antígeno prostático específico
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antígeno prostático específico
ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO O antígeno prostático específico foi identificado no soro de pacientes com neoplasia de próstata em 1980, estando disponível o primeiro ensaio desse antígeno (ELISA) logo após essa data. Em 1986, o FDA (Food and Drugs Administration) aprovou o exame para monitoração da neoplasia prostática e, em 1994, foi aprovado para detecção precoce dessa neoplasia (rastreamento populacional), em combinação com o exame de toque retal. Tais fatos levaram a uma revolução na prática urológica, pois, anteriormente, a detecção do câncer de próstata ocorria, geralmente, em estágio avançado, quando a maioria dos pacientes tinha doença disseminada. Atualmente, devido, sobretudo, à introdução do teste do PSA, a presença de metástase no diagnóstico constitui uma percentagem menor de casos, sendo grande parte das neoplasias diagnosticadas confinada à próstata. O PSA é uma glicoproteína produzida primariamente pelas células epiteliais prostáticas, sendo secretada no plasma seminal, onde está presente em concentrações elevadas e, em menores concentrações, no soro de homens normais. Já foi também identificado em outros tecidos, como na mama e suas secreções. Estudos clínicos vêm sendo realizados para avaliar a sua aplicação no diagnóstico e prognóstico de câncer de mama. Apresenta-se no soro sob diversas formas: não ligada ou livre (PSA livre), ligada à alfa 1 antiquimiotripsina (PSA-ACT), à alfa 2 macroglobulina (PSA-AMG) e a outras formas menores. Quando ligado à alfa 2 macroglobulina, fica encoberto por essa macromolécula, tornando-se inacessível para a dosagem nos imunoensaios normalmente utilizados. A forma ligada à ACT representa cerca de 80% do PSA total, podendo variar de 45% a 95%. A soma das frações livre e ligada à antiquimiotripsina representa o PSA total. Além da sua aplicação no diagnóstico, a dosagem de PSA é também indicada na monitoração da terapia e detecção de recorrências. A Associação Americana de Urologia e a Sociedade Americana de Oncologia recomendam a dosagem de PSA e o toque retal em todos os homens acima de 50 anos de idade e em todos os homens acima de 45 anos que tenham história familiar de câncer de próstata ou que tenham descendência afro-americana. O PSA é produzido tanto pelo tecido normal quanto pelo hiperplástico; assim, doenças prostáticas não-malignas, especialmente a hiperplasia prostática benigna e a prostatite, também causam elevação do PSA sérico. Pacientes com níveis de PSA maiores que 10 ng/mL apresentam um risco elevado de câncer de próstata, sendo candidatos à biópsia diagnóstica, enquanto pacientes com níveis menores que 4 ng/mL apresentam um risco bem diminuído. Portanto, valores entre 4 e 10 ng/mL adicionam pouca informação em termos de valor diagnóstico. Somente 25% dos homens com níveis de PSA nessa faixa apresentarão câncer de próstata. Nesses casos, é importante a dosagem do PSA livre, pois tal fração encontrase diminuída nos pacientes com câncer de próstata em comparação aos casos de hiperplasia prostática benigna. Sendo assim, torna-se importante a avaliação da relação PSA livre/PSA total, melhorando a especificidade do teste e reduzindo o número de biópsias. Diversos estudos apresentam diferentes valores de cut-off para essa relação, variando entre 0,15 e 0,25, conforme os métodos utilizados. Valores abaixo desse cut-off sugerem neoplasias, enquanto valores acima sugerem hiperplasia. 1 Mais recentemente, foi encontrada uma incidência de neoplasia de 25% em homens com níveis de PSA entre 2,5 e 4,0 ng/mL, discutindo-se a realização de biópsia em homens com risco elevado dessa neoplasia, apresentando valores de PSA acima de 2,5 ng/mL. Foi também discutida a recomendação da biópsia em outros grupos, analisando-se em conjunto o valor do PSA livre. A dosagem isolada de PSA não é um bom preditor para estadiamento de neoplasia. Para esse fim, sua dosagem pré-operatória deve ser associada ao estadiamento baseado na biópsia e ao Gleason score. Níveis pré-operatórios muito elevados, maiores do que 100 ng/mL, são indicativos de doença metastática avançada, enquanto níveis menores do que 10 ng/mL raramente estão associados à cintigrafia óssea positiva. Níveis pré-operatórios de PSA parecem ser um fator prognóstico independente antes do início da radioterapia. Baixos níveis predizem ausência de recorrência bioquímica depois da cirurgia ou radioterapia. Grupos de pacientes com valores de PSA de 0 a 4 ng/mL, 4 a 10 ng/mL, 10 a 20 ng/mL e maiores do que 20 ng/mL apresentam diferentes evoluções após radioterapia ou cirurgia. Após prostatectomia total, a dosagem de PSA é essencial para diferenciar aqueles pacientes com doença residual, recorrência ou critérios de cura. A dosagem deve ser feita com seis a oito semanas após a cirurgia. Os pacientes com níveis menores do que 0,1 ng/mL são considerados em remissão, enquanto aqueles com valores maiores do que 0,1 ng/mL provavelmente apresentam doença residual. Sua dosagem deve ser repetida em intervalos regulares para avaliação a longo prazo da prostatectomia radical. Novos ensaios ultra-sensíveis detectam níveis iguais ou menores a 0,01 ng/mL, revelando mais precocemente recorrências do que os ensaios convencionais. Existem relatos contraditórios quanto à interferência da manipulação prostática nos níveis séricos do PSA e dos intervalos adequados entre esses procedimentos e sua dosagem. A interferência da manipulação por exames endoscópicos, pela biópsia de próstata, pela ultra-sonografia transretal e por prostatectomias radicais e transuretrais está claramente definida. Como a meia vida do PSA é longa, de 2,2 a 3,2 dias, é importante guardar um intervalo após manipulação para realizar sua dosagem criteriosa. A maioria dos autores refere, como tempo necessário para a normalização dos valores do PSA após esses procedimentos, intervalos que variam de duas a quatro semanas. Os aumentos oriundos de retenções urinárias agudas e de prostatites também são relatados. Entretanto, no exame da próstata por toque retal, ainda não está bem definida a necessidade de um intervalo de tempo entre sua realização e a análise do PSA, sendo que alguns autores referem-se como sem relevância clínica às possíveis interferências advindas desse procedimento. São também citadas as elevações decorrentes da relação sexual, recomendando-se abstinência de três dias antes da dosagem; como também elevações decorrentes da prática prolongada de ciclismo. Ambos os testes, PSA livre e total, para que possam ser comparados, devem ser realizados pelo mesmo método e na mesma amostra. Atualmente, a maioria dos ensaios são do tipo sandwich, com o uso de dois anticorpos monoclonais ou um anticorpo monoclonal e outro policlonal. Métodos de diferentes fabricantes têm apresentado resultados diferentes, dificultando as comparações. Estudos para mapear os vários anticorpos anti-PSA e padronizar a calibração de kits comerciais têm levado a maior concordância entre os resultados dos diversos ensaios. 2 Exame: PSA. Jejum: quatro horas. Método: Ensaio Imunoenzimático por Quimioluminescência. Valores de referência: 40 a 49 anos: até 2,50 ng/mL; 50 a 59 anos: até 3,50 ng/mL; 60 a 69 anos: até 4,50 ng/mL; 70 a 79 anos: até 6,50 ng/mL. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Diamandis EP: Prostate-specific Antigen - Its Usefulness in Clinical Medicine. Trends Endocrinol Metab, 1998; 9(8): 310-316. 2. Finding the Optimal Cut-off for PSA. How Low Are Your Clinicians Willing to Go? Clin Lab Strat, 2001; 6(4): 1-8. 3. Workshop - Tumor Markers for Prostate, Breast and Ovarian Carcinomas, AACC, San Francisco, CA, July, 2000. 3
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