Foz do São Francisco - Nova Cartografia Social
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Foz do São Francisco - Nova Cartografia Social
Projeto nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil SÉRIE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS DO RIO SÃO FRANCISCO 1 Pescadores e pescadoras artesanais de Saramém – Foz do São Francisco, Sergipe 2 Pescadores e pescadoras artesanais do Açude Público Cocorobó – Mostrando sua cara e seus problemas – Canudos, Bahia Pescadores e pescadoras artesanais da Comunidade de Resina Nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil SÉRIE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS DO RIO SÃO FRANCISCO 3 Pescadores e pescadoras artesanais do Cânion do São Francisco – Alagoas, Bahia, Sergipe 4 Pescadores e pescadoras artesanais de Resina Foz do São Francisco – Sergipe REALIZAÇÃO Pescadores e pescadoras artesanais da Comunidade de Resina APOIO 4 Pescadores e pescadoras artesanais de Resina Foz do São Francisco Pescadores e pescadoras de Resina Participantes da oficina Aílton Rosa dos Santos (Renato), Benito dos Santos (Garcias), Cícero Pereira dos Santos (Marreta), Cícero Pereira dos Santos Júnior (Júnior), Creuza Roque dos Santos (Negona), Dejanílson Cruz (Marola), Edson dos Santos (Tinda), Enéas Rosa dos Santos, Francisco da Cruz (Chico), Francisco Rosa dos Santos (Chico Rosa), Gilvânia dos Santos (Roia), Irandilma Machado Cruz (Iran), Iraneide Machado dos Santos, Jane Machado Santos, Jônatas Machado dos Santos (Biro), Jônatas Rosa dos Santos (Rutílio), José Calivaldo Santos (Chapanã), José Francisco Procidônio , dos Santos (Chicão), José Vicente dos Santos Filho (Zinho), José Xavier dos Santos, Josevaldo Miguel dos Santos (Tindô), Manoel Balbino dos Santos , (Mane de Cazuza), Manoel Cícero Procidônio , dos Santos (Nel), Manoel Messias dos Santos (Neno), Manoel Santana Rosa Santos (Santana), Márcio Inácio dos Santos (Golfo), Maria Alexandrina dos Santos (Nil), Maria Aparecida Vieira Xavier, Maria Auxiliadora Pereira dos Santos, Maria de Assis dos Santos (Lia), Maria Edvânia Gomes , dos Santos (Vânia), Marília dos Santos, Marílson Reis dos Santos (Iragino), Marilza da Silva Santos, Paulo Sérgio da Cruz, Pedro Procidônio (Nanú), Reginaldo da Cruz (Regi), Sandro Gonçalves Santos (Pescador), Sérgio Machado, Zenaide Machado Cartografia dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do Vaza Barris SÉRIE Pescadores e Pescadoras Artesanais do Rio São Francisco Cartografia Ticiano Rodrigo Álvaro Ribas Luís Augusto Pereira Lima (NCSA-UEA) Coordenação do Cartografia dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do Vaza Barris Juracy Marques dos Santos Equipe de Apoio Cleisivaldo Félix Santos Luciana da Silva Maria Rosilene Bezerra Rodrigues Izabel Adrião Equipe de Pesquisa Alzení Tomáz (CPP) Arthur Lima da Silva (NECTAS-UNEB) Bruna Graziela Cordeiro dos Santos (NECTAS-UNEB) Juracy Marques dos Santos (NECTAS-UNEB) Fotografias Juracy Marques dos Santos Arthur Lima da Silva Bruna Graziela Cordeiro dos Santos João Zinclar NECTAS 2008 Projeto gráfico e editoração Ernandes Fernandes Design Casa 8 “A Resina que se fala é a que o povo vem até hoje atrás que é a amescla.” Iraneide “É porque aqui quem vem gruda e não quer mais sair.” José Vicente A resina da amescla hoje é usada para fazer incenso pela comunidade N935 Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil: pescadores e pescadoras artesanais de Resina / coordenadores, Alfredo Wagner Berno de Almeida, Rosa Acevedo Marin; autores, Juracy Marques dos Santos... [et al.]. – Brejo grande, Alagoas, : Casa 8 Design / Edições UEA, 2009 12 p.; il.: 25 cm. (Série Pescadores e Pescadores Artesanais do Rio São Francisco ; 4 ) ISBN - 978-85-7883-073-1 1. Comunidade de Pescadores e pescadoras – Resina I. Almeida, Alfredo Wagner Berno de. II. Rosa Acevedo Marin. III Neto Shiraishi, Joaquim IV. Santos, Juracy Marques.. V. Série. CDU 301.185(814.2) Catalogação na fonte elaborada pela bibliotecária Rosenira Izabel de Oliveira CRB 11/529 2 “Estou com 74 anos de idade e quando cheguei nesta Fazenda já tinha uma comunidade muito grande de gente, era mais de 70 famílias que trabalhava para o Fazendeiro. Era um povo tudo cativo, só num era escravo porque não apanhava. Mas, trabalhava no arroz, no algodão. Agente apanhava o arroz e eles vendiam pra fábrica, tinha grandes embarcações que o povo deixava lá. Nós quase num tinha direito a nada. Eu mesmo trabalhei alguns alqueires de arroz e lucrei mais de 32 salamí e num tive direito a nada. O salamí era uma medida parecida com uma cuia, hoje daria em torno de uns 240 kg de arroz.” Chico Rosa “O nome Resina tem haver com a resina de várias plantas que tem aqui, como a mesca, a aroeira, o cajueiro, o mangue, o gameleiro. Meu avô me contava que aqui no começo, tinha uns padres que viviam nesses lugar e que veio um grande fazendeiro chamado de Zé Midinho, que era o avô desses fazendeiros de agora, ele chegou e expulsou os outros padre. Éramos escravos alforriados, mas vivíamos de cativos. Tem 25 anos que já tinha luta e agora tem luta de novo, têm muita perseguição, mais eles só querem guerra, se não denuncia não serve e se denuncia não resolve. Aqui a tradição do povo era trabalhar nas roças, depois que os antigos fazendeiros morreram, o povo ficou sem ter em que trabalhar. Já faz uns 24 anos que tudo parou. Os herdeiros tomaram conta e não botaram nada pra frente. Eles arrendaram as terras e nós que sempre trabalhamos aqui num tivemos direito a nada.” Manoel Santana Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Coordenação do PNCSPCT-B Alfredo Wagner Berno de Almeida (CPNq-NCSA-CESTU/UEA) Rosa Acevedo Marin (UNAMAZ) Origem e identidade Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Comunidade de Resina – Foz do São Francisco Caranguejo goiamum, fonte de alimentação e renda da comunidade Pescadores e pescadoras artesanais de Resina – Foz do São Francisco 3 “A gente tinha a feira na sede da fazenda e agente recebia pelo trabalho um vale. Com esse vale a gente fazia a feira somente lá. Eram comerciantes deles que vinham de outros lugares pra vender ali.” José Francisco “Nós aqui somos moradores antigos que trabalhava como cativo, quando chegamos aqui já tinha moradores também. Somente depois que tudo ficou escasso e nós ficamos sem a terra pra trabalhar é que o povo foi trabalhando da pescaria nas lagoas, nos rios e nos mangues pra dar comida pra os nossos filhos. Eu mesmo criei 16 filhos aqui.” Marília dos Santos, 58 anos “Aqui tinha um cemitério que agente enterrava só os pobres, o rio já cobriu. Os ricos enterravam os mortos em Neopólis, Piaçabuçu ou Penedo.” Chico “Aqui tinha umas rezadeiras, D. Fulô, finado Antenor, que era curandeiro, e também a mãe de Marinalva. Hoje só tem D. Josina e D. Marília que também é parteira. Quando é coisa de precisão, a gente pega menino. Meus pais contavam que vieram à procura de trabalho. Plantava arroz, algodão, coco e também fazia embarcação no rio. A pescaria por aqui piorou bastante. Hoje também vivemos do mangue pegando caranguejo para comer.” Manoel Santana “Quando o fazendeiro morreu, os herdeiros dividiram os pedaços quando viu que a gente tinha direito. Aí começaram a levantar cercas, dividiram os pedaços de terras, por que tudo isso aqui é a Fazenda Capivara, agora eles colocaram o nome de cada cercado, criaram uma fazenda: Fazenda São João, Santa Maria, Santa Terezinha. Acho que tem os nome de santo pra encharcar o povo daqui. Estamos lutando para conseguir o título de terra.” Manoel Santana “Nós tamo reivindicando a Fazenda Capivara junto com os Sem-Terra. Porque os sem terra de lá vivia tudo aqui pescando nessas lagoas. Eles tem direito também.” Enéas Rosa “Vai ficar essa terra todinha sem nenhum benefício com tanta gente precisando?” Iraneide “O dono da NORCON disse que tinha comprado essa terra numa planta e a Comunidade estava dentro da área, mas não sabia o limite.” Enéas Rosa “Perguntei a NORCON se a terra vai ficar no poder deles ou do outro fazendeiro. Ele disse que podia ficar com ele ou com o outro.” Seo Chico “Nossas terras eram cercadas de lagoas, que eram grandes e que eles foram cercando.” Enéas Rosa 4 “Nos meses de junho a dezembro, quando as águas estavam muito salgadas, os moradores utilizavam as águas das cacimbas para beber e cozinhar. Ainda hoje tem as cacimbas. Os moradores utilizam a água do rio para atender as necessidades da comunidade, como: cozinhar, tomar banho, lavar roupa, e também para beber. Quando a água está muito turva, eles colocam 5 gotas de um soro distribuído pelo posto municipal de saúde. As lagoas naturais ou lagoas das marés estão nas mãos dos grandes fazendeiros e estes arrendam o uso das lagoas impedindo a população local de usar. O povo todo dessa região depende dessas lagoas pra viver. Pesca tudo aqui. Agora as terras das lagoas num pode ter dono só não.” Iraneide Pescadoras de Resina Pesca artesanal Terra e território Porto de Resina Água Antiga sede da Fazenda Capivara Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil “Muitos de nós vive da pesca nas lagoas, no mangue e nos rios. No rio a gente pega a pilombeta, a carapeba, bagre, rubalo, xira, camurim, siri, tainha, e outras espécies. Usamos os apetrechos da tarrafa, do pulsar, as redes de malha miúda e grande, vara, covo e os pequenos barcos. Nas lagoas usamos o cuvú para pegar traíra, piau e cará. E ainda usamos a ratoeira e a mão para pegar siri e caranguejo. A gente vende para os cambistas daqui mesmo e eles vendem em Piaçabuçu e Penedo nas Alagoas.” Pescador de Resina Rio–foz, mangues e ilhas “No Riacho Parapuca entre a Ilha da Mangueira e a Ilha do Arambipe se encontrou vários viveiros de camarões. Daí até a Carapitanga tem muito desmatamento dos mangues e carcinicultura, nas despescas eles colocam veneno e mata muitos caranguejos e espécies de peixes. Nas ilhas da Criminosa, do Arambipe, da Mangabeira e do Gato Preto, os pescadores não podem atracar suas embarcações por que sofrem ameaças, casas já foram queimadas e derrubadas. Ameaças com armas de fogo. Todas essas ilhas são APPs – Áreas de Proteção Permanentes. Muitas denúncias foram feitas para o IBAMA e nada foi resolvido. Ta tendo desmatamento de mangue, principalmente na beirada dos viveiros. Na beirada do riacho deixa uma tira de mangue para esconder e enganar o IBAMA.” Enéas Rosa Mangue destruído para implantar viveiro de carcinicultura Pescadores e pescadoras artesanais de Resina – Foz do São Francisco 5 Reivindicações oficiais e mostraram como as áreas de manguezal estão sendo destruídas, a irregularidade dos viveiros de carcinicultura, inclusive nas ilhas, com ameaças de morte a pescadores e pescadoras que se aproximam de territórios como a ilha da Criminosa que, segundo eles, ‘pertence’ a um francês. A maior ameaça vivida hoje pela comunidade de Resina diz respeito à constante ameaça da perda de seu território, hoje reivindicada pela NORCON, empresa de construção civil, que diz ter a posse dessas terras. A comunidade diz estar acuada, pois foram isolados por várias cercas de arame farpado, destacando três delas: a cerca da Resina, a cerca da NORCON e a cerca do Pepeco. Nestas terras trabalhavam limpando os coqueiros dos posseiros e em troca podiam cultivar suas roças nessas localidades. Alegam que, por diversas vezes, esses fazendeiros soltaram o gado em suas roças. Hoje estão impossibilitados de cultivar a terra, pois a mesma encontra-se dentro dos cercados, o que privou a comunidade de um direito. Falam da importância da recuperação das matas ciliares e dos manguezais, de se trabalhar mais com educação ambiental com pescadores e pescadoras artesanais e de se fazer uma fiscalização mais eficiente para impedir esses danos à natureza. Moradias de Resina “O ‘vento da madrugada’ derrubou essa cerca, mas eles levantaram de novo. A gente não pode viver assim cercado como bicho não.” Jônatas Rosa – Rutilho Estacas de mangue O povo de Resina, hoje formado por mais de 40 famílias de – Fazenda Capivara pescadores e pescadoras artesanais, que vive em cerca de 30 casas, a maior parte de adobe e palha, reivindicam a regularização das terras públicas e titulação das terras para a Comunidade, haja vista ser um território que tradicionalmente ocupam, também área fundamental para sua reprodução física e cultural. Esses Pescadores e Pescadoras têm uma vida muito simples e ainda usam água sem tratamento do rio São Francisco que, em boa parte do tempo, fica salgada. Também não há saneamento em todo Povoado, não dispõe de luz elétrica, posto de saúde, escolas, entre outros serviços importantes para a qualidade de vida desses Ribeirinhos e Ribeirinhas franciscanas. Eles reivindicam atenção dos organismos públicos no oferecimento desses serviços que, segundo a Constituição Federal e outras leis, são direitos fundamentais de todos(as) os cidadãos(ãs). Falam das dificuldades vividas em suas moradias e solicitam a erradicação das casas de taipa e palha. Com relação às questões ambientais denunciam a falta de fiscalização por parte dos órgãos Cerca da NORCON 8 Cancela na estrada de Saramém e Resina Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Denunciam o controle do acesso às áreas das comunidades e à foz do Rio São Francisco: uma cancela com um mata-burro na estrada do povoado Saramém/Resina e uma cancela na estrada que leva ao povoado de Carapitanga. Queremos terra para trabalhar, ter vida liberta, botar nossas roças e ainda pescar. Não queremos mais as cercas, antes a gente vivia escravo, mas hoje não queremos mais. A gente só não trabalha na terra por que não deixam. A gente aqui pesca e trabalha na enxada. A gente conhece as águas, pesca e sabe lidar com a terra. Regularização fundiária “Queremos possuir a terra para que nem a NORCON, nem os fazendeiros possam dominá-la. Nós queremos o título da terra pra gente trabalhar e para os Sem-Terra que estão acampados. Nós queremos viver livre. Nós somos felizes aqui, se eles tirarem nós desse lugar tudo vai ficar mais difícil. Mais, nós resiste. Queremos saneamento básico, água tratada e esgoto, saúde, educação, melhoramento das estradas, meio ambiente, fiscalização por parte dos órgãos públicos, recuperação das matas e manguezais, proibição de instalação dos projetos de carcinicultura e tilápia e estudo dos seus impactos.” Problemas “Faz uns 25 anos que o Padre Luiz já se reunia com a gente e com o INCRA, para gente conseguir essas terras, mas nunca saiu do papel. Hoje, há mais de três anos que as coisas se agravaram. Depois que começamos a lutar, veio a polícia junto com os fazendeiros e derrubaram três casas, querendo que a gente saísse daqui. Tinha dois policiais envolvidos, um se chamava Dionísio e outro Nicolau, que ao invés de serem afastados, subiram de patentes. Quando a gente Farol do antigo Cabeço, acampou na Praça de Saramém, essa perseguição auFoz do São Francisco mentou. Agora veio a NORCON, pra fazer um grande Resort, e tirar a gente daqui, tanto a Câmara de Vereadores, como o Prefeito, e a Juíza não querem fazer benefício pra gente. Eles apóiam a NORCON. Até o vereador Everaldo, conhecido como Verô, trabalha para a NORCON. O cara da NORCON, chamado Luiz Teixeira, veio de Helicóptero dizer pra gente que tinha comprado estas terras e que a gente tinha que sair daqui, eles ofereceram casa e energia e até ofereceram dois mil reais para Seu Francisco fazer uma operação, deu até R$ 200,00 para a filha de ele encaminhar as coisas, só que Seu Francisco não aceitou e disse: Se a gente aceitar o senhor chega aqui e diz, eu comprei vocês e agora vocês têm que sair. Pescadores e pescadoras artesanais de Resina – Foz do São Francisco 9 A NORCON, disse ainda que só quer gringo aqui e gente rico com veleiros e queria só as meninas bonitas da gente pra trabalhar. Nós dissemos pra eles que somos felizes aqui e que a gente prefere nossas casas de palhas e nossos barquinhos, por que essa terra é de nós, nós não vamos colocar nossos filhos pra se prostituir. A gente ainda tem os problemas da transposição e da barragem de Pão de Açúcar que vai acabar com o Rio. A água já com muita salina, por causa da baixa vazão. As águas estão salgadas e tem muitas barranÁrea comprada pela NORCON por R$ 7.000,00 cas de areia. Tem ainda o desmatamento dos mangues para fazer viveiro de camarão e venda de madeira. Falta energia elétrica. E ainda o prefeito, a juíza, os vereadores e os fazendeiros fazem muitas ameaças. O Cabeço tá pequenininho e o mar tá comendo tudo. Por isso o farol tá no meio do mar.” José Vicente Organização A Cáritas Diocesana de Própria, Sergipe, acompanha e apóia a luta da comunidade para conseguir os direitos. Os pescadores que participam são associados da Colônia de Pescadores Z-16. Através da luta e da organização já conseguiram exigir da GRPU e do INCRA o levantamento das terras públicas e de sua regularização. Também denunciaram a Ouvidoria Agrária do INCRA nacional o impedimento da passagem do povo através das cancelas e mata-burro na entrada que dá acesso aos Povoados de Saramém e Resina. Por causa disso, o Padre Isaías e outras pessoas têm sido ameaçados de morte. Pescadores e pescadoras de Resina “Por causa disso, tem muitas famílias que já fugiram, que foram embora por que não agüentaram. Eles estão destruindo os mangues, derrubando madeira e escondendo na própria sede da Capivara. Já saiu vários caminhões de madeira de mangue inclusive puxado pelo trator da Juíza Rosivânia, este trator está a serviço da NORCON. Tem gente aqui que está fazendo o jogo da NORCON, venderam os coqueiros, mas nem receberam. A NORCON oferece uma casa e ainda dois mil reais, pra quem não tem coqueiro, dizendo que é pra gente melhorar a vida. Essa terra que divide Saramém de Baixo e a Resina, foi comprada por R$ 7.000 (sete mil reais) pela NORCON.” Lutas Inúmeras audiências e reuniões foram acionadas pela Cáritas Diocesana e a Comunidade de Resina com o Governo do Estado, Deputados, Ministério do Meio Ambiente, GRPU, INCRA, Ministério Público, Procuradores da Republica, Ouvidoria Agrária do INCRA Nacional, além de audiências do Comitê de Bacia do São Francisco, etc., foram realizadas com intuito de denunciar e exigir do poder público, a resolução dos problemas implicados nesses territórios pesqueiros. Dada às formas de intimidação da NORCON e dos fazendeiros locais, alem da morosidade do Estado, a Comunidade de Resina se encontra em estado total de insegurança. Contato Comunidade de Resina Cidade de Brejo Grande SE orelhão 79. 3366-1412 CPP – Conselho Pastoral dos Pescadores Avenida Beira Rio 913 Jardim Bahia 48604-000 Paulo Afonso BA telefone/ fax 75. 3281-0848 [email protected] Moradias de Resina NECTAS-UNEB Universidade Estadual da Bahia Rua do Gangorra 503 CHESF 48600-000 Paulo Afonso BA telefone/ fax 75. 3281-7364 Cáritas Diocesana de Propriá Padre Isaias Carlos Nascimento Filho Travessa Municipal 117, 1º andar Centro 49900-000 Propriá SE telefones 79. 3337-1658 79. 9983-1378 79. 9971-3383 79. 9945-3045 [email protected] 10 Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Pescadores e pescadoras artesanais de Resina – Foz do São Francisco 11 Projeto nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil SÉRIE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS DO RIO SÃO FRANCISCO 1 Pescadores e pescadoras artesanais de Saramém – Foz do São Francisco, Sergipe 2 Pescadores e pescadoras artesanais do Açude Público Cocorobó – Mostrando sua cara e seus problemas – Canudos, Bahia Pescadores e pescadoras artesanais da Comunidade de Resina Nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil SÉRIE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS DO RIO SÃO FRANCISCO 3 Pescadores e pescadoras artesanais do Cânion do São Francisco – Alagoas, Bahia, Sergipe 4 Pescadores e pescadoras artesanais de Resina Foz do São Francisco – Sergipe REALIZAÇÃO Pescadores e pescadoras artesanais da Comunidade de Resina APOIO 4 Pescadores e pescadoras artesanais de Resina Foz do São Francisco