Insulinoterapia na diabetes tipo 2: aspectos práticos
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Presentation title Insulinoterapia na Diabetes tipo 2 Aspectos práticos Teresa Dias Serviço de Endocrinologia do HSM. Lisboa Lisboa, Fevereiro de 2012 Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Pandemia da Diabetes em Portugal Prevalência Retinopatia • 12,3% Diabetes • 23,2% Pré-Diabetes 1/3 Cegas ou Amblíopes 4,2% 2,3% AVC população Portuguesa poderá ter diabetes no futuro 7,3% EAM 4,1% Hemodiálise 2,8% 25% Números Amputações Inf. • Aprox. 1 000 000 pessoas com diabetes • Aprox. 4 500 mortes • Risco de complicações graves Pé Diabético 1620 1876 Fonte: Estudo da Prevalência da Diabetes e suas complicações Numa coorte de pessoas com Diabetes – Médicos Sentinela; INSA Fonte: Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes 2010 Tratamento “tradicional” da Diabetes Diagnóstico de Diabetes Falência da Monoterapia Necessidade de Insulina Funçã nção células ß, % 100 Inércia Terapêutica 80 Monoterapia 60 Associação terapêutica dupla Associação de múltiplos fármacos +/- insulina Regimes baseados na insulina 40 20 Pré-Diabetes Diabetes 0 -10 0 10-20 Tempo aproximado (anos) NHANES=National Health and Nutritional Examination Survey. Lebovitz HE. Med Clin N Am. 2004;88:847–863; Turner RC et al. JAMA. 1999;281:2005–2012; UKPDS 16. Diabetes. 1995;44:1249–1258; Warren RE. Diabetes Res Clin Pract. 2004;65:S3–S8; Resnick HE et al. Diabetes Care. 2006;29:531–537; Koro CE et al. Diabetes Care. 2004;27:17–20. Evolução do Consumo de Insulina Mil unidades des de Insulina por mil il habitantes ha 0,450 0,400 0,350 0,300 0,250 0,200 0,150 0,100 0,050 0,000 2003 2004 2005 2006 2007 Alemanha Reino Unido Espanha Itália França Portugal 2008 Grécia Insulinização em Portugal Resistência do doente • A injecção dói • Vou ficar dependente da insulina • Vou engordar • Vou ter hipoglicemias • A minha vida vai mudar • Vou ser visto de modo diferente Resistência do médico • Atitude conservadora • Maior número de consultas (falta de disponibilidade) • Falta de experiência com insulinas Terapêutica com Insulina na DM2 Permite: • Repouso célula β • Controlo metabólico adequado • Anulação da glucotoxicidade • Melhoria da função insulino-secretora UKPDS: melhor controlo significa menos complicações Cada 1% redução na HbA1C Redução do risco* Morte relacionada com a diabetes -21% Eventos cardíacos -14% Complicações microvasculares -37% Doença vascular periférica -43% 1% * p < 0,0001 UKPDS 35, BMJ 2000; 321: 405-12 Algoritmo para o Tratamento da DM2 (ADA; EASD 2008) A consensus statement of the American Diabetes Association and the European Association for the Study of Diabetes A cada visita reforçar as intervenções sobre o estilo de vida e medir a HbA1C a cada 3 meses até que seja < 7%, depois pelo menos a cada 6 meses. As intervenções devem mudar se a HbA1C é ≥ 7%. Fase 1: No No diagnóstico: diagnóstico: Estilode devida vida Estilo + + Metformina 1.º Passo Fase 2: Terapêuticas bem validadas Estilo de vida + Metformina + Esquema intensivo com insulina Estilo de vida + Metformina + Insulina Basal Estilo de vida + Metformina + Sulfonilureaa 2.º Passo 3.º Passo Terapêuticas menos validadas Estilo de vida + Metformina + Pioglitazona Estilo de vida+ Metformina + Pioglitazona + Sulfonilureaa Estilo de vida + Metformina + Agonista GLP-1 b Estilo de vida + Metformina + Insulina Basal aSulfonylureas bInsufficient other than glybenclamide (glyburide) or chlorpropamide. clinical use to be confident regarding safety. Nathan et al., Diabetes Care 2008;31:1-11. No tratamento farmacológico da diabetes tipo 2, a insulina comparativamente aos restantes fármacos hipoglicemiantes, é o fármaco mais potente e o mais custo‐efetivo O tratamento da diabetes tipo 2 deve ter como objectivo principal o controlo da hiperglicemia, atingindo um valor de HbA1c inferior a 6,5 % A terapêutica com insulina deve ser instituída, sem demora apreciável, após terapêutica não farmacológica e farmacológica com antidiabéticos orais, quando estes se mostram insuficientes A terapêutica com insulina é iniciada com uma administração de insulina basal, de preferência ao deitar Considera‐se, ‐ que o tipo de insulina a prescrever é a isofânica ou NPH A utilização de análogos lentos, com perfis mais fisiológicos, é considerada uma alternativa, por induzir menos hipoglicemia e menor aumento ponderal em pessoas com: Níveis de incapacidade que impliquem a existência de cuidadores Após o início da terapêutica com NPH, apresentem hipoglicemias Duas administrações diárias de NPH Cardiopatia isquemica Idade avançada. Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Ava Avanços Evolução das Insulinas 1921 1923 1977 Tempo 2000 Estrutura da Molécula de Insulina Pro Thr Phe Phe Tyr Gly Arg Glu Gly Cys Lys B30 Thr Asn A21 Val Cys Tyr A1 Leu Gly Asn Tyr Ile Glu Leu Val Leu Ala Glu Gln Glu Gln Tyr Val Leu Cys Cys Thr Ser Ile Cys Ser Leu His Ser Gly B1 Phe Val Asn Gln His Leu Cys Estrutura dos Análogos de Insulina C14-FA Lys α-chain Gly S 1 S 25 Gln β-chain Cys S 1 His Ala Arg S lle Gln 10 15 S S 5 Arg Asp 20 5 Phe 29 Phe Gly Pro Phe Lys Lys Thr Pro 25 Gly His 10 Leu 20 15 Long-acting analogues Fast-acting analogues Insulin lispro Insulin aspart Insulin glargine Insulin detemir 30 Análogos Rápidos - Vantagens Melhoram o perfil glicémico pós-prandial Diminuem o risco de hiperglicemia precoce ou hipoglicemia tardia Atenuam o aumento de peso Têm maior flexibilidade Summet et al. CMAJ 2009;180:385-97 Hartman et al. Clinical Med Res 2008; 6: 54-67 Vantagens - Análogos Lentos Menor risco de hipoglicemia (nocturna e grave) Melhoria do perfil no período interprandial Melhoria da glicemia de jejum Menor aumento de peso Maior adesão (sem horários rigídos; em geral uma administração/dia) Summet et al. CMAJ 2009;180:385-97 Hartman et al. Clinical Med Res 2008; 6: 54-67 HbA1c (%) Detemir vs Glargina Detemir Glargina 9,0 8,0 7,0 0 12 28 36 52 NS 0,6 0,5 0,4 0,3 NS 0,2 0,1 0 Totais Nocturnas Alterações de peso (kg) Hipoglicemias (episodios/doente/mês) Semanas *p<0,001 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0 Detemir OD Glargina Rosenstocket al. Insulin Detemir added to Oral Anti-diabetic Drugs in Type 2 Diabetes Provides Glycemic Control Comparable to Insulin Glargine with Less Weight Gain. Diabetologia, 2008 BAS ASAL BOLUS Tipo de insulina Eli Lilly Sanofi Humana de acção curta Humulin® Regular aprovada pela FDA em 1982 (primeira proteína humana recombinante) Insulina Actrapid® Insuman® Rapid Análogo de acção rápida Humalog® Insulina lispro (primeiro análogo de insulina) Novorapid® Insulina aspártico Apidra® Insulina glulisina Humana de acção intermédia Humulin®-NPH Insulatard® Insuman® Basal Levemir® Insulina detemir Lantus® Insulina glargina Análogo de acção longa Humalog® Mix25 25% lispro, 75% lispro prot. PREMISTURA Novo Nordisk Novomix® 30 30% aspartico, 70% aspártico prot. Humalog® Mix50 50% lispro, 50% lispro prot. Bifásica Humulin® M3 30% humana de acção curta, 70% NPH Mixtard® 30 30% humana de acção curta, 70% NPH Insuman® Comb 25 25% humana de acção curta, 75% NPH FDA: US Food and Drug Administration; NPH: Neutral Protamin Hagedorn; prot.: protamine. Inicio de Acção Pico de Acção (efeito máximo) Duração de acção Análogo de insulina de acção rápida 10-15 minutos 60-120 minutos 3-5 horas Mesmo antes duma refeição Insulina (regular) de acção curta 30 minutos 2-3 horas Até 8 horas 30 a 45 minutos antes duma refeição Insulina de acção intermédia 1-3 horas 5-8 horas Até 18 horas Normalmente ao deitar Análogo de insulina de acção longa 90 minutos Não aplicável 16-24 horas Tipo de insulina Padrão de Insulina Altura de administração Via de administração Insulina Bolus subcutânea, intravenosa só em condições agudas Insulina Basal Normalmente ao deitar subcutânea subcutânea Premisturas Insulina Bifasica - - - Normalmente antes do pequenoalmoço e jantar Canadian Diabetes Association. Can J Diabetes 2008;32:S1-S201. subcutânea Análogo de Insulina Ultra Lenta Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Insulina na DM2 - Quando? Falência secundária aos ADO Corticoterapia Situações de infecção com hiperglicemia agravada Intolerância aos ADO Insuficiência renal ou hepática moderadas a graves Objectivos no Controlo Glicémico HbA1c Glicemia pré-prandial Glicemia pós-prandial (%) (mg/dl) (mg/dl) <7 70-130 < 180 IDF < 6,5 < 110 < 145 AACE < 6,5 < 110 < 140 SPD ≤ 6,5 <108 <140 ADA American Diabetes Association. Diabetes Care 2008;31(Suppl 1):S12–S54; American Association of Clinical Endocrinologists. Endocr Pract 2007;13(Suppl 1):1–68; Nathan D, e colab. Diabetes Care 2009;32(1):193–203; Federação Internacional da Diabetes. http://www.idf.org/webdata/docs/IDF%20GGT2D.pdf SPD. www.spd.pt Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Como Iniciar o Tratamento Que Insulina? Insulina basal uma vez por dia: Insulina detemir (Levemir®) Insulina glargina (Lantus®) Insulina de acção intermédia( > risco de hipoglicemia) Como Iniciar o Tratamento Que Dose? 0,2 U/Kg ou 10 U Análogo de acção longa ao deitar ou de manhã OU Insulina de acção intermédia ao deitar Reajustar secretagogos Manter metformina Como Administrar Insulina Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Ajuste de Dose 200 mg/dl 180 160 140 120 100 80 S 10 T Q Q +2 12 S S D +2 14 S T Q Q +2 xxx Glicemia jj diária; aumentar ou diminuir a insulina da noite conforme glicemia jj: ↑ 2 U de 3/3 dias até glicemia jj 70-130 mg/dL ↓ 4 U se hipoglicemia ou glicemia jj < 70 Auto-controlo: Insulina Basal Nocturna Antes Peq. Almoço Depois Peq. Almoço Antes Almoço Depois Almoço 2.ª feira 3.ª feira 4.ª feira 5.ª feira 6.ª feira Sábado Domingo Glicemia utilizada para o ajuste de dose (imprescindível) Glicemia opcional (aconselhada) Antes Jantar Depois Jantar Diabetes tipo 2 - Início e Ajuste de Insulinoterapia (ADA, EASD 2008) Iniciar insulina acção intermédia ao deitar ou insulina acção lenta ao deitar ou de manhã (10 U ou 0,2U/kg) Glicemia JJ diária; aumentar dose insulina 2U 3/3 dias até glicemia jj 70-130 mg/dL; 4U 3/3 dias se glicemia jj > 180 mg/dL HbA1c ≥7% 2-3 após meses Se hipoglicemia ou glicemia jj <70 mg/dL reduzir dose insulina do deitar 4U ou 10% (o que for maior) Manter regime. HbA1c cada 3 meses Não Sim Se glicemia JJ 70-130 mg/dL; determinar glicemias AA, AJ e deitar. Iniciar 2ª injecção insulina como abaixo. Iniciar c/ ~ 4U e ajustar 2U 3/3 dias até glicemias nos objectivos Se glicemia AA elevada adicionar insulina acção rápida ao PAa Se glicemia AJ elevada adicionar insulina NPH ao PA ou rápida ao almoço Ao iniciar insulina de acção rápida, parar ADO Não insulinosecretagogos Se HbA1c elevada, determinar glicemia 2h pós-prandial e ajustar dose insulina rápida pré-prandial Sim Se glicemia antes deitar elevada adicionar insulina rápida ao jantar HbA1c ≥7% após 3 meses JJ-jejum; AA-antes almoço; AJ-antes jantar; PA-pequeno-almoço a misturas insulina não recomendada durante ajuste; poderá ser usada jj e/ou AJ se proporções similares às doses insulina isoladas Diabetes Care, vol 31, nº12 Dec 2008 Tratamento com Insulina Possibilidade de hipoglicemia Alertar sinais e sintomas Ensinar a corrigir Insulina Background Insulina Humana e Análogos de Insulina Quando iniciar o tratamento Como iniciar o tratamento Ajuste de dose Resumo Resumo É importante iniciar precocemente a terapêutica com insulina, dado o carácter progressivo da DM2 A terapêutica tem que ser orientada individualmente, de acordo com os objectivos Os análogos de insulina permitem obter um bom controlo glicémico com menor risco de hipoglicemias, comparativamente com as insulinas humanas Mudar de insulina humana para análogos proporciona vantagens aos doentes
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