Fibro edema
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Fibro edema
VllI Jornada Científica Faculdades Integradas de Bauru - FIB ISSN 1980-5543 2013 UTILIZAÇÃO DA VACUOTERAPIA NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE 1 1 1 1 1 Priscila Escarpari , Amanda Cardoso , Ana Paula Andrade , Ana Paula Toledo , Nayane Gabani , Vanessa Jacobini1, Cintia Zacaib2. 1 Aluna do curso de Fisioterapia – Faculdades Integradas de Bauru – FIB – [email protected] 2 Professora do curso de Fisioterapia – Faculdades Integradas de Bauru – FIB – [email protected] Grupo de trabalho: Fisioterapia. Palavras-chave: Fibro edema gelóide, celulite, vacuoterapia, dor. Introdução: “A celulite define-se como uma desordem metabólica ao nível do tecido dérmico e subcutâneo, que para além de se associar a uma conotação estética negativa, gera situações álgicas intensas, comprometedoras da funcionalidade/mobilidade dos indivíduos que a apresentam” (GUIRRO e GUIRRO, 2004). O Fibro Edema Gelóide (FEG), popularmente conhecida como celulite, pode ser classificado em 3 graus: Grau I: não visível à inspeção, só com a compressão do tecido; Grau II: visível à inspeção mesmo com compressão do tecido ou contração muscular voluntária e presença de fibrose e alteração de sensibilidade. Grau III: É predominância de fibrose e macronódulos, sensibilidade dolorosa aumentada e déficit funcional. As regiões mais acometidas pelo fibro edema gelóide são a região glútea; abdominal; face lateral das coxas e joelhos. Uma das técnicas que tem sido utilizada para tratamento é a vacuoterapia que é uma técnica rítmica de dobramento e desdobramento com sucção do panículo adiposo, sistema mecânico não invasivo que utiliza rolos motorizados com pressão positiva combinados com a pressão negativa do vácuo, promovendo uma massagem profunda no tecido conjuntivo, gerando alterações funcionais no Fibro Edema Gelóide. Objetivos: Realizar uma revisão bibliográfica sobre o efeito da vacuoterapia no tratamento do fibro edema gelóide (FEG). Relevância do Estudo: Apontar os benefícios que a vacuoterapia tem no tratamento do fibro edema gelóide que além de gerar um aspecto estético negativo, pode ocasionar dor. Materiais e métodos: Utilizou-se de uma revisão da literatura publicada sobre o tema abordado. O trabalho foi realizado na Biblioteca das Faculdades Integradas de Bauru – FIB/Bauru/SP. Os estudos foram selecionados, utilizando como estratégia de busca e fonte de informação nos bancos de dados computadorizados como Bireme, Medline, Lilacs, Embase e Biblioteca Virtual Cochrane. Resultados e Discussão: “O fibro edema gelóide, conhecido vulgarmente como celulite, é uma patologia que atinge a estrutura dermo-hipodérmica, caracterizada por nódulos de variado tamanho e localização, espessamento sub-epidérmico, podendo apresentar um quadro álgico e/ou déficit funcional no membro acometido” (BACELAR e VIEIRA, 2006). “O Fibro Edema Gelóide (FEG) pode ser definido como uma patologia multifatorial resultando em uma degeneração do tecido adiposo, passando por fases de alteração de matriz intersticial, estase microcirculatória e hipertrofia dos adipócitos, evoluindo para uma fibrose cicatricial.” (Volpi et al, 2010). “De graus variados, pode apresentar aspectos e localizações diferentes. Por ser considerado contrário aos padrões estéticos atuais, pode acarretar problemas de ordem psíquica, além da redução das atividades funcionais.” (SILVA e DUARTE). Pode-se entender que a celulite é uma desordem metabólica do tecido dérmico e subcutâneo, que além de uma conotação estética ruim, pode gerar situações álgicas intensas. Além de ser uma patologia bastante complexa, é determinada por vários fatores e que se apresenta com uma microangiopatia, com alterações morfológicas do tecido celular subcutâneo. “A patologia está relacionada a um processo reativo da matriz extracelular com conseqüente hiperpolimerização das glicosaminoglicanas, retenção hídrica, aumento da viscosidade da substância fundamental, irritação das fibras teciduais com formação de tecido fibroso” (BACELAR e VIEIRA, 2006). Isso faz com que o fibro edema gelóide (FEG) VllI Jornada Científica Faculdades Integradas de Bauru - FIB ISSN 1980-5543 2013 se caracterize por um tecido subnutrido e mal oxigenado. “A vacuoterapia dinâmica pelo gradiente de pressão gerado através do vácuo e das manobras de massagem feitas com ventosas, garante o aumento do fluxo sanguíneo e linfático e da permeabilidade membranar, o que facilita a eliminação das toxinas e a nutrição celular. Por outro lado, a pressão negativa é responsável pela proliferação de neo-vasos, e mobilização de planos subjacentes e pelo aumento de fibroblastos, colágeno e elastina e pela libertação de endorfinas permitindo a diminuição do limiar de resposta nociceptora periférica” (BARBOSA e MELO). “A vacuoterapia é uma técnica rítmica de dobramento e desdobramento com sucção do panículo adiposo, que utiliza ventosa com roletes em conjunto com a pressão negativa da sucção. Esses movimentos de pressão positiva (ventosas com rolos) com pressão negativa (sucção) promove uma massagem profunda mecânica no tecido conjuntivo sub-epidérmico” (BACELAR e VIEIRA, 2006). De acordo com o artigo de Barbosa e Melo, foi realizado um estudo quase experimental de 4 semanas com 21 mulheres, no qual o critério de inclusão era a presença de celulite na região glútea. Os participantes foram divididos em 2 grupos compostos por 8 elementos cada, um grupo experimental ao qual foi aplicado 10 sessões de vacuoterapia distribuídas ao longo de aproximadamente 4 semanas, e um grupo controle que não recebeu qualquer tratamento. Foi utilizado um questionário de caracterização da amostra. Para medição da altura e do peso recorreu-se a uma fita métrica e uma balança digital. A classificação da celulite foi efetuada através de uma escala de graduação e por fotografia digital. Na aplicação da vacuoterapia foram utilizadas ventosas de diversos diâmetros e também medidas as pressões através de um manômetro digital. Para a avaliação do grau de dor em cada uma das sessões de tratamento utilizou-se a escala numérica da dor (END) aconselhada como norma de boa prática para mensuração do grau de dor pela direção geral da saúde em que 0 corresponde a classificação sem dor e a 10 a classificação dor máxima. O movimento da ventosa foi realizado no sentido transversal e longitudinal em decúbito ventral e lateral, cada sessão durou de 25 a 30 minutos. No final foi aplicado gelo dinâmico para evitar alguns efeitos secundários, como a hiperemia. A vacuoterapia neste estudo foi eficaz na diminuição dos graus de celulite de 75% das participantes, sendo que as duas participantes em que não foram obtidas diferenças entre as duas avaliações, apresentavam inicialmente grau 1 e 2 respectivamente. A diminuição dos graus de celulite poderá ter sido provocada pela redistribuição do tecido adiposo e no que diz respeito a dor todas as participantes reduziram a sua percepção de dor. Outra observação é que no FEG crônico ocorre uma alteração do colágeno, que favorece a fibroesclerose dos septos conjuntivos interlobulares. Portanto, uma outra função do tratamento é melhorar a maleabilidade do tecido com ação inclusive, nas etapas mais avançadas do distúrbio, suavizando o aspecto acolchoado da pele. As manobras devem ser realizadas o sentido das fibras musculares e linhas de tensão da pele, a fim de se evitar flacidez tecidual (BARBOSA E MELO). Conclusão: Concluímos que a vacuoterapia tem grande importância na reversão do quadro por melhorar a circulação sanguínea e linfática, melhorando a maleabilidade do tecido conjuntivo e contribuir para a diminuição de aderências e fibroses, além de poderá ser uma técnica a usar na redução de celulite e da dor que ela provoca. Referências: GUIRRO, E. & GUIRRO, R., Fisioterapia Dermato-Funcional. 3ª Ed. São Paulo: Manole, 2004. BACELAR, V.C.F; VIEIRA, M.E.S.. Importância da vacuoterapia no fibro edema gelóide. 2006. BARBOSA, M; MELO, C.A.. Influência da vacuoterapia nos graus de classificação da celulite e dor. S/D. VOLPI et al. Análise da eficácia da vacuoterapia no tratamento do fibro edema geloide por meio da termografia biofotogrametria. 2010. SILVA, F.C; DUARTE, M.S.. Fibro Edema Geloide: Uma revisão bibliográfica. S/D.
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