Fevereiro
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Fevereiro
Ano XVI Nº 154 FEVEREIRO 2008 R$ 2,00 www.uruatapera.com Linhão da Calha Norte vai sair do papel este ano LEGENDA Há décadas, a Eletronorte desistiu da UHECachoeira Porteira e desde 1995 projeta a transposição para a margem esquerda do rio Amazonas. USINAS E SUBESTAÇÕES FUTURO EXISTENTE USINAS E SUBESTAÇÕES FUTURO EXISTENTE Usina Térmica 500 kV Usina Hidrelétrica 230 kV Subestação Cidade 138 kV 69 kV CONJUNTURA | PÁG 7. PLURAL BOLSA TRABALHO EDUCAÇÃO Olhares sobre 238 jovens a História, de Oriximiná vida & arte beneficiados Professores do interior atendidos Walcyr Monteiro, Ademar Amaral, José Wilson e Vicente Malheiros da Fonseca. Parceria do Município com o Estado viabilizou maior alcance social. Prefeitura de Oriximiná construiu residência para oferecer conforto aos docentes. COLUNAS | PÁGS 6 e 8 . COTIDIANO | PÁG 2. ARGEMIRO DINIZ e Ivanise Gasparim: oportunidade à juventude SEDUTOR DO FUNDO DOS RIOS E não é que a lenda tem fundamento científico? Pesquisadores concluíram que, sim, o boto Tucuxi corteja as fêmeas - de sua espécie. REGIONAL | PÁG 6. COTIDIANO | PÁG 2. SEGURANÇA PM inova em reciclagem e integração O coronel Osmar Costa Jr. está mudando a imagem da PM no oeste do Pará. CIDADES | PÁG 3. "O BOTO NÃO DORME no fundo do rio, seu dom é enorme, quem quer que o viu que diga, que informe se lhe resistiu..." ( maestro Waldemar Henrique) PALESTRA de Francisco Florenzano 2 COTIDIANO zFEVEREIRO - 2008 Sapucuá receberá nova escola municipal SALETE MARINHO O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, acompanhado do secretário municipal de Infra-Estrutura, Helvécio Guerreiro, e do vereador Xito Viana, visitou a comunidade do Amapá, na região do Lago do Sapucuá. Na oportunidade, foi executada a medição da área onde será construída uma escola de Ensino Fundamental. Segundo o vereador Xito Viana, o benefício é re- HELVÉCIO GUERREIRO, Argemiro Diniz e Xito Viana sultado de uma solicitação da comunidade junto à Câmara Municipal de Oriximiná. O projeto foi aprovado e o prefeito Argemiro Diniz logo atendeu. “Hoje estamos aqui tirando as medidas da área para iniciar a construção do prédio. Será uma escola com seis salas de aula, área administrativa adequada e uma quadra esportiva do tamanho certo para atender as atividades dos alunos, principalmente na época do festival da mandioca, que já é tradicional nesta comunidade”, revelou o prefeito Argemiro Diniz. Gilberto Pimentel, que vive há muitos anos na comunidade Amapá, disse que se sente satisfeito com o início do projeto e com a atenção do prefeito. “Não agüentava mais ver os meus filhos estudando numa escola onde, em época de cheia, o prédio ficava praticamente todo dentro d’água, mas agora, acreditamos que as nossas crianças irão se desenvolver melhor, assim que esse prédio ficar pronto”, elogiou. De acordo com Argemiro Diniz, a obra deve ficar pronta em meados de junho e será entregue à comunidade Amapá totalmente equipada, com recursos materiais e humanos. Professores do interior ganham alojamento da Prefeitura FOTOS BRUNO GIVONI Os integrantes do corpo docente da Escola São Sebastião receberam as chaves da residência construída especialmente para abrigá-los com conforto e segurança. Sensibilizado com as condições habitacionais dos professores da comunidade Tabocal (Estrada do BEC), que deixam suas famílias na cidade para trabalhar na área rural, o prefeito Argemiro Diniz resolveu construir a obra, que ficou pronta em menos de 30 dias. “Investir em Educação é uma de nossas prioridades. E com a construção des- te alojamento os professores serão beneficiados com moradia digna”, ressaltou Argemiro. Os professores reclamavam que a situação da antiga casa não atendia as necessidades essenciais. “O local onde nós ficávamos estava com a estrutura abalada e com este novo lar estamos felizes, pois a casa é bonita e ampla. Somos gratos FESTA no ato da entrega da casa para hospedar os professores, que se sentiram incentivados e em segurança ao prefeito Argemiro Diniz, por ter mandado construir este prédio”, declarou a coordenadora da comunidade, Joelma Printes da Silva. No ato da entrega esteve presente uma comitiva da Prefeitura Municipal, composta pelo prefeito Argemiro Diniz, o vice-prefeito Rober- to Souza, a secretária de Educação Iza Fernandes, a secretária de Trabalho e Promoção Social Maria Bentes Diniz e o vereador Xito Viana. A casa destinada aos professores tem quatro quartos, sala, cozinha, pátio e dois banheiros sociais, e foi resultado de um pleito de Xito Viana. Bolsa Trabalho beneficia 238 jovens oriximinaenses Centenas de jovens entre 18 e 29 anos de idade, concluintes e que ainda estão cursando o ensino médio em Oriximiná receberam o cartão para o saque do auxílio financeiro de R$ 70 mensais da “Bolsa Trabalho”, o programa do governo do Estado que promove a inclusão social e profissional. Participaram na cerimônia de entrega o prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, a secretária de Estado de Trabalho, Emprego e Renda, Ivanise Coelho Gasparim, os diretores das Escolas Estaduais de Ensino Médio Padre José Nicolino de Souza e Dr. Almir Gabriel, professor Rosinaldo e Professora Luciene Maria, a secretária municipal do Trabalho e Promoção Social, Maria Diniz, e o diretor municipal de Educação, Jonaso Dias, representando a secretária Iza Fernandes. Os jovens se manifestaram agradecendo ao governo do Estado e ao Município pela Diretora-Editora responsável Franssinete Florenzano Colaborador especial Emanuel Nassar Editoração eletrônica Calazans Souza Fotolito e impressão Rua Gaspar Viana, 778 Tel. 0xx91.32300777 iniciativa de proporcionar aos jovens oriximinaenses a oportunidade de se qualificar para o mercado de trabalho. Argemiro Diniz defendeu a educação como o melhor caminho. “Há 10 anos nem sonhávamos em ter um núcleo universitário da UFPA e hoje isso é uma realidade; então, com essa oportunidade do Governo do Estado, certamente os jovens serão qualificados”, realçou, após assinar convênio de cooperação técnica para operacionalização do Bolsa Trabalho no município. Argemiro também informou aos bolsistas que naquele momento estava complementando o benefício com mais R$ 30 para somar R$100. EM BUSCA DA CIDADANIA, a juventude aproveitou a chance SECRETÁRIAS Ivanise Gasparim e Maria Diniz, e diretoras COOPERAÇÃO técnica entre Município e Estado QUALIFICAÇÃO para quem está começando no mercado PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS TELEFONES ÚTEIS Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319 Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681 Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072 Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371 Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224 Hospital Municipal – (93) 3544 1370 www.uruatapera.com [email protected] Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169 Av. Independência, 1857 Oriximiná-PA. CEP 68270-000 Tel/Fax. 0xx91.32221440 CNPJ 23.060.825/0001-05 Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587 Fórum – (93) 3544 1299 Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119 Polícia Civil – (93) 3544 1219 Defensoria Pública – (93) 3544 4000 CIDADES FEVEREIRO - 2008 z informes Oriximiná vai ganhar roteirização turística A provado depois de sete anos tramitando, o projeto que institui o Dia Nacional do Imigrante Italiano em 21 de fevereiro retorna ao Senado, para sanar inconstitucionalidade formal. Uma vez sancionado, as escolas públicas e particulares deverão incluir, em seus calendários de eventos, atividades alusivas à data. A iniciativa homenageia o imigrante italiano que aqui se instalou, se fez gente nossa e, contribuindo com seu trabalho, engajado nas nossas lutas, fez prosperar cidades inteiras, construiu escolas, igrejas, restaurantes, hospitais e cultivou a terra. Famílias inteiras deixaram seus sonhos e amigos na velha Itália e vieram em busca de novos horizontes.Trouxeram consigo seus hábitos, tradições, formação profissional e moral e enriqueceram a nossa cultura. Fazendo jus ao verdadeiro celeiro de belezas naturais que encerra em seu território, o município de Oriximiná vai elaborar o Plano de Utilização e Roteirização do Sítio Pesqueiro Lago do Salgado, em parceria com a Companhia Paraense de Turismo (Paratur) e as Secretarias de Estado de Pesca e Aqüicultura (Sepaq) e de Meio-Ambiente (Sema). O trabalho de roteirização turística será executado entre os dias 19 e 26 de fevereiro. Oriximiná fica situada no pólo Tapajós, e um de seus maiores eventos é o Torneio de Pesca Esportiva, realizado anualmente em agosto, que atrai grande número de turistas. “Aproveitando esse fluxo, que não é apenas no período de realização do evento, será estabelecido um roteiro de acordo com os atrativos que já foram mapeados durante o zoneamento turístico, levando em consideração a infra-estrutura e o envolvimento das comunidades no fortalecimento da atividade na região”, explica Argemiro Diniz, revelando que a Prefeitura está trabalhando em conjunto com o Governo do Estado para oferecer de cursos de capacitação, de acordo com a demanda turística, incrementando a economia local com a abertura de novos postos no mercado de trabalho. “Um dos objetivos CORREDEIRAS em Cachoeira Porteira é gerar emprego e renda; a comunidade está inserida no processo de capacitação profissional e atendimento ao turista, por meio de cursos de mecânico de motor de lancha e manipulação de alimentos, entre outros”, informa o prefeito, para quem a parceria torna a ação mais completa, com impactos maiores na região. “A união entre Estado e Município proporcionará a organização de todos os atores envolvidos na atividade do turismo de pesca”, ressalta. PM incentiva integração do efetivo à sociedade O coronel PM Osmar da Costa Júnior, comandante do Policiamento Militar Regional I, promoveu um curso de capacitação para policiais militares, organizado pelo comandante da Polícia Militar de Oriximiná, capitão Marcelo Ribeiro, com apoio da Prefeitura local. Foram ministradas palestras sobre Noções de Direito, Polícia Comunitária, Relações Interpessoais, Pronto Socorrismo (em parceria com a Universidade Federal Fluminense - UFF), Rádio Patrulhamento e Técnicas de Abordagem e Defesa Pessoal, além da palestra ministrada pelo secretário municipal de Planejamento, Francisco Florenzano. O curso durou quatro dias, com carga horária de 12 horas. Todo o efetivo da 12ª CIPM sediada em Oriximiná participou, além do Destacamento de Óbidos e os comandantes dos destacamentos PM de Faro, Terra Santa, Juruti e Curuá. Segundo o capitão Marcelo Ribeiro, a idéia é integrar a polícia com a sociedade. “Temos que entender duas coisas: O policial não é inimigo, e sim amigo da população. Então precisamos quebrar esses paradigmas. Policial Militar capacitado é cidadania garantida”, argumentou. através da Secretaria de Saúde e Saneamento, e Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e propõe as especificidades da Amazônia quanto às questões sanitárias, em especial no que diz respeito à formação, capacitação continuada e fixação de recursos humanos para a área de Vigilância Sanitária, de modo a atender as demandas da extensão territorial, barreiras geográficas e dificuldades de acesso, dentre outras. A idéia surgiu a partir da interlocução de profissionais Conhecida como “cidade das ladeiras”, berço de grandes nomes da literatura paraense, como Inglês de Souza, Óbidos tenta deixar para trás a estagnação econômica. Com as obras de drenagem recém-inauguradas finalmente deverão acabar os alagamentos e a erosão pluvial constantes na época do período chuvoso. Experiência inédita INTEGRAÇÃO do policiamento à comunidade Além de contar com o apoio de várias entidades, Marcelo Ribeiro enfatiza o apoio maior da Prefeitura de Oriximiná.“A gente deve agradecer ao prefeito Argemiro Diniz. Que polícia não estaria satisfeita com todo esse aparato que a PMO dá para a PM?” concluiu. de Vigilância Sanitária dos municípios do Baixo Amazonas com os representantes do Núcleo de Promoção e Vigilâncias do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e da Anvisa. As discussões serão focadas na necessidade de fazer e pensar a gestão de Vigilância Sanitária de forma descentralizada na região amazônica, para fortalecer a qualificação da gestão local e a autonomia dos municípios na definição de estratégias para superar os problemas de saúde. 19 municípios do Oeste do Pará e limítrofes do Estado do Amazonas vão participar. Aberto a todos, o Encontro será custeado pela Anvisa e pelo Município de Oriximiná, com apoio da Mineração Rio do Norte. 15 titulares e 15 suplentes integram o Conselho Juruti Sustentável. Três empresas, três membros do poder público e nove representantes de movimentos sociais do município dão forma à nova instituição, cujo modelo será testado nos próximos seis meses. Juruti quer desenvolver suas próprias habilidades sociais e econômicas. Oito câmaras técnicas nas áreas de Saúde, Educação, Meio Ambiente, Segurança, Infra-Estrutura e Saneamento, Cultura e Turismo, Desenvolvimento Rural, Economia e Trabalho vão captar e debater demandas sociais para subsidiar o Conselho. Uma vez criado o grupo definitivo, cada mandato terá duração de um ano. Relegados ao abandono 30 mil pessoas estão desassistidas em Prainha porque o único hospital do município entrou em reforma em maio de 2006 e deveria ficar pronto em março de 2007. Mas com a mudança de governo a liberação de recursos foi suspensa e o hospital transferido para um galpão de um clube de futebol, sem a menor condição de funcionamento, até hoje. Paquiderme estatal Como se não bastasse a precariedade da maioria absoluta dos embarcadouros no Pará – sem estação de passageiros nem terminal de embarque, as pessoas se equilibram em cima de balsas flutuantes e pranchas – os barcos não cumprem horários nem data para as viagens. Afinal, para que existe a Arcon? A Prefeitura de Oriximiná, através da Secretaria de Infra-Estrutura, fez uma alteração no tráfego de automóveis na Passagem Antônio de Souza Bentes, que divide os dois mercados. agora é só para quem vem pela 24 de Dezembro”, detalha Argemiro. A Seinfra está trabalhando na confecção de placas de sinalização para orientar melhor os condutores de veículos. Enquanto isso, Policiais Militares auxiliam os motoristas, esclarece o prefeito. A idéia agradou pedestres e até mesmo os con- Enxurrada, não! Os obidenses aguardam os prometidos recursos para a reforma do mercado de peixe e a conclusão das obras do hospital municipal, além das ações dos programas Água para Todos e Bolsa Trabalho. Para a construção do cais de arrimo da cidade, Ana Júlia Carepa anunciou que o Ministério da Integração vai liberar mais de R$ 3 milhões. Mudança de tráfego A Passagem fica entre a avenida 24 de Dezembro e rua Barão do Rio Branco. Para melhorar o tráfego ela passa a ter um só sentido, como explica o prefeito Argemiro Diniz. “A mudança se faz necessária para possibilitar o ordenamento do tráfego, melhorar a segurança no trânsito e evitar acidentes. Então, quem descia pela Barão não vai mais poder. O sentido Apesar de Santarém não ter projeto de mineração em seu território, em 2007 mais de R$ 45 milhões circularam no município, só em compras diretas de materiais e serviços feitos para mineradoras. A Associação Comercial local tem seu próprio programa de certificação de empresas, com Selo de Gestão de Qualidade, e é parceira ativa do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) e programas de certificação como o Procem. À espera de $$$ I Encontro de Vigilância Sanitária no Baixo Amazonas No período de 26 as 29 de fevereiro acontece em Oriximiná o I Encontro Regional de Vigilância Sanitária do Baixo Amazonas. O evento é promovido pela Prefeitura Municipal, Capital de giro Embaralhou geral Está para lá de complicada a negociação para fechar os acordos entre os partidos aliados da prefeita Maria do Carmo Martins Lima, em Santarém. Não é fácil juntar a turma, principalmente PT, PMDB, PSB e PDT. SENTIDO único para evitar acidentes nas ruas asfaltadas dutores de veículos. “Achei muito bom porque a gente não vai mais ter que esperar um carro descer para poder subir”, disse um taxista. “Eu gostei muito... É melhor para atravessar a rua”, completou um vendedor. Gregos & troianos Em Oriximiná tem muita gente empenhada em intrigar Argemiro Diniz com Luiz Gonzaga Viana. Júnior Ferrari está de olho na cizânia para aproveitar a brecha e pegar o apoio do PMDB e PT para tentar a eleição. 3 4 BALANÇO zFEVEREIRO - 2008 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2007 Senhores Acionistas, A Diretoria Executiva da Mineração Rio do Norte S.A. (MRN), em cumprimento às disposições legais e estatutárias, apresenta relatório com o resumo dos principais acontecimentos do ano de 2007, juntamente com as Demonstrações Financeiras e o Parecer dos Auditores Independentes. PRINCIPAIS DESTAQUES DE 2007 O foco permanente nas oportunidades de melhoria em seus processos levaram a MRN a concluir o ano de 2007 com produção recorde de 18,06 milhões de toneladas de bauxita, marca histórica com crescimento de 1,7%, em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 17,75 milhões de toneladas. Outros recordes também foram destaque nas operações da empresa. A Ferrovia encerrou o ano com 18,6 milhões de toneladas de bauxita transportadas, também superando a marca de 2006 em 2%, quando foram transportadas 18,2 milhões de toneladas. As vendas atingiram 17,88 milhões de toneladas, com crescimento de 4,7% em relação a 2006, a receita líquida cresceu 10,6%, para R$ 994,4 milhões e o EBITDA atingiu R$ 571,2 milhões, 14,7% maior que em 2006. seus cônjuges participaram de palestras e treinamentos, envolvendo temas como, plano de saúde, empreendedorismo em parceria com o Sebrae, nanças pessoais e investimentos. A partir de 2008, o programa passa a ser desenvolvido com empregados que estão por aposentar nos próximos dois anos e não apenas no ano do desligamento da empresa. curativa a 18 comunidades compostas por remanescentes de quilombos, que habitam as margens do alto-rio Trombetas. Mensalmente, um barco equipado e com médicos, enfermeiros e técnicos da área da saúde se desloca de Santarém e permanece por até cinco dias na região realizando o atendimento de aproximadamente 2 mil pessoas. SEGURANÇA O ano de 2007 foi marcado pelo segundo melhor desempenho em segurança do trabalho, nos 28 anos da empresa. Essa conquista é devida ao comprometimento de líderes e liderados no processo de capacitação e de gestão de segurança. A empresa deu prosseguimento à implantação de ferramenta de segurança que estimula o comportamento seguro e pró-ativo. O objetivo é identicar os comportamentos de risco, visando controlá-los e eliminá-los, assim como reforçar positivamente os comportamentos seguros, durante as atividades desenvolvidas por todos na organização. A empresa colaborou com o desenvolvimento de diversas ações sociais nas cidades de sua área de inuência. Em Terra Santa, foi inaugurado o prédio da Escola Municipal Simone das Neves Pinheiro, onde, desde março de 2007, estudam 90 crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais. As taxas de freqüência de acidentes, calculadas por um milhão de horas trabalhadas, foram as seguintes: Taxas de freqüência (*) MRN CONTRATADAS 2007 2006 2007 2006 0,60 0,63 0,53 0,80 1,19 2,22 4,00 4,29 1,79 2,85 4,54 5,09 As ações de promoção de Segurança do Trabalho também renderam à companhia o segundo melhor desempenho de sua história. Para empregados da MRN, a taxa de freqüência, para cada um milhão de horas de exposição, em 2007, foi de 1,79, contra 2,85 em 2006. Já para empregados das empresas contratadas, a taxa de freqüência cou em 4,54, contra 5,09 em 2006. ACIDENTES PRODUÇÃO E VENDAS Em 2007, a MRN atingiu novo recorde, produzindo 18,06 milhões de toneladas de bauxita, o que representa um aumento de 0,31 milhão de toneladas (1,7%) em relação à produção de 2006. (*) Acidente por um milhão de horas trabalhadas. O volume de bauxita vendida em 2007, atingiu 17,88 milhões de toneladas, representando um aumento de 0,79 milhão de toneladas (4,6%) em relação ao volume vendido em 2006. 68,8% das vendas foram destinadas ao mercado interno, suprindo as renarias da Alunorte e da Alumar, 12,2% foram destinadas ao Estados Unidos, 9,8% ao Canadá e 9,2% a países europeus. Os teores médios de qualidade do minério obtidos em 2007 foram de 49,33% de alumina disponível (49,35% em 2006) e 4,75% de sílica reativa (4,43% em 2006). As variações em relação aos dados de pesquisa e planejamento das áreas mineradas caram dentro dos limites de desvios aceitáveis. GESTÃO DA QUALIDADE A MRN mantém um programa consistente de gestão da qualidade, focado em treinamento e desenvolvimento das pessoas, gerenciamento da rotina e gerenciamento por diretrizes visando à melhoria permanente de seus processos. Implantado em 2006, o Lean-Seis Sigma tem o objetivo de aumentar a eciência e a otimização dos processos. Em 2007, foram treinados 24 “Champions”, responsáveis por estruturar os projetos, 11 “Black Belts”, líderes de projetos no âmbito da empresa, 24 “Green Belts”, líderes no âmbito da sua área, 124 “Yellow Belts”, responsáveis pelo gerenciamento da rotina nas seções com introdução do controle estatístico de processos, e 589 “White Belts”, que trabalham na solução de problemas, por meio do CCQ e 5S, na base da estrutura. Treze projetos foram concluídos, contribuindo com redução de custos e aumento de produtividade em diversos processos da MRN. Outros dez projetos encontram-se em andamento. Já consolidado na empresa, o 5S é um programa que, por meio de boas práticas, proporciona ambientes favoráveis para atingir resultados de qualidade, com menores riscos de acidentes e maior preservação ambiental. De acordo com a metodologia do programa atualmente em prática na MRN, a empresa foi dividida em 116 ambientes. Desse total, 112 foram certicados, sendo 18 no 3ºS, 19 no 4ºS e 75 no 5ºS. O programa CCQ (Círculos de Controle de Qualidade) conta com um forte envolvimento e comprometimento dos empregados da MRN e de empresas contratadas e é um fator de excepcional motivação das pessoas. Em 2007, os 154 grupos, compostos por 829 circulistas, concluíram 301 projetos de melhoria no ano, chegando a um total acumulado de 2.409 projetos desde o início do programa, em 1997. O programa conta com a adesão de 62,8% do quadro total. O Sistema de Gerenciamento de Riscos, procura denir riscos relacionados a saúde e segurança ocupacional, produção, nanças e impactos ambientais. O mesmo é parte da rotina dos gerentes, que planejam ações para a redução dos níveis de risco, da empresa. Para o aprimoramento da gestão de riscos, a empresa está alocando recursos no desenvolvimento de software especíco, cuja implantação está prevista para 2008. RECURSOS HUMANOS A valorização e o desenvolvimento da mão-de-obra regional são premissas da MRN desde o início das operações em 1979. O efetivo médio foi de 1.319 empregados, sendo 81,1% originados do Pará e totalizando 84,4% da Região Norte. A produtividade por empregado cou em 13.691 toneladas. Através de seu Sistema de Gestão, a MRN mantém uma política de qualicação constante do seu quadro de pessoal. Em 2007, foram empregadas 4,4% das horas trabalhadas em atividades de treinamento e desenvolvimento. Os principais treinamentos foram direcionados a segurança e saúde no trabalho, meio ambiente, qualidade, responsabilidade social e técnicas operacionais especícas. Em ns de 2007, a MRN consolidou parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet/PA), que proporcionará a formação de técnicos em Mineração, Mecânica e Eletrotécnica em Porto Trombetas, com início em março de 2008. O Programa de Gestão por Competências encontra-se em fase nal de implantação e será uma importante ferramenta gerencial, consolidando os “gaps” em relação às competências requeridas para cada pessoa e permitindo o direcionamento dos planos de treinamento para suprir essas carências, em alinhamento com os negócios da MRN. Na área de Gestão de Clima, foram implementadas ações conjuntas envolvendo Desenvolvimento de Lideranças, Comunicação e Marketing Interno, Programa de Relacionamento com o Empregado e Monitoração do Clima Organizacional. O Programa de Relacionamento com os Empregados visa manter aberto um canal de comunicação entre empregados e empresa. Para tanto, são realizadas reuniões periódicas entre líderes e liderados, ocasião na qual os empregados têm a oportunidade de levantar dúvidas e questões que estejam lhe causando insatisfação e ainda indicar sugestões de melhorias. A MRN considera sua Política de Benefícios um importante fator de integração com o empregado e seus dependentes, pois apresenta, de um lado, o compromisso da companhia com o bem-estar e a qualidade de vida do empregado e, do outro, um conjunto de estímulos para o engajamento do empregado com os objetivos da empresa. Comafastamento Semafastamento Total MRN + CONTRATADAS 2007 2006 0,56 0,73 2,67 3,34 3,24 4,06 Diversas ações foram tomadas visando reduzir a exposição das pessoas ao risco de acidentes. Entre elas, destacam-se melhorias no ambiente de trabalho, como a adoção do projeto de Segregação de Pessoas e Equipamentos, com a instalação de corredores de segurança em áreas operacionais. Foram instalados em pontos estratégicos da empresa 14 desbriladores, que buscam garantir socorro em caso de parada cardiorrespiratória. Em junho de 2007, foi contratada uma empresa especializada para qualicar 15 instrutores, que treinaram 56 socorristas e 107 pessoas em primeiros socorros básicos, ressuscitação cardiopulmonar e uso do desbrilador, em Porto Trombetas. O sistema de gestão de segurança da MRN foi auditado por representantes dos acionistas, em novembro de 2007. Ao todo, foram 15 protocolos referentes a saúde, segurança, meio ambiente e relações comunitárias. A MRN evoluiu positivamente em quase todos os protocolos, quando comparada com a avaliação realizada também pelos representantes das empresas acionistas em 2004. Para um padrão de avaliação com escala de zero a 5 pontos, a MRN passou de um rating de 3,8 pontos, em 2004, para 4,2 pontos, em 2007. Desde 2004 a MRN está certificada na norma OHSAS 18001. Esse estímulo foi transferido para as empresas contratadas e hoje as cinco com maior número de funcionários (GRSA, Electron, DService, Souza Terraplenagem e Mavefer) também têm seus processos totalmente ou parcialmente certificados nessa norma. SAÚDE OCUPACIONAL Foram concluídos em 2007 os estudos para validação do método de termograa cutânea, exame que detecta com mais eciência lesões por esforço repetitivo e doenças osteomusculares. Em 2008, ele passa a ser utilizado nos exames clínicoocupacionais, que em 2007, somaram 1.394. Outras futuras ações, decorrentes de estudos ao longo do ano, são o Laboratório do Sono e o Gerenciamento da Fadiga, que passam a compor o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. O programa realizou levantamento epidemiológico detalhado das condições de saúde dos trabalhadores da MRN, não apenas com foco em saúde ocupacional, mas também abrangendo uma investigação das doenças de ocorrência mais comuns entre a população de um modo geral. Nesse sentido, o programa passou a identicar o absenteísmo referente a doenças, que em 2007, cou em 0,74%, contra, 0,65% em 2006. MEIO AMBIENTE Em 2007, foram plantadas 413 mil novas árvores de espécies nativas numa área total de 243,7 ha., sendo 106,6 ha. na mina do Aviso, 105 ha. na mina do Almeidas, 20,5 ha. na mina Papagaio e 11,6 ha. na mina Saracá. Até maio de 2008, a MRN terá plantado mais de 7 milhões de árvores. Para o processo de reorestamento, foram produzidas 524 mil mudas no horto orestal. Outras 150 mil foram adquiridas de produtores de comunidades locais. Os recursos nanceiros aplicados em ações de controle ambiental somaram R$ 28,4 milhões entre investimentos e custeio. Com o objetivo de vericar a similaridade das orestas replantadas e originais em 2007, a MRN deu início a um trabalho de revisão da metodologia adotada no monitoramento, que terá duração de dois anos, visando a construção de um índice de restauração para as áreas reorestadas. Os resultados práticos serão usados na melhoria do programa de reabilitação das áreas mineradas. Para o desenvolvimento do índice proposto, serão avaliadas as variáveis referentes a dinâmica dos reorestamentos e da regeneração natural de espécies arbóreas, fertilidade do solo, entomofauna, mastofauna, avifauna, herpetofauna e mesofauna do solo. Ainda nesse âmbito, o monitoramento por técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) conrmou o desenvolvimento adequado dos castanhais do platô Almeidas, onde é desenvolvido o projeto de enriquecimento das espécies no local. Nos nove castanhais existentes foram identicados 1.112 indivíduos da espécie. Até o nal da etapa de reorestamento de 2007, cinco castanhais receberam 1.800 novas mudas. A conabilidade dos índices de particulados e gases lançados no ar foi uma das atenções da empresa, que implantou o sistema de monitoramento nas chaminés dos secadores de minérios e da usina termelétrica II, possibilitando a coleta de informações on line e a atuação imediata em eventuais desvios. RELAÇÕES COM A COMUNIDADE Em 2007, a MRN prosseguiu com o apoio ou desenvolvimento de projetos sociais em parceria com as comunidades, tendo também realizado o II Encontro de Responsabilidade Social de Porto Trombetas, que contou com a exposição dos projetos em estandes, apresentações culturais, ocinas e shows com artistas da região. O projeto Escola do Campo conquistou, em Santiago do Chile, a segunda posição no BHPB HSEC Awards - 2007, na categoria Community, sendo premiado como Highly Commended, em iniciativa promovida pela acionista BHP Billiton. O projeto, resultado da parceria da MRN com a Prefeitura Municipal de Terra Santa, busca capacitar os alunos na prática de agricultura no currículo do ensino fundamental das escolas do município. Atualmente o projeto atende 1.400 jovens. Durante o ano, também foram dados importantes passos no projeto de Implantação de Sistemas Agro-orestais, nas comunidades de Boa Nova e Saracá, no lago Sapucuá, em Oriximiná. Dentre as principais ações, se destacam o plantio de 12 mil mudas de espécies orestais e frutíferas em áreas preparadas pelos comunitários, além de hortas nas escolas das comunidades e da realização de diversos cursos, como o de beneciamento da farinha de mandioca. O projeto benecia 70 famílias nas duas comunidades. No município de Faro, foi realizado um curso de Suporte Básico de Vida (Primeiros Socorros), beneciando 29 prossionais da área da saúde do município, habilitandoos para atendimentos emergenciais. O curso foi realizado por prossionais da MRN, habilitados em resgate. Pelo programa Micro-Sistemas e Poços Artesianos, foram construídos quatro poços artesianos e micro-sistemas de abastecimento de água nas comunidades do Boa Vista, Casinha (lago Sapucuá) e lago Batata, no município de Oriximiná, melhorando a qualidade de vida da população e beneficiando mais de 100 famílias. INVESTIMENTOS Em 2007, a companhia investiu R$ 78,9 milhões. O recurso foi destinado a controle ambiental (R$ 11,3 milhões), pesquisa geológica (R$ 6,2 milhões), nova frota de equipamentos de mineração (R$ 14,4 milhões) substituição de equipamentos e atualização tecnológica (R$ 21,1 milhões), estudos e projetos relacionados à matriz energética (R$ 1,6 milhão), segurança ocupacional (R$ 7,2 milhões), abertura de novas minas (R$ 13,1 milhões) e (R$ 4,0 milhões) em outros projetos. RESULTADOS ECONÔMICO-FINANCEIROS A receita líquida em 2007 foi de R$ 994,4 milhões, R$ 95,0 milhões superior à receita líquida de R$ 899,4 milhões obtida em 2006. Apesar de a apreciação do real frente ao dólar norte-americano ter inuenciado negativamente a receita em 13,3%, o aumento do volume de vendas em 4,7% e o aumento dos preços em dólares de 19,2% proporcionaram um crescimento da receita líquida de 10,6% em 2007, comparado com 2006. O custo dos produtos vendidos em 2007, excluída a depreciação, foi superior ao custo de 2006 em 5,4%. Enquanto a receita líquida por tonelada vendida cresceu 5,7%, o custo unitário cresceu 0,7%, principalmente devido ao menor impacto dos preços de combustíveis em 2007 e a programas de redução de custos implantados no decorrer do ano. O EBITDA (resultado operacional antes da depreciação, despesas nanceiras e imposto de renda) foi de R$ 571,2 milhões contra R$ 497,9 milhões em 2006, representando um acréscimo de 14,7%, inuenciado pela receita líquida maior (10,6%) e pelo custo das vendas proporcionalmente menor. O lucro líquido foi de R$ 432,1 milhões, 26,8% superior ao lucro de 2006, de R$ 340,8 milhões. Contribuiram para esse aumento, além dos resultados operacionais, as despesas financeiras líquidas das receitas que, em 2007, ficaram em R$ 9,9 milhões, contra R$ 11,4 milhões em 2006, com redução de 13,2% e variação cambial líquida positiva de R$ 30,4 milhões, contra R$ 13 milhões em 2006. No ano de 2007, a geração líquida de divisas foi de US$ 113.3 milhões (US$ 196.9 milhões em 2006), proveniente da balança comercial (US$ 169.6 milhões), fluxo de capitais (-US$ 46.7 milhões) e pagamento de serviços (-US$ 9.6 milhões). A MRN recolheu aos cofres públicos, incluindo retenções, R$ 154,4 milhões em impostos e contribuições (R$ 158,2 milhões em 2006), assim distribuídos: 2007 ICMS Compensação nanceira pela exploração de recursos minerais Pis e Cons Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido Contribuições previdenciárias Outros impostos 2006 25,7 24,0 29,8 27,2 27,7 39,2 40,5 24,6 6,6 38,4 22,2 6,7 A redução do Pis e Cons deve-se à liquidação do REFIS em fevereiro de 2007. DESAFIOS Dentre os principais desaos da MRN para 2008 e anos seguintes, destacam-se: • Iniciar a execução dos projetos de abertura de novas minas para garantir o atual nível de produção; • Avaliar alternativas que possam permitir novos incrementos no nível de produção atual; • Continuar trabalhos do projeto de recuperação na planta de beneciamento; • Prosseguir com estudos de redução da umidade do produto da planta de beneciamento; • Continuar os estudos de alternativas para a mudança da matriz energética; • Implementar programas de melhoria contínua, visando aperfeiçoar os processos operacionais e reduzir custos; • Manter e aprimorar as relações com seus empregados, com as comunidades e com os diversos públicos da empresa; • Potencializar a utilização das ferramentas do Lean-Seis Sigma; • Estudar alternativas para reduzir a emissão de CO2 da empresa, através de redução do consumo de combustíveis e avaliação de fontes alternativas de combustíveis; • Dar seqüência aos trabalhos de pesquisa geológica, objetivando conhecer com maior precisão os recursos minerais da MRN. A Diretoria Executiva da MRN agradece a todos que contribuíram para os resultados alcançados em 2007, especialmente, aos seus empregados e acionistas. Porto Trombetas, 11 de janeiro de 2008. Em 2007, o programa Começar de Novo, que auxilia os empregados no processo de aposentadoria, foi retomado com novo foco. Ao longo do ano, 25 empregados e O Projeto Quilombo fechou o ano comemorando uma importante marca na redução da desnutrição infantil para apenas 8% das crianças beneciárias, contra 39% em 1999, quando o projeto foi iniciado. O Projeto Quilombo é uma parceria da MRN com a Fundação Esperança de Santarém, e tem por objetivo levar saúde preventiva e BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006 (Em milhares de reais) Nota ATIVO explicativa 2007 2006 CIRCULANTE Disponibilidades Contas a receber de clientes Estoques Outros ativos circulantes Total do ativo circulante 3.186 90.197 45.688 4.589 143.660 58.451 61.598 47.138 6.655 173.842 537.248 504.193 587 910.962 32.185 943.734 1.480.982 463 943.751 17.590 961.804 1.465.997 LUCRO BRUTO RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS Gerais e administrativas Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas (16.130) 2.176 (15.850) 3.982 1.624.642 1.639.839 LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 462.772 392.678 NÃO CIRCULANTE Realizável a longo prazo: Depósitos judiciais Permanente Investimento Imobilizado Intangível Total do permanente Total do ativo não circulante 3 15 4 6 7 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO PASSIVO NÃO CIRCULANTE Exigível a longo prazo: Empréstimos e nanciamentos Imposto de renda e contribuição social diferidos Provisão para contigências Provisão para reorestamento e fechamento de minas Outras obrigações Total do exigível a longo prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social Reservas de capital Reserva de lucros Total do patrimônio líquido TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006 (Em milhares de reais) RECEITA BRUTA DE VENDAS Nota explicativa 2007 15 1.078.323 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Impostos incidentes sobre vendas (83.891) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 5 TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE Fornecedores Empréstimos e nanciamentos Salários, provisões e contribuições sociais Impostos a recolher Imposto de renda e contribuição social a pagar Impostos parcelados Dividendos a pagar Provisão para reorestamento e fechamento de minas Outras obrigações Total do passivo circulante Diretoria Executiva 33.436 79.204 15.270 9.626 6.334 431.147 1.858 1.279 578.154 30.469 440.176 15.311 8.888 6.882 989 339.752 2.046 1.580 846.093 8 13 11 12 261.477 76.830 41.114 56.632 19.423 455.476 46.446 64.058 42.155 43.296 12.906 208.861 14 478.494 16.819 95.699 591.012 473.516 16.666 94.703 584.885 1.624.642 1.639.839 8 9 10 14 12 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS RESULTADO FINANCEIRO Receitas nanceiras Despesas nanceiras Variação cambial, líquida 16 LUCRO OPERACIONAL RESULTADO NÃO OPERACIONAL IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Capitalizado Corrente Diferido LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Lucro líquido do exercício por lote de 1.000.000 de ações (em R$) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações nanceiras. 994.432 899.416 (513.354) (494.870) 481.078 404.546 40.772 (50.668) 30.417 53.172 (64.574) 13.027 483.293 394.303 (822) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 482.471 13 2006 976.167 (76.751) (2.761) 391.542 (5.131) (32.425) (12.772) (4.859) (29.572) (16.303) 432.143 340.808 720,24 568,01 (CONTINUA) BALANÇO FEVEREIRO - 2008 z 5 (CONTINUAÇÃO) DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006 (Em milhares de reais, exceto dividendos por milhões de ações) Reserva de lucros Reservas de capital Nota explicativa SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 Capital social Incentivos scais 468.236 6.829 Aumento de capital Reserva para aumento de capital - Isenção de IR Lucro líquido do exercício Reserva legal Dividendos estatutários e propostos (R$ 566,25 por lote de milhões de ações) 5.280 - SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 Aumento de capital Reserva para aumento de capital - Isenção de IR Lucro líquido do exercício Reserva legal Dividendos estatutários e propostos (R$ 718,58 por lote de milhões de ações) Lucros acumulados legal 10.258 - 1.056 340.808 (1.056) 4.859 340.808 - (339.752) (339.752) (5.280) 4.859 - - - - 473.516 6.829 9.837 94.703 - (4.978) 5.131 - 996 - 6.829 9.990 4.978 - 13 478.494 Total 93.647 - 14 14 SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 Isenção de imposto renda - 578.970 - 584.885 432.143 (996) (431.147) 5.131 432.143 (431.147) - 591.012 95.699 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações nanceiras. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 (Em milhares de reais) DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006 (Em milhares de reais) Nota explicativa 2007 2006 ORIGENS DE RECURSOS Recursos originados das operações (conforme abaixo) Captação de empréstimos e nanciamentos de longo prazo Outras obrigações 514.151 250.000 24.128 408.498 46.446 36.101 Total das origens 788.279 491.045 APLICAÇÕES DE RECURSOS Aumento do realizável a longo prazo Aquisição de bens do imobilizado Transferência do exigível a longo prazo para o passivo circulante Dividendos estatutários e propostos Total das aplicações 4.399 78.870 14 AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO VARIAÇÕES DO CAPITAL CIRCULANTE Ativo circulante: No início do exercício No m do exercício Passivo circulante: No início do exercício No m do exercício AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006 (Em milhares de reais) Nota explicativa 2007 2006 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro líquido do exercício Ajustes para reconciliar o lucro líquido do exercício com o caixa gerado pelas atividades operacionais: Depreciação e amortização Provisão para perdas com a desvalorização de ativos - Materiais de almoxarifado Provisão para contingências Imposto de renda e contribuição social diferidos Isenção de imposto de renda a capitalizar Valor residual do ativo imobilizado baixado Atualização monetária depósito judicial Provisão para reorestamento e fechamento de minas Encargos nanceiros provisionados 3.868 82.843 36.106 431.147 550.522 19.700 339.752 446.163 237.757 44.882 173.842 143.660 (30.182) 174.393 173.842 (551) 846.093 578.154 (267.939) 891.526 846.093 (45.433) 237.757 44.882 432.143 340.808 13 13 11 110.863 (47.740) 1.610 12.772 5.131 (628) 514.151 106.383 (67.220) 195 16.303 4.859 7.170 408.498 5 12 (Aumento) redução nos ativos operacionais: Contas a receber de clientes Estoques Depósitos judiciais Outros 15 5 Aumento (redução) nos passivos operacionais: Fornecedores Impostos parcelados Impostos a recolher Salários, provisões e encargos sociais Imposto de renda e contribuição social Provisão para reorestamento e fechamento de minas Outras obrigações e contas a pagar Caixa gerado pelas atividades operacionais 10 9 12 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aquisição de imobilizado Caixa aplicado nas atividades de investimento DEMONSTRAÇÕES DOS RECURSOS ORIGINADOS DAS OPERAÇÕES Lucro líquido do exercício Itens que não afetam o capital circulante: Depreciação e amortização Variações monetárias e juros de longo prazo Valor residual do ativo imobilizado baixado Imposto de renda e contribuição social diferidos Isenção de imposto de renda a capitalizar Provisão para contingências Total originado das operações 11 13 13 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Captação de empréstimos e nanciamentos Pagamento de empréstimos e nanciamentos Pagamento de dividendos Caixa aplicado nas atividades de nanciamento 340.808 110.863 106.383 2.686 (628) 12.772 5.131 1.610 (32.660) 2.780 (11.111) 1.545 7.170 16.303 4.859 195 (42.510) 6.090 (19.470) (28.599) (1.236) (395) 1.942 69.797 (17.552) (2.084) 228 1.325 (989) 738 (41) (548) (5.041) 6.215 496.957 7.577 (20.849) (3.110) 3.148 (1.807) (2.842) (4.162) 449.717 (77.228) (77.228) (80.573) (80.573) 380.565 (515.807) (339.752) (474.994) 458.080 (360.683) (412.996) (315.599) (55.265) (53.545) AUMENTO (REDUÇÃO) DO SALDO DE DISPONIBILIDADES DISPONIBILIDADES Saldo inicial Saldo nal 432.143 3 INFORMAÇÕES ADICIONAIS Juros pagos durante o exercício Imposto de renda e contribuição social pagos no exercício Valores a pagar a fornecedores referentes à aquisição de imobilizado 58.451 3.186 4.906 58.451 (43.690) (32.614) 3.912 (49.198) (31.821) 2.270 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações nanceiras. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 (Em milhares de reais) 1. CONTEXTO OPERACIONAL A Mineração Rio do Norte S.A. é uma empresa de capital fechado, localizada em Oriximiná – PA, cujos acionistas são a Companhia Vale do Rio Doce, Alcan Participações Ltda., BHP Billiton Metais S.A., Companhia Brasileira de Alumínio, Alcoa Alumínio S.A., Norsk Hydro Brasil Ltda., Alcoa World Alumina LLC e Abalco S.A. (Nota 14). Suas atividades consistem na extração, no beneciamento e na venda de minério de bauxita. As vendas de minério, efetuadas para os próprios acionistas da Sociedade, ou por meio deles ou para suas controladoras e ligadas, são regidas, principalmente, por contratos de longo prazo, que estabelecem condições de mercado e equivalentes entre os acionistas. As quantidades vendidas para cada empresa são conrmadas anualmente e podem apresentar pequenas variações. Os preços praticados, em dólares norte-americanos, são calculados segundo fórmulas especícas. As contas a receber decorrentes da venda de minério têm prazo médio de vencimento de 30 dias. Caso o acionista adquirente não realize a compra da quantidade mínima de bauxita denida em contrato, a Sociedade poderá oferecer a referida quantidade a terceiros pelo preço denido pelo adquirente, desde que não seja inferior a 90% do preço denido em contrato. Nesse caso, a Sociedade será reembolsada da diferença de preço incorrida na transação. Além disso, se a quantidade mínima de bauxita que deixar de ser comprada não for produzida, o adquirente pagará à Sociedade o equivalente à margem líquida que resultaria dessa transação, descontados os eventuais ganhos pela não-produção da bauxita que seria comercializada. Em 31 de dezembro de 2007, a Sociedade apresenta um capital circulante líquido negativo de R$ 434.494 (R$ 672.251 em 2006), que resulta da parcela do depósito judicial referente ao processo de redução do capital (Nota 5) paga com recursos próprios, e dos dividendos que estão propostos no exercício. A Administração, baseada no plano de negócios da Sociedade, está convicta de que as operações comerciais que se realizarão no próximo exercício serão sucientes para atender aos compromissos de curto prazo. Além disso, a Administração avalia que a capacidade de geração de caixa da Sociedade permite a renovação dos empréstimos de curto prazo ou a troca para linhas de crédito de longo prazo. A Sociedade gerencia suas relações com o meio ambiente como fator estratégico, tendo como premissa o pleno atendimento da legislação aplicável, e as diretrizes e normas internas. Adota rigoroso programa de gestão ambiental como forma de minimizar os impactos de sua operação de mineração, em conformidade com a norma ISO 14001, na qual é certicada tanto para suas operações industriais quanto para o núcleo urbano de Porto Trombetas, bem como atua de forma permanente no monitoramento, revegetação, desenvolvimento de mudas e atividades educativas voltadas para seus empregados e para a comunidade. 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS As demonstrações nanceiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, sendo as principais práticas resumidas a seguir: a) As disponibilidades compreendem os valores de caixa, bancos e aplicações nanceiras que podem ser resgatadas a qualquer tempo pela Sociedade. Essas aplicações são registradas ao custo acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço, que não excedam o respectivo valor de mercado. b) Os estoques estão avaliados ao menor valor entre o custo médio de aquisição ou extração e o valor de mercado. c) O imobilizado e o intangível estão demonstrados ao custo de aquisição, corrigidos monetariamente até 31 de dezembro de 1995. As adições a partir de 1º de janeiro de 1996 estão avaliadas ao custo de aquisição. A depreciação e amortização são calculadas pelo método linear, com base na vida útil-econômica estimada dos bens. Os custos iniciais de exploração e desenvolvimento de jazidas minerais foram capitalizados, e a exaustão é calculada com base na relação entre o volume produzido e a capacidade estimada das reservas minerais. Os demais custos de exploração são reconhecidos nos custos de produção, quando incorridos. d) Os empréstimos e nanciamentos estão atualizados pelas taxas contratuais na data de encerramento dos exercícios. e) A partir do exercício de 2005 adotou o pronunciamento SFAS 143 assets retirement obligations à provisão para reorestamento e fechamento de minas. Os gastos com a recuperação do meio ambiente e fechamento das minas são registrados levando-se em consideração os seguintes aspectos: - Os gastos relacionados ao atendimento de regulamentos ambientais são capitalizados no ativo intangível quando incorridos em contrapartida à provisão para reorestamento e fechamento da mina; - A amortização do ativo leva em consideração o prazo estimado de produção de minério; - As estimativas dos custos são baseadas em laudos técnicos de empresa especializada em gestão ambiental e estão contabilizadas levando-se em conta o valor presente das obrigações, descontadas a uma taxa livre de risco de longo prazo; - As estimativas de custos são revistas anualmente, com a conseqüente revisão do cálculo do valor presente, ajustando-se os valores de ativos e passivos já contabilizados em contrapartida com o resultado. f) O imposto de renda (IRPJ) e a contribuição social (CSLL) foram calculados com base no lucro presumido à alíquota de 15%, acrescida do adicional de 10% para IRPJ e de 9% para CSLL. g) As contingências passivas estão provisionadas por valores julgados sucientes pelos administradores e assessores jurídicos para fazer face às ações consideradas de êxito remoto. h) As receitas e despesas são reconhecidas no resultado do exercício pelo regime de competência. i) Os demais ativos e passivos estão demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes rendimentos e encargos incorridos até a data do balanço. j) A preparação das demonstrações nanceiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil requer que a Administração faça uso de estimativas e premissas relacionadas com o registro e a divulgação de ativos, passivos, receitas e despesas nas demonstrações nanceiras. Os resultados efetivos podem diferir dessas estimativas e premissas utilizadas. As principais estimativas relacionadas às demonstrações nanceiras referem-se ao registro da provisão para contingências e à provisão de reorestamento e fechamento de minas, dentre outras. 3. DISPONIBILIDADES Em 31 de dezembro, o saldo de disponibilidades inclui o caixa e bancos além de aplicações resgatáveis a qualquer momento, realizadas em instituições nanceiras de primeira linha, como se segue: 2007 2006 Caixa e bancos Títulos e valores mobiliários Total 135 3.051 3.186 327 58.124 58.451 4.ESTOQUES Em 31 de dezembro, o saldo de estoques era composto como se segue: Bauxita: Minerada Britada Lavada Úmida Seca Materiais de consumo e outros Total 2007 2006 87 460 2.800 20.496 368 24.211 21.477 45.688 127 444 4.286 13.672 3.351 21.880 25.258 47.138 5. DEPÓSITOS JUDICIAIS Em 31 de dezembro, o saldo de depósitos judiciais era composto como se segue: Tributos federais sobre operação de redução de capital (*) Outros Total 2007 2006 537.155 93 537.248 501.129 3.064 504.193 (*)Redução de capital A Sociedade foi autuada pela redução de seu capital social realizada em 22 de julho de 1999. Em 16 de abril de 2003, a Sociedade recebeu a citação nº 021/2003 da Receita Federal, exigindo o pagamento deste Auto de Infração. Objetivando suspender a exigibilidade do crédito tributário, a Sociedade depositou judicialmente o montante de R$ 316.011 em maio de 2003 (o saldo atual de R$ 537.155 inclui atualização monetária – Selic), para dar prosseguimento a esta causa na esfera judiciária. De acordo com a Administração e baseada no parecer legal de seus advogados, a expectativa de êxito é possível nesta ação e, por isso, não foi contabilizado o respectivo passivo contingente. 6. IMOBILIZADO Em 31 de dezembro, o ativo imobilizado tinha a seguinte composição: Taxas anuais de depreciação/ 2007 2006 exaustão (%) Instalações industriais e gerais Prédios e instalações Máquinas e equipamentos Ferrovia Jazidas de minério – bauxita Móveis e utensílios Veículos e embarcações Depreciações e exaustões acumuladas Imobilizações em cursoInstalações, obras e construções em andamento Total do imobilizado 932.992 221.984 442.413 118.592 59.906 49.209 181.766 2.006.862 902.847 215.808 437.554 118.017 46.245 44.029 170.348 1.934.848 5 e 20 4 10 4 e 10 Conforme extração 10 a 20 10 a 20 (1.154.066) (1.055.228) 852.796 879.620 58.166 910.962 Os valores em moeda estrangeira correspondem a dólares norte-americanos captados para aquisição de máquinas e equipamentos. Os referidos nanciamentos estão resumidos como se segue: Saldo em Instituição 31/12/07 31/12/06 Unibanco Itaubank 33.351 10.723 64.427 Captação Data Vencimento Os valores em moeda nacional são compostos como se segue: Saldo em Instituição 31/12/07 31/12/06 Finame Itaú Bradesco 6.731 250.969 8.269 125.680 125.519 Captação Data Vencimento O saldo de imobilizações em curso refere-se a obras e equipamentos relativos às operações de rotina da Sociedade, em fase nal de construção ou montagem. 7. INTANGÍVEL Em 31 de dezembro, o atível intangível tinha a seguinte composição: 2007 2006 Apropriação dos custos a serem incorridos com fechamento de minas 33.772 18.363 Amortização acumulada (1.587) (773) Total do intangível 32.185 17.590 8. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 2007 2006 Adiantamentos de contratos de câmbio Moeda estrangeira – vencíveis até 2008 Moeda nacional – vencíveis até 2008 Moeda estrangeira – vencíveis até 2009 Moeda nacional – vencíveis até 2011 Total de nanciamentos 49.630 26.709 2.865 6.642 254.835 340.681 152.004 35.386 252.786 39.764 6.682 486.622 Circulante Não circulante 79.204 261.477 440.176 46.446 Encargos A partir de 2001 Julho 2011 TJLP+Spread Abril 2006 Abril 2007 CDI+Spread Abril 2007 Maio 2009 CDI+Spread Bradesco Este empréstimo foi obtido para cobrir parte do depósito judicial relacionado à redução de capital (Nota 5). Garantias Os nanciamentos da Finame estão garantidos pelas máquinas e equipamentos nanciados. Os demais nanciamentos internos e externos não possuem garantias reais. Os adiantamentos de contrato de câmbio estão garantidos pelos recebíveis das exportações. Adicionalmente, o contrato externo prevê que, na ocorrência de alterações nas leis do país da Sociedade que possam tornar qualquer parte do acordo de nanciamento como inválido ou ilegal, o saldo devedor será considerado como vencido, devendo a Sociedade liquidá-lo dentro de dez dias da ocorrência das alterações na legislação local. A parcela registrada no longo prazo dos nanciamentos terá os seguintes vencimentos: 2009 2010 2011 Total Finame 1.872 1.872 1.091 4.835 Itaubank 6.642 6.642 Bradesco 250.000 250.000 Total 258.514 1.872 1.091 261.477 9. IMPOSTOS A RECOLHER Em 31 de dezembro, o saldo de impostos a recolher era composto como se segue: PIS a recolher COFINS a recolher IRRF a recolher CSL retido na fonte a recolher ISS a recolher ICMS a recolher CFEM – Compensação nanceira a recolher Total dos impostos a recolher 2007 2006 374 1.726 538 385 499 1.793 4.311 9.626 350 1.616 330 340 483 1.185 4.584 8.888 10. IMPOSTOS PARCELADOS Os débitos incluídos no Programa Res eram liquidados mensalmente, com base no percentual de 1,2% da receita de vendas da Sociedade, sendo o saldo devedor corrigido monetariamente pela variação da TJLP. A Sociedade liquidou o saldo remanescente do Res em 2007. A movimentação do saldo da dívida no Res era como segue: Saldo em 31 de dezembro Juros incorridos Redução de encargos Pagamentos efetuados Saldo em 31 de dezembro 64.131 943.751 Encargos Outubro 2005 Setembro 2007 Libor+Spread Abril e maio 2006 Junho 2007 Libor+Spread a Março 2009 2007 2006 989 4 (993) - 21.838 402 (8.686) (12.565) 989 11. PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS Em 31 de dezembro, o saldo de provisão para contingências era composto como se segue: 2006 2007 RESUMO Adições Reversões Utilizações Atualizações Soma Total Fiscais Cíveis Trabalhistas (-) Dep. judiciais Total 3.950 500 2.809 (6.858) (949) (80) (131) (14.673) (3.679) 42.155 3.580 21.791 13.748 21.289 14 (7.873) 100 (31) 1.485 1.243 2.058 (1.423) 20.368 794 14.542 4.656 25.945 (1.503) (5.068) (19.741) 3.283 (1.041) 41.114 A Companhia é parte em ações judiciais e processos administrativos perante tribunais e órgãos governamentais, oriundos do curso normal de suas operações, envolvendo principalmente questões tributárias, cíveis e trabalhistas. A Administração, com base nas informações e avaliações de seus assessores legais, internos e externos, constituiu provisão para contingências em montante considerado suciente para cobrir as perdas consideradas prováveis. (CONTINUA) 6 REGIONAL zFEVEREIRO - 2008 (CONTINUAÇÃO) NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 (Em milhares de reais) Provisões para contingências constituídas pela Companhia: Fiscais CSLL exportação – Os valores contingenciados se referem ao reconhecimento da imunidade de suas receitas de exportação frente à CSLL, com pedido de liminar para que a empresa excluísse tais receitas do cômputo do referido tributo. Cíveis Envolvem registros de honorários advocatícios relacionados a causas de êxito provável. Trabalhistas Consistem principalmente as contingências trabalhistas e previdenciárias em reclamações de horas itinere, periculosidade e insalubridade. 12. PROVISÃO PARA REFLORESTAMENTO E FECHAMENTO DE MINAS Conforme mencionado na nota 2.e, a Sociedade, visando ao alinhamento das práticas contábeis locais às práticas internacionais, a partir do exercício de 2005 adotou o pronunciamento SFAS 143 assets retirement obligations à provisão para reorestamento e fechamento de minas. Em 31 de dezembro de 2007 e 2006, a provisão para reorestamento e fechamento de minas apresentou a seguinte evolução: 2007 2006 Saldo inicial Constituições Intangível Resultado Atualização monetária Pagamentos Saldo nal Circulante Não circulante 45.342 42.094 15.409 2.780 (5.041) 58.490 3.363 2.727 (2.842) 45.342 1.858 56.632 2.046 43.296 13. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Em função da adesão ao Res, nos termos da IN SRF nº 45/2000, conforme Nota 10, a Sociedade optou por apurar o imposto de renda e a contribuição social pela sistemática de Lucro Presumido, como demonstrado a seguir: 2007 2006 IRPJ CSL IRPJ CSL Faturamento (venda de produtos) % para base de cálculo Base de cálculo – venda de produtos Demais receitas Base de cálculo % do imposto 1.078.323 8 1.078.323 12 976.167 8 976.167 12 86.266 50.415 136.681 25 129.399 50.415 179.814 9 78.093 60.859 138.952 25 117.140 60.859 177.999 9 34.145 16.183 34.714 16.020 Imposto apurado (-) Parcela a ser capitalizada (5.131) - (4.859) - IRPJ e CSLL da demonstração do resultado 29.014 16.183 29.855 16.020 Corrente Diferido 19.623 9.391 12.802 3.381 17.868 11.987 11.704 4.316 A Sociedade goza de redução do imposto de renda (IRPJ) sobre a parcela dos lucros provenientes das operações de exploração, com base em limites variáveis de produção. Os valores relativos à redução de IRPJ estão creditados em reserva de capital e estão demonstrados nas mutações do patrimônio líquido. O prazo da redução scal se extinguirá em 31 de dezembro de 2013, conforme determina a Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997. Os valores relativos à provisão de Imposto de Renda e Contribuição Social diferidos referem-se à incidência sobre a atualização monetária do depósito judicial (Nota 5) a ser recolhida em caso de êxito da ação em curso. Em função da liquidação da dívida do Res em 2007, a partir do exercício de 2008 a Sociedade passará a tributar o imposto de renda e a contribuição social pela sistemática do lucro real. 14. PATRIMÔNIO LÍQUIDO a) Capital Em 31 de dezembro de 2007, o capital autorizado da Sociedade era de R$ 492.293 (R$ 487.315 em 2006). O capital subscrito e integralizado, no valor de R$ 478.494 (R$ 473.516 em 2006), está representado por 200.000.000.000 de ações ordinárias e 400.000.000.000 de ações preferenciais, sem valor nominal, assim distribuídas: Companhia Vale do Rio Doce Alcan Participações Ltda. BHP Billiton Metais S.A. Companhia Brasileira de Alumínio Alcoa Alumínio S.A. Alcoa World Alumina LLC Norsk Hydro Brasil Ltda. Abalco S.A. 2007 e 2006 Ações Ações ordinárias (*) % preferenciais (*) % 80.000 40,0000 160.000 40,0000 25.000 12,5000 47.000 11,7500 25.000 12,5000 63.800 15,9500 25.000 12,5000 35.000 8,7500 16.250 8,1250 35.230 8,8075 10.000 5,0000 20.000 5,0000 10.000 5,0000 20.000 5,0000 8.750 4,3750 18.970 4,7425 200.000 100,0000 400.000 100,0000 (*) Milhões de ações. JOSÉ WILSON MALHEIROS www.wilsonmalheiros.mus.br www.deconsciencia.blogspot.com [email protected] O SONHO DE JACAREACANGA Alô, Franssi, Tinha eu onze anos de idade, quando numa tarde chuvosa do dia onze de fevereiro começou a sobrevoar Santarém um avião, se não me engano um DC-3 da Força Aérea Brasileira. Até aí nenhuma novidade, já que aviões da FAB voavam na Amazônia toda, fazendo as vezes de correio, levando e trazendo doentes, facilitando contato com índios, etc. Mas esse avião, viemos saber depois, era especial. O Aeroporto ainda ficava ali onde hoje está a Prefeitura Municipal. Os revoltosos mandaram colocar camburões na pista, foram à sede do Tiro de Guerra 190 (15 de Novembro O acionista que detiver um mínimo de 5% das ações ordinárias tem direito de indicar um membro no Conselho de Administração, e cada ação ordinária dá direito a um voto nas decisões tomadas pela Assembléia Geral dos Acionistas. b) Reserva Legal A Sociedade vem constituindo a reserva legal seguindo as disposições constantes na Lei das Sociedades por Ações. No exercício de 2007, o valor destinado para reserva legal foi R$ 996 (0,23% do lucro), já que o saldo desta reserva atingiu o limite de 20% do capital social. Aos detentores das ações ordinárias e preferenciais é garantido o direito a um dividendo anual mínimo de 6% do patrimônio líquido. A Diretoria Executiva, no pressuposto da aprovação pela Assembléia Geral dos Acionistas, está propondo a distribuição do dividendo estatutário, no valor de R$ 61.329, acrescido do restante do lucro líquido do exercício após a destinação para reserva legal no montante de R$ 369.818, totalizando R$ 431.147. As transações com partes relacionadas durante os exercícios estão reetidas nas demonstrações contábeis, como se segue: b) Contas a Receber Abalco S.A. Alcan Alumina Ltda. Alcan Trading Ltd. Alcoa Alumínio S.A. Alunorte – Alumina do Norte do Brasil S.A. BHP Billiton Metais S.A. CVRD International BHP BMAG Total de contas a receber Em 31 de dezembro de 2007 a Sociedade mantinha cobertura de seguros para os bens do ativo conforme demonstrado a seguir: Ramos Data de Vencimento Cobertura 31/10/2008 VR: 1.907.206 LMI: 437.511 Riscos nomeados: 15. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS Receita bruta Abalco S.A. Alcan Alumina Ltda. Alcan Trading Ltd. Alcoa World Alumina LLC – A.W.A. Alcoa Alumínio S.A. Alunorte – Alumina do Norte do Brasil S.A. BHP Billiton Metais S.A. CVRD International BHP BMAG Total da receita bruta A Sociedade não opera com derivativos. 18. COBERTURA DE SEGUROS c) Dividendos a) Vendas de Minério 17. INSTRUMENTOS FINANCEIROS Em 31 de dezembro de 2007 e de 2006, o valor contábil líquido dos instrumentos nanceiros da Sociedade aproxima-se do valor presente devido a seu vencimento no curto prazo e/ou fato de não possuírem operações similares. Os nanciamentos são registrados ao valor contábil e os juros são provisionados em base pro rata temporis. 2007 44.959 23.788 196.915 18.177 83.495 474.716 85.636 48.795 101.842 1.078.323 2006 39.923 21.123 180.093 5.481 74.143 470.098 159.180 26.126 976.167 2007 2006 3.231 1.710 13.154 6.001 42.726 6.155 11.283 5.937 90.197 1.872 990 7.046 3.476 44.649 3.565 61.598 Esses saldos são resultantes de transações comerciais e vêm sendo liquidados regularmente nos prazos de vencimento pelo valor atual acrescido da variação cambial. 16. RESULTADO FINANCEIRO Receitas nanceiras Aplicações nanceiras Depósito judicial Outros Total 2007 2006 2.903 37.565 304 40.772 5.209 47.952 11 53.172 Despesas nanceiras Juros de empréstimos Atualização REFIS Outros Total (40.068) (4) (10.596) (50.668) (52.364) (401) (11.809) (64.574) Variações cambiais Ativas Passivas Total (6.677) 37.094 30.417 (1.536) 14.563 13.027 Riscos operacionais (danos materiais e perda de produção) Responsabilidade civil geral (morais e falhas prossionais) Transporte nacional (perdas e danos) Transporte internacional (perdas e danos) Vida em grupo (morte por acidentes – 48 x o salário) Vida em grupo (morte natural – 24 x o salário) Responsabilidade civil diretores e administradores – D&O 31/10/2008 20.000 31/08/2008 15.000 01/04/2008 5.000 01/07/2008 Até 600 01/07/2008 Até 300 20/06/2008 17.713 VR = valor do risco / LMI = limite máximo de indenização. 20. FUNDO DE PREVIDÊNCIA A Sociedade patrocina um fundo de previdência, implementado em 1º de dezembro de 1994 e administrado pelo Bradesco Vida e Previdência S.A., com o objetivo de prover benefícios suplementares aos funcionários cobertos pela Seguridade Social do Governo, de acordo com os critérios denidos no referido fundo. Os participantes fazem contribuições mensais ao fundo que variam de 0,4% a 10% de seus salários, e a Sociedade faz contribuições de 1,5 vez àquela feita pelos participantes. O plano foi constituído sob a forma de contribuição denida e, portanto, não há riscos atuariais e/ou compromissos adicionais que possam ser atribuídos à patrocinadora. Durante o exercício de 2007, a Sociedade registrou como despesas as contribuições no montante de R$ 1.585 (R$ 1.465 em 2006). Conselho de Administração Murilo Pinto de Oliveira Ferreira – Presidente João Beltran Martins – Conselheiro Aldo César de Albanese – Conselheiro Aquilino Paolucci Neto – Conselheiro Nilson Pereira Souza – Conselheiro Carlos Augusto Parisi – Conselheiro Olav Skalmeraas – Conselheiro Diretoria Executiva Júlio César Ribeiro Sanna – Presidente José Adécio Marinho – Diretor Lerdiomar Militana Lages Rodrigues Contadora CRC-PA 4.800-PA CPF 016.331.472-15 PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Acionistas e Administradores da Mineração Rio do Norte S.A. Oriximiná – PA 1. Examinamos os balanços patrimoniais da MINERAÇÃO RIO DO NORTE S.A. levantados em 31 de dezembro de 2007 e de 2006 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios ndos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações nanceiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume das transações e o sistema contábil e de controles internos da Sociedade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Sociedade, bem como da apresentação das demonstrações nanceiras tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações nanceiras referidas no primeiro parágrafo representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as posições patrimonial e nanceira da Mineração Rio do Norte S.A. em 31 de dezembro de 2007 e 2006, os resultados de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e com Galdino Veloso), deram voz de prisão para os sargentos e tiraram quase todos os “ferrolhos” dos velhos fuzis utilizados na Segunda Guerra Mundial. Pronto, a cidade estava conquistada. Seria doravante a base principal dos revoltosos. Tempos depois mandaram outro oficial, chamado Paulo Victor, para prender os colegas. Mas ele aderiu ao movimento. Agora eram três. Simbolizavam a insatisfação dos militares com o novo governo de Juscelino, que os havia derrotado nas urnas e era considerado como “entreguista”. Alguns índios e caboclos da região aderiram aos três “quixotes”. Foram “conquistadas” além de Santarém, Itaituba, Belterra e Cachimbo. A Pérola do Tapajós era uma cidade minúscula na época e a notícia se espalhou rápido: - Major Veloso chegou aí. Já dominou a cidade. Alguns dias após, a população começou a ficar aflita. As notícias eram as mais alarmantes possíveis: - A rádio está dizendo que vão chegar muitos aviões da FAB para bombardear a cidade, prender Veloso e sua turma. Quem escutava o Repórter Esso, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, passava as novidades, às vezes sem ter certeza do que estava ouvindo. - Vão bombardear Santarém! Salve-se quem puder! Foi um corre-corre. Quem tinha para onde fugir, foi embora: para as várzeas, para as colônias, para as cidades vizinhas, para Manaus, etc. aplicações de seus recursos correspondentes aos exercícios ndos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 4. Nossos exames foram conduzidos com o objetivo de emitirmos parecer sobre as demonstrações nanceiras referidas no primeiro parágrafo, tomadas em conjunto. As demonstrações dos uxos de caixa, que estão sendo apresentadas para propiciar informações suplementares sobre a Sociedade, não são requeridas como parte integrante das demonstrações nanceiras básicas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. As demonstrações dos uxos de caixa foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos no segundo parágrafo e, com base nos nossos exames, essas demonstrações suplementares estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações nanceiras referentes aos exercícios ndos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006, tomadas em conjunto. Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2008 DELOITTE TOUCHE TOHMATSU Auditores Independentes CRC - SP 011609-O-S - PA Muita gente, com pavor, deixou a casa aberta e foi embora (não havia ladrões, naqueles tempos inocentes). Papai mandou a pirralhada toda com minha mãe para Belém “para fazer consultas médicas”. Ficamos somente eu e ele em casa. Na minha inocência de molecote achava bonito os aviões cruzando os céus da cidade. Se iam jogar bomba na gente, não interessava. Nem avaliava o perigo. Eram as então famosas “fortalezas voadoras” (quadrimotores), helicópteros e outros tipos de aeronaves. Cheguei até a fazer brinquedos de madeira imitando aviões e resolvi que iria ser da Aeronáutica, quando ficasse adulto. Mas nem tudo era fantasia. Ainda me lembro da dona Andreza, que costurava para Amauri Froment Fernandes Contador CRC - RJ 039012/O-S - PA mamãe. Ela morava ali na Floriano Peixoto, quase chegando na igreja Matriz. Tinha um filho chamado Cazuza. Nos seus sonhos de se tornar herói, aderiu a Veloso e foi morto a tiro de fuzil nas matas de Cachimbo. A cidade toda ficou triste. Morreu na flor da idade, embalado pelos sonhos de heroísmo. Hoje ninguém mais fala nele, na cidade. A revolta acabou em poucos dias. Anos depois, fui testemunha ocular da “tomada da Bastilha mocoronga”, o dia em que Veloso, à frente de uma multidão, apressou-se para tomar a prefeitura. Mas isso eu conto em outra oportunidade... Em tempo: Parabéns à minha mãe Rosilda, pelos seus gloriosos 90 anos. Saúde, Paz, Amor. Botos fazem realmente jogo de sedução com parceiras O mito sobre o poder de sedução do boto é real - pelo menos entre os animais. De acordo com estudo da pesquisadora Vera Maria Ferreira da Silva, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), e Tony Martin, do Serviço Antártico Britânico, a espécie corteja as fêmeas, de forma muito pecu- liar. A lenda conta que quando os animais saem das águas, transformam-se em homens que seduzem as moças da região - usando um chapéu para esconder um orifício na cabeça. Segundo a pesquisa, em mais de duzentos dos grupos, os botos transmitiram práticas culturais aos descendentes. Em cada grupo, pelo menos um boto carregava objetos no bico para presentear a fêmea, sempre em idade adulta e pronta para a reprodução, tais como plantas ou pedaços de pau. “Foi aí que percebemos que essa cultura estava asso- ciada à atividade sexual”, revela Vera Silva. Os resultados da pesquisa foram divulgados inicialmente pela New Scientist, em 6 de dezembro. De acordo com os estudiosos, apenas humanos e chimpanzés apresentavam esse tipo de comportamento. Os pesquisadores estudaram durante três anos o comportamento de seis mil grupos de botos tucuxi (Sotalia Fluviatilis) na região da reserva de Mamirauá, no município de Tefé, oeste do Amazonas. CONJUNTURA FEVEREIRO - 2008 z 7 Linhão da Calha Norte terá torres de 300m O sonho de todos os municípios localizados na margem esquerda do rio Amazonas, no Pará caminha para a concretização. O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, comemora o anúncio de que o governo federal vai licitar ainda no primeiro semestre deste ano o projeto para construção de l.811 quilômetros de linha de transmissão, estendendo a energia produzida na usina hidrelétrica de Tucuruí até Manaus, no Amazonas, com ramificação até o Amapá, integrada por sete subestações. A obra será preparada de modo a receber também energia gerada pela usina de Belo Monte, prevista para ficar pronta em abril de 2014. As torres para sustentar o linhão terão cerca de 300 metros, o equivalente à altura da torre Eiffel, em Paris. O empreendimento está orçado em 3,7 bilhões de reais e o processo licitatório será dividido em três lotes. Para vencer bstáculos naturais, como os campos de várzea e rios, que serão atravessados, a obra vai demandar a utilização de helicópteros e pontes provisórias para transportar homens, material e equipamento. A necessidade de construir torres tão altas é para não prejudicar a navegação nos pontos de travessia e também não tocar nas copas das imensas árvores da região, principalmente entre os rios Uatemã e Nhamundá. Os efeitos perversos da insuficiência do abastecimento de energia elétrica impedem há décadas o comércio, a indústria e os serviços de prosperar. Os municípios de toda a Calha Norte são servidos por usinas termelétricas movidas a óleo diesel, caras e ineficientes. Com a entrada em operação do linhão, a expectativa é de que haja redução da Conta de Consumo de Combustíveis e, conseqüentemente, barateamento ao consumidor, gerando economia anual de R$2 bilhões e redução na emissão de gás carbônico. A previsão inicial de investimentos é de que a operação comercial comece em 2011. O linhão vai atravessar cinco rios, dois incluídos no lote A e três no lote C. As maiores travessias serão as do rio Amazonas, em dois pontos, com extensão de 2.045 metros e 1.600 metros, respectivamente. A adoção de cabos submarinos foi descartada, por ser mais cara. Por causa das áreas alagadas, na várzea, vai ser preciso fazer fundações maiores. Serão sete trechos: Tucuruí - Xingu (PA, 264 quilômetros); Xingu - Jurupari (PA/AM, 257 quilômetros); Laranjal - Macapá (AP, 244 quilômetros); Jurupari - Laranjal (PA/ AP, 95 quilômetros); Jurupari - Oriximiná (PA/AM, 370 quilômetros); Itacoatiara - Cariri (AM, 211 quilômetros); e Oriximiná - Itacoatiara (AM, 370 quilômetros). Prefeitura intensifica estratégia de combate à dengue BRUNO GIVONI A Secretária de Saúde, Wagna Lúcia, reuniu os agentes envolvidos na campanha contra a dengue para apresentar um plano de emergência de combate à doença em Oriximiná. A intenção é erradicar de os focos do mosquito. “Esse plano será executado nos meses de fevereiro, março e abril e consiste, basicamente, em intensificar nossas ações nos bairros e, principalmente, nas nossas residências” disse a secretária. O prefeito Argemiro Diniz já liberou recursos para a aquisição de novos equipamentos e mais funcionários. “Para a borrifação nós tínhamos 04 agentes e vamos contratar e treinar mais 08, totalizando 12 agentes. Para a visitação temos 11 agentes, o que é insuficiente. Então vamos contratar mais 15 pessoas, totalizando 26”, explicou. Foram compradas mais 08 bombas para borrifação e fardamento para os novos contratados. Através do isolamento viral, está comprovada a ENGAJAMENTO de todos é a tônica da campanha circulação de dois sorotipos da dengue no município: o DEN-1 e DEN-2. Mas há a possibilidade de o DEN-3 estar também presente, o que será confirmado com o resultado da última análise laboratorial. Um caso de dengue clássica com complicações hemorrágicas (hemorragia nasal e gengival) e outro caso de febre hemorrágica de dengue com síndrome de choque da dengue, com óbito, foram registrados no Hospital Municipal. A primeira epidemia de dengue em Oriximiná aconteceu em 2005, quando foram notificados 230 casos. Em 2007 o Sistema de Informação e Notificação de Agravos notificou 99 casos da doença, com 54 confirmados. A secretária de Saúde insiste no engajamento da população. “É fundamental que todos sejam verdadeiros guerreiros contra o mosquito. Olhar nossos quintais, o quintal do vizinho, os terrenos baldios... tudo para que Oriximiná tenha zero de dengue”, recomenda. Investimento da Cosanpa em Oriximiná está garantido É o que ficou acertado na reunião entre o presidente da Cosanpa, Eduardo Ribeiro, o diretor de Operações, Waldemar Barganha, Haroldo Teixeira, representantes da Caixa Econômica Federal e o secretário de Planejamento de Oriximiná, Francisco Florenzano, representando o Município. Segundo Florenzano, a visita só foi possível depois que o prefeito de Oriximiná demonstrou interesse em que outra empresa assumisse o abastecimento de água de Oriximiná. “Argemiro chegou a visitar uma empresa no Mato Grosso para resolver o problema”, contou. Outro fator decisivo foi o fato da Prefeitura não renovar o contrato de apoio à empresa. “Foi preciso fazer isso porque a Cosanpa não estava ligando para o problema da nossa cidade”, enfatizou o secretário, que acha a empresa, ainda, a melhor opção para o Município. “Eu estreitei laços com a diretoria da empresa, e explanei a situação para os diretores. Foi então que eles conseguiram esses investimentos, na casa dos 7,5 milhões de reais.” completa Francisco Florenzano. Além de verificar FLORENZANO pediu urgência nas providências da Cosanpa as atuais instalações do município os diretores já trouxeram em mãos o projeto de reestruturação da Companhia, que trata da construção de uma nova estrutura de capitação e tratamento de água. O investimento previsto gira em torno de 7,5 milhões de reais, sendo seis milhões e setecentos mil oriundos da Caixa Econômica Federal e oitocentos mil do Tesouro do Estado. O projeto, desenvolvido pelo engenheiro Luiz Barganha, deverá começar a ser executado a partir de junho deste ano. A Cosanpa atende apenas 37% da demanda do abastecimento de água de Oriximiná. Os outros 63% são de responsabilidade da Prefeitura, que já instalou doze microsistemas de abastecimento em vários bairros da cidade, e distribui gratuitamente o líquido à população. Florenzano diz que o projeto abre um leque para outros investimentos. “Com a execução do projeto, esse valor que o município investe nos micro-sistemas de abastecimento, em torno de um milhão e duzentos mil reais, anuais, pode ser investido em outros benefícios para a população, como construção de Hospitais e escolas”, realçou. Oriximiná aguarda recursos para concluir estação hidroviária O secretário adjunto de Desenvolvimento Urbano do Estado, José Rayol, representando a secretária Suely Oliveira, visitou Oriximiná para verificar a situação do terminal hidroviário da cidade. José Rayol admitiu que estava programada a inauguração da obra para o mês de janeiro, mas a governadora resolveu adiar. “Ela pediu para que viéssemos ao município conversar com o prefeito Argemiro Diniz, para ver se estava tudo bem, ou se tinha alguma pendência. E ao conversarmos com ele, recebemos algumas sugestões de adaptação para a obra. Então estamos levando estas sugestões para a secre- tária Suely Oliveira, que irá encaminhar à governadora Ana Júlia para que, tão logo seja possível, o terminal esteja funcionando em Oriximiná”, adiantou. O prefeito Argemiro Diniz considerou importante a visita, pois o terminal hidroviário foi concluído, mas a parte que dá acesso às embarcações, que seria o terminal flutuante, ainda não está pronta. “O secretário achou por SALETE MARINHO ESPERANÇA de avanços nos projetos em andamento bem dar opinião à governadora Ana Júlia, para que nós aguardássemos a construção dessa parte, que é fundamental para o fun- cionamento do porto, e é claro que nós concordamos plenamente com a governadora, de forma que ela tem absoluta razão, inclusive nós temos recursos, que estão previstos no PPA (Plano Plurianual) da União no DNIT - (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), e aproveitamos a oportunidade para solicitar uma audiência com a governadora pra falarmos da importância de dotar a estação hidroviária de todos os equipamentos adequados à demanda”, disse. Mesmo considerando as instalações da obra muito boas, Rayol observou que a rampa não figura no projeto do Pará Urbe. “Esta outra parte só será possível numa segunda fase do Pará Urbe, que vai começar no início do próximo ano”, esclareceu. Confiante em construir a segunda parte do projeto, Argemiro Diniz resolveu aguardar o agendamento da audiência solicitada à governadora Ana Júlia Carepa. A intenção é que, em parceria, possa obter a liberação dos recursos que o município tem reservados junto ao DNIT, cujo montante daria para realizar a etapa final do projeto, e assim colocar em funcionamento o terminal e a estação hidroviária. 8 COLUNAS zFEVEREIRO - 2008 VICENTE MALHEIROS DA FONSECA A rosa que eu colhi; Minha eterna adoração; Teu amor... e nada mais; Um poema de amor. Algumas dessas peças, gravadas pela Orquestra Jovem Wilson Fonseca, de Santarém, sob a regência de meu irmão José Agostinho, têm letras de seus parceiros. Parece um sonho ou um filme, mas é pura realidade. Na mitologia grega, as musas, filhas de Mnemósine e Zeus, são nove deusas que presidem as artes. Euterpe, fonte do bem e do prazer, é a deusa da música, por ninguém que o testemunhou. E houve testemunhas à beça, num total de oito pessoas. Foi algo tão marcante em nossas vidas, que não há vez que eu encontre o meu primo Fabiano e que a gente não converse sobre isso. Tudo aconteceu num sábado. Reunimo-nos em segredo para mais uma caçada aos morcegos, aproveitando a hora em que o tio Zeca dormia sua sagrada sesta: Fabiano, eu, Rita, Felipe, meu irmão Zé, o primo Francisco, e mais dois outros primos, estes filhos do meu tio Totó Amaral. Devidamente preparados, atravessamos a porta que dava acesso e seguimos a rotina da operação, até isolar uns dez morcegos na sala da frente, para iniciar a brincadeira. No interior do quarto contíguo, que tinha comunicação com a sala pelas três portas, havia, no chão, uma perna abandonada que sobrou de um antigo cesto de roupa suja, medindo uns sessenta centímetros de comprimento. Muito distraídos na brincadeira, já havíamos abatido uns dois morcegos quando uma das portas, justo a que ficava por trás de mim, abriu lentamente como se fosse por ação do vento. Mas ninguém se deu conta de que não poderia ser o vento, porque todas as janelas estavam trancadas. Puxei as duas folhas da porta e voltei a fechá-la, temendo que os morcegos acabassem fugindo. Nesse instante, por qualquer coisa de sagrado que há na minha vida, juro que eu vi a perna do cesto jogado lá no chão do quarto. Aí, no momento em que virei para continuar tentando acertar um morcego, as três portas se abriram ao mesmo tempo e violentamente. Em seguida, a perna do cesto de roupa passou voando como um bólido rente às nossas cabeças, indo cair com violência no meio da sala onde estávamos, mas sem acertar em ninguém. Com uma gritaria infernal generalizada, tratamos de sair em desabalada carreira na tentativa desesperada de alcançar a porta da liberdade, todos chegando nela ao mesmo tempo e causando um grande tumulto. Quando alcançamos o outro lado, já encontramos o tio Zeca, que havia acordado com o barulho, achando que alguma desgraça havia sucedido com um de nós. Não sendo homem de acreditar nessas coisas, ele nos reuniu, na mesma hora, e fomos passar uma vistoria no lado abandonado do casarão. Percorremos todos os cômodos. As janelas continuavam trancadas por dentro como as havíamos deixado, dandonos a certeza de que ninguém poderia ter entrado e muito menos saído dali. Mas o mais incrível foi quando chegamos à sala da frente: a perna do cesto não estava mais onde caiu, e as portas que abriram com tanta violência estavam todas misteriosamente fechadas. E, ao empurrar uma delas, a perna do cesto permanecia no quarto contíguo e na mesma posição em que eu o havia visto momentos antes de ele sair voando sobre nós. Faz quase 50 anos que estes fatos aconteceram, e as lembranças ainda continuam vivas como um filme passando na minha mente. Confesso que não foi fácil vencer este último parágrafo. Por duas vezes, e de modo estranho, meu computador sofreu uma espécie de apagão, por isso achei por bem que já era hora de parar. Yo también no creo en fantasmas, pero que los hay, los hay !!! consigo mesmo: - É, eu vou matar esta Bôta, antes que ela leve meus filhos. Já não tinha dúvidas: com certeza que se tratava mesmo de uma Bôta. HHH Cismou que ela ia levá-los no dia seguinte. E antes que ela se dirigisse para a casa deles, foi esperá-la perto do trapiche. Realmente ela veio. Ele estava escondido atrás de uma touceira de açaizeiros. Quando ela se aproximou, ele saiu e, com um revólver, atirou à queimaroupa em cima do peito da mulher, que caiu morta na praia. Jorge e Júnior, ao darem falta do pai em casa, tinham saído atrás dele. E viram tudo. Quando a mulher caiu, os dois foram pra cima dela, chorando muito, abrançando e beijando o cadáver. Aí o pai falou: - Meus filhos, não chorem por causa desta mulher que ela não é gente igual a nós. Ela é uma Bôta... Os dois discutiram muito com o pai, até que este disse: - Vocês querem ver de quem estavam gostando? Pegou então a mulher pelas pernas e colocou no rio. Ante os olhos incrédulos de Jorge e Júnior, a parte inferior da mulher metamorfoseou-se em Bôta, permanecendo da cintura para cima em forma de mulher... O pai então empurrou o resto do corpo n’água, que foi arrastado pela correnteza. Ainda viram a parte superior ir se transformando em Bôta... Jorge e Júnior, alucinados, quiseram se jogar n’água, sendo contidos, a custo, pelo pai. Ficaram muito doentes sem saberem a causa e só ficaram bons depois de serem tratados por um famoso pajé de Breves, para onde foram levados pelo pai... [email protected] A MUSA INSPIRADORA A obra musical de Wilson Fonseca (Isoca) é uma viagem que revela a trajetória de sua vida. O compositor santareno tornou-se conhecido pelas canções que falam das belezas naturais da Pérola do Tapajós, como Canção de Minha Saudade e Terra Querida, embora a quintessência de sua produção musical resida nas peças sacras, de câmera e orquestrais. O perfil mais espontâneo de Isoca é nitidamente percebido nas músicas que compôs para sua musa inspiradora, minha mãe, Rosilda, desde que a conheceu no início da década de 30 do século XX, em Santarém. A partir desse momento mágico, meu pai dedicou-lhe as mais belas e inspiradas músicas, cujos títulos já demonstram o retrato fiel de almas gêmeas. Basta ver o texto poético que ele escreveu para o seu fox Buquê de Inspirações (1991), na época de suas Bodas de Ouro, executada nas Bodas de Diamante (2001), em Belém, pelo cantor Francisco Campos, acompanhado por mim, ao piano, no Art Doce Hall. Ali estão citados títulos de músicas como Eterno sonho; O teu sorriso; Uma valsa pra você; Um lugarzinho pra você; Amor de sonho; Perfume; Rosilda; ADEMAR AYRES DO AMARAL [email protected] O SOLAR DO BARÃO III Uma das nossas brincadeiras prediletas, no Solar do Barão de Santarém, era a de matar morcego na metade abandonada do segundo andar. Fugíamos para o outro lado através de uma porta que dava acesso ao nosso corredor. Quando todos passavam, nós encostávamos a porta e partíamos para a caçada,munidos todos com um pedaço de ripa. Ao chegar nos cômodos abandonados,fechávamos as janelas de trás e batíamos com uma vara no forro de papelão,onde os morcegos moravam. Eles saiam aos montes e nós os tocávamos para a sala da frente, onde as janelas já estavam previamente fechadas. Na sala havia três portas dando para um quarto contíguo e uma porta para o corredor. Fechávamos todas essas portas e isolávamos os morcegos, que ficavam girando enquanto nós tentávamos acerta-los com os pedaços de ripa. O acontecimento extraordinário que eu vou narrar aqui, nunca mais foi esquecido WALCYR MONTEIRO [email protected] UMA NAMORADA E DOIS IRMÃOS Rio Laguna, afluente do Rio Tajapuru, Município de Melgaço. Há alguns anos, mais ou menos na década de sessenta, um senhor estava muito preocupado. Ele era pai de dois rapazes, Jorge e Júnior, e os dois eram o motivo de sua preocupação. Quem vai contando a história é Tereza Carvalho Rodrigues, estudante e natural do Município de Melgaço. Os filhos haviam arranjado uma amiga - ou seria namorada? – há algum tempo e daquele momento em diante não queriam saber de nada, nem mesmo de comer. O pior era que o pai de Jorge e Júnior não sabia quem era a mulher. Não a conhecia do Rio Laguna e adjacências. Ela só vinha à noite, o que lhe aumentava a preocupação. HHH O mais estranho era que os dois aceitavam aquela situação com a maior naturalidade, ou seja, era como se os dois namorassem com ela e ela satisfizesse os dois... O pai, mais do que desconfiado, começou a espionar. E viu que a mulher, quando chegava à noite, levava comida para eles, que a comiam avidamente. Aí descobriu por que não queriam mais comer a comida que a mãe preparava... Também verificou que Jorge e Júnior ficavam mui- Isoca ainda dedicou a Rosilda o Dobrado nº. 7 - 20 de Fevereiro, data de seu aniversário. Neste 2008, Rosilda completa 90 anos. Hoje, ela reside em companhia de minha irmã Maria das Dores, em Florianópolis. O aniversário será comemorado no dia 23. A Missa de Ação de Graças será ilustrada com músicas que o maestro dedicou à sua musa. Filhos (inclusive a caçula Maria de Jesus), netos, noras e genro interpretarão obras de Isoca. O repertório inclui músicas minhas que lhe dediquei: Ser Mãe (letra: Pe. Manuel Albuquerque); Pequena valsa para uma grande mãe (letra: José Wilson); e Encanto de Rosa (letra: Conceição Fonseca). Na festa estará o primeiro bisneto de Rosilda e Isoca, o Vicente Neto, que tem apenas um ano de idade, mas já toca piano como gente grande. Não tenham dúvida: a bela foto de Rosilda, sentada na janela, com seu violino, em fevereiro de 1940, é a mais perfeita personificação da musa inspiradora de Isoca. representada pela flauta. Músico e poeta, Wilson Fonseca, ainda jovem, assumiu a direção da orquestra EuterpeJazz, fundada por seu pai, José Agostinho da Fonseca. Nessa ocasião, já tinha encontrado a sua musa inspiradora, Rosilda, primeira e única namorada. O próprio Isoca conta, em entrevista concedida em 1995, no Museu da Imagem do Som: “os nomes de mulheres dados aos títulos de muitas músicas minhas são geralmente homenagens à minha esposa, às filhas, às sobrinhas, às afilhadas, aos pedidos que recebo e, agora, às netas. Conheci a Rosilda quando ela freqüentou a minha casa, onde funcionava a escola de música de meu pai. Um dia ele viajou e eu passei a ministrar aulas de violino, o instrumento que Rosilda aprendia. Foi a música que nos aproximou. Para ela dediquei várias composições, como os foxs Um lugarzinho pra você (1936) e Perfume (1939), sendo este um presente de nosso noivado. Somos casados desde 1941 e vivemos muito felizes”. to tempo tomando banho no rio, como se de lá não quisessem sair... e também estranhou a irresistível atração pela água! Chamou os filhos para uma conversa séria, dizendo que aquela mulher não deveria ser uma mulher comum, uma mulher qualquer, que ali tinha coisa, que aquela mulher os estava encantando e que não deveriam mais comer da comida que ela levava, pois eles iam cada vez mais ficar interessados por ela e que ela ia acabar levandoos, sabe Deus para onde! Mas Jorge e Júnior não deram atenção às palavras do pai, que aumentou a vigilância, pois sabia que, se os deixasse sozinhos à noite com ela, ela os levaria... Então, quando dava uma certa hora, ele chamava os filhos e segurava-os, não os largando de jeito nenhum. A mulher ia embora muito aborrecida, mas continuava indo toda noite, só esperando uma oportunidade de ficar só com os dois... HHH A vida havia se tornado um inferno para o pai, que se via obrigado àquela vigília forçada todas as noites e todas as horas, pois, durante o dia, era a vontade de se banharem no rio... Até que resolveu por termo àquela situação e livrar os filhos de uma vez por todas. E falou