Jornal do - Sintrajuf/PE

Transcrição

Jornal do - Sintrajuf/PE
Jornal do
Sintrajuf PE
Filiado à Fenajufe e à CUT
Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal
em Pernambuco
Recife, julho de 2013
Juventude exige padrão Fifa nos serviços públicos
Editorial (Pág. 2)
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Servidores exigem
regulamentação da data-base
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Farinha pouca,
meu pirão primeiro
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Crimes da ditadura
devem ser punidos
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Jornal Sintrajuf-PE | Recife, julho de 2013
Editorial
Na luta, todos juntos e unidos: em defesa de nossas
organizações e pelo atendimento das nossas reivindicações!
A
juventude deu o pontapé inicial e o mês de junho foi to em torno da melhoria dos serviços público, e também os
marcado por manifestações em todo país. O movi- líderes das manifestações pacíficas, os representantes das
mento que se iniciou pela reivindicação da redução organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movida passagem se alastrou pelo país, não só por isso, mas por mentos de trabalhadores, das associações populares. E disse
melhorias nos serviços públicos, na saúde, na educação, na que precisava das contribuições das entidades.
segurança e no transporte público.
Nessas reuniões a presidente se comprometeu na elaboraUma mobilização que não se via desde a época do ‘Fora ção do Plano Nacional de Mobilidade; que todos os royalties
Collor’ volta às ruas e nem mesmo o futebol, que é a paixão do petróleo sejam gastos exclusivamente com a educação;
nacional, impediu que o jovem soltasse o grito que esta- contratação de médicos estrangeiros de forma emergencial
va preso na garganta, criticando o governo pelos gastos na para melhorar o SUS; e defendeu a proposta de uma Ascopa em detrimento dos servisembleia Constituinte exclusiva
(Foto: Priscilla Aguiar/Site Pernambuco de A-Z)
ços públicos.
para tratar da reforma polítiUma vitória parcial foi conca. Pressionada por setores da
quistada com a redução das
direita, voltou atrás nessa sua
passagens em diversas capitais,
proposta, limitando-se a um
abrindo um caminho importanplebiscito sobre os pontos da
te para a luta pelo passe-livre e
reforma política a ser feita pelo
pela estatização dos transportes
atual congresso nacional compúblicos.
pletamente desmoralizado.
Reflexões devem ser feitas. A
Como disse a presidente: o
ausência das entidades represenpovo quer mais. Por isso, é pretativas do movimento estudantil
ciso fazer o governo avançar e
levou a um movimento sem dipropor acabar com os leilões de
reção que, além da apresentapetróleo para empresas privação de justas reivindicações por
das e estrangeiras, além entremelhorias dos serviços públicos,
gar todo o petróleo para uma
abriu espaço para organizações
Petrobras 100% estatal, destide direita apresentar a sua paunando todos os recursos para
ta e também para os oportunisEducação, Saúde e Transporte.
Padre Reginaldo Veloso na passeata
tas vandalizar o movimento que
Para conquistar essas reide 26 de junho no Recife
buscava seguir pacificamente.
vindicações, se apoiando no
A grande mídia manipula, em
movimento de massa em curso,
nome do capital, e priorizava
é preciso unir os jovens e os
mostrar a violenta repressão da polícia nos confrontos com trabalhadores e, a partir de plenárias organizadas por suas
os manifestantes, tirando o foco da vitória, mesmo que par- entidades representativas, definir as reivindicações claras
cial, pela redução das tarifas das passagens em dezenas de dirigidas a Dilma. Assim a presidente pode adotar outra poestados e capitais.
lítica e cumprir o mandato para o qual foi eleita, investindo
Essa manipulação da mídia enalteceu a hostilidade aos nos serviços públicos (educação, saúde, transporte).
militantes de partidos, de sindicatos e das entidades estuNo dia 11 de julho, a CUT e demais centrais sindicais, endantis que sempre defenderam essas bandeiras e lutaram tidades dos movimentos estudantis e populares estão conpara conquistar a democracia que hoje temos. Eles foram vocando uma jornada nacional de luta, com manifestações,
agredidos nas ruas, durante as manifestações, quando luta- atos públicos, paralisações e greves para dar continuidade
vam ombro a ombro com a juventude.
a essa luta. A direção do Sintrajuf, somando-se a essa luta,
Pressionado pela massa nas ruas a presidente Dilma, no propõe que em cada local de trabalho sejam discutidas as
dia 21 de junho, disse que “muita coisa o Brasil ainda não reivindicações gerais da classe trabalhadora e as nossas reiconseguiu realizar por causa de limitações políticas e eco- vindicações particulares, para assim convocar uma assemnômica, e reconheceu a voz das ruas que quer mais. E para bleia geral para decidir como os trabalhadores do judiciário
dar mais, as instituições e os governos devem mudar”. Ela federal vão participar dessas manifestações para exigir as
recebeu os governadores e os prefeitos para um grande pac- mudanças que o país precisa.
E X P E D I E N T E
Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal em Pernambuco (Sintrajuf-PE)
Redação: Rua do Pombal, 52, Santo Amaro, Recife-PE, 50100-170 | Fone: (81) 3421.2608 | Fax: (81) 3221.3488 | Site: www.sintrajufpe.org.br | E-mail: [email protected]
Jornalista responsável : Carla Verçosa (DRT/PE 3076) | Projeto Gráfico/Diagramação: Ral (DRT/PE 1058)| Tiragem: 3.000 exemplares | Impressão: LM Gráfica (3231.3203)
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Jornal Sintrajuf-PE | Recife, julho de 2013
Servidores exigem
regulamentação da data base
A presidenta Dilma Rousseff promulgou em março a
Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho
(OIT). Ela estabelece o princípio da negociação coletiva para
trabalhadores do setor público.
A convenção foi ratificada pelo
governo brasileiro em 2010,
mas precisa ser adaptada à legislação nacional para entrar
em vigor. A partir do decreto,
o governo pode começar a discutir a regulamentação para
colocar em prática os princípios da convenção. Depois de
definidas, as regras têm que
ser aprovadas pelo Congresso
Nacional.
O Sintrajuf-PE e demais
organizações sindicais dos servidores públicos exigem a regulamentação para que seja
cumprido o direito efetivo à
negociação coletiva com implementação da data-base.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Vagner de Freitas, a assinatura do decreto é um avanço importante na implementação da Convenção 151. “É o
primeiro passo para termos a
regulamentação da negociação
no setor público. Agora temos
que chegar a um acordo e levar
ao Congresso”.
A Regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
foi um dos eixos prioritários da
CUT na 7ª Grande Marcha das
Centrais Sindicais a Brasília,
realizada em março. Durante
cerca de 40 anos, esse documento foi bandeira de luta em
manifestações e greves. Desde
que foi criada a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), na
década de 1940, os trabalhadores do setor privado têm direito à negociação, ao contrário
do setor público.
OIT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é
uma agência das Nações
Unidas fundada com representantes dos empregadores, trabalhadores e
governos, que estabelecem princípios e direitos
básicos no trabalho.
Convenção 151
Convenção 151 da OIT assegura, entre outros direitos:
> Data-base (negociação coletiva)
> Independência das organizações de trabalhadores da
função pública face às autoridades públicas;
> Proteção a liberdade sindical;
> Direito de participar e organizar atos que busquem
a ampliação dos direitos e melhorias nas condições de
trabalho;
> Permite a negociação das condições de trabalho entre
autoridades públicas interessadas e as organizações de
trabalhadores da função pública.
Luta dos servidores garante
Extinção da contribuição de servidores
aposentados continua sem votação
A Proposta de Emenda
Constitucional nº 555 (2006),
que trata da extinção gradual
da cobrança de contribuição
previdenciária sobre os proventos pagos pela Previdência Pública aos inativos, foi
aprovada na comissão especial e está pronta para votação em plenário, mas ainda
não há acordo para aprovação do texto. O relator do
parecer vencedor, deputado
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP),
espera que a pressão dê resultado. “A pressão dos trabalhadores é extremamente
importante, lamentavelmente esta Casa só funciona com
pressão.”
O objetivo é que a PEC
555/06 seja incluída, o mais
breve possível, na Ordem do
Dia da Câmara. Segundo o
Diap, mais da metade dos líderes partidários assinaram o
pedido de urgência no Congresso e a maioria dos parla-
mentares requereu inclusão
do projeto na pauta. Isso é um
reflexo das mobilizações das
organizações dos servidores
públicos.
A cobrança foi aprovada
em 2003 pela Reforma da
Previdência e instituiu desconto de até 11% sobre os
vencimentos que ultrapassarem o teto da Previdência
Social, hoje de R$ 4.159. A
PEC 555 está tramitando na
Câmara desde 2010 e quer
reduzir 20%, a cada ano, sobre o total cobrado dos inativos, até ficar completamente extinto, após os 65 anos
de idade.
Para a direção do Sintrajuf/
PE é necessário que o conjunto
dos servidores públicos se engaje para pressionar a votação
no plenário. Para pressionar a
votação do projeto, entre no
site (www.sintrajufpe.org.br)
do sindicato e envie uma carta
aos deputados.
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Jornal
Jornal Sintrajuf-PE
Sintrajuf-PE || Recife,
Recife, junho
julho de
de 2013
2013
STF quer aumentar salários
de cargos comissionados
Além disso, o Tribunal também pretende
criar novas vagas para essa função
Está no Congresso Nacional um
projeto de lei do Supremo Tribunal Federal (STF) para aumentar
a remuneração de ocupantes de
cargos em comissão no Judiciário,
os chamados CJ-3. O posto é ocupado por dirigentes e por assessores superiores. A justificativa é a
necessidade de equiparar os vencimentos com o de ocupantes de
cargos equivalentes no Executivo.
O aumento seria dado em três parcelas anuais. O valor final seria alcançado em 2015.
Os ministros também decidiram
enviar aos parlamentares outro
projeto de lei criando mais 33 cargos em comissão, com o objetivo
de aumentar o número de funcionários com cargo em comissão no
STF. A ideia é equiparar com o STJ,
onde há nove servidores desse tipo
por gabinete. No STF existem hoje
seis por gabinete. Para garantir a
equivalência, serão necessários
mais 33 servidores com a função.
“O aumento diferenciado evidencia quais são as prioridades dos
ministros do Supremo. Isso justifica a falta de empenho que eles
tiveram para apresentar um reajuste decente para os servidores”,
afirma a presidente do Sintrajuf/
PE Kátia Saraiva.
E os servidores têm que ouvir estas pérolas dos membros do STF, que não se
moveram para garantir o reajuste da categoria:
“
A remuneração desses servidores está muitíssimo defasada. Com essa remuneração não se consegue recrutar funcionários para o nível de direção e assessoramento superiores”.
A frase é do presidente do tribunal, ministro Joaquim Barbosa.
“
Nós sabemos que vem ocorrendo o achatamento das remunerações. Hoje, os
servidores em geral, e me incluo no gênero, não compram mais o que compravam
anteriormente. No Judiciário, está difícil arregimentar para esses cargos pessoal
gabaritado. A proposta é até módica, no que se prevê um escalonamento”, disse o
ministro Marco Aurélio Mello ao Jornal O Globo.
Projeto de Lei anistia grevistas do STF
A Fenajufe está atuando
no Congresso para os servidores que participaram da greve entre os dias 1º de janeiro
de 2009 e 31 de dezembro de
2011 sejam anistiados. Está
tramitando na Câmara dos
Deputados o PL 3806/2012
(Roberto Policarpo PT-DF) que
concede anistia aos servidores do Superior Tribunal de
Justiça durante a referida paralisação. No dia 28 de maio,
representantes da Fenajufe
estiveram na Câmara para
conversar com o deputado
Lúcio Vieira Lima (PMDB/BA),
relator do projeto.
No encontro, foi solicitado ao relator que incluísse
no projeto a anistia também
aos demais servidores do Poder Judiciário da União, que
se ausentaram do serviço por
adesão à greve, nos mesmos
moldes dos companheiros do
STJ.
O deputado mostrou-se
favorável ao pleito, mas disse
que não seria possível fazer
uma emenda de mérito ao
PL 3806/2012 no atual estágio de sua tramitação. Então,
ele sugeriu a apresentação
de um novo Projeto de Lei.
Com isso, a Fenajufe já encaminhou uma minuta desta
solicitação ao deputado, para
que ele apresente este novo
projeto.
Com objetivo é resolver as
pendências de greve dos ser-
vidores do Judiciário Federal,
a Fenajufe continua acompanhando este assunto no Congresso Nacional, tanto o PL
3806/2012 como esta nova
reivindicação.
O Sintrajuf encaminhará material para o deputado
historiando a situação do TRT
de Pernambuco quanto à greve de 2010 e também enviará
carta dirigida à Fenajufe para
que todos os sindicatos façam
o mesmo.
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Jornal Sintrajuf-PE | Recife, julho de 2013
Farinha pouca,
meu pirão primeiro
Auxilio-alimentação: paridade e isonomia só cabem para a magistratura;
quando a matéria trata de servidores a interpretação é diferente
No dia 12 de junho, ao
avaliar o recurso da União,
a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais (TNU)
reformou acórdão da Turma Recursal de Sergipe que
havia concedido a equiparação do auxílio-alimentação, tendo como base o
valor pago no Tribunal de
Contas da União, com referência na isonomia entre
servidores ocupantes do
mesmo cargo, prevista na
lei 8.112/90, o Regime Jurídico Único dos Servidores
Públicos Federais.
O relator do processo,
o Juiz Federal Rogério Moreira Alves, ao apreciar o
recurso da União, considerou em seu voto que a
constituição somente garante isonomia de vencimentos, de forma que não
serve de fundamento para
estabelecer equiparação
de
auxílio-alimentação,
verba com natureza indenizatória.
Enquanto isso, recentemente, com o argumento
de que juízes e procuradores devem ter paridade, o
CNJ aprovou o pagamento
retroativo de auxilio alimentação para a magistratura, referente ao período
de 2004 a 2001.
No texto, o CNJ argumentou que a Loman es-
taria em desacordo com a
Constituição ao não prever o pagamento dos benefícios já previstos para
integrantes do Ministério Público. Além disso, o
texto assinado por Peluso
trata como “discriminação” o pagamento do auxílio apenas para os procuradores da República. E
sugeriu que o pagamento
serviria para “preservar a
magistratura como carreira atrativa face à paridade
de vencimentos”.
A decisão do CNJ que
garantirá o auxílio-alimen-
tação aos juízes trará uma
despesa de 100 milhões
para a União e não terá o
poder de reaver aos cofres
públicos aproximadamente R$ 250 milhões que os
tribunais de outros estados
já pagaram aos magistrados, aposentados ou não.
Enquanto que para os servidores, de acordo com a
Advocacia-Geral da União
(AGU) a decisão traria uma
despesa de apenas R$ 94
milhões. Sem falar nos juí-
zes federais que também
serão beneficiados com a
decisão.
Nada contra ao pleito
da magistratura , mas defendemos isonomia de tratamento entre servidores
e magistrados e não vamos
aceitar calados o ditado
popular, que diz:
“NA ÉPOCA DA FARINHA
POUCA, O MEU PIRÃO PRIMEIRO.”
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Jornal Sintrajuf-PE | Recife, julho de 2013
Direção do Sintrajuf/PE
reúne-se com presidente do TRT
A direção do
Sintrajuf/PE, em
audiência requerida
pelo sindicato,
reuniu-se com o
novo presidente do
Tribunal Regional
do Trabalho (TRT)
Ivanildo da Cunha
Andrade no dia
17 de maio. No
encontro, foram
discutidos os
seguintes assuntos
de interesse da
categoria:
PLANO DE SAÚDE – O
principal tema abordado
pela presidente do Sintrajuf, Kátia Saraiva, foi
o exorbitante aumento no
plano de saúde dos servidores. Segundo levantamento feito pelo sindicato, o
novo valor contratado com
a Unimed, em decorrência
da exigência de licitação,
é maior que em muitos regionais. Kátia argumentou
que o aumento do serviço
em mais de 40% justifica
um ato da administração
do tribunal de solicitar
verba suplementar ao TST
para melhoria do auxílio
saúde.
O benefício de R$ 280,00
é inferior ao teto em vários
estados, e, associado ao
elevado custo do plano de
saúde torna a situação insustentável. Por isso, o Sintrajuf/PE sugeriu que houvesse uma análise maior
entre os interessados para
equalizar a situação.
O presidente do TRT
Direção do Sintrajuf discute assuntos de interesse dos servidores com o presidente do TRT
afirmou que esse assunto
é deliberado no CSJT e se
dispôs a levar o pleito ao
Coleprecor, para que o colegiado se dirija ao TST e
solicite verba suplementar
para os regionais que se
encontrem nessa situação,
sugerindo que essa também
fosse uma ação nacional do
sindicato e da Fenajufe.
PROCESSO
JUDICIAL
ELETRONICO - O Sindicato também solicitou que o
tribunal observasse possíveis reclamações relativas
à saúde que os servidores
possam apresentar no desenvolvimento de suas atividades no Processo Judicial Eletrônico (PJE). Desconforto visual ou locomotor pode surgir e o serviço
de saúde deve acompanhar
os servidores como forma
de prevenir doenças. O sindicato também relatou os
problemas no sistema operacional indicados pelos
servidores que refletem no
trabalho cotidiano. Outro
ponto levantado foi a preocupação do Sintrajuf com a
qualificação dos servidores
para operar o PJE, sugerindo ao tribunal a realização
de treinamento onde foi
detectada as necessidades
da categoria. Os principais
problemas apontados pelos
servidores abordados foram: lentidão do sistema,
inexistência de algumas
etapas processuais em desenvolvimento, falta de
conhecimento do sistema
pelo próprio suporte do
TST, movimentos repetitivos com o mouse.
pliação do atendimento do
serviço de saúde, incluindo
odontologia (o aumento no
quadro funcional depende
de aprovação de projeto de
lei que foi enviado); novas
instalações para o departamento de informática;
negociação para instalação
de câmeras de segurança
nas proximidades da Sudene. Informou ainda sobre
o andamento do projeto
da nova sede para as varas
do trabalho. Nesse aspecto, o sindicato defendeu a
posição de que seja sede
própria e financiada com
recursos da União.
INCIATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO - Ivanildo Andrade informou alguns encaminhamentos que estão
sendo dados para melhoria
do bem estar dos servidores e membros da Justiça
do Trabalho. A instalação
da biblioteca no prédio da
Sudene; a construção de
novas instalações para am-
IMPLANTAÇÃO DA LEI
12744/12 - O Sintrajuf
questionou a demora no
reenquadramento dos Auxiliares Judiciários, considerando que a lei é auto-apicável e alguns tribunais já
fizeram a regulamentação.
O presidente informou que
está aguardando a regulamentação do CSJT.
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8º Congrejufe
Congresso polêmico deixa de fora
os principais interesses da categoria
O 8º. Congrejufe aconteceu de 26 a 30 de abril, em
Caeté/MG. Com a participação de 481 delegados e 60
observadores foi comemorado os 20 anos de luta da
Fenajufe.
O Sintrajuf/PE esteve
representado pelos delegados, Argissa Pereira
(TRF), Carlos Felipe (TRT),
Edmilson Marinho(JF), Isaac Oliveira(JF), Jacqueline
Albuquerque(TRT),
Kátia Saraiva(TRT), Paulo Abreu(TRT), Antonio
Queiroz(JF) e Simone Coelho (TRF)
Convocado para discutir
a pauta de reivindicações
que vão nortear as lutas da
categoria para o próximo
período, o congresso não
atingiu o seu objetivo. Só
foi possível debater a conjuntura e desfiliação da Fenajufe da CUT, e o abaixoassinado pela anulação da
reforma da previdência.
As polêmicas geradas
pelo grupo Luta Fenajufe
e Anata travaram o andamento do Congresso. Todo
debate que estava previsto
para discutir e deliberar as
políticas permanentes da
federação e o plano de lutas foi prejudicado, por isso
foi necessária a convocação
de uma plenária extraordinária que somente ocorrerá
no final de agosto.
Durante todo congresso uma estranha aliança
se fortaleceu. A decisão
para desfiliar a Fenajufe
da CUT só ocorreu porque
os representantes do “Luta
Fenajufe” , grupo ligado à
CONLUTAS (PSTU/PSOL) fizeram um acordo com uma
associação chamada ANATA,
e que desde a sua aparição
tem se mostrado hostil à
Federação e aos sindicatos.
Esse acordo já vinha sendo desenhando em várias assembleias que elegeram os
delegados. Inclusive chegou
ao ponto do grupo Luta Fenajufe ( PSTU/PSOL) fechar os
olhos para tentativa de compra de votos na assembleia de
eleição do delegados do DF,
por parte de membros da
ANATA.
É importante lembrar
que toda memória política
da Fenajufe foi gestada no
seio da CUT, que é contrária a esses métodos. Foi a
partir dos princípios da CUT
que aprendemos a respeitar
as organizações sindicais, a
solidariedade de classe e a
autonomia perante governos e patrões.
Nova direção é eleita
em congresso
Para a direção da Fenajufe quatro chapas se ins-
creveram. A chapa 1- Juntos somos Fortes; a Chapa
2- Luta Fenajufe; A Chapa
3- Mais Fenajufe; e a Chapa 4 - Por uma nova Fenajufe.
Com base na proporcionalidade qualificada,
critério estatutário da federação, todas as chapas
estão representadas na
nova direção da FENAJUFE. A diretora do Sintrajuf/PE , Jacqueline Albuquerque, foi reconduzida a direção da Fenajufe
pela Chapa 1.
Para Jacqueline, a
Plenária Extraordinária
terá a responsabilidade
de cumprir o papel que
o Congresso não foi capaz de fazer, que é planejar ações políticas dirigidas ao governo e aos
tribunais, para conquistar nossas reivindicações
específicas como a redução da Jornada para Seis
horas, a unificação dos
benefícios no Judiciário
e MPU, a melhoria salarial, o plano de carreira,
dentre outras. Também
devemos nos unir com os
demais servidores para
lutar pela revogação da
reforma da previdência
e pela regulamentação
da Convenção 151 da OIT,
com a implantação da
data-base, do direito de
greve e da ampliação da
liberação dos dirigentes
sindicais . É hora de deixarmos as divergências
de lado e unir esforços
para conquistar as reivindicações.
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Crimes da ditadura devem ser punidos
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgou no final de maio um
balanço parcial das atividades do primeiro ano de trabalho
D
e acordo com o relatório dos 13 grupos de trabalho da
Comissão Nacional da Verdade, foram colhidos 268
depoimentos de vítimas,
testemunhas e agentes da
repressão da ditadura civilmilitar. Destes, 207 eram
vítimas e testemunhas de
graves violações aos direitos
humanos durante o regime
militar imposto pelo golpe
de 1974. Neste período, a
CNV percorreu todas as cinco regiões do país e realizou
15 audiências públicas em
nove estados da Federação.
A Comissão deverá ter seus
trabalhos prorrogados pela
presidenta Dilma até o final
de 2014.
Em 2001 o Governo Federal criou a Comissão de
Anistia, em 2012 a Comissão Nacional da Verdade.
O relatório final da CNV
terá um capitulo das recomendações,
instando
ao Ministério Público fundamentar denúncias para
que a justiça seja feita aos
que cometeram crimes de
lesa-humanidade. Existem
defensores de que a Lei
de Anistia seja revista por
impedir hoje a responsabilização de agentes públicos que cometeram graves
violações aos direitos humanos.
Comissão da CUT será
instalada – A CUT terá uma
Comissão Nacional de Memória, Verdade e Justiça
com o propósito de resgatar a história dos trabalhadores e dos movimentos
sociais durante os 21 anos
do golpe militar. O obje-
tivo é fortalecer o Grupo
de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores
e ao movimento sindical
no âmbito da Comissão Nacional da Verdade.
O golpe de 64 no Brasil
foi contra os trabalhadores da cidade e do campo,
estudantes e outros brasileiros que defendiam a
Constituição e a democracia. No 1º de abril daquele
ano cerca de 300 sindicatos sofreram intervenção,
com uso até de tanques
de guerra. Os sindicalistas
combativos, de diretorias
democraticamente eleitas, foram substituídos
por interventores do Ministério do Trabalho. Milhares de militantes foram
torturados e mortos. Muitos corpos até hoje não
foram encontrados.
Para o Sintrajuf/PE, é
inadmissível que tamanha
atrocidade permaneça secreta e impune. Esses crimes bárbaros devem ser
resgatados e punidos. Nada
justifica o contrário.