Matriz Inversa
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Matriz Inversa
Álgebra Linear – AL Luiza Amalia Pinto Cantão Depto. de Engenharia Ambiental Universidade Estadual Paulista – UNESP [email protected] Matrizes Inversas 1 Matriz Inversa e Propriedades 2 Cálculo da matriz inversa por operações elementares 3 Matriz Adjunta 4 Regra de Cramer Laplace Matriz Inversa Definição: Uma matriz A n × n é chamada invertı́vel ou nãosingular se existir uma matriz B n × n tal que AB = BA = In A matriz B é chamada a inversa de A. Se essa matriz B não existir, então A é chamda singular ou não-invertı́vel. Observação: Se AB = BA = In então A é também uma inversa de B. Exemplo (1) Sejam A = 2 3 2 2 eB= −1 32 . Verifique que: 1 −1 AB = BA = I2 Neste caso, B é a inversa de A e A é uma matriz invertı́vel. Matriz Inversa: Teorema Teorema (1) Uma inversa de uma matriz, se existir, é unica. Demonstração Sejam B e C inversas de A. Então BA = AC = In. Portanto: B = BIn = B(AC) = (BA)C = InC = C. Notação Denotamos a inversa de A, se existir, por A−1. 1 2 Exemplo (2) Encontre A−1 de A = . 3 4 Sabemos que AA−1 = In, então: 1 2 a b 1 0 · = 3 4 c d 0 1 Exemplo (3) Encontre A−1 de A = 1 2 , se existir. 2 4 Propriedades da Inversa (a) Teorema (2a) Se A é uma matriz invertı́vel, então A−1 é invertı́vel e −1 −1 A =A Demonstração A−1 é invertı́vel se podemos encontrar uma matriz B tal que A−1B = BA−1 = In. Como A é invertı́vel, A−1A = AA−1 = In. Como B = A é uma inversa de A−1, e como as inversas são únicas, conclı́mos que −1 A−1 = A. Assim, a inversa da inversa da matriz invertı́vel A é A. Propriedades da Inversa (b) Teorema (2b) Se A e B são matrizes invertı́veis, então AB é invertı́vel e −1 (AB) = B −1A−1. Demonstração Temos −1 −1 −1 −1 (AB) B A = A BB A = AInA−1 = AA−1 = In e B −1A−1 (AB) = B −1 A−1A B = B −1InB = B −1B = In Portanto, AB é invertı́vel. Como a inversa de uma matriz é única: −1 BA = B −1A−1. Assim, a inversa de um produto de duas matrizes invertı́veis é o produto de suas inversas na ordem contrária. Propriedades da Inversa (c) Teorema (2c) Se A é uma matriz invertı́vel, então T −1 −1 T A = A . Demonstração Temos AA−1 = In e Transpondo as matrizes, obtemos −1 T AA = InT = In e Então A −1 T T A = In e A−1A = In −1 A A A T A Estas equações implicam que T −1 −1 T A = A . T = InT = In. −1 T = In. Propriedades das Inversas: Continuação Exemplo (4) Seja A = 1 2 . 3 4 Determine A−1, (A−1)T , AT e (AT )−1. Teorema (3) Suponha que A e B sejam matriz n × n . (a) Se AB = In, então BA = In. (b) Se BA = In, então AB = In. Cálculo da matriz inversa por meio de operações elementares Idéia Se A é uma matriz n × n dada, procuramos uma matriz B n × n tal que AB = BA = In. Passo 1 Forme a matriz [A|In] n × 2n obtida juntando-se a matriz identidade In e a matriz A. Passo 2 Calcule a forma escalonada reduzida da matriz obtida no Passo 1 utilizando operações elementares nas linhas. Lembre-se de que o que fizer em uma linha de A também deverá fazer na linha correspondente de In. Passo 3 Suponha que o Passo 2 produziu a matriz [C|D] na forma escalonada reduzida. 1. Se C = In, então D = A−1; 2. Se C 6= In, então C tem uma linha nula. Neste caso, A é singular e A−1 não existe. Cálculo da matriz inversa por meio de operações elementares: Exemplo Exemplo (5) Encontre as inversas das matrizes abaixo, se existir. 1 1 1 (a) A1 = 0 2 3 . 5 5 1 1 2 −3 (b) A2 = 1 −2 1 . 5 −2 3 Passo 1 1 (a) [A1|I3] = 1 5 1 (b) [A2|I3] = 0 5 2 −3 1 0 0 −2 1 0 1 0 – Lousa! −2 −3 0 0 1 1 1 1 0 0 2 3 0 1 0 – Lousa! 5 1 0 0 1 Matriz Adjunta Definição Seja A uma matriz n × n. Definimos a matriz adjunta (clássica) de A, denotada por adj(A), como a transposta da matriz formada pelos cofatores de A, ou seja, T A11 A21 . . . An1 A11 A12 . . . A1n A12 A22 . . . An2 A21 A22 . . . A2n . = adj(A) = ... . . . ... ... . . . ... .. ... An1 An2 . . . Ann A1n A2n . . . Ann onde Aij = (−1) 1 : n. i+j det (Aij ) é o cofator do elemento aij , para i, j = 3 −2 1 Exemplo (6) Seja A = 5 6 2 . Calcule adj(A). – Lousa. 1 0 −3 Matriz Adjunta: Teorema Teorema (4) Se A é uma matriz n × n, então A(adjA) = (adjA)A = det(A)In. Demonstração Temos a11 a12 . . . a1n a21 a22 . . . a2n . ... ... .. A(adjA) = a.i1 a.i2 . . . a.in .. .. .. an1 an2 . . . ann A11 A12 . . . Aj1 . . . An1 A12 A22 . . . Aj2 . . . An2 · . ... ... ... .. A1n A2n . . . Ajn . . . Ann O i, j-ésimo elemento na matriz produto A(adjA) é ai1Aj1 + ai2Aj2 + · · · + ainAjn = det(A) ai1Aj1 + ai2Aj2 + · · · + ainAjn = 0 se i = j se i = 6 j Matriz Adjunta: Demonstração – continuação Demonstração – cont. Isto significa que det(A) 0 ... 0 0 det(A) . . . 0 = det(A)In. A(adjA) = ... ... ... ... 0 0 . . . det(A) O i, j-ésimo elemento na matriz produto (adjA)A é a1iA1j + a2iA2j + · · · + aniAnj = det(A) a1iA1j + a2iA2j + · · · + aniAnj = 0 Assim, (adjA)A = det(A)In. 3 −2 1 Exemplo (7) Seja A = 5 6 2 . 1 0 −3 adj(A) A = det(A) In. – Lousa! se i = j se i = 6 j Verifique A adj(A) = Matriz Adjunta: Corolário Corolário Se A é uma matriz n × n e det(A) 6= 0, então: A12 A11 A1n . . . det(A) det(A) det(A) A12 A22 An2 . . . 1 det(A) A−1 = (adj A) = det(A) det(A) det(A) ... ... ... ... A1n A2n Ann ... det(A) det(A) det(A) Demonstração Do teorema anterior, temos que A(adjA) (adjA)A = det(A)In. Se det(A) 6= 0, então: A = 1 1 1 [A(adj A)] = (det(A)In) = In. (adj A) = det(A) det(A) det(A) Portanto A−1 = 1 (adj A). det(A) Matriz Adjunta e Inversa: Exemplo e mais Teorema! 3 −2 1 Exemplo (8) Seja A = 5 6 2 . Calcule a sua inversa usando 1 0 −3 1 A−1 = (adj A). – Lousa ! det(A) Teorema Uma matriz A é invertı́vel se e somente se det(A) 6= 0. Demonstração Como A é invertı́vel, AA−1 = In então: det(AA−1) = det(A)det(A−1) = det(In) = In, implica que det(A) 6= 0. Corolário Para uma matriz A n×n, o sistema linear homogêneo Ax = 0 tem apenas uma solução trivial se e somente se det(A) 6= 0. Regra de Cramer Sistema linear com n equações e n incógnitas, na forma matricial: a11 a12 · · · a1n x1 b1 a21 a22 · · · a2n x2 b2 · · · · · · . . . · · · ... = ... am1 am2 · · · amn xn bn | {z } | {z } | {z } A X B Suponha que det(A) 6= 0 e assim, A seja inversı́vel. Então AX A (AX) (A−1A)X InX X −1 = = = = = B A−1B A−1B A−1B A−1B Regra de Cramer (2) 1 (adj A), temos que: det(A) b1 A11 A21 . . . An1 = 1 A.12 A.22 .. . . A.n2 · b.2 .. . . .. .. det(A) .. bn A1n A2n . . . Ann } | {z } | {z } Matricialmente Lembrando que A−1 = x1 x2 . .. xn | {z X A−1 Então: x1 = B A11b1 + A21b2 + · · · + Annbn . det(A) Note que: b1 a12 b2 a22 1 x1 = ·det ... ... det(A) bn an2 . . . a1n A11b1 + A21b2 + · · · + Annbn . . . a2n = . . . . ... det(A) . . . ann Regra de Cramer (3): Regra geral Analogamente a11 . . . 1 xi = · det ... det(A) an1 . . . det(Ai) = det(A) b1 . . . a1n ... ... = A1ib1 + A2ib2 + · · · + Anibn det(A) bn . . . ann Passo 1 Calcule det(A). Se det(A) = 0, a regra de Cramer não é aplicável. Caso contrário, vá ao Passo 2. Passo 2 Se det(A) 6= 0, para cada i, xi = det(Ai) , det(A) onde Ai é a matriz obtida de A substituindo-se a i-ésima coluna de A pelo vetor B. Regra de Cramer (4): Exemplo Exemplo (9) Resolva os sistemas lineares abaixo usando a Regra de Cramer. −2x1 + 3x2 − x3 = 1 x1 + 2x2 − x3 = 4 (a) −2x − x + x = −3 1 2 3 2x1 − 3x2 + 7x3 = 1 x1 + 3x3 = 5 (b) 2x2 − x3 = 0
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