Drink Fragolí Passion 1/4 Fragolí 3/4 Espumante bem gelado
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Drink Fragolí Passion 1/4 Fragolí 3/4 Espumante bem gelado
115 Sociedade da Mesa 2a quinzena de Outubro 2012 clube de vinhos índice 04 - Seleção Mensal / 10 - Artigo: Sardinhas 20 - Artigo: Diário da Bodega - As Colheitas 2012 Direção Dario Taibo Esta revista é uma edição exclusiva para os associados da Sociedade da Mesa. Direção da revista Dario Taibo [email protected] Editora-chefe Paula Morales [email protected] Projeto gráfico e diagramação OC O comunicação e design www.ochoa.com.br Atendimento ao cliente [email protected] Contato de Publicidade [email protected] Dario Taibo sócio-diretor Impressão 14.000 exemplares 22 - Drinks: Mojito / 28 - Ingredientes: Abacate 32 - Entrevista: Paulo Machado / / 40 - Saboreando Juntos / 44 - Um pouco de receita: Frango Light Sociedade da Mesa clube de vinhos Rua Branco de Moraes, 248/11 Chácara Santo Antônio - São Paulo - SP - Brasil CEP 04718-010 (55-11) 5180-6000 0800-7740303 www.sociedadedamesa.com.br 46 - Programa Saca-Rolha / 52 - Acessórios / 53 - Vinhos em Estoque 54 - Próximas Seleções. / 04 05 SELEÇÃO MENSAL Texto: Alberto Pedrajo Pérez y Javier Achútegui Dominguez Fotos: divulgação CRASH RED 2011 D.O. Ribera del Guadiana Estremadura e a D.O. Ribera del Guadiana Estremadura, apesar de ser uma das maiores comunidades da Espanha, é uma grande desconhecida, mesmo que reúna natureza, gastronomia e viticultura. Isso, sem esquecermos da história que acompanha cada canto desta região, com impressionantes cidades como Emerita Augusta (atualmente Mérida), a principal cidade da região de Lusitânia e uma das mais importantes da Península Ibérica durante o Império Romano. De fato, a história deixou uma amostra da grandeza desta Espanha Ribera del Guadiana região ao longo dos séculos: teatros romanos, aquedutos, monumentos, mosteiros, castelos etc. Um passeio magnífico pela história, encontrada de Norte a Sul, nesta vasta região do Sudoeste espanhol. Sua natureza não nos deixa indiferente: a Sierra de Gredos, a Sierra de Gata, a Sierra de Bejar, a Sierra Morena, todas elas terras de grande diversidade. Uma região com dois dos mais importantes parques naturais da Península Ibérica, os de Cornalvo e Monfragüe onde encontramos a maior população de urubus negros, assim como águias imperiais, cegonha preta, grifo, lince, mangusto e lontras, além das grandes campinas de carvalho, onde se alimentam os porcos ibéricos, que formam parte da paisagem de Estremadura desde a antiguidade. Mas talvez um dos valores mais destacados seja sua gastronomia, desde as famosas cerejas do Valle del Jerte, o presunto cru Pata Negra, os queijos curados de ovelha e o famoso pimentão da Vera, até azeites e mel, além de uma longa lista de produtos que, juntamente com o vinho da região, fazem dela um verdadeiro oásis gastronômico. Estremadura conta com uma única Denominação de Origem, Ribera del Guadiana, que leva o nome do rio que percorre a região de leste a oeste (o Guadiana). Esta denominação foi fundada em 1999 e abrange 6 sub-zonas: Cañamero, Montánchez, Matanegra, Ribera Baja, Ribera Alta e Tierra de Barros. Estremadura ocupa o segundo lugar da Espanha em superfície de vinhedo, valorizando uma grande tradição vinícola, mas o destino principal sempre foi a elaboração de vinhos a granel, onde prevalecia a quantidade no lugar da qualidade. No entanto, desde o início deste século houve uma mudança radical, graças ao trabalho de um pequeno número de bodegas, que decidiram apostar na elaboração de vinhos de qualidade. 06 Pago los Balancines Pago los Balancines está no local que leva seu nome e está localizada em Oliva de Mérida, uma pequena cidade da província de Badajoz, em Estremadura (Sudoeste da Espanha, a 350km de Madri, capital da Espanha, e a 328 km de Lisboa, capital de Portugal). Dentro da Denominação de Origem Ribera del Guadiana, encontra-se a sub-zona de Ribera Alta, a uma altitude de uns 450 metros, entre duas serras, a Sierra de Juan Bueno e a de Peñas Blancas. Pago los Balancines nasceu com o objetivo de produzir vinhos diferentes, com nuances sutis, e tornar-se uma referência de qualidade na região. Para isso, os processos de produção do vinho recebem muita atenção, tendo por princípio que a matéria-prima de qualidade é o ponto de partida essencial para produzir seus vinhos. O projeto começou sua jornada em 2006, em uma região pouco conhecida na época, mas com grande potencial para a produção de vinhos de qualidade. É a história de um encontro de três pessoas, com a ansiedade de iniciar um projeto empresarial ligado a duas grandes paixões: o vinho e a natureza. Pago los Balancines é a demonstração de que empresa, vinho e natureza são compatíveis e viáveis, tanto economicamente como ambientalmente. Pedro Mercado, Fernando Toribio e Jose Antonio Vicente são os três responsáveis por Pago los Balancines ser hoje uma realidade. Por um lado, encontramos Pedro, proprietário majoritário e responsável pela direção da bodega. Pedro não contava com uma tradição familiar vinculada ao vinho. Sua paixão nasceu pouco a pouco, viajando e degustando vinhos. Quanto mais vinhos degustava e mais vinhedos visitava, mais forte tornou-se o sonho de produzílos. Depois de anos estudando diferentes áreas da Espanha onde poderia iniciar um projeto bodegueiro, chegou à conclusão de que Estremadura reunia muitas das grandes excentricidades 07 A maior parte dos vinhedos está em Los Balancines (Oliva de Mérida), onde conta com 50 hectares das variedades Chardonnay, Garnacha Tintorera, Cabernet Sauvignon, Tempranillo, Syrah, Petit Verdot, Bruñal e Graciano. que fazem uma grande bodega: diversidade de solos, climas e orografias, tradição de viticultura e cultura histórica do vinho. A isso, acrescente-se o fato de que era a última grande região produtora de uvas a ser descoberta na Espanha. Casualmente, conheceu Fernando Toribio e Jose Antonio Vicente, diretores da bodega e da vinha, respectivamente. Este encontro foi o que lançou as bases do que hoje é Pago los Balancines. Fernando, bodegueiro de tradição familiar e um dos enólogos mais renomados em Estremadura, junta-se ao projeto com Jose Antonio Vicente, viticultor também por tradição familiar e grande conhecedor da zona rural de Estremadura. Os três combinaram suas paixões e conhecimentos para criar esta bodega. Pago los Balancines procura produzir vinhos que sensibilizem aqueles que os provam, fazendo com que desfrutem cada gole de vinho. A peculiaridade principal de seu vinhedo é o solo, uma terra argilosa com muita pedra e que, na profundidade, tem uma composição calcária que acumula toda a água necessária para que a planta complete seu ciclo vegetativo sem muitas dificuldades. Além disso, devemos acrescentar a própria localização do vinhedo, em um vale no alto, entre duas serras, a Sierra de Juan Bueno e a de Peñas Blancas. Estas serras, orientadas para o Oeste e em direção a Guadiana, proporcionam ao vinhedo uma entrada contínua de ventos, com uma carga grande de influências atlânticas, criando um microclima nesta região. Isto proporciona verões mais suaves que em outras regiões da Ribera del Guadiana e amadurecimentos mais lentos e regulares das uvas. Outra das peculiaridades está na forma do plantio. Todo o vinhedo está plantado em “vaso”* como cultivo tradicional e sem irrigação, com uma exigência mínima às plantas e de mínima intervenção aos trabalhos de produção. 08 09 Crash Red 2011 Ao vinificar separadamente, outra chave de seus vinhos está na degustação. São realizadas contínuas degustações das diferentes variedades em diferentes tipos de barris, ensaiando e provando diferentes combinações, até encontrar a ideal. Trabalham cada variedade de forma individual e, somente quando estão prontas, preparam as diferentes coupages, procurando as melhores afinidades entre elas. Aqui, a uva é quem manda: o tipo do barril e o tempo que o vinho passa nele, são definidos por ela, procurando-se vinhos completos e equilibrados, mas que também sejam complexos, ou seja, vinhos diferentes e com personalidade própria. A uva é selecionada primeiro no vinhedo. A colheita é noturna, manual e em caixas pequenas, com o objetivo de chegar intacta à bodega. Uma vez na bodega, são utilizados tanques de concreto. A armazenagem e vinificação dos vinhos é feita por uva e lotes da mesma uva. A fermentação alcoólica de todos os vinhos é realizada nos tanques de cimento com bombeamento manual, de forma artesanal. Posteriormente, de acordo com o vinho, passarão aos barris para completar sua produção. Hoje em dia, a bodega conta com mais de 300 barris, na maior parte de carvalho francês, embora também trabalhem com carvalho americano e misto. A premissa é que o barril respeite a variedade da uva, que complemente o vinho e possa somar suas virtudes às da uva. Tudo isso junto (clima e solo), proporciona a seus vinhos boa estrutura, taninos, frescor, boa acidez natural. São vinhos muito sérios, mas fáceis de beber. *Modalidade de condução da planta. A gama Crash integra a filosofia com a que Pago los Balancines lançou este projeto: vinhos de qualidade, sem envelhecimento em barril e destinados a um público divertido e atrevido, que procura desfrutar de uma taça de vinho mais além das complexidades. Tudo isto mantendo a qualidade à qual estamos acostumados e com uma apresentação radicalmente distinta. Com esta gama de vinhos, a bodega procura uma nova forma de ver e entender o vinho, através de uma chamada ao otimismo, um nome que contém em si a ruptura e uma imagem transgressora, ilustrações únicas baseadas na corrente artística Pop Art. Uma aproximação à qualidade de algo tão simples como pode ser desfrutar de uma taça de vinho. Crash Red 2011 é um vinho tinto sem barril, mas com uma crianza de cinco meses em tanques de concreto. É produzido com as variedades garnacha tintorera, garnacha negra, syrah e tempranillo. O estilo do vinho e sua graduação, 14,5% vol., nos fazem recomendar um consumo à temperatura máxima de 17˚C, para desfrutar plenamente de seu conteúdo frutado. Seu consumo pode ser feito nos próximos dois anos, esperando que as notas de fruta vermelha e geleia progressivamente evoluam até um perfil mais doce e licoroso. Crash Red 2011 Região: Ribera del Guadiana, Espanha. Uvas: Garnacha tintorera, Garnacha Negra, Syrah e Tempranillo Cata: de cor cereja brilhante com toque violeta, coberto. No nariz é uma explosão de frutas vermelhas, groselha, morangos maduros como geleia. Seu estilo no nariz nos aproxima de vinhos produzidos pela técnica da maceração carbônica. De entrada forte, na boca é carnoso sem chegar a ser pesado, graças à sua acidez equilibrada, que fica em parte coberta pela sua estrutura, com notas fortes de frutos do bosque. É longo e com final doce. Temperatura: 170C (máxima) Harmonização: sua estrutura e seu calor na boca, nos permitem combiná-lo com pratos de carne magra assada, um bom prato de legumes e, claro, um rico presunto cru ibérico de bellota ou um queijo de ovelha de cura média e longa. Guarda: consumir nos próximos 2 anos. ASPA INGENIEROS: C\ La Campa nº 11 26005 Logroño (La Rioja) www.aspaingenieros.com skype: alberto.pedrajo.aspa T: +34 941210448 F: +34 941287072 10 REVISTA SOBREMESA Texto: Álvaro López del Moral Fotos: Antonio de Benito SARDINHAS Indispensável em qualquer festa, este peixe azul exibe seu potencial por toda extensão do litoral espanhol, onde é um dos elementos mais apreciados da gastronomia de verão. Não há necessidade de recorrer ao calendário nem é preciso ser anunciado pelas lojas: para saber que o verão já chegou é necessário apenas seguir o rastro olfativo deixado pelas sardinhas no litoral da Espanha. Das mais de trinta “sardinhadas” que hospedam as diversas paróquias da comunidade galega para o Festival de San Felix, no conselho asturiano de Carreño – onde no ano passado foram enviados mais de 5.000 deste peixe azul -, passando pelas celebrações de Santurce, nos festivais nas margens de Levante ou nas peregrinações de Málaga e de Granada; quando estas datas chegam, toda a costa é impregnada por um aroma penetrante, abissal e inconfundível, que serve para anunciar o início das festas de verão. 11 12 13 Profundamente enraizadas na cultura popular, seu gosto salgado, as inúmeras propriedades nutritivas e a razoabilidade de seu preço explicam a presença destes peixes em qualquer festival que se aprecie, seja em espeto – amarrados em um junco sobre a areia e assados na brasa -, compondo a base de empanadas e tortas ou formando um elemento a ser adicionado a omeletes e vegetais variados (depois de terem sido limpas de vísceras, cabeça e espinhas, é claro). Os exemplares de proporções maiores dão ótimos resultados preparados como escabeche, grelhados, empanados, cozidos na panela ou formando parte de guisados de inspiração marinha. Também é possível encontrar em alguns estabelecimentos as chamadas “sardinhas de bota”, que são peixes submetidos a um processo de salga e então colocados em embalagens pitorescas redondas de madeira. De uma forma ou de outra, a verdade é que, ao longo destes meses, esta espécie marinha consegue contornar as margens submarinas para inundar nossas praias, formando uma emocionante invasão culinária que parece dar o pontapé definitivo ao período das férias. No entanto, convém ter um cuidado especial na hora de comprovar seu frescor. Os espécimes adquiridos no mercado devem ser conservados semi cobertos com gelo, sem salsinha ou outra planta cuja folha possa ter a presença de bactérias. Para verificar a idoneidade de seu estado, é imprescindível confirmar que tenham cor brilhante, apresentem um odor suave e seus olhos pareçam ter uma tonalidade nítida, sob a pena de ver como os festivais podem terminar no banheiro, enquanto nos desidratamos e contorcemos em meio a fortes dores de estômago. A sabedoria antiga das Astúrias vem nos alertando durante séculos contra esta contingência, através de uma recomendação inequívoca, que diz: “A madeira e a sardinha, fresquinha, fresquinha”, embora outra opção para evitar tais problemas seja comprar sardinhas enlatadas, o que, além de garantir a sustentabilidade do produto, aumenta em até três vezes a sua contribuição de cálcio, pois o tratamento térmico utilizado no processo de conserva leva o elemento conservador da espinha até a carne do peixe. 14 15 Possíveis preparações Consciência de grupo A sardinha é um animal pelágico que vive em águas quentes e salgadas, ao longo do Oceano Atlântico, do Mar Mediterrâneo, do Cantábrico, do Canal da Mancha e do Mar do Norte. Devido ao seu caráter gregário, move-se formando grandes manchas na superfície. Por isso, a maneira usual de capturálo é usando cerco, ou redes que terminam fechando e prendendo em seu interior cardumes inteiros. Seu corpo é fino, compacto e verdeazulado, com detalhes prateados brilhantes. O tamanho das espécies importantes varia entre 17 e 18 cm, embora na Espanha o mínimo permitido por lei para a pesca seja 11 cm. Na Península Ibérica existem duas variedades: a Sardina pilchardus pilchardus, localizada no Atlântico; e a Sardina pilchardus sardina, que mora no Mediterrâneo (a esta mesma família pertencem o arenque, a anchova, a espadilha e o sável). Apesar da sua captura, por anos, ter sido uma importante fonte de renda para os pescadores espanhóis, agora as mudanças climáticas, a política de águas e os preços muito mais elevados do que outras espécies, como o biqueirão, estão ajudando a desenhar uma cena bem diferente. Assim, durante os últimos três anos, a produção de sardinha caiu pela metade no porto de Castellón, enquanto as irmandades galegas afirmam que 2011 foi o pior ano da ultima década em todas as vendas deste tipo de pesca. Isto tudo apesar de sua reconhecida excelência nutricional, que torna a sardinha um alimento de primeira ordem: com 10g de gordura por 100g de carne, é uma boa fonte de ômega 3 e ajuda a prevenir o risco de doenças cardiovasculares. Possui inúmeras vitaminas solúveis e outras do grupo B, que envolvem processos de grande importância, como a síntese do material genético. Além disso, é também benéfica para o fortalecimento dos ossos e tem alto conteúdo mineral. A única desvantagem é que ela pode ser contraindicada em pessoas com gota ou hiperuricemia, devido à sua ação intensificadora do ácido úrico. Sobre seu caráter festivo, a sardinha suporta uma ampla gama de possibilidades gastronômicas: pode ser preparada com limão, com frutos do mar, na paella com espinafre, à navarra, à santanderina, na bouillabase ou enrolada. Na Galícia, preparam a deliciosa empanada de xoubas, que é um verdadeiro deleite. Aqueles que não suportam a intensidade de seu aroma, podem assá-la ao estilo papillote, colocando-a sobre uma folha de papel alumínio com um pouco de azeite de oliva, alho picado, limão e sal. Depois de deixar marinar na geladeira, deve ser assada por 25 minutos a uns 180˚C, evitando assim qualquer possível odor. Entre as preparações de verão que têm maior tradição na Costa do Sol estão os espetos. Seu criador oficial foi Miguel Martinez Soler, considerado o “pai dos amoragaores”. Logo vieram outros nomes tão originais como José Segovia, “El pantalones”, Gregório “El cojo” ou Miguelillo “El chirrínchirrán”. Em 1882, Miguel montou fora de Málaga um restaurante chamado La Gran Parada, cuja especialidade eram sardinhas assadas sobre a areia da praia, espetadas em uma vara. Desde o começo, o estabelecimento foi visitado por toureiros, artistas e personalidades de diferentes classes sociais, ganhando uma notoriedade enorme. Mas ele disparou até o extremo três anos depois de sua inauguração, após a visita do rei Afonso XII, que foi verificar os efeitos de um terremoto na região de Axarquia e quis provar o prato. 16 17 Quando o rei estava prestes a atacar um espeto com uma faca em mãos, o empresário lhe disse: “Majestade, assim não. Com os dedos, com os dedos...”. Talvez sem se dar conta, Martínez Soler – que também era conhecido como “Miguel das sardinhas” - começava uma prática que se estendeu com muito sucesso até os dias de hoje, tornando esta maneira de comer o peixe uma senha de identidade gastronômica da região. Os chefs da nova geração também abraçaram, sem reservas, os benefícios nutricionais das sardinhas, que ajudam a reduzir o colesterol nocivo, aumentam as defesas do organismo, ajudam a reduzir o risco de alguns tipos de câncer e previnem a anemia por deficiência de ferro. Assim, María José San Román, do restaurante murciano Monastrell, aconselha a fazer empanadas em uma simples combinação de pimentões assados, pão, azeite de oliva e sal. Em Madri, no La Terraza del Casino, Paco Roncero faz uma deliciosa torta escalivada (de legumes grelhados) com sardinha, manjericão e azeitonas pretas. Combinando eficiência e humildade, Angel León, de Aponiente, faz em El Puerto de Santa María a sua particular Regaña de sardinhas, que consiste em duas sardinhas marinadas, cebola, alho e uma brunoise de tomate, pimenta, pimenta preta e sal, sobre uma fatia de pão torrado, com cebolinha picada. Por outro lado, para realizar seu elogiado Arroz com sardinhas, Martín Berasategui aconselha refogar alho, salsinha e pimentão verde no mesmo óleo em que o peixe foi frito, acrescentando um pouco de jerez seco. Estas são algumas das possibilidades deste produto que, embora possa ser consumido durante o ano todo, parece predestinado a se converter na autêntica estrela das festas de verão. Sobremesa é a revista de vinhos e gastronomia de Vinoselección. 44 Quem disse que o que é bom não dá para melhorar? Eu ganhei! 45 Promoção Amigo é pra essas coisas! E eu também! Novidade! Agora, trazendo um novo associado para a Sociedade da Mesa, seu amigo também ganha um par de taças! Traga um novo associado para a Sociedade da Mesa e receba duas taças de cristal com a próxima entrega. Envie os dados de seu amigo ao e-mail [email protected], site ou pelo telefone 0800-7740303. Nós entramos em contato com ele e, em caso de associação de seu amigo, você recebe um par de taças Bordeaux (Rona) e seu amigo também! Envie o nome completo com telefone particular e comercial de seu amigo. Promoção válida apenas em caso da associação de seu amigo. Sociedade da Mesa c lub e de vin h os Aqui você se preocupa em brindar, o resto deixa com a gente. Promoção Amigo é pra essas coisas! 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br 20 21 DIÁRIO DA BODEGA Texto: Alberto Pedrajo Pérez y Javier Achútegui Dominguez Fotos: divulgação DIÁRIO DA BODEGA As Colheitas 2012 Com este artigo, damos início a uma nova seção, onde pretendemos nos aproximar, de uma forma simples, dos trabalhos que estão se desenvolvendo tanto na bodega, como no vinhedo ao longo do ano: será o nosso “Diário da Bodega”. Através de uma linguagem clara, conheceremos um pouco mais do dia a dia das bodegas, explicando os diferentes processos que ocorrem nelas e no campo, e dando sentido às várias fases pelas quais o vinho passa, desde a colheita da uva até a chegada à nossa mesa. A colheita é a desculpa perfeita: poderíamos dizer que é a origem na qual iniciaremos este passeio virtual pelo mundo do vinho. Os últimos dias do verão coincidem com o início das colheitas no hemisfério norte. Desde a segunda quinzena de agosto, as variedades de uvas brancas começam a ser colhidas progressivamente, continuando com as tintas até quase novembro. Embora o início da colheita seja geralmente bastante regular, a duração varia consideravelmente, baseada na meteorologia de cada ano neste período, o qual, em conjunto com o ciclo meteorológico anual, faz com que cada safra seja diferente e única. Quanto aos fatores que afetam e regem o cultivo do vinhedo - e, portanto, a época da colheita -, podemos dividí-los em relativos a condições permanentes, modificáveis ou aleatórias. Os permanentes têm a ver com aquelas decisões que não são modificáveis com o tempo, como a variedade da uva, a localização do vinhedo ou sua orientação dentro do enredo. São as decisões que não podem ser alteradas. Os modificáveis são aqueles que têm relação com as ações do viticultor ao longo do ciclo do vinhedo, que alteraram de forma dirigida o comportamento do mesmo e culminaram com a decisão da data da colheita. Mas, neste momento, o fator mais importante é, sem dúvida, o caráter aleatório, que tem a ver com o clima e afeta diretamente a data e a qualidade da colheita. Este ano, como no ano passado, o sul da Europa, principalmente na área mediterrânea, sofreu uma forte seca que determinou a qualidade e a quantidade da colheita. No entanto, a falta de chuva também tem suas vantagens: um clima seco protege as videiras das principais doenças de vinhedo: mofo, oídio e fungo (Plasmopara vitícola, Uncinula necátor e Botrytis cinerea). Por isso, mesmo que se trate de uma colheita escassa, podemos esperar muita qualidade. Além disso, devemos considerar que, depois de um verão escaldante, o mês de setembro coincidindo com a época da colheita está trazendo dias ensolarados e noites frias, atingindo, nas principais regiões vitivinícolas, a tão esperada inversão ou amplitude térmica que favorece o desenvolvimento da maturação fenólica, o que nos faz esperar, como resultado, uvas de ótima qualidade enológica, com alta concentração de cor e aromas complexos. Desde o início de agosto, estamos observando o céu. A uva começa a amadurecer e é sensível a qualquer alteração: o calor ou frio excessivo, a seca, uma tempestade forte, e há espaço apenas para que a planta se adapte às condições ambientais. Seu único objetivo é atingir a maturidade. Você se levanta de manhã e vai para cama à noite, dependente da previsão do tempo. O potencial da colheita é fruto do ciclo completo anual, mas o último mês antes da colheita é o responsável pela qualidade final. Visitamos os vinhedos observando sua evolução, tentando perceber seus sentimentos, pegando amostras das uvas para analisar a evolução dos seus principais parâmetros, grau provável, acidez, cor etc. Mas talvez ainda mais importante do que a análise de laboratório, seja a análise sensorial, a “cata” das próprias uvas, tanto no campo como na bodega, onde indicam em que ponto do amadurecimento se encontra a fruta, que sabores está atingindo. Desta forma, e em paralelo com os dados laboratoriais, será decidida a data da colheita. Só falta esperar mais um dia, para poder ver como a uva entrará novamente na bodega quase um ano depois. ASPA INGENIEROS: C\ La Campa nº 11 26005 Logroño (La Rioja) www.aspaingenieros.com skype: alberto.pedrajo.aspa T: +34 941210448 F: +34 941287072 22 DRINKS REVISTA SOBREMESA Texto: Raquel Pardo Fotos: Álvaro Fernández de Prieto e arquivo MOJITO Qual é o autêntico? O mojito continua sendo único e preparado como todo mundo gosta. Só não se esqueça que se trata de um dos reis do coquetel, com uma história que mistura, possivelmente, verdade e lenda. Para falar de mojito, temos que ir a dois momentos da história e convocar uma espécie de “proto-mojitos”: o “Draquecito” e a canchánchara, duas preparações para uso medicinal (boa desculpa para quem tenta jogar para dentro alguns tragos de álcool temperados com frutas e açúcar) que os especialistas definiram como precursores desta combinação. O “Draquecito” ou “Draque” referese a um famoso sobrenome inglês, Drake, e inevitavelmente leva a imaginação aos tempos do pirata Francis Drake, um corsário que recebeu o título de sir por estender uma mão (ou várias) à rainha Isabel da Inglaterra, saqueando as colônias espanholas no século XVI. Mas foi outro Drake, chamado Richard e ajudante do corsário, quem começou a combinar “rum, açúcar, limão e hortelã”, segundo o chefe de Comissão Cubana de Juízes Gastronômicos e especialista em coqueteis, Erasmo Brito Lima. 23 24 Nos documentos históricos da casa cubana Bacardi, com sede hoje em Porto Rico, há também a história do Drake como antecedente do autêntico mojito. Além disso, acrescenta que esse coquetel era servido em uma colher com cabo em forma de rabo de galo, cuja tradução em inglês é cock tail. A bebida tinha como objetivo aliviar doenças de estômago, prevenir cóleras e fornecer vitamina C para evitar o mal chamado escorbuto. E pelo jeito, refrescar as gargantas de piratas e colonos. A canchánchara é outro precursor do mojito original. É uma bebida afro-cubana à base de mel ou melaço (obtido do refino do açúcar para exportar ao Velho Mundo e aos Estados Unidos), suco de limão e rum. O bartender e especialista em coqueteis Miguel Figueredo Lancha, co-fundador do The Cocktail Room, explica que era uma bebida da comunidade afro-cubana e das pessoas que trabalhavam nos canaviais, por isso “é uma bebida rústica” que ainda hoje é “apresentada tradicionalmente em tigelas de barro”. Sobre a origem deste coquetel também existem múltiplas versões, pois alguns situam-no em Trinidad, no centro de Cuba, enquanto outros dizem que nasceu na parte oriental da ilha. 25 A origem e “La Bodeguita del Medio” Passaram alguns anos para que o mojito se tornasse o tal. Se sobre os combinados precursores a realidade é difusa, o momento em que a aguardente ou “tafia” (que não envelhece em barril) torna-se rum para dar vida a este coquetel, parece lenda. Uma das crenças, defendida pela marca cubana de runs Havana Club, é que o lugar de nascimento do mojito é o lendário bar de Havana, La Bodeguita del Medio, enquanto Brito Lima assegura que já preparava antes que este restaurante – obrigatório a qualquer turista - abrisse suas portas no Hotel Sevilla em 1942. A Bacardi, companhia fundada em Cuba pelo catalão Facundo Bacardi em 1862, faz coincidir com estas datas a introdução do rum branco como o conhecemos hoje (seco e destilado em coluna) no Draquecito (Havana Club foi fundado um pouco mais tarde, em 1934). No entanto, Brito Lima atribui a um ser anônimo, aparentemente descendente de espanhóis, a responsabilidade de prepará-lo pela primeira vez em um bar da praia de La Concha, e diz que “o mojito original, ao contrário do que o marketing pretende, não está associado a nenhuma marca de rum cubano em especial, segundo livros da época”. Figueredo Lancha lhe dá razão, argumentando que “os coqueteis são criados por pessoas, e não por marcas”. Sobre o seu nome reaparece a discrepância: desde a palavra africana mojo (feitiço) até a mesma palavra traduzida do inglês como “mistura” ou do mojo, molho cubano com limão. De qualquer forma, o mojito é, sem dúvida, cubano, mesmo sabendo que pode ter alguma ligação com a Espanha (algo nada incomum em uma antiga colônia, aliás). Além de ser popular e ser um dos produtos mais vendidos, é também parte da história dos coqueteis. 26 27 Ingredientes, um a um Podem ser encontradas misturas de mojito a preços muito baixos. É uma das bebidas para os sentidos, aromática e refrescante, mesmo que precise de uma preparação cuidadosa para conseguir o equilíbrio perfeito, vital em qualquer coquetel. Os “outros” mojitos Seguindo esta ideia de que o melhor é aquele que se gosta, tanto bartenders profissionais como marcas propuseram variações de condição diversa e aceitação desigual. As combinações menos transgressoras e amigáveis com a origem do coquetel passam a substituir a hortelã por outros frutos aromáticos, como as frutas vermelhas (framboesa, morango) ou a maçã verde, embora, afirma Figueredo Lancha, não se deva perder de vista o equilíbrio. A soda pode ser substituída por Ginger beer ou Ginger ale, ou acrescentar ingredientes tão elegantes como o St. Germain, da flor do sabugueiro. Um passo mais adiante estão os RTS (sigla em inglês dos coqueteis “prontos para servir”), preparados em garrafa e aos que somente se deve acrescentar hortelã e gelo, como os criados por Bacardi ou Cacique, e uma versão espanhola cuja base é o orujo, chamado morujito. O último nesta tendência foi o lançamento, em 2011, do mojito Cacique na torneira, projetado para ser instalado em bares e criado na Espanha, embora já seja exportado, de acordo com a empresa. Uma das primeiras decisões a tomar na hora de prepará-lo é a do rum, que pode ser branco ou escuro. Ambos são envelhecidos em barris, mas o primeiro é filtrado e recupera a transparência que tinha depois da destilação. A escolha do rum influencia no resto dos ingredientes, pois de acordo com os toques adocicados, de ervas ou especiarias que tenha, a receita será mais ou menos equilibrada. E segundo Miguel Figueredo Lancha, que instrui amadores e profissionais sobre coqueteis no The Cocktail Room, “não é recomendado o rum agrícola para este combinado”, que considera mais apropriado para outras misturas, como o daiquiri. No entanto, acrescenta, “o melhor rum para fazer um mojito é aquele do qual se gosta”. Sobre usar lima ou limão também há discussões que, inclusive, em alguns fóruns, tornam-se quentes, mas Figueredo aponta que depende da mistura. Deve-se ter em mente que do outro lado do Oceano, o limão é chamado de lima e viceversa. Ele recomenda que se preste atenção na origem da receita, para evitar confusões. Receita (Miguel Figueredo - The Cocktail Room) O mesmo acontece com a hortelã, o ingrediente aromático essencial, que alguns preferem substituir por menta, embora o especialista afirme que ambas são plantas similares e desaconselhe utilizar qualquer tipo de clorofila, “que é bom para um chiclete, mas não para um mojito”. Deve-se bater de leve, sem despedaçar as folhas, para liberar os aromas que fazem deste preparado um dos grandes coqueteis. O gelo, triturado ou inteiro, é outra diferença entre o mojito mais popular na Europa e o cubano original. Este o levava intacto, mas depois vieram as vantagens de triturar a água congelada, muito refrescante e com funções de filtro para manter as folhas da hortelã embaixo, permitindo mesmo assim que os aromas e óleos essenciais subissem. O resto é soda e açúcar, que deve ser diluído no copo, nunca ao redor da borda, para atingir o equilíbrio. Figueredo recomenda utilizar xarope de açúcar, mais fácil e homogêneo. A escola cubana de mojitos geralmente incorpora um ingrediente amargo para marcar a diferença, segundo Brito, “entre um bom coquetel e um grande coquetel”. - 6 ou 7 folhas de hortelã ou menta soltas para o fundo, e um par de folhas com o raminho para decorar - 22,5 ml de suco de limão (aproximadamente meio limão grande) - 2 colheres de chá de xarope de açúcar - 50 ml de rum - Uma parte de soda (uns dois dedos) - Gelo triturado - Copo long drink Bater com a palma da mão as folhas de hortelã, para que o aroma se solte. Colocar no fundo do copo com um pouco (não tudo) de suco de limão. Bater sem destruir as folhas e acrescentar o restante do suco, o xarope de açúcar e o gelo, até encher o copo. Adicionar o rum e, imediatamente depois, a soda. Colocar mais gelo, tudo o que couber no copo, mexer com uma colher longa e misturar suavemente os ingredientes. Decorar com raminhos de hortelã no centro e fica pronto para beber. 28 29 INGREDIENTES Texto: Paula Morales Fotos: Antonio de Benito ABACATE Na salada, sopa, assado ou sobremesa O abacate, nativo da América Central e do Caribe, já era consumido pelos astecas. Foi levado pelos conquistadores espanhóis para a Europa e, de lá, seguiu viagem mundo afora. Hoje, com mais de 500 variedades, esta fruta tropical encanta e surpreende com sua versatilidade e propriedades nutricionais. 30 Com textura suave e sabor que remete a nozes ou avelãs, é consumido como entrada, prato principal ou sobremesa, fato que causa, ainda nos dias de hoje, certa estranheza daqui para lá e de lá para cá. Nós brasileiros, por exemplo, consumimos abacate com leite e açúcar ou açúcar e limão, enquanto no México, a receita típica conhecida por todos é a do Guacamole, preparado com cebola, coentro, Chile verde, sal e limão. Já na Espanha, ele faz parte de algumas saladas. Esta fruta fica igualmente fantástica em sanduíches e sorvetes, e pode inclusive virar sopa ou assado. O abacate acompanha muito bem presunto cru, carne seca, camarão, tomate, grapefruit, e fica ótimo com vinagre balsâmico. Como a fruta amadurece depois de colhida, na hora de comprar é melhor escolher as firmes, sem manchas ou rachaduras. Os abacates devem amadurecer naturalmente sob a luz do dia e fora da geladeira. É possível também acelerar seu amadurecimento, embrulhando-o em papel. Para guardar um abacate aberto, basta regar a carne exposta com suco de limão, cobrir com filme PVC e mantê-lo na geladeira, onde se conservará por dois ou três dias. O brasileiro Paulo Eiró Gonsalves atribui ao abacate muitas qualidades terapêuticas. Ele é rico em substâncias antioxidantes, o que funciona contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares 31 e câncer. Contém também as substâncias chamadas próanticianidinas, que diminuem a oxidação das gorduras no sangue, processo que leva à formação de placas de colesterol nas artérias. Outras substâncias antioxidantes do abacate são os carotenoides betacaroteno, alfacaroteno, luteína e zeaxantina, que podem ter ação preventiva em alguns tipos de câncer, como o de mama, e diminuem o risco de doenças oculares como a degeneração macular e a catarata. Esta fruta também é rica em gorduras insaturadas, especialmente as monoinsaturadas, que ajudam a diminuir o nível de colesterol total e de colesterol “ruim” (LDL-c) no sangue, e a aumentar o colesterol “bom” (HDL), portanto protege contra doenças cardiovasculares. Além das gorduras do “bem”, o abacate é uma boa fonte de fibras alimentares solúveis e insolúveis. O consumo de fibras também ajuda no controle das taxas de colesterol e de açúcar no sangue, e diminui o risco de alguns tipos de câncer, como por exemplo, o de cólon. Ele também possui vitamina B, que previne más-formações fetais, vitamina C, que tem ação antioxidante e protege o organismo de infecções, mantém ossos, cartilagens e mucosas saudáveis e facilita a absorção do ferro. E para nós e na voz de Gil... É música! “...Abacateiro, saiba que na refazenda tu me ensina a fazer renda, que eu te ensino a namorar...” 32 33 Paulo Machado. Foto: Rubens Chaves. ENTREVISTA Texto: Cristiana Couto Paulo Machado Diferentemente dos jovens chefs que saem das faculdades de gastronomia, o cozinheiro Paulo Machado não quis abrir um restaurante. Formado em direito, descobriu na gastronomia a sua vocação. E a solução para fazer outra das coisas que mais gosta: viajar. Por países tão diferentes quanto Tailândia e Etiópia, Machado leva na mala os ingredientes e, na cabeça, as receitas do nosso país. “Queria divulgar essa cozinha maravilhosa de ingredientes fartos, com animais e plantas que a gente pouco conhece”, explica Machado. Natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o chef estudou a fundo a cozinha de sua região. “Vejo uma riqueza imensa de sabores na região, que tem uma das melhores carnes bovinas do mundo, pescados da imensa área fluvial do estado, castanhas e palmitos do cerrado como o pequi, a guavira, o cumbari e a guariroba”, enumera. Seu desejo é ver, um dia, essa pesquisa transformar-se em livro. Enquanto isso, prepara um aplicativo que funcionará como um banco de dados da cozinha brasileira. A seguir, a entrevista com o cozinheiro. 34 Paulo Machado. Foto: Eudes Santana. Você fazia faculdade de direito. O que o fez mudar de carreira? A minha escolha por direito foi mais direcionada por minha família. Na época de faculdade eu era muito novo, não tinha ideia do que fazer, e meu avô, que era advogado, me sugeriu fazer direito. Completei o curso, mas já nos últimos anos tinha vontade de abandonar, gostava muito de cinema, de teatro… Acontece que nunca curti largar as coisas pela metade e completei o curso. Logo que me formei, resolvi entrar numa pós-graduação em direito ambiental, mas já estava bem insatisfeito com minha vida profissional, não me sentia realizado. Minha mãe, que é artista plástica, influenciou bastante na minha vida e na das minhas irmãs, que também trabalham com arte. E vi na gastronomia um elo forte de ligação com o desenvolvimento de algo que vem de dentro, de sentimentos, e com uma coisa prática que dá resultado imediato. Depois que saí de Campo Grande, onde morava, para estudar em São Paulo, aos 18 anos, sempre cozinhei para mim e para amigos, não suportava comida de restaurante por quilo, daqueles baratos, que eram os mais acessíveis na vida de estudante. E, bem, São Paulo é uma cidade muito sedutora pra quem gosta de cozinhar, você encontra de tudo. Eu morava na Liberdade, tinha o hábito de ir à feirinha de sábado pela manhã. Comprava shiitake fresco, molho tarê. Gostava de fazer carnes marinadas, assistia a programas de TV e somava às receitas as minhas ideias. Quando criei coragem de abandonar o direito, fui na semana seguinte procurar emprego em restaurante. Via naquilo uma nova oportunidade, mas foi difícil, porque ninguém queria empregar um advogado. Comecei, então, como garçom no Julia Cocina, o primeiro restaurante da chef Paola Carossela, e algum tempo depois consegui emprego de ajudante de cozinha no Empório Siriúba, um mercado e restaurante de produtos orgânicos, superpioneiro, encabeçado por Cênia Salles e Silvia Stickel. Quem assinava o cardápio era a chef carioca Flávia Quaresma. Ela foi o meu primeiro contato direto com um profissional de cozinha de bases sólidas e criativas. Aprendi muitíssimo naquele début de cozinha, foi maravilhoso. 35 Como foi o seu treinamento em cozinha? Estava imerso no mundo da gastronomia. Em poucos meses aprendi a fazer os fundos básicos, molhos, li bastante, conheci os chefs e resolvi não perder tempo na prática: vendi meu carro e fui fazer o curso de gastronomia. Escolhi o da Anhembi Morumbi pelos convênios internacionais, vi lá a possibilidade de realizar o sonho de ir à Europa. Depois de alguns meses, tranquei o curso e fui cursar cozinha francesa no Institut Paul Bocuse, em Lyon. Comecei a entender melhor todo aquele universo. Foi uma imersão, passava o dia todo numa cozinha. No módulo de panificação, madrugávamos fazendo pão para o Sofitel da place Bellecour. Era empolgante. Além de termos base em enologia, queijos e confeitaria. Ficava maravilhado com as possibilidades, queria ficar por lá e consegui estender minha estada pela Europa fazendo estágio num 3 estrelas Michelin em San Sebastián, no país basco. Foram pouco mais de três meses, mas que me valeram a vida: trabalhei como um condenado, fiquei enjoado de comer sanduíche de jamón e de levar bronca de chef mal-humorado, mas aprendi que em cozinha profissional temos que ter disciplina de monge para superar a árdua jornada. Mas a lição mais bacana foi a de que o europeu, seja o francês ou o espanhol, com os quais tive contato, tem um apreço enorme pelos produtos da sua origem. No meu último dia de estágio, o chef Martín Berasategui pediu que eu fizesse algo para servir a todos. Fiquei com vontade de preparar uma feijoada, mas daquele meu prato favorito, só sabia mesmo fazer era a caipirinha. Fiquei frustrado. Quando voltei ao Brasil, tratei de retomar o curso da Anhembi Morumbi, pois ainda faltava estudar cozinha brasileira, e comecei a ver importância nessa ideia de entender o que é nosso. Depois, ainda como aluno da Anhembi, assisti a uma palestra de Alex Atala que perguntava sobre nosso arroz e feijão, quem saberia reconhecer o melhor próximo de seu bairro, e todo mundo levantara a mão. Já com foie gras, menos de uma dezena de alunos levantou a mão. O recado era: vamos valorizar aquilo que está em nosso DNA cultural. Logo que terminei o curso da Anhembi, me inscrevi como monitor das aulas de história da gastronomia. Era muito envolvente, pois nunca deixei de lado o tema da pesquisa, da história, os livros. Começou então, na própria universidade, o Centro de Pesquisas em Gastronomia Brasileira. Comecei como assistente e fui promovido a supervisor de pesquisas. Foi uma época boa, pois tive contato com grandes nomes da gastronomia, recebíamos visitas de cozinheiros, pesquisadores e grandes chefs. Nesse meio tempo, consegui fazer um estágio na Argentina, que me ensinou muito do que sei sobre churrasco e parrilla, e também com o chef espanhol Raúl Florenza, discípulo do chef espahol Sergi Arola. Conte um pouco de suas viagens: que países visitou? De qual deles você mais gostou e por quê? Em vez de se estabelecer num restaurante, você viaja bastante mostrando a cozinha brasileira, tanto dentro como fora do Brasil. Como isso começou? Com todo o envolvimento em pesquisas, comecei a dar aulas de gastronomia. O bacharelado e a pós-graduação em direito ambiental me ajudaram muito nesta fase, pois para ser professor era preciso, além de prática, de pelo menos um título de graduação e de pós. Na docência, tive a chance de ingressar no Mestrado em Hospitalidade da Universidade Anhembi Morumbi, curso que terminei, defendendo o tema “Cozinha Pantaneira e Comensalidade no Pantanal SulMatogrossense”, em que destaquei os pontos de convivialidade e rituais relacionados à alimentação na região de onde venho. Sentia que minha vontade de abrir um restaurante era cada vez menor, e aumentava minha energia em dividir aquilo que aprendia com a nossa cozinha, principalmente quando pegava a estrada e ia para alguma comunidade longínqua, acompanhar uma carneada ou uma festa típica. Queria divulgar essa cozinha maravilhosa de ingredientes fartos, com animais e plantas que a gente desconhece ou pouco conhece, para nossa alimentação. Além de gastronomia, adoro viajar, e isso forma um par perfeito. Conheço 29 países e 17 estados brasileiros. Parte destas viagens começou quando ainda era criança. Meu pai é um exímio globe-trotter, na minha infância pegávamos a estrada e saíamos de Campo Grande rumo ao litoral, Belém do Pará ou mesmo Patagônia. Era uma aventura. Mas a maioria destes lugares conheci depois da minha imersão na gastronomia. A Europa fui conhecer depois, bem como os países do continente africano e da Ásia. Tenho fechado trabalhos com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, além de universidades nacionais e internacionais, com o intuito de divulgar a gastronomia brasileira. Isso tem dado certo, o intercâmbio é grande, sempre trago destes lugares muito conhecimento e a mala cheia de ingredientes. No início do ano, fui pra Addis Abeba, capital da Etiópia. Foi incrível conhecer a cultura, as novas especiarias e uma alegria de viver daquele povo que já foi tão sofrido, mas que começa a lidar com uma realidade mais estável depois de um longo período de ditadura, que acabou nos anos 1990. Acabei de chegar da Tailândia, onde apresentei o Festival “Tastes of Brazil”, realizado pela Embaixada do Brasil em Bangcoc, e fiz comida de todas as regiões do país: levei tucupi do restaurante paraense Lá em Casa, queijo-de- 37 “ É um “sujeito cheio de recantos”, como diria nosso célebre poeta Manuel de Barros. “ 36 coalho da empresa familiar Campos da Serra, em Gravatá, Pernambuco. Levei guampa, cuia e erva-mate pra fazer tereré, tudo comprado no mercadão de Campo Grande, farinha de milho do Vale do Paraíba, e farinha de mandioca poenta do Paraná para servir com o barreado. Qual foi o seu maior aprendizado na cozinha? Durante a faculdade, participei do Concurso Colavita de Cozinha Italiana. Tinha acabado de voltar da França, não sabia nada sobre aquela cozinha. Tinha apenas conhecido Roma, Firenze e Veneza, só que mais no âmbito da arte, e nada de comida. Então pesquisei muitíssimo a respeito, aprendi técnicas e apresentei um menu todo especial, fazendo conexão entre as artes e a cozinha regional. Foi um concurso grande, de três fases, e um júri exigente. O meu foi eleito. Foi um grande ganho, uma viagem para conhecer os frantoios e a produção de azeites no Sul da Itália, além de entender mais do legado de uma cozinha riquíssima. Você é natural do Mato Grosso do Sul. Como é a cozinha de sua região? É um “sujeito cheio de recantos”, como diria nosso célebre poeta Manuel de Barros. Quando conheci a culinarista Bettina Orico, num evento Paladar realizado pelo jornal O Estado de São Paulo, em 2007, contei a ela que pesquisava a cozinha do Pantanal. Ela me perguntou exatamente a mesma coisa, e respondi que era uma cozinha muito pobre, simples. Rapidamente ela me disse: “não diga isso, não diminua sua cozinha, não existe cozinha simples, toda cozinha tem algo a dizer”. Passei a dar mais sentido para minha cozinha, pesquisar, entender técnicas. Dois anos depois, estava no Pantanal com um grupo de pesquisadores encabeçando o projeto Cozinha Pantaneira, uma Comitiva de Sabores, onde fizemos levantamento e mapeamento de dados da Cozinha SulMatogrossense, com apoio do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul, e levamos à Fundação de Cultura do meu estado 38 Paulo Machado. Foto: Luna Garcia. “ “ Viajar, trazer, trocar. Essa é a beleza da vida, não?! 50 receitas para serem registradas pelo IPHAN, como patrimônio imaterial da nossa culinária. Foi um ganho enorme para a população local e para nós, cozinheiros, podermos aprender mais e valorizar o que vem da nossa terra. Hoje vejo uma riqueza imensa de sabores na região, onde entra uma das melhores carnes bovinas do mundo, produzida com qualidade de ponta, pescados provenientes da imensa área fluvial do estado e ainda frutos, castanhas e palmitos do cerrado como o pequi, a guavira, o cumbari e a guariroba. Você está preparando um aplicativo. Conte um pouco sobre ele. Essa é uma maneira de colocar em prática os trabalhos da minha empresa, o Instituto Paulo Machado. O aplicativo irá funcionar como um banco de dados para a pesquisa da cozinha brasileira e também dos lugares do mundo que visito. Será gratuito e inicialmente estará disponível para pessoas que têm um smart phone. Quero conseguir parceiros para, no futuro, alcançar as outras plataformas e fazer intercâmbios com universidades, centros de pesquisa e bibliotecas virtuais, para compartilhar minhas pesquisas. No aplicativo do Instituto Paulo Machado estarão à disposição receitas, vídeos e curiosidades que envolvem o mundo da gastronomia. 39 Você vem bastante a São Paulo. Que restaurantes você mais gosta e por quê? Saí da cidade este ano, depois de quase 14 anos morando nesta capital gastronômica. Sou louco pelos sabores daqui. Bato ponto no restaurante Tordesilhas toda vez que chego em São Paulo, para tomar tacacá e outras delícias da chef Mara Salles. Gosto de lugares pequeninos, como a Casa Búlgara, para comer a esfiha feita na hora do seu Ali em Higienópolis (no mesmo lugar você encontra iguarias árabes e judaicas, isso é muito brasileiro). Adoro a comida regional do Rodrigo Oliveira, principalmente no começo da semana, quando o Mocotó não está tão cheio. Tenho alguns lugares gastronômicos favoritos, aos quais, claro, não vou com frequência pelo preço, mas em comemoração especial, já tive a chance de comer deliciosamente no Arturito, no Maní e no D.O.M.. Enfim, São Paulo é sempre uma surpresa. Também tenho amigos que cozinham maravilhosamente. Desde que conheci a Lourdes Hernández, la guisandera atrevida, chego em São Paulo e preciso encontrá-la pra bater um bom papo e repor minhas energias com totopos, guacamoles, enfim, a melhor comida mexicana do mundo. Quais são seus planos para o futuro? Sonho em ver meus projetos bibliográficos publicados. A minha pesquisa no Pantanal ainda não encontrou apoio para publicação. Temos, inclusive, imagens em alta resolução, todas as receitas prontas, esperando para sair em livro, um registro inédito e de suma importância para a minha região. Quero continuar lecionando, compartilhando o que aprendo nas viagens, tanto em universidades particulares quanto em iniciativas sociais, como a Gastromotiva, do chef Davi Hertz, onde dou aula semestralmente. Tenho o projeto de abrir, durante uma parte do ano, o Instituto Paulo Machado na sede dele (que fica numa propriedade rural), a 15 minutos de Campo Grande. E lá, fazer funcionar um restaurante de comida pantaneira. Já fazemos anualmente um encontro cultural de curadoria da Maria Machado, minha irmã, onde envolvemos dança, música, artes plásticas e gastronomia. Tenho o sonho de consolidar este evento, que chamamos de Arte na Figueira, como um grande marco para a cultura e gastronomia da região Centro-Oeste do Brasil. Viajar, trazer, trocar. Essa é a beleza da vida, não?! Cristiana Couto é jornalista de gastronomia, doutora em História da Ciência e autora do blog Sejabemvinho. É autora do livro Arte de cozinha: dietética e alimentação em Portugal e no Brasil (sécs. XVII-XIX), pela editora Senac-São Paulo. 40 SABOREANDO JUNTOS Texto: Don Alejandro [email protected] 41 Hola, amigos da comunidade Sociedade da Mesa. Uma grande saudação a todos. Este é nosso espaço para compartilhar descobertas, experiências e dicas do mundo da boa mesa, reunindo impressões da nossa comunidade, adepta aos prazeres da gula. Aqui estarão presentes as minhas e as suas sugestões de pratos, restaurantes, bares, ingredientes, bebidas e opiniões em geral. Neste espaço, encontraremos tudo que eu mais gosto na minha querida megalópole paulista e nas cidades que visitei. “Girarrosto” Um diamante lapidado por Loi! No endereço do antigo Pandoro, encontramos o Girarrosto, de propriedade do reconhecido e badalado chef/empresário Paulo Barros e cia ltda. – sócio também do Italy, do Jelly Bread e do Kaá. Todos restaurantes gigantes bem badalados, mas com comida apenas razoável, assim como era também o Girarrosto até a chegada do Salvatore Loi. Loi foi chef executivo por mais de 12 anos do Restaurante Fasano e elaborou um novo cardápio para esta casa. Para ser sincero, a minha grande dúvida era como ele iria tocar esta operação, que tem pelo menos umas cinco vezes a capacidade física do seu antigo endereço, e que até então não passava de comida bem meia boca, apesar da participação do Paulo Barros. Pensava: não é fácil manter a qualidade e o detalhe para um espaço tão grande, que atende tantas pessoas ao mesmo tempo e que ainda roda as mesas pelo menos 3 vezes na mesma noite. Como já devem ter notado, não sou fã de megarrestaurantes. Mas o Loi surpreendeu mais uma vez, com a qualidade e criatividade que lhe são comuns. É normal vê-lo passeando pelos salões conversando com os clientes e supervisionando as mesas, realmente um trabalho detalhista e caprichado que faz parte deste sucesso. Experimentem a polenta gratinada com gorgonzola e funghi, delicada ao extremo... Show! O risoto com açafrão, tutano e redução de vinho tinto é divino! Tem também o raviolotti recheado de polenta com queijo taleggio, ao aroma de folhas frescas de tomilho, sobre redução de molho de vitelo assado, e o gnoccheti com ragu de linguiça, pecorino e erva-doce. Para completar, no domingo à noite tem uma pizza sensacional! Mas esta não é obra do Loi e sim do Raffaele Mostaccioli. Nascido na costa amalfitana, ele é o responsável por toda a panificação do restaurante e pela produção das pizzas. Todas elas parecem fantásticas: você escolhe a sua, vê as outras passando e quer provar todas, uma mais bonita que a outra. Don Alejandro é um colaborador convidado. Entusiasta do livre exercício dos prazeres da mesa, ilustra com depoimentos pessoais as suas aventuras enogastronômicas. Eu provei a de linguiça calabresa picante e a portuguesa, ambas lindas e gostosas, um show! Mas fiquei com vontade de mais! Valeu gente! Viva el buen comer! Viva la Vida! Vale a pena conferir. Se você for, escreva para mim e comente. E se você tem alguma dica, escreva para donalejandro@sociedadedamesa. com.br GIRARROSTO Avenida Cidade Jardim, 60 Jardim Paulista – São Paulo - SP (011) 3062-6000 www.girarrosto.com.br seleção Grandes Vinhos Drink Fragolí Passion 4 seleções/ano 1/4 Fragolí 3/4 Espumante bem gelado Só para lembrar: Seleção Grandes Vinhos, apenas 4 vezes por ano. Além da assinatura da Seleção Mensal, a Sociedade da Mesa também oferece a Seleção Grandes Vinhos (trimestral). Na Seleção Grandes Vinhos (trimestral) são selecionados vinhos para guardas mais longas e para situações especiais. Uma seleção mais formal com um valor fora do alcance da Seleção Mensal. Funciona tal como a Seleção Mensal, exceto que o envio é feito de 3 em 3 meses e o preço médio por garrafa é R$100,00. A Seleção Grandes Vinhos (trimestral) é anunciada no mês que antecede a seleção na revista, newsletter e site, e os cancelamentos devem ser feitos até o dia dez do mês da seleção. Cadastre-se já pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 0800 774 0303 e receba também a Seleção Grandes Vinhos! setembro/11 dezembro/11 março/12 junho/12 Algumas de nossas seleções Cadastre-se já e receba! Sociedade da Mesa weine vin vino wine vinho wine vino vin Sociedade da Mesa O mundo do vinho na porta da sua casa. 0800 774-0303 www.sociedadedamesa.com.br Sociedade da Mesa vinho 0800 774 0303 weine vin vino wine vinho wine vino vin Sociedade da Mesa Sociedade da Mesa O seu clube de vinho no Brasil www.sociedadedamesa.com.br 0800 774-0303 sa.com.br www.sociedadedame clube de vinhos www.mrman.com.br O seu clube de vinho no Brasil 0800 774-0303 www.sociedadedamesa.com.br Sociedade da Mesa 44 45 UM POUCO DE RECEITA Texto: Mateus Giovanni Fotos: divulgação Iniciamos refogando o frango na mistura de óleo de gergelim e soja até dourar, em uma frigideira funda ou wok. Acrescentamos o mel e a pimenta, deixamos uns 3 minutos para caramelizar e já colocamos o suco do gengibre com limão. O gengibre deve ser previamente ralado em um prato com suco de meio limão. Pegamos essa mistura com a mão e esprememos dentro da frigideira. Frango Light Estilo Vietnamita Sempre nos perguntamos como achar opções de pratos light com sabores diferenciados, que saiam do lugar comum. Os pratos light normalmente pecam por terem pouco sabor. Com isso, quase sempre temos a impressão que dieta é sinônimo de sofrimento. Mas podemos mudar isso com algumas receitas um pouco mais excêntricas. A cozinha vietnamita tem o toque sutil de duas culinárias da Ásia, a chinesa e a tailandesa. Esse prato reúne ingredientes de sabor muito marcante destas duas cozinhas regionais. Para servir 4 pessoas vamos precisar de 700g de peito de frango picado em cubinhos; 1 vidro de conserva de mini-milho escorrido e picado grosseiramente; 1 abobrinha italiana picadinha; 1 vidro de leite de coco light; 2 colheres de sopa de mel; 1 colher de sobremesa rasa de amido de milho dissolvido em meio copo de água; 1 colher de sopa de óleo de gergelim e 2 colheres de sopa de óleo de soja. As ervas e especiarias que usaremos serão meio maço de coentro (sem os cabos); meio maço pequeno de manjericão (só as folhas); meio maço de cebolinha picada; 2 ou 3 colheres de café de pimenta seca tipo calabresa; 1 pedaço grande de gengibre ralado fino; suco de meio limão e sal a gosto. Deixaremos todos os ingredientes prontos e previamente picados, pois a preparação do prato é rápida. Logo após, colocamos o leite de coco e o amido dissolvido, mexemos até ferver e engrossar um pouco. Se estiver com pouco caldo, acrescentamos mais um pouco de água. Depois disso podemos colocar todos os ingredientes, mas por último as ervas e o sal. Para acompanhar, servimos o arroz jasmim típico asiático. Um arroz perfumado, que deve ser servido somente cozido em água e consistência “al dente”. Coloque em uma tigela pequena ao lado do prato e salpique sementes secas de papoula. Chame os amigos e prepare este prato em apenas 40 minutos. É muito prático e extremamente saboroso! A bebida ideal para acompanhar seria uma cerveja clara e bem leve, mas como estamos falando de uma receita light, que tal um suco de abacaxi ou água com gás? 46 47 Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha PROGRAMA SACA ROLHA Aqui nesta coluna publicamos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia, com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! * Calá del Grau ANTONIETTA São Paulo Rua Mato Grosso, 402 Higienópolis - SP (11) 3214-0079 ATMOSPHERE São Paulo Rua Marechal Hastinfilo de Moura, 233 Morumbi - SP (11) 3743-6039 BÁRBARO São Paulo Rua Dr. Sodré, 241A Vila Olímpia - SP (11) 3845-7743 Genova FLORIANO São Paulo Rua Joaquim Floriano, 466 Itaim-Bibi - SP Brascan Open Mall (11) 3079-3500 FORNERIA DO SANTA São Paulo Av. Ministro Gabriel de Resende Passos, 319 Moema - SP (11) 5054-1199 FREDDY São Paulo Rua Pedroso Alvarenga, 1170 Itaim Bibi - SP (11) 3167-0977 FISHBAR São Paulo Alameda Tietê, 40 Jardins - SP (11) 4327-3400 GENOVA São Paulo Rua Lisboa, 346 Pinheiros - SP (11) 3064-3438 CHE BÁRBARO São Paulo Rua Harmonia, 277 Vila Madalena - SP (11) 2691-7628 GIBRAN São Paulo Rua Comendador Miguel Calfat, 296 V. Olímpia - SP (11) 2083-1593 CALÁ DEL GRAU São Paulo Rua Joaquim Távora, 1266 Vila Mariana - SP (11) 5549-3210 JARDIM AURELIA São Paulo Rua Tabapuã, 838 Itaim Bibi - SP (11) 3168-6467 LIMONN São Paulo Rua Manuel Guedes, 545 Jardim Europa - SP (11) 2533-7710 CASUAL MIL São Paulo Rua Hungria, 1.000 Jardim Europa - SP (11) 2579-1029 MONET São Paulo Rua Fradique Coutinho, 37 Pinheiros - SP (11) 3032-7403 MARIPILI São Paulo Rua Alexandre Dumas, 1152 Chácara Santo Antônio - SP (11) 5181-4422 EÑE São Paulo Rua Dr. Mario Ferraz, 213 Itaim bibi - SP (11) 3816-4333 NICO São Paulo Rua Costa Aguiar, 1586 Ipiranga - SP (11) 2068-3000 GRAZIE A DIO São Paulo Rua Girassol, 67 Vila Madalena - SP (11) 3031-6568 ORYZA São Paulo Rua Mato Grosso, 450 Higienópolis - SP (11) 3151-4463 EL PATIO São Paulo Rua Normandia, 12 Moema - SP (11) 5536-0490 PARRILLA SAN PABLO Santos Rua Tolentino Filgueiras 55 Gonzaga - Santos – SP (13) 3288-1982 48 49 BOTTEGA PARADISO São Paulo Rua Pirapora, 218 Vila Mariana - SP (11) 3052-1473 CASCUDO São Roque Estrada Municipal Darcy Penteado, 3301 São Roque - SP (11) 4714-2041 O POTE DO REI São Paulo Rua Joaquim Antunes, 224 Pinheiros - SP (11) 3068-9888 PASTA DEL CAPITANO Ilhabela Av. Pedro Paula de Morais, 703 Ilhabela - SP (12) 3896-5241 QUINTA DO MUSEU São Paulo Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 Jardim Paulistano - SP (11) 3031-0005 CEDRO SANTA GULA São Paulo Rua Fidalga, 340 Vila Madalena - SP (11) 3812-7815 DIVINO Nova Lima Quinta Avenida, 144 – Loja 6 Vale do Sol - Nova Lima - MG (31) 3541-4272 e 9958-9512 SPADACCINO São Paulo Rua Mourato Coelho, 1267 Vila Madalena - SP (11) 3032-8605 RONCO DO BUGIO Piedade Estrada PDD, 128 Bairro dos Pires – Piedade – SP (11) 8259-7788 TANGER São Paulo Rua Harmonia, 359 Vila Madalena - SP (11) 3037-7223 - 3031-8466 DIVINA GULA Maceió Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85 Jatiúca - Maceió - Alagoas (82) 3235-1016 ZEFFIRO São Paulo Rua Frei Caneca, 669 Consolação - SP (11) 3259-0932 RESERVA AROEIRA Piraí Estrada Fazenda Aroeira, 757 Piraí - RJ (21) 2487-4011 EL TRANVIA São Paulo Rua Conselheiro Brotero, 903 Santa Cecília - SP (11) 3664-8313 FLORES Belo Horizonte Rua Oriente, 609 Serra - Belo Horizonte - MG (31) 3227-6760 SACRA ROLHA São Paulo Rua Rio Grande, 304 Vila Mariana - SP (11) 4304-0300 DEGLI ANGELI Belo Horizonte Rua Francisco Deslandes, 156 Anchieta - Belo Horizonte - MG (31) 3281-7965 APRIORI CUCINA São Paulo Av. Portugal, 694 Brooklin - SP (11) 5041-6818 BAR DO ARGENTINO Sorocaba Rua Luiz Fernando de Carvalho, 183 Central Park - Sorocaba - SP (15) 3221-5215 ILHA SPLENDOR Ilhabela São Paulo R. Haddock Lobo, 1014 Jardins - SP (11) 2737-4009 Av. Cel. José Vicente Faria Lima, 2107 Reino - IlhaBela - SP (12) 3896-3346 TAYPÁ Brasília Porto Alegre Rua Hilário Ribeiro, 281, Bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS (51) 3222-7718 QI 17, Comercial, Bloco G, lojas 208/210 Fashion Park - Lago Sul - Brasília (61) 3248.0403 / 3364.0403 restaurante rotisseria DIVERIST`A BISTRO PRESS HILÁRIO DiVino Sto Antônio do Pinhal Estrada do Pico Agudo, km 5, Bairro Sertãozinho - Sto. Antônio do Pinhal - SP (12) 3666-1873 * O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve 2 garrafas de vinho, à sua escolha, para degustar com a sua companhia. Você pode ir quantas vezes desejar no mesmo restaurante participante. 50 51 Novidade do Mês PAELLAS PEPE Cozinha e flamenco A sensação ao entrar no restaurante é a mesma que temos ao entrar no quintal da casa da nossa avó ou de um parente num jantar aos domingos. Um ambiente agradável e familiar. Antes de ser restaurante, há mais de 50 anos, o espaço foi uma fundição de bronze da família Benedetti, onde foram produzidas muitas peças históricas, entre elas, uma estátua do jogador Pelé, que se encontra em Brasília, e outras peças, que estão no Museu da Independência em São Paulo. A paella veio mais tarde. Quando a fundição acabou, o patriarca construiu duas casas para os seus filhos. Um deles, chamado Emilio Benedetti, tornou-se genro do espanhol José Gutierrez Espin, mais conhecido como “Pepe”, que lhe passou a tradição de fazer paella aos amigos e familiares. Esse costume continua até hoje. O restaurante mantém o cuidado de conservar a tradicional e artesanal “Paella do Pepe”. Hoje, seis primos estão a frente do restaurante. São jovens, com vontade de fazer acontecer. Cada um com uma função específica, mas cinco deles sabem preparar a mesma paella com a tradicional receita dos antepassados. Fábio Benedetti, um dos responsáveis, tinha 15 anos quando Emílio organizava a paella aos domingos. “Quando sentia o cheiro de lenha já sabia que teríamos visitas em casa. Era sempre um momento de confraternização a hora de comer a paella”, recorda. O quintal, onde hoje estão as mesas, era de grama e ali mesmo faziam um buraco para colocar a lenha e cozinhar a comida. “Eu aprendi a cozinhar paella aos 16 anos, com todo mundo lá ajudando a preparar”, relembra. Aos poucos, os convidados foram aumentando e decidiram abrir um espaço para todos aqueles que gostariam de experimentar o tão famoso prato espanhol. Hoje, o restaurante só funciona com reservas. Segundo Camila Gonçalves, gerente de produção, “o Paellas Pepe não é um restaurante comum, tem horário para a comida ficar pronta e por isso é necessário ligar com antecedência. Se alguém chegar e estiver lotado, não tem como entrar, pois também não tem fila de espera”. Para Fábio, o conceito do restaurante é o mesmo da simplicidade de uma cozinha. Um lugar onde as famílias se encontram e conversam, e ocorre também uma grande integração com quem prepara a comida. Muitas pessoas tiram dúvidas sobre o preparo, outras arriscam um palpite. Mas não se sentem intimidados quando pedem a receita. “Nós ensinamos sem nenhum problema. O segredo é a quantidade ideal de sal”, conta. Para acompanhar, uma boa dose de flamenco Os shows de flamenco são o grande diferencial do restaurante. Com o flamenco, o objetivo de agregar pessoas ficou maior. O restaurante investiu nas apresentações, comprando equipamento de luz, áudio e ainda aumentaram o palco. Hoje, eles se consideram não só um restaurante, mas um pequeno pólo cultural e difusor da cultura espanhola. Receita do Paellas Pepe Gambas al Ajillo Ingredientes: 1 Pimenta Dedo de Moça (cortada em pedaços) 2 Dentes de alho (cortados na metade) 200g de camarão médio (limpo) Sal a gosto 150 ml de azeite de oliva extra virgem Modo de Preparo: Numa frigideira pequena aqueça o azeite. Coloque o alho até dourar, em seguida coloque o camarão, deixando o dourar. Assim que estiver dourado, acrescente as pimentas e desligue o fogo. Polvilhe com sal e sirva bem quente, com uma cesta de pães. PAELLAS PEPE Rua Bom Pastor, 1660 Ipiranga – São Paulo (11) 3798-7616 Faça suas compras por telefone (08007740303) ou site até o dia 10 do mês e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos. Confira abaixo nossos vinhos em estoque. Faça seu pedido por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos. DECANTER CRISTALEX Preço para associado: R$ 69,00 TAÇAS CELEBRATION Par de taças de cristal Rona 660ml Preço para associado: R$ 50,00 (o par) SACA-ROLHAS BOLSA “SEIS” BOLSA “TRÊS” VACUVIN Modelo Sommelier De lona vermelha, modelo engradado. Prática e ideal para carregar até 6 garrafas. De lona verde com detalhes em couro. Ideal para carregar até 3 garrafas. Bomba de vácuo com rolhas para melhor garantir as características do vinho. Preço para associado: R$ 84,00 Preço para associado: R$ 120,00 Preço para associado: R$ 57,00 SERVIÇOS Preço para associado: R$ 28,00 53 Revistas Vinhos em consignação e-news Nossas revistas estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura! Se você vai fazer um evento, festa ou jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você. Assim, nem sobrará nem faltará. Sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião. Enviamos mensalmente informações sobre harmonização com o vinho do mês e artigo técnico sobre a cultura do vinho. VINHOS EM ESTOQUE ACESSÓRIOS 52 Casilda 2009 Gran Reserva Hécula 2009 Vinha do Bispado Origem: Chile Uva: 70% Cabernet Sauvignon e 30% Carmen`ere Preço para associado: R$ 40,20 Origem: Espanha Uva: Monastrel Preço para associado: R$ 39,60 Origem: Portugal Uvas: Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz Preço para associado: R$ 39,80 Heuchelberg Dornfelder 2009 Chateau La Gravette Lacombe 2009 Stone Road Merlot 2011 Origem: França Uva: Syrah, Malbec e Cabernet Sauvignon Preço para associado: R$ 103,00 Origem: África do Sul Uvas: Merlot Preço para associado: R$ 40,20 Las Perdices Gran Seleccion de Barricas Tonada Finca La Anita 2007 HAHN MERITAGE 2010 Origem: Argentina Uvas: 80% Malbec, 10% Petit Verdot, 5% Cabernet Sauvignon, 5% Tannat Preço para associado: R$ 98,00 Origem: Argentina Uvas: Syrah, Malbec e Cabernet Sauvignon Preço para associado: R$ 39,80 Origem: Estados Unidos Uvas: 48% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 10% Cabernet Franc, 9% Malbec e 8% Petit Verdot. Preço para associado: R$ 98,00 Origem: Alemanha Uva: 100% Dornfelder Preço para associado: R$ 39,70 IMPORTANTE Lembrete: recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 do mês. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque. 54 UVAS: 50% Chardonnay e 50% Chenin Blanc Para a Seleção Especial de final de ano, temos uma novidade: o Espumante Las Perdices, mas desta vez elaborado com um rigoroso método Charmat, menos artesanal do que o Champenoise, mas que, quando bem produzido, pode nos dar espumantes fantásticos e mais econômicos. No Charmat é muito importante o tempo da segunda fermentação para conseguir o melhor perlage e a atuação completa das leveduras. Alguns produtores reduzem esse tempo ao mínimo possível e outros o estendem ao máximo para que o perlage, aromas e sabores sejam de alta qualidade, persistentes e saborosos. Este é o caso do Espumante Las Perdices. Carlos Muñoz elaborou este espumante com um corte de 50% Chardonnay e 50% Chenin Blanc, um perlage fino, delicado e com aromas sutis. Valor para associado: R$ 39,90 Valor aproximado no mercado: R$ 50,00 PRÓXIMAS SELEÇÕES REGIÃO: Mendoza, Argentina PRÓXIMAS SELEÇÕES Próxima SELEÇÃO MENSAL SELEÇÃO ESPECIAL DE FIM DE ANO LAS PERDICES ESPUMANTE CHARMAT 55 Novembro BENCHMARK SHIRAZ 2011 REGIÃO: D.O. South Valley, Austrália. UVAS: Shiraz 100% A próxima escala das nossas aventuras no globo vinícola leva-nos a um destino distante. No mês de novembro, será o turno de um dos maiores produtores e exportadores mundiais, a Austrália. No século XIX, diversos vinhos australianos surpreenderam em várias exposições na França, conquistando importantes prêmios e medalhas douradas. E nos testes às cegas, os vinhos elaborados com a uva Shiraz foram colocados no patamar de qualidade dos melhores franceses, pelos grandes especialistas daquela época. Nossos associados terão a oportunidade de conhecer um Shiraz elaborado pela Grant Burge Wines, que, segundo a história, foi uma das primeiras a estabelecer-se em Barossa, importante vale do sul da Austrália, onde atualmente concentra-se a maior parte das vinícolas de maior prestígio daquele país. A família Burge hoje supera as 5 gerações na produção de vinhos. Quase 150 anos após surpreender os mais céticos dos especialistas mundiais, a Austrália é uma referência de conceito e estilo, principalmente quando se trata da uva Shiraz. Diretamente do South Valley, chega nossa seleção do mês: Benchmark Shiraz 2011. Uma negociação especial com a vinícola permite-nos colocar este vinho a um preço pelo qual dificilmente encontraremos australianos desta qualidade no mercado brasileiro. Envelhecido em barricas de carvalho francês e americano, este Shiraz 100% é um vinho de grande estilo e elegante, com toda a tipicidade que a Austrália poderia nos oferecer. Sem dúvida, empolgará os nossos associados a descobriremmais a respeito deste vale e de seus grandes vinhos. Valor para associado: R$ 42,70 Valor aproximado no mercado: R$ 55,00 Garanta seu espumante de fim de ano com esta Seleção Especial: faça seu pedido até 30 de novembro de 2012 e receba juntamente com sua caixa de dezembro. IMPORTANTE Lembrete: recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como alteração de quantidades, pedidos de Seleção Grandes Vinhos, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 do mês. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque. seleção Mensal 12 seleções/ano Quem disse que não dá para conhecer o mundo sem sair de casa? Sociedade da Mesa clube de vinhos O mundo do vinho na porta de sua casa. A Sociedade da Mesa é o maior clube de vinhos do Brasil. Pertencente a um dos maiores grupos de clubes de vinho do mundo, leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos a valores especiais comparados aos do mercado, uma revista mensal gratuita, cursos, viagens, acessórios e mais do que isso, uma oportunidade única para desfrutar do mundo do vinho. São duas opções de assinatura: Seleção Mensal: Seleção Grandes Vinhos (trimestral): 1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas mensalmente. 1 revista com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Mensal do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples. O valor da garrafa é de R$42,00 aproximadamante. Não há cota de associação. O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir. 1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas a cada 3 meses. 1 revista com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Grandes Vinhos do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples. O valor da garrafa é de R$100,00 aproximadamante. Não há cota de associação. O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir. Escolha a sua (ou fique com as duas!) e deixe o resto com a Sociedade da Mesa. Sociedade da Mesa clube de vinhos Aqui você se preocupa em brindar, o resto deixa com a gente. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br