Leia - Associação Brasileira de Angus
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Impresso Março/Abril de 2008 Especial 1 2219/03 – DR/RS Associação Brasileira de Angus Ciranda CORREIOS 2 Março/Abril de 2008 Associação Brasileira de Angus Diretoria Executiva Diretor Presidente José Paulo Dornelles Cairoli Diretor 1º Vice-Presidente Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Diretor Vice-Presidente Eduardo Macedo Linhares Diretor Vice-Presidente Renato Zancanaro Diretor Vice-Presidente Paulo de Castro Marques Diretor Financeiro Fábio Luiz Gomes Diretor Administrativo João Francisco Bade Wolf Diretor de Marketing Luiz Eduardo Batalha Diretor de Núcleos Flávio Montenegro Alves Diretor Programa Carne Angus Certificada Vivian Diesel Potter Conselho de Administração Conselheiro Estratégico Marcus Vinicius Pratini de Moraes Membros Eleitos Afonso Antunes da Motta Antônio dos Santos Maciel Neto Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno Luís Felipe Ferreira da Costa Valdomiro Poliselli Júnior Membros Natos – (Ex-Presidentes da ABA) Angelo Bastos Tellechea Antonio Martins Bastos Filho Fernando Bonotto Hermes Pinto João Vieira de Macedo Neto José Roberto Pires Weber Reynaldo Titoff Salvador Conselho Fiscal Membros Efetivos Cláudia Scalzzilli Paulo Valdez Roberto Soares Beck Membros Suplentes Elizabeth Linhares Torelly Luís Henrique Sesti Mariana Tellechea Conselho Técnico Ricardo Macedo Gregory – Presidente [email protected] Antônio Martins Bastos Filho [email protected] Ulisses Amaral [email protected] Luis Felipe Moura EDITORIAL Um ano de grandes avanços Prezados associados, criadores e amigos da raça, já estamos findando o primeiro trimestre do ano, período, no qual, a maioria de nós já preparou uma agenda repleta de ações a serem realizadas em 2008. Nesse sentido, ressaltamos uma das metas traçadas, e que consta na agenda da Diretoria da Associação Brasileira de Angus, para o ano corrente: o incremento do Terneiro Angus Certificado. Lançado na última Expointer, o programa da associação objetiva fomentar e promover a comercialização de terneiros dos usuários da genética VOCÊ SABIA? Angus na Argentina é maioria do rebanho Que mais de 80% da composição genética de todo o gado na Argentina é Angus? [email protected] Luiz Alberto Muller [email protected] Susana Macedo Salvador [email protected] Amilton Cardoso Elias - Representante ANC [email protected] Coordenação Fernando Furtado Velloso [email protected] Jornalistas Responsáveis Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: jorn. Nelson Moreira e jorn. Luciana Radicione Apoio: Assessoria de Imprensa da ABA jorn. Luciana Bueno Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Daniela Manfron e Gianna Corrêa Soccol 51 3231.6210 // 51 8116.9784 Edição, Diagramação, Arte e Finalização Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br [email protected] Associação Brasileira de Angus Av. Carlos Gomes, 141 / conj. 501 CEP 90.480-003 - Porto Alegre - RS www.angus.org.br [email protected] Fone: 51 3328.9122 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Fotos de capa: ABA / Divulgação Angus também dá leite na Romênia Que a Romênia, que produz principalmente leite, à base de pastagem, escolheu a raça Aberdeen Angus para cruzamento em melhoramento e explorações de leite? Óbvio que também utilizam Angus para a sua primordial função, que é a produção de carne de qualidade ... Meyer Natural Angus adquire Laura’s Lean Beef A empresa norte-americana de carne bovina natural, Laura’s Lean Beef, de Lexington, Kentucky, foi vendida para a empresa Meyer Natural Angus, de Colorado, em 28 de dezembro de 2007, colocando as companhias combinadas entre as maiores fornecedoras de carne bovina oriunda de animais criados sem antibióticos e hormônios de crescimento. Angus. Através desse trabalho, que começa no Rio Grande do Sul com as feiras de terneiros de outono, e que será estendido aos demais estados, vamos criar mecanismos para aumentar a oferta de carne e qualificar nosso produto diante dos mercados brasileiro e externo (lá fora, não se fala em outra coisa quando o assunto é carne, senão em Angus). Desta forma, a valorização da raça Aberdeen Angus ficará ainda mais evidente. Vale lembrar que por ser uma matéria-prima diferenciada, o Terneiro Angus Certificado é foco tanto do produtor do Programa Carne Angus Certificada quanto daquele que está interessado em atuar como fornecedor de carne de qualidade. Nas páginas a seguir, você acompanhará a agenda de feiras que vende- rão terneiros Angus certificados a partir de maio. Entretanto, não podemos vislumbrar mercados exigentes sem antes estimular o rastreamento e o rigor sanitário na pecuária. O setor, por sua vez, terá de adaptar-se a essa exigência – já inerente aos tempos modernos. Um exemplo dessa conscientização que se faz necessária no segmento, e que resulta, também, em melhores oportunidades, é a portaria publicada no início de março pelo governo do Rio Grande do Sul, inédita ao se comparar ações entre os governos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (este, entretanto, cumprindo determinações da OIE, deverá estar com todo seu rebanho rastreado até o fim deste semestre). Sob o número 15/2008, a portaria determina a preferência de entrada em pista de animais rastreados a partir das próximas feiras oficializadas. Essas novas regras zootécnicas e sanitárias valem, por enquanto, para a exposição de animais nas feiras de terneiros, porém, a tendência é que passe a ser obrigatória em qualquer concentração animal, vide rebanho comercial. Temos muitas outras novidades no Angus@newS. Verifique, e acrescente esses novos compromissos na sua agenda de trabalho em 2008. Contamos com você nesse avanço de qualidade no cenário da carne. Até a próxima! muito satisfeito com os resultados que venho obtendo, apesar de não ser proprietário do estabelecimento e criar a raça em parceria com um amigo. Por isso, gostaria de receber o Angus@newS, para me manter informado e incrementar os conhecimentos sobre esta raça. Weberson Carvalho Uberlândia-MG Receba em casa o Angus@newS José Paulo Dornelles Cairoli Presidente da ABA CARTAS Triângulo Mineiro Crio gado no Triângulo Mineiro, no município do Prata, MG (Estância Vinhais) e estou começando a fazer F1 de Red Angus com Nelore e gostaria de me manter informado sobre o que acontece e as novidades da raça Angus. Isto porque estou ficando Se você é criador de Angus, cruza com Angus ou tem interesses na raça e nos conteúdos deste jornal, entre em contato com a Associação Brasileira de Angus, por e-mail, solicitando o envio. A assinatura é gratuita. e-mail para contato: [email protected]. Março/Abril de 2008 MOVIMENTO 3 ABA apresenta eventos de 2008 Destacando a mostra de Avaré (já realizada em São Paulo, SP), como a exposição que abre o disputado circuito de mostras da raça neste 2008, e anunciando a primeira exposição de animais rústicos Angus como uma das novidades para este ano, a Associação Brasileira de Angus (ABA), reuniu no dia 20 de fevereiro, para almoço servido com carne Angus na Churrascaria Barranco, em Porto Alegre, RS, a Imprensa especializada, criadores, diretores da entidade, parceiros e convidados, para a apresentação das ações já planejadas para este ano. Foto: Horst Knak / Agência Ciranda O presidente da ABA, José Paulo Dornelles Cairoli, conduziu o evento, que também contou com a participação do diretor administrativo da ABA, João Francisco Bade Wolf, e do assessor administrativo da entidade, Ignacio Silva Tellechea, além de técnicos e assessores da entidade. A primeira Exposição Nacional de Rústicos Angus foi um dos destaques da ocasião, juntamente com o lançamento do Anuário Angus 2007/2008. Valorização de Rústicos e de produtores A I Exposição Nacional de Rústicos Angus já está agendada para realização em outubro deste ano, juntamente com a 66ª Exposição Agropecuária de Alegrete, em Alegre- te, RS. O novo evento, criado e organizado pela ABA, tem como meta a valorização também dos animais comerciais, assim como do produtor que utiliza genética Angus e prioriza reprodutores destinados à produção de carne de qualidade. “A idéia é fomentar o elevado padrão da raça no País, bem como a produção de animais de plantel e de corte”, definiu o presidente da ABA, José Paulo Dornelles Cairoli. Segundo ele, esse novo foco da Associação Brasileira de Angus resultará em valorização de animas a campo. Nova exposição categoria “A” Com a expansão da raça por todo o País e de criadores interessados em participar de exposições de Angus, no Brasil, a Associação Brasileira de Angus terá uma nova exposição da categoria “A”, que pontua ao Ranking Oficial de Expositores e Criadores de Angus este ano – competição que é formada por mostras das categorias “A” e “B”. As exposições “A” são as que têm maior peso e pontuação. A nova mostra classificada como “A” é a 43ª Exposição Municipal Agropecuária de Avaré (Emapa), em Avaré, SP, já realizada com sucesso de 26/02 a 02/03 (veja nesta edição), que passou a aquecer ainda mais a competição nas pistas de julgamento, juntamente com as exposições de Londrina, PR, Uruguaiana, RS, Feicorte, SP e Expointer, RS, todas de categoria “A” no ranking nacional da ABA. As próximas mostras Agora, após Avaré, a raça Aberdeen Angus promete brilhar em certames como: - Expolondrina (Londrina/PR) – 08/04 a 13/04 - Exposição de Outono de Uruguaiana (Uruguaiana/RS) – 29/04 a 04/05 Presidente da ABA apresentou a extensa agenda do Angus à Imprensa - Feicorte (São Paulo/SP) – 17/06 a 21/06 - Expointer (Esteio/RS) – 30/08 a 07/09 Feiras de Terneiro Angus Certificado Anuário Angus 2007-2008: o ano em revista Fotos: Divulgação / ABA Lançado no ano passado, como importante alavanca de fomento e promoção da comercialização de terneiros de qualidade superior, produzidos pelos usuários da genética Angus, o Programa Terneiro Angus Certificado também foi posicionado no encontro pelo presidente da ABA como alvo de plena continuidade e de desenvolvimento pela entidade neste ano. Segundo José Paulo Cairoli, em 2007, os primeiros terneiros Angus e Cruza Angus certificados pela ABA, alcançaram valorização média superior a 9% sobre o preço médio pago por animal, por exemplo, na feira de Primavera de Caçapava do Sul, RS, uma destacada praça de venda de terneiros no Estado. Por se tratar de uma matéria-prima diferenciada, o terneiro Angus certificado pela ABA também é foco do produtor do Programa Carne Angus Certificada, além daqueles que estão interessados em atuar como novos fornecedores de carne de qualidade. Feiras de 2008 - São as seguintes as feiras que vão comercializar Terneiros Angus Certificados: Glorinha (Santa Úrsula Remates) - 01/05 Cachoeira do Sul (Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, RS) - 06/05 Butiá (Sindicato Rural de Butiá) - 10/05 Santana do Livramento (Sindicato Rural de Santana de Livramento) – 14/05 2ª Feira de Terneiros e Ventres Angus integrante da feira da Fenasul, promovida pela Farsul, Gadolando e Santa Úrsula Remates (Esteio, RS) - 29/05 Anuário 2007/2008 - primoroso acabamento e resumo das ações do ano passado Durante o evento de lançamento da programação anual da raça Angus, a ABA apresentou à Imprensa especializada o Anuário Angus 2007/ 2008 – publicação que destaca todo trabalho realizado em 2007 envolvendo a raça Aberdeen Angus especialmente no eixo Rio Grande do SulParaná-São Paulo (principal pólo de desenvolvimento e seleção de Angus no País). O Anuário também apresenta informações técnicas, atualização do número de registro de animais da raça, bem como artigos de pesquisadores do segmento corte e matérias inéditas. Entre as reportagens, destaque para a carne Angus certificada em diversos países, utilização e vantagem da raça no cruzamento industrial e a valorização dos touros dupla marca no mercado. Num total de 206 páginas, o anuário resulta do trabalho conjunto dos diversos setores da ABA como exposições, leilões, Programa Carne Angus Certificada, Conselho Técnico, entre outros. Outro diferencial da publicação, realizada pelo terceiro ano consecutivo, é a agenda de fontes do Corpo Técnico da ABA e dos técnicos do Programa Carne Angus Certificada disponibilizada para jornalistas e demais interessados, bem como a relação dos Núcleos de Criadores Angus. 4 CARNE Março/Abril de 2008 Concurso de Carcaças valoriza lotes homogêneos e trabalho de seleção Fotos: Felipe Ulbricht /ABA Carcaças com padrão de qualidade internacional venceram primeiro concurso O Leilão Nova Era, em seis de dezembro, no Country Club, em Porto Alegre, RS, foi palco de muitas comemorações. Naquela ocasião, com a presença dos mais destacados criadores, parceiros e investidores em Angus, a Associação Brasileira de Angus (ABA), também aproveitou para realizar a entrega oficial das premiações aos vencedores do II Concurso de Carcaças Angus. O concurso foi desenvolvido na planta industrial do Frigorífico Mercosul de Bagé, RS, em novembro de 2007. Foram agraciados com as distinções de primeiro e segundo lugares, respectivamente a AML Agropecuária, pertencente ao tradicional criador de Angus José Azhaury Macedo Linhares, com propriedades em Santana do Livramento e Manoel Viana, ambas no RS, e a Pulquéria Agropecuária, também com larga tra- dição em Angus, localizada em São Sepé, RS, de propriedade do produtor de carne Fernando Costa Beber. Um grande prêmio ao trabalho realizado Azhaury Macedo Linhares, que por problemas de saúde não havia José Azhaury Macedo Linhares, da AML Agropecuária, primeiro lugar no Concurso de Carcaças Angus, é parabenizado por Mauro Pilz, diretor-presidente do Frigorífico Mercosul acompanhado ao abates do concurso, em Bagé, participou ativamente da confraternização no Nova Era em Porto Alegre. Ele recebeu a premiação de Campeão do Concurso de Carcaças Angus e, literalmente, não cabia em si de contente. “Durante toda a minha vida, junto com minha família, trabalhei com nosso gado procurando fazer sempre mais e melhor. Mas este reconhecimento, agora, para nós, é tão importante, que fico até sem palavras. É mesmo um grande prêmio para todos nós”, disse ele, visivelmente emocionado. Em Bagé, nos abates, a AML Agropecuária foi representada por sua filha, Elizabeth, juntamente com o marido, Jorge Torelly. Também muito atuante, Elizabeth Torelly dirige o Núcleo de Criadores de Angus de Santana do Livramento. Perdemos em volume, mas temos qualidade Lote de animais feitos na fôrma venceu concurso O criador Fernando Costa Beber observou que este concurso de carcaças, além de cumprir o objetivo de promover a carne Angus e o programa de carne de qualidade da Associação Brasilei- A Pulqueria Agropecuária, segundo colocada, recebe troféu de Mauro Pilz, diretor-presidente do Frigorífico Mercosul, e de Vivian Pötter, diretora do Programa Carne Angus Certificada ra de Angus, também mostrou o acerto do trabalho que vem sendo desenvolvido em sua propriedade, tanto na seleção, como no manejo, com destaque para a alimentação dos animais. “O Rio Grande do Sul não tem condições de competir com o resto do Brasil em volume de carne produzida. Mas a nossa vantagem está justamente na qualidade de nossa carne. Por isto, temos que nos dedicar a identificar nichos de mercado, capazes de remunerar esta qualidade”, opinou. Beber não é cabanheiro. É produtor de carne por excelência e em sua propriedade a genética Angus é utilizada guiando os cruzamentos há mais de 25 anos. Ele integra o grupo seleto de produtores filiados ao Programa Carne Angus Certificada e já avisa: “no próximo concurso, vou brigar pelo primeiro lugar”. CARNE Março/Abril de 2008 5 Fotos: Divulgação/Fazenda Jequitibá Jetiquibá lucra com engorda de animais cruza Angus Situada em Porto Feliz, próximo a São Paulo, a Fazenda Jequitibá é uma das grandes fornecedoras do Programa Carne Angus, do Frigorífico Marfrig, localizado em Promissão. A Fazenda Jequitibá é de propriedade do diretor-presidente do Grupo Marfrig, Marcos Molina, e gerenciada por Roberto Barcellos. A unidade produz cerca de 500 animais em regime de confinamento por semana. O estabelecimento, com cerca de 350 hectares, tem capacidade para 7.500 bovinos confinados. em dezembro em Porto Alegre, RS. A atividade principal do estabelecimento, porém, é o confinamento de animais cruzados, especialmente Angus x Nelore, iniciado há cerca de um ano. Os animais, com no mínimo 50% de sangue Angus, são adquiridos em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, Lote de animais cruza Angus com o padrão da Fazenda Jequitibá vão para confinamento e A unidade foi visitada no final de tria do álcool e açúcar, bem como os são abatidos com peso de 450 kg (fêfevereiro pelo Programa Carne Angus da cervejaria. Com isso, há grande meas) ou 500 kg (machos), com idaCertificada. Estiveram presentes o ge- oferta de bagaço de cana e resíduos de limite de 20 meses, informa rente de operações da ABA e coorde- da cevada, que garantem a oferta de Roberto Barcellos. Segundo Barcellos, ainda há uma nador do Programa Carne Angus volumoso para a engorda em sistema espécie de “garimpo” de animais com Certificada, Fernando Furtado de confinamento. Velloso, a diretora do programa CarA Fazenda Jequitibá possui plantéis genética Angus, porque os produtone Angus Certificada, Vivian Diesel das raças Angus, Wagyu, Simental e res adeptos de cruzamentos com Pötter, e o técnico do Programa, res- Brahman, criadas como uma espécie Angus preferem fazer sua própria terponsável pela área de extensão rural de show-room destinado a receber cli- minação. Entretanto, há boas persem São Paulo, Tito Mondadori, sen- entes, como restaurantes e redes de pectivas de mudança deste quadro, a do recebidos pelo gerente de projetos auto-serviço. A Jequitibá é investidora partir do programa de fomento iniciespeciais do Marfrig, engenheiro na raça Angus, tendo adquirido uma ado em 2007 pelo Frigorífico Marfrig agrônomo Roberto Barcellos. prenhez ofertada pelo criador Augusto em parceria com a ABA, visando à A propriedade possui localização Pinto Guedes, da Cabanha Feliz produção de animais precoces e proestratégica, porque aproveita como (Campina do Monte Alegre / SP), dutivos, a partir da raça Angus. Em base alimentar os resíduos da indús- durante o Leilão Nova Era, realizado síntese, o programa de fomento for- nece sêmen de touros Angus, assistência técnica e garantia de compra dos produtos pelo Marfrig com valores diferenciados. A grande heterogeneidade dos lotes é outra dificuldade inicial identificada por Roberto Barcellos: os produtores ainda fazem cruzamentos com muitas raças ou diferentes biótipos da mesma raça. Entretanto, a predominância do Angus nos programas de cruzamento está favorecendo a padronização dos lotes. Atualmente, a fazenda se obriga a pagar para animais cruza Angus sobrepreços de 10 a 15% sobre animais Nelore. Paralelamente, as fêmeas Angus x Nelore são muito procuradas para uso como receptoras em programas de transferência de embri ões. Nesta primeira fase do projeto, alguns resultados positivos já foram observados. O uso de animais jovens e de cruza Angus permitiu ótimo desempenho de engorda, em função da heterose e da alta conversão alimentar destes animais. O ganho de peso (GMD) foi bastante superior ao dos lotes de zebuínos. Em resumo, a alta eficiência dos animais Angus na terminação está garantindo excelente resultado econômico ao estabelecimento. Além disso, a qualidade da carne produzida pelos animais cruza Angus tem impressionado o frigorífico e clientes, pois os cortes são de alto rendimento e marmorizados. A carne resultante do projeto está sendo destinado ao mercado institucional (restaurantes finos). Tito Mondadori, Vivian Pötter, Roberto Barcellos e Fernando Velloso 6 Março/Abril de 2008 CARNE Genética Prime Marfrig: estímulo ao cruzamento com Angus Roberto Barcellos, gerente de projetos especiais do Marfrig Apresentação do Programa Genética Prime Marfrig Com a meta principal de incentivar, via frigorífico, o cruzamento industrial exclusivamente através de sêmen Angus no Brasil, o Frigorífico Marfrig - parceiro da Associação Brasileira de Angus (ABA) na difusão do Programa Carne Angus Certificada, no centro do País - lançou em dezembro de 2007, em solenidade realizada em São Paulo, o Programa Genética Prime Marfrig. O programa envolve financiamento, pelo Grupo Marfrig, de sêmen de touros Angus credenciados, que devem passar por estudos de campo e avaliações técnicas por ultra-som, avaliações de DEPs (Diferença Esperada na Progênie) e análise de característi- cas desejáveis por marcadores moleculares (DNA). Os projetos de pecuária participantes deste programa vão receber essa genética diferenciada para inseminar suas matrizes e contarão com assistência sanitária, nutricional e reprodutiva de profissionais credenciados pelo Frigorífico Marfrig. O Genética Prime Marfrig na verdade é uma extensão do Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus, que tem como base padronizar animais, a partir de genética diferenciada, gerando melhor remuneração aos produtores participantes. O engenheiro agrônomo Roberto Barcellos, gerente de projetos especiais do Marfrig, observou durante o lançamento que o programa de fomento ao criador envolve integração dos pecuaristas que buscam animais precoces e produtivos, com o uso de genética Angus. Entre os benefícios aos pecuaristas, Barcellos ressalta o aumento da produtividade e garantia de compra com diferencial de remuneração em relação ao mercado. “O Marfrig assumirá o compromisso de compra de todos os animais nascidos (machos e fêmeas), pagando o mesmo preço do boi gordo (base Esalq, a prazo), da região mais próxima da fazenda vendedora do gado”, garantiu Barcellos. O novo programa já garantiu a participação da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), e é também aberto a todas as centrais, tendo abrangência nacional a partir dos resultados obtidos entre 2007 e 2008 (projeto-piloto). Segundo o gerente de operações da Associação Brasileira de Angus (ABA), Fernando Velloso, que acompanhou o lançamento, “a ABA quer valorizar a genética nacional e usá-la em larga escala. E com o programa, teremos uma nova ferramenta para gerar informações técnicas sobre touros nacionais, com dados desde o nascimento até o abate dos animais”, avalia. Todos os animais do projeto serão identificados individualmente conforme as normas do Sisbov, com o objetivo de controlar todas as etapas do processo de produção. O lançamento do programa também contou com a presença do técnico do Programa Carne Angus Certificada em São Paulo, Tito Mondadori, e do vice-presidente da Asbia, Adriano Rubio. Entre os criadores e investidores em Angus, destaque no evento para a participação dos criadores Jovelino Mineiro e Antonio dos Santos Maciel Neto. Fazenda MC lança espaço gastronômico em São Paulo Um espaço diversificado que abriga num mesmo endereço um restaurante e boutique de carnes nobres, hamburgueria, cafeteria com grãos italianos tipo exportação, adega com vinhos de qualidade e um loungue para se curtir boa música. Estes ingredientes especiais convivem no novo espaço gastronômico de São Paulo, a Fazenda MC - Red Angus Beef, que tem tudo para se tornar o mais disputado “point’ dos Jardins. O coordenador do Programa Carne Angus Certificada da ABA, Fernando Frutado Velloso, realizou palestra durante a inauguração do restaurante, mostrando ao público a raça Aberdeen Angus, criada no Brasil desde 1906. O projeto exigiu mais de 10 meses de construção, e investimento de R$ 15 milhões por parte do empresário e criador Eloy Tuffi, presidente da rede de escolas de informática Microcamp e proprietário da Fazen- da MC, em Espírito Santo do Pinhal, de onde originou o nome do empreendimento, criadora da raça Angus. Outra estratégia do empresário é difundir o a raça Angus, que produz carne reconhecida internacionalmen- Restaurante Fazenda MC disputa clientes em exclusivo "point" nos Jardins te pela maciez, suculência e sabor, muito apreciada por argentinos, canadenses e europeus, mas ainda desconhecida de muitos brasileiros. A proposta do criador é justamente mostrar que o Brasil também produz carne nobre de qualidade. O restaurante fica num ambiente reservado, requintado e acolhedor, com capacidade para atender 140 pessoas confortavelmente. O carro chefe são as carnes da marca Red Angus Beef, em especial o Cote de Bouef; T Bone Steak, Chouriço, Baby beef e a mini parrilhada. As carnes são grelhadas em churrasqueira de carvão e os pratos preparados à vista do cliente, numa cozinha panorâmica. É ali que a casa prova que é competente em sua especialidade: o churrasco. No comando da cozinha, está o gerente gastronômico Gaspar Lopes, um português de Lisboa que começou como garçom e formouse na requisitada Glion Institute of Higher Education, na Suíça, considerada como uma das maiores faculdades de hotelaria do mundo. Lopes está no rol dos poucos que conviveram com grandes astros como Richard Burton, Elizabeth Taylor, Orson Welles, Catherine Ambiente interno do restaurante valoriza a raça Angus Deneuve, Alain Delon e Frank Sinatra. Também acumulou em seu currículo diversas experiências em hotéis de luxo até chegar ao Brasil em 1984. Em seu currículo no país acumulam-se passagens pelas redes de hotéis Accor e Oton, além de gerenciar o Marina Park Hotel, em Fortaleza e o restaurante Leopoldo, em São Paulo. O showroom conta ainda com a Red Angus Burguer, uma casa especializada em hambúrgueres diferenciados. Ao contrário dos hambúrgueres industrializados existentes no mercado, o hambúrguer não leva soja nem água em sua composição. É feito com 100% de carne e é servido grelhado, acompanhado de batata frita e salada. Anexo à hamburgueria, fica a boutique de carnes nobres, onde são oferecidos os produtos da grife Red Angus Beef. São 20 tipos de cortes especiais feitos artesanalmente. O ambiente da loja é climatizado, as carnes são limpas, porcionadas e dispostas em display próprio. Na loja o cliente ainda encontra uma linha completa de acessórios para churrasco, desde churrasqueira, talheres, tábuas até temperos especiais. Foto: JG Martini Março/Abril de 2008 7 8 Março/Abril de 2008 PROGRAMAS ABA ABA e Gruta fecham parceria no programa Terneiro Certificado Fotos: Divulgação / ABA O programa Terneiro Angus Certificado, lançado no segundo semestre de 2007 pela Associação Brasileira de Angus (ABA), com a meta principal de valorizar os terneiros produzidos a partir de genética Angus, além de já ter alcançado bons resultados iniciais ainda na temporada 2007, elevando o preço pago por terneiros claramente caracterizados como portadores de genética Angus, também já adicionou, no final de 2007, novas parcerias. Foi o caso, por exemplo, da Fazenda Nossa Senhora da Gruta e do Frigorífico da Gruta, grupo de Herval, RS, empreendimento dirigido pelo criador de Angus Danilo Arismendi Garcia. A Fazenda Nossa Senhora da Gruta também pertence a Clarice Costa Caldas. A parceria deverá proporcionar produção que, na reta final, estará voltada a abastecer tanto ao Programa Carne Angus Certificada, da ABA, quanto o Frigorífico da Gruta, reunindo produtores de destacados municípios da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Evento de sucesso Em concorrido evento realizado pela Estância da Gruta no dia 14 de dezembro de 2007, no Sindicato Rural de Herval, Danilo Garcia apresentou a intenção de certificar até 800 terneiros Angus e cruza Angus pelo Programa Reprodutivo Gruta (PRG), agora em 2008. Segundo Garcia, o PRG (que repassa touros para criadores parceiros produzirem na troca por 1,5 mil quilos de terneiro vivo para a Gruta engordar), já abrange os municípios de Arroio Grande, Jaguarão, Pedras Altas, Pedro Osório, Rio Grande, além de Herval, na Me- tade Sul gaúcha. “A sociedade com a genética Angus nós já realizamos e estamos muito satisfeitos com os resultados. Agora estamos começando uma parceria com a Associação Brasileira de Angus, com a meta de difundir a raça em nossa região, para termos melhor qualidade de gado e de produção de carne num futuro que está logo ali, a julgar pela velocidade da genética Angus”, anuncia Danilo Garcia. Ele diz que entre suas metas, está a obtenção da certificação da carne produzida por seu projeto. “Nesta nova parceria com a ABA relativa ao programa Terneiro Angus Certificado, através do Programa Reprodutivo Gruta e do Frigorífico da Gruta, vamos custear a certificação dos animais dos parceiros integrantes do PRG, assumindo o compromisso de compra dos terneiros certificados com sobrepreço de 5% sobre o preço médio de mercado e, no caso de abate de animais, vamos dar a garantia de bonificação de novilhos certificados pelo Frigorífico da Gruta”, explica o dirigente, que também é entusiasmado criador de Angus, juntamente com a esposa, Clarice Costa Caldas, na Estância da Gruta. O grupo, a partir da esquerda: João Martins - administração do Frigorífico da Gruta, Lucas Evaldt – veterinário da Angus da Gruta, Dimas Rocha e Velloso – técnicos da ABA, Clarice Costa Caldas e Danilo Garcia – proprietários da Gruta e Luiz Sérgio Faria - técnico da ABA. Danilo Garcia (ao microfone) apresentou o Programa da Gruta. Ao lado, o presidente do Sindicato Rural de Herval, Ildo Sallaberry. Padronização já acontece Durante o evento, que mobilizou os produtores de toda a região Sul do Estado gaúcho, o gerente de operações da ABA e coordenador do Programa Carne Angus Certificada, Fernando Furtado Velloso, falou sobre as metas e o funcionamento do novo programa no RS. “Para quem produz cria, o Terneiro Angus Certificado tem o mesmo padrão do Programa Carne Angus”, exemplificou, ao lembrar que para participar deste programa os animais precisam ser Angus ou cruzas Angus caracterizadas. Além de Fernando Velloso, também participaram representando a ABA os técnicos Dimas Rocha e Luiz Sérgio Santos de Faria, técnico da ABA para aquela região. O encontro foi encerado com uma degustação de carne Angus da produção da Gruta. O evento também foi palco para o lançamento da I Feira de Terneiros de Herval, com a presença do presidente do Sindicato Rural de Herval, Ildo Sallaberry, e foi ainda apresentado o resultado do Programa Reprodutivo da Gruta pelo médico veterinário responsável pelo PRG, Lucas Martins Evaldt. Terneiro Angus Certificado. Velloso destacou o padrão de criação apresentado por países reconhecidos por sua excelência na produção de carne Angus como Argentina, Uruguai, Austrália e Estados Unidos, ressaltando a padronização que já começa a ocorrer no Brasil, especialmente Técnicos do Programa Carne Angus realizam reciclagem em Bagé Ocorreu no primeiro sábado de março, em Bagé (RS), a Reunião Anual dos Técnicos do Programa Carne Angus Certificada/RS, da Associação Brasileira de Angus (ABA). Além da revisão dos resultados de 2007, os técnicos passaram por reciclagem e atualização envolvendo treinamento que orientava a adequada classificação de carcaças. Nessa etapa, a equipe técnica coordenada por Fernando Velloso e Fábio Medeiros, com auxílio das supervisoras Ana Doralina Menezes e Gabriela Ribeiro da Silva, realizou exercícios práticos onde os certificadores apontavam o grau de acabamento de gordura e conformação de carcaças mostradas em fotos. Segundo Velloso, essa metodologia teve o “intuito de se aproximar do dia-a-dia deles no frigorífico e de aprimorar a técnica”. Na seqüência, Medeiros apresentou as atualizações do Manual de Qualidade do Programa Carne Angus Certificada. Ainda ocorreram debates e uma palestra sobre o Terneiro Angus Certificado, programa da ABA lançado na Expointer 2007. À tarde, estava prevista visita a campo na Agropecuária Quiri (Dom Pedrito/ RS), de propriedade da diretora do Programa Carne Angus Certificada, Vivian Pötter, que atuou no planejamento e execução da reunião anual. Lá, o grupo verificaria a produção de genética com foco em qualidade de carcaça. No entanto, a forte chuva que caiu na região impediu o cumprimento da programação. Estiveram presentes os certificadores do Programa Carne Angus Certificada/RS, Daniel Paz, João Hermes Souza, Jonas Ferrari Maximila, Márcia Gomes, Maria da Graça Jacinto e Silvia Andrade da Silva, além dos coordenadores, supervisores e da estagiária do Carne Angus, Fernanda Werba. O encontro foi realizado na sede da Arco (Associação Brasileira de Criadores de Ovinos). Ainda neste ano deverá ocorrer a Reunião Anual dos Técnicos do Programa Carne Angus Certificada/SP reunindo os técnicos que acompanham os abates e produção no Frigorífico Marfrig e VPJ Beef, marca que desde 2007 conta com certificação do programa de carnes da ABA. Março/Abril de 2008 9 10 Março/Abril de 2008 CONSELHO TÉCNICO Como produzir animais geneticamente superiores - Dupla Marca “PP e CACA” Os produtores interessados em produzir reprodutores geneticamente superiores devem participar do PROMEBO (Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne). O Promebo® visa aumentar a Precisão de Seleção para características herdáveis e de importância econômica, tais como peso ao nascer cer, peso ao desmame desmame, peso ao sobreano sobreano, reprodução regular regular, habilidade materna e conformação superior superior. Laços genéticos entre rebanhos, determinados pelo uso de touros em comum, através da Inseminação Artificial, é que permitem a comparação direta de indivíduos de diferentes rebanhos. A DEP - Diferença Esperada na Progênie - é a forma de apresentação do mérito genético, sendo diretamente comparável entre todos os animais presentes na análise: touros pais, ventres e produtos ainda sem progênie. - Características importantes: a) Todos os animais do rebanho em controNão há pré-seleção le participam (Não pré-seleção); b) os animais são criados e avaliados nas condições normais de criação de cada estabelecimento; c) todos os animais de mesmo sexo e código ou regime de manejo alimentar recebem oporManejo e alimentação unitunidades iguais (Manejo formes formes); d) O programa, apesar de usar uma metodologia avançada de análise, é bastante SIMPLES para o criador, podendo, em rebanhos com uma única estação de produção (primavera), envolver somente um manejo de mangueira por ano. - Critérios do Promebo: (*) Peso ao Nascer. (*) Ganho de Peso do Nascimento a Desmama: ajustado aos 205 dias e à idade da mãe. (*) Ganho de Peso do Nascimento até o Sobreano: ajustado aos 410 dias de idade. (*) Escores Visuais, para estimar a composição do ganho de peso dos animais, onde: C: = Conformação; P: = Precocidade; M = Musculosidade; T = Tamanho. (*) Índice de Seleção: os dados são reunidos num índice, com uma ponderação de no mínimo 50% para características ponderais (ganhos de peso). (*) Circunferência Escrotal. (*) Racial (animais com racial 3-5 podem receber dupla marca). (*) O programa estima ainda: - para ventres: a Habilidade de Produção Esperada (HPE), também chamada habilidade maternal, e o Índice Materno do Promebo (IMP), que leva em conta a HPE e intervalo médio entre partos das vacas; - para touros pais: mérito genético dos touros que o criador esteja utilizando na reprodução para cada uma das características avaliadas. Outras características avaliadas: (*) Pêlo - adaptação: resistência ao calor e ao carrapato. (*) Contagem de carrapatos - seleção de linhagens resistentes ao carrapato. (*) Características de carcaça - Avaliação de carcaça por Ultra-som (AOL, EGS e P8). Resultados Práticos: Seleção Animal Completa: visual, objetiva e genética a) Candidatos a touro; b) Melhores novilhas para a reposição através da performance da mãe e da sua própria performance; c) Melhores touros pais em utilização, através da performance de suas progênies; d) Vacas de melhor eficiência reprodutiva e maior capacidade em desmamar terneiros pesados; e) Identificação de animais dupla marca “PP ou CACA”. Reprodutores dupla marca “PP ou CACA” Os animais classificados entre Deca 1 a 4 na raça (os 40% superiores) recebem a marca “PP” quando são da categoria PO ou “CACA” quando são da categoria PC. Para garantir a evolução constante de nossos rebanhos nos rebanhos PC (Puro Controlado) somente utiliza-se touros PC quando eles forem dupla marca “CACA”, pois estes são geneticamente superiores. - Exigências para o criador a) Balança apropriada (individual e com bom nível de precisão), eletrônica ou mecânica; b) Rebanho Controlado: animais identificados, com controle de nascimentos, pais conhe- Este é um diferencial da raça Aberdeen Angus no melhoramento genético do seu rebanho cidos e avaliações em momentos estratégicos (desmame e pós-desmame). • Implementação da avaliação genética: • Realizar o controle genealógico dos animais; • Contatar os técnicos credenciados pelo PROMEBO/ABA para realizar as avaliações; • Realizar a avaliação ao desmame, dando início ao melhoramento genético na propriedade. Lembre-se: PROMEBO é investimento! Maiores informações www.promebo.rg3.net Técnicos ABA estão preparados para certificar terneiros Angus O Terneiro Angus Certificado está preparando uma intensiva de certificações nos meses de abril e maio com o objetivo de aumentar o número de terneiros certificados nos leilões apoiados pela ABA. O corpo técnico esta pronto para iniciar as certificações. Todos os produtores de terneiros do Brasil que tenham terneiros Angus e Cruza Angus (associados ou não da ABA) podem participar do programa e certificar os seus terneiros. 1.1. Pré-requisito para participar Utilizar touros ANGUS registrados CA, CACA, PO ou POPO, e/ou sêmen. Comprovados através de cópia do Registro Definitivo dos animais ou Nota Fiscal (NF) do Sêmen. 2. Animais selecionados para o Programa 2.1. Processo de Seleção Todos os terneiros (as) devem ser inspecionados por um Técnico da ABA credenciado. 2.2. Padrão Animal Animal: Serão selecionados para o Programa animais Angus e Cruza Angus conforme descrição abaixo: ANGUS 1. ANGUS E RED ANGUS definidos (pretos e vermelhos), com o padrão racial da Raça Abeerden Angus com tolerância no item referente as manchas brancas. Serão permitidas manchas brancas em toda a extensão da linha ventral (inferior). Cruza ANGUS 2. Brangus e Red Brangus definidos; 3. Cruzamentos com zebuínos: mínimo de 5/8 de “sangue” Angus (RS). 4. Cruzamentos com zebuínos: mínimo de 1/2 de “sangue” Angus (outros estados). 5. Cruzamentos com raças européias: mínimo 50 % de “sangue” Angus. Neste padrão de cruzamentos, as principais pelagens que ocorrem são: Preta, osca tapada, fumaça, amarela; pampa preta, mascarada preta, mascarada vermelha; brazina e vermelha. Os MOCHOS, animais selecionados devem ser MOCHOS preferencialmente “Rastreados” e os machos obrigatoriamente CASTRADOS CASTRADOS. 2.3. Identificação Identificação da ABA: Brinco ABA com numeração seqüencial. Obs.: Agenda de leilões - veja anúncio do Terneiro Angus neste jornal. Março/Abril de 2008 11 12 MOVIMENTO Março/Abril de 2008 ExpoLondrina 2008 mostra força da raça no Paraná Fotos: Divulgação / ABA “Eles olharam nossos animais, deram uma olhada em nós, e acho que só não nos chamaram de loucos por respeito”, ilustrou o criador Reynaldo Tittof Salvador, ao recordar da primeira vez que pisou no parque de exposições de Londrina, levando um lote de reprodutores Angus da Cabanha Azul para a exposição daquela cidade paranaense. “Nós e nossos animais, naquele parque, éramos os verdadeiros peixes fora dágua”, definiu Salvador. Mas isto aconteceu em 1985. E convenhamos que, de lá para cá, tudo mudou ... Conforme o criador, naquela época, além de desconhecida naquela região do Brasil, a raça Aberdeen Angus sequer contava com uma programação naquela importante feira de gado. “Não tinha nem julgamento de classificação em pista e os animais que levamos eram todos rústicos”, conta o ex-presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA) e atual diretor comercial da Cia Azul, em Uruguaiana, RS. “Agimos como desbravadores e fomos até lá para ver no que ia dar”, definiu. Pois a exposição se realizou, muita gente olhou com ar de curiosidade os reprodutores Angus lá expostos, mas nenhuma venda foi feita”, conta Salvador. João Vieira de Macedo Neto, proprietário da Cabanha Azul, estava à frente do grupo, naquele 1985. Segundo diz, depois da mostra, a tourada Angus foi levada para a propriedade do então presidente da Sociedade Rural do Paraná, o criador Brasílio Araújo. “Não queríamos levar os reprodutores de volta para Quaraí e ainda tínhamos alguma esperança de fazer negócios”, justificou Macedo. Pois Brasílio Araújo usou a tourada Angus (eram dez touros CA) na época da monta, cobrindo com eles uma vaca anelorada de seu rebanho. E a grande e boa surpresa aconteceu quando nasceu a terneirada resultante deste cruzamento. Araújo gostou tanto, que sem discutir preço, um ano depois, arrematou a totalidade dos ExpoLondrina: Angus já tem uma trajetória de 23 anos de sucesso nas pistas touros. Era o início da boa fama da genética Angus naqueles pagos do Brasil. Outros produtores da região viram os resultados e, também embalados e orientados pelo então Programa Natura, tocado em parceria com a Cabanha Azul, passaram a realizar cruzamentos usando touros Angus sobre vacadas Nelore. O mentor e orientador do Programa Natura, digase de passagem, era o saudoso pesquisador e geneticista gaúcho Luiz Alberto Fries. Workshop Angus destaca eficiência da raça Nesta 48° Exposição de Londrina, um dos grandes destaques da raça Aberdeen Angus será a realização do Workshop “A eficiência do Angus na pecuária do Paraná”. O evento, programado para o dia 10 de abril, às 14h30min, terá como local o auditório da Sociedade Rural do Paraná. Pelo segundo ano consecutivo, a Associação Brasileira de Angus (ABA) promove um evento técnico durante a ExpoLondrina, com o objetivo de levar informações aos produtores e divulgar as vantagens da utilização da genética Angus naquela importante região de produção pecuária do País. Os produtores do estado paranaense, que possui atualmente um dos principais criatórios de Angus do Brasil, terão a oportunidade de partici- par de debates e palestras com o foco voltado á eficiência da raça Aberdeen Angus na cria e produção de novilhos precoces. Também poderão conhecer informações técnicas sobre os diferenciais de qualidade da carne Angus, além de assistirem palestra sobre os programas de fomento da ABA – Terneiro Angus Certificado e Carne Angus Certificada. No ano passado, mais de 70 pessoas acompanharam a primeira edição do evento organizado na ExpoLondrina pela ABA, que igualmente contou com palestras e debates em torno da raça. Este ano o evento é uma promoção conjunta da Associação Brasileira de Angus e do Núcleo de Criadores de Angus do Paraná. A partir daí, a Associação Brasileira de Angus (ABA) tomou as rédeas das iniciativas e passou a interagir com a Sociedade Rural do Paraná, organizando a presença da raça Aberdeen Angus naquele importante evento da agropecuária brasileira. Angus cresce no Paraná Na atualidade, a raça Aberdeen Angus é uma das mais importantes na programação da ExpoLondrina. A mostra da raça conta pontos ao Ranking Nacional de Angus e reúne no parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, PR, uma representação de cerca de 200 animais de argola, pertencentes a um seleto e crescente grupo de criadores de vários pontos do Brasil. A representação de Angus nesta 48ª edição da Exposição de Londrina, que para a raça começa no dia 8 de abril, promete não só manter, mas ampliar o destaque que vem alcançando nesta feira nos últimos anos, no parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, PR. Veja aqui a programação da raça na ExpoLondrina Período: 08/04 a 13/04/2008 - 2° turno Workshop – A eficiência do Angus na pecuária do Paraná: 10/04 – 14h30min Julgamento de machos/Argola: 11/04 – à tarde – Pista Central Julgamento fêmeas: 12/04 – manhã e tarde – Pista central Leilão GB Agropecuária – 11/04 - Recinto José Garcia Molina 1º Leilão Conexão Angus – 13/04 – às 14h - Recinto Horácio Sabino Coimbra Ciranda Março/Abril de 2008 13 14 Vem aí a Expo Nacional de Rústicos Angus Março/Abril de 2008 Isto mesmo. Assim como já vem realizando com sucesso durante a Feicorte, em São Paulo, SP, a mostra nacional de animais de argola, a Associação Brasileira de Angus (ABA) também vai promover e alavancar a comercialização de animais rústicos, e se proximando ainda mais da área de produção de campo. A I Exposição Nacional de Rústicos Angus, anunciada como boa novidade para este ano pelo presidente da ABA, José Paulo Dornelles Cairoli, em encontro com a mídia especializada no final de fevereiro, será realizada em outubro deste ano, paralelamente à 66ª Exposição Agropecuária de Alegrete, em Alegrete, RS. É a ABA próxima ao campo, ao gado comercial, rústico, e ao produtor de rústicos Angus. O novo evento, criado e organizado pela ABA, tem como meta impulsionar a valorização também dos animais comerciais, assim como do produtor que utiliza genética Angus e tem seu foco de trabalho voltado aos reprodutores destinados à produção de carne de qualidade. “Queremos fomentar o alto padrão da raça no País, assim como a produção de animais de plantel e de corte”, definiu o presidente da ABA. “O produtor e vendedor de bois ou de novilhos já tem seu vínculo com a ABA Através do Programa Carne Angus Certificada. O produtor de terneiros valoriza os resultados de sua atividade através do recém lançado Terneiro Angus Certificado. E agora a ABA se aproxima ainda mais do produtor que utiliza a genética Angus para a produção e comercialização de reprodutores rústicos, pois é através desses animais que a genética Angus chega aos rebanhos de campo”, examina o gerente de operações da associação, Fernando Velloso. MOVIMENTO A mostra de Rústicos Angus será realizada justamente num momento de excelência para a raça Aberdeen Angus no Brasil. Em 2007, a Angus foi a primeira raça taurina em comercialização de reprodutores no Brasil. É um feito que deve ser comemorado por todos os criadores e produtores que utilizam a eficiente genética Angus no País e é também uma colocação que agrega ainda mais valor a todo o trabalho de desenvolvimento e seleção de rebanhos Angus no País. Para a Exposição Nacional de Rústicos Angus, estão sendo esperadas inscrições de mais de 500 animais, para julgamento e para comercialização. E juntamente com o novo evento, serão realizadas outras atividades ligadas ao incremento da raça, tais como palestras técnicas e ações práticas no parque de Alegrete. “Nossa missão é de estar ao lado do produtor de Angus e de criar eventos capazes de agregar cada vez mais informações aos criadores”, sintetiza Velloso. Leilões Chancelados ABA alavancam marketing da raça Sempre preocupada em ser parceira dos criadores em todas as atividades que envolvem a raça, a Associação Brasileira de Angus (ABA) desenvolveu uma ação especial para aquecer os leilões de Angus. São os Leilões Chancelados, um serviço que a ABA oferece aos associados, para que, juntos, potencializem ainda mais a Raça Aberdeen Angus no País. Chancelar um leilão junto à ABA traz vantagens ao promotor do evento e ao mesmo tempo funciona como uma forte alavanca na comercialização do remate de Angus. Através desta iniciativa conjunta, o criador contribui com a ABA para um fundo destinado ao marketing da raça, que tem como objetivo proporcionar uma divulgação cada vez maior e melhor dos Leilões Angus pelo País, através de anúncios em vários meios de Comunicação de efeito comprovado em resultados, tais como o site Angus, revistas, folders e jornais, com destaque ao informativo oficial da ABA, o jornal Angus@newS. Veja, a seguir, algumas das vantagens para quem “chancela seu leilão junto à ABA”: - Full Banner rotativo no site da ABA - www.angus.org.br com link de acesso ao site da propriedade; - Divulgação na Agenda de Eventos no site da ABA; - Divulgação do Leilão via Newsletter distribuída ao mailing da ABA; - Divulgação no Jornal Angus@newS; - Disponibilização da Assessoria de Imprensa da ABA - Chamada para o evento e divulgação dos resultados; - Divulgação ampla pela ABA, especialmente em revistas do setor rural, como DBO e AG Leilões, entre outros veículos. Março/Abril de 2008 15 16 Março/Abril de 2008 MOVIMENTO Foto: Horst Knak / Agência Ciranda Exposições ranqueadas: um novo desafio em 2008 Um novo desafio está começando. A largada foi dada em Avaré, quando foram computados os primeiros pontos do Ranking Angus 2008. O próximo momento será a ExpoLondrina, quando ficará demonstrado o potencial da raça no Paraná, Sudeste e Centro-Oeste. A cada ano que passa, novos criadores intensificam a disputa, já que o Ranking Angus revelou-se uma ferramenta de intensa e constante valorização dos produtos dos vencedores. Este ano, 22 mostras integram o Ranking Angus 2008. Veja na tabela todas as mostras já ranqueadas pela ABA. EXPOSIÇÕES RANQUEADAS 2008 FEVEREIRO • 25/02 a 02/03 - Exposição de Avaré (argola) ABRIL • 08/04 a 13/04 - 2° Turno - 48° ExpoLondrina - PR (argola) • 18/04 a 27/04 - Exposição de Itapetininga (argola) • 29/04 a 04/05 - 6° Exposição de Outono de Uruguaiana/RS (argola e rústico) MAIO • 08/05 a 18/05 - Exposição de Maringá (argola) • 28/05 a 01/06 - Outono Angus Show (argola e rústicos) JUNHO • 17/06 a 21/06 - Feicorte/SP (argola) JULHO • 04/07 a 13/07 - Exposição de Araçatuba (argola) AGOSTO • Agosto/2008 - Guarapuava (argola) • 30/08 a 07/09 - Expointer/RS (argola e rústicos) SETEMBRO • 30/09 a 05/10 - Exposição de Primavera de Uruguaiana (argola e rústicos) OUTUBRO • 03/10 a 14/10 - Expofeira de Pelotas • 06/10 a 12/10 - Exposição de São José do Rio Preto (argola) • 11/10 a 21/10 - Expofeira de Bagé (rústicos) • 11/10 a 21/10 - 66° Expofeira de Alegrete 1ª Exposição Nacional de Rústicos Angus • 13/10 a 21/10 - Expofeira de Santa Maria (rústicos) • 16/10 a 19/10 - Exposição de Cachoeira do Sul (rústicos) • 17/10 - Exposição de Santana do Livramento (rústicos) • 23/10 a 27/10 - 42° Exposição Agropecuária de São Francisco de Assis (rústicos) • Outubro/2008 - Expofeira de Dom Pedrito (rústicos) NOVEMBRO • 04/11 a 10/11 - Expofeira de Rio Grande (rústicos) • Novembro/2008 - Cascavel (argola) Março/Abril de 2008 17 18 MOVIMENTO Março/Abril de 2008 Com charme e otimismo, Leilão Nova Era fechou o ano comercial Angus Fotos: Felipe Ulbricht /ABA Realizado no dia 6 de dezembro de 2007, nas dependências do Country Club, em Porto Alegre, RS, a quarta edição do Leilão Angus Nova Era comercializou um total de R$ 157.050,00, com a comercialização de 17 prenhezes e 115 doses de sêmen de destacados reprodutores Angus. Parte da renda do pregão destina-se à aplicação, pela ABA, em eventos promocionais com o intuito de promover, cada vez mais, a raça Aberdeen Angus no Brasil. Ao cair do martelo do leiloeiro Eduardo Knorr, da Knorr Remates, o destaque entre as prenhezes ofertadas foi para o lote com genética de Catanduva TE 18 com King Rob, da Cabanha Catanduva, de Fábio e Fabiana Gomes, de Cachoeira do Sul, RS. O lote foi valorizado em R$ 15 mil pelo tradicional criador João Vieira de Macedo Neto, da centenária Cabanha Azul, de Quarai, RS. A prenhez apresenta a mesma combinação genética do touro bi-Grande Campeão da Expointer, Catanduva Nostradamus. Já na oferta de sêmen, a sensação da noite foi a aquisição de cinco doses do touro Whitestone Widespread MB, da reserva da Cabanha Don Messias, de São Gabriel, RS, de propriedade de Carlos Messias Marques Antunes. Cada dose foi arrematada no leilão à média de R$ 7,5 mil, representando o recorde de preço na venda de doses de sêmen na raça”. A compra foi realizada por Eltar Tólio, da Tólio´s Farm (Formigueiro, RS) que desembolsou R$ 37.500,00 pelo material genético. O criador observou que já possui sêmen do mesmo touro em sua propriedade, pela enorme importância do reprodutor Widespread. “Na exposição de primavera de Santa Maria, RS deste ano, houve preferência por filhos de Widespread, no remate”, lembrou Eltar Tólio. Casa do Angus em Rio Grande Foto: Divulgação /ABA Leilão Angus Nova Era arrecada recursos para investimento no marketing da raça Angus Grande do Sul Foto: Divulgação /ABA Diretores do Núcleo Sudeste nas novas instalações Os criadores de Angus já tem um novo e exclusivo espaço no parque de exposições da cidade gaúcha de Rio Grande. Presidido pelo criador Joaquim Francisco de Assumpção Mello (que também ocupa uma das vice-presidências da Associação Brasileira de Angus), o Núcleo Sudeste de Criadores de Aberdeen Angus, com base em Pelotas, RS, recebeu do presidente do Sindicato Rural de Rio Grande, Eduardo Cardoso, um espaço cedido no parque de exposições do município onde funcionará a Casa Angus. “Agora o criador e o interessado em Angus, seja da região ou de fora, já sabe onde ficar durante os eventos da raça no parque de Rio Grande”, comemora Joaquim Mello. E segundo Ronaldo Zechlinski de Oli- veira, membro do Núcleo Sudeste de Criadores de Angus, a nova Casa do Angus, que passou por reformas em 2007, será ponto de encontro dos criadores da raça que participarem de exposições e remates no município. A inauguração do novo espaço Angus ocorreu no final do ano passado, durante a realização da terceira exposição de animais a campo ranqueada da raça Aberdeen Angus. Os julgamentos de classificação de 26 trios foi realizado pelo técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA) Irajá Cibilis, com o auxílio do também técnico da ABA Luiz Sérgio Santos de Faria, durante a 33ª Expofeira do município, promovida pelo Sindicato Rural de Rio Grande. Melhor touro rústico da mostra No 5º Leilão Angus Grande do Sul, realizado durante o evento, em Rio Grande, foram vendidos 40 touros e 20 fêmeas Angus. O reprodutor mais valorizado saiu por R$ 7 mil para Márcio Jacobs, de Rio Grande,RS. O exemplar foi apresentado pela Estância Santa Eulália, de Joaquim Mello, em Pelotas, RS. O maior investidor foi Luiz Fidel, que arrematou cinco touros no total de R$ 27,5 mil para produção em Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, RS. A média dos touros foi de R$ 5,2 mil. Os campeões Machos PO - Trio grande campeão (tatuagem 440, 425 e 417), de Melhor fêmea rústica de Rio Grande Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS; Trio reservado grande campeão (tat. E53, E47 e E41), Parceria Evaldo Marchand e Valdir Silveira, Fazenda Areial Santa Cecília, Rio Grande, RS; Terceiro melhor trio (tat. 456, 453 e 450), de Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS. Fêmeas PO - Trio grande campeão (tat. 458, 449 e 451), de Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS; Trio reservado grande campeão (tat. 470, 457 e 460), de Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS. Machos PC - Trio grande campeão (tat. 1226, 1223 e 1219), Parceria Rotta Assis, Estância Tradição, Santa Vitória do Palmar, RS; Trio reservado grande campeão (tat. 880, 879 e 878), Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS; Terceiro melhor trio (tat. 960, 948 e 941), Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS. Fêmeas PC - Trio grande campeão (tat. 939, 936 e 935), de Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS; Trio reservado grande campeão (tat. 953, 950 e 938), de Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS; Terceiro melhor trio a campo (tat. 979, 956 e 951), de Joaquim F. B. A. Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS. MOVIMENTO Março/Abril de 2008 19 20 Março/Abril de 2008 RANKING 2007 Ranking Angus cresce no ritmo da raça A oitava edição do Ranking Oficial de Criadores e Expositores da Associação Brasileira de Angus (ABA), mais uma vez em 2007 acompanhou e por certo ampliou o brilho da raça nas pistas de julgamentos de todo o País. Na verdade, especialmente em 2007 ficou evidente que o interesse do mercado pelo Ranking Angus cresce na proporção da escalada de sucesso que principalmente na última década vem sendo comemorada pela raça em todo o Brasil. Foto: Felipe Ulbricht / ABA Presidente da ABA, José Paulo Dornelles Cairoli, ao lados dos diretores da ABA, fez as honras da entrega dos prêmios aos vencedores do Ranking Angus 2007, durante a realização do Leilão Nova Era 2007 Por Eduardo Fehn Teixeira Em regiões de destaque tais como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, o Ranking Angus 2007 foi disputado em 21 certames ranqueados pela entidade. As exposições que em 2007 reuniram as condições para a classificação “A” no circuito do ranking da ABA foram: Expolondrina (Londrina, PR), Feicorte (São Paulo, SP), Expointer (Esteio, RS) e a Exposição de Outono de Uruguaiana (em Uruguaiana, RS). As mostras classificadas como categoria “B” foram formadas pelo grupo das 17 exposições que integram o circuito, todas devidamente chanceladas pela ABA. As exposições são divididas em categorias conforme o número de animais expostos. Na categoria “A”, os exemplares em julgamento devem ser no mínimo 100. E o número de expositores não pode ser menor do que 15. Já na categoria “B”, os animais que vão formar as filas de julga- mento devem ser 50 e os expositores oito. Em síntese, fazem parte da categoria “A” as exposições nacionais da raça e os certames que cumpram as exigências de números de animais e de expositores por três edições, que não necessitam ser consecutivas. Só é permitida uma exposição de categoria “A” por município. As demais integram a categoria “B” do Ranking ABA. Mas o otimismo dos criadores de Angus é realmente enorme. Via de regra, eles sinalizam para um crescimento incomum em toda a pecuária brasileira e garantem que, se a pecuária será melhor em 2008, para a genética Angus deverá ser muitíssimo melhor, pelo interesse e os resultados que vem sendo conquistados pela raça em todo o País. Mas vejamos, no detalhe, o que as pessoas estão dizendo sobre o Ranking Angus e sobre as perspectivas para este 2008. cumpriu a sua missão original, pois o número de animais passou a crescer nas mostras e aumentou ainda mais com o grande crescimento que vem sendo experimentado pela raça em todo o País”, observa. Gregory assinala, por exemplo, que surgiram mais exposições classificadas na categoria “A”, que os criadores e expositores passaram a considerar a competição, a um só tempo, como uma ferramenta de certificação de qualidade de seus animais e também como um agregador de valor aos reprodutores aos olhares do mercado. “Animais bem colocados no ranking não só passam a valer e também agregam valor a seus descendentes, como também passam a interessar mais aos investidores na raça na hora das escolhas para investimentos”, sintetiza o dirigente do Conselho Técnico da ABA. Um qualificador de reprodutores Com a nova vitória no Ranking de animais de argola, tanto na categoria criador como na de expositor, o atual presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), José Paulo Dornelles Cairoli, proprietário da Reconquista Agropecuária, de Alegrete, RS, consagrou o seu hexacampeonato na competição. Como criador, na etapa de 2007 Cairoli cravou 5.030 pontos e na categoria de expositor fixou 4.980 pontos na classificação da competição. Criado pela Associação Brasileira de Angus (ABA) em 2002 com a meta principal de incentivar as cabanhas a uma maior participação com seus animais nas exposições da raça, o Ranking Angus, segundo o presidente do Conselho Técnico da ABA, Ricardo Macedo Gregory, é atualmente um eficiente qualificador de animais. “O ranking efetivamente Reconquista é hexacampeã nos animais de argola Março/Abril de 2008 RANKING 2007 O festejado e concorrido ranking da Associação Brasileira de Angus está impulsionando o desenvolvimento da raça em todo o País. Além da saudável concorrência que se reverte virtualmente em bons negócios para os vencedores, a raça experimenta um considerável crescimento em novos criadores, no incremento da qualidade genética dos animais e dos negócios. Afinal, em 2007, a raça obteve excelentes médias em praticamente todos os leilões realizados no Brasil Fotos: Felipe Ulbricht /ABA 21 mas especialmente acredita que essas vitórias de seus animais nas exposições e por conseqüência no ranking agregam valor primeiramente à raça, ao seu trabalho e a seus reprodutores. “Minha tradição é de ser empresário. Assim, procurei montar um time de eficiência para tocar a fazenda e passei a investir forte, construindo meu plantel Angus através da aquisição de reprodutores dos principais criadores da raça no País, especialmente no Rio Grande do Sul, onde está o berço da raça no Brasil”, observa ele. O mundo precisa da carne de pasto brasileira José Paulo Cairoli recebe o prêmio de campeão do Ranking 2007 do diretor-presidente do Frigorífico Mercosul, Mauro Pilz Para José Paulo Cairoli, o Ranking Angus vem crescendo em notoriedade no mercado na mesma proporção do crescimento que vem sendo experimentado pela raça. “Considero esta competição importante porque engloba exposições em todo o Brasil e, para participar, o criador precisa ter um grupo de animais de real qualidade”, avalia. Ele considera também que é uma competição acirrada, mas que proporciona ampla visibilidade do mercado aos vencedores, agregando valor aos animais e ao trabalho da cabanha como um todo. Pecuária cresce, mas Angus cresce ainda mais E sobre o setor da pecuária brasileira em 2008, otimismo não falta ao dirigente da Associação Brasileira de Angus e proprietário da Reconquista Agropecuária. “O segundo semestre de 2007 já deu mostras de concentração de demanda e de crescimento, especialmente para a raça Aberdeen Angus. Houve expressivo abate de fêmeas e busca de reprodutores para a cria, com destaque às vacas em produção. Mas além disso, a demanda por animais em geral, com destaque para os touros, igualmente já antecipava o cenário positivo para este 2008”, sintetiza o criador. Para Cairoli, em 2008 a pecuária de modo geral vai experimentar um crescimento muito bom. E em termos de Angus, esse crescimento deverá ficar bem acima da média geral. “O mundo inteiro teve condições de comprar mais carne, numa tendência que deverá se ampliar ainda mais. E nunca na história tivemos preços para o setor, com valores acima de um dólar para a carne. Assim, a perspectiva é de franco crescimento para toda a pecuária e de um desenvolvimento e interesse bem maiores pela raça Aberdeen Angus”, prospecta o criador. O ranking é um show de raça A criadora Cláudia Indarte Silva considera que o Ranking Angus realmente agrega valor aos plantéis dos participantes. Avalia que é uma oportunidade de mostrar o trabalho que ela e sua equipe realizam no desenvolvimento do plantel Angus e de animais de exceção dentro da raça em seu estabelecimento. “Por ser técnico e focado em qualidade, o ranking é um verdadeiro show do melhor da raça”, define. Proprietária da Cabanha Rincon del Sarandy, em Uruguaiana, RS, ela tem figurado entre os primeiros colocados na competição nos últimos quatro anos. Em 2007, a Rincon del Sarandy conquistou o vice-campeonato do Ranking Angus na importante categoria Criador de animais de Argola, com 4.027 pontos. E também foi a terceira colocada no Ranking Angus de Rústicos (tanto como criador e como na condição de expositor). Cláudia Silva também acredita que o ranking funciona como um enorme estímulo para todos os envolvidos com Cláudia Silva e os filhos recebem o prêmio do ex-presidente da ABA, Angelo Bastos Tellechea a raça. “Nós, criadores, nos sentimos atraídos por esta competição, vibramos com ela e trabalhamos sempre focados nos melhores resultados. Com isto, também ganha a raça, porque são vários criadores apurando mais e mais os seus plantéis e animais. E igualmente ganham os criadores e interessados/investidores em Angus, porque acompanhando o ranking, podem contar com uma sinalização efetiva para a orientação de suas escolhas sobre as criações e os animais onde vão investir”, detalha. Angus é inevitável Para este ano, Cláudia Silva prospecta seus planos a partir de perspectivas mais do que otimistas. “2008 será excelente para toda a pecuária brasileira e por isto mesmo será fantástico também para a raça Aberdeen Angus”, opina. Para ela, a raça já está consolidada no País e um dado importante destacado por Cláudia é que os criadores já sabem até onde podem ou devem ir nos negócios com seus touros, fêmeas ou com a inseminação a partir de genética Angus. “O neloristas sempre souberam da qualidade que a genética Angus imprime nos cruzamentos. Eles até tentaram, mas Angus é inevitável”, sustenta a criadora. que contempla uma maior integração com o universo da raça (criadores e interessados/investidores), mas integra também um meticuloso planejamento empresarial. A Fazenda MC, com 3851 pontos, foi a segunda colocada no ranking Angus 2007 na categoria expositor de animais de argola. “Desde que decidi investir em pecuária e me apaixonei pela Angus, fixei como meta ser vencedor do ranking em três anos. E fui em dois (em 2006), sendo vice na última edição do concurso, no ano passado”, recorda, com orgulho, o criador. Segundo ele, a par da paixão pela raça, suas ações sempre tiveram cunho empresarial e, portanto, metas definidas, claras. Eloy Tuffi afirma que não só busca sempre maior integração com os demais criadores, Quando o assunto é o futuro, o desempenho da pecuária brasileira neste 2008, por exemplo, Eloy Tuffi não tem dúvidas sobre o crescimento da produção de carne produzida a pasto no Brasil, do consumo interno e das exportações do produto para praticamente todo o mundo. “O grande problema do mundo é que o Brasil tem e cada vez terá mais o que o resto do mundo não tem e precisa cada vez mais: carne bovina de qualidade”, sintetiza o criador. Ele não entra nos detalhes atuais, das idas e vindas das negociações, por exemplo, com o Mercado Europeu. Mas defende, isto sim, que os produtores de Angus se organizem, capitaneados por exemplo pela associação brasileira da raça, visando obter cada vez maior valorização para a carne (e para os reprodutores) de genética Angus. “Deve nos interessar sim elevar o volume da produção. Mas é urgente que a carne Angus represente um produto realmente diferenciado no mercado e por isto com valorização bem superior às carnes comuns, produzidas a partir de outras genéticas”, posiciona-se Tuffi. “O mercado precisa pagar o preço da qualidade”, alerta o criador e empresário. Foco empresarial Para o criador Eloy Tuffi, proprietário da Fazenda MC, em Espírito Santo do Pinhal, SP, a participação no ranking Angus é uma decisão pessoal, O vice-campeão do ranking expositor, Fazenda MC, recebeu o prêmio do presidente da ANC, José Roberto Pires Weber 22 RANKING 2007 Março/Abril de 2008 "Trabalhando com rústicos, estamos mais próximos da realidade da produção no campo" Fotos: Felipe Ulbricht /ABA Luiz Felipe da Costa e esposa, com o prêmio de vencedor do ranking de rústicos, recebido do ex-presidente da ABA, João Vieira de Macedo Neto “Levamos muitíssimo a sério, desde o início de nossas atividades com o eficiente gado Angus, a nossa participação no ranking nacional da raça, organizado pela Associação Brasileira de Angus (ABA). Entendemos que esta vitória em 2007 – e é importante destacar que foi a nossa quinta vitória consecutiva no Ranking Angus no setor de Rústicos – representa um enorme reconhecimento dos resultados que temos obtido com nosso trabalho e nossos animais junto ao mercado”, define o criador Luiz Felipe Ferreira da Costa, que junto com os filhos Ângela e Luiz Felipe e a equipe, administram a seleção dos animais da já consagrada Tarumã Agropecuária - Fazenda Querência, com sede em Alegrete, RS. Com 12.870 pontos, o estabelecimento faturou o primeiro lugar no Ranking de animais Rústicos. Luiz Felipe enfatiza que sua família já tem larga tradição em produção pecuária, com 200 anos de dedicação ao setor. “Mas nossas vitórias no ranking Angus também ganham evidência pelo fato de termos passado a trabalhar com a raça há cerca de oitos anos. E já temos este nível de resultado”, aponta o criador. Ele recorda que desde o início da seleção em Angus, a busca de dois objetivos máximos sempre foram muito claros: o foco voltado ao gado rústico e a seleção sempre em busca de incremento em qualidade do plantel e rebanho. “Achamos que a pista e os animais de argola são de vital importância para qualquer raça, porque é ali que os selecionadores apresentam animais de máxima pressão seletiva e qualidade genética. Mas ao mesmo tempo optamos por trabalhar com animais rústicos porque entendemos que assim estamos mais próximos da realidade do campo, da produção de carne, do criador que gera animais em escala para o abate”, explica. Maior visibilidade no mercado Para o vencedor do Ranking Angus 2007 na categoria de animais rústicos, tanto como criador quanto como expositor, 2008 deverá ser um ano de ações visando dar maior visibilidade ao trabalho da Tarumã/ Querência. “A pecuária de qualidade está conquistando seu espaço e respectivo reconhecimento do mercado e, principalmente com a ampliação das exportações, avaliamos que daqui para a frente esta tendência de valorização da carne de qualidade (e por conseqüência dos reprodutores melhoradores de rebanhos) será cada vez maior”, anima-se Luiz Felipe da Costa. Ser destaque no ranking significa estar na direção certa Para o proprietário da Cabanha Santa Eulália, de Pelotas, RS, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, pontuar bem no Ranking da Associação Brasileira de Angus como criador e expositor de reprodutores rústicos significa estar na direção certa no trabalho de seleção genética dos animais destinados à produção de carne de qualidade. “E representa também um importante ganho em imagem para o trabalho da cabanha, através da maior visibilidade no mercado”, sustenta Joaquim Mello. Com um total de 7.162 pontos, a Santa Eulália conquistou a segunda colocação no ranking de ani- mais rústicos da Associação Brasileira de Angus de 2007. Com larga tradição em produção pecuária e dono de um rebanho invejável em termos de expressão de qualidade, o criador observa que estar bem colocado no ranking revela que um grupo de seletos jurados, que atuaram em várias exposições realizadas em diferentes regiões, escolheram aqueles animais (em detrimento de outros, de outras propriedades) como os melhores dessas mostras. Por outro lado, Joaquim Mello reconhece que também é gratificante para o criador obter uma boa colocação no ranking da raça. “Receber um prêmio como este é elogioso, é um incentivo sem igual para tocarmos em frente, procurando fazer ainda mais e melhor”, sintetiza. Mas ele vai além. Um dos atuais vice-presidentes da ABA, ele diz, por exemplo, que exposições ranqueadas também funcionam como um grande fomento à maior participação dos criadores, assim como agregam valor para a raça. Qualidade e bons negócios Olhando para este 2008, Joaquim Mello acredita que os animais e a carne de real qualidade (principalmente de genética Angus) serão cada vez mais valorizados por todo o mercado. “Vamos ter alguns problemas para administrar o evidente protecionismo por parte de importadores de nossa carne, mas com organização competente, produtos de qualidade e hábeis negociadores, vamos superar as barreiras, que alias, sempre vão existir”, prospecta o criador. Joaquim Mello também dirige o Núcleo Sudeste de Criadores de Aberdeen Angus de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello recebeu o prêmio de segundo colocado do presidente da ABA, José Paulo Cairoli, e do diretor da Progen, Reynaldo Titoff Salvador MOVIMENTO Março/Abril de 2008 23 Santa Joana recebe primeiro Prêmio Mérito Genético Fotos: Felipe Ulbricht /ABA Instituído em 2007 pela Associação Brasileira de Angus (ABA), em parceria com a Alta Genetics/Progen, o Prêmio Mérito Genético Luiz Alberto Fries foi conquistado, em sua primeira edição, pela Cabanha Santa Joana, de propriedade do criador Ulisses Amaral, de Santa Vitória do Palmar, RS. A distinção foi entregue na noite de 6 de dezembro, durante a realização do Leilão Nova Era e da grande confraternização de final de ano organizada pela ABA nas dependências do Coutry Club, em Porto Alegre, RS. O reconhecimento traduzido através desta premiação teve como alvo produtores que participam do Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) e que se destacaram em itens avaliados como: estar ativo no Promebo, ter dados de avaliação de desmame e sobreano, ter apresentado machos e fêmeas no Promebo e a soma do índice de desmame e índice final nas safras 2000 a 2004 ter sido avaliado como positivo. Grande distinção “Este prêmio é uma distinção muito grande. Foi uma honra para nós, da Santa Joana, termos sido reconhecidos desta forma pelo trabalho que realizamos na seleção e melhoramento genético de nossos animais”, assinala, bastante satisfeito, o criador Ulisses Amaral. Atento ao mercado, ele argumenta que Angus, no mundo, há anos é uma das principais raças. E no Brasil, segundo dados de 2007, já é a segunda raça em reprodutores comercializados. “Assim, ser reconhecido com destaque em Angus, é mesmo muito bom, muito importante para nós, para nosso trabalho e para Fábio Barreto, da Alta Genetics; Carlos Fries, irmão de Luiz Fries, e Susana Macedo Salvador entregam a Ulisses Amaral o Prêmio Mérito Genético Luiz Alberto Fries. Reynaldo Salvador, da Progen, e José Paulo Cairoli, presidente da ABA, acompanham entrega da honraria agregar ainda mais valor a nossos animais”, observa o criador. Ulisses Amaral lembra que, quando a Santa Joana iniciou o trabalho de melhoramento genético através do Promebo, poucas cabanhas acreditavam e participavam desde programa que, com o tempo e respostas, mos- trou seu enorme valor. “Nós, desde o início, apostamos forte no Promebo e passados todos esses anos percebo que estávamos certos em basear todo o apuro genético de nosso rebanho nos dados revelados através das avaliações do Promebo”, reconheceu o criador. Ele inclusive informou que já há cinco anos também está avaliando carcaças através do Promebo. Mais homenagens Durante a cerimônia igualmente foram agraciados com certificados alusivos a esta nova premiação a Cabanha Santo Antão, de Alegrete, RS, de propriedade de Ana Luiza e Flávio Montenegro Alves; a Cabanha Santa Nélia, em Jaguarão, RS, de Nélia Teixeira Gonçalves da Silva e filhos; a GAP Genética, de Eduardo Macedo Linhares, em Uruguaiana, RS e a Cabanha Catanduva, de Fábio Gomes e sua filha Fabiana Gomes, de Cachoeira do Sul, RS. 24 Março/Abril de 2008 REPORTAGEM Rastreabilidade made in Brazil em xeque Foto: Divulgação / ABA A notícia do embargo da União Européia à carne brasileira pegou de surpresa a cadeia da carne, em 1º de fevereiro deste ano. Desde que o País se comprometeu em cumprir as regras exigidas pelo bloco econômico da Europa, diversas adaptações no modelo produtivo brasileiro foram feitas para garantir as exportações para aquele mercado. A corrida pelo “ouro” exigiu até mesmo mudanças no sistema de rastreabilidade bovina, o Sisbov. Exportadoras de Carne (Abiec), os Por Luciana Radicione negócios com a exportação de carne raticamente tudo vinha sen- bovina brasileira para a União Eurodo feito para a manutenção péia renderam ao Brasil, no âmbito dos embarques para um dos global, divisas da ordem de US$ 1,5 principais mercados da carne bovina bilhão. Mas a liderança brasileira no coin natura produzida no País. As restrições não atingiram a carne indus- mércio mundial de carnes – 2,3 mitrializada, mas apenas o produto in lhões de toneladas vendidas, equivanatura, cujas vendas, conforme da- lentes a US$ 4,4 bilhões em 2007 – dos recolhidos nas principais fontes não foram suficientes para minimizar do mercado pela revista DBO, em o efeito “Irlanda”, país que lançou 2007 somaram 1,8 milhão de tone- manifesto pelo embargo ao produto nacional, alegando problemas no ladas em equivalente-carcaça. Desse total, 272.315 toneladas processo de rastreabilidade nas fazen(14,4%) foram destinadas a países da das do País, fator incompatível com União Européia, gerando receita de as exigências sanitárias da União EuUS$ 1,02 bilhão, 29,3% dos US$ ropéia. Ferrenho defensor da carne bra3,48 bilhões faturados com o produto. Só no ano passado, segundo a sileira e um dos grandes negociadoAssociação Brasileira das Indústrias res do produto quando ainda era mi- P Animais rastreados são exigência da União Européia nistro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, atual presidente da Abiec, mantém otimismo em relação ao contencioso. “Acredito que gradualmente a situação vá se normalizar e o número de propriedades aptas a exportar volte a crescer”, diz. Para que isso aconteça, no entanto, será necessário um maior empenho do governo brasileiro nas tratativas com as autoridades européias. Em outras palavras, Pratini considera fundamental que haja mais firmeza, mais postura e, principalmente, maior rigor técnico por parte dos negociadores brasileiros. “O Brasil tem que se acostumar a ser o maior do mundo em algumas coisas. No caso da nossa carne, temos o melhor produto, somos os mais competitivos, mas ainda não sabemos nos posicionar como líder”, reitera. O presidente da Abiec afirma ainda que o embargo foi resultado de falhas cometidas pelo governo brasileiro durante as tratativas internaci- onais com a União Européia. “Nunca se deve prometer o que não se pode cumprir”, disse, referindo-se às grandes diferenças entre o modelo de produção pecuária dos 27 países do bloco europeu e o modelo brasileiro. Neste caso, a falha reside no fato de o Brasil ter se comprometido em implantar em suas fazendas o mesmo sistema adotado pelos criadores europeus. “Aqui, além do grande número de animais e propriedades, as fazendas são muito maiores. Não há como comparar”, explica Pratini. Ao mesmo tempo em que a carne brasileira gera suspeita nos mercados da Europa, em outras regiões é reconhecida e desejada. Recentemente em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente da Abiec teve a oportunidade de conversar com representantes de 12 países da região e constatou o grande interesse pelo produto. “Tive uma recepção excelente e muito respeitosa”. Ciente das dificuldades dos frigoríficos brasileiros em direcionar a produção para outros mercados, Pratini acredita REPORTAGEM cada vez mais no potencial da carne in natura em outros países, caso da Rússia, países do Oriente Médio, Arábia e África. “Em curto prazo não é possível substituir o volume que é vendido à União Européia, mas também não podemos nos esquecer que há outros mercados de olho no nosso trabalho”, salientou. Engana-se quem pensa que a União Européia é apenas o único grande cliente do País. “A Rússia é o maior comprador individual da nossa carne”, frisou Pratini. Os números da balança comercial divulgados pelo Ministério da Agricultura reforçam a afirmação. Somente no mês de fevereiro os russos importaram US$ 74,4 milhões do produto in natura. Já os embarques mensais para a União Européia antes do embargo somavam, em média, US$ 90 milhões. Enquanto o Brasil não adaptar seus sistema de rastreabilidade à realidade de suas fazendas, não será possível monitorar 100% das propriedades como exige a União Européia. A afirmação é do zootecnista e analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa. “O Brasil não tem condições de copiar o modelo dos europeus pelas suas características regionais. Enquanto lá 200 cabeças são conside- radas latifúndio, aqui isso só acontece com quem tem mais de 2 mil cabeças”, ressalta. O especialista sugere que o Brasil deve tomar a frente nas negociações e implantar um modelo de gestão capaz de atender à totalidade das fazendas. A rastreabilidade brinco-a-brinco, segundo ele, compromete a eficiência do programa, já que nem todas as fazendas conseguirão essa meta, seja pela sua extensão, seja pela capaci- que muitos estabelecimentos eficientes fiquem de fora da lista de fazendas aptas a exportar para a União Européia, relação que será revista após inspeção que técnicos da UE fizeram nas fazendas brasileiras durante os meses de fevereiro e março. O produtor será o maior penalizado, pois os europeus são os que mais valorizam a carne brasileira. O plus pode chegar a 100% sobre o valor pago pelos demais compradores. “A Março/Abril de 2008 dita que dessa forma será possível implantar um processo eficiente de rastreabilidade no País que resulte em ganhos para o produtor. “Com certeza é viável, mas isso é trabalho de quem negocia”, lembra. O diretor de uma das principais certificadoras do País, a Brasil Certificação, com cerca de 1.500 estabelecimentos auditados nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins, Enquanto o Brasil não adaptar seus sistema de rastreabilidade à realidade de suas fazendas, não será possível monitorar 100% das propriedades como exige a União Européia. dade de gerenciamento, ou seja pelo alto custo. “Não é verdade que o custo do sistema seja, em média, de R$ 4,00 por animal. Não estão nessa conta os gastos com mão-de-obra, manejo e manutenção”, afirma. Segundo ele, o custo médio da rastreabilidade por cabeça gira em torno de R$ 7,00. “Não é todo mundo que tem dinheiro para isso”. O preço salgado da tecnologia para algumas propriedades pode fazer com UE é a que melhor remunera, por isso a importância da manutenção desse mercado”, afirma o analista. Uma alternativa ao modelo de rastreabilidade copiado pelos brasileiros seria um sistema que pudesse certificar, em vez dos animais, as propriedades. “Defendo que seja feita com base em informações como Guias de Trânsito Animal (GTAs) e comprovantes de vacinação contra febre aftosa”, exemplifica. Ele acre- Minas Gerais e São Paulo, defende com unhas e dentes a necessidade de rastrear 100% dos rebanhos para abrir mercados ao produto brasileiro. “Essa é um tendência irreversível e não há protestos, seja de quem for, capaz de mudar essa realidade”, salienta Vantuil Carneiro Sobrinho. O sistema, segundo ele, além de atender às exigências dos países importadores é uma excelente ferramenta de gestão da propriedade. O diretor 25 opercional da Brasil Certificação critica, no entanto, algumas considerações feitas pelos técnicos europeus quando da visita às propriedades brasileiras, especialmente no que diz respeito à rastreabilidade dos recém-nascidos. “A legislação brasileira diz que os animais devem ser identificados antes do desmame ou até os 10 meses de idade, o que vier primeiro”, explica. Trata-se de uma questão técnica que precisa ser respeitada pelos estrangeiros e principalmente, ser mais bem negociada pelas autoridades do País. “Na França a rastreabilidade também é feita dessa forma e ninguém reclama”, informa. Vantuil Sobrinho também não perde a chance de criticar a postura do Ministério da Agricultura quando lançou as normas do antigo Sisbov. “A Lei anterior pedia, por exemplo, que fossem colocadas as informações dos possíveis pais do animal que seria rastreado. Para quem inicia a rastreabilidade já com exemplares adultos isso era praticamente impossível”, constata. Segundo ele, a luta foi difícil até as certificadoras convencerem o governo de que o sistema tinha que começar pelos animais nascidos e não 26 Março/Abril de 2008 adultos, cuja regra faz parte do novo Sisbov. Embora a rastreabilidade não seja obrigatória para o produtor, mas sim para o frigorífico que vende para o mercado externo, o diretor da Brasil Certificação aconselha os pecuaristas a fazerem as contas. Além de todo o processo de rastreabilidade, ainda há os custos da certificação. Duas vezes ao ano as fazendas são obrigadas a receber os técnicos para que o rebanho possa ser auditado. “Principalmente o pequeno produtor precisa nes e Derivados de São Paulo (Sindicarnes-SP), Algemiro Tonetto, a “falha” cometida com os europeus se concentra nas certificadoras. “Hoje o que confirma a rastreabilidade é o brinco, por isso defendo que o pecuarista, ao comprar o brinco, comprove que tem estoque para usálo”, diz. O dirigente acredita que muitos produtores estão fazendo “uso” da tecnologia para se beneficiarem com o crédito de custeio mais barato do governo federal. “Defendo uma maior fiscalização sobre as Projeto gaúcho prevê a criação de um fundo a ser custeado pelos frigoríficos com o objetivo único de custear o preço da brincagem aos pecuaristas do RS fazer as contas’”, afirma. O Estado de São Paulo, com quatro plantas exportadoras de carne bovina, acumulou prejuízo diário de US$ 4,5 milhões após o embargo da União Européia, situação que parcialmente voltou a se normalizar com a aprovação de apenas 106 fazendas brasileiras em condições de vender a carne para o bloco. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Car- certificadoras e os processos de auditagem”, afirma. Tonetto, que é produtor de Angus no Mato Grosso, também é cético em relação ao sucesso do novo Sisbov. “Quem no Brasil vai fiscalizar todos os animais, percorrer todas as fazendas? As regras são exigentes em todos os aspectos e, a meu ver, quase impossíveis de serem cumpridas.” RS dá passo à frente REPORTAGEM Enquanto europeus e técnicos brasileiros brigam para saber quem tem razão, a cadeia produtiva gaúcha começa a se mobilizar para atender o mercado internacional. O Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) deve deflagrar em breve um programa de incentivo à rastreabilidade. De acordo com o diretor-executivo da entidade, Zilmar Moussalle, um projeto alinhavado entre o Sicadergs, a Farsul e a Fetag prevê a criação de um fundo a ser custeado pelos frigoríficos com o objetivo único de custear o preço da rastreabilidade aos pecuaristas do Rio Grande do Sul. “Nossa intenção é inserir o maior número de propriedades no modelo Eras (Estabelecimentos Rurais Aprovados pelo Sisbov”), explica. O projeto, que prevê a destinação ao fundo de R$ 5,00 por animal abatido nos frigoríficos gaúchos já passou pelo crivo de algumas secretarias de Estado e agora está no aguardo da apreciação pelo governador Yeda Crusius. “Temos a convicção que esta iniciativa vai despertar o interesse de muitos criadores e com isso, nossa meta é agregarmos valor à produção gaúcha”, disse Moussalle. O dirigente confia na competiti- Foto: Divulgação / ABA Carcaças Angus possuem padrão de qualidade exigido pelos europeus vidade da carne gaúcha não apenas nos mercado europeu. A localização geográfica é um aliado dos gaúchos. O fato de estar entre Uruguai e Argentina, que já exportam para os Estados Unidos, e entre Santa Catarina, que detém o status de livre de febre aftosa sem vacinação, é uma realidade que pode culminar na abertura de novos mercados para a carne produzida no Rio Grande do Sul. “Somos uma ilha e temos condições de oferecer garantias, desde que façamos a lição de casa”, ressalta o dirigente. No Rio Grande do Sul, assim como em outros mercados nacionais, o embargo de quase um mês deflagrado pela União Européia teve efeito contrário, se analisado do ponto de vista do vare- jo. O segmento percebeu que cortes de carnes nobres que entraram de outros Estados no mercado gaúcho tiveram seus preços rebaixados em até 20% ao consumidor. Este, segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, foi o único “reflexo” do contencioso sobre o setor. Apesar do efeito positivo para o consumidor, o dirigente destaca fundamental um maior controle das autoridades brasileiras sobre a qualidade da carne que é produzida e comercializada, seja para o mercado interno, seja para o externo. “O mundo está de olho no Brasil. Precisamos estar preparados.” Jornalista Março/Abril de 2008 27 28 Março/Abril de 2008 REPORTAGEM PERFIL Março/Abril de 2008 29 Cabanha Feliz: lucro certo com Angus Fotos: Divulgação Pertencente a uma família com várias gerações de tradição em pecuária, o arquiteto Augusto Vieira de Rua Pinto Guedes (Guto, como é conhecido entre os criadores), passou a criar Angus no final dos anos 90, em sua propriedade, a Cabanha Feliz, em Campina do Monte Alegre, SP. Ele recorda que começou adquirindo alguns animais Angus Puros por Cruzamento, uma vez que a principal meta era a produção de carne. “Minha opção por Angus teve influência direta de um tio, Roberto Ivens Vieira (já falecido), que todos os anos participava da feira de Palermo, na Argentina, e muito impressionado, costumava fazer comentários elogiosos sobre a qualidade e a importância de um certo gado Angus que havia lá. Daí foi que tudo começou e eu passei a me interessar por esta raça. Busquei informação no mercado e o que passei a conhecer muito me agradou. Logo já estava investindo e criando Angus”, contou Guedes. “Uma amiga que criava Angus também elogiou as caracterís- ticas da raça e me recomendou criá-la. Foi Sandra Babick, de quem comprei o meu primeiro touro PC”, diz o criador. De imediato, Guedes passou a trilhar os caminhos das grandes exposições de Angus. Esteve na Feicorte e, lógico, na Expointer, entre outras mostras pelo Brasil. Conheceu – e até fez negócios – algumas propriedades na raiz do Angus no Brasil – o Rio Grande do Sul e logo adiante reorientou seu trabalho. Optou pela montagem de uma cabanha e se tornou um selecionador de reprodutores, portadores de uma potencialidade genética capaz de gerar carne de qualidade ao mercado. “Vi que a cabanha era o melhor caminho. Percebi que se adequava ao meu gosto pessoal, que é mais fácil de controlar e vi também que, agregando valor a esse trabalho e à genética de meu plantel, teria uma relação custo-benefício amplamente favorável”, justificou. Atualmente, entre animais PC e PO, o plantel da Cabanha Feliz supera os 120 animais. “Nos PO, entre machos e fêmeas, já são cerca de 40 reprodutores, todos resultantes de alta pressão seletiva e de investimentos meticulosamente estudados”, enfatiza. Augusto Guedes cita com orgulho que nesses anos dedicados ao Angus vem investindo em tecnologias de ponta, verticalizando seu negócio. “Contratei um técnico argentino, especialista em transferência de embriões, técnica a partir da qual consigo aperfeiçoar a seleção e ganhar muito tempo e dinheiro, porque Angus dá lucro certo”, garante o criador. Na última temporada, a Cabanha Feliz já comercializou dez touros de sua produção. E para a próxima, projeta ofertar em torno de 15 machos. Integrante ativo do Núcleo Angus São Paulo, onde ocupa o cargo de Diretor de Desenvolvimento, Augusto Guedes participa do Rankin Nacional de Angus desde 2002. “Disputar o ranking, acompanhar as exposições para encontrar e conhecer pessoas, ver e comparar os trabalhos, os animais que estão em pista. Tudo isso além de ser prazeroso, também enriquece o conhecimento, e vendo os grupos de animais nas pistas a gente vai treinando o olho, para acertar na seleção do tipo ideal ao mercado”, ensina. Olhando para o futuro, Guedes não tem nenhuma dúvida: “quem está investindo em Angus está sempre à frente e terá um mercado cada vez maior e mais qualificado”, define. Foto: Divulgação/ABA Intercâmbio Angus Austrália e ABA Por Luciana Bueno O estudante australiano Andrew Carey, 19 anos, membro do programa australiano de jovens da Associação de Angus da Austrália, esteve no Brasil desde janeiro conhecendo o sistema de produção do país e percorrendo criatórios de Aberdeen Angus. visita, por meio de intercâmbio promovido pela associação australiana em parceria com a Associação Brasileira de Angus (ABA), ocorreu por dois meses. Nesse período, Carey foi recepcionado pelos associados A Ayrto Alberto Schvan (Dom Pedrito/ RS), Felipe Moura (Santa Maria/RS) e Ignacio Tellechea (Uruguaiana/RS), assessor administrativo da ABA. Em visita à sede da ABA, em fevereiro, o estudante detalhou sua preferência pelo Brasil, país que admira especialmente pelo tamanho do rebanho e expressão de volume de carne exportada, e a confiança que a Associação de Angus da Austrália deposita nos jovens criadores. Escolha pelo Brasil – “É importante verificar como se trabalha aqui, conhecer os sistemas de produção e de rastreabilidade e o mercado da carne. O país é fascinante pelo tamanho do rebanho, volume de exportação e similaridade de clima e solo com a Austrália.” Programa australiano de jovens da Associação de Angus da Austrália – “É muito comum os filhos de criadores participarem e atuarem no programa. Há exposições específicas para jovens onde estes atuam levando animais jovens. É importante o envolvimento com a raça desde cedo e a associação preza que todos saibam as razões da Angus ser a melhor raça do mundo.” Intercâmbio – “São três destinos possibilitados por ano pela associação: Inglaterra, Estados Unidos ou Nova Zelândia. Esta foi a primeira vez que abriram inscrições para o Brasil.” O estudante cursa Ciências Agrárias e sonha futuramente atuar com exportação trabalha com a família, que é produtora e fornecedora do programa carne Angus certificada da Austrália, Certified Australian Angus Beef (CAAB), no estado da Victoria. Carey informa que parte do rebanho comercial de seu pai é formado por 300 matrizes da raça. “O foco da produção é o mercado asiático com embarques especialmente para países como a Coréia.” Dando seqüência à parceria entre as associações de angus australiana e brasileira, neste ano, o estudante de medicina veterinária da UFRGS Andrei Beskow, que tem atuado como estagiário em exposições da ABA, seguirá para intercâmbio na Austrália. Assessora de Imprensa ABA 30 Março/Abril de 2008 MOVIMENTO Fumaça vence nos machos em Avaré Parceria Casa Branca Agropecuária e Rincon del Sarandy fica com reservado e Reconquista com terceiro melhor animal Fotos: Divulgação/ABA Grande Campeão: Escudo da Fumaça TE 223 Jurado Flávio Montenegro Alves atuou na pista da Emapa A 43ª Exposição Municipal Agropecuária de Avaré, SP (Emapa), realizada de 25 de fevereiro a 2 de março, marcou o início do calendário de exposições da Associação Brasileira de Angus, em 2008. A 43ª Emapa integrou o calendário de exposições “A” do Ranking Oficial de Expositores e Criadores da ABA e teve como jurado o criador e técnico da ABA, Flávio Montenegro Alves. Segundo o jurado, que avaliou 160 animais da raça, “todos os três finalistas são animais Angus melhoradores”. Alves ainda parabenizou os produtores pela qualidade dos animais apresentados, ressaltando que os machos apresentaram o mesmo nível das fêmeas. A faixa de grande campeão da raça Angus ficou com a Agropecuária Fumaça (Paranapanema/SP), de Elio Sacco, proprietário de Escudo da Fumaça TE 223, touro “impressionante” como definiu o jurado Flávio Montenegro Alves. O jurado desta- Reservado Grande Campeão: Rincon Pau Ferro 906 ficando como reservado grande campeão da Expolondrina. “Na época, Escudo chamou atenção do jurado americano que atuou em Londrina e de lá para cá vem colecionanTerceiro Melhor Macho: Reconquista 1083 Ladino Gramático do campeonatos”, cou o volume, peso e qualidade do pontuou Elio Sacco. Como reservado grande campeão posterior do reprodutor que “caminha com incrível leveza”. O proprie- Angus foi indicado o touro Rincon tário salientou que, aos seis meses de Pau Ferro 906, de 2005, parceria Casa idade, Escudo – da geração 2004 - já Branca Agropecuária (Fama/MG), de obteve um campeonato de destaque, Paulo de Castro Marques, e Rincon del Sarandy (Uruguaiana/RS), de Cláudia Silva. O jurado elogiou o nível do exemplar “que também caminha muito bem”. Martin Silva Tellechea observou que Rincon Pau Ferro foi terceiro melhor macho da Exposição Nacional da Raça Aberdeen Angus em 2007. “O touro segue em pista este ano, vai para Londrina, em abril, e a partir de 2009 irá para uma central de inseminação artificial”, comentou Tellechea, da Rincon del Sarandy. O terceiro melhor macho Angus da Emapa - o touro jovem Reconquista 1083 Ladino Gramático (2005) - pertence à Reconquista Agropecuária (Alegrete/RS), de José Paulo Dornelles Cairoli. Parceria Reconquista e Dom Francisco apresenta fêmea campeã Agropecuária Fumaça fica com reservado grande campeonato e Agropecuária Ponderosa com terceiro melhor exemplar O título de grande campeã da raça Abeerden Angus na 43ª Exposição Municipal Agropecuária de Avaré (Emapa) ficou com a Reconquista Agropecuária (Alegrete/RS), de José Paulo Dornelles Cairoli, proprietário de Reconquista 1085 Lagoa Gramático em parceria com Paulo Valdez (Lapa/PR). A fêmea geração 2005 chamou atenção na pista ao desfilar com dois terneiros ao pé, gêmeos, cada qual com uma pelagem típica da raça (vermelha e preta). O jurado Flávio Montenegro Alves, que comentou a excelência das três finalistas, todas vacas jovens com cria ao pé, ao citar que podem ser criadas em qualquer criatório do mundo, classificou a grande campeã como excepcional. “É um exemplar que tem tudo o que se busca numa fêmea Angus como boa estrutura óssea, feminilidade, boa mãe, e de gêmeos, o Grande campeã: Reconquista 1085 Lagoa Gramático que não é comum, e habilidade materna”, citou, evidenciando para seu equilíbrio. Cairoli afirmou que a vaca participará de pistas, neste ano, simultaneamente ao trabalho de coleta de embriões. “Isso é possível pela qualidade do animal”, assinalou. Em leilão da Reconquista, metade da fêmea foi adquirida pelo expositor Paulo Valdez (Agropecuária Dom Francisco) através de um sistema de comercialização chamado eleição no Res. Grande campeã: Fabulosa da Fumaça TE 336 qual se vende 50% de um animal que nascerá no ano da realização do remate. “A premiação é um reconhecimento importante, pois o cliente confiou no nosso trabalho e hoje obtém, também, a vitória”, salientou. Como reservada grande campeã Angus destaque para Fabulosa da Fumaça TE 336 da Agropecuária Fumaça (Paranapanema/SP), de Elio Sacco. A vaca jovem foi grande campeã da Exposição Nacional da Raça Aberdeen Terceira Melhor Fêmea: Rincón Atrevida 903 Angus 2007, realizada na Feicorte, em São Paulo (SP). O jurado que evidenciou a busca pela pureza racial aliada à conformação carniceira denominou como “magnífica” a fêmea reservada. Elio Sacco observa que Fabulosa da Fumaça debutou em pista em 2007 e logo já conquistou seu primeiro grande campeonato. “Precisamos aproveitar e tirar embriões dessas vacas excepcionais”, revelou. A roseta de terceira melhor fêmea Angus foi entregue para Rincón Atrevida 903, da Agropecuária Ponderosa (Manduri/SP), de Felipe Moura. A vaca que foi terceira melhor fêmea na Expolondrina 2007 retornará para a exposição paranaense neste ano. “Ela está entrando no programa de coleta da Ponderosa, que significa saírem pista logo mais, mas participará de Londrina”, ressaltou sobre o animal adquirido da Rincon del Sarandy (Uruguaiana/RS), em 2006. MOVIMENTO Março/Abril de 2008 31 Em Dubai, Carne Angus foi referência de qualidade Fotos: Divulgação ABIEC Convidados degustaram carne brasileira também em pratos típicos árabes Presidente da Abiec, Pratini de Moraes, foi um verdadeiro embaixador da carne brasileira em Dubai A maior feira do setor de alimentos do Oriente Médio, Gulfood, em Dubai, reuniu dirigentes e empresários do agronegócio brasileiro nos últimos dias de fevereiro nos Emirados Árabes Unidos. Uma comitiva formada por 15 pessoas, entre elas o presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), José Paulo Dornelles Cairoli, integrou a missão organizada pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). E m Dubai, o grupo - também integrado por parceiros da ABA (Frigorífico Marfrig e Frigorífico Mercosul) participou da Gulfood, que contou com a participação de 11 empresas do setor da carne no estande da Abiec e mais cinco frigoríficos com estandes próprios, e de um workshop com churrasco promovido pela Abiec no Hotel Madinat Jumeirah (o segundo grande hotel de luxo no município, atrás apenas do famoso Burj Al Arab). Conforme o presidente da ABA, a preferência pela carne Angus foi um ponto marcante observado em encontro com líderes do setor e exportadores. “Em jantar realizado a exportadores, o comentário era sobre a carne de qualidade que está diretamente ligada à carne Angus”, explicou. Cairoli ainda ressaltou o trabalho realizado pela Abiec que atua nas principais feiras de alimentação do mundo levando informações da carne produzida no país, mas também do Brasil. “Com o crescimento da renda no mundo, o setor estará muito aquecido daqui para frente e não existe o que possa substituir a proteína vermelha”, salientou, reiterando o crescimento do mer- cado e da produção de carne. Segundo a gerente de marketing da Abiec, Andréa Veríssimo, desde 2007 a Abiec participa da Gulfood devido ao grande interesse por parte do empresariado brasileiro em investir naquela região. Andréa destacou que tanto nas degustações realizadas no estande da Abiec, como no workshop, com churrasco, sempre houve uma integração entre a culinária típica do Brasil e a árabe. “Sempre salientamos a produção brasileira de carne e o mercado como um todo, mos- trando também produtos como o arroz, feijão, sucos e vinhos, além da música, como a bossa nova, originária do país, mas de uma forma respeitosa, integrando a cultura da região”, revelou, sobre os pratos árabes também apresentados. A gerente de marketing considerou que foram realizados importantes contatos com importadores do norte da África e do Oriente Médio no levantamento previamente colhido com os expositores brasileiros. “Todos comentaram que receberam clien- tes importantes e com perspectivas positivas de negócios.” O presidente da Abiec, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, e o diretor-executivo Antonio Camardelli também apreciaram muito a presença da comitiva brasileira, em sua grande maioria formada por integrantes do Rio Grande do Sul, frisou Andréa. A Abiec também participa de outras feiras de alimentação representativas no mundo como Sial, na França; Anuga, na Alemanha; e a Feira Mundial da Alimentação, na Rússia. Eventos de associados no primeiro semestre Confira aqui a agenda de eventos que envolvem a raça Angus, promovidos por associados da ABA. 05/04/2008 - Remate Tradição e Qualidade - Hora: 15h Local: Sindicato Rural de Butiá 26/04/2008 - 29º Remate da Cabanha Santa Clara - hora: 14h Local: Parque de exposições de São Borja 23/04/2008 a 29/04/2008 - 4ª Feira de Outono de terneiros e terneiras de Alegrete 21/04/2008 a 27/04/2008 - 25ª Feira de terneiras e vaquilhonas de outono de Alegrete 21/04/2008 a 27/04/2008 - 25° Feira do terneiro de Alegrete 20/05/2008 e 21/05/2008 - 3ª Feira da vaca, terneiros e terneiras de São Francisco de Assis Corpo Técnico da Associação Brasileira de Angus - faça contato 32 Março/Abril de 2008 MOVIMENTO GENÉTICA ANGUS Março/Abril de 2008 33 Uma necessidade e ao mesmo tempo uma deficiência da atualidade é o produtor não poder contar com informações sobre o desempenho de progênie de touros nacionais. Quando um touro nacional, a partir de sua produção, torna-se provado para uso pelo mercado, ele já está com idade avançada ou muitas vezes já está morto e sem sêmen disponível. “Com o Teste de Progênie vamos direcionar o uso desses touros jovens e assim acelerar a obtenção dos resultados para informação ao mercado”, resume o gerente de operações da ABA, Fernando Velloso. egundo o técnico, os produtores integrantes do programa já utilizaram o sêmen dos touros selecionados para o teste na temporada 2007/2008. E assim, já vamos dispor de dados de desempenho ao desmame no outono de 2009. “Já vamos conseguir provar o touro em apenas dois anos”, antecipa Velloso. Em 2007, já foram inseminadas 800 fêmeas com o sêmen dos touros selecionados pela ABA. O Teste de Progênie, lançado pela Associação Brasileira de Angus (ABA) durante a Feicorte 2007, desponta como a forma mais eficaz para testar touros superiores nacionais. O teste S segue a filosofia de que para que um touro seja bom, não basta que tenha premiações em exposições ou que tenha produzido muito bem em determinada propriedade, se esse reprodutor não tiver a capacidade de transmitir as suas características para a sua descendência. O teste de progênie trabalha coletando sêmen de animais superiores, distribuindo-o para vários criadores de regiões distintas e registrando os dados de desempenho via Promebo, para nascimento, desmame e sobreano. “Será o início da identificação dos touros-pais melhoradores nacionais”, sintetiza o presidente do Conselho Téc- Fotos: Felipe Ulbricht /ABA Touros nacionais: Teste de Progênie terá primeiros dados já em 2009 Centenário, Grande Campeão da Expointer 2007 nico da ABA, Ricardo Macedo Gregory. Já para o ex-presidente da ABA e diretor da central Progen, Reynaldo Titoff Salvador, esta é a primeira vez que a ABA implanta esse tipo de trabalho, que está sendo desenvolvido em parceria com a Alta Genetics, de Uberaba, MG, e a Progen, de Dom Pedrito, RS. Ele lembra que os touros em provação foram selecionados pelo Conselho Técnico e pelo Comitê de Melhoramento Genético da ABA, em comum acordo com as duas centrais de sêmen. E dá alguns exemplos: um desses reprodutores é Centenário, Grande Campeão de argola da El Saycan, melhor touro rústico da Expointer 2007 Expointer 2007, de criação da Cabanha Azul, de Quarai, RS; o outro é El Saycan, que foi o Campeão Rústico da Expointer 2007, de criação da Cabanha Rincon Del Sarandy, de Uruguaiana, RS. E o terceiro touro é um o reprodutor Santo Antão 523, de criação da Cabanha Santo Antão, de Alegrete, RS. Salvador antecipa que para os próximos anos, a meta é de aumentar o número de touros e de criadores, sendo que a produção dos três touros em uso já vai gerar dados para carcaças. “O teste de progênie aprimora a comparação dos rebanhos para avaliação genética, disponibiliza aos produ- Santo Antão 523, da Cabanha Santo Antão, de Alegrete, RS tores um sêmen de alto valor por um preço subsidiado e acelera o resultado dos testes de performance dos touros”, enfatiza Reynaldo Sanvador. O técnico da ABA, veterinário Dimas Rocha, informa que existem atualmente 16 criadores inscritos que já usaram a genética dos touros selecionados nesta temporada. “Esses criadores já estão participando do trabalho de melhoramento genético proposto pela ABA, em parceria com as centrais de sêmen”, comemora. Conforme Rocha, a meta é valorizar a genética nacional e encontrar neste universo touros comprovadamente melhoradores, que vão agregar características desejáveis aos rebanhos nacionais. Semeia define participantes do Seminário 30 anos de Genética Reprodução animal e genética nos rebanhos de gado de corte e de leite e painéis retratando o mercado destes setores serão a tônica do Seminário Semeia 30 anos de Genética que já tem palestrantes definidos, muitos deles especialistas de renome internacional atuantes em universidades da Argentina, Estados Unidos e Brasil. O seminário da Semeia Genética nos dias 08 e 09 de maio no Hotel Deville, em Porto Alegre (RS), será aberto pelo professor Dr. José Luiz Rodrigues, do Laboratório de Embriologia e Biotécnica da Reprodução da Faculdade de Veterinária, da Ufrgs. Na seqüência, será a vez do vice-presidente executivo da Select Sires, David Thorbahn, que é especialista em gado de leite, retratar, em breve histórico, a parceria de três décadas entre a Semeia Genética e a Select Sires que tem sede nos Estados Unidos. a seqüência, às 11h, o professor Dr. Amauri Alfieri, da Universidade Estadual de Londrina, consultor da Pfizer, falará sobre controle sanitário dos rebanhos bovinos. Neste primeiro dia, destinado à reprodução animal, também haverá palestra sobre os problemas e soluções na reprodução do gado leiteiro apresentado pelo professor N Dr. Ricardo Chebel, da Universidade da Califórnia (EUA). Os benefícios da Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) para produção de leite serão abordados por Leandro Gofert, do Departamento Técnico da Tecnopec. Na maratona de palestras do primeiro dia, ainda haverá apresentação de Danilo Menezes Sant´anna, da Ufrgs, que falará sobre impacto da reprodução nos sistemas de produção. No desfecho do dia 08, o professor Dr. Gabriel A. Bó, da Universidade Católica de Córdoba (Argentina), abordará sobre sincronização de cio em gado de corte (IATF). O dia 09 será dedicado à genética e aos painéis de agribusiness (leite e corte). A partir das 8h30min, o especialista em gado de corte, chefe do Programa de Gado de Corte da Select Sires, Brian House, apresentará informações sobre melhoramento genético no setor. A seguir, Thorbahn, especialista em gado de leite da Select Sires, enfocará o melhoramento genético no gado leiteiro. Às 11h, será a vez de Henry Berger, gerente Igenity América Latina, da Merial, conduzir o tema Genética molecular a serviço do melhoramento animal. À tarde, a partir das 14h, ocorrerá o painel do leite. A participação ficará a cargo do gerente do Departamento Técnico da Cooperativa Piá, Gilberto Kny. Ele falará sob o tema Uma parceria de sucesso. O gerente técnico e de marketing da Semeia Genética, João Almir Bondan, conduzirá, na seqüência, o tema Qualidade do leite, um benefício para a cadeia láctea. Às 16h30min ocorrerá o painel de corte sob o tema Potencialidade e perspectivas no mercado da carne com a presença de Keith Redpath, coordenador do Conselho Técnico da Qualidade e Marketing da Carne Escocesa, da Escócia; Andréa Veríssimo, gerente de marketing da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec); Fernando Velloso, gerente de operações da Associação Brasileira de Angus (ABA), coordenador do Programa Carne Angus Certificada; e Roberto Barcellos, gerente de projetos especiais do Frigorífico Marfrig. Inscrições: As inscrições para o Seminário Semeia 30 anos de Genética serão realizadas pelo endereço eletrônico [email protected] ou pelo telefone da Semeia Genética, (51) 3222 9688, com Adriana. Nas inscrições por e-mail é preciso enviar nome e endereço completos assim como a atividade que exerce. No primeiro dia do evento, o profissional ou estudante inscrito deverá entregar 2 kg de leite em pó que serão doados ao Lar dos Idosos Santa Bárbara, de Porto Alegre. O Hotel Deville dispõe de reservas a preço especial aos participantes. Programação 08/05 – Dia da reprodução animal 08h - Abertura (credenciamento) 08h30 - Desenvolvimento e perspectivas das biotécnicas da reprodução prof. Dr. José Luiz Rodrigues / Laboratório de Embriologia e Biotécnica da Reprodução; Faculdade de Veterinária – Ufrgs 09h30 – Breve histórico parceria Select Sires e Semeia Genética - David Thorbahn / vice-presidente executivo da Select Sires 10h30 - Coffee Break 11h – Controle sanitário dos rebanhos bovinos - prof. Dr. Amauri Alfieri / Universidade Estadual de Londrina / consultor Pfizer 12h – Almoço / Intervalo Tarde - 14h - Problemas e soluções na reprodução do gado leiteiro – prof. Dr. Ricardo Chebel / Universidade da Califórnia (EUA) 15h - Benefícios da Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) para produção de leite – Dr. Leandro Gofert / Departamento Técnico da Tecnopec 16h - Coffee Break 16h30 - Impacto da reprodução nos sistemas de produção – Dr. Danilo Menezes Sant´anna / UFRGS 17h30 - Sincronização de cio em gado de corte (IATF) – prof. Dr. Gabriel A. Bó / Universidade Católica de Córdoba (Argentina) 09/05 - Dia da genética e painéis de agribusiness (leite e corte) 08h30 – Melhoramento genético em gado de corte – Brian House, especia- lista em gado de corte / chefe do programa de Gado de Corte da Select Sires 09h30 – Melhoramento genético em gado leiteiro - David Thorbahn / especialista em gado de leite / vice-presidente executivo da Select Sires 10h30 – Coffee Break 11h – Genética molecular a serviço do melhoramento animal – Dr. Henry Berger / gerente Igenity América Latina, Merial Tarde - Painel Leite: 14h – Uma parceria de sucesso / Dr. Gilberto Kny / gerente do Departamento Técnico da Cooperativa Piá Qualidade do Leite, um benefício para a cadeia láctea / Dr. João Almir Bondan / gerente técnico e de marketing da Semeia Genética 16h – Coffee Break Painel Corte: 16h30 – Potencialidade e perspectivas no mercado da carne Participantes – Keith Redpath / coordenador do Conselho Técnico da Qualidade e Marketing da Carne Escocesa, na Escócia (promoção da carne escocesa na Europa); Andréa Veríssimo / gerente de marketing da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec); Fernando Velloso / gerente de operações da Associação Brasileira de Angus (ABA) / coordenador do Programa Carne Angus Certificada Roberto Barcellos / gerente de projetos especiais do Frigorífico Marfrig 34 Março/Abril de 2008 MOVIMENTO OPINIÃO Março/Abril de 2008 35 Agregando Valor na Vaca de Descarte Uma vez tomada a decisão de que a vaca de descarte será terminada dentro do sistema é necessário estabelecer o processo tecnológico de engorda tem uma participação maior nos ingressos do que nos EUA, independente da taxa de desmama. À medida que a taxa de desmama é maior ocorre menor venda Por Prof. Júlio Otávio Jardim Barcellos & Luciana Fagundes Christofari & Ricardo Pedroso Oaigen 1 – Participação Econômica da Vaca de Descarte na Cria As matrizes de um rebanho comercial de bovinos de corte de ciclo completo podem representar em média 40% do total efetivo da produção, sendo este valor variável conforme os índices de natalidade. As causas do descarte das vacas do rebanho de cria são a idade avançada (39,8%) ou falhas reprodutivas (25%), determinado por decisões estratégicas devido ao clima, mercado ou redução de rebanho (18,5%) e problemas de baixa produção (5,7%). Conforme levantamento relatado pelo Anualpec (2006), do total do rebanho bovino destinado à produção de carne no Brasil, a categoria animal que apresentou aumento significativo na última década foi a vaca de cria (16,4%), enquanto as demais categorias mantiveram-se estáveis ou até diminuíram sua participação. Como conseqüência à oferta da carne bovina oriunda de vacas de descarte vem aumentando consideravelmente no mercado, pois a taxa de abate de fêmeas no primeiro semestre de 2006 alcançou em média 40% do total de bovinos abatidos, o maior nível dos últimos dez anos. A vaca de descarte recebe essa denominação depreciativa, por ser considerado um subproduto do sistema de cria, em termos qualitativo. Esse é um conceito equivocado e ele tem origem da pequena participação dessa categoria no sistema de cria dos países desenvolvidos (Canadá e Estados Unidos), pois nesses o valor comercial da vaca é extremamente baixo quando comparado com a pecuária brasileira (Quadro 1). Nele nota-se que o preço pago pela vaca de descarte nos EUA é em torno de 60% do preço do boi gordo, enquanto no Brasil esse valor representa 85% e, em algumas situações, pode igualar-se ao preço do boi. Outro aspecto importante é a relação do preço do bezerro com a vaca, pois no Brasil a magnitude é muito inferior ao que ocorre nos EUA. Na pecuária norte-americana a vaca de descarte é responsável por 20-25%% da renda da empresa en- quanto no Brasil essa participação é muito superior (Quadro 2). Isto se deve ao fato de que o destino da carne dessa categoria no Brasil, é similar a carne do boi, não havendo diferenciação clara no varejo, embora a grande maioria das empresas informe na rotulagem que a carne é de machos. Por outro lado, nos EUA a carne de vaca de descarte tem um valor muito baixo para o consumidor e geralmente é processada industrialmente. É demonstrado no Quadro 2 que no Brasil a vaca de vacas de descarte e maior venda de bezerras, pois a reposição é menor. Por isso, diminui a participação da vaca de descarte com o aumento da taxa de desmama. Os dados do Quadro 2 explicam parcialmente as motivações acadêmicas para defenderem a tese de que as vacas devem ser de tamanho moderado ou pequeno, pois essa categoria, com baixo valor comercial, só oneraria o sistema devido ao alto custo de mantença. Assim, quanto menor a vaca mais eficiente. Isto é válido quando os índices de desmama são elevados e poucas vacas de descarte estão à disposição para venda que é o caso da pecuária norte-americana. No entanto, no Brasil, índices extremamente elevados de desmama podem ser menos eficientes economicamente, em virtude da participação da vaca. Neste caso possivelmente as vacas de maior tamanho determinarão uma cria mais eficiente. Um outro aspecto que deve ser considerado é a diferença entre o preço da vaca em relação ao preço do boi gordo, sendo que em alguns meses do ano, determinado por maior demanda de carne (dezem- bro, janeiro e fevereiro) ocorre uma queda na diferença entre vaca e boi (Veja na Figura 1). A discussão anteriormente apresentada sempre faz referência à venda da vaca de descarte como vaca para o abate (gorda). No entanto, também existe a opção no sistema de produção que é a venda da vaca magra (invernar). Esta tem preços muito mais variáveis do que a vaca gorda, pois depende da raça, do peso vivo, da região de produção, da idade, do frame e da condição corporal. Porém, o que realmente interessa na cria é o seu preço em relação à mesma vaca quando gorda. De um modo geral a vaca magra tem um valor/ kg em torno de 90% do valor pago pelo kg da vaca gorda. Isto já demonstra a grande margem que o produtor de bezerro tem para engordar suas vacas, pois poderá transformar em pouco tempo num produto de maior valor agregado. Evidentemente que isto so- bre efeitos do mercado e muitas vezes a demanda por vacas magras é tão alta que o preço pago por kg é igual ou superior ao da vaca gorda. Nesse caso a retenção da vaca até a venda ao abate só é justificável se o custo de engorda é menor do que o acréscimo de renda por vendê-la como gorda. Assim, é importante considerar esses aspectos para uma tomada de decisão. 2 – Estratégias de Produção: Uma vez tomada a decisão de que a vaca de descarte será terminada dentro do sistema é necessário estabelecer o processo tecnológico de engorda. Neste aspecto é fundamental levar em consideração a idade da vaca e o seu estado corporal para definir o processo, cuja base principal é a alimentação. Um dos aspectos importantes é o aproveitamento do potencial de ganho compensatório que as vacas magras apresentam, sendo que nos primeiros 45 dias os ganhos em tecido magro e gordura são muito elevados e a um baixo custo. A partir daí os ganhos em gordura predominam até os 90 dias de engorda e são menos eficientes. Contudo, a eficiência geral do sistema é razoável, por tratar-se de animais de baixa conversão alimentar. Então, considerando o tipo e a condição da vaca associada com a disponibilidade o custo do alimento será definido o sistema de engorda se a pasto ou confinado. A engorda a pasto é mais econômica na primeira metade do período pois a exigência de energia para ganho ainda é relativamente baixa. Por outro lado, muitos sistemas de cria, dependem de áreas de pastos para outras categorias e julgam-se incapazes de manter a vaca de descarte nessas condições. De um modo geral, a engorda da vaca de descarte ocorre após o diagnóstico de gestação, na entrada da estação da seca (Brasil Central) ou do inverno (Sul). Nesse caso os pastos perdem qualidade e dificilmente ocorre a engorda num período inferior a 120 dias. Portanto, nesse caso será necessário ou uma suplementação energética do pasto ou a utilização de pastagens de inverno. No sistema a pasto ainda há a possibilidade de realizar uma engorda mais lenta e concluir o processo a partir de outubro conduzindo as vendas para os meses de novembro e dezembro cujos preços encontram-se próximos ao do boi gordo. Isto, no entanto, precisa ser analisado sob o ponto de vista sistêmico onde poderá haver competição dos pastos por outras categorias, principalmente porque será a época de pastos e monta. A engorda em confinamento, além de melhorar o grau de acabamento da carcaça, permite uma terminação mais rápida. Entretanto, como já foi comentado anteriormente, via de regra a vaca tem baixa eficiência de conversão e o custo do alimento pode inviabilizar o sistema. Além disso, os sistemas de cria geralmente estão localizados em regiões com pequena disponibilidade de resíduos agroindustriais e com problemas de logística para o confinamento ou semi- confinamento. Portanto, o objeto deste módulo é demonstrar os caminhos para melhorar o valor da vaca de descarte e não discutir processos tecnológicos de engorda. 3 – Comercialização A comercialização da vaca de descarte, quando magra, é pontual e logo após o diagnóstico de gestação. Contudo, ainda que pontual é possível que o pecuarista implemente algumas alternativas que melhorem a remuneração final (Quadro 3). Um deles é a segregação por peso ou por idade da vaca na hora de oferecer ao cliente. No exemplo do Quadro 3, se o pecuarista ofertasse todo o lote e atribuísse um preço de R$ 550,00 por cabeça, faria uma receita total de R$ 55.000,00. Provavelmente o comprador não pagasse mais do que isso. Porém, dividindo em quatro lotes uniformes e atribuindo preços diferentes a cada um deles o cliente perceberia as diferenças e pagaria mais pelas melhores, o que resultaria num maior valor médio por cabeça. Essa é uma estratégia comercial importante para a venda de vacas magras. Uma alternativa é a formação de lotes homogêneos por pelagens e condição corporal ou por outras características perceptíveis e importantes para o cliente. A comercialização de vacas gordas ainda não tem merecido muita atenção no Brasil, porém com novos mercados, padrões de conformidades para bois, já começam a serem implementadas tabelas de classificação das vacas e para cada classe um preço correspondente. Deste modo, o direcionamento e a preparação da vaca de descarte para um determinado mercado poderá representar diferenças expressivas nos preços recebidos e na eficiência econômica da cria. Assim, de um modo geral é listado um conjunto de medidas que podem melhorar o valor comercial da vaca de descarte destinada ao frigorífico. - Minimizar o grau de condenações de carcaças pelo monitoramento da saúde da vaca durante o ciclo na cria. - Não conduzir o manejo da vaca até os extremos de magreza, pois compromete a qualidade final da carcaça e os perfis musculares. - Melhorar o manejo nas instalações, pelo emprego de boas práticas de bem estar, para evitar contusões e lesões permanentes até o abate. - Controlar as práticas sanitárias durante a vida produtiva da vaca, evitando formação de lesões crônicas. Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeias Produtivas Departamento de Zootecnia e CEPAN UFRGS www.ufrgs.br/zootecnia/nespro.htm [email protected] 36 Março/Abril de 2008 MERCADO Angus: genética líder nas pistas de leilões Fotos: Divulgação / ABA Touros Angus: genética disputada em todos os leilões particulares e de exposições A procura por reprodutores e matrizes em 2007 foi muito forte porque os pecuaristas precisaram recompor os rebanhos, reduzidos por conta da crise que se abateu sobre o setor lá pelos idos de 2005 e princípio de 2006. A falta de terneiros (bezerros) nas feiras especializadas elevou o preço desta categoria de animal no mercado. Juntando a isto o aumento do preço médio da arroba (kg vivo), o bolso do produtor ganhou uma boa folga, o que permitiu maiores investimentos nas compras durante o concorrido circuito de leilões da última Primavera no Rio Grande do Sul ou nos leilões de machos e fêmeas para campo ou produção de genética mais elaborada, em pregões que já alcançam similar qualificação pelo Brasil afora, com destaque para Paraná e São Paulo. Por Nelson Moreira P recisando de touros prontos para monta, o mercado não se furtou de pagar mais pelo produto que queria. Em geral reprodutores com 24 meses nas raças taurinas e 30 meses nas zebuínas ou sintéticas. Assim a comercialização de reprodutores teve um aquecimento da ordem de 4% sobre 2006. Os preços médios também foram 61% maiores que o ano anterior, ficando em R$ 4,3 mil, algo que não acontecia há 10 anos. Mas não foi nenhuma surpresa verificar que a raça Aberdeen Angus despontou como a de melhor desempenho de comercialização de reprodutores entre a raças européias em 2007. E mesmo entre as sintéticas, que são cruzamentos de européias com zebuínas, o sangue Angus venceu a disputa com muitos corpos de vantagem. Só perdeu mesmo para os zebuínos Nelore, o que, além de compreensível (é disparado o maior re- banho do Brasil), é um enorme destaque na comparação com todas as demais raças e espécies que competem no mercado. No quadro geral de vendas de machos a Angus ficou atrás somente dos numerosos Nelore, raça que tem o maior rebanho no País. Ao todo foram 2.167 reprodutores machos Angus vendidos em leilões, com a média de R$ 5.088 mil. Em terceiro lugar aparece o Nelore Mocho, com 1.820 machos vendidos, á méida de R$ 3,76 mil, conforme levantamento realizado junto às leiloeiras brasileiras pela especializada revista DBO, de São Paulo, SP. A raça Brangus, resultado de cruzamento com Angus, ficou em quinto lugar com 902 animais e a média de R$ 4.079 mil. E quando se faz um retrato do que ocorreu em 2007 somente na Região Sul, aí então o predomínio da raça Aberdeen Angus se torna muitíssimo mais forte. Contabilizados nada menos que 57 leilões, a raça comercializou 5.340 mil animais, obtendo uma renda de R$ 18,8 milhões e a média de R$ 3.505 mil. É bom ressaltar que nestes números estão contabilizados machos e fêmeas. Aliás, segundo levantamento feito pela revista DBO Rural, pelo segundo ano consecutivo as fêmeas obtiveram resultados superiores, fato motivado pela necessidade de aumentar a produção de terneiros (bezerros). A valorização superou a casa dos 40% com preço médio de R$ 4.797 mil. Angus faturou R$ 20,9 milhões em 2007 Entre as raças taurinas não há discussão. A Angus movimentou o cenário e faturou R$ 20,9 milhões em 62 leilões. Os reprodutores fizeram médias acima de R$ 5,5 mil, muito além do registro histórico que era de R$ 3 mil. Já as fêmeas também estiveram neste nível alto de preços. Mesmo que os pecuaristas e leiloeiros dissessem que 2007 foi um ano de recuperação, com preços superando os de 2006, fato é que as pistas ficaram limpas, na sua maioria, e quem chegou atrasado, “bebeu água suja”, como se diz no campo. A julgar por estes resultados e pela contínua procura por reprodutores e matrizes para repovoar os campos, a tendência é que 2008 mantenha pelo menos os valores médios do ano anterior. Mas tudo está a indicar que também neste ano a pecuária brasileira e a genética Angus, por certo, estarão na mira de novos investimentos e ainda maiores. Para os analistas do setor de carne, a valorização do reprodutor e da fêmea vai continuar, porque é preciso seguir produzindo terneiros para ter boi gordo a fim de atender à crescente demanda pela carne Angus. Resultado esperado Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Joaquim Mello, todos estes números vêm comprovar que a Angus está crescendo a cada ano, porque é a genética que melhor carne produz. E é esta carne que o mercado interno e a Europa querem, porque reconhecem a qualidade, o sabor e a maciez. “Em vários mercados – EUA, Austrália, Argentina – a base do rebanho é Angus para justamente dar esta qualidade do marmoreio, e por isto é a carne mais procurada. Por ser a mais buscada é também a que mais valor obtém e esta valorização se reflete no campo, na renda do produtor que cria Angus”, ressalta o criador. Mello lembra que já há alguns anos a raça vem despontando como a que mais vende animais, a que melhor média faz nos leilões e a que mais vende sêmen. Tudo isto é conseqüência de um processo de maturação da raça, de crescimento do seu interesse no mercado consumidor, considerando tanto o pecuarista, quanto a demanda por carnes de qualidade na cidade. “Isto movimenta o negócio carne Angus de um jeito tal que todos acabam investindo na raça e lucrando muito com a atividade, agregando valor a seu trabalho”, salienta. Para ele um dos motores de todo este processo é o Programa Carne Angus Certificada, que começou há cinco anos com 16 produtores e cerca de 16 mil cabeças abatidas ao ano e agora, em 2007, fechou com 206 produtores e um abate de 96 mil cabeças ao ano, e inclusive exportação para a Alemanha, por exemplo. “Tudo isto trouxe uma conseqüência direta nos remates da última Primavera e nas vendas de Angus pelo Brasil: as pistas ficaram limpas e as médias foram altas”, comemora o produtor. Dados comprovam supremacia Angus A visão de quem já rodou o mundo em busca de informações sobre animais, carne e mercados, traz para o cenário atual o que o consumidor está querendo, neste momento. Produtor rural e empresário do setor de pecuária, Valdomiro Poliselli Jr, diretor da VPJ Beef (carne certificada pela ABA), uma das empresas do grupo VPJ, argumenta que a escolha por trabalhar com a raça Aberdeen Angus deve-se à quantidade de trabalhos de pesquisas e mensurações de desempenho já realizadas em vários itens de produção, por todo o mundo. “Isto acontece porque os americanos são obcecados por números e desempenhos. E tanto pelo ponto de vista da criação, quanto do econômico, a Angus superou as outras raças e hoje é a mais importante do mundo”, salienta. Poliselli afirma que a carne Angus traz o diferencial do marmoreio, da qualidade de carcaça, da precocidade e de fêmeas com alta habilidade materna. O empresário lembra que desde o ano 2000 a raça vem despontando no mercado. Primeiro como vendedora de grandes quantidades de sêmen, a ponto de ficar em primeiro lugar. Depois com o lançamento do programa de carne de qualidade e o retorno do interesse do pecuarista para ter sangue Angus em seu rebanho, com o objetivo de ganhar mais pelo seu gado, de agregar valor a seus produtos e a seu trabalho. “Este movimento já está chegando aos grandes confinamentos do Brasil Central e é nítido o crescimento da raça Aberdeen Angus, tanto em produtos de argola, de cabanha, como em animais cruzados, de produção. Os confinadores querem ganhar mais”, identifica o criador. Para Poliselli Júnior, assim como a maior parte do mercado – e num crescente - a VPJ Beef é a mais inte- MERCADO ressada na criação da raça e na disseminação do sangue Angus pelos rebanhos brasileiros. “Isto possibilita aos criadores o atendimento de nossos clientes com reprodutores e uma carne de alta qualidade, que agrada a todos e movimenta toda a cadeia de produção”, finaliza. Demorou, mas aconteceu! João Vieira de Macedo Neto, que em 2007 comemorou o centenário de sua Cabanha Azul, não se mostra surpreso com o crescimento da importância e da demanda por genética Angus, não só no Sul do Brasil, mas em todas as importantes regiões de produção pecuária do País. “Considerando que Angus tem fama – construída a partir de dados comprovados de performance e produção nos principais pólos de produção pecuária no mundo, acho até que demorou para os produtores brasileiros perceberem os ganhos que podem obter utilizando a genética Angus”, argumenta o experiente criador da raça. Um dos pioneiros na criação e seleção de Angus no Brasil, Macedo (como é mais conhecido entre os criadores) acredita que de agora em diante ninguém mais segura o cresci- mento e a demanda pela genética Angus no Brasil. “Existiam lobbies muito fortes, criticando o desempenho dos animais Angus em regiões como o Brasil Central, por exemplo. Mas hoje são os próprios confinadores que se transformaram nos maiores propagandistas dos excelentes resultados que podem ser alcançados a partir do uso correto da genética Angus para a produção de carne de qualidade”, enfatiza Macedo. Para ele, Nelore não concorre com Angus, porque Angus e Nelore se complementam! Jornalista Março/Abril de 2008 37 AS DEZ RAÇAS QUE MAIS VENDERAM MACHOS EM 2007 Raças Nelore Angus Nelore Mocho Hereford Brangus Braford Tabapuã Brahman Guzerá Charolês Outras 13 raças Total para 23 raças Animais 12.361 2.167 1.820 1.112 902 804 749 562 568 364 740 22.253 Média (R$) 4.056 5.088 3.763 5.435 4.079 5.855 3.321 3.784 3.794 3.037 5.719 4.276 Critério de oferta. Fonte: Banco de dados DBO DATAS Angus perde Cláudio Gonzalez Cláudio Ruas Gonzalez A raça Aberdeen Angus perdeu o criador Cláudio Ruas Gonzalez, entusiasta da raça, falecido em Porto Alegre no dia 16 de fevereiro último. Ele tinha 59 anos, era engenheiro químico formado pela Escola Politécnica da USP, em São Paulo, SP, e criador de Angus desde 2002. Juntamente a esposa, senhora Leila Settineri, administrava a Cabanha La Cornélia, de Tapes, RS. Entre outras atividades, Cláudio Ruas Gonzáles era Diretor Financeiro do Núcleo Centro Litorâneo de Criadores de Angus, presidido atualmente pela criadora Carla Sandra Staiger Schneider. Morre nos EUA Roy Wallace Zootecnista ligado à Select Sires também integrou Conselho Técnico da Associação Americana de Angus Um brinde aos 100 anos da Cabanha Azul e GAP Foto: Felipe Ulbricht /ABA Durante a cerimônia de entrega de prêmios e confraternização do mundo Angus no Nova Era, o presidente da ABA, José Paulo Dornelles Cairoli, ergueu um brinde e entregou honraria comemorativa aos 100 anos de dedicação em prol da raça e serviços de seleção e melhoramento genéticos prestados à raça Aberdeen Angus pelo criador João Vieira de Macedo Neto, da Cabanha Azul, de Quaraí, RS, e a Eduardo Linhares, da GAP Genética, em Uruguaiana, RS, ao lado de Azhaury Macedo Linhares. João Vieira de Macedo Neto, Azhaury Macedo Linhares, Cairoli e Eduardo Macedo Linhares Roy Wallace foi importante influência na indústria da carne nos últimos 40 anos A Semeia Genética/Select Sires informou o falecimento do vice-presidente do Programa de Gado de Corte da Select Sires, Roy Wallace, ocorrido em 20 de janeiro deste ano, nos Estados Unidos. Zootecnista formado pela Universidade de Ohio (EUA), Wallace dedicou seus últimos 40 anos a serviço da Select Sires, período em que manteve estreito relacionamento com a Semeia Genética parceira no Brasil - tendo visitado inúmeras vezes o País, especialmente a região Sul. Nessas oportunidades, ele sempre contribuiu com sua sabedoria e experiência no aconselhamento de programas de seleção e cruzamento. Um dos sinais mais expressivos de seu prestí- gio foi o reconhecimento pela Beef Magazine, em 2004, quando foi apontado como uma das 40 pessoas que mais influenciaram a indústria da carne internacional nas últimas quatro décadas. O zootecnista recebeu inúmeras honrarias pelo seu trabalho, tendo participado, também, como integrante do Conselho Técnico da Associação Americana de Angus. A Semeia Genética – empresa de seleção, melhoramento e inseminação artificial, tem sua sede em Porto Alegre, RS e está completando 30 anos em 2008. A Select Sires, com sede nos Estados Unidos, é considerada a maior central de cooperativas de inseminação artificial do mundo. 38 Março/Abril de 2008 ARTIGO Uso de marcadores moleculares em programas de melhoramento, com ênfase para caracteres reprodutivos Por Leonardo Talavera Campos A estimação atual do valor genético é baseada apenas em informações fenotípicas. O advento de marcadores moleculares permite a determinação do genótipo real em loci específicos de genes, sem erros devidos a efeitos ambientais, ao acaso ou não. Na situação ideal, podemos identificar diretamente genótipos nos loci que contêm genes com efeitos substanciais sobre características quantitativas (QTL). No entanto, uma situação mais real é aquela na qual usamos os marcadores genéticos ligados aos QTLs para aumentar a probabilidade de selecionar os animais com o genótipo QTL desejado. Com es- tes marcadores indiretos, não há garantia de detecção correta do genótipo QTL. Além disso, os alelos marcadores ligados ao alelo QTL preferencial podem ser diferentes em famílias diferentes, e a informação sobre a fase de ligação deve ser acumulada com base às informações fenotípicas e de pedigree (por exemplo, um teste de progênie). Genótipos marcadores podem ser usados para orientar decisões de programas de sele- fatores: 1) quando o valor da herdabilidade é baixa, o valor da informação proveniente de marcadores tende a ser alta; 2) onde a característica de interesse não é mensurada em um dos sexos, a informação do marcador pode ser usada na classificação dos animais deste sexo; 3) se a característica não é avaliada em animais impúberes, as informações genômicas A seleção assistida por Marcadores Moleculares é uma ferramenta poderosa no auxílio de programas de melhoramento, mas a avaliação fenotípica e análise quantitativa das características continuam a ser o instrumento central da selação ção, auxiliando no aumento da freqüência de alelos favoráveis, ou assistindo a introgressão de genes candidatos em linhagens divergentes. De acordo com Kinghorn e colaboradores, o valor da Seleção Assistida por Marcadores (MAS) depende basicamente dos seguintes podem auxiliar na seleção precoce; e 4) se a avaliação da característica é feita “pós-morten”, a análise dos marcadores pode prover dados que dispensem o sacrifício dos animais. Conclui-se, a partir destas considerações, que os caracteres reprodutivos, sendo de baixa herdabilidade, limitados a um dos sexos e não medidos em animais impúberes, são exatamente os que mais podem se beneficiar com a utilização da Seleção Assistida por Marcadores (MAS). Finalizando, deve ser lembrado que a seleção de animais baseada unicamente em marcadores deve ser evitada. Antes de descartar animais de alto valor genético pela ausência de um dado marcador, o melhorista deve estar seguro de que tal locus é realmente fundamental no seu esquema de seleção. É importante ter sempre em mente que a Seleção Assistida por Marcadores é uma ferramenta no auxílio de programas de melhoramento, onde as avaliações fenotípicas e análises quantitativas das características continuam a ser o instrumento central da seleção. Coordenador Técnico do Promebo® Associação Nacional de Criadores - Herd Book Collares / ANC e-mail: [email protected] Associação Nacional de Criadores "Herd Book Collares" Estatísticas do Promebo (Janeiro-Dezembro 2007) OPINIÃO Março/Abril de 2008 39 Exportações de carne bovina em 2008 Não será nada fácil para o Brasil, em 2008, quebrar um novo recorde em termos de volume exportado. No entanto, a hegemonia brasileira está muito longe de ser ameaçada Por Fabiano Tito Rosa De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes – ABIEC, o Brasil provavelmente exportou cerca de 2,50 milhões de toneladas equivalente carcaça de carne bovina em 2007, com faturamento de US$ 4,45 bilhões (no fechamento desta análise os números ainda não haviam sido consolidados). Em relação a 2006, portanto, espera-se por um aumento de 9% em volume e 15% em faturamento. Para 2008 a expectativa é que os embarques alcancem 2,62 milhões de toneladas, com receita entre US$ 4,89 e US$ 5,11 bilhões. Dessa forma, em relação a 2007, ter-se-ia um crescimento de 5% em volume e mais ou menos 12% em receita. O bom desempenho, em termos de faturamento, se justifica pelo aumento dos preços da carne exportada. A economia mundial se expande em ritmo forte, o que mantém a demanda por alimentos aquecida e o mercado firme. Além do mais, os exportadores brasileiros, graças à disparada das cotações do boi gordo, estão sob forte pressão de custos. É natural, portanto, que busquem repassá-la aos compradores. Como o Brasil responde por aproximadamente 33% das exportações mundiais de carne bovina, os frigoríficos nacionais conseguem exercer certa influência na formação dos preços internacionais. Pode-se dizer que no caso da carne vermelha, o Brasil é formador e não tomador de preços. Mas e a expectativa de crescimento de “apenas” 5% para o volume exportado? Pessimista? Conservadora? Na opinião da Scot Consultoria, talvez ela esteja até um pouco otimista. Entre 1999 e 2006, a taxa de crescimento médio das exportações brasileiras de carne bovina, em volume, foi de 23% ao ano. Vale destacar que foi justamente na virada dos anos 90 para os anos 00 que o mercado internacional se abriu para o Brasil, em função de problemas de ordem sanitária enfrentados por importantes exportadores. Como o País vinha fazendo a lição de casa em termos de sanidade, possuía preços competitivos e o respaldo de uma produção em ascensão, ou seja, gozava de um belo excedente exportável, os exportadores brasileiros aproveitaram a chance para conquistar boa parte do planeta. Ao final de 2005, porém, foram registrados focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná. Os reflexos foram sentidos em 2006, mas ao contrário do que previam os profetas do apocalipse, as exportações brasileiras estabeleceram um novo recorde. O Brasil, que desde 2004 já era o maior exportador mundial de carne bovina em volume, aumentou a vantagem e passou a ser também o número 1 em faturamento. Foi em 2007 que os embarques começaram a perder força. Em relação a 2006, como destacou a ABIEC, um novo recorde foi estabelecido. Mas no caso do volume exportado, ele se deve, exclusivamente, ao bom desempenho do primeiro semestre. O segundo, é preciso deixar claro, foi ruim. No que diz respeito às exportações de carne in natura, desde junho de 2007 os resultados começaram a ficar abaixo do registrado no mesmo período de 2006. Considerandose o total, ou seja, in natura + industrializada, as retrações começaram em julho, mas com um recorde que ainda veio a ser registrado em setembro. Acompanhe na tabela 1. Considerando-se o desempenho das exportações de carne in natura, em volume, entre 1999 e 2006, com base numa análise mês a mês, comparando os resultados de um ano em relação ao anterior, nunca antes haviam sido registradas sete retrações, como em 2007 na comparação com 2006. Os “recordes”, até então, estavam com 2002 na comparação com 2001 e 2006 na comparação com 2005 (período em que o Brasil sentia os reflexos dos casos de aftosa), com quatro retrações cada. Portanto, está claro que houve queda de desempenho em 2007. Por quê? Primeiro, a produção deixou de dar respaldo às exportações, já que os abates diminuíram. E isso, como alguns querem fazer crer, não é problema de seca. Sempre o segundo semestre é seco, o anormal seria se ele fosse chuvoso. Ao final de 2007 as chuvas vieram com uns 30 dias de atraso, portanto, se o problema fosse falta d’água, haveria retração dos embarques em um único mês, quem sabe em dois, mas não em sete. A questão é de ordem estrutural. Mais de quatro anos de abate de matrizes e redução de investimentos levaram à retração do rebanho. O mercado enxugou e os preços pecuários reagiram, intensificando a dificuldade de aquisição de matéria-prima por parte dos frigoríficos, já que o produtor, agora, voltou a reter matrizes. Entre 1999 e 2006, enquanto as exportações cresceram 23% ao ano, a produção aumentou 7%. Já em 2007, a expectativa é que a produção de carne bovina brasileira tenha recuado entre 2% e 3% em relação a 2006, com nova retração em 2008. Segundo, é preciso considerar que os aumentos de preços, lá fora, deixaram de acompanhar o que acontece aqui dentro. Veja na figura 1 uma comparação da evolução das cotações da arroba do boi gordo em SP, da carne bovina no atacado (boi casado) e do preço médio da carne bovina in natura exportada, em dólares. Veja no Gráfico 1 que, entre 2003 e 2006, a valorização do real deu sustentação ao aumento dos preços do boi em dólares, sendo que houve repasse para a carne dentro e fora do país. Já a partir de 2007 o boi começou a subir forte também em reais. No mercado interno, houve repasse, contando com a ajuda da melhoria de renda da população. Já o preço da carne exportada mantevese firme, mas ficou para trás na corrida com as cotações domésticas. Acompanhe, na tabela 2, as mesmas variações da figura 1, mas agora em termos porcentuais. Em reais, ao longo de 2007, enquanto o preço médio da carne in natura exportada subiu 14%, o preço do boi gordo em SP reagiu 38% e o do boi casado 30%. Essa situação levou alguns exportadores a direcionarem, propositadamente, uma maior parte da produção para o mercado doméstico. Além das questões relativas à redução da produ- ção e ao aumento da competitividade do mercado interno, as exportações enfrentam outro grande desafio: as novas ameaças por parte da União Européia (UE). Mediante o não cumprimento de algumas exigências, contando ainda com o aumento da pressão por parte de produtores locais, os europeus estão dispostos a impor novas restrições à carne bovina brasileira. Fora isso, o SISBOV não emplaca. Aliás, enfrenta forte resistência no campo, graças ao vai e vem das determinações e dos prazos, aos problemas de implementação e, muitas vezes, à ausência de repasse. Vez ou outra, frigoríficos de mercado interno pagam mais por animais não rastreados do que os exportadores pagam pelos rastreados. Vale lembrar que a UE é o principal cliente brasileiro. Responde mais ou menos por 23% das exportações em volume e 34% em faturamento. Com base na expectativa da ABIEC para o fechamento de 2007, pode-se estimar que os europeus tenham absorvido entre 500 e 600 mil toneladas equivalente carcaça de carne bovina brasileira no último ano, algo em torno de US$ 1,50 a US$ 1,60 bilhão. Para se ter uma idéia, essas 600 mil toneladas européias equivalem, mais ou menos, a 100% das exportações do Uruguai, a 2,5 milhões de cabeças de 16@, a 100% dos bovinos confinados do Brasil, a algo em torno de 5% a 7% da produção brasileira de carne bovina, e por aí vai. Além do mais, na comparação com os outros dois grandes clientes brasileiros, Rússia e Oriente Médio, os europeus pagam 73% e 60% mais pela tonelada de carne, respectivamente. Se esse mercado se retrair, seja por meio de novas restrições ou do fracasso do SISBOV, as exportações sofrem dois impactos. Primeiro, a redução da demanda internacional pela carne bovina brasileira (que poderia ser compensada com o aumento das vendas a outros países). Segundo, conseqüência do primeiro, o aumento da atratividade do mercado doméstico, já que as vendas para o importador que paga melhor foram afetadas. Em síntese, não será nada fácil para o Brasil, em 2008, quebrar um novo recorde em termos de volume exportado. Vale destacar, no entanto, que a hegemonia brasileira está muito longe de ser ameaçada. Comparando as exportações brasileiras com a do segundo exportador mundial, a Austrália, salta aos olhos uma margem de 830 mil toneladas equivalente carcaça, a favor do Brasil. Em resumo, entre os dois tem-se o equivalente ao volume exportado pelo terceiro colocado, que é a Índia. Mas de toda forma, o Brasil deve mesmo perder um pouco de market share (representatividade) no ano que vem. Lógico que, se for para escolher, é muito melhor crescer em faturamento do que em volume. Mas o ideal é conseguir os dois: exportar maior quantidade, para não dar espaço aos concorrentes, e com preços médios mais altos. Talvez em 2008 essa combinação não seja possível. Zootecnista - Scot Consultoria [email protected] 40 Março/Abril de 2008
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Diretor presidente
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