Estudio de caso 5: Temas selectos del Hábitat Latinoamericano a
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Estudio de caso 5: Temas selectos del Hábitat Latinoamericano a
Foro Iberoamericano y del Caribe sobre Mejores Prácticas Estudio de Caso 5. TEMAS SELECTOS DEL HÁBITAT LATINOAMERICANO A TRAVÉS DE CASOS DE ESTUDIO 2006 RESPONSABILIDAD Las designaciones empleadas y la presentación del material de esta publicación no implican la expresión de ninguna opinión por parte del Secretariado de las Naciones Unidas con respecto al estatuto legal de ningún país, territorio, ciudad o área, o de sus respectivas autoridades, o con respecto a Ia delimitación de fronteras o limites, ni aun al sistema económico o nível de desarrollo. Los análisis, conclusiones y recomendaciones de Ia publicación no reflejan, necesariamente, los puntos de vista del Programa de las Naciones Unidas para los Asentamientos Humanos (UN-Habitat), del Concejo de Gobierno de UN-Habitat o de sus Estados Miembros. TEMAS SELECTOS DEL HÁBITAT LATINOAMERICANO A TRAVÉS DE CASOS DE ESTUDIO. ISBN: 978-92-113-1950-7 HS/963/08E Realización: El Ágora, Fundación Hábitat Colombia, Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) y la Oficina Regional para América Latina y el Caribe de UN-Habitat. GESTIÓN URBANA Y GOBERNABILIDAD PARTICIPATIVA: CASO COMUNA 10 DE NEIVA - COLOMBIA “DEL DERECHO A LOS DERECHOS” EXTENSIONISMO JURÍDICO -VECINAL UNA PRÁCTICA QUE SE RE-CREA PROGRAMA MUNICÍPIO SUSTENTÁVEL: SOLUÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL PRODUCCIÓN SOCIAL DEL HÁBITAT: ESTUDIO DE CASO DE LA COMUNA 18 EN CALI, COLOMBIA GESTIÓN URBANA Y GOBERNABILIDAD PARTICIPATIVA: CASO COMUNA 10 DE NEIVA - COLOMBIA 1. RESUMEN DEL CASO ...............................................................................................................................11 Contexto general de la comuna 10 de Neiva ...............................................................................................11 Educación .................................................................................................................................................... 12 Salud ........................................................................................................................................................... 14 Trabajo y empleo ........................................................................................................................................ 15 Administrativo ............................................................................................................................................ 16 Servicios públicos ....................................................................................................................................... 19 Cultura, deporte y recreación ...................................................................................................................... 20 Medio ambiente .......................................................................................................................................... 21 Vivienda ...................................................................................................................................................... 21 2. DESCRIPCIÓN DE LA EXPERIENCIA .................................................................................................... 23 3. ANÁLISIS ................................................................................................................................................... 26 4. CONCLUSIÓN / EVALUACIÓN ............................................................................................................... 28 BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 29 “DEL DERECHO A LOS DERECHOS” EXTENSIONISMO JURÍDICO VECINAL UNA PRÁCTICA QUE SE RE-CREA. 1. INTRODUCCIÓN ...................................................................................................................................... 33 De qué hablamos cuando decimos “Extensionismo jurídico”. Un concepto que incomoda ...................... 33 2. EL CONCEPTO DE CIUDADANÍA HOY ................................................................................................ 33 3. CÓMO SURGE EL EXTENSIONISMO JURÍDICO. ............................................................................... 36 La experiencia de Forja .............................................................................................................................. 36 4. SITUACIÓN SOCIO-ECONÓMICA EN MENDOZA Y ARGENTINA .................................................. 37 5. LA EXPERIENCIA DE LA FUNDACIÓN FAVIM EN MENDOZA, ARGENTINA .............................. 39 Primer encuentro de coordinadores del Extensionismo jurídico vecinal ................................................... 41 Proceso de transferencia del Extensionismo a otras comunidades ............................................................. 41 La replicabilidad de esta práctica desde FAVIM: ....................................................................................... 42 Etapas que permiten la transferencia a otras instituciones: ........................................................................ 42 1 - Capacitación a capacitadores ............................................................................................................ 42 2 - Capacitación a ciudadanos ................................................................................................................ 44 3 - Instalación de Consultorios Jurídicos Vecinales ............................................................................... 45 6 OBJETIVOS CUMPLIDOS ....................................................................................................................... 46 7. LA EXPERIENCIA EN CÓRDOBA: DEL EXTENSIONISMO JURÍDICO A LA PROMOCIÓN EN DERECHOS. ............................................................................................................... 49 8. ANÁLISIS SEGÚN ALGUNAS VARIABLES ANALÍTICAS ................................................................. 51 9. REFLEXIONES FINALES ....................................................................................................................... 54 BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 54 5 PROGRAMA MUNICÍPIO SUSTENTÁVEL: SOLUÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL 1. CONCEPÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL EM RIO DAS FLORES ....................................................................................... 57 1.1 Cenário geral ......................................................................................................................................... 57 2. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES ................................................................................ 58 2.1 Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda ......................................................................... 58 2.2 Gestão com Responsabilidade Social – Conselho de Governança Local ............................................. 60 2.3 Turismo: Conhecendo a história com Aroma de Café .......................................................................... 60 2.4 Projeto Rio das Flores Digital ............................................................................................................... 62 2.5 Programa de Infra-estrutura Básica ...................................................................................................... 63 3. O PROJETO SEGUNDO AS VARIÁVEIS ESTRATÉGICAS DE ANÁLISE ......................................... 64 3.1 Parcerias – O papel e o desempenho das instituições parceiras ........................................................... 64 3.2 Impactos – Análise e avaliação de resultados e impactos ..................................................................... 65 3.3 Sustentabilidade .................................................................................................................................... 68 3.4 Liderança e fortalecimento da comunidade .......................................................................................... 69 3.5 Gênero e inclusão social ....................................................................................................................... 69 3.6 Lições aprendidas ................................................................................................................................. 70 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................... 70 BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 71 ANEXO ........................................................................................................................................................... 72 PRODUCCIÓN SOCIAL DEL HÁBITAT: ESTUDIO DE CASO DE LA COMUNA 18 EN CALI, COLOMBIA 1. INTRODUCCIÓN ....................................................................................................................................... 1.1 Definición ........................................................................................................................................... 1.2 Principales elementos ......................................................................................................................... 1.3 Proceso ................................................................................................................................................ 1.3.1 Etapas ......................................................................................................................................... 1.3.2 Componentes ............................................................................................................................. 77 77 77 78 78 78 2. ACERCAMIENTO A LA SITUACIÓN URBANA EN AMÉRICA LATINA ............................................ 78 2.1 Los asentamientos humanos urbanos y la pobreza ............................................................................. 78 2.2 Los asentamientos humanos en Colombia .......................................................................................... 80 3. PROGRAMA DE MEJORAMIENTO BARRIAL EN CALI ..................................................................... 81 3.1 El caso de Cali .................................................................................................................................... 81 3.1.1 Ciudad de Cali ........................................................................................................................... 81 3.1.2 Comuna 18 ................................................................................................................................. 82 3.2 Programa de Mejoramiento de Barrios ............................................................................................... 83 3.2.1 Principales Objetivos ................................................................................................................. 84 3.2.2 Principales impactos y logros del Programa .............................................................................. 84 3.2.3 Desafíos ..................................................................................................................................... 86 BIBLIOGRAFÍA ............................................................................................................................................. 88 6 PRESENTACIÓN América Latina y el Caribe busca constantemente modelos que les permitan mejorar las condiciones de vida de las poblaciones más desfavorecidas así como de mejorar las condiciones de la ciudad de forma sostenida. Los gobiernos nacionales y locales, el tercer sector, la academia y las comunidades en general llevan a cabo, en asociación entre ellos o de forma independiente, programas de desarrollo urbano sostenible que tienden a mejorar las condiciones antes mencionadas. Hasta hoy son muchos y muy variados los programas exitosos, también conocidos como Mejores Prácticas, que provienen de muy diversos sectores de la sociedad. Todos ellos tienen como objetivo elevar la calidad de vida de las personas de las comunidades o de la ciudad por lo que vale la pena difundir estas Mejores Prácticas para compartir las experiencias y adoptar nuevas y mejores prácticas en aquellos paises que aun no han encontrado soluciones convenientes a sus problemas urbanos. En esta publicación, el Foro Iberoamericano de Mejores Prácticas presenta la tercera etapa de la serie “Aprendiendo de la Innovación”, una publicación seriada que busca inspirar a practicantes y tomadores de decisiones para realizar labores similares, susceptibles de replicabilidad en otros lugares, que sean propicios además de aproximar actores que trabajan con temas semejantes. Los Nodos Subregionales del Foro Iberoamericano de Mejores Prácticas divulgan en esta publicación parte del conocimiento que han adquirido por medio de su trabajo con Mejores Prácticas. Este libro reune cuatro estudios de caso: La Fundación Hábitat Colombia escribe sobre la gestión urbana y la gobernabilidad participativa en la Comuna 10 de Neiva (Colombia) y como la población local elevó la calidad de vida a través de la participación ciudadana. El Ágora presenta “Del Derecho a los Derechos: Extensionismo jurídico vecinal, una práctica que se re-crea”, un documento que relata la instalación de los consultorios jurídicos vecinales y el impacto de estos en la calidad de vida de los ciudadanos al aportar elementos para la mejora del ejercicio de sus derechos y su participación en el espacio público. El Instituto Brasileño de Administración Municipal (IBAM) presenta soluciones para el desarrollo local y presenta el caso del municipio de Rio das Flores, en el interior del estado de Rio de Janeiro. Finalmente, la Oficina Regional para América Latina y el Caribe de UN-Habitat trata sobre la experiencia de mejoramiento barrial en la Comunia 18, en Cali, Colombia. El estudio presenta como era la situación antes de la implementación del programa, los objetivos, los impactos y los logros que esta iniciativa alcanzó. Se destaca en la lectura el interés y la participación demostrados por quienes trabajan en ONGs, en las diferentes instancias del gobierno, en las organizaciones internacionales, el sector privado y académico que han desarrollado proyectos exitosos en América Latina y el Caribe y que se presentan a continuación. 7 9 GESTIÓN URBANA Y GOBERNABILIDAD PARTICIPATIVA: CASO COMUNA 10 DE NEIVA - COLOMBIA 1. RESUMEN DEL CASO En Colombia no existen políticas continuas y sostenibles que garanticen un apoyo a las iniciativas de los pobladores de barrios de invasión que necesitan de acciones integrales para su incorporación al sistema funcional y administrativo de ciudad. de sus organizaciones sociales, para garantizar la construcción de futuro y la coherente optimización de inversión de recursos públicos y privados. Este proyecto tiene una cobertura de más de 40 barrios con un total de 38.794 habitantes (11.75% población urbana de Neiva). La acciones públicas son limitadas, inconexas y de poco impacto, debido a la centralización en las decisiones, planeación de corto plazo y sectorización entre lo administrativo y operativo de inversión. La ocupación ilegal del territorio en zonas inadecuadas origina asentamientos humanos que carecen totalmente de diseño, infraestructura física y social donde la exclusión social y los fenómenos de desnutrición, enfermedades y violencia son el común denominador. Generar escenarios donde la comunidad reconozca, acuerde y priorice sus necesidades desde su cultura y cosmovisión contribuye al desarrollo social local, presencia institucional y gobernabilidad participativa; posibilitando el mejoramiento de las condiciones de vida con el compromiso de las organizaciones sociales, del sector público y privado. Este mejoramiento en calidad de vida impacta el manejo propositivo de conflictos y violencia urbana e intra-familiar. El mejoramiento integral de barrios aporta en su aspecto físico a la habitabilidad, sentido de pertenencia, apropiación de vivienda y entorno; y promueve en el ámbito político local la planeación y gestión participativa implementando esquemas de concertación y co-gestión pública y privada, aportando a la democratización. El objetivo del Programa de Gestión Urbana en la Comuna 10 (Neiva) es mejorar integralmente la calidad de vida de los habitantes del sector y el sentido de apropiación del entorno, a través del fortalecimiento de procesos de participación comunitaria, mejorando la capacidad de gestión COMUNA 10 Contexto general de la comuna 10 de Neiva Denominada “Comuna Oriente Alto”, tiene una extensión de 474 Ha, 120 barrios y urbanizaciones, 35.965 habitantes y 6.496 viviendas de estratos 1, 2 y 3. Se integra por los barrios, Las Palmas primera, segunda y tercera etapa, Miraflores, Pedregal, La Victoria, El Triunfo, Neiva Yá, San Bernardo del Viento, Camelias, Sector Barreiro, La Amistad, Enrique Olaya Herrera, Oro Negro, Nuevo Horizonte, Katakandrú, Once de Noviembre, Misael Pastrana Borrero, Víctor Félix Díaz Primera y Segunda Etapa, Comuneros, Los Colores, Santander, La Rioja Primera y Segunda Etapa, Pablo VI, Villa Nidia y Futuros barrios y Asentamientos. 11 La problemática en esta comuna se visualiza en el crecimiento acelerado de la población urbana de los últimos 20 años, la compleja problemática de la vida urbana, déficit habitacional, desempleo, así como deterioro ambiental, invasión del espacio público, crecimiento desordenado, limitada capacidad institucional, problemas de legalidad y titulación de tierras, acceso limitado o carencia de servicios sociales y estructura vial, inseguridad y delincuencia. Diagnóstico de necesidades y prioridades de la comuna 10: Diagnóstico: Educación: como derecho. Procesos de prácticas sociales que estimulan el aprendizaje, potencian el desarrollo de habilidades y competencias en las personas para su desarrollo durante toda la vida. Oferta educativa 12 No. NOMBRE DEL ESTABLECIMIENTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 CEN. DOC. ENRIQUE OLAYA HERRERA CEN. DOC. LA RIOJA CEN. DOC. LAS CAMELIAS CEN. DOC. LAS PALMAS CEN. DOC. LAS PALMITAS CEN. DOC. SAN BERNARDO COL. HUMBERTO TAFUR CHARRY COL. BAS. MISAEL PASTRANA 8. COL. EL MUNDO DE PIAGET COL. INF. EL CAFETERITO COL. NUESTRA SEÑORA DEL CARMEN COL. PARAISO INFANTIL COL. SANTA CLARA DE HUNGRIA GIM. YUMANA JAR. INF. NUESTRA SEÑORA DE FA TIPO NIVEL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL MUNICIPAL MUNICIPAL NO APLICA NO APLICA MUNICIPAL DEPARTAMENTAL DEPARTAMENTAL NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA Eficiencia interna: matricula y deserción. 2004 REPORTADA EN EL 2005 MATRICULA DESERCION % DESERTORES 468 52 3,54 2268 208 9,17 2253 131 5,81 5989,00 391 6,53 Calidad de la educación en cuanto a infraestructura – dotación, jornadas, personal docente x establecimiento y número de alumnos. No. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 NOMBRE DEL ESTABLECIMIENTO CEN. DOC. ENRIQUE OLAYA HERRERA CEN. DOC. LA RIOJA CEN. DOC. LAS CAMELIAS CEN. DOC. LAS PALMAS CEN. DOC. LAS PALMITAS CEN. DOC. SAN BERNARDO COL. HUMBERTO TAFUR CHARRY COL. BAS. MISAEL PASTRANA B. COL. EL MUNDO DE PIAGET COL. INF. EL CAFETERITO COL. NUESTRA SEÑORA DEL CARMEN COL. PARAISO INFANTIL COL. SANTA CLARA DE HUNGRIA GIM. YUMANA JAR. INF. NUESTRA SEÑORA DE FATIMA TIPO NIVEL TIPO JORNADA CANTIDAD JORNADA PRE ESCOLAR BAS. PRIM. OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL NO OFICIAL MUNICIPAL MUNICIPAL NO APLICA NO APLICA MUNICIPAL DEPARTAMENTAL DEPARTAMENTAL NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA NO APLICA 2y3 2y3 2y3 2y3 2y3 2y3 3y4 2y3 1 2 1 2y3 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 2 1 1 1 2y3 2y3 2y3 2y3 2 3 o 2y3 1 2 1 2y3 1 1 2 2y3 2y3 2y3 2y3 2y3 2y3 o 2y3 1 o 1 2y3 1 1 o BAS. MEDIA SECUN . o o o o o o 3y4 2y3 1 o 1 o 1 1 o o o o o o o 4 o o o o o 1 1 o TOTAL ALMNOS 239 131 263 296 202 173 405 389 277 9 147 77 472 350 9 Nivel académico en la comuna. NIVEL AC ADÉM ICO CO M UNA 10 N IN G U NO B A SIC A P IM A RIA 1 16,90% B A SIC A P IM A RIA 2 5,74% B A SIC A P IM A RIA 3 B A SIC A P IM A RIA 4 B A SIC A P IM A RIA 5 7,53% 4,67% B A SIC A S E C UN DA RIA 6 B A SIC A S E C UN DA RIA 7 B A SIC A S E C UN DA RIA 8 5,30% B A SIC A S E C UN DA RIA 9 M E DIA 10 7,26% M E DIA 11 TE CN ICA 1 3,97% TE CN ICA 2 TE CN ICA 3 6,00% 4,08% U NIV ER S ITA R IA A ñ o 1 U NIV ER S ITA R IA A ñ o 2 2,32% U NIV ER S ITA R IA A ñ o 3 U NIV ER S ITA R IA A ñ o 4 11,00% U NIV ER S ITA R IA A ñ o 5 0,28% 0,20% U NIV ER S ITA R IA A ñ o 6 0,51% P O S TG R A DO S em 1 0,34% 0,31% 21,77% 0,26% 0,01% 0,02% 0,03% 0,03% 0,04% 1,20% 0,04% P O S TG R A DO S em 2 P O S TG R A DO S em 3 P O S TG R A DO S em 4 P O S TG R A DO S em 5 13 Personas en edad escolar de la comuna que asisten a centros educativos. PE RS O NAS EN E DAD ES CO LA R Q UE ASISTEN A CE NTR O ED UC ATIV O P O R C O M UNA 10 N O A S IS T E A C T UA LM E N TE A CENTRO E D U C AT IV O ; 4 4 ,1 2 % A S IS T E A C TU A L M E N T E A CE NTRO E D U C AT IV O N O A S IS T E A C TU A L M E N T E A CE NTRO E D U C AT IV O A S IS T E A C T UA LM E N TE A CENTRO E D U C AT IV O ; 5 5 ,8 8 % Salud: Como bienestar, como calidad de vida, en contraposición a ausencia de enfermedad. Seguridad social en salud en la comuna. N O P O S E E S E G U R ID A D E N SALU D SEG URID AD SOC IAL EN SALUD COM UNA 10 R E G IM E N E S E S P E C IA LE S (F F.A A . M A G IS T. E C O P E TR O L ) A FILIA D O S E G U R O S O C IA L 0,03% 29,71% A FILIA D O E P S P R IVA D A S 45,60% B E N E FIC IA R IO D E C U A L Q U IE R E N T ID A D T IE N E N C A RN E D E L R E G IM E N S U B S ID IA D O 16,19% 6,11% 1,83% R E S G U A R D O IN FIG E N A 0,52% Salud mental: reporte por edad y sexo de violencia intrafamiliar, abuso sexual, maltrato psicologico, negligencia e intentos de suicidio. DIAGNOSTICO < 1 Anos 1 - 4 Años M F M F M F M F M F M F M F VIOLENCIA INTRAFAMILIAR ABUSO SEXUAL 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 2 3 VIOLENCIA INTRAFAMILIAR MALTRATO PSICOLOGICO 0 0 0 0 1 o 2 8 0 0 0 1 3 9 12 VIOLENCIA INTRAFAMILIAR NEGLIGENCIA 1 1 0 0 2 9 o o 0 0 0 0 3 10 13 VIOLENCIA INTRAFAMILIAR VIOLENCIA FISICA 0 0 3 0 9 4 2 51 4 4 0 2 18 61 79 VIOLENCIA INTRAFAMILIAR VIOLENCIA SEXUAL 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 3 0 13 14 4 60 4 5 0 3 25 83 108 0 0 0 0 0 3 1 6 0 1 0 0 1 10 11 COMUNA10 TOTALES INTENTO DE SUICIDIO Convenciones: M = Masculino F = Femenimo (*) Fuente: Secretaria de Salud Municipal - Alcaldia de neiva 14 5 - 14 Años 15 - 44 Anos 45 - 59 Anos 60 - + Anos Total TOTAL Población con discapacidad Población de mujeres en embarazo DIS C APACITAD O S PO R C O M UNA EM BA RAZADA S PO R CO M UNA 600 46 8 40 7 35 8 29 30 0 23 7 25 0 2 20 0 8 2 4 13 7 1 6 15 0 16 1 2 9 2 7 2 2 2 2 5 8 2 200 35 0 14 9 9 3 7 3 4 3 3 300 40 0 16 1 4 4 9 400 N o. D E EM B AR AZA DA S 5 45 0 500 2 N o . D E D IS C A P A C IT A D O S 4 2 8 50 0 50 9 1 0 8 6 7 5 3 4 2 0 55 1 10 0 100 1 1 2 3 4 5 6 CO MUN A S 7 8 9 10 0 3 4 5 6 7 8 9 10 CO MUN A Trabajo y empleo: Ocupaciones de la Población Económicamente activa ACTIVIDAD ECO N Ó M ICA CO M U NA 10 15 Administrativo: Entidades públicas y privadas que regulan y administran la prestación de los servicios a cargo del Estado Población barrios, viviendas, habitantes, sexo, estrato y areas. Comuna 10: Alto Oriente No. BARRIO VMENDA HABIT. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 La Rioja I y II Etapa 907 5442 Los Colores 140 704 Santander 216 1296 Villa Nadia 49 294 Nuevo Horizonte 116 696 Once de Noviembre 158 948 Misael Pastrana B. 155 930 Víctor Félix Díaz I y II Etapa 247 1485 El Triunfo 152 916 Los Comuneros 46 276 Katacandru 42 252 Alberto Yépes Barreiro 114 684 La Pradera 30 155 Pablo VI 180 1080 Los Rosales 74 354 Villa Aranzazu 22 120 Ciudadela Antonio Baraya 173 1038 Enrique Olaya Herrera 348 2028 Las Palmitas 147 882 El Pedregal 85 510 Las Camelias 161 834 La Victoria 60 287 San Bemardo 120 578 Neiva Ya 89 534 Sector Barreiro 36 189 Santa Barbara 42 520 Las Palmas I 1490 7822 Palmas II 293 1538 * Palmas III 44 228 Campo Real 20 103 * San Bernardo del Viento 45 234 * Los Machines: 14 72 La Amistad 162 710 Oro Negro I, II, III Etapa 250 1251 Antonio Nariño 62 120 El Oasis 54 195 El Señor de los Milagros 68 218 SUBTOTAL 6411 35523 Fuente: Dpto. Adtivo. Planeacion municipal neiva area estadisticas - H M 2566 332 611 139 328 447 438 700 432 130 119 322 73 509 167 57 489 956 416 240 393 135 272 252 89 245 3688 725 107 49 110 34 335 590 57 92 103 16747 2876 372 685 155 368 501 492 785 484 146 133 362 82 571 187 63 549 1072 466 270 441 152 305 282 100 275 4134 813 121 54 124 38 375 661 63 103 115 18775 NIÑOS HASTA 14 AROS 1905 246 454 103 244 332 326 520 321 97 88 239 54 378 124 42 363 710 309 179 292 100 202 187 66 182 2738 538 80 36 82 25 249 438 42 68 76 12433,1 ÁREA EM PERIMETRO EM ESTRATO (M2) (M) 3 4 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 4 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 1 1 1 1 1 1 60 95745,20 50000,00 40000,00 14405,00 22000,00 30000,00 30000,00 75000,00 19881,00 10381,54 10000,00 10000,00 14205,88 8960,00 25000,00 4861,39 15570,68 37800,00 27500,00 10100,00 20000,00 32000,00 60000,00 35000,00 47000,00 7150,00 55500,0 35920,82 52000,00 2494,80 45000,00 10800,00 33708,00 24428,37 4000,00 5000,00 1182,01 913,21 544,20 506,46 1102,66 836,92 1279,76 667,06 414,65 397,36 1420344,00 492,48 539,19 715,47 1238,95 718,06 4341,40 494,65 964,60 1328,21 862,92 713,35 1021412,683 Población asentamientos, viviendas, habitantes y areas. Asentamientos subnormales - Comuna 10 ASENTAMIENTOS La Amistad Oro Negro Neiva Ya La Victoria Miraflores Palmas III Barreiro San Bernardo Los Machines San Bernardo del Viento Granjas San Bernardo Villas de los Robles Villa Aranzazu UBICAClÓN COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 COMUNA 10 VIVIENDAS 42 250 89 60 45 44 36 70 14 45 15 25 COMUNA 10 25 760 HECTAREAS % DEL TOTAL % DE ILEGALIDAD 16 HABITANTES 217 1.197 461 287 233 228 186 420 72 234 77 132 AREA M2 34.500 31.000 55.000 12.500 36.000 84.000 120.000 60.000 10.800 45.000 240.000 7.500 120 3.864 900 737.200 1 73,72 1,44 21,53 Estado civil en la comuna ESTADO CIVIL C O M UNA 10 1 9,1 3 % 1 4,9 1 % 5 8,5 3 % 4 ,6 0 % U N IO N L IB R E C A SA D O S VIU D O SE PA R A D O O D IV O R C IA D O 2 ,8 4 % SO LTE R O Edad de la población en la comuna R AN G O D E ED A D E N LA C O M U N A 10 0-10 A Ñ O S 11 -20 A Ñ O S 0,49% 1,67% 5,88% 3,30% 21 - 30 A Ñ O S 0,09% 26,36% 31 - 40 A Ñ O S 10,50% 41 - 50 A Ñ O S 51 - 60 A Ñ O S 61 - 70 A Ñ O S 13,04% 71 - 80 A Ñ O S 15,68% 22,99% 81 - 90 A Ñ O S 91-100 A Ñ O S 17 Sexo de la población en la comuna. S E X O C O M U N A 10 HO M BRE S; 4 8 ,4 2% HOM BRES M UJER ES M UJER ES; 5 1 ,5 8% Niveles de pobreza en la comuna. NIVELES DE POB REZA C O M UNA 10 N IV E L 1 69 % N IV E L 6 0% N IV E L 5 0% N IV E L 4 0% N IV E L 3 9% N IV E L 2 22 % 18 Servicios públicos. Satisfacción de requerimientos esenciales para la supervivencia de la personas como agua, luz, alcantarillado, distribución de gas, Telefonía, recolección de basuras. Servicio de acueducto en la comuna. SERVICIO DE ACUEDUCTO C OM UNA 10 TIE N E N A C U E D U C TO N O T IE N E N A C U E D U C TO ; 4,59% TIE N E N A C U E D U C TO ; 95 ,41 % N O T IE N E N A C U E D U C TO Servicio de alcantarillado en la comuna. S E R VIC IO D E A L C A N TA R IL LA D O C O M U N A 1 0 N O T IE N E N A L C A N TA R IL L A D O 2 5 ,52 % S I C U E N TA N C O N S E R V ICIO D E A L C A N TA R IL LA D O S I C U E N TA N C O N S E R V IC IO DE A L C A N TA R IL L A D O 7 4 ,48 % N O T IE NE N A L C A N TA R IL LA D O 19 Cómo cocina la población de la comuna C O M O C O C IN A LA PO BLA C IÓ N EN LA CO M U NA 10 N O C O C IN A N 73,42% LEÑA , CA RB ON LEÑ A, DES ECHO S C A R B Ó N M IN E R A L 1,86% 13,33% 8,84% K E R O S E N E , P E TR O LE O , G A S O L IN A , C O C IN O L 0,55% G A S E N C IL IN D R O O P IP E TA 1,91% G A S P O R C O N E X IÓ N D E T U B E R IA E L E C T R IC ID A D 0,08% Cultura, deporte y recreación. La facilidad que tiene las personas para el aprovechamiento del tiempo libre, esta facilidad esta dada por lugares y programas para el ocio. Equipamientos de recreación en la comuna TIPO PARQUE PARQUE PARQUE PARQUE Parque Metropolitano dei Ori. POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO POLIDEPORTIVO TERRENO TERRENO TERRENO TERRENO TERRENO BARRIO EL TRIUNFO M. PASTRANA 8. ONCE DE NOVIEMB VICTOR F DIAZ VICTOR F DIAZ ENRIQUE OLAYA H. KATAKA NDRU LAS CAMELIAS LAS PALMAS M. PASTRANA 8. PABLO Vi SANTANDER VICTOR F DIAZ EL TRIUNFO EL TRIUNFO LOS COMUNEROS NUEVO HORIZONTE ORO NEGRO DIRECCIÓN Calle 19 -19A Cra.51-52 Cra. 49A -49A Calle 208 Cra. 49 Cra. 49-50 calle 18-19 Victor F. Fiaz cra. 51A Calle 27 Cra, SOA Calle 20C Cra.54 calle 28 Cra. 55 Calle 21-22 Cra. 49A -50. Calle 20-21 Cra. 50 Bis calle 23C cra.46 Calle 248 Calle 19-18A Cra.51A-52 Calle 19B - 19A Cra.51-52 Calle 19A Cra. 51 Cra.51Bis-52. Calle 20A-2OB Cra.51 Calle 25B Cra.51 Calle 31 ESTRATO SOCIOECONOMICO 2 2 2 2 2 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 RESUMEN COMUNA 10 PARQUE POLIDEPORTIVO TERRENO 5 8 5 Oferta de programas culturales NOMBRE DEL PROGRAMA Formación artística y aprovechamiento tiempo libre "Escuela de formación artística, folclórica y Músíca Artesanal" Danza 0 35 20 55 Teatro 0 25 15 40 Artesanías 0 20 15 35 "Coros por Ia Paz" Formación artística en m7úsica 20 AREA RANGOS DE EDAD 0a6 7 a 13 13 a 18 0 180 0 POBLACIÓN BENEFICIADA COMUNA 10 180 Artes Visuales 0 12 8 20 Cine Foro 80 150 250 480 Coros Infantiles 0 85 95 180 Medio ambiente. Relación y calidad de los escenarios y contextos en los cuales están inmersos el ciudadano y la ciudadana Oferta de programas ambientales NOMBRE DEL PROGRAMA PROGRAMA DE AGRICULTURA URBANA " 1 FASE" COMUNA DONDE SE REALIZA EL PROGRAMA OBJETO DEL PROGRAMA La seguridad alimentaria de Ias famílias beneficiadas, en atención a que son Ias más vulnerables y que presentan los más altos índices de desnutrición por ser población excluída de desarrollo y Ia justicia social, durante muchos años por diferentes Gobiemos. Siembra y mantenimiento de árboles en Ia ciudad de Neiva, así como actividades inherentes a practicas silviculturales de aplicación de riego, plateo, al material vegetal sembrado, limpieza, rocería de separadores viales, zonas verdes, polideportivos, parques, etc., involucrando igualmente, labores de ornato y embellecimiento de Ia ciudad consistentes en Ia aplicación de pintura en muros, separadores viales, sardineles, en lugares que embellecen toda Ia jurisdicción municipal urbana. Se emplea personal en calidad de desplazados. "NEIVA CIUDAD BOSQUE" POBLACIÓN BENEFICIADA TOTAL FAMILIAS TOTAL PERSONAS ESTRATOS BENEFICIADOS 10 530 2438 1Y2 9 221 1017 1Y2 8 249 1145 1Y2 FINANCIACIÓN PROGRAMA La Red de Seguridad Alimentada RESA, con Cien Millones de Pesos, el Municipio de Neiva con Cien Miliones de Pesos y el operador del programa que aportó en bienes y servicios Ia suma de Cincuenta Millones de pesos para un total de $250.000.000,oo. Para Ia Fase 1: Convenio HU-0020, celebrado entre Ia Alcaldía de Neiva, FENALCO y Ia Organización Mundial para Ias Migraciones - OIM y para Ia fase 2: Convenio de Cooperación Interinstitucional celebrado entre el Comité Depadamental de Cafeteros del Huila y el Municipio de Neiva TODAS LAS COMUNAS (No se suministró lnformación) (No se suministró lnformación) TOTAL 1000 4600 todos los estratos Vivienda: Relación calidad, oferta y demanda de la vivienda. Tipo de vivienda en la comuna TIP O DE V IVIEN DA COM UN A 10 9 5,6 1% C U A RT O E N CASA O A PA R TA M E N T O CASA O A PA R TA M E N T O 2 ,81 % 1 ,58 % R E F U G IO S T E M P O R A LE S 21 Condición de vivienda en la comuna C O N D IC IÓ N D E V IVIEN D A C O M U N A 10 O TR A C O N D IC IO N , 9 ,8 8 % A R R IE N D O O S U B A R R IE N D O , 3 0 ,3 1 % P R O P IA PA G A N D O , 6 ,7 8 % P R O P IA PA G A D A , 5 3 ,0 4 % Infraestructura. Adecuación física de construcciones en los cuales la comunidad realiza actividades de encuentro, esparcimiento y transito. Estado malla vial comuna ESTADO DE MALLA VIAL MUNICIPIO DE NEIVA COMUNA 10 22 TIPO V1 ESTADO PAVIMENTADA LONGITUD (KMS) 3152 V2 PROYECTADA 1565 V3 DESTAPADA 908 VE PAVIMENTADA PROYECTADA 913 14957 2. DESCRIPCIÓN DE LA EXPERIENCIA El entendimiento del significado de un Estado Social de Derecho, la constitución política y las posibilidades jurídicas y administrativas de los diferentes actores permitieron crear un escenario de acción específico y sostenible para firmar, en un inicio, el convenio para la Consulta Urbana en la Comuna 10, y posteriormente para la implementación del Programa de Gestión Urbana - Gobernabilidad Participativa para el Mejoramiento Integral de condiciones de vida. Moverse bajo estos principios exigió superar dificultades iniciales debido a la falta de experiencia en esta dinámica de prácticas incluyentes, en especial por parte de organizaciones estatales. Atender a las necesidades actuales y futuras de la población y lograr que los asentamientos humanos sean sostenibles son retos de los gobiernos y las sociedades locales. De allí la pertinencia del PGU para fortalecer la capacidad de gestión de las ciudades, siendo la Consulta Urbana la piedra angular, ya que con estos procesos se busca mejorar la forma como las municipalidades gobiernan las ciudades, para que sea más participativa y democrática, su enfoque es flexible, pues el criterio de éxito no es la realización de la consulta en sí misma, sino el cambio duradero y sostenible que este proceso puede generar en el manejo y funcionamiento de la ciudad. Partiendo de lo anterior la estrategia de capacitación y apropiación del programa en la población beneficiada y/o interesada tanto en aspectos técnicos, a asesores y funcionarios públicos para implementar exitosamente este Programa, como en procesos de participación ciudadana integrando actores privados, sociales y comunitarios, permitieron establecer las diferentes fases del Programa e incluir este tema en el Plan de Desarrollo Local. Teniendo como Programas de acción prioritarios la dotación de infraestructura de servicios públicos, la legalización urbana y reubicación de asentamientos en zona de riesgo, la articulación vial, la recuperación del medio ambiente, dotación de espacio público y capacitación ciudadana e inclusión en procesos de planeación participativa, se parte con las aproximaciones, contactos y divulgación, tanto al candidato a la Alcaldía como a Grupos Comunitarios y ONG. 23 Posteriormente se firma el Convenio y se lleva a cabo el entrenamiento a líderes comunitarios para diseñar el diagnóstico participativo, se hace la inclusión del tema en el Plan de Desarrollo Local y se definen responsabilidades. Una vez se llega al acuerdo entre interactores, se formula el diagnóstico y se empieza la articulación al proceso de planificación urbana, se procede a la formulación de objetivos y estrategias entre la administración municipal, ONGs, sector privado y comunidad, los cuales quedaron planteados de la siguiente manera: Institucionalizar Política Pública, a través del liderazgo, procesos de planeación e inversión pública; Esquemas concertación de comunidad para gestión de proyectos ante empresa privada y organismos nacionales e internacionales, creando espacios de diálogo entre administración municipal, sector privado y comunidad organizada y legítima; Fortalecimiento institucional. Planteando alternativas de participación, gobernabilidad y transparencia hacia mejoramiento de la calidad de vida, Escuela de Líderes para la Democracia, Capacitando líderes comunitarios para la realización de Planeación Participativa para inversión óptima y transparente replicable a otros sectores vulnerables de Neiva, Fortalecer en la sociedad papel mujer líder-cabeza de familia, apoyando programa estatal “Hogares 24 Comunitarios de Bienestar” fortaleciendo el sistema educativo con alto nivel de ternura en zona de violencia y rol de la mujer en instancias de planeación y decisión comunitaria. De la misma forma se establecen las prioridades en procesos de concertación realizados con los diferentes actores involucrados (Líderes comunitarios, jóvenes, mujeres cabeza de familia, JACs, sector privado, gobierno local, ONGs) y a través de talleres de planeación participativa realizados con la comunidad en diagnóstico de consulta: Capacitación ciudadana: Fortalecer procesos de planeación participativa, liderando modelos de gestión y reconocimiento de recursos públicos para generar mecanismos de control, priorización e inversión en esquema multipartito. Dotación infraestructura de servicios, espacio público y red vial: para alcanzar la legalidad y normalidad urbana; canalizar recursos del sector público y privado a través de esquemas multipartitos de inversión y ejecución. Recuperación ambiental: enfocada al rescate de fuentes hídricas que identifican el sector como área de riqueza ambiental (a través de organizaciones comunitarias ambientales y colegios). Con respecto a la movilización de recursos, el reconocimiento de la realidad y la construcción conjunta de un futuro compartido es el punto de convergencia de intereses, propósitos y sueños que se materializan en un esquema incluyente, participativo que legitima la institucionalidad y crea confianza donde todos aportan en la medida de su conocimiento, capacidad y recursos. PGU – ALC (UNDP/UN-Habitat) - Fedevivienda: entidad de anclaje: Recurso humano en asesoría para elaboración estudios técnicos. Municipio Neiva: Recursos económicos para ejecución de obras; humano para elaboración estudios ambientales y técnicos puntuales, así como para elaboración Plan de Ordenamiento Territorial y Plan Parcial de Mejoramiento Barrial. ONGS: (Fundación Social y Fundación HOCOL) Recurso humano en organización y formación de la comunidad en procesos de participación, en ejecución proyectos dirigidos a la población vulnerable y en recursos económicos. Comunidad: Con la participación de más de 40 organizaciones de base como madres comunitarias, organizaciones de empresarios, jóvenes, Juntas de Acción Comunal, Junta Administradora Local, Comité Cívico Zonal. Organización Internacional para las Migraciones: Recurso económico para ejecución de proyectos educativos y culturales orientados a población desplazada. Instituto Colombiano de Bienestar Familiar (ICBF): Entidad estatal que aporta dinero y capacitación al Programa de Hogares Comunitarios. Actualmente compran los productos al sistema de Cooperativa (Empresa que ha mejorar la calidad nutricional de los niños y ha generado empleo) creada y manejada por la organización de madres comunitarias. Una vez definido el plan de acción se operacionaliza, es definido como política pública y se lleva a cabo la inclusión al plan de ordenamiento territorial. 25 3. ANÁLISIS Moverse bajo los principios de los Programas de Gestión Urbana y Gobernabilidad Participativa, exigió superar dificultades iniciales debido a la falta de experiencia en esta dinámica de prácticas incluyentes, en especial por parte de organizaciones estatales. base) y su relación con la Administración Pública. • Reconocimiento, organización comunitaria (capacitación 200 líderes comunitarios, 93 madres comunitarias, 300 jóvenes, 120 maestros, 4500 escolares, 1025 desplazados) con capacidad de interlocución directa y establecer Sin embargo poco a poco con el liderazgo de la Alcaldía de Neiva, y la participación de organizaciones como PGU – ALC (UNDP/UNHabitat) – Fedevivienda, la Fundación Social y Fundación HOCOL, la comunidad a través de 40 organizaciones de base como madres comunitarias, organizaciones de empresarios, jóvenes, Juntas de Acción Comunal, Junta Administradora Local, Comité Cívico Zonal, OIM - Organización Internacional para las Migraciones, Instituto Colombiano de Bienestar Familiar (ICBF) se lograron resultados sostenibles como: • Fortalecimiento organización y participación comunitaria (40 organizaciones de 26 negociaciones legítimas y legales frente a la administración pública y diferentes organizaciones. • Formular y legitimar, en consulta urbana, el Plan de Acción (mesas de concertación, presupuestos participativos) que permite a la comunidad mejorar las oportunidades de salud, educación, deporte, cultura y recreación, acceso servicios públicos de agua potable, aseo, alcantarillado y vías. • Política Pública y fortalecimiento liderazgo y gestión comunitaria generando continuidad en proyectos a lo largo de 3 administraciones. • Mejorar capacidad de respuesta de la administración pública y otros actores sociales para plantear solución a problemas de varios sectores de la población. • Identificación del Comité Técnico del municipio, inscripción en planes sectoriales de inversión e identificación de la Comuna 10 dentro del POT como un sector a priorizar dentro del Plan Parcial de Mejoramiento Barrial. • Organizaciones ciudadanas: Parte esencial de solución de sus problemas. Hoy forman parte de la planeación participativa democrática y transparente. • El Municipio de Neiva identificó al PGU como ejemplo para la ciudad en las Comunas 8 y 9. • Fortalecer el rol y responsabilidad de la mujer (1.200 beneficiadas desplazadas, cabezas de familia, menores de edad), permitiéndole trascender a espacios de planeación y toma de decisiones dentro de la Consulta Urbana y en los Comités de Planeación Local. Este trabajo sirvió de base para ser incluido en el Plan de Ordenamiento Territorial como áreas susceptibles de planes parciales de mejoramiento barrial, razón por la cual se están llevando a cabo estudios más específicos. Esta experiencia se ha presentado en escenarios como: • Seminario encuentro consultas urbanas, México / 2000, auspiciado: PGU-ALC, Naciones Unidas. • Seminario socialización resultados consultas, Quito – Ecuador/ 2000, auspiciado: PGU-ALC, Naciones Unidas. • Experiencia seleccionada por PGU para ser publicada como cuaderno de trabajo para facilitar el conocimiento de una experiencia exitosa en diferentes países del área. La sostenibilidad Financiera, está garantizada por el interés del gobierno local con la asignación de recursos presupuestales, la decidida participación de las organizaciones no gubernamentales y empresa privada con el aporte de recursos humanos calificados y técnicos para la realización del programa y la comunidad con el compromiso en su participación y aporte de su gestión, desde su óptica y conocimiento real, la organización y la participación con su mano de obra para la ejecución de los proyectos. Con respecto a la parte Social y Económica, la comunidad ha reconocido su identidad y es consciente de su capacidad de organización, la aceptación de las diferencias y la inclusión de todos los grupos humanos. Igualmente la adopción del tema de mejoramiento barrial como política publica municipal, mediante la adopción de un mandato de la Alcaldía de Neiva sobre Plan de Ordenamiento Territorial (Acuerdo 016 diciembre/2000). En lo Cultural, el proyecto logra el reconocimiento de las diferencias y respeta a las mismas y a los diferentes modos de comportamiento y expectativas lo que mejora las relaciones de convivencia de sus habitantes. Finalmente en lo Ambiental, se fortaleció la conciencia de los habitantes en cuanto a la conservación de las fuentes hídricas, la economía de los recursos naturales, en especial el embellecimiento de su entorno. De igual manera el aporte en vías y alcantarillado mejoran las condiciones ambientales, de convivencia y salud. • Seminario mejoramiento barrial y planeación participativa con presencia de diferentes entidades públicas y privadas que iniciaban procesos similares, Universidad de los Andes, Colombia / noviembre 2003. 27 4. CONCLUSIÓN / EVALUACIÓN Lograr estos resultados exitosos se debió principalmente a: • El fortalecimiento de procesos participativos en la definición de inversión pública. • Concreción de proyectos priorizados en la primera fase del primer estudio (consulta urbana) como la construcción de la calle 52, el mini hospital, mejoramientos de vivienda, seguridad alimentaría a través de agricultura urbana y restaurantes escolares. • Continuidad proceso a lo largo de 3 administraciones. 28 • Replica en otros sectores del país Los aportes para hacer realidad estas acciones fueron de USD$ 4.214.928 de los cuales el municipio aportó el 83%, HOCOL el 8.1%, la Fundación HOCOL el 8.8% y la comunidad la Mano de obra no calificada, apoyo logístico a eventos y su valioso tiempo. Así mismo, en la consolidación de las políticas públicas, la Administración Municipal ha invertido en 2005, en los diferentes sectores sociales, en aras de mejorar la calidad de vida, así: SECTORES SOCIALES Educación Salud Vias Cultura Agua potable y saneamiento básico Desarrollo social Recreación y deporte Vivienda Gobierno y convivencia Medio ambiente TOTAL Es así como podemos concluir afirmando que el mejoramiento integral de barrios aporta en su aspecto físico a la habitabilidad, sentido de pertenencia, apropiación de vivienda y entorno; y promueve en el ámbito político local la planeación y gestión participativa implementando esquemas de concertación y cogestión pública y privada, aportando a la democratización. La incorporación al programa como política pública bajo figura de POT (Ley 388 de 1997) e instrumento de planificación, permite mejor gestión y asegura la continuidad de inversión. La participación de comunidades en el proceso de identificación de la problemática local, diseño y formulación transparente y concertada de soluciones, es un aporte al enriquecimiento de procesos participativos en programas de Gobierno y Planes de Desarrollo. Validación del modelo de construcción social (ONG Fundación Hocol) que propicia el crecimiento de comunidades con programas autogestionados y sostenibles involucrando a la comunidad organizada, la empresa privada y el gobierno. VALOR EN US $ 200.261 1.456.226,62 303.327,88 109.587,87 306.724,44 38.619,92 12.937,50 72.428,44 88.498,12 2.762,50 2.591.374,50 Generar escenarios donde la comunidad reconozca, acuerde y priorice sus necesidades desde su cultura y cosmovisión, contribuye al desarrollo social local, presencia institucional y gobernabilidad participativa; posibilitando el mejoramiento de las condiciones de vida con el compromiso de las organizaciones sociales, del sector público y privado. Este mejoramiento en calidad de vida impacta el manejo propositito de conflictos y violencia urbana e intra-familiar. BIBLIOGRAFIA Concurso latinoamericano y del Caribe para la trasnferencia de buenas prácticas, premio Medellín 2005. Base de datos sisben (muestreo realizado sobre una población urbana de 224,279 habitantes). Fundación Hocol. Planeación municipal Neiva. PGU, Naciones Unidas. El diseño y aplicación de instrumentos de planeación participativa en inversión pública y planeación permiten la integración de comunidades, organizaciones privadas de todo tipo y Administración. 29 “DEL DERECHO A LOS DERECHOS” EXTENSIONISMO JURÍDICO VECINAL UNA PRÁCTICA QUE SE RE-CREA. 1. INTRODUCCIÓN Trascender los modos en los que se manifiestan muchas democracias latinoamericanas, como meras democracias formales y/o delegativas, en las que parece un desafío inalcanzable el ejercicio y/o la concreción de los derechos de gran parte de la población, es uno de los objetivos a los que pretenden contribuir las distintas experiencias de Extensionismo Jurídico a las que se hace referencia en el presente trabajo. La elaboración de un estudio de caso sobre Extensionismo Jurídico no es algo nuevo, sin embargo analizarlo desde algunas categorías teóricas claves, reflexionar respecto al impacto en los diferentes lugares donde se desarrolla, actualizar datos, continuar pensando estas prácticas y ponerlas a dialogar o dialectizar entre sí, es lo que se propone. Para ello resulta importante mostrar también cuáles son las contradicciones entendiendo que toda práctica social es en sí misma conflictiva. Ya que aprender de los errores a la vez que se socializan, permite mejorar las experiencias. Este trabajo intenta sistematizar algo de lo producido en las experiencias de Extensionismo Jurídico, tomando como base la experiencia de la Fundación Favim en la Provincia de Mendoza, ubicada al pie de la Cordillera de los Andes, al centro-oeste de la República Argentina. Esta experiencia tiene un gran impacto en la calidad de vida de los ciudadanos aportando al mejoramiento del ejercicio de sus derechos y de su participación en el espacio público contribuyendo a la construcción de la democracia. De qué hablamos cuando decimos “Extensionismo jurídico”. Un concepto que incomoda. Para desarrollar este tópico se parte de una serie de interrogantes que provoca la sola verbalización de estas palabras Extensionismo jurídico. ¿Qué es lo que se extiende? ¿Quién extiende? ¿Quiénes y a quiénes se extiende? Interrogantes de los cuáles se desprenden otros tantos: ¿quiénes son los extendidos, entendidos o extensionistas? En un documento publicado por Favim se plantea el Extensionismo como una actividad de reflexión-acción-reflexión cíclica y permanente desde y para la práctica social, efectuada por diversos actores desde sus perspectivas y metodologías pertinentes, con el objeto de facilitar transformaciones sociales, particularmente en el ámbito del conocimiento, ejercicio y exigibilidad de todos los derechos. ¿Es posible un proceso dialéctico de reflexión -acción reflexión desde una perspectiva de democratización de conocimiento si se partiera de la idea de que alguien extiende algo a otro/a? es decir, alguien que sabe y posee respecto de quienes ignoran y carecen? En este sentido, democratización del conocimiento, se refiere no sólo a lo imperioso que se vuelve el acceso a bienes simbólicos sino, por el modo mismo de entender el conocimiento y al otro, en todo el proceso de aprendizaje. Todo proceso de conocimiento es intersubjetivo y el saber, el conocimiento se genera, se co-construye en esa interacción. Para que esto sea así, es imprescindible el reconocimiento que hay más de un saber válido aunque algunos sean más legitimados socialmente que otros. En el campo del Derecho, como en otras disciplinas, es frecuente la secularización del saber, el conocimiento sobre el Derecho y los derechos son celosamente custodiados por las instituciones jurídicas, quedando la población alejada y ajena a las leyes y reglas de juego de este campo aún cuando rigen para todos y todas. De allí la importancia que se pueda pensar en promotores y promotoras de derechos como ciudadanos comprometidos con la tarea de promoción y el ejercicio de los mismos desde la participación ciudadana y el acercamiento de herramientas que faciliten la resolución de conflictos sin llegar a instancias judiciales. 2. EL CONCEPTO DE CIUDADANÍA HOY Una primera aproximación al concepto de ciudadanía implica la existencia de un consenso sobre una “cosa común” sobre la cual ponerse 33 de acuerdo, sumada a una asociación con miras a objetivos comunes organizada a través de un sistema de reglas que administre esa cosa común para el bien de todos. Esta asociación es la ciudadanía, y ese sistema de reglas es el derecho. Y ninguno de estos términos puede tener una existencia independiente. No puede haber ciudadanos sin derecho en común ni tampoco derecho sin ciudadanos.1 Entre el Estado y el ciudadano existe un vínculo de doble sentido, ambos se pertenecen recíprocamente y ese vínculo es la ley. El Estado es el “vehículo de la convivencia de los hombres” 2 , es ante todo un sistema de relaciones, un conjunto articulado de vínculos que se expresan en la ley. La ley es producto de la acción de los hombres, a los que obliga y ampara. El ciudadano no sólo interviene en la formación de la ley y está obligado por ella, sino que sus derechos, posesiones, capacidades y aspiraciones están protegidos por ella. En esta complejidad reside la identidad de ciudadano. Pero no siempre los espacios de la ciudadanía están mediados por el derecho. A veces los hombres están privados del derecho, no la privación de tal o cual derecho sino a la disponibilidad del derecho como creador de ese espacio. La ausencia de derechos en los ámbitos sociales provoca exclusión social, la cual implica la ruptura de lazos sociales, pero también implica una degradación profunda de las pautas culturales, de la situación económica, de la existencia vital y del desarrollo personal, de los vínculos políticos en sí mismos, en cuanto se relaciona con la ausencia o la privación de la ley. La exclusión designa situaciones que reflejan una situación más vulnerable de la que el individuo se encontraba. Sus problemas residen en que las nuevas exigencias de la competitividad y de la competencia y la reducción de oportunidades de empleo no dejan más espacio para todo el mundo en la sociedad en que nos resignamos a vivir. El excluido es un “desafiliado” cuya trayectoria está compuesta por una serie de rupturas de vínculos con estados de equilibrio anteriores más o menos estables o inestables.3 De esta manera, el derecho se convierte en un medio y en una garantía de la identidad de ciudadano. Es el único medio que a la vez sirve para reconocer, establecer y delimitar la libertad y la propiedad, como las condiciones esenciales de la convivencia entre los hombres, y para otorgar a estas condiciones la necesaria protección contra la arbitrariedad del poder o de los otros hombres, es decir una protección contra la violencia. Aquí es de fundamental importancia el rol del derecho, como “el arte de cambiar y ordenar el mundo con palabras”4 . Esta ordenación supone la posibilidad de un cambio: “toda comunidad de pueblos es una comunidad de valores, que supone la tendencia y la esperanza de que lo que existe pueda ser construido, reformado o sustituido por un orden mejor, de allí que este ordenamiento se traduce en reglas de derecho, como ley general e igualitaria, que permite la persecución de un bien que sea común.”5 El espacio político donde se ejerce la ciudadanía requiere así de la presencia de la Ley, porque se encuentra fundado sobre el consenso; la generalidad y la igualdad de las reglas son las condiciones de su ejercicio. En la actualidad el concepto de ciudadano se ha empobrecido, ha devenido en “el paupérrimo concepto de habitantes de las ciudades y su seguridad en seguridad ciudadana, como 1 2 3 4 5 Virgolini Julio “La razón ausente. Ensayo sobre Criminología y Crítica Política” Ed del Puerto 2005 Op cit. Castel Robert “Las trampas de la exclusión” Lien social et Politiques, RIAC 1995, traducción Martín Dupaus. Thomas Yan “Los artificios de las insitituciones” Ed. Eudeba Buenos Aires 1999 Virgolini Julio, Op. cit. 34 denotativa únicamente de la posibilidad de no ser muerto o robado por otro”.6 Se ha sustituido la seguridad de los derechos por un derecho a la seguridad que depende de la inserción económica del individuo en el mercado, retirándose el Estado de su función de garantizador del ejercicio y goce de todos los derechos fundamentales de todos los habitantes. La seguridad de los derechos del ciudadano no se reduce a la protección respecto de ser víctima de delitos, sino que corresponde a la necesidad de estar y sentirse garantizado en el ejercicio de todos los derechos: derecho a la vida, a la libertad, al libre desarrollo de la personalidad y capacidades, derecho de expresarse y comunicarse, derecho a la calidad de vida, así como controlar y modificar las condiciones materiales de vida de cada uno. La calidad de ciudadano exige autonomía individual, esto implica independencia tanto respecto de otros ciudadanos como de los poderes del Estado. Esta condición exige un grado de libertad cuya base elemental está en la disponibilidad de los elementos necesarios para la vida material. La libertad del ser humano exige como condición: la igualdad. La ciudadanía implica igualdad de derechos. Sin embargo la desigualdad real de la marginación contradice la igualdad legal asentada en la Constitución, perjudicando no sólo las condiciones materiales de vida, sino también la posibilidad de modificarlas a través de la accesibilidad al ejercicio de los derechos. La ciudadanía también reclama eficacia, como la capacidad de influir en la reproducción cotidiana, optando por estrategias de optimización de recursos para la satisfacción de necesidades. Sin embargo la asimetría y marginación existentes 6 7 creadas por las leyes del mercado y reproducidas en las relaciones sociales, tienden a despojar de estos requisitos a las personas excluidas. Otro presupuesto de la ciudadanía es la responsabilidad, la cual implica que cada uno actúa teniendo en cuenta las consecuencias que causará. Sin embargo en situaciones de exclusión la responsabilidad es reemplazada por la impunidad y la arbitrariedad. De esta manera se imposibilita la integración y pertenencia del ciudadano a la comunidad. Sin relación de pertenencia no hay cosa pública ni bien común. El individuo, de esta manera, pierde las condiciones necesarias para su participación en la vida comunitaria, y en consecuencia constituirse en ciudadano. El ejercicio de la ciudadanía permitiría la construcción de una imagen de sociedad que ofrezca la defensa en un sentido colectivo frente a procesos de atomización y diferenciación a los que se encuentra sometida gran parte de la comunidad. Ofrece posibilidades de fortalecimiento de “una idea de pertenencia al nosotros”7 , transformando la idea de espacio público a espacio común. Este espacio común se constituiría así en el lugar de participación. La ciudadanía considerada como una categoría de inclusión social, política y cultural da origen a un sentido de igualdad de los sujetos, pero basada en el respeto por las diferencias. De manera que la ciudadanía, a la vez, parte del reconocimiento de una desigualdad real entre los individuos, supone la incorporación y el respeto de otros intereses más allá de los propios. Op. cit. Aquin Nora “Trabajo Social, Ciudadanía y Exclusión” Dossier revista Confluencias. UNC 2003. 35 El ejercicio de la ciudadanía hace posible proyectos compartidos, conquistas colectivas, promoción de la comunicación y resolución de controversias antes de que se transformen en conflictos que provoquen la judicialización. El concepto de ciudadanía debe entenderse más allá de su significado jurídico como una actividad planteada como objetivo principal de las prácticas sociales. Los distintos actores sociales se cuestionan desde dónde se debe aprender a ser ciudadano, para algunos desde la familia, otros desde la escuela, otros desde las distintas organizaciones de la sociedad civil. Lo que todas estas miradas deben tener en cuenta es que la perspectiva de la ciudadanía tiene como núcleo de su formulación la recuperación no sólo de su genuino significado, sino también de su ejercicio en la vida cotidiana, como el ejercicio de los derechos, pero también de responsabilidades, como factor de integración social, de respeto por las diferencias y la consideración de tres aspectos fundamentales para la vida en sociedad: la tensión existente entre igualdad, libertad y diferencia. Sólo podremos cumplir con la tarea de construcción de la ciudadanía como categoría de inclusión jurídica, social y cultural si logramos la configuración de sujetos sociales capaces de contraponer a la lógica de la ley del mercado, otra lógica ligada al ejercicio de los derechos del ciudadano. Este ejercicio se consigue mediante el empoderamiento de los individuos de todo lo que implica el concepto de ciudadanía. Es decir de la apropiación y de la incorporación vivencial de su ejercicio. Este es un proceso y una práctica constante que exige educación, tal como la define Paulo Freire: 8 – nadie educa a nadie – nadie se educa solo – los hombres se educan entre si mediatizados por el mundo Esta postura exige la superación de la concepción del educando como sujeto pasivo, redefiniendo al mismo como sujeto activo, problematizador, crítico, que se pone en acción para modificar el mundo.8 Los derechos se hacen visibles cuando son violentados, es ahí cuando se recurre a la judicialización, pero esta propuesta de empoderamiento ciudadano va más allá de este límite ya que implica la comprensión del significado de los derechos y su aprehensión a través del proceso educativo para su incorporación y efectivo ejercicio. El enfoque de los Derechos Humanos hace una contribución importante en la medida en que amplía el concepto de ciudadanía, que va de arriba hacia abajo y de abajo hacia arriba, pero también en sentido horizontal; reconociendo los derechos no sólo de los ciudadanos que pertenecen a un Estado o Nación, sino a todos los hombre y mujeres del mundo, por su condición de seres humanos. 3. CÓMO SURGE EL EXTENSIONISMO JURÍDICO La experiencia de Forja El extensionismo jurídico es una práctica social que supone el trabajo conjunto de distintos actores de la sociedad -organizaciones no gubernamentales, organizaciones comunitarias, así como diferentes instancias del Estado- la acumulación de experiencias y saberes a lo largo de 12 años. Freire Paulo “La educación como práctica de la libertad” Ed. Siglo XXI año 2004 36 En su origen el Extensionismo Jurídico se funda con el objetivo de difundir los derechos al mismo tiempo que brindar herramientas para prevenir conflictos jurídicos mediante la implementación de modos alternativos en la resolución de los mismos. Esta experiencia surge en Chile, en la zona de Reñaca Alto en 1992. Se buscaba organizar una formación sociojurídica que a su vez permitiera constituir una organización comunitaria con personería jurídica. Para ello se contaba con el trabajo previo que se había realizado en la zona, con un equipo de profesionales de Forja, a partir del vínculo con la Unión Comunal de Juntas de Vecinos a lo que se sumó el apoyo financiero de la IAF (Interamerican Foundation). Luego de que se armara el programa del curso, se organizaran reuniones de formación y de un período de prácticas en los consultorios jurídicos vecinales, la graduación de los primeros extensionistas y la puesta en marcha de los consultorios jurídicos se constituyó legalmente en una Asociación de Extensionistas Jurídicos que brinda sus servicios a la comunidad dada la insuficiencia en la asistencia jurídica gratuita. Paulatinamente, pero de manera sostenida, el extensionismo fue adquiriendo mayor relevancia y reconocimiento en Chile; así, el Consejo Nacional distinguió la experiencia del Extensionismo Jurídico como la única y mejor propuesta de la sociedad civil en el ámbito de la justicia. En el marco de un plan nacional de superación de la pobreza y con miras a modernizar la justicia se establece un acuerdo con Forja para ampliar la cobertura del Programa en diferentes comunas ya sean urbanas o rurales en sectores de mayor pobreza y/o de zonas periféricas. A su vez el extensionismo recibió el apoyo de medios de comunicación y universidades de Chile que comenzaron a difundir y potenciar la experiencia.1 Se conformó la Red de Abogados País como una iniciativa que buscó impulsar el voluntariado profesional de los/as abogados/as brindando asesoría mediante la formación y actualización temática, consultas telefónicas así como la producción de documentos que se brindaron a los consultorios jurídicos. 4. SITUACIÓN SOCIOECONÓMICA EN MENDOZA Y ARGENTINA Pensando el ejercicio de los derechos en un contexto de pobreza, exclusión, desigualdad y desocupación. En América Latina los procesos económicos de los últimos 30 años han aumentado la desigualdad social, mostrando tendencias regresivas en la distribución del ingreso, que fueron introduciendo un estilo de pensamiento propio del darwinismo social: “de supervivencia de los más aptos mediante las vías del mercado”. Otorgándoles a los individuos la capacidad de resolver su propia supervivencia propugnando la abstención del Estado y reservando la atención de la pobreza a otras instituciones. La crisis generalizada que atraviesa Argentina en materia social, económica, política y cultural, tiene una explicación a partir del conocimiento del desarrollo histórico del país. La última dictadura militar (1976-1983) significó un hito importante en el camino de imposición del Modelo Neoliberal, teniendo ésta como principal objetivo la instauración del nuevo modelo económico, el cual sigue vigente en nuestros días. En este período, además, se sufrieron graves violaciones a los derechos humanos, que trajeron consecuencias para la vida social, cultural y política de Argentina. De la mano de la tortura, la imposición del miedo y las desapariciones, se produjo la destrucción de las organizaciones políticas, sociales y gremiales. Estos gobiernos, a su vez, implementaron políticas excluyentes acompañadas del resurgimiento del ideario neoconservador, con sus extremas posiciones liberales y de mercantilización de las esferas públicas 37 Tiempo más tarde, el consenso de Washington celebrado en 1989 sentó las bases de las nuevas políticas económicas y sociales a implementarse en los países deudores de América Latina que lograrían, mediante la fiel ejecución de los gobiernos de turno, el crecimiento económico. Este paquete de medidas está basado en la no intervención del Estado en la economía y en la apertura de mercado reconocido como el manifiesto de la política “neoliberal”; acompañado de intervenciones del Estado, a través de políticas asistenciales, que permitan que no se obstaculice este proceso de desarrollo económico. Las políticas de ajuste del Estado y de la Administración Pública, dictaminadas por el Consenso de Washington, produjeron para Argentina un alarmante costo social y político y, entre otras cosas, vulneró el Estado de Derecho. En la década del 90, las políticas de ajuste, privilegiaron las relaciones del mercado, el sector privado y los equilibrios macroeconómicos. La crisis económica y la profundización de estas políticas implicaron el aumento de la pobreza y caída del gasto público y social. Surgiendo así en el plano político la necesidad de redefinir el papel del Estado, reorganizar y descentralizar a la administración pública tendiendo a la optimización de los recursos, reducir las funciones del Estado como agente y distribuidor del bienestar (lo cual implica la reducción o recorte de las políticas sociales). Respecto al plano social, se introdujeron cambios profundos en la legislación laboral, reduciendo la estabilidad en el empleo, promoviendo el empleo precario legal, tolerando el empleo “en negro”, sin beneficios sociales. Paralelamente todas las políticas sociales se vieron negativamente afectadas por la modificación de sus reglas de funcionamiento, por la degradación de sus fuentes de financiamiento y por cambios tanto en la administración como en el régimen de acceso y en el tipo de beneficios. Durante el gobierno de Carlos Menem (19891999), la banca internacional exigió reducir los 38 gastos del Estado, ajustarlos a los ingresos genuinos y no recurrir al mecanismo inflacionario. La disminución progresiva y posterior erradicación de la inflación trajo aparejada una situación de estabilidad, que al principio produjo efectos expansivos y hoy presenta consecuencias recesivas. Ya en los primeros años de este siglo, las políticas neoliberales siguieron su curso y se vivieron de manera profunda las consecuencias de este período que se caracteriza, por el alza paulatina pero constante de los precios frente al congelamiento de los salarios, el estancamiento y la inflación, la emergencia sanitaria y la falta de abordaje a las problemáticas que ésta suscita. También los índices de desocupación, pobreza e indigencia marcan récords históricos, la incertidumbre respecto al futuro inmediato, la emigración, la ausencia de proyectos, etc. Durante los años 90, el porcentaje de población bajo la línea de pobreza en los hogares con jefatura femenina y menos de 14 años a cargo, aumentó casi el 50% (del 26,3% al 38,1%). También fue importante el incremento en los hogares con niños encabezados por varones que pasaron del 24,1% al 32%, mostrando una variación porcentual del 36%. Entre 1991 y 2000 el incremento de la indigencia en estos hogares fue aún mayor y particularmente notable en los encabezados por jefas mujeres donde casi se cuadruplicó (4,1% y 15%, respectivamente). Actualmente la indigencia en los hogares con jefatura femenina y menores a cargo, casi duplica a los hogares con jefes varones (15,2% y 7,9%, respectivamente). En el transcurso de la etapa recesiva, que se inició en 1998 hubo un persistente agravamiento de la situación social que se desbordó luego del colapso del año 2001. La pobreza y la indigencia alcanzaron un pico histórico en todo el país en el 2002. La Encuesta Permanente de Hogares (EPH) del Instituto Nacional de Estadística y Censo (INDEC) estableció que, en esa fecha, era pobre el 57,5% de la población urbana de la Argentina y las personas indigentes el 27,5% del total de habitantes del país. Provincia de Mendoza según departamento. Hogares y Población total y con Necesidades Básicas Insatisfechas (NBI). Año 2001. Departamento Hogares Población Total Con NBI % Total Con NBI % Total 410.418 53.841 13.1 1.566.902 241.053 15.4 Capital 33.997 2.344 6,9 106.222 8.858 8,3 General Alvear 12.633 2.400 19,0 43.850 8.969 20,5 Godoy Cruz 49.093 3.715 7,6 182.074 17.478 9,6 Guaymallén 64.521 7.179 11,1 250.204 33.737 13,5 Junín 9.121 1.146 12,6 34.938 4.859 13,9 La Paz 2.389 463 19,4 9.530 2.007 21,1 Las Heras 44.358 5.769 13,0 182.410 29.575 16,2 Lavalle 7.344 2.131 29,0 31.993 10.068 31,5 Luján de Cuyo 25.770 3.061 11,9 103.826 14.738 14,2 Maipú 38.080 5.514 14,5 153.366 25.855 16,9 Malargüe 5.882 1.266 21,5 22.417 5.079 22,7 Rivadavia 13.670 1.904 13,9 52.396 8.029 15,3 San Carlos 7.096 1.165 16,4 28.231 5.116 18,1 San Martín 28.022 3.962 14,1 108.059 17.507 12 San Rafael 47.377 7.604 16,0 171.410 30.130 17,6 Santa Rosa 3.851 748 19,4 15.791 3.315 21,0 Tunuyán 10.521 1.907 18,1 41.821 8.273 19,8 Tupungato 6.693 1.563 23,4 28.364 7.460 26,3 Mientras que en 1974 la diferencia entre los más pobres y los más ricos era de 12 (doce) veces el nivel de su riqueza, en 1983 esa diferencia fue de 13 (trece) veces; en 1990, de 15 (quince) veces; en 2001, la diferencia se profundizó en 28 (veintiocho) veces y en 2003 en 50 (cincuenta) y hasta 70 (setenta) veces. El problema actual no es sólo la magnitud de la desigualdad. Las oportunidades de vida son objetivamente diferentes. La recesión, la corrupción, la violencia, la fragmentación, la marginalización y la represión son partes inseparables del modelo de inequidad e injusticia imperante, que trae como consecuencias el deterioro de las relaciones humanas y sociales, los derechos de los sujetos y las posibilidades de vivir dignamente. 5. LA EXPERIENCIA DE LA FUNDACIÓN FAVIM EN MENDOZA, ARGENTINA La implementación en Mendoza del Extensionismo surge en 1998, a partir de la gestión asociada de la Fundación FAVIM con el 39 Municipio de Guaymallén y con el financiamiento de Fundación AVINA motivada por la insuficiencia del sistema jurídico para dar respuestas a la ciudadanía, a lo que se suma un lenguaje jurídico intrincado e ininteligible para aquel que no estudia leyes, constituyéndose para los/as ciudadanos/as en un sistema casi inaccesible. En este sentido, la creadora del Extensionismo en Argentina expresa:“La gente, en general, no posee herramientas de defensa para enfrentar los complicados y burocráticos caminos que, los sistemas ejecutivo, legislativo y judicial, le obligan a recorrer para encontrar soluciones”.9 En muchas oportunidades, la falta de información en relación a los espacios institucionales a los cuales se debe acceder cuando se padece una problemática, provoca, no sólo el agravamiento de la misma, sino también la limitación de las posibilidades de resolución; llegando a instancias en las que deben ser resueltas por la justicia, con gastos innecesarios y resultados, a veces, indeseables. Al igual que en el caso de Forja, Fundación FAVIM parte de la premisa de que mientras mayor información tienen los ciudadanos con relación a sus derechos tanto más factible es la resolución de sus conflictos y la garantía de los mismos. En la provincia de Mendoza, el extensionismo toma el nombre de Extensionismo Jurídico Vecinal y se trata de un programa que capacita a las personas en temas jurídicos a fin de que puedan volcar sus conocimientos en el asesoramiento gratuito a sus vecinos. La puesta en marcha de este proyecto se vio facilitada por la reforma de la Constitución Nacional del año 1994, la cual supuso un nuevo marco en cuanto al reconocimiento de algunos derechos principalmente los derechos personales y de incidencia colectiva, tales como los recursos de Amparo Colectivo, institutos de participación ciudadana, entre otros. 9 10 Una característica propia del extensionismo en Mendoza es que Fundación Favim no es quien forma directamente a los extensionistas sino que capacita a capacitadores para que luego éstos transfieran sus conocimientos a los extensionistas jurídicos. Se trata entonces de instalar el proyecto, de ponerlo en marcha. La implementación del Extensionismo Jurídico Vecinal ha buscado el fortalecimiento de alianzas con instituciones municipales y organizaciones sociales comunitarias que posean personería jurídica y sean referentes de su comunidad. Desde sus inicios la propuesta del Extensionismo Jurídico apuesta que la ciudadanía no sólo informada de sus derechos y deberes sino dotada de las capacidades para ejercerlos e incluso exigirlos, es un componente esencial e insustituible de una democracia sustantiva. La democracia representativa sin una efectiva participación ciudadana es un régimen político de extrema debilidad para realizar avances impostergables hacia una mayor igualdad de oportunidades10. El Extensionismo Jurídico pretende contribuir a una mejor convivencia democrática ofreciendo una metodología de formación sociojurídica ciudadana de líderes sociales, con la finalidad de crear espacios de información y orientación a todas las personas que lo precisen sobre los derechos que les corresponde en ámbitos como: familia, trabajo, bienes raíces, herencia, convivencia vecinal, previsión social, entre otros. La importancia en la formación de extensionistas radica en la socialización de un conocimiento que facilite el acceso a la justicia y que coopere en la creación de lazos sociales, favoreciendo la solución más adecuada y pacífica de los conflictos entre ciudadanos. Partiendo de la premisa que existen muchos conflictos en la justicia que podrían haberse evitado o resuelto antes de esta instancia, y que la mayoría de los problemas que afectan a las personas de menores Irma Salinas de Neme, Presidenta de la Fundación FAVIM de Mendoza, Argentina. Pedro Vera Román, Coordinador nacional del Extensionismo Jurídico de Interés Público, ONG FORJA, Chile. 40 recursos son solucionables mediante una adecuada, oportuna y certera información, y orientación prejudicial. Esta práctica, además, se fundamenta en la idea que el conocimiento y ejercicio de los derechos hace a los seres humanos más libres y a las sociedades, más justas, pluralistas y democrá-ticas. Desde otra perspectiva, la propuesta expresa que: “el Estado de Derecho, sólo será una realidad en la medida en que todos los ciudadanos se perciban como miembros integrantes del sistema legal democrático”. Para esto es necesario conocer, reconocer y hacer uso de los derechos, ejercitando y trasladando a la práctica lo que está escrito y que sólo unos pocos conocen. Primer encuentro de coordinadores del Extensionismo jurídico vecinal El “Primer Encuentro del Extensionismo Jurídico Vecinal” se realizó en Mendoza Capital, en marzo de 2007, organizado por Fundación FAVIM y Fundación AVINA. Concurrieron organizaciones vinculadas al proyecto de las provincias de Jujuy, Tucumán, Corrientes, Formosa, Santiago del Estero, Buenos Aires, San Juan, San Luis, Córdoba, Santa Fe, así como de Uruguay y Chile. Los ejes temáticos desarrollados giraron en torno al reconocimiento de objetivos comunes, expectativas y dificultades en el desarrollo del programa, y puntualmente en la última etapa de implementación, en la conformación de los llamados Consultorios Jurídicos Vecinales y su sostenimiento a lo largo del tiempo. Con relación a esta etapa se hizo hincapié en el trabajo con los extensionistas en su rol específico, el acompañamiento y asesoramiento por parte del equipo capacitador y la necesidad de diseñar estrategias para darle estabilidad y continuidad a la tarea de orientación a fin de que pueda ser visualizado por la comunidad como una opción concreta. Asimismo se presentó el “Proyecto de Centro Promotor de Transferencia, Evaluación y Sistematización del Extensionismo Jurídico Vecinal” (CPTES), con ejercicios prácticos de utilización de la plataforma virtual creada para sistematizar las prácticas en procura de la construcción de una red nacional. Proceso de transferencia del Extensionismo a otras comunidades Existe una multiplicidad de prácticas en lo social, cada una con sus particularidades dadas por los enclaves en los que tienen lugar, por los intereses y necesidades de las que surgen, por estar situadas socio- históricamente, cada práctica es única en sí misma. Vista desde la singularidad de cada práctica, la factibilidad de la transferencia, la réplica como copia de lo mismo, se torna imposible. Cada práctica supone aprendizajes, la construcción de capital social, la acumulación de saberes y experiencias, la adquisición de habilidades. Desde allí, la articulación y puesta en diálogo de las experiencias es imprescindible para el enriquecimiento de las mismas. Es la comunicación entre ellas lo que posibilita lo que por allí mal se entiende como transferencia o replicabilidad de las prácticas. Al transferir una experiencia se pone en juego un proceso que permite el encuentro entre grupos de personas u organizaciones que estén realizando actividades en sus comunidades donde, unos hayan desarrollado creativamente acciones tendientes a resolver alguna necesidad de la comunidad; y otros necesiten y deseen incorporar estas acciones innovadoras para llevarlas a cabo en su propia comunidad. Este encuentro permite el intercambio de saberes, de aprendizajes y trayectorias de un grupo que desea compartirlos, haciendo visible su práctica, comunicando sus aciertos para que sean tomados por otros y adaptados a sus propios contextos. Implica un acompañamiento y asistencia con el fin de que los grupos y organizaciones puedan, compartir y reflexionar sobre sus experiencias y prácticas. El Transferir una práctica es un aprendizaje en sí mismo donde confluyen y se encuentran sujetos que están interesados en aportar al mejoramiento de la calidad de vida de los sujetos de las comunidades en las cuales están trabajando, y para esto deciden intercambiar, construir juntos nuevas formas de abordar las problemáticas sociales, formas diferentes, 41 innovadoras que apunten a dar nuevas respuestas a las necesidades de los sujetos con quienes trabajan. La transferencia implica una relación basada en la solidaridad, en el interés por compartir con otros para darle fuerza a una práctica, multiplicarla, que cada vez más personas puedan apropiarse de ella y puedan aplicarla en otros contextos, otras realidades. Transferir no es copiar, porque las experiencias de transferencia son múltiples y heterogéneas, no hay un modo de hacerlo. Involucra un proceso de adaptación de los métodos utilizados para ser incorporados a un contexto diferente, con otras características. Para esto es importante que exista un reconocimiento del espacio como de los sujetos involucrados, ambas condiciones para que la participación aporte significativamente al enriquecimiento de las prácticas. En el año 2006 se ha replicado la experiencia a las provincias de Corrientes, Formosa, Santiago del Estero y en la ciudad de Córdoba, desde la Asociación Civil El Ágora. La replicabilidad de esta práctica desde FAVIM: Para realizar la transferencia de esta experiencia primero se efectúa el contacto de la Fundación FAVIM con las organizaciones sociales comunitarias del lugar donde se realizará la práctica y se lleva a cabo un análisis de las condiciones mínimas requeridas para su aplicación. Lo que se denomina “Estudio de factibilidad”. En esta fase se evalúan algunos aspectos que se consideran necesarios para garantizar una implementación adecuada. Fase 1: Se realiza un estudio del entorno sociopolítico de cada una de las comunidades de las provincias en donde se va a implementar el programa. El mismo tiene que posibilitar la existencia y desarrollo de organizaciones sociales, de una institucionalidad pública y/o de la sociedad civil con voluntad política, que considere la participación de la ciudadanía en las políticas públicas. 42 Fase 2: Posteriormente se lleva a cabo un estudio de territorio. Dicho análisis permite clasificar los territorios en urbanos o semiurbanos y los rurales o apartados de los centros poblacionales, para considerar las condiciones con las cuales se va a emprender el trabajo. Fase 3: Por otro lado, se evalúa el apoyo de recursos institucionales, tanto humanos como financieros o de infraestructura, para garantizar el período de formación, adecuación de los materiales educativos y el apoyo. Fase 4: Una vez definida la/s institución/es en la/s cual/es se realizará la transferencia, se firma un “Convenio de Colaboración”. La implementación comienza con la firma de dicho acuerdo formal entre las entidades comprometidas con la transferencia. Esta situación facilita el proceso de supervisión y seguimiento de la experiencia transferida del Programa Extensionismo Jurídico Vecinal. Etapas que permiten la transferencia a otras instituciones: 1 - Capacitación a capacitadores En esta primera etapa se conforman los grupos interdisciplinarios de profesionales (abogados, psicólogos, trabajadores sociales), con los cuales se constituirá el equipo responsable de la formación de los “futuros extensionistas”. Se trabaja con el equipo durante dos meses brindando la metodología necesaria para la capacitación. Durante dos meses se realizan talleres semanales donde se trabajan los contenidos siguientes: Taller I: “El Programa Extensionismo Jurídico de FAVIM”. Objetivos, características, alcance, impacto social, roles que cada actor ocupa en cada etapa. En esta oportunidad los integrantes del grupo coordinador profundizan los diversos aspectos del Programa y de la Institución. Taller II: “Victimología”. Este taller tiene como objetivo fundamental lograr la comprensión del problema, su trascendencia e impacto en todos los sectores de la sociedad. Taller III: “Redes Comunitarias” Siendo las Redes Comunitarias un recurso fundamental para la tarea del Extensionista, el capacitador debe asumir un rol protagónico y motivador en la construcción de dichos lazos sociales. En este momento cobra importancia el Trabajador Social por su conocimiento en el Trabajo en Red. Taller IV: “Discurso y práctica de Educación Popular” A través de este taller se pretende que el capacitador adquiera los elementos esenciales para la educación popular. El trabajo desde la pedagogía de la Educación Popular apunta a desarrollar en el grupo participación, construcción de conocimiento, comunicación, sentido crítico, etc. Taller V: “Metodología de enseñanzaaprendizaje” Este taller le permite al capacitador adquirir herramientas pedagógicas que se implementarán en el proceso de formación. En este espacio de encuentro se trabaja sobre la “Teoría Contructivista e Interaccionista del aprendizaje” 11 . La misma conceptualiza al Aprendizaje como el proceso interno que, como resultado de la interacción con el medio ambiente, permite obtener nuevas estructuras cognitivas o cambiar las existentes, ajustándose a las etapas del desarrollo intelectual. La función de la educación, desde esta perspectiva, es la de formar personas activas, creativas, críticas y comprometidas con su realidad, capaces de transformar esa realidad, de defender sus puntos de vista y respetuosos de las decisiones colectivas. 11 Para que una Construcción de Conocimientos sea efectiva debe ser validada por los actores involucrados, de manera tal, que todos sientan que son partícipes de esa construcción. El Programa Extensionismo Jurídico, basado en los criterios de educación popular, sustenta un enfoque metodológico en la construcción de aprendizajes. Este enfoque permite responder a las necesidades grupales de conocimiento y de heterogeneidad de los grupos que se capacitan. Taller VI: “Planificación y Evaluación”. La Planificación en el Programa de Extensionismo es un eje fundamental que permite trabajar en el logro de objetivos y es una de las primeras tareas de los capacitadores. En esta instancia, se organiza una dinámica específica que le permite a cada capacitador profundizar sobre la importancia de planificar los contenidos y diagramar el método de evaluación adecuado a las características del grupo al que estará dirigido. Taller VII: “Habilidades del formador y el Rol del Extensionista” Dicho taller intenta hacer reflexionar al capacitador acerca de aquellas características, actitudes, habilidades y estrategias necesarias para fomentar un clima que propicie el aprendizaje y la motivación de los participantes y por otro lado, intenta profundizar sobre el alcance y limitaciones del rol extensionista. Taller VIII: “Motivación y Trabajo Grupal”. La motivación y el trabajo en grupo son ejes fundamentales que sostienen todo el proceso de capacitación. Mediante este taller se brinda a los capacitadores las herramientas correspondientes a lo relevante de su actuación y la importancia del trabajo conjunto. Los capacitadores utilizan herramientas de la pedagogía, donde elaboran una propuesta de Vogostsky, L.S: “Teoría del Aprendizaje”. 1979. Barcelona 43 trabajo con los contenidos que consideren importantes desarrollar, teniendo en cuenta las siguientes premisas: acuerdo a los criterios obtenidos del perfil del extensionista. Los aspirantes deberán: • Partir de un caso concreto para generar motivación y debate entre los participantes. • Elaborar una presentación e introducción de los contenidos. • Proponer la aplicación de los contenidos a una nueva situación. • Planificar y definir métodos de evaluación y trabajos prácticos o de campo, que se llevarán a cabo durante la capacitación El Capacitador deberá tener en cuenta los siguientes puntos para la elaboración de cada módulo de trabajo y el tratamiento de los temas: • Introducción de contenidos: cómo se resuelve legalmente, qué dice la ley, etc. • Aplicación práctica: trabajo práctico, análisis de un nuevo caso aplicando lo aprendido, etc. En cuanto a la evaluación del grado de asimilación de los contenidos por parte de los ciudadanos, se proponen métodos de evaluación que comprometan de manera activa al participante, en donde pueda expresar lo aprendido. Desde la organización, se busca que el capacitador, al desarrollar sus clases, considere la heterogeneidad de los grupos con los que trabaja y visualice a cada una de las personas que capacita, preocupándose por conocerlos individualmente, buscando resolver sus inquietudes, promoviendo la participación y el debate. 2 - Capacitación a ciudadanos En esta etapa las instituciones comprometidas convocan a las/os ciudadanas/os interesados en formase como “extensionistas jurídicos”, a través de las redes sociales existentes. Esta tarea se desarrolla en un período estimado de un mes. Una vez inscriptos los ciudadanos, se realiza la selección de participantes. Esta fase se realiza de 44 • Poseer un nivel de escolaridad básica (primario completo) que incluya saber leer y escribir, permitiéndole además, expresarse adecuadamente en forma oral y escrita. • Experiencia comunitaria o cierto compromiso social que permita adquirir dicha experiencia. • Poseer la motivación que posibilite una continuidad del trabajo en el tiempo. • Ser referentes barriales, en la construcción de una democracia sólida, promocionando valores que contribuyan a una ciudadanía formada. • Ser líderes sociales para el trabajo asociativo, transmitiendo información que promueva actitudes positivas en la gente. • Ser capaces de implementar acciones que den respuesta a las cuestiones sociales mediante el trabajo en los consultorios de atención, brindando asesoramiento jurídico sobre derechos y deberes ciudadanos. Los aspirantes deben transitar dos instancias: • La primera consiste en recopilar sus datos personales, nivel de instrucción, participación en otras instituciones, etc. En esta oportunidad se le da la cita para una segunda entrevista, en la cual se intenta obtener un mayor acercamiento a la persona, que permita conocer el perfil de dicho aspirante. • La segunda entrevista está centrada en el análisis de una serie de aspectos que se consideran fundamentales. Ellos permitirán evaluar el grado de motivación para sostener la tarea. Dicha motivación no deberá estar circunscripta a intereses personales (salida laboral, etc.) sino, por el contrario, en trabajar para la comunidad, por eso su interés fundamental deberá estar centrado en el bienestar general de la sociedad. Esta instancia está a cargo de un profesional de la psicología a través de una entrevista sencilla. cuando deban gestionar, en su calidad de ciudadano formado para una tarea de servicio público. La Capacitación 3 - Instalación de Consultorios Jurídicos Vecinales Durante la capacitación se trabaja en base a cinco cuadernillos con las temáticas de Ciudadanía y su Constitución, Ciudadanía y Trabajo, Ciudadanía y Familia, Ciudadanía en lo Público y lo Privado, Ciudadanía y su Sistema Penal, completando con talleres tales como, Redes Comunitarias, Rol del Extensionista y Voluntariado y Herramientas de Participación Ciudadana. Los extensionistas, durante la capacitación, realizan un diagnóstico de la comunidad en donde se va a insertar. De esta manera, conoce las instituciones de base, las necesidades de los vecinos, los recursos, etc.; la realidad de esa comunidad, lo que va a permitirle intervenir operativamente. El objetivo de dicha capacitación es lograr que los ciudadanos adopten una postura activa, que sean agentes de cambio social a través del fortalecimiento de sus conocimientos en materia de resolución de conflictos, derechos ciudadanos y herramientas para acceder a la justicia en reclamos de los mismos. En esta última etapa, los extensionistas, con el apoyo del equipo de capacitadores y el equipo coordinador del programa, instalan los Consultorios Jurídicos Vecinales. Los mismos están ubicados en su mayoría en Uniones y Centros Vecinales, Centros de Salud, Centros de Jubilados, Asociaciones, Jardines Maternales, Comedores Comunitarios, etc. En la capacitación del Extensionista Jurídico Vecinal se aplica una metodología de educación no formal y popular que busca formar ciudadanos conocedores de sus derechos (humanos, económicos, educacionales, culturales, ambientales), proveyendo habilidades para su exigibilidad, es decir, que su cumplimiento se haga efectivo, y desarrollando estrategias para la construcción colectiva, de soluciones a problemas comunitarios. En estos consultorios los extensionistas se abocan fundamentalmente a contener y orientar al vecino que se acerca a consultar sobre problemas cotidianos de diversa índole. Los extensionistas reciben a los ciudadanos que consultan quienes son atendidos y escuchados en un ambiente de respeto y contención. El extensionismo busca que esta guía sea para el vecino realmente eficaz, evitando judicializar el problema y buscando soluciones alternativas. Se les brinda diversas herramientas de organización comunitaria y construcción de redes sociales, ya que el extensionista, desde su trabajo en el consultorio, es el nexo entre la sociedad civil y las instituciones públicas y es quien articula con las organizaciones sociales e instituciones oficiales a través de la construcción de alianzas estratégicas. De esta manera, los extensionistas, destinan semanalmente, parte de su tiempo en un trabajo totalmente gratuito y voluntario. Una vez concluida la capacitación, se realiza un Acto público de Graduación: un evento organizado por los participantes y sus formadores. Allí los ciudadanos reciben un diploma, que los acredita como Extensionistas Jurídicos Vecinales y credenciales identificatorias que les facilitarán su labor de presentación El Extensionista orienta sobre las posibilidades de solución del problema planteado e informa los pasos a seguir de acuerdo a lo expuesto. Debe llevar un registro de la consulta para lo que se requiere completar una ficha donde especifica los datos personales del consultante, motivo de la consulta, orientación brindada, gestiones realizadas, seguimiento, etc. Posteriormente, desde el equipo coordinador, se elabora un registro de datos de todos los consultorios, lo que posibilita analizar tipos de 45 consulta, forma en la que se enteran del servicio, nacionalidad, sexo, edades de los consultantes, nivel de escolaridad, situación socioeconómica, si poseen planes sociales, las derivaciones realizadas y la resolución de los casos. Esta información permite evaluar el trabajo que se realiza en los consultorios, reforzar las fortalezas y revisar las debilidades. En esta etapa es donde se visualiza el impacto del Programa, ya que el extensionista, a través de esta tarea, llega a los sectores más vulnerables y hace extensivo el conocimiento adquirido. Los Consultorios funcionan bajo el asesoramiento de profesionales del Derecho, Psicólogos y Trabajadores Sociales, que conforman el Cuerpo de Consultores Jurídicos. Este grupo apoya la tarea del extensionista, respondiendo a sus dudas, o en su defecto, interviniendo si el caso reviste urgencia. Este acompañamiento es realizado en forma continua y permanente. Se realizan reuniones periódicamente entre los coordinadores del programa y el grupo de extensionistas que trabajan en diversos ámbitos para reforzar el trabajo en equipo. En las mismas, los voluntarios intercambian sus experiencias y fortalecen el trabajo en los consultorios mediante el aprendizaje y la contención que dan los grupos. El equipo coordinador es responsable de realizar el seguimiento correspondiente de los casos atendidos en los consultorios jurídicos. A partir de este seguimiento se evalúa el aspecto funcional (estructura, insumos), el operativo (fichas, difusión, asistencia), el humano (relaciones interpersonales, vínculo institucional, problemas económicos) y el aspecto comunitario (acciones emprendidas, vínculos con otras instituciones, relación con otros consultorios). Entre los temas consultados más frecuentemente por los vecinos en los Consultorios Jurídicos Vecinales se encuentran: los de índole familiar (cuota alimentaria, tenencia de hijos, violencia familiar), laboral, jubilaciones y pensiones. En la experiencia realizada en Mendoza se obtuvo un promedio anual de concurrencia a los 46 30 (treinta) Consultorios Jurídicos de la provincia de 620 personas provenientes de los diversos departamentos, de sectores de escasos recursos económicos, culturales, educacionales, sociales, que no tienen posibilidades de acceder a dicho conocimiento. Hasta 2006, se han constituido cuarenta (40) consultorios jurídicos vecinales, en nueve (9) Departamentos de la Provincia de Mendoza. En Mendoza se logró hasta el 2005 que, de un total 4000 intervenciones de los extensionistas en temas de Familia, Propiedad, Herencia, Seguridad social, Trabajo, Ciudadanía y Justicia Comunitaria, se hayan resuelto el 88% de los problemas sin la intervención del sistema judicial. 6. OBJETIVOS CUMPLIDOS Los talleres de capacitación están instalados en una importante proporción de departamentos de la provincia de Mendoza. Con el apoyo económico de las Embajadas Suiza y Británica, se ha llevado la práctica a San Juan y San Luís donde están funcionando los consultorios, y se ha depositado la matriz del programa en dos organizaciones, la Fundación Ciudadanos Independientes (FUCI) en San Juan y la Fundación Trabajo y Crecimiento Civil en San Luis. También se ha transferido la experiencia a las provincias de Jujuy (FORINS) y Tucumán (ANDHES) con algunas matices diferentes del proyecto original. En el año 2006 se ha replicado la experiencia a las provincias de Corrientes, Formosa, Santiago del Estero y en la ciudad de Córdoba, desde la Asociación Civil El Ágora. En Corrientes se ha firmado un convenio con INECIP y con el Ministerio de Gobierno de la provincia para darle más fuerza a esta práctica. El colegio de abogados de esta provincia brinda una oficina para el funcionamiento de FAVIM, mediante un convenio firmado el 12 de agosto de 2006. Además se ha concretado un convenio con la Facultad de Derecho de la Universidad Nacional de Lomas de Zamora de la Provincia de Buenos Aires, desde donde se realiza la experiencia. La formación ciudadana en obligaciones y derechos constitucionales, ha sido dirigida a lo jurídico; sin embargo, es permanentemente reforzada con contenidos, con temas relacionados con trabajos en red, valores éticos y conceptos de democracia, ciudadanía, voto responsable, herramientas de participación, entre otros. Esta tarea de formación integral ha permitido que también aquellos que no desarrollan tareas en consultorios, estén integrados en otros programas que la fundación FAVIM ejecuta, respondiendo a nuestra misión y visión sobre difusión y defensa de obligaciones y derechos y control de gestión de políticas públicas. Actualmente, gracias al desarrollo del programa, los extensionistas son reconocidos en diversos ámbitos, tales como tribunales, oficinas públicas, organizaciones de la sociedad civil, etc. Los extensionistas realizan acciones generadas por ellos mismos y que exceden el ámbito del Consultorio Jurídico Vecinal, tales como programas que responden a consultas en radios FM comunitarias, gestión de audiencias a autoridades municipales para plantear problemas comunes a sus propias comunidades o de barrios vecinos (transporte, basurales, foros de seguridad, foros municipales, etc.) Los primeros extensionistas, a través de un convenio con el Ministerio de Justicia y Seguridad de Mendoza, también fueron formados como mediadores vecinales. En el año 2003, a partir de la interacción con otras organizaciones sociales y gubernamentales como el Instituto de Políticas Públicas para la Equidad entre el hombre y la mujer de Mendoza (IPPHEM), se diseñó un curso que se llamó “Extensionismo de Género”. Durante el año 2006, las nuevas camadas están recibiendo un curso de mediadores vecinales, por un convenio firmado con Facultad de Psicología, Universidad del Aconcagua, Redes alternativas y FAVIM. Estas experiencias demuestran que el programa puede ser trasladado a otras experiencias, incluso acotarse a temáticas específicas, siempre con un mismo objetivo: garantizar el acceso a la información, a través de actividades solidarias, por parte de la comunidad que permitan el pleno ejercicio de sus derechos como ciudadanos. A lo largo de su implementación, el impacto de este programa ha sido tal que ha logrado el reconocimiento y apoyo de instituciones locales, nacionales e internacionales. 1998: Declarado de Interés Municipal por el Municipio de Guaymallén, Mendoza. 1999: Declarado de Interés Provincial por el Gobierno de Mendoza. 2001: Declarado de Interés Cultural por la Honorable Cámara de Diputados de la Provincia de Mendoza. 2001: Avalado por el Colegio de Abogados y Procuradores de la Provincia de Mendoza. 2002: Declarado de Interés Cultural por la Honorable Cámara de Senadores de la Nación. 2004: Reconocido y avalado por el Presidente de la Corte Suprema de Justicia de Mendoza, Dr. Nanclares y la Dra. Aída Kemelmajer de Carlucci, Ministro de la Corte. 2005: Premio Foro Ecuménico Social por el Desarrollo de Liderazgo. 2005: Distinción dentro de las 20 Mejores Prácticas Comunitarias. Premio Medellín a la Transferencia de Buenas Prácticas. 47 Mapa del Extensionismo en Argentina Provincias de Mendoza, San Juan, San Luis, Córdoba, Tucumán, Jujuy, Formosa, Corrientes y Buenos Aires. 48 7. LA EXPERIENCIA EN CÓRDOBA: DEL EXTENSIONISMO JURÍDICO A LA PROMOCIÓN EN DERECHOS En abril del año 2005 se efectuó el lanzamiento del programa en la sede de El Ágora Córdoba, convocando a organizaciones que ya habían desarrollado este programa en otras provincias, como Favim Mendoza y Andhes Tucumán. También participó de la convocatoria la Municipalidad de Córdoba, quien sería socia en la ejecución del proyecto, aportando el marco institucional en el que se desarrollarían los encuentros y el reconocimiento de la formación de actores sociales en dos de los Centros de Participación Comunal (CPC) ubicados uno en el barrio Villa el Libertador y el otro en barrio Argüello. La finalidad de esta estrategia era formar alianzas y lograr una sinergia que tuviera incidencia sobre las otras instituciones y el resto de la sociedad. En un principio esta iniciativa tuvo amplia difusión en el ámbito jurídico y de negocios a través de una publicación en un diario local. A los días llegaron desde el Colegio de Abogados de Córdoba notificaciones en las que esta institución se oponía explícitamente a la realización del proyecto porque a su entender promovía el ejercicio ilegal de la abogacía. Ante esta situación la Municipalidad de Córdoba, retira su participación en el proyecto, produciendo de esta manera un desamparo institucional considerado fundamental para el desarrollo del mismo. Desde este momento la implementación del programa conjuntamente con la Municipalidad se vio entorpecida quedando finalmente el proyecto en la oficina de legalizaciones, estableciéndose como condición para la firma del convenio, la resolución del incidente con el Colegio de Abogados. Esta será una marca fundacional en el desarrollo del extensionismo jurídico en 12 13 Córdoba, a partir de entonces todo lo realizado en el marco de la capacitación a los extensionistas no pudo ser publicitada por temor a represalias ya sean legales o simbólicas. La implementación del proyecto implicó una irrupción en el campo social consideradojurídico- como lo define Bourdieu un “espacio de juego históricamente constituido con sus instituciones específicas y sus leyes de funcionamiento propias”12 . El Colegio de Abogados, como una de las instituciones que monopoliza el campo de lo jurídico, viendo amenazada su posición dominante, se inclinó hacia estrategias de conservación, mientras que los objetivos del proyecto demandaban estrategias de “subversión” 13 para lograr una mayor participación de otros actores sociales, propietarios de menor capital, en este campo. Esta lucha que se generó para trasformar el juego a través del proyecto de extensionismo jurídico, por un lado, y por otro lado conservar la estructura del mismo, por parte del Colegio de Abogados, llevó implícita una lucha por la imposición de una definición del juego y de los triunfos necesarios para dominarlo, en la cual, a pesar de tener en común cierto número de intereses fundamentales, los agentes involucrados no lograron concertar alianzas, triunfando, de esta manera, las estrategias de conservación efectuadas por el Colegio de Abogados, en su posición ortodoxa, como poseedor de mayor cantidad de bienes culturales y por lo tanto de más poder. Finalmente el Centro Vecinal de Barrio Yofre Norte de la Ciudad de Córdoba tomó contacto con el proyecto a través de la Fundación AVINA; y propuso que se llevara a la práctica en dicha institución sin el apoyo de la Municipalidad ni del Colegio de Abogados. Por lo tanto se conformó un equipo interdisciplinario tomando como base el proyecto de Forja. Fundación AVINA, por su parte, Bourdieu Pierre “Cosas Dichas” Gedisa Bs. As. 1988 Bourdieu P. Op. Cit. 49 colaboró con el proyecto desde el apoyo económico. El proyecto de Extensionismo Jurídico en Córdoba se está llevando a la práctica en el Centro Vecinal de Barrio Yofre Norte desde marzo de 2006. La mayoría de los/as participantes pertenecen a alguna organización o institución como comisiones o grupos de trabajo de Centros Vecinales, Centro de Jubilados, Cooperadoras de Escuelas; desde la cual se encuentran cotidianamente en contacto con problemáticas que comprometen los derechos de los ciudadanos y ciudadanas. Con respecto a lo metodológico se determinó que los encuentros tuvieran modalidad de taller, donde se pusieran en práctica diferentes técnicas y dinámicas participativas, tomadas de la educación popular de acuerdo a la temática a trabajar, ya que dichas dinámicas, no sólo son formas lúdicas de aprender, sino como herramientas de aprendizaje que generan otras formas de aprehensión de los contenidos tendientes a lograr un posicionamiento crítico. El equipo técnico se reunió todas las semanas, durante los meses de capacitación, para la planificación de los contenidos propuestos previamente en el taller anterior donde se realizaron evaluaciones semanales de lo ocurrido en todos los talleres. Para esto se llevó un registro de los encuentros, con las observaciones, las dudas, los ejemplos surgidos, etc. La implementación del proyecto fue construida conjuntamente con los extensionistas, se pautaron días y horarios de trabajo así como el programa de estudio, el cual se trabajó con el grupo y se acordaron los contenidos mínimos. La modalidad de las clases también se fue corrigiendo sobre la marcha en función de adaptarla para un mejor aprovechamiento y apropiación de las personas participantes. Se tomaron los aportes de la educación popular, para un mayor protagonismo de los sujetos en proceso de aprendizaje, no sólo en lo referente a la planificación de dinámicas y técnicas participativas sino principalmente por partir de que algunos saberes son empoderadores cuando 50 son producto de la reflexión crítica las personas y están orientados a transformar las condiciones que reproducen inequidad. Todas las personas tienen conocimientos sobre los derechos, sobre lo jurídico, muchos provienen de su experiencia cotidiana, de sus acercamientos a instituciones jurídicas y/o de sus tránsitos por ellas. De esta manera en algunas oportunidades la capacitación se orientó al reconocimiento de esos saberes, al enriquecimiento desde lo teórico de esos conocimientos pero también a la desmitificación y al cuestionamiento sobre ciertos mitos sobre la “justicia”, que por allí obturaban la reflexión crítica o la apropiación de nuevos conocimientos. En este sentido trascender la “queja” hacia una mayor implicación e involucramiento de los y las ciudadanas es todo un desafío. Dejar atrás la lógica delegativa implica un reflexionar crítico que posiciona a los extensionistas como parte del Estado, como actores, hacedores de lo social y es un camino de constantes idas y vueltas. Durante la capacitación que duró desde Marzo hasta Noviembre de 2006 y luego se retomó la actividad desde Febrero hasta Abril de 2007, los temas que principalmente se abordaron fueron: El Estado de Derecho, la Constitución Nacional, los poderes del Estado: Poder Ejecutivo, Legislativo y Judicial. Habeas Corpus, Habeas Data; Institutos de participación ciudadana: Audiencia Pública, Referéndum, Consulta Popular, iniciativa popular, revocatoria de mandato; Carta Orgánica de Córdoba, Salud, salud sexual y reproductiva, discapacidad; Familia, matrimonio, identidad, Violencia Familiar, violencia hacia las mujeres, maltrato infantil, derechos de los niños, niñas y adolescentes; Trabajo, jubilaciones, derecho gremial; Propiedad, vivienda, automotores. Para evaluar los contenidos trabajados se realizaron actividades prácticas tales como: escritos elaborados por los participantes sobre diferentes temáticas, resolución de casos prácticos, dramatizaciones, elaboración de cartillas para difundir información, entre otras. El Rol del Extensionista se trabajó durante todo el proceso y actualmente se están desarrollando los talleres para los Consultorios Jurídicos donde se trabaja específicamente el Rol del Extensionista frente a las consultas. En esta etapa se realiza un acompañamiento del equipo de profesionales a los extensionistas para la instalación del Consultorio Jurídico Vecinal. Pese a que en Córdoba el contexto institucional y político no han favorecido la concreción del proyecto, esta experiencia es altamente valorada por las personas que realizaron la capacitación: promotores/as y el equipo de capacitadoras de El Ágora para quien es un importante desafío darle continuidad y poder multiplicar a futuro esta experiencia. En este sentido ya hay numerosas demandas para iniciar el mismo proceso en otros barrios e instituciones de la ciudad. En este año se prevé terminar el acompañamiento los/as vecinos de Yofre en el Consultorio jurídico a la vez que iniciar con un nuevo grupo la misma experiencia. 8. ANÁLISIS SEGÚN ALGUNAS VARIABLES ANALÍTICAS • Democratización del poder, mayor incidencia pública El conocimiento como cualquier capital social tiene valor, se genera y circula en condiciones de desigualdad, se distribuye inequitativamente, no democráticamente. En este sentido, resulta pertinente el aporte de Michel Foucault cuando plantea que saber y poder se apoyan y refuerzan mutuamente. Mientras que en Mendoza los extensionistas son reconocidos en diversos ámbitos, tales como tribunales, oficinas públicas, organizaciones de la sociedad civil; no ocurre lo mismo en Córdoba. Las instituciones más directamente asociadas -poder judicial y Municipio- no sólo no han contribuido sino que entorpecieron en gran medida la implementación del proyecto en la ciudad. Este importante logro que vuelve a los extensionistas mendocinos/as actores en la política jurídica, es producto de los años de trabajo y la acumulación de aprendizajes y capitales sociales, así como de la cooperación de muchas instituciones del Estado y de la sociedad civil. • Participación ciudadana y exigibilidad de derechos La ciudadanía considerada como una categoría de inclusión social, política y cultural da origen a un sentido de igualdad de los sujetos, pero basada en el respeto por las diferencias. De manera que la ciudadanía a la vez que parte del reconocimiento de una desigualdad real entre los individuos, supone la incorporación y el respeto de otros intereses más allá de los propios. El concepto de ciudadanía debe entenderse más allá de su significado jurídico, como una actividad, una práctica planteada como objetivo principal de las prácticas sociales. Los extensionistas en Mendoza realizaron acciones generadas por ellos mismos y que exceden el ámbito del Consultorio Jurídico Vecinal, tales como programas que responden a consultas en radios FM comunitarias, gestión de audiencias a autoridades municipales para plantear problemas comunes a sus propias comunidades o de barrios vecinos (transporte, basurales, foros de seguridad, foros municipales, etc.) Por su parte en Córdoba con el corto tiempo del desarrollo del proyecto hasta el momento se han realizado algunas acciones que excedieron el dictado del programa como estaba planificado: se realizó un encuentro abierto a la comunidad sobre violencia familiar, maltrato infantil, y violencia hacia las mujeres, temas del interés del grupo, con el aporte de expertos que brindaron una mirada profunda e interdisciplinaria de los temas abordados. También se realizó un encuentro de mujeres del barrio con motivo del día internacional de la mujer trabajadora. Una de las extensionistas fue convocada por los directivos y padres de la escuela del barrio, para que hablara en el acto del Día del Trabajador sobre los derechos de los trabajadores. En Mendoza, los primeros extensionistas, a través de un convenio con el Ministerio de Justicia y Seguridad de la Provincia, también fueron formados como mediadores vecinales. 51 El extensionismo va abriendo diferentes caminos que rebasan muchas veces los objetivos propuestos y que amplían los niveles de participación y el ejercicio de ciudadanía. • Derechos: el aprendizaje y el ejercicio Uno de los principales logros señalados por los promotores en derechos de Córdoba es que la capacitación posibilitó numerosos apredizajes: “aprender cosas que no sabiamos” como “saber que hacen los senadores y diputados” o conocer la constitución nacional “me ubiqué en los artículos de la C.N, antes conocía a medias la constitución”. Un importante aprendizaje tiene que ver con la conciencia ciudadana “descubrí el valor de los partidos políticos” este punto es muy significativo por sus implicancias en la prácticas ciudadanas, sobre todo con el descreimiento en las instituciones partidarias y en la representatividad. Más allá de las críticas, se profundizó el pensamiento reflexivo, que a su vez posibilitó pensarse como parte del Estado, como dentro de la sociedad y como actores fundamentales cada uno y una desde sus lugares. Darse cuenta que no es muy distinto de lo que ya hacían como líderes comunitarios también fue un descubrimiento, sólo que hoy cuentan con otras herramientas teórico metodológicas para desarrollar su rol como promotores en derechos. Podemos decir que la instancia de capacitación en derechos es una experiencia que más allá de promover la democratización del saber de la ciudadanía, es decir los promotores tienen la misión de difundir y orientar a otros y otras, también posee valor en sí misma dado que la adquisición de saberes, experiencias sobre derechos y el ejercicio de estos, es algo que sirve a los propios promotores. “Aprender con otros/as” es destacado por los y las participantes como uno de los aspectos más significativos del proyecto, dado que la reflexión colectiva y conjunta es enriquecedora a la vez que el aprendizaje no depende sólo de los docentes sino que los involucra como grupo en sus distintas capacidades. 52 • Democratización del conocimiento Con respecto a la metodología de trabajo se valoró positivamente las dinámicas participativas, el ritmo de trabajo, el uso de un lenguaje sencillo para la explicación de conceptos jurídicos más técnicos: ”La metodología es muy buena, con juegos” “son métodos muy eficaces, así aprendemos mejor” También se valoró el modo de relación que se promovió desde el equipo de capacitadoras en el proceso de aprendizaje entre los futuros/as promotores/as y las docentes. En este sentido algunos plantearon: “Es muy positivo porque hablan en lenguaje usado por nosotros”, “La horizontalidad con la que trabajan, se pusieron a la edad nuestra”. Como en toda práctica de lo social, fueron surgiendo inconvenientes, dificultades, piedras en el camino, algunas pequeñas otras más grandes. Inconvenientes que se fueron revisando en el trayecto y algunos lograron resolverse, otros persisten e implican nuevos y mejores esfuerzos. Esta primera etapa de capacitación se extendió más de lo previsto debido a la necesidad de ir al ritmo del grupo. A diferencia de otras capacitaciones era necesario que se entendiera el sentido de cada tema abordado, el ejercicio responsable del rol como promotores en derechos fue lo que orientó y en cierta medida condicionó la duración del curso. Esta dilación fue entendida por algunos/as extensionistas como un aspecto a revisar en futuras capacitaciones. Otra dificultad fue el horario ofrecido por el equipo de capacitación que repercutió en que muchos/as interesados no pudieran realizar su capacitación. • Las instituciones del saber y la gente. Según los/as promotores en derechos este proyecto implica que se “rompa la distancia entre la Universidad y la gente” con lo cual se realiza uno de los principales objetivos de El Ágora es decir la democratización del conocimiento entendida como la imperiosa necesidad de acercarse a la sociedad a partir del encuentro y mutuo reconocimiento de distintos saberes-poderes. El interés pasa porque el extensionismo jurídico se transforme en una experiencia de participación ciudadana. Para ello es de fundamental importancia el rol del derecho, como “el arte de cambiar y ordenar el mundo con palabras”14 . Esta ordenación supone la posibilidad de un cambio: “toda comunidad de pueblos es una comunidad de valores, que supone la tendencia y la esperanza de que lo que existe pueda ser construido, reformado o sustituido por un orden mejor, de allí que este ordenamiento se traduce en reglas de derecho, como ley general e igualitaria, que permite la persecución de un bien que sea común.”15 siquiera ser abiertos. En Córdoba lo que caracteriza la experiencia es su fuerte impronta en la participación ciudadana y promocional. En este sentido las redes, los apoyos recibidos u omitidos no son neutros, esto se hace evidente en el impulso o la canalización de las experiencias en algunos casos y en la inhibición o entorpecimiento en algunos otros. En el caso de Córdoba, pese a ello, la implementación del proyecto se pudo concretar con el trabajo mancomunado del Centro Vecinal de Yofre Norte, El Ágora, La red de periodismo independiente “Sos periodista”, así como diferentes actores que apoyaron el proyecto. Esto hace posible que hoy se esté pensando en realizar esta experiencia con otros grupos. • El valor de las redes • Replicabilidad, el contagio A partir del encuentro de Extensionismo jurídico, en marzo de 2007, en la provincia de Mendoza, se puede ver que, si bien las distintas experiencias comparten el objetivo de construcción y empoderamiento ciudadano, las prácticas se ven fuertemente condicionadas por el contexto político, institucional y socio económico en el cual están insertas. A modo de ejemplo, se refleja en los diferentes escenarios del Extensionismo Rural en la provincia de Santiago del Estero y del desarrollado por la Facultad de Derecho de la Universidad de Lomas de Zamora, en el distrito más poblado del conurbano de la Provincia de Buenos Aires. Si bien en la Provincia de Córdoba la oposición al proyecto fue explicita por parte del Colegio de Abogados, en las Provincias de Corrientes y Formosa no sólo recibieron el apoyo de dicha institución sino que son parte del proyecto, colaborando con espacio físico y capacitadores. En un extremo, Mendoza ha llegado a tener mas de 30 Consultorios jurídicos vecinales funcionando mientras que en San Luis no pudieron ser sostenidos por presiones políticas del Poder Ejecutivo y en Jujuy no pudieron ni 14 15 Transferir es aprender del otro/a, es recrear prácticas, es reconocer acciones transformadoras y tomar de ellas algo para hacer nuevos caminos. Es extender puentes entre experiencias. El extensionismo es la búsqueda de que la ciudadanía pueda apropiarse de los derechos proclamados para hacerlos suyos y a la vez difundirlos, ejercerlos convidando a otros a conocerlos, a exigirlos y a practicarlos. En el año 2003, en Mendoza, a partir de la interacción con otras organizaciones sociales y gubernamentales como el Instituto de Políticas Públicas para la Equidad entre el hombre y la mujer de Mendoza (IPPHEM), se diseñó un curso que se llamó “Extensionismo de Género”. Durante el año 2006, en esa misma provincia, las nuevas camadas están recibiendo un curso de mediadores vecinales, por un convenio firmado con Facultad de Psicología, Universidad del Aconcagua, Redes alternativas y FAVIM. Estas experiencias demuestran que el programa puede ser trasladado a otras experiencias, incluso Thomas Yan “Los artificios de las insitituciones” Ed. Eudeba Buenos Aires 1999 Virgolini Julio, Op. cit. 53 acotarse a temáticas específicas, siempre con un mismo objetivo: garantizar el acceso a la información, a través de actividades solidarias, por parte de la comunidad que permitan el pleno ejercicio de sus derechos como ciudadanos. 9. REFLEXIONES FINALES Aprender sobre derechos no es ejercerlos, conocer el enunciado no garantiza su respeto y cumplimiento; sí un importante acercamiento e involucramiento por parte de los ciudadanos, nos acerca a la idea de que los derechos deben incorporarse en cada acción de la vida cotidiana. Las experiencias, en casi todas las provincias, entienden que el desarrollo del extensionismo jurídico amplió los márgenes de exigibilidad de derechos así como la participación ciudadana, por eso es importante que se continúe y extienda a diferentes lugares con las particularidades de que cada lugar posea. Muestran las experiencias que el proyecto puede ser adaptado y de acorde a las necesidades de los lugares. Ejemplos de esto son las experiencias de cada provincia, la de género, ecología, rural, etc. El Extensionismo es una práctica de responsabilidad ciudadana que pretende mejorar la calidad de nuestras democracias, promover la participación ciudadana, las buenas prácticas democráticas y el control social de los gobernantes. Se busca alentar un movimiento de base ciudadana que promueve el fortalecimiento democrático, la resolución de la conflictividad social y ambiental y el ejercicio de ciudadanía a través del conocimiento, la promoción, difusión y protección de los derechos y deberes ciudadanos y la construcción de redes sociales ciudadanas. Pedro Vera, coordinador nacional de Extensionismo Jurídico de Interés Público de FORJA en Chile se preguntaba y preguntaba quienes participaron del “Primer Encuentro de Coordinadores del Extensionismo Jurídico Vecinal” a propósito de un interrogante de José Saramago: ¿vamos a hacer más de lo mismo? ya que no se trata de mejorar ni de agiornar sino de reinventar la democracia. Cuestionaba sobre quiénes son, después de la experiencia en el 54 proyecto los extensionistas, qué tipo de mujeres y varones, revestidos de qué valores, para qué sociedad y para que ejerciten qué clase de ciudadanía. Estos interrogantes son los que permiten seguir pensando el proyecto en clave de derechos y construcción de ciudadanía desde una perspectiva activa y crítica, donde el Derecho pueda vivenciarse como derechos concretos y actuales, tanto en su titularidad como en su ejercicio, devuelto a su dimensión de herramienta de prevención y resolución de conflictos sociales. La potencialidad del proyecto se centra tanto en el cambio de perspectiva que genera la experiencia de apropiación de los derechos como en la constitución de redes que articulan los participantes sorteando, desde lo colectivo, las dificultades que se presentan en lo cotidiano. BIBLIOGRAFÍA • Extensionismo Jurídico Vecinal. “Un eslabón entre justicia y comunidad”. Mendoza, Argentina, 2006. • Castel Robert: “Las trampas de la exclusión” Lien social et Politiques, RIAC 1995, traducción Martín Dupaus. • Freire Paulo: “La educación como práctica de la libertad” Ed. Siglo XXI año 2004 • Virgolini Julio: “La razón ausente. Ensayo sobre Criminología y Crítica Política” Ed del Puerto 2005 • Thomas Yan: “Los artificios de las instituciones” Ed. Eudeba Buenos Aires 1999. • Bourdieu Pierre : “Cosas Dichas”, Editorial Gedisa, Bs. As. 1988. • Aquín Nora: “Trabajo Social, Ciudadanía y Exclusión” Dossier revista Confluencias. Universidad Nacional de Córdoba, Argentina, 2003. • “Ciudadanía y Justicia Comunitaria”. Manual de Extensionismo Jurídico. FAVIM, Acción Ciudadana. Mendoza, Argentina. • Ciudadanía y Justicia Comunitaria. Programa de Acción Ciudadana por la Justicia y la Democracia. FORJA. Chile, 1995-1997. • Programa Acciones Ciudadanas por la Justicia y la Democracia. Documento Guía 2000. FORJA- F.N.S.P. Chile. PROGRAMA MUNICÍPIO SUSTENTÁVEL: SOLUÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL 1. CONCEPÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL EM RIO DAS FLORES 1.1 Cenário geral Durante o século XIX as cidades localizadas na região do médio Paraíba, interior do Rio de Janeiro, faziam parte do ciclo do café, principal atividade econômica do Império. Rio das Flores, um Município de pequeno porte situado nesta região, tinha um importante papel no auge da cultura cafeeira devido ao grande número de fazendas produtoras de café ali estabelecidas. as primeiras medidas para mais tarde implementar o Programa Município Sustentável. O Programa foi colocado em prática, efetivamente, em 2001, ano em que se iniciou a segunda gestão do atual Prefeito2 , cujo foco no fortalecimento de políticas integradas, voltadas ao desenvolvimento sócio-econômico local, vem contribuindo para superar os entraves detectados e alcançar melhores níveis de qualidade de vida da população, além do aumento das atividades produtivas, considerando as potencialidades da região. As transformações econômicas no Brasil, na primeira metade do século XX, tiveram impacto nos investimentos em cafeicultura, afetando diretamente as cidades cuja principal atividade econômica girava em torno do café. Rio das Flores procurou investir em bovinocultura e no transporte ferroviário, porém sem obter maiores avanços, o que manteve sua economia estagnada ao longo dos anos. Durante o processo eleitoral foi aplicado um questionário de consulta à população para avaliar o que se tornaria prioridade na gestão, definindo assim as metas do Programa, ajustadas posteriormente através de novas consultas. Neste sentido, as principais linhas de ação do Governo Municipal envolviam: geração de emprego e renda; desenvolvimento local; educação; cultura e lazer; habitação; assistência social a crianças e adolescentes; saúde e saneamento; promoção da cidadania; e modernização da gestão. A reeleição do Prefeito em 2004 e a manutenção do corpo técnico da Prefeitura permitiram a continuidade da linha política do Programa e dos projetos até a presente data. O esvaziamento econômico provocado pela decadência do ciclo do café provocou um forte processo de migração da população de Rio das Flores. Entre 1950 e 2000 a população caiu de 30 mil para 8 mil habitantes em função da falta de oportunidades de trabalho e renda.1 Além disso, o Município não se constituía como um local atrativo para o investimento de médias e grandes empresas devido a sua localização geográfica, déficits de infra-estrutura e de mãode-obra qualificada. A proximidade com o Município de Valença afetava o desenvolvimento de uma dinâmica própria em Rio das Flores, uma vez que estavam supridas as suas necessidades sócio-econômicas. Neste sentido, definido o potencial de trabalho da população a partir de uma pesquisa realizada, o Governo Municipal, com vistas ao desenvolvimento econômico do Município, criou estratégias para promover a implantação de pequenas e micro-empresas uma vez que a natureza dos negócios deste porte, além de absorver a mão-de-obra local, favorece a diversificação do setor produtivo. Vale ressaltar que a Prefeitura engajou a população neste processo de desenvolvimento, deixando também de ser a principal geradora de emprego do Município e atuando muito mais como um agente de fomento das atividades econômicas locais. Entre 1993 e 1996 a Prefeitura, através de um programa focado no estímulo à cidadania, tomou As ações implementadas fortaleceram os setores de ncomércio e serviços, sobretudo os 1 Rio das Flores é composto por três distritos além da sede (3.912 habitantes): Manuel Duarte (1.328 habitantes), Taboas (1.835 habitantes) Abarracamento (550 habitantes) – Dados do Censo 2000 do IBGE. 2 O atual prefeito de Rio das Flores havia sido eleito anteriormente em 1992. 57 empreendimentos no setor de turismo e manufaturados têxteis, além do fomento à agroindústria. Assim destacam-se os projetos: 1. Turismo – Conhecendo a História com Aroma de Café; 2. Projeto Rio das Flores Digital; 3. Programa de Infra-estrutura Básica; 4. Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda; 5. Gestão com Responsabilidade Social – Conselho de Governança Local. O novo modelo de gestão adotado, apoiado na participação pública e no incentivo às pequenas e micro-empresas tanto para a implementação de novos empreendimentos como sua consolidação, é uma política cuja sustentabilidade vem se garantindo através de importantes parcerias que também foram fundamentais para os investimentos em saúde e educação, como parte da política integrada. 2. PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES 2.1 Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda Diante dos problemas sociais ocasionados pela ausência de trabalho e renda, a Prefeitura optou por formular uma política de promoção do desenvolvimento econômico e social. Através de parcerias entre a Secretaria Extraordinária de Geração de Emprego e Renda e o setor privado, foi possível contribuir para a formação de mãode-obra e para a autonomia da população beneficiada. A primeira atividade do Programa de Geração, Trabalho e Renda foi a realização do Progest – Programa Geo-Social para o Trabalho, um censo desenvolvido especificamente para levantar as potencialidades do Município no que diz respeito à mão-de-obra lá encontrada. A partir de uma amostragem foi possível identificar a natureza das atividades econômicas desenvolvidas e a ocupação da mão-de-obra, e planejar cursos profissionalizantes para a qualificação e 58 formação da força de trabalho de Rio das Flores, principalmente através de cursos de capacitação (costura, informática e artesanato) e apoio para a formação de cooperativas. Neste sentido, o segundo passo foi implementar 27 cursos em dois anos para formar pessoas na área de beleza, piscicultura, carpintaria e eletricidade, mecânica, entre outros, com a finalidade de formar mão-de-obra para atuar em outros setores. Os cursos foram desenvolvidos através da parceria entre a Secretaria Extraordinária de Geração de Emprego e Renda e outras importantes instituições capacitadoras e de ensino. São elas: Fundação Centro Federal de Ensino Tecnológico (FUNCEFET), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOP) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). No ano de 2001, 265 pessoas foram beneficiadas com cursos nas mais diversas áreas e, em 2002, esse número foi de 243. Não só com a preocupação de formar mão-deobra, mas também visando a qualificação para o trabalho, foram oferecidos cursos de gestão e administração de cooperativas, alcançando um total de 248 pessoas durante os anos de 2001 a 2004. Vale ressaltar a criação da Escola Itinerante de Costura Industrial, que forma operadores de máquina para montagem em série. Os cursos de capacitação de costura industrial são oferecidos pela Prefeitura nos turnos da manhã e da tarde (08:00 às 11:00 e 13:00 às 17:00) e têm capacidade para 25 alunos por turma. A duração máxima dos cursos é de três meses, nos quais é respeitado o ritmo de cada aluno. Atualmente, o curso funciona na Casa de Capacitação Olímpio Rosa dos Santos localizada no bairro Sossego e congrega os cursos de costura industrial e informática. Os tecidos utilizados durante as aulas são sobras doadas pelas confecções do bairro. As pessoas que concluem a capacitação em costura industrial são encaminhadas para trabalhar em duas confecções: Edu e Gabi e F. A. Magella. No início de 2004, os dois empreendimentos foram atraídos para o Município pelos subsídios oferecidos pela Prefeitura, entre outros a cessão de dois galpões sem a cobrança de aluguel. A implantação dessas duas confecções industriais no Município representou a criação de um total de 178 postos de trabalho neste mesmo ano, dobrando tal número no final de 2005. Em 2006, no entanto, foi fechado o galpão de corte e estamparia, reduzindo o quantitativo de funcionários para 180. Segundo o assessor técnico da Prefeitura que atua na Agência Municipal SEBRAE, um novo galpão para corte e estamparia está sendo concluído, com capacidade para mais 60 postos de trabalho. O curso de informática na Casa Olimpío Rosa dos Santos, tem como objetivo capacitar os alunos no sistema operacional Linux (software livre). A Prefeitura incentivou seus funcionários a participarem do curso, visando à qualificação de seu quadro técnico para utilização do novo sistema implantado, o Linux. Com capacidade de 10 alunos por turma, foram realizadas aulas em três turnos, com duas turmas por turno, resultando o total de seis turmas por dia. No caso das aulas realizadas no bairro Sossego, a Prefeitura disponibilizou condução para a casa de capacitação, aproveitando o ônibus escolar. Os dois cursos emitiram certificados de conclusão. A Prefeitura também incentiva o desenvolvimento do artesanato, pois percebe tal atividade – garantida e beneficiada pelas ações de turismo na região – como grande fator de geração de renda entre as gerações mais velhas. A Prefeitura apoiou a associação de artesanato Centro de Geração de Renda Amor à Arte em Taboas através da concessão de terreno onde foi construído o prédio para o seu funcionamento, em parceria com o Governo Federal, através do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome. As peças elaboradas nas associações de artesanato são vendidas por todo o Brasil e para outros países como Portugal. O artesanato de Rio das Flores participa, também, de feiras e eventos da região contando sempre com o apoio da Prefeitura. Mais três novas casas de artesanato foram criadas, onde são ministrados cursos de artesanatos para a terceira idade. O Programa também teve uma forte atuação no incentivo à formação de cooperativas através de aulas de cooperativismo e associativismo oferecidos nos cursos itinerantes de costura. O objetivo foi o de promover o empreendedorismo entre a população local. Paralelamente, foram oferecidos cursos de gestão e administração de cooperativas. A cooperativa mais antiga está estabelecida no distrito de Taboas e teve origem na capacitação oferecida no local em 1994. A partir de 2001, foram criadas mais cinco cooperativas de costura registradas, trabalhando na montagem de roupas (facção) para diversas confecções. Cada cooperativa é especializada num determinado tipo de roupa ou trabalha com determinado tipo de tecido, evitando a concorrência entre elas. A Prefeitura concede incentivos de diferentes formas para todas as cooperativas, por meio da isenção do pagamento de aluguel, ajuda no custeio das despesas fixas (pagamento da conta de luz), e empréstimo de máquinas de costura. Figura 1: Cooperativa Foram criados 80 postos de trabalho distribuídos nas cinco novas cooperativas. O salário médio 59 de um empregado nas cooperativas é de R$ 600, variando de um mínimo de R$ 400, podendo chegar a R$ 10003 . Os cooperativados ganham por produção, não tendo horário de trabalho fixo. Todas as cooperativas de Rio das Flores se encontram regularizadas. 2.2 Gestão com Responsabilidade Social – Conselho de Governança Local O modelo de gestão adotado pelo atual Governo Municipal está pautado na transparência administrativa e na participação da população no debate sobre os investimentos dos recursos do Município e controle dos gastos. O objetivo da proposta é desenvolver um governo com responsabilidade social. Em 2005 a Prefeitura visitou vários bairros e distritos de Rio das Flores a fim de esclarecer a população sobre as políticas econômicas adotadas. Foram mencionados o Plano PluriaAnual de Investimentos (PPA), a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A partir dessas visitas, a Prefeitura incentivou a criação do Centro de Governança Local. Foram criados 14 Conselhos de Governança Local, contando cada um com 48 conselheiros, os quais atuam fortemente na mobilização da população para participar das decisões públicas. Os Conselheiros são moradores representantes de cooperativas, associações e empresariado, eleitos pela população em assembléias. Cada Conselho conta, em média, com a participação de 50 pessoas. Neste sentido, cerca de 9% da população vem participando e contribuindo para a definição de rumos das políticas adotadas pelo Governo Municipal. Paralelamente, o Conselho também contribui para o diálogo entre o Poder Público e os micros e pequenos empresários, constituindo-se como um espaço aberto às reivindicações e sugestões deste público. 3 Figuras 2 e 3: Governança Local - Conselho 2.3 Turismo: Conhecendo a história com Aroma de Café Rio das Flores tem um grande potencial turístico em função ao seu importante papel no auge da cultura cafeeira, que legou ao Município um rico patrimônio histórico-cultural. O interesse comum em tornar a cidade um ponto atrativo ao turismo, fortaleceu a relação entre a sociedade civil organizada, o setor privado e o Poder Público e, em 2002, um grupo de sete empresários e proprietários rurais resolveu fundar a Associação Rioflorence de Turismo – ARTUR. A Prefeitura firmou um convênio com a associação, através do qual são repassados recursos para o fomento do turismo no Município. Segundo o Coordenador de Turismo da Associação, a articulação entre proprietários e a Prefeitura foi fundamental para o incremento deste setor, que há 10 anos atrás, contava apenas com iniciativas isoladas de empresários locais. As diferenças de remuneração estão ligadas ao tipo de contrato firmado entre as cooperativas e as confecções. 60 A ARTUR juntamente com a Prefeitura atuou incentivando proprietários das antigas fazendas de café do séc. XIX a abri-las à visitação e incluílas no roteiro turístico de Rio das Flores e, desde 2006, vem debatendo com os donos de antigos casarios da cidade a possibilidade de também incluí-los no circuito turístico devido a sua riqueza e potencial histórico. fazendas de café em hotéis-fazenda. Proporcionou a oferta de leitos em casarios históricos e casas do cidadão comum, colocando fim a um dos principais problemas enfrentados pelo Município na acolhida dos turistas, segundo o coordenador de turismo, que era a dispersão de turistas para Municípios vizinhos em função da escassez de empreendimentos nos setores de hotelaria, alimentação e atividades noturnas. É importante ressaltar a preocupação dos empresários e gestores locais em relação à preservação do meio ambiente e a tranqüilidade do local, promovendo eventos e festivais temáticos para atrair um perfil de turistas que valorizem a cultura e a história da região, segundo declarou Rosa Lopes, membro da ARTUR, empresária no ramo de hotelaria e turismo e moradora da cidade. Na implementação do projeto de fomento ao turismo, foi fundamental a criação da Secretaria de Turismo, cujas atividades eram antes desempenhadas pela Secretaria de Planejamento. O Governo Municipal também aumentou a verba destinada ao turismo, passando de R$ 16 mil no ano de 2004 para R$ 30 mil em 2005, chegando a pouco mais de R$ 44. mil em investimentos associados ao turismo em 2006. Destaca-se, ainda, a importante contribuição do Governo Federal através do Ministério do Turismo, que investiu neste mesmo ano, um milhão e quinhentos mil reais em obras para a Revitalização do Balneário Municipal, construção de praça, muros e embelezamento de Taboas. Foram investidos também, R$ 550 mil em Infra-estrutura Turística e Promoção de eventos turísticos no restante do Município, além da despoluição dos rios, abertura de trilhas para as cachoeiras, construção de mirantes, limpeza e sinalização da cidade. Ao lado do trabalho de conscientização dos proprietários de fazendas de café e donos de casarios quanto à importância das propriedades para a promoção do turismo e conseqüente contribuição ao crescimento econômico do Município, outras atividades vêm gerando trabalho e renda. Pequenos e médios artesãos, os setores de comércio e serviços, sobretudo hotéis e pousadas, estão ganhando espaço e consolidando seus negócios e o desenvolvimento sustentável. Em paralelo, a Prefeitura vem cadastrando famílias que oferecem a preços menores, quartos ou leitos em suas propriedades nos períodos de festivais e eventos. Figura 5: Fazenda do Paraíso O resultado da iniciativa aumentou de 40 leitos (2001) para 290 (2006) a disponibilidade de acomodações, contribuiu para a abertura de novas pousadas e transformação de algumas O turismo em Rio das Flores inclui a região do Vale do Café, a Rota Zero 40 (ao longo da BR 040) e a região turística do Vale do Rio Preto. Turistas de diversas localidades são atraídos Figura 4: Igreja Matriz – Santa Teresa D’Ávila 61 pelos eventos promovidos pela Secretaria de Turismo e movimentam os setores de serviços e comércio local. Rio das Flores faz parte, junto com outros 9 Municípios, do Conselho de Turismo da Região do Vale do Ciclo do Café – Conciclo. Em 2005 os Municípios do Conciclo foram incluídos no calendário turístico nacional e internacional, onde participam do Circuito Outono com Café, Cachaça e Chorinho. O SEBRAE oferece cursos de capacitação para guias de turismo e contribui para o ensino de turismo nas escolas. 2.4 Projeto Rio das Flores Digital Com o objetivo de democratizar o acesso aos meios de comunicação e informação e assim contribuir para a produção e socialização do conhecimento, em 2005 foi implementado o Projeto Rio das Flores Digital. A iniciativa pautou-se na disponibilização de estrutura física para a inclusão digital da população, modernização e desburocratização da Administração Pública via utilização de recursos tecnológicos. Com recursos oriundos das parcerias estabelecidas foi possível criar no Município uma rede de transmissão de voz e dados que permitiu a implantação de Internet banda larga com modelo de rede baseado no sistema SHSW (Sistema Híbrido com Suporte Wireless). Os custos do sistema são bastante adequados à capacidade financeira de Municípios de pequeno porte. O SHSW se constituiu como um recurso providencial uma vez que as companhias telefônicas não apresentaram interesse em implantar linhas digitais para assinantes em curto prazo, sendo a previsão para o início desta mudança prevista para 2010, segundo a Agencia Nacional de Telecomunicação (Anatel). nova relação entre professor e aluno. A meta do projeto é criar em toda escola um laboratório de informática, embora ainda não alcançada. Atualmente a Prefeitura conta com o Ônibus Digital, para levar os cursos de informática e acesso à Internet em escolas na região rural do Município, funcionando também através de sistema wireless. As ações ”GOV” são voltadas para governança eletrônica e têm como objetivo contribuir para a transparência da gestão local e estimular a participação popular. Além da informatização de toda Prefeitura foram construídos em terminais de ônibus quiosques com computadores e acesso à Internet. O domínio “ORG” tem a finalidade de atender a população no que diz respeito a apoio aos projetos comunitários. Foram instalados três telecentros onde são desenvolvidas capacitações online. O projeto visa instalar em cada distrito esse ambiente de acesso à rede, de forma gratuita e para atender, em média, 50 pessoas por dia. O domínio “COM” compreende ações voltadas para incluir os segmentos da sociedade no sistema de comércio eletrônico, ampliando a competitividade e possibilidade de lucro. A Internet é, então, disponibilizada a preços populares tanto para a comunidade como para cooperativas, pequenas e microempresas. As ações denominadas “TUR” são direcionadas ao turismo e tem um importante papel na atração de turistas para o Município, divulgando a cidade na Internet. Depois de estabelecida e implantada a estrutura física do projeto, foram definidas cinco áreas de concentração das atividades. Essas áreas receberam denominações referentes às extensões dos principais tipos de domínios existentes no sistema da Internet. Dessa forma, os nomes de fantasia escolhidos para referenciar as ações foram: “EDU”; “GOV”; “COM” e “TUR”. O rol de ações associadas ao domínio “EDU” buscam repensar o processo pedagógico e uma 62 Figura 6: Telecentro Rio das Flores 2.5 Programa de Infra-estrutura Básica O Programa tem a finalidade de estruturar a cidade para garantir seu desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população. Neste sentido o Governo Municipal investe em saneamento básico, coleta de lixo, abastecimento e tratamento de água, moradia. Dentro do Programa de saneamento foi elaborada uma política de saúde efetiva. A construção de conjuntos habitacionais tem sido também, uma importante estratégia para impedir a favelização da periferia. O Programa contou com recursos do Governo Federal, no montante de R$1.997.478,00 e contrapartida da Prefeitura, no montante de R$ 46.524,00 A Estação de Tratamento de Esgoto – ETE – foi inaugurada em 2005 e tem capacidade para cuidar de 100% do Município que antes contava somente com rede de coleta e tratamento de esgoto em três distritos, construídos na primeira gestão do atual prefeito. A coleta de lixo é feita por empresa contratada e o lixo é levado para Valença, Município vizinho a Rio das Flores. No entanto, está sendo construída uma Usina para Resíduos Sólidos que será inaugurada no final de abril de 2007, a qual deverá gerar novos empregos e renda para a população que se ocupa da coleta de lixo reciclável e será capacitada para trabalhar na Usina. A Secretaria de Saúde promoveu a descentralização do atendimento médico através da construção de postos de saúde em alguns conjuntos habitacionais, os quais foram inseridos, juntos com outros postos já existentes no Município, no Programa Saúde da Família (PSF), através do qual o Governo Federal oferece médicos e agentes de saúde e a Prefeitura o espaço físico, medicamentos e pessoal de limpeza. Tal política diminuiu as filas no único hospital do Município, uma vez que entre 70 e 80% dos casos de doença são resolvidos nos postos. Atualmente, dos 11 conjuntos existentes, 9 já possuem posto de saúde. Os que ainda não foram contemplados, no entanto, localizam-se próximo ao hospital. É importante ressaltar que os agentes de saúde visitam semanalmente todos os conjuntos habitacionais. Famílias com renda até três salários mínimos ou em situação de risco passaram a ter acesso à moradia, pagando financiamentos compatíveis com sua renda. Do mesmo modo o acesso à moradia foi facilitado para famílias com poder aquisitivo acima de três salários mínimos, no entanto, a elas são financiados apenas lotes de terra e a construção da casa é responsabilidade do mutuário. O financiamento das casas é feito em 72 parcelas de R$ 24,86 para moradores que residem há mais de 5 anos no Município. As parcelas são depositadas no Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social. Para evitar a especulação imobiliária e fortalecer o laço comunitário com o local de moradia, uma das condições do financiamento é a proibição da venda do imóvel por dez anos a partir da quitação da casa. Os conjuntos habitacionais possuem esgoto, água tratada, calçamento e iluminação. Segundo o engenheiro do Município Sr. Francisco Novaes, há uma preocupação com os aspectos urbanísticos, sendo planejados praças e jardins. Os conjuntos habitacionais rurais diferem-se dos urbanos. Nos rurais, a Prefeitura permite que sejam colocadas cercas de bambu para a formação de cercas vivas a fim de não perderem a característica do campo, o que já não ocorre nos conjuntos habitacionais nas cidades onde as cercas são obrigatoriamente de alvenaria. Os lotes nas zonas rurais também são maiores para que as famílias plantem e criem aves nos quintais. O Governo Municipal estende aos moradores desses conjuntos ações do Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda, incentivando a criação de cooperativas e produção de artesanato em galpões de geração de renda construídos nos conjuntos habitacionais. Além do mais, em espaço cedido para empresários locais, também nos conjuntos, é possível geração de trabalho e renda através do comércio de gêneros alimentícios como lanchonetes, mercearias e bares. Os conjuntos habitacionais têm quadra de lazer e campo de futebol, onde são desenvolvidas atividades para crianças e adolescentes promovidas pela Secretaria de Assistência Social. 63 3. O PROJETO SEGUNDO AS VARIÁVEIS ESTRATÉGICAS DE ANÁLISE 3.1 Parcerias – O papel e o desempenho das instituições parceiras O SEBRAE Para consolidar o desenvolvimento local e sustentável em Rio das Flores foi preciso trabalhar para superar as carências de infraestrutura, atrair investimentos no setor de comércio e serviços, capacitar e qualificar tanto empreendedores como mão-de-obra, difundir o associativismo e o cooperativismo. Enfrentar tais desafios foi uma iniciativa da Prefeitura que, no entanto, contou com importantes parcerias neste processo. Destacamse o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/RJ na criação da Agência de Desenvolvimento Municipal; as parcerias com os Governos Estadual e Federal e com o Banco do Brasil para as melhorias da infra-estrutura de rodovias, telefonia e tecnologia da informação, construção de galpões e compras de equipamentos. No que tange à capacitação e qualificação da mão-de-obra local, foram fundamentais as parcerias com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Faperj, a Fundação Centro Federal de Ensino Tecnológico - Funcefet, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Senac, e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - Sescoop. A parceria com o SEBRAE é fruto da iniciativa do Prefeito que disponibilizou o Município como piloto para as novas diretrizes de modelo de gestão incentivadas pelo SEBRAE, tornando-se a primeira cidade a receber a Agência de Desenvolvimento Municipal no Estado do Rio de Janeiro. 4 Em tal modelo, cabe à Prefeitura garantir o espaço físico, recursos humanos e despesas com equipamentos, energia e telefone. O SEBRAE capacita técnicos que atuam junto ao comércio local, setor de hotelaria e turismo e produtores rurais servindo como intermediário nas relações entre os diferentes setores da sociedade e iniciativa privada e o Poder Público. São também responsáveis por fomentar parcerias entre a Prefeitura e outras entidades, sejam elas financeiras, filantrópicas ou de formação de mãode-obra. A atuação da Agência de Desenvolvimento Municipal diretamente com o público facilita o desenvolvimento econômico local de diferentes setores. O SEBRAE, no âmbito da Agência, também desenvolve projetos e capacitação de gestores e mão-de-obra para micro e pequenas empresas. Dentre sua atuação nos negócios no campo turístico, destaca-se a capacitação de guias de turismo para a região e sua contribuição para a implantação do ensino de turismo nas escolas. Os Governos Federal e Estadual A Prefeitura buscou parceria com o Governo Federal em busca de melhorar a infra-estrutura do Município, no que diz respeito a melhorias das rodovias, telefonia e tecnologia da informação. A Prefeitura conta ainda com repasses da União cujos recursos são investidos em melhorias habitacionais, infra-estrutura urbana, promoção do turismo e na área social. No ano de 2006, a Prefeitura recebeu do Governo Federal recursos oriundos dos Ministérios do Turismo, das Cidades, Ciência e Tecnologia e do Esporte num total de R$ 3 milhões4 investidos em obras, para infra-estrutura urbana e tecnologia. Em 2006, foram assinados novos convênios com o Ministério do Esporte e o Ministério de Ciência e Tecnologia para a Construção da Quadra Poliesportiva de Taboas e para a Aquisição da Unidade Móvel de Informática. Ver em anexo, quadro de repasses dos seguintes Ministérios: das Cidades, Turismo, Esporte e Ciência e Tecnologia. Constam também recursos repassados pelo Ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social. 64 A parceria entre o Governo Federal e a Light incluiu Rio das Flores no Projeto “Luz para Todos”, garantindo a iluminação nos conjuntos habitacionais que fazem parte do projeto de infraestrutura básica desenvolvido pelo Governo Municipal. As casas dos conjuntos habitacionais receberam coletores solares para chuveiros através de parceria com a Light, que trocou a dívida de ICMS com o Governo do Estado pela instalação dos coletores. Outras parcerias Algumas parcerias foram firmadas no intuito de enriquecer a oferta de capacitação e cursos profissionalizantes em Rio das Flores, no âmbito do Programa de Geração de Emprego, Trabalho e Renda. Podemos citar, além da parceria com SEBRAE/RJ, os convênios estabelecidos entre a Prefeitura e a Fundação Centro Federal de Ensino Tecnológico (Funcefet) onde foram criados 27 cursos profissionais em dois anos. Destacam-se também os apoios de importantes entidades de ensino e aperfeiçoamento como o SENAI, SENAC, SESCOOP, cujos cursos concorreram para tornar a população ativa do Município em mão-de-obra qualificada e especializada. Outras entidades entraram com recursos financeiros. O Banco do Brasil contribuindo para a construção de galpões, compra de equipamentos e materiais utilizados nos cursos. A FAPERJ concedeu ao Projeto Rio das Flores Digital, 50% dos investimentos utilizados na implementação desta ação. Os recursos foram aplicados em equipamentos, telecentros e instalação de rede e Ônibus Itinerante. 3.2 Impactos – Análise e avaliação de resultados e impactos Os resultados serão descritos a partir das cinco linhas de ação previstas, a saber: Programa de Geração de Trabalho, Emprego e Renda. A linha de ação referida constituiu objeto de grande atenção por parte da Prefeitura uma vez que se origina do estudo sobre as potencialidades de trabalho e empreendimento locais. A partir da identificação da predisposição do Município para os setores de manufaturados têxteis, agroindústria, comércio e serviços, sobretudo ligados a turismo, esta ação voltou seus esforços para formação e qualificação da população além do incentivo ao cooperativismo. Foram criados cursos itinerantes de costura entre 2001 e 2004, chegaram a atender 248 pessoas no Município. Além das atividades práticas foram oferecidos cursos de gestão e administração de cooperativas. A primeira cooperativa de costura industrial do Município foi organizada pela primeira turma de formandos deste curso. A escola itinerante de costura contribuiu para a formação de novas cooperativas em toda localidade onde se fixou. Desde sua inauguração foram criadas 5 cooperativas, que trabalham na montagem de roupas. Atualmente os cursos itinerantes não acontecem mais, porém são oferecidos por uma das facções instaladas no Município. Os interessados em trabalhar nas fábricas vão diretamente ao professor do curso para se capacitarem na costura industrial. A maior parte dos alunos formados é absorvida pelas fábricas de acordo com a demanda. Os que não conseguem uma posição no mercado de trabalho entram numa espécie de lista de espera podendo ser chamados tão logo surja uma vaga. Até o momento da implantação do curso itinerante de costura, o Município contava apenas com uma cooperativa situada no Distrito de Taboas cuja origem se deve ao curso de capacitação oferecido em 1994, na primeira gestão do atual Prefeito. Com um contigente de 20 pessoas, esta cooperativa reúne atualmente 100 trabalhadores e sua produção mensal chega atingir 24 mil peças. Vale ressaltar a iniciativa do Município em desenvolver um pólo que já possui duas confecções e duas fábricas. Em dezembro de 2005 foram gerados 258 postos de trabalho, aproveitando trabalhadores qualificados pela Casa de Capacitação – Escola Profissional de 65 Costura Industrial. Em 2006 a Prefeitura reservou, também, 5 mil metros quadrados para a construção de dois galpões destinados à indústria que deverão ser inaugurados ainda em 2007. A proposta de estabelecer um Centro de Governança Local, aberto à sociedade organizada vem proporcionando a participação de cerca de 700 pessoas nas decisões públicas, que chegam ao Centro através dos Conselhos. O Governo Municipal oferece incentivos como isenção de aluguel, contribuição nas despesas fixas e empréstimo de máquinas de costura. As vantagens concedidas pela Prefeitura vêm atraindo investimentos neste setor de negócios. Indústrias interessadas em montagens de facções estão se instalando em Rio das Flores desde 2004. Atualmente, no pólo têxtil da vila do Sossego, encontram-se as empresas F. A Magelas Confecções de Roupas e a empresa Edu & Gabi Confecções Ltda. Juntas geram 180 empregos com previsão da criação de mais 60 postos de trabalho para o segundo semestre de 2007. Recentemente a Prefeitura realizou seu Plano Diretor e contou com a participação da comunidade através do Conselho de Governança Local. O Conselho recebeu em média 1600 pessoas que participaram das discussões organizadas para determinação das diretrizes do Plano. A Cooperativa União de Taboas Ltda. está estabelecida em quase todo Município, tendo como sede principal o galpão situado em Taboas e os demais galpões situados no distrito de Manuel Duarte e nas localidades de Santa Rosa e Três Ilhas. O Governo percebe o impacto destas iniciativas na economia do Município. O aumento do cooperativismo em Rio das Flores proporcionou a inclusão social de famílias de baixa renda. Foram gerados 400 empregos diretos, 70% para mulheres e 30% para os homens, atingindo 5% da população através do Programa de Geração de Renda. Gestão com Responsabilidade Social – Conselho de Governança Local A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o governo deve convidar a população a participar das tomadas de decisões quanto aos investimentos dos recursos pelo poder público. O melhor caminho para o debate entre o Governo Municipal e a comunidade demonstrou ser através dos 14 Conselhos criados a partir da visita do Prefeito nas comunidades. 66 Turismo: Conhecendo a história com Aroma de Café O projeto de desenvolvimento do turismo em Rio das Flores vem registrando avanços para o Município no que diz respeito ao incremento do comércio e serviços, gerando trabalho e renda, além de ter contribuído para as transformações e melhorias da infra-estrutura local. Quanto ao setor de comércio e serviços, o Município conta hoje com três padarias, 2 farmácias, duas lojas de material de construção e quatro mercados, gerando entre 2001 e 2006 um total de 534 empregos. Dentre os serviços oferecidos, destaca-se a abertura da Associação de Turismo, uma agência de receptivo e uma torre de telefonia móvel. A respeito do impacto do fomento ao turismo: “O PIB municipal, em 2001, tinha em primeiro lugar a agropecuária, seguida por alugueis, construção cível. Em quarto lugar vinha o setor de serviços. Com as ações de implementação e fortalecimento do turismo em parceira com a iniciativa privada, a sociedade civil organizada e com poder público, a situação do PIB se modificou. Tanto é que o turismo, embutido dentro do ramo de serviços, passou para primeiro lugar do PIB deixando para trás a construção civil, aluguéis e agropecuária. Isso demonstra que as ações realmente trouxeram resultados e hoje temos um PIB completamente diferenciado em relação ao anterior”, afirma Marcus Alexandre Ozório Macedo – Assessor Técnico e Coordenador na Agência Municipal de Desenvolvimentos. A cidade vem atraindo turistas de várias localidades. Além dos nove hotéis-fazenda com 230 leitos, Rio das Flores conta com três unidades de artesanato cujos produtos são comercializados principalmente para turistas, a saber: Amor e Arte, situada no distrito de Taboas, Expressos das Artes, situada na sede municipal e Florart, situada em Manuel Duarte. É importante ressaltar que tais unidades estão inseridas no Programa de Geração e Renda e, dentro dos processos de desenvolvimento local, são também unidades de capacitação em artesanato, sendo dirigidas por mulheres da terceira idade. para apoiar os projetos desenvolvidos pela Secretaria de Educação. Os professores participaram de seminários e capacitação para atuarem tanto nos laboratórios como no ônibus. A promoção de festas culturais e do turismo ecológico é o grande instrumento de movimentação e circulação de turistas na cidade. Hoje, Rio das Flores promove passeios ecológicos e festivais que atraem turistas durante todo o ano, dentre eles destacam-se o circuito de outono em abril com o festival de Café, Cachaça e Chorinho; os roteiros do ciclo do café onde são realizados quatro circuitos de visitação ao Museu, Fazendas Históricas e Centros de Artesanato; caminhadas ecológicas com destino ao Mirante Boa Vista onde se inclui visita as cachoeiras, ao Centro de Psicultura, ao Balneário Municipal e ao alambique do Sítio Santa Luzia. O turismo em Rio das Flores atrai cerca de 300 pessoas nos finais de semana. “Os centros de saúde e as escolas vão estar conectados via wireless. A Prefeitura tinha somente dois sistemas, hoje temos onze sistemas integrados: Compras, Licitação, Jurídico, Contabilidade, Tributos, RH, Patrimônio e outros. Isso facilitou o funcionalismo principalmente para a prestação de contas”, diz Clélio de Souza Navarro – Responsável técnico local pelo projeto Rio das Flores Digital. Projeto Rio das Flores Digital O Projeto Rio das Flores Digital recebeu R$ 200 mil para ser desenvolvido, recurso vindo do Município, do Governo Federal e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Desde 2005, estudantes da rede pública e 10% da população já utilizam os três laboratórios de informática instalados nas escolas. A meta de instalação de mais laboratórios nas outras sete escolas do Município ainda não foi alcançada, mas os alunos destas unidades estão inseridos no Projeto de Inclusão Digital na medida em que tais escolas recebem a visita da unidade móvel de informática, ônibus equipado com microcomputadores e toda tecnologia necessária O Projeto buscou informatizar todas as repartições da Prefeitura. Os funcionários passaram a ter acesso à Internet e foram capacitados para o uso dos computadores por técnicos municipais membros do corpo docente da Secretaria Municipal de Educação. Hoje a Prefeitura possui 804 funcionários dentre efetivos, contratados e comissionados. A respeito dos resultados: A Prefeitura também passou a contar com um sistema de monitoramento, onde é elaborado e atualizado o perfil econômico de Rio das Flores com dados do Município, Estado e Governo Federal. No Projeto também foi incluída a instalação de Telecentros em cada distrito da cidade que atendem gratuitamente cerca 50 pessoas por dia. Acompanhados por gestores formados para esta finalidade, são oferecidos cursos de informática básica, como introdução ao sistema operacional Linux (software livre) que oferecidos por estas estações de informática, vem qualificando seus alunos para ingressarem no mercado de trabalho. Cabe destacar outro depoimento de Clélio de Souza Navarro: “O acesso à Internet não é cobrado porque foi criada como Internet social, exatamente para promover a inclusão digital. Tínhamos em Rio das Flores somente 1 % de usuários e hoje temos 36% da população com acesso à Internet, 123 pessoas usando wireless. As pessoas hoje passam o dia inteiro acessando a rede e tendo acesso à 67 informação. O projeto democratizou o acesso ao conhecimento. Nosso investimento para acesso à Internet já cobre todo o Município. Vamos expandir o projeto e criar outro laboratório com mais 10 computadores”. Os Telecentros funcionam também, como centros de apoios a projetos comunitários sendo oferecidos cursos de informática para a terceira idade, contribuindo para o aumento da autoestima desse grupo. O Telecentro que funciona dentro da Agência Municipal de Desenvolvimento está oferecendo um curso da INTEL para jovens de 6 a 21 anos. O Intel Aprender é um projeto voltado para jovens das comunidades de baixa renda cuja finalidade é desenvolver habilidades em informática, pensamento crítico e colaboração. Programa de Infra-estrutura Básica A partir das demandas prioritárias, o Programa de Infra-estrutura Básica teve impacto nas condições de vida da população de baixa renda do Município. A construção dos conjuntos habitacionais beneficiou significativamente famílias numerosas, moradoras em pequenas unidades habitacionais que se submetiam a aluguéis incompatíveis com os rendimentos familiares. Beneficiou também, a população que habitava em áreas de risco, como encostas e locais insalubres sujeitos a enchentes. Foram implantados sistema de esgotamento sanitário, abastecimento de água tratada, calçamento e iluminação pública, destacando-se a instalação de coletores solares para chuveiros que reduzem em 30% os gastos com energia. “Temos que achar soluções simples que sejam eficientes à nossa cidade. Todas as soluções que crio como engenheiro do Município são soluções que possam ser absorvidas pela comunidade. Não adianta fazer um ginásio quando uma quadra coberta atende as expectativas. Nós criamos melhorias e condições básicas e a população passa a ter confiança no nosso trabalho, preservando o que recebe. A casa básica que eu chamei de kit é 1 cozinha, 1 banheiro, 1 quarto e sala. Alguns ampliam suas casas e isso fica a critério de cada um. Antes dos conjuntos 68 tínhamos favelas em condições muito precárias. Não tinha esgoto, luz, água. Vimos com a FEEMA os meio legais para que não se faça nada fora dos padrões recomendados e transformamos a vida dessas pessoas”, declara Francisco Novaes – engenheiro municipal. Cada conjunto habitacional tem um sistema de filtro fossa e a Estação de Tratamento de Esgoto tem capacidade para 10 mil habitantes. Segundo o engenheiro responsável pelo projeto, considerando o número de habitantes e a estimativa de crescimento da população de Rio das Flores, a Estação tem capacidade para atender Rio das Flores por mais 25 anos. O Programa também incluiu para cada conjunto habitacional a construção de quadra esportiva, escola, posto de saúde e coleta de lixo, além de oferecer apoio técnico para a organização e legalização de associações de moradores e empoderamento da comunidade nas decisões locais. Ao todo foram construídas 286 casas populares num total de 10 conjuntos habitacionais. 1.144 pessoas foram contempladas com moradia básica, contabilizando 14% da população. 3.3 Sustentabilidade Os mecanismos de administração adotados pela gestão municipal e que seguem pressupostos de co-gestão, parcerias, ação integrada entre as secretarias, descentralização e accountability contribuem para a permanência das ações implementadas, a respeito dos resultados obtidos ou a serem conquistados. Quanto à sustentabilidade ambiental dos projetos de fomento ao turismo, observa-se a preocupação com a construção da infra-estrutura básica em Rio das Flores, orientada para a minimização dos impactos gerados no meio ambiente. Destacamse as obras para despoluição dos rios e de saneamento e limpeza da cidade e, em paralelo, o trabalho de conscientização da população para preservação ambiental. Todos se constituem como importantes ações para impedir o crescimento desordenado da cidade com efeitos negativos no meio ambiente e conseqüentemente na qualidade de vida da população A valorização e divulgação da cidade em função de seu potencial histórico-cultural tiveram impacto na auto-estima da população e, portanto, foi fundamental para o reforço da identidade dos moradores de Rio das Flores. Os moradores, cada vez mais, além de se qualificarem para atuar no setor hoteleiro, gastronômico e guia de turismo, sentem orgulho por pertencer a uma cidade que atrai turistas de todo Brasil e exterior e vem sendo objeto de pesquisa para estudiosos de diversas áreas do conhecimento, destacando-se a área de turismo. O aumento desta auto-estima é confirmado pelo depoimento de Vera Lucia Lassarotti do Mello Valle, 62 anos, responsável pela cozinha da Fazenda Santo Inácio e casada com um dos herdeiros dessa propriedade remanescente do ciclo do café: “Esteve aqui comigo um jornalista do Rio de Janeiro conversando sobre as minhas receitas. Ele publicou um livro sobre culinária do Vale do Paraíba e incluiu a nossa fazenda na culinária de Rio das Flores. Ele adorou a nossa comida!” A Prefeitura é a principal mantenedora da sustentabilidade financeira de seus programas. Os recursos são aplicados na manutenção das ações para o desenvolvimento local e melhoria da qualidade de vida dos munícipes, de acordo com a demanda. Os recursos são utilizados em festas e eventos turísticos, manutenção da rede de informática, ampliação e melhorias habitacionais. É possível afirmar que as cooperativas são hoje 80% auto-sustentáveis, pois já são capazes de custear suas próprias taxas e impostos. A Prefeitura ainda é responsável pela aquisição de máquinas, em alguns casos excepcionais manutenção e capacitação administrativa. 3.4 Liderança e fortalecimento da comunidade A população de Rio das Flores, antes do projeto Gestão com Responsabilidade Social, não acompanhava as tomadas de decisão do poder público. Aos poucos a Prefeitura foi promovendo uma cultura participativa, anteriormente ausente na comunidade local, através de convites para reuniões de governança local, da realização de palestras, distribuição de cartilhas e folders explicativos sobre as ações do governo municipal. Um fator que contribuiu para que a população começasse a se organizar de forma representativa foi a percepção por parte da Prefeitura de que o atendimento às reivindicações individuais prejudicava o senso de coletividade e cidadania. A organização da sociedade em Conselhos e as associações de moradores fundadas nos conjuntos habitacionais representam a ruptura com a apatia da população. Comprovam que a sociedade, ao tomar consciência de seus direitos e de seu potencial de reivindicação, percebe a importância em se tornar parceira do poder público através de uma gestão participativa. A comunidade do Município de Rio das Flores está certa de seu papel enquanto agente transformador da realidade. 3.5 Gênero e inclusão social As ações desenvolvidas para geração de emprego trabalho e renda demonstram a redução do desemprego na cidade e, principalmente inclusão da mão-de-obra feminina. Dos empregos e trabalhos gerados, 70% são ocupados por mulheres. Os cursos de qualificação profissional e capacitação são elementos importantes para a inclusão social das famílias de baixa renda. É importante destacar a participação das mulheres nos Conselhos. Para os financiamentos das casas nos conjuntos habitacionais, a Prefeitura procura dar preferência às mulheres como mutuárias, ainda que não sejam chefes da família. A experiência demonstrou que nos casos de separação, a guarda dos filhos geralmente recai sobre as mães, estando assim garantida a moradia da família. A sociedade civil vem demonstrando maior engajamento nas atividades do Município, promovendo através das associações de moradores atividades de cultura, esporte e lazer para crianças, adolescentes e adultos. São realizados torneios, organizados grupos de dança e salão, hip-hop, escolinhas de futebol, samba e 69 pagode. Em resposta, os moradores tornaram-se mais participativos em suas comunidades, interessando-se por questões locais, envolvendose mais nas deliberações das associações e na preservação do meio ambiente. 3.6 Lições aprendidas O Governo Municipal deve, em primeiro lugar, fazer um diagnóstico das potencialidades do Município, conhecer a sua população. O impacto positivo das ações realizadas é fruto do levantamento de dados e reconhecimento das especificidades do Município para geração de trabalho e renda. O envolvimento da comunidade no processo de implementação das ações contribuiu para que a Prefeitura atendesse as demandas reais da população, principalmente no que diz respeito às melhorias habitacionais e de infra-estrutura e desenvolvimento econômico. No início do projeto a população não acreditava que, sendo capacitada, estaria apta a promover uma significativa mudança em sua vida, interessando-se pouco em ingressar nos cursos. A Prefeitura, para romper com esta mentalidade, utilizou um instrumento de incentivo distribuindo uma bolsa de R$ 60,00 para os alunos além de transporte gratuito até o local onde eram realizadas as aulas. Foi difícil romper também, com uma visão clientelista por parte da população na sua relação com o poder público. A prática da concessão de privilégios de outrora se refletia nos pedidos e indicações para incluir pessoas nos cursos e atividades de capacitação, a fim de desobedecer à ordem de inscrição. Afora a dificuldade em se implantar uma relação formal entre empregadoempregador, na busca por apoio político em situações como indisciplina e inadequação à dinâmica do trabalho nas fábricas. Tudo isso foi sendo combatido, em função do novo modelo de gestão adotado pela Prefeitura que privilegia a transparência de suas ações. Apesar de ser geograficamente afastado de grandes centros e, por isso, não se constituir 70 como local favorável a investimentos da iniciativa privada, a adoção de políticas de incentivos para empreendimentos revelou-se um importante fator de atração de investimentos. A Prefeitura investiu na construção de galpões para instalação das fábricas, aquisição de máquinas, cursos e capacitação direcionada aos setores e disponibilizou transportes para funcionários, reduzindo assim despesas do investidor. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi possível verificar neste Estudo de Caso, que a articulação do Governo Municipal com outras esferas do Poder Público constitui-se como um fator fundamental para a implementação das ações, alcance dos resultados e sustentabilidade socioeconômica dos projetos. A integração entre os Governos Federal, Estadual e Municipal reflete-se nos empreendimentos de melhoria da infra-estrutura do Município. O financiamento de obras públicas, da Estação de Tratamento de Esgoto, a construção dos conjuntos habitacionais e as ações de qualificação profissional e inclusão social demonstram a grande capacidade de articulação e mobilização de recursos da administração municipal, evidenciando, dessa forma, importância do trabalho de cooperação intergovernamental, cujos impactos são determinantes na qualidade de vida da população local e fatores de geração de trabalho e renda. São também importantes as parcerias firmadas com a iniciativa privada, que mesmo sendo essencialmente de pequeno porte (micro e pequenas empresas), cumpriu um significativo papel ao atuar nos serviços de capacitação e desenvolvimento de empreendimentos, ampliando dessa forma os segmentos industriais, comércio e de serviços no município. A Prefeitura de Rio das Flores vem atuando através de uma visão gerencial que promove também a integração das secretarias municipais. O diálogo permanente entre os gestores dessas instâncias e a ordem organizacional nãodepartamentalizada favorece as ações conjuntas, tendo como único objetivo o de promover o desenvolvimento socioeconômico local e sustentável. A realidade atual de Rio das Flores demonstra que a Prefeitura faz uso de instrumentos de gestão pública que valorizam o foco nos resultados, trabalho em parceria, a transparência e participação popular. Tais pressupostos concorrem para o fomento da economia e cidadania, expressos na atração de novos empreendimentos para o Município e no aumento da participação da sociedade no diagnóstico, na implementação e na avaliação das políticas públicas. O caminho encontrado pelo Governo Municipal, neste sentido também concorre para o crescimento da arrecadação de tributos e torna legítimo o caráter democrático de governança local. BIBLIOGRAFÍA ExploreVale. <http://www.explorevale.com.br/ valedocafe/riodasflores/>. Acesso em 10/04/2007. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em < www.ibge.gov.br/> . Acesso em 17/01/2007. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE- RJ). Disponível em <http:/ /www.sebraerj.com.br>. Acesso em 17/01/2007. Plano Preliminar de Investimentos em Parceria com o Governo Federal em 2006. Prefeitura de Rio das Flores. Mimeo. 2006 Síntese do Perfil Socioeconômico do Município de Rio das Flores. Prefeitura de Rio das Flores. Mimeo. 2006. Programa Município Sustentável. Prefeitura de Rio das Flores. Mimeo. 2005 71 Anexo 1: Recursos Aplicados (em R$) Total de recursos federais: R$ 6.857.478,19 Total de Contrapartida do município: R$ 186.298,31 Contratos de Repasse – Caixa Econômica Federal – Investimentos 2006 01 - Ordem de início de obras Ministério das Cidades Contrapartida PMRF TOTAL Canalização do Córrego Manoel Pereira 1.100.000,00 14.966,33 1.114.966,33 Infra-estrutura Urbana em Abarracamento 194.990,47 10.739,37 311.252,50 TOTAL 1.294.990,47 25.705,70 1.426.218,83 Contratos de Repasse – Caixa Econômica Federal – Investimentos 2006 02 – Assinatura de Novos Convênios 72 Ministério do Turismo Contrapartida PMRF TOTAL Revitalização do Balneário Municipal 800.000,00 24.742,27 824.742,27 Construção de Praça em Taboas 250.000,00 13.750,00 263.750,00 Construção Muros Embelezamento em Taboas 100.000,00 5.820,10 105.820,10 TOTAL 1.150.000,00 44.312,37 1.194.312,37 Ministério do Esporte Contrapartida PMRF TOTAL Infra-estrutura Urbana 150.000,00 4.439,18 154.4369,18 TOTAL 150.000,00 4.439,18 154.439,18 Ministério do Esporte Contrapartida PMRF TOTAL Construção de Quadra Poliesportiva Taboas 150.000,00 4.439,18 154.4369,18 TOTAL 150.000,00 4.439,18 154.439,18 M. Ciência e Tecnologia Contrapartida PMRF TOTAL Aquisição de Unidade Móvel Informática 400.000,00 20.000,00 420.000,00 TOTAL 400.000,00 20.000,00 420.000,00 Convênios Federais – Investimentos 2006 03 – Convênios com Repasses Diretos Ministério da Saúde /FNS Contrapartida PMRF TOTAL Construção Posto de Saúde Formoso 90.000,00 20.022,79 110.022,79 Construção Posto de Saúde Sossego 200.000,00 6.000,00 206.000,00 Aquisição de Medicamentos 150.000,00 3.000,00 153.000,00 Adequação e Reaparelhamento Unidade Saúde 600.000,00 18.000,00 618.000,00 TOTAL 1.040.000,00 47.022,79 1.087.022,79 Ministério da Saúde /FUNASA Contrapartida PMRF TOTAL Sistema Abastecimento Água Formoso 119.987,72 2.397,23 122.384,95 Esgotamento Sanitário Abarracamento 40.000,00 2.333,54 42.333,54 Melhoria de Coleta de Lixo 100.000,00 3.000,00 103.000,00 TOTAL 259.987,72 7.730,77 267.718,49 M. Ciência e Tecnologia Contrapartida PMRF TOTAL 150.000,00 15.000,00 165.000,00 15.000,00 165.000,00 Ministério Desenvolvimento Social Contrapartida PMRF TOTAL Construção Centro Comunitário Taboas 150.000,00 3.000,00 153.000,00 TOTAL 150.000,00 3.000,00 153.000,00 Secretaria Políticas Mulheres Contrapartida PMRF TOTAL Geração de Renda para Mulheres 100.000,00 3.000,00 103.000,00 TOTAL 100.000,00 3.000,00 103.000,00 Inclusão Digital – Telecentro Informática TOTAL 150.000,00 73 Caixa Econômica Federal – Investimentos 2006 04 – Emendas Individuais do OGU 2006 Ministério do Turismo Infra-estrutura Turística 300.000,00 Promoção Eventos Turísticos 250.000,00 Total 550.000,00 Ministério das Cidades Melhoria das Condições de Habitabilidade 200.000,00 Infra-estrutura Urbana 250.000,00 TOTAL 450.000,00 M. Ciência e Tecnologia Implantação Centro Vocacional Tecnológico 600.000,00 Inclusão Digital 200.000,00 TOTAL 800.000,00 Secretaria Política Mulheres Geração de Renda para Mulheres 200.000,00 TOTAL 200.000,00 Ministério da Saúde /FNS Estruturação Rede Atenção Básica 120.000,00 Aquisição Medicamentos 100.000,00 TOTAL 220.000,00 M. Desenvolvimento Social 74 Assistência Social ao Idoso 100.000,00 TOTAL 100.000,00 PRODUCCIÓN SOCIAL DEL HÁBITAT: ESTUDIO DE CASO DE LA COMUNA 18 EN CALI, COLOMBIA 1. INTRODUCCIÓN 1.2 Principales elementos En los años 50 comienza a darse una preocupación por el crecimiento explosivo de las ciudades latinoamericanas, dado por las grandes migraciones del campo a la ciudad. Comienzan las primeras mitificaciones que se generalizan en los años 60 donde prolifera un paisaje de asentamientos urbanos irregulares. Es a partir de aquí cuando se da la voz de alarma. La Producción Social del Hábitat abarca 4 dimensiones básicas del desarrollo, las cuales se pueden describir a través de sus elementos clave. La presentación de los temas deberá posibilitar el análisis y la comprensión de los aspectos relativos a cada una de las dimensiones que se describen a seguir. Una de las primeras respuestas a esta problemática es la promoción de desarrollo de producción y construcción de viviendas lo cual no solucionó el problema que comenzaba a ser grande. A mediados de los 60 y comienzo de los 70 surgen iniciativas que atenúan los efectos, pero el resultado es mayor marginación de los pobres. a) Satisfacción de necesidades individuales y colectivas El mejoramiento o la construcción nueva de viviendas dignas que permite el disfrute del derecho a un hogar seguro. Un entorno que ofrezca los servicios básicos y los espacios necesarios para la interacción en comunidad de manera sustentable b) Entorno Productivo 1.1 Definición La Producción Social del Hábitat (de ahora en adelante PSH) es un concepto que nace en América Latina en los años 70 que intenta dar respuesta a la creciente urbanización irregular que se estaba dando en toda la región. Concepto que tiene diferentes interpretaciones. La PSH son todos aquellos procesos generadores de espacios habitables, componentes urbanos y de vivienda, que se realizan bajo el control de auto productores y otros agentes sociales que operan sin fines de lucro. Pueden tener origen en las propias familias actuando individualmente, en grupos organizados informales, en empresas sociales como las cooperativas y asociaciones de vivienda, o en las ONG´s, los gremios de profesionales o incluso las instituciones de beneficencia que atienden emergencias y grupos vulnerables. Modalidades de gestión y opciones financieras y de transferencia que posibilitan el acceso a la vivienda y a los servicios, mediante esquemas de ahorro y créditos, subsidios cruzados y regulares. Formas de producción que promueve la generación de oportunidades de empleo e ingresos y estimula economías locales. c) Ciudadanía Responsable Protagonismo político-democrático en la toma de decisiones se refiere a todos los tipos de participación comunitaria en la gestión de procesos y en la toma de decisiones locales. Promoción de la capacidad local que fortalezca la organización comunitaria en la gestión local del desarrollo. d) Desarrollo Urbano Sostenible Las modalidades autogestionarias incluyen modelos que van desde la auto producción individual espontánea de vivienda hasta la colectiva, que implica un alto nivel organizativo de los participantes y en muchos casos procesos complejos de producción y gestión de otros componentes del hábitat. Adecuación del hábitat humano al entorno natural. Sostenibilidad operacional y financiera en el grado de transparencia, flexibilidad, control de presupuestos, replicabilidad, viabilidad, 77 eficiencia y efectividad de las actividades realizadas. 1.3 Proceso La PSH está considerada como un proceso de construcción de vivienda e infraestructura, destinado a las comunidades urbanas más carentes. El proceso está compuesto por varias etapas y contiene varios componentes característicos. • Definición participativa de los objetivos y necesidades comunes; • Capacitación y empoderamiento comunitario; • Conocimiento del impacto económico del sector informal; apoyo y promoción de un entorno productivo sostenible; • Provisión social de hábitat: * Entorno sostenible * Encuadramiento legal * Instrumentos e instituciones de apoyo 1.3.1 Etapas 1.3.2 Componentes Algunas de las acciones características de la provisión de vivienda, servicios e infraestructura influyen directamente en varias áreas de la vida y estructura de las comunidades y se asumen como componentes esenciales del proceso. Una primera y esencial etapa, es el conocimiento de las conquistas (resultados alcanzados) y capacidades físicas, económicas y sociales de la comunidad. Otra importante etapa es la de la construcción de los escenarios participativos que deberán hacer con que el fomento del compromiso político, la participación en la toma de decisiones y la responsabilidad social, coincidan y se fundamenten en los objetivos y necesidades comunes de la comunidad. Sin embargo, para que el impacto de la influencia y participación en el proceso sea conseguido es necesario hacer una identificación de las capacidades y conocimientos existentes y una posterior capacitación de la comunidad. Al mismo tiempo la comunidad deberá ser continuamente apoyada y empoderada para que pueda enfrentar el reto de la ciudadanía activa y de la autogestión. Por último, para que se estimule y promueva un entorno productivo sostenible, construido con base en los recursos y activos ya existentes, es vital que se conozca el impacto económico del sector informal. La PSH está considerada como un proceso de construcción de vivienda y habitat destinado a las comunidades urbanas más necesitadas. Este busca garantizar el acceso de todos los ciudadanos a la vivienda digna y a la inclusión urbana. Los miembros de las comunidades participan en el planeamiento, organización y ejecución del proceso productivo, recibiendo en algunos casos apoyo de organizaciones religiosas, ONG’s, organizaciones políticas y/o organizaciones internacionales. La producción social se materializa en dos importantes actuaciones: una dirigida a lograr el desarrollo de la ciudadanía responsable, en la que se preconiza un proceso participativo, inclusivo y equitativo. Y otra que está relacionada con el reto del desarrollo de la ciudad, en la que el proceso se caracteriza por promover la sosteniblidad, integración y multisectorialidad. Etapas de la intervención social para la provisión de Hábitat: • Conocimiento de las conquistas (resultados alcanzados) y capacidades físicas, económicas y sociales; 78 La vinculación de estas dos actuaciones incrementa la participación política y el acceso a medios de vida productivos. 2. ACERCAMIENTO A LA SITUACIÓN URBANA EN AMÉRICA LATINA 2.1 Los asentamientos humanos urbanos y la pobreza Esta problemática es el gran desafío con que cuentan los gobiernos de la región latinoamericana asociado a la necesidad de reducción de la pobreza y la exclusión social, atendiendo prioritariamente el acceso a la vivienda, los servicios urbanos y la seguridad (económica, social, ambiental), como un concepto más amplio de “vivienda adecuada”, el cual se viene manejando a nivel internacional promovido por las Naciones Unidas. Hábitat, desarrollo humano, vivienda y pobreza son dimensiones estrechamente relacionadas. Las políticas encaminadas a mejorar los tres primeros aspectos parten de la necesidad de reducir la pobreza y se constituyen en un marco conceptual adecuado para el análisis del tema de los asentamientos humanos en las ciudades. Más allá de obtener las condiciones materiales de las personas, la reducción de la pobreza supone el alcance de valores como la equidad y la libertad. En la perspectiva de la necesidad de alcanzar libertades, Amartya Sen (2000) plantea que el desarrollo puede entenderse desde la perspectiva de la libertad humana, entendida como la meta última de la vida económica y el medio más eficiente de alcanzar el bienestar general. Sen relaciona el desarrollo con la expansión de las libertades y con la reducción de todo aquello que va en contravía: pobreza, tiranía, falta de oportunidades e inexistente participación social. Una forma de ampliar el conjunto de libertades que posee un individuo y por ende el desarrollo desde esta perspectiva, está relacionado de forma significativa con un mejoramiento en las condiciones de vida de las personas, entendidas como todas aquellas características materiales e inmateriales, que posibilitan la realización de un tipo de vida determinado. Desde esta perspectiva, lo importante no son las libertades básicas, pero si la preferencia a los más débiles. Esta debilidad se genera por las diferencias en las personas sobre los medios que poseen para ejercer dichas libertades, y son los pobres precisamente los que tienen menores capacidades para alcanzar sus fines. En el enfoque de Sen y Cohen (Nussbaum, Martha C. y Sen, Amartya, 1996) el problema de la pobreza se centra en las capacidades como una concepción relacionada con los funcionamientos, es decir la combinación posible de varios quehaceres y seres que una persona puede tener en su vida. Estas combinaciones incluyen aspectos como el estar sano, aspectos más complejos como la dignidad, el respeto, la participación en la vida de la comunidad y otros. El objetivo es entonces concentrarse en la capacidad de alcanzar los funcionamientos valiosos para las personas y conseguir la libertad de fomentar los fines que más valoran. Esta concepción de reducción de la pobreza toma forma no solamente como una preocupación acerca de las necesidades de vivienda sino también de otras necesidades fundamentales como el ingreso, el empleo, el transporte, la educación y las necesidades fundamentales asociadas al concepto de hábitat: en primer lugar, la localización y las condiciones del entorno de las viviendas que habitan la población vulnerable, que incluyen factores de riesgo, calidad ambiental, usos del suelo, condiciones de seguridad y de conflicto; en segundo lugar, la infraestructura de servicios, que incluye el nivel de acceso y la calidad de los mismos; el equipamiento comunal e infraestructura física; y en tercer lugar, los ámbitos de participación y comunicación y por último los factores asociados con la seguridad y confianza en la tenencia de la vivienda el empleo y las condiciones de acceso financiero a la vivienda. De acuerdo con lo anterior, el análisis de la pobreza supera el contexto de las características materiales, y se inscribe en el análisis de las condiciones de bienestar. Cuando se evalúa la pobreza de un individuo o de una región se tiene implícita una concepción de bienestar. Identificar la pobreza es identificar el conjunto de personas o regiones que están en el subconjunto inferior dentro de un conjunto ordenado por las características de bienestar que se han definido como deseables. En la medida que el abordaje al tema del mejoramiento integral de asentamientos urbanos se toma desde la perspectiva de contribuir a la reducción de la pobreza, es necesario precisar 79 desde el punto de vista conceptual, la diferencia entre el concepto de pobreza urbana, que se refiere sobre todo a carencias a través de ingreso o consumo, a aquel de precariedad urbana, el cual se refiere a deficiencias cualitativas del hábitat de muchas familias habitantes de ciudades, ya sea de tenencia insegura, acceso inadecuado al agua segura, al saneamiento y a otros servicios, mala calidad estructural de la vivienda, y hacinamiento. (CEPAL Mac Donald, 2004). La identificación e intervención de los asentamientos humanos precarios en las ciudades y sus principales carencias ofrece un punto de inicio de la investigación de las causas subyacentes de pobreza urbana y el análisis de políticas para combatirla, particularmente a través de programas de mejoramiento integral, más aún teniendo en cuenta que actualmente, 3000 millones de personas, o sea, casi la mitad de la humanidad, residen en centros urbanos, y ya hay 23 ciudades, 18 de ellas pertenecientes al mundo en desarrollo, con más de 10 millones de habitantes, como consecuencia millones de pobres de todo el mundo viven hacinados en tugurios y asentamientos informales, en condiciones de vida por debajo de los niveles mínimos necesarios para garantizar la salud de las familias y comunidades (Centro de Información de Naciones Unidas, 2004). América Latina y el Caribe es la región más urbanizada del mundo en desarrollo, actualmente su población es de 519 millones de habitantes, con un 75% (391 millones de personas) viviendo en ciudades. La región que posee un nivel de urbanización comparable al que existe en las regiones más desarrolladas del mundo, sin embargo, dispone de recursos sustancialmente menores que éstas para construir y mantener sus ciudades (CEPAL, 2004). La CEPAL (2004) calcula un déficit habitacional entre 42 y 51 millones de unidades, que corresponde a un déficit cuantitativo de 20 millones de viviendas que requieren ser construidas y un déficit cualitativo de 31 millones en viviendas con problemas de saneamiento, de los cuales 25 millones de viviendas tienen problemas de agua potable, 22 80 millones con problemas de materiales y 30 millones con problemas de tenencia. Ante la visibilidad del problema de la informalidad y en general de la precariedad de los asentamientos humanos en América Latina, se han movilizado mayores recursos a través del desarrollo de programas integrales, que incluyen intervenciones físicas y sociales, bajo la consideración que en este momento es más costoso reasentar a estas poblaciones que mejorar sus condiciones de vida. En la actualidad, las grandes limitaciones fiscales de los gobiernos han llevado a repensar la forma de inversión del gasto público con relación al déficit habitacional de los centros urbanos, en la que se tenía como punto de partida la utopía de la ciudad, desarrollada con parámetros urbanísticos ideales, desconociendo los procesos de desarrollo de la ciudad real que no responden a los patrones para los cuales se legisla; entonces se comienza a reconocer los esfuerzos que la población realiza para la producción de sus viviendas y de otra parte, el costo de producción de ciudad por familia en el desarrollo del origen informal, es en muchas ocasiones menor que los necesarios para la producción de nuevas soluciones habitacionales: “Es así como este tipo de intervenciones, es una oportunidad para los gobiernos en la medida de poder canalizar la inversión colectiva en aras de producir espacios dotados de una mejor calidad urbana haciendo de esta manera que recursos públicos en general escasos puedan ser más rentables en la dirección para superación del déficit urbano” (Magalhaes 1997). 2.2 Los asentamientos humanos en Colombia Colombia cuenta con un territorio de 1.141.700 Km2 terrestres y 928.660 Km2 marítimos, en el que habitan 42 millones de habitantes distribuidos en 1 Distrito Capital (6.500.000 habitantes) y en 32 departamentos que agrupan 1.099 municipios; actualmente el 72% (30 millones) de la población habita en áreas urbanas y el 28% (12 millones) restante en áreas rurales. La mayoría de los municipios del país (1.054) tienen una población inferior a 100.000 habitantes, 38 tienen entre 100.000 y 500.000 y 7 ciudades tienen una población superior a 500.000 habitantes (Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla Bucaramanga, Cartagena y Cúcuta). (DANE 2000) En términos generales se puede observar que en 38 centros urbanos del país se concentra el 69% de la población y en las 13 principales ciudades se concentra cerca del 40% de la población. En referencia al creciente número de población desplazada; se estima que entre enero de 2000 y agosto de 2004 la población desplazada fue alrededor de 1.518.904 personas de los cuales el 18,3% provienen de los municipios de Antioquia, le siguen los departamentos de Bolívar con el l0.4%, Caquetá con el 7.4% y Magdalena con el 7% y el resto de desplazados provienen principalmente de los departamentos de Cesar, Chocó, Putumayo, Tolima y Valle del Cauca. Las principales ciudades receptoras de esta población son Medellín que recibe el 7%, Bogotá, D.C. que recibe el 6%. Santa Marta, Sincelejo, Cartagena, Buenaventura Villavicencio y Valledupar reciben cada uno entre el 4% y el 3% de la población desplazada. El resto de la población es absorbida por muchos otros municipios cercanos a los municipios expulsores. (Red de Solidaridad Social 2004). Las tasas de crecimiento positivas de la población en las principales ciudades del país, la creciente población desplazada y el alto nivel de urbanización evidencian y hacen prever mayores necesidades habitacionales, particularmente en ciudades como Villavicencio, Pasto, Cartagena, Cúcuta, Cali y Bogotá, D.C. De los datos mencionados anteriormente se percibe que Colombia es un país con un alto grado de urbanización. A su vez, Colombia refleja su problema de pobreza en los asentamientos humanos informales que aparecen en las ciudades. Asentamientos caracterizados por su precariedad en la prestación de servicios públicos, materiales inadecuados en la construcción de las viviendas, carencia de espacios públicos, segregación espacial, ocupación de áreas de reserva ambiental y por la escasez de oferta alternativas habitacionales. 3. PROGRAMA DE MEJORAMIENTO BARRIAL EN CALI 3.1 El caso de Cali El Municipio de Cali tiene una historia en el tema del mejoramiento de asentamientos humanos precarios que se remonta a los inicios de la década de los ochenta. Uno de sus hitos principales lo constituyó el Programa Piloto de Desarrollo Urbano en Asentamientos Urbanos desarrollado en el Distrito de Aguablanca entre 1983 y 1986. Allí se desarrolló una experiencia de trabajo orientada a la atención de las problemáticas de vivienda y hábitat en la ciudad. 3.1.1 Ciudad de Cali Cali tiene una población de 2.068.386 habitantes (Censo DANE 2005) y un déficit aproximado de 70.000 viviendas, de las cuales el déficit cualitativo representa la tercera parte de esta cifra. De acuerdo con los resultados de la encuesta de hogares realizada en el área urbana de la ciudad de Cali en julio de 2000, el 12,48% de los hogares se encontraba en déficit habitacional, esto es, 66.774 hogares. Proyectando estas cifras al número de hogares registrados en el censo de 2005 cerca de 70.000 hogares están afectados por esta problemática. Ese mismo estudio señala que el déficit cuantitativo afectaba al 8,24% de los hogares, sumando los que tenían carencias de estructura (1,79%) y los hogares en cohabitación (6,45%). Es decir, que para atender estas carencias se requería proveer en el municipio más de 45.000 viviendas nuevas. En cuanto al déficit cualitativo, este afectaba al 4,24% de hogares, la mayoría de las cuales presentaba carencias de espacio, seguidos por los 81 hogares con deficiencias en servicios públicos y con déficit de estructura. Por lo tanto, cerca de 25.000 hogares requieren acciones de mejoramiento. En cuanto a la tenencia de la vivienda, el 58,3% de los hogares residía en vivienda propia, el 36,2% habitaba en arriendo y el 5,2% en usufructo. Pese a que la prioridad en estos concejos comunitarios es la seguridad, en esta comuna la población se quejó por la falta de titulación de predios, el deterioro de la malla vial y la falta de cobertura educativa. 3.1.2 Comuna 18 La comuna 18 está ubicada al sur de la ciudad, la conforman barrios como Meléndez, Nápoles, Lourdes, y los Chorros entre otros. En total son 27 barrios legales y 7 son asentamientos en zonas de ladera. La comunidad también pidió acompañamiento de la policía en las calles. En este sentido el Presidente de la República, dijo que la administración caleña debe de hacer más esfuerzos para tener más recursos para la ciudad y apoyar la seguridad, además dijo que la colaboración de la ciudadanía es fundamental para el logro de este objetivo. Así mismo, en cuanto a la titulación de predios, el Secretario de Vivienda del Municipio, Álvaro Ortega, dio a conocer que se están adelantando la titulación de 800 predios, de los cuales 450 ya están aprobados, y se espera que a diciembre de este año, 3000 predios en todo Cali estén legalizados. En el tema de educación el Presidente de la República, dio a conocer que existen recursos por valor de $16 mil millones para la construcción de dos colegios, y que se hará la concesión con empresas reconocidas y serias. Así como en la década de los 80 y 90 Aguablanca significó para la ciudad el principal desafío en materia social y urbanística, el comienzo de este siglo XXI tiene a la zona de la ladera del 82 municipio como su principal protagonista. A espaldas, durante muchos años de la atención de las instituciones y del conjunto de la ciudad, la explosiva e irregular ocupación de estas áreas alcanza en la actualidad proporciones alarmantes, por la magnitud y por la complejidad de las problemáticas que alberga. En el momento de la formulación del Programa se indicaron como posibles zonas de trabajo las comunas 1, 14, 18 y 21. En el proceso de definición del área de intervención se aplicaron una serie de criterios técnicos que valoraron la dimensión de las problemáticas a atender, el potencial de involucramiento de las instituciones y la dinámica organizativa a nivel comunitario. El conjunto de las instituciones participes de la Alianza por la Vivienda de Cali resalta la pertinencia de la selección de la Comuna 18. Como lo anotaron varios de los promotores del Programa, allí además de la aguda problemática social que la afecta, se habían generado una serie de movimientos políticos que vivían de promover títulos, aprovechando el caldo de cultivo que producía la indefinición sobre el tema de la tenencia de las viviendas. Por ello se hacia necesaria una presencia institucional mas fuerte y organizada. Características generales de la Comuna 18 La Comuna 18 es habitada por 105.581 habitantes, la mayor parte de ellos proveniente de desplazamientos internos de la ciudad y del Suroccidente del país. Está integrada por los siguientes barrios: Buenos Aires, Caldas, Los Chorros, Los Farallones, Francisco Eladio Ramírez, Prados del Sur, Horizontes, Mario Correa, Lourdes, Colinas del Sur, Alférez Real, Nápoles, Alto Nápoles, El Jordán, La Choclona, Las Palmas I y II, Altos de Polvorines, La cruz y Pampas del Mirador. La Comuna 18 tiene dos zonas muy diferenciadas en términos de condiciones urbanas y características socio-económicas. La parte baja está compuesta por barrios de origen formal, en los que predominan hogares clasificados dentro de los estratos 3 y 4. La parte alta, de la ladera, está compuesta por barrios de origen informal y en ella predominan los estratos 1 y 2. Los principales elementos que caracterizan los asentamientos situados en la zona alta de la Comuna son: Situación socioeconómica: Se presenta manifestación de problemáticas en los siguientes campos: • Situación de la tenencia de la tierra • Estado de las viviendas • Suministro e infraestructura de los servicios públicos • La débil presencia de las instituciones del Estado • La crítica situación de convivencia y seguridad. Accesibilidad: Deficiencias en la red vial y en el servicio de transporte urbano. Necesidades básicas: Se presentan deficiencias en los servicios de salud, educación y saneamiento básico. Potencialidad organizativa: Existe una importante red de organizaciones ciudadanas, que desarrollan acciones en variados campos de la vida comunitaria: la Junta Administradora Local, las Juntas de Acción Comunal, las Asociaciones de Vecinos, los Comités de Planificación, además de grupos juveniles y religiosos. Una de las actividades que realizó el proyecto fue la elaboración de un Censo de Hogares de la parte alta de la Comuna 18 que tuvo como propósito conocer la situación legal de los predios, el estado de las viviendas, la cobertura de los servicios públicos y el perfil sociodemográfico de sus habitantes. Un resumen de los resultados de este Censo arroja luz sobre la situación de estos asentamientos. 3.2 Programa de Mejoramiento de Barrios El Programa de Mejoramiento de Barrios y Regularización de la tenencia fue concebido como un proyecto de la ciudad, con la participación en su concepción y puesta en operación de actores que actúan en el plano municipal, como son la Secretaria de Vivienda, la Cámara de Comercio de Cali y CAMACOL. En el campo del hábitat y la vivienda social, no existe en Cali un ente representativo de las organizaciones comunitarias a niveles de la ciudad (existen organizaciones sociales y comunitarias dispersas), por lo que no se dio una participación activa de ellos en la definiciones iniciales. Esto generó en el proceso una limitación en sus orígenes que tuvo que ser resuelta en el momento de actuación en el territorio específico. En la Comuna 18 existe una importante red de organizaciones comunitarias, muchas de la cuales están agrupadas alrededor de la temática de la legalización. En principio no fue fácil el acercamiento, por lo que fue clave el papel de la información. El programa fue recibido con gran interés y algunas prevenciones en las comunidades. La relación estrecha que se estableció desde un principio con las organizaciones comunitarias fue un factor decisivo para sortear las dificultades y escollos propios del proyecto. Este proceso sirvió también para fortalecer el trabajo de los líderes comunitarios, al involucrarlos activamente al proyecto. Se desarrolló un trabajo incesante de difusión, ilustración y orientación a las organizaciones comunitarias y a la comunidad en general. Múltiples reuniones y asambleas comunitarias se realizaron en las Juntas de Acción Comunal, así como con la comunidad en general. Igualmente se realizaron reuniones con la Junta Administradora Local, la principal instancia de representación ciudadana existente en la Comuna. El componente social fue fortaleciéndose en el curso del proyecto y progresivamente diversas entidades fueron articulando iniciativas que ya venían siendo promovidas en otras áreas de la ciudad. 83 3.2.1 Principales Objetivos El Programa de Mejoramiento Barrial contiene varios objetivos, los cuales se fueron ajustando a las diferentes actividades que se realizaron a lo largo del proyecto. El objetivo general del Programa de Mejoramiento Barrial y Regularización de la Tenencia fue; apoyar el desarrollo integral de la Comuna 18 implementando un mecanismo de participación transversal de los sectores público, privado y comunitario, mediante varios instrumentos como fueron: la regularización de la tenencia de la tierra, el mejoramiento del entorno, la infraestructura de servicios y las viviendas y la construcción de tejido social. De este objetivo se desprenden tres objetivos específicos, los cuales serían: * Incremento de los proyectos de mejoramiento de barrios de Cali en particular y de Colombia en general, mediante instrumentos de regularización de tierras, mejoramiento de infraestructuras y servicios y la continuación del proceso de planeación participante. * Integración de los asentamientos informales con la estructura urbana formal mediante una planeación adecuada. * Regularización legal y física, acompañada de programas complementarios para acceder a recursos de mejoramiento de viviendas e infraestructuras, lo que llevará al incremento de los activos comunitarios en busca de procesos de desarrollo económico y aumento de la productividad. municipal. A la fecha se han hecho efectivos a nivel de todo el municipio cerca de 5.800 procesos de titulación, de la cifra propuesta de 6.000 predios. Actualmente están radicadas 500 nuevas adjudicaciones (etapa anterior a la expedición de títulos), lo cual garantiza el cumplimiento de la meta establecida. De esta cifra, aproximadamente el 5% corresponde a predios ubicados en la Comuna 18. Las principales actividades desarrolladas fueron: • Elaboración de censo. • Jornadas de orientación a la comunidad sobre los procesos de titulación. • Calificación y clasificación de predios. • Diagnostico de regularización y reordenamiento urbano. • Diagnostico de procesos para titulación. • Procesos de escritura. • Adjudicaciones y/o avalúo catastral. • Prescripciones adquisitivas de dominio (Acompañamiento y asistencia legal). • Entrega de títulos. b) En lo referente al mejoramiento del entorno urbanístico se puede decir que fue uno de los componentes principales dentro de la intervención del programa de la Comuna 18, al igual que lo fue el de la infraestructura de servicios. Se orientaron los recursos hacia aspectos considerados como prioritarios por el conjunto de pobladores de estas áreas. Las obras fueron motivadas por un propósito central: integrar más plenamente estas áreas a la ciudad, ampliando las oportunidades para que estas comunidades sean participes de los beneficios del desarrollo. Se trabajaron cuatro aspectos: 3.2.2 Principales impactos y logros del Programa Los principales logros e impactos del Programa son los relativos a: a) Titulación; b) Mejoramiento del entorno; c) Mejoramiento de Viviendas; d) Construcción del tejido social y e) Fortalecimiento de la asociación público-privada. a) En lo relativo a la meta establecida en cuanto a titulación fue respectivamente de orden 84 • Obras de mitigación de riesgos. • Regularización vial y urbanística • Mejora de cobertura y calidad de servicios públicos. • Pavimentación de dos vías principales de acceso a la Comuna 18. En los tres primeros se orientaron recursos municipales y para el tercero se utilizaron recursos del proyecto. El sentido de estas obras se sustenta en un enfoque que parte de considerar que las mejoras en el entorno físico y en la infraestructura de servicios públicos, contribuyen a garantizar el derecho a la salud y la seguridad de las comunidades. Un aspecto a destacar es la decisión de intervenir una parte de los recursos de la Alianza de la Ciudades al mejoramiento de la malla vial y a la pavimentación de dos de las principales vías de conexión Inter-barrial. Esta decisión se sustentó en la prioridad que la comunidad le otorgó cierre a este componente, considerándolo, más allá de una obra de ingeniería, como un elemento catalizador y articulador de su desarrollo como comunidad. Los principales logros en este componente: Obras de mitigación de riesgos: A la fecha se han realizado 19 obras de mitigación de riesgos. Esta impactó más de 2.500 predios y comprenden la construcción de muros de contención, andenes, cunetas y cordones y la colocación de barandas de seguridad. Regularización urbanística: Comprendió la definición de líneas de paramento, la ubicación de redes de servicios públicos, la demarcación de vías y la identificación de zonas de alto riesgo donde no es viable la ubicación de viviendas. Se realizó en los barrios la Academia, el Hueco, Paleteros y Juan Pablo II, donde faltaba la regularización vial y urbanística. Mejora de redes y regularización de servicios: Se realizaron acciones de mantenimiento y ampliación de la cobertura de los servicios (energía, agua, alcantarillado, teléfono). Se efectuó la reposición de redes de acueducto y alcantarillado y el, mejoramiento de cajas y cámaras. Se instalo una radio base para permitir la ampliación de la cobertura telefónica en el sector y la colocación de nuevas líneas. Se elaboraron estudios y diseños para obras de distribución residencial de energía. Se actualizó el censo de usuarios de servicios públicos. Se ofrecieron descuentos especiales y financiamiento de largo plazo para la instalación de nuevas tuberías y medidores. Obras de conectividad vial: Se realizó la pavimentación de dos vías principales en la Comuna 18 de la Ciudad de Cali: La Calle Oeste 4 entre Carreras 94ª hasta la 91 (850 metros) y la Cra. 94ª entre calle 2ª Bis Oeste y calle 2B Oeste y calle 2B Oeste entre Cra. 94ª y Cra. 92 (450 metros). c) En lo referente al componente de mejoramiento de vivienda, el programa en principio no tenía demasiadas pretensiones en cuanto a sus alcances cuantitativos. Esto fue quizás debido a que dentro del programa se trabajo a escala amplia, lo cual hace depender de dos factores principales: la resolución de los problemas de regularización de la tenencia y la disponibilidad de recursos financieros, bien sea para subsidios o para microcréditos. Se trabajó en dos sentidos: • La destinación de recursos no reembolsables para mejoramiento de viviendas • La asistencia técnica a los beneficiarios de los recursos En este contexto, los logros obtenidos tienen una gran relevancia: Se han promovido 259 mejoramientos de viviendas y se han avanzado en la definición de los mecanismos para la selección de los beneficiarios (asegurando su focalización en los hogares con mayor vulnerabilidad) y para el acompañamiento técnico. Logros: Existe un conjunto de logros y limitaciones dentro del proceso, que son necesarios resaltar ya que de aquí se pueden extraer las principales lecciones de tal experiencia, las cuales pueden servir a la hora de aplicación en otros lugares. a) En lo referente a la transparencia y rendición de cuentas, este es un factor de gran importancia en este proceso el haber permitido la confluencia de recursos públicos y privados alrededor de una acción conjunta. A través de los espacios de coordinación de la Alianza y de las actividades 85 de divulgación, la comunidad ha podido conocer el origen la destinación de los recursos que cada entidad ha aportado. b) En lo relativo a la integralidad de la intervención, esta ha sido una de las características más destacadas de este Programa, la cual cobra una especial relevancia ante el tradicional predominio de prácticas institucionales en donde priman las lógicas sectoriales y la dispersión de esfuerzos. c) Uno de los logros dentro del programa fue la visualización de la problemática del distrito de La Ladera, elemento de gran importancia política para la Ciudad gracias a la visibilización y reconocimiento de la problemática del distrito de la Ladera, fue debido a este aporte por el cual se aumento la densidad y la calidad de la presencia institucional en el sector. d) Otro de los grandes logros fue la elaboración del censo como instrumento que permite una intervención más calificada. La realización del censo constituyó uno de los principales hitos del proyecto. El censo, concebido inicialmente como un instrumento para sustentar técnicamente el trabajo de titulación, por la riqueza de información obtenida, permitirá establecer las estrategias a mediano y largo plazo par el desarrollo social y urbanístico del sector, al crear una base de datos que sirve de instrumento calificado para establecer las líneas de base para los programas que se prioricen y proyecten en estas comunidades. e) Movilización de los recursos de la cooperación internacional: Se señaló la importancia de contar con el apoyo de la cooperación internacional, tanto para la asistencia técnica como para la movilización de recursos financieros. 3.2.3 Desafíos El Programa estuvo caracterizado por grandes novedades y logros realizados dentro de la Comuna 18, aunque si bien es cierto que este cuenta con grandes desafíos a superar, de entre los cuales se encuentran: 86 La necesidad de incluir otros sectores y componentes: Aunque durante el proceso de implementación del Programa se fueron integrando nuevas instituciones que agregaron mayor amplitud temática e inter-sectorial a la intervención, hay elementos que requieren ser trabajados más ampliamente en una nueva fase de trabajo; entre estos se destacan los componentes ambiental y de espacio público y los programas de convivencia y cultura. De igual manera, es necesario propiciar una mayor articulación con las Secretarias y entidades municipales del sector social. El flujo de información hacia todos los niveles: A pesar de los esfuerzos que se hicieron por divulgar los avances y las realizaciones del Programa, se destacó por parte de algunos de los representantes de las diversas entidades participes que existió un déficit en la continuidad de los flujos de información hacia todos los niveles. La continuidad de la intervención: Con la culminación del convenio con la Alianza de las Ciudades termina una fase del trabajo en la Comuna 18 que requiere continuidad. En temas como titulación y el mejoramiento de vivienda son aún muchas las tareas pendientes y el cúmulo de problemáticas sociales y urbanísticas que afectan a estas comunidades plantea grandes desafíos a todas las entidades integrantes de la Alianza. Todas las entidades y los sectores comunitarios vinculados al Programa coinciden en la necesidad de mantener la dinámica de trabajo y hay signos positivos en cuanto a la destinación de recursos en los presupuestos de las entidades, para garantizar la continuidad de este trabajo institucional. El reto de la sostenibilidad y la institucionalización: La implementación del Programa planteó una discusión acerca de la sostenibilidad de este tipo de Programas. La Alianza ha demostrado su pertinencia y efectividad, proyectándose como un espacio que cumple el papel de garante de la continuidad de las políticas que tienen un consenso a nivel de ciudad en relación con los grandes temas de la vivienda social. Las diversas alternativas que se plantean apuntan para la estructura de funcionamiento y las modalidades de trabajo que deben adoptarse en una nueva fase más formal e institucionalizada. El consenso apunta hacia una alianza que proyecta su trabajo en tres dimensiones: una prospectiva, como instancia multisectorial de apoyo a la definición de los planes de largo plazo para el desarrollo urbano y habitacional de la ciudad; una operativa, como ente promotor e implementador de proyectos experimentales y demostrativos; y otra de control social, como instrumento de observación y monitoreo de las políticas públicas que se impulsan en la ciudad. El reto a la ampliación de escala: A nivel de ciudad: El proyecto planteó desde un inicio como uno de sus objetivos su proyección a nivel municipal. Esto se ha venido trabajando de manera progresiva. Los primeros desdoblamientos en este sentido se expresan en la adopción por parte de las entidades públicas participantes de los mecanismos y enfoques asociativos probados en este proceso en la acción institucional. El esfuerzo realizado por el equipo coordinador por documentar y sistematizar las experiencias y los aprendizajes del proceso es otro para la potencial “replicabilidad del modelo. Igualmente se ha realizado un importante trabajo de difusión en foros nacionales. A partir de la experiencia desarrollada en este Programa, los socios han sugerido que se formule una agenda más amplia de intervención en la ciudad con la finalidad de desarrollar una cartera de programas y proyectos en materia de políticas de hábitat urbano, con particular énfasis en los siguientes temas: la multiplicación de esta experiencia en otras áreas de la ciudad. * Desarrollo Urbano Sostenible: Estructurar un programa formativo dirigido hacia la integración del enfoque de sostenibilidad en los programas de mejoramiento de barrios y viviendas, en estrecha relación con el sector privado. * Planes de Ordenamiento Territorial de Cali (POT): Dinamizar la discusión y reglamentación del POT, con particular énfasis en ajustar la normativa para el mejoramiento de barrios y la construcción de Vivienda de Interés Social (VIS), permitiendo un mayor dinamismo en la satisfacción de las necesidades ara las familias de bajos ingresos. * Políticas de Mejoramiento de Barrios a nivel Urbano-Regional: Revisar a nivel de la Región Metropolitana de Cali y su zona de influencia, las limitaciones y potencialidades en materia de políticas de VIS, explorando opciones para incidir en los mercados de vivienda y en las normativas municipales y departamentales con el fin de propiciar un desarrollo mas equilibrado de asentamiento humanos. A nivel Nacional: Más recientemente, a partir del anuncio por parte del Gobierno Nacional, por intermedio del Ministerio de Medio Ambiente, Vivienda y Desarrollo Territorial de fortalecer técnica y financieramente el componente de mejoramiento de viviendas en la política nacional, el Municipio de Cali ha venido jugando un papel relevante en la definición de las estrategias operativas a nivel nacional, tomando como base la experiencia desarrollada en el marco de Proyecto. * Mejoramiento Barrial Integral: A partir de los aprendizajes que se pueden extraer del proyecto aplicado en la Comuna 18, se busca avanzar en 87 BIBLIOGRAFÍA Ortiz F, Enrique, “Notas sobre la producción social de vivienda. Elementos basicos para su conceptualización e impulso”, Casa y Ciudad , México, D.F. 1998. Arraiga Camilo CEPAL, 2000. “Pobreza en América Latina: Nuevos escenarios y desafíos de política para el habitat urbano”. Ortiz Flores, Enrique; Lorena Zarate, Maria, 2002. “Vivitos y coleando.40 años trabajando por el habitat popular en América Latina”. Ortiz F, Erique, “Notas sobre la producción social de vivienda. Elementos basicos para su conceptualización e impulso”, Casa y Ciudad, Mexico, 2ª. Edición Modificada, 2004. UN-Habitat, 2005 “El Rostro de la Pobreza en las Ciudades de América Latina y el Caribe”. Patiño, Fernando 2006 “Construyendo confianza para mejorar la calidad de vida de las comunidades: Programa de Mejoramiento Integral de Barrios y Regulación de la Tenencia de la Vivienda: Un Modelo de Asociación publico-privada Cali-Colombia”. Website consultados: www.fedevivienda.org www.un.org www.hic-net.org 88