Fevereiro

Transcrição

Fevereiro
Ano XVI Nº 154
FEVEREIRO 2008
R$ 2,00
www.uruatapera.com
Linhão da Calha Norte
vai sair do papel este ano
LEGENDA
Há décadas,
a Eletronorte
desistiu
da UHECachoeira
Porteira e
desde 1995
projeta a
transposição
para a
margem
esquerda
do rio
Amazonas.
USINAS E SUBESTAÇÕES
FUTURO
EXISTENTE
USINAS E SUBESTAÇÕES
FUTURO
EXISTENTE
Usina Térmica
500 kV
Usina Hidrelétrica
230 kV
Subestação
Cidade
138 kV
69 kV
CONJUNTURA | PÁG 7.
PLURAL
BOLSA TRABALHO
EDUCAÇÃO
Olhares sobre 238 jovens
a História,
de Oriximiná
vida & arte
beneficiados
Professores
do interior
atendidos
Walcyr Monteiro, Ademar
Amaral, José Wilson e Vicente Malheiros da Fonseca.
Parceria do Município com
o Estado viabilizou maior
alcance social.
Prefeitura de Oriximiná construiu residência para oferecer conforto aos docentes.
COLUNAS | PÁGS 6 e 8 .
COTIDIANO | PÁG 2.
ARGEMIRO DINIZ e Ivanise Gasparim: oportunidade à juventude
SEDUTOR DO FUNDO DOS RIOS
E não é que a lenda tem fundamento científico? Pesquisadores concluíram
que, sim, o boto Tucuxi corteja as fêmeas - de sua espécie. REGIONAL | PÁG 6.
COTIDIANO | PÁG 2.
SEGURANÇA
PM inova em
reciclagem e
integração
O coronel Osmar Costa Jr.
está mudando a imagem da
PM no oeste do Pará.
CIDADES | PÁG 3.
"O BOTO NÃO DORME no fundo do rio, seu dom é enorme, quem quer que o viu que diga, que informe se lhe resistiu..." ( maestro Waldemar Henrique)
PALESTRA de Francisco Florenzano
2
COTIDIANO
zFEVEREIRO - 2008
Sapucuá receberá nova escola municipal
SALETE MARINHO
O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, acompanhado do secretário municipal
de Infra-Estrutura, Helvécio
Guerreiro, e do vereador Xito
Viana, visitou a comunidade
do Amapá, na região do Lago
do Sapucuá. Na oportunidade, foi executada a medição
da área onde será construída uma escola de Ensino
Fundamental.
Segundo o vereador
Xito Viana, o benefício é re-
HELVÉCIO GUERREIRO, Argemiro Diniz e Xito Viana
sultado de uma solicitação da
comunidade junto à Câmara
Municipal de Oriximiná.
O projeto foi aprovado e o
prefeito Argemiro Diniz logo
atendeu.
“Hoje estamos aqui
tirando as medidas da área
para iniciar a construção
do prédio. Será uma escola
com seis salas de aula, área
administrativa adequada e
uma quadra esportiva do
tamanho certo para atender
as atividades dos alunos,
principalmente na época do
festival da mandioca, que já
é tradicional nesta comunidade”, revelou o prefeito
Argemiro Diniz.
Gilberto Pimentel, que
vive há muitos anos na comunidade Amapá, disse que
se sente satisfeito com o início
do projeto e com a atenção
do prefeito. “Não agüentava
mais ver os meus filhos estudando numa escola onde, em
época de cheia, o prédio ficava
praticamente todo dentro
d’água, mas agora, acreditamos que as nossas crianças
irão se desenvolver melhor,
assim que esse prédio ficar
pronto”, elogiou.
De acordo com Argemiro Diniz, a obra deve ficar
pronta em meados de junho
e será entregue à comunidade
Amapá totalmente equipada, com recursos materiais e
humanos.
Professores do interior ganham alojamento da Prefeitura
FOTOS BRUNO GIVONI
Os integrantes do corpo docente da Escola São
Sebastião receberam as chaves da residência
construída especialmente para abrigá-los com
conforto e segurança.
Sensibilizado com as
condições habitacionais dos
professores da comunidade
Tabocal (Estrada do BEC),
que deixam suas famílias na
cidade para trabalhar na área
rural, o prefeito Argemiro
Diniz resolveu construir a
obra, que ficou pronta em
menos de 30 dias.
“Investir em Educação
é uma de nossas prioridades.
E com a construção des-
te alojamento os professores serão beneficiados com
moradia digna”, ressaltou
Argemiro.
Os professores reclamavam que a situação da
antiga casa não atendia as
necessidades essenciais.
“O local onde nós ficávamos estava com a estrutura
abalada e com este novo lar
estamos felizes, pois a casa é
bonita e ampla. Somos gratos
FESTA no ato da entrega da casa para hospedar os professores, que se sentiram incentivados e em segurança
ao prefeito Argemiro Diniz,
por ter mandado construir
este prédio”, declarou a coordenadora da comunidade,
Joelma Printes da Silva.
No ato da entrega esteve presente uma comitiva da
Prefeitura Municipal, composta pelo prefeito Argemiro
Diniz, o vice-prefeito Rober-
to Souza, a secretária de Educação Iza Fernandes, a secretária de Trabalho e Promoção
Social Maria Bentes Diniz e
o vereador Xito Viana. A casa
destinada aos professores tem
quatro quartos, sala, cozinha,
pátio e dois banheiros sociais,
e foi resultado de um pleito
de Xito Viana.
Bolsa Trabalho beneficia 238 jovens oriximinaenses
Centenas de jovens entre 18 e 29 anos de
idade, concluintes e que ainda estão cursando
o ensino médio em Oriximiná receberam o
cartão para o saque do auxílio financeiro de R$ 70
mensais da “Bolsa Trabalho”,
o programa do governo do Estado que promove a inclusão
social e profissional.
Participaram na cerimônia de entrega o prefeito de
Oriximiná, Argemiro Diniz, a
secretária de Estado de Trabalho, Emprego e Renda, Ivanise
Coelho Gasparim, os diretores
das Escolas Estaduais de Ensino Médio Padre José Nicolino de Souza e Dr. Almir
Gabriel, professor Rosinaldo
e Professora Luciene Maria, a
secretária municipal do Trabalho e Promoção Social, Maria
Diniz, e o diretor municipal
de Educação, Jonaso Dias,
representando a secretária Iza
Fernandes.
Os jovens se manifestaram agradecendo ao governo
do Estado e ao Município pela
Diretora-Editora responsável
Franssinete Florenzano
Colaborador especial
Emanuel Nassar
Editoração eletrônica
Calazans Souza
Fotolito e impressão
Rua Gaspar Viana, 778
Tel. 0xx91.32300777
iniciativa de proporcionar aos
jovens oriximinaenses a oportunidade de se qualificar para
o mercado de trabalho.
Argemiro Diniz defendeu a educação como o melhor caminho. “Há 10 anos
nem sonhávamos em ter um
núcleo universitário da UFPA
e hoje isso é uma realidade;
então, com essa oportunidade do Governo do Estado,
certamente os jovens serão
qualificados”, realçou, após
assinar convênio de cooperação técnica para operacionalização do Bolsa Trabalho no
município.
Argemiro também
informou aos bolsistas que
naquele momento estava
complementando o benefício
com mais R$ 30 para somar
R$100.
EM BUSCA DA CIDADANIA, a juventude aproveitou a chance
SECRETÁRIAS Ivanise Gasparim e Maria Diniz, e diretoras
COOPERAÇÃO técnica entre Município e Estado
QUALIFICAÇÃO para quem está começando no mercado
PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS
TELEFONES ÚTEIS
Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319
Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681
Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072
Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371
Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224
Hospital Municipal – (93) 3544 1370
www.uruatapera.com
[email protected]
Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169
Av. Independência, 1857
Oriximiná-PA. CEP 68270-000
Tel/Fax. 0xx91.32221440
CNPJ 23.060.825/0001-05
Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587
Fórum – (93) 3544 1299
Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119
Polícia Civil – (93) 3544 1219
Defensoria Pública – (93) 3544 4000
CIDADES
FEVEREIRO - 2008 z
informes
Oriximiná vai ganhar
roteirização turística A
provado depois de sete anos tramitando, o projeto que institui o Dia
Nacional do Imigrante Italiano em 21
de fevereiro retorna ao Senado, para
sanar inconstitucionalidade formal. Uma vez sancionado, as escolas públicas e particulares deverão
incluir, em seus calendários de eventos, atividades
alusivas à data. A iniciativa homenageia o imigrante italiano que aqui se instalou, se fez gente
nossa e, contribuindo com seu trabalho, engajado
nas nossas lutas, fez prosperar cidades inteiras,
construiu escolas, igrejas, restaurantes, hospitais
e cultivou a terra. Famílias inteiras deixaram
seus sonhos e amigos na velha Itália e vieram em
busca de novos horizontes.Trouxeram consigo seus
hábitos, tradições, formação profissional e moral
e enriqueceram a nossa cultura.
Fazendo jus ao verdadeiro celeiro de belezas
naturais que encerra em seu território, o
município de Oriximiná vai elaborar o Plano de
Utilização e Roteirização do Sítio Pesqueiro
Lago do Salgado, em parceria
com a Companhia Paraense
de Turismo (Paratur) e as
Secretarias de Estado de Pesca
e Aqüicultura (Sepaq) e de
Meio-Ambiente (Sema).
O trabalho de roteirização turística será executado
entre os dias 19 e 26 de fevereiro. Oriximiná fica situada
no pólo Tapajós, e um de seus
maiores eventos é o Torneio
de Pesca Esportiva, realizado anualmente em agosto,
que atrai grande número de
turistas.
“Aproveitando esse fluxo, que não é apenas no período de realização do evento,
será estabelecido um roteiro
de acordo com os atrativos
que já foram mapeados durante o zoneamento turístico,
levando em consideração a
infra-estrutura e o envolvimento das comunidades no
fortalecimento da atividade
na região”, explica Argemiro
Diniz, revelando que a Prefeitura está trabalhando em
conjunto com o Governo do
Estado para oferecer de cursos de capacitação, de acordo
com a demanda turística,
incrementando a economia
local com a abertura de novos postos no mercado de
trabalho. “Um dos objetivos
CORREDEIRAS em Cachoeira Porteira
é gerar emprego e renda; a
comunidade está inserida
no processo de capacitação
profissional e atendimento ao
turista, por meio de cursos de
mecânico de motor de lancha
e manipulação de alimentos,
entre outros”, informa o
prefeito, para quem a parceria
torna a ação mais completa,
com impactos maiores na
região. “A união entre Estado
e Município proporcionará a
organização de todos os atores
envolvidos na atividade do
turismo de pesca”, ressalta.
PM incentiva integração do efetivo à sociedade
O coronel PM Osmar da Costa Júnior,
comandante do Policiamento Militar Regional
I, promoveu um curso de capacitação para
policiais militares, organizado pelo comandante
da Polícia Militar de Oriximiná, capitão Marcelo Ribeiro,
com apoio da Prefeitura local.
Foram ministradas palestras sobre Noções de Direito, Polícia Comunitária,
Relações Interpessoais, Pronto Socorrismo (em parceria
com a Universidade Federal
Fluminense - UFF), Rádio
Patrulhamento e Técnicas de
Abordagem e Defesa Pessoal,
além da palestra ministrada
pelo secretário municipal
de Planejamento, Francisco
Florenzano. O curso durou
quatro dias, com carga horária
de 12 horas. Todo o efetivo
da 12ª CIPM sediada em
Oriximiná participou, além
do Destacamento de Óbidos
e os comandantes dos destacamentos PM de Faro, Terra
Santa, Juruti e Curuá.
Segundo o capitão Marcelo Ribeiro, a idéia é integrar
a polícia com a sociedade.
“Temos que entender duas
coisas: O policial não é inimigo, e sim amigo da população.
Então precisamos quebrar
esses paradigmas. Policial
Militar capacitado é cidadania
garantida”, argumentou.
através da Secretaria de Saúde
e Saneamento, e Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
e propõe as especificidades da
Amazônia quanto às questões
sanitárias, em especial no que
diz respeito à formação, capacitação continuada e fixação
de recursos humanos para a
área de Vigilância Sanitária, de
modo a atender as demandas
da extensão territorial, barreiras geográficas e dificuldades
de acesso, dentre outras.
A idéia surgiu a partir da
interlocução de profissionais
Conhecida como “cidade das ladeiras”, berço
de grandes nomes da literatura paraense, como
Inglês de Souza, Óbidos tenta deixar para trás a
estagnação econômica. Com as obras de drenagem
recém-inauguradas finalmente deverão acabar os
alagamentos e a erosão pluvial constantes na época
do período chuvoso.
Experiência inédita
INTEGRAÇÃO do policiamento à comunidade
Além de contar com
o apoio de várias entidades,
Marcelo Ribeiro enfatiza o
apoio maior da Prefeitura
de Oriximiná.“A gente deve
agradecer ao prefeito Argemiro Diniz. Que polícia não
estaria satisfeita com todo esse
aparato que a PMO dá para a
PM?” concluiu.
de Vigilância Sanitária dos
municípios do Baixo Amazonas com os representantes do
Núcleo de Promoção e Vigilâncias do Conselho Nacional
de Secretários Municipais de
Saúde e da Anvisa. As discussões serão focadas na necessidade de fazer e pensar a gestão
de Vigilância Sanitária de forma descentralizada na região
amazônica, para fortalecer a
qualificação da gestão local e
a autonomia dos municípios
na definição de estratégias para
superar os problemas de saúde. 19 municípios do Oeste
do Pará e limítrofes do Estado
do Amazonas vão participar.
Aberto a todos, o Encontro
será custeado pela Anvisa e
pelo Município de Oriximiná,
com apoio da Mineração Rio
do Norte.
15 titulares e 15 suplentes integram o Conselho
Juruti Sustentável. Três empresas, três membros
do poder público e nove representantes de movimentos sociais do município dão forma à nova
instituição, cujo modelo será testado nos próximos
seis meses. Juruti quer desenvolver suas próprias
habilidades sociais e econômicas. Oito câmaras
técnicas nas áreas de Saúde, Educação, Meio Ambiente, Segurança, Infra-Estrutura e Saneamento,
Cultura e Turismo, Desenvolvimento Rural, Economia e Trabalho vão captar e debater demandas
sociais para subsidiar o Conselho. Uma vez criado
o grupo definitivo, cada mandato terá duração de
um ano.
Relegados ao abandono
30 mil pessoas estão desassistidas em Prainha
porque o único hospital do município entrou em
reforma em maio de 2006 e deveria ficar pronto em
março de 2007. Mas com a mudança de governo
a liberação de recursos foi suspensa e o hospital
transferido para um galpão de um clube de futebol, sem a menor condição de funcionamento,
até hoje.
Paquiderme estatal
Como se não bastasse a precariedade da maioria
absoluta dos embarcadouros no Pará – sem estação de passageiros nem terminal de embarque, as
pessoas se equilibram em cima de balsas flutuantes e pranchas – os barcos não cumprem horários
nem data para as viagens. Afinal, para que existe
a Arcon?
A Prefeitura de Oriximiná, através da Secretaria
de Infra-Estrutura, fez uma alteração no tráfego
de automóveis na Passagem Antônio de Souza
Bentes, que divide os dois mercados.
agora é só para quem vem pela
24 de Dezembro”, detalha
Argemiro.
A Seinfra está trabalhando na confecção de placas
de sinalização para orientar
melhor os condutores de veículos. Enquanto isso, Policiais
Militares auxiliam os motoristas, esclarece o prefeito.
A idéia agradou pedestres e até mesmo os con-
Enxurrada, não!
Os obidenses aguardam os prometidos recursos
para a reforma do mercado de peixe e a conclusão
das obras do hospital municipal, além das ações dos
programas Água para Todos e Bolsa Trabalho. Para
a construção do cais de arrimo da cidade, Ana Júlia
Carepa anunciou que o Ministério da Integração vai
liberar mais de R$ 3 milhões.
Mudança de tráfego
A Passagem fica entre a avenida 24 de Dezembro e rua Barão do Rio Branco. Para melhorar o tráfego ela passa a ter
um só sentido, como explica
o prefeito Argemiro Diniz. “A
mudança se faz necessária para
possibilitar o ordenamento do
tráfego, melhorar a segurança
no trânsito e evitar acidentes.
Então, quem descia pela Barão
não vai mais poder. O sentido
Apesar de Santarém não ter projeto de mineração
em seu território, em 2007 mais de R$ 45 milhões
circularam no município, só em compras diretas de
materiais e serviços feitos para mineradoras. A Associação Comercial local tem seu próprio programa
de certificação de empresas, com Selo de Gestão de
Qualidade, e é parceira ativa do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) e programas
de certificação como o Procem.
À espera de $$$
I Encontro de Vigilância Sanitária no Baixo Amazonas
No período de 26 as 29 de fevereiro acontece
em Oriximiná o I Encontro Regional de
Vigilância Sanitária do Baixo Amazonas. O
evento é promovido pela Prefeitura Municipal,
Capital de giro
Embaralhou geral
Está para lá de complicada a negociação para fechar
os acordos entre os partidos aliados da prefeita
Maria do Carmo Martins Lima, em Santarém. Não
é fácil juntar a turma, principalmente PT, PMDB,
PSB e PDT.
SENTIDO único para evitar acidentes nas ruas asfaltadas
dutores de veículos. “Achei
muito bom porque a gente
não vai mais ter que esperar
um carro descer para poder
subir”, disse um taxista. “Eu
gostei muito... É melhor para
atravessar a rua”, completou
um vendedor.
Gregos & troianos
Em Oriximiná tem muita gente empenhada em
intrigar Argemiro Diniz com Luiz Gonzaga Viana.
Júnior Ferrari está de olho na cizânia para aproveitar a brecha e pegar o apoio do PMDB e PT para
tentar a eleição.
3
4
BALANÇO
zFEVEREIRO - 2008
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2007
Senhores Acionistas,
A Diretoria Executiva da Mineração Rio do Norte S.A. (MRN), em cumprimento às
disposições legais e estatutárias, apresenta relatório com o resumo dos principais
acontecimentos do ano de 2007, juntamente com as Demonstrações Financeiras e o
Parecer dos Auditores Independentes.
PRINCIPAIS DESTAQUES DE 2007
O foco permanente nas oportunidades de melhoria em seus processos levaram a MRN
a concluir o ano de 2007 com produção recorde de 18,06 milhões de toneladas de
bauxita, marca histórica com crescimento de 1,7%, em relação ao ano anterior, quando
foram produzidas 17,75 milhões de toneladas.
Outros recordes também foram destaque nas operações da empresa. A Ferrovia
encerrou o ano com 18,6 milhões de toneladas de bauxita transportadas, também
superando a marca de 2006 em 2%, quando foram transportadas 18,2 milhões de
toneladas. As vendas atingiram 17,88 milhões de toneladas, com crescimento de
4,7% em relação a 2006, a receita líquida cresceu 10,6%, para R$ 994,4 milhões
e o EBITDA atingiu R$ 571,2 milhões, 14,7% maior que em 2006.
seus cônjuges participaram de palestras e treinamentos, envolvendo temas como,
plano de saúde, empreendedorismo em parceria com o Sebrae, nanças pessoais e
investimentos. A partir de 2008, o programa passa a ser desenvolvido com empregados
que estão por aposentar nos próximos dois anos e não apenas no ano do desligamento
da empresa.
curativa a 18 comunidades compostas por remanescentes de quilombos, que habitam
as margens do alto-rio Trombetas. Mensalmente, um barco equipado e com médicos,
enfermeiros e técnicos da área da saúde se desloca de Santarém e permanece
por até cinco dias na região realizando o atendimento de aproximadamente 2 mil
pessoas.
SEGURANÇA
O ano de 2007 foi marcado pelo segundo melhor desempenho em segurança do
trabalho, nos 28 anos da empresa. Essa conquista é devida ao comprometimento
de líderes e liderados no processo de capacitação e de gestão de segurança.
A empresa deu prosseguimento à implantação de ferramenta de segurança
que estimula o comportamento seguro e pró-ativo. O objetivo é identicar os
comportamentos de risco, visando controlá-los e eliminá-los, assim como reforçar
positivamente os comportamentos seguros, durante as atividades desenvolvidas
por todos na organização.
A empresa colaborou com o desenvolvimento de diversas ações sociais nas cidades
de sua área de inuência. Em Terra Santa, foi inaugurado o prédio da Escola Municipal
Simone das Neves Pinheiro, onde, desde março de 2007, estudam 90 crianças e
adolescentes portadores de necessidades especiais.
As taxas de freqüência de acidentes, calculadas por um milhão de horas trabalhadas,
foram as seguintes:
Taxas de freqüência (*)
MRN
CONTRATADAS
2007 2006 2007
2006
0,60 0,63
0,53
0,80
1,19 2,22
4,00
4,29
1,79 2,85
4,54
5,09
As ações de promoção de Segurança do Trabalho também renderam à companhia o
segundo melhor desempenho de sua história. Para empregados da MRN, a taxa de
freqüência, para cada um milhão de horas de exposição, em 2007, foi de 1,79, contra
2,85 em 2006. Já para empregados das empresas contratadas, a taxa de freqüência
cou em 4,54, contra 5,09 em 2006.
ACIDENTES
PRODUÇÃO E VENDAS
Em 2007, a MRN atingiu novo recorde, produzindo 18,06 milhões de toneladas de
bauxita, o que representa um aumento de 0,31 milhão de toneladas (1,7%) em relação
à produção de 2006.
(*) Acidente por um milhão de horas trabalhadas.
O volume de bauxita vendida em 2007, atingiu 17,88 milhões de toneladas,
representando um aumento de 0,79 milhão de toneladas (4,6%) em relação ao volume
vendido em 2006. 68,8% das vendas foram destinadas ao mercado interno, suprindo
as renarias da Alunorte e da Alumar, 12,2% foram destinadas ao Estados Unidos,
9,8% ao Canadá e 9,2% a países europeus.
Os teores médios de qualidade do minério obtidos em 2007 foram de 49,33% de
alumina disponível (49,35% em 2006) e 4,75% de sílica reativa (4,43% em 2006). As
variações em relação aos dados de pesquisa e planejamento das áreas mineradas
caram dentro dos limites de desvios aceitáveis.
GESTÃO DA QUALIDADE
A MRN mantém um programa consistente de gestão da qualidade, focado em treinamento
e desenvolvimento das pessoas, gerenciamento da rotina e gerenciamento por diretrizes
visando à melhoria permanente de seus processos.
Implantado em 2006, o Lean-Seis Sigma tem o objetivo de aumentar a eciência
e a otimização dos processos. Em 2007, foram treinados 24 “Champions”,
responsáveis por estruturar os projetos, 11 “Black Belts”, líderes de projetos no
âmbito da empresa, 24 “Green Belts”, líderes no âmbito da sua área, 124 “Yellow
Belts”, responsáveis pelo gerenciamento da rotina nas seções com introdução do
controle estatístico de processos, e 589 “White Belts”, que trabalham na solução
de problemas, por meio do CCQ e 5S, na base da estrutura. Treze projetos foram
concluídos, contribuindo com redução de custos e aumento de produtividade em
diversos processos da MRN. Outros dez projetos encontram-se em andamento.
Já consolidado na empresa, o 5S é um programa que, por meio de boas práticas,
proporciona ambientes favoráveis para atingir resultados de qualidade, com menores
riscos de acidentes e maior preservação ambiental. De acordo com a metodologia do
programa atualmente em prática na MRN, a empresa foi dividida em 116 ambientes.
Desse total, 112 foram certicados, sendo 18 no 3ºS, 19 no 4ºS e 75 no 5ºS.
O programa CCQ (Círculos de Controle de Qualidade) conta com um forte
envolvimento e comprometimento dos empregados da MRN e de empresas
contratadas e é um fator de excepcional motivação das pessoas. Em 2007, os
154 grupos, compostos por 829 circulistas, concluíram 301 projetos de melhoria
no ano, chegando a um total acumulado de 2.409 projetos desde o início do
programa, em 1997. O programa conta com a adesão de 62,8% do quadro total.
O Sistema de Gerenciamento de Riscos, procura denir riscos relacionados a saúde
e segurança ocupacional, produção, nanças e impactos ambientais. O mesmo é
parte da rotina dos gerentes, que planejam ações para a redução dos níveis de risco,
da empresa. Para o aprimoramento da gestão de riscos, a empresa está alocando
recursos no desenvolvimento de software especíco, cuja implantação está prevista
para 2008.
RECURSOS HUMANOS
A valorização e o desenvolvimento da mão-de-obra regional são premissas da MRN
desde o início das operações em 1979. O efetivo médio foi de 1.319 empregados,
sendo 81,1% originados do Pará e totalizando 84,4% da Região Norte. A produtividade
por empregado cou em 13.691 toneladas.
Através de seu Sistema de Gestão, a MRN mantém uma política de qualicação
constante do seu quadro de pessoal. Em 2007, foram empregadas 4,4% das
horas trabalhadas em atividades de treinamento e desenvolvimento. Os principais
treinamentos foram direcionados a segurança e saúde no trabalho, meio ambiente,
qualidade, responsabilidade social e técnicas operacionais especícas. Em ns de
2007, a MRN consolidou parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica
(Cefet/PA), que proporcionará a formação de técnicos em Mineração, Mecânica e
Eletrotécnica em Porto Trombetas, com início em março de 2008.
O Programa de Gestão por Competências encontra-se em fase nal de implantação
e será uma importante ferramenta gerencial, consolidando os “gaps” em relação às
competências requeridas para cada pessoa e permitindo o direcionamento dos planos
de treinamento para suprir essas carências, em alinhamento com os negócios da
MRN.
Na área de Gestão de Clima, foram implementadas ações conjuntas envolvendo
Desenvolvimento de Lideranças, Comunicação e Marketing Interno, Programa de
Relacionamento com o Empregado e Monitoração do Clima Organizacional.
O Programa de Relacionamento com os Empregados visa manter aberto um canal
de comunicação entre empregados e empresa. Para tanto, são realizadas reuniões
periódicas entre líderes e liderados, ocasião na qual os empregados têm a oportunidade
de levantar dúvidas e questões que estejam lhe causando insatisfação e ainda indicar
sugestões de melhorias.
A MRN considera sua Política de Benefícios um importante fator de integração com o
empregado e seus dependentes, pois apresenta, de um lado, o compromisso da companhia
com o bem-estar e a qualidade de vida do empregado e, do outro, um conjunto de estímulos
para o engajamento do empregado com os objetivos da empresa.
Comafastamento
Semafastamento
Total
MRN + CONTRATADAS
2007 2006
0,56
0,73
2,67
3,34
3,24
4,06
Diversas ações foram tomadas visando reduzir a exposição das pessoas ao risco
de acidentes. Entre elas, destacam-se melhorias no ambiente de trabalho, como a
adoção do projeto de Segregação de Pessoas e Equipamentos, com a instalação
de corredores de segurança em áreas operacionais. Foram instalados em pontos
estratégicos da empresa 14 desbriladores, que buscam garantir socorro em caso
de parada cardiorrespiratória. Em junho de 2007, foi contratada uma empresa
especializada para qualicar 15 instrutores, que treinaram 56 socorristas e 107 pessoas
em primeiros socorros básicos, ressuscitação cardiopulmonar e uso do desbrilador,
em Porto Trombetas.
O sistema de gestão de segurança da MRN foi auditado por representantes dos
acionistas, em novembro de 2007. Ao todo, foram 15 protocolos referentes a saúde,
segurança, meio ambiente e relações comunitárias. A MRN evoluiu positivamente em
quase todos os protocolos, quando comparada com a avaliação realizada também
pelos representantes das empresas acionistas em 2004. Para um padrão de avaliação
com escala de zero a 5 pontos, a MRN passou de um rating de 3,8 pontos, em 2004,
para 4,2 pontos, em 2007.
Desde 2004 a MRN está certificada na norma OHSAS 18001. Esse estímulo foi
transferido para as empresas contratadas e hoje as cinco com maior número
de funcionários (GRSA, Electron, DService, Souza Terraplenagem e Mavefer)
também têm seus processos totalmente ou parcialmente certificados nessa
norma.
SAÚDE OCUPACIONAL
Foram concluídos em 2007 os estudos para validação do método de termograa
cutânea, exame que detecta com mais eciência lesões por esforço repetitivo e
doenças osteomusculares. Em 2008, ele passa a ser utilizado nos exames clínicoocupacionais, que em 2007, somaram 1.394. Outras futuras ações, decorrentes de
estudos ao longo do ano, são o Laboratório do Sono e o Gerenciamento da Fadiga, que
passam a compor o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
O programa realizou levantamento epidemiológico detalhado das condições de
saúde dos trabalhadores da MRN, não apenas com foco em saúde ocupacional, mas
também abrangendo uma investigação das doenças de ocorrência mais comuns entre
a população de um modo geral. Nesse sentido, o programa passou a identicar o
absenteísmo referente a doenças, que em 2007, cou em 0,74%, contra, 0,65% em
2006.
MEIO AMBIENTE
Em 2007, foram plantadas 413 mil novas árvores de espécies nativas numa área total
de 243,7 ha., sendo 106,6 ha. na mina do Aviso, 105 ha. na mina do Almeidas, 20,5 ha.
na mina Papagaio e 11,6 ha. na mina Saracá. Até maio de 2008, a MRN terá plantado
mais de 7 milhões de árvores. Para o processo de reorestamento, foram produzidas
524 mil mudas no horto orestal. Outras 150 mil foram adquiridas de produtores de
comunidades locais. Os recursos nanceiros aplicados em ações de controle ambiental
somaram R$ 28,4 milhões entre investimentos e custeio.
Com o objetivo de vericar a similaridade das orestas replantadas e originais em 2007,
a MRN deu início a um trabalho de revisão da metodologia adotada no monitoramento,
que terá duração de dois anos, visando a construção de um índice de restauração para
as áreas reorestadas. Os resultados práticos serão usados na melhoria do programa
de reabilitação das áreas mineradas. Para o desenvolvimento do índice proposto, serão
avaliadas as variáveis referentes a dinâmica dos reorestamentos e da regeneração
natural de espécies arbóreas, fertilidade do solo, entomofauna, mastofauna, avifauna,
herpetofauna e mesofauna do solo.
Ainda nesse âmbito, o monitoramento por técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa) conrmou o desenvolvimento adequado dos castanhais do platô
Almeidas, onde é desenvolvido o projeto de enriquecimento das espécies no local.
Nos nove castanhais existentes foram identicados 1.112 indivíduos da espécie. Até
o nal da etapa de reorestamento de 2007, cinco castanhais receberam 1.800 novas
mudas.
A conabilidade dos índices de particulados e gases lançados no ar foi uma das
atenções da empresa, que implantou o sistema de monitoramento nas chaminés dos
secadores de minérios e da usina termelétrica II, possibilitando a coleta de informações
on line e a atuação imediata em eventuais desvios.
RELAÇÕES COM A COMUNIDADE
Em 2007, a MRN prosseguiu com o apoio ou desenvolvimento de projetos sociais
em parceria com as comunidades, tendo também realizado o II Encontro de
Responsabilidade Social de Porto Trombetas, que contou com a exposição dos
projetos em estandes, apresentações culturais, ocinas e shows com artistas da
região.
O projeto Escola do Campo conquistou, em Santiago do Chile, a segunda posição
no BHPB HSEC Awards - 2007, na categoria Community, sendo premiado como
Highly Commended, em iniciativa promovida pela acionista BHP Billiton. O projeto,
resultado da parceria da MRN com a Prefeitura Municipal de Terra Santa, busca
capacitar os alunos na prática de agricultura no currículo do ensino fundamental das
escolas do município. Atualmente o projeto atende 1.400 jovens.
Durante o ano, também foram dados importantes passos no projeto de Implantação de
Sistemas Agro-orestais, nas comunidades de Boa Nova e Saracá, no lago Sapucuá,
em Oriximiná. Dentre as principais ações, se destacam o plantio de 12 mil mudas
de espécies orestais e frutíferas em áreas preparadas pelos comunitários, além de
hortas nas escolas das comunidades e da realização de diversos cursos, como o de
beneciamento da farinha de mandioca. O projeto benecia 70 famílias nas duas
comunidades.
No município de Faro, foi realizado um curso de Suporte Básico de Vida (Primeiros
Socorros), beneciando 29 prossionais da área da saúde do município, habilitandoos para atendimentos emergenciais. O curso foi realizado por prossionais da MRN,
habilitados em resgate.
Pelo programa Micro-Sistemas e Poços Artesianos, foram construídos quatro
poços artesianos e micro-sistemas de abastecimento de água nas comunidades
do Boa Vista, Casinha (lago Sapucuá) e lago Batata, no município de Oriximiná,
melhorando a qualidade de vida da população e beneficiando mais de 100
famílias.
INVESTIMENTOS
Em 2007, a companhia investiu R$ 78,9 milhões. O recurso foi destinado a
controle ambiental (R$ 11,3 milhões), pesquisa geológica (R$ 6,2 milhões),
nova frota de equipamentos de mineração (R$ 14,4 milhões) substituição de
equipamentos e atualização tecnológica (R$ 21,1 milhões), estudos e projetos
relacionados à matriz energética (R$ 1,6 milhão), segurança ocupacional (R$
7,2 milhões), abertura de novas minas (R$ 13,1 milhões) e (R$ 4,0 milhões)
em outros projetos.
RESULTADOS ECONÔMICO-FINANCEIROS
A receita líquida em 2007 foi de R$ 994,4 milhões, R$ 95,0 milhões superior à
receita líquida de R$ 899,4 milhões obtida em 2006. Apesar de a apreciação do real
frente ao dólar norte-americano ter inuenciado negativamente a receita em 13,3%,
o aumento do volume de vendas em 4,7% e o aumento dos preços em dólares
de 19,2% proporcionaram um crescimento da receita líquida de 10,6% em 2007,
comparado com 2006.
O custo dos produtos vendidos em 2007, excluída a depreciação, foi superior ao custo
de 2006 em 5,4%. Enquanto a receita líquida por tonelada vendida cresceu 5,7%,
o custo unitário cresceu 0,7%, principalmente devido ao menor impacto dos preços
de combustíveis em 2007 e a programas de redução de custos implantados no
decorrer do ano. O EBITDA (resultado operacional antes da depreciação, despesas
nanceiras e imposto de renda) foi de R$ 571,2 milhões contra R$ 497,9 milhões em
2006, representando um acréscimo de 14,7%, inuenciado pela receita líquida maior
(10,6%) e pelo custo das vendas proporcionalmente menor.
O lucro líquido foi de R$ 432,1 milhões, 26,8% superior ao lucro de 2006,
de R$ 340,8 milhões. Contribuiram para esse aumento, além dos resultados
operacionais, as despesas financeiras líquidas das receitas que, em 2007,
ficaram em R$ 9,9 milhões, contra R$ 11,4 milhões em 2006, com redução de
13,2% e variação cambial líquida positiva de R$ 30,4 milhões, contra R$ 13
milhões em 2006.
No ano de 2007, a geração líquida de divisas foi de US$ 113.3 milhões (US$
196.9 milhões em 2006), proveniente da balança comercial (US$ 169.6
milhões), fluxo de capitais (-US$ 46.7 milhões) e pagamento de serviços (-US$
9.6 milhões).
A MRN recolheu aos cofres públicos, incluindo retenções, R$ 154,4 milhões em
impostos e contribuições (R$ 158,2 milhões em 2006), assim distribuídos:
2007
ICMS
Compensação nanceira pela exploração
de recursos minerais
Pis e Cons
Imposto de renda e contribuição
social sobre o lucro líquido
Contribuições previdenciárias
Outros impostos
2006
25,7
24,0
29,8
27,2
27,7
39,2
40,5
24,6
6,6
38,4
22,2
6,7
A redução do Pis e Cons deve-se à liquidação do REFIS em fevereiro de 2007.
DESAFIOS
Dentre os principais desaos da MRN para 2008 e anos seguintes, destacam-se:
• Iniciar a execução dos projetos de abertura de novas minas para garantir o atual
nível de produção;
• Avaliar alternativas que possam permitir novos incrementos no nível de produção
atual;
• Continuar trabalhos do projeto de recuperação na planta de beneciamento;
• Prosseguir com estudos de redução da umidade do produto da planta de
beneciamento;
• Continuar os estudos de alternativas para a mudança da matriz energética;
• Implementar programas de melhoria contínua, visando aperfeiçoar os processos
operacionais e reduzir custos;
• Manter e aprimorar as relações com seus empregados, com as comunidades e com
os diversos públicos da empresa;
• Potencializar a utilização das ferramentas do Lean-Seis Sigma;
• Estudar alternativas para reduzir a emissão de CO2 da empresa, através de redução
do consumo de combustíveis e avaliação de fontes alternativas de combustíveis;
• Dar seqüência aos trabalhos de pesquisa geológica, objetivando conhecer com maior
precisão os recursos minerais da MRN.
A Diretoria Executiva da MRN agradece a todos que contribuíram para os resultados
alcançados em 2007, especialmente, aos seus empregados e acionistas.
Porto Trombetas, 11 de janeiro de 2008.
Em 2007, o programa Começar de Novo, que auxilia os empregados no processo
de aposentadoria, foi retomado com novo foco. Ao longo do ano, 25 empregados e
O Projeto Quilombo fechou o ano comemorando uma importante marca na redução
da desnutrição infantil para apenas 8% das crianças beneciárias, contra 39% em
1999, quando o projeto foi iniciado. O Projeto Quilombo é uma parceria da MRN com
a Fundação Esperança de Santarém, e tem por objetivo levar saúde preventiva e
BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006
(Em milhares de reais)
Nota
ATIVO
explicativa
2007
2006
CIRCULANTE
Disponibilidades
Contas a receber de clientes
Estoques
Outros ativos circulantes
Total do ativo circulante
3.186
90.197
45.688
4.589
143.660
58.451
61.598
47.138
6.655
173.842
537.248
504.193
587
910.962
32.185
943.734
1.480.982
463
943.751
17.590
961.804
1.465.997
LUCRO BRUTO
RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS
Gerais e administrativas
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas
(16.130)
2.176
(15.850)
3.982
1.624.642
1.639.839
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO
RESULTADO FINANCEIRO
462.772
392.678
NÃO CIRCULANTE
Realizável a longo prazo:
Depósitos judiciais
Permanente
Investimento
Imobilizado
Intangível
Total do permanente
Total do ativo não circulante
3
15
4
6
7
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Exigível a longo prazo:
Empréstimos e nanciamentos
Imposto de renda e contribuição social diferidos
Provisão para contigências
Provisão para reorestamento e fechamento de minas
Outras obrigações
Total do exigível a longo prazo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
Reservas de capital
Reserva de lucros
Total do patrimônio líquido
TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006
(Em milhares de reais)
RECEITA BRUTA DE VENDAS
Nota
explicativa
2007
15
1.078.323
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Impostos incidentes sobre vendas
(83.891)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
5
TOTAL DO ATIVO
CIRCULANTE
Fornecedores
Empréstimos e nanciamentos
Salários, provisões e contribuições sociais
Impostos a recolher
Imposto de renda e contribuição social a pagar
Impostos parcelados
Dividendos a pagar
Provisão para reorestamento e fechamento de minas
Outras obrigações
Total do passivo circulante
Diretoria Executiva
33.436
79.204
15.270
9.626
6.334
431.147
1.858
1.279
578.154
30.469
440.176
15.311
8.888
6.882
989
339.752
2.046
1.580
846.093
8
13
11
12
261.477
76.830
41.114
56.632
19.423
455.476
46.446
64.058
42.155
43.296
12.906
208.861
14
478.494
16.819
95.699
591.012
473.516
16.666
94.703
584.885
1.624.642
1.639.839
8
9
10
14
12
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
RESULTADO FINANCEIRO
Receitas nanceiras
Despesas nanceiras
Variação cambial, líquida
16
LUCRO OPERACIONAL
RESULTADO NÃO OPERACIONAL
IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Capitalizado
Corrente
Diferido
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro líquido do exercício por lote
de 1.000.000 de ações (em R$)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações nanceiras.
994.432
899.416
(513.354)
(494.870)
481.078
404.546
40.772
(50.668)
30.417
53.172
(64.574)
13.027
483.293
394.303
(822)
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
482.471
13
2006
976.167
(76.751)
(2.761)
391.542
(5.131)
(32.425)
(12.772)
(4.859)
(29.572)
(16.303)
432.143
340.808
720,24
568,01
(CONTINUA)
BALANÇO
FEVEREIRO - 2008 z
5
(CONTINUAÇÃO)
DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006
(Em milhares de reais, exceto dividendos por milhões de ações)
Reserva
de lucros
Reservas de capital
Nota
explicativa
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005
Capital
social
Incentivos
scais
468.236
6.829
Aumento de capital
Reserva para aumento de capital - Isenção de IR
Lucro líquido do exercício
Reserva legal
Dividendos estatutários e propostos
(R$ 566,25 por lote de milhões de ações)
5.280
-
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006
Aumento de capital
Reserva para aumento de capital - Isenção de IR
Lucro líquido do exercício
Reserva legal
Dividendos estatutários e propostos (R$ 718,58 por lote de milhões de ações)
Lucros
acumulados
legal
10.258
-
1.056
340.808
(1.056)
4.859
340.808
-
(339.752)
(339.752)
(5.280)
4.859
-
-
-
-
473.516
6.829
9.837
94.703
-
(4.978)
5.131
-
996
-
6.829
9.990
4.978
-
13
478.494
Total
93.647
-
14
14
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007
Isenção de
imposto renda
-
578.970
-
584.885
432.143
(996)
(431.147)
5.131
432.143
(431.147)
-
591.012
95.699
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações nanceiras.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 (Em milhares de reais)
DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS PARA OS EXERCÍCIOS
FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006
(Em milhares de reais)
Nota
explicativa
2007
2006
ORIGENS DE RECURSOS
Recursos originados das operações (conforme abaixo)
Captação de empréstimos e nanciamentos de longo prazo
Outras obrigações
514.151
250.000
24.128
408.498
46.446
36.101
Total das origens
788.279
491.045
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Aumento do realizável a longo prazo
Aquisição de bens do imobilizado
Transferência do exigível a longo prazo
para o passivo circulante
Dividendos estatutários e propostos
Total das aplicações
4.399
78.870
14
AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
VARIAÇÕES DO CAPITAL CIRCULANTE
Ativo circulante:
No início do exercício
No m do exercício
Passivo circulante:
No início do exercício
No m do exercício
AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E DE 2006
(Em milhares de reais)
Nota
explicativa
2007
2006
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro líquido do exercício
Ajustes para reconciliar o lucro líquido do exercício
com o caixa gerado pelas atividades operacionais:
Depreciação e amortização
Provisão para perdas com a desvalorização de
ativos - Materiais de almoxarifado
Provisão para contingências
Imposto de renda e contribuição social diferidos
Isenção de imposto de renda a capitalizar
Valor residual do ativo imobilizado baixado
Atualização monetária depósito judicial
Provisão para reorestamento e fechamento de minas
Encargos nanceiros provisionados
3.868
82.843
36.106
431.147
550.522
19.700
339.752
446.163
237.757
44.882
173.842
143.660
(30.182)
174.393
173.842
(551)
846.093
578.154
(267.939)
891.526
846.093
(45.433)
237.757
44.882
432.143
340.808
13
13
11
110.863
(47.740)
1.610
12.772
5.131
(628)
514.151
106.383
(67.220)
195
16.303
4.859
7.170
408.498
5
12
(Aumento) redução nos ativos operacionais:
Contas a receber de clientes
Estoques
Depósitos judiciais
Outros
15
5
Aumento (redução) nos passivos operacionais:
Fornecedores
Impostos parcelados
Impostos a recolher
Salários, provisões e encargos sociais
Imposto de renda e contribuição social
Provisão para reorestamento e fechamento de minas
Outras obrigações e contas a pagar
Caixa gerado pelas atividades operacionais
10
9
12
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Aquisição de imobilizado
Caixa aplicado nas atividades de investimento
DEMONSTRAÇÕES DOS RECURSOS ORIGINADOS DAS OPERAÇÕES
Lucro líquido do exercício
Itens que não afetam o capital circulante:
Depreciação e amortização
Variações monetárias e juros de longo prazo
Valor residual do ativo imobilizado baixado
Imposto de renda e contribuição social diferidos
Isenção de imposto de renda a capitalizar
Provisão para contingências
Total originado das operações
11
13
13
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Captação de empréstimos e nanciamentos
Pagamento de empréstimos e nanciamentos
Pagamento de dividendos
Caixa aplicado nas atividades de nanciamento
340.808
110.863
106.383
2.686
(628)
12.772
5.131
1.610
(32.660)
2.780
(11.111)
1.545
7.170
16.303
4.859
195
(42.510)
6.090
(19.470)
(28.599)
(1.236)
(395)
1.942
69.797
(17.552)
(2.084)
228
1.325
(989)
738
(41)
(548)
(5.041)
6.215
496.957
7.577
(20.849)
(3.110)
3.148
(1.807)
(2.842)
(4.162)
449.717
(77.228)
(77.228)
(80.573)
(80.573)
380.565
(515.807)
(339.752)
(474.994)
458.080
(360.683)
(412.996)
(315.599)
(55.265)
(53.545)
AUMENTO (REDUÇÃO) DO SALDO DE DISPONIBILIDADES
DISPONIBILIDADES
Saldo inicial
Saldo nal
432.143
3
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Juros pagos durante o exercício
Imposto de renda e contribuição social pagos no exercício
Valores a pagar a fornecedores referentes à aquisição de imobilizado
58.451
3.186
4.906
58.451
(43.690)
(32.614)
3.912
(49.198)
(31.821)
2.270
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações nanceiras.
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 (Em milhares de reais)
1. CONTEXTO OPERACIONAL
A Mineração Rio do Norte S.A. é uma empresa de capital fechado, localizada em Oriximiná
– PA, cujos acionistas são a Companhia Vale do Rio Doce, Alcan Participações Ltda.,
BHP Billiton Metais S.A., Companhia Brasileira de Alumínio, Alcoa Alumínio S.A., Norsk
Hydro Brasil Ltda., Alcoa World Alumina LLC e Abalco S.A. (Nota 14). Suas atividades
consistem na extração, no beneciamento e na venda de minério de bauxita.
As vendas de minério, efetuadas para os próprios acionistas da Sociedade, ou por meio
deles ou para suas controladoras e ligadas, são regidas, principalmente, por contratos de
longo prazo, que estabelecem condições de mercado e equivalentes entre os acionistas.
As quantidades vendidas para cada empresa são conrmadas anualmente e podem
apresentar pequenas variações. Os preços praticados, em dólares norte-americanos, são
calculados segundo fórmulas especícas. As contas a receber decorrentes da venda de
minério têm prazo médio de vencimento de 30 dias. Caso o acionista adquirente não realize
a compra da quantidade mínima de bauxita denida em contrato, a Sociedade poderá
oferecer a referida quantidade a terceiros pelo preço denido pelo adquirente, desde que
não seja inferior a 90% do preço denido em contrato. Nesse caso, a Sociedade será
reembolsada da diferença de preço incorrida na transação. Além disso, se a quantidade
mínima de bauxita que deixar de ser comprada não for produzida, o adquirente pagará à
Sociedade o equivalente à margem líquida que resultaria dessa transação, descontados os
eventuais ganhos pela não-produção da bauxita que seria comercializada.
Em 31 de dezembro de 2007, a Sociedade apresenta um capital circulante líquido negativo
de R$ 434.494 (R$ 672.251 em 2006), que resulta da parcela do depósito judicial referente ao
processo de redução do capital (Nota 5) paga com recursos próprios, e dos dividendos que
estão propostos no exercício. A Administração, baseada no plano de negócios da Sociedade,
está convicta de que as operações comerciais que se realizarão no próximo exercício serão
sucientes para atender aos compromissos de curto prazo. Além disso, a Administração avalia
que a capacidade de geração de caixa da Sociedade permite a renovação dos empréstimos
de curto prazo ou a troca para linhas de crédito de longo prazo.
A Sociedade gerencia suas relações com o meio ambiente como fator estratégico, tendo
como premissa o pleno atendimento da legislação aplicável, e as diretrizes e normas internas.
Adota rigoroso programa de gestão ambiental como forma de minimizar os impactos de sua
operação de mineração, em conformidade com a norma ISO 14001, na qual é certicada
tanto para suas operações industriais quanto para o núcleo urbano de Porto Trombetas,
bem como atua de forma permanente no monitoramento, revegetação, desenvolvimento de
mudas e atividades educativas voltadas para seus empregados e para a comunidade.
2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E PRINCIPAIS
PRÁTICAS CONTÁBEIS
As demonstrações nanceiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis
adotadas no Brasil, sendo as principais práticas resumidas a seguir:
a) As disponibilidades compreendem os valores de caixa, bancos e aplicações nanceiras
que podem ser resgatadas a qualquer tempo pela Sociedade. Essas aplicações são
registradas ao custo acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço, que
não excedam o respectivo valor de mercado.
b) Os estoques estão avaliados ao menor valor entre o custo médio de aquisição ou
extração e o valor de mercado.
c) O imobilizado e o intangível estão demonstrados ao custo de aquisição, corrigidos
monetariamente até 31 de dezembro de 1995. As adições a partir de 1º de janeiro
de 1996 estão avaliadas ao custo de aquisição. A depreciação e amortização são
calculadas pelo método linear, com base na vida útil-econômica estimada dos bens.
Os custos iniciais de exploração e desenvolvimento de jazidas minerais foram
capitalizados, e a exaustão é calculada com base na relação entre o volume produzido
e a capacidade estimada das reservas minerais. Os demais custos de exploração são
reconhecidos nos custos de produção, quando incorridos.
d) Os empréstimos e nanciamentos estão atualizados pelas taxas contratuais na data
de encerramento dos exercícios.
e) A partir do exercício de 2005 adotou o pronunciamento SFAS 143 assets retirement
obligations à provisão para reorestamento e fechamento de minas. Os gastos com a
recuperação do meio ambiente e fechamento das minas são registrados levando-se em
consideração os seguintes aspectos:
- Os gastos relacionados ao atendimento de regulamentos ambientais são capitalizados
no ativo intangível quando incorridos em contrapartida à provisão para reorestamento
e fechamento da mina;
- A amortização do ativo leva em consideração o prazo estimado de produção de minério;
- As estimativas dos custos são baseadas em laudos técnicos de empresa especializada em
gestão ambiental e estão contabilizadas levando-se em conta o valor presente das obrigações,
descontadas a uma taxa livre de risco de longo prazo;
- As estimativas de custos são revistas anualmente, com a conseqüente revisão do
cálculo do valor presente, ajustando-se os valores de ativos e passivos já contabilizados
em contrapartida com o resultado.
f) O imposto de renda (IRPJ) e a contribuição social (CSLL) foram calculados com base
no lucro presumido à alíquota de 15%, acrescida do adicional de 10% para IRPJ e de
9% para CSLL.
g) As contingências passivas estão provisionadas por valores julgados sucientes pelos
administradores e assessores jurídicos para fazer face às ações consideradas de êxito remoto.
h) As receitas e despesas são reconhecidas no resultado do exercício pelo regime de
competência.
i) Os demais ativos e passivos estão demonstrados pelos valores conhecidos ou
calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes rendimentos e encargos
incorridos até a data do balanço.
j) A preparação das demonstrações nanceiras de acordo com as práticas contábeis adotadas
no Brasil requer que a Administração faça uso de estimativas e premissas relacionadas com o
registro e a divulgação de ativos, passivos, receitas e despesas nas demonstrações nanceiras.
Os resultados efetivos podem diferir dessas estimativas e premissas utilizadas. As principais
estimativas relacionadas às demonstrações nanceiras referem-se ao registro da provisão para
contingências e à provisão de reorestamento e fechamento de minas, dentre outras.
3. DISPONIBILIDADES
Em 31 de dezembro, o saldo de disponibilidades inclui o caixa e bancos além de
aplicações resgatáveis a qualquer momento, realizadas em instituições nanceiras de
primeira linha, como se segue:
2007
2006
Caixa e bancos
Títulos e valores mobiliários
Total
135
3.051
3.186
327
58.124
58.451
4.ESTOQUES
Em 31 de dezembro, o saldo de estoques era composto como se segue:
Bauxita:
Minerada
Britada
Lavada
Úmida
Seca
Materiais de consumo e outros
Total
2007
2006
87
460
2.800
20.496
368
24.211
21.477
45.688
127
444
4.286
13.672
3.351
21.880
25.258
47.138
5. DEPÓSITOS JUDICIAIS
Em 31 de dezembro, o saldo de depósitos judiciais era composto como se segue:
Tributos federais sobre operação
de redução de capital (*)
Outros
Total
2007
2006
537.155
93
537.248
501.129
3.064
504.193
(*)Redução de capital
A Sociedade foi autuada pela redução de seu capital social realizada em 22 de julho
de 1999. Em 16 de abril de 2003, a Sociedade recebeu a citação nº 021/2003 da
Receita Federal, exigindo o pagamento deste Auto de Infração. Objetivando suspender
a exigibilidade do crédito tributário, a Sociedade depositou judicialmente o montante de
R$ 316.011 em maio de 2003 (o saldo atual de R$ 537.155 inclui atualização monetária
– Selic), para dar prosseguimento a esta causa na esfera judiciária. De acordo com a
Administração e baseada no parecer legal de seus advogados, a expectativa de êxito é
possível nesta ação e, por isso, não foi contabilizado o respectivo passivo contingente.
6. IMOBILIZADO
Em 31 de dezembro, o ativo imobilizado tinha a seguinte composição:
Taxas anuais
de depreciação/
2007
2006
exaustão (%)
Instalações industriais e gerais
Prédios e instalações
Máquinas e equipamentos
Ferrovia
Jazidas de minério – bauxita
Móveis e utensílios
Veículos e embarcações
Depreciações e exaustões
acumuladas
Imobilizações em cursoInstalações, obras e
construções em andamento
Total do imobilizado
932.992
221.984
442.413
118.592
59.906
49.209
181.766
2.006.862
902.847
215.808
437.554
118.017
46.245
44.029
170.348
1.934.848
5 e 20
4
10
4 e 10
Conforme extração
10 a 20
10 a 20
(1.154.066) (1.055.228)
852.796
879.620
58.166
910.962
Os valores em moeda estrangeira correspondem a dólares norte-americanos captados para
aquisição de máquinas e equipamentos. Os referidos nanciamentos estão resumidos como
se segue:
Saldo em
Instituição 31/12/07 31/12/06
Unibanco
Itaubank
33.351
10.723
64.427
Captação
Data
Vencimento
Os valores em moeda nacional são compostos como se segue:
Saldo em
Instituição 31/12/07 31/12/06
Finame
Itaú
Bradesco
6.731
250.969
8.269
125.680
125.519
Captação
Data
Vencimento
O saldo de imobilizações em curso refere-se a obras e equipamentos relativos às
operações de rotina da Sociedade, em fase nal de construção ou montagem.
7. INTANGÍVEL
Em 31 de dezembro, o atível intangível tinha a seguinte composição:
2007
2006
Apropriação dos custos a serem
incorridos com fechamento de minas
33.772
18.363
Amortização acumulada
(1.587)
(773)
Total do intangível
32.185
17.590
8. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
2007
2006
Adiantamentos de contratos de câmbio
Moeda estrangeira – vencíveis até 2008
Moeda nacional – vencíveis até 2008
Moeda estrangeira – vencíveis até 2009
Moeda nacional – vencíveis até 2011
Total de nanciamentos
49.630
26.709
2.865
6.642
254.835
340.681
152.004
35.386
252.786
39.764
6.682
486.622
Circulante
Não circulante
79.204
261.477
440.176
46.446
Encargos
A partir de 2001 Julho 2011 TJLP+Spread
Abril 2006
Abril 2007 CDI+Spread
Abril 2007
Maio 2009 CDI+Spread
Bradesco
Este empréstimo foi obtido para cobrir parte do depósito judicial relacionado à redução
de capital (Nota 5).
Garantias
Os nanciamentos da Finame estão garantidos pelas máquinas e equipamentos
nanciados. Os demais nanciamentos internos e externos não possuem garantias
reais. Os adiantamentos de contrato de câmbio estão garantidos pelos recebíveis
das exportações. Adicionalmente, o contrato externo prevê que, na ocorrência de
alterações nas leis do país da Sociedade que possam tornar qualquer parte do acordo de
nanciamento como inválido ou ilegal, o saldo devedor será considerado como vencido,
devendo a Sociedade liquidá-lo dentro de dez dias da ocorrência das alterações na
legislação local.
A parcela registrada no longo prazo dos nanciamentos terá os seguintes vencimentos:
2009
2010
2011
Total
Finame
1.872
1.872
1.091
4.835
Itaubank
6.642
6.642
Bradesco
250.000
250.000
Total
258.514
1.872
1.091
261.477
9. IMPOSTOS A RECOLHER
Em 31 de dezembro, o saldo de impostos a recolher era composto como se segue:
PIS a recolher
COFINS a recolher
IRRF a recolher
CSL retido na fonte a recolher
ISS a recolher
ICMS a recolher
CFEM – Compensação nanceira a recolher
Total dos impostos a recolher
2007
2006
374
1.726
538
385
499
1.793
4.311
9.626
350
1.616
330
340
483
1.185
4.584
8.888
10. IMPOSTOS PARCELADOS
Os débitos incluídos no Programa Res eram liquidados mensalmente, com base no
percentual de 1,2% da receita de vendas da Sociedade, sendo o saldo devedor corrigido
monetariamente pela variação da TJLP. A Sociedade liquidou o saldo remanescente do
Res em 2007.
A movimentação do saldo da dívida no Res era como segue:
Saldo em 31 de dezembro
Juros incorridos
Redução de encargos
Pagamentos efetuados
Saldo em 31 de dezembro
64.131
943.751
Encargos
Outubro 2005 Setembro 2007 Libor+Spread
Abril e maio 2006 Junho 2007 Libor+Spread
a Março 2009
2007
2006
989
4
(993)
-
21.838
402
(8.686)
(12.565)
989
11. PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS
Em 31 de dezembro, o saldo de provisão para contingências era composto como se
segue:
2006
2007
RESUMO
Adições Reversões Utilizações Atualizações Soma Total
Fiscais
Cíveis
Trabalhistas
(-) Dep.
judiciais
Total
3.950
500
2.809
(6.858)
(949)
(80)
(131)
(14.673) (3.679)
42.155
3.580
21.791
13.748
21.289
14
(7.873)
100
(31)
1.485
1.243
2.058
(1.423) 20.368
794 14.542
4.656 25.945
(1.503) (5.068) (19.741)
3.283 (1.041) 41.114
A Companhia é parte em ações judiciais e processos administrativos perante tribunais
e órgãos governamentais, oriundos do curso normal de suas operações, envolvendo
principalmente questões tributárias, cíveis e trabalhistas.
A Administração, com base nas informações e avaliações de seus assessores legais,
internos e externos, constituiu provisão para contingências em montante considerado
suciente para cobrir as perdas consideradas prováveis.
(CONTINUA)
6
REGIONAL
zFEVEREIRO - 2008
(CONTINUAÇÃO)
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 E 2006 (Em milhares de reais)
Provisões para contingências constituídas pela Companhia:
Fiscais
CSLL exportação – Os valores contingenciados se referem ao reconhecimento da
imunidade de suas receitas de exportação frente à CSLL, com pedido de liminar para
que a empresa excluísse tais receitas do cômputo do referido tributo.
Cíveis
Envolvem registros de honorários advocatícios relacionados a causas de êxito provável.
Trabalhistas
Consistem principalmente as contingências trabalhistas e previdenciárias em
reclamações de horas itinere, periculosidade e insalubridade.
12. PROVISÃO PARA REFLORESTAMENTO E FECHAMENTO DE MINAS
Conforme mencionado na nota 2.e, a Sociedade, visando ao alinhamento das práticas
contábeis locais às práticas internacionais, a partir do exercício de 2005 adotou o
pronunciamento SFAS 143 assets retirement obligations à provisão para reorestamento
e fechamento de minas.
Em 31 de dezembro de 2007 e 2006, a provisão para reorestamento e fechamento de
minas apresentou a seguinte evolução:
2007
2006
Saldo inicial
Constituições
Intangível
Resultado
Atualização monetária
Pagamentos
Saldo nal
Circulante
Não circulante
45.342
42.094
15.409
2.780
(5.041)
58.490
3.363
2.727
(2.842)
45.342
1.858
56.632
2.046
43.296
13. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Em função da adesão ao Res, nos termos da IN SRF nº 45/2000, conforme Nota 10, a
Sociedade optou por apurar o imposto de renda e a contribuição social pela sistemática
de Lucro Presumido, como demonstrado a seguir:
2007
2006
IRPJ
CSL
IRPJ
CSL
Faturamento
(venda de produtos)
% para base de cálculo
Base de cálculo –
venda de produtos
Demais receitas
Base de cálculo
% do imposto
1.078.323
8
1.078.323
12
976.167
8
976.167
12
86.266
50.415
136.681
25
129.399
50.415
179.814
9
78.093
60.859
138.952
25
117.140
60.859
177.999
9
34.145
16.183
34.714
16.020
Imposto apurado
(-) Parcela a ser
capitalizada
(5.131)
-
(4.859)
-
IRPJ e CSLL da
demonstração do resultado
29.014
16.183
29.855
16.020
Corrente
Diferido
19.623
9.391
12.802
3.381
17.868
11.987
11.704
4.316
A Sociedade goza de redução do imposto de renda (IRPJ) sobre a parcela dos lucros
provenientes das operações de exploração, com base em limites variáveis de produção.
Os valores relativos à redução de IRPJ estão creditados em reserva de capital e estão
demonstrados nas mutações do patrimônio líquido.
O prazo da redução scal se extinguirá em 31 de dezembro de 2013, conforme
determina a Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
Os valores relativos à provisão de Imposto de Renda e Contribuição Social diferidos
referem-se à incidência sobre a atualização monetária do depósito judicial (Nota 5) a
ser recolhida em caso de êxito da ação em curso.
Em função da liquidação da dívida do Res em 2007, a partir do exercício de 2008 a Sociedade
passará a tributar o imposto de renda e a contribuição social pela sistemática do lucro real.
14. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
a) Capital
Em 31 de dezembro de 2007, o capital autorizado da Sociedade era de R$ 492.293
(R$ 487.315 em 2006). O capital subscrito e integralizado, no valor de R$ 478.494
(R$ 473.516 em 2006), está representado por 200.000.000.000 de ações ordinárias e
400.000.000.000 de ações preferenciais, sem valor nominal, assim distribuídas:
Companhia Vale do Rio Doce
Alcan Participações Ltda.
BHP Billiton Metais S.A.
Companhia Brasileira de Alumínio
Alcoa Alumínio S.A.
Alcoa World Alumina LLC
Norsk Hydro Brasil Ltda.
Abalco S.A.
2007 e 2006
Ações
Ações
ordinárias (*)
%
preferenciais (*) %
80.000 40,0000
160.000 40,0000
25.000 12,5000
47.000 11,7500
25.000
12,5000
63.800 15,9500
25.000 12,5000
35.000
8,7500
16.250
8,1250
35.230
8,8075
10.000
5,0000
20.000
5,0000
10.000
5,0000
20.000
5,0000
8.750
4,3750
18.970
4,7425
200.000 100,0000
400.000 100,0000
(*) Milhões de ações.
JOSÉ
WILSON
MALHEIROS
www.wilsonmalheiros.mus.br
www.deconsciencia.blogspot.com
[email protected]
O SONHO DE JACAREACANGA
Alô, Franssi,
Tinha eu onze anos de
idade, quando numa tarde
chuvosa do dia onze de fevereiro começou a sobrevoar
Santarém um avião, se não me
engano um DC-3 da Força
Aérea Brasileira.
Até aí nenhuma novidade, já que aviões da FAB
voavam na Amazônia toda,
fazendo as vezes de correio,
levando e trazendo doentes,
facilitando contato com índios, etc.
Mas esse avião, viemos
saber depois, era especial. O
Aeroporto ainda ficava ali
onde hoje está a Prefeitura
Municipal.
Os revoltosos mandaram colocar camburões na
pista, foram à sede do Tiro de
Guerra 190 (15 de Novembro
O acionista que detiver um mínimo de 5% das ações ordinárias tem direito de indicar
um membro no Conselho de Administração, e cada ação ordinária dá direito a um voto
nas decisões tomadas pela Assembléia Geral dos Acionistas.
b) Reserva Legal
A Sociedade vem constituindo a reserva legal seguindo as disposições constantes na
Lei das Sociedades por Ações. No exercício de 2007, o valor destinado para reserva
legal foi R$ 996 (0,23% do lucro), já que o saldo desta reserva atingiu o limite de 20%
do capital social.
Aos detentores das ações ordinárias e preferenciais é garantido o direito a um dividendo
anual mínimo de 6% do patrimônio líquido. A Diretoria Executiva, no pressuposto da
aprovação pela Assembléia Geral dos Acionistas, está propondo a distribuição do dividendo
estatutário, no valor de R$ 61.329, acrescido do restante do lucro líquido do exercício após
a destinação para reserva legal no montante de R$ 369.818, totalizando R$ 431.147.
As transações com partes relacionadas durante os exercícios estão reetidas nas
demonstrações contábeis, como se segue:
b) Contas a Receber
Abalco S.A.
Alcan Alumina Ltda.
Alcan Trading Ltd.
Alcoa Alumínio S.A.
Alunorte – Alumina do Norte do Brasil S.A.
BHP Billiton Metais S.A.
CVRD International
BHP BMAG
Total de contas a receber
Em 31 de dezembro de 2007 a Sociedade mantinha cobertura de seguros para os bens
do ativo conforme demonstrado a seguir:
Ramos
Data de
Vencimento
Cobertura
31/10/2008
VR: 1.907.206
LMI: 437.511
Riscos nomeados:
15. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
Receita bruta
Abalco S.A.
Alcan Alumina Ltda.
Alcan Trading Ltd.
Alcoa World Alumina LLC – A.W.A.
Alcoa Alumínio S.A.
Alunorte – Alumina do Norte do Brasil S.A.
BHP Billiton Metais S.A.
CVRD International
BHP BMAG
Total da receita bruta
A Sociedade não opera com derivativos.
18. COBERTURA DE SEGUROS
c) Dividendos
a) Vendas de Minério
17. INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Em 31 de dezembro de 2007 e de 2006, o valor contábil líquido dos instrumentos
nanceiros da Sociedade aproxima-se do valor presente devido a seu vencimento
no curto prazo e/ou fato de não possuírem operações similares. Os nanciamentos
são registrados ao valor contábil e os juros são provisionados em base pro rata
temporis.
2007
44.959
23.788
196.915
18.177
83.495
474.716
85.636
48.795
101.842
1.078.323
2006
39.923
21.123
180.093
5.481
74.143
470.098
159.180
26.126
976.167
2007
2006
3.231
1.710
13.154
6.001
42.726
6.155
11.283
5.937
90.197
1.872
990
7.046
3.476
44.649
3.565
61.598
Esses saldos são resultantes de transações comerciais e vêm sendo liquidados
regularmente nos prazos de vencimento pelo valor atual acrescido da variação cambial.
16. RESULTADO FINANCEIRO
Receitas nanceiras
Aplicações nanceiras
Depósito judicial
Outros
Total
2007
2006
2.903
37.565
304
40.772
5.209
47.952
11
53.172
Despesas nanceiras
Juros de empréstimos
Atualização REFIS
Outros
Total
(40.068)
(4)
(10.596)
(50.668)
(52.364)
(401)
(11.809)
(64.574)
Variações cambiais
Ativas
Passivas
Total
(6.677)
37.094
30.417
(1.536)
14.563
13.027
Riscos operacionais
(danos materiais e perda de produção)
Responsabilidade civil geral
(morais e falhas prossionais)
Transporte nacional
(perdas e danos)
Transporte internacional
(perdas e danos)
Vida em grupo
(morte por acidentes – 48 x o salário)
Vida em grupo
(morte natural – 24 x o salário)
Responsabilidade civil diretores
e administradores – D&O
31/10/2008
20.000
31/08/2008
15.000
01/04/2008
5.000
01/07/2008
Até 600
01/07/2008
Até 300
20/06/2008
17.713
VR = valor do risco / LMI = limite máximo de indenização.
20. FUNDO DE PREVIDÊNCIA
A Sociedade patrocina um fundo de previdência, implementado em 1º de dezembro
de 1994 e administrado pelo Bradesco Vida e Previdência S.A., com o objetivo de
prover benefícios suplementares aos funcionários cobertos pela Seguridade Social do
Governo, de acordo com os critérios denidos no referido fundo.
Os participantes fazem contribuições mensais ao fundo que variam de 0,4% a 10% de seus
salários, e a Sociedade faz contribuições de 1,5 vez àquela feita pelos participantes. O plano
foi constituído sob a forma de contribuição denida e, portanto, não há riscos atuariais e/ou
compromissos adicionais que possam ser atribuídos à patrocinadora.
Durante o exercício de 2007, a Sociedade registrou como despesas as contribuições
no montante de R$ 1.585 (R$ 1.465 em 2006).
Conselho de Administração
Murilo Pinto de Oliveira Ferreira – Presidente
João Beltran Martins – Conselheiro
Aldo César de Albanese – Conselheiro
Aquilino Paolucci Neto – Conselheiro
Nilson Pereira Souza – Conselheiro
Carlos Augusto Parisi – Conselheiro
Olav Skalmeraas – Conselheiro
Diretoria Executiva
Júlio César Ribeiro Sanna – Presidente
José Adécio Marinho – Diretor
Lerdiomar Militana Lages Rodrigues
Contadora CRC-PA 4.800-PA
CPF 016.331.472-15
PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
Aos
Acionistas e Administradores da
Mineração Rio do Norte S.A.
Oriximiná – PA
1. Examinamos os balanços patrimoniais da MINERAÇÃO RIO DO NORTE S.A.
levantados em 31 de dezembro de 2007 e de 2006 e as respectivas demonstrações
do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de
recursos correspondentes aos exercícios ndos naquelas datas, elaborados sob a
responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma
opinião sobre essas demonstrações nanceiras.
2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria e
compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos,
o volume das transações e o sistema contábil e de controles internos da Sociedade; (b) a
constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores
e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas
contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Sociedade, bem como da
apresentação das demonstrações nanceiras tomadas em conjunto.
3. Em nossa opinião, as demonstrações nanceiras referidas no primeiro parágrafo
representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, as posições patrimonial
e nanceira da Mineração Rio do Norte S.A. em 31 de dezembro de 2007 e 2006, os
resultados de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e
com Galdino Veloso), deram
voz de prisão para os sargentos e tiraram quase todos os
“ferrolhos” dos velhos fuzis
utilizados na Segunda Guerra
Mundial. Pronto, a cidade
estava conquistada. Seria doravante a base principal dos
revoltosos.
Tempos depois mandaram outro oficial, chamado
Paulo Victor, para prender
os colegas. Mas ele aderiu
ao movimento. Agora eram
três. Simbolizavam a insatisfação dos militares com o
novo governo de Juscelino,
que os havia derrotado nas
urnas e era considerado como
“entreguista”.
Alguns índios e caboclos
da região aderiram aos três
“quixotes”.
Foram “conquistadas”
além de Santarém, Itaituba,
Belterra e Cachimbo.
A Pérola do Tapajós
era uma cidade minúscula na
época e a notícia se espalhou
rápido:
- Major Veloso chegou
aí. Já dominou a cidade.
Alguns dias após, a população começou a ficar aflita.
As notícias eram as mais alarmantes possíveis:
- A rádio está dizendo
que vão chegar muitos aviões
da FAB para bombardear a
cidade, prender Veloso e sua
turma.
Quem escutava o Repórter Esso, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro,
passava as novidades, às vezes
sem ter certeza do que estava
ouvindo.
- Vão bombardear Santarém! Salve-se quem puder!
Foi um corre-corre.
Quem tinha para onde fugir,
foi embora: para as várzeas,
para as colônias, para as cidades vizinhas, para Manaus, etc.
aplicações de seus recursos correspondentes aos exercícios ndos naquelas datas, de
acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
4. Nossos exames foram conduzidos com o objetivo de emitirmos parecer sobre as
demonstrações nanceiras referidas no primeiro parágrafo, tomadas em conjunto.
As demonstrações dos uxos de caixa, que estão sendo apresentadas para propiciar
informações suplementares sobre a Sociedade, não são requeridas como parte integrante
das demonstrações nanceiras básicas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil. As demonstrações dos uxos de caixa foram submetidas aos mesmos procedimentos
de auditoria descritos no segundo parágrafo e, com base nos nossos exames, essas
demonstrações suplementares estão adequadamente apresentadas, em todos os seus
aspectos relevantes, em relação às demonstrações nanceiras referentes aos exercícios
ndos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006, tomadas em conjunto.
Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2008
DELOITTE TOUCHE TOHMATSU
Auditores Independentes
CRC - SP 011609-O-S - PA
Muita gente, com pavor, deixou a casa aberta e foi embora
(não havia ladrões, naqueles
tempos inocentes).
Papai mandou a pirralhada toda com minha mãe
para Belém “para fazer consultas médicas”. Ficamos somente eu e ele em casa.
Na minha inocência de
molecote achava bonito os
aviões cruzando os céus da
cidade. Se iam jogar bomba na
gente, não interessava. Nem
avaliava o perigo.
Eram as então famosas
“fortalezas voadoras” (quadrimotores), helicópteros e
outros tipos de aeronaves.
Cheguei até a fazer brinquedos de madeira imitando
aviões e resolvi que iria ser da
Aeronáutica, quando ficasse
adulto.
Mas nem tudo era fantasia. Ainda me lembro da dona
Andreza, que costurava para
Amauri Froment Fernandes
Contador
CRC - RJ 039012/O-S - PA
mamãe. Ela morava ali na Floriano Peixoto, quase chegando
na igreja Matriz. Tinha um
filho chamado Cazuza.
Nos seus sonhos de se
tornar herói, aderiu a Veloso
e foi morto a tiro de fuzil nas
matas de Cachimbo. A cidade
toda ficou triste. Morreu na
flor da idade, embalado pelos
sonhos de heroísmo. Hoje
ninguém mais fala nele, na
cidade.
A revolta acabou em
poucos dias.
Anos depois, fui testemunha ocular da “tomada da
Bastilha mocoronga”, o dia em
que Veloso, à frente de uma
multidão, apressou-se para
tomar a prefeitura.
Mas isso eu conto em
outra oportunidade...
Em tempo: Parabéns
à minha mãe Rosilda, pelos
seus gloriosos 90 anos. Saúde,
Paz, Amor.
Botos fazem realmente jogo de sedução com parceiras
O mito sobre o poder de sedução do boto é real
- pelo menos entre os animais. De acordo com
estudo da pesquisadora Vera Maria Ferreira
da Silva, do Instituto Nacional de Pesquisa
da Amazônia (Inpa), e Tony
Martin, do Serviço Antártico
Britânico, a espécie corteja as
fêmeas, de forma muito pecu-
liar. A lenda conta que quando
os animais saem das águas,
transformam-se em homens
que seduzem as moças da
região - usando um chapéu
para esconder um orifício na
cabeça. Segundo a pesquisa,
em mais de duzentos dos
grupos, os botos transmitiram práticas culturais aos
descendentes.
Em cada grupo, pelo
menos um boto carregava objetos no bico para presentear a
fêmea, sempre em idade adulta
e pronta para a reprodução,
tais como plantas ou pedaços
de pau.
“Foi aí que percebemos
que essa cultura estava asso-
ciada à atividade sexual”, revela
Vera Silva. Os resultados da
pesquisa foram divulgados inicialmente pela New Scientist,
em 6 de dezembro.
De acordo com os estudiosos, apenas humanos
e chimpanzés apresentavam
esse tipo de comportamento.
Os pesquisadores estudaram
durante três anos o comportamento de seis mil grupos de
botos tucuxi (Sotalia Fluviatilis) na região da reserva de
Mamirauá, no município de
Tefé, oeste do Amazonas.
CONJUNTURA
FEVEREIRO - 2008 z
7
Linhão da Calha Norte terá torres de 300m
O sonho de todos os
municípios localizados na
margem esquerda do rio Amazonas, no Pará caminha para a
concretização. O prefeito de
Oriximiná, Argemiro Diniz,
comemora o anúncio de que o
governo federal vai licitar ainda no primeiro semestre deste
ano o projeto para construção
de l.811 quilômetros de linha
de transmissão, estendendo
a energia produzida na usina
hidrelétrica de Tucuruí até
Manaus, no Amazonas, com
ramificação até o Amapá, integrada por sete subestações. A
obra será preparada de modo a
receber também energia gerada pela usina de Belo Monte,
prevista para ficar pronta em
abril de 2014. As torres para
sustentar o linhão terão cerca
de 300 metros, o equivalente
à altura da torre Eiffel, em
Paris. O empreendimento está
orçado em 3,7 bilhões de reais
e o processo licitatório será
dividido em três lotes.
Para vencer bstáculos
naturais, como os campos de
várzea e rios, que serão atravessados, a obra vai demandar
a utilização de helicópteros e
pontes provisórias para transportar homens, material e
equipamento. A necessidade
de construir torres tão altas é
para não prejudicar a navegação nos pontos de travessia e
também não tocar nas copas
das imensas árvores da região,
principalmente entre os rios
Uatemã e Nhamundá.
Os efeitos perversos da
insuficiência do abastecimento de energia elétrica impedem
há décadas o comércio, a
indústria e os serviços de prosperar. Os municípios de toda a
Calha Norte são servidos por
usinas termelétricas movidas a
óleo diesel, caras e ineficientes.
Com a entrada em operação
do linhão, a expectativa é de
que haja redução da Conta de
Consumo de Combustíveis
e, conseqüentemente, barateamento ao consumidor, gerando economia anual de R$2
bilhões e redução na emissão
de gás carbônico.
A previsão inicial de
investimentos é de que a
operação comercial comece em 2011. O linhão vai
atravessar cinco rios, dois
incluídos no lote A e três no
lote C. As maiores travessias
serão as do rio Amazonas, em
dois pontos, com extensão de
2.045 metros e 1.600 metros,
respectivamente. A adoção de
cabos submarinos foi descartada, por ser mais cara. Por
causa das áreas alagadas, na
várzea, vai ser preciso fazer
fundações maiores. Serão
sete trechos: Tucuruí - Xingu (PA, 264 quilômetros);
Xingu - Jurupari (PA/AM,
257 quilômetros); Laranjal
- Macapá (AP, 244 quilômetros); Jurupari - Laranjal (PA/
AP, 95 quilômetros); Jurupari
- Oriximiná (PA/AM, 370
quilômetros); Itacoatiara - Cariri (AM, 211 quilômetros); e
Oriximiná - Itacoatiara (AM,
370 quilômetros).
Prefeitura intensifica estratégia de combate à dengue
BRUNO GIVONI
A Secretária de Saúde, Wagna Lúcia, reuniu
os agentes envolvidos na campanha contra
a dengue para apresentar um plano de
emergência de combate à doença em Oriximiná.
A intenção é erradicar de os focos do mosquito. “Esse plano
será executado nos meses de
fevereiro, março e abril e consiste, basicamente, em intensificar nossas ações nos bairros
e, principalmente, nas nossas
residências” disse a secretária.
O prefeito Argemiro
Diniz já liberou recursos para
a aquisição de novos equipamentos e mais funcionários. “Para a borrifação nós
tínhamos 04 agentes e vamos
contratar e treinar mais 08,
totalizando 12 agentes. Para
a visitação temos 11 agentes,
o que é insuficiente. Então
vamos contratar mais 15 pessoas, totalizando 26”, explicou. Foram compradas mais
08 bombas para borrifação
e fardamento para os novos
contratados.
Através do isolamento viral, está comprovada a
ENGAJAMENTO de todos é a tônica da campanha
circulação de dois sorotipos
da dengue no município: o
DEN-1 e DEN-2. Mas há
a possibilidade de o DEN-3
estar também presente, o
que será confirmado com o
resultado da última análise
laboratorial.
Um caso de dengue
clássica com complicações
hemorrágicas (hemorragia
nasal e gengival) e outro caso
de febre hemorrágica de dengue com síndrome de choque
da dengue, com óbito, foram
registrados no Hospital Municipal. A primeira epidemia de
dengue em Oriximiná aconteceu em 2005, quando foram
notificados 230 casos. Em
2007 o Sistema de Informação e Notificação de Agravos
notificou 99 casos da doença,
com 54 confirmados.
A secretária de Saúde
insiste no engajamento da
população. “É fundamental
que todos sejam verdadeiros
guerreiros contra o mosquito. Olhar nossos quintais, o
quintal do vizinho, os terrenos
baldios... tudo para que Oriximiná tenha zero de dengue”,
recomenda.
Investimento da Cosanpa em Oriximiná está garantido
É o que ficou acertado na reunião entre o
presidente da Cosanpa, Eduardo Ribeiro, o
diretor de Operações, Waldemar Barganha,
Haroldo Teixeira, representantes da Caixa
Econômica Federal e o secretário de Planejamento de Oriximiná, Francisco Florenzano,
representando o Município.
Segundo Florenzano,
a visita só foi possível depois
que o prefeito de Oriximiná
demonstrou interesse em
que outra empresa assumisse
o abastecimento de água de
Oriximiná. “Argemiro chegou
a visitar uma empresa no Mato
Grosso para resolver o problema”, contou. Outro fator decisivo foi o fato da Prefeitura não
renovar o contrato de apoio à
empresa. “Foi preciso fazer
isso porque a Cosanpa não
estava ligando para o problema
da nossa cidade”, enfatizou o
secretário, que acha a empresa,
ainda, a melhor opção para o
Município.
“Eu estreitei laços com a
diretoria da empresa, e explanei a situação para os diretores.
Foi então que eles conseguiram esses investimentos,
na casa dos 7,5 milhões de
reais.” completa Francisco
Florenzano.
Além de verificar
FLORENZANO pediu urgência nas providências da Cosanpa
as atuais instalações do município os diretores já trouxeram
em mãos o projeto de reestruturação da Companhia, que
trata da construção de uma
nova estrutura de capitação e
tratamento de água.
O investimento previsto
gira em torno de 7,5 milhões
de reais, sendo seis milhões
e setecentos mil oriundos da
Caixa Econômica Federal e
oitocentos mil do Tesouro
do Estado. O projeto, desenvolvido pelo engenheiro Luiz
Barganha, deverá começar a
ser executado a partir de junho
deste ano.
A Cosanpa atende
apenas 37% da demanda do
abastecimento de água de Oriximiná. Os outros 63% são de
responsabilidade da Prefeitura, que já instalou doze microsistemas de abastecimento
em vários bairros da cidade,
e distribui gratuitamente o
líquido à população.
Florenzano diz que o
projeto abre um leque para
outros investimentos. “Com
a execução do projeto, esse
valor que o município investe
nos micro-sistemas de abastecimento, em torno de um
milhão e duzentos mil reais,
anuais, pode ser investido em
outros benefícios para a população, como construção de
Hospitais e escolas”, realçou.
Oriximiná aguarda recursos para concluir estação hidroviária
O secretário adjunto de Desenvolvimento
Urbano do Estado, José Rayol, representando a
secretária Suely Oliveira, visitou Oriximiná para
verificar a situação do terminal hidroviário
da cidade. José Rayol admitiu
que estava programada a inauguração da obra para o mês
de janeiro, mas a governadora
resolveu adiar. “Ela pediu para
que viéssemos ao município
conversar com o prefeito
Argemiro Diniz, para ver se
estava tudo bem, ou se tinha
alguma pendência.
E ao conversarmos com
ele, recebemos algumas sugestões de adaptação para a
obra. Então estamos levando
estas sugestões para a secre-
tária Suely Oliveira, que irá
encaminhar à governadora
Ana Júlia para que, tão logo
seja possível, o terminal esteja
funcionando em Oriximiná”,
adiantou.
O prefeito Argemiro Diniz considerou importante a visita, pois o
terminal hidroviário foi
concluído, mas a parte que
dá acesso às embarcações,
que seria o terminal flutuante, ainda não está pronta.
“O secretário achou por
SALETE MARINHO
ESPERANÇA de avanços nos projetos em andamento
bem dar opinião à governadora Ana Júlia, para que
nós aguardássemos a construção dessa parte, que é
fundamental para o fun-
cionamento do porto, e é
claro que nós concordamos
plenamente com a governadora, de forma que ela tem
absoluta razão, inclusive
nós temos recursos, que estão previstos no PPA (Plano
Plurianual) da União no
DNIT - (Departamento
Nacional de Infra-Estrutura
de Transportes), e aproveitamos a oportunidade para
solicitar uma audiência com
a governadora pra falarmos
da importância de dotar a
estação hidroviária de todos
os equipamentos adequados
à demanda”, disse.
Mesmo considerando
as instalações da obra muito boas, Rayol observou
que a rampa não figura no
projeto do Pará Urbe. “Esta
outra parte só será possível
numa segunda fase do Pará
Urbe, que vai começar no
início do próximo ano”,
esclareceu.
Confiante em construir
a segunda parte do projeto,
Argemiro Diniz resolveu
aguardar o agendamento da
audiência solicitada à governadora Ana Júlia Carepa.
A intenção é que, em
parceria, possa obter a liberação dos recursos que o município tem reservados junto ao
DNIT, cujo montante daria
para realizar a etapa final do
projeto, e assim colocar em
funcionamento o terminal e
a estação hidroviária.
8
COLUNAS
zFEVEREIRO - 2008
VICENTE
MALHEIROS
DA FONSECA
A rosa que eu colhi; Minha
eterna adoração; Teu amor...
e nada mais; Um poema de
amor. Algumas dessas peças,
gravadas pela Orquestra Jovem
Wilson Fonseca, de Santarém,
sob a regência de meu irmão
José Agostinho, têm letras de
seus parceiros. Parece um sonho ou um filme, mas é pura
realidade.
Na mitologia grega, as musas, filhas de Mnemósine e Zeus,
são nove deusas que presidem as
artes. Euterpe, fonte do bem e
do prazer, é a deusa da música,
por ninguém que o testemunhou. E houve testemunhas à
beça, num total de oito pessoas.
Foi algo tão marcante em nossas vidas, que não há vez que eu
encontre o meu primo Fabiano
e que a gente não converse
sobre isso. Tudo aconteceu
num sábado. Reunimo-nos
em segredo para mais uma
caçada aos morcegos, aproveitando a hora em que o tio
Zeca dormia sua sagrada sesta:
Fabiano, eu, Rita, Felipe, meu
irmão Zé, o primo Francisco, e
mais dois outros primos, estes
filhos do meu tio Totó Amaral. Devidamente preparados,
atravessamos a porta que dava
acesso e seguimos a rotina da
operação, até isolar uns dez
morcegos na sala da frente, para
iniciar a brincadeira.
No interior do quarto
contíguo, que tinha comunicação com a sala pelas três portas, havia, no chão, uma perna
abandonada que sobrou de
um antigo cesto de roupa suja,
medindo uns sessenta centímetros de comprimento.
Muito distraídos na
brincadeira, já havíamos abatido uns dois morcegos quando
uma das portas, justo a que
ficava por trás de mim, abriu
lentamente como se fosse por
ação do vento. Mas ninguém
se deu conta de que não poderia ser o vento, porque todas as
janelas estavam trancadas.
Puxei as duas folhas da
porta e voltei a fechá-la, temendo que os morcegos acabassem
fugindo. Nesse instante, por
qualquer coisa de sagrado que
há na minha vida, juro que eu
vi a perna do cesto jogado lá no
chão do quarto.
Aí, no momento em que
virei para continuar tentando
acertar um morcego, as três
portas se abriram ao mesmo
tempo e violentamente. Em
seguida, a perna do cesto de
roupa passou voando como
um bólido rente às nossas
cabeças, indo cair com violência no meio da sala onde
estávamos, mas sem acertar
em ninguém.
Com uma gritaria infernal generalizada, tratamos de
sair em desabalada carreira na
tentativa desesperada de alcançar a porta da liberdade, todos
chegando nela ao mesmo
tempo e causando um grande
tumulto. Quando alcançamos
o outro lado, já encontramos
o tio Zeca, que havia acordado
com o barulho, achando que
alguma desgraça havia sucedido com um de nós.
Não sendo homem de
acreditar nessas coisas, ele
nos reuniu, na mesma hora, e
fomos passar uma vistoria no
lado abandonado do casarão.
Percorremos todos os cômodos. As janelas continuavam
trancadas por dentro como
as havíamos deixado, dandonos a certeza de que ninguém
poderia ter entrado e muito
menos saído dali. Mas o mais
incrível foi quando chegamos
à sala da frente: a perna do cesto não estava mais onde caiu,
e as portas que abriram com
tanta violência estavam todas
misteriosamente fechadas.
E, ao empurrar uma
delas, a perna do cesto permanecia no quarto contíguo
e na mesma posição em que
eu o havia visto momentos
antes de ele sair voando sobre
nós. Faz quase 50 anos que
estes fatos aconteceram, e as
lembranças ainda continuam
vivas como um filme passando
na minha mente. Confesso
que não foi fácil vencer este
último parágrafo. Por duas
vezes, e de modo estranho,
meu computador sofreu uma
espécie de apagão, por isso
achei por bem que já era hora
de parar. Yo también no creo
en fantasmas, pero que los hay,
los hay !!!
consigo mesmo:
- É, eu vou matar esta Bôta,
antes que ela leve meus filhos.
Já não tinha dúvidas: com
certeza que se tratava mesmo
de uma Bôta.
HHH
Cismou que ela ia levá-los
no dia seguinte. E antes que ela
se dirigisse para a casa deles, foi
esperá-la perto do trapiche.
Realmente ela veio. Ele
estava escondido atrás de uma
touceira de açaizeiros. Quando
ela se aproximou, ele saiu e, com
um revólver, atirou à queimaroupa em cima do peito da mulher, que caiu morta na praia.
Jorge e Júnior, ao darem
falta do pai em casa, tinham
saído atrás dele. E viram tudo.
Quando a mulher caiu, os dois
foram pra cima dela, chorando
muito, abrançando e beijando
o cadáver.
Aí o pai falou:
- Meus filhos, não chorem
por causa desta mulher que ela
não é gente igual a nós. Ela é
uma Bôta...
Os dois discutiram muito
com o pai, até que este disse:
- Vocês querem ver de quem
estavam gostando?
Pegou então a mulher pelas
pernas e colocou no rio. Ante os
olhos incrédulos de Jorge e Júnior, a parte inferior da mulher
metamorfoseou-se em Bôta,
permanecendo da cintura para
cima em forma de mulher...
O pai então empurrou o
resto do corpo n’água, que foi
arrastado pela correnteza. Ainda viram a parte superior ir se
transformando em Bôta...
Jorge e Júnior, alucinados,
quiseram se jogar n’água, sendo
contidos, a custo, pelo pai. Ficaram muito doentes sem saberem
a causa e só ficaram bons depois
de serem tratados por um famoso pajé de Breves, para onde
foram levados pelo pai...
[email protected]
A MUSA INSPIRADORA
A obra musical de Wilson
Fonseca (Isoca) é uma viagem
que revela a trajetória de sua
vida.
O compositor santareno tornou-se conhecido pelas canções
que falam das belezas naturais da
Pérola do Tapajós, como Canção
de Minha Saudade e Terra Querida, embora a quintessência de
sua produção musical resida
nas peças sacras, de câmera e
orquestrais.
O perfil mais espontâneo de
Isoca é nitidamente percebido
nas músicas que compôs para
sua musa inspiradora, minha
mãe, Rosilda, desde que a conheceu no início da década de
30 do século XX, em Santarém.
A partir desse momento mágico,
meu pai dedicou-lhe as mais
belas e inspiradas músicas, cujos
títulos já demonstram o retrato
fiel de almas gêmeas. Basta ver
o texto poético que ele escreveu
para o seu fox Buquê de Inspirações (1991), na época de suas
Bodas de Ouro, executada nas
Bodas de Diamante (2001), em
Belém, pelo cantor Francisco
Campos, acompanhado por
mim, ao piano, no Art Doce
Hall. Ali estão citados títulos de
músicas como Eterno sonho; O
teu sorriso; Uma valsa pra você;
Um lugarzinho pra você; Amor
de sonho; Perfume; Rosilda;
ADEMAR
AYRES DO
AMARAL
[email protected]
O SOLAR DO BARÃO III
Uma das nossas brincadeiras prediletas, no Solar
do Barão de Santarém, era a
de matar morcego na metade
abandonada do segundo andar. Fugíamos para o outro
lado através de uma porta que
dava acesso ao nosso corredor.
Quando todos passavam, nós
encostávamos a porta e partíamos para a caçada,munidos
todos com um pedaço de
ripa. Ao chegar nos cômodos abandonados,fechávamos
as janelas de trás e batíamos
com uma vara no forro de
papelão,onde os morcegos moravam. Eles saiam aos montes
e nós os tocávamos para a sala
da frente, onde as janelas já
estavam previamente fechadas.
Na sala havia três portas dando
para um quarto contíguo e
uma porta para o corredor.
Fechávamos todas essas portas
e isolávamos os morcegos, que
ficavam girando enquanto nós
tentávamos acerta-los com os
pedaços de ripa.
O acontecimento extraordinário que eu vou narrar
aqui, nunca mais foi esquecido
WALCYR
MONTEIRO
[email protected]
UMA NAMORADA E DOIS IRMÃOS
Rio Laguna, afluente do
Rio Tajapuru, Município de
Melgaço. Há alguns anos, mais
ou menos na década de sessenta,
um senhor estava muito preocupado. Ele era pai de dois rapazes,
Jorge e Júnior, e os dois eram o
motivo de sua preocupação.
Quem vai contando a história é Tereza Carvalho Rodrigues,
estudante e natural do Município de Melgaço.
Os filhos haviam arranjado uma amiga - ou seria
namorada?
– há algum tempo e daquele
momento em diante não queriam saber de nada, nem mesmo
de comer. O pior era que o pai
de Jorge e Júnior não sabia quem
era a mulher. Não a conhecia
do Rio Laguna e adjacências.
Ela só vinha à noite, o que lhe
aumentava a preocupação.
HHH
O mais estranho era que os
dois aceitavam aquela situação
com a maior naturalidade, ou
seja, era como se os dois namorassem com ela e ela satisfizesse
os dois...
O pai, mais do que desconfiado, começou a espionar. E viu
que a mulher, quando chegava
à noite, levava comida para eles,
que a comiam avidamente. Aí
descobriu por que não queriam
mais comer a comida que a mãe
preparava... Também verificou
que Jorge e Júnior ficavam mui-
Isoca ainda dedicou a Rosilda o Dobrado nº. 7 - 20 de Fevereiro, data de seu aniversário.
Neste 2008, Rosilda completa 90 anos. Hoje, ela reside
em companhia de minha irmã
Maria das Dores, em Florianópolis. O aniversário será
comemorado no dia 23. A Missa
de Ação de Graças será ilustrada
com músicas que o maestro
dedicou à sua musa. Filhos (inclusive a caçula Maria de Jesus),
netos, noras e genro interpretarão obras de Isoca. O repertório
inclui músicas minhas que lhe
dediquei: Ser Mãe (letra: Pe.
Manuel Albuquerque); Pequena
valsa para uma grande mãe (letra: José Wilson); e Encanto de
Rosa (letra: Conceição Fonseca).
Na festa estará o primeiro bisneto de Rosilda e Isoca, o Vicente
Neto, que tem apenas um ano
de idade, mas já toca piano como
gente grande.
Não tenham dúvida: a bela
foto de Rosilda, sentada na janela, com seu violino, em fevereiro
de 1940, é a mais perfeita personificação da musa inspiradora
de Isoca.
representada pela flauta.
Músico e poeta, Wilson
Fonseca, ainda jovem, assumiu
a direção da orquestra EuterpeJazz, fundada por seu pai, José
Agostinho da Fonseca. Nessa
ocasião, já tinha encontrado a
sua musa inspiradora, Rosilda,
primeira e única namorada. O
próprio Isoca conta, em entrevista concedida em 1995, no
Museu da Imagem do Som: “os
nomes de mulheres dados aos títulos de muitas músicas minhas
são geralmente homenagens à
minha esposa, às filhas, às sobrinhas, às afilhadas, aos pedidos
que recebo e, agora, às netas.
Conheci a Rosilda quando ela
freqüentou a minha casa, onde
funcionava a escola de música de
meu pai. Um dia ele viajou e eu
passei a ministrar aulas de violino, o instrumento que Rosilda
aprendia. Foi a música que nos
aproximou. Para ela dediquei
várias composições, como os
foxs Um lugarzinho pra você
(1936) e Perfume (1939), sendo
este um presente de nosso noivado. Somos casados desde 1941
e vivemos muito felizes”.
to tempo tomando banho no rio,
como se de lá não quisessem
sair... e também estranhou a
irresistível atração pela água!
Chamou os filhos para uma
conversa séria, dizendo que
aquela mulher não deveria ser
uma mulher comum, uma
mulher qualquer, que ali tinha
coisa, que aquela mulher os
estava encantando e que não
deveriam mais comer da comida
que ela levava, pois eles iam cada
vez mais ficar interessados por
ela e que ela ia acabar levandoos, sabe Deus para onde!
Mas Jorge e Júnior não
deram atenção às palavras do
pai, que aumentou a vigilância,
pois sabia que, se os deixasse
sozinhos à noite com ela, ela os
levaria...
Então, quando dava uma
certa hora, ele chamava os filhos
e segurava-os, não os largando
de jeito nenhum. A mulher ia
embora muito aborrecida, mas
continuava indo toda noite, só
esperando uma oportunidade
de ficar só com os dois...
HHH
A vida havia se tornado um
inferno para o pai, que se via
obrigado àquela vigília forçada
todas as noites e todas as horas,
pois, durante o dia, era a vontade
de se banharem no rio...
Até que resolveu por termo
àquela situação e livrar os filhos
de uma vez por todas. E falou