Revista EJAF - Externato João Alberto Faria
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Revista EJAF - Externato João Alberto Faria
escola visita de estudo Reportagem ministra da educação visita externato joão alberto faria professor do ejaf convidado a visitar o japão alunos do Clube de JOrnalismo visitam bbc EJAF revista Anuário 2006/2007 DESTAQUE Inovação e Investimento O Projecto Educativo do Externato João Alberto Faria aposta no desenvolvimento de actividades pedagógicas diversificadas e no investimento em novas tecnologias da informação aplicadas à Educação. 3º ENCONTRO SOBRE EDUCAÇÃO REFLEXÕES DE DAVID JUSTINO CEIA MEDIEVAL Uma história de solidariedade ARTES Vassouras e quiosques FINALISTAS Gala e viagem à Madeira DESPORTO Actividades internas e externas VISITAS DE ESTUDO LABORATÓRIOS ABERTOS Abertura Editorial pela Direcção Pedagógica A missão essencial da Educação é fornecer a cada pessoa os meios para que possa desenvolver todo o seu potencial, tornando-se autónomo, solidário, responsável e útil. Índice Escola 3 | Quadros Interactivos equipam Laboratórios de Matemática 5 | Ministra da Educação visita EJAF 7 | David Justino defende maior autonomia das escolas Iniciativas 8 | Laboratórios Abertos 9 | Escritor António Torrado 10 | Visitas de Estudo 11 | Valência 12 | Florença 13 | Londres 14 | Finalistas 17 | Ceia Medieval 18 | Arte 21 | Desporto 22 | Infantil 23 | EJAF XPress Assim, Educação e Formação tornaram-se cada vez mais importantes, na medida em que é cada vez mais verdadeiro que o progresso científico e tecnológico é muito rápido e o capital de conhecimento muito intensivo. Associado ao binómio Educação/ Formação está o da Inovação/Investimento, como motor de criação de valor no seio das instituições. A necessidade de inovar levou a que o EJAF tenha investido na formação de professores, na aquisição de materiais de apoio tecnologicamente avançados (como Quadros Multimédia Interactivos e Computadores) e no apetrechamento dos laboratórios, antecipando medidas, no sentido de desenvolver novos campos de acção e de competência em várias áreas do saber. Este investimento pretende potenciar o desenvolvimento de novos campos de acção e de competência nas várias áreas do saber. A Inovação, no sentido da utilização do conhecimento, assume novas formas e revela-se um factor essencial de competitividade por excelência, permitindo-nos crescer como organização e como Escola. Os resultados obtidos nas diversas Provas e Exames Nacionais pelos nossos alunos, ao longo dos últimos anos, têm revelado publicamente os resultados deste investimento. Ao mesmo tempo, permitem o desenvolvimento equilibrado da nossa escola, o gosto pelo aprender, o sentido do esforço e da responsabilidade, a curiosidade pelo mundo e a relação prática com a vida. Este aperfeiçoar de competências é um desafio constante e é dele que depende o desenvolvimento e o Futuro. Viagem 24 | Japão www.ejaf.pt Revista EJAF Ano VII nº 6 Setembro de 2007 Edição Externato João Alberto Faria Casal do Cano 2630-232 Arruda dos Vinhos Tel. 263 977 390 Mail: [email protected] Director Nuno Faria Director-Adjunto Orlando Ferreira Conteúdos e Paginação Coordenação de Comunicação Fotografia Celso Ameixa Revisão Jorge da Cunha e Rafaela Pessoa Impressão Soartes-artes gráficas Tiragem 1000 exemplares. 2 . Revista EJAF O Banco do seu Concelho sempre a seu lado Escola Exames nacionais do 9º ano (2005/2006) > O EJAF colocou Arruda dos Vinhos no 1º lugar a Matemática, ao obter para o concelho a média mais elevada do país (3,05), ultrapassando os 2,4 da média nacional e puxando historicamente o resultado para nível positivo. Inovação e investimento na Matemática O EJAF e a Caixa Agrícola de Arruda dos Vinhos assinaram um protocolo para o equipamento de dois Laboratórios de Matemática com quadros interactivos multimédia, no valor de 10 mil euros. P ara Nuno Faria, Director Pedagógico do EJAF, o objectivo deste investimento “é desenvolver ainda mais o potencial de excelência dos alunos a nível de conhecimentos matemáticos, desenvolvendo competências através de aprendizagens ligadas às novas tecnologias. Na perspectiva do EJAF, esta parceria com a Caixa Agrícola de Arruda dos Vinhos “enquadra-se na tendência moderna da Educação, que se quer inovadora, eficiente, competitiva e com um nível de qualificação elevado.” Para José Vale Alves, Presidente da Direcção da Caixa Agrícola de Arruda dos Vinhos, o protocolo assinado com o EJAF “irá fortalecer o potencial de inovação e de qualidade do ensino desta escola, fazendo dela, não só uma das melhores escolas da lização do quadro, de um computaregião Oeste, mas também do nosso dor e de um projector. país.” Após a instalação das três componentes poderemos efectuar todas as operações que faríamos no próprio A grande vantagem des- computador. Para além de podermos utilizar tes quadros é a possibitodas as ferramentas do Microsoft lidade de se fazer uso de Office, o quadro aumenta as suas software desenvolvido potencialidades com um programa para que os alunos se específico. Este programa permite a criaenvolvam na exploração ção de diapositivos, onde podemos activa de ideias e con- expor conteúdos, associar imagens, produzir animações, passar vídeos, ceitos matemáticos. fazer hiperligações e exportar para diversos formatos. O quadro multimédia traz uma Também permite, entre outras dinâmica muito diferente ao proces- funcionalidades, a impressão dos so ensino/aprendizagem, devido à exercícios realizados durante a aula sua interactividade. para posterior distribuição aos aluA sua tecnologia pressupõe a uti- nos. Setembro 2007 . 3 Escola Nuno Faria, Director do EJAF anuncia a abertura Escola Profissional João Alberto Faria a criação do Centro Incubador de Ideias e Negócios e a construção de mais 40 salas de aula da Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação, acompanhada pelo Dr. Nuno Faria, Director do EJAF. 4 . Revista EJAF Ministra da Educação visita EJAF MARIA DE LURDES RODRIGUES A Ministra da Educação visitou o EJAF no dia 23 de Fevereiro. A qualidade organizacional e o serviço educativo prestado à comunidade foram aspectos realçados por Maria de Lurdes Rodrigues. A Ministra realçou ainda a abertura do Externato ao exterior, aspecto que considera da “máxima importância.” “E u apenas vim testemunhar, não venho dar lições. As lições são dadas por esta escola com 30 anos de trabalho, que está à vista de todos e da qual sou uma mera testemunha de passagem. Agradeço muito a simpatia e o acolhimento em considerar que a escola é também minha. Tenho muita honra em considerar que esta escola é também minha, que tenho alguma coisa que ver com ela, [pois] estou de alguma forma ligada, evidentemente, em resultado das minhas funções. Gostava só de dizer o que me impressionou. O que testemunhei e que levarei comigo, corresponde às aprendizagens que faço quando visito as escolas e que, certamente, não deixarei de procurar difundir como boa prática. Tenho um especial apreço por escolas que têm orgulho em ser escolas no espaço geográfico e social em que estão, sem discutir esse espaço, mas tirando todo o partido da sua situação concreta, procurando valorizar, fazer no local em que estão, em que se colocam, o melhor possível, contribuindo para a elevação do nível de qualificação das populações que servem. Isto é uma princípio muito importante e muito gratificante, poder verificar que há escolas que se orgulham de ser escolas no sítio exacto em que estão a prestar o serviço público de educação. Depois, penso que a escola também revela ser, de facto, parte de um novo paradigma de escola, porque não só tem preocupações de qualidade do serviço que presta à comunidade, qualidade não apenas dos ensinamentos, das aprendizagens, “Depois, sublinharia um aspecto que também considero da máxima importância e que é a abertura da escola ao exterior.” mas também qualidade organizacional. E não é apenas pelo facto de a escola ser nova e de ter um espaço moderno, arejado e luminoso, que não tem muito que ver com os espaços das escolas mais antigas. Não é só por isso. Vive-se um ambiente organizacional de qualidade, seguramente um contributo das pessoas concretas, dos professores, dos funcionários, das lideranças, das pessoas que dirigem a escola, que dão um contri- buto muito forte, para além das paredes pintadas, bonitas, do aspecto arranjado que a escola tem. Também tem um aspecto caloroso, de funcionamento, de organização com muita qualidade e isso, certamente, é muito importante para os alunos. Depois, sublinharia um aspecto que também considero da máxima importância e que é a abertura da escola ao exterior. Desde logo, a abertura à participação dos pais, a um envolvimento efectivo dos pais e da autarquia, neste caso, mas também das instituições localmente sediadas que acarinham a escola, que têm orgulho na escola, e que a escola também tem [por sua vez] orgulho de ser acarinhada e patrocinada por estas instituições. É esta abertura, esta inserção no espaço em que a escola se situa de uma forma muito orgulhosa, muito confortável, que é certamente garantia de que a escola sobreviverá mais 30 anos, provavelmente mais 50, continuando a cumprir esta missão de qualificar as populações, os jovens, os adolescentes e as crianças desta autarquia. Muitíssimo obrigada pela oportunidade de testemunhar. Agradeço muito o trabalho de todos. Muito obrigada e muito bom dia.” Setembro 2007 . 5 Escola José David Justino, é Licenciado em Economia, Pós-Graduado em Economia Histórica e Doutorado em Sociologia pela Universidade Nova de Lisboa. Iniciou a sua actividade docente no Instituto Superior de Economia em 1976. É colaborador da Universidade de Évora, da Bolsa de Valores de Lisboa (de 1992 a 1994) e da Fundação Luso–Americana, como consultor e investigador. Obteve o Prémio Calouste Gulbenkian de Ciência e Tecnologia com a obra “A Formação do Espaço Económico Nacional: Portugal 1810-1913”, que constituiu a sua Dissertação de Doutoramento. É docente no Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (desde 1981), onde é Professor Associado. De 2002 a 2004, exerceu funções de Ministro da Educação. Actualmente, é assessor do Presidente da República para os Assuntos Sociais. 4 EJAF Revista 6 . Revista EJAF Professor Doutor José David Justino Setembro 2007 3º encontro sobre educação ”Autonomia, Gestão e Regulação no Sistema Educativo Português: Uma Agenda para o Futuro” pelo Professor Doutor José David Justino A defesa da autonomia das escolas DAVID JUSTINO “Saber gerir os tempos de trabalho escolar, de alunos e professores leva-nos a olhar para a gestão organizacional das escolas. Em Portugal, a administração da educação, tem-se concretizado no quadro de um sistema centralizado e hiper-regulamentado. No fundo, a Reforma Educativa apenas se traduziu na publicação do Dec. Lei nº 115A/ 95 que parecia vir trazer um novo fôlego à questão da “Autonomia das Escolas”. Apesar de todos concordarmos que o centro da educação é a escola, sabemos que é necessário, não só um enquadramento legal, mas também um enquadramento situacional das escolas, assente em modos de funcionamento participado e noutros factores que permitam uma autonomia responsável e segura”. O ex-Ministro da Educação defendeu um efectivo processo de autonomia administrativa e curricular das escolas, assente na gestão profissionalizada e na maior flexibilidade dos currículos. Para David Justino, a gestão organizacional das escolas coloca directamente a questão da gestão dos tempos de trabalho escolar, de alunos e professores. De acordo com o orador, em Portugal, a administração da Educação tem-se concretizado no quadro de um sistema centralizado e muito regulamentado. No seu entender, a desejada autonomia passa por libertar o Ministério da Educação das estruturas intermédias, vistas como um dos grandes obstáculos à modernização da escola portuguesa. “Se as escolas forem mais autónomas, não é preciso haver Direcções Regionais tão grandes. É preciso tirar-lhes poder”, afirmou. “As escolas têm de criar uma identidade e uma afirmação, mas o mais importante é a autonomia pedagógica.” Outro aspecto da autonomia centra-se na possibilidade, dentro de certos limites, das escolas poderem construir os seus currículos. “O desafio das escolas é retirar ao Ministério o poder de as convencerem a ensinar da mesma maneira, independentemente dos alunos que têm e do contexto social em que se inserem”, sublinhou. A Lei da Autonomia das escolas existe desde 1995, mas não é aplicada segundo David Justino, que também veio ao EJAF defender a profissionalização dos órgãos de gestão das escolas. Os Encontros sobre Educação são organizados pelo Conselho de Escola do EJAF. O objectivo é pôr a comunidade escolar a reflectir sobre problemas ligados à Educação. Setembro 2007 . 7 Iniciativas Laboratórios Abertos a Ciência ao alcance de todos Os Laboratórios Abertos são uma iniciativa anual promovida pelo EJAF. No âmbito desta iniciativa, os alunos percorrem os Laboratórios de Física, Química e Biologia, onde têm oportunidade de participar activamente em diversas experiências e observações. Esta iniciativa de grande sucesso junto dos estudantes do EJAF e das escolas convidadas foi organizada pelos Departamentos de Ciências-Naturais, Físico-Química e Informática. laboratórios abertos Experiência com magnetos e limalha de ferro. Esta iniciativa, integrada na Semana Cultural, visa promover a Ciência e dar a conhecer o EJAF a alunos de outras escolas. Acções de Formação 2006/2007 O Externato João Alberto Faria leva a cabo anualmente um conjunto de acções de formação dirigido a todo o pessoal docente e não docente (ao abrigo do Despacho 19411/2003). Decorreram nas instalações do Externato e foram administradas maioritariamente por formadores desta escola. As acções aos professores foram da responsabilidade dos responsáveis de grupo, que, sempre que se justificou, convidaram formadores exteriores à escola. Contudo, tivemos o prazer de contar também com a colaboração da Equipa de Saúde Escolar do Centro de Saúde de Arruda dos Vinhos e, de novo, com a Editora ASA, que, como sempre, na pessoa do Sr. Paulo Brito, se mostrou disponível em colaborar connosco. Tivemos ainda formadores de Xadrez em estreita colaboração com o grupo de Matemática; o Prof. Dr. David Justino (integrado nos Encontros Sobre Educação); o Dr. Pedro Mata (integrado no projecto de Educação para a Saúde – Alergias); as Dr.ªs Filipa Faria e Paula Veloso (integradas no projecto de Educação para a Saúde – Obesidade Infantil – com a colaboração da Associação de Pais) e o escritor António Torrado (integrado nos Encontros com o Escritor). Este ano lectivo foram administradas 164 horas de formação aos professores e 34 horas aos funcionários administrativos e auxiliares de acção educativa. As acções aos professores abordaram temas variados, de acordo Visita dos alunos de Artes Visuais do Ensino Secundário 8 . Revista EJAF texto/ Jorge da Cunha com as necessidades de formação de cada uma das disciplinas; aos funcionários administrativos foram administradas acções ligadas às Ferramentas de Gestão de Bases de Dados (formador, Dr. Marco Reis) e Técnicas de Arquivo e Catalogação (formadora, Dr.ª Conceição Rodrigues); os auxiliares de acção educativa foram alvo de duas acções: uma com o tema Gestão das Atribuições do Espaço de Trabalho (formadora, Dr.ª Carla Frade); outra sobre Nutrição (formadora, Dr.ª Filipa Faria). O projecto das acções de formação para o próximo ano lectivo já foi elaborado e aprovado. Apresenta algumas surpresas, mas disso falaremos noutra altura. Fevereiro de 2007 PRÉMIO > os alunos do 7ºD obtiveram o 2º lugar no Concurso Nacional de Páginas da Internet sobre o poeta Rómulo de Carvalho/António Gedeão. António Torrado a alegria das letras e da vida António Torrado combinou um tom de voz amigável com alguns Ponte Vecchio gestos teatrais e contou duas pequenas histórias divertidas que alegraram o público jovem. Estas histórias fazem parte de uma compilação de 366 textos disponíveis em www.historiadodia.pt que existe há cerca de quatro anos e conta com visitantes de todo o mundo. “Um bom escritor tem de ter hábitos de leitura frequentes, mas também tem de dar valor à vida.” PRÉMIO > sofia lemos da costa ganha 3º prémio na categoria “Conto” nos IX Jogos Florais Irene Lisboa. V Feira do Livro EJAF Uma oportunidade única para miúdos e graúdos conviverem de perto com as letras e as ilustrações que lhes dão cor. Nesta iniciativa, todos são convidados a mexer, a folhear, a disfrutar do encanto das palavras. Até que no ano seguinte as voltemos a encontrar, pois também esta é uma iniciativa anual do EJAF, organizada pelo Centro de Recursos. prof. Jorge da cunha lê poesia de autores portugueses aos alunos do 1º Ciclo. Setembro 2007 . 9 Iniciativas Programa Anual de Visitas de Estudo texto/ Hugo Rodrigues Os alunos do EJAF assistiram a peças de teatro, visitaram museus, conventos e outros locais de interesse pedagógico. Neste ano lectivo, realizaram-se 24 visitas de estudo, distribuídas da seguinte forma: cinco relativas ao Percurso EJAF, envolvendo 827 alunos e 84 professores; sete visitas no âmbito das várias áreas curriculares disciplinares (Território Nacional), envolvendo 548 alunos e 50 professores; três visitas ao Estrangeiro - Valência, Espanha; Florença, Itália e Londres, Inglaterra, envolvendo 121 alunos e 16 professores; cinco visitas OPEN, envolvendo 311 alunos e 28 professores; quatro visitas do EJAFI (Infantil), envolvendo as 14 crianças, Educadora de Infância, auxiliares e também alguns pais. As crianças assistiram a espectáculos, foram ao Teatro e ao Parque de Monserrate, em Sintra. 10 . Revista EJAF A verdade é que a viagem a Valência e a Madrid foi aclamada desde o início deste ano lectivo. A primeira paragem foi em Toledo, onde visitámos a Catedral, monumento emblemático do Gótico Peninsular. Depois, voltámos a fazer-nos à estrada e seguimos viagem para Gandia, onde chegámos cerca das 21 horas de sexta-feira, ao Hotel Don Pablo. No dia 17, fomos visitar o L’Oceanogràfic, um grande oceanário, onde vimos todo o tipo de animais marinhos. Levantámo-nos no dia 18 para irmos visitar o Museu das Ciências e das Artes “Príncipe Felipe” e o L’Hemisfèric, cinema 3D, onde vimos o documentário “Recifes de Coral”. No Museu das Ciências e das Artes, tivemos a oportunidade de fazer várias experiências e contactar com diversas áreas do conhecimento científico como Medicina, Geologia, Física, Química e Biologia. No dia 19, viajámos para Madrid, onde tivemos a oportunidade de visitar o Santiago Barnabéu, estádio do Real Madrid. Na viagem de regresso a Portugal, fizemos duas paragens magníficas. A primeira, no mosteiro El Escorial, onde vimos salas repletas de obras de arte. A segunda, no Vale dos Caídos, dominado pela enorme cruz que coroa a Basílica, onde visitámos o Mausoléu de Francisco Franco, ditador espanhol. Depois de mais uma visita à loja de “souvenirs”, regressámos ao autocarro, para só pararmos em Arruda dos Vinhos. Chegámos por volta da meia-noite e meia do dia 20 de Fevereiro, entre muitos abraços e saudades à mistura. Espanha Valência, Madrid e Toledo alunos do 10º ano, 16 a 20 de Fevereiro texto/ Beatriz Colaço Setembro 2007 . 11 Iniciativas ITÁLIA Florença, Pisa, Siena e San Gimignano alunos de Artes, 16 a 20 de Fevereiro texto/ José Duarte 12 . Revista EJAF 13 Estudantes, Artes Visuais, 11º E e 12º C, Ensino Secundário, História da Cultura e das Artes, Desenho A, EJAF. Dia 16-02-2007: Lisboa, Frankfurt, Firenze, Piazza del Duomo e Piazza della Signoria, Igreja San Lorenzo, Pizza, Pasta, Capuccino, Hotel Pallazo Ricasoli. Dia 17: Guia Giuzzepi Monti, Firenze, Médicis, Monumental, Belo Campanile. Enconto de Culturas, Ruas Medievais, História, Lojas de Luxo, Cafés, Cidade de Dante visitada por Portugueses e imensos Japoneses, Duomo, Brunelleschi, Vasari, Escola de Belas Artes de Michelangelo, Galeria Dell`Accademia, Dramáticos Escravos e Pietà, Escultura Gigante e Audaciosa: David. Dia 18: Palazzo Vecchio, Escultural Fontana del Neptuno entre muitas outras… Portas do Paraíso, bronze dourado, Galleria Degli Uffizi, Dourada Ponte Vecchio, jóia fiorentina, Palácio Monumental do Séc. XV, Pitti, projectado por Brunelleschi, Luxo dos Médicis recheado de Arte, Galeria Palatine Pinturas de Rafael, Ticiano, Andrea del Sarto … Artistas nas ruelas pintam a giz no chão, Pisa Monumental, Torre inclinada e encantada, Também à beira do rio (fiume) Arno. Dia 19: Siena Catedral, Praça Medieval fenomenal, Escutando (sotaque brasileiro) a Guia Cláudia Leite, San Gimignano Torres e Torres e Torres Gémeas. Dia 20: Florença, Museus, Praças, Montras, Quadros... Arte em qualquer canto. Regresso: Novamente a vista dos picos cheios de neve dos Alpes, Pausa em Munique. Luzes, Cristo-Rei, Belém, Aeroporto, Lisboa... Milhares de Fotografias, Filmes, Memórias, Arquitectura, História, Cultura, Pintura, Escultura! LONDRES BBC, Reuters e Corbis Clube de Jornalismo, 19 a 22 de Fevereiro texto/ Joana Vicente O s primeiros vislumbres de Londres foram nas carrinhas que nos levaram até ao hotel victoriano, em Bayswater. Encontrámos o tempo tipicamente londrino: o dia cinzento e fresco (sem chuva), mas nem por isso deprimente! Almoço ingerido e caminhámos apenas um pouco, até à estação de metro de Bayswater, com a qual acabámos por ter uma grande familiaridade, devido às numerosas vezes em que lá estivemos e fomos rumo a Westminster. Entrámos na estação e a organização das pessoas surpreendeu-nos: não havia empurrões para entrar; ao caminharem, encostam-se ao lado direito para dar passagem aos que vêm em sentido contrário ou para alguém com mais pressa. Nas carruagens, éramos, de longe, o grupo mais barulhento, alegre e risonho à vista. Chegados a Westminster, e saídos da estação, deparamo-nos com a espectacular visão do Big Ben. Para além do “Grande Ben” tivemos a oportunidade de mirar a Capela de Westminster, o Palácio de Buckingham e os guardas da rainha e o St. James’s Park,- com esquilos que pas- seavam energéticos e felizes pelos jardins. À noite, fomos jantar ao restaurante português, “A Toca”. Segundo dia. Pequeno-almoço e saída para a BBC, onde nos conduziram numa visita pelos estúdios e nos explicaram o funcionamento de todo o sistema, reservando-nos umas brincadeiras interactivas no final. Tivemos a tarde livre e chuvosa. Explorámos o Hamleys, uma fantástica loja de brinquedos que arrancaria, no mínimo, um sorriso ao adulto mais carrancudo. Passeámos por Piccadilly Circus e Trafalgar Square e voltámos ao hotel. Depois do jantar, tínhamos um Jantámos e, como não podia deixar programa diferente: patinagem no de ser, visitámos o Hard Rock Café gelo! Correu melhor para uns do e a respectiva loja. que para outros. Com quedas, risos e lições à mistura. Divertimo-nos “O ambiente, descon- imenso, incluindo os que acharam por bem não calçar patins. traído e acolhedor, desO último dia chegou sem que lumbra…” ninguém tivesse vontade de deixar a cidade. Arrumámos as malas de maQuarta-feira. O terceiro dia de nhã e saímos para visitar a Torre de viagem amanheceu solarengo. Londres e a London Bridge. De manhã estava agendada a visiO último almoço foi num Pub ta à Agência Noticiosa Reuters. Re- com comida típica inglesa e o resulceberam-nos de modo personalizado tado foi, no mínimo, hilariante. Ene informal, não nos subestimando volvia tartes de carne com cogumepor sermos jornalistas amadores. los e um molho peculiar. Uma boa A tarde foi destinada à Corbis, despedida da zona, onde passámos agência fotográfica americana, com grande parte do tempo: Bayswater. No final, ficou a promessa de volsede em Seattle, onde nos explicaram tar e vasculhar todos os cantinhos da o funcionamento da agência e a relação com os fotógrafos, e nos mostra- cidade que não tivemos oportunidade de explorar. ram alguns dos seus trabalhos. Setembro 2007 . 13 Iniciativas Gala e viagem de Finalistas 2006/2007 Estávamos perto do grande momento, mas ainda houve tempo para vermos um filme sobre os momentos mais marcantes da vida dos finalistas, o que nos emocionou e encantou a todos. Foi com grande nervosismo e entusiasmo que iniciámos a valsa, ensaiada pelo Prof. Onofre. Correu bastante bem e surpreendeu pela coreografia dinâmica. 14 . Revista EJAF Ilhas da Madeira e Porto Santo Às 7 da manhã, dirigimo-nos ao porto onde embarcámos no “Lobo Marinho”, o barco que nos levaria a um dia de praia na ilha de Porto Santo. Nos dias seguintes, sempre acompanhados pelas guias, visitámos os lugares mais emblemáticos da ilha da Madeira: Câmara de Lobos, Cabo Girão, Ribeira Brava, Encumeada, São Vicente, Seixal, Porto Moniz, Paúl da Serra, Fonte do Bispo, Calheta, Ponta do Sol, São Vicente, Ponta Delgada, São Jorge, Santana, Portela, Caniçal e Camacha. Setembro 2007 . 15 Iniciativas CIGANA a ler a sina. 16 . Revista EJAF Dança medieval. TENDA para venda de produtos. O EJAF organizou uma Ceia Medieval, no dia 15 de Junho, pelas 20 horas. Feira Medieval Esta actividade enquadrou-se no Plano de Solidariedade do EJAF, revertendo os seus fundos para as crianças carenciadas da nossa escola, que sempre têm merecido ao longo dos anos uma atenção muito especial aos mais variados níveis. texto/ Conceição Rodrigues A todos, o Externato agradece de forma sincera, e congratula-se pela disponibilidade e inteligência social demonstradas quer pelas empresas, quer pelos particulares. venha de lá a suculenta bifana! xadrez humano, trajado à época. Setembro 2007 . 17 Iniciativas textos/ Ana Catarina as Vassouras Sendo a vassoura o suporte para uma nova produção plástica, os alunos do 9º ano, na disciplina de Educação Visual, transformaram este objecto utilitário num “novo” objecto através da utilização de diferentes meios técnicos e materiais aliados à criatividade. Este trabalho proporcionou o relacionamento entre a percepção estética . objectos plásticos 18 . Revista EJAF e a produção de PRÉMIO > Daniel Martins, ex-aluno do 12º ano do Curso Tecnológico de Artes e Ofícios, ganhou o 1º Prémio do Concurso de Ilustração de Poemas Japoneses, organizado pela Associação de Amizade Portugal-Japão. Quiosque EJAF Um quiosque para os alunos do EJAF, projectado pelo 11º ano do Curso de Artes, em Desenho A. Após a escolha do local onde será implantado o novo espaço, passou-se à fase de projecto, composto por desenhos rigorosos, plantas, alçados, cortes, que por fim tomaram forma tridimensional numa maqueta elaborada a uma escala adequada. Setembro 2007 . 19 Iniciativas Na vertente Interna estiveram envolvidos cerca de 500 alunos e na Externa cerca de 200. fotos “EJAF na Desportiva” e Corta-Mato. 20 . Revista EJAF Desporto Escolar texto/ Delfim Barreira O Prof. Onofre Pintor, responsável pela modalidade de Futsal, organizou uma visita às instalações da Academia do Sporting Clube de Portugal, em Alcochete. O Prof. Francisco Mesquita participou com as suas equipas de Rugby feminino e masculino e nos convívios nacionais organizados pela Federação Portuguesa de Rugby. Os jovens alunos do EJAF puderam assim observar os jogos de qualificação para o campeonato do Mundo de Rugby, nomeadamente Portugal/Rússia, Portugal/Marrocos e Portugal/Uruguai, disputados no Estádio Universitário de Lisboa. Participaram ainda no Torneio de Beach Rugby, organizado pelo CE-Oeste, na praia do Baleal. O Prof. Hugo Rodrigues orientou as actividades de treino de Badminton ao nível das organizações regionais da CE-Oeste, tendo ainda dinamizado e participado na organização da Actividade Interna. O Clube de Desporto Escolar realizou as actividades previstas inicialmente, de carácter Interno e Externo, respectivamente Medida 1 e Medida 2, em conformidade com o Documento orientador da DGIDC. O Prof. Mário Joel orientou as actividades de treino de Basquetebol, de reduzida participação ao nível das organizações regionais do CE-Oeste. Colaborou com os professores Nuno Mourão e Paulo Valentim na dinamização das actividades da Vertente Interna, a saber: o Corta-Mato Escolar (Regional e Nacional) e o torneio/convívio Compal Air 3 x 3, com o apoio da Federação Portuguesa de Basquetebol. Finalmente, em colaboração com o grupo disciplinar de Educação Física, o Clube de Desporto Escolar participou na organização da actividade “EJAF na Desportiva”. Na vertente Interna estiveram envolvidos cerca de 500 alunos e na Externa cerca de 200. Setembro 2007 . 21 Infantil As divertidas e instrutivas actividades da pequenada texto/ Alexandra Moro o ejaf infantil no Desfile de Carnaval. 22 . Revista EJAF D urante o 3º Período, continuámos com as nossas visitas à Biblioteca Municipal de Arruda dos Vinhos. Gostamos muito de lá ir conhecer novas histórias, novas personagens, novas aventuras… No dia 24 de Maio, fomos ao Parque de Monserrate, em Sintra, com a nossa família. Adorámos esta visita de estudo, claro! Em Junho, participámos no Arraial do EJAF e tivemos a nossa grandiosa Festa de Fim-de‑Ano, onde foram entregues os diplomas aos alunos finalistas do EJAF Infantil! Em Julho, frequentámos a piscina, que todos os anos é instalada nos jardins da nossa escolinha. No dia 26 de Julho, para comemorar o Dia dos Avós, organizámos um lanche. Fizémos bolos e sumos e e elaborámos um postal para oferecer aos nossos queridos Avós! O ano lectivo 2006/2007 foi cheio de actividades divertidas onde aprendemos imenso! Para o ano há mais. Muito mais! X EJAF press O Clube de Teatro levou à cena uma adaptação de “A Vida Mágica da Sementinha”, Alves Redol. A peça foi representada durante a Semana Cultural e foi um sucesso. Parabéns aos alunos e à professora Célia Lavareda, responsável pelo Clube. O 1º Torneio de Xadrez, para o 2º Ciclo, foi em Fevereiro. Participaram 16 turmas, num total de 95 alunos. O 6º A foi a equipa vencedora. O Torneio nasceu de um projecto proposto pelos professores de Estudo Acompanhado e Área de Projecto. Desfile de Carnaval, o tema proposto para este ano foi a “História de Portugal” e os alunos do 5º ano viveram a fantasia inspirada nos “Descobrimentos”. Foi um desfilar de povos e culturas em representação dos diferentes continentes descobertos pelos Portugueses. Cursos Tecnológicos texto/ Luísa Grilo Mais um ano lectivo terminou e o nosso projecto voltou a atingir os objectivos a que se propunha. Foi um ano em que, quer professores, quer alunos, colaboraram de forma muito estreita com as instituições seleccionadas, às quais enviamos aqui o nosso agradecimento. Assim, os alunos dos Cursos Tec- nológicos de Acção Social e de Informática abraçaram um projecto que envolveu muitas horas de estágio e que terminou com sucesso devido à maturidade, entrega e organização. Os estágios decorreram no Município de Arruda dos Vinhos, Lar da Santa Casa da Misericórdia e Hospital. Foram muitas as actividades le- vadas a cabo pelos alunos nas áreas cognitiva e lúdica, com especial relevo nas épocas festivas; Natal, Carnaval e Páscoa. Podemos concluir que foi uma experiência gratificante, só possível com o empenho de todos. Setembro 2007 . 23 Japão crónicas do O-Torii Gate (Grande Portal), ilha de Miyajima, Hiroshima. Ao fundo, o templo xintoísta de Itsukushima. Secondary School Educators Program 2007 21de Junho a 4 de Julho ORLANDO FERREIRA, do Externato João Alberto Faria, José Cunha, da Escola Secundária Cacilhas-Tejo e Paulo Martins, da Escola Secundária Matias Aires, no Cacém, foram convidados pela JAPAN FOUNDATION para visitar o Japão no âmbito do programa acima mencionado. Todos professores de Português, com trabalho sobre o país do Sol Nascente. Todos amigos à primeira vista, sem antes se terem conhecido. No total, foram 72 professores de 24 países. Texto: Orlando João Ferreira Fotografia: Paulo Martins e Orlando Ferreira A té agora, a viagem de uma vida. Absolutamente. Pelo espanto das paisagens, pela delicadeza das pessoas, pela oportunidade de conhecer os lugares sobre os quais tantas páginas foram lidas e outras fotografias vistas. A possibilidade do sonho começou a tornar-se realidade pelo final de Abril, numa entrevista na Embaixada do Japão, em Lisboa. A 20 de Junho, já estávamos a bordo do avião que nos levaria 24 . Revista EJAF a Londres, e dali até Narita, em Tóquio, num voo de onze horas, através da inóspita Sibéria. Tóquio Entrámos na cidade pelas auto-estradas que passam entre os arranha-céus. Foi o primeiro contacto com a grande metrópole nipónica. A impressão com que se fica é a de uma cidade altamente organizada. Não há filas de trânsito como as da 2ª Circular. Sobre os passeios, correm pistas em relevo para guiar os cegos pelas ruas da metrópole. Os ciclistas passam por nós em roupa casual ou Armani, pedalando pelas ciclovias pintadas no chão. Foi em Tóquio que comemos a primeira tempura e bebemos o primeiro saké. Do alto da Tokyo Tower, a 250 metros de altura, com o céu nocturno nublado, parecíamos mergulhar na alucinante paisagem urbana do filme Blade Runner. Antes ao fim da tarde, visitávamos Paulo Martins Viagem o templo budista Zojo-Ji, por detrás do hotel onde estávamos instalados. Foi o nosso primeiro contacto com a arquitectura religiosa tradicional japonesa. Impressionante, pela dimensão e graciosidade. Era a tarde do primeiro dia, e ainda não acreditávamos que tal nos estava a acontecer. O programa oficial começou na manhã do dia 22, com uma conferência no Conference Hall da Japan Foundation, sobre “A Educação no Japão”, da responsabilidade do Ministério da Educação Japonês (MEXT), onde ouvimos acerca das linhas de orientação da política educativa japonesa e da reforma do sistema educativo em curso. À tarde, outra conferência, desta vez por John Welfield, professor na International University of Japan, o qual dissertou sobre o contributo decisivo da época Meiji para a modernização do Japão. O ciclo de conferências terminou no dia seguinte, com uma forte crítica à reforma educativa em curso (a terceira maior desde 1984), pelo professor Hidenori Fujita, da International Christian University, um especialista em questões de Educação. Mapa do Japão mostrando a localização das cidades visitadas durante o programa. jantar num restaurante extraordinário, onde comemos as famosas okonomiyaki (uma espécie de pizzas japonesas) confeccionadas ali mesmo à nossa frente numa espécie de balcão-frigideira! É claro que sempre que falamos de Hiroshima fazêmo-lo com uma enorme reverência interior. Isto porque, apesar de ser hoje uma cidade que olha para o futuro, Hiroshima continua a ser a memória do que nunca mais deve acontecer. Na manhã do dia 24, contemplámos uma das mais belas paisagens do Japão: a ilha de Miyajima. Faz-se a viagem de ferry, o que nos permite o lento avistar do O-Torii, o imponente portal sagrado que introduz o templo xintoísta de Itsukushima, à espera da bruma que escorregava do misterioso Misen, o monte que domina a ilha. Visitámos o Hiroshima Peace Memorial Museum depois de almoço e pesou sobre nós a responsabilidade Paulo Martins (esq.), Orlando Ferreira e José Cunha junto às ruínas da Cúpula da Bomba Atómica, em Hiroshima. Paulo Martins Paulo Martins Templo Rokuon-Ji. O Pavilhão Dourado, Kyoto. Hiroshima Após o almoço, voámos para Hiroshima. Visitámos a cidade ao cair da tarde e acabámos por Setembro 2007 . 25 Orlando Ferreira Visita às escolas da Prefeitura de Nara. de contribuir decisivamente para um mundo melhor. Kyoto Deixámos Hiroshima cerca das 16.40 e viajámos até Kyoto a bordo do JR Super Express Train “Nozomi nº 72”, ou seja, um comboio‑bala de última geração, que no Japão se dá pelo nome de Shinkansen. Os dias que passámos em Kyoto foram memoráveis, sobretudo pela atmosfera da cidade. A noite é indescritível. O suave iluminar das lanternas pintadas de caligrafia; o ambiente acolhedor dos restaurantes tradicionais; o barulho selvagem do rio Kamo que atravessa a cidade em rápidos estonteantes; Gion Corner, onde se pode experimentar a essência do Japão tradicional, particularmente o ritual da cerimónia do chá. De Kyoto retemos ainda a visita ao castelo Nijo, residência do primeiro Shogun Tokugawa, de nome Ieyasu e ao templo Kiyomizu com a sua extraordinária varanda debruçada sobre o abismo, de onde se contempla uma magnífica paisagem. No dia seguinte, 26 de Junho, o grupo iria ser separado por três prefeituras: Nara, Fukui e Niigata. Só nos voltaríamos a ver dois dias antes da partida. Tristeza. Nara Eu fui para Nara, o Paulo para Fukui e o José para Niigata. O objectivo era visitar as escolas de cada uma dessas prefeituras. Na manhã do dia 27, fomos recebidos em audiência formal pelos responsáveis do sector educativo da Prefeitura de Nara, os quais expuseram as principais linhas de orientação da política educativa local. Depois do almoço fomos visitar o templo Todaiji, um magnífico exemplar da arquitectura religiosa budista que acolhe dentro de si a maior estátua de 26 . Revista EJAF Buda em todo o Japão. Nos dias 28 e 29, tive a oportunidade de visitar escolas Primárias, Básicas (3º Ciclo), Secundárias e uma escola para jovens deficientes. Pelo acolhimento e experiência proporcionada aqui fica a referência das escolas visitadas: Nara Municipal Tsuzaki Elementary School; Nara Prefectural Nara Higashi Handicapped School; Nara Prefectural Horyuji High School e Nara Municipal Fushimi Lower Secondary School. Para além da frutuosa troca de informação sobre currículos, práticas peda- gógicas e condições de trabalho, foi-nos permitido assistir a aulas, comunicar com alunos e professores, visitar instalações. Da experiência recolhida, nem tudo é aplicável à nossa realidade (40 alunos por turma, o almoço na sala de aula, a limpeza da sala feita pelos alunos, as piscinas na escola...), por isso ficou-nos a certeza de que ainda existe um longo caminho a percorrer para que os alunos portugueses possam usufruir das condições materiais e da organização observadas nas escolas japonesas. Para os mais curiosos, sim, tirámos A senhora que me recebeu chamava-se Takako Okuchi. Levou-me a conhecer o Vocational Museum, um lugar onde os jovens podem experimentar a prática de diversas profissões e assim construirem uma opção consciente de futuro; depois, levou-me a almoçar a um restaurante curioso onde a comida passa por nós numa passadeira rolante; finalmente, já em casa, preparou-me um saborosíssimo sukiyaki, um prato de carne bovina cozida numa sertã, com vários legumes e verduras. Uma experiência inesquecível. os sapatos em todas as escolas e calçámos uns chinelos bastante confortáveis. A noite do dia 28 foi particularmente especial: passámo-la em Chikurinin Gunpoen, uma estalagem tradicional japonesa. Comemos mais uma refeição japonesa, mas desta vez sentados de perna traçada sobre tatami, que é uma esteira de junco e vestidos de yukata, um quimono simples usado para dormir ou relaxar. Foi lindo! Enfim, entre risos e cantares de várias partes do mundo, lá me foi pedido que cantasse um fado, o que fiz (ou acho que sim), que me perdoe Carlos do Carmo pela amadora interpretação de um fado do qual não sei o título, mas que fala de uma canoa no Tejo. O dia 30 foi escolhido para passarmos com a nossa família de acolhimento. Tal qual. Um dia e uma noite sozinhos com uma família japonesa. Felizmente, a minha falava razoavelmente inglês! Conhecemos as famílias de acolhimento na noite de 27 de Junho, numa recepção organizada pela Nara Prefectural Board of Education e pela Japan Foundation, no Hotel Fujita Nara, onde estávamos hospedados. Tóquio, outra vez O dia 1 de Julho foi o dia do reencontro, do matar saudades, do pôr a conversa em dia. O dia seguinte era livre e aproveitámo-lo ao máximo. Uns foram comprar material fotográfico, outros foram de madrugada ao mercado do peixe. Eu fui com um colega belga visitar o jardim do Shogun Tokugawa e beber chá verde numa casa de chá no meio do lago, a Nakajima-no-ochaya. Depois, fomos passear de barco pela baía de Tóquio, até à praia artificial da cidade. Nesse dia 3, véspera da partida, ainda houve tempo, à tarde, para uma sessão conjunta de balanço do programa, e à noite, para a recepção de despedida com que fomos agraciados. A partir daqui, fica a imensa saudade. Dos amigos que fizemos. Das pessoas que conhecemos e com quem convivemos ao longo de duas semanas. Da alegria espontânea de alunos e professores nas escolas. Da imensa cordialidade, dignidade e hospitalidade com que todos nos receberam e trataram. Fica aqui o profundo agradecimento à Japan Foundation pela oportunidade que nos proporcionou. À Embaixada do Japão, por nos ter dado a honra de representar Portugal em tão distinto programa. Finalmente, uma palavra de gratidão ao Director Pedagógico do Externato João Alberto Faria, Dr. Nuno Faria, por me ter concedido a possibilidade de participar neste inesquecível programa. Setembro 2007 . 27
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