Clipping Fenep 08-07 Clipping 08/07

Transcrição

Clipping Fenep 08-07 Clipping 08/07
Clipping
de
de
Educação
Brasília, 08 de julho de 2016
JORNAL DO SENADO
08/07/16
GERAL
Valor Econômico
08/07/16
EMPRESAS
Oppenheimer apoia plano da
Kroton para comprar Estácio
Por Beth Koike | De São Paulo
Hoje, o conselho de
administração da Estácio, a
segunda maior empresa de ensino
superior privado do país, realiza
uma reunião para analisar as
propostas de fusão de Kroton e Ser
Educacional. O fundo americano
Oppenheimer - maior acionista da
Estácio, com uma fatia de 17,07%
- deve votar a favor da proposta
feita pela Kroton, segundo o Valor
apurou.
O Oppenheimer detém também
participação de 4,9% na Kroton,
a líder do setor.
O
fundo
sul-africano
Coronation, dono de 10,3% da
companhia carioca e 4,5% da
líder do setor, já enviou
comunicado às empresas Kroton e
Estácio apoiando a associação das
duas.
Ainda de acordo com fontes do
setor, o fundo Capital - maior
acionista da Kroton, com uma fatia
de 7,5% do capital, e que também
possui 8,1% da Estácio - é
favorável à fusão das duas
companhias.
Esses três fundos juntos Oppenheimer, Coronation e
Capital - detém 35,47% do capital
da Estácio. Para conseguir aprovar
a fusão é necessário o apoio de
acionistas da Estácio que tenham
50% de participação e mais 1 voto
a favor. Vale lembrar que um grupo
de 15 fundos possuem papéis das
duas companhias - Estácio e
Kroton. O montante investido por
esses fundos gira na casa de R$ 8
bilhões, sendo a maior parte em
ações da Kroton, uma vez que seu
valor de mercado é quatro vezes
superior ao da Estácio.
A expectativa é que os
conselheiros da Estácio, reunidos
hoje, convoquem uma assembleia
de acionistas - esta deverá definir,
então, o rumo do negócio. Essa
assembleia precisa contar com a
presença de acionistas que tenham
participação de 50% da Estácio.
Chaim Zaher, que tem 14,13%
da Estácio, deixou a presidência
da companhia nesta semana e
deverá participar da reunião de
hoje. Ele avaliava fazer uma oferta
pública de ações (OPA) para
comprar o controle da Estácio.
A Kroton oferece o equivalente
a 1,33 ação própria para cada
papel da Estácio. A incorporação,
propriamente, será feita na
proporção de 1,281. A diferença
será paga em dinheiro, na forma
de um dividendo extraordinária aos
sócios da rede carioca de R$ 0,55
por ação - um total de R$ 170
milhões.
A oferta de fusão da Ser
Educacional contempla uma
distribuição de dividendos de R$
1 bilhão. Segundo cálculos do J.P.
Morgan, a Ser oferece 1,13 ação
para cada papel da Estácio.
O GLOBO
08/07/16
Estudante do Pedro II chega
com medalha
Após
Olimpíada
de
Neurociências, Lorrayne diz que
foco agora é Enem
Aluna do Colégio Pedro II,
Lorrayne Isidoro, de 15 anos,
desembarcou ontem de manhã no
Aeroporto Internacional Tom
Jobim. A julgar pelo sorriso tímido
e o leve aceno de mão, nem parecia
que a estudante havia acabado de
voltar da Dinamarca, onde
conquistara o 18º lugar na
Olimpíada Internacional de
Neurociência. A pista de sua
façanha, no entanto, estava na
medalha que trouxe pendurada
sobre o peito. A adolescente foi a
única brasileira a participar da
disputa, que reuniu 25
representantes de todo o mundo.
Acompanhada da mãe, Estela
Meirelles, e do professor Alfred
Sholl, coordenador da Olimpíada
Brasileira, a jovem disse que
participar da competição foi “um
desafio
alcançado”.
Ela
acrescentou que sua meta era
aprender mais. Segundo ela, o
nível de dificuldades das provas
foi muito alto.
De volta ao Rio, Lorrayne já
tem uma nova meta:
— Estou aberta para novos
desafios, mas agora o foco é me
preparar para o Enem e ingressar
na faculdade de medicina.
RIO
FOLHA DE SÃO PAULO
08/07/16
MERCADO
A crise nas universidades
BERNARDO GUIMARÃES
As universidades públicas estão
em crise. um dos aspectos que
precisam ser revistos é a carreira dos
professores. O trabalho de um
professor universitário vai muito
além das aulas. A pesquisa
acadêmica é uma parte fundamental
do que se espera dos professores
em regime de dedicação integral. A
pesquisa acadêmica de hoje gera
conhecimento para os livros-texto de
amanhã e ajuda o trabalho de
profissionais das mais diversas áreas
(médicos,formuladores de políticas
públicas, profissionais que
desenvolvem produtos).
As universidades pelo mundo são
avaliadas basicamente de acordo
com a pesquisa de seu corpo
docente. universidades como Yale,
Princeton, MIT, Harvard e stanford
são famosas no mundo todo por
causa da excelência em pesquisa.
Nessas universidades (e em outras
mais modestas), quem tem mais
sucesso em suas publicações é
recompensado com uma boa carreira
e um bom salário. Mas muitos
acabam tendo que fazer outra coisa
da vida. Assim, há muita liberdade
de horário, mas muitos trabalham
com afinco nos fins de semana. É
uma carreira muito competitiva (mas
há cooperação também). E no Brasil?
Nas universidades públicas
brasileiras, muita gente se dedica à
pesquisa acadêmica. Há bastante
gente produzindo pesquisa de
qualidade, várias com impacto
significativo na comunidade
científica internacional. Porém, na
outra ponta do espectro, há quem
nunca tenha publicado um artigo
científico desde que acabou o
doutorado. E há, claro, casos
intermediários.
Em economia (e em áreas
relacionadas), a quantidade de
professores que não fazem pesquisa
é muito grande. Muitos professores
de economia das mais renomadas
universidades públicas nem sequer
seriam capazes de entender um artigo
científico publicado no que seriam
as suas áreas de especialização. Só
que os salários não refletem como
deveriam as diferenças entre esses
professores. O mérito acadêmico
não é suficientemente premiado e não
é possível demitir (ou pagar menos
para) quem não tem uma vida
acadêmica.
Assim, há professores que
produzem bastante e ganham menos
do que deveriam ganhar. Mas há
também os que ganham demais pelo
que fazem. São comuns as
discussões sobre a remuneração dos
professores nas universidades
públicas. Fala-se com frequência
dos baixos salários na profissão.
Greves são frequentes. A discussão
não deveria priorizar o salário médio
dos professores. A universidade
pública já é muito cara para quem
paga impostos. Para melhorar a
qualidade sem tornar mais cara a
universidade, é preciso mudara regra
do jogo.
Muitos professores, aliás, nem
dão suas aulas como deveriam. Era
esse o caso de um professor da
Faculdade de Economia da UFMG
que dava o curso sobre "O Capital",
deKarlMarx. Ele normalmente
chegava atrasado ou faltava e,
quando chegava na hora, saía mais
cedo. Contam seus ex-alunos que
um dia ele explicou à turma: "Não se
preocupem com os meus atrasos: eu
tenho uma capacidade de síntese
acima do normal".
Isso foi nos anos 1990. Claro que
o descaso com as aulas jamais
impediria esse professor de continuar
com seu cargo na UFMG, mas ele
acabou fazendo carreira na política.
Hoje, Fernando Pimentel é o
governador de Minas Gerais.
BERNARDO GUIMARÃES é
doutor em economia pela
Universidade Yale e professor de
economia da EESP-FGV e autor do
blog "A Economia no Século 21"
(folha.com/seculo21)
FOLHA DE SÃO PAULO
08/07/16
COTIDIANO
Efeito de bônus da rede pública cai na USP
O número de alunos da rede
pública que entrou na USP com
ajuda do bônus no vestibular caiu
19% entre 2015 e 2016. A queda
ocorre mesmo com a alta de 3%
no total de inscritos no programa.
Desde 2015, a USP tem duas
opções de ingresso, que podem ser
tentadas simultaneamente pelos
estudantes: a maior parte das
vagas é pela Fuvest e outra, pelo
Sisu (Sistema de Seleção
Unificado), que usa a nota do
Enem.
Em 2015, ingressaram na USP
pelo Inclusp 3.811 alunos –quando
39.905 se inscreveram. Já em
2016, entraram 3.070 alunos, de
um total de 41.058 inscritos pelo
sistema. A USP ainda teve em 2016
a entrada de mais 567 alunos da
rede pública pelo Sisu.
O Inclusp foi criado em 2006 e
prevê desde 2014 que estudantes
PPI (pretos, pardos e indígenas)
tenham adicional de mais 5% na
nota.
vezes não viu o conteúdo, tem
mais dificuldades."
Três em cada cinco aprovados
na USP no ano passado fizeram
cursinho preparatório. Em
medicina, por exemplo, 90% dos
ingressantes passaram pelo
reforço.
Frei David Santos, da ONG
Educafro, reclama do perfil da
prova. "A Fuvest sempre foi contra
qualquer inclusão, e fica mais
difícil a cada ano."
PROVA
O Sisu é a aposta da USP para
ampliar a inclusão. Em 2017, as
vagas reservadas para esse
sistema de seleção vão subir de
13% para 20% do total –três
quartos delas só para quem é da
rede pública.
Além dessa expansão, a
instituição também manteve a
bonificação na Fuvest para alunos
de colégios públicos. O estudante
registrado no programa, chamado
Inclusp, tem um incremento na nota
que pode chegar a 25%.
Entretanto, só 7% dos inscritos
conseguiram vaga em 2016. Esse
índice foi de 10% no ano anterior.
Vinda de escola pública,
Mariana Martins, 18, inscreveu-se
pelo sistema no ano passado.
Chegou à segunda fase em letras,
mas não passou. "No Enem, tinha
nota para entrar na Universidade
Federal de Viçosa, mas quis tentar
USP de novo", diz. Se passar, será
a primeira da família a chegar na
universidade.
A coordenadora do Cursinho da
Poli, Alessandra Venturi, diz que
a Fuvest tem um alto grau de
exigência. "Na prova, os estudantes
têm de pensar e repensar. Como o
aluno de escola pública muitas
No ano passado, 34,6% dos
ingressantes da USP vieram de
escola pública (pela Fuvest e
Sisu). Em São Paulo, 85% dos
alunos do ensino médio estão em
escolas públicas.
Segundo a pró-reitoria de
graduação da USP, "a consistência
desses dados foi um dos itens
decisivos" para aumentar em 2017
as vagas por meio do Sisu para
estudantes PPI e da rede pública.
A instituição não planeja alterar as
regras do bônus nem reservar
vagas pela Fuvest.
08/07/16
FOLHA DE SÃO PAULO
08/07/16
MÔNICA BERGAMO
NÃO ACEITO
Educadores que tiveram
revogadas suas nomeações para o
Conselho Nacional de Educação
pelo presidente interino Michel
Temer vão entrar com um
mandado de segurança no STF
(Supremo Tribunal Federal)
pedindo que sejam reconduzidos.
representados pelo advogado
Marco Aurélio de Carvalho, que
obteve liminar no STF para
reconduzir o presidente da EBC,
Ricardo Mello, também afastado
por Temer, ao cargo. Os
argumentos eram iguais: ele tem
mandato de quatro anos e não pode
ser afastado.
NÃO ACEITO 2
Os conselheiros, que haviam
sido nomeados para um mandato
de quatro anos pela presidente
afastada Dilma Rousseff em maio,
foram destituídos em 28 de junho.
Temer revogou a nomeação de 12
dos 24 escolhidos pela petista.
Finalidade
O Ministério da Educação
afirmou que a renovação do
mandato dos conselheiros pela
presidente Dilma configurou
“desvio de finalidade”. “A nova
gestão do MEC pediu parecer à
Advocacia- Geral da União e ele
foi pela configuração de desvio de
finalidade”, diz em nota.
Argumento
Os
educadores
serão
O ESTADO DE S. PAULO 08/07/16
NOTAS & INFORMAÇÕES
As dificuldades da USP
Um dia depois de a Universidade de São Paulo (USP)
ter divulgado a dramática situação financeira em que se
encontra, prevendo encerrar 2016 com um déficit de R$
868 milhões, cerca de 60% a mais do que o previsto no
começo do ano, servidores da instituição mais uma vez
fecharam o principal portão da Cidade Universitária, para
protestar contra o corte do ponto e o desconto dos dias
parados dos funcionários que estão em greve há quase
dois meses. Com 15 mil integrantes, a categoria reivindica
um reajuste de 12,34% e a ampliação do quadro de
funcionários técnico-administrativos, apesar de a USP já
estar enfrentando dificuldades até para arcar com o
montante atual da folha de pagamento.
Há cerca de um mês, os grevistas já haviam fechado
todas as portarias da Cidade Universitária, o que obrigou
a procuradoria da USP a entrar com uma ação judicial
para que outras interdições não fossem promovidas, sob
pena de multa. Mesmo assim, dias depois, a pretexto de
exigir a adoção de cotas raciais, estudantes e integrantes
de movimentos sociais tentaram ocupar o prédio da
Reitoria, tendo sido dispersados pela Polícia Militar, que
precisou usar bombas de efeito moral. Estudantes e
servidores também criticam o fechamento de creches
para seus filhos e a terceirização dos restaurantes
universitários.
Reclamam da falta de vagas nos alojamentos
estudantis. E ainda acusam os dirigentes da USP de
“desmontar” a instituição e de se recusarem a “negociar”.
A crise financeira da maior instituição pública de ensino
superior do País decorre de vários fatores. Um deles é a
crise econômica, que levou à queda da arrecadação do
ICMS, de cuja receita a USP, a Unicamp e a Unesp têm
direito a 9,57%.
Outro fator é a falta de uma política de recursos
humanos sensata e realista, uma vez que muitos servidores
ganham bem mais do que receberiam se estivessem na
iniciativa privada e a distribuição de pessoal por unidades
não é feita com critérios claros e transparentes. Além
disso, enquanto os repasses do Estado despencam, por
causa da queda da arrecadação do ICMS, cresce a
proporção de alunos de baixa renda e oriundos da rede
pública de ensino básico que ingressam nos cursos de
graduação, o que os leva a reivindicar a ampliação de
programas de permanência na instituição.
Contudo, por falta de recursos, a USP não investiu
em novos alojamentos estudantis, oferecendo há cinco
anos as mesmas 2.703 vagas. E também congelou o valor
do auxílio-moradia em R$ 400, que hoje é pago a quase
4 mil beneficiários. Com isso, muitos estudantes pobres
acabam enfrentando dificuldades para prosseguir nos
estudos, o que se reflete nos índices de repetência e de
evasão, fazendo com que a USP incorra em desperdício.
Dito de outro modo, não faz sentido adotar critérios de
inclusão social nos exames vestibulares sem, ao mesmo
tempo, implementar políticas assistenciais. “É preciso
ampliar a inclusão, mas também o suporte aos alunos
pobres e oriundos da rede pública.
Caso contrário, a entrada deles é uma armadilha. Você
o traz para a USP, mas não dá chance para que ele possa
progredir”, afirma Ocimar Alavarse, que é especialista
em avaliação escolar e professor da Faculdade de
Educação da USP. Com cerca de 59 mil alunos de
graduação, 30 mil alunos de pós-graduação, 5,8 mil
professores e 15 mil servidores técnicos e administrativos
em 11 campi, a USP enfrenta um dos momentos mais
difíceis de sua história.
Além do descompasso entre a adoção de medidas
de inclusão no acesso e ausência de assistência aos
estudantes carentes, a falta de recursos a levou a ampliar
a proporção de alunos por professor, o que pode
comprometer a qualidade de seus cursos.
Enquanto isso, os setores mais radicais do corpo
discente e administrativo continuam fazendo exigências
irrealistas, promovendo greves inconsequentes e
recorrendo a ocupações e bloqueios para interditar
espaços públicos com o objetivo de impor, de modo
ilegal e violento, a agenda de corporações e micropartidos
radicais sem representatividade eleitoral.
O ESTADO DE S. PAULO 08/07/16
METRÓPOLE
Associação de colégios é contra
lei para punir ‘doutrinação’
Em sua 1ª manifestação, grupo
que reúne escolas tradicionais diz
defender diálogo e que projeto
pode inviabilizar o ensino
Recém-criada, a Associação
Brasileira das Escolas Particulares
(Abepar), que reúne colégios
tradicionais e reconhecidos por
sua qualidade de ensino, decidiu
que sua primeira manifestação
pública seria contra o projeto de
lei em tramitação na Câmara dos
Deputados patrocinado pelo
movimento Escola Sem Partido,
que prevê punição a professores
que
façam
“doutrinação
ideológica” nas escolas.
A associação reúne 20
colégios, entre eles Santa Cruz,
Móbile, Pentágono, Mackenzie,
Bandeirantes e Vera Cruz, e
argumenta que o legislador pode
“terminar por validar regras que
poderiam cercear e até inviabilizar
o trabalho pedagógico”. A Abepar
defende o “diálogo em vez da
proibição”. “É preciso levar em
conta que a ação pedagógica se dá
por meio de um delicado
equilíbrio de forças, de pesos e
contrapesos,
envolvendo
professores, alunos, famílias,
escolas e sociedade.”
Para a associação, “o diálogo
franco e aberto é sempre o melhor
recurso para a correção de
eventuais desvios”. Mauro Aguiar,
diretor-presidente do Colégio
Bandeirantes, disse que a
manifestação da entidade se deve
à preocupação com o espaço que
projetos do tipo vêm ganhando nos
últimos meses. “É uma proporção
grande e perigosa, ainda mais em
um cenário polarizado como o que
estamos vivendo. O papel da boa
escola deve ser exatamente o de
combater a polarização.” Segundo
Aguiar, o colégio forma bons
alunos porque investe e estimula
debates e a ampliação do
repertório dos jovens sobre as
diferentes formas de pensamento.
“É papel da escola promover o
debate sobre os mais variados
assuntos, incluindo política.
Proibir a escola de fazer isso é
defender a ‘não escola’.” Cadeia.
O projeto de lei do movimento
Escola Sem Partido é do deputado
federal Izalci Lucas Ferreira
(PSDB-DF). Em seu artigo 3º, ele
diz: “São vedadas, em sala de aula,
a prática de doutrinação política e
ideológica, bem como a veiculação
de conteúdos ou a realização de
atividades que possam estar em
conflito com as convicções
religiosas ou morais dos pais ou
responsáveis pelos estudantes”.
O projeto conta com apoio de
integrantes das bancadas
evangélica e católica da Casa – a
Frente Parlamentar Católica tem
209 parlamentares e a Evangélica,
199. Outra iniciativa que tem a
simpatia do grupo é do deputado
federal Rogério Marinho (PSDBRN), que institui “crime de assédio
ideológico”, que prevê até 2 anos
de cadeia para professores. Renato
Janine Ribeiro, professor de Ética
da Universidade de São Paulo
(USP), disse que esses projetos são
um “passo” para a censura e o
autoritarismo.
“Se desloca uma discussão
educacional para o âmbito
criminal, é uma tentativa de
criminalizar a atuação dos
professores, que já têm um esforço
muito grande para educar em
situação adversa. Agora há mais
essa ameaça à atuação deles.”
Roberto Romano, professor de
Ética e Filosofia na Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp),
também vê autoritarismo nos
projetos.
“O mais correto é que os
pressupostos sejam explicitados e
discutidos em família, na
comunidade e na sala de aula. Em
vez de proibir, você tem de exigir
a discussão, a análise e o exame
dos pressupostos que norteiam o
discurso de pais, professores e
alunos.”
CORREIO BRAZILIENSE
08/07/16
ECONOMIA
CONJUNTURA »
Protesto contra OAB
Candidatos que fizeram o 19º
Exame da Ordem do Advogados
do Brasil (OAB) em março
promovem hoje um ato de protesto
em frente ao Conselho Federal da
entidade, no Setor de Autarquias
Sul. Eles virão de todo o Brasil
para entregar uma petição ao
órgão questionando erros que
teriam sido cometidos na correção
das provas e requerer a
reavaliação dos exames. A banca
responsável pelo certame é a
Fundação Getulio Vargas.
Segundo Elise Brites, aluna do
10º período do curso de direito da
Faculdade
Processus,
especialistas respeitados na área
constataram que “cerca de 95%
das provas da segunda fase
apresentam falhas homéricas e até
ausência de pontuação em
questões certas”.
“Não é a primeira vez que isso
acontece. Virou rotina há cerca de
três ano, desde que a OAB
terceirizou a correção das provas
e contratou a FGV. Tivemos
informações de que lá, quem
corrige as provas sequer é
formado. Usam um espelho, sem
nenhum critério analítico. Não
consideram, por exemplo, se for
usado um sinônimo ou citado um
autor correlato”, afirmou Elise.
Por meio de nota, a banca
examinadora informou que “o
posicionamento da FGV Projetos
é de que a correção das provas
segue um padrão preestabelecido
nos espelhos de correção. Os
examinandos que se acharem
prejudicados pelo processo de
correção podem e devem entrar
com recurso administrativo, dentro
do prazo legal. Todos os recursos
são analisados pela banca
acadêmica da FGV”. (VB)
CORREIO BRAZILIENSE
08/07/16
CIDADES
Alerta para alimentação saudável nas escolas
dos jovens entre 12 e 17 anos são
obesos. A pesquisa inédita resultou
em uma portaria em que o ministro
da Saúde, Ricardo Barros,
modifica diretrizes para a
promoção da alimentação
saudável. A ação do chefe da
saúde foi ancorada na geração de
pessoas acima do peso, hipertensas
e acometidas por males
cardiovasculares e problemas
ligados a ingestão elevada de
bebidas açucaradas, alimentos
ultraprocessados, salgados fritos
ou assados e biscoitos doces.
Dalila aprova a mudança de cardápio para ajudar na qualidade
de vida dos três filhos: certeza de que comerão bem durante o
horário de estudo
Ministério da Saúde inicia
plano para mudar as refeições em
colégios de todo o Brasil,
principalmente no intuito de
evitar
doenças
crônicas
posteriores. DF saiu na frente
porque já disponibiliza frutas,
verduras e hortaliças até cinco
vezes por semana
» OTÁVIO AUGUSTO
O padrão da alimentação dos
adolescentes colocou em alerta o
Ministério da Saúde e obrigou as
autoridades sanitárias a iniciarem
uma série de mudanças nas
refeições disponibilizadas nas
escolas. A intenção do governo
federal é estabelecer parâmetros
mais saudáveis para os alunos, a
fim de diminuir os riscos de
doenças
crônicas
não
transmissíveis — principal causa
de morte no DF na última década.
Entre os 20 alimentos mais
consumidos pelos adolescentes, os
refrigerantes estão entre os seis
primeiros, à frente das hortaliças.
Frutas nem aparecem na lista. A
Secretaria de Educação está se
alinhando para atender às novas
regras.
O lançamento do Estudo de
riscos cardiovasculares em
adolescentes (Erica), realizado
pelo Ministério da Saúde e pela
Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), aponta que 8,4%
Maria e a filha, Ana Maria:
ajuda dos colégios com a
alimentação será importante para
que os jovens cuidem da saúde no
futuro
No momento, Barros busca a
adesão espontânea de outros
interlocutores do governo, como
órgãos, empresas e secretarias.
Depois, vai apresentar proposta
para mudança legislativa a ser
aplicada nas escolas públicas e
privadas. “Vamos tentar adesão a
essa política por parte de todos os
que patrocinam alimentação com
08/07/16
recursos públicos. Estamos
iniciando a padronização da
alimentação saudável oferecendo
frutas da estação e carnes frescas”,
explicou o ministro, ao ressaltar
que a geração que nasce agora tem,
em média, menos quatro anos na
expectativa de vida em relação aos
pais. “É a primeira vez que temos
este cenário”, lamentou Barros.
Na capital federal, a oferta de
frutas, verduras e hortaliças ocorre
três vezes por semana aos
estudantes de meio período, e
cinco vezes para aqueles de turno
integral. Um grupo de quatro
nutricionistas
planeja
o
cronograma alimentar para as 14
regionais de ensino. A ideia é
apresentar os mantimentos na
forma natural e abolir enlatados e
artificiais. “Ainda há muita
resistência. O maior desafio é fazer
os adolescentes entenderem e
optarem pela alimentação
saudável. A opção pelo mais
rápido é popular entre os alunos”,
detalhou Gabriela Sotério, diretora
de Alimentação Escolar da
Secretaria de Educação. No DF,
70,7% da população não consome
frutas e verduras suficientes para
uma alimentação equilibrada.
A partir de agora, a oferta deve
ser de alimentos como cereais,
raízes, verduras e legumes, frutas,
castanhas e outras oleaginosas,
leite e derivados, carnes, ovos e
pescados. Também fica proibida a
venda, a promoção, a publicidade
ou a propaganda de alimentos
industrializados com excesso de
açúcar, gordura e sódio, e prontos
para o consumo.
Risco
A dieta dos adolescentes,
segundo o estudo, começa nos
populares arroz e feijão, mas
degringola com pães, sucos
industrializados e carnes — que
lideram o cardápio de mais da
metade desse público. Na sexta
posição, vêm os refrigerantes.
Completam a lista doces e
sobremesas, café, frango,
hortaliças, massas, biscoitos
doces, óleos e gorduras, raízes
(como mandioca, inhame e
cenoura), salgados frios ou
assados, carnes processadas,
bebidas lácteas, queijos e outros
derivados do leite, biscoitos
salgados, bolos e tortas.
O fato de se pular refeições na
adolescência
também
é
preocupante. Quase 22% dos
jovens nunca tomam café da manhã.
Os hábitos refletem na qualidade
de vida. Segundo a Secretaria de
Saúde, 55,1% dos brasilienses
morreram em 2014 vítimas de
doenças
crônicas
não
transmissíveis ligadas a práticas
ruins, como o Correio mostrou na
edição de sábado (Leia quadro
acima).
“Temos um hiato, que é a
educação nutricional. O essencial
é que os governos se unam para
efetivar essas políticas. O maior
abismo é convencer as secretarias
de Educação a operarem esses
parâmetros estabelecidos pelo
Ministério da Saúde. É uma
proposta importante, mas ainda
tímida”, critica o nutricionista
Clayton Camargos. Michele Lessa,
coordenadora de Alimentação e
Nutrição do Ministério da Saúde,
discorda. “Além do alerta dos
dados inéditos do Erica, estamos
iniciando novos protocolos de
alimentação”, defendeu.
Contra a obesidade infantil
Uma criança obesa em idade
pré-escolar tem 30% de chances
de virar um adulto gordo. O risco
sobe para 50% caso ela entre na
adolescência com quilos a mais.
Segundo a Associação Brasileira
de Pediatria, a obesidade infantil
já atinge 15% das crianças
brasileiras. Índice preocupante,
uma vez que já se aproxima do
encontrado nos Estados Unidos que
é de 20%. Para reverter este
quadro, 24 grandes empresas no
Brasil firmaram um compromisso
de limitar a publicidade de
alimentos e bebidas para menores
de 12 anos nos meios de
comunicação e nas escolas.
Mortes
Veja as doenças que mais
mataram no DF
Enfermidade Número de mortes
Porcentagem
Doenças cardiovasculares
3.257 27,1%
Câncer 2.300 19,1%
Doenças
do
aparelho
respiratório 617 5,1%
Diabetes 453 3,8%
Total de óbitos por doenças
crônicas não transmissíveis
6.627 55,1%
Fonte: Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) da
Secretaria de Saúde
CORREIO BRAZILIENSE
08/07/16
Entre acertos e erros
O Correio ouviu pais a respeito das modificações.
A maioria aprovou. Dalila Arruda, 30 anos, é mãe de
três filhos, com idades entre 4 e 12. Os meninos
costumam levar lanches para a colégio, mas, às vezes,
comem a merenda oferecida pela instituição de ensino.
“Devido à correria do dia a dia, não temos tempo de
passar sempre no mercado para comprar frutas frescas
ou outros alimentos saudáveis. Com essa portaria, terei
a certeza de que eles sempre comerão bem. Levando
comida ou não”, concluiu. A professora Maria da
Silva, 32 anos, mãe de Ana Maria, 15, concorda. “Se
as escolas disponibilizarem apenas alimentos
saudáveis, as crianças terão boas escolhas alimentares
desde cedo”, comenta.
Entretanto, a servidora pública Ana Paula Sanchez,
32, mãe de dois filhos, afirma que as instituições
precisam ter cuidado ao mudar os cardápios. “Muitas
crianças almoçam na escola por causa da baixa renda
das famílias, então, caso as opções sejam alteradas,
os alimentos precisam ser mais leves, mas não podem
ser substituídos apenas por frutas”, ressaltou. Ela é a
favor da proibição da venda de salgadinhos,
refrigerantes e frituras nas escolas. “Não podemos
monitorar nossos filhos 24 horas por dia; então, é
interessante que eles só tenham acesso a comidas
saudáveis”, completou.
CIDADES
CORREIO BRAZILIENSE
08/07/16
CIDADES - EIXO CAPITAL
ANA MARIA CAMPOS
Saia justa com aliados
A tentativa de interferência dos
distritais Sandra Faraj (SD) e
Rodrigo Delmasso (PTN) no
conteúdo das escolas públicas foi
muito criticada por técnicos da
educação e pelos professores. Mas
a resposta do governo foi
elaborada com muito melindre
político. É que os dois
parlamentares estão atualmente
entre os mais fiéis aliados do
governador Rodrigo Rollemberg.
Eles têm cargos no governo e
costumam estar presentes nos
eventos oficiais do GDF. O
episódio gerou clima de saia justa.
Faraj, aliás, é a madrinha de um
cargo emblemático, o titular da
Secretaria de Justiça e Cidadania,
Marcelo Lourenço Coelho Lima.
JORNAL DE BRASÍLIA
08/07/16
PONTO DO SERVIDOR
Milena Lopes
08/07/16
JORNAL DE BRASÍLIA
08/07/16
CIDADES