Clipping Fenep 07-06 Clipping 07/6
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Clipping de de Educação Brasília, 07 de junho de 2016 Valor Econômico 07/06/16 OPINIÃO Financiando saúde e educação Por Jeffrey Sachs Em 2015, cerca de 5,9 milhões de crianças com menos de cinco anos, quase todas em países em desenvolvimento, morreram por causas evitáveis ou tratáveis. E até 200 milhões de crianças e adolescentes não frequentam a escola primária ou secundária devido à pobreza, inclusive 110 milhões no nível secundário inferior, segundo estimativa recente. Nos dois casos, enorme sofrimento poderia ter fim com uma quantidade modesta de financiamento mundial. Crianças em países pobres morrem por causas como parto inseguro, doenças evitáveis por vacinação, infecções como malária, para as quais existem tratamentos baratos e deficiências nutricionais - que foram quase totalmente eliminadas nos países ricos. Em um mundo moral, nós dedicaríamos nossos melhores esforços para acabar com essas mortes. Na realidade, o mundo tem feitos esforços pouco entusiásticos. As mortes de crianças de tenra idade caíram para pouco menos de metade de 12,7 milhões registradas em 1990 graças a financiamento mundial adicional para controle de doenças, canalizado por novas instituições como o Fundo Mundial de Combate à Aids, Tuberculose e Malária. Uma pequena mudança na destinação de fundos desperdiçados em gastos militares pelos EUA, ou uma pequena taxa sobre depósitos em refúgios tributários poderia melhorar as chances de vida das crianças pobres e tornar o mundo muito mais justo, mais seguro e mais produtivo Quando originalmente recomendei um fundo desse tipo, em 2000, céticos disseram que mais dinheiro não salvaria vidas. No entanto, o Fundo Mundial provou que os que duvidavam estavam errados: mais dinheiro evitou milhões de mortes por Aids, TB e malária. Foi dinheiro bem utilizado. A razão pela qual a mortalidade infantil caiu para 5,9 milhões, e não para perto de zero, é que o mundo deu apenas cerca de metade do financiamento necessário. Embora a maioria dos países possa cobrir suas necessidades de saúde com os seus próprios orçamentos, os países mais pobres não podem. Eles necessitam cerca de US$ 50 bilhões por ano em ajuda mundial para zerar a escassez de recursos financeiros. Hoje, a ajuda mundial à saúde é de cerca de US$ 25 bilhões por ano. Embora esses números sejam apenas aproximados, necessitamos cerca de US$ 25 bilhões adicionais por ano para evitar até seis milhões de mortes por ano. É difícil imaginar negócio mais vantajoso. Cálculos similares nos ajudam a estimar os recursos financeiros mundiais necessários para permitir que todas as crianças completem pelo menos sua educação ginasial. A Unesco calculou recentemente o "déficit financeiro" educacional mundial para cobrir os custos incrementais - de salas de aula, professores e suprimentos - da conclusão universal do ensino secundário em aproximadamente US$ 39 bilhões. Uma vez que o financiamento mundial atual para educação está em torno de US$ 10 a US$ 15 bilhões por ano, a diferença é, novamente, cerca de US$ 25 bilhões, similar à necessária para os cuidados com a saúde. E, assim como no caso da saúde, o aumento do financiamento mundial pode fluir para um novo Fundo Mundial para Educação. Assim, cerca de US$ 50 bilhões adicionais por ano poderiam ajudar a garantir que todas as crianças no mundo tenham acesso a cuidados básicos de saúde e educação. Governos em todo o mundo já adotaram esses dois objetivos cuidado universal de saúde e educação universal de qualidade nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Outros US$ 50 bilhões por ano 07/06/16 não são difíceis de encontrar. Uma opção tem como alvo meu próprio país, os EUA, que dão apenas cerca de 0,17% do Produto Nacional Bruto (PNB) em ajuda ao desenvolvimento, ou cerca de um quarto da meta internacional de 0,7% do PNB em ajuda ao desenvolvimento. Suécia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Luxemburgo e Reino Unido dão, cada um, 0,7% do PNB; os EUA podem e também deveriam fazê-lo. Se o fizessem, esse 0,53% extra do PNB acrescentaria cerca de US $ 90 bilhões por ano ao financiamento mundial. Os EUA gastam atualmente 5% do PIB, cerca de US$ 900 bilhões por ano, em temas relacionados aos militares (com o Pentágono, a CIA, veteranos e outros). Os americanos deveriam transferir pelo menos US$ 90 bilhões daquele montante para ajuda ao desenvolvimento. Essa mudança de foco - da guerra para o desenvolvimento - fortaleceria a segurança americana e mundial; as recentes guerras travadas pelos EUA no Norte de África e no Médio Oriente custaram trilhões de dólares - e apesar disso, enfraqueceram, e não reforçaram, a segurança nacional. Outra opção seria tributar os ricos em todo o mundo, que ocultam seu dinheiro em refúgios fiscais no Caribe e outros lugares. Muitos desses refúgios fiscais são territórios britânicos ultramarinos. A maioria é ligada a Wall Street e à City londrina. Os governos americano e britânico protegem refúgios tributários principalmente porque as pessoas ricas que lá colocam seu dinheiro também alocam seu dinheiro em contribuições para campanhas eleitorais ou para contratação de membros das famílias de políticos. Os refúgios tributários deveriam impor um pequeno imposto sobre os seus depósitos, que totalizam pelo menos US$ 21 trilhões. Os países ricos poderiam impor um imposto desse tipo ameaçando cortar o acesso dos refúgios tributários desconformes aos mercados financeiros mundiais. Evidentemente, os refúgios tributários também deveriam assegurar transparência e combater a sonegação tributária e o sigilo empresarial. Um imposto sobre depósitos, de até 0,25% sobre US$ 21 trilhões em depósitos, produziria cerca de US$ 50 bilhões por ano. Essas soluções seriam viáveis e de implementação relativamente simples. Elas fortaleceriam os novos compromissos mundiais contidos nos ODS. No recente Fórum Econômico de Astana, Nursultan Nazarbayev, presidente do Cazaquistão, sabiamente defendeu alguma forma de tributação sobre depósitos offshore para financiar a saúde e a educação mundiais. Outros líderes mundiais deveriam unir-se a esse clamor por ação. Nosso mundo é muito rico e poderia financiar um início de vida saudável para todas as crianças do planeta com a alocação de recursos mundiais para saúde e educação. Uma pequena mudança na destinação de fundos desperdiçados em gastos militares pelos EUA, ou uma pequena taxa sobre depósitos em refúgios tributários poderia rápida e drasticamente melhorar as chances de vida das crianças pobres e tornar o mundo muito mais justo, mais seguro e mais produtivo. Não há desculpa para demoras. (Tradução de Sergio Blum) Jeffrey D. Sachs é professor de Desenvolvimento Sustentável, de Política e Gestão de Saúde e diretor do Instituto da Terra da Universidade de Columbia. É também diretor da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Copyright: Project Syndicate, 2016. www.project-syndicate.org Valor Econômico 07/06/16 EMPRESAS Comando da Estácio prefere fusão com Ser Educacional Por Beth Koike | De São Paulo "Ser ou não ser, eis a questão". Esse é o trocadilho que circula nos corredores da Estácio diante das ofertas de fusão das concorrentes Ser Educacional e Kroton. Para a diretoria executiva da Estácio esse dilema não existe: a batalha é para que a transação seja fechada com a Ser Educacional, segundo o Valor apurou. Já o mercado acredita que a melhor alternativa é uma associação com a Kroton. A Estácio e a Ser Educacional, segunda e sexta maiores empresas do setor de ensino, planejam se unir porque temem ser engolidas pela líder do setor. Além disso, há uma rivalidade antiga entre Estácio e Kroton, que disputaram a Anhanguera em 2013. A decisão de quem levará a Estácio será analisada pelo conselho do grupo, que criou um comitê especial para tratar do assunto, e submetida aos acionistas. Vale destacar que Estácio e Kroton têm investidores em comum com posições relevantes nas duas companhias. Um exemplo é o fundo americano Oppenheimer que é o maior acionista da Estácio, com uma fatia de 17%, e que também detém 5% de participação na Kroton. "Acredito que a transação com a Kroton traz mais valor à Estácio. Além disso, é interessante para o investidor institucional que está nas duas pontas", disse Bruno Giardino, analista do Santander em referência aos fundos Oppenheimer, Capital, BlackRock e Coronation que detém papéis da Estácio e Kroton. No entanto, um dos questionamentos do mercado é o quanto o conselho da Estácio, que tomou posse no mês passado, pode ser influenciado por executivos que conhecem profundamente o setor de educação. O comitê de conselheiros que vai avaliar os próximos passos da companhia é formado por João Cox Neto (exClaro), Líbano Barroso (ex-Via Varejo e TAM), Maurício Luchetti (ex-Ambev) e Chaim Zaher (fundador do sistema de ensino COC). "O management da Estácio está inclinado em favor da Ser Educacional, mas isso não quer dizer que vão efetivamente conseguir influenciar o conselho", pontua o analista do Santander. A pedra no sapato dos que apoiam uma fusão entre Estácio e Ser pode ser o empresário Chaim Zaher que, detém uma fatia de 13% da Estácio, e tem uma relação estremecida com a diretoria da companhia carioca. Por outro lado, a vida de quem está na Estácio também não será fácil numa fusão com a Ser Educacional, uma vez que seu fundador, Janguiê Diniz, seria o maior acionista da companhia combinada com uma fatia de 22%. Conhecido por sua forte personalidade, Janguiê dificilmente abriria mão de estar à frente do negócio. O presidente da Ser Educacional, Jânyo Diniz, argumentou que uma fusão com a Estácio criaria a maior empresa de ensino superior presencial com 570 mil alunos. A Kroton tem 450 mil estudantes em cursos presencias e 561,4 mil matriculados em ensino a distância. "A companhia combinada tem grande potencial de crescimento e não deve enfrentar restrições do Cade", disse Diniz. Segundo estimativas do Credit Suisse, um negócio entre Estácio e Kroton poderia levar 18 meses para ser aprovada no Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A oferta da Ser Educacional contempla um pagamento extraordinário de dividendos no valor de R$ 590 milhões aos acionistas da Estácio, o que é um 'plus' em relação à oferta da Kroton. No entanto, segundo cálculos de analistas do Bank of America Merrill Lynch (BofA), Santander e Bradesco esse pagamento extra não traz vantagens à Estácio, ao contrário. Pela proposta da Ser Educacional, a 07/06/16 companhia carioca vale R$ 4,3 bilhões, ou seja, 3% a menos do que o seu valor de mercado na sexta-feira. Depois desse entendimento, os papéis da Ser que chegaram a subir 6% durante o dia, fecharam o pregão de ontem com uma alta menos expressiva, de 1,06%. Questionada sobre a possibilidade de fazer uma proposta melhor, a Ser informou que "não há motivos para melhorar a oferta porque os ganhos serão distribuídos na proporção da nova companhia que tem grande potencial de crescimento." O mercado aposta que a Kroton, por sua vez, pode elevar as condições da oferta. A proposta inicial da Kroton, que ainda não foi oficializada, prevê uma troca de ações, considerando 0,977 de ação ordinária da Kroton para cada uma da Estácio. Fontes a par das conversas admitem que a Kroton poderá melhorar sua proposta e até, em último caso, recorrer a uma oferta hostil. Valor Econômico 07/06/16 FINANÇAS Movimentação com ações do setor educacional dispara Por Aline Cury Zampieri e Chrystiane Silva | De São Paulo As movimentações de fusão para consolidação do setor de educação animaram um segmento que estava fora dos holofotes dos investidores. O interesse na Estácio Participações, manifestado tanto por Kroton quanto pela Ser Educacional, elevou o volume financeiro com as ações das companhias. Entretanto, analistas preferem esperar para fazer alterações nas carteiras de longo prazo, já que nenhum acordo foi fechado ainda. O setor de educação não está entre os preferidos dos analistas nos portfólios para junho. De cinco relatórios para o mês, apenas a Planner incluiu a Estácio entre as ações preferidas. O peso da desaceleração econômica sobre os negócios e as incertezas sobre manutenção de programas do governo de Dilma Rousseff pesam sobre o segmento. Duas empresas têm ações negociadas no Ibovespa: Kroton e Estácio. Fora do índice, ainda negociam com liquidez Anima e Ser Educacional. Ontem, o giro financeiro das ações de Estácio, Kroton e Ser Educacional disparou e chegou a ficar parecido com a movimentação de grandes companhias, como Vale e Petrobras. Os papéis ON da Estácio Participações subiram 4,67% e o volume de negócios foi de R$ 144 milhões, 297% maior do que a média diária registrada no ano, de R$ 36,2 milhões. Como comparação, as ações Vale ON tiveram movimento de R$ 105 milhões, e Petrobras ON girou R$ 97 milhões. As ações da Ser Educacional subiram 1,06%, com giro de R$ 17 milhões, 314% maior do que a média diária de negócios no ano, que é de R$ 4,1 milhões. Já os papéis da Kroton caíram 2,15%, e o giro ficou em R$ 192 milhões, 56% maior do que a média diária de R$ 123 milhões. Na quinta-feira passada, a Kroton havia anunciado seu interesse em uma parceria com a Estácio e o preço das ações havia subido. Agora, diante de uma nova concorrente, os investidores venderam as ações para embolsar os lucros. De acordo com Ricardo Kim, estrategista da XP Investimentos, a ação da Estácio pode ganhar ainda mais valor nos próximos dias porque a companhia pode exigir melhores condições de preço para aceitar uma fusão. Já as ações da Kroton e da Ser Educacional apresentam um alto risco em relação ao potencial de retorno. Um das duas associações com a Estácio não deve vingar. O sócio da Canepa Gestora de Recursos, Eduardo Roche, diz que tinha uma posição de Estácio em seu fundo "long and short" e a reduziu na quinta-feira, após a primeira alta relevante. "Estamos mantendo a posição atual e qualquer decisão de aumentar vai depender do desenrolar do processo como um todo", afirmou. O GLOBO 07/06/16 ECONOMIA Com crescimento acelerado, Estácio acirra disputa no setor ROBERTA SCRIVANO [email protected] GLAUCE CAVALCANTI [email protected] Alvo de Kroton e Ser Educacional, grupo tem 80% dos alunos no Fies -SÃO PAULO E RIO- A Estácio Participações, segunda maior instituição de ensino superior do país, montou um comitê para avaliar as duas propostas de fusão que recebeu nos últimos dias. Os interessados são dois concorrentes: a Kroton Educacional, a maior do segmento, que anunciou seu interesse no grupo na quinta-feira, e a Ser Educacional, terceira nesse mercado, que, no domingo, informou ter entrado na disputa pelo grupo do Rio. O movimento refletiu nos papeis das empresas na Bolsa. Ontem, a Estácio ON subiu 4,67%, fechando em R$ 14,54. Enquanto a Kroton caiu 2,15%, a R$ 12,70. A Ser Educacional, fora do índice de referência Ibovespa, fechou em alta de 1,71%, a R$ 12,50, mas chegou a disparar 13,67%. A Estácio atrai a atenção de outros grupos por causa do seu crescimento acelerado (em número de alunos) no ensino à distância (EAD), que tem custo baixo e é focado na classe C. Além disso, tem boa distribuição regional e tem cerca de 80% de seus alunos cadastrados no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que funciona como um antídoto contra a inadimplência. — A Estácio está parecendo moça bonita, com todos de olho. Outro fator que pesa é o poder da marca — diz Carlos Monteiro, da CM Consultoria. RETOMADA DE FUSÕES NO SETOR Apesar de todos os pontos positivos, a Estácio tem gestão financeira pouco eficiente quando comparada à Kroton e à Ser Educacional. Romário Dazel, consultor na área de mercado educacional da Hoper, cita que, enquanto a Estácio gasta 40% de sua receita com o pagamento do corpo docente, suas duas concorrentes não desembolsam mais que 25%. — Para a Estácio, esse negócio (a associação com uma das concorrentes) pode trazer um grande ganho de eficiência — diz ele. Bruno Giardino, analista do Santander, explica que a dupla proposta de casamento à Estácio marca uma retomada no movimento de fusões e aquisições no setor de educação superior, mas em novos moldes: os grupos abertos focam em combinação de negócios entre eles, no lugar da compra de grupos fechados. — Em 2014 e 2015, houve um congelamento de parte do fluxo de pagamento dessas empresas, com a mudança das regras do Fies. Isso afetou o caixa das companhias em meio à piora na economia. E o pessoal engavetou projetos. Em 2016, com sinais de regularização do Fies, os negócios estão voltando. Mas o preço das empresas com ações em bolsa ficou depreciado, e as de capital fechado pedem preços altos. O Brasil tem quase 2,1 mil instituições de ensino superior privado, que concentram 75% dos alunos dessa faixa. As operações de fusão e aquisição, com a chegada de estrangeiros ao país, começaram a crescer em 1996, quando houve a sanção da lei que permitiu a abertura de capital de universidades com fins lucrativos. A onda mais forte de consolidação teve início em 2007. A primeira grande fusão de empresas abertas foi a de Kroton e Anhanguera, anunciada em 2013. Levantamento da CM Consultoria mostra que, caso a Estácio se una com a Kroton, seria formada uma empresa de R$ 24,9 bilhões em valor de mercado e 1,6 milhão de alunos. Já a combinação de negócios com a Ser resultaria numa empresa com R$ 5,83 bilhões de valor de mercado e cerca de 750 mil alunos. Analistas do setor avaliam que a união com a Kroton geraria uma companhia de maior valor. De outro lado, a Ser fez oferta atrativa, com combinação de ações 07/06/16 entre as duas companhias, além do pagamento de dividendos aos atuais acionistas da Estácio de R$ 590 milhões. “Supomos que o negócio (Ser e Estácio) é mais provável de acontecer já que a combinação enfrentaria menos restrições por parte do Cade devido ao menor tamanho da Ser”, pondera relatório da BB Investimentos. Juntas, reuniriam as duas maiores operações de ensino superior do Norte e do Nordeste do país, com atuação complementar. No caso de Kroton e Estácio, haveria concentração relevante no ensino à distância, o que pode representar problemas para aprovar o negócio. Relatório da Bradesco BBI afirma que a Ser tem um acordo com melhores condições e que resultaria num grupo que deixaria 68,7% da companhia nas mãos dos atuais acionistas da Estácio. Destaca, ainda, que a Kroton está em posição mais forte para oferecer melhor acordo aos acionistas do grupo do Rio, mas teria de melhorar sua oferta. RISCO À QUALIDADE DE ENSINO Procurada, a Estácio não comentou. Em comunicado ao mercado, informou ter constituído um comitê para avaliar, negociar e formular propostas. E contratou o Banco BTG Pactual como assessor financeiro e o escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados como assessor legal. Otaviano Helene, professor do Instituto de Física da USP, expresidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp) e do Inep/MEC, critica o processo de consolidação das instituições de ensino, afirmando que, ao se tornar um negócio, o nível educacional cai fortemente: — A consolidação é um processo prejudicial. A instituição privada oferece o curso financeiramente viável para ela. Descobriram que o investimento na educação traz um retorno superior a muitos investimentos no setor produtivo. Segundo especialistas, esse retorno é de 10% a 20%. Ou seja, o investimento se paga entre cinco e dez anos. O GLOBO 07/06/16 ECONOMIA Dólar volta a ficar abaixo de R$ 3,50 RENNAN SETTI [email protected] Discurso da presidente do BC americano reduz aposta de alta de juros nos EUA Foi a cotação do dólar ontem, na primeira vez desde 17 de maio que a cotação fica abaixo de R$ 3,50. Mercado de trabalho mais fraco nos EUA explica movimento O dólar comercial fechou ontem abaixo de R$ 3,50 pela primeira vez desde 17 de maio. A divisa caiu 1,02%, a R$ 3,491 — menor valor desde 12 de maio — depois de o discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Janet Yellen, ter levado investidores a descartarem uma elevação dos juros nos Estados Unidos este mês. As apostas nessa alta já haviam diminuído na semana passada, após a divulgação de números decepcionantes do mercado de trabalho, o que levou a uma queda acentuada da moeda. Contra uma cesta de dez moedas, o dólar está no menor patamar em três semanas, segundo o índice Dollar Spot. Yellen fez um discurso otimista sobre as perspectivas econômicas para os EUA e sinalizou que novas altas de juros estão, sim, por vir. Ela, porém, não deu pistas sobre quando isso vai acontecer, fazendo com que os investidores praticamente descartassem qualquer possibilidade de uma alta em junho, o que enfraqueceu a moeda americana. O Fed se reúne nos próximos dias 14 e 15. — Para mim, a fala da Yellen foi muito superficial, e as apostas de aumento de juros continuam para novembro e dezembro. O grande destaque do pregão é o fraco volume. A volatilidade do Ibovespa vem despencando, abrindo espaço para o mercado digerir a troca de governo — afirmou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. Em Wall Street, as declarações de Yellen fizeram com que os índices voltassem ao maior nível em sete meses. O Dow Jones subiu 0,64%, enquanto o S&P 500 avançou 0,49%. No mercado acionário local, porém, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve pregão volátil e encerrou em queda de 0,37%, aos 50.431 pontos. O Ibovespa foi puxado para baixo sobretudo pelo setor bancário, o de maior peso no pregão. O papel ordinário (ON, com direito a voto) do Banco do Brasil caiu 1,04% (R$ 17,12), enquanto o preferencial (PN, sem voto) do Bradesco recuou 0,58% (R$ 23,93). O Itaú Unibanco PN perdeu 0,97% (R$ 29,59). — Na minha opinião, os bancos caem com a percepção de que os juros vão cair. Embora recuo de juros não seja necessariamente ruim para o setor, pois eleva a demanda por crédito, o movimento traz uma certa incerteza junto aos investidores — ressaltou Figueredo, da Clear. FUSÃO BILIONÁRIA NO SETOR DE EDUCAÇÃO O contrato de juros futuros DI com vencimento em janeiro de 2021 recuou de 12,4% para 12,31% ontem, acompanhando a queda do dólar. A Petrobras também teve pregão volátil e encerrou com queda de 1,28% nos papéis PN (R$ 8,46). Os ON ficaram praticamente estáveis, a R$ 10,80. Segundo Alfredo Sequeira Filho, presidente da assessoria de investimento DNA Invest, a valorização dos metais no mercado internacional favoreceu a Vale e as siderúrgicas. A ação ON da Vale subiu 4%,a R$ 16,89, enquanto a PNA avançou 3,09%, a R$ 13,01. A CSN ON teve alta de 0,68% (R$ 7,39), enquanto a Gerdau subiu 3,92% (R$ 6,35), e a Usiminas saltou 5,49% (R$ 1,92). Fora do índice de referência Ibovespa, o Grupo Ser Educacional fechou em alta de 1,71%, a R$ 12,50, mas chegou a disparar 13,67%. A empresa, com unidades de ensino superior privado em 28 cidades de 12 estados, divulgou no domingo fato relevante informando ter feito uma proposta de “combinação de negócios” com a Estácio Participações. Caso o negócio se concretize, a nova instituição terá 750 mil alunos e um valor de mercado de aproximadamente R$ 6 bilhões, segundo o diretor-presidente do Ser Educacional, Jânyo Diniz. FOLHA DE SÃO PAULO 07/06/16 OPINIÃO Paulo Freire MARCELO FREIXO Nada mais ideológico do que negar a ideologia. Por isso as propostas do movimento Escola Sem Partido (ESP) são uma arapuca armada para pegar o senso comum. A começar pelo nome de batismo. É evidente que escola não tem que ter partido. Essa obviedade não é anunciada à toa. É uma armadilha. Com ela, os ideólogos da proposta tentam esconder os seus reais propósitos: despolitizar a educação descolando-a do contexto social e cultural em que está inserida. O alvo não é o proselitismo partidário, mas o pensamento crítico e a experiência da pluralidade. Quando menciono a crítica, não evoco o sentido negativo da palavra –ser contra algo–, como ela é comumente utilizada. Refirome à capacidade de analisar e formar opinião de maneira autônoma. Como escreveu Paulo Freire, os estudantes precisam aprender a ler o mundo. Só assim teremos uma educação verdadeiramente emancipatória e humana. Trago o exemplo de Paulo Freire porque ele foi transformado no símbolo maior de doutrinação pelos defensores do ESP, que odeiam sua obra mesmo sem conhecê-la. Num seminário realizado em março de 1996, na Universidade de Northern Iowa, nos Estados Unidos, ele alertou sobre a importância do "testemunho da diferença e o direito de discutir a diferença" na educação. "Quão bonito é para os estudantes acabar de ouvir um professor falar sobre utopia, criticando um discurso neoliberal, e ouvir, depois, outro defendendo o discurso neoliberal", disse. E há quem prefira Alexandre Frota a Paulo Freire no Ministério da Educação. O direito de vivenciar e discutir as diferenças está na mira do ESP, que inspirou projetos que tramitam na Câmara dos Deputados, em nove Assembleias Legislativas e pelo menos 17 Câmaras Municipais. O debate sobre questões de gênero é um exemplo das reais intenções e dos graves prejuízos que a proposta provocará caso seja aplicada. Defensores do programa querem proibir as escolas de discutir o tema, tão importante para desenvolvermos uma cultura de respeito aos direitos das mulheres. Eles classificam o debate de gênero como doutrinário. A mesma acusação foi feita ao Ministério da Educação por ter escolhido a violência contra a mulher como assunto da prova de redação do Enem em 2015. Não é à toa que o movimento ESP, fundado em 2004, só ganhou força nos últimos dois anos. Ela é fruto de uma intolerância crescente e cada vez mais violenta, um desejo de eliminar a diferença. A aprendizagem não pode ser reduzida a um processo meramente técnico, bancário, de transferência de conteúdo de professor a aluno. Educação é diálogo, desvendamento, experiência e respeito à pluralidade. É de mais Paulo Freire que precisamos. FOLHA DE SÃO PAULO 07/06/16 EDUCAÇÃO O editorial "Merenda problemática" induz o leitor a erro na frase "a grande maioria sob a administração estadual ou a ela conveniada", já que a inspeção foi realizada em 200 escolas, sendo 114 administradas pelos municípios. É clara a intenção de fazer parecer que todo problema relatado tem relação exclusiva com escolas estaduais. A pasta, vítima na Operação Alba Branca, está colaborando com as investigações iniciadas pelo governo de SP com a Polícia Civil, Corregedoria-Geral da Administração e Ministério Público. RONALDO TENÓRIO, coordenador da assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) PAINEL DO LEITOR O ESTADO DE S. PAULO 07/06/16 METRÓPOLE O ESTADO DE S. PAULO 07/06/16 ECONOMIA CORREIO BRAZILIENSE 07/06/16 CIDADES PASSE LIVRE » Protesto e nova ocupação Falhas na leitura do cartão do benefício desencadeiam série de manifestações na Rodoviária do Plano Piloto, com bloqueio de saída de ônibus e invasão de posto do DFTrans. Segundo GDF, o erro será corrigido ainda hoje Os manifestantes não permitiram a saída de ônibus do terminal do Plano Piloto por cerca de uma hora: tumulto Um mês após a desocupação do posto de atendimento do DFTrans na Rodoviária do Plano Piloto, alunos voltaram a protestar por problemas relacionados ao passe estudantil. Uma falha na leitura do cartão em ônibus e em catracas das estações do metrô desencadeou série de manifestações. Ontem, houve nova invasão e bloqueios de pelo menos uma hora na saída dos veículos do terminal. Com o tumulto, o Batalhão de Choque da Polícia Militar teve de intervir para controlar a situação, com uso de gás de pimenta. Segundo estimativa da PM, 50 pessoas participaram dos atos. Na última sexta-feira, o DFTrans encerrou o prazo para sanar as pendências no recadastramento do benefício. O órgão garantiu aos estudantes que não haveria entraves no uso do auxílio. Entretanto, ontem, centenas de estudantes enfrentaram dificuldades para utilizar o acesso. Ao tentar passar o tíquete na catraca, a mensagem “cartão vencido” impedia a liberação da roleta. “Eu consegui ir para a escola porque o motorista do ônibus me deixou passar, mas, agora, não tenho como voltar para casa. Eu uso quatro ônibus por dia e não posso pagar”, reclamou Jociccléa Moura, 16 anos, que estuda na 602 Sul. O Executivo local admite falhas. “Validadores de alguns ônibus não atualizaram a lista de dados dos cartões. A partir desta terça-feira (hoje), os estudantes que tiveram o cadastro aprovado pelo site não terão problemas para passar as catracas”, informou o DFTrans, em nota, ao ressaltar que os estudantes devem verificar a situação do cadastro pelo site do órgão. Para atenuar os problemas, servidores do órgão fizeram uma triagem dos alunos que não tinham dinheiro para custear a passagem de volta para casa a fim de liberar a entrada nos ônibus na Rodoviária do Plano Piloto. Segundo a assessoria de Comunicação do DFTrans, não será necessário retirar novo cartão para garantir as passagens. Direitos Hoje, estudantes prometem realizar outro ato, às 18h, na Rodoviária do Plano Piloto, para reivindicar melhorias no benefício. Eles reclamam da morosidade do DFTrans para solucionar os problemas. Delvanice de Souza, 35, disse ter sido humilhada por um motorista de ônibus. “Ele me mandou descer do ônibus, e eu disse que não o faria. É meu direito, o governo já pagou meu passe e isentou essas empresas de ônibus de pagarem impostos. Ele não podia me tirar de lá.” A estudante reclamou do sistema utilizado pelo órgão para solucionar os problemas dos alunos. “Estou aqui faz quatro horas. Até agora, não recebi uma senha e nenhuma informação. Nós queremos estudar e esperam de nós que sejamos cidadãos de bem, mas que educação querem que tenhamos com tanto desrespeito e ainda por cima nos tirando o direito de estudar?” questionou. Segundo a PM, até as 21h de ontem, cerca de 60 manifestantes permaneciam no posto do DFTrans, com a previsão de passar a noite — houve atendimento no 07/06/16 local até as 16h, quando começaram os atos. Uma das reivindicações do grupo é que o secretário de Mobilidade Urbana, Marcos Dantas, se reúna com os estudantes para discutir mudanças no passe livre estudantil. Memória Invasão recente Em maio, estudantes deixaram o posto do DFTrans na Rodoviária do Plano Piloto após uma semana de ocupação. O governo acionou a Justiça para esvaziar o espaço. Entre as reivindicações, o grupo pedia extensão do período de cadastramento, a aceleração do processo, o abono das faltas na rede pública durante o período da ocupação e a não criminalização dos manifestantes. À época, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou que os jovens desocupassem a unidade. Entretanto, o mandado de reintegração de posse demorou dois dias para ser cumprido. Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br/ 07/06/2016 Estudantes podem fazer inscrições para o ProUni a partir de hoje Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Programa oferece, para o segundo semestre, 125.442 bolsas em 22.967 cursos de 901 instituições de ensino superior As inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) começam hoje (7) e vão até as 23h59 de sextafeira (10), no site do programa. Ao todo, serão ofertadas 125.442 bolsas em 22.967 cursos de 901 instituições de ensino superior. Neste segundo semestre vão ser oferecidas 57.092 bolsas integrais e 68.350 parciais. As bolsas estão disponíveis para consulta. O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 13 deste mês. Os cursos de administração, com 12.500 vagas, direito, 8.561, e pedagogia, 7.139, são os que oferecem mais vagas. Além disso, os cursos de engenharia somados têm 14.410 vagas. O número de bolsas é 8,1% naior em relação às 116 mil ofertadas no segundo semestre do ano passado. No entanto, é a primeira vez desde 2008 que o número de bolsas parciais supera as bolsas integrais. O programa é dirigido tanto aos estudantes egressos do ensino médio da rede pública, quanto àqueles que tenham vindo da rede particular na condição de bolsistas integrais. Podem concorrer a bolsas integrais os estudantes que comprovem renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Às bolsas parciais, podem concorrer aqueles com renda familiar per capita máxima de três salários mínimos. Para se inscrever na segunda edição de 2016, o candidato deve ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 e obtido no mínimo 450 pontos na média das notas. Além disso, não pode ter tirado nota 0 na redação. No momento da inscrição, será necessário informar o número de inscrição e a senha usados no Enem. Edição: Graça Adjuto AGÊNCIA GLOBO.COM 07/06/2016 http://oglobo.globo.com Resultados do Sisu são divulgados pelo MEC Selecionados deverão fazer suas matrículas nos dias 10, 13 e 14 de junho POR O GLOBO RIO - O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira, em chamada única, os resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Mais de 1,5 milhão de inscrições realizadas por 778 mil pessoas foram contabilizadas até 18h de quinta-feira, último dia do prazo para se inscrever. O ministério não havia informado o horário em que o acesso aos resultados do Sisu seria liberado, mas o sistema começou a funcionar por volta das 12h. As informações poderão ser verificadas no site do sistema. Esta edição oferece 56.422 vagas em 65 instituições. Os selecionados deverão realizar suas matrículas nos dias 10, 13 e 14 de junho. Quem não foi aprovado pode aderir à lista de espera, que será aberta nesta segunda-feira e vai receber adesões até o dia 17.
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