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INTER EX Julho/2013 EXPEDIENTE ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS MSC Estr. Armando Barbosa de Almeida 1500 Residencial Rancho Grande Cx Postal 116 - Cep: 07600-000 Mairiporã-SP Tel: 0xx11-4604-3787 Diretoria e Inter-Ex: [email protected] DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: João Baptista Gomes ........ (l1)4604-3787 Vice-Presidente: Waldemar Checchinato .... (11)4591-1192 Secretário: Walter Figueiredo de Souza..(31)3641-1172 Tesoureiro: Paulo Barbosa Mendonça..(l9)3542-3286 Diretor Espiritual: Pe. Manoel F. dos Santos Jr .(11)3228-9988 CONSELHO FISCAL - TITULAR José Carlos Ferreira...........(l9)3541-0744 José Barbosa Ribeiro.........(35)3465-4761 CONSELHO FISCAL - SUPLENTE Carlos Savietto ..................(l9)3671-2417 Affonso Celso Meireles ....(l1)3384-7582 REGIONAIS Ibicaré André Mardula ...................(49)3522-0840 São Paulo Marcos de Souza................(11)3228-5967 Campinas Jercy Maccari.......................(19)3871-4906 Curitiba Marco Rossoni Filho ........ (41)3253-7135 Pirassununga Renato Pavão .....................(19)356l-605l Bauru Gino Crês...........................(14)3203-3577 Itapetininga Sílvio Munhoz Pires ...........(15)3272-2145 S. José dos Campos Natanael Ribeiro de Campos..(l2)3931-4589 Itajubá José Benedito Filho............(35)3623-4878 COORDENADORIAS Boletim Informativo Inter-Ex João Costa Pinto.........Res. (11)2341-2759 Cel.(11)96493-4520 William Marinho de Faria. (11)5078-8239 Cel.99638-2229 DIAGRAMAÇÃO Marcelo Silva Calixto........(11)3476-9601 CARAVANA Moacyr Peinado Martin.......(11)2421-4460 ATOS RELIGIOSOS Daniel R Billerbeck Nery.....(11)2976-5240 Lásaro A P dos Santos..........(11)3228-9988 2 Editorial S urpreso e honrado com o convite do meu amigo Gomes, para escrever o editorial de nosso sempre tão aguardado boletim, é sempre bom admirar o desfile de bons articulistas que perpassam suas páginas, um retrovisor mágico que nos reconduz àquela quadra turbulenta e feliz de nossa vida. Digo feliz porque, malgrado as limitações e falhas humanas e institucionais de nossa formação, ela nos deu também a virtude da resiliência, essa capacidade crítica de discernir e contextualizar situações, superando eventuais frustrações que poderíamos carregar pela vida afora. Sempre reconheci a importância providencial que todos os colegas tiveram em nossa caminhada, mesmo aqueles que, por um motivo ou outro, não chegaram até o final de sua trajetória vocacional. Na década de 40/50, pra citar apenas a época de meus primeiros anos de seminário, como foi benéfica a convivência, por exemplo, com colegas generosos como um Eugênio Sarmento, um talento polivalente como o Edgard Parada, o Berge, o Edir Borges, o Antonelli e tantos outros! E eu que, mais tarde, retornei a esta casa de Pirassununga, tornei a sair e tornei a voltar, passando nesta terra cerca de 40 anos descontínuos, por vezes, à noite, no silêncio desses mesmos corredores, chego a conversar com as paredes e os fantasmas que ainda povoam esse saudoso espaço. Interessante também é ler e apreciar essa plêiade de bons escritores que frequentam as páginas do INTER-EX, uns de estilo clássico, outros modernos, uns saudosistas, outros mais críticos, alguns conservando ainda a fé ingênua daqueles tempos, outros mais secularizados, uns que acreditam e têm vivência da fé, em contraponto a outros que confessam mentalidade agnóstica, mas sem deixar de exprimir gratidão e saudade. O importante é que todos podem se manifestar livremente, fazendo por merecer o respeito de todos nós. Caros colegas, não fora a exiguidade desse espaço, gostaria de me alongar em lembranças e relembranças, mas vou ficando por aqui. Deixando a todos o meu abraço, aqui esperamos vocês para o nosso próximo re-encontro em fins de agosto. Até lá! Padre Humberto, MSC REDATORES DESTA EDIÇÃO Pe. Humberto Capobianco, MSC, Diretor do Colégio John Kennedy, O Sombra, Antonio Henriques, Raimundo José Santana, Cláudio Carlos de Oliveira, Antonio Valmor Junckes, Walter Figueiredo de Souza, Alberto José Antonelli, Lupo da Gubbio, Vilmar Daleffe e João Costa Pinto CONTEÚDO DO BOLETIM O Redator é o responsável pelo conteúdo de sua matéria, pelo formato redacional e por eventual opinião manifestada. DESIGNER GRÁFICO Marcelo Silva Calixto (11)3476-9601 INTER EX Julho/20133 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Ficam convocados todos os membros da Associação dos Ex-Alunos MSC-ASEA, nos termos do item III do artigo 11 do Estatuto vigente, a se reunirem em ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a se realizar no dia 31 de agosto de 2013, na Escola Apostólica de Pirassununga, à Avenida Padre Antônio Vann Ess, nº 778 (Salão Nobre), Pirassununga-SP, a fim de elegerem a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal para o triênio 2014 a 2016. João Baptista Gomes Presidente Presidência da Associação Comunicado Lista dos Ex-Alunos mais votados para a Presidência da Associação, em ordem alfabética, nos termos do Art. 26 e respectivo parágrafo único do Estatuto Social. • José Barbosa Ribeiro, de Monte Sião-MG • João Costa Pinto, de São Paulo-SP • José Carlos Ferreira, de Araras-SP • Walter Figueiredo de Souza, de Santa Luzia-MG • William Marinho de Faria, de São Paulo-SP João Baptista Gomes Presidente Alguns dos Ex-Alunos presentes ao Encontro de Ibicaré-2013 Da esquerda para a direita Agachados (8): **, Ivar Gazoni, Celso Carlos Noriler, Hélio Ampolini, Dilson Bottega, André Mardula, Antônio Valmor Junkes, Luiz Zagonel, Rozalimbo Augusto Paese. De pé (8): Odilon Luiz Ascoli, Daniel Canale, Helias Dezen, Irinor Pedrinho Parise, **, Erci Frigo, Domingos Luiz Meneguzzi, Sergio Luiz Dall´Acqua, Edson Niehues, Jerci Maccari. 3 INTER EX Julho/2013 Lista de aniversário Caro aniversariante, Ex-Aluno ou Religioso, desejamos a você e aos seus familiares, ou confrades, felicidade, saúde e muitas bênçãos divinas, distribuídas pela Senhora Tesoureira do Coração Sagrado de Jesus. Solicitação - O Colega Ex-aluno que souber do telefone do aniversariante, cujo número está incompleto ou com o endereço eletrônico, queira, por especial gentileza, informar o número atual à Redação do Boletim, pelo email: [email protected], ou pelo telefone (11) 2341-2759, o que antecipadamente agradecemos. A Redação JULHO 00/07 – Benedito Coldibelli [email protected] 02/07 – Mário Walter Decarli (11) 4654-1351 02/07 – Orlando Os (35) 3622-4596 03/07 – Luiz Carlos da Costa [email protected] 03/07 – Daniel Canale (49) 3256-0157 09/07 – Norival José de Oliveira Paiva ( ) -------------10/07 – Osvaldo Muller (19) 3869-1474 11/07 – Gino Crês (14) 3203-3577 11/07 – Mário Lobo ( ) -------------15/07 – Alfredo Martins Aquino ( ) -------------16/07 – Rogério Alberico Garbossa (41) 3049-2728 20/07 – Adeval Romano (17) 3464-4425 22/07 – Gerard J. Gustav Bannwart (15) 3646-9499 26/07 – Alberto Maria da Silva (13) 3227-5096 26/07 – Luiz Gonzaga Rolim (11) ?619-7613 27/07 – José Maria Aguiar Santana ( ) -------------27/07 – Leonel José Gomes de Souza (15) 3152-6890 28/07 – Marcos Lelis Pinto (35) 3622-5809 30/07 – Paulo Figueiredo (31) 3577-0225 AGOSTO 03/08 – José Gaspar da Silva (35) 3622-2591 06/08 – Luiz Carlos Flach ( ) -------------07/08 – Edson Niheuis (41) 3032-2450 07/08 – Afonso Peres da A. Nogueira (12) 3152-5848 07/08 – Valentim Hoinatz de Andrade (41) 3349-7440 09/08 – Antonio Henriques (11) 5184-0160 10/08 – Luiz Carlos Barbosa (35) 3645-1151 12/08 – Alberto J. Antonelli (13) 3227-8597 13/08 – Benedito Coldibelli (19) 3223-0908 15/08 – Benedito Ângelo Ribeiro (11) 3936-8620 15/08 – José Raimundo Soares (12) ?281-1803 18/08 – Vanderlei de Marque (11) 4127-4220 19/08 – Luiz Gonzaga de Almeida (31) 3571-1643 26/08 – Walter Figueiredo de Souza (31) 3641-1172 26/08 – Manoel Evaristo da Costa (35) ?621-1310 00/08 – Antoninho Hahn [email protected] SETEMBRO 01/09 – Marcos Mendes Ribeiro (41) ?281-3321 03/09 – Luiz Carlos da Costa [email protected] 04/09 – Douglas Dias Ferreira (19) ?571-1118 07/09 – Ângelo Garbossa Neto (41) 3206-8045 07/09 – Antonio Valmor Junkes (41) 3015-7787 4 07/09 – Edo Galdino Kirten 07/09 – Marco Rossoni Filho 07/09 – Edson Niheuis 09/09 – Manoel Pereira da Costa 09/09 – Vitor Fernandes Lima 11/09 – José Benedito Filho 13/09 – Luiz Henrique da Costa 13/09 – Geraldo Augusto Alkmim 15/09 – Carlos Magno Antunes Pereira 15/09 – Bernardo Levandowski 18/09 – José Manoel Lopes Filho 18/09 – José Fábio Correa 18/09 – Odalésio G. Scopel 18/09 – Rui Pelissani Jr. 20/09 – Rosalimbo Augusto Paese 23/09 – Marcio Antonio Nunes 23/09 – Mário Ferrarezi 25/09 – Dani Donizette Ferreira 23/09 – José Camilo da Silva 28/09 – Marcos de Souza 30/09 – Geraldo José de Paiva (41) 3015-7885 (41) 3253-7135 (41) 3022-2450 ( ) -------------(21) 9693-5943 (35) 3623-4878 ( ) -------------(35) 3622-3274 (15) -2321585 (41) 3222-2133 (14) 3223-3399 (35) 3623-4819 (41) 3292-9814 (41) 3205-4965 (19) 3255-6622 (35) -281-1477 (19) 3561-5443 ( ) -------------(19) 3828-1221 (11) 3313-4551 (11) 3735-3014 OUTUBRO 02/10 – Licínio Poersch 03/10 – Laércio Griz 04/10 – Luiz Carneloz 05/10 – Benedito Antunes Pereira 06/10 – José Benedito Ribeiro 09/10 – Cônego Carlos Menegazzi 09/10 – Edson Marques de Oliveira 12/10 – Pedro Tramontina 12/10 – João Batista M Cirineu 13/10 – Afonso Bertasi 14/10 – Alderico José Rosim 16/10 – Sérgio Luiz Dall´Acqua 17/10 – Tiago da Fonseca 17/10 – Geraldo Luiz Sigrist 20/10 – Benedito Ignácio 20/10 – Nilo Jorge F da Cruz 25/10 – Jones Fábio de Lima 28/10 – Waldemar Chechinatto 29/10 – Agostinho Rafael Rodrigues 30/10 – José Tadeu Correa 00/10 – Claudio Picolli (45) 2101-6462 (91) 3079-4591 (11) 6940-3758 (11) 4655-4215 (19) 8281-8168 (19) 3256-3651 (15) 3271-1022 (11) 4232-5962 (15) -2712347 (19) 3524-0494 (19) 3582-1021 (47) 3435-5708 ( ) -------------(19) 3255-1732 (11) 5531-0031 (21) -2717242 ( ) -------------(11) 4591-1192 (21) 3468-5567 (35) 3623-4767 ( ) -------------- INTER EX Julho/20133 Palavra do Leitor Senhores jornalistas, não imaginam o quanto, aqui em casa, gostamos de ler a revista Inter-Ex. Tem muita coisa séria, escritores muito inteligentes e, como sempre fomos muito ligados aos missionários, acompanhamos com grande interesse as notícias sobre eles. Achamos bem interessantes os comentários do senhor Sombra e até rimos muito. Que Nossa Senhora do Sagrado Coração derrame sobre todos os senhores as melhores graças de saúde e prosperidade. (a) Sérgio R. Costa e Silva Neto Nota da Redação: Esta carta muito simpática veio do senhor Sérgio, de Araraquara-SP, Ele e sua família, como ele diz, sempre foram ligados aos missionários. É sempre com muita satisfação que leio do começo ao fim este Boletim Informativo. O presidente me pede insistentemente para que eu escreva alguma coisa do meu tempo de seminarista. Mas, além de péssima memória, nunca fui bom redator. Que o diga o padre Adão Bombach, nosso professor de Português. Para não ser desatencioso com o presidente, vou contar uma piadinha: Uma senhora encontra o vigário. - Estou desesperada, padre! Não sei o que fazer! - Mas por que está assim tão aflita? - Deram-me de presente um papagaio, mas que fala demais. - Mas isso é muito bonito, eu também tenho um. E como diz coisas belíssimas! - Mas é exatamente este o problema: toda vez que eu passo por ele, me diz: morra velha feia! - Mas isso é tremendo! - Estou desesperada, não sei como fazê-lo calar. - Espere, vou emprestar o meu papagaio que é bom e educado. Verá que em uma semana mudará o modo de ser do seu papagaio. Depois de uma semana a mulher volta desolada dizendo que o problema continua sem solução. - Mas, como? Respondeu o padre. O que diz o meu papagaio quando o seu diz morra velha feia! - ESCUTA-ME, SENHOR... (a) Amaro de Jesus Quero manifestar minha gratidão aos convocadores do Encontro Ibicaré/2013. Quero agradecer a visível insistência e santa teimosia do Dall’Acqua, Pivetta e Mardula. Se alguém se virou em mais de 30 para tudo prover, foi o Pivetta, entre outros. Esse entusiasmo oferece garantias de que a organização ainda terá bons e belos dias, para o futuro. Foi muito bom quando parecia que sem o tradicional “café com leite” poderia ser um esvaziamento. Nada disso aconteceu. (a)Valdir Luiz Pagnoncelli [email protected] NR: A expressão “café com leite” refere-se aos paulistas e mineiros que não compareceram. Obrigado Valdir, em nome da diretoria da Regional Sul, onde quero agradecer de modo especial como você mesmo já colocou, ao esforço e à dedicação monumental do colega Pivetta, além, é claro, da persistência e empenho do colega Dall’Acqua, um guerreiro na procura de novos companheiros e incentivos aos costumeiros participantes. Mas, acima de tudo, o que dá o verdadeiro brilho aos nossos encontros é a participação efetiva dos colegas que não medem esforços para comparecerem ao encontro. Grande abraço a todos (a) André Mardula [email protected] Pegando carona nas palavras do Valdir e do Mardula, parabéns aos organizadores, Dall’Acqua, Piveta, Mardula e todo o pessoal de apoio. Só temos a agradecer o sempre prestimoso e desprendido atendimento. Tudo, como sempre, esteve no superlativo, não esquecendo a ótima cobertura fotográfica do Moacir Dacorégio. Ao Ampolini, sinceros pêsames pelo passamento de seu irmão. Grande abraço a todos e até 2015. (a) Edo Kirsten [email protected] Amigos. As fotos (99) que tirei durante o último encontro em Ibicaré estão à disposição, no endereço http://dacoregio615740280.album.uol.com. br/ibicare2013. Se alguém desejar alguma com maior resolução basta me enviar um e-mail detalhando qual ou quais deseja, que enviarei diretamente. Cada foto em resolução original tem, aproximadamente, 4MB. (a) Moacir C. Dacoregio http://dacoregio615740280.album.uol.com.br/ibicare2013 Endereço correto-JCP Em complemento a um resumo, publicado no Inter-Ex no. 108 - junho de 2008, da vida de Martin Adolf Bormann, um ex-padre, MSC, afilhado de Hitler, venho informar, com base em notícia divulgada na Internet, seu falecimento no dia 11 de março último, beirando os oitenta e três anos de idade. Li não sei onde que o ex-padre Bormann deixou uma autobiografia. Gostaria de lê-la, pois deve trazer depoimentos fantásticos sobre esse período tão conturbado da História da Humanidade (que foi a época nazista na Alemanha e a Segunda Guerra Mundial). Mas, por enquanto, não consegui achá-la. De qualquer modo, estou sempre atento; se descobrir algum dado interessante, volto ao assunto. (a) Raimundo José Santana [email protected] 5 INTER EX Julho/2013 O Sombra O Sombra Vitória! Acabei de vencer a batalha contra os latinistas que insistiam em não dar a tradução de suas citações. Viu como valeu a pena pôr a boca no trombone? Agora todos entraram na linha! Viva o Sombra! Quem foi que disse que da fala do Sombra nada se poderia aproveitar? Até o Monelo Biondo, um dos persistentes citadores do Latim, vem dar uma mãozinha dizendo, arrependido, que “não dar a tradução é falta de cortesia”. Obrigado Biondo. Depois dessa, quero minha medalha de Honra ao Mérito. Aliás, não precisava de tanta eloquência para defender o estudo do Latim. O que você queria mesmo, era dar uma cacetada no Sombra. Deu e está satisfeito. Gosto de ver as pessoas felizes. Nunca aprendi Latim, mas um amigo me disse que é muito fácil e parecido com o Português. Quer ver, disse-me ele: leia isto, “Maria, tu comes caracóis?”. Li, mas não entendi onde ele queria chegar. Disse-me, então, que isso era Latim e não Português. Leia agora, disse ele: “Maria, tu comes cara, quo is?” Li sem entender onde queria chegar, quando ele traduziu: “Maria, tu, companheira querida, aonde vais?” E tem mais, disse ele: “Mater tua mala burra est”. Aí, já era demais! Tratei logo de cortar o papo, porque esse negócio de pôr a família no meio sempre acaba mal. Olha, Antonio Henriques, sua aula sobre “ad personam” e “éthos” é areia demais para meu caminhãozinho. Você transpira cultura por todos os poros e, quem sou eu, coitado, para acompanhar suas lições? tim anterior. Obrigado, Arlindo, você veio mostrar que o Sombra não é nenhum mentiroso, como andam dizendo essas línguas de trapo por aí. Mais respeito não custa nada! O Antonelli é um verdadeiro arquivo vivo de tudo que diz respeito à Congregação. O homem sabe de tudo. Será que ele também sabe quem é o Sombra? Estou ouvindo discussões por todo lado, uns, fãs fanáticos, querendo conhecê-lo e outros para lascar na cara dele: “vá para o inferno!”. Infelizmente não pude ir ao encontro de Ibicaré, mas meus informantes estão sempre a postos seja lá, em Itajubá ou Pirassununga. Soube de muitas coisas. Por exemplo, que compareceram cinquenta; que a festa foi maravilhosa; que não faltaram aquelas tradicionais leitoas a pururuca, coisa de escorrer saliva só de olhar e que a mulherada fez muito sucesso. Também soube que a caravana de São Paulo perdeu o rumo e foi parar em Itajubá, só que ninguém os viu por lá. Infelizmente, a por todos aguardada palestra do ilustre parapsicólogo Pedro Grisa não aconteceu, porque ele não pode comparecer por motivo de força maior. O horário foi preenchido pelo Arlindo Giacomelli que, com certeza, foi discípulo do padre Quevedo “isso non ecxiste”. Por hora e meia falou, falou, falou. Se derem corda, ele não para mais. Faltou só a sessão de hipnose ... que sono! Eta, Raimundo, você é porreta mesmo! Gostei Soube que quase lincharam o pobre Daleffe, sob acusação de ser ele o Sombra, mas as suspeitas não fi caram por aí. Apontaram o dedo também para Paeze, Pagnoncelli (o dono da rádio), Garbossa, sempre quietinho no seu canto e para os sempre salientes Junkes, Frigo, Cachoeira e Niheus. Insistem que deve ser alguém do sul, quando pode perfeitamente ser um paulista e, mais provavelmente, um mineiro que tem fama de trabalhar em silêncio. O Arlindo Giacomelli fala sobre o padre Antonio O Sombra é apenas num parceiro que quer somar e não dividir e, por mais que receba alfi netadas, está sempre atento a qualquer fuxico dessa gente maldizente. Até mais. do seu relato sobre seus primeiros heróis. Uma coisa, porém, me intrigou. Você fala do padre Santo Marini, um “pop star” impar e um tanto exibicionista. Nunca ouvi falar desse padre e, para surpresa, não o encontrei no livro “Face a Face”, editado pela Congregação. Por que será? van Es e o descreve como um grande fumante, o que vem confirmar o que eu já havia dito no Bole- 6 INTER EX Julho/20133 O último e-mail Walter Figueiredo de Souza (1951 - 1962) C ertamente não foi a última mensagem que o autor do e-mail, a que me refiro, terá enviado a amigos e companheiros. Vou tratar aqui apenas do último e-mail que recebi, há quase um ano, de uma pessoa que Deus colocou em nossa vida como amigo, conselheiro e, mais do que isso, como verdadeiro irmão. Com sua alegria de viver (sempre expressa no sorriso e na gargalhada), com sua sabedoria, dedicação e fé, ele nos conquistou “à primeira vista”, no nosso primeiro encontro quando ainda exercia o mandato de Provincial dos MSC. Despediu-se de nós no início deste ano. O autor da mensagem que aqui vou retransmitir (para quem ainda não descobriu) nada mais é do que nosso querido Pe. José Roberto Bertasi. Nossa convivência, embora à distância, foi marcada por coincidências e por certa afinidade, porquanto dele pude receber valiosos ensinamentos e com o qual tive oportunidade de trocar opiniões sobre questões da vida religiosa. Coincidência não só por ele ter entrado para a Congregação justamente na época em que eu deixava o Escolasticado em Vila Formosa, mas também pelo fato de ele pessoalmente ter acompanhado a agonia e o falecimento de meu irmão, Pe. Luiz Figueiredo, do qual ele foi discípulo. Além disso, Pe. Bertasi nos presenteou, a mim e minha família, com o privilégio Cerimônia na Capela de São José do Barrocão Foto do Walter Figueiredo de Souza e sua esposa Maria Cecília, na capela de São José do Barrocão, quando receberam do Pe. Tarcísio Pereira Machado o cálice que pertenceu ao Pe. Luiz Figueiredo Netto, MSC, falecido em abril de 1995 de receber das mãos de Padre Tarcísio, num Encontro da ASEA em Pirassununga/Barrocão, os pertences pessoais e o cálice com o qual Pe. Luiz Figueiredo havia celebrado durante quase quarenta anos. Pe. Bertasi faleceu com a mesma idade de meu irmão. A mensagem a que me refiro está viva até o presente e, com ela, quero presentear aos leitores deste singelo texto. A própria imagem do Pe. Bertasi está fielmente refletida na mensagem abaixo, “último e-mail” que tive a honra de receber daquele que, hoje, deve estar gozando da recompensa de Deus para aqueles que O representaram neste mundo. Que ele interceda por todos nós. “Páscoa... É ser capaz de mudar, É partilhar a vida na esperança, É lutar para vencer toda sorte de sofrimento, É ajudar mais gente a ser gente, É viver em constante libertação, É crer na vida que vence a morte, É dizer sim ao amor e à vida, É investir na fraternidade, É lutar por um mundo melhor, É vivenciar a solidariedade, É renascimento, é re-começo, É uma nova chance para melhorarmos as coisas que ue não gostamos em nós, para sermos mais felizes por conhecermos a nós mesmos mais um pouquinho. É vermos que hoje... somos melhores do que fomoss ontem. Desejo a todos amigas e amigos uma Feliz Páscoa, a, cheia de paz, amor e muita saúde! Pe. José Roberto Bertasi.” 7 INTER EX Julho/2013 Vários Ex-Alunos presentes ao Encontro de Ibicaré-2013 1ª fila (9): Moacir Cristaldo Dacoregio, André Mardula, Celso Carlos Noriler, Alzemiro Basso, Vilmar Daleffe, Alfredo Martins Aguiar, Luiz Boschetti, Ivo Manfé, Angelo Osmar Giombelli. 2ª fila (8): Ernesto Leinhardt da Costa, Irinor Pedrinho Parise, **, Valdir Luiz Pagnoncelli, Hélio Ampolini, **, Luiz Zagonel, Valdecir Antoninho Dalpasquale. 3ª fila (5): Arlindo Giacomelli, Helias Dezen, Dilson Bottega, Adelar Ponsoni, **. 4ª fila (5): **, Sergio Luiz Dall´Acqua, **, José Luiz Zambiasi, Daniel Canale Balanço do ano de 2012 Receita EM CONTAS CORRENTES EM APLICAÇÕES CONTRIBUIÇÕES DOS EX- ALUNOS SALDO ANTERIOR (2011) 469,38 13.309,28 13.778,66 16.223,88 RESULTADO ENCONTRO PIRASSUNUNGA RENDIMENTOS DAS APLICAÇÕES 340,98 73,26 • 16.638,12 • 30.416,78 Despesas TAXAS BANCÁRIAS Pela manutenção da conta no Bradesco Pela Cobrança dos Boletos 526,35 591,00 1.117,35 GRÁFICAS E DIAGRAMAÇÃO Confecções dos Boletins 7.600,00 PAPELARIA Aquisição de papeis, cartuchos, Envelopes etc 818,88 CORREIO Expedição dos Inter- Ex 2.871,99 DOAÇÃO Ultima parcela do forro do Sitio 600,00 CONTADOR Honorários do /Contador- I.R.P.J. 300,00 EMPRÉSTIMO Pago o empréstimo do transporte a Treze Tílias 7.052,50 RESTOS A PAGAR Boletim de novembro/2011 pago em 2012 5.102,95 SALDO PARA ANO DE 2013 CONTAS CORRENTES APLICAÇÕES 4.852,11 4.953,11 Araras 28 de Janeiro de 2013 Paulo Mendonça Barbosa - Tesoureiro 8 101,00 30.416,78 Encontro de Ibicaré - 2013 Ex-Alunos que estiveram presentes Adelar Cosmann, Adelar Ponsoni, Alfredo Martins Aguiar, Alzemiro Basso, Antonio Valmor Junckes, Ademar Pivetta, André Mardula, Ângelo Osmar Giombelli, Ari Scapini, Atílio Lorenzon, Claudio A Magnabosco, Arlindo Giacomelli, Celso Carlos Noriler, Dalmo Gazzoni, Daniel Canale, Domício Zubeldia, Edo Galdino Kirsten, Ernesto Leinhardt da Costa, Dilson Bottega, Dominmgos Luiz Meneguzzi, Edson Niehues, Erci Frigo, Ernesto Schaffrath, Helias Dezen, Irinor Pedrinho Parise, Hélio Ampolini, Ivar Gazzoni,Ivo Manfé, Jerci Maccari, José Carlos Ferreira, José Luiz Zambiasi, Junes Giachin, Luiz Boschetti, Luiz Carlos Cachoeira, Luiz Pelisson, Moacir Cristaldo Dacoregio, Licínio Poersch, Luiz Zagonel, Maurício Antonio Galvan, Nadir Antonio Sagin, Nivaldo Bordignon, Roberto Penteado, Odilon Luiz Áscoli, Rosalimbo Augusto Paese, Sérgio José Sfredo, Valdecir Antoninho Dalpasquale, Valdir Luiz Pagnoncelli, Vlademir Gazzoni, Sérgio Luiz Dal’Acqua, Valdir Rebelatto, Vilmar Daleffe. Obs: Resumo dos três últimos Encontros em Ibicaré. Em 2009, tivemos 66 ex-alunos, sendo que 34 haviam estudado em Ibicaré. Em 2011, tivemos 65 ex-alunos, sendo que 40 haviam estudado em Ibicaré. Em 2013, tivemos 50 ex-alunos, sendo que 48 haviam estudado em Ibicaré. Portanto o número de ex-alunos de Ibicaré vem aumentando a cada Encontro e, com a colaboração de todos, vamos aumentar ainda mais em 2015. INTER EX Julho/20133 O primeiro superior Alberto José Antonelli (1944/1956) F alávamos do atribulado início da Congregação no Brasil. Tanto os padres aqui residentes, como aqueles da Província-Mãe na Holanda, ansiavam por uma solução dos problemas causados pela distância de um país tão longínquo. Numa segunda visita do Provincial ao Brasil, no ano de 1925, foi feita uma pesquisa entre todos os confrades. Rogava-se que ninguém deixasse de responder: “Você aprova a criação de uma Província Brasileira? No caso de uma separação das províncias, você desejaria voltar à Holanda ou permanecer no Brasil?” Grande expectativa, mas com resultado previsível, haja vista o bom espírito MSC que desde sempre predominou. A maioria esmagadora dos votos foi pela criação da nova província. Poucos falaram em continuar na antiga. E também estes não queriam voltar à Holanda: iriam para o Estado do Rio de Janeiro, onde os MSC holandeses estavam começando um novo trabalho. Então, mãos à obra. A primeira providência agora seria formar MSC brasileiros. O que requeria esforços gigantescos, quase impossíveis naqueles tempos de recessão econômica: a construção e manutenção de dois seminários, menor e maior, um noviciado, e o mais difícil: a formação dos respectivos corpos docentes. Primeira pergunta: aonde? Levantamentos, viagens, barganhas, comprou-se logo um vasto espaço em Pirassununga no Bairro da Raia. Situado fora da cidade, perto do Pe. Antônio van Es 7 1 Leyten - van Es - Degenhart - Hensen Os fundadores - Pirassununga, 1932 Matadouro, não passava de um pasto abandonado, coberto de arbustos crescidos e blocos de cupins, terreno que se estendia em declive suave quase até o Ribeirão do Ouro. Bom começo! Com o lugar garantido, veio a tarefa delicada: ajuntar o dinheiro suficiente para adquirir material de construção e pagar empregados. Seria desagradável começar uma obra e parar no meio. Época de penúria: passaram-se longos cinco anos nesta empreitada. Em 1930, o Conselho Provincial (na Holanda) resolveu que já era hora. Para supervisionar a 4 2 1 – Escola normal de Pirassununga 2 – Matriz 3 - Jardim antigo devastado pelos Lacerdinhas... 4 - Hotel municipal 5 – Caixa Econômica 6 – Casa Rosada – Residências das irmãs Boller – grandes beneméritas do Seminário 7 – Casa Paroquial 5 3 6 9 INTER EX Julho/2013 Av. Padre Antônio Vann Ess que une a cidade de Pirassununga à Rodovia SP 330 construção, estavam disponíveis diversos padres experimentados, construtores de igrejas, salões e casas paroquiais. Paradoxalmente, escolheram um padre jovem, 32 anos, chegado ao Brasil cinco anos antes: Pe. Antonio van Es, meu primeiro Superior. Talvez por isto, criança pré-adolescente, ele guardou sempre para mim uma aura de algo onipotente, extraterrestre. Os demais, e muitos! Superiores que tive, bem... já nem tanto! Receoso mas obediente, este padre transferiu-se para Pirassununga, aonde chegou em 22 de dezembro de 1930. Conforme as ordens recebidas, alugou uma casa velha na cidade, espaçosa, própria para receber diversos confrades. E começou a correria. A planta do seminário fora concluída um pouco antes. Passara por diversas consultas e modificações. Seguindo orientações precisas dos mais entendidos, o irmão Cornélio Leyten desenhou o prédio que conhecemos. Traços clássicos, práticos, simples, bonitos. Um arquiteto civil revisou e assinou em baixo, cumprindo assim as exigências legais. A escolha do Pe. Antonio para supervisor fora acertada No prazo de um ano e alguns meses, o prédio estava pronto para funcionar. Já no dia 2 de fevereiro de 1932, o nosso sempre presente colega Cônego Carlos Menegazzi, então com onze anos (hoje ele tem noventa e dois), entrava no colégio para iniciar o primeiro ano (chamavam “classe da Sexta”). Com ele entraram mais sete alunos da mesma idade. Catorze anos mais tarde, o sonho se realizava: era ordenado o primeiro padre MSC brasileiro: Plínio Pereira Negrão, no ano de 1946. Eu estava na Quarta. Lembro bem da grande comemoração que os professores fizeram. O nosso amigo Carlos Menegazzi, contra a vontade, saíra no Noviciado. E finalmente, no ano seguinte, após 36 anos da chegada dos primeiros padres vindos da Holanda, era instituída a Província Brasileira. Pe. Antonio van Es foi o Superior da casa durante os dois primeiros anos de minha estadia, 1944 e 1945. Estava então no auge da vida, com 46 anos. Embora fosse severo, exigente, 10 eu o estimava, confiava nele. Seguindo o costume da casa, algumas poucas vezes escrevi um bilhete, entregando-o ao Irmão Francisco sentado por horas a fio na sua cátedra: “quero falar com o Superior”. Quando me chamavam, caminhava nervoso até o quarto no final do corredor. Pe. Antonio me recebia sorrindo, conversava sem pressa, resolvia problemas, entendia as dificuldades de quem tem onze anos. Meus pais e irmãos vinham ao colégio uma vez por mês para a visita. O Superior aparecia para cumprimentá-los, contava histórias, cuidava que almoçassem e depois fossem comer frutas na chácara. Era amado por todos na família. Tendo chegado ao Brasil duas décadas antes, como parte da sua aculturação, fora nomeado para diversas paróquias de Minas e S. Paulo (Pirajuí, Havaí, Piranguçu, Itajubá). Em Pirassununga ficou mais tempo: dezesseis anos. Quando eu cursava o terceiro ano, soubemos que chegaria um novo Superior, Pe. Adriano Seelen. Pe. Antonio então mudou-se para Itapetininga. Trabalhou posteriormente em Ibicaré. Faleceu por problemas cardíacos, com 64 anos, em 1962. Sim, ele fumava muito, e estava ciente das teorias a respeito... Passados uns anos, quando as máquinas da Prefeitura de Pirassununga trabalhavam na ligação asfáltica da cidade com a Via Anhanguera recém-construída, um vereador fez um discurso na Câmara Municipal lembrando e enaltecendo a figura do antigo diretor do Seminário. A seu pedido, e com aprovação unânime, os Vereadores deram o nome do padre ao principal trecho que une a cidade à Rodovia SP 330. É uma das mais importantes artérias municipais, duas pistas, quatro quilômetros, arborizada nos dois lados, canteiro central com flores. Naquele longínquo dia de Finados, quando descíamos cantando por esta mesma rua empoeirada, ninguém sonharia com o que aí aconteceria alguns anos mais tarde. Mas as placas em cada esquina, com o nome “Avenida Padre Antônio Vann Ess” (sic) não deixam dúvida. Lá estarão “in perpetuam rei memoriam”. - Finis. INTER EX Julho/20133 Ricordo Lupo da Gubbio A o receber o Inter-Ex (março 2013) minha euforia logo foi toldada e tolhida quando deparei-me com o Comunicado do Pe. Provincial, que nos punha a par do falecimento do Pe. José Roberto Bertazzi. Confesso que fiquei pasmo, gelado e confuso. O Bertazzinho, um dos meus antigos e saudosos alunos dos idos de 1964, no tempo em que ainda era professor na Escola Apostólica de Pirassununga. “Aquele menino”..., pensei logo. Para mim ele sempre foi “aquele menino” com todas as características de menino, com seus defeitos e qualidades, com aquele seu modo de ser todo especial. Tivemos sempre um bom relacionamento “professor e aluno”, e posteriormente (pelo menos em espírito) como confrades, mesmo já tendo eu deixado a família MSC. Muitos laços podem ter-se rompido, mas os laços do amor nunca se rompem desde que sempre tenha existido amor verdadeiro. Se, por acaso o amor se rompe, é sinal de que nunca existiu amor, antes, a máscara do amor. De longe segui os passos desse “menino”. Com muitos outros, infelizmente, perdi o contato. Sempre soube que ele foi um exemplo de religioso e sacerdote. E como Superior Provincial, nec plus ultra, isto é, nunca ultrapassado, “um modelo acabado e perfeito do fiel e constante lutador” (Hino da Academia Pio XI, de Pirassununga). Dentro de mim mesmo, chorei. Chorei de dor e chorei também de alegria. De dor por termos nos separado nesta dimensão física; de alegria por saber que ele alcançou a finalidade precípua de nossa existência, a volta para o Pai. Como bem disse Goethe, “A água cai do céu em forma de chuva, depois voltando ao céu em forma de vapor, a fim de novamente cair e voltar”. Mas toda vez que ela volta, ela provoca um ressurgimento, uma renovação e a terra se aperfeiçoa e se beneficia. Não consigo imaginar o quanto este meu “menino” sofreu nas mãos da doença. Mas consigo imaginar, sim, o como ele superou o sofrimento com aquele seu espírito forte, inquebrantável, invejável. Alegre, até. Naquele momento veio-me à memória o Moteto (canto religioso, hino) composto por Haendel, intitulado Ecce quomodo moritur Justus (Eis como o Justo morre). A paz e a sublimidade dessa música barroca fez aquilo que o mesmo apóstolo Paulo disse: “Fui arrebatado até ao sétimo céu”. Também, e especialmente, lembrei-me de como Il Poverello morreu. Apesar de sua debilidade física, ele sentou-se sozinho sobre aquela enxerga na qual jazia agonizante, e abrindo os braços saudou a Irmã Morte beijando-a carinhosamente. Foi assim, “meu menino Bertazzinho”, que o vi partir deste mundo. Tal qual o seu digno Guru a quem você seguiu e perseguiu sempre como ideal de vida, e mui perto do qual conseguiu chegar. A Fraternidade Cristã C a maior de todas as Fraternidades C fala-nos das três Igrejas, sendo 11 INTER EX Julho/2013 na verdade uma só: a Militante, a Padecente e a Triunfante (uma verdadeira Trindade dentro da própria Trindade Santa). E quando cantamos a Ladainha de Todos os Santos (como o fizemos tantas vezes nas festas das Rogationes = Rogações, e nas diversas cerimônias religiosas e monacais), agora, ao chegarmos àquela suntuosa súplica Omnes sancti et sanctae Dei, Intercedite pro nobis = todos os santos e santas de Deus, Intercedei por nós, vejo você, “meu menino”, vejo-o ao lado de seu Guru, lá nas alturas da Igreja Triunfante. Ambos vocês, sempre alegres e festivos, ridentes. Lá do alto vocês dois tiram “pelo” deste tinhoso Lupo da Gubbio que não cessa de provocar o Sombra, exibindo a sua dentaça desafiadora. Meu “querido menino”, em união com todos os seus confrades, colegas, amigos e familiares, e com todos os Ex Alunos MSC, e mais especialmente com este seu antigo e obscuro ex-professor, terminamos a Ladainha de Todos os Santos com um solene e súplice ORA PRO NOBIS. 12 NOTA. Lembramos a todos os leitores que este simples esboço de um “retrato espiritual” do nosso querido e saudoso Pe. José Roberto Bertazzi C feito alla prima (rapidamente) - foi baseado nas palavras do atual Superior Provincial, Pe. Manoel Ferreira dos Santos Jr, publicado neste último Boletim do Inter-Ex, à página 20. Comentário singelo, conciso e perfeito, igualmente nec plus ultra. Também foi baseado no artigo intitulado “Mal-Entendidos” da autoria do Monello Biondo, no qual ele descreve a lenda do Lupo da Gubbio, o inimigo fidagal e figadal do Sombra, mas que no momento lhe estende a pata dianteira, pedindo arrego. Coincidentemente, após esta simples redação ter sido finalizada, o novo Pontífice Romano é eleito Papa, e assume o nome de FRANCISCUS. Simples coincidência? O rebanho indefeso terá que ser salvo. O Lobo Mal terá que ser redimido. A Paz deverá ser implantada. A Fraternidade Universal deverá imperar reinando o Amor. Lupo da Gubbio - Março de 2013. INTER EX Julho/20133 40 anos depois - Capítulo X Do alto daquela alta ponte Antonio Valmor Junkes (58-64) C omo não disponho de muito tempo, consultei meus alfarrábios e me deparei com um soneto, mais um texto a ele relativo, que escrevi com muita emoção e cujo tema se refere ao último encontro em Ibicaré. A título de colaboração para o Inter-Ex, quero comparti-lo com aqueles que tiveram a paciência e a bondade de lê-lo até o final. Ofereço-o a todos, e, de modo todo especial, àqueles que naquele momento comigo estiveram e, bem por isso, são parte integrante dos sentimento que nestes versos de rima pobre expus. Naquele morro, farto de lembranças, pendurado, silente e solitário, se encontra ainda o velho seminário, berço probo de muitas esperanças. Não se ouve mais a grita de crianças, todas se foram em porvir contrário e permutaram o vestal sacrário por outras sinas, em demais andanças. Sinto-me lá, no tempo que se foi, que me atormenta, martiriza e doi. faz cismar e sofrer no recordar. quão dolorido, aflora à minh’alma a incontrolável esquisitice de “ver” com os olhos na forma material, mas de “enxergar”, todavia, com alma de poeta. Assim, naquela manhã ensolarada daquele sábado, senti, primeiro, a alegria de ter vivido aquele tempo para, daí, sofrer a malvada angústia de nunca mais poder vivê-lo. Entanto, lá em baixo, indiferentes às minhas mágoas, as águas barrentas do Rio do Peixe, tomando de assalto as águas claras do Rio São Bento, continuaram a rolar eternamente em ondas miúdas, e me pareceram, naquela ditosa manhã, jorros de lágrimas ainda não choradas, em refrulhos de infância e de saudade. É uma breve e falaz felicidade vem diluída em mágoas de saudade, de sonhos bons que nunca vão voltar. Em 24/03/2013, arrastava-se penosamente a madrugada naquele hotel de Dreizehn Linden quando, insone, rabisquei estes versos, relembrando a visita obrigatória que fiz à ponte do Rio do Peixe, no sábado pela manhã, na gostosa companhia de outros mais. O que digo nas simples linhas desse soneto é um pouco do que sinto todas as vezes em que me encontro no alto daquela alta e fria ponte... Com olhos langorosos mirados naquela serra, no evolar-se em voos rasantes sobre um passado tão presente 13 INTER EX Julho/2013 O nosso Frei Tuck Raimundo José Santana (54-61) E sse Frei Tuck do título surgiu em minha vida e dela desapareceu mais ou menos como o Rei de Salém no Gênesis: do nada. Quando lia as aventuras de Robin Hood, lá pelos meus onze anos, com a fértil imaginação de criança, tentava trazer para a minha realidade, para o meu dia-a-dia, a figura de Frei Tuck, o padre amigo de Robin. Em minha cabeça, ninguém a personificava melhor do que o Padre Alberto Brandts, meu primeiro professor de Matemática: um latagão, misto de Glenn Ford e Orson Welles, cara gorda e rubicunda, sobrancelhas espessas, olhos enormes, rotundo como um tonel e forte como um boi, voz empostada e grave, um verdadeiro rabecão, higiênico ao extremo, unhas limpinhas e bem cuidadas, nenhuma caspa na lustrosa batina preta, um ar bonachão e domingueiro. O canhenho de minhas recordações, porém, não tem registros da origem e do fim dessa figura simpática de “tiozão” sui-gêneris: como ele apareceu no IPN e para onde foi depois de certo tempo. Nunca tive muito contacto com ele. O primeiro encontro foi na minha primeira aula de Matemática. De cara, já fiquei atemorizado. O Pe. Adriano van Iersel saíra da aula de Francês, esquecendo aberto, sobre a mesa, aquele Manual, se não me engano, o “Passo a Passo”, de autoria do Pe. Adão Bombach; lá estavam aqueles versos anônimos, verdadeiro “virelangue” (trava-língua) em Francês: “On me donnera, je gage, Autre chose à mon dîner, Car Didon dîna, dit-on, De dix dos dodus De dix dodus dindons. » (Traduzindo: Aposto que me darão outra coisa para meu jantar, pois dizem que (a rainha) Dido comeu, no jantar, dez gordos filés de dez perus gordos) O Pe. Alberto chegou para a aula seguinte, cumprimentou os alunos e, para quebrar o gelo, começou a ler os tais versos, rindo alto do trava-língua. Como ninguém entendesse aquilo, passou a relê-los pausadamente. Na santa ingenuidade da roça, ouvi e interpretei sua leitura assim: “Autre Chose, À Mon, Diner, Car, Didon, Dîna, Dit-on, De Dix Dos, Dodus, De Dix Dodus, Dindons. 14 Campinas - Padre Alberto Brandts Muito besta, no fundo da sala, caí na esparrela de erguer o braço e lhe perguntar pálido e mansinho: - Reverendo, é a escalação da seleção francesa de futebol? Ele, tremelicando as espessas sobrancelhas, revirou aqueles olhos bugalhudos de cururu, alteou o peito para lhe expor melhor a magnificência doutoral e perguntou ao colega, ao lado, Paulo Lamoglia, dedo em riste em minha direção: - Paulinho, de onde veio esta angélica criatura? Pra quê? A partir daí, muito acanhado, travei, murchei e emudeci em suas aulas para sempre. Decisão firme. Um prego. Eu o tinha como um sábio e ele me considerava uma angélica e silente criatura aplicada. Nem mais, nem menos! Nunca nos acamaradamos, também nunca trocamos farpas... nem afabilidades: ele, lá no estrado e na lousa sempre a jorrar sapiência e eu, no fundo da sala, sempre acaramujado em minha agressiva mudez. Mas a classe superou aquelas dízimas periódicas, aquelas frações de- INTER EX Julho/20133 cimais. Nós vencemos a Matemática. Medramos, amparados na sabedoria do mestre, com a segurança, a rijeza de um guatambu do sertão. Como já disse um certo Jacinto, não tivemos sarampo e não tivemos lombrigas. A Matemática entrou por nós tão facilmente como o sol pelos vitrais de uma catedral da Idade Média. O nosso Frei Tuck conhecia bem o assunto e ensinava bem, não havia o que discutir. O pouco que sei dessa matéria devo a ele. Mas seus conhecimentos não se restringiam apenas à Matemática: se vivesse no tempo de Voltaire, seria considerado, sem dúvida, um doutor “de omne re scibile et quibusdam aliis” (doutor em toda coisa sabível e em outras mais que possam surgir por aí). Certa feita, o Pe. Henrique Alofs compôs uma missa para duas vozes (soprano e contralto) e convidou o Pe. Alberto para ajudar os contraltos. Aconteceu o inimaginável: Pe. Alberto, com partitura em clave de fá, cantando numa oitava abaixo, não só soltou, com gosto, aquele vozeirão empostado de mastodonte (todos os registros abertos), como abafou e pulverizou a melodia dos pobres sopranos. Mas, naquele dia, nem os sopranos do “Allá Scala” de Milão o sobrepujariam, tanta era sua empolgação. Perdeu-se simplesmente a melodia, ouviu-se uma missa capenga em segunda voz. Foi como se ouvir a 9ª. Sinfonia de Beethoven sem violino, só com contrabaixo. Não consigo me lembrar da reação do Pe. Henrique. Numa outra ocasião, tocávamos nossa vidinha normalmente quando ficamos sabendo que Pe. Alberto sofrera um acidente de carro numa estradinha apertada lá nas montanhas de Delfim Moreira. Formamos um grupinho de quatro ou cinco alunos e fomos à Santa Casa de Itajubá visitá-lo: estava meio espandongado na cama, com alguns esparadrapos no rosto e com problemas mais sérios nos pés, mas estava de bom humor e fora de perigo. Contou-nos, quase rezando um “confiteor”, que fora o culpado pelo acidente: ia ele com o magro e enfezadinho Pe. Martinho Geers, num pequeno “Jeep Willys-Overland”, em direção a uma fa- zenda no Município de Delfim. Num determinado trecho, vendo um gado que pastava à sua direita (lado do passageiro), chamou a atenção do motorista (Pe.Martinho) para um boi preto e branco à frente da manada; quis saber, já que era leigo no assunto, se aquele espécime era boi puro da raça holandesa. Fizera a pergunta inocentemente até porque vinham conversando sobre sua terrinha natal, a Holanda. Padre Martinho, atencioso, abaixou-se um pouco por sobre o volante para ver o dito boi: distraiu-se e, não vendo uma curva próxima, rolou com o carro ladeira abaixo. A sorte, ria o Pe. Alberto batendo a mão direita na barriga, foi que esta grossa pança, aqui, serviu de amortecedor no capotamento; daí não ter havido conseqüências mais drásticas para nenhum de nós dois. Ainda gracejando com o acontecido, acrescentou, solto e sorridente, naquela sua voz de rabecão: - Potverdomen! Por causa de um boi, a vaca quase foi pro brejo! Que eu me lembre, foi sua última facécia com os alunos. Foi a última vez que me encontrei com a figura sábia desse tio pimpão: Pe. Alberto Brandts. Esse acidente, de certa forma, apagou aquelas antigas e pequenas rusgas das aulas de Matemática, selando fraternal e definitivamente a paz entre nós. Mas, com efeito, se bem recordo, foi como se tivéssemos pago o dízimo, como Abraão, ao Rei de Salém, porque depois disso, tal qual o Rei, ele também não mais foi visto entre nós: simplesmente desapareceu do nosso convívio. Desvaneceu-se-nos completamente, a partir daí, no distante horizonte da memória, a figura forte e rechonchuda desse Frei Tuck com as nédias roscas de seu nédio pescoço e sua voz retumbante. Remanescemos lá no IPN, absortos, como os homens da Galiléia, a olhar fixamente para as alturas. Nosso Frei Tuck se foi; se não a deitar suas pérolas a porcos, saiu certamente por aí, alhures, por outras florestas de Sherwood, mundo afora, a combater o bom combate. Nunca mais nos vimos. A furiosa com Padres Alberto Brands, Graciano Von Westeinde e Henrique Alofs 15 INTER EX Julho/2013 Entrevista Daleffe entrevsita Zambiasi no Encontro de Ibicaré - 2013 Vilmar Daleffe JOSÉ LUIZ ZAMBIASI é um dos ex-padres que se deram muito bem na vida laical e vive muito feliz há 41 anos com CRISTINA, sua esposa. Nasceu em Nova Bréscia,RS e aos cinco anos foi morar na região de Xaxim e depois Xanxerê, em Santa Catarina. Aos 14 anos foi estudar em Ibicaré (1958), permanecendo ali por um ano. Entrou no seminário por influência da religiosidade da família. De 1959 a 1963 esteve em Pirassununga e em 1964 (época da Revolução) iniciou o noviciado; de 1965 a 1970 estudou no Seminário Maior de Vila Formosa e em outras instituições. Em 1970, foi ordenado padre, ocupando vários cargos como: reitor do Seminário Maior, diretor dos Anais de Nossa Senhora do Sagrado Coração, capelão das freiras e vigário de Aricanduva. Um ano depois, a sua vida de padre acabou. Deixou Vila Formosa e o ministério sacerdotal. Apenas comunicou ao Provincial (Padre Antônio Cortez), mas não pediu dispensa a Roma. Simplesmente foi ao cartório com a noiva e se casou. Zambiasi deixou bem claro que não teve vida dupla. Apaixonou-se pela Cristina, enquanto padre, mas só ficaram juntos depois que deixou o ministério. Cristina tinha 18 anos e era estudante de datilografia, numa escola mantida pelo seminário, sob a direção do José Apparecido de Oliveira (ex-MSC). Conheceram-se no sítio de Guararema e foi amor a primeira vista. No final de 1971, com autorização dos pais da noiva, casaram-se e foram morar no Tatuapé, em São Paulo. Com a formação que tinha e com sua bagagem intelectual, tornou-se professor de História, Filosofia e Psicologia na escola pública, primeiro em São Paulo (1972-1980) e depois em Chapecó,SC, onde lecionou em escola estadual até 1996, quando se aposentou. Concomitantemente, lecionava na educação superior, participando da história da construção da Universidade Comunitária Regional de Chapecó (UNOCHAPECÓ), onde se aposentou pelo INSS no final de 2008. Alí lecionou História, História da Educa- ção, Filosofia, Filosofia da Educação, Ética, Estética, Epistemologia, Psicologia, Sociologia, Latim e Grego. No final de 2012, foi homenageado pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina pelos serviços prestados à educação e à construção da UNOCHAPECÓ. Segundo ele, sempre achou que era escolhido para ser padre, mas uma paixão mudou a sua vida e vive feliz, até hoje, com a sua Cristina com a qual teve três filhos: um, o Cristiano, advogado da Aurora Alimentos; outro, o Saulo, doutor e professor de Ciências da Computação, na UFSC, e a filha Lara, professora de informática no Instituto Federal de Educação de Chapecó. Porque isso aconteceu? Segundo Zambiasi, porque ficou decepcionado, como muitos padres que abandonaram e abandonam o ministério ainda nos dias de hoje. Deveriam acontecer mudanças na Igreja. O celibato sacerdotal deveria ser facultativo, a Igreja deveria ser mais voltada para a vida real e muitas outras mudanças aguardadas até os tempos de hoje. Realmente foi uma vida de sucesso. Parabéns! Nota do Autor - Tenho enviado a vários colegas pedidos para que me mandem suas histórias e não tenho obtido resposta. Na próxima, quando pedir, por favor me mandem. Nota da Redação - A Entrevista, na forma de Relato, foi opção do Autor. 16 INTER EX Julho/20133 Observando antigas estrelas e conhecendo novos lugares Cláudio Carlos de Oliveira (1959 - 1965) O tempo vivido no Instituto Pe. Nicolau (I.P.N.), em Itajubá, no início dos anos Sessenta, foi para nós, que lá estudamos nessa época, oportunidade de viver experiências novas e interessantes. O Superior que nos recebeu, Pe. Leopoldo van Limpt, era apaixonado por Astronomia. Tal interesse se manifestava concretamente, quando montava, à noite, no campo de futebol, um pequeno telescópio. As noites no Sul de Minas, geralmente enluaradas e sem poluição, facilitavam a observação das estrelas. Cuidadosamente, ele direcionava o telescópio para uma estrela e após ajustar bem o foco, chamava-nos, com demos admirar e desvendar um pouco o grande entusiasmo: “Venham ver o planeta Vênus!!!” mistério do universo onde vivemos. Cheios de curiosidade, olhávamos pela lente Observar o firmamento pelas lentes daquele do telescópio e víamos, na imensidão do espaço, telescópio foi para nós, adolescentes ainda, uma o planeta envolto numa luminosidade suave que experiência inesquecível. nos encantava. Depois de todos terem observaGraças à coragem e ao espírito do a estrela tão distante, explicava aventureiro de outro superior nosso, que Vênus podia ser visto também Pe. Antônio Cortez, conhecemos lua olho nu nas manhãs bem claras, gares interessantes do Sul de Minas. antes do nascer do sol. Disso, vem Pudemos apreciar o pinhão e o seu outro nome: Estrela da Manhã friozinho mais intenso de Campos ou Estrela D’Alva. Em seguida, redido Jordão, pegando carona no camirecionava o telescópio em busca de nhão que recolhia latões de leite dos outra estrela: Marte, o planeta verpequenos sitiantes da região. melho. De fato. Olhando pela lente, Colhemos saborosas peras nas cháGaláxia do Chapéu víamos Marte como uma pequena caras e nadamos nas águas geladas lua avermelhada, contrastando com da represa da Vila Maria. o vazio do espaço infinito. Aproveitando o céu Viajando de Maria Fumaça da Rede Mineira estrelado e claro, apontava-nos onde ficavam as Viação, conhecemos São Lourenço, em cujo Parprincipais constelações: Escorpião, Órion, com que das Águas, bebemos as mais diversas e meas Três Marias, Cruzeiro do Sul e outras. Gra- dicinais águas minerais. Na carroceria descoberta e sem segurança ças a essas pequenas incursões pelo mundo da astronomia promovidas pelo nosso Superior, pu- de um caminhão já bem rodado, dirigido pelo Turco, motorista da família Cortez, visitamos várias vezes Delfim Moreira, cidadezinha simpática cercada por pomares de marmelo, que depois de amadurecido transformava-se em doces marmeladas vendidas nas grandes cidades. Inesquecível para muitos foi também o passeio a Parati, cidade histórica, de onde alguns de nós, deslumbrados, puderam avistar o mar pela primeira vez. Ainda hoje, já passados tantos anos, recordando esses passeios permeados de arriscadas aventuras daquele tempo de adolescentes e olhando o céu, à noite, quase que podemos concordar com o poeta Olavo Bilac: “Fitei naquela noite o firmamento, Que inda hoje mesmo, quando acaso o fito, Tudo aquilo me vem ao pensamento.” 17 INTER EX Julho/2013 C omo todos nós pudemos ver no último Encontro em Pirassununga, foi demolida a torre da capela São José do Barrocão porque estava em perigo de ruir. Após exame mais minucioso de um engenheiro consultado pelo padre, chegou ele à conclusão de que toda a estrutura do telhado estava comprometida por ataque de cupim e por infiltração de água. Naquela ocasião, após a missa celebrada pelo padre Almir Teixeira, este levou o problema a todos os presentes, solicitando ajuda financeira para a reforma geral. Como o retorno foi insuficiente, vimos, através deste Boletim, insistir no sentido de que aqueles que possam, enviem recursos para que volte a funcionar mais rapidamente aquela capela querida por todos e que tantas recordações traz de nossas férias naquele saudoso sítio. Dados para depósitos: Associação Instituto Missionário - Bradesco Agência 01519 - CC 34830-9 CNPJ 62.778.170/0003-10 FOTOFOCANDO Vilmar Daleffe (1959 - 1965) Um remanescente das séries Sher - Hol. Paese, Valinhos-SP 18 Um trio receptivo da Família Pivetta - Mãe Armelinda, Bruna e Lucas Ibicaré Um figura feliz Dacoregio, Floripa INTER EX Julho/20133 Sobre Afinidades Antonio Henriques Foto de Pio XII na Alemanha nazista. O termo “afinidade” provém do latim adfinitas e, por provável assimilação, affinitas que se liga a finis (fronteira): ad (perto de) + finis (fronteira): o que está dentro da mesma fronteira, vizinho à fronteira, e daí, no Direito, parentesco: affines in agris sive consanguinitate conjuncti (em campos vizinhos, ou unidos por consanguinidade). Sempre pareceu-me haver afinidade entre a Igreja e o exército, afinidade que remonta à Idade Média, época de predominância clara do militarismo com apoio da Igreja, de modo especial, na época das Cruzadas. A Igreja sacralizou o tópos horaciano do dulce et decorum pro patria mori (doce e decoroso é morrer pela pátria). Leão IX afirmou que os soldados por ele recrutados e mortos em combate tinham sido admitidos no paraíso entre os mártires da fé. Citam-se versos celebrando os que tombavam pro fide et patria (pela fé e pela pátria): “Aquele que embarca para a Terra Santa, Aquele que morre nessa campanha, Ingressará na benção do céu E com os santos lá viverá.” Já na minha puerícia observava afinidade entre a Igreja e o exército: os alunos do colégio de Alfenas iam à missa fardados sob o olhar vigilante do Pe. João Galiard. Fardados também eram os alunos do colégio São Bento do Rio de Janeiro como se pode ver, em foto de Noel Rosa (Biografia de Noel Rosa de João Máximo e Carlos Didier). Carlos Drummond de Andrade (Encontros) conta que, no colégio dos jesuítas de Friburgo, as boas notas eram atribuídas aos “tenentes”; notas melhores aos “capitães”; notas melhores ainda, aos “coronéis” e, finalmente, aos “generais”, o prêmio maior. Na hierarquia da Congregação Mariana, os postos eram simbolizados por estrelas (cinco estrelas para a função mais elevada) à moda militar. No hino da mesma Congregação, os primeiros versos têm nítido colorido militar, além do ritmo marcial: “Do Prata ao Amazonas Do mar às Cordilheiras Cerremos as fileiras, Soldados do Senhor.” No correr do mesmo hino há outros elementos que lembram o militarismo: “Deu a voz de co19 INTER EX Julho/2013 mando Pio Onze”; “De mil soldados não teme a espada quem pugna à sombra da Imaculada”. Em outros hinos religiosos da época há versos com o mesmo sabor militar; vejam um exemplo: “Levantai-vos soldados de Cristo, Sus correi, sus voai à vitória, Desfraldando a bandeira de glória, O pendão de Jesus Redentor.” “Não nascemos senão para a luta. De batalha amplo campo é a terra [...].” A igreja carrega até hoje termos e expressões de tempero militar. É o caso de associações religiosas como Legionários de Cristo e Legião de Maria, que lembram o exército romano. Lembro-me de que no Vade-mécum da Legião de Maria aparece o termo presídio (fortaleza militar, lugar fortificado) que, hoje, no Direito, significa prisão, cadeia. Na festa de Nossa Senhora, no rito antigo, cantava-se Assumpta est Maria in coelum, gaudet exercitus angelorum (Maria foi levada ao céu, alegra-se o exército dos anjos). Tudo bem, entende-se esta afinidade de superfície da Igreja com o militarismo. Até a década de sessenta, ou até mais, o contexto social era de caráter militar e o Pe. Lamberto Prins nos advertia de que as moças tinham inclinação para a farda e para a batina. A meu juízo, porém, a afinidade da Igreja com o militarismo é mais profunda e, na verdade, há elementos, muitos e claros, que atestam a convivência do éthos militar com com o éthos eclesiástico: hermetismo, verticalidade, autoritarismo, burocracia. O éthos militar transparece de forma indubitável em Inácio de Loyola que alicerçou sua ordem nos moldes militares. O termo companhia tem sabor militar, bem como exercícios (espirituais). Exercício é da mesma raiz de exército. Como o Papa Francisco é jesuíta, a mídia tem se referido à Ordem criada por Santo Inácio de Loyola com termos que, curiosamente, têm sabor militar: “tropa de choque da Igreja”, “ponta de lança da Contrarreforma”, “linha de força”, “obediência cega”, “obediência perinde ac cadaver (igual a cadáver)” e outras mais. Em se falando de jesuítas, peço licença para transcrever um ditado jocoso que ouvi no Escolasticado: Si [itis] cum jesuitis non cum Jesu itis (se [andais] com jesuítas, não andais com Jesus). Com a tradução, o texto perde sua graça. O convívio da cúpula (para ser mais preciso) da Igreja deve ter contribuído para alimentar na cúpula eclesiástica uma queda, uma inclinação, um “penchant” para o militarismo e, em consequência, para a ditadura ou, pelo menos, para a direita, para não dizer extrema direita. 20 Vou deixar de lado a Idade Média e entro nos tempos modernos com Pio XII a respeito do qual há um livro com o sugestivo título de “O Papa de Hitler”, de John Cornwell. Há fotos de Pio XII com o General Franco. O mesmo Franco não teve pejo de dizer: “Deus colocou em nossas mãos a vida de nossa pátria para que a governemos.” E mandou cunhar moedas: “caudilho pela Graça de Deus.” É o que está no artigo de Gaudência Torquato (Estadão 7 de abril, 2013). Ainda que de forma mais discreta, João Paulo II deixou transparecer suas simpatias pela Espanha franquista: a Opus Dei exerceu influencia extraordinária em seu pontificado e João Paulo II canonizou três sacerdotes fuzilados pelos republicanos porque, em suas residências, guardavam armamentos para as tropas de Franco. Considerados mártires, foram canonizados em rito sumaríssimo, como, aliás, aconteceu com o fundador da Opus Dei. Na Argentina, o apoio da cúpula eclesiástica aos repressores militares foi amplo e escandaloso como se pode ver na revista “Veja” de 27/03/13, revista que nada tem de esquerdista. No Brasil, as autoridades eclesiásticas namoraram o golpe de 64, mas por pouco tempo. Houve alguns que apoiaram o golpe e justificaram os torturadores; é o caso de Dom Geraldo Proença Sigaud, um dos gurus de Pe. Leopoldo van Liempt. Dom Sigaud saiu-se com esta: “não se arrancam confissões com bombons”. Houve curto namoro com o Integralismo; dizia-se em Alfenas que o Pe. Ludovico Kauling usava a camisa verde debaixo da batina. A pequena viagem ao passado, que empreendemos, surgiu com a eleição do Papa Francisco a quem damos um voto de confiança de que alguma mudança se efetue no seio da Igreja. Pedimos licença ao Pe. Humberto Capobianco para transcrever a citação das palavras de D. Hélder Câmara ao Papa João Paulo II, nos Anais (Revista de Nossa Senhora) abril de 2013, p.21: “Santo Padre, abandone seu título de rei e vamos reconstruir a Igreja como nos¬so Mestre, sendo pobres. Deixe os palácios do Vaticano, vá morar numa casa da periferia de Roma. Pode até ter uma praça para saudar e abençoar as ovelhas. Depois, Santo Padre, con¬vide todos os bispos a largarem tudo o que indica poder e majestade: bácu¬los, solidéus, mitras, faixas peitorais, batinas roxas. Vamos amontoar tudo na Praça São Pedro e fazer uma gran¬de fogueira, dizendo de peito aberto para o povo: Vejam, não somos mais medievais. Não moramos mais em palácios. Todos somos pastores, somos pobres, somos irmãos." INTER EX Julho/20133 Falecimento de Antonio Brogliatto “A vida dos Teus fiéis, Senhor, é somente mudada, não retirada.” (Prefácio da celebração eucarística dos Falecidos) A ntonio Brogliatto faleceu em 16 de maio de 2013. Tinha 71 anos. Foi para a Escola Apostólica de Pirassununga em 1953, onde permaneceu até 1958. Fez o Noviciado em 1959 e estudou Filosofia e Teologia no Escolasticado, na Vila Formosa, de 1960 a 1965. Foi ordenado presbítero em 1965 por Dom Pedro Paulo Koop, MSC, então bispo de Lins-SP. Sua primeira nomeação foi para Itajubá. Fez o Curso “Christus Sacerdos”, (Cristo Sacerdote) em Viamão-RS. Retornou ao Escolasticado, no qual assumiu o cargo de Diretor. Foi Conselheiro Provincial e participou do Capítulo Geral, em Roma. Deixou a Congregação e o sacerdócio, em 1972, pelos trâmites canônicos. Casou-se em 1975 com Lenita e teve duas filhas, Luciana e Fabiana, dois netos e uma netinha. Exerceu sua vida profissional em algumas empresas e por último no SENAC, do qual foi Diretor. Foi um dos criadores (senão o criador) do grupo de Ex-Padres, que já dura aproximadamente 40 anos. Também organizou e coordenou as reuniões de sua grande família, que se reune anualmente há 15 anos ou mais. Em janeiro de 2010 teve início sua luta pela vida contra um câncer. Suportou 3 cirurgias num total de 14 horas de duração, no Hospital A. Einstein. Enfrentou a pesada quimioterapia, que ele julgava fosse uma lua de mel em comparação com a cirurgia. “Engano meu. O sofrimento da quimioterapia é mais complexo”, confessou. Passou também por sessões de radioterapia que o debilitaram, além de dificultarem a cicatrização das cirurgias pelas quais passou. “Não estou me queixando de meu sofrimento, estou apenas relatando. Pelo contrário, nos momentos mais difíceis, em que eu percebi, mais de uma vez (foram 3 cirurgias), que minha vida navegava nos limites da existência e nos quais me sentia profundamente debilitado e fragilizado, que eu fui agraciado não apenas por uma serenidade e tranqüilidade, mas também por um conforto que me proporcionava alegria e bem estar. Eu havia recebido os sacramentos que minha Igreja e minha fé me propõem. E isso me ajudava.” Internado novamente, no início de 2013, no Hospital Santa Catarina, não resistiu à gravidade de seu estado de saúde e veio a falecer. Foi sepultado em Campinas-SP. Vanderlei dos Reis Ribeiro, um dos seus maiores amigos, colega de turma e de sacerdócio, prestou relevantes informações sobre o Brogliatto. Disse que Antonio sempre foi um verdadeiro líder já no seminário. Por onde passou granjeou numerosos amigos. Um grande homem, que lutou como um herói para vencer sua doença.” Luiz Xavier Peres, outro grande amigo, assim se expressou: “Sobre o Antonio, acho difícil falar pouco. Maio de 2013 levou para o céu meu aluno e confrade, meu compadre e companheiro de muitas histórias. Não vou esquecer sua riqueza de valores humanos, sua criatividade e seu exemplo de fé, na corajosa luta em favor da vida.“ Para o João Costa, seu companheiro de apostolado aos domingos, de batina e Novo Testamento à mão, visitando famílias nas Vilas Formosa e Aricanduva, nos tempos do Escolasticado, “Brogliatto era firme em suas posturas, ponderado, alegre e descontraído. (a) [email protected] 21 INTER EX Julho/2013 Notícias da Província de São Paulo João Costa Pinto (1953 - 1966) INTRODUÇÃO Palavra do Provincial Repassando decisões da Assembleia e do Conselho Provincial, o Pe. Manoel menciona, entre outras, o Término do Ano Vocacional (2012/3013), o Serviço de Animação Vocacional-SAV, o Tempo Sabático e o Retiro Pessoal. Desejo destacar o Tempo Sabático, um direito reconhecido pela Assembléia e pelo Conselho Provincial para os confrades que já passaram dos 25 ou 50 anos de Vida Religiosa, a ser solicitado ao Provincial. Consiste em um tempo destinado a descanso, oração e estudo. (Ver NR 2 - Tempo Sabático) O Retiro Pessoal será feito pelo confrade, anualmente, além do costumeiro retiro da Província. ASSEMBLEIA PROVINCIAL 2013 ABERTURA DO NOVICIADO 2013 Em janeiro de 2013, em Itajubá, sete seminaristas foram aceitos para a experiência do Noviciado. Na missa de Abertura estavam presentes os padres MSC das Províncias de São Paulo e de Curitiba e da Pró-Província do Rio de Janeiro. Os sete jovens são Alisson e Bruno, ambos de Barroso-MG; Eliezer, de Reduto-MG; Elinaldo, de Itaitinga-CE; Fábio, de S. Geraldo-MG; José, do Recife-PE e Magno, de Miradouro-MG. Ao final do Noviciado, os jovens noviços serão avaliados e, uma vez aceitos pela Congregação, professarão os primeiros votos de Pobreza, Obediência e Castidade. Entre os dias 7 e 10 de janeiro, na cidade de Vinhedo (SP), esteve reunida, para a Assembleia anual, a maior parte dos confrades da Província. A primeira parte das reuniões versou sobre o comportamento sexual humano. Nessa perspectiva, o assessor, Dr. Ênio Britto, propôs uma reflexão sobre a questão do abuso de menores e outros vulneráveis, perpetrados por membros do clero católico. A segunda parte da Assembléia levou à reflexão sobre a vida dos confrades, como comunidade provincial, ajudando a delinear a caminhada em 2013. 22 INTER EX Julho/20133 ENTREGA DA PARÓQUIA SÃO BENEDITO DAS VITÓRIAS À MITRA Recentemente a cura da Paróquia São Benedito das Vitórias, em São Paulo, na Vila Formosa, passou para a Arquidiocese de São Paulo. Segue síntese do discurso do Pe. Provincial na solenidade de transferência (com teor histórico pouco conhecido da maioria dos Ex-Alunos): “No Brasil, os MSC chegaram em 1911, começando em Pouso Alegre-MG e depois se espalharam por todo o Brasil. Na cidade de São Paulo, a presença MSC começou em 1930. Receberam do Arcebispo duas paróquias, uma no centro da cidade (Ponte Pequena) e outra na periferia (Vila Formosa). A paróquia da Vila Formosa se estendia desde Nossa Sra. de Lourdes, na Água Rasa, até Nossa Sra. do Bom Parto, continuando pela estrada de Vila Ema e dividindo com a paróquia São Rafael. Prolongava-se até o córrego Tatuapé e seguia pela estrada da Vila Prudente e Moóca, chegando a Rio das Pedras e Aricanduva. Os padres atendiam as comunidades no lombo de cavalos. Desta paróquia mãe, Vila Formosa, surgiram mais de vinte outras paróquias, inclusive a de São Benedito das Vitórias. A última paróquia de- VISITA DE CONSELHEIRO GERAL volvida à Arquidiocese de São Paulo foi a do Menino Deus. E desta vez, com dor no coração, estamos devolvendo a Paróquia São Benedito das Vitórias. Digo “com dor no coração”, pois esta foi a minha primeira paróquia. Devolvendo-a à Mitra, estamos abrindo espaço para uma nova missão. E fomos convidados a formar e reforçar novas Igrejas no Nordeste e no Norte do Brasil, onde faltam padres e religiosos. Deixamos esta paróquia em boas mãos, certos de havermos cumprido nossa missão.” tuguês, e participou dos debates. (Nota da Redação: A Pró-Província de Curitiba foi elevada, nesse evento, ao “status” de Província e realizou seu primeiro Capítulo Provincial. Rio de Janeiro continua no formato de Pró-Província ou província ainda em formação. PRIMEIRA PROFISSÃO RELIGIOSA Durante o mês de fevereiro de 2013, a Casa Provincial contou com a presença de um Conselheiro Geral, o Pe. Franciscus Wahyudi. Ele se dispôs a fazer um curso de português no período de um mês, de segunda a sexta feira. Ficou em condições de conhecer melhor a Província. Ele e o Pe. Rafael são os responsáveis pela América no Conselho Geral. Esteve presente também em Curitiba, de 4 a 8 de março, junto com o Pe. Manoel, Superior da Província de São Paulo, para participar do primeiro Capítulo da Província de Curitiba. O Pe. Getúlio Saggin, Pró-Provincial ou Provincial nomeado, foi eleito Provincial efetivo. O Pe. Wahyudi deu palestra, em Por- Dos onze jovens cheios de expectativas para 2012, que iniciaram o Noviciado em janeiro de 2012, oito fizeram sua profissão religiosa, no dia 2 de fevereiro de 2013, em Itajubá-MG. A Congregação MSC, no Brasil, revestiu-se de alegria ímpar ao acolher seus novos religiosos. Os oito professos foram os seguintes: José Eduardo, José Marcos, José Luís, Leopoldo e Sandro, da Província de São Paulo, e Adilson, Carlos e Lucas da Província de Curitiba. O Frater José Marcos, falou em nome dos professos: “Agradecemos esta grande dádiva de Deus à vida religiosa, somos gratos aos Missionários do Sagrado Coração que nos ajudaram e ajudam em nosso discernimento vocacional, aos nossos familiares, à Fraternidade Leiga MSC, às Filhas de N. Sra. do Sagrado Coração, aos benfeitores e às comunidades em que realizamos nossas atividades pastorais. Pedimos a cada um de vocês que se comprometam a rezar pela nossa fidelidade a este chamado de Deus.” 23 INTER EX Julho/2013 PE. BENEDITO TARCÍSIO DE LIMA Em abril o Provincial esteve visitando o Pe. Benedito Tarcísio, que está morando sozinho em uma pequena casa, perto de Itajubá. Lá ele celebra a eucaristia em Latim e atende as pessoas que o procuram. Está bem de saúde. Foi ordenado em 29 de junho de 1961. OUTRAS NOTÍCIAS DO CONSELHO PROVINCIAL mero razoável de seminaristas, embora um grupo pequeno. O total é de 26 formandos, 4 dos quais no Propedêutico, 9 no Postulantado, 3 no Pré-Noviciado, 1 no Noviciado, 7 no Teologado e 2 diáconos aguardando o presbiterato. Para o Superior Provincial, urge que cada comunidade paroquial tenha seu próprio SAV-Serviço de Animação Vocacional, que possa ir em busca de jovens para reforçar os grupos de vocacionados. Como se sabe, poucos vocacionados resolvem seguir em frente e ingressar no Propedêutico. A Província conta com 36 vocacionados Além dos temas apontados em “Palavra do Pro- no Nordeste, e destes, 9 têm possibilidade de ir para vincial”, os seguintes, entre outros mais, foram o seminário. No Sudeste, há um grupo de 23, 4 com chances de ingresso no Propedêutico em 2014. abordados pelo Conselho: “Jornada Mundial da Juventude: achamos por bem nomear o Pe. Lucemir Alves ENCERRAMENTO DO ANO VOCACIONAL Ribeiro, como elo entre as comunidades MSC da Em solene celebração eucarística, na Vila FormoProvíncia e a Jornada. Vocações: Sentimos que temos sa, na festa do Sagrado Coração, em 13 de junho, prepoucos seminaristas, considerando nossas casas de sentes sacerdotes MSC, seminaristas, Irmãs FNSSC, formação. Diante disso, pedimos, encarecidamente, muitos vocacionados de outras cidades e comunidaque cada confrade, seja um promotor vocacional e des, como Itajubá e Pirassununga, e leigos da Fraterque, de modo planejado, reúna seus jovens, nas pa- nidade de Vila Formosa, foi encerrado o Ano Vocaróquias, nos colégios, abrangendo outras pastorais, cional, conduzido sob o lema “Minha vocação é ser MSC”. O Pe. Provincial afirmou que “o ano vocapara refletirem sobre o tema da vocação. Equador: cional foi um momento bonito da Congregação, no Está-se pensando em nomes para substituir o Pe. Brasil, que nos ajudou a refletir sobre nossa vocação Antonio Carlos de Meira, falecido recentemente e e a levar os jovens a meditarem na possibilidade de que trabalhava no Equador. Os candidatos poderão serem MSC. O ano vocacional acabou, mas nossa missão de procurar o Provincial ou escrever para ele, demons- chamar os jovens continua. Vamos em frente!” trando o desejo de participar dessa missão. Noviciado: No próximo ano os noviços serão apenas quatro. Seria o Instituto Padre Nicolau o melhor lugar para acolher este pequeno número?” VOCAÇÕES Nas Comunicações da Província de abril a junho desde ano, nota-se, de pronto e com clareza, a preocupação com as poucas vocações, uma realidade que se verifica também em outras comunidades mundo afora, em Congregações ou Ordens religiosas. A Província de São Paulo tem um nú24 INTER EX Julho/20133 UM POUCO DE ESTATÍSTICA MSC NO MUNDO Após noticiar a preocupação com as vocações, “vamos” ver como está a estatística dos MSC. Os Missionários do Sagrado Coração estão em 55 países, mesmo alguns tendo um só MSC, como a China e a Hungria. Ao todo, em 31 de dezembro de 2012, os MSC eram 1.763 membros em todo o mundo. O país com mais membros é a Indonésia. Já no Brasil são 131 membros, contando todos os grupos MSC. ORDENAÇÃO PRESBITERAL APROVAÇÃO Os diáconos Ailton Rodrigues Damasceno e Michel dos Santos foram aprovados pelos Conselhos Provincial e Geral para o presbiterato. A ordenação do Michel está confirmada para o dia 3 de agosto próximo, em Campinas-SP, por Dom Pedro Luiz Stringhini, enquanto que a do Ailton será realizada no dia 10, também de agosto, em Floriano-PI, pelo bispo ordenante Dom Fernando Panico. RÁPIDAS O Sul de Minas - A marca ou denominação do jornal “O Sul de Minas”, registrada no segmento de jornais, revistas e periódicos, em nome da Congregação, foi vendida para o Sr. Luís Antonio Santiago. Com a venda, a Congregação deixa de ter, a partir de 1º. de maio de 2013, qualquer responsabilidade sobre as edições do jornal. Presença dos teologantes na perifeira de São Paulo - Conforme orientação da Assembleia Provincial, os teologantes foram enviados à periferia de São Paulo, para fazerem suas experiências pastorais. O Provincial comentou: “Estive em reunião com eles e pude perceber o quanto faz bem a presença junto aos pobres e sofredores. Creio que a vida religiosa torna-se cada vez mais humana, quando estamos mais perto dos pobres, dos que sofrem e estão marginalizados. Sinto que nossos professos estão felizes nesta nova missão.” Antigas Ordens Menores - No dia 20 de março, o professo Otacílio Barreto F. Jr. recebeu os Ministérios do Acolitato e do Leitorato, que em passado recente, eram incluídos entre as denominadas Ordens Menores. A outorga desses Ministérios é sempre concedida antes da ordenação diaconal. SANTUÁRIO DIOCESANO DE NOSSA SENHORA DA AGONIA trabalharam com muito amor pela Comunidade e pelo reconhecimento do Santuário: o Pe. José Aquilino Machado, tão devoto e presente no início da comunidade, falecido em 20.05.06. Os padres João José de Almeida, Tarcísio Pereira Machado, Benedito Tarcísio de Lima, o saudoso Pe. José Roberto Bertasi, que tanto sonhou em ver este dia, o Pe. Edvaldo Rosa de Mendonça, atual pároco e, agora, o Pe. Lucemir Alves Ribeiro e outros. “Falou-se também em “início”, pois começa uma nova etapa Com alegria celebra-se o final de uma caminhada para se honrar o título outorgado. O santuário dee o início de outra. Final feliz de caminhada por- verá ser, sobretudo, lugar do encontro com Deus que o sonho de muitos devotos e participantes da nos Sacramentos da Eucaristia e da Penitência.” comunidade foi realizado. Foram longos anos de construção e formação da comunidade, nos aspectos material e espiritual. Muitos deram seu tempo, seu dinheiro, sua vida para que este santuário fosse construído. Em sua homilia, o Superior Provincial, em nome da Congregação MSC, agradeceu a Dom Ricardo P. Paglia por atender com bondade este pedido da comunidade local e da Congregação, para que esta casa de Maria fosse agraciada com o título de Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Agonia. O Pe. Manoel lembrou os confrades MSC que 25 INTER EX Julho/2013 FESTIVIDADES DE HONRA DE NOSSA SRA. DO SAGRADO CORAÇÃO JUBILEU SACERDOTAL DE DOM RICARDO PEDRO PAGLIA As festas em homenagem a N. Sra. do Sagrado Coração destacaram-se pelo empenho das Comunidades locais, nos preparativos, nas novenas preparatórias, na acolhida aos fiéis e aos romeiros que vêm acorrendo todos os anos à Casa da Mãe do Senhor para agradecer e pedir sua intercessão. Assim foi em Itajubá, na XV Festa, de 3 a 12 de maio, sob o tema Maria, serva do Senhor e modelo de Fé. No dia 12, dia da festa, uma grande e animada procissão se encerrou com celebração eucarística presidida pelo Provincial, Pe. Manoel. Sendo o Dia das Mães, Donas Odete e Luciana, da Comunidade, foram escolhidas para a coroação da sagrada imagem, momento de grande emoção. A festa social repetiu o sucesso de anos anteriores. Assim aconteceu também na Vila Formosa, em São Paulo, no último domingo de maio, já em sua 74ª. Festa. Foram acolhidas as romarias vindas de vários cantos do Brasil. A coroação de Maria, como Rainha e Intercessora junto ao Sagrado Coração, foi momento de particular emoção. O Pe. Air José de Mendonça, Reitor do Santuário, já está fazendo planos para celebrar gloriosos 75 anos de festividades. Em São Luís do Maranhão, foi celebrado sob o teto da capelinha em construção, dedicada a N. Sra. do Sagrado Coração, o 4º Ano da novena e da Festa, sob o tema: “Na humildade de Maria: eis-me aqui, Senhor!”. No final de junho, Dom Ricardo, ordenado presbítero em 29 de junho de 1963, celebrou seus cinquenta anos de sacerdócio, festividade que teve lugar junto ao seu querido povo de Pinheiro-MA. Desde o ano passado, os fiéis já estavam preparando esta homenagem. Nessa festa do Jubileu de Ouro, notava-se no rosto do povo a alegria pela presença daquele que foi seu querido Pastor durante tanto tempo. “Parabéns, Dom Ricardo, por este testemunho vivo entre nós MSC”, foi o reconhecimento do Superior Provincial. GRANDE RETIRO E RETORNO DE ROMA DO PE. LUÍS CARLOS Depois de seis anos de missão na Casa Geral, chegou de volta à Província de São Paulo, dia 22 de maio, o Pe. Luís Carlos Araújo de Moraes. Sua primeira tarefa no retorno foi a pregação do “Grande Retiro 2013”, no início de junho, com a ajuda da Irmã Ivone (FNSSC). Está residindo na Casa de Teologia, em São Paulo, onde ficará até o final do ano, quando receberá sua nomeação. Até lá vai ajudar o Pe. Valmir Teixeira na formação dos teologantes. CUIDANDO DA SAÚDE O Pe. Humberto Capobianco, de Pirassununga, fez no dia 3 de junho cirurgia de varizes. Cirurgia simples, a laser. O Pe. Humberto quer sarar, o quanto antes, para poder atuar na copa de 2014, como ponta direita, disse o Provincial. O Pe. Sírio José Motter, também de Pirassununga, sofreu um AVC isquêmico. Esqueceu um pouco as palavras e está com dificuldade para formar frases. Depois de uma semana internado, foi para São Paulo no dia 14 de junho para fazer vários exames e ver se consegue voltar a falar normalmente. Apesar dessa dificuldade, continua sempre bem humorado. O Pe. Godofredo Scheepers, de Bauru, sofreu um infarto. Está em tratamento em UTI em Bauru. Após o infarto, passou a ter dificuldades com os pulmões, o que também afetou seus rins. Visitando-o no hospital, o Pe. Manoel ministrou-lhe o sacramento da Unção dos Enfermos. FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO SANTUÁRIO DAS ALMAS Com muita alegria e entusiasmo, foi celebrada, no dia 16 de junho a Festa em louvor ao Sagrado Coração de Jesus, no Santuário em Sufrágio das Almas. Compareceram à Festa muitos romeiros vindos de Pirassununga, Itapetininga, Campinas, Guarulhos, entre outras cidades do interior de São Paulo e da Capital. Momento de manifestar o valor do carisma missionário aos fiéis e romeiros e de notar o quanto eles se identificam com essa espiritualidade. O Provincial em sua homilia falou da identificação do Santuário do Coração de Jesus, no centro da cidade, como polo de evangelização e expressão do carisma MSC. Notas da Redação NR 1 - A fonte principal desta coluna foram as Comunicações 622 e 623 Província de São Paulo, períodos de janeiro/ março e abril/junho de 2013, com relatos do Superior Provincial e de outros religiosos. O objetivo da veiculação das matérias é informar os Ex-Alunos sobre o que acontece na Província. Inevitáveis pequenas reproduções parciais de texto. Com espaço gráfico reduzido, as notícias seguem resumidas. NR 2 - Tempo Sabático Na caminhada da vida religiosa, o tempo sabático é um período de pausa, mais importante que as costumeiras férias. Parada na rotina cansativa que ficou banalizada e sem ânimo, pausa no trabalho, no pastoreio e nas atividades ministeriais. Tempo de descanso, reflexão, reordenamento. Tempo para recuperar o equilíbrio físico, mental e espiritual, sem pressa, sem pressão, sem prazos. Tempo de revisão da alma, de busca silenciosa de Deus, de busca de si mesmo, de olhar para dentro de si. A origem remota do tempos sabático está em Gênesis 2, 2-3. (Deus concluiu no sétimo dia a obra que fizera e no sétimo dia descansou ...) Há relatos de um número significativo de religiosos e de leigos, estes atuando nos mais diversos segmentos profissionais, que levaram a sério a experiência sabática e retornaram às suas atividades revigorados e fortalecidos. 26 Igreja Matriz de Pirassununga
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