Revista Síndico - Auxiliadora Predial
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SUMÁRIO PANORAMA 8 PRODUTOS E SERVIÇOS 6 Notícias relacionadas ao universo condominial. out/nov/dez 2011 Edição Nº 193 CONSELHO EDITORIAL Ingo Voelcker, Christian Voelcker, Luís Maffini e Luciene Machado COORDENAÇÃO Luís Maffini (supervisor de Marketing) COLABORAÇÃO João Colombo (analista de Marketing) Auxiliadora Predial cria serviço de Ouvidoria exclusivamente para condomínios. Reuniões do Conselho do Leitor apontam os assuntos que os gestores querem ler na Revista Síndico. 10 Programa Desenvolver: atualização para síndicos e qualificação para funcionários. 11 Marcante crescimento de novas franquias na Auxiliadora Predial em 2011. 12 ENTREVISTA 14 GESTÃO 18 Proximidade com o final do ano demanda planejamento para garantir férias tranquilas. 26 34 EDITORA EXECUTIVA Luciene Machado jornalista responsável - MTb 4480 [email protected] Vicente Palma Filho, síndico do Condomínio Caravelle, em Porto Alegre. PRODUÇÃO EDITORIAL Palavra-Prima - 51 9808.7497 [email protected] reportagem e fotografia Luciene Machado - MTb 4480 Raquel Schneider - MTb 13.234 Tatiana Gappmayer - MTb 8888 Inclusão social: pessoas com deficiência ganham espaço dentro dos condomínios. capa Fátima Rama (Marketing) Condomínios deverão possuir certificação digital em 2012. COMERCIALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS Artesul - 51 3228.0787 - 9981.3176 [email protected] PROJETO gráfico E EDIÇÃO GRÁFICA CAPA 22 SEGURANÇA 30 Adolescentes no condomínio: como evitar problemas e envolver este público na gestão. Paica Estúdio Gráfico - Tiba DISTRIBUIÇÃO Faster Mail Logística em Postagem Porto Alegre terá o primeiro Plano Diretor de Acessibilidade brasileiro. Condomínios terão que se adequar. A Revista Síndico não se responsabiliza pela qualidade dos serviços prestados e pelos produtos oferecidos pelos anunciantes, sendo os mesmos de inteira responsabilidade das PPCI objetiva dificultar a presença dos fatores de riscos de incêndios nos prédios. 36 empresas anunciantes. Não é permitida a reprodução de textos desta publicação sem autorização da editora, por escrito. GERAL Campanha estimula a doação de medula óssea entre a população. 33 Outubro-Novembro-Dezembro/2011 3 produtos & serviços Analista de Ouvidoria, Cleonice Vieira Conceição, administra as demandas que chegam ao setor Canal aberto para o cliente Ouvidoria para Condomínios inaugura serviço com foco na comunicação eficiente C om o objetivo de facilitar a comunicação entre a empresa e os clientes através de um canal mais eficiente, a Auxiliadora Predial lançou a Ouvidoria para Condomínios. Em operação desde agosto, o serviço possibilita registro de todas as reclamações, sugestões, críticas e elogios através de e-mail, telefone, cartas e do site, pelo portal do cliente. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h e tem como um de seus principais focos a agilidade, conforme destaca o diretor Operacional da Auxiliadora Predial, Christian Voelcker.“Estabelecemos um fluxo dinâmico em que, no máximo até quatro dias, damos retorno de todas as manifestações de nossos clientes”. De acordo com o diretor, a iniciativa pretende garantir o atendimento adequado das manifestações dos clientes por meio de um canal único. As demandas, que até então chegavam por diversas fontes, passam a ser centralizadas – o que garante qualidade, padronização e rapidez. “Percebemos que organizações de sucesso e que realmente prezam pelo bom atendimento, possuem este canal. Com base na visão interna e de mercado, vimos uma ótima oportunidade na Ouvidoria de profissionalizar e garantir todos os níveis de qualidade exigidos pelos nossos clientes”, relata Voelcker. Acompanhamento integral da demanda O setor tem a incumbência de acompanhar todo o processo de tratamento dessas manifestações, garantindo a qualidade necessária na resposta. “Com isso buscamos qualificar também os processos internos, propondo melhorias que diminuam essas manifestações”, explica Voelcker, que tem expectativas positivas em relação aos resultados da ação. “Temos a intenção de que a Ouvidoria seja realmente a voz do cliente dentro da Auxiliadora Predial, permanentemente acompanhando os atendimentos, propondo melhorias de processos, enfim, garantindo a superação das expectativas de nosso cliente”. Ouvidoria para Condomínios Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h Telefone: 51 3216.6110 E-mail: [email protected] Site: www.auxiliadorapredial.com.br (no portal do cliente) Cartas: Rua Sete de Setembro, 1116 - Porto Alegre - RS - CEP 90010-191 6 síndico 193 O serviço, que nasceu com foco exclusivo no atendimento a Condomínios neste ano, deve ser ampliado em 2012 para os setores de Alugueis e Vendas. A intenção é garantir melhorias constantes. O grande diferencial é a agilidade e garantia da qualidade na resposta, sempre visando a satisfação plena do cliente. Ouvidos da empresa Com oito anos de empresa, Cleonice Vieira Conceição, que começou a trabalhar na Auxiliadora Predial como atendente, ficou emocionada com a nova atribuição de Analista de Ouvidoria.“Foi gratificante e é também uma grande responsabilidade, pois represento os ouvidos da empresa Eu gosto muito de lidar com pessoas e a experiência que tive na Central de Atendimento me ajudou bastante para esta nova tarefa”. Ela conta que o retorno dos clientes tem sido positivo, com participações desde o início da prestação do serviço. “Nas primeiras duas semanas, já tivemos os três tipos de manifestações: críticas, sugestões e elogios”, comenta a funcionária, que percebe que seu papel também é o de dar encaminhamento às questões. “Não adianta somente detectar os problemas, é preciso encontrar soluções. Vamos fazer o acompanhamento dos processos com foco nas melhorias”, ressalta. panorama Parcelas do 13º salário devem ser pagas em novembro e dezembro Com a proximidade do fim de 2011, chega também o tempo de organizar o pagamento do 13º salário dos funcionários. Estabelecida pela Lei 4.090/62, a chamada Gratificação de Natal, deve ser feita em duas parcelas, sendo que a primeira vence no dia 30 de novembro (e corresponde a 50% da remuneração) e a segunda em 20 de dezembro. Para facilitar o planejamento, a Auxiliadora Predial disponibiliza aos síndicos orientações para eleger a melhor forma de administrar os custos. O especialista de Condomínios da Imobiliária, Denis Caetano, explica que os assessores informam, com antecedência, sobre a necessidade de criar uma reserva financeira para esse tipo de despesa aos administradores. “Essa medida evita que o fluxo de caixa do edifício fique muito limitado em novembro e dezembro. E a programação para isso, parte da elaboração e estudo da previsão orçamentária”, relata. No entanto, Caetano ressalta que muitos gestores ainda preferem fazer a chamada extra apenas nos últimos dois meses do ano. Ele adverte que, dependendo da arrecadação e do número de colaboradores, essa despesa pode sobrecarregar o orçamento. “Além disso, nessa época os gastos das edificações são mais elevados e, por isso, aumenta o risco da inadimplência, agravando suas capacidades financeiras”, pondera. Patrícia Freitas, gerente de Condomínios da Agência Centro, acrescenta que os administradores devem procurar o seu assessor para esclarecer as dúvidas sobre o assunto. Sobre os descontos e impostos que incidem sobre o 13º salário, ela ressalta que o empregador deve recolher sobre as duas parcelas 8% referente ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e que na segunda parte existe o desconto da contribuição do INSS, que varia conforme a faixa salarial, e é feito sobre o valor integral da gratificação. O Imposto de Renda também é subtraído sobre o total e executado apenas em dezembro. Portões a jato Dados da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul indicam que foram registrados 7.288 casos de furtos de veículos e 5.486 de roubos no Estado, de janeiro a junho deste ano. Uma das situações que pode colocar os motoristas em risco é o período em que eles ficam dentro do automóvel aguardando para entrar ou sair de uma garagem. Para reduzir essa espera, a empresa Iala desenvolveu os portões a jato, que diminuem para três segundos o tempo de abertura da porta. Atualmente, as opções disponíveis no mercado levam de 15 a 25 segundos para realizar essa operação. O produto é composto por motores e um quadro elétrico para comandar o acesso. Além disso, são instalados sensores de segurança para evitar acidentes. O acionamento pode ser feito pelo porteiro do edifício, por controle remoto ou ainda através de um sinal de luz alta do carro. Até o momento, três condomínios da Auxiliadora Predial contam com essa 8 síndico 193 fotos: Divulgação/Iala facilidade, como adianta Alsemiro Brazil, síndico profissional da Imobiliária, responsável pelas edificações. “Eles são mais velozes e evitam que os condôminos fiquem expostos na rua”, frisa. Ele comenta ainda que os dispositivos de presença impedem danos aos carros. Segundo o diretor comercial da companhia, Leandro Schwartzman, há casos de moradores que levam mais de um minuto para sair de um edifício que possui clausura (duas portas, em que uma só abre após a outra ser fechada). “Com o nosso mecanismo, conseguimos baixar para 15 segundos essa ação”, aponta. O equipamento pode ser utilizado em construções novas ou adaptado às estruturas existentes nas residências. Para isso, é feita a troca do motor atual por um novo e algumas modificações na parte de serralheria, executadas pela própria Iala. O diretor destaca que a empresa trabalha também com uma solução que acelera a máquina já instalada, diminuindo em até 50% o período de espera, e com motores de alta velocidade, com tempo de abertura/fechamento de sete segundos. “Mesmo sendo um pouco mais lento que a versão a jato, é uma alternativa rápida e com um valor mais acessível para pequenos condomínios ou casas”, argumenta. Em média, a colocação de um portão a jato custa em torno de R$ 10 mil e a de um de alta velocidade, R$ 4 mil. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3392-0013 ou no site www.iala.com.br. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disponibiliza em seu site dicas sobre como calcular o consumo de alguns dos equipamentos que mais gastam luz dentro de casa. A matemática pode ajudar a reduzir o valor da conta de energia e ainda evitar o desgaste dos eletrodomésticos. No caso do chuveiro elétrico, por exemplo, o consumo varia conforme a potência em que ele é utilizado. Na posição Inverno (quente), ela vai de 4500 a 6000 watts e na de Verão (morno), de 2100 a 3500 watts. Segundo a Aneel, na chave Inverno, em uma hora de banho, são gastos de 4,50 a 6,0 kWh (quilowatts-hora). Colocando- o no Verão, esse índice oscila entre 2,10 a 3,50 kWh. A fórmula para identificar o total consumido é: potência em watts dividida por 1000 vezes o tempo de uso. Dessa forma, um chuveiro de 5500 watts ligado por duas horas terá um gasto de 11 kWh (5500/1000 x 2 = 11). Na página da Agência há também tabelas com o consumo do ar condicionado, das máquinas de lavar e secar roupa, da geladeira, entre outros aparelhos. Assim como informações que auxiliam a conscientizar os usuários sobre a necessidade de poupar e usar racionalmente a energia. Para se ter uma ideia, o simples ato de desligar a tela do computador quando ele não está sendo usado representa uma economia de 0,08 kWh a cada 60 minutos. O mesmo ocorre com a televisão. Ao apagá-la com o controle, deixando-a no modo stand by, uma TV de 20 polegadas gasta mensalmente 4,30 kWh. Outras sugestões e dados podem ser acessados no link: http://www. aneel.gov.br/arquivos/PDF/17-05_ materia1_3.pdf Divulgação/Cristiane Franco Poupando energia e dinheiro Porto Alegre interligada pela água A utilização da hidrovia como alternativa para desafogar o trânsito entre a Capital Gaúcha e Guaíba deve ser viabilizada até o final de 2011. A previsão inicial de começar em abril o transporte de passageiros entre as duas cidades foi adiada devido à necessidade de obras, como a realização da dragagem de um canal de cerca de dois quilômetros no município da região Metropolitana, e a liberação do terminal de Porto Alegre (que ficará em um dos armazéns do cais do porto). Também ainda não foram colocados os equipamentos de segurança e a sinalização. Quando liberada, a travessia será feita pela empresa Catsul através de embarcações do tipo catamarã, com capacidade para 120 pessoas. Outra possibilidade em estudo é a criação de uma linha ligando o Centro da Capital aos bairros Ipanema, Belém Novo e Lami, na Zona Sul. A proposta foi apresentada em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), na Câmara de Vereadores, ocorrida no primeiro semestre de 2011. Desde então, o assunto está sendo debatido por um grupo formado pelas secretarias municipais de Planejamento, do Meio Ambiente, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Metroplan e a Catsul. Mais do que uma nova opção de deslocamento, o transporte fluvial pode incrementar o turismo nas regiões onde for implementado. Fonte: Câmara Municipal de Porto Alegre Hotsite para os 80 anos da Auxiliadora Predial Completar oito décadas em operação é uma marca que poucas empresas brasileiras conseguem alcançar e que merece ser comemorada. Entre as várias ações realizadas para celebrar os seus 80 anos, a Auxiliadora Predial criou um hotsite, reunindo todas as informações sobre as atividades desenvolvidas para reforçar a data. Nele é possível assistir a um vídeo feito pelo diretor-presidente da Imobiliária, Ingo Voelcker, folhear a edição especial da Revista Síndico e ainda ver fotos de eventos, homenagens e outras iniciativas relacionadas ao aniversário. No espaço virtual há também um link para conhecer o livro 80 anos, 80 histórias, escrito por Carlos Urbim, a partir do relato dos colaboradores da companhia. Para acessar o hotsite digite: www.auxiliadorapredial.com.br/80anos. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 9 produtos & serviços Conselho do Leitor da Revista Síndico analisa, opina e sugere pautas Encontros promovem troca de experiências e debatem temas que serão abordados na publicação O uvir os leitores da Revista Síndico e colher suas opiniões e sugestões são os principais objetivos das reuniões do Conselho do Leitor da publicação. Em sua segunda edição, ocorrida em 13 de julho, no Auditório da Agência Petrópolis, o evento foi também a oportunidade para conhecer melhor a realidade em que vivem os gestores e os assuntos que mais demandam dúvidas e que eles gostariam de ver abordados. Durante o encontro, os participantes receberam um exemplar do livro: 80 anos, 80 histórias, escrito por Carlos Urbim a partir do relato de casos peculiares presenciados pelos colaboradores da Imobiliária. A iniciativa integra as ações em homenagem ao aniversário da empresa, comemorado em 2011. Com a presença do supervisor de Marketing, Luís Maffini, da editora da revista, Luciene Machado, assessores e síndicos, a reunião apontou que os temas de interesse dos administradores são comuns. Entre eles estão preocupações com a gestão de pessoas, terceirização de serviços e questões jurídicas. A professora Janete Soares, do Condomínio Vila Porto Fino, em Capão da Canoa, comentou que, quando assumiu a função de gestora, o edifício estava em um momento difícil, sem um pulso forte na administração. Assim, matérias sobre como lidar com os colaboradores lhe interessam muito. Nessa mesma temática, o síndico Fabrício Martins, do Condomínio Estocolmo, de Porto Alegre, indicou matérias relativas às formas de valorizar as pessoas que atuam nas edificações. O contador, que está no cargo desde junho deste ano, relatou que a noite é o tempo que tem para conversar com os moradores.“Chego ao portão principal às 19h, mas só consigo entrar em casa perto das 21h.Vou passando e os vizinhos me param para conversar”, descreveu. 10 síndico 193 Os síndicos do 2º Conselho Leitor: José Manuel Peneda (Edifício Condado de Kent), José Fernando Molina, (Edifício olar da Liberdade), Pedro Guilherme Luce (Edifício Solar Mostardeiro), Fabrício Martins (Edifício Estocolmo) e Janete Soares, (Edifício Vila Porto Fino) De olho nos contratos Síndico há nove anos do Condomínio Solar Mostardeiro, em períodos intercalados, o administrador de empresas Pedro Guilherme Luce afirmou que não consegue deixar a gestão do edifício. “No momento, estamos com uma reforma geral em andamento”, destacou. O também administrador de empresas José Manuel Peneda, do Condomínio Condado de Kent, reforçou a importância de contar com fornecedores de serviço qualificados, de confiança e com responsáveis técnicos. Há 13 anos morando no prédio e síndico em sete gestões, ele lembrou que antes atuava no Conselho e ressaltou os vários encargos e responsabilidades dos síndicos, inclusive com penalidades que podem ser impostas a eles. Em sua opinião, a revista deveria trazer ainda mais textos sobre legislação. José Fernando Molina, síndico do Condomínio Solar da Liberdade, enfatizou que não enfrenta problemas com prestadores de serviço, pois possui contratos de manutenção com todos os fornecedores, prática que ele recomendou aos síndicos. Inclusive, sua sugestão de reportagens é sobre a relevância de acordos bem elaborados e de cunho jurídico. “Acho a revista excelente porque traz todas as orientações que necessitamos, esclarecendo vários pontos”, elogiou. Luís Maffini, supervisor de Marketing da Auxiliadora Predial presenteando os síndicos com o livro 80 anos, 80 histórias Atualização para síndicos e funcionários de condomínios Programa atualiza os síndicos sobre os principais temas referentes aos condomínios e qualifica os funcionários H á quatro anos, o Programa Desenvolver da Auxiliadora Predial oportuniza que os administradores e colaboradores de condomínios renovem e aprofundem o conhecimento sobre diferentes assuntos relacionados às suas rotinas. A iniciativa promove palestras gratuitas com profissionais da Imobiliária. Os temas abordados são indicados pelo público interno da empresa, de acordo com as demandas recebidas dos clientes, e através das pesquisas de satisfação, que perguntam sobre os tópicos relevantes e de interesse.“Os síndicos também podem fazer sugestões diretamente a seus assessores”, acrescenta o supervisor de Marketing da companhia, Luís Maffini. Além disso, ao final de cada evento, é solicitado aos participantes que apontem outras questões que gostariam que fossem abordadas. Maffini salienta que a parte jurídica e a de recursos humanos são as mais solicitadas para esses encontros. Já para os funcionários dos condomínios (zeladores, porteiros e de serviços gerais) são organizadas atividades voltadas para a capacitação em segmentos como o de segurança, manutenção e trabalho em equipe. Assim como são repassadas dicas sobre comportamento, postura e aparência, entre outros.“Damos esse suporte para que eles possam aplicar excelência no atendimento e no trato com as pessoas no dia a dia”, reforça. Técnicas de Atendimento e Comportamento foi o foco do curso para funcionários de condomínios Rede de informações Neste ano, já foram realizadas três palestras. Sendo duas delas direcionadas aos síndicos: a de Atualizações Jurídicas dos Condomínios, ministrada pelo gerente Jurídico da Auxiliadora Predial, Elias Rodrigues, em abril, e a de Atualizações Tributárias e Fiscais dos Condomínios, com o gerente Financeiro, Vianei Rodrigues, e com a contadora Simone Rembowski. Este evento ocorreu em junho na Agência Floresta e era destinado exclusivamente para a carteira de clientes da unidade. O terceiro encontro foi organizado para os colaboradores, em maio, e contou com a gerente da Auxiliadora Serviços, Susana Cogo, falando sobre Técnicas de Atendimento e Comportamento. A participação dos administradores Divulgação e inscrições A programação do Desenvolver é divulgada através dos assessores de condomínio e por meio de email marketing enviado ao públicoalvo. Inscrições diretamente pelo assessor ou na Central de Atendimento: (51) 3216-6100. Glória Baltazar Gonçalvez, síndica do Condomínio Edifício Saint Moritz,em Porto Alegre nas atividades é intensa.“O mais interessante é que eles se auxiliam nas questões referentes à gestão condominial. Formam uma verdadeira rede de relacionamento, trocam experiências e sugestões”, ressalta. O supervisor de Marketing argumenta também que as dúvidas, muitas vezes, são comuns, facilitando a explicação ao grupo e o entendimento das temáticas. Opinião de síndicos Para Glória Baltazar Gonçalvez, síndica do Condomínio Edifício Saint Moritz,em Porto Alegre, as reuniões trazem atualizações que auxiliam o trabalho dos gestores.“São ainda uma chance para conhecer a realidade de outros prédios e como cada pessoa resolve os problemas”, salienta. Glória participou pela primeira vez do Desenvolver acompanhando a palestra sobre Atualizações Jurídicas dos Condomínios. Ela aponta que gostaria que os eventos fossem mais frequentes e abordassem itens como cobranças, o que pode ser descontado dos condôminos e aquilo que não é permitido. A mesma opinião é compartilhada pelo síndico Alceu Jorge Lisboa, do Condomínio Edifício Simone, que esteve na atividade realizada na Agência Floresta. “Eu incluiria na lista de assuntos relevantes a área de custos, para que possamos avaliar todas as despesas que envolvem um prédio e administrá-las bem”, destaca. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 11 produtos & serviços Auxiliadora Predial fechará 2011 com 50 agências Auxiliadora Predial consolida expansão de franquias B oas ideias – e bons negócios – não conhecem fronteiras. A Auxiliadora Predial, que presta serviços no Rio Grande do Sul e em São Paulo, foi pioneira do setor na expansão pelo sistema de franchising no mercado gaúcho. Nele, com uma rede de lojas que contempla capital, região metropolitana, serra e litoral, movimenta-se para agregar cada vez mais unidades nos dois estados onde opera atualmente. Neste ano, os resultados devem ultrapassar as expectativas iniciais, segundo informa o gerente de Vendas e Franquias da Imobiliária, Antônio Azmus. “Vamos superar a meta do segundo semestre: devemos fechar Agência Assis Brasil o ano com mais de 50 agências”. O objetivo é manter a Auxiliadora Predial como líder no mercado gaúcho e consolidar a marca, também, em nível nacional. “Estamos no caminho para sermos nacionalmente conhecidos no ramo. Depois da inserção em São Paulo, podemos dizer que os demais estados serão consequência do trabalho de prospecção”, projeta Azmus. Por trás dos resultados positivos, estão acompanhamento e treinamento dos franqueados, além de uma seleção criteriosa. “Desenhamos um perfil que deve ser correspondido pelo franqueado no momento da seleção”, explica. As conquistas foram coroadas com o fato de a empresa ter se tornado a única do setor imobiliário a receber o Selo de Excelência em Franchising 2011, concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). “A pesquisa mede justamente a satisfação dos franqueados – e conquistar quase 100% de aprovação pela aquisição da marca significa muito”, comemora Azmus. Além das agências que foram inaugu radas desde o início de 2011 (veja tabela), até o final de 2011 estão previstas ainda as unidades de Medianeira, João Wallig, Sarandi, Cachoeirinha, Atlântida e Bento Gonçalves, todas no Rio Grande do Sul. Agência Cristóvão Colombo Agência Jardim Paulista 12 Agência Santana Agência Wenceslau Escobar Agência Protásio Alves Agência São Pedro síndico 193 Agência Jardim Europa Franquias inauguradas desde o início do ano (levantamento até agosto de 2011) FEVEREIRO Vila Clementino / SP Responsável: Rafael Giannnini Endereço: Rua Loefgren, 1447/1451, Vila Clementino - SP - Telefone: (11) 5088.7800 MARÇO Canoas Dr. Barcelos / RS Responsável: Cesar Borges Endereço: Dr. Barcelos, 1508, Vila Rosa Canoas - RS - Telefone: (51) 3466.5566 Assis Brasil / RS Responsável: Arion Peixoto Endereço: Av. Assis Brasil, 1435, Passo D’Areia Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3085.7100 A Franquia da Assis Brasil é a 3ª Franquia que o Arion Peixoto abriu, Av. do Forte e Baltazar também são dele. Cristóvão Colombo / RS Responsável: Omar Vontobel Endereço: Av. Cristóvão Colombo, 926, Floresta - Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3083.6666 Santana / RS Responsável: Jeferson Pereira e Julio Turlaj Endereço: Rua Santana, 1035, Farroupilha Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3061.1011 Wenceslau Escobar / RS Responsável: Marajoara Gonzales Endereço: Av. Wenceslau Escobar, 3086, Tristeza - Porto Alegre - RS Telefone: (51) 3216.1160 ABRIL Jardim Paulista / SP Responsável: Ildonei Lutaif Endereço: Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 4565, Jardins - SP - Telefone: (11) 2348.6600 MAIO Responsável: Pedro Santa Maria Endereço: Av. Protásio Alves, 5410 - Chácara Protásio Alves / RS das Pedras - Porto Alegre - RS Telefone: (51) 2108.8866 São Pedro / RS Responsável: Rogério Kreitchamann Endereço: Av. São Pedro, 1124 - São Geraldo Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3092.9292 JULHO Responsável: João Jornada e Cesar Coelho Endereço: Av. Tulio de Rose, 580/Loja 101, Jardim Europa / RS Passo D’Areia - Porto Alegre - RS Telefone: (51) 3061.1155 *Obs: NOS MESES OMITIDOS, COMO JANEIRO, NÃO HOUVE NENHUMA FRANQUIA INAUGURADA Foco em condomínios Agência de Capão da Canoa passa a ter direcionamento ao setor Para quem frequenta o litoral gaúcho, ainda que somente na temporada de verão, a expansão imobiliária é visível. Entre os empreendimentos, há aumento significativo de construções direcionadas a condomínios na região. Diante desta realidade, a unidade de Capão da Canoa da Auxiliadora Predial passará a ter seu trabalho focado no setor, conforme relata o diretor Operacional da Auxiliadora Predial, Christian Voelcker. “Nos últimos anos, houve uma expansão vertiginosa na construção de condomínios, tanto residenciais quanto comerciais. Com base nisso, decidimos nos dedicar à administração, reforçando a visão de nossos clientes e comunidade em geral, de uma administradora de qualidade e pioneira no seu ramo”. A partir desta atuação, será possível oferecer ambiente exclusivo para atendimentos aos síndicos, condôminos e funcionários de condomínios.“Com isso, visamos qualificar ainda mais nossos serviços e aumentar nossa participação no mercado de administração de condomínios na região”, observa Voelcker, que comenta, ainda, a estruturação recente de atendimentos diferenciados para condomínios horizontais e verticais. Segundo ele, as demandas são diferentes. “Esta medida melhora o foco da nossa equipe de atendimento, com especialistas em administração de condomínios verticais e em horizontais. Isso já vem nos trazendo frutos, com aumento da nossa carteira de clientes e altos índices de satisfação”, avalia. O gerente da Agência Capão da Canoa, André Silva, acredita que o novo posicionamento terá como resultado a eficiência no atendimento.“Com toda a equipe voltada aos condomínios em tempo integral o atendimento será mais ágil. As visitas aos condomínios também poderão ser realizadas com mais frequência”, relata. Com este passo, ele acredita que a unidade fica mais próxima da sua meta: “O objetivo é sermos reconhecidos como a melhor administradora de condomínios do litoral”, afirma. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 13 entrevista “Cuido do condomínio como se fosse a minha casa” O síndico do Edifício Caravelle, localizado na Avenida Cristó- rece e pela proximidade com o Centro e outras áreas da cidade. vão Colombo, em Porto Alegre, gosta mesmo é de colocar a “Com a construção do Shopping Total ficou ainda melhor. Te- “mão na massa” para valorizar o prédio onde mora há cerca de mos tudo o que precisamos por perto”, revela. O amor pelo 26 anos. No cargo desde 2002, e com o atual mandato até no- edifício é tanto que acabou sendo transmitido à filha do casal, vembro de 2012, Vicente Palma Filho zela pelo local como se Márcia, que também mora no prédio. Sempre disponível para fosse sua casa, olhando com atenção aos mínimos detalhes do os moradores, Vicente acompanha os serviços executados nas condomínio.“As reformas realizadas foram para cuidar do pa- dependências do condomínio e mantém as contas equilibradas, trimônio de todos”, afirma o bageense, que escolheu a Capital sem gastar mais do que arrecada. “Acho que todos deveriam gaúcha para viver em 1968. Ele e a esposa Odete elegeram o passar pela experiência de ser síndico para dar valor ao traba- bairro Floresta para residir pelas facilidades que a região ofe- lho feito por quem assume essa responsabilidade”, comenta ele. Vicente Palma Filho, síndico do Edifício Caravelle, em Porto Alegre, mantém registrado de forma organizada o antes e o depois das reformas, ao longo de sua gestão Qual é a configuração do Edifício Caravelle? O prédio tem 51 anos, 58 apartamentos (de um e dois dormitórios), seis andares (sendo um deles o subsolo - onde ficam quatro unidades) e mais duas lojas. O imóvel que seria para o zelador é alugado e a renda obtida vai para melhorias no condomínio. Quantas pessoas trabalham no prédio? Temos uma nova zeladora, que está há dois meses no cargo, contratada para fazer a limpeza. Para a seleção dessa funcionária, contamos com a ajuda da Auxiliadora Predial, que nos encaminhou várias candidatas. Tínhamos outra pessoa que ficou 37 anos aqui e saiu por motivos pessoais. O que o motivou a ser síndico? Antes de me aposentar, quando ainda morava no primeiro andar (hoje ele tem um apartamento em outro pavimento), o síndico era meu vizinho e ele sempre dizia que gostaria que eu assumisse a administração. Mas, não podia por causa do meu trabalho. Porém, quando me aposentei, resolvi aceitar o desafio e fui eleito quase que por unanimidade. E es- 14 síndico 193 tou na função até hoje. Gosto de reformar e realizar melhorias. Cuido do condomínio como se fosse a minha casa, quero ver tudo arrumado, bonito e limpo. Embora nosso edifício não seja de luxo, é um lugar onde dá prazer de viver. Como é o seu dia a dia no Condomínio? Não tenho uma rotina, mas estou sempre disponível para ajudar a solucionar qualquer problema que surja. Além disso, passo na Auxiliadora Predial quase que diariamente para verificar se está tudo bem. Fico atento à questão dos pagamentos, se não há atrasos. Tenho também uma lista de todos os vizinhos, com os nomes e telefones, para o caso de emergências. Sua atividade profissional o ajuda na gestão do Caravelle? Atuava no comércio, fui chefe de setor durante muitos anos de uma grande rede de hiper e supermercados, e acredito que essa experiência auxilia no trabalho de controlar as finanças, de equilibrar as contas para não ficar no vermelho. Ajuda ainda no contato com as pessoas, a lidar com os moradores e ter jogo de cintura para atendê-los nos mais variados horários e resolver as dificuldades, seja uma reclamação por causa dos animais de estimação ou de barulho. Quais foram as primeiras medidas adotadas desde que assumiu? A primeira foi trocar a imobiliária que cuidada do Caravelle. Após verificar que havia problemas no pagamento de alguns tributos e que não era cobrada a multa por atraso da cota de condomínio, achei que era hora de procurar outra empresa e assim passamos a trabalhar com a Auxiliadora Predial. Depois, foi construído um banheiro para a zeladora, dando-lhe maior comodidade. Mudei também a janela do corredor principal e a porta de entrada do prédio. Outras realizações envolveram a pintura externa do edifício, feita em 26 de novembro de 2008, e a troca dos cabos de aço do elevador que estavam vencidos. Duas medidas que considero muito importantes foram fazer o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e a Convenção do Condomínio. Contei com a ajuda do Dr. Pedro Guilherme Becker, da Auxiliadora Predial, que foi quem fez o texto com as regras para nós. Foram efetuados outros investimentos durante a sua gestão? Fizemos um novo telhado, situação que mais me preocupava. Não conseguia dormir direito cada vez que ventava. Em um dia de vendaval tivemos a parte lateral da cobertura do prédio arrancada, com calha e tudo. Com a aprovação dos moradores em assembleia, substituímos o madeiramento, a algerosa (que serve para a vedação da entrada de água junto à telha e à parede), as calhas e o telhado. Esse foi o maior investimento realizado no edifício e o pagamento está sendo feito através de chamada extra. Além disso, o elevador ganhou um espelho e forro novo no piso e colocamos mármore nas escadas da entrada do Caravelle. Que obras ou ações estão em andamento no momento? Quando terminarmos de pagar o telhado, uma melhoria a ser feita é a pintura interna dos corredores, que espero realizar sem precisar de uma chamada extra. Isso porque vamos ter uma economia com a mudança da zeladora, já que os encargos com a antiga funcionária – devido ao tempo de serviço – eram altos. Com essa reserva planejo executar a obra. Qual sua principal meta na gestão? Até o final do mandato, espero conseguir fazer a pintura interna, instalar sensores de luz nos corredores e trocar as portas do elevador. Quero fazer aos poucos, mas bem feito. O Condomínio registra inadimplência? Nossa inadimplência é muito baixa, deve ficar em torno de 1%. Estou sempre de olho nessa questão. Se há um atraso, ligo para o morador e pergunto o que está acontecendo, se existe alguma dificuldade, e já converso sobre alternativas de pagamento. Síndico Vicente Palma Filho, na fachada do Edifício Caravelle, no bairro Floresta, em Porto Alegre Outubro-Novembro-Dezembro/2011 15 entrevista Como é a participação dos moradores? A participação nas reuniões é boa, os condôminos trazem suas reclamações e sugestões. E tenho também a ajuda dos integrantes do Conselho Fiscal (Ernani Moller, Reni Mayer e Silva e Carlos Wild) e do Conselho Consultivo (Alice Lecena e Edith Blauth). Conto ainda com o auxílio dos moradores e, especialmente, de Dóres Moller e da vice-síndica, Terezinha Bettin, que entrou na atual administração. Quais características são imprescindíveis em um síndico? Ele tem que querer melhorar o condomínio, gostar do que faz, ser paciente e organizado. E, o principal, ter um bom relacionamento com as pessoas. Como avalia o atendimento da Auxiliadora Predial? Estou satisfeito. É uma empresa que está há 80 anos no mercado e passa credibilidade. Confio na marca. Os funcionários ajudam e facilitam a minha administração. Como o assessor de condomínio Paulo César Hofsetz, que com a sua experiência e conhecimento da área imobiliária faz um excelente atendimento para o condomínio, e o Fernando Soares, que cuida da parte financeira e recebe as notas do edifício. Eles fazem toda a parte administrativa, financeira e de pessoal, desde o recrutamento até a folha de pagamento. A reforma do telhado é uma das obras que traz orgulho ao síndico Vicente: “quando chovia, não dormia direito preocupado que caísse uma telha e inundasse os apartamentos” 16 síndico 193 O elevador ganhou novo piso e espelho na gestão de Vicente Palma Filho. As portas estão na mira para serem substituídas Qual a sua maior satisfação como síndico? Fazer melhorias no edifício e ver que alguém reconhece o que foi realizado. Por exemplo, no Natal gosto de enfeitar o prédio e uma vez recebi uma carta de uma senhora comentando sobre isso e agradecendo. Guardo isso até hoje como um prêmio. Perfil Que orientações daria para um síndico de primeira viagem? A pessoa deve estar preparada para ouvir reclamações e ter paciência para resolver problemas.O síndico precisa ser organiza do, gastar de acordo com o que arrecada, saber equilibrar as contas, possuir um bom arquivo do que foi feito e fazer vários or çamentos antes de executar um serviço. Minha casa. Viagem que gostaria de fazer? Não gosto muito de viajar. Prefiro pequenas saídas, como ir a Bagé ou a Rivera (Uruguai) fazer compras. Um sonho? Acertar na loteria para ajudar meus familiares e conhecidos que precisam. Uma personalidade? Roberto Carlos. O vizinho ideal? Aquele que não incomoda (risos). Os meus vizinhos são ótimos. Uma alegria? Quando minha filha nasceu. O futuro? Só Deus sabe. Ser síndico é? É ser uma pessoa de confiança para todos. Um lugar especial? Outubro-Novembro-Dezembro/2011 17 gestão Inclusão social posta em prática Mesmo com limitações, funcionários podem desempenhar diversas funções em condomínios N o Brasil, de acordo com dados do IBGE, existem 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, incluindo física e mental, o que representa 14,5% da população. O número revela mais do que indivíduos com uma característica particular – trata-se de uma representativa força de trabalho que, a cada dia, encontra mais espaço no mercado. De acordo com os dados do relatório anual produzido pelo Ministério do Trabalho sobre o assunto, dos 44,1 milhões de empregos ativos no ano passado, 306 mil foram declarados como de pessoas com deficiência, 0,7% do total de vínculos empregatícios. Em 2009, eram 288,6 mil. Ou seja, de um ano para outro, houve um acréscimo de 6%. No caso da prestação de serviços em condomínios, não é diferente: desde o início da abertura de vagas para pessoas com deficiência na Auxiliadora Serviços, em 2004, o número de contratações quadruplicou, como relata a gerente Operacional da empresa, Susana Cogo. “Quando iniciamos, eram três funcionários em atividade. Hoje temos 12 pessoas, com deficiências auditivas, visuais e físicas, que prestam serviços em condomínios na portaria e de serviços gerais, tanto em funções noturnas como diurnas”. As opções são diversas: quem tem limitações físicas, por exemplo, pode atender em portarias; pessoas com dificuldades visuais têm aptidões para tarefas administrativas e o portador de deficiência auditiva encontra colocação em áreas de manutenção e serviços gerais. Susana ressalta que, mais do que cumprir a legislação, o ato de oferecer chances iguais a todos e trabalhar pela inclusão trata-se e um dos princípios da Imobiliária. “É uma questão de inserção social, mas, mais do que isto, é uma diretriz nossa a de dar oportunidade a quem tenha vontade de trabalhar. Os funcionários do nosso quadro são profissionais com con- 18 síndico 193 dições de atender com qualidade aos clientes – independentemente de qualquer deficiência”. De acordo com Susana, com frequên cia, o diferencial do serviço prestado por este tipo de mão de obra está justamente na superação das expectativas. “Muitas vezes, existe a compensação na forma de um esforço extra. Justamente por ter uma deficiência, a pessoa atende com ainda mais dedicação ao cliente”. Entre os funcionários, está Maicon dos Santos Rodrigues, de 25 anos, com deficiência múltipla, que começou a atuar na empresa como aprendiz, em 2009. Além do acompanhamento médico e da qualificação por uma instituição de ensino especializada, o fato de contar com uma vaga na Auxiliadora Predial foi importante na evolução do seu quadro, se- O que está na legislação: De acordo com o Artigo 93, da Lei 8.213, de 24 de junho de 1991, a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência habilitadas. O Decreto 3.298 dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências. “É meu primeiro trabalho e eu estou muito feliz. Quero continuar e, cada vez mais, melhorar e ajudar os colegas.” Maicon dos Santos Rodrigues , desde 2009 na Auxiliadora Predial gundo Susana. “Quando ele começou a trabalhar aqui, nem caminhava. O retorno que temos da empresa de integração que nos encaminhou Maicon e faz o acompanhamento de todo o trabalho é que estar empregado em uma empresa como a nossa trouxe estabilidade, garantia e incentivo a ele, que cada vez mais supera seus limites. É um exemplo de sucesso e dedicação”, destaca, comentando que ele tem previsão de efetivação no cargo em setembro. Um passo à frente da legislação A legislação que tornou obrigatória a contratação de determinadas cotas de pessoas com deficiência teve um papel importante para a mudança de paradigma no País, conforme aponta o diretor de relações trabalhistas da ABRH/RS, Paulo Delfino da Costa Fagundes. “É fato que a lei impulsionou a inclusão. Antes, estas contratações eram pouco representativas e ocorriam, de modo geral, por uma decisão pessoal dos dirigentes das companhias. A legislação deu um sentido amplo e as empresas passaram a se preparar para receber essas pessoas”. O esforço das companhias, contudo, na avaliação do especialista, tem ido além do previsto. O que teve início com uma obrigação, segundo ele, transformouse em uma causa com benefícios abrangentes para todos os envolvidos.“O que se vê é um investimento não apenas em recrutar estas pessoas e cumprir cotas, mas em qualificá-las, realizar treinamentos internos. Conheço casos de empresas que investem em softwares especiais para cegos trabalharem, investindo recursos que vão além do que custaria um posto de trabalho convencional”, relata, apontando que houve uma grande evolução no pensamento das companhias em relação a suas responsabilidades sociais. Outro aspecto importante é que a inclusão, em muitos casos, envolve também os funcionários sem deficiências. “No caso da deficiência auditiva, por exemplo, dependendo da situação, será necessário que os demais aprendam a linguagem de libras para que possam se comunicar”, observa. Segundo Fagundes, são frequentes as situações em que as habilidades surpreendem mais do que a deficiência. Ele relata que em certa ocasião participava de uma simulação para evacuação de emergência no prédio da empresa onde trabalhava. Entre os funcionários, estava uma mulher com dificuldades Maicon dos Santos Rodrigues, com deficiência múltipla, é um dos funcionários da Auxiliadora Serviços Outubro-Novembro-Dezembro/2011 19 gestão motoras. “Eu imaginava que ela precisaria ser alocada em um setor que ficasse no andar térreo, pois em caso de emergência, teria problemas para descer as escadas. Qual não foi a minha surpresa ao ver que ela desceu antes de todos os demais”, conta. Assim como acontece para os candidatos a qualquer emprego, qualificação para a vaga a ser preenchida é um aspecto preponderante – e o mesmo acontece no caso das pessoas com deficiência. Reside aí um dos principais desafios no que se refere à inclusão, segundo o especialista. “Atualmente, as empresas estão executando o que seria uma função do Estado: a de oferecer educação e treinamento para pessoas com deficiência. Faltam candidatos com a qualificação necessária e, através de cursos, as empresas vêm suprindo esta necessidade para garantir a mão de obra, mas é inegável a importância de mais investimentos públicos na área”. Além do que se vê Além de proporcionar acesso a vagas convencionais, o Sistema Nacional de Emprego (Sine) também atua na inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. As principais ações executadas Oneide Figueiredo, que tem deficiência visual, é funcionário público e síndico do condomínio Prado Menino Deus 20 síndico 193 nas agências nesta área são cadastrar as pessoas com deficiência, encaminhá-las para as vagas e acompanhá-las no processo de busca de trabalho ou de reingresso no mercado. O órgão tem ainda um papel na orientação das empresas e pode, ainda, realizar consultorias para avaliar como pode ser esta inserção. É nesta área que atualmente trabalha o funcionário público de 47 anos, Oneide Figueiredo. Com glaucoma desde que nasceu, ele conta com apenas 1% da visão, mas, ao longo da vida, buscou superar desafios e qualificar-se. “Eu visito muitas empresas e avalio em que posições podemos alocar as pessoas, experimento as funções. Muitas vezes, não basta dizer, é preciso mostrar para as pessoas que é possível executar determinada tarefa. Já fiz desde pão até empacotamento de parafusos e freios de carro”, relata ele, acrescentando que, atualmente, há muitas possibilidades em aberto.“Hoje em dia, pode-se dizer que é difícil uma pessoa com deficiência ficar desempregada. O que é preciso é incentivar o ensino destas pessoas, afinal todos precisam de qualificação e no caso de quem tem alguma deficiência, mais ainda”. Para Figueiredo, em muitos aspectos, a vida de uma pessoa com deficiência Segundo Susana Cogo, o número de contratações de funcionários com deficiência vem aumentando não é diferente das demais: possui alegrias e tristezas, derrotas e conquistas, em outras palavras, bons e maus momentos. “Como nasci assim, já me habilitei com esta deficiência. Tenho limitações, mas, na verdade, todas as pessoas têm”, observa, relatando que é possível compensar determinadas falhas com outras habilidades:“Às vezes a pessoa tem dificuldade em um sentido, mas pode utilizar todos os demais - com treinamento adequado, é possível compensar e superar estas questões”, garante. Ele alerta ainda para a importância das pessoas com deficiência como uma parcela de destaque da população economicamente ativa. “Representamos quase 30 milhões de brasileiros. Como perder uma fatia tão grande de mão de obra, de consumidores, de cidadãos, somente porque quem integra ela está um pouco fora do padrão? Não faria sentido”, resume. Casado e pai de dois filhos – uma garota de 16 e um menino de sete anos – o funcionário público é síndico no condomínio Prado Menino Deus, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, onde reside. Em seu segundo mandato, busca na simplicidade e humildade as explicações para uma boa administração. “O condomínio é uma casa grande que temos que manter arrumada. Aqui, tem 52 apartamentos. Eu não sinto a falta de dois olhos: sinto que tenho mais de cem olhinhos me ajudando nesta tarefa”, conclui. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 21 21 capa Adolescentes: desafios da vida em condomínio Barulho, danos ao patrimônio e uso indevido de áreas comuns são alguns dos problemas enfrentados pelos síndicos. Reverter essa situação demanda diálogo e envolvimento dos pais A preocupação com a segurança nos dias de hoje vem mudando cada vez mais a forma de morar das pessoas. A possibilidade de oferecer proteção, aliada às facilidades de lazer disponibilizadas nas áreas comuns de um condomínio, leva muitas famílias com filhos a busca- rem nesses empreendimentos um lugar para chamar de lar. As atrações para as crianças e adolescentes são muitas e vão das salas de jogos, quadras esportivas, academia, piscinas até as pracinhas, oferecendo conforto e diversão cercados por muros e câmeras de vigilância. Contudo, nem sempre a convivência entre moradores e aqueles que estão entrando na puberdade é tranquila. Muitos administradores lidam em sua rotina com queixas de destruição do patrimônio, barulho e, em casos mais sérios, de consumo de drogas nas dependências das construções. Ocorrências como essas são uma realidade para a síndica Sônia Lopes Soares, do Condomínio Laçador, em Porto Alegre, desde que assumiu a gestão em dezembro de 2010. Com oito blocos, 254 unidades e em torno de 500 condôminos, a edificação conta com um número pequeno de adolescentes, mas quando reunidos, às vezes, são sinônimo de problemas. As reclamações são de lâmpadas e sensores de luz quebrados, pichações e utilização da quadra de esportes para andar de patins e skate, o que é proibido pelo Regulamento Interno. “Já ocorreu deles arrancarem as plantas dos vasos e usarem as folhas para sujarem as paredes”, revela. As situações são mais frequentes nos finais de semana e durante as férias, quando eles passam mais tempo em casa, muitas vezes sem ocupação. Principais motivos de reclamações Danos ao patrimônio do condomínio ou de moradores, como riscos nos carros e roubo de gasolina. Barulho em horário proibido. Andar de patins, skate ou bicicleta em áreas proibidas pelo Regulamento Interno. Uso indevido dos espaços comuns. Pichações. Consumo de álcool ou drogas nas garagens e outras áreas condominiais. 22 síndico 193 A primeira medida executada por Sônia para alterar esse cenário foi aperfeiçoar o sistema de câmeras nas portarias, estacionamentos e nas entradas de cada bloco, tornando-o mais abrangente. Isso foi necessário porque ao conversar com muitos pais sobre o que seus filhos haviam feito, boa parte deles exigiu provas e, até mesmo, a ameaçaram com processos ju- Sônia Soares, síndica do Edifício Laçador diz que muitos pais não aceitam as reclamações sobre os filhos, chegando a ameaçar com processos judiciais. rídicos. “Meu contato é sempre com os familiares, explicando os fatos e apontando os prejuízos que eles terão que restituir à administração. Entretanto, sem ter como identificar os culpados pelas danificações, todos os moradores acabam pagando pelo conserto”, comenta. Ela observa, porém, que as posturas dos pais diferem e alguns seguem as leis condominiais e respeitam os direitos e deveres dos condôminos. “Mas, outros querem passar a responsabilidade de educar, dar limites, para a escola e o condomínio”, salienta. Recuperação dos espaços e atividades A melhoria dos ambientes de lazer foi outra ação iniciada pela síndica do Laçador. Na sala de jogos, por exemplo, a mesa de pingue-pongue foi montada, os bancos da pracinha foram restaurados, assim como serão também os balanços. Mesmo com as benfeitorias, as raquetes de pingue-pongue e algumas bolas da mesa de snooker já foram destruídas ou sumiram. “Agora, vou comprar novas e deixar na portaria. Quem for retirar terá que se registrar”, adianta. O próximo passo, espera Sônia, é recuperar o piso da quadra esportiva. Para ocupar o tempo das crianças e adolescentes no período de descanso escolar, ela firmou parceria com entidades como o Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat) para que eles apresentem seus projetos de recreação abertos às comunidades nas férias. “Divulgo a programação para que as pessoas inscrevam-se nas atividades”, ressalta. A administradora de empresas, formada pela Unisinos, destaca que tem alguns planos para envolver os jovens nas discussões e cuidados com o local onde moram. Um deles é a realização de uma assembleia de condôminos junto com seus filhos, na qual possa apresentar as dificuldades da edificação, o quanto custa consertar o que é depredado e viabilizar que eles indiquem soluções para essas questões. Além disso, a gestora pretende organizar palestras com especialistas sobre maneiras de boa convivência entre os vizinhos, Regulamento Interno e direitos e deveres dos moradores. “Quero ainda aprimorar e ampliar as áreas de lazer, aproveitando o espaço que temos, como as mesas de pedra, para jogos de xadrez e damas”, projeta. Olhar profissional A mestre em Psicologia Clínica Roberta Monteiro explica que a adolescência é uma etapa da vida na qual os jovens enfrentam intensas demandas físicas, psíquicas e sociais, levando-os a se confrontarem com transformações na forma de se relacionar com suas questões internas e com aqueles que os rodeiam. Por isso, a tendência de romper certos jeitos que tinham de viver suas experiências e de ver o mundo é saudável.“Porém, quando essas ‘transgressões’ extrapolam o que seria esperado, alguns cuidados devem ser tomados”, alerta a psicóloga e psicanalista. Nessas circunstâncias, vale lembrar que os adolescentes precisam de referências, orientações e atenção para enfrentar esse momento e usufruir dele em toda sua potencialidade. Roberta faz a ressalva que, por mais que a mãe e o pai queiram ter uma presença amiga com os filhos, é fundamental que eles possam exercer sua função de pais, contendo as ações deles e sendo figuras organizadoras em suas vidas. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 23 capa Dicas de como envolver os adolescentes nos cuidados com o condomínio Convidar o grupo de adolescentes do edifício para entrar nos ambientes comuns para uma conversa aberta sobre as dificuldades encontradas na convivência é uma opção que pode ser bem recebida por eles. Carla Melani, psicóloga e especialista em Psicologia na Comunicação, complementa que os jovens, ao se darem conta de tantas situações novas, necessitam sentir-se responsáveis e possuidores da confiança dos adultos. O que ocorre em diversos condomínios, segundo Carla, é que muitos pais repassam os encargos com seus filhos, primeiro, para as escolas e, depois, para os síndicos, que acabam ocupando o lugar de educadores. “Mas, eles são cuidadores do todos e não podem assumir a posição de ‘babás’ dos moradores. A sensibilidade dos administradores tem que ser acionada nessas horas”, frisa. Ela argumenta também que, para a boa convivência nessa minicomunidade, as famílias devem ter claras as regras do lugar onde moram para informar às crianças e adolescentes a melhor postura a ser adotada para viver em sociedade. A psicóloga sugere que uma conversa informativa, retomando as normas da edificação, pode dar mais resultados do que uma atitude acusadora. Resolvendo conflitos Em relação a como tratar os problemas causados pelos jovens, Carla pondera que os gestores podem definir a forma como eles serão abordados por meio de um debate entre os vizinhos durante uma reunião de condomínio, estabelecendo o procedimento geral que será empregado nessas ocorrências. Manter os espaços comuns bem cuidados, limpos e acolhe24 síndico 193 dores demonstra aos jovens a preocupação da administração com a sua etapa de vida e que esses locais não são apenas um ambiente de depósito de dificuldades, como alguns transformam as áreas de recreação. “Eles precisam estar envolvidos nessa conservação. E este é um trabalho muitas vezes cansativo, que exige tempo e pode ser repetitivo”, relata. a importância dos amigos A psicanalista Roberta Monteiro salienta outro ponto importante: o das amizades na vida dos adolescentes. Conforme ela, a experiência de ter uma turma de amigos com o qual o jovem possa se identificar é fundamental. Nesse contexto, os condomínios favorecem a formação dos chamados grupos de iguais. “Se por um lado podem dizer que isso caracteriza um limite de impulso para ações de rebeldia deles, por outro, em tempos de preocupação com a violência urbana, isso viabiliza vivências essenciais em um ambiente seguro”, defende. No entanto, Roberta afirma que, quando existem situações que exigem um olhar especial sobre esses adolescentes, é necessário entender aquilo que se encontra velado no ato em si (como delinquência, uso de drogas, entre outros).“A possibilidade de falar a respeito favorece outras vias de expressão mais saudáveis. Lembrando que dependendo do caso pode ser necessário um acompanhamento mais específico”, conclui. Criar um Conselho com jovens, agregando responsabilidades e autonomias possíveis a eles dentro da administração de alguns conflitos, torna-os aliados na resolução de problemas repetitivos. Realizar atividades festivas, esportivas ou educativas, mesmo que eventuais, ajuda a reuni-los, passa confiança da administração neles e é, ainda, uma oportunidade para compartilhar informações, atualizá-los dos planos do condomínio e acolher pedidos. Atender às reivindicações dos adolescentes não é fazer tudo o que eles querem, mas dar retorno sobre as solicitações e expor a situação quando não for possível ou adequado concretizá-las naquele momento. Preservar as áreas comuns bem cuidadas e convidativas, com opções que façam parte do universo dos jovens, como salas de jogos, quadras para esportes, salas com TV a cabo e com acesso à internet. Essas medidas auxiliam a comprometê-los com as dependências comuns. Diálogo, atenção e tolerância funcionam mais que atitudes acusatórias. Fonte: Carla Melani, psicóloga e especialista em Psicologia na Comunicação. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 25 gestão 2012 bate à porta: hora de planejar Com 2011 quase terminando, preparamos uma lista com os principais itens a serem analisados pelos administradores para que esse período seja tranquilo e sem surpresas desagradáveis A ssim como nos programamos para a chegada do verão, vários fatores devem ser previstos pelos síndicos já a partir de outubro para que a saúde financeira e a segurança do condomínio sejam preservadas nessa época em que a maioria das pessoas deixa a cidade em direção ao litoral. Inclusive, esse é o momento para o gestor começar a organizar o seu próprio descanso e a projetar as prioridades para o ano novo. Pode parecer cedo, mas planejar todas as providências antecipadamente significa, muitas vezes, a diferença entre sair de férias e ficar pensando nos problemas e realmente aproveitar esse período despreocupado. Para auxiliar nessa tarefa, Simone Roese de Almeida e Maurício Peretto, ambos supervisores da Gestão Total 26 síndico 193 da Auxiliadora Predial, apontam os elementos mais importantes que precisam ser verificados pelos administradores. Saúde financeira Esse é o momento em que devem ser evitadas despesas extraordinárias, especialmente porque é o período em que os moradores têm maiores gastos, seja pelas festas de final de ano, seja pelo acúmulo de tributos nos primeiros meses do ano. Avalie os contratos que serão necessários para essa época. Muitos serviços passam a ser mais demandados nos meses de calor, como a manutenção da piscina e do jardim. Fique atento ao preço dos produtos de cuidados com as piscinas, que sobem consideravelmente até março. Esses gastos devem ser ante- cipados para não comprometer o caixa do condomínio. “A prevenção continua sendo a melhor forma de amenizar dificuldades”, aconselha Peretto. Já Simone lembra que as contas ordinárias são para pagar as despesas essenciais como água, luz, telefone, mão de obra, pessoal, material de limpeza e contratos mensais de manutenção, como os de elevadores, jardins e portões. Fora disso, o condomínio deve buscar os recursos através de chamadas extras e definir o que é prioridade. Uma dica para economizar ao executar uma melhoria ou obra necessária é arrecadar uma parte ou o total do valor do investimento primeiro e depois negociar com os prestadores de serviços. “Com o dinheiro em caixa, os descontos podem chegar até 10%”, sugere a supervisora. Com boa parte dos moradores fora do condomínio, a temporada de veraneio pode representar aumento na inadimplência. Para contornar essa situação, uma boa política é possuir um fundo de reserva que suporte financeiramente o caixa, evitando assim o pagamento de juros sobre o saldo devedor em caso de muitos atrasos. Outra dica é fazer uma ampla divulgação para os condôminos sobre a facilidade de quitar a cota condominial através do débito em conta e também o cadastramento de acessos via internet para a emissão da segunda via do doc. Há ainda a possibilidade de encaminhar o boleto por e-mail para aqueles que estiverem viajando. Com o recebimento do 13º salário e das férias, o fim do ano é um ótimo período para renegociar as inadimplências existentes. Muitas pessoas aproveitam essa injeção de recursos para colocar as contas em dia. Se prevista em Convenção, uma alternativa que pode ser implementada pelos síndicos para combater os atrasos é oferecer descontos para quem realiza o pagamento antecipado. Entretanto, a opção deve vigorar somente nos meses chamados de férias de verão. Em dezembro, o gestor deve fazer um balanço final de como foi financeiramente o ano que passou, além de analisar as demandas, os principais gastos e as despesas extras que foram necessárias. É também a época de pensar nas prioridades para os próximos 12 meses. Planejamento é essencial e pode ser feito através da previsão orçamentária, que ajuda a garantir o equilíbrio financeiro da edificação. Os assessores de condomínio da Auxiliadora Predial auxiliam os administradores nessa tarefa e esclarecem as dúvidas. Férias Com o merecido descanso à vista, os síndicos devem tomar alguns cuidados para ficarem afastados do condomínio sem sobressaltos. Antes de sair é preciso delegar as atri- Deixe com o responsável, e mais um morador por garantia, uma lista com todos os prestadores de serviços buições para outra pessoa, nesse caso o subsíndico. Se ocorrer dos dois estarem fora ao mesmo tempo, a função pode ser repassada para um conselheiro ou, como último recurso, para um condômino. Deixe com o responsável, e mais um morador por garantia, uma lista com todos os prestadores de serviços. O ideal é indicar dois ou três nomes de cada empresa que possam atender, a qualquer hora, às situações de emergência que mais ocorrem, como conserto de portão, cerca eletrônica, circuito interno e elevadores. Como os funcionários dessas companhias também tiram férias, é necessária mais de uma opção de contato. Providencie uma cópia da convenção e do regulamento interno para deixar com o responsável em sua ausência. Para evitar surpresas, faça uma revisão preventiva dos equipamentos. Os elevadores, por exemplo, merecem uma manutenção detalhada. Os cuidados com o tempo adequado para fazer a limpeza da caixa d’água e a renovação dos extintores não podem ser deixados de lado. Prepare uma relação para o zelador ou gestor (se o condomínio possuir um) das medidas programadas para o perío do, além do cronograma de tarefas e rotinas. Faça uma listagem dos pagamentos que devem ser feitos na época e, se contar com os serviços de uma administradora, deixe todos eles discriminados e Outubro-Novembro-Dezembro/2011 27 27 gestão autorizados. Assim como uma verba para ações imediatas em emergências. Informe aos condôminos e à administradora, através de um comunicado por escrito, a temporada em que estará de férias, quem fica responsável pelo condomínio e os contatos dessa pessoa. A mesma atitude deve ser tomada pelos moradores, avisando ao administrador o tempo em que estarão fora para que possam ser desligados os registros de gás e água (se eles forem individualizados) e solicitar algum contato para situações de urgência. Para os condôminos, deixar a chave da residência com um parente ou amigo de confiança pode ser importante para as ocorrências de vazamentos e infiltrações. Funcionários Além de planejar o pagamento do 13º salário (veja matéria na página 8) os gestores precisam programar e agendar as férias de sua equipe. A seleção de um funcionário para assumir as atribuições durante essa época deve ser feita com 28 síndico 193 antecedência, uma vez que escolher um bom profissional requer tempo. No fim do ano, muitos condomínios presenteiam seus colaboradores como forma de reconhecimento. Esse investimento também necessita ser previsto para não sobrecarregar as contas nos últimos meses. A Auxiliadora Predial oferece aos síndicos cestas natalinas como opções para marcar essa data. Mais informações pelo Telecompras, (51) 3216.6166, das 8h às 17h, ou pelo www. auxiliadorapredial.com.br. Segurança Quesito importante a ser reforçado nesse período, quando há uma menor circulação de pessoas pelo condomínio. Verifique o funcionamento de todos os mecanismos de proteção, como cercas eletrônicas, câmeras, circuito interno, botão do pânico, entre outros. Consulte empresas especializadas em relação às vulnerabilidades do condomínio, atitude essa que deve ser adotada o ano todo. Se for preciso, contrate temporariamente reforço para a segurança do edifício. Converse com a equipe de segurança, salientando os procedimentos da edificação, a importância de não se dar informações relacionadas aos moradores e suas rotinas e sobre o que fazer e quem chamar em situações de emergência. Para datas como o Natal, Ano Novo e Carnaval, peça à companhia de segurança contratada uma ação mais efetiva, com rondas e reforço da circulação nas áreas comuns, como os pátios. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 29 segurança Condomínios mais acessíveis para todos C om cerca de 200 mil pessoas com deficiência, conforme o Censo de 2000 do IBGE, a Capital gaúcha é a primeira do País a contar com um Plano Diretor de Acessibilidade (PDAc), Lei Complementar nº 678/11. Sancionada pelo prefeito José Fortunati, em 22 de agosto deste ano, estabelece as diretrizes e as condições para os projetos e as intervenções urbanísticas e de transportes no município, considerando a geografia, arquitetura e demandas locais. Qualificando assim os espaços de uso coletivo (públicos ou privados). O objetivo é tornar Porto Alegre acessível para quem possui algum tipo de dificuldade de locomoção, garantindo a circulação de forma segura, independente e sem obstáculos nas calçadas. O arquiteto e urbanista João Toledo, coordenador executivo de Acessibilidade da Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis), ressalta que o plano traz muitos avanços como o respeito aos cidadãos, a valorização da mobilidade de todos, além de promover a inclusão social e o melhor desempenho do ambiente construído. “A regulamentação coloca ainda o tema em debate constante, uma vez que determina a revisão periódica de outros instrumentos legais já existentes”, salienta Toledo. O coordenador explica que as legislações sobre o assunto – como, por exemplo, as leis municipal 8.317/99 e federal 10.098/00 – serão complementares ao PDAc. Para a definição do plano, foi firmado um convênio entre a Prefeitura, Ministério das Cidades e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do RS para a realização de um diagnóstico sobre a acessibilidade na Capital. O levantamento, 30 síndico 193 Luciene Machado Plano Diretor de Acessibilidade define normas para assegurar o acesso universal nos espaços públicos e privados da Capital e rotas sem barreiras Por iniciativa do síndico Décio Anversa, do Edifício Viena, em Porto Alegre, foi instalado um elevador no hall que, anteriormente, só dava acesso aos elevadores por meio de escadas concluído em novembro de 2008, teve a participação de 30 estagiários da gradua ção da faculdade e cinco pesquisadores, sendo quatro arquitetos e um estatístico. “Fizemos um raio-x de Porto Alegre”, afirma Mario Ferreira, coordenador da pesquisa, arquiteto e professor da PUC. Começando pelo Centro Histórico e depois passando aos bairros, o estudo indicou 21 situações que mostram as fotos: Divulgação ThyssenKrupp Elevadores Opções de adaptação realizada em escadas reduzida (como gestantes, idosos, obesos e pessoas com fraturas). Problemas mais comuns nos condomínios Assim como as vias de circulação de Porto Alegre, os acessos aos condomínios foram analisados pelo estudo. O coordenador do levantamento comenta que foram verificados fatores como a descontinuidade do piso da calçada para a entrada das garagens, do declive nessas áreas, localização das guaritas de segurança e o avanço dos toldos e coberturas de acrílico, além da linha de alinhamento das edificações, invadindo o espaço dos passeios públicos. Elementos que deverão ser adequados em prazos a serem decididos após a criação da Comissão Técnica de Acessibilidade, que irá definir como serão as rotas sem obstáculos. O arquiteto e urbanista João Toledo, da Seacis, adianta que, tanto nos condo- Ricardo Giusti/PMPA diferenças referentes à acessibilidade na Capital. Entre os itens avaliados estavam as condições dos passeios públicos e existência de rebaixamento neles, do mobiliário urbano (como bancas de revistas, hidrantes, floreiras, lixeiras etc), vegetação, contêineres, frades (obstáculos para evitar estacionamento nas calçadas), semáforos para pedestres e faixas de segurança. Ferreira informa que um dos pontos críticos observados foi a ocorrência de mais de uma barreira em um único trecho de calçada, dificultando a locomoção. Destacou ainda a falta de coordenação entre os órgãos municipais sobre a colocação de mais de um equipamento urbano em um mesmo lugar. O tipo de piso empregado nos passeios também preocupa os pesquisadores. A diferença de revestimento e a má conservação podem causar acidentes e impedir a passagem de uma pessoa com deficiência visual ou mobilidade Solenidade de Sanção do Projeto de Lei Complementar do Executivo – Plano Diretor de Acessibilidade de Porto Alegre mínios residenciais unifamiliares, multifamiliares e de interesse social como nos comerciais, as áreas de uso comum deverão permitir acesso e movimentação sem barreiras físicas e arquitetônicos às pessoas, em especial àquelas com defi ciência ou mobilidade reduzida. Ele argumenta ainda que a maior dificuldade das edificações mais antigas é que a maioria não foi concebida para receber esse público. No Brasil, o assunto começou a ser abordado apenas a partir de 1970 e depois da publicação da primeira normatização nesse sentido. “O principal erro, entretanto, ocorre por desconhecimento técnico dos proprietários e por não contratarem profissionais capacitados para avaliarem e realizarem as adaptações necessárias”, relata. Mercado de acessibilidade em ascensão Com a conscientização sobre a importância da acessibilidade, aumenta a demanda por soluções e produtos desenvolvidos especialmente para esse segmento.Atuan do no setor desde 2002, a ThyssenKrupp Elevadores montou uma divisão específica para essa área. A companhia, inclusive, participa do grupo de trabalho da Prefeitura que discute o PDAc. O gerente do departamento de Acessibilidade da ThyssenKrupp, Rafael Villar, conta que a empresa estruturou as filiais e capacitou consultores de vendas para atender especificamente a esses clientes. “Após a definição de trabalhar com esse mercado, passamos a pesquisar tecnologias e as normas para os itens da linha, que possui plataformas verticais e para plano incliOutubro-Novembro-Dezembro/2011 31 nado, cadeiras elevatórias, elevadores residenciais Home Lift e elevador de uso restrito para acessibilidade”, detalha. Em relação às opções disponíveis para as edificações mais antigas,Villar pondera que um dos principais problemas envolve o acesso do hall e da garagem aos elevadores ou ainda à cobertura, devido a diferenças de alturas ou presença de escadas, que dificultam a circulação.“Nesses casos, verificamos os locais e indicamos a melhor alternativa, sendo a colocação de uma plataforma vertical ou a de plano inclinado as mais recomendadas”, reforça. Ele afirma que, dessa forma, evitam-se obras civis de grande porte e o ambiente ocupado é menor. Para os condomínios mais antigos, as modernizações dos elevadores existentes são outra possibilidade. Nos prédios residenciais e comerciais com equipamentos bem conservados é possível trocar o subteto, a botoeira por uma com identificação dos andares em braile, as portas por outras mais leves, elementos estéticos, componentes eletrônicos para melhorar a performance, entre outras medidas.“Em alguns casos, fazemos também a substituição total da máquina”, acrescenta. Um alerta feito pelo gerente é sobre a necessidade dos síndicos buscarem prestadores de serviço que cumpram as normas estabelecidas pela NBR 9050 (voltada para edificações e prédios pú- Porteiro eletrônico deve estar em altura possível a um cadeirante e em Braile 32 síndico 193 Werner Drevnovicz/Divulgação PMPA segurança Capital terá o primeiro Plano Diretor de Acessibilidade do país Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), 10% da população mundial, cerca de 650 milhões de pessoas, vivem com alguma deficiência. No Brasil, segundo o IBGE, esse índice é de 14,5%, aproximadamente 24,6 milhões de pessoas. blicos — como corrimão, vão de porta largura, adaptação de banheiros e declive de rampas) e a NBR 15655 parte 1 (para as plataformas verticais), ambas da ABNT. “Como há um crescimento da procura, muitas empresas estão oferecendo produtos de acessibilidade sem essa preocupação”, salienta. Ele frisa que as pessoas devem averiguar a idoneidade da companhia, se ela tem responsável técnico credenciado no Crea e se oferece manutenção adequada. Sobre o investimento nesses produtos,Villar compara que, muitas vezes, a instalação de uma plataforma vertical é mais econômica do que a construção de uma rampa. “Isso porque a rampa tem um custo elevado pelo material e para estar nas normas da NBR 9050. Além disso, geralmente, ela exige muito espaço, podendo ocupar a entrada do edifício ou até duas vagas de estacionamento desse condomínio”, ressalta. geral Solidariedade que salva vidas Campanha encoraja cadastro para doação de medula óssea O número de transplantes de medula óssea realizados no Brasil aumentou 169% nos últimos cinco anos em relação ao começo da década. O de procedimentos feitos com doadores encontrados no País em pessoas não aparentadas foi seis vezes maior no período. Os dados divulgados em julho pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) são animadores, mas ainda insuficientes para o tamanho do desafio: este tipo de transplante, que é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue, requer alto grau de compatibilidade entre doador e receptor. A chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a uma em 100 mil. É por este motivo que se torna necessário ampliar ao máximo o número de doadores voluntários. Mobilizado pela campanha do Rotary Club POA Farrapos, do qual é membro, o gerente de Contabilidade da Auxiliado- Jens Martin Voelcker atua como voluntário em ações para incentivar a ação ra Predial Jens Martin Voelcker tem chamado atenção para o problema e vem trabalhando de forma voluntária em ações para aumentar esses números. “O envolvimento de pessoas que se prontificam a fornecer seus cadastros como possíveis doadores está crescen- Passo a passo para se tornar um doador Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente. Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante. Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias. É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato. É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos Hemocentros nos estados. (Fonte: INCA) do, mas ainda precisa aumentar, pois isto é decisivo para a chance de sobrevivência de quem precisa”. Segundo Voelcker, as atividades envolvem principalmente a sensibilização das pessoas para a questão. “Muitos desconhecem o problema e não sabem como ajudar. Nossa ideia é levar a informação às pessoas, através da realização de palestras de especialistas em empresas, por exemplo, e também auxiliando na intermediação de contatos entre os doadores e os responsáveis pela coleta do material”. A intenção, conforme ele, é que pela mobilização dos voluntários membros desta unidade do Rotary, sejam cadastrados 3 mil novos possíveis doadores até 2012. “Para quem se prontifica, é um gesto simples, mas com a capacidade de salvar uma vida”, ressalta, lembrando ainda da importância de se manter o cadastro atualizado. “Qualquer mudança de telefone ou endereço deve ser sempre comunicada”. Estas alterações podem ser feitas no site do Instituto Nacional de Câncer: www.inca.gov.br, onde também estão outros dados sobre o assunto. Já informações sobre a campanha realizada pelo Rotary Club POA Farrapos podem ser encontradas em www.rotary4670.org.br. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 33 gestão Digitalmente certificados Condomínios devem possuir certificação para poderem acessar o canal Conectividade Social da Caixa Econômica Federal. Dezembro de 2011 é o prazo A partir de 2012, as informações referentes ao recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), à seguridade social (INSS) e outros benefícios dos funcionários das edificações deverão ser, obrigatoriamente, transmitidas ao canal Conectividade Social da Caixa Econômica Federal, via internet e assinadas digitalmente. Para que essa operação seja possível, os síndicos precisam providenciar a certificação digital de seus condomínios até dezembro deste ano. O responsável pela área Contábil da Auxiliadora Predial, Jens Voelcker, explica que esse documento é como uma carteira de identidade para ser utilizada nos meios eletrônicos, como a web, computadores e celulares. “Com ele, os dados do edifício ficam mais seguros”, salienta. O diretor Operacional da Imo- 34 síndico 193 biliária, Christian Voelcker, acrescenta que a empresa conta com a parceria da Safeweb Segurança da Informação para facilitar esse procedimento para os clientes. Os gestores das edificações — como responsáveis legais por elas — deverão comparecer em datas a serem pré-agendadas na agência da Auxiliadora Predial de seu relacionamento para efetuarem a emissão do CNPJ do condomínio.“Essa iniciativa traz mais conforto, comodidade e agilidade aos administradores, uma vez que não precisarão aguardar em filas. O processo é concluído em poucos minutos”, aponta o gerente comercial da Safeweb, Luciano Schewe. Parte da documentação necessária está sendo preparada pela equipe da Imobiliária, contribuindo para que o tempo de atendimento seja breve. Ele detalha ainda que cada certificado possui uma característica matemática (um par de chaves assimétricas) que o torna único. “Isso permite que ele possa ser usado para identificar uma entidade no meio eletrônico sem erros, dando certeza da autoria, e para firmar documentos no ambiente virtual”, relata. Segundo o artigo 12 da Medida Provisória 2.200-1 de julho de 2001, a assinatura digital possui validade jurídica. Prevenindo custos extras Entre os benefícios da ação estão a simplificação do processo de recolhimento do FGTS, redução dos custos operacionais e disponibilização de um canal direto de comunicação com a Caixa, que é o agente operador do benefício. Assim como aumenta o sigilo das transações com o Fundo, diminui a ocorrência de inconsistências e a necessidade de regularizações futuras, eleva a proteção contra irregularidades e facilita o cumprimento das obrigações da empresa relativas ao Fundo de Garantia. Com relação às dificuldades que podem ser enfrentadas pelos síndicos ao não realizarem a certificação, Schewe destaca a impossibilidade de informar afastamentos, rescisões, recolhimentos de FGTS executados, entre outros, que geram despesas adicionais às edificações. Jens Voelcker ressalta também que para obter o documento é preciso que os condomínios possuam CNPJ e a convenção registrada em cartório. “Além disso, uma nova assinatura digital deve ser feita a cada mudança de gestor”, conclui. Organizando os papéis Importante reforçar que para a emissão do certificado digital não serão aceitas cópias autenticadas, apenas os originais. Convenção Condominial (registrada no Cartório de Registro de Imóveis) Ata de eleição do síndico registrada Cartão CNPJ do condomínio Documento de Identidade do síndico com foto recente (máximo 5 anos) e fé pública CPF (dispensável se constar no documento de identidade) Comprovante de endereço em nome do titular Certidão do instrumento de individualização do Condomínio emitida pelo cartório de Registro de Imóveis de sua localização* Lista de participantes da eleição do síndico, sendo obrigatória a participação de pelo menos um proprietário de imóvel localizado no condomínio (necessária a comprovação de sua propriedade e firma reconhecida do mesmo na referida Ata).* *Documentos exigidos para as edificações sem convenção registrada em cartório. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 35 segurança Condomínios mais seguros com o PPCI atualizado Manter o Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio em dia diminui as chances de incidentes e danos S aber como agir, conhecer as rotas de fuga da edificação e ainda contar com os equipamentos corretos são medidas essenciais que fazem a diferença em casos de incêndios. Para apontar os cuidados e adequar os recursos necessários, todos os condomínios são obrigados a elaborarem o seu Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e a contarem com o Alvará do Corpo de Bombeiros. O não cumprimento dessa regra – estabelecida pela Lei Estadual 10.987/97 e regulamentada através do Decreto Estadual 37.380/97 para todas as cidades gaúchas, com exceção de Porto Alegre* – acarreta notificação e penalidades. A multa pelo atraso na apresentação do PPCI é de 75 Ufirs (Unidade Fiscal de Referência – em agosto/2011 seu valor era de R$ 1,0641) e, nas situações de demora no atendimento à advertência, são cobradas 50 Ufirs para cada item não colocado ou regularizado. Para o engenheiro de Segurança do Trabalho Paulo Roberto Ferraz, da PRF Engenharia, na Capital gaúcha, o plano é um importante agente de precaução a incêndios e de redução dos danos causados por eles. Isso porque em sua definição são identificados os fatores de risco das construções e os sistemas de combate precisos, assim como a distribuição destes instrumentos nos pavimentos, considerando suas abrangências de atuação e as distâncias máximas a serem percorridas para alcançá-los. Entre os itens verificados estão as condições das saídas de emergência (proteção das escadas, guarda-corpos, corrimãos, sentido das aberturas das portas e obstrução das vias de evacuação) e das instalações elétricas e de gás. Além da existência de extintores de incêndio, alarme e detecção de incêndio, hidrantes, hidráulica automática (sprinklers), iluminação de emergência e treinamento de pessoal (básico e de Brigada de Emergência). Validade e fiscalização Ferraz explica que o PPCI é aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Após essa etapa, devem ser feitas as adequações e melhorias informadas no plano para que possa ser solicitada a vistoria, depois da qual é emitido o Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio pelos bombeiros. O engenheiro salienta que os dois documentos são a garantia de que a edificação está com todos os equipamentos aprovados e dispostos segundo a legislação vigente e que os mesmos estão em condições de uso.“Inclusive, o alvará deve ser renovado a cada dois anos para Corpo de Bombeiros de Porto Alegre 36 síndico 193 Corpo de Bombeiros de Porto Alegre ocupações de riscos leve (como os condomínios residenciais) e anualmente para as de médio e grande (como as edificações mistas – residencial e comercial)”, reforça. No Estado, a fiscalização é feita pelo próprio Corpo de Bombeiros, sendo que em Porto Alegre ela também é efetuada pela Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov). A elaboração do Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio deve ser executada por empresas ou profissionais liberais registrados no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado (Crea/RS), com supervisão do Responsável Técnico (engenhei- Saiba como prevenir as principais causas de incêndio em condomínios O engenheiro de Segurança do Trabalho Paulo Roberto Ferraz indica as ocorrências que mais oferecem riscos e as medidas de segurança a serem adotadas. Disposição irregular do gás de cozinha (GLP): a precaução começa com a adequação do local do botijão, que deve ser segundo as normas específicas e com a utilização de mangueiras e válvulas reguladoras de pressão padronizadas pelo Inmetro e dentro do prazo de validade. ro, engenheiro de Segurança do Trabalho ou arquiteto). A lei atual determina ainda o treinamento de condôminos. Na Capital, o curso de combate contra incêndio e básico em primeiros-socorros, ministrado pelos bombeiros, deve ser feito anualmente e tem duração de cinco horas/aula. O número de alunos varia conforme a área do local e quantidade de funcionários, de acordo com a Resolução Técnica do Corpo de Bombeiros nº14/2009. Já nas demais cidades, ele deve ser feito a cada cinco anos. *Em Porto Alegre, a obrigatoriedade do PPCI e do Alvará do Corpo de Bombeiros é definida pelo Código de Proteção Contra Incêndio do Município (Lei Complementar 420/98). Más condições das instalações elétricas: ao reformá-las é importante contratar profissionais e empresas legalmente habilitados, assim como evitar sobrecarregar as ligações existentes (evitando o excesso na utilização de “Tês”) e utilizar disjuntores adequados às instalações, de acordo com o projeto elétrico. Acidente doméstico: é preciso ter cuidado para não acender velas ou incensos próximos a materiais de fácil combustão (como papéis, cortinas, entre outros), não esquecer cigarros acesos enquanto for realizar outra atividade e não aquecer demasiadamente os óleos vegetais ao preparar frituras. Outubro-Novembro-Dezembro/2011 37 ADVOGADOS BOMBAS E MOTORES CAIXA D’ÁGUA - IMPERMEABILIZAÇÃO ALARMES ARQUITETURA CAIXA D’ÁGUA - LIMPEZA BOMBAS E MOTORES Outubro-Novembro-Dezembro/2011 39 ELEVADORES GRADES - PORTÕES hidrômetros engenharia IMPERMEABILIZAÇÕES EXTINTORES DE INCÊNDIO INCÊNDIO - PREVENÇÃO FACHADAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 40 síndico 193 LAUDOS - MARQUISES PINTURAS material de limpeza PAINÉIS DE MEDIDORES PINTURAS Outubro-Novembro-Dezembro/2011 41 PINTURAS PORTEIROS ELETRÔNICOS RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL portaria e limpeza segurança do trabalho TELHADOS portas automáticas PORTEIROS ELETRÔNICOS 42 síndico 193
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