Edição #4
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Edição #4
ANO II - Edição 4 - Trimestral - Fevereiro 2015 Brasil PANORAMA DE MERCADO Geotêxteis são úteis na construção de estradas ENTREVISTA Fitesa anuncia nova fábrica em São Paulo INSUMOS & TECNOLOGIA Montadoras revelam design interior EM FOCO Techtextil Cinte 2014 FEIRAS & EVENTOS A versatilidade das fibras nos materiais compósitos Duráveis ou descartáveis os nãotecidos se destacam em vários produtos 12 - 19 NOVIEMBRE FIERA MILANO RHO MILÁN, ITALIA ENCUENTRE INNOVADORAS SOLUCIONES PARA TEXTILES TÉCNICOS Y NO TEJIDOS en la mayor feria integrada del mundo de tecnologías de confección y de fabricación textil 200.000m2 de exposición 1.400 expositores de más de 40 países 100.000 visitantes de más de 140 países • Apasionantes tecnologías de fabricación y técnicas de procesamiento para materiales avanzados • Oportunidades de cooperación con los principales institutos mundiales en el Pabellón de Investigación e Innovación • Asistencia de expertos y líderes de opinión en la Cumbre Mundial Textil, el Foro de Líderes en Químicos y Colorantes Textiles y el Foro de No Tejidos. Planee su viaje con antelación. ¡Regístrese online como visitante y disfrute de nuestra tarifa reducida! ¡Milán, la ciudad de la moda y la cultura, le da la bienvenida a ITMA 2015! Propietario de la Feria Empresa Organizadora MP Expositions Pte Ltd Visítenos Ahora Asociaciones CEMATEX ACIMIT (Italia) AMEC AMTEX (España) BTMA (Reino Unido) GTM (Países Bajos) SWISSMEM (Suiza) SYMATEX (Bélgica) TMAS (Suecia) UCMTF (Francia) VDMA (Alemania) ÍNDICE EDITORIAL Ano começa com desafios 5 EXPEDIENTE Conheça a equipe TTR 5 PANORAMA DE MERCADO O uso dos nãotecidos na construção 6 ENTREVISTA São Paulo atrai fábrica da Fitesa 12 NEGÓCIOS Indústria fecha 2014 em retração 16 FEIRAS & EVENTOS Fibras para novos materiais 20 INSUMOS & TECNOLOGIA Tecidos automotivos em destaque 22 EM FOCO Notas e novidades 28 AGENDA TTR Confira os eventos do setor 31 EDITORIAL O valor agregado dos têxteis técnicos Diante de tantas notícias desalentadoras neste início de 2015 – escândalos de corrupção no governo, crise hídrica, elevação de tarifas, etc., etc., ousamos trazer um cenário motivador para o mercado de tecidos técnicos e nãotecidos. Dinâmico provedor de matérias-primas e soluções tecnológicas para os diversos ramos da indústria de transformação, este segmento demonstra alta capacidade de resiliência e adequação às necessidades do mercado. No setor automotivo, um dos pilares industriais do Brasil, a presença dos tecidos técnicos tem sido cada vez mais crescente. Conferimos, a partir do último Salão do Automóvel, como as montadoras se preocupam com o conforto e o bem-estar dos usuários, selecionando tecidos tecnológicos e nãotecidos de performance para compor o design interior de seus automóveis, tanto nos modelos básicos quanto os de luxo. Na feira Feiplar Composites & Feipur 2014, constatamos o universo de soluções para a indústria de produtos manufaturados nas áreas de Isolamento Térmico, Automotivo, Construção Civil, Energia Eólica, Nanotecnologia, entre outros, onde as fibras minerais e sintéticas encontram um leque de aplicações industriais diversificado – de colchão isolante a estrutura de barcos; de chassis de automóveis a reforço de pá eólica. Nesta quarta edição da TÊXTIL TÉCNICO REPORT - TTR, publicamos artigos nas áreas de tecidos profissionais e geotêxteis, inaugurando a parceria editorial com universidades e consultorias especializadas, para oferecer conteúdo técnico aos nossos leitores. Mas também trazemos um aspectro preocupante, que é a realidade atual do mercado brasileiro. As indústrias química e têxtil, grandes empregadoras e essenciais para a geração de novos produtos e aplicações, apresentaram balanços negativos em 2014. Momento para se refletir, afinal, qual perfil queremos para o nosso país: ser apenas um fornecedor de commodities ou um grande provedor de soluções inovadoras. Gostaríamos de dividir ainda com nossos leitores e anunciantes, uma boa nova desta jovem publicação: A revista TÊXTIL TÉCNICO REPORT - TTR está entre as mídias convidadas para cobrir a Techtextil e Tecprocess 2015, maior feira mundial do setor de têxteis técnicos e nãotecidos, que se realizará em maio, na Alemanha. Esta é mais uma etapa para consolidação da nossa revista, que teremos ao longo deste ano que já começa desafiador, mas ao mesmo tempo, estimulante! Boa leitura! Marcia Mariano Editora EXPEDIENTE REVISTA TÊXTIL TÉCNICO REPORT Ano II / Número IV Diretora / Coordenação Executiva Simone Jacob Paschoal [email protected] Gerente Comercial Simone Storti [email protected] Conteúdo Editorial - Jornalista Marcia Mariano MTB 16.770 - RJ [email protected] Distribuição: Mailing e Assinatura Periodicidade: trimestral Tiragem: 3.000 exemplares Fone: 11 3805-8032 / Celular: 11 98179-8993 Rua Paulo Bregaro, 455 - Ipiranga - São Paulo/SP CEP 04261-000 - Brasil www.textiltecnicoreport.com.br PARTICIPE! Nós da Têxtil Técnico Report queremos ouvir você Ajude-nos a fazer um informativo cada vez melhor. Envie sua mensagem, comentários, sugestões, [email protected] 5 PANORAMA DE MERCADO - Workwear Por: Alcides S. Ferreira Jr. e André Fernandes V. Peixoto*1 Proteção individual traz novo horizonte para a indústria têxtil O artigo mostra os desafios que a indústria têxtil e de confecção nacional precisarão enfrentar para se tornarem competitivas neste segmento. Por ser extenso, o tema está editado em duas edições. Nesta primeira etapa, a abordagem são as roupas e equipamentos de proteção e as normas para que estes produtos sejam eficientes em sua finalidade. Impulso econômico O Brasil ocupa a sexta posição na economia mundial, e vem passando, nos últimos anos, por grandes investimentos em infraestrutura. A necessidade de ampliação das redes de água e esgoto de grandes e médias cidades, a extensão da malha rodoviária, a expansão da rede de transporte sobre trilhos; além dos investimentos necessários para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, exploração petrolífera, modernização de portos e aeroportos e obras para construção da Vila Olímpica, em função do evento no Rio de Janeiro, em 2016, tudo isso, sem dúvida, deverá impactar na geração de novos empregos. Neste cenário, torna-se notória a demanda por trabalhadores nos segmentos de formação profissional (construção civil, elétrica, eletrônica, metalurgia, siderurgia, prospecção, refino e distribuição petrolífera e seus derivados, etc.). As atividades operacionais que abrangem os diversos segmentos de infraestrutura possuem, na maioria (*1) Alcides Santos Ferreira Junior (professor) e André Fernandes Vieira Peixoto (Coordenador de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação), ambos do Senai Cetiqt-RJ. NR: Artigo editado, com base no original da publicação Redige. 6 dos casos, algo em comum: exposição a riscos e saúde no trabalho. Portanto, o avanço econômico brasileiro, que tem como um dos condicionantes o investimento em infraestrutura, geram uma demanda comum por equipamentos de proteção individual (EPI). No Brasil, o órgão máximo em regulamentações sobre a temática trabalhista é o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que através da Secretaria de Inspeção do Trabalho e do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, normaliza e fiscaliza as práticas sobre saúde e segurança no trabalho em todo território nacional. Um exemplo da relevância do segmento de EPI´s para o mercado nacional é a realização da Feira Internacional de Segurança e Proteção – FISP, que acontece a cada dois anos, em São Paulo, reunindo centenas de expositores nacionais e internacionais, e milhares de visitantes do Brasil e da América Latina. EPI´s e a Indústria Têxtil Em 1978 a Norma Regulamentadora no 6 (NR-6) do MTE estabeleceu as exigências legais para Equipamentos de Proteção Individual, objetivando a proteção dos trabalhadores contra riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Os EPI´s podem ser descritos como todo dispositivo ou produto, de uso individual destinado à proteção de riscos suscetíveis a ameaça da segurança e da saúde do trabalhador (NR 6, 2001). Estes equipamentos não são os únicos a fazer parte do plano de segurança trabalhista em um ambiente industrial, sendo também abrangidos, fundamentalmente, Análises Prevencionistas de Risco (APR) e Ações ou Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). É importante ressaltar que o uso do EPI por si só não assegura a proteção total do indivíduo. Todavia, na maioria dos casos, ele minimiza os danos causados por eventuais acidentes ou exposições insalubres prolongadas, sendo, por conseguinte, um fator diferencial de extrema relevância para a vida em um ambiente de trabalho. A NR 6, cujo título é Equipamento de Proteção Individual - EPI, determina que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o equipamento adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, “sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho, e também para atender a situações de emergência”. Dentre os EPI listados na NR 6, estão: • Proteção da cabeça: capacete, capuz ou balaclava; • Proteção visual e facial: óculos, protetor facial, máscara de solda e viseiras; • Proteção respiratória: máscaras e filtros; • Proteção auditiva: abafadores de ruídos e protetores auriculares; • Proteção de mãos e braços: luvas, mangotes, braçadeiras, dedeiras, creme protetor; PANORAMA DE MERCADO - Workwear • Proteção de pernas e pés: sapatos, meias, botas, perneiras e botinas; • Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões; Para a comercialização no Brasil, a NR 6 determina que o equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser vendido ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Desta forma, para sua comercialização, o EPI precisa passar por uma bateria de ensaios, periódicos e de amostragem, em laboratórios credenciados pelo MTE, devendo apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA (NR 6, 2001). Observando a lista de EPI mencionada neste artigo, percebe-se que a presença dos têxteis pode ser inserida em diversos estágios além das vestimentas profissionais, como nas luvas, mangotes, balaclavas, filtros, cintos de segurança e meias, dentre outros. A Figura 1 exemplifica um trabalhador utilizando os diferentes tipos de EPI. Divulgação • Proteção do tronco, corpo inteiro: macacões, calças, blusas, casacos. Exemplos de uniforme comum e vestimenta de proteção individual. Uniformes versus Roupas de Proteção É comum pensar em roupas de proteção como sinônimo de uniformes. Mas, cuidado: esta associação equivocada pode levar o consumidor ou profissional do segmento têxtil e de segurança do trabalho a cometer erros de comunicação ou de especificação técnica (veja foto acima). Um uniforme é definido como um tipo de vestuário, usado por membros de um sistema organizacional, que visa criar uma padronização, sem necessariamente conferir proteção do usuário ao risco. Já a vestimenta que confere proteção especial à saúde e segurança do indivíduo, por exemplo, contra chamas, ácidos, álcalis, intempéries e outros riscos, pode ser considerado um EPI, ou seja, uma roupa de proteção. Portanto, nem todo uniforme é um EPI, assim como nem todo EPI é um uniforme. Exemplo de utilização de EPI por um trabalhador. Fonte: O povo, 2012. Exemplos de uniformes que também são considerados roupas de proteção é o fardamento de combate militar e de ação do Corpo de Bombeiros. Roupas especiais para aplicação de defensivos agrícolas e agrotóxicos, assim como coletes à prova de bala, também são exemplos de EPI ligados ao vestuário que não se caracterizam como uniformes. Já as roupas padronizadas de recepcionistas, zeladores e uniformes escolares não podem ser considerados um EPI, pois não têm função de proteção, embora seja um vestuário de trabalho, portando dentro da categoria Workwear. Cuidados especiais Todos os dias trabalhadores de diversas áreas, de manutenção, serviços e indústrias se expõem a riscos que podem causar graves acidentes ou até mesmo levar ao óbito. Dentre os casos que geram maior repercussão - devido à letalidade ou às consequências que acarretam ao trabalhador - estão os acidentes gerados por arco elétrico ou fogo repentino, este último também conhecido como flash fire. Existem setores onde esses incidentes são mais recorrentes como companhias elétricas, indústrias siderúrgicas, metalúrgicas, químicas, petroquímicas e de bioenergia. Segundo Tomiyoshi (2004), a energia térmica, química e mecânica, liberada por um arco elétrico, é muito alta e pode causar ferimentos severos ou levar a óbito a uma distância de até 3 metros do ponto de falha nos equipamentos industriais de alta tensão e igualmente para distância menor, nos equipamentos de baixa tensão. 7 PANORAMA DE MERCADO - Workwear Assim sendo, as demandas por roupas de proteção com um maior poder ignífugo (antichama) e de isolamento térmico, muito mencionadas no mercado comercial como vestimentas FR (flame ou fire retardant), se tornaram imprescindíveis. É importante ressaltar que o contato de uma vestimenta comum com um flash de arco elétrico, faísca de fogo ou respingo de metal pode ser o princípio de uma queimadura que se propagará mesmo após a cessão da ignição da chama, ampliando ainda mais as consequências do acidente. específicas das vestimentas, o que lhes conferiu o status de EPI. Arco Elétrico A NR 6 (1978), apesar de estabelecer que o equipamento de proteção individual deve proteger os trabalhadores contra agentes térmicos tanto para cabeça, face, membro superior e inferior ou corpo inteiro, não explicita a necessidade de proteção contra arcos elétricos (TOMIYOSHI, 2004). Assim sendo, o MTE publicou uma norma específica que abrange essa temática, a NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, cuja primeira publicação foi no ano de 1978. Desde a sua publicação, esta Norma não havia sofrido alterações tão profundas quanto as que foram aprovadas pela Portaria nº 598, de 07 de dezembro de 2004, publicada no Diário Oficial da União em 8 de dezembro de 2004. Nesta nova orientação, a nova NR-10 passou a exigir propriedades Visando normalizar e avaliar a eficácia de materiais têxteis de forma quantitativa contra arcos elétricos, foi criada (em nível internacional), em 1999, a norma ASTM- F-1959/ F1959M- 99, cujo título é “Standard Test Method for Determining the Arc Thermal Performance Value of Materials for Clothing”. Essa norma definiu um importante indicador para avaliação da proteção dos têxteis a arcos elétricos denominado Arc Thermal Performance Value (ATPV), cuja tradução é referida como “Valor ou Fator de Proteção Térmica”. O ATPV é definido como valor máximo de energia incidente sobre o tecido, sem permitir que a energia no lado protegido exceda o valor limiar de queimadura de segundo grau (5J/cm2) e que o material têxtil não entre em combustão. Em outras palavras, o ATPV é o valor da energia Um arco elétrico é comumente gerado pela ionização de gás como consequencia de uma conexão elétrica entre dois eletrodos de diferentes potenciais; de diferentes fases ou entre um eletrodo e um circuito de terra (MTE, 2012). Ao ser exposto a uma energia na forma de calor de 5 Joule/cm2, o corpo humano pode sofrer queimaduras de segundo grau (Stoll, 1968, apud Tomiyoshi, 2004, p.4.) incidente que o tecido suporta sem permitir que seja excedido o valor limiar de queimadura de segundo grau (em até 50% do corpo) no lado protegido. A tabela 1 mostra os valores de ATPV, segundo a norma americana elaborada pela National Fire Protection Association, NFPA 70E, bem como as categorias de risco. É importante salientar que, tanto o tecido plano ou de malha, assim como a peça confeccionada, devem passar pelos ensaios de conformidade para arco elétrico, obtendo os valores finais de ATPV. Portanto, fornecedores de tecidos e confeccionistas devem arcar, individualmente, com os custos de ensaio. Isto ocorre porque, muitas vezes, o tecido pode ser apropriado ao risco, porém isso não garante que a peça confeccionada também será. Modelagem, aviamentos, linhas de costura e montagem da peça podem apresentar pontos fracos, componentes combustíveis ou falhas de projeto, fazendo com que a roupa de proteção final não seja eficaz. Assim sendo, testar o tecido antes da etapa de confecção é primordial para utilizálo, ou não, como matéria-prima de uma vestimenta de proteção. Contudo, o ensaio da peça confeccionada também é exigido pela Norma. Porém, apesar de já existir um comitê nacional de discussão e normalização sobre esta temática, o Brasil ainda não Tabela 1: Classes de Risco e ATPVs Correspondentes RISCO CATEGORIA DE RISCO ENERGIA INCIDENTE (cal/cm2) ATPV Mínimo (cal/cm2) Mínimo 0 Até 1,2 Não aplicável Leve 1 1,2 - 4 4 Moderado 2 4,1 - 8 8 Elevado 3 8,1 - 25 25 Elevadíssimo 4 25,1 - 40 40 Fonte: Manual de orientação para especificação das vestimentas de proteção contra efeitos térmicos do arco elétrico e do fogo repentino - MTE, 2012 (Adaptado de NFPA 70E) 8 PANORAMA DE MERCADO - Workwear A B C Figura (A) Manequim Instrumentado antes da queima; (B) Manequim durante a queima; (C) Manequim após a queima. Fonte: (1) Santanense, 2012. possui normalização específica sobre o assunto, assim como laboratórios para ensaios de arcos elétricos. Desta forma, buscar a normalização internacional ainda é a solução. Fogo Repentino O fogo repentino é decorrente de uma reação de combustão acidental extremamente rápida devido à presença de materiais combustíveis ou inflamáveis desencadeada pela energia de uma centelha ou fonte de calor (MTE, 2012). O Programa de certificação norte-americano de vestimentas resistentes ao fogo repentino, NFPA 2112, determina os requisitos mínimos para avaliação, ensaios e aprovação da vestimenta pronta, conforme modelo e medidas pré-estabelecidos. Portanto, a conformidade das roupas de proteção ao fogo repentino deve ser comprovada pelos relatórios de ensaio do equipamento de acordo com as Normas ASTM F 1930 e ASTM D 6413 (MTE, 2012). A norma ASTM F 1930 é um método de teste que proporciona avaliação do desempenho de uma vestimenta contra fogo repentino, utilizando um manequim instrumentado com a vestimenta apropriada. Este manequim possui mais de 100 sensores internos que detectam o percentual de queimaduras e o local onde elas ocorreram (veja Fig. A). A NFPA 2112 estabelece que o ensaio seja realizado em três amostras, com tempo de avaliação de 3 segundos, além de outros ensaios físicos, e considera como aprovado um percentual de queimaduras de até 50%. O resultado do ensaio é informado em relatório apresentando gráfico que expõe os níveis de queimadura e a região queimada (MTE, 2012). A ASTM D 6413, Standard Test Method for Flame Resistance of Textiles, é um método de teste que avalia e descreve a resposta do material têxtil ao calor e à chama, sob condições laboratoriais controladas. O teste é realizado no sentido da trama e do urdume, onde a amostra têxtil é posicionada verticalmente sobre uma chama controlada e exposta durante um período de tempo específico. Após o tempo de exposição, a fonte de chama é removida. A NFPA 2112 estabelece como limite de carbonização 102 mm e o tempo de extinção da chama de 2 segundos. Neste método podem ser avaliadas amostras têxteis contendo aviamentos que possam compor a vestimenta externamente, tal como as faixas refletivas. (MTE, 2012). Assim como no caso do arco-elétrico, o Brasil ainda não possui normas especificas que determinem os requisitos mínimos para avaliação, ensaios e aprovação das roupas de proteção contra fogo repentino. Na próxima edição vamos falar sobre a composição das roupas de proteção - EPI. 9 PANORAMA DE MERCADO - Geotêxteis Por: Natália de Souza Correia* Nãotecidos na construção e manutenção de rodovias Testes de laboratório avaliaram as propriedades de permeabilidade de geotêxteis nãotecidos, indicando sua eficiência em obras de pavimentação. Ober mantendo as camadas inferiores em condições menos críticas, além de promover um selamento das trincas mais eficiente. Desta forma, reduzem o custo de manutenção das rodovias, propiciando aumento na vida útil do pavimento. Os nãotecidos são os geossintéticos mais utilizados em obras geotécnicas, como construção de estradas, terraplanagem, fundações, entre outros, desde a década de 1970. Os geotêxteis podem ser confeccionados a partir de um material nãotecido flexível ou de estruturas tecidas ou tricotadas. Nos últimos anos, a indústria de tecidos técnicos tem avançado no desenvolvimento de produtos promissores para a construção civil e hoje, diversos tipos de materiais são encontrados no mercado brasileiro tais como os tecidos técnicos fabricados com tramas definidas e grande diversidade de propriedades físicas e os nãotecidos, produzidos pelo processo de agulhagem, termofixação ou resinados. As matérias-primas que dão origem a estes produtos podem ser de poliéster ou polipropileno (reciclados ou polímero puro). Aplicações São várias as atribuições dos geotêxteis na construção e manutenção de solo e edificações. Os nãotecidos são amplamente utilizados como filtro em conjunto com drenos, no controle de sedimentos, como reforço em muros de arrimo e taludes íngremes, na proteção mecânica à membranas de impermeabilização, além de uso em campos esportivos. Os nãotecidos atuam como material de separação entre camadas de pavimentos (entre a base e o subleito), separação entre aterro reforçado e solo mole, e em lastros de ferrovia. Na restauração de pavimentos flexíveis, os nãotecidos tem a capacidade de minimizar a reflexão de trincas da camada antiga (a ser restaurada) para a nova camada asfáltica. As trincas tendem a ter sua trajetória desviada quando encontram esta proteção, não se propagando na superfície com a mesma intensidade. O nãotecido, quando impregnado com emulsão asfáltica, promove menores níveis de infiltração no pavimento, *Consultora em projetos geotécnicos e obras com geossintéticos. 10 Dificuldades Entretanto, mesmo com os benefícios do uso de geotêxteis nãotecidos bem documentados e divulgados na literatura técnica, estes produtos ainda são pouco aplicados no Brasil. Por exemplo, no caso da restauração de pavimentos com geossintéticos, mesmo tendo uma especificação técnica para esta finalidade (DNER: ET-DE-P00/043, 2006 – “Sistemas antirreflexão de trincas com geossintéticos”), o uso desta técnica não é frequente devido à falta de métodos de projeto. Atualmente, o critério para a seleção apropriada do geossintético para cada tipo de caso de restauração é ainda empírico, o que dificulta sua utilização na prática. Outra questão aberta nesta técnica, que dificulta sua utilização, é que são encontradas diferenças nas recomendações no processo construtivo e no tipo de ligante asfáltico no Brasil em relação a alguns órgãos do exterior, como por exemplo, a AASHTO ME 288-05 (2001). Atualmente, é a emulsão asfáltica o ligante indicado e mais utilizado no Brasil para a restauração de pavimentos com geossintéticos. Já na grande maioria das demais especificações encontradas na literatura, é recomendado e amplamente utilizado o cimento asfáltico de petróleo (CAP), seguido de emulsões modificadas com polímeros. A taxa de impregnação varia também conforme as instruções dos fabricantes, e muitas vezes, acaba sendo inferior ou superior à quantidade adequada. É necessário garantir também níveis de impermeabilização adequados aos requisitos de projeto para cada situação. Há neste cenário, portanto, um certo ceticismo dos engenheiros e projetistas em aplicar esta técnica, que tem o processo de instalação como um dos fatores determinantes para seu sucesso. Testes De fato, não é coerente escolher um geossintético ou um único tipo de ligante que seja adequado à qualquer situação, mas sim, combinando a melhor interação entre estes produtos e as condições do pavimento, de forma a proporcionar os benefícios esperados. A quantidade e o tipo de ligante asfáltico conferem a aderência e propriedades de permeabilidade à interface entre Geotêxteis. o geotêxtil nãotecido e as camadas asfálticas. Portanto, é imprescindível que o desempenho desta interface seja o mais adequado possível, já que este pode interferir no desempenho do pavimento. O ligante forma uma barreira de baixa permeabilidade no tecido, unindo-o às camadas asfálticas e permitindo assim, a passagem de um menor fluxo de água, mesmo em contato com o trincamento. Desta forma, a investigação dos parâmetros hidráulicos destes materiais, após a impregnação com o ligante, é de extrema importância, pois pode auxiliar os projetistas na escolha dos produtos, melhorando o conhecimento dos mecanismos que levam o pavimento à um melhor desempenho. Em um trabalho realizado na USP de São Carlos, foram avaliadas as propriedades de permeabilidade de geotêxteis nãotecidos impregnados com emulsão asfáltica de ruptura rápida catiônica. Os ensaios avaliaram a permeabilidade de geotêxteis nãotecidos intactos e com impregnação em diferentes taxas de aplicação. Os tipos de geotêxteis nãotecidos utilizados nesta pesquisa foram os agulhados 100% poliéster ou polipropileno; de fibras curtas ou longas, com gramatura entre 150 e 200 g/m², além de um nãotecido reforçado com geogrelha de fibra de vidro. Três taxas de emulsão asfáltica próximas aos valores usuais de campo foram utilizadas em cada um dos materiais e comparadas com amostras não impregnadas. Os ensaios de permeabilidade foram realizados com base nas especificações da ASTM E96M (2005), que quantifica a perda de massa de água evaporada, em termos de permeabilidade no sentido normal ao plano dos nãotecidos. Os resultados mostraram que a emulsão asfáltica permitiu uma drástica redução nos valores de permeabilidade (passando de 10-1 cm/s sem impregnação para cerca de 10-9 cm/s após a impregnação). Também não foram verificadas variações significativas entre os valores de permeabilidade em relação às diferentes características apresentadas pelos produtos. Estes resultados indicam que geotêxteis nãotecidos podem ser indicados como barreiras impermeáveis. Ao reduzir a infiltração nas camadas subjacentes do pavimento, esta barreira pode Divulgação Divulgação PANORAMA DE MERCADO - Geotêxteis Ensaio de permeabilidade em laboratório. vir a melhorar o desempenho da estrutura do pavimento. De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (2013), dada a importância do transporte rodoviário na movimentação de bens e pessoas no Brasil, são necessários investimentos contínuos visando à manutenção, recuperação e ampliação da malha rodoviária pavimentada brasileira. Para tanto, é essencial que o País disponha de técnicas que minimizem a necessidade e custos de manutenção das rodovias. A prática do uso de geotêxteis em obras de pavimento, principalmente no caso de restauração, muitas vezes não avança devido à falta de informações entre os estudos que mostram os benefícios atribuídos a esta técnica e a atual condição das especificações brasileiras. Esperamos que este artigo contribua para alargar os horizontes dos gestores públicos e incentivar o desenvolvimento da indústria brasileira de nãotecidos. Referências AASHTO: M288-05. Standard Specification for Geotextile Specification for Highway Applications. American Association of State Highway and Transportation Officials. Designation, 2001. CONSELHO NACIONAL DE TRANSPORTES. Pesquisa CNT de rodovias 2013: relatório gerencial – Brasília: CNT : SEST : SENAT, 389 p, 2013. CORREIA, N. S., BUENO, B. S. Propriedades de permeabilidade de geotêxteis não tecidos impregnados com emulsão asfáltica. In: XVI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica COBRAMSEG, 2012, Porto de Galinhas, 2012. CORREIA, N.S., ZORNBERG, J.G. Influence of tack coat rate on the properties of paving geosynthetics. Transportation Geotechnics. , v.1, p.1 - 8, 2014. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS E RODAGEM. ET-DE-P00/043. Especificação técnica - Tratamento antireflexão de trincas com Geossintéticos, São Paulo, Brazil, 2006. 11 ENTREVISTA Por: Marcia Mariano Fitesa anuncia nova fábrica em São Paulo Divulgação A planta vai produzir 20 mil toneladas de nãotecido/ano em polipropileno tipo spunmelt, utilizado em produtos de higiene pessoal, colchões e roupas médicas. Empresa usa tecnologia de ponta para produzir nãotecidos no Brasil. O mercado brasileiro de fraldas descartáveis (infantil e geriátrica) tem crescido mais que o PIB. Mesmo com toda a retração econômica nos últimos dois anos, especialistas do setor apontam estimativa de crescimento de 75% para 2015 e de até 80% para 2016 neste segmento, devido ao consumo da nova classe média e ao envelhecimento da população. Líder entre os produtos nãotecidos consumidos no Brasil, os descartáveis higiênicos têm motivado o setor a investir em aumento de capacidade e tecnologia. Na contramão do pessimismo que paira sobre a indústria nacional, os fabricantes de nãotecidos têm melhorado e diversificado seus produtos para atender não só o consumidor interno como também exportar. A Fitesa, uma das maiores fornecedoras mundiais de nãotecidos para diversas aplicações, anunciou a construção de uma nova fábrica em Cosmópolis (SP), cidade localizada a 140 km da capital paulista. Com investimentos da 12 ordem de R$ 160 milhões, a nova unidade, que ocupará uma área de cerca de 40 mil m², está prevista para entrar em operação em 2016. O foco de sua produção será os nãotecidos em polipropileno, para produção de fraldas, absorventes femininos, roupas médicas, colchões, entre outros produtos. Atualmente, a fábrica da Fitesa em Gravataí (RS) produz nãotecidos nas tecnologias spunmelt, meltblown, cardados resin bond/air through bond. Com a nova unidade de São Paulo, a capacidade da empresa no Brasil passará das atuais 54 mil toneladas/ano para 74 mil toneladas/ano. O projeto, anunciado oficialmente em outubro de 2014, recebeu apoio da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. De acordo com a agência, São Paulo chegou a competir pelo investimento com outras localidades no Brasil e no exterior, mas a Fitesa optou por instalar-se em ENTREVISTA Marina Grimarães Empresa planeja exportar para América do Sul Da esq. para a dir.: O diretor de projetos da Fitesa, Renê Ruschel; o prefeito de Cosmópolis, Antônio Fernandes Neto; o vice-prefeito, Vicente Galatti; o gerente geral da Investe São Paulo, Wanius Ribeiro; o gerente de projeto da Investe São Paulo, Franklin Ribeiro. Cosmópolis devido à infraestrutura da cidade e a localização próxima aos seus principais fornecedores de matéria-prima. A direção da Fitesa, por sua vez, disse que a empresa tem investido constantemente na implantação de novas plantas ao redor do mundo desde 2013. No caso da América Latina, era necessária uma nova unidade para acompanhar o crescimento do mercado local (veja entrevista com a diretora Fernanda Gastal na pág. 11). A Fitesa foi fundada em 1973 pela então Petropar (holding industrial hoje denominada Évora) para produzir embalagens de polipropileno, bases para carpetes e fibras para aplicações têxteis. Em 2009, após joint-venture com a empresa britânica Fiberweb, passou a denominar FitesaFiberweb. Hoje a companhia conta com plantas produtivas no Brasil, Peru, México, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Itália e China. Tecnologia Os processos básicos de fabricação de nãotecidos são o Drylaid (via seca, cardado); Airlaid (via fluxo de ar, onde fibras são suspensas em fluxo de ar e coletadas em tela para formação da manta); Wetlaid (via úmida, onde as fibras são suspensas em meio aquoso e depois coletadas por filtração) e Molten Laid (por extrusão) que são os nãotecidos de fiação contínua Spunbonded e Meltblown (via Sopro). Desenvolvido mais recentemente, o Spunmelt – complementar aos tipos Spunbonded e Meltblown, tem avançado graças ao desenvolvimento de novos polímeros termoplásticos e copolímeros especiais que permitem mudança das características mecânicas da fibra, por exemplo, no sentido de elasticidade e suavidade. Tal característica é requerida principalmente na fabricação de nãotecidos voltados aos produtos da área higiênica e médica, pois confere mais conforto à pele. 14 A Fitesa oferece uma linha de nãotecidos spunmelt que, segundo a empresa, proporciona uma variedade de propriedades físicas e estéticas ao produto final como: maciez, maior absorção, resistência à abrasão e extensibilidade. Com produção prevista para iniciar no primeiro trimestre de 2016, a nova fábrica de São Paulo deverá atender a demanda crescente do mercado local, exportando 20% de sua produção. A diretora Fernanda Gastal, explica nesta entrevista à Revista Têxtil Técnico Report - TTR, os detalhes do projeto. Formada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernanda ingressou na Fitesa em 2003 como supervisora de desenvolvimento de produtos. A executiva atuou também como gerente comercial, gerente de marketing e gerente estratégica de marketing e recursos humanos antes de assumir o posto atual de diretora corporativa da empresa. Confira: TTR: Quais foram os fatores estratégicos e atrativos de Cosmópolis (SP) para a construção da primeira Fábrica da Fitesa, fora do Rio Grande do Sul? Fernanda Gastal: A cidade foi escolhida, entre outros fatores, pela proximidade de clientes e fornecedores. A Braskem, por exemplo, possui uma unidade em Paulínia – localizada a cerca de 10 km de nossas futuras instalações. TTR: Qual foi o apoio da agência Investe São Paulo ao projeto? Fernanda Gastal: A Investe SP auxiliou no processo de escolha da cidade com base nas necessidades do nosso projeto, assim como em questões tributárias, de infraestrutura e de licenciamento ambiental. TTR: Como a Fitesa se posiciona hoje no mercado brasileiro de nãotecidos? Fernanda Gastal: A Fitesa está comprometida com sua missão de ser reconhecida como a melhor opção para o fornecimento de nãotecidos para o mercado global de descartáveis higiênicos. Por isso, nos posicionamos como parceiros estratégicos de longo prazo para nossos clientes. No Brasil, produzimos nãotecidos com as tecnologias spunmelt, meltblown, cardado resin bonded e cardado air through bonded. Estes produtos são utilizados em diversas aplicações, como a fabricação de fraldas e absorventes (descartáveis higiênicos), roupas médicas (descartáveis médicos), adsorvedores de óleo (descartáveis), agricultura e colchões (duráveis). TTR: Qual tecnologia será utilizada na nova fábrica? Fernanda Gastal: A tecnologia escolhida, chamada de spunmelt, é considerada estado-da-arte na fabricação de nãotecidos para a indústria de descartáveis higiênicos, sendo utilizada também em outras unidades da Fitesa no mundo. TTR: A Fitesa também pretende exportar parte da produção? Fernanda Gastal: Planejamos exportar a produção da fábrica de Cosmópolis para diversos países da América do Sul. ENTREVISTA TTR: As importações têm afetado a indústria de nãotecidos? Como a empresa lida com a concorrência externa? Fernanda Gastal : O mercado brasileiro de nãotecidos vem sofrendo há alguns anos com as importações chinesas, assim como as barreiras impostas por parceiros comerciais tradicionais, como a Argentina, que limitam nossas exportações para seus mercados. Por outro lado, o consumo de descartáveis higiênicos no Brasil segue crescendo. O perfil industrial de nossos acionistas, que privilegia as perspectivas de longo prazo frente a resultados imediatos e de curto prazo, nos permite persistir neste mercado. TTR – O setor industrial brasileiro vem enfrentando dificuldades devido à retração do consumo interno, no entanto a produção de nãotecidos está atuante. A que se deve este desempenho? Fernanda Gastal: A fabricação de descartáveis higiênicos é o principal mercado para nãotecidos spunmelt no mundo. Uma vez que o consumidor entra na categoria de consumo de fraldas (infantis e geriátricas) e absorventes femininos, dificilmente sairá, ou seja, não deixará de consumir, reduzindo assim o impacto da crise econômica sobre estes produtos. An.TTR_21x14,85cm.pdf 1 09/02/15 10:35 TTR: A fábrica de Gravataí vai continuar operando? Qual será o volume total de produção da Fitesa com as duas plantas? Fernanda Gastal: A unidade de Gravataí continuará operando e, em conjunto com São Paulo, as duas plantas terão capacidade produtiva superior a 70 mil toneladas anuais. TTR: O Brasil sedia a Conferencia Global de NãoTecidos OUTLOOK Plus, que pela primeira vez acontece na América Latina. Isto demonstra que o mercado brasileiro está conquistando projeção internacional no setor de nãotecidos? Fernanda Gastal: Na América Latina, o Brasil se destaca pela capacidade instalada para fabricação de nãotecidos e também pela demanda por estes produtos. A participação nos principais eventos da indústria, assim como o intenso networking com os clientes e o constante debate sobre os temas relevantes para o setor são fundamentais para manter uma presença ativa neste importante mercado. NEGÓCIOS Retração econômica afeta indústria química 2014 foi um ano difícil para o setor químico que, por ser fornecedor de matérias-primas para a indústria de transformação, sofreu com o baixo desempenho industrial. O Brasil importou US$ 45,7 bilhões em produtos químicos em 2014, o que representa uma redução de 0,9% em relação ao valor importado no ano anterior. Em termos de volumes, entretanto, as compras externas ultrapassaram 40,2 milhões de toneladas, um expressivo aumento de 7,3% na comparação com as quantidades importadas em 2013. Os dados da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim mostram ainda que as exportações brasileiras de produtos químicos, que somaram US$ 14,5 bilhões em 2014, avançaram 2,6% na comparação com 2013. As resinas termoplásticas, com vendas de US$ 2,1 bilhões, foram os produtos químicos mais exportados no ano passado, com aumento de 2,3% comparado com 2013. É importante destacar que indústria química brasileira é considerada a 6ª maior do mundo. 45% do que produz tem aplicação industrial, ou seja, é um setor de grande relevância para os demais segmentos industriais. Responsável por gerar cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, a indústria química, segundo a Abiqum, representa 10% do PIB industrial do País. Desafios e conquistas O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 31,2 bilhões em 2014, representando uma redução de 2,4% em relação ao total de 2013, quando alcançou US$ 32,0 bilhões. “O ano de 2014 foi difícil, mas tenho certeza de que começamos a construir os alicerces de uma nova indústria química no Brasil. O próximo ano (2015) será importante para transformar as recomendações dos estudos em políticas públicas”, afirmou Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Abiquim durante o 19º Encontro Anual da Indústria Química – ENAIQ 2014, maior evento do setor, realizado em dezembro passado, em São Paulo. 16 Encontro Anual da Indústria Química - ENAIQ, em dezembro passado. Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, a aparente diminuição do déficit comercial não deve ser comemorada, pois deriva de uma conjuntura de preços internacionais deprimidos e de um fraco desempenho de toda a indústria de transformação em 2014. Mas houve também o que comemorar. Uma conquista importante da indústria química no ano passado foi a determinação da alíquota de restituição do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), no valor de 3% sobre receita auferida com a exportação. A medida, publicada no Diário Oficial da União de 1º de outubro de 2014, oficializou o regime em caráter permanente, o que segundo a Abiquim, permitirá melhor planejamento empresarial de longo prazo para maior presença da indústria nacional ao mercado externo. Estudos sobre a indústria química brasileira Apesar do desempenho nada animador, as perspectivas para os próximos anos são otimistas. Para o presidenteexecutivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o Estudo do NEGÓCIOS Potencial de Diversificação da Indústria Química; o Estudo sobre Infraestrutura, que traz um diagnóstico dos entraves logísticos enfrentados pelo setor nos modais marítimo, ferroviário e rodoviário e a Agenda Tecnológica Setorial em Químicos Renováveis formam o alicerce de uma nova fase a qual a indústria química brasileira deverá iniciar. O primeiro estudo, concluído em 26 de novembro, busca identificar e avaliar oportunidades de diversificação da indústria química, com ênfase em produtos de maior valor agregado. Desenvolvido pelo consórcio formado pelas empresas Bain & Company e Gas Energy e financiado pelo BNDES, o estudo também procura contribuir para o desenvolvimento de uma política industrial para o setor químico. Com relação à Agenda Tecnológica Setorial, coordenada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o trabalho é identificar tecnologias com possibilidade de desenvolvimento no Brasil na área de matérias-primas renováveis para a indústria química. Na avaliação do presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Fadigas, este estudo comprova o grande potencial de crescimento da indústria química, mas representa também um sério desafio. “O cenário não é positivo, do ponto de vista de crescimento da economia brasileira, da balança comercial de produtos manufaturados e da balança da indústria química. Temos um déficit de US$ 31 bilhões e uma indústria que roda em taxa de operação entre 75% e 80%, daí porque o momento é de união. As prioridades colocadas no estudo são desde já encampadas pela Abiquim como prioridade para indústria química e uma agenda a ser desenvolvida no novo governo”, afirmou o executivo. Outra fonte de preocupação dos industriais é a crise hídrica, que tem afetado a Região Sudeste, especialmente São Paulo, que concentra 558 das 976 fábricas de produtos químicos de uso industrial do País. “É uma situação delicada, pois trata-se de uma região estratégica para o Brasil, de grande concentração industrial, cujas atividades consomem água em seus processos de produção. Em São Paulo houve investimento em parceria com a Sabesp para a recuperação da água de esgoto e também um aumento substancial do reuso de água por parte das empresas. Já em outras áreas como a do Polo de Camaçari (BA) e mesmo na região de Paulínia, interior de São Paulo, houve problemas de abastecimento”, admitiu Carlos Fadigas. A CONFERÊNCIA LÍDER NO MUNDO DE PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL 3 – 5 de março de 2015 SAO PAULO | BRAZIL RENAISSANCE SÃO PAULO HOTEL A OUTLOOK™ Plus Latin America é co-organizada pela INDA e EDANA com o apoio da ABINT, a Associação Brasileira das Indústrias de Não-tecidos e Tecidos Técnicos. A conferência inaugural abrangerá inteligência de mercado, produto e tecnologia para aplicações de higiene, produtos pessoais e bens de longa duração. A conferência oferece: Um evento de networking exclusivo que atrai as principais partes de toda a cadeia de suprimentos de não-tecidos A exposição é uma oportunidade única para que as empresas se encontrem e promovam os seus serviços e produtos. Palestrantes de alto nível, apresentando temas direcionados para as necessidades da sua empresa Para mais informações entre em contato: [email protected] Para formulários de inscrição e reserva de hotel, por favor, visite a seção "Events" do nosso website www.edana.org NEGÓCIOS Sinal continua amarelo para produção industrial Estimativas do mercado indicam que, em 2015, o PIB não vai crescer. Isto deverá manter as indústrias cautelosas quanto a investimentos neste ano. O setor têxtil e de confecção brasileiro fechou o ano de 2014 com déficit de US$ 5,9 bilhões na balança comercial. Ao mesmo tempo, houve redução de 6,7% nas exportações, alta de 4,8% nas importações e queda de 4,8% no faturamento que alcançou US$ 55,4 bilhões. A produção física têxtil, por sua vez, caiu 5% em 2014 na comparação com 2013, totalizando 2,1 milhões de toneladas produzidas e o setor perdeu 20 mil postos de trabalho no ano passado. Os dados foram divulgados no dia 22 de janeiro pelo presidente da Abit, Rafael Cervone Netto, durante coletiva de imprensa na sede da entidade. Estimativas de mercado indicam que o PIB não crescerá em 2015. Com base nisso, a Abit estima que a produção têxtil crescerá apenas 0,3%, enquanto a confecção terá 0,7% e o varejo de vestuário, 0,4%. O saldo da balança comercial deverá ser ainda pior que o registrado em 2014, com déficit de US$ 6,13 bilhões. “Não estamos otimistas, mas temos que trabalhar com visão de futuro”, destacou o presidente da entidade. Perspectivas econômicas do setor para 2015 Produção Confecção 0,7% Produção Têxtil 0,3% Varejo de Vestuário 0,4% Faturamento do Setor Têxtil e de Confecção US$ 51,5 bi Geração de Empregos Perda de 4 mil postos Exportação + 2,7% (US$ 1,21 bi) Importação + 3,6% (US$ 7,34 bi) Saldo da Balança Comercial Déficit US$ 6,13 bi Fonte: RC Consultores e Bacen - Elaboração: Abit Diante deste prognóstico, a Abit determinou quatro áreas que serão foco do setor a partir de 2015. Na área Trabalhista, o principal objetivo é buscar modernização das relações trabalhistas, para permitir novas modalidades de contrato de trabalho; na área Tributária, a meta é fortalecer o projeto de Regime Tributário Competitivo para a Confecção - RTCC 18 que altera o modelo de tributação das confecções brasileiras. A entidade, que defende a desoneração e a simplificação dos impostos sobre a indústria, quer reduzir para menos de 10% a carga tributária média que incide sobre as confecções, que hoje é de 18%. Outras duas áreas importantes são a Inovação e Produtividade, que pretende intensificar investimos em produtos e gestão; e Comércio Exterior, que defende o fortalecimento dos acordos bilaterais, especialmente com os Estados Unidos. No balanço da Abit, também foram reafirmadas as metas do plano Têxtil 2030, cuja elaboração é desenvolvida em parceria com a ABDI e Senai-Cetiqt. Entre as estratégias anunciadas estão a criação de uma plataforma tecnológica para impulsionar a inovação e uma maior integração entre varejo e indústria. Foi anunciada também a realização do 2º Fórum Internacional de Inovação Têxtil, que deverá acontecer em abril, com enfoque nos Esportes. O primeiro evento, realizado em 2014, abordou o universo dos tecidos inteligentes. Raio X do Polo Têxtil Paulista Francisco Ferraroli, vice-presidente do Sinditêxtil-SP, durante coletiva em Americana, onde o estudo do IEMI foi apresentado. Entre 2009 e 2013, houve um aumento de 8,9% no número de empresas têxteis e confeccionistas em atividade no País, que passou de 9.030 para 9.191 estabelecimentos. São Paulo continua sendo o principal produtor têxtil do Brasil, já que no mesmo período, o número de empresas têxteis na região paulista cresceu 1,3% (de 4.882 para 4.944 empresas). A maior participação de São Paulo, em quantidade de NEGÓCIOS indústrias, se verifica nas tecelagens, com 48,1% do total nacional e a cidade de Americana lidera o polo industrial com 605 empresas do setor. As indústrias confeccionistas, representadas pelos produtores de artigos da linha lar e do vestuário, representam 92,8% do total de empresas da região, seguidas pelos beneficiadores, com 2,8%, e pela malharia, com 2,3%. O levantamento, encomendado pelos sindicatos da indústria, foi apresentado em dezembro aos jornalistas, pelo economista Marcelo Prado, diretor do IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), responsável pelo estudo. “Entre 2009 e 2013, a produção têxtil nacional recuou 6,8% e São Paulo, que detém 32% da produção nacional, recuou 3,9%, ou seja, mostra que o setor, apesar da crise, resistiu”, ressaltou Prado, acrescentando que as indústrias paulistas têm buscado outros caminhos – além do vestuário, para crescer, investindo na produção de artigos diferenciados, como tecidos técnicos, e também na logística para aumentar a eficiência na distribuição. O economista destacou ainda que as importações de manufaturados, que nos últimos anos foi apontada como principal responsável pela queda na competitividade da indústria nacional, “está em ritmo mais lento”, devido à valorização do dólar, que torna os importados mais caros. feiras movimentam o mercado de têxteis técnicos Fimec no Brasil e Techtextil 2015 na Alemanha são oportunidades para conferir novos materiais e aplicações. Os tecidos técnicos e nãotecidos estão entre os produtos utilizados na produção de calçados, bolsas e outros acessórios fabricados pela indústria calçadista. Por esta razão, os profissionais que atuam neste mercado não podem deixar de conferir a FIMEC, maior feira de componentes para o segmento coureiro-calçadista da América Latina, que acontece de 17 a 20 de março nos pavilhões da Fenac em Novo Hamburgo/RS. Com 660 expositores, o evento deve atrair mais de 40 mil visitantes. Para ampliar o acesso de micro e pequenos fabricantes do segmento de componentes para calçados e artefatos à Fimec, a Assintecal e a Fenac, com o apoio do Sebrae, firmaram recente parceria que viabiliza 16 espaços padronizados em um estande coletivo. As empresas receberão também a consultoria do Fórum de Inspirações Verão 2016, para auxiliar no desenvolvimento de suas próximas coleções. Vitrine internacional A cada dois anos, empresas e profissionais que atuam no mercado de tecidos técnicos e nãotecidos têm um Já Francisco Ferraroli, presidente da área de Fibras da Rhodia Solvay Group e também vice-presidente do Sinditextil-SP, disse que a indústria têxtil brasileira deve ter capacidade para se manter no mercado, se readequando à fase atual de baixo crescimento e freada no consumo interno. “Há 15 anos que ouço falar de crise e constato que a maioria das empresas tem sabido superar as fases difíceis com competência.” Ele, porém, alertou para a mudança de cenário global, ressaltando que a China, maior país produtor e exportador de têxteis do mundo, possui hoje uma expressiva classe média com salários mais altos e uma elevação de custos internos como energia. “Claro que os chineses vão continuar fortes no mercado internacional, mas seu foco tem se voltado também para o consumo doméstico ultimamente. Por outro lado, devemos nos preocupar com novos atores como Bangladesh, Paquistão, entre outros países asiáticos, que entraram em cena produzindo e exportando toneladas de produtos têxteis a preços baixos”. E finalizou: “Ao mesmo tempo em que ratifica a pujança da indústria têxtil/confecção em nosso estado, o estudo contém um alerta em suas estatísticas: nos últimos anos, tivemos queda na produção não só em São Paulo, mas também no Brasil. Se quisermos ter empresas grandes e fortes, temos que melhorar nossa produtividade, investir na inovação e abrir o comércio internacional”. encontro marcado em Frankfurt, na Alemanha, onde acontece a Techtextil, maior feira internacional do setor a ser realizada entre os dias 4 a 7 de maio no centro de exposições da Messe Frankfurt. O evento reunirá cerca de 1.300 empresas internacionais de 48 países, devendo receber mais de 27 mil visitantes. Na feira serão apresentados os mais recentes desenvolvimentos e soluções têxteis para diversas áreas: da construção ao setor automotivo e aeronáutico até vestuário desportivo e funcional, além de outras aplicações industriais. Uma das atrações mais esperadas desta edição é o 18ª Simpósio Techtextil, trazendo diversos temas relevantes sobre mercado e tecnologia, incluindo as novidades da Avantex - simpósio dedicado ao vestuário de perfomance, que passou integrar esta conferência. A Techtextil também acontece, pela terceira vez, em sinergia com a Texprocess, feira internacional de equipamentos e maquinários para materiais flexíveis. Neste evento serão apresentadas as inovações tecnológicas em corte e costura; bordados, acabamentos, soluções informáticas, design, logística e eliminação de resíduos. Outra novidade é o lançamento do ‘Innovative Apparel Show’, no qual quatro universidades e escolas de moda irão apresentar os seus designs durante os dias da feira. (MM) 19 FEIRAS & EVENTOS Uma mostra de materiais avançados Divulgação A Feiplar Composites & Feipur 2014 apresentou produtos e soluções para a indústria de materiais compósitos, poliuretano e plásticos de engenharia. O evento apresentou demonstrações técnicas nos estandes. A 8ª edição da Feira e Congresso Internacionais de Composites, Poliuretano e Plásticos de Engenharia reuniu cerca de 300 empresas e segundo os organizadores, recebeu um número 5,3% maior de visitantes do que o evento de 2012. “Foram mais de 15.250 profissionais de todo o mundo, com destaque para os participantes da América do Sul”, disse Simone Martins Souza, diretora do Grupo ArtSim, responsável pela organização do evento. Além da exposição de produtos, a Feiplar Composites & Feipur 2014 também contemplou o público com a realização de Painéis Setoriais (seminários), que abordaram diversos segmentos como Náutico, Isolamento Térmico, Automotivo, Construção Civil, Energia Eólica, Aeroespacial, Nanotecnologia e Espumas Flexíveis. Para conhecer as novidades deste mercado de alto valor agregado, a Revista Têxtil Técnico Report - TTR visitou a feira, que aconteceu entre os dias 11 e 13 de novembro, no centro de exposições Expo Center Norte, em São Paulo. Destaques A tecnologia de aditivação de polímeros apresentada pelo engenheiro Felipe Gomes, da 3M do Brasil, foi uma das atrações do Painel de Isolamento Térmico que teve como principal objetivo, mostrar soluções destinadas ao isolamento térmico para fins residenciais, comerciais ou industriais. Instalada no Brasil desde 1946, quando iniciou a produção de fitas adesivas, a 3M é uma multinacional 20 com atuação em diversos países, tendo atualmente sete unidades em território brasileiro. Um de seus mercados em ascensão é o de poliuretano (espuma sintética) para isolamento térmico que exige alto nível de resistência em condições extremas. Estas aplicações vão desde tubulações de gás e dutos de petróleo em elevada profundidade até revestimento de superfícies de grandes estruturas. O produto é um polímero aditivado com microesferas de vidro, à base de borossilicato de sódio e cálcio – material inerte e não solúvel em água, que suporta exposição de altas temperaturas e pressão. “Mais eficiente que os tradicionais polímeros com microesfera de cerâmica, o 3M Glass Bubbles é composto de microesfera oca que por ser volumosa, confere menor condutividade e também consegue aumentar a reflectância das tintas ou resinas empregadas nas camadas da barreira térmica”, explica Felipe Gomes, acrescentando que o produto já é fabricado no Brasil desde 2012. No setor de máquinas e equipamentos, a empresa brasileira Rivitex apresentou, entre as novidades de suas representadas, a máquina de costura Merrow 12 Class, da fabricante norte-americana Merrow, para tecidos industriais feitos com fibras de aramida e fibra de carbono, além do mais novo lançamento da marca, o modelo 72-D3B-2- R, para emenda de tecidos de fibra de vidro FEIRAS & EVENTOS e nãotecidos. “Trata-se de uma costura especial, chamada enrolado, própria para coser substratos com ligamentos mais espaçados, diferentes dos tecidos compactos”, explica o engenheiro Thomas Schwarzbach, sócio da Rivitex. A empresa também divulgou os teares de malha ketten da alemã Karl Mayer Liba, para produção de tecido multiaxial de fibra de carbono e fibra de vidro, e os sistemas de aquecimento para a fabricação de PAN (poliacrilonitrila), matéria-prima da fibra de carbono, desenvolvida pela Retech, da Suíça. multiaxiais acoplados, fios de fibra de vidro, fita de fibra de carbono, tecidos para plásticos reforçados (aramida), entre outras especialidades. “O crescimento do mercado de tecidos técnicos e plásticos reforçados tem se revelado constante no Brasil, nos últimos anos, devido ao impulso da construção civil e do setor automotivo. Os produtos à base de fibras de alto desempenho substituem o aço e outros produtos tradicionais com propriedades mais leves, mais eficientes e com menos custos”, destaca Matheus Paixão, da área comercial da empresa. A Feiplar Composites & Feipur também atraiu expositores internacionais como a Fibertex Nonwovens, empresa com sede na Dinarmarca e unidades na Espanha, República Checa e escritório em Portugal. Segundo o diretor geral Jorge Ribeiro, a companhia, que pela segunda vez participou da feira no Brasil, é uma das maiores fabricantes de nãotecidos agulhados e spummelt do mundo, com forte atuação na Europa e Estados Unidos. Fibras do futuro Ao contrário de suas “primas” têxteis vegetais, voltadas majoritariamente ao vestuário, as fibras minerais encontram um leque de aplicações industriais diversificado – de colchões isolantes a estrutura de barcos; de chassis de automóveis a reforço de pás eólicas. Isto faz com que seu uso seja bastante específico e qualificado. As telas de fibras de cerâmica com interior de fibra de vidro, por exemplo, são eficientes para aplicação em coberturas, substituindo o amianto. Geralmente fornecida em rolos de mais de 25 metros, podem ser aplicadas em isolamento térmico, sendo resistentes a temperaturas entre 500 °C e 1200°C, conforme os fabricantes. As aramidas sintéticas, por sua vez, são utilizadas para produção de tecidos de reforço e blindagem, pois conferem excelentes propriedades mecânicas, como alta resistência ao corte e à abrasão, enquanto os tecidos com fibras de sílica são indicados para roupas de proteção que exigem operação em locais de altas temperaturas. Há também os fios híbridos, feitos de aramida e vidro, utilizados em materiais compósitos para engenharia; os fios de fibra de vidro utilizados em linhas de costura resistentes à variações de temperatura; as fibras de carbono que se destacam por sua baixa densidade associada a uma alta resistência mecânica e portanto, muito utilizada nas industrias aeroespacial, aeronáutica e automobilística, e ultimamente, na produção de materiais esportivos e medicinais. Enfim, nota-se que é um mercado de grandes oportunidades para as indústrias que apostam na alta tecnologia e inovação. A indústria química fornecedora de aditivos também se fez presente na feira, afinal, sem os umectantes, dispersantes poliméricos, resinas, redutores de viscosidade, entre outras dezenas de produtos, é impossível conferir performance aos compósitos de plásticos reforçados à base de fibras minerais. Com oito anos de mercado, a Polystell do Brasil, sediada em São Bernardo do Campo, apresentou sua gama de produtos para o mercado de tecidos técnicos e plásticos de engenharia, com destaque para os seguintes produtos: o aditivo bactericida/antimicrobiano que se transforma em barreira de proteção contra fungos, bactérias e germes, à base de nanopartículas de prata; o umectande de fibras Polyumec 5757-D10, isento de solventes e que também atua como diluidor para laminação, e uma linha de aditivos bifuncionais para pigmentos orgânicos e inorgânicos. Situada entre as maiores fabricantes nacionais de tecidos de fibra de vidro, a Texiglass, com fábrica em Vinhedo, interior de São Paulo, fornece também tecidos 21 INSUMOS & TECNOLOGIA Por: Marcia Mariano Automóveis revelam beleza interior Divulgação Montadoras oferecem aos consumidores, além de inovações, modernidade e bem-estar dentro dos veículos. Fiat Uno Vivace 2015. No Brasil, na hora de comprar o tão sonhado automóvel, o consumidor olha primeiro para o bolso, depois para o visual e por último, o conforto. Mas este comportamento tende a mudar. Pelo menos é o que espera o Governo a partir do lançamento do programa Inovar-Auto, que visa trazer inovações incrementais nos modelos fabricados no País, tornando-os mais competitivos. A indústria automotiva – que além de carros produz caminhões, ônibus e outros utilitários, é uma das pioneiras na sinergia entre design e engenharia para o desenvolvimento de veículos atrativos e eficientes. Aliado a esta premissa está a identidade das marcas que alicerça a imagem corporativa e sustenta o valor de mercado das empresas. Mas para chegar à categoria de 22 objeto de desejo das pessoas, o automóvel, que surgiu no alvorecer no século passado, teve que superar desafios tecnológicos para garantir, ao mesmo tempo, os três pilares de sua concepção: desempenho, segurança e conforto. Dentre os mais de três mil itens que compõem um carro, os tecidos e nãotecidos estão entre os insumos relevantes. Após conferir as novidades no último Salão do Automóvel de São Paulo, realizado em novembro, contatamos algumas das principais montadoras existentes no Brasil para falar sobre tecidos automotivos. Fiat, Ford, Peugeot Citroën e Vollkswagen gentilmente atenderam o nosso chamado e aqui revelam como trabalham com os materiais têxteis. INSUMOS & TECNOLOGIA Centro de Design Nesta abordagem, as empresas mostram a importância que dão ao design interior de seus automóveis, mantendo departamentos específicos para esta finalidade. A Fiat, montadora de origem italiana, instalada em Betim, Minas Gerais desde 1976, possui o “Fiat Latam Design Center”, que foi o primeiro centro de design da empresa, construído fora da Europa. Ele é responsável por criar propostas e soluções de estilo, seja para o exterior ou interior do automóvel; nas áreas de Graphic Design e Color & Trim, setor que desenvolve tecidos, texturas, acabamentos e combinação de cores dos veículos da montadora. A Volkswagen do Brasil, inaugurada em 1959, em São Bernardo do Campo, São Paulo, que trouxe o conceito de automóveis resistentes e econômicos, também estabeleceu aqui o seu primeiro estúdio de Design fora da matriz na Alemanha. Dentro deste departamento existe o Color & Trim, dedicado à criação e desenvolvimento de todos os itens de acabamento do automóvel: cores externas e internas, tecidos, vinis, couros, nãotecidos (teto, carpete), texturas, cromo, Hot Stamping, filmes decorativos, adesivos, ícones, entre outros. Com fábrica em Porto Real, aberta em 2001 no Estado do Rio de Janeiro, a Peugeot Citroën do Brasil, filial do grupo francês PSA, é uma das mais jovens montadoras nacionais a seguir o padrão europeu de manter localmente um centro de criação, gerido pela equipe de design Color&Trim. Admiradores da beleza e sofisticação, bem ao gosto da tradição francesa, os designers da marca buscam inspiração em vários setores não automotivos, como o mundo da moda, arquitetura, decoração, ou mesmo o universo da música e da arte para desenvolver seus produtos. Já a veterana Ford, que traz a simbologia norte-americana de inventora do automóvel popular em 1903 e da linha de produção em 1913, foi também a primeira indústria automobilística a estabelecer filial brasileira, em 1919. Instalada inicialmente na cidade de São Paulo, a Ford expandiu sua produção, incluindo caminhões e tratores, e na década de 1970, inaugurou seu parque fabril na região do ABC, em São Paulo. Dentro do seu Departamento de Design, a Ford possui uma área denominada “Cor e Acabamento” que desenvolve uma estratégia em tecidos, seguindo as tendências internacionais tanto de estruturas, cores, tipos de fios até aplicações finais como relevos, bordados, etc. FIBRAS DE POLIÉSTER produzidas com 100% de embalagens PET recicladas. behype.com.br APLICAÇÕES EM DIFERENTES SETORES AUTOMOBILÍSTICO Revestimento Piso / Teto ENCHIMENTO Móveis / Travesseiros PRODUTO IGUAL AO NOVO, MAS É RECICLADO. BOM PARA VOCÊ, BOM PARA A NATUREZA. NÃO-TECIDO Couro Sintético / Geotêxtil TÊXTIL Vestuário / Casa www.unnafibras.com.br [email protected] Tel.: (55 11) 4478-2180 / (55 11) 4478-2222 INSUMOS & TECNOLOGIA Seleção de materiais Por serem empresas multinacionais, as montadoras buscam seguir um processo padrão em todas as suas plataformas existentes pelo mundo. Mas os executivos também levam em consideração algumas particularidades como o gosto e a cultura local para melhor atender seus exigentes consumidores. TTR quis saber como é feita a escolha dos tecidos nãotecidos para os automóveis. Fabien Darche, gerente de Estilo de Cores e Materiais América Latina da PSA Peugeot Citroën, explica: “A partir de um briefing do marketing, o time de criação (estilo de cores e materiais) vai trabalhar com os fornecedores de tecidos para criar e desenvolver propostas a serem escolhidas por meio de processo de decisão eliminatório dividido por etapas. A cada etapa, a direção geral vai avaliar as amostras (fase preliminares) ou peças confeccionadas em maquetes (fases finais) na base de critérios estéticos e sensoriais, econômicos e técnicos. No final, escolhe-se a proposta definitiva”. Divulgação A supervisora do Departamento de Design da Ford, Adília Afonso, segue na mesma direção: “Temos uma área de Cor e Acabamento e não nos limitamos a interiores, mas também, a parte externa dos carros e caminhões. Fazemos briefings em forma de ilustrações e estes são passados para todos os nossos fornecedores locais (homologados globalmente) com as respectivas estimativas de custo que cada proposta deve atingir. Direcionamos também a tecnologia que gostaríamos de ter em cada versão do veículo. Os fornecedores interpretam nossos briefings e apresentam amostras físicas. É a Engenharia que informa as especificações as quais os tecidos devem se submeter”. Interior do novo Ford Ka. Na Fiat a escolha leva em consideração o tipo de cliente, a missão do produto e o segmento do veículo. Têxteis e nãotecidos são usados nos bancos, painéis de porta, assoalhos, volantes, teto, coifas de freio de mão e câmbio, informa a assessoria da empresa. Já na Volkswagen existe um processo criativo que começa a partir da pesquisa de tendência imagética, de mercado e público alvo. “É feito um briefing e o desenvolvimento se inicia junto 24 aos fornecedores. Selecionadas as amostras, ao menos três propostas são feitas por versão/aplicação, para decisão do Board da companhia. Sempre levando em conta o impacto financeiro e análises técnicas”, detalha a Supervisora de Color & Trim da Volkswagen do Brasil, Marília Biill. Exigências aos fornecedores Em geral, os têxteis utilizados no interior dos automóveis requerem características que vão além da escolha de texturas e estampas. Não é à toa que o número de fornecedores que atende a esta poderosa indústria é seleto e restrito. Entretanto, todas as montadoras garantem que utilizam têxteis técnicos fabricados no Brasil em seus automóveis. O gerente de estilo Fabien Darche vai direto ao ponto: “O grupo PSA Peugeot Citroën é um ator global no mundo automotivo. Assim, 100% dos tecidos utilizados no Brasil são produzidos localmente por indústrias associadas a fornecedores globais do Grupo. As exigências de produção, qualidade e durabilidade são as mesmas em qualquer região do mundo, pois existe uma norma única de especificação técnica na PSA”. Na montadora Fiat exige-se nos tecidos durabilidade mecânica (atrito, esgarçamento), proteção contra incidência solar (UVA e UVB), além de padronização e capacidade produtiva dos seus fornecedores que “devem trabalhar com as últimas inovações e tecnologias da área, buscando sempre antecipar as tendências do mercado”. A Fiat também trabalha com acabamentos diferenciados, como impermeabilizantes que diminuem a sujeira e facilitam a manutenção dos assentos. Na Ford, Adília Afonso diz que os tecidos aprovados são refeitos em produção e os testes finais apresentados ao departamento de Engenharia e Materiais da empresa. “O toque e a maciez são fundamentais para a escolha dos tecidos. Já os nãotecidos não passam por esse processo em etapas. Como são materiais complementares, no começo de cada programa, eles são direcionados para compor carpetes para piso e carpete para porta-malas (base e laterais). Os nãotecidos com fibras finas vão para o compartimento porta-pacotes e para áreas não visíveis dos bancos (principalmente para diminuir ruídos) e para tetos moldados”, explica a executiva, acrescentando que normalmente os nãotecidos seguem as cores de interior mais escuras e no caso do teto, são claros. Marília Biill, da Volkswagen do Brasil, comenta que vários aspectos são avaliados na hora na escolha dos materiais têxteis, levando em consideração o conceito do veículo e sua versão; a demanda e expectativa de mercado e, claro, os consumidores. Ela diz ainda que as especificações técnicas da área de Engenharia e Qualidade devem ser atendidas à risca, pois garantem que o material seja durável, confortável, resistente à luz e à abrasão. “A Volkswagen possui identidade única e bem definida. Alinhada ao conceito de design da marca de ser (um automóvel) durável, racional, elegante e preciso. Não utilizamos, por exemplo, tecido plush, (tipo pelúcia), pois acumula sujeira e odores. SIGMA - SISTEMA DE APLICAÇÃO DE LÍQUIDOS (PRODUTOS QUÍMICOS E LÍQUIDOS) Aplicações: - Impressão Digital - Impressão Rotográfica e Flexográfica - Papel e Tecidos - Painéis de Fibra de Madeira - Têxteis e Tecidos Técnicos - Filmes - Laminados VANTAGENS - Quantidade de aplicação de definição precisa; - No longo prazo, elevada consistência da quantidade na distribuição do líquido; - Reprodutibilidade das quantidades de aplicação; - Aplicação de vários tipos de líquidos; Proteção bacteriana Revestimentos hidro-repelentes - Redução da quantidade de aplicação; - Menor consumo de energia; - Fácil utilização Menor tempo de secagem. Revestimentos impermeabilizantes e resistentes a sujeiras Alguns exemplos de produtos químicos de acabamento: emolientes, proteção contra-chama, agentes antibacterianos, antimicrobianos ou hidrofílicos / hidrofóbicos e oleófilos líquidos. PROPRIEDADES INDIVIDUAIS E FUNCIONAIS PARA NÃOTECIDOS E TECIDOS TÉCNICOS A WEKO é conhecida mundialmente por seus sistemas de aplicação de líquidos. Originalmente desenvolvido para a indústria de impressão e papel, este processo é usado hoje no nãotecido, papel, filme, tecidos técnicos e a indústria têxtil. Oferecendo soluções econômicas e sustentáveis proporcionando aos nãotecidos e tecidos técnicos propriedades específicas. Só a quantidade necessária é aplicada, na medida exata e sem contato. Isso, preserva os recursos, o ambiente e seu custo de aplicação é reduzido por não haver descarte por contaminação. Por conta das quantidades mínimas aplicadas não apenas a quantidade de produtos químicos mas também energia secagem é reduzida, assim, aumentando sua produtividade. Indaial / SC - Brasil | + 55 47 3333-1320 | www.weko.net.br INSUMOS & TECNOLOGIA Divulgação Aplicamos muitos grafismos geométricos e principalmente efeitos tridimensionais. Acreditamos que a textura, a composição e a qualidade percebida são os elementos fundamentais para construção de um relacionamento duradouro com o consumidor”. Voyage Evidence, da Vollkswagen. Inovação têxtil Para os amantes das quatro rodas, o Salão do Automóvel é um colírio para os olhos. Reluzentes e tecnológicos, os carros exercem um fascínio irresistível como símbolo de status social. Todos os anos, o evento é aguardado com ansiedade pela mídia e pelo público. No último Salão, a expectativa não foi diferente. Expostos em megaestandes, cercados por belas modelos, som e efeitos especiais, os automóveis brilharam mais uma vez. No espaço da Peugeot, destaque para o 208 Quiksilver, com encostos dos bancos revestidos em tecido bordado; e 208 Urb, com assentos com detalhes na tonalidade vinho e conjunto de tapetes exclusivos, com o gráfico personalizado. Fabien Darche explica que sendo protótipos, estes dois modelos apresentados na feira foram baseados nos veículos de produção da marca. “O pessoal do design escolheu tecidos industriais para serem utilizados em ambos, assim, caso tomemos a decisão de produzi-los em série, os tecidos já estariam prontos para aplicação imediata na linha de montagem”. O executivo acrescenta que no caso do modelo 208 Urb foi utilizado o mesmo tecido do Peugeot 208 Griffe comercializado hoje, sendo feita apenas uma alteração de cor, de trama azul de série por uma linha na cor vinho, combinando com a cor Dark Carmim da carroceria. Já no 208 Quiksilver, ele completa: “aproveitamos uma malha metalizada Sandstone. Essa malha recebe uma aplicação exclusiva com o logomarca da Quiksilver repetido em toda a superfície, criando um desenho em 3D”. Na Fiat, a surpresa foi a nova padronização nos tecidos do Bravo 2015. Segundo a montadora, esta foi uma das grandes modificações do modelo, que passou a oferecer um interior mais requintado, sofisticado e confortável. Os últimos lançamentos da Fiat também apresentaram novidades como aplicações de embossed (relevo), tecidos high-density, acabamentos a laser e bordados que valorizaram os bancos do Novo Uno, Linea, Punto, Novo Palio e Grand Siena. Na Volks, segundo a supervisora Marília Biill, o destaque foi o revestimento “Dinâmica”. Utilizado junto ao couro, possui aspecto nobre e requintado. “Aliado à preocupação 26 ambiental, este material não só é composto de fibras recicladas como também possui processo de fabricação totalmente controlado e sustentável, permitindo que o produto final também seja reciclável. O resultado, aplicado nos bancos do Voyage Evidence, é surpreendente. Sofisticação e sustentabilidade caminhando juntos”. No estande da Ford também foram apresentados produtos avant premier. “O Salão do Automóvel é sempre um balão de ensaio. Além de se testar o mercado, podemos apresentar novidades e utilizar materiais que nossos fornecedores estão desenvolvendo e testando”, revela Adília Afonso. Destaque para os modelos Eco Sport no conceito “Beauty and Beast” (Bela e a Fera). O Beauty (mais clássico e refinado) foi montado com bancos revestidos em couro em tons quentes, inclusive no painel de instrumentos e portas, enquanto no Beast (mais esportivo), foi utilizado materiais alternativos com tecidos, debruns e vinis. “Estes materiais foram moldados num processo exclusivo de altíssima tecnologia de um nosso fornecedor global. O resultado foi fantástico e estamos perseguindo esse modelo para futuros veículos. Inclusive o teto era feito de nãotecido com relevo”, destaca a executiva. Outra novidade da Ford foi apresentada no Focus, com revestimento do teto em nãotecido impermeável, com impressão de acrílico transparente e mais uma impressão com pontinhos que se parece tecido. Este revestimento, segundo a empresa, é único no mercado automobilístico brasileiro. Sustentabilidade Além de tecnologia embarcada, as montadoras também se esforçam para mostrar ao mercado que seus produtos são sustentáveis. E aí, entra a contribuição das fibras têxteis que podem ser reutilizadas e aplicadas em áreas visíveis e não visíveis dos carros. “Os nãotecidos são bastante utilizados na indústria automobilística: nos carpetes, tapetes de sobrepor, revestimentos de teto, forrações, isolamento acústico, porta-pacotes, entre outros compartimentos e a Volkswagen do Brasil foi inovadora ao introduzir as fibras de PET recicladas na composição dos seus tecidos e nãotecidos”, garante Marília Biill. “A PSA Peugeot Citroën é pioneira no mercado no uso de materiais verdes e sustentáveis nos carros fabricados no centro de produção de Porto Real (RJ), embarcando uns 20 quilos desses materiais em partes não visíveis, por exemplo, feltro e nãotecido convencional em zonas acústicas e carpete composto de fibras PET recicladas”, enfatiza Fabien Darche, destacando o modelo Peugeot 208 Natural, um dos conceitos exibido no Salão do Automóvel, que trouxe a aplicação desses materiais junto com o know-how da Embraer. Adília Afonso, da Ford, por sua vez, afirma que há mais de 15 anos, todos os nãotecidos utilizados pela indústria automobilística são feitos de fibras PET. “Tecidos de bancos e painéis das portas também podem ser feitos com percentuais de fibra PET. Não existe nenhuma diferença visual nem de toque entre as fibras de poliéster (virgem) e as fibras recicladas de PET, desde que o tecido atenda às especificações da Ford. Porém, localmente, o custo ainda não atinge as nossas expectativas”. Divulgação INSUMOS & TECNOLOGIA Podemos constatar que apesar de sua presença discreta, se comparado aos itens externos dos veículos, os tecidos técnicos e nãotecidos são indispensáveis para o conforto do usuário, e estão presentes desde os modelos mais básicos até os de luxo. Então, porque os carros nacionais não apostam mais nas cores e estampas para tornar seus interiores mais diferenciados? Adília Afonso, da Ford, justifica: “As tendências de desenhos e cores para tecidos devem ser utilizadas com parcimônia nos interiores dos carros. O ambiente é muito pequeno e nas grandes cidades, as pessoas passam muito tempo dentro do carro. Qualquer exagero em termos de cor e tamanho do desenho é uma agressão aos sentidos. Usamos a cor do ambiente como fundo, normalmente cinza bem escuro, com a participação de cor em pequena escala”. Para o gerente de estilo da PSA Peugeot Citroën, o motivo é outro: “É um fator cultural. Há alguns anos, as pessoas Peugeot 208 Urb. que queriam economizar dinheiro no Brasil compravam um veículo. Por isso a noção de valor de revenda é bem mais forte aqui do que na Europa, onde existem ofertas de financiamento diferenciadas, como o leasing, que facilitam a escolha por opções mais ousadas. O brasileiro ainda prefere os modelos mais tradicionais para aumentar as chances de obter um bom valor na revenda. Acreditamos que esse fenômeno vai evoluir com o tempo, mas ainda vai demorar”. EM FOCO Edana mostra vantagens dos nãotecidos automotivos A Edana, associação internacional que representa a indústria de nãotecidos, lançou em novembro, em Bruxelas, uma série de infográficos focados nos nãotecidos automotivos. Segundo a associação, o uso deste produto no setor industrial aumentou consideravelmente nos últimos anos, em especial, na indústria automobilística. Com propriedades específicas, necessária para o bom desempenho e segurança dos veículos, o nãotecido, aliado a outros materiais compósitos, ajuda a reduzir o peso do carro, melhorando o conforto e a eficiência, além de proporcionar isolamento acústico, resistência à abrasão, à água, às chamas e facilidade de moldagem. Pierre Conrath, diretor de Sustentabilidade e Relações Públicas da Edana, comenta: “Ao substituir materiais mais pesados e menos eficientes, os nãotecidos geram menos emissões de gases de efeito estufa. Isto leva não só a uma melhor qualidade do ar, mas uma redução dos recursos e uma melhor saúde para todas as pessoas”. As empresas que fornecem produtos nãotecidos para indústria automobilística utilizam, geralmente, as tecnologias Drylaid, Needlepunched, Spunlace, Thermobonded, Spunmelt e Spunbond. O infográfico está disponível através do site da EDANA: w w w.eda na.org/discover-nonwovens/pro duc tsapplications/automotive Fabricantes italianos se preparam para ITMA 2015 Os produtores de máquinas têxteis da Itália estão se preparando para enfrentar um ano intenso, cujo ápice será a realização da 17ª edição da ITMA Feira Internacional de Máquinas Têxteis e Vestuário, maior feira mundial de máquinas, equipamentos e serviços para a indústria têxtil, que acontecerá de 12 a 19 de novembro, em Milão. A expectativa é grande, pois o evento retorna à Itália depois de um hiato de 20 anos. A ITMA ocorre a cada quatro anos em um país da Europa, desde 1951. Segundo a Acimit, associação italiana que representa o setor de máquinas têxteis, em comparação com a edição anterior, ocorrida em Barcelona, Espanha, mais de 380 expositores italianos deverão estar presentes em Milão, significando um aumento de 19% em comparação com a última feira, em 2011. O presidente da Acimit, Raffaella Carabelli confirma: “Esses números não bastam para colocar a Itália como líder entre os países presentes na feira; acima de tudo, eles testemunham a vitalidade da nossa indústria e a crença que nós temos no setor têxtil”. Entre as várias iniciativas previstas pela associação no decorrer deste ano, antes da ITMA, estão as missões de delegações estrangeiras que virão à Itália 28 para conhecer a sua tecnologia. Cerca de 200 operadores de têxteis, vindos de vários países, como Bangladesh, Irã, Egito e Paquistão, deverão visitar o país para conhecer melhor a tecnologia têxtil italiana para têxteis. www.acimit.it Weko América Latina está de site novo Prático, informativo e dinâmico, o novo site da Weko América Latina, além da integração com a matriz na Alemanha e todas as filiadas ao redor do mundo, permite interatividade com redes sociais e facilita a comunicação em uma plataforma com cinco idiomas disponíveis: Inglês, Alemão, Português, Italiano e Espanhol. Com layout dinâmico, a ferramenta oferece muito mais conteúdo e fácil acesso às informações, transformando o site em uma fonte de consulta permanente, onde o visitante pode conhecer os produtos e mercados de atuação. Na página Setores, por exemplo, o internauta pode conhecer os diversos mercados de atuação da WEKO, assim como suas soluções para processos industriais. Já na seção Produtos é possível conhecer mais sobre cada equipamento, suas vantagens, formas de aplicação e áreas de uso. Há também o Calendário de feiras e eventos do setor e no item Contato, o visitante poderá se comunicar com a empresa e ter acesso a todos os representantes WEKO ao redor do mundo. Para saber mais, acesse www.weko.net.br e conheça as novidades. Regras para EPIs contra quedas Publicada em 24 de julho de 2012, a Portaria n.º 388, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, determina que a partir do dia 24 de julho de 2015, todos os EPIs contra quedas deverão ser comercializados com o Certificado de Conformidade do Inmetro. Incluem-se nesta categoria, produtos como cinturão de segurança, dispositivos trava-queda e talabarte de segurança. Esta medida abrange tanto os equipamentos fabricados no Brasil quanto os importados que não poderão mais ser comercializados ou utilizados sem o Certificado de Conformidade. Fonte: Animaseg - www.animaseg.com.br Johnson Controls renova parceria com a Lectra A Johnson Controls, com sede no Estados Unidos, e considerada a maior fornecedora do mundo de conjuntos de estofados para a indústria automotiva, renovou seu acordo de parceria global com a Lectra por mais três anos. A empresa produz anualmente mais de 50 milhões de assentos, painéis, entre outros produtos para automóveis em 220 fábricas no EM FOCO mundo. Para fortalecer sua posição de líder de mercado, a Johnson Controls vai adquirir todos os equipamentos de corte de tecido com camada de alta espessura exclusivamente da Lectra, bem como os serviços relacionados. A empresa possui mais de 180 soluções Vector® (linha de corte automatizado) em suas instalações. Segundo Willy vanLooy, diretor global de operações de corte na Engenharia de Produção Avançada da Johnson Controls, a tecnologia Vector®é ideal para cortes de alta espessura de uma grande variedade de materiais para estofados automotivo, garantindo aumento da flexibilidade de produção, produtividade e eficiência. “A renovação desse acordo ressalta o valor de nosso relacionamento com a Lectra para nos ajudar a atingir nossas metas estratégicas”, comentou. O CEO da Lectra, Daniel Harari, acrescentou: “É uma honra para a Lectra manter uma relação tão duradoura com a Johnson Controls, baseada numa cultura comum de inovação e compartilhamento das melhores práticas”. Tradicional fornecedora do setor automotico mundial, a Johnson Controls atende hoje clientes em mais de 150 países. www.lectra.com Dow oferece solução para descartáveis higiênicos O mercado de produtos higiênicos vem crescendo exponencialmente na América Latina. No Brasil, houve um salto no consumo de mais de 200% nos últimos 15 anos. Se no início dos anos 2000 apenas 20% da população consumia fraldas descartáveis e absorventes higiênicos, em 2013 este porcentual alcançou 70%, sendo que mais da metade deste consumo se concentra nas grandes cidades e regiões urbanas. Para conquistar os 30% da população que ainda não consomem descartáveis higiênicos, a Dow, um dos maiores fornecedores mundiais de matérias-primas e componentes para área de Higiene e Medicina (H&M), apresenta soluções com base em polietileno (PE), para produção do filme gofrado, utilizado no backsheet (cobertura externa de fraldas e absorventes) que, além da retenção de líquidos, confere mais suavidade no toque da fralda. Para este mercado, a empresa desenvolveu o Agility™, polietilenos de baixa densidade, utilizado na produção de nãotecidos aplicados em artigos como fraldas, absorventes femininos, produtos de incontinência adulta, vestuário médico e aplicações cirúrgicas descartáveis. “Com esta solução, os convertedores podem usufruir de melhoria nos níveis de produção, além de desempenho e maior rigidez que possibilitam redução de espessura do filme, garantindo um produto seguro e confortável ao consumidor final”, comenta Beatriz Goldaracena, gerente de marketing das áreas de Higiene e Medicina da Dow na América Latina. Segundo ela, outras propriedades fundamentais do filme PE em gofrados são a flexibilidade para ajuste da fralda ao corpo e a ausência de ruído, particularidade relacionada à discrição no uso. Beatriz Goldaracena argumenta que a estrutura laminada do filme com nãotecido no backsheet é uma tendência que veio para ficar. “O consumidor está cada vez mais exigente. Além de proteção 100%, ele quer discrição no uso deste tipo de produto. E a nossa tecnologia veio para atender a esta expectativa, de forma pioneira”, finaliza a executiva. Ainda no campo dos nãotecidos, a Dow também oferece as resinas Aspun™, com alta resistência à abrasão para tecnologias spunbond monocomponente. Já na tecnologia spunbond bicomponente, ela pode ser combinada (utilizada na camada externa) com as resinas de polipropileno e tereftalato de polietileno - PET (no núcleo). www.dow.com/brasil Wacker nomeia a Orsil como distribuidor no Brasil Empresa química, com sede em Munique (Alemanha), a Wacker ampliou sua rede de distribuição, nomeando a Orsil Comércio de Produtos Químicos Ltda., como distribuidor oficial de seus produtos para o mercado brasileiro. Com sede em São Paulo, a Orsil comercializará produtos utilizados na indústria têxtil e de agroquímicos, como fluidos e emulsões de silicone, agentes antiespumantes e surfactantes. “Com a parceria com a Orsil poderemos aprimorar nosso serviço de atendimento ao cliente no Brasil. Juntos, seremos capazes de ampliar a nossa participação de mercado no setor”, comenta Valter Araujo, diretor de Negócios da Wacker do Brasil. A empresa oferece grande variedade de produtos de silicone para a indústria têxtil, incluindo aditivos para o acabamento de têxteis e de fibras, agentes de impregnação para têxteis e revestimentos funcionais para tecidos técnicos. www.wacker.com Senai Cetiqt investe em laboratórios O Senai Cetiqt anunciou investimentos de aproximadamente R$ 9 milhões para modernização e ampliação de seus laboratórios, destinados à compra de equipamentos e obras de infraestrutura, que devem ampliar a área útil dos laboratórios em de 675 m² para 1020 m². Segundo a instituição, foram licitados 79 equipamentos, sendo 36 para o Laboratório de Ensaios Têxteis, 6 para o de Microbiologia, 6 para testes de Flamabilidade, 1 para Colorimetria e 20 para o Laboratório de Toxicidade. Entre os equipamentos que estarão disponíveis para testes na área têxtil estão: • Equipamento para ensaio de conforto térmico - utilizado na determinação do conforto fisiológico de tecidos através da medição da resistência térmica e vapor d’água. • Equipamento para medição de carga eletrostática - utilizado para conferir as propriedades de eletricidade estática dos tecidos de proteção, calçados e materiais de couro. • Câmara de envelhecimento acelerado UV – destinada a testes de intempéries acelerada, reproduzindo atmosferas com irradiação UV-A ou UV-B. A previsão para funcionamento total das novas máquinas é dezembro de 2015. 29 prodv A feira têxtil global e brasileira Novas tecnologias Impressão têxtil Sustentabilidade Seminário tecnológico Máquinas e equipamentos Tecnotêxtil Brasil FEIRA DE TECNOLOGIAS PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL EVENTOS SIMULTÂNEOS: ENTBrasil Seritex Exposição de Equipamentos e Insumos para Não Tecidos e Tecidos Técnicos Feira de máquinas e equipamentos para Impressão Têxtil SEMINÁRIOS E FÓRUNS INÉDITOS: 07 a 10 de Abril de 2015 Das 14 às 21 horas - Pavilhão azul Expo Center Norte - São Paulo - SP - Brasil www.tecnotextilbrasil.com.br Apoio: INFORMAÇÕES: FCEM SÃO PAULO: (11) 5589.2880 [email protected] FCEM FORTALEZA: FCEM PORTO ALEGRE: (85) 3111.0595 (51) 3382.0700 [email protected] [email protected] Visite o evento que reúne todos os profissionais e tecnologias do setor têxtil brasileiro. Empresa Associada: Promoção: O MERCADO AO SEU ALCANCE OPENING NEW BUSINESS OPPORTUNITIES AGENDA TTR NACIONAL OUTLOOK “Plus Latin America 2015” Conferência e Networking Global para Nãotecidos Data: 03 a 05 de março Local: Hotel Renaissance / SP www.edana.org/education-events ICS BRASIL 2015 - 10ª edição Feira de soluções integradas, equipamentos e serviços para segurança Data: 10 a 12 de março de 2015 Organizador: Reed Exhibitions Alcantara Machado, Local: Pavilhão Verde Expor Center Norte www.iscbrasil.com.br FIMEC - 39ª edição Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes. Data: 17 a 20 de março Local: Pavilhão da Fenac - Novo Hamburgo / RS www.fimec.com.br FESPA BRASIL Feira de serigrafia e de impressão digital Data: 18 a 21 de março Local: Expo Center Norte / SP www.fespabrasil.com.br Brasil Road Expo 2015 5ª Feira Internacional de Infraestrutura Viária e Rodoferroviária Data: 24 a 26 de março Local: Transamerica Expo Center / SP www.brazilroadexpo.com.br TECNOTÊXTIL BRASIL Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil Evento paralelo: ENT Brasil - 1ª. edição Data: 07 a 10 de abril de 2015 Local: Expo Center Norte / SP www.tecnotextilbrasil.com.br AGRISHOW 22ª edição Feira Internacional de Tecnologia em Ação Data: 27 de abril a 01 de maio Local: Ribeirão Preto / SP www.agrishow.com.br HOSPITALAR Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios. Data: 19 a 22 de maio Local: Expo Center Norte / SP www.hospitalar.com.br FISPAL TECNOLOGIA - 31ª edição Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para as Indústrias de Alimentos. Data: 23 a 26 de junho Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi / SP www.fispaltecnologia.com.br SERIGRAFIA SIGN FUTURE TEXTIL - 25ª edição Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços para Serigrafia, Comunicação Visual, Sinalização, Sublimação, Impressão Digital, Impressão Têxtil, Material Promocional, Brindes e Personalização Data: 21 a 24 de julho Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi / SP www.serigrafiasign.com.br MAQUINTEX / FEMICC - 5ª edição Feira de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para Indústria Têxtil. Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro-Calçadista Data: 18 a 21 de agosto Local: Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza / CE www.maquintex.com.br FINTT - 1ª edição Feira Internacional da Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos Data: 15 a 17 de setembro Local: Palácio das Convenções do Anhembi / SP www.fintt.com.br INTERNACIONAL TECHTEXTIL e TEXPROCESS 2015 Feira internacional de têxteis técnicos e nãotecidos e Feira para Processamento Têxtil e Materiais Flexíveis Data: 04 a 07 de maio Local: Messe Frankfurt - Alemanha https://techtextil.messefrankfurt.com Filtrex Asia 2015 Filtration Conference & Exhibition Data: 25 e 26 de maio Local: Hong Kong - China www.edana.org FEIRA A+A Feira Internacional de Proteção, Segurança e Saúde no Trabalho Data: 23 a 30 de outubro Local: Dusseldorf - Alemanha www.aplusa.de ITMA 2015 Feira Internacional de Máquinas Têxteis Data: 12 a 19 de novembro Local: Fiera Milano RhO - Milão - Itália www.itma.com 31 Máquina circular para tecido de colchão _ Jacquard Eletrônico _ Alto Relevo _ Resistência _ Tecnologia nacional behype.com.br Tecnologia a favor de estilo com conforto AVANÇO S/A TEARES CIRCULARES Av. Presidente Wilson, 3544 - Ipiranga - SP/SP - 04220-000 www.orizio.com.br | [email protected] fone: +55 (11) 2066-0020 | Fax: +55 (11) 2914-0901
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