UMOA bem como atividades previstas no âmbito do Projeto “AFR/017 – Promoção dos setores financeiros inclusivos na Zona UEMOA”. Ressaltou igualmente o arranque dos trabalhos relativos à elaboração de uma estratégia regional de inclusão financeira. As principais atividades deverão envolver a consolidação da implementação do novo quadro jurídico, a melhoria da governação, a consolidação do dispositivo da vigilância e a melhoria da informação do setor. Em relação à consolidação da implementação do novo quadro jurídico, proceder-se-á à prossecução da vulgarização e a aplicação efetiva dos novos textos que rege o setor do microcrédito na UMOA. Tratando-se da melhoria da governação, proceder-se-á ao início dos trabalhos conexos à elaboração de uma Carta de boa governação para os SFD e as Associações Profissionais dos Sistemas Financeiros Descentralizados (APSFD). Relativamente a consolidação do dispositivo da vigilância, as ações visadas incidirão sobre: Relatório anual do BCEAO – 2013 78 - a finalização da atualização do guia e do programa-tipo de trabalho do inspetor dos SFD da UMOA; - a finalização dos trabalhos de aplicação de uma solução informática centralizada de seguimento dos SFD a favor das Estruturas Ministeriais de Seguimento (SMS), do BCEAO e do SGCB-UMOA, que deverá constituir um verdadeiro dispositivo de controlo documental de um mecanismo de alerte precoce. Em matéria de melhoria da informação do setor, as medidas a serem implementadas são relativas a: - aceleração dos trabalhos relativos à criação de uma Central dos riscos dos SFD na União; - finalização do estudo sobre os dispositivos a serem criados para a transformação dos SFD de um certo tamanho em instituições de crédito e da relativa à cartografia dos riscos dos SFD da UMOA. A título da inclusão financeira, o Banco Central procederá à assinatura, com o Fundo de Equipamento das Nações Unidas (UNCDF, sigla em inglês), de um acordo quadro de parceria para a elaboração de uma estratégia regional de inclusão financeira e ao arranque dos trabalhos previstos no quadro deste acordo. A primeira etapa vai consistir na organização de um ateliê de reflexão sobre a inclusão financeira na UEMOA, com vista a identificar os desafios do setor e as taxas de intervenção prioritárias a levar a cabo para a definição e a implementação da estratégia regional de inclusão financeira. Por outro lado, prevê-se a implementação do programa de ação previsto no protocolo de Acordo assinado com o Banco Islamita de Desenvolvimento (BID) no âmbito da promoção do desenvolvimento da finança islamita nos Estados membros da UMOA, nomeadamente a finalização dos trabalhos relativos à revisão dos textos regulamentares que regem a finança islamita na União. 4.6 – REFORÇO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA 4.6.1 – Atividades realizadas no âmbito do reforço da estabilidade financeira na União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) As atividades realizadas no âmbito do reforço da estabilidade financeira durante o ano 2013 envolveram a criação da Agência UMOA-Títulos, a organização do quadro regulamentar relativo às condições de banco e às normas prudenciais vigente na UMOA. Estas atividades incidiram também sobre a revisão dos textos jurídicos que regem as operações de recompra e a adaptação da legislação relativa à luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo (LBC/FT). Elas traduziram-se na prossecução dos trabalhos de criação do Fundo Regional de Garantia do pagamento dos saldos do Sistema Interbancário de Compensação Automatizado da UEMOA bem como do Fundo de Garantia dos Depósitos na União Monetária Oeste Africana (FGD-UMOA). A título dos trabalhos ligados à criação da Agência UMOA-Títulos, o Regulamento n°06/2003/CM/UEMOA relativo aos títulos de divida do Tesouro emitidos por via de adjudicação ou de sindicação com a ajuda da Agência UMOA-Título, foi adotado pelo Conselho de Ministros da União durante a sua sessão de 28 de junho de 2013. Por outro lado, a Instrução n° 02-092013 de 6 de setembro de 2013 relativa às regras gerais aplicáveis aos Especialistas em Valores do Tesouro (SVT) nos Estados membros da UEMOA, foi assinada pelo Governador do BCEAO a 6 de setembro de 2013 e divulgada junto das instituições de crédito e das Sociedades de Gestão e Intermediação (SGI). Com vista a reduzir o custo do crédito, o quadro jurídico que rege as condições de banco beneficiou de importantes restruturações. Neste aspeto, e na dinâmica da diminuição das taxas diretoras do Banco Central, a taxa de de usura diminuiu por Decisão nº CM/UMOA/011/06/2013 que fixa a taxa de desgaste nos Estados membros da UEMOA de 28 de junho de 2013 do Conselho de Ministros, de 18% a 15% para os bancos e de 27% a 24% para as instituições Relatório anual do BCEAO – 2013 79 financeira de caráter bancário, os Sistemas Financeiros Descentralizados (SFD) bem como os outros agentes económicos. A entrada em vigor destas taxas é prevista para 1 de janeiro de 2014. A lei relativa à definição e à repressão da usura foi também revista e completada por uma nova lei relativa à taxa do juro legal. Estas duas novas leis foram transmitidas aos Estados membros da União para inserção nos seus ordenamentos jurídicos internos. Por outro lado, com vista a promover a mobilização da poupança, foi revisto o quadro regulamentar que rege os produtos de poupança regulamentados. Assim, o montante máximo que pode ser detido nas contas de depósitos e prazo e títulos de dívida bem como as contas e cadernetas de poupança foi harmonizado na União a dez milhões (10.000.000) de francos CFA. Para alinhar as normas prudênciais vigentes na UMOA com os padrões internacionais tendo ao mesmo tempo conta das especificidades da Zona, os trabalhos para a migração do dispositivo prudêncial para Basileia II e Basileia III iniciaram-se em 2013, com a assistência técnica do FMI. Neste aspeto, AFRITAC Ocidental efetuou duas missões na Sede do Banco Central durante os meses de setembro e de novembro de 2013. Por outro lado, o Parecer nº 001-01-2013 de 7 de janeiro de 2013, às instituições financeiras relativo à revisão da norma do rácio de transformação e à supressão do rácio de estrutura da carteira na UMOA foi dirigido às instituições de crédito da União para informá-los da supressão do rácio de estrutura da carteira e da redução de 75% para 50% da norma mínima do rácio de cobertura das aplicações de médio e longo prazos através de recursos estáveis, depois da adoção desta medidas pelo Conselho de Ministros durante a sua sessão de 14 de dezembro de 2012. No quadro das ações que visam a consolidação do mercado financeiro da União, os textos jurídicos que regem as operações de recompra foram renovados para melhorar as condições de financiamento das economias dos Estados membros. Com efeito, à iniciativa do Banco Central, o Conselho de Ministros da União adotou durante a sua sessão de 28 de junho de 2013, o Regulamento nº 07/2013/CM/UEMOA relativo às operações de recompra na UEMOA. Este texto foi complementado pela Instrução do Governador nº 03-09-2013 de 6 de setembro de 2013 relativo ao modelo-tipo de convenção-quadro relativa às operações de recompra. Para melhorar o dispositivo de gestão dos sistemas de pagamento, o BCEAO prosseguiu os trabalhos iniciados para a criação do Fundo Regional de Garantia do pagamento dos saldos do Sistema Interbancário de Compensação Automatizado da União Económica e Monetária Oeste Africana (SICA-UEMOA), com vista a reforçar a segurança do referido sistema. Neste sentido, foi elaborado o projeto de Convenção relativa à criação do Fundo e que fixa as suas regras de gestão. Por outro lado, as simulações efetuadas relativas à contribuição dos participantes`na dotação do Fundo, foram examinadas e validadas com os atores interessados. O início das atividades do Fundo é previsto para 2014, depois da assinatura da Convenção pelos participantes. Por outro lado, em conformidade com a Decisão nº CM/UMOA/017/09/2012 em data de 28 de Setembro de 2012 do Conselho de Ministros, o BCEAO encetou os trabalhou de criação do Fundo de Garantia dos Depósitos na União Monetária Oeste Africana (FGD-UMOA) que culminaram nomeadamente na elaboração dos projetos de Estatutos desta estrutura. As diligências relativas à obra deverão prosseguir-se em 2014 com nomeadamente a designação efetiva dos membros do Conselho de Administração e o recrutamento do Diretor do Fundo. Com vista a adaptar a regulamentação em matéria de luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo (LBC/FT) na União às mutações surgidas tanto no plano interno como externo, um projeto de nova lei uniforme conexa foi elaborado e comunicado aos atores interessados da região, para recolher as suas observações. Com efeito, a releitura dos textos vigentes revelou-se indispensável para dar respostas apropriadas às dificuldades encontradas durante a sua implementação e ter em conta as novas normas internacionais na matéria, publicadas pelo Grupo de Ação Financeira (GAFI) em Fevereiro de 2012. Um ateliê regional de Relatório anual do BCEAO – 2013 80 validação do projeto é previsto durante o ano 2014 antes da sua submissão ao Conselho de Ministros da União, para adoção durante o mesmo ano. 4.6.2 – Reuniões do Comité de Estabilidade Financeira na UMOA O Comité de Estabilidade Financeira na UMOA (CSF-UMOA), presidido pelo Governador do BCEAO, organizou a primeira de suas duas reuniões estatutárias a 21 de junho de 2013 em Dakar. A segunda sessão, inicialmente prevista a 11 de dezembro de 2013, não se realizou por causa de constrangimentos de calendário. Ela foi programada para o primeiro trimestre 2014. Durante a sua reunião de Junho de 2013, o Comité recomendou que uma atenção particular seja concedida à consolidação da qualidade dos ativos das instituições de crédito nos Estados que saem de uma crise sociopolítica bem como ao seguimento da fragilidade de algumas instituições de microcrédito. Preconizou igualmente uma melhoria dos instrumentos de supervisão dos grupos financeiros e sublinhou a importância de ter em conta os riscos que os atrasos na normalização sociopolítica em alguns Estados poderão impactar sobre a solidez das instituições financeiras no espaço UMOA. Os membros do CSF-UMOA insistiram, por outro lado, sobre a necessidade, para o supervisor do setor dos seguros, de organizar controlos específicos para, por um lado, verificar a aplicação efetiva das disposições regulamentares relativas ao pagamento em dinheiro dos subsídios de seguro e, por outro lado, avaliar o impacto desta medida sobre a redução dos atrasos de pagamento dos sinistros. por outro lado, com vista a reforçar a eficiência das ações dos seus membros, o Comité adotou a Carta que organiza a cooperação entre as Autoridades de supervisão do sistema financeiro. Os membros aprovaram, por fim, as propostas do Grupo dos Peritos relativas ao instrumento jurídico apropriado para a criação de um quadro de supervisão dos grupos financeiros que operam na União. 4.6.3 - Seguimento dos riscos no seio do sistema bancário No quadro da implementação dos exercícios de prevenção de crises, o BCEAO procedeu em junho de 2013 a testes de resistência relativos a todo o sistema bancário da UMOA. Estes testes seguem-se aos efetuados em janeiro de 2013 no setor bancário ivoiriense, em colaboração com os serviços do Fundo Monetário Internacional (FMI), durante a consulta regional em relação ao artigo IV dos estatutos desta instituição. Destas simulações foi concluído que o sistema bancário da União é globalmente resiliente, em particular, ao risco de liquidez. A resiliência ao risco de contrapartida será todavia menos importante, nomeadamente quando o risco de concentração é tido em conta. Estes resultados são confortados pelos Indicadores de Solidez Financeira (ISF) elaborados periodicamente pelos Serviços do Banco Central encarregues da vigilância macro prudencial. Relatório anual do BCEAO – 2013 81 V - OUTRAS ATIVIDADES DO BCEAO 5.1 - GESTÃO DAS RESERVAS DE CÂMBIO A gestão das reservas de câmbio caraterizou-se pela prosseguição da política de diversificação dos suportes de investimentos dos ativos em divisas distraídos da Conta de Operações, no estrito cumprimento dos princípios e práticas de prudência admitidos de modo comum para a gestão de reservas oficiais de câmbio, em particular as Diretivas do FMI na matéria. Durante o ano 2013, a gestão das reservas de câmbio do BCEAO foi conduzida num contexto económico internacional caracterizado, por um lado, por um crescimento moderado nos Estados Unidos e uma retoma fraca da atividade na Zina euro e, por outro lado pela ausência de riscos inflacionistas a médio prazo. Neste contexto, o Banco Central Europeia (BCE) e a Reserva Federal norte-americana (FED) mantiveram a orientação comodante da sua política monetária. Com efeito, o BCE procedeu a duas baixas de suas taxas diretoras em maio e em novembro de 2013. A taxa mínima de submissão às operações principais de refinanciamento e a taxa da facilidade de cedência de liquidez passaram respetivamente de 0,75% e 1,50% em dezembro de 2012 para 0,25% e 0,75% em dezembro de 2013 enquanto a taxa de facilidade de depósito permaneceu o mesmo em zero porcento. Neste aspeto, o BCE indicou que as suas taxas diretoras deverão permanecer nestes níveis, até mais baixos durante um período mais longo. Por sua vez, a FED manteve, ao longo do ano 2013, taxa objetiva dos fundos federais no intervalo visado entre 0% e 0,25%, em vigor desde a 16 de dezembro de 2008. Todavia, em relação à evolução da conjuntura económica que mostrou sinais de recuperação, a Reserva Federal anunciou, durante a sua reunião do mês de dezembro de 2013, a redução a partir do mês de janeiro de 2014, do ritmo de suas compras de títulos no âmbito da sua política de alijamento quantitativo (QE3). Ela indicou que deverá manter a taxa objetiva dos fundos federais a seu nível atual, enquanto a taxa de desemprego será superior a 6,5% e a inflação inferior a 2,5%. A FED precisou igualmente que o alcance dos níveis assim definidos não deverá se traduzir por um aumento automática das taxas diretoras e que ela não descartava manter as taxas sem mudar depois de a taxa de desemprego passar abaixo do nível visado. Neste contexto económico e financeiro, o nível dos ativos em divisas do BCEAO detidos na Conta de Operações manteve-se ligeiramente acima da taxa convencional de centralização das disponibilidades externas da União na referida conta. A 31 de dezembro de 2013, a proporção das reservas de câmbio do BCEAO depositadas na Conta de operações fixou-se em 51,70% do total das reservas globais contra 54,61% em finais do ano de 2012. Tratando-se dos ativos em divisas distraídas da Conta de Operações, foram detidos sob forma de ativos monetários e obrigacionistas. No total, a política de gestão das reservas de câmbio, implementada pelo BCEAO durante o exercício 2013, foi regida por imperativos de segurança, de liquidez e de rendimentos. 5.2 - INTEGRAÇÃO ECONÓMICA DOS ESTADOS MEMBROS DA UEMOA Em relação às obras relativas à consolidação do processo de integração económica na União, o Banco Central participou nos trabalhos do Comité de Pilotagem do Programa Económico Regional (PER). As atividades realizadas por este Comité envolveram essencialmente a implementação da segunda fase do PER (PER II) que cobrem o período 2012-2016. No quadro da execução do PER Il, o BCEAO participou nas ações que visam a diversificação das fontes de financiamento deste Programa. Em particular, ela participou nos trabalhos preparatórios à Conferência dos Investidores, prevista em 2014, nomeadamente a reunião do Relatório anual do BCEAO – 2013 82 Comité de Trabalho Conjunto (BCEAO, BOAD, Comissão, Global Finance and Capital Limited) encarregue da preparação deste fórum, aos 20 e 21 de dezembro de 2013 em Ouagadougou. Em relação às políticas setoriais comuns da União, o BCEAO participou ativamente na implementação da Iniciativa Regional para a Energia Sustentável (IRED), nomeadamente no quadro dos trabalhos do Comité de Pilotagem e do Comité Técnico de Seguimento do IRED bem como os do Conselho dos Doadores do Fundo de Desenvolvimento Energia (FDE). As principais diligências cumpridas concernem principalmente no seguimento da execução dos projetos financiados a partir dos recursos do FDE e a aprovação de novos financiamentos para projetos prioritários de eletricidade nos Estados membros da União. Elas cobrem igualmente o seguimento da implementação do Fundo inicial, que vai contribuir para o financiamento dos custos da preparação dos projetos de investimento pertinentes e prometedores nas infraestruturas da União, para ajudá-los a alcançar um nível de negociabilidade que facilite a mobilização dos financiamentos de que precisam. Por outro lado, elas são relativas à realização do estudo sobre a harmonização do quadro institucional e regulamentar do financiamento privado das infraestruturas da União. Em relação à vigilância multilateral das políticas e desempenhos macroeconómicos dos Estados membros da União, o Banco Central participou nos trabalhos da Secretaria Conjunta (Comissão da UEMOA, BCEAO e BOAD) e nos do Comité dos Peritos Estatutário. Estes trabalhos incidiram essencialmente sobre os relatórios semestrais de execução da vigilância multilateral e a avaliação dos programas plurianuais de convergência 2013-2017 e 2014-2018 dos Estados membros da União. Por outro lado, o BCEAO participou nas ações relativas à obra sobre a revisão do dispositivo de vigilância multilateral da UEMOA, das quais nomeadamente a validação do relatório de um estudo relativo sobre “a dinâmica da dívida e a revista dos critérios de convergência” de que as recomendações serão submetidas às Instâncias da União. Por outro lado, o BCEAO participou na Conferência Regional sobre o tema “Reforçar a integração para acelerar o crescimento: quais prioridades para a UEMOA ?”, realizada aos 7 e 8 de novembro de 2013 em Ouagadougou pela Comissão da UEMOA, em colaboração com a Fundação para os Estudos e as Pesquisas sobre o Desenvolvimento Internacional (FERDI). Participaram nela os representantes do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD), da Comissão da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC), do Banco de França, do Tesouro francês, do Fundo Monetário Internacional (FMI), do setor privado bem como dos universitários e dos pesquisadores. Nas suas conclusões, os participantes sublinharam nomeadamente a necessidade de criar um quadro formal de implementação das medidas e reformas comunitárias, harmonizar as políticas setoriais, definir mecanismos de financiamento da integração, com uma repartição justa e eficiente dos recursos entre os Estados membros. 5.3 - COOPERAÇÃO MONETÁRIA E FINANCEIRA 5.3.1 – Relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) Durante o ano 2013, seis (6) Estados membros da UEMOA, designadamente o Benim, o Burkina, a Côte d’Ivoire, o Mali, o Níger e o Senegal implementaram programas apoiados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), O programa da Guiné-Bissau com o FMI a título da Facilidade Alargada de Crédito (FEC, sigla em francês) continue suspenso. Quanto ao Togo, o seu novo programa ainda não foi concluído com o FMI. As operações efetuadas pelo Banco Central com o FMI, para a conta dos Estados membros da UMOA, saldaram-se, durante o ano 2011, pelas entradas líquidas de recursos de 135,2 milhões de DSE contra 202,7 milhões de DSE, um ano mais cedo. Este recuo resulta essencialmente da diminuição dos desembolsos cifrados em 2013 em 153,9 mil milhões de DSE (114,6 mil milhões de FCFA) contra 217,6 milhões de DSE (169,5 mil milhões de FCFA) no ano precedente. Os reembolsos dos empréstimos concedidos pelo FMI estabeleceram-se em 18,9 milhões de DSE (14,3 mil milhões de FCFA), contra 19,9 milhões de DSE (15,9 mil milhões de FCFA) um ano mais cedo. A redução de dívida concedida aos países da União cifrou em 0,2 milhão de DSE em 2013 contra 5,0 milhões de DSE no ano precedente. Relatório anual do BCEAO – 2013 83 Os encargos suportados pelo BCEAO em 2013, no quadro das operações com o FMI, cifraramse em 0,6 milhões de DSE (456,5 milhões de FCFA) , contra 1,0 milhão de DSE (610,1 milhões de FCFA) no ano precedente. Eles dizem respeito exclusivamente às comissões pagas a título da utilização dos recursos gerais. Nenhum encargo de juro foi pago no período, devido à aplicação das medidas tomadas em Julho de 2009 pelo FMI em reação à crise financeira mundial, relativa à anulação excecional dos juros sobre os empréstimos consentidos pelo Fundo aos países de baixo rendimento. A título da remuneração das suas posições credoras em 2013, o FMI pagou 0,6 milhão de DSE (468,6 mil milhões de FCFA) aos Estados membros da UMOA, contra 0,9 milhão de DSE (530,8 milhões de FCFA) no ano precedente. A 31 de Dezembro de 2013, o stock das aquisições de DSE cifra-se em 700,1 milhões de DSE (532,6 mil milhões de FCFA) depois de 700,3 milhões de DSE (605,6 mil milhões de FCFA) em finais de Dezembro de 2012. 5.3.2 – Relações com as outras instituições Em relação à cooperação com os institutos de emissão parceiros, o Governador do BCEAO efetuou, em Março de 2013, uma visita de trabalho e de amizade junto ao Bank Al-Maghrib, em Rabat, no Marrocos. Esta visita tinha como objetivo aprofundar e formalizar o intercâmbio entre as duas instituições, através da definição de novos eixos de parceria e a assinatura de uma Convenção de cooperação. Esta Convenção, assinada a 29 de março de 2013, cobre as áreas da elaboração e a implementação da política monetária, da supervisão bancária, da estabilidade financeira, dos sistemas e meios de pagamento e do financiamento da economia. Por outro lado, o BCEAO recebeu em visita de trabalho e de amizade, o Governador do Banco Central da Nigéria (BCN), o Senhor Sanusi Lamido SANUSI, acompanhado de uma delegação de alto nível, a 30 de agosto de 2013. Esta visita inscrevia-se no quadro da consolidação das relações antigas de cooperação entre os dois Bancos Centrais. Nesta ocasião, os dois Governadores debateram sobre as modalidades de reforço da sua cooperação em matéria de supervisão bancária, de promoção dos sistemas de pagamento e de inclusão financeira. No quadro da implementação do programa de cooperação entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP), o BCEAO participou no encontro de supervisão bancária dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, organizado durante o mês de junho de 2013 em Benguela, em Angola. Ela participou igualmente na 23ª reunião anual entre o Banco de Portugal e os bancos centrais dos países lusófonos (PALOP) e do Timor do Leste, realizado em Lisboa, a 4 de outubro de 2013. Relativamente ao reforço das suas relações de cooperação, o BCEAO e o Banco dos Estados da África Central (BEAC) realizaram, entre outras atividades, o segundo encontro do Grupo de trabalho encarregue da interconexão dos sistemas de pagamento da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) e da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC, entre 11 e 12 de novembro de 2013, na Sede do BCEAO em Dakar. Esta reunião permitiu ao Grupo de trabalho de prosseguir as trocas sobre a cinemática das transações da interconexão dos sistemas de pagamento bruto em tempo real (RTGS) e as modalidades de gestão do projeto, nomeadamente o quadro organizacional, os termos de referência da solução de interconexão e o roteiro do projeto. No plano da cinemática das trocas, o Grupo de trabalho optou pela troca direta entre os participantes das duas zonas via os sistemas RTGS, sem intervenção prévia dos Bancos Centrais. Esta escolha permite garantir a liberdade e a fluidez das trocas entre as duas zonas e não necessita nenhuma modificação das regulamentações em vigor em matéria de relações financeiras com o estrangeiro. No que diz respeito ao quadro de gestão do projeto, sugeriu-se uma organização articulada em torno de duas estruturas, designadamente um Comité de pilotagem e um Grupo de projeto. Por outro lado, o Banco Central participou no encontro anual dos Governadores dos Bancos Centrais e Autoridades Monetárias dos Países da Organização da Cooperação Islamita (OCI), realizado ao 28 de novembro de 2013 em Jeddah, na Arábia Saudita. O tema central do encontro era centrado sobre "o impacto das recentes reformas em matéria de regulação Relatório anual do BCEAO – 2013 84 financeira sobre os países membros da OCI”. Na sequência deste encontro, o Governador efetuou uma visita de trabalho junto do Sede do Banco Islamita de Desenvolvimento (BID) em Jeddah. As trocas entre as duas instituições incidiram sobre a revisão do plano de ação relativo à implementação do Protocolo de Acordo que assinaram em setembro de 2012, relativamente à promoção da finança islamita nos Estados membros da UMOA. Além da implementação dos acordos oficiais concluídos pelo BCEAO com outras instituições, o BCEAO levou, também, a cabo ações de parceira a favor de vários bancos centrais africanos. Estas ações envolveram a partilha de experiências e o reforço de capacidades a favor de quadros do Banco Central da República da Guiné (BCRG), do Banco Central da Mauritânia (BCM), do Banco dos Estados da África Central (BEAC), do Banco da República de Haiti (BRH) e do Banco da República do Burundi (BRB). Estas atividades decorreram no seio das Direções dos Serviços Centrais bem como nas Direções Nacionais para o Senegal e para a Guiné-Bissau. As áreas cobertas são relativas à gestão das relações internacionais, à segurança, às centrais dos riscos e dos balanços, aos meios logísticos, ao protocolo, à estabilidade financeira, aos sistemas e meios de pagamento, à impressora, à elaboração das contas externas, à conduta da política monetária bem como à organização de grandes eventos. As perspetivas para o ano 2014 em matéria de cooperação com outras instituições financeiras parecem boas. Com efeito, além da implementação das ações previstas a título dos acordos de cooperação assinados com o BID e o Banco da França, esta cooperação deverá nomeadamente incidir sobre as visitas de trabalho dos Governadores de Bank Al-Maghrib e do Banco Central da Mauritânia junto do Banco Central bem como a do Governador do BCEAO junto do Banco Central da Nigéria. Prevê-se igualmente a realização do encontro anual de concertação entre o BCEAO e o BEAC. A título da integração regional, o BCEAO participou nas reuniões anuais da Associação dos Bancos Centrais Africanos (ABCA) a título do ano 2013, realizadas aos 22 e 23 de agosto de 2013 em Port-Louis, nas Ilhas Maurícias. Estes encontros foram marcados pelo simpósio da Associação, realizado ao 22 de agosto de 2013, e a 37ª reunião ordinária do seu Conselho dos Governadores, que teve lugar ao 23 de agosto de 2013. Nesta ocasião, os Governadores dos Institutos de emissão africanos decidiram nomeadamente em relação dos desempenhos mitigados registados na sua implementação, prorrogar por um período de dois (2) anos a fase III do Programa de Cooperação Monetária em África (PCMA) que rege o processo de convergência macroeconómica e de harmonização de políticas que deve levar à criação da moeda única continental. Os Governadores aprovaram a criação da Comunidade dos Supervisores Bancários Africanos (CSBA) e saudaram a entrada em vigor dos novos estatutos da Associação. Por outro lado, apoiaram a iniciativa de South African Reserve Bank relativa à concessão à África subsariana de um terceiro assento no Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI). Tratando-se do simpósio, incidiu sobre o lema “Inclusão financeira em África: Desafios das inovações financeiras à política monetária e à estabilidade do sistema financeiro”. A título da integração monetária no seio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o BCEAO participou nas reuniões estatutárias da Agência Monetária da África Ocidental (AMAO) e da Zona Monetária da África Ocidental (ZMAO), realizadas respetivamente em Abuja, na Nigéria e em Accra, no Gana, em janeiro e julho de 2013. Estes encontros foram marcados pelas reuniões dos Comités dos Governadores dos bancos centrais dos países membros da ZMAO e do CEDEAO bem como a do Conselho de Convergência da ZMAO. A título da AMAO, os principais pontos analisados incidiram sobre (i) o relatório sobre a convergência macroeconómica a título do ano 2012, (ii) o estado de preparação e a implementação das atividades atribuídas à Agência no quadro do roteiro para a criação da moeda única da CEDEAO, (iii) os mapas financeiros da Agência para o exercício 2012. Relativamente à ZMAO, os principais dossiês abordados diziam respeito à situação da convergência macroeconómica em finais de 2012, ao estudo sobre a revisão dos critérios de convergência da ZMAO e, em questões diversas, o estudo sobre o estado de preparação dos Estados membros para o lançamento da União Monetária da ZMAO, a 1º de janeiro de 2015. Convém sublinhar que o BCEAO assume a Presidência das instâncias da AMAO. Neste aspeto, ela articulou as suas ações em torno da revitalização das atividades do Conselho de Convergência da CEDEAO e da redinamização das previstas no roteiro para a criação da moeda única da Comunidade. Relatório anual do BCEAO – 2013 85 A título da revitalização das atividades do Conselho da CEDEAO, as ações de sensibilização permitiram a retoma da reunião desta instância, com a realização, ao 6 de setembro de 2013 em Abidjan, da sua 7ª sessão ordinária. Tratando-se da aceleração da implementação das atividades do roteiro, o BCEAO apoiou a AMAO na organização do ateliê regional sobre a harmonização da regulamentação que rege as transações das contas correntes e de capital no seio da CEDEAO, realizado nas instalações do Banco de 13 a 15 de maio de 2013. o Instituto de emissão encarregou-se igualmente da organização do ateliê regional sobre as normas IFRS, que teve lugar em Dakar de 11 a 13 de dezembro de 2013. No quadro da preparação da reunião dos Peritos dos Ministros das Finanças da Zona Franco que decorreu aos 2 e 3 de outubro de 2013 em Paris, o Banco Central participou na 27ª reunião do Comité de Convergência da Zona Franco (COCOZOF) decorrida em Paris, ao 4 de setembro de 2013. Os trabalhos deste encontro incidiram nomeadamente sobre a análise do relatório da convergência nominal, os resultados provisórios dos estudos sobre as infraestruturas regionais e o reforço dos processos de compras públicas bem como a seleção e o enquadramento de novos subtemas a serem estudados. No quadro da sua participação nas reuniões de primavera e nas Assembleias anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, realizadas em Abril e Outubro de 2013 em Washington D. C., o BCEAO participou nomeadamente nas reuniões do Comité Monetário e Financeiro Internacional (CMFI) e do Comité de Desenvolvimento (CD) dos Conselhos dos Governadores destas instituições. Estas reuniões permitiram nomeadamente aos Ministros encarregues das finanças ou do desenvolvimento económico e aos Governadores de bancos centrais, formular pareceres e recomendações sobre questões relativas ao crescimento económico dos países membros bem como ao funcionamento destas instituições. O BCEAO participou igualmente na 48ª Assembleia anual do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e na 39ª Assembleia anual do Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD), realizadas de 27 a 31 de maio de 2013 em Marrakech, no Marrocos. Estas Assembleias foram consagradas ao lema “A transformação estrutural da África”. Elas permitiram igualmente analisar as intervenções do BAD em 2012 e a sua carteira de financiamento ao desenvolvimento para o ano 2013. Por outro lado, o encontro ofereceu aos participantes a oportunidade de debruçarem-se sobre os desafios a que a Região está confrontada nas áreas chaves tais como a mudança climática, as infraestruturas, o setor privado e a governação. 5.4 - OUTRAS ATIVIDADES E PROJETOS DO BCEAO 5.4.1 - Recolha, gestão e difusão de informações estatísticas Durante o ano 2013, foram empreendidos trabalhos para a criação de um indicador do produto interno bruto trimestral na UEMOA, na espera da produção, pelos sistemas nacionais de estatística, de contas nacionais trimestrais exaustivos. O objetivo é dispor de uma variável de atividade infra-anual agregada, produzida dentro dos prazos compatíveis com os exercícios de enquadramento macroeconómico trimestral realizados para as reuniões do Comité de Política Monetária. A fase operacional dos trabalhos iniciou em junho 2013. Ela consistiu numa revista documentaria e num balanço dos dados estatísticos disponíveis e instrumentos técnicos acessíveis. A implementação do projeto beneficiou da colaboração da Agência Nacional da Estatística e da Demografia do Senegal, nomeadamente para harmonizar a metodologia com a adotada no Senegal, único país da União que produz atualmente contas nacionais trimestrais. O método adotado para o cálculo do indicador do produto interno bruto trimestral na UEMOA funda-se na identificação, para cada ramo de atividades, de um indicador de conjuntura disponível de acordo com uma frequência trimestral e cujas evoluções traduzem as do valor acrescentado do ramo. Assim, as diferentes componentes do índice do volume de negócios produzido no interno serviram para estimar os valores acrescentados nos ramos dos setores terciário e primário. Do mesmo modo, as componentes do índice da produção industrial produzido no interno foram relacionadas com os valores acrescentados nos principais ramos do setor secundário. Relatório anual do BCEAO – 2013 86 A análise dos parâmetros estatísticos revelou que a maioria dos indicadores identificados traduz fielmente a evolução do valor acrescentado nos grupos de ramos. As evoluções dos indicadores de conjuntura sobressaíram-se em fase com as evoluções do PIB durante os anos anteriores a 2013 e nos quatro trimestres do ano 2013. Estes resultados confirmaram a capacidade dos dados recolhidos no quadro dos inquéritos de conjuntura levados a cabo pelo Banco Central para alimentar um enquadramento macroeconómico trimestral para os Estados da UEMOA. Por outro lado, o ano 2013 foi marcado pela criação do Comité Regional da Estatística (CRS) pelo Conselho de Ministros da UEMOA por decisão nº 04/2013/CM/UEMOA de 22 de março de 2013. O referido Comité integra os Institutos Nacionais da Estatísticas (INS), a Comissão da UEMOA, o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD). Ele tem nomeadamente como missão reforçar o sistema estatístico regional, de coordenar a pilotagem das obras e projetos de harmonização na UEMOA e de definir as modalidades de troca das informações estatísticas entre os seus membros. Uma nova aplicação de tratamento do Índice Harmonizado dos Preço no Consumidor (IHPC) foi instalado em 2013 nos INS, no BCEAO e na Comissão da UEMOA. Esta aplicação denominada “PHOENIX-UEMOA” deverá contribuir para uma melhor fiabilidade do cálculo do IHPC. 5.4.2 - Central dos balanços Durante o ano 2013, as atividades do Banco Central relativas à centralização de informações de empresas não financeiras foram essencialmente centradas na gestão da base de dados contabilísticos, jurídicos e financeiros bem como na sua disponibilização na Sociedade de Comercialização das Informações de Empresa (SCIE-SA) no quadro da sua missão. Em relação à campanha de recolha 2013, as Agências Principais recolheram 52.261 maços completos dos quais 43.601 maços do exercício 2012 e 8.660 maços dos exercícios anteriores, contra 37.186 maços relativos ao exercício 2011, recolhidos durante a campanha 2012. O volume dos maços apreendido pelas Agências Principais passou de 28.802 em 2012 para 104.966 em 2013, ou seja uma progressão de 264,4%. A apreensão diz respeito a 28.135 maços dos mapas financeiros do exercício 2012 e 76.831 dos exercícios anteriores, ou seja 73,19% do volume total apreendido. Esta evolução é ligada à implementação do programa especial de supressão gradual que se estendeu num período de 7 meses a partir do mês de junho de 2013, através de agentes temporários disponibilizados por empresas interinas. A título da disponibilização da Sociedade de Comercialização das Informações de Empresa (SCIE-SA), informações da base de dados, no quadro da implementação da convenção de delegação de serviço público, os dados relativos a 26.487 mapas financeiros dos exercícios indo de 2007 a 2012 do conjunto dos países da UEMOA, com exceção da Guiné-Bissau, foram transferidos a esta sociedade pelo Banco Central durante o ano 2013. Relatório anual do BCEAO – 2013 87 VI – CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE NO BCEAO Lançado oficialmente a 9 de Junho de 2010, o projeto de criação do sistema de gestão da qualidade no BCEAO, que durou cerca de três anos, culminou pela entrega do certificado ISO 9001 à Instituição. Este evento marca a entrada do BCEAO no cíclo restrito dos bancos centrais cuja certificação cobre o conjunto das atividades. 6.1 - CONTEXTO DO PROJETO A criação do sistema de gestão da qualidade inscreve-se no âmbito das ações iniciadas há anos pelo BCEAO para alinhar a sua organização e as suas práticas sobre os padrões internacionais. Vários fatores motivaram o compromisso do Banco Central no processo qualidade ISO 9001. Entre eles, convém ressaltar antes a implementação da Reforma Institucional da UMOA e do BCEAO que implica, para o Banco Central, obrigações acrescidas de responsabilidade e de restituição para com as Autoridades da União, de transparência em relação aos mercados e informação do público. O Banco Central encontra-se igualmente num contexto em que os agentes económicos, informados do papel determinante do Instituto de emissão na economia, prestam cada vez mais atenção à tomada em conta das suas preocupações pela Instituição e à qualidade das suas prestações. Por outro lado a confiança inspirada aos mercados e à opinião pública sendo um elemento determinante da eficiência da sua ação, o Banco Central julga que é importante provar que as suas práticas são em conformidade com os padrões internacionais. Entre os fatores que motivaram o compromisso do BCEAO no processo qualidade ISO 9001, é preciso igualmente mencionar a recorrência das crises financeiras que teve por efeito uma restrição das margens de ação do Banco no plano financeiro implicando a busca da eficiência a todos os níveis para preservar o equilíbrio financeiro da Instituição. Estas novas exigências revelaram a necessidade de trazer mudanças na organização, nas práticas e na cultura de empresa do BCEAO. Para realizar estas mudanças, o BCEAO inscreveu no seu plano estratégico 2011-2015, a criação de um sistema de gestão da qualidade conforme à norma ISO 9001. 6.2 - OBJETIVOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA ABORDAGEM QUALIDADE « A excelência sendo um valor cultivado pelo BCEAO, a nossa Instituição não podia não ter um sistema de gestão da qualidade que possa ser avaliado, melhorado para figurar entre as referências», disse o Governador do BCEAO, o Senhor Tiémoko Myeliet KONE, durante a sua alocução na cerimónia de receção do certificado ISO 9001. Com efeito, a criação do processo qualidade ISO 9001 visa a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados pelo BCEAO e do funcionamento das suas reestruturas bem como o reforço da sua credibilidade. O perímetro do projeto abrange todas as atividades e sítios do BCEAO. Todo o pessoal foi incluso no mesmo processo de progresso com vista a assegurar a melhoria das práticas a todos os níveis. Ao tomar esta opção estratégica, o BCEAO escolheu voluntariamente de ser avaliada num intervalo regular por um auditor independente, para verificar e atestar que a organização e o funcionamento da Instituição estão em fase com as exigências da norma. 6.3 – IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO Os trabalhos do projeto iniciaram-se a 12 de julho de 2010 com o diagnóstico do existente realizado pelo Gabinete Evoé Consulting. No termo deste diagnóstico, elaborou-se e validou-se a cartografia dos processos, em setembro de 2010. As áreas recenseadas são relativas às atividades seguintes: - Definição e implementação da política monetária; - seguimento da estabilidade financeira; - gestão das reservas de câmbio; Relatório anual do BCEAO – 2013 88 - supervisão das instituições de crédito e de microcrédito; - gestão das atividades fiduciárias e das operações bancárias; - supervisão dos sistemas de pagamento; - gestão das centrais de informações; - pesquisa, estudos e estatísticas; - gestão das relações exteriores. Criou-se um Comité de pilotagem do projeto, presidido pelo Secretário-Geral do BCEAO. Vinte (20) processos foram identificados: três (3) processos de gestão, nove (9) processos de realização e oito (8) processos de suporte. As sessões de formação e de sensibilização iniciaram em setembro de 2010 para continuar durante todo o projeto. Designou-se um piloto para cada um dos processos e constituíram-se vinte Grupos de Melhoria de Processo (GAP). Estes GAP arrancaram os seus trabalhos com nomeadamente a elaboração dos bilhetes de identidade dos processos. A Política Qualidade do Banco foi divulgada em abril de 2011 e no mês de agosto do mesmo ano iniciaram-se as auditorias qualidade interna. Três revistas de direção, realizadas por videoconferência e reunindo o Comité de pilotagem e os atores através de todos os sítios, decorreram respetivamente em novembro de 2011, novembro de 2012 bem como em maio de 2013. Uma pré-auditoria decorreu de 2 a 12 de abril de 2013, seguida da auditoria inicial de certificação à norma ISO 9001 do sistema de gestão qualidade, passado pelo BCEAO de 3 a 14 de Junho de 2013. 6.4 - CERIMÓNIA DE ENTREGA OFICIAL DO CERTIFICADO ISO 9001 A entrega oficial do certificado ISO 9001 (versão 2008) ao BCEAO, a 20 de Novembro de 2013, marca a culminação de três anos de trabalho coletivo intenso. A cerimónia de entrega do certificado ao Governador Tiémoko Meyliet KONE pelo Vice-Presidente África do Gabinete Veritas reuniu, na sala de conferência da Sede do BCEAO, o Governo do Banco, todos os membros do Comité de Direção alargado, o pessoal da Sede e dos sítios distantes, por videoconferência, bem como os Presidentes das Associações Profissionais dos Bancos e Instituições Financeiras. “Raros são os bancos centrais que se lançam numa certificação que cobre o conjunto das suas atividades e todos os seus sítios”, dirá o Vice-Presidente África do Gabinete Veritas. Uma escolha audaciosa que faz do BCEAO o segundo banco central a adotar uma abordagem global de certificação do seu sistema de gestão da qualidade. Na sua intervenção, o Governador Tiémoko Meyliet KONE sublinhou que a escolha estratégica operada foi provocada pelos desafios a que o BCEAO está hoje confrontado. Entre estes desafios, indicou, por um lado, as novas exigências de eficiência induzidas pela Reforma institucional que reforça a independência do BCEAO, mas em contrapartida, o obriga a uma dever de excelência levando-o a melhorar de modo contínuo a qualidade das suas prestações ao controlar os riscos inerentes a suas atividades. Por outro lado, o Governador ressaltou o contexto económico e financeiro internacional, marcado pela diminuição dos rendimentos dos produtos financeiros, que obriga doravante mais esforços no controlo dos encargos de exploração do BCEAO, nomeadamente pela pesquisa constante de eficiência no funcionamento das estruturas. Esta certificação marca um salto qualitativo operado pelo BCEAO e testemunha a sua capacidade a adaptar-se aos constrangimentos e mutações do momento. A abordagem qualidade ISO 9001 vai contribuir para o reforço da relação de proximidade do Banco Central com o grande público e o sistema bancário, graças à ancoragem da orientação cliente no seio das estruturas operacionais e à implementação de um dispositivo de escuta dos clientes. Do mesmo modo, um sistema de gestão documentário unificado e mais performativo será criado a favor do projeto. Este sistema vai permitir recensear, simplificar e atualizar, de modo contínuo, a documentação necessária ao controlo das atividades em todos os sítios. Relatório anual do BCEAO – 2013 89 Por outro lado, o BCEAO dispõe doravante de um dispositivo de vigilância e de medida dos desempenhos dos processos (auditoria qualidade interna, seguimento das não conformidades, reclamações clientes, indicadores, etc.) Que permite detetar a tempo os disfuncionamentos e identificar as oportunidades de melhoria da eficiência operacional das estruturas. Por outro lado, a adoção da abordagem qualidade ISO 9001 vai permitir reforçar a cultura da eficiência a todos os níveis, nomeadamente com a realização periódica de operações de eliminação das tarefas sem valor acrescentado. No total, a implementação da abordagem qualidade ISO 9001 vai contribuir para o reforço das capacidades do Banco Central a exercer, de modo eficiente e duradouro, as suas missões institucionais. A certificação “... não é todavia um cheque em branco ... “ dirá o Governador Tiémoko Meyliet KONE que incentivou a prosseguição dos trabalhos para garantir a conservação do Sistema de Gestão da Qualidade do BCEAO e a sua melhoria contínua. Relatório anual do BCEAO – 2013 90 VII - QUADRO INSTITUCIONAL E ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO 7.1 - VIDA E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS Durante o exercício 2013, os Órgãos da União realizaram os seus encontros, em conformidade com as disposições do Tratado de 20 de janeiro de 2007 constituindo a União Monetária Oeste Africana e os Estatutos do Banco Central dos Estados da África Ocidental. 7.1.1 - Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União realizou, durante o ano 2013, a sua 17ª sessão ordinária a 24 de outubro de 2013 em Dakar, na República do Senegal, sob a Presidência da Sua Excelência o Senhor Faure Essozimna GNASSINGBE, Presidente da República Togolesa. Estavam presentes: - Para a República do Benim, a Sua Excelência Doctor Boni YAYI, Presidente da República; - Para o Burkina Faso, a Sua Excelência o Senhor Blaise COMPAORE, Presidente do Faso; - Para a República da Côte d’Ivoire, a Sua Excelência Doctor Alassane OUATTARA, Presidente da República; - Para a República da Guiné-Bissau, a Sua Excelência o Senhor Manuel Serifo NHAMADJO, Presidente da República interino; - Para a República do Mali, a Sua Excelência o Senhor Ibrahim Boubacar KEITA, Presidente da República; - Para a República do Níger, a Sua Excelência o Senhor Issoufou MAHAMADOU, Presidente da República; - Para a República do Senegal, a Sua Excelência o Senhor Macky SALL, Presidente da República; - Para a República do Togo, a Sua Excelência o Senhor Faure Essozimna GNASSINGBE, Presidente da República. Participaram nos trabalhos desta sessão, os membros do Conselho de Ministros Estatutários da UEMOA presidido pela Senhora BOUARE Fily SISSOKO, Ministra da Economia e das Finanças da República do Mali, bem como: - Senhor Cheikhe Hadjibou SOUMARE, Presidente da Comissão da UEMOA; - Senhor Tiémoko Meyliet KONE, Governador do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO); - Senhor Christian ADOVELANDE, Presidente do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD); - Senhor Jeremias António da Cruz PEREIRA, Presidente do Conselho Regional de Poupança Pública e dos Mercados Financeiros (CREPMF). Ao examinar a situação económica e financeira da UEMOA, os Chefes de Estado e de Governo sublinharam a resiliência da atividade económica aos choques internos e externos, apesar do contexto difícil. Ao notar que as perspetivas macroeconómicas aparecem favoráveis, eles reafirmaram a sua vontade de reforçar os desempenhos económicos da União, numa visão de emergência das economias da sub-região até 2020. Relatório anual do BCEAO – 2013 91 Saudaram igualmente as propostas formuladas pelo Alto Comité ad’hoc sobre o financiamento das economias dos Estados membros da UEMOA, sob a impulsão da Sua Excelência Doctor Alassane OUATTARA, Presidente da República da Côte d’Ivoire, com vista a aumentar significativamente o nível dos recursos mobilizados para o financiamento dos investimentos na União. Neste quadro, os Chefes de Estado e de Governo ressaltaram os esforços envidados pelo BCEAO, com vista de alijamento da política monetária. Pediram ao Banco Central prosseguir as ações que devem culminar numa diminuição do custo do crédito para os clientes da União. Tendo em conta as importantes necessidades de financiamento das infraestruturas, pediram igualmente aos Órgãos e Instituições da União preservar o nível do limite de endividamento velando ao mesmo tempo pela qualidade e sustentabilidade da dívida. A Conferência sublinhou, por outro lado, os progressos realizados na implementação da Iniciativa Regional para a Energia Duradoura (IRED), sob a supervisão da Sua Excelência Doctor Boni YAYI, Presidente da República do Benim. Os Chefes de Estado e de Governo foram informados das ações em curso no quadro da segunda fase do IRED centrada na realização de projetos regionais integradores. Neste aspeto, insistiram sobre a interconexão das redes de todos os Estados membros bem como sobre a adoção de escolhas estratégicas que garantam a prazo uma redução das tarifas de eletricidade na União. Por outro lado, a Conferência manifestou a sua satisfação ao Presidente da Comissão, ao Governador do Banco Central dos Estados da África Ocidental, ao Presidente do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento, ao Presidente do Conselho Regional da Poupança Pública e dos Mercados Financeiros, bem como ao pessoal de todos os Órgãos e Instituições da UEMOA, para os resultados obtidos na implementação dos programas de integração. 7.1.2 – Conselho de Ministros Durante o exercício 2013, a composição do Conselho registou as seguintes modificações: - para a República da Guiné Bissau, o Senhor Gino MENDES, Ministro das Finanças, foi nomeado membro do Conselho de Ministros da União, a contar de 7 de junho de 2013, em substituição do Senhor Abubacar Demba DAHABA; - para a República do Mali, o Senhor Abdel Karim KONATE, Ministro das Finanças, foi nomeado membro do Conselho de Ministros da União, a contar de 26 de junho de 2013, em substituição do Senhor Tièna COULIBALY; a Senhora BOUARE Fily SISSOKO, Ministra da Economia e das Finanças, foi nomeada membro do Conselho de Ministros da União, a contar de 8 de setembro de 2013, em substituição do Senhor Abdel Karim KONATE; O Senhor Madani TOURE, Ministro delegado junto do Ministro da Economia e das Finanças, Encarregue do Orçamento, foi nomeado membro do Conselho de Ministros, a contar de 12 de setembro de 2013, em substituição do Senhor Marimpa SAMOURA. - para a República do Senegal, o Senhor Amadou BA, Ministro da Economia e das Finanças, foi nomeado membro do Conselho de Ministros da União, a contar de 2 de setembro de 2013, em substituição do Senhor Amadou KANE. O Senhor Mouhamadou Makhtar CISSE, Ministro delegado junto do Ministro da Economia e das Finanças, Encarregue do Orçamento, foi nomeado membro do Conselho de Ministros da União, a contar de 4 de setembro de 2013, em substituição do Senhor Abdoulaye Daouda DIALLO. Durante o ano 2013, o Conselho de Ministros realizou quatro (04) sessões ordinárias: a 22 de março de 2013 na Agência Principal do BCEAO em Abidjan e a 28 de junho de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar, sob a presidência do Senhor Tièna COULIBALY, Ministro da Economia e das Finanças da República do Mali, o seu Presidente estatutário; a 26 de setembro de 2013 na Agência Principal do BCEAO em Ouagadougou, sob a presidência do Senhor Adji Otèth Relatório anual do BCEAO – 2013 92 AYASSOR, Ministro da Economia e das Finanças da República do Togo, assumindo o interino do Presidente estatutário e a 19 de dezembro de 2013 na Agência Principal do BCEAO em Bamako, sob a Presidência da Senhora BOUARE Fily SISSOKO, Ministra da Economia e das Finanças da República do Mali, a sua Presidente estatutária. O Conselho realizou igualmente duas sessões extraordinárias que tiveram lugar respetivamente a 3 de agosto de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar e a 27 de setembro de 2013, na Agência Principal do BCEAO em Ouagadougou, em prelúdio à Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União. Durante a sua sessão de 22 de março de 2013, o Conselho de Ministros recomendou aos Estados membros da União continuarem a aprofundar as reformas estruturais, em particular as suscetíveis de estimular os investimentos nos setores portadores de crescimento. Durante a sua sessão ordinária de 28 de junho de 2013, num contexto marcado por incertezas sobre as perspetivas económicas dos principais países parceiros da União, o Conselho de Ministros recomendou aos Estados membros a reforçar os esforços de consolidação das finanças públicas e acelerar a implementação das reformas estruturais com vista a confirmar as economias na via do crescimento forte e duradouro. Por outro lado, o Conselho de Ministros adotou a lei uniforme relativa à definição e repressão do desgaste bem como a lei uniforme relativa à taxa de juro legal. Convidou os diferentes Estados membros a procederem à inserção diligente dos referidos textos nas suas ordens jurídicas internas. Por outro lado, tomou duas decisões. A primeira indica as diferentes categorias de produtos de poupança regulamentados, comercializados pelas Instituições de crédito, os sistemas financeiros descentralizados, os serviços financeiros da Administração ou do Ofício dos Correios bem como as Caixas Nacionais de Poupança. A segunda modificou a taxa de desgaste na União, que é fixado doravante em 15,00% para os bancos e em 24,00% para os outros agentes económicos. Esta decisão entra em vigor a 1º de janeiro de 2014. Os Ministros deram parecer favorável às solicitações do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) relativas às emissões de empréstimos obrigacionistas no mercado financeiro regional, no quadro das suas operações nos Estados membros da UEMOA. Por outro lado, deram o seu acordo sobre as orientações propostas pelo Banco Central com vista à criação de um sistema de promoção dos Escritórios de Informação sobre o Crédito nos Estados membros da UEMOA e exortaram os referidos Estados a integrar a lei conexa nas suas ordens jurídicas internas o mais tardar a 31 de dezembro de 2013. O Conselho de Ministros aprovou as contas do Banco Central e procedeu à afetação do resultado financeiro do exercício 2012. Por outro lado, adotou o projeto de código ético e de deontologia aplicável ao Governador e aos Vice-Governadores do BCEAO. Adotou igualmente um Regulamento relativo às operações de recompra na UEMOA que visam o reforço da eficiência do mercado dos capitais da União e a permitir um controlo apropriado das referidas operações. Por fim, o Conselho adotou um Regulamento relativo às emissões de títulos de dívida e obrigações do Tesouro por adjudicação ou por agrupamento, tendo em conta as inovações surgidas com a criação da Agência UMOA-Títulos. Durante a sua sessão ordinária de 26 de setembro, o Conselho congratulou-se com a diminuição das taxas diretoras do BCEAO de vinte e cinco (25) pontos básicos entrada em vigor a 16 de setembro de 2013, no objetivo de consolidar a diminuição das taxas de juro e contribuir para a melhoria das condições de financiamento das economias da União. A taxa de juro aplicável às operações sobre o principal balcão de refinanciamento foi fixada assim em 2,5%. Para aproveitar plenamente deste novo alijamento da política monetária, os membros do Conselho sublinharam a necessidade, para os Estados membros, de prosseguir os esforços de saneamento das finanças públicas de modo a disponibilizar os recursos necessários para a conservação do ritmo intensivo dos investimentos públicos nas infraestruturas. Por outro lado, as ações implementadas para melhorar o clima dos negócios deverão ser reforçadas para estimular Relatório anual do BCEAO – 2013 93 o investimento privado com vista a criar as condições de uma recuperação mais vigorosa da atividade económica. Por outro lado, o Conselho analisou as propostas relativas ao montante mínimo do capital social dos Escritórios de Informação sobre o Crédito nos Estados membros da UMOA. Neste aspeto, decidiu fixar para quinhentos milhões (500.000.000) de francos CFA, o capital social mínimo dos Escritórios de Informação sobre o Crédito na União. O Conselho de Ministros da UEMOA adotou a Resolução relativa à modificação da Decisão Nº 09/2008/CM/UEMOA de 28 de março de 2008 relativa à lista das pessoas, entidades ou organismos visados pelo congelamento dos fundos e outros recursos financeiros no quadro da luta contra o financiamento do terrorismo nos Estados membros da UEMOA. Esta decisão visa a ter em conta na União, a atualização surgida a 4 de setembro de 2013 da lista das pessoas e entidades visadas pelas medidas de congelamento mencionadas acima tomadas pelo Comité das Sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Conselho procedeu, por fim, à renovação dos mandatos dos membros que representam os Estados no seio do Comité de Estabilidade Financeira na UMOA, para uma duração de três anos. Os trabalhos da sessão extraordinária de 3 de agosto de 2013 do Conselho de Ministros da União decorreram à porta fechada. Quanta à sessão extraordinária de 27 de setembro de 2013, ela permitiu ao Conselho de Ministros analisar a ordem do dia da 17ª sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União realizada a 24 de outubro de 2013 em Dakar. Durante a sua sessão ordinária de 19 de dezembro de 2013, o Conselho de Ministros analisou nomeadamente a situação económica e monetária recente da União. Neste aspeto, os Ministros exortaram os Estados membros da União a prosseguirem os esforços de aumentar os investimentos nas infraestruturas básicas e nos setores sociais, para realizar os objetivos de crescimento visados a curto e médio prazo. Neste aspeto, o Conselho saudou as iniciativas tomadas pelo Banco Central com vista a melhorar as condições de mobilização de importantes recursos a longo prazo no mercado financeiro regional, visando a realização dos investimentos requeridos. Por fim, em aplicação das disposições do artigo 11 do Tratado da União Monetária Oeste Africana, o Conselho designou o Ministro encarregue das Finanças da República do Níger em qualidade de Presidente do Conselho de Ministros para o período 2014-2015 e exprimiu os ses agradecimentos ao Ministro das Finanças da República do Mali para o trabalho cumprido à frente do Conselho durante o seu mandato que se acaba. 7.1.3 - Comité de Política Monetária do BCEAO O Comité de Política Monetário do BCEAO realizou quatro (04) reuniões ordinárias, sob a presidência do Senhor Tiémoko Meyliet KONE, Governador do Banco Central, o seu Presidente estatutário, respetivamente ao 6 de março de 2013, 03 de junho de 2013, 04 de setembro de 2013 e 09 de dezembro de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar. Durante o exercício em análise, a Senhora Aïchatou KANE, membro intuitu personæ, apresentou a sua demissão, na sequência da sua nomeação ao posto de Diretora do Gabinete do PrimeiroMinistro da República do Níger. Durante a sua sessão de 6 março de 2013, com base na apreciação da balança dos riscos, o Comité decidiu baixar as taxas diretoras do BCEAO de 25 pontos básicos. Num contexto de inflação moderado, esta decisão visa consolidar a redução das taxas de juros com vista a melhorar as condições de financiamento do crescimento no seio da União. Assim, a taxa de juro mínima de submissão às operações de concursos públicos de injeção de liquidez baixou de 3,00% para 2,75%. A taxa de juros do balcão de cedência de liquidez é fixada em 3,75% contra 4,00% precedentemente. Esta decisão tomou efeito a contar de 16 de março de 2013. Relatório anual do BCEAO – 2013 94 Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos a seu nível de 5% que está em vigor desde a 16 de março de 2012. Os membros do Comité convidaram os Estados membros da União a prosseguir a implementação das reformas estruturais necessárias para a consolidação e alargamento da base produtiva das economias da UEMOA. Por outro lado eles sublinharam a necessidade, para os Estados membros, de manter os esforços iniciados com vista a melhorar a qualidade das infraestruturas básicas, indispensáveis para estabelecer um crescimento económico forte e duradouro. Durante a sua sessão de 3 de junho de 2013, a título das condições monetárias, o Comité ressaltou a prossecução da redução das taxas de juros no mercado monetário. Assim, a taxa média ponderada dos concursos públicos de injeção de liquidez de uma semana passou de 3,07% em dezembro de 2012 para 2,81% em abril de 2013. A das transações interbancárias de uma semana sobressaiu-se em média em 3,18% em abril de 2013 contra 3,74% em dezembro de 2012. Em consideração nomeadamente às suas análises sobre a evolução da situação económica e da esperada dos preços, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas diretoras do BCEAO nos seus níveis de março de 2013. A taxa de juro mínimo de submissão nas operações de concursos públicos de injeção de liquidez e a taxa de juro do balcão da cedência de liquidez permaneceram respetivamente fixados em 2,75% e 3,75%. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar, no seu nível de 5% em vigor desde 16 de março de 2012, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos da União. Para consolidar as perspetivas macroeconómicas, o Comité de Política Monetária exortou os Estados membros da União Monetária Oeste Africana a prosseguirem os esforços desdobrados com vista a aumentar os investimentos nos setores prioritários, nomeadamente na agricultura e nas infraestruturas básicas, e manter a estabilidade do quadro macroeconómico. Durante a sua sessão ordinária de 4 de setembro de 2013, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir de 25 pontos básicos as taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de concursos públicos de injeção de liquidez passou de 2,75% para 2,50% e a taxa do balcão de cedência de liquidez foi fixada em 3,50% contra 3,75% precedentemente. Esta decisão tomou efeito a contar de 16 de setembro de 2013. Ela deverá reforçar o movimento de diminuição das taxas devedoras dos bancos e melhorar as condições de financiamento das economias. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar, no seu nível de 5% em vigor desde 16 de março de 2012, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos da União. Os membros do Comité de Política Monetária recomendaram aos Estados membros da União prosseguirem a implementação das reformas estruturais indispensáveis para a realização do crescimento económico forte na UEMOA. Neste aspeto, importa-se manter os esforços de saneamento das finanças públicas e de mobilização dos recursos para o financiamento dos investimentos. Por outro lado, ressaltaram sobre a necessidade de melhorar o clima dos negócios nos Estados membros. Durante a sua sessão de 9 de junho de 2013, ao analisar a evolução das condições monetárias, o Comité ressaltou a prossecução da redução das taxas de juros em diferentes compartimentos do mercado monetário. Assim, a taxa média ponderada dos concursos públicos de injeção de liquidez de uma semana sobressaiu-se em 2,54% em finais de outubro de 2013, em diminuição de 27 pontos básicos em relação a junho de 2013. No compartimento de uma semana do mercado interbancário, a taxa de juro média ponderada das operações passou de 3,13% em junho de 2013 para 3,05% em finais de outubro de 2013. A mesma tendência observou-se no mercado da dívida pública. A taxa média ponderada dos cupões do Tesouro de um ano baixou de 26 pontos básicos para sobressair-se em 4,51% em outubro de 2013. Relatório anual do BCEAO – 2013 95 No termo da sua análise da balança dos riscos que pesam sobre a inflação e a atividade económica, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de concursos públicos de injeção de liquidez permaneceu fixada em 2,75% e a do balcão de cedência de liquidez em 3,50%. Por outro lado, o Comité decidiu manter o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos da União a seu nível de 5% em vigor desde 16 de março de 2012. Por outro lado, os membros do CPM analisaram e aprovaram a admissibilidade ao refinanciamento do BCEAO, empréstimos emitidos pelos Tesouros públicos do Níger e do Togo no mercado financeiro regional. O CPM marcou igualmente o seu acordo para a admissibilidade das obrigações da Caixa Regional de Refinanciamento Hipotecário nos balcões de refinanciamento do BCEAO. O Comité congratulou-se com as iniciativas tomadas para dar um novo impulso para a consolidação do mercado da dívida pública e explorar melhor o potencial de financiamento disponível à escala regional, com vista a apoiar a realização dos investimentos públicos na União. Neste título, o Comité observou a orientação pelos Estados, visando a prorrogar a maturidade média do seu endividamento no mercado para adequá-la com os investimentos a longo prazo que financiam. Para acompanhar este processo, o CPM autorizou o Banco Central a criar um balcão especial de refinanciamento dos títulos públicos como privados, cuja maturidade excede 5 anos. 7.1.4 – Conselho de Administração do BCEAO Em 2013, o Conselho de Administração do BCEAO realizou duas (02) sessões ordinárias, sob a presidência do Senhor Tiémoko Meyliet KONE, Governador do Banco Central, o seu Presidente estatutário, respetivamente a 27 de junho de 2013 na Sede do BCEAO em Dakar e a 18 de dezembro de 2013 na Agência Principal do BCEAO em Bamako. Durante o exercício em análise, a composição do Conselho registou as seguintes modificações: -para a República do Mali, a Senhora SIDIBE Zamilatou CISSE, Secretária-Geral do Ministério da Economia e das Finanças, foi nomeada Administradora do BCEAO, a contar de 11 de novembro de 2013, em substituição do Senhor Abdoulaye TOURE; - para a República Francesa, o Senhor Anthony REQUIN, Chefe do Serviço dos Assuntos Bilaterais e do Desenvolvimento na Direção Geral do Tesouro, foi nomeado Administrador do BCEAO, a contar de 27 de junho de 2013, em substituição do Senhor Arnaud BUISSE; o Senhor Yves CHARPENTIER, Conselheiro Financeiro para a África na Direção-Geral do Tesouro, foi nomeado Administrado do BCEAO, a contar de 18 de dezembro de 2013, em substituição do Senhor Anthony REQUIN. Durante a sua sessão ordinária de 27 de junho de 2013, o Conselho analisou as contas do BCEAO a 31 de dezembro de 2012. Neste quadro, os membros do Conselho tomaram conhecimento dos relatórios do Comissário de Auditoria do Banco Central para o exercício de 2012. Por outro lado, o Conselho foi informado dos trabalhos do Comité de Auditoria do BCEAO, que se reuniu na segunda-feira a 24 de junho de 2013, nas instalações da Sede, com efeito nomeadamente de analisar as contas e os mapas financeiros da Instituição de emissão. Nesta base e no termo das suas discussões, o Conselho de Administração encerrou as contas do BCEAO a 31 de dezembro de 2012. Neste aspeto, saudou o Banco Central pelos resultados obtidos num contexto económico e financeiro difícil. Por conseguinte, decidiu submetê-los à próxima sessão ordinária do Conselho de Ministros da União. Durante a sua sessão ordinária de 19 de dezembro de 2013, os membros do Conselho analisaram e aprovaram o orçamento do Instituto de emissão para o exercício 2014. Por outro lado, tomaram conhecimento das conclusões dos trabalhos do Comité de Auditoria do BCEAO, que realizou a sua sexta sessão ordinária, na terça-feira a 17 de dezembro de 2013, na Agência Relatório anual do BCEAO – 2013 96 Principal do BCEAO em Bamako, com vista a aprovar nomeadamente o programa de atividade de controlos das estruturas do Banco Central para o ano 2014 bem como o programa de trabalho do referido Comité, para o mesmo ano. 7.1.5 – Comité de Auditoria do BCEAO O Comité de Auditoria do BCEAO realizou duas (02) reuniões ordinárias, respetivamente sob a presidência do Senhor Abdoulaye TOURE, o seu Presidente Estatutário, a 24 de junho de 2013, nas instalações da Sede do BCEAO em Dakar e a 17 de dezembro de 2013, nos locais da Agência Principal do BCEAO em Bamako, sob a presidência da Senhora SIDIBE Zamilatou CISSE, a sua Presidente Estatutária. Durante a sua sessão de 17 de dezembro de 2013, o Comité ressaltou com satisfação a taxa de realização do programa de 2013 bem como a parte importante das missões de auditoria nos trabalhos efetuados. Analisou a metodologia de conceição do plano de auditoria interno baseado na abordagem pelos riscos. Por outro lado, o Comité aprovou o programa dos controlos do exercício 2014 que cobre globalmente todas as estruturas do Banco. O Comité adotou igualmente o seu programa de trabalho para o ano 2014. 7.2 - ADMINISTRAÇÃO DO BCEAO 7.2.1 - Gestão dos recursos humanos 7.2.1.1 – Efetivo A 31 de dezembro de 2013, o efetivo global do pessoal do Banco Central, todos os corpos confundidos, estabeleceu-se em 3.633 agentes contra 3.605 agentes em finais de dezembro de 2012. Este efetivo é constituído por 3.581 agentes em atividade nos sítios do BCEAO e de 52 agentes em posição de destacamento ou de disponibilidade. O efetivo em atividade, repartido entre a Sede, as 08 Agências Principais, as 12 Agências Auxiliares*, as Representações e a Secretaria Geral da Comissão Bancária da UMOA, aumentou de 29 pessoas, ou seja um aumento de 0,81% em relação ao seu nível de 31 de dezembro de 2012. Com um efetivo de 1.174 agentes, dos quais 74 membros da aumento Direção e Diretores, o pessoal de enquadramento representam 32,78% do pessoal em atividade. Este número registou uma diminuição de 17 agentes desde a 31 de dezembro de 2012. O Pessoal Administrativo e Técnico representa 67,22% do efetivo em atividade a 31 de dezembro de 2013. O efetivo desta corporação registou um aumento de 46 pessoas em relação ao do 31 de dezembro do ano anterior. Por sítio, o efetivo global do pessoal em atividade a 31 de dezembro de 2013 reparte-se de modo seguinte: - Sede: 702 agentes; Direções Nacionais (Agências Principais e Auxiliares): 2.750 agentes; Representação do BCEAO junto das Instituições Europeias de Cooperação: 4 agentes; - Representação do Governador junto da Comissão da UEMOA: 9 agentes; - Secretaria-geral da Comissão Bancária da UMOA: 116 agentes; * As Agências Auxiliares de Bouaké, Korhogo e Man não são operacionais. Relatório anual do BCEAO – 2013 97 Relativamente ao efetivo por género a 31 de dezembro de 2013, o pessoal masculino representa 61,30% e cifra-se em 2.227 agentes, enquanto para o pessoal feminino, a percentagem é de 38,70%, ou seja 1.406 agentes. A evolução do efetivo do pessoal em atividade por corporação, desde 1994, retraçada no seguinte gráfico. Gráfico 11: evolução dos efetivos do BCEAO de 1994 a 2013 4 200 3 900 2% 3 600 1% 3 300 3 000 2 700 1% 1% 1% 24% 23% 25% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 1% 2% 2% 2% 2% 27% 28% 28% 2% 29% 29% 31% 33% 34% 34% 33% 34% 33% 33% 33% 1% 33% 2% 2% 31% 31% 2 400 2 100 1 800 1 500 1 200 72% 71% 71% 69% 70% 67% 66% 64% 64% 65% 65% 65% 65% 66% 66% 67% 67% 74% 75% 73% 900 600 300 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Alta gestão e Diretores Agentes de enquadramento Pessoal não quadro Fonte: BCEAO 7.2.1.2 - Formação Durante o exercício 2013, a implementação do programa de atividade do COFEB traduziu-se pela realização de ações de formação a favor, por um lado, do pessoal do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e, por outro lado, dos agentes das Administrações económicas e financeiras, das instituições de crédito da UEMOA vem como dos bancos centrais parceiros. Para as atividades específicas, convém assinalar a organização de conferências - atualidades e formações de alto nível a favor da Direção do BCEAO e das instituições de crédito da União, em relação com a Escola dos Altos Estudos Comerciais de Paris (HEC-Paris) e a Agência de Transferência de tecnologia Financeira (ATTF) do Luxemburgo. Sete (7) conferências – atualidades foram organizadas em 2013 sobre os seguintes temas: – «Capital Público, Crescimento e Desenvolvimento», apresentada pelo Senhor Pierre-Richard AGENOR, Professor na Universidade de Manchester (Reino Unido), a 2 de março de 2013; – «A Gestão Internacional da Crise», animada pelo Senhor Jean-Patrick YANITCH, Responsável no Instituto Bancário e Financeiro Internacional (IBFI) do Banco de França, a 10 de abril de 2013; Relatório anual do BCEAO – 2013 98 – «A Regulamentação macro prudencial: em que ponto estamos? apresentada pelo Professor Chicot EBOUE da Faculdade de Direito, das Ciências Económicas e de Gestão da Universidade de Nancy (França), a 12 de junho de 2013; – «A África e as potências emergentes», apresentada pelo Professor Patrick PLANE, Diretor do Centro de Estudos e de Pesquisas sobre o Desenvolvimento Internacional (CERDI), a 24 de julho de 2013; – «Os desafios do financiamento do crescimento das economias da UEMOA», animada pelo Senhor Ismaïla DEM, Diretor Geral dos Estudos Económicos e da Moeda do BCEAO, a 18 de setembro de 2013; – «Economias africanas: Desafios e oportunidades», apresentada pelo Senhor Roger NORD, Diretor Adjunto do Departamento África do FMI, a 29 de outubro de 2013; – «A Política Monetária em Tempo de Crise e Independência do Banco Central», animada pelo Senhor Jean Claude TRICHET, Antigo Presidente do Banco Central Europeu (BCE), a 10 de dezembro de 2013. Por outro lado, quatro (4) números da publicação «Les Précis du COFEB» foram elaborados em 2013 sobre os assuntos seguintes: – «Da crise dos créditos subprimes à crise financeira internacional: origens, desenvolvimentos e implicações”: – «A Finança islamita»; – «Econometria (tomo 1)»; – «Econometria (tomo 2)»; Por outro lado, realizou-se em Saly Portudal, um Seminário de Equipe de Direção (SED), de 15 a 17 de novembro de 2013, a favor de vinte e três (23) participantes, dos quais cinco (5) agentes femininos, provenientes da Direção do BCEAO. Este seminário permitiu-lhes, por um lado, adquirir instrumentos e técnicas para reforçar a sua eficiência individual e coletiva e, por outro lado, trocar sobre as implicações e desafios do Banco, através de oficinas em ateliês relativos à antecipação e a preparação da mudança. A temática principal tratada durante os trabalhos foi intitulado do modo seguinte: “Como, através de atos de gestão, prosseguir a evolução progressiva necessária da cultura organizacional do BCEAO, mantendo ao mesmo tempo os valores que constituem o seu fundamento e que garantiram o seu sucesso?”. Na mesma ótica, sete (7) Diretores do BCEAO participaram, respetivamente, de 28 a 31 de outubro e de 25 a 30 de novembro de 2013, nas sessões de formação relativa ao tema “Percurso de Gestão Geral”. Trata-se de um curso de cinco (5) módulos chaves relativos à gestão. Estas sessões de formação visavam informar aos participantes os fatores chaves de gestão e de liderança para uma pilotagem de empresa bem-sucedida. No quadro da formação permanente dos agentes do BCEAO, o COFEB implementou cursos e seminários em presencial e por videoconferência. Os sítios distantes organizaram igualmente ações de formação descentralizadas sobre as temáticas relativas principalmente os empregos do Banco Central e a segurança de bens e das pessoas. Por outro lado, uma parte da formação do pessoal decorreu sob forma de estágios e de formações organizados por outras instituições ou organismos de formação. No total, foram registadas três mil oito cento e trinta e cinco (3.835) participações, das quais mil cento e trinta e seis (1.136) relativas ao público feminino, representando 29,62% do número de beneficiários destas formações. A repartição global por tipo de formação apresenta-se como segue: – 531 participantes em vinte e quatro (24) sessões de formação realizadas em presencial na Sede; – 2.357 participantes em quinze (15) sessões de formação organizadas por videoconferência; Relatório anual do BCEAO – 2013 99 – 761 participantes em trinta e seis (36) ações de formação descentralizadas; – 147 participantes em setenta e nove (79) estágios e estadas de informação organizados junto dos parceiros e organismos de formação estrangeiros; – 30 altos responsáveis para os dois (2) seminários de alto nível organizados em relação com HEC-Paris; – 9 Laureados do concurso profissional interno de contadores tiveram uma formação específica de uma duração de três (3) meses. A título das ações de formação a favor dos agentes das administrações económicas e financeiras e das instituições de crédito, o Centro organizou cursos para as 35ª e 36ª promoções do ciclo de formação do COFEB. A 35ª promoção é integrada por quarenta e um (41) estagiários, dos quais trinta e oito (38) provêm das administrações económicas e financeiras dos Estados membros da União, dois (2) do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) e um (1) do Banco Central da República da Guiné (BCRG). A formação no quadro da 36ª promoção envolveu trinta e cinco (35) auditores, dos quais cinco (5) provenientes do Banco Central da República de Guiné (BCRG), dois (2) do Banco Central da Mauritânia (BCM), vinte e oito (28) das administrações económicas e financeiras dos oito (8) Estados membros da UEMOA, um (1) da Caixa Nacional para o Relançamento das Iniciativas (CANARI) da Côte d’Ivoire e um (1) de um Gabinete de conselho em gestão de projetos no Mali. As Ações Estrangeiras de Formação envolveram os quadros das administrações económicas e financeiras bem como os agentes das instituições de crédito dos estados membros da União, Que beneficiaram de doze (12) ações de formação do Centro em 2013. O número total de participantes nestas sessões de formação fixa-se em trezentos e seis (306), dos quais sessenta (60) mulheres (20% dos beneficiários), repartidos como segue: – 107 Agentes para o programa a favor dos agentes das administrações económicas e financeiras dos Estados membros; – 171 representantes ao programa qualificante destinado aos agentes das instituições de crédito da União; – 28 participantes das instituições de crédito no programa de formação conjunto BCEAO/HECParis. Por outro lado, no âmbito do reforço da cooperação e da parceira estrangeira, as atividades do COFEB incidiram, igualmente, sobre a formalização das relações com os Centros de formação e Universidades de renome, a criação de um novo programa regional BCEAO/BEAC/BCC de reforço das capacidades e a organização da 10ª reunião anual do Grupo de trabalho dos Diretores de formação dos bancos centrais de língua francês. O COFEB prosseguiu as trocas, com vista da formalização das relações com os institutos de formação dos outros bancos centrais e das instituições financeiras internacionais, nomeadamente o Instituto Bancário e Financeiro Internacional (IBFI) do Banco de França e o Centro de formação de Bank Al Maghrib. Esta abordagem estendeu-se para outras instituições estrangeiras de formação de renome, nomeadamente a Universidade Paris-Dauphine, a Universidade de Cambridge, HEC-Montréal e o Departamento Executive Education de Havard Kennedy School. As atividades preparatórias ao lançamento do Programa regional BCEAO/BEAC/BCC de reforço das capacidades prosseguiram-se em 2013. Elas culminaram na finalização do Documentoquadro e na sua validação pelos Governadores dos três (3) Bancos Centrais reunidos a 21 de agosto de 2013 em Port-Louis (Ilhas Maurícias). No mesmo quadro do reforço da cooperação e da parceria estrangeira, o Grupo de trabalho dos Diretores de Centro de formação de dez (10) bancos centrais de língua francesa realizou a sua 10ª reunião anual, entre 11 e 12 de abril de 2013, em Dakar. A temática principal do encontro Relatório anual do BCEAO – 2013 100 incidiu sobre “O dever pedagógico de um Banco Central”. Esta reunião foi também a oportunidade de troca de experiências sobre as boas práticas relativas à engenharia da formação bem como os projetos relativos à política de formação. 7.2.2 – Evolução da rede do BCEAO No âmbito da reconstrução das Agências Auxiliares sinistradas de Côte d'Ivoire, designadamente as de Bouaké, Korhogo e Man, o ano 2013 caracterizou-se pela realização dos estudos técnicos, a seleção das empresas através de concursos públicos e o arranque efetivo dos trabalhos nos três (3) sítios na data de 2 de dezembro de 2013. Os prazos de realização são fixados a doze (12), dezasseis (16) e dezassete (17) meses, respetivamente para as Agências de Korhogo, Bouaké e Man. 7.2.3 – Sistema de informação e de comunicação Durante o exercício 2013, o Banco Central prosseguiu as ações visando a tornar o seu sistema de informação mais integrado e eficiente. Neste quadro vários projetos que visam o reforço da disponibilidade e a resiliência das infraestruturas, do sistema e das redes do sistema de informação do Banco realizaram-se, nomeadamente: - a renovação dos postos de trabalho, dos atendedores e equipamentos de redes em todos os sítios; - a entrada de produção do novo centro de tratamento que tome em conta as problemáticas ligadas à continuidade das atividades; - a criação de uma plataforma de acesso distante que vai permitir os agentes em deslocamento aceder aos sistemas internos do Banco; - a implantação de equipamentos de socorros d rede de telecomunicação VSAT. Por outro lado, a carteira aplicativa do Banco melhorou-se com a entrada em serviço do novo sítio intranet e da aplicação “SABULINA” (Sistema Automatizado de Orçamento em Linha e de Análise), destinada à preparação do orçamento e à análise da sua execução. 7.2.4 - Dispositivo de gestão dos riscos e atividades de controlo As ações realizadas durante o ano 2013 inscreveram-se essencialmente no âmbito da restruturação do dispositivo de gestão dos riscos do BCEAO. Elas envolveram também as atividades do controlo das operações e os trabalhos do controlo externo. Por outro lado, prosseguiram-se as diligências relativas à gestão de continuidade e à gestão de crise. Se procedeu, em 2013 à reestruturação do dispositivo de gestão dos riscos do BCEAO, visando a adequação do instrumento com os padrões internacionais e as melhores práticas na matéria, tendo em conta as evoluções surgidas nos planos interno e externo. O Projeto de reestruturação foi lançado pelo Senhor o Governador em dezembro de 2012. Os trabalhos realizados em várias etapas, iniciaram-se por um inquérito de perceção dos Auditores das Operações e dos operacionais sobre o dispositivo de gestão dos riscos vigente deste 2003. Prosseguiram-se com a identificação e a classificação dos riscos, a avaliação dos riscos e do dispositivo de controlo, e a consolidação das fichas de riscos. O reforço das capacidades dos membros do Grupo de projeto foi efetuado através de duas ações de formação animadas por AMRAE France (Associação para a Gestão dos Riscos e de Seguros da Empresa) e uma missão de informação junto ao Bank Al- Maghrib. Com efeito, os membros do Grupo de projeto beneficiaram antes de uma formação, de 18 a 22 de fevereiro de 2013, sobre as ações fundamentais de gestão e as metodologias de recenseamento dos riscos. Em seguida, organizou-se um segundo seminário sobre a cotação e Relatório anual do BCEAO – 2013 101 o tratamento dos riscos, de 1º a 5 de julho de 2013. A estada de informação na Sede de Bank AlMaghrib, de 20 a 24 de maio de 2013, permitiu inquirir-se do funcionamento do dispositivo de gestão dos riscos criado pela instituição. No termo dos trabalhos do projeto que se realizaram num período de doze (12) meses, os instrumentos disponíveis foram elaborados: a tipologia dos riscos, o referencial dos riscos, o referencial dos controlos, a cartografia dos riscos operacionais e o guia metodológica de controlo dos riscos. O relatório final do projeto foi apresentado ao Governo do Banco que validou os trabalhos e pediu para que se procede ao desdobramento do dispositivo reestruturado com vista à sua apropriação pelas estruturas. Para o controlo das operações ou controlo de primeiro nível, as diligências relacionaram-se à exploração dos relatórios periódicos dos Auditores das Operações e ao seguimento da implementação das recomendações das diferentes corporações de controlo. Neste aspeto, no quadro das reuniões de pilotagem, foram elaborados sínteses mensais relativos às anomalias notadas, às causas das últimas, aos graus de implementação das recomendações, bem como à análise dos riscos corridos pelo Banco Central. Neste aspeto, ressaltou-se as ações que visam a melhoria da taxa de implementação das recomendações formuladas pelas diferentes corporações de controlo. Também, as revistas trimestrais do cumprimento das regras editadas em matéria de investimento das reservas de câmbio do BCEAO foram realizadas e dirigidas, pelo Controlador Geral, ao Comité de Orientação e de Supervisão da Gestão das Reservas de Câmbio (COSGRC). Relativamente à gestão da continuidade de atividade e de gestão de crise, o desenvolvimento do quadro de manutenção e de testes periódicos do Plano de Continuidade de Atividade (PCA) prosseguiu-se. Assim, a decisão de criação de uma estrutura de governação do PCA foi assinada pelo Governador, a 15 de janeiro de 2013. Para o controlo do segundo nível, as atividades decorrerem no âmbito da implementação do programa dos controlos da Direção da Inspeção e Auditorias (DIA) adotado pelo Senhor o Governador e aprovado pelo Comité de Auditoria do BCEAO. A elaboração deste programa funda-se na tomada em conta da abordagem pelos riscos, do perímetro das entidades suscetíveis de ser coberto num ciclo de 3 anos e da antiguidade das últimas verificações efetuadas. Neste aspeto, procedeu-se à avaliação do controlo das atividades pelas estruturas operacionais e à apreciação da conformidade das operações às instruções ou às disposições regulamentares vigentes. Assim, vinte e sete (27) missões de auditoria foram realizadas. Trata-se de: - doze (12) auditorias de atividades de riscos significativos nas Agências Principais e Auxiliares das Direções Nacionais do BCEAO; - duas (2) auditorias temáticas relativas, por um lado, à manutenção das máquinas de triagem e à gestão de peças sobresselentes e por outro lado, ao dispositivo de controlo dos incidentes de caixa e de controlo por sondagem do dinheiro em caixa; - duas (2) auditorias da exploração e segurança dos sistemas de informação nas Agências Principais e Auxiliar duma Direção Nacional ; - quatro (4) auditorias trimestrais das transferências emitidas na Direção das Operações de Mercado; - das auditorias temáticas ou de atividades de riscos significativos em sete (7) Direções dos Serviços Centrais. Relatório anual do BCEAO – 2013 102 Tratando-se das missões de verificação do dinheiro em caixa e da destruição das notas anuladas, disseram respeito às cinco (5) Agências Principais e oito (8) Agências Auxiliares. Estas missões permitiram limitar os riscos de património e de emissão associados à conservação dos valores, desobstruir os porões dos sítios envolvidos e restaurar as normas regulamentares de ocupação dos compartimentos na Caixa. Quatro (4) missões específicas inicialmente não previstas no programa de controlos foram realizadas. Trata-se da auditoria do projeto de reestruturação do dispositivo de gestão dos riscos, da segunda fase da Missão de Restituição dos Depósitos do Tesouro Ivoiriense nos livros das Agências Auxiliares fechadas da Côte d'Ivoire em 2002, de uma auditoria organizacional e de gestão da Secretaria Permanente da Associação dos Bancos Centrais Africanas (ABCA) bem como de uma missão de conselho no Tesouro Público do Burkina Faso. No quadro do reforço das capacidades dos Auditores, várias ações de formação foram levadas a cabo. Dois (2) seminários sobre temas de auditoria animados por um banco central parceiro do BCEAO (Banco da França) e por um gabinete de conselho (Teranga Consulting) foram organizados para todos os Auditores. Estadas de formação e de informação nas Direções dos Serviços Centrais da Sede e na Direção Nacional do BCEAO para o Senegal realizaram-se a favor dos novos auditores. Estágios e seminários de formação foram também realizados junto do Banco de França, da Federal Reserve Bank de Nova Iorque, do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Instituto Francês da Auditoria e do Controlo Internos (IFACI) e do Instituto Bancário e Financeiro Internacional (IBFI). Por outro lado, o ano 2013 foi marcado pela prossecução da conformação total das atividades da DIA com as normas internacionais para a prática profissional da auditoria interna. Neste quadro, projetos de processos conformes a estas normas foram elaborados. Tratando-se do seguimento dos trabalhos do controlo externo, incidiu sobre a auditoria das contas do BCEAO a título do exercício 2012 pelo Comissário da Auditoria e os Auditores Nacionais bem como sobre a revista anual da gestão das reservas de câmbio pelo Revisor de contas das operações. Esta diligência disse respeito, por outro lado, à missão de auditoria específica das contas do Projeto com o Consórcio dos doadores de fundos "ASDI-CGAP-FENU” a título do exercício 2011. O seguimento das atividades do controlo externo incidiu igualmente sobre a missão de avaliação das salvaguardas do Banco Central pelo FMI de 9 a 19 de setembro de 2013. Para o efeito, sessões de trabalho foram realizadas com as Direções dos Serviços Centrais, a Direção Nacional do BCEAO para o Senegal, o Auditor Nacional do BCEAO para o Senegal e o Comissário de Auditoria. 7.2.5 – Dispositivo do Controlo de Gestão Durante o exercício 2013, as principais ações realizadas incidiram sobre a implementação do planeamento estratégico, a prossecução do desdobramento do novo dispositivo de pilotagem de estrutura e a implantação da contabilidade analítica de acordo com a abordagem por processo. Tratando-se do planeamento estratégico, a edição 2013 do Plano Estratégico 2011-2015 foi elaborada com base nas ações prioritárias das Direções Gerais. Realizou-se periodicamente o seguimento destas ações através da revista do estado de evolução dos Programas de Ações Prioritárias (PAP). Tratando-se do novo dispositivo de pilotagem, o ano 2013 foi marcado pela prossecução das ações iniciadas em 2012 relativas à melhoria do sistema de pilotagem dos desempenhos das estruturas do Banco. Neste quadro, a realização regular de reunião mensal de pilotagem de estrutura foi instaurada por instrução do Secretário-Geral do BCEAO para as Direções dos Serviços Centrais da Sede e a Direção da Agência Principal de Dakar. Por outro lado, a Direção do Controlo de Gestão (DCG) consolidou o seu seguimento das estruturas envolvidas para uma Relatório anual do BCEAO – 2013 103 melhor apropriação da metodologia. Neste aspeto, a DCG elaborou e divulgou um guia prático de elaboração de um painel de avaliação em que todos os atores envolvidos foram formados. Por outro lado, durante o ano 2013, a metodologia de pilotagem de uma estrutura foi desdobrado a nível das Agências Auxiliares de Kaolack e Ziguinchor. Por fim, sessões de formação à metodologia foram realizadas a favor dos Responsáveis das outras Agências Principais e Auxiliares bem como da Secretaria Geral da Comissão Bancária. O desdobramento da metodologia nestes sítios está previsto para 2014. Nesta vertente da contabilidade analítica, os trabalhos iniciados em 2012 sobre dois processos pilotos prosseguiram-se e estenderam-se num terceiro processo. Relatório anual do BCEAO – 2013 104 ANEXOS CRONOLOGIA DAS PRINCIPAIS MEDIDAS DE POLÍTICA MONETÁRIA ADOTADAS PELO BCEAO ENTRE 2002 E 2013 7 de janeiro de 2002 No quadro da regulação da liquidez bancária na União Monetária Oeste Africana (UMOA), o Banco Central dos Estados da África Ocidental procedeu, valor 7 de janeiro de 2002, ao seu primeiro concurso de títulos de dívida do Banco Central para o ano de 2002. Para o efeito, 400 títulos de dívida num valor nominal global de 20,0 mil milhões e duma duração de duas semanas foram submetidos em adjudicação. O concurso público registou a participação de seis intervenientes cujas submissões num montante total de 17, 3 mil milhões foram retidas em torno de 16,8 mil milhões. A taxa marginal fixou-se em 5,00%. 16 de abril de 2002 O Banco Central dos Estados da África Ocidental decidiu aumentar de 3,00% para 9,00%, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos Bancos no Mali, a partir do período de constituição que começou a 16 de abril de 2002. Assim, os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos na UMOA fixaram-se de maneira seguinte, a contar de 16 de abril de 2002: - Benim: 9,00%; - Burkina: 3,00%; - Côte d’Ivoire: 5,00%; - Guiné-Bissau : 3,00%; - Mali: 9,00%; - Níger: 5,00%; - Senegal: 9,00%; - Togo: 3,00%. Tratando-se das instituições financeiras distribuidoras de créditos, o coeficiente das reservas obrigatórias manteve-se em 5,0% em todos os Estados da UMOA. 7 de julho de 2003 Em relação aos resultados favoráveis registados em matéria de controlo da inflação e, de modo geral, de estabilidade monetária, o Banco Central decidiu reduzir as suas taxas diretoras de 100 pontos de base, a partir de segunda-feira 7 de julho de 2003. Assim, a taxa de desconto passou de 6,50% para 5,50% e a taxa sobre as pensões de 6,00% para 5,00%. Esta flexibilidade da política das taxas de juro foi a expressão da confiança do Instituto de Emissão Comum na capacidade do sistema financeiro da União de assegurar o financiamento são e adequado da recuperação da economia regional. Ele acompanhou a dinâmica do mercado financeiro regional que se animou, graças nomeadamente às emissões de títulos públicos, organizadas em vários Estados da União, com o apoio do BCEAO. Finalmente, este afrouxamento monetário traduz a confiança do setor privado, dos aforadores, dos investidores e das instituições financeiras na durabilidade dos mecanismos de funcionamento da União Monetária. Relatório anual do BCEAO – 2013 105 20 de outubro de 2003 A análise da conjuntura económica, monetária e financeira revelando sinais encorajadores da retoma da atividade económica na maioria dos Estados da União, uma confirmação da desaceleração dos preços e uma consolidação das reservas de câmbios, o Banco Central decidiu prosseguir com a flexibilidade de suas condições monetárias, ao diminuir as suas taxas diretoras de 50 pontos básicos, a partir de segunda-feira 20 de outubro de 2003. Assim, a taxa de desconto passou de 5,50% para 5,00% e a taxa sobre as pensões de 5,00% para 4,50%. Esta nova flexibilidade da política monetária foi a expressão da confiança do Instituto de Emissão Comum na capacidade do sistema financeiro de contribuir para o financiamento são e a custo reduzido da recuperação da atividade económica nos Estados membros. Ela acompanhou igualmente a dinâmica do mercado financeiro regional que se animou graças nomeadamente às emissões de títulos públicos, organizadas em vários Estados da União, com o apoio do BCEAO. 16 de março de 2004 O Banco Central decidiu aumentar de 9,00% para 13,00%, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos do Benim, a partir do período de constituição que começa a 16 de março de 2006. Assim os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos na UMOA fixaram-se como segue, a partir de 16 de março de 2004: - Benim: 13,00% - Burkina: 3,00% - Côte d’Ivoire: 5,00% - Guiné-Bissau: 3,00% - Mali: 9,00% - Níger: 5,00% - Senegal: 9,00% - Togo: 3,00% Para as instituições financeiras distribuidoras de créditos, o coeficiente das reservas obrigatórias manteve-se em 5,00% em todos os Estados da UMOA. 22 de março de 2004 Em relação às evoluções favoráveis a nível da orientação da atividade económica, do controlo da inflação e da consolidação das reservas de câmbio, o Banco Central decidiu prosseguir com a flexibilidade das suas condições monetárias, ao reduzir as suas taxas diretoras de 50 pontos básicos, a partir de segunda-feira de 22 de março de 2004. Assim, a taxa de desconto passou de 5,00% para 4,50% e a taxa sobre as pensões de 4,50% para 4,00%. Esta flexibilidade da política monetária, depois das reduções de 150 pontos básicos das taxas diretoras em 2003, traduziu a confiança do Instituto de Emissão Comum na capacidade do sistema financeiro de apoiar a retoma económica constatada nos Estados membros da União, por um financiamento de custo reduzido. Ela visava igualmente incentivar as iniciativas de investimentos necessários para a consolidação da atividade económica. 1º de junho de 2005 O Banco Central aumentou os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos de 13,00% para 15,00% no Benim, de 3,00% para 7,00% no Burkina e de 5,00% para 9,00% no Níger, a partir do período de constituição que começou a 16 de junho de 2005. Assim, os Relatório anual do BCEAO – 2013 106 coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos da UMOA fixaram-se com segue, a partir de 16 de junho de 2005: - Benim: 15,00% - Burkina: 7,00% - Côte d’Ivoire: 5,00% - Guiné-Bissau: 3,00% - Mali: 9,00% - Níger: 9,00% - Senegal: 9,00% - Togo: 3,00% Para as instituições financeiras distribuidoras de créditos, o coeficiente das reservas obrigatórias manteve-se em 5,00% em todos os Estados da UMOA. 24 de agosto de 2006 O Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) aumentou as suas taxas diretoras de 0,25 ponto percentual a partir de 24 de agosto de 2006. A contar desta data, a taxa sobre as pensões passou de 4,00% para 4,25% e a taxa de desconto de 4,50% para 4,75%. Esta decisão que visa confortar a contribuição da política monetária para a estabilidade macroeconómica, interveio num contexto marcado pelas preocupações suscitadas nomeadamente pela evolução previsível dos preços no seio dos Estados membros da União Monetária Oeste Africana (UMOA), suscetíveis de impedir a realização do objetivo de estabilidade dos preços e, por conseguinte, de um crescimento económico são e duradouro. A decisão tomada pelo Banco Central surge num contexto marcado, no plano internacional, pelas preocupações ligadas à importante subida dos preços mundiais do petróleo que atingiram níveis recordes. Esta dinâmica que afeta o poder de compra das populações e a situação das finanças públicas, constitui um fator suplementar de tensões sobre os preços no seio da União. O aumento das taxas diretoras do BCEAO contribui para o controlo da inflação no seio da UMOA e, portanto, para a preservação da competitividade das economias dos Estados membros. Primeiro trimestre de 2007 A condução da política monetária, durante os primeiros três meses do ano de 2007, foi marcada nomeadamente pelo regresso do Banco Central no mercado monetário, com a realização semanal de concursos públicos para injeção de liquidez. Através da retomada das suas operações a 5 de fevereiro de 2007, o BCEAO visava conter os efeitos de uma diminuição sensível da liquidez bancária em finais do ano de 2006 nas taxas de juros. Estas operações deviam permitir criar as condições de uma reciclagem ótima das disponibilidades no mercado interbancário e preservar a coerência da hierarquia das taxas no mercado dos capitais a curto prazo. No final do primeiro trimestre de 2007, o Banco Central organizou sete concursos públicos para injeção de liquidez. As submissões recebidas evoluíram entre 18,1 e 40,9 mil milhões. As taxas de juro oferecidas flutuaram num intervalo de 3,975% a 5,500%. Relatório anual do BCEAO – 2013 107 Segundo trimestre de 2007 Durante o segundo trimestre de 2007, o Banco Central prosseguiu a realização de concursos públicos semanais de injeção de liquidez. No final deste trimestre, foram realizados treze concursos públicos de injeção de liquidez. As submissões recebidas evoluíram entre 21,3 e 47,2 mil milhões. As taxas de juro oferecidas flutuaram num intervalo de 4,0000% a 4,3500%. Terceiro trimestre de 2007 Durante o terceiro trimestre de 2007, o Banco Central prosseguiu com as suas intervenções, no mercado monetário. O Instituto de Emissão organizou assim treze concursos públicos de injeção de liquidez, levando a trinta e três o total destas operações desde a sua retomada a partir de 5 de fevereiro de 2007. As propostas recebidas evoluíram entre 11,7 et 41,7 mil milhões. As taxas de juro oferecidas evoluíram num intervalo de 3,0000% a 4,2000%. Quarto trimestre de 2007 Durante o quarto trimestre de 2007, o Banco Central prosseguiu as suas intervenções no mercado monetário. O Instituto de Emissão organizou assim treze concursos públicos de injeção de liquidez, levando para quarenta e seis o total destas operações desde a sua retomada a partir de 5 de fevereiro de 2007. As propostas recebidas evoluíram entre 29,9 et 97,8 mil milhões. As taxas de juro oferecidas flutuaram num intervalo de 3,3000% a 5,0000%. Primeiro trimestre de 2008 Durante o primeiro trimestre de 2008, o Banco Central prosseguiu com as suas intervenções no mercado monetário. O Instituto de Emissão organizou assim treze (13) concursos públicos de injeção de liquidez, levando para quarenta e nove o total destas operações desde a sua retomada a partir de 5 de fevereiro de 2007. As propostas recebidas evoluíram entre 65,1 et 135,5 mil milhões. As taxas de juro oferecidas reduziram-se, situando-se num intervalo de 2,7500% a 4,4000% contra um diferencial de 3,3000% a 5,0000% no trimestre precedente. Segundo trimestre de 2008 Prosseguindo as suas intervenções no mercado monetário durante o segundo trimestre de 2008, o Banco Central organizou treze (13) concursos públicos de injeção de liquidez, levando para setenta e dois o total destas operações desde a sua retomada a 5 de fevereiro de 2007. As propostas recebidas evoluíram entre 97,8 e 147,9 mil milhões. As taxas de juro oferecidas evoluíram num intervalo de 3,7500% a 4,2500% contra um diferencial de 2,7500% a 4,4000% no trimestre precedente. Terceiro trimestre de 2008 Durante o terceiro trimestre de 2008, o Banco Central considerando os riscos pesando sobre a estabilidade dos preços no seio da União, decidiu a partir de 16 de agosto de 2008, aumentar de um meio (½) ponto percentual a sua principal taxa de intervenção, nomeadamente a taxa sobre as pensões, para levá-la de 4,25% para 4,75%. A taxa de desconto fixou-se em 6,75%. Por outro lado, o BCEAO prosseguiu as suas operações semanais de injeção de liquidez. O montante posto em adjudicação permaneceu estável em 100,0 mil milhões entre a 30 de junho de 2008 e 30 de setembro de 2008. As taxas médias de juro ponderadas semanais evoluíram num intervalo de 3,9720% a 4,5682% contra um diferencial de 3,9407% a 4,2331% no trimestre anterior. Quarto trimestre de 2008 No contexto do quarto trimestre de 2008 marcado pelo início das repercussões da crise financeira sobre a atividade económica, um nível ainda elevado da inflação e um ritmo de crescimento relativamente forte dos créditos à economia, o Banco Central manteve a sua Relatório anual do BCEAO – 2013 108 principal taxa diretora. Assim, a taxa sobre as pensões permaneceu em 4,75%, o seu nível vigente desde a 16 de agosto de 2008. Por outro lado, o Banco Central prosseguiu as suas operações semanais de injeção de liquidez, levando o montante colocado em leilão de 100,0 mil milhões a 30 de setembro de 2008 para 160,0 mil milhões a 31 de dezembro de 2008. A realização destas operações pelo Banco Central contribuiu para responder às necessidades em recursos dos bancos e limitar as tensões sobre as taxas. Primeiro trimestre de 2009 A conduta da política monetária, durante o primeiro trimestre de 2009, foi marcada pelo reforço do quadro operacional do BCEAO no mercado monetário, que se traduziu desde a 19 de fevereiro de 2009 pela ativação do balcão dos concursos públicos de um mês, além do de uma semana. Essas ações do BCEAO visavam tranquilizar os bancos sobre a vontade do Banco Central de satisfazer as suas necessidades de liquidez. Por outro lado, elas contribuíram a fazer evoluir, em março de 2009, as taxas do mercado Interbancário de uma semana no intervalo situado entre a taxa mínima de subscrição e a sobre as pensões. Com efeito, a taxa interbancária média de uma semana inscreveu-se a 4,71% em março 2009 contra 4,87% em fevereiro de 2009 e 6,02 porcento em dezembro 2008, situando-se entre a taxa mínima dos concursos públicos de uma semana (3,7500%) e a sobre as pensões (4,7500%). As taxas de juro médias ponderadas semanais evoluíram no intervalo de 3,8068% a 4,7490% contra um diferencial de 4,4986% para 4,7435% no trimestre precedente. Segundo trimestre de 2009 A conjuntura económica e financeira da União durante o segundo trimestre de 2009 foi marcada pela deterioração das perspetivas do crescimento e pelo surgimento de tensões sobre as finanças públicas, num contexto de atenuação das pressões inflacionistas e da desaceleração da progressão dos créditos à economia. Neste contexto, o BCEAO procedeu a uma diminuição de 0,50 ponto percentual de suas taxas diretoras. Assim, a partir de 16 de junho de 2009, a taxa sobre as pensões foi reduzida de 4,75% para 4,25% e a taxa de desconto que serve de referência em matéria de penalidade, de 6,75% para 6,25%. Esta diminuição das taxas diretoras do Banco Central deveria assim dar aos bancos uma margem de redução de suas taxas devedoras. Por outro lado, para reforçar o sinal enviado ao mercado através da diminuição das taxas diretoras e aumentar a capacidade dos bancos a financiar a economia, o BCEAO reduziu os coeficientes das reservas obrigatórias em quatro Estados da União (Benim, Mali, Níger e Senegal). Assim, os coeficientes das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos nesses Estados são fixados como segue a partir de terça-feira 16 de junho de 2009: - Benim: 9,0% em vez de 15,0% - Mali: 7,0% em vez de 9,0% - Níger: 7,0% em vez de 9,0% - Senegal : 7,0% em vez de 9,0%. Os Coeficientes de reservas obrigatórias mantiveram-se sem mudar no Burkina (7,0%), na Côte d´Ivoire (5,0%), na Guiné-Bissau (3,0%) e no Togo (3,0%). Relativamente às instituições financeiras distribuidoras de créditos, o coeficiente das reservas obrigatórias permaneceu fixo em 5,0% em todos os Estados membros da União. Relatório anual do BCEAO – 2013 109 O BCEAO prosseguiu com as suas operações semanais e mensais de cobertura das necessidades em liquidez dos bancos. Estas ações contribuíram para fazer recuar as taxas do mercado interbancário de uma semana. Com efeito, a taxa interbancária média de uma semama inscreveu-se em 4,37% em junho de 2009, contra 4,63 % em maio de 2009 e 4,71 em março de 2009. Nas últimas duas semanas do mês de junho que seguiram à decisão do Banco Central, a taxa média interbancária sobre esta maturidade elevou-se para 4,14%, abaixo da nova taxa sobre as pensões. As taxas de juro médias ponderadas semanais evoluíram num intervalo de 3,5653% a 3,9923%, contra um diferencial de 3,8068% a 4,7490%, no trimestre precedente. Terceiro trimestre de 2009 Durante o terceiro trimestre 2009, o BCEAO, manteve sem mudar as suas taxas diretoras em relação à evolução favorável da inflação. Assim, o BCEAO prosseguiu uma política conciliante com vista ao apoio à retomada da atividade económica no seio dos países da União, dentro da tendência iniciada nos países industrializados. A taxa sobre as pensões e a do desconto bancário permaneceram em 4,25% e 6,25%, níveis vigentes desde a 16 de junho de 2009. O BCEAO prosseguiu, através de suas operações semanais e mensais, a cobertura das necessidades em liquidez dos bancos. A diminuição das taxas diretoras e as injeções regulares de liquidez contribuíram para a redução da taxa do mercado interbancário de uma semana que se inscreveu a 4,09% em setembro de 2009, abaixo da taxa sobre as pensões, contra 4,37% em junho de 2009 e 4,63% em maio de 2009. Durante o terceiro período de 2009, as quantidades leiloadas no balcão das licitações semanais foram ajustadas, para cobrir todas as necessidades manifestas pelas instituições de crédito. As taxas de juro médias ponderadas semanais evoluíram num intervalo de 3,2662% a 3,3646%, contra um diferencial de 3,5653% a 3,9923%, no trimestre precedente. Por outro lado, o Instituto de emissão manteve as adjudicações em taxas fixas e quantidades ilimitadas no balcão de um mês, para tranquilizar as instituições de crédito sobre a disponibilidade do Banco Central a acompanhá-las no financiamento da economia, num período marcado pela atenuação das tensões inflacionistas. Quarto trimestre de 2009 Durante o quarto trimestre de 2009, o BCEAO manteve sem mudar as suas taxas diretoras em ligação com a evolução favorável da inflação. A taxa sobre as pensões e a do desconto bancário mantiveram-se nos seus níveis vigentes desde a 16 de junho, ou seja respetivamente 4,25% e 6,25%. O BCEAO prosseguiu as suas intervenções no mercado monetário, através das suas operações semanais e mensais, com vista a satisfazer as necessidades em liquidez dos bancos. O ajuste em aumento, no quarto trimestre de 2009, dos montantes leiloados no quadro das operações de concursos públicos semanais de injeção de liquidez do BCEAO, contribuiu para a continuação do abrandamento das taxas interbancárias de uma semana, que se situaram em 3,87% em dezembro de 2009, contra respetivamente 4,09% e 4,37% em setembro e junho de 2009. As taxas de juro médias ponderadas semanais evoluíram num intervalo entre 3,2584% e 3,3149% contra um intervalo de 3,5653% a 3,9923% no trimestre anterior. Por outro lado, as adjudicações com taxa fixa de 3,65% e com montantes ilimitados no balcão de um mês foram regularmente organizadas, com vista a assegurar a cobertura das necessidades de longa maturidade dos bancos, num contexto marcado por uma atenuação das tensões inflacionistas. Relatório anual do BCEAO – 2013 110 Primeiro trimestre de 2010 Durante o primeiro trimestre de 2010, o BCEAO manteve sem mudar as suas taxas diretoras, em relação à evolução favorável da inflação. A taxa sobre as pensões e a do desconto permaneceram fixados nos seus níveis vigentes desde a 16 de junho de 2009, ou seja respetivamente em 4,25% e 6,25%. Durante este trimestre, a conduta da política monetária foi marcada pela continuação das intervenções do BCEAO no mercado monetário. O Banco Central organizou assim doze operações semanais de injeção de liquidez. A manutenção a um nível elevado dos montantes oferecidos pelo BCEAO no balcão dos concursos públicos semanais de injeção de liquidez, durante o primeiro trimestre de 2010, contribuiu para a prosseguição da flexibilidade global das taxas interbancárias de uma semana, iniciada desde o início do último trimestre de 2009. Com efeito, as taxas interbancárias de uma semana fixaram-se em 3,33% em março de 2010, contra 3,52% em janeiro de 2010 e 3,87% em dezembro de 2009. As taxas de juro médias ponderadas semanais do mercado monetário evoluíram num intervalo indo de 3,2544% para 3,2933%, contra um intervalo indo de 3,2584% para 3,3149% no trimestre precedente. Por outro lado, o BCEAO prosseguiu a organização das adjudicações com taxa fixa de 3,65% e com montantes ilimitados no balcão dos concursos públicos de um mês, com vista a cobrir as necessidades de maior maturidade dos bancos, num contexto marcado por uma atenuação das tensões inflacionistas. Nenhuma modificação foi dada ao dispositivo das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos da União do trimestre em análise. Segundo trimestre de 2010 Durante o segundo trimestre de 2010, o BCEAO prosseguiu, através das suas operações semanais e mensais, a cobertura das necessidades em liquidez dos bancos. A diminuição dos montantes oferecidos pelo BCEAO no balcão dos concursos públicos semanais de injeção de liquidez, com vista a ajustá-los a nível das necessidades exprimidas pelos bancos, durante o segundo trimestre de 2010, induziu uma ligeira aumento da taxa média ponderada dos concursos públicos de uma semana e das taxas interbancárias de uma semana. Com efeito, a taxa, média ponderada dos concursos públicos de injeção de liquidez de uma semana situou-se em 3,2942% contra 3,2629% um trimestre antes. Elas evoluíram num intervalo indo de 3,2571% para 3,3665% no segundo trimestre de 2010, contra um intervalo indo de 3,2544% a 3,2933% no trimestre precedente. Inscrevendo-se nesta tendência, as taxas interbancárias de uma semana fixaram-se em 3,70% no segundo trimestre de 2010, contra 3,40% no trimestre precedente. 14 de setembro de 2010 O Comité de Política Monetária realizou a sua primeira reunião a 14 de setembro de 2010. Analisando a situação económica, financeira e monetária recente da UEMOA e tendo em conta o contexto caracterizado pela ausência de risco maior para a estabilidade dos preços, o Comité decidiu manter o statu quo a nível das taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão às operações de open market e a taxa sobre as pensões permanecem respetivamente fixadas em 3,25% e 4,25%. Por outro lado, a capacidade dos bancos a constituir as reservas obrigatórias é globalmente satisfatória e a abundância relativa da liquidez bancária não deverá ser a causa de tensões inflacionistas. Para o efeito, o Comité de Política Monetária decidiu manter os coeficientes das reservas obrigatórias a seu nível atual. Assim, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos permanece em 7,0% no Benim, no Burkina, no Mali, no Níger e no Senegal e em 5,0% na Côte d'Ivoire, na Guiné-Bissau e no Togo. Relatório anual do BCEAO – 2013 111 1º de dezembro de 2010 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 1 de dezembro de 2010. Analisando a situação económica, financeira e monetária recente da UEMOA num contexto caracterizado por uma diminuição pressão inflacionista, o Comité de Política Monetária decidiu manter o statu quo a nível das taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão às operações de open market e a taxa sobre as pensões permanecem respetivamente fixadas em 3,25% e 4,25%. Por outro lado, a capacidade dos bancos a constituir as reservas obrigatórias é globalmente satisfatória e a abundância relativa da liquidez bancária não deverá induzir tensões inflacionistas. A fim de harmonizar os coeficientes de reservas obrigatórias aplicáveis aos bancos dos Estados membros da União, o Comité de Política Monetária decidiu uma uniformização dos referidos coeficientes. Com efeito, decidiu levar o coeficiente das reservas obrigatórias para um nível único de 7,0% para todos os países a partir de 16 de dezembro de 2010. 2 de março de 2011 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 2 de março de 2011. Analisando a recente situação económica, financeira e monetária da UEMOA, à luz dos impactos da crise política na Côte d’Ivoire e da ressurgência das pressões inflacionistas consecutiva ao aumento dos preços dos produtos alimentares importados e à progressão dos preços dos combustíveis na maioria dos Estados da União, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de open market e a taxa das operações no balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixados em 3,25% e 4,25%. Por outro lado, o Comité de Política Monetária decidiu manter o coeficiente das reservas obrigatórias no seu nível de 7,0% em vigor desde a 16 de dezembro de 2010. 1º de junho de 2011 O Comité de Política Monetária do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) realizou a sua reunião ordinária a 1º de junho de 2011. Analisando a recente situação económica, financeira e monetária da UEMOA, o Comité de Política Monetária ressaltou que o fim da crise política na Côte d'Ivoire anuncia perspetivas económicas portadoras para a União. Sublinhou que a inflação permanecia num nível relativamente elevado desde o início do ano 2011. A taxa de inflação, em variação homóloga, fixou-se em 3,7% em finais de março de 2011, depois de 3,9 em finais de dezembro de 2010. Examinando os outros indicadores de conjuntura no seio da UMOA, o Comité de Política Monetária ressaltou a prosseguição da inércia da atividade económica nos primeiros meses de 2011, atonia imputável nomeadamente aos efeitos negativos da crise política na Côte d'Ivoire e aos desempenhos insuficientes do setor industrial. Ele indicou que a estabilidade e a segurança do sistema financeiro da União foram preservadas, apesar dos riscos ligados ao impacto da crise ivoiriense sobre o sistema bancário. O Comité recomendou aos bancos da União velarem pela qualidade das suas carteiras e repercutirem a diminuição atual das taxas de juros do mercado monetário no volume e no custo do crédito. Observou que a curto prazo, a aumento dos preços não deverá desacelerar, de modo significativo, na União, tendo em conta as previsões de conservação dos preços do petróleo a níveis elevados e do aumento dos preços dos produtos alimentares importados. A taxa de inflação fixar-se-ia em 3,9% em finais de junho de 2011. Todavia, no médio prazo, as previsões de inflação estariam em conformidade com o objetivo de estabilidade dos preços na União. Com base nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de open market e a taxa das operações no balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixados em 3,25% e 4,25%. Relatório anual do BCEAO – 2013 112 Por outro lado, o Comité decidiu manter o coeficiente das reservas obrigatórias, a seu nível de 7,0% em vigor desde a 16 de dezembro de 2010. 7 de setembro de 2011 Comité de Política Monetária (CPM) do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 7 de setembro de 2011. Durante esta sessão, o Comité analisou a recente situação económica, financeira e monetária da União Monetária Oeste Africana, nomeadamente os riscos que pesam sobre a estabilidade dos preços e as perspetivas de crescimento económico na União. Neste aspeto, o Comité observou uma tendência ao abrandamento do ritmo de progressão dos preços. Com efeito, a taxa de inflação, em variação homóloga, passou de 5,7% em finais de abril de 2011 para 4,8% em finais de maio de 2011 e 3,9% em finais de junho de 2011. Esta dinâmica se deve à restauração dos circuitos de distribuição na Côte d’Ivoire e ao recuo da inflação importada. Analisando os outros indicadores de conjuntura no seio da UMOA, o Comité de Política Monetária ressaltou a prosseguição da inércia da atividade no segundo trimestre de 2011, imputável aos fracos desempenhos dos setores industrial e terciário. As condições monetárias revelaram-se globalmente favoráveis, com uma liquidez bancária relativamente abundante, uma quasi-estabilidade das taxas no mercado monetário e um recuo das taxas devedoras dos bancos. Todavia, as taxas médias ponderadas das emissões de cupões do Tesouro agravaram-se dum trimestre para outro. O Comité estimou que as perspetivas de crescimento económico da União continuam marcadas de incertezas. Prevê-se uma taxa de crescimento da atividade económica de 5,3% em 2012 contra 1,0% em 2011, em ligação com a acalmia da situação sociopolítica no conjunto dos países da União. Com base nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de open market e a taxa das operações no balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixados em 3,25% e 4,25%. Por outro lado, o Comité decidiu manter o coeficiente das reservas obrigatórias a seu nível de 7,0% em vigor desde a 16 de dezembro de 2010. 7 de dezembro de 2011 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 7 de dezembro de 2011. Durante esta sessão, o Comité analisou a recente situação económica, financeira e monetária da União Monetária Oeste Africana (UMOA). Em particular, ele analisou os fatores de risco que podem influir sobre a estabilidade dos preços e sobre as perspetivas de crescimento económico na União. Tratando-se da inflação, o Comité sublinhou que a tendência à desaceleração dos preços, observada desde o mês de maio de 2011 dissipou-se em setembro. Com efeito, a taxa de inflação, em variação homóloga, passou de 4,8% em maio para 3,9% em finais de junho de 2011, em seguida para 3,6% em finais de julho de 2011, 3,5% em finais de agosto de 2011, antes de subir a 3,8% em finais de setembro de 2011. A aumento dos preços continua a ser influenciada pelo encarecimento, em variação homóloga dos produtos alimentares e dos combustíveis. A análise dos indicadores de conjuntura no seio da UMOA revelou uma consolidação da atividade no terceiro trimestre de 2011, nomeadamente na indústria e no setor terciário. As condições monetárias continuaram globalmente favoráveis, no contexto de liquidez bancária importante e dum recuo das taxas no mercado monetário. Todavia, as taxas de juro devedoras dos bancos bem como as taxas médias ponderadas das emissões de cupões do Tesouro no terceiro trimestre 2011 registaram altas em relação ao trimestre precedente. Analisando as perspetivas de crescimento económico da União o Comité estimou que a atividade económica da União permanecerá bem orientada, apesar de ser marcada por incertezas tendo em conta a recente conjuntura internacional. Assim, previu-se uma taxa de Relatório anual do BCEAO – 2013 113 crescimento do produto interno bruto real de 6,4% em 2012 contra 1,2% em 2011 e 4,3% em 2010. Fundando-se nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter as taxas de juros diretoras do BCEAO no seu nível atual. Desta feita, a taxa de juro mínima de submissão nas operações de concurso público e a taxa de juro das operações no balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixadas em 3,25% e 4,25%. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar o coeficiente das reservas obrigatórias a seu nível de 7,0% que está em vigor desde a 16 de dezembro de 2010. 7 de março de 2012 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 7 de março de 2012. Analisando a conjuntura económica, os membros do Comité de Política Monetária sublinharam que os Estados membros da UEMOA vão continuar a evoluir em 2012 num contexto internacional pouco favorável, marcado pelo abrandamento do crescimento mundial. A situação da União deverá igualmente sofrer da péssima campanha agrícola 2011/2012. O Comité de Política Monetária sublinhou que estes fatores ameaçam a realização das previsões de crescimento para o ano 2012, que poderão registar um recuo em relação â taxa de 6,4% inicialmente prevista. A análise das condições monetárias revela que a liquidez bancária registou uma diminuição acentuada desde o segundo semestre de 2011. Além dos fatores conjunturais, esta evolução resulta de mudanças estruturais que se operam nas economias da União, induzindo importantes necessidades de financiamento das importações com objetivo de realizar investimentos privados e públicos em curso. Esta situação provocou uma tensão nas taxas de juro do mercado monetário. Em perspetiva, a procura de liquidez dos bancos poderá manter-se num nível elevado, em relação à importância dos recursos necessários para cobrir as necessidades de financiamento manifestadas pelos Estados para o ano 2012. Fundando-se nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter as taxas de juros diretoras do BCEAO no seu nível atual. Desta feita, a taxa de juro mínima de submissão nas operações de concurso público e a taxa de juro das operações no balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixadas em 3,25% e 4,25%. Por outro lado, com vista a atenuar os constrangimentos sobre a liquidez dos bancos e confortar as condições de um financiamento da economia, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir o coeficiente das reservas obrigatórias para 5,0% para todos os bancos dos países da União, ou seja uma diminuição de dois (2) pontos percentuais, com a data de vigência a 16 de março de 2012. 11º de junho de 2012 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 11 de junho de 2012. O Comité analisou a situação económica, monetária e financeira da União Monetária Oeste Africana à luz da recente evolução da conjuntura internacional. Em particular, ele analisou os fatores de risco que podem influir sobre a estabilidade dos preços e sobre as perspetivas de crescimento económico na União. O Comité constatou uma atenuação do ritmo de evolução do nível geral dos preços no consumidor na União no período recente a favor das medidas implementadas a nível nacional e regional com vista a lutar contra a vida cara e atenuar os efeitos dos choques na oferta. Assim, a taxa de inflação passou de 2,3%, em variação homóloga, em finais de janeiro de 2012 para 2,8% em finais de fevereiro de 2012, para estabelecer-se em 2,5% em finais de março de 2012 e em 0,6% em abril de 2012. Ao analisar a conjuntura, os membros do Comité de Política Monetária ressaltaram que o crescimento económico da União em relação ao ano 2012 será melhor do que em 2011 em ligação com a retoma rápida da atividade na Côte d’ivoire, o dinamismo do setor das minas e a prosseguição dos investimentos públicos nas infraestruturas. Todavia, existem preocupações por Relatório anual do BCEAO – 2013 114 causa do impacto das crises sociopolíticas no Mali e na Guiné-Bissau, bem como as incertezas provocadas pelo contexto internacional. Em relação a essas incertezas e com base na apreciação da balança dos riscos, o Comité de Política Monetária decidiu baixar as taxas de juro diretoras do BCEAO de 25 pontos básicos. A taxa de juro mínima de submissão às operações de concurso público de injeção de liquidez e a taxa de juro no balcão de cedência de liquidez do BCEAO fixaram-se respetivamente em 3,00% e 4,00% com efeitos a partir de 16 de junho de 2012. A nível do mercado monetário, o Comité constatou que as tensões que justificaram uma diminuição do coeficiente das reservas obrigatórias em março de 2012 começaram a se dissipar. A taxa média ponderada no compartimento de uma semana do mercado interbancário que era de 4,67% em março de 2012 recuou e situa-se em 4,25% em maio de 2012. O Comité decidiu, por conseguinte, manter sem mudar o coeficiente de reservas obrigatórias aplicável aos bancos a seu nível de 5% vigente desde a 16 de março de 2012. 5 de setembro de 2012 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 5 de junho de 2012. O Comité analisou a situação económica, monetária e financeira da União Monetária Oeste Africana (UMOA) à luz da recente evolução da conjuntura internacional. Em particular, ele analisou os fatores de risco que podem influir sobre a estabilidade dos preços e sobre as perspetivas de crescimento económico na União. O Comité sublinhou a prossecução da moderação das tensões inflacionistas na UMOA. Assim, a taxa de inflação situou-se em 1,5%, em variação homóloga, no segundo trimestre de 2012, depois 2,5% no trimestre precedente. As perspetivas a médio prazo indicam que a taxa de inflação situar-se-ia em torno de 2,3%, em variação homóloga, a médio prazo, sob a hipótese duma campanha agrícola 2012/2013 normal. Ao analisar a conjuntura económica, os membros do Comité de Política Monetária ressaltaram que os indicadores conjunturais disponíveis confirmam o abrandamento do crescimento económico mundial em 2012, num contexto de tensões nos mercados financeiros internacionais. As previsões disponíveis estimam uma taxa de crescimento da União de 5,3% em 2012. A nível do mercado monetário, o Comité constatou que a diminuição de 25 pontos básicos das taxas diretoras do BCEAO, surgida a 16 de junho de 2012, repercutiu-se nas taxas dos mercados monetários. Com efeito, as taxas de juro no compartimento de uma semana do mercado interbancário inscreveram-se em diminuição, passando de 4,67% em média em março de 2012 para 4,03% em julho de 2012. Por outro lado, ressaltou-se uma redução das taxas de juro das emissões dos cupões do Tesouro. A taxa média ponderada das emissões dos cupões do Tesouro de doze meses passou de 6,26% no segundo trimestre de 2012 para 5,76% em julho de 2012. Fundando-se nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas de juros diretoras nos seus níveis atuais. A taxa de juro mínima de submissão nas operações de concurso público de injeção de liquidez e a taxa de juro do balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixadas em 3,00% e 4,00%. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos a seu nível de 5%, vigente desde a 16 de março de 2012. 7 de dezembro de 2012 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária a 7 de dezembro de 2012. O Comité analisou a situação económica, monetária e financeira da União Monetária Oeste Africana (UMOA) à luz da recente evolução da conjuntura internacional. Ao analisar a evolução da inflação, o Comité observou uma ligeira aumento do índice harmonizado dos preços no consumidor no terceiro trimestre de 2012. Em variação homóloga, a taxa de inflação passou de 2,1% em junho para 2,7% em finais de setembro de 2012, devido ao Relatório anual do BCEAO – 2013 115 ajustamento para aumento dos preços dos combustíveis em alguns Estados membros e ao aumento dos preços dos cereais locais e dos produtos da pesca. A inflação deverá registar uma desaceleração no quarto trimestre de 2012 para fixar-se em 2,5% em finais de dezembro. Em média anual, a taxa de inflação estabeleceria em 2,3% em 2012 contra 3,8% em 2011. Daqui a 24 meses, estima-se esta taxa a 2,4%. Ao analisar a evolução dos indicadores conjunturais, o Comité ressaltou que a atividade económica no seio da UMOA está a consolidar-se cada vez mais, nomeadamente nos setores secundário e terceiro. O Comité estimou que os desempenhos em matéria de crescimento económico seriam melhores do que previsto. As últimas estimativas preveem uma progressão do produto interno bruto da União de 5,8% em 2012, ou seja uma revisão para aumento de 0,5 ponto percentual em comparação às previsões feitas três meses antes. Para o ano 2013, o crescimento económico deverá acelerar-se para atingir 6,5%. No mercado monetário, as taxas de juro continuem a diminuir-se. A taxa média ponderada das transações interbancárias de uma semana fixou-se em média em 4,13% no terceiro trimestre contra 4,24% no segundo trimestre de 2012. A taxa média ponderada das emissões dos cupões do Tesouro, estabeleceu-se em 5,63% no terceiro trimestre contra 5,72% um trimestre mais cedo. Fundando-se nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas de juros diretoras nos seus níveis atuais. A taxa de juro mínima de submissão nas operações de concurso público de injeção de liquidez e a taxa de juro do balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixadas em 3,00% e 4,00%. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos a seu nível de 5% vigente desde a 16 de março de 2012. 6 de março de 2013 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária anual a 6 de março de 2013. O Comité procedeu à análise da recente evolução da conjuntura internacional e interna e apreciou os fatores de riscos que podem influir sobre as perspetivas a médio prazo em matéria de estabilidade dos preços e de crescimento económico na União. Ao analisar a situação económica, o Comité ressaltou a persistência de uma conjuntura internacional desfavorável e marcada por incertezas. Ele sublinhou, no plano regional, o impacto da crise no Mali e na Guiné- Bissau. Todavia, o Comité indicou que a atividade económica interna foi bem orientada no quarto trimestre de 2012, o que confirma as previsões de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da União em termos reais, estimado em 5,8% em 2012. Para 2013, a retoma da atividade económica deverá prosseguir-se com uma taxa de crescimento real projetado em 6,5%. Em relação à evolução dos preços, o Comité ressaltou que a inflação da União registou uma diminuição progressiva desde o mês de outubro de 2012 com uma variação em variação homóloga do índice harmonizado dos preços no consumidor que passa de 3,3% em finais de outubro para 2,8% em finais de dezembro de 2012 e para 2,2% em finais de janeiro de 2013. Prevê-se uma taxa de inflação de 1,5% em variação homóloga no quarto trimestre de 2013. Os fatores causadores da moderação da inflação são nomeadamente a fraca procura mundial que atenua os riscos que influem sobre a inflação importada e uma diminuição dos preços alimentares locais, na perspetiva de uma campanha agrícola 2013/2014 satisfatória. Relativamente às condições monetárias, o Comité ressaltou uma diminuição das taxas nos mercados monetários e da dívida pública durante o quarto trimestre 2012. Assim, a taxa média ponderada das transações interbancárias de uma semana fixou-se em 3,79% enquanto era de 4,13% no terceiro trimestre de 2012. As emissões dos cupões do Tesouros realizaram-se numa taxa média ponderada de 5,21% no quarto trimestre de 2012, depois dos níveis respetivos de 5,72% e 5,63% nos segundo e terceiro trimestres do ano. Relatório anual do BCEAO – 2013 116 Com base na apreciação da balança dos riscos, o Comité decidiu baixar as taxas diretoras do BCEAO de 25 pontos básicos. Assim, a taxa de juros mínimos de submissão às operações de concursos públicos de injeção de liquidez baixou de 3,00% para 2,75%. A taxa de juros do balcão de cedência de liquidez fixou-se em 3,75% contra 4,00% precedentemente. Esta decisão toma efeito a partir de 16 de março de 2013. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos a seu nível de 5% vigente desde a 16 de março de 2012. 3 de junho de 2013 O Comité de Política Monetária do BCEAO realizou a sua reunião ordinária anual a 3 de junho de 2013. O Comité analisou a recente situação económica, monetária e financeira da União Monetária Oeste Africana (UMOA) bem como as perspetivas, à luz da evolução da conjuntura internacional. No plano internacional, o Comité ressaltou que o ritmo de progressão da atividade económica mundial séria moderado em 2013 mas deverá consolidar-se em 2014. A nível da União, os desempenhos macroeconómicos em 2012 foram globalmente mais favoráveis do que previsto. O produto interno bruto em volume registou um aumento de 6,4% sob o efeito do aumento dos investimentos públicos, com efeitos de estímulo nos investimentos privados, e do dinamismo do subsetor das indústrias extrativas em alguns Estados. Em 2013, o crescimento económico deverá prosseguir a sua tendência altista para atingir 6,5%, estimulado pela procura doméstica. Em relação à evolução dos preços no consumidor, o Comité sublinhou a prossecução da desaceleração da inflação cuja taxa passou, em variação homóloga, de 2,8% em finais de dezembro de 2012 para 2,3 em finais de abril de 2013. Este ritmo moderado da inflação reflete uma diminuição significativa dos preços dos produtos alimentares locais e uma fraca progressão dos produtos petrolíferos. No horizonte de 24 meses, a taxa de inflação fixar-se-ia em 2,5%, em variação homóloga. A título das condições monetárias, o Comité ressaltou a prossecução da redução das taxas de juros no mercado monetário. Assim, a taxa média ponderada dos concursos públicos de injeção de liquidez de uma semana passou de 3,07% em dezembro de 2012 para 2,81% em abril de 2013. A das transações interbancárias de uma semana sobressaiu-se em média em 3,18% em abril de 2013 contra 3,74% em dezembro de 2012. Fundando-se nas análises que precedem, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas de juros diretoras nos seus níveis atuais. A taxa de juro mínima de submissão nas operações de concurso público de injeção de liquidez e a taxa de juro do balcão de cedência de liquidez continuam respetivamente fixadas em 2,75% e 3,75%. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar, no seu nível de 5% em vigor desde 16 de março de 2012, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos da União. 4 de setembro de 2013 O Comité de Política Monetária do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) realizou a sua terceira reunião ordinária do ano, a 4 de setembro de 2013. O Comité analisou a recente situação económica, monetária e financeira da União Monetária Oeste Africana (UMOA) bem como as perspetivas, à luz, nomeadamente, da evolução da conjuntura internacional. Em particular, ele analisou os fatores de risco que podem influir sobre a estabilidade dos preços e o crescimento económico. Em relação à conjuntura internacional, o Comité ressaltou sinais de melhoria da atividade económica nos países industrializados. Relatório anual do BCEAO – 2013 117 Na União Económica e Monetária Oeste Africana, as últimas estimativas situam a taxa de progressão do Produto Interno Bruto em 6,4% em volume em 2013. Os membros do Comité sublinharam que riscos influem na realização da taxa de crescimento de 7,3% previsto para 2014. Ressaltaram, neste aspeto, que um dos principais fatores de risco é o impacto negativo do abrandamento do crescimento nos países emergentes sobre os preços mundiais dos produtos básicos exportados pelos países da União. A análise da evolução da inflação revela uma desaceleração mais forte do que previsto da aumento do nível geral dos preços na União. A taxa de inflação, em variação homóloga, fixou-se em 1,7% em finais de junho de 2013 depois de 2,3% em finais de março de 2013 e 2,8% em finais de dezembro de 2012. Este abrandamento resulta, essencialmente, da diminuição dos preços dos cereais locais bem como da redução dos preços dos combustíveis em alguns países a favor da diminuição dos preços mundiais do petróleo. Em média, prevê-se uma taxa de inflação de 1,9% para o ano 2013 contra 2,4% em 2012. O Comité de Política Monetária ressaltou igualmente uma diminuição das taxas nos diferentes compartimentos do mercado monetário no segundo trimestre de 2013. Assim, a taxa média ponderada dos concursos públicos de injeção de liquidez de uma semana e a das operações no compartimento de uma semana do mercado interbancário registaram ambas baixas de vinte e três (23) pontos básicos de um trimestre para outro. A mesma tendência observou-se no mercado dos títulos da dívida e obrigações do Tesouro. Com base nestas análises, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir de 25 pontos básicos as taxas diretoras do BCEAO, a partir de 16 de setembro de 2013. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de concursos públicos de injeção de liquidez passou de 2,75% para 2,50% e a taxa do balcão de cedência de liquidez foi fixada em 3,50% contra 3,75% precedentemente. Por outro lado, o Comité decidiu manter sem mudar, no seu nível de 5% em vigor desde 16 de março de 2012, o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos da União. 9 de dezembro de 2013 O Comité de Política Monetária do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) realizou a sua quarta reunião ordinária do ano, a 9 de dezembro de 2013. O Comité passou em revista os desenvolvimentos económicos e financeiros no plano internacional e regional desde a sua última reunião realizada a 4 de setembro de 2013 bem como as perspetivas a médio prazo em matéria de estabilidade dos preços e do crescimento económico na União. No plano internacional, o Comité ressaltou divergências na dinâmica de crescimento entre os países avançados em que a retoma se consolida os países emergentes cujo ritmo de expansão permanece abaixo dos desempenhos registados nos anos precedentes. No plano regional, as últimas previsões atestam uma boa resiliência das economias da União, apesar da conjuntura internacional pouco favorável. As estimativas situam o crescimento do produto interno bruto em volume em 6,0% em 2013, depois de 6,5% em 2012. Em 2014, ele atingiria 7,0%. A prosseguição dos investimentos públicos bem como o dinamismo esperado dos investimentos privados seriam os principais motores deste crescimento. Em relação à evolução dos preços no consumidor, o Comité sublinhou a prosseguição da desaceleração da inflação. A taxa de inflação estabilizara-se em outubro e novembro de 2013 em 0,7%, em variação homóloga. Se esta tendência confirmar-se em dezembro, a taxa de inflação média anual da União deverá fixar-se em 1,6% contra 2,4% em 2012. As novas previsões situam a taxa de inflação na União em 1,7%, em variação homóloga, no quarto trimestre de 2014. O Comité de Política Monetária ressaltou igualmente a prossecução da diminuição das taxas nos diferentes compartimentos do mercado monetário. Assim, a taxa média ponderada dos Relatório anual do BCEAO – 2013 118 concursos públicos de injeção de liquidez de uma semana sobressaiu-se em 2,54% em finais de outubro de 2013, em diminuição de 27 pontos básicos em relação a junho de 2013. No compartimento de uma semana do mercado interbancário, a taxa de juro média ponderada das operações passou de 3,13% em junho de 2013 para 3,05% em finais de outubro de 2013. A mesma tendência observou-se no mercado da dívida pública. A taxa média ponderada dos cupões do Tesouro de um ano baixou de 26 pontos básicos para sobressair-se em 4,51% em outubro de 2013. No termo da sua análise, o Comité de Política Monetária decidiu manter sem mudar as taxas diretoras do BCEAO. Assim, a taxa mínima de submissão nas operações de concursos públicos de injeção de liquidez permaneceu fixada em 2,50% e a do balcão de cedência de liquidez em 3,50%. Por outro lado, o Comité decidiu manter o coeficiente das reservas obrigatórias aplicável aos bancos da União a seu nível de 5% em vigor desde 16 de março de 2012. Relatório anual do BCEAO – 2013 119 LISTA DOS PRINCIPAIS DOCUMENTOS DIVULGADOS PELO BCEAO Periódicos 1 - Relatório anual do BCEAO - de 1956 a 2012 (anual) 2 - Notas de Informação e Estatísticas - de 1956 a 2004 - Estatísticas monetárias (mensal) - Estatísticas económicas (trimestral) - Estudos e pesquisa (trimestral) - Informações gerais (trimestral) 3 - Boletim mensal de estatísticas monetárias e financeiras - de janeiro de 2005 a dezembro de 2013 4 - Boletim mensal de conjuntura – de outubro de 2005 a dezembro de 2013 5 - Nota trimestral de conjuntura - de junho de 2010 a dezembro de 2013 6 - Nota de informação - de março de 2005 a dezembro de 2013 7 - Anuário estatístico - de 2004 a 2012 8 - Anuário dos bancos e instituições financeiras - de 1967 a 2012 9 - Balanços e contas dos resultados dos bancos e instituições financeiras (anual) - Balanços dos bancos e instituições financeiras - de 1967 a 2003 - Balanços e contas de resultados dos bancos e instituições financeiras – 2004 a 2012 10 - Monografias dos Sistemas Financeiros Descentralizados (anual) - de 1993 a 2006 11 - Perspetivas económicas dos Estados da UEMOA (2006 a 2013) 12 - Revista da estabilidade financeira na UEMOA (2006, 2008) 13 - Revista Económica e Monetária (junho de 2007 a dezembro de 2013) Obras 14 - Plano Contabilístico Bancário da UMOA (4 volumes) - Dakar, Edição BCEAO, agosto de 1994 - Coletânea das instruções relativas à contabilização e avaliação das operações bancárias. Volume I: Quadro regulamentar geral Volume II: Documentos de síntese Volume III: Transmissão dos documentos de síntese 15 - Coletânea de textos legais e regulamentares – 2003 16 - História da UMOA (3 tomos em francês e em inglês) – Paris, Edição Georges Israël, janeiro de 2000 17 - Sistema Contabilístico Oeste Africano (SYSCOA) (4 tomos) - Plano contabilístico geral das empresas - Paris, Edição Foucher, dezembro de 1996 - Guia de aplicação - Paris, Edição Foucher, outubro de 1997 - Sistema mínimo de tesouraria - Paris, Edição Foucher, outubro de 1997 - Quadros de passagem - Paris, Edição Foucher, outubro de 1997 18 - Sistema Contabilístico Oeste Africano (SYSCOA) - Lista completa das contas e mapas financeiros - Dakar, Edição BCEAO, 2005 19 - Metodologia de Análise Financeira - Dakar, Edição BCEAO, 2004 20 - Notas e moedas na Zona UMOA (das origens a 2012), Dakar, BCEAO, 2012. Relatório anual do BCEAO – 2013 120
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