1 introdução - Faculdade Tecsoma

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1 introdução - Faculdade Tecsoma
FACULDADE TECSOMA
INCIDÊNCIA DE LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS/DISTÚRBIOS
OSTEOMUSCULARES REALCIONADOS AO TRABALHO (LER/DORT) EM
CIRURGIÕES-DENTISTAS NA CIDADE DE PARACATU – MINAS GERAIS
Pedro Guimarães Diniz
Paracatu
2010
Pedro Guimarães Diniz
INCIDÊNCIA DE LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS/DISTÚRBIOS
OSTEOMUSCULARES REALCIONADOS AO TRABALHO (LER/DORT) EM
CIRURGIÕES-DENTISTAS NA CIDADE DE PARACATU – MINAS GERAIS
Trabalho apresentado em cumprimento às
exigências acadêmicas parciais da disciplina
Monografia II para obtenção de título de
Bacharel em Fisioterapia, Faculdade
Tecsoma, Paracatu, MG.
Orientadora: Vanessa C. T. Mansur Corrêa.
Paracatu
2010
Diniz, Pedro Guimarães
Incidência de lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares realcionados ao trabalho (ler/dort) em
cirurgiões-dentistas na cidade de Paracatu – Minas Gerais/ Pedro Guimarães Diniz. Paracatu, 2010.
54p.
Orientadora: Vanessa Cristina Travizanuto Mansur Corrêa
Monografia (Bacharelado) – Faculdade Tecsoma – FATEC, Paracatu – Minas Gerais, Bacharelado em
Fisioterapia.
Bibliografia
1. DORT. 2. Lesões por esforços repetitivos. 3. Cirurgiões-dentistas. I. Corrêa, Vanessa Cristina Travizanuto
Mansur; II. Faculdade Tecsoma; III. Título.
CDU: 615.8:331
Pedro Guimarães Diniz
Incidência de lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares realcionados ao
trabalho (ler/dort) em cirurgiões-dentistas na cidade de Paracatu – Minas Gerais
Trabalho apresentado em cumprimento às
exigências acadêmicas parciais da disciplina
Monografia II para obtenção de título de
Bacharel em Fisioterapia, Faculdade
Tecsoma, Paracatu, MG.
_________________________________________________________________________
Esp. Vanessa C. T. Mansur Corrêa (Orientadora Temática) – Faculdade Tecsoma
_________________________________________________________________________
M Sc. Michelle Faria Lima (Orientadora Geral) – Faculdade Tecsoma
_________________________________________________________________________
M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento (Orientadora Metodológica) – Faculdade Tecsoma
Paracatu, 26 de novembro de 2010.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Milton e Rosária, por terem tornado tudo isso
possível, aos meus familiares, amigos e, especialmente a Daiane, que sempre esteve presente
e me deu toda força pra continuar. Se hoje estou aqui é porque vocês acreditaram em meu
sucesso e caminharam ao meu lado.
Amo Vocês...
AGRADECIMENTOS
As minhas orientadoras, Vanessa, Michelle e Cecília, que tornaram possível a
realização desse trabalho.
A todos os meus colegas de classe, principalmente a Flávia e minha namorada Daiane
pela troca de experiências.
A todos os meus professores, e pessoas que, de alguma forma, contribuíram para
minha formação.
RESUMO
As lesões por esforços repetitivos (LERs)/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
(DORTs), afetam principalmente os músculos, tendões, fáscias, sinóvias, ligamentos e nervos,
isolada ou associadamente em membros superiores, cíngulo escapular e pescoço, vem se
destacando pelo grande aumento em sua incidência além de estar relacionada ao trabalho,
causando dessa forma impacto socioeconômico na sociedade. Durante sua atividade
profissional o cirurgião-dentista utiliza bastante os membros superiores a cintura escapular e o
pescoço, e frequentemente com repetitividade de um mesmo padrão de movimento,
compressão mecânica das estruturas localizadas na região, assumindo posturas incorretas e
utilizando força excessiva e ainda. Esse trabalho utilizou um estudo quantitativo do tipo
pesquisa de campo: levantamento para analisar a possível relação entre as atividades
ocupacionais dos cirurgiões-dentistas da cidade de Paracatu/MG e as LERs/DORTs, para isso
todos os profissionais cadastrados no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais no
ano de 2010 receberam questionários para participarem do estudo, foram retirados
posteriormente do estudo todos que se enquadravam nos critérios de exclusão. Durante o
estudo averiguou-se que 43,75% dos cirurgiões-dentistas apresentam LER/DORT, portanto se
torna mais um indicativo de que as tarefas executadas estão expondo essa classe profissional a
um risco alto de adquirir LER/DORT.
Palavras-chave: DORT. Lesões por esforços repetitivos. Cirurgiões-dentistas.
ABSTRACT
The lesions for repetitive efforts (LERs)/distúrbios osteomusculares related to the work
(DORTs), they affect mainly the muscles, tendons, fáscias, sinóvias, ligaments and nerves,
isolated or associadamente in superior members, scapular cíngulo and neck, is high lighting if
for the great increase in your incidence besides being related to the work, causing in that way
impact socioeconômico in the society. During your professional activity the surgeon-dentist
uses plenty the superior members the scapular waist and the neck, and frequently with
repetitividade of a same movement pattem, mechanical compression of the located structures
in the area, assuming incorrect postures and using excessive force and still. That work used a
quantitative study of the type field research.. rising to analyze the possible relationship
between the surgeon-dentists of the city of Paracatu-MG occupational activities and
LERs/DORTs, for that all the professionals registered in the Regional Council of Dentistry of
Minas Gerais in the year of 2010 they received questionnaires for us to participate in the
study, they were later retired of the study all that were framed in the exclusion criteria. During
the study it was discovered that 43,75% ofthe surgeon-dentists present LERlDORT, therefore
he/she becomes one more indicative than the executed tasks are exposing that professional
class to a high risk of acquiring LER/DORT.
Word-key: DORT. Lesions for repetitive efforts. Surgeon-dentists.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Comparativo do sexo predominante entre os cirurgiões-dentistas .................................
29
Figura 2
Comparativo da idade predominante entre os cirurgiões-dentistas ................................
30
Figura 3
Comparativo do tempo de graduação e exercício da profissão entre os cirurgiõesdentistas ..................................................................................................................
Figura 4
Comparativo de cirurgiões-dentistas que se especializaram dentro da sua área de
atuação ........................................................................................................................
Figura 5
30
31
Comparativo da predominância entre as especialidades adotadas pelos cirurgiõesdentistas ...................................................................................................................
31
Figura 6
Comparativo de cirurgiões-dentistas que apresentam LER/DORT ..............................
32
Figura 7
Comparativo do período em que os cirurgiões-dentistas exercem sua profissão .....
32
Figura 8
Comparativo de cirurgiões-dentistas que possuem duplo emprego .............................
33
Figura 9
Comparativo do tempo de duplo emprego exercido pelos cirurgiões-dentistas .......
33
Figura 10
Comparativo de quantas horas diárias os cirurgiões-dentistas utilizam o computador ..
34
Figura 11
Comparativo de quanto tempo os cirurgiões-dentistas acometidos por LER/DORT
relatam sentir dor .......................................................................................................
34
Figura 12
Comparativo de qual período do dia é mais presente o início da dor ..........................
35
Figura 13
Comparativo de quanto tempo é necessário durante a atuação profissional para os
cirurgiões-dentistas relatarem dor ...............................................................................
Figura 14
35
Comparativo de qual segmento corporal apresenta localização inicial da dor ou
irradiação da dor em cirurgiões-dentistas .....................................................................
37
Figura 15
Comparativo da característica da dor em cirurgiões-dentistas .....................................
38
Figura 16
Comparativo da intensidade da dor sentida pelos cirurgiões-dentistas .....................
38
Figura 17
Comparativo entre cirurgiões-dentistas que procuraram tratamento especializado ..
40
Figura 18
Comparativo do tratamento procurado pelos cirurgiões-dentistas .................................
41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Comparativo de ocorrência da dor ........................................................
36
Tabela 2
Características epidemiológicas ............................................................
39
LISTA DE SIGLAS
DORT – distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho.
LER – Lesão por esforço repetitivo.
MG – Minas Gerais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................
1.1 Justificativa ....................................................................................................................
1.2 Objetivos .........................................................................................................................
1.2.1 Objetivo geral ...............................................................................................................
1.2.2 Objetivos específcos .....................................................................................................
12
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17
17
17
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................
2.1 Lesões por esforços repetitivos e doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho .................................................................................................................................
2.1.1 Definição e nomenclatura ...........................................................................................
2.1.2 Etiologia .......................................................................................................................
2.1.3 Fisiopatologia ..............................................................................................................
2.1.4 Diagnóstico diferencial ................................................................................................
2.2 Anatomia ........................................................................................................................
2.3 Ergonomia ......................................................................................................................
18
18
18
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21
22
24
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 28
3.1 Métodos ........................................................................................................................... 28
3.2 População pesquisada .................................................................................................... 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................................
29
5 CONCLUSÃO ..........................................................................................................
42
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 43
ANEXOS ............................................................................................................................... 50
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1 INTRODUÇÃO
Atividade de trabalho aponta a forma do homem utilizar as suas capacidades para
atingir os objetivos da produção. Consequente o trabalho utiliza o corpo inteiro, físico e
mentalmente para enfrentar o que não é dado pela estrutura técnico-organizacional,
configurando-se como um estágio determinante na construção e na desconstrução da saúde do
ser humano (ASSUNÇÃO, 2003).
Barbosa e outros (2004) e Mendes (2002) estabelecem com progressiva relevância no
universo do trabalho a ergonomia como um conjunto de ciências e tecnologias a fim de
aumentar a produtividade, e principalmente proporcionar boas condições para a execução das
atividades laborais. Afim de integrar as variáveis do trabalhador e local de trabalho, para
facilitar a qualidade de vida no trabalho e favorecer a produção. Na odontologia, como nos
demais campos, a ergonomia simplifica o trabalho, previne a fadiga física e mental,
proporcionando maior conforto.
A ergonomia tem dois objetivos fundamentais. De um lado, produzir conhecimento
sobre o trabalho, as condições e a relação do homem com o trabalho, por outro, formular
conhecimentos, ferramentas e princípios suscetíveis de orientar racionalmente a ação de
transformação das condições de trabalho, tendo como perspectiva melhorar a relação homemtrabalho. A produção do conhecimento e a racionalização da ação constituem, portanto, o eixo
principal da pesquisa ergonômica (ABRAHÃO; PINHO, 2002).
O acometimento de enfermidades entre profissionais de saúde por situações geradas
no trabalho é um fato concreto, e a odontologia está entre essas profissões. Além disso, o
mercado de trabalho odontológico tem passado por várias transformações gerando
conseqüências para a profissão e profissionais (NUNES; FREIRE, 2006).
Durante a revolução industrial, no século XVIII, com a devida mudança do sistema
artesanal para o sistema fabril de produção na Inglaterra, o sistema passa a enfocar nos custos,
métodos de fabricação e planejamento. Mais tarde, durante o século XIX, o sistema fabril
sofre uma expansão para outras partes do mundo, com isso um grande contingente de
indivíduos passou a viver nas cidades e a trabalhar nas indústrias. Nos tempos atuais com o
aumento da industrialização, ocorreu uma crescente nos relatos das Lesões por Esforços
Repetitivos/Distúrbios
Osteomusculares
Relacionados
ao
Trabalho
(LERs/DORTs),
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chegando-se a se considerar como uma epidemia industrial (REGIS FILHO; MICHELS;
SELL, 2006).
Para Brasileiro Filho (2006) o termo LERs/DORTs é definido como diversas
condições que acometem músculos, ligamentos e tendões e cujo denominador comum
(mecanismo de lesão) é a fadiga pelo uso extremo, cumulativo e repetitivo com tensão,
pressão e torção articulares.
As DORTs correspondem a um conjunto de afecções relacionadas de forma direta às
atividades laborativas e que acometem várias estruturas do organismo, assim como músculos,
fáscias musculares, tendões, ligamentos, articulações, nervos, vasos sanguíneos e tegumento.
Foram também terminologias utilizadas para cognomear DORTs as LERs, síndrome do
overuse, doenças cervicobraquiais ocupacionais e afecções traumáticas cumulativas
(LIANZA, 2007).
Regis Filho e Lopes (1997) relataram que normalmente se encontra entre as origens de
LERs/DORTs as atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos, posturas
inadequadas dos membros superiores, repetitividade de um mesmo padrão de movimento,
compressão mecânica das estruturas dos membros superiores e regiões anexas e o tempo
insuficiente para a realização de um determinado trabalho, trabalhos como professores,
cabeleireiros, digitadores.
Por outro lado, causas do aparecimento de LERs/DORTs também são encontradas nas
atividades domésticas de maior exigência com as mãos, como jardinagem, tricotar, costurar,
digitar, em músicos, como pianistas e violinistas, e em atividades esportivas que exijam
grande esforço dos membros superiores, a exemplo do vôlei, tênis, golfe, basquete e bale
(BRASILEIRO FILHO, 2006).
A fim de elucidar, o membro superior é formado pelo braço, antebraço, mão e cíngulo
escapular, são estruturas ricamente articuladas e todas inervados pelo plexo braquial e como
participante da inervação cutânea o intercostobraquial. Como anexos do membro superior
encontramos toda a coluna e a cabeça. Como composição dos segmentos citados encontramos
vários músculos, além de um grande conjunto de ligamentos e tendões que proporcionam o
movimento das junturas de forma desejada (DANGELO; FATTINI, 2000; DANGELO;
FATTINI, 2004).
No Japão, durante as décadas de 1960 a 1970, ocorreu aumento no número dos casos
de LERs/DORTs em diversas categorias profissionais, o que de certa forma justificou, no
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final da década de 1970, a organização pelo Ministério do Trabalho do Comitê Nacional de
Cervicobraquialgia para avaliar a gravidade e expansibilidade do problema (LIANZA, 2007).
Ribeiro (1997) citado por Augusto e outros (2008) ressalta que durante a década de
1990, os casos já tomaram proporções epidêmicas no Brasil, passando de quadros que
pareciam isolados, causados pela susceptibilidade e exposição ao risco por parte dos
trabalhadores. Esse crescimento pode ser atribuído ao processo de reestruturação produtiva,
que trouxe a precarização do trabalho, e ao reconhecimento social da LER, que se deu pela
criação da Norma Técnica em 1991.
Deve-se realizar uma anamnese detalhada contendo história clínica, ocupacional,
familiar, social e da qualidade de vida, juntamente com uma bem elaborada análise física e em
alguns casos uma avaliação psicológica para se avaliar quadros de LER/DORT
(HELFENSTEIN JUNIOR, 1999b).
Siena e Helfenstein Junior (2009) alertam para erros grosseiros que foram encontrados
relacionados à falta de treinamento profissional, ou mesmo a incapacidade para a correta
identificação da fibromialgia, com isso gerando falsos diagnósticos de múltiplas
DORTs/LERs com impacto econômico, social e jurídico significativos, principalmente no
ambiente médico-legal.
Ainda de acordo com Helfenstein Jr. (1999b), estudos feitos nos Estados Unidos da
America e na Austrália não conseguiram efetuar diagnósticos específicos em 47% e 42% dos
pacientes respectivamente, ainda na Austrália, o mesmo estudo confirmou clinicamente
apenas 37% dos pacientes estudados. Isso demonstra a dificuldade e imprecisão para se
diagnosticar as LERs/DORTs.
Doorn (1995) e Letho e outros (1991) citados por Santos Filho e Barreto (2001)
explicam que as regiões mais acometidas são o pescoço, ombro e coluna lombar, sendo
grande a variação nas taxas de acometimento entre os cirurgiões-dentistas.
Estudos demonstram que a flexão, rotações e flexões laterais da coluna aumentam o
estresse mecânico na musculatura para-vertebral e nos discos intervertebrais, assim como a
mesma flexão prolongada pode provocar fadiga além de aumentar o risco de dores na região
lombar da coluna vertebral (HELFENSTEIN JUNIOR, 1999).
Regis Filho e outros (2010) demonstraram que através dos instrumentos rotatórios
avaliados em um consultório odontológico, a pressão existente pode ser fator coadjuvante
significativo para o aparecimento das LERs/DORTs, mais precisamente da síndrome do túnel
carpal, o que demonstra a importância e significância dos resultados encontrados. O conjunto
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de efeitos fisiológicos das vibrações leva a crer que fortes oscilações mecânicas diminuem a
capacidade de desempenho e concentração e em muitas situações aumentam o risco de falhas
e acidentes.
Amadio (1995) citado por Fadel e outros (2005) refere à área da mão/punho como
susceptível a diversas patologias de ordem muscular e esquelética, como a Síndrome de
DeQuervain, que é o aprisionamento dos tendões do extensor breve do polegar e do abdutor
longo do polegar e outra condição similar, o Dedo em Gatilho, caracterizada por dor no
movimento do tendão afetado, e que têm sido associadas durante décadas com atividades
repetitivas e forçadas da mão, características essas que inserem os cirurgiões-dentistas como
classe de trabalho inclusa nos riscos.
O percentual de profissionais com sintomatologia de LER, 25,81% para os homens e
52,94% para as mulheres, sendo pouco mais que duas vezes mais freqüente nas mulheres,
reforça a característica de risco da profissão. Os baixos percentuais de profissionais que
realizaram algum tipo de tratamento, 25% para os homens e 27,78% para as mulheres, é um
fator de preocupação, em virtude do caráter evolutivo para uma síndrome dolorosa crônica,
agravada por fatores psíquicos, no trabalho, deixando claro o alto índice de acometimento de
LER e a baixa procura para tratamento (REGIS FILHO; LOPES, 1997).
São apresentados relatos de caso de LERs/DORTs, respectivamente, de cisto sinovial
de punho, síndrome do túnel carpal e dedo em gatilho em cirurgião-dentista, sendo todos do
sexo
feminino,
onde
a
prática
odontológica
contribuiu,
decididamente,
para
o
desencadeamento desses acometimentos e que trouxeram forte limitação funcional nos dois
últimos casos (CÂNDIDO; BITTENCOURT; REGIS FILHO, 2003).
Através de uma análise dos fatores de risco para desordens musculoesqueléticas
relacionadas com o trabalho, ficou definido que as desordens musculoesqueléticas implicam
agravos freqüentemente presentes na vida do profissional cirurgião-dentista, e muitas vezes,
elas interferem na capacidade funcional desse trabalhador de saúde (GRAÇA; ARAÚJO;
SILVA, 2006).
Observa-se pela literatura pesquisada evidências de que um número significativo de
cirurgiões-dentistas são ou foram portadores de LERs/DORTs. Entretanto, esses relatos ou
eram oriundos de amostras pequenas e não representativas ou provinham de estudos de casos
com subgrupos, originando controvérsias e não permitindo afirmar, ainda, que o grupo
profissional dos cirurgiões-dentistas reúne características que permitem incluí-lo no grupo de
risco no desenvolvimento de LERs/DORTs (REGIS FILHO; MICHELS; SELL, 2009).
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1.1 Justificativa
As patologias denominadas de lesões por esforços repetitivos (LERs)/distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORTs) vem se destacando não apenas pela taxa
crescente de acometimento na população mas também por sua ligação com o trabalho.
Normalmente são decorrentes da fadiga pelo uso extremo, cumulativo e repetitivo com
tensão, pressão e torção articulares, afetando dessa maneira músculos, ligamentos, fáscias e
tendões.
As LERs/DORTs provocam comprometimento funcional refletindo diretamente em
âmbito profissional, familiar e na qualidade de vida. Isso eclode em um enorme problema
financeiro e psicossocial para a sociedade, pois afetam grandes massas de trabalhadores com
afastamentos sequenciais ou retirando-os de seus cargos com aposentadorias precoces,
obrigando-os a abandonar sua rotina, seu círculo social e de trabalho, e exigindo que assumam
um novo e muitas vezes constrangedor papel de inválidos na sociedade. Além disso, mesmo
que temporariamente, perder sua capacidade de trabalho ou se vê limitado para desempenhála gera também sérias conseqüências psicológicas sobre os trabalhadores.
Como ótimo meio de intervenção sobre essas patologias destaca-se a fisioterapia de
forma indispensável no processo geral em todos os níveis de atenção a saúde, seja com
medidas preventivas na ergonomia, ou de forma curativa em quadros patológicos já
instalados.
Em cirurgiões-dentistas, a incidência de acometimentos se torna questionável a partir
da condição de trabalho dos mesmos, muitas vezes com equipamentos e posições não
adaptados, além de repetição excessiva de movimentos com membros superiores e cintura
escapular, fatores esses determinantes para o surgimento de LERs/DORTs.
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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a possível relação entre as atividades ocupacionais dos cirurgiões-dentistas da
cidade de Paracatu/MG e as lesões por esforço repetitivo/distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho.
1.2.2 Objetivos Específicos

Mensurar o índice de cirurgiões-dentistas com histórico de lesão por esforço
repetitivo/distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho.

Avaliar o perfil profissional e epidemiológico dos odontólogos através de questionário
específico para o estudo.

Elaborar uma análise dos dados obtidos ao final da pesquisa.
18
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Lesões por Esforços Repetitivos e Doenças Osteomusculares Relacionadas ao
Trabalho
2.1.1 Definição e Nomenclatura
Primeiramente descreveu-se a “síndrome cervicobraquial ocupacional” em operadores
de caixa registradora no Japão, na Austrália usou-se o termo “ferimento por uso excessivo de
trabalho” em trabalhadores de linha de montagem e digitadores, posteriormente foram
referidos casos de “desordem de trauma cumulativo” em trabalhadores expostos a traumas
cumulativos nos Estados Unidos da América. A nomenclatura “lesões por esforços repetitivos
(LERs)” começou a ser utilizada por volta do final da década de 50, para designar um
conjunto de patologias, síndromes e/ou sintomas músculo-esqueléticos que acometem
principalmente os membros superiores, relacionando-se o seu surgimento de forma direta ao
processo de trabalho. (SANTOS FILHO; BARRETO, 1998).
Augusto e outros (2008) relatam que em 1997, com uma revisão geral realizada tendo
por base as características gerais da patologia, introduziu-se a expressão “distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORTs)”, sendo esse termo mais adequado pois
alberga vários outros estados dolorosos, sem a necessária presença da lesão tecidual,
particularmente para a musculatura.
As LERs/DORTs são um conjunto de afecções que podem acometer tendões, sinóvias,
músculos, nervos, fáscias e ligamentos, isolada ou associadamente, com ou sem degeneração
de tecidos, atingindo principalmente, porém não somente, membros superiores, região
escapular e pescoço, sendo de origem ocupacional e decorrente, de forma combinada ou não
de: uso repetitivo de grupos musculares, uso forçado de grupos musculares e manutenção de
postura inadequada. (GRAVINA, 2002; BRASILEIRO FILHO, 2006).
Segundo Helfenstein Junior (1999a) pode-se encontrar ainda em trabalhos literários
uma vasta nomenclatura para intitular essas condições, assim como:

Distúrbios ou Desordens por Trauma Cumulativo.
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
Síndrome da Sobrecarga Ocupacional.

Síndrome do Esforço Repetitivo.

Distúrbios Músculo-Esqueléticos Ocupacionais.

Síndrome Ombro-Braço.

Síndrome do Membro Superior.

Síndrome Cervicobraquial Ocupacional.

Síndrome da Hipersolicitação.

Síndrome da Dor Crônica do Membro Superior.

Injúrias por Uso Repetitivo.

Lesões de Sobrecarga Ocupacional.

Injúrias Ocupacionais de Esforço de Repetição.

Distúrbios do Membro Superior Relacionados ao Trabalho.
Existem diversas nomenclaturas, pois se enquadram nesse contexto, apenas para citar,
atividades como sobrecarga muscular estática ou excesso de força empregado para executar
uma função. Porém ainda de acordo com Helfenstein Junior (1999) os termos LERs/DORTs
são mais utilizados e de forma mais completa.
2.1.2 Etiologia
Alves (1998) e Verthein (2000) citados por Neves e Nunes (2010) destacam o fator
"culpa", presente em relatos de pacientes que alegam serem as LERs/DORTs decorrentes de
processos psíquicos, na sua maioria desvinculados das condições e da organização do
trabalho. Ao admitir características essencialmente subjetivas do processo de adoecimento,
esta concepção sobre a etiologia da doença descaracteriza a relação com o trabalho,
focalizando o portador do distúrbio como predisposto para a mesma. Dessa forma, transfere
para o sujeito a responsabilidade por ter adoecido. Daí, o processo de culpa por ter adoecido.
Porém vários fatores associados diretamente trabalho concorrem para a ocorrência de
LERs/DORTs como, a manutenção de posturas inadequadas, o esforço físico excessivo, a
invariabilidade de tarefas, a pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo, o
trabalho muscular estático, a repetitividade de um padrão de movimentos, impactos e
vibrações. A intensificação do ritmo, da jornada e da pressão por produção e a perda
20
acentuada do controle sobre o processo de trabalho por parte dos trabalhadores (fatores
relacionados à organização do trabalho), têm sido apontados como os principais
determinantes para a disseminação da patologia (MERLO; JARCQUES; HOEFEL, 2001).
As LERs/DORTs acometem um grande número de indivíduos e apresentam etiologia
multifatorial, sendo, portanto, de grande complexidade diagnóstica. Em comum, os indivíduos
apresentam dor e desconfortos em diferentes regiões corporais. Além da dor difusa, parecem
ser também sintomas comuns os distúrbios do sono, ansiedade, depressão, fadiga, vertigem,
dores de cabeça e síndrome do cólon irritável. (ALENCAR; COURY; OISHI, 2009).
Para finalizar as evidências epidemiológicas apontam para uma associação de fatores
causais interagindo sinergicamente nos processos agudos e na cronificação dessas patologias.
Não existe, ainda, conhecimento acumulado que permita quantificar a parcela de cada fator na
determinação do esquema global dessas afecções, assim como o evento precipitante de cada
caso clínico, visto a intersecção de vários fatores na história de cada trabalhador. E, embora as
condições objetivas de trabalho sejam explicações consensuais sobre a etiologia dos sintomas,
reconhecidas pelos órgãos previdenciários e referidas nas denominações da doença, mantémse, ainda, a continuidade do debate em torno desta questão (MERLO; JARCQUES; HOEFEL,
2001).
2.1.3 Fisiopatologia
Para Lech (1998) as lesões degenerativas em geral surgem a partir da terceira década
de vida na população, pois ocorrem alterações fisiológicas que podem receber influências
hormonais, imunológicas, bioquímicas e mecânicas. A frouxidão ligamentar exagerada por
exemplo favorece uma hipermobilidade articular e consequentemente maior instabilidade
podendo facilitar o surgimento de tendinites.
Sujeitos a tensão pelos músculos e compressão dos ossos e ligamentos adjacentes
quando demasiadamente exigidos, os tendões respondem com deformidade em suas ligações
moleculares, ocorrendo dessa forma alterações metabólicas, fisiológicas e circulatórias,
provavelmente pela obstrução do fluxo sanguíneo e consequentemente de nutrientes podendo
facilitar por exemplo o aparecimento de peritendinites, fomentando dessa forma a hipótese de
isquemia como principal fator da fisiopatologia (NICOLETTI, 1996).
21
Também sugere-se que determinadas posições podem resultar em aumento da pressão
em volta dos nervos e ocasionar compressão dos mesmos, posturas anormais podem causar
contratura muscular e secundariamente compressão de estrutura neurovascular e que tais
posturas exijam menos de alguns músculos enfraquecendo-os, o que resultaria em excesso de
uso de outros músculos, estabelecendo então um ciclo de desequilíbrio muscular. Deixando
assim ainda incerto o real mecanismo patológico (MCKINNON; NOVAK, 1994).
2.1.4 Diagnostico Diferencial
Himmelstein e outros (1995) relatam que um detalhado inquérito contendo aspectos
pessoais, profissionais e epidemiológicos além de um minucioso exame físico são essenciais
para avaliação desses pacientes. Sendo que parte destes pacientes tem uma condição clínica
indefinida e uma ausência de sinais físicos.
Erroneamente, muitos trabalhadores têm recebido múltiplos diagnósticos de doenças
atribuídos as LERs/DORTs, isso para justificar seus respectivos quadros de dores difusas pelo
corpo. Tem sido frequentemente diagnosticado, num mesmo paciente, diferentes associações
de moléstias. Deste modo tem sido constatado pacientes com mais de 10 diagnósticos, porém
nenhum deles confirmado, a principal condição patológica a ser lembrada em pacientes com
dor difusa, supostamente portadores de LER/DORT é a fibromialgia (WEESTGAARD;
JANSEN, 1992).
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica não inflamatória, caracterizada pela
presença de dor difusa pelo corpo e sensibilidade exacerbada à palpação de determinados
sítios denominados pontos dolorosos, apresenta fadiga, distúrbios do sono e do humor, e ao
contrário das LERs/DORTs, que apresentam dor, parestesia, sensação de peso e fadiga,
não estão correlacionadas ao trabalho diretamente (ALENCAR; COURY; OISHI, 2009).
Para Siena e Helfenstein Junior (2009) a comprovada falta de treinamento e
despreparo médico envolvendo tais doenças traduz-se em uma pior performance para se
elaborar um diagnóstico final e coeso desses pacientes. Isso se torna grave pois indivíduos
acometidos com LERs/DORTs aposentam com maior freqüência que aqueles diagnosticados
com fibromialgia.
22
A nossa sociedade é quem sofre as conseguencias desse fenômeno, com milhares de
indivíduos afastados do trabalho, onerando nosso sistema previdenciário. E, o pior, muitos
desses indivíduos terminam aposentados numa fase muito precoce da vida, quando poderiam
estar contribuindo para a nossa comunidade (HELFENSTEIN JUNIOR, 2006).
2.2 Anatomia
Para iniciar um descrição das estruturas mais acometidas nas LER/DORT, a fáscia
muscular é uma camada de tecido conjuntivo modelado que envolve completamente o corpo
sob a tela subcutânea, elas dividem os músculos em grupos (septos intermusculares),
músculos individuais e feixes neurovasculares (fáscias de revestimento) e as membranas
serosas que revestem as cavidades do corpo são as fáscias subserosas (MOORE; DALLEY,
2007).
Os músculos são classificados em estriados esqueléticos, estriados cardíacos ou lisos,
os esqueléticos são ainda classificados de acordo com o seu formato em planos, peniformes,
fusiformes, quadrados, circulares ou esfincterianos, eles atuam contraindo, permitindo
movimentos automáticos, mantendo o tônus muscular ou permitindo contração ativa
voluntária. Eles ainda executam movimentos concêntricos (movimento de encurtamento) ou
excêntricos (movimento de relaxamento controlado), esses movimentos que causam o estresse
muscular (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990).
De acordo com Goss (1988) os tendões são feixes fibrosos brancos que fixam os
músculos aos ossos. Variam em comprimento e espessura, são de grande força de tensão,
flexíveis e praticamente sem elasticidade. Constituem de feixes colágenos firmemente unidos
entre si e cujas fibrilas tem uma disposição paralela. Exceto onde estão inseridos os tendões
tem uma bainha de delicado tecido conjuntivo fibroelástico e possuem poucos vasos
sanguíneos.
Os ligamentos por sua vez são fixados a ossos por ambas as extremidades e resistem a
tensões predominantemente em uma única direção, não possuem a mesma brancura dos
tendões pois possuem maior mistura de fibras elásticas e colágenas finas que se entrelaçam
entre os feixes paralelos. São quase tão fortes como tendões e possuem ainda uma pequena
elasticidade (GOSS, 1988).
23
Seguindo a definição de Spencer (1991) o nervo é um conjunto de fibras nervosas do
sistema nervoso periférico. Ele é composto por prolongamentos de vários neurônios unidos
entre si por bainhas de tecido conjuntivo. Cada fibra nervosa envolvida por uma bainha é
denominada endoneuro, o seu agrupamento forma o perineuro, cada grupo de fibras envoltas
pelo perineuro é denominado fascículo que por sua vez quando envolvidos pelo tecido
conjuntivo se denomina epineuro constituindo assim um nervo. Eles podem ser sensitivos que
levam impulsos em direção ao sistema nervoso ou mistos com prolongamentos motores e
sensitivos.
Para Netter (2008) a sinóvia ou membrana sinovial é o tecido que reveste as
superfícies não cartilaginosas das articulações sinoviais e produz o liquído sinovial, que por
sua vez possui um aspecto transparente e viscoso. Sua função no sistema locomotor é de
lubrificar as articulações a qual se encontra, permitindo seu movimento suave e indolor.
Já definido as principais características de cada estrutura acometida, deve-se também
explanar sobre as regiões do corpo onde os cirurgiões-dentistas mais sofrem impacto durante
a execução de suas atividades. O pescoço é a área de transição entre o crânio superiormente e
as clavículas inferiormente unindo a cabeça ao tronco e membros. Ele é formado pelas 7
vértebras cervicais que articulam entre si e o osso hióide. Possui vários músculos superficiais
e profundos (WOLF-HEIDEGGER; KOPF-MAIER, 2006).
De acordo com Kapandji (2000), a coluna cervical é composta pelos ligamentos
transversoaxoidiano, occípto-axoidiano médio, vertebral comum posterior, atlantooccipital
anterior, atlantoaxoidiano anterior, vertebral comum anterior, atlantooccipital posterior,
atlantoaxóideo posterior, interespinhal, cervical posterior e o amarelo.
A cintura escapular ou cíngulo do membro superior, também muito afetado, é
constituído pelas clavículas e escapulas porém não formam um suporte muito firme, estando
presa ao esqueleto axial através da extremidade medial de cada clavícula com o manúbrio do
esterno (esternoclavicular), no entanto como não suporta o peso do corpo esse apoio é
suficiente. A extremidade lateral de cada clavícula articula-se com o acrômio da escápula
(acromioclavicular), que por sua vez estão fixadas a parte posterior do tórax por músculos. A
cintura escapular permite uma ampla gama de movimentos à articulação entre a cavidade
glenóide da escapula e o úmero formando o ombro (PUTZ; PABST, 2000).
Os principais ligamentos da cintura escapular são, esternoclavicular anterior e
posterior, acrômioclavicular e coracoclavicular. E os músculos mais importantes presentes
são, o trapézio com ação elevando, puxando e abaixando a escápula, o rombóide atua na
24
elevação da escápula e o peitoral menor com função de abaixamento, protrusão e
rebaixamento da escápula ( KAPANDJI, 2000).
Para Netter (2008) define os membros superiores, principal meio de trabalho dos
profissionais estudados, como fazendo parte do esqueleto apendicular, cada membro superior
é constituído por um braço que articula-se de forma proximal com a cavidade glenóide pela
articulação glenoumeral e na extremidade distal com o antebraço, constituído pelos ossos
rádio e ulna, o braço e antebraço são articulados pela úmero-radial, úmero-ulnar e rádio-ulnar
proximal. O antebraço se articula em sua extremidade distal com o carpo, que por sua vez se
articula entre si através da intercarpal e com o metacarpo pela articulação carpometacarpal
que continuamente em sua parte distal articula-se com as falanges, essas sim, movimentam
pelas articulações interfalângicas.
2.3 Ergonomia
Para Dortch e Trombly (1990) quando há existência de risco lesivo decorrente do
trabalho, a utilização de procedimentos ergonômicos como um meio de prevenção se mostra
eficiente pois as tarefas devem respeitar os fatores constitucionais de cada indivíduo. Durante
a atuação de cirurgiões dentistas deve-se avaliar a estrutura física, fatores biomecânicos e
antropométricos, condição psicológica, postura durante o trabalho, padrão de movimento e
força utilizada afim de minimizar a incidência de lesões, além respeitar as limitações
individuais como biótipo, sexo, idade, altura e peso. Esse profissionais devem ser muito bem
preparados para que possam assumir sua funções laborais no dia-a-dia. Treinos podem ser
direcionados para fortalecimento de coluna cervical, membros superiores e cíngulo escapular
em cirurgiões-dentistas, pois são estruturas mais exigidas durantes as suas participação
funcional.
Segundo descrito por Sznelwar e outros (2004) se imprudentemente não
considerarmos as características mais objetivas de cada profissão e consequentemente a
atividade que em cada setor é mantida de seu modo mais vicioso, assim como a grande e
complexa inter relação com o cliente e a sempre variante demanda para execução das tarefas
prestadas, apesar dos resultados positivos atingidos em serviços prestados ou em instituições
privadas pode-se observar no trabalho a sempre constante incompatibilidade no trabalho
25
durante sua realização. Fatores esses que seriam responsáveis de forma paralela por um
aumento significativo na taxa de morbidade de trabalhadores. Patologias com as LER/DORT,
ligadas estritamente a atividade laboral do dia-a-dia, antes observadas em sua maioria nos
mundos industrial e agrícola, tornaram-se parte do panorama em serviços, atingindo assim
grande parte da população e entre eles profissionais de saúde que atuam em âmbito hospitalar,
o que diretamente inclui cirurgiões-dentistas.
Fatores empregados para execução da atividade como posturas, movimentos e forças,
devem respeitar limites biomecânicos. O tempo da jornada de trabalho, a quantidade e a
duração de intervalos, devem ser ambos adequados. Uma rotatividade periódica das tarefas
pré-definidas deve ser uma boa opção na prevenção, principalmente no caso de cirurgiõesdentistas pois são uma classe que requerem alto nível de movimentos repetitivos e forças
prolongadas de forma constante em um grupo pequeno de segmentos (HELFENSTEIN
JUNIOR, 1999c).
Medidas ergonômicas bem implantadas atuam de forma preventiva para evitar o
surgimento de LERs/DORTs, pois visam maximizar o conforto, saúde, segurança, enfim
condições ideais de trabalho favorecendo também maior produtividade e eficiência do
trabalhador. Isso porque a ergonomia proporciona um melhor equilíbrio a carga de cada
trabalhador ao seu trabalho. Para que isso ocorra, a inserção do preceitos ergonômicos
ocidentais devem se fundamentar na observação do local de trabalho, claro, sempre atento a
forma de execução das atividades e separando dessa maneira os fatores de risco a saúde dos
cirurgiões-dentistas e
implementando
soluções
emergentes
e
plausíveis
(HALES;
BERTSCHE, 1992).
Bins Ely (2003) citado por Villarouco e Andreto (2008) destaca a importância dos
fatores ambientais para a realização do trabalho de forma eficiente por todo e qualquer ser
humano, isso se torna importante em se observado a partir do ponto conhecido da diversidade
da raça humana e da diversidade dos trabalhos e mesmo dentro de grupos específicos nota-se
a mudança de condição pra cada indivíduo realizar sua tarefas, isso sempre lembrando que a
característica do ambiente interfere para execução da tarefa. Tornando assim um enorme
desafio projetar ambientes que favoreçam de forma adequada as necessidades do trabalhador,
vários fatores como o mobiliário, as posições, temperatura, iluminação, umidade, ventilação e
barulho devem ser levados em consideração durante a elaboração de um local de trabalho para
que se possa preservar os aspectos físicos, psicológicos e sociais durante as atividades, assim
26
feita a observação com certeza a realização das tarefas diárias terá um resultado benéfico
sobre seus executantes.
Para que o indivíduo apresente melhor desempenho e resistência é importante um bom
condicionamento físico e flexibilidade, assim como parte do programa ergonômico uma série
de exercícios laborativos pode ser instituído, desde que englobe atividades aeróbicas,
alongamentos isocinéticos, exercícios de flexibilidade e de relaxamento. As atividades de vida
diária também precisam ser avaliadas, incluindo a observação quanto as atividades não
ocupacionais, principalmente as práticas de ginástica, esporte, lazer, hobbies e que envolvam
habilidades manuais como o uso do computador e tricô. Concluindo, a aplicação de um
projeto ergonômico deve respeitar vários passos para se reduzir os riscos de lesões associadas
aos esforços cumulativos, desde a análise ergonômica inicial da estrutura física até a
implementação de ginástica laboral (HELFENSTEIN JUNIOR, 1999c).
Um protocolo de atividades bem elaboradas e realizadas no local de trabalho propicia
diminuição nos índices de dor musculoesquelética, porém, esse efeito benéfico depende das
características dos programas de exercícios realizados. O exercício reduz a dor
musculoesquelética quando envolve movimentos resistidos, supervisionados e aplicados por
períodos igual ou superior a dez semanas, talvez por isso a dificuldade em se manter a
conduta com grupos profissionais. Essa efetividade foi verificada para o controle da dor
cervical e lombar, que por sinal são bastante características em odontólogos. Para alguns
autores nenhum estudo de alta qualidade metodológica aplicando treinamento para a redução
dos sintomas para a região dos ombros obteve resultados positivos, embora essa região tenha
sido avaliada apenas para trabalhadores que realizavam atividades leves ou sedentárias.
Finalmente, há forte evidência para o controle de dor cervical em ambientes de trabalhos
sedentários e moderada evidência para o controle de dor lombar em ambientes de manuseio
(COURY; MOREIRA; DIAS, 2009).
A atividade laboral dos odontólogos os obriga a atuarem sobre vários fatores de risco
para a ergonomia de um modo geral, fatores já descritos anteriormente e que colocam em
risco a saúde física e mental desses profissionais. Eles exigem bastante de seus membros
superiores e estruturas adjacentes, dessa forma temos a coluna cervical e as mãos como
estruturas mais usadas, apresentam uma repetitividade de movimento de forma freqüente
apresentando basicamente um padrão único, compressão mecânica em segmentos durante o
trabalho que leva a compressão de estruturas do organismo pela utilização de um ambiente
físico inadequado, compressão também que pode ser gerada devido a força excessiva
27
necessária para execução de certas atividades e conseqüente a tudo, a manutenção prologanda
de posturas incorretas pra facilitação da realização da atividade no momento. Sobre todos
esses aspectos salienta-se diretamente a importância de uma intervenção ergonômica bem
elaborada por um profissional apto afim manter a saúde e bem-estar dessa classe profissional,
prevenindo o surgimento de LER/DORT e consequentemente de afastamentos e
aposentadorias (REGIS FILHO; MICHELS; SELL, 2006)
Para Neckel e Ferreto (2006) o questionário se mostra como um grande aliado para se
efetuar a avaliação de profissionais quanto ao aspecto ergonômico, dentre as classes
profissionais possivelmente avaliadas podemos encontrar os cirurgiões-dentistas, com um
questionário bem elaborado, seja ele semi-estruturado ou estruturado, pode-se avaliar as
condições de trabalho. Fatores como o tempo de exercício profissional, horas diárias de
trabalho, doenças relacionadas as atividades laborais, condições do trabalho como a higiene,
ruído, temperatura, imobiliário, iluminação e outras, assim como horas destinadas ao uso do
computador ou a leitura, limpeza do ambiente, dificuldades físicas e mentais várias outros
fatores do cotidiano podem ser avaliados através de um questionário. Por meio dessa
avaliação do ambiente e das condições de trabalho, deve-se procurar intervir com
providências que visem a modificação do ambiente laboral afim de prevenir o surgimento ou
mesmo tratar afecções relacionadas ao trabalho, isso tudo aplicando-se a ergonomia, bem
como atividade globais físicas e mentais pra uma melhor preparação do organismo quanto a
sua atividade funcional diária.
28
3 METODOLOGIA
3.1 Método
O presente trabalho irá se basear em um estudo quantitativo do tipo pesquisa de
campo: levantamento. O estudo quantitativo foca porcentagens e indicadores numéricos para
demonstrar a base do estudo através de análises estatísticas para se atingir o objetivo, a
pesquisa de campo exige lugares da vida cotidiana e fora do laboratório ou da sala de
entrevista visando coletar dados que serão depois analisados utilizando uma variedade de
métodos tanto para a coleta quanto para a análise. Afim de correlacionar as tarefas executadas
pelo cirurgiões-dentistas e as lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares
relacionadas ao trabalho (LERs/DORTs) (SPINK, 2003).
3.2 População Pesquisada
A primeira etapa deste estudo foi a elaboração de um requerimento (anexo A) criado
pelo autor do estudo, posteriormente analisado e aprovado pela coordenação do curso de
Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, posteriormente enviado ao Conselho Regional de
Odontologia de Minas Gerais em Belo Horizonte, solicitando uma lista contendo o endereço
de todos os cirurgiões-dentitas devidamente cadastrados no ano de 2010 da cidade de
Paracatu, totalizando 65 profissionais.
Para a coleta dos dados epidemiológicos foi utilizado um questionário semiestruturado,
com
questões
fechadas
e
abertas,
denominado
“Questionário
Profissional/Epidemiológico” (anexo B) e que foi adaptado com base de Regis Filho (2010).
Objetivando levantar os dados necessários para avaliação completa da situação
estudada, o questionário foi pessoalmente entregue aos cirurgiões-dentistas, ou secretários
responsáveis, devendo ser assentido à participação voluntariosa do estudo, após a sua
assinatura no termo de consentimento livre e esclarecido (anexo C).
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre os 65 cirurgiões-dentistas, 23 foram descartados por incompatibilidade do
endereço fornecido pelo Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais.
Após 3 dias úteis da entrega dos questionários, foi feito o recolhimento dos mesmos,
dos 44 restantes, 21 não foram respondidos por motivos individuais e 21 foram respondidos
adequadamente, destes, 5 foram excluídos do estudo por não terem pelo menos 5 anos de
profissão exercida.
Os dados obtidos foram analisados, processados e demonstrados em tabelas e gráficos, através
do programa Microsoft Excel (2007), seguidos de análise descritiva afim de estabelecer a
relação entre as variáveis com o fato de apresentar ou não apresentar LER/DORT.
6
10
Masculino
Feminino
Figura 1: Comparativo do sexo predominante entre os cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
A figura 1 evidencia que dos 16 questionários validados, 10 (62,5%) foram enviados
por profissionais do sexo feminino e os 6 (37,5%) restantes, por cirurgiões-dentistas do sexo
masculino, mostrando que o quadro denominado de feminilização na profissão odontológica,
observado por Rabello, Godoy e Padilha (2000) também está presente no município de
Paracatu.
Quantidade de dentistas
30
7
6
5
4
3
2
1
0
6
4
4
2
Idade
20 - 29
30 - 39
40 - 49
50 - 59
Idade em anos
Figura 2: Comparativo da idade predominante entre os cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
A figura 2 discordando dos achados de Martelli e outros (2010) e Funk e outros (2004)
citados por Martelli e outros (2010) que apontam para predominância de dentistas entre 25 e
43 anos, no seguinte estudo observou-se uma concentração de profissionais entre 50 a 59 anos
com 6 indivíduos (37,5%), seguido por profissionais entre 30 a 39 anos e 40 a 49 anos cada
um com 25%, e por último com apenas 12,5% os profissionais entre 20 a 29 anos, ficando
claro uma média de idade elevada dos profissionais se comparado com pesquisas semelhantes.
Quanto ao estado civil, à maioria dos entrevistados informou ser casado,11 (68,75%).
Os solteiros e divorciados são representados por 2 profissionais cada (12,5%) e 1 viúvo
(6,25%). Assim como encontrado no estudo de Matos e Tomita (2004) equivalente a mais de
Quantidade de dentistas
¾ da amostra em uma faixa etária onde normalmente já estão com família constituída.
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
8
5
8
5
3
3
Tempo de graduação
Tempo de exercício
5 a 14
15 a 24
25 a 34
Anos
Figura 3: Comparativo do tempo de graduação e exercício da profissão entre os cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
31
A figura 3 demonstra o tempo graduado e de exercício efetivo em odontologia,
observou-se uma concentração de 8 profissionais (50%) entre 25 a 34 anos, ou seja, metade
dos cirurgiões-dentistas está exposta, a princípio, a um período de tempo longo para adquirir
algum tipo de LER/DORT segundo Araújo e Dimenstein (2006). O restante é representado
por 5 dentistas (31,25%) entre 5 a 14 anos e 3 (18,75%) entre 15 a 24 anos.
7
Especialista
Sem especialização
9
Figura 4: Comparativo de cirurgiões-dentistas que se especializaram dentro da sua área de atuação.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
1
Ortodontia
3
Endodontia
Odontopediatria
2
Prótese dentária
1
Figura 5: Comparativo da predominância entre as especialidades adotadas pelos cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletado pelo autor.
Na figura 4, 9 dos entrevistados (56,25%) não se especializaram e 7 (43,75%)
resolveram se especializar em alguma área. Dentre opções a ortodontia, como demonstrado na
figura 5, se mostrou como especialização mais procurada, contando com 3 odontólogos
(42,85%), seguido pela odontopediatria com 2 (28,57%), endodontia e prótese dentária
completam as especialidades com 1 cada uma (14,28%), esse dado assim como demonstrado
por Bastos e outros (2003) não comprova uma relação direta entre alguma especialização e o
surgimento de LER/DORT.
32
7
Apresentam LER/DORT
Não apresentam LER/DORT
9
Figura 6: Comparativo de cirurgiões-dentistas que apresentam LER/DORT.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Condizendo com a figura 6, Helfenstein Junior (1999a) observou um aumento nos
números de LER/DORT no Brasil, um estudo realizado em Belo Horizonte – MG demonstrou
um salto de prevalência de 1,56% no ano de 1985 para 41,77% no ano de 1988, uma grande
progressão em um curto período de tempo. Porcentagem essa de acometimento muito próxima
a obtida no estudo, onde 7 dentistas (43,75%) apresentam alguma manifestação dolorosa ou
não nos membros superiores, cintura escapular ou pescoço em virtude de um mesmo padrão
de movimento no exercício da profissão e 9 (56,25%) não apresentam nenhuma manifestação.
3
Matutino e Vespertino
Matutino, Vespertino e
Noturno
13
Figura 7: Comparativo do período em que os cirurgiões-dentistas exercem sua profissão.
Fonte: Dados colhidos pelo autor.
Como observado na figura 7, ao serem questionados quanto ao horário de trabalho, 13
responderam que atuam no período matutino e vespertino (81,25%), dados correspondentes
aos estudos apresentados por Lamas, Blank e Calvo (2008). Apenas 3 (18,75%) trabalham os
três períodos do dia, atuando com grande carga de trabalho.
33
Possui outro emprego
8
8
Não possui outro emprego
Figura 8: Comparativo de cirurgiões-dentistas que possuem duplo emprego.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Contrariando a figura 8, os estudos realizados por Alencar, Schultze e de Souza
(2010), relataram uma incidência menor de duplo emprego em pessoas com escolaridade de
nível superior, fato não constatado no estudo pois 8 entrevistados (50%) possuem um duplo
Quantidade de dentistas
emprego e 8 (50%) não possuem duplo emprego, ficando dividido assim em partes iguais.
5
4
4
3
2
2
1
1
1
Duplo Emprego
0
Não
respondeu
1 a 10
11 a 20
21 a 30
Anos
Figura 9: Comparativo do tempo de duplo emprego exercido pelos cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
A figura 9 evidencia quanto tempo os cirurgiões-dentistas possuíam de duplo
emprego, 1 (12,5%) não respondeu há quanto anos atuavam nele, enquanto que 4 (50%)
atuavam já entre 11 e 20 anos, novamente contrariando as pesquisas de Alencar, Schultze e de
Souza (2010) que relatam poucos anos de duplo emprego entre esses profissionais, no restante
2 (25%) atuavam já entre 1 a 10 em um duplo emprego e 1 (12,5%) entre 20 e 30 anos.
Quantidade de dentistas
34
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
9
5
Até 1
2
2
2
3
Horas por dia utilizando o
computador
Não
utilizam
Horas por dia
Figura 10: Comparativo de quantas horas diárias os cirurgiões-dentistas utilizam o computador.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Os estudos de Merlo, Jacques e Hoefel (2001) relatam o fator predisponente pela
utilização de computadores para o surgimento de LER/DORT quando o uso médio diário é
acima de 4 horas, o que, demonstrado na figura 10, não se mostrou fator de risco nos
cirurgiões-dentistas de Paracatu, pois 5 (31,25%) profissionais utilizam o computador até 1
hora por dia, 2 (12,25%) utilizam até 2 e a mesma proporção até 3 horas ao dia, e por último,
a imensa maioria de 9 (56,25%) relatam não utilizar computador com freqüência.
0
1
Dias
Meses
6
Anos
Figura 11: Comparativo de quanto tempo os cirurgiões-dentistas acometidos por LER/DORT relatam sentir dor.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Como demonstrado na figura 11, entre os profissionais que responderam sentir dor, 6
(85,71%) relataram a existência desse quadro álgico por anos, 1 (14,29%) disseram que
sentem dor já por meses e ninguém relatou dor recente por apenas dias, esses resultados
35
condizem com a média de 6 anos do processo patológico instalado encontrada por Caetano, da
Quantidade de dentistas
Cruz e Leite (2010).
4
3
3
2
2
1
1
1
0
Início da dor
0
0
Manhã
Tarde
Noite
Madrugada
Acorda a
Não
noite com responderam
dor
Período do dia
Figura 12: Comparativo de qual período do dia é mais presente o início da dor.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Na figura 12, contrariando os estudos apresentador por Regis Filho, Michels e Sell
(2006), onde os mesmos relatam início da dor no período da tarde ou noite após horas de uso,
o seguinte estudo apresentou 3 (42,85%) relatos de dor já ao início do dia, seguido por 2
profissionais (28,57%) não responderam, 1 (14,28%) a tarde e noite, e ninguém relatou algia
de madrugada ou mesmo acordar a noite com dor.
4
3
3
3
2
1
1
Dor após quantas horas de
trabalho
0
Início
Meio
Final da jornada de
trabalho
Figura 13: Comparativo de quanto tempo é necessário durante a atuação profissional para os cirurgiões-dentistas
relatarem dor.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Na figura 13, 3 (42,85%) dos cirurgiões-dentistas apresentam dor já durante o início
de sua atividade e a mesma quantidade apresenta dor durante a metade de seu período de
trabalho, e 1 (14,30%) apresenta dor ao final da jornada de trabalho, esse resultado não condiz
36
se comparado com o estudo de Regis Filho e outros (2010), no qual diz que a atividade do
cirurgião-dentista não apresenta risco ocupacional quando exercido por um curto período.
Tabela 1: Comparativo de ocorrência da dor.
Questão
Descrição das Questões Aplicadas
Resultados
Sim
%
Não
%
3.9
A dor tem relação com o trabalho?
07
100
00
00
3.10
A dor ocorre espontaneamente?
06
86
01
14
3.11
A dor ocorre por movimento repetitivos?
06
86
01
14
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Como demonstrado na tabela 1, todos os 7 profissionais que responderam ao
questionário e relataram sentir dor disseram haver relação da mesma com o seu trabalho,
totalizando 100% dos entrevistados, assim como observado a relação direta no modo de
executar sua atividade e os quadros de LER/DORT apresentados em estudo de Graça, Araújo
e Silva (2006).
Dentre
os
entrevistados,
6
odontólogos
(85,71%)
relataram
sentir
dor
espontaneamente e ao executar movimentos repetitivos, isso porque a dor já se encontra
decorrente de uma patologia instalada condizendo com o estudo apresentado por Nunes e
Freire (2006), portanto a dor pode ser espontânea ou também ao executar movimentos
repetitivos, em contrapartida 1 profissional (14,29%) da população pesquisada relatou não
sentir dor em nenhuma dessas situações.
37
Outros
0
0
Região escapular
0
1
Segmento corporal
Pescoço
4
3
2
2
Ombro
Braço
0
Cotovelo
0
Antebraço
0
3
1
Irradiação da dor
Localização Inicial da dor
3
1
1
Punho
Mão
3
0
Dedos
2
1
0
1
2
3
4
5
Quantidade de dentistas
Figura 14: Comparativo de qual segmento corporal apresenta localização inicial da dor ou irradiação da dor em
cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Os valores encontrados por Santos Filho (1998), em que 22%, 21%, 20% e 17%
apresentam dor inicial no membro superior, coluna, pescoço e ombro, respectivamente, não
estão de acordo com o presente trabalho, assim como demonstrado na figura 14, pois pode-se
observar maior incidência em pescoço, afetando 3 profissionais (42,85%), logo após em
ombro atingindo 2 dentistas (28,57%) e somente ao final afetando o membro superior com 1
cirurgião-dentista acometido na mão e 1 nos dedos representando 14,28% cada uma das
opções, além de não afetar inicialmente as outras regiões com representação de 0% cada uma.
Porém quanto à irradiação da dor, se comparando ao estudo de Villarouco e Andreto
(2008) os dados da figura 14 são compatíveis, pois a prevalência de irradiação da dor para o
pescoço e membros superiores, respectivamente, são predominantes. Houve 4 queixas de
irradiação para o pescoço (20%), 3 para a mão, antebraço e punho (15% cada), 2 para as
dedos (10%), 1 para punho, cotovelo e região escapular (5% cada) e ninguém relatou dor
irradiada para outro local.
Quantidade de dentistas
38
4
3
3
2
2
2
Característica da dor
1
0
0
0
Pontada
Queimação
Peso
Outros
Não
responderam
Característica da dor
Figura 15: Comparativo da característica da dor em cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Assim como discutido por Regis filho e Lopes (1997), a principal característica da dor
em cirurgiões-dentistas é o peso, sentido por 3 entrevistados (42,85%). Evidenciado na figura
15 completaram o quadro a queimação com 2 respostas (28,57%), assim como os que não
responderam também na mesma quantidade, e nenhuma resposta para pontada ou outras
Quantidade de dentistas
características.
4
3
3
2
2
2
Intensidade da dor
1
0
Fraca
Média
Forte
Intensidade da dor
Figura 16: Comparativo da intensidade da dor sentida pelos cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Ficou evidenciado na figura 16 quanto a intensidade da dor, que predomina entre os 7
odontólogos que relataram algum quadro álgico ser mais freqüente a dor média com 42,85%
do total, seguido pela dor fraca e forte com 28,57% cada. Esses valores contradizem os ditos
por Weestgaard e Jansen (1992) que relataram predominância da dor forte.
39
Tabela 2: Características epidemiológicas
Questão
Descrição das Questões Aplicadas
Resultados
Sim
%
Não
%
3.16
Dor a movimentação?
07
100
00
00
3.17
Dor a palpação?
04
57
03
43
3.18
Existem fatores que melhoram a dor?
07
100
00
00
3.19
Existem fatores que pioram a dor?
07
100
00
00
3.20
Existe fatores que acompanham a dor?
03
43
04
57
3.21
Existe impotência funcional?
03
43
04
57
3.22
Existe parestesia?
00
00
07
100
3.23
Existe limitação de movimentos?
05
71
02
29
3.24
Existe perda de controle dos movimentos?
01
14
06
86
3.25
Existe edema na região dolorosa?
01
14
06
86
3.26
Existe rubor?
00
00
07
100
Fonte: Dados coletados pelo autor.
A tabela 2 demonstra o perfil epidemiológico dos cirurgiões-dentistas entrevistados,
deles 100% relataram sentir dor a movimentação, assim como existir fatores que aliviam e
que pioram o quadro álgico e 4 (57%) relataram dor também a palpação, em contrapartida 3
(43%) não relatam sentir mais dor a palpação. Dados parecidos são discutidos por Regis
Filho, Michels e Sell (2006) pois relatam piora do quadro de LER/DORT quando se executa
movimentos excessivos com algum membro afetado, que de certa forma já inclui em fatores
que pioram a dor, assim como o repouso facilita o alívio da dor. Além disso também
explanaram dor a palpação devido o estado inflamatório característico dessas patologias.
Ao contrário do descrito por LECH (1998), que diz ser frequente a presença de fatores
que acompanham a dor, ficou demonstrado uma minoria com 3 dentistas (43%) que relataram
40
haver algum fator que acompanha a dor, e o restante, 4 (57%) não apresentam fatores
adjacentes as dores.
Assim como observado em relação aos fatores que acompanham a dor, a questão sobre
impotência funcional também é contraditória quando comparado a outros estudos, Helfenstein
Jr. (1999b) relata a LER/DORT em como uma patologia com forte comprometimento
funcional, levando a muitos afastamentos. Porém dentre os entrevistados apenas 3 (43%)
apresentam impotência funcional e o restante dos profissionais totalizando 4 (57%) não
apresentam nenhuma alteração quando a este aspecto.
Quando comparado com a pesquisa de Cândido, Bittencourt e Regis Filho (2001), a
incidência de parestesia em portadores de LER/DORT se mostrou bastante inversa, sendo que
entre os dentistas de Paracatu nenhum relatou a presença de parestesia, dessa forma então os 7
(100%) não apresentam parestesia relacionada. Dados parecidos também quanto a perda do
controle dos movimentos, onde apenas 1 (14,28%) oposto aos outros 6 (85,71%) relatou haver
essa perda do controle dos movimentos. Porém quando perguntado sobre a limitação dos
movimentos apenas a resposta foi parecida, onde 5 (71,42%) responderam que sim e 2
(28,57%) responderam que não sofrem de limitação na amplitude de movimento.
Contrariando os sintomas descritos por Helfenstein Jr. (1999), da população pesquisa
apenas 1 (14,28%) relatou a presença de edema em região dolorosa e os outros 6 (85,71%)
relataram não sofrer com esse problema. Aspecto parecido se comparado a presença de rubor,
onde 100% dos entrevistados disseram não apresentar rubor relacionado a LER/DORT.
2
Realizou algum
tratamento
Nunca tratou
5
Figura 17: Comparativo entre cirurgiões-dentistas que procuraram tratamento especializado.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
41
A figura 17 demonstra a proporção de odontólogos que alguma vez procuraram algum
tipo de tratamento, 5 indivíduos (71,42%) já procuraram tratamento e 2 (28,57%) nunca se
trataram, Graça, Araújo e Silva (2006) relatam que cerca de 75% dos pacientes com
Quantidade de dentistas
LER/DORT procuram tratamento especializado.
5
4
4
4
3
2
1
1
0
0
0
1
Tratamento
Tratamento realizado
Figura 18: Comparativo do tratamento procurado pelos cirurgiões-dentistas.
Fonte: Dados coletados pelo autor.
Para Regis Filho, Michel e Sell (2006) os tratamentos mais procurados para resolução
das LER/DORT foram de igual proporção entre as cirurgias e a fisioterapia, porém os
indivíduos pesquisados se mostraram mais inclinados a procurar a fisioterapia e terapia por
via oral representando 40% do total cada uma das opções como observado na figura 18,
seguidas pela imobilização e outros tratamentos com 10% cada, por final contradizendo
totalmente os autores antes citados a cirurgia e infiltração com nenhuma procura.
42
5 CONCLUSÃO
Conclui-se através da mensuração de dados, uma alta incidência de LER/DORT em
cirurgiões-dentistas na cidade de Paracatu – MG.
Ficou demonstrado um perfil profissional propenso ao surgimento de lesões
decorrentes do trabalho, devido a grande média de tempo executando a profissão entre os
entrevistados, porém um perfil epidemiológico um pouco diferenciado dos achados em grande
parte dos estudos sobre o tema, entretanto esses dados ainda sim se mostraram suficientes
para se comparar a outra parte de estudos relacionados.
Os dados foram suficientes para se elaborar uma comparação entre os pesquisados e as
principais características patológicas dessa classe profissional na cidade e Paracatu.
Ao final foi possível analisar uma relação entre as atividades ocupacionais dos
cirurgiões-dentistas da cidade de Paracatu/MG e as lesões por esforço repetitivo/distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiões-dentistas.
43
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49
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WOLF-HEIDEGGER, G.; KOPF-MAIER, P. Atlas de Anatomia humana. Tradução Hélcio
Werneck. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. v. 2.
50
ANEXO A – Requerimento
__/__/__
Ilmo Sr.
Dr. Arnaldo Garrocho
Presidente do CRO - MG
Belo Horizonte - MG
Venho requerer de V. Sa autorização para conseguir junto a Delegacia Regional de Patos de
Minas a relação com nomes e endereços dos odontólogos em exercício na cidade Paracatu –
MG para dar prosseguimento à elaboração do meu Trabalho de Conclusão do Curso de
fisioterapia, da faculdade Tecsoma: INCIDÊNCIA DE LESÕES POR ESFORÇOS
REPETITIVOS/DISTÚRBIOS
OSTEOMUSCULARES
REALCIONADOS
AO
TRABALHO (LER/DORT) EM ODONTÓLOGOS NA CIDADE DE PARACATU –
MINAS GERAIS.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Pedro Guimarães Diniz
Requerente
51
ANEXO B – Questionário profissional/epidemiológico
1. Identificação
1.1 Sexo: 1. ( ) masculino
2. ( ) feminino
1.2 Idade: ______ anos
1.3 Estado Civil: 1. ( ) solteiro 2. ( ) casado 3. ( ) viúvo 4. ( ) divorciado
5. ( ) outro: _____________
2. Perfil Profissional
2.1 Graduado em Odontologia há quantos anos: __________
2.2 Exerce efetivamente a Odontologia há quantos anos: __________
2.3 Exerce exclusivamente uma especialidade Odontológica? 1. ( ) Sim
2. ( ) Não
2.4 Em caso afirmativo qual? ________________________
3. Perfil Epidemiológico
3.1 Você apresenta alguma manifestação dolorosa ou não nos membros superiores, cintura
escapular e pescoço, em virtude da repetição de um mesmo padrão de movimento no
exercício da profissão (Lesão por Esforço Repetitivo – LER)?
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.2 Qual seu horário de trabalho? 1. ( ) Matutino 2. ( ) Vespertino 3. ( ) Noturno
3.3 Você possui duplo emprego? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.4 Em caso afirmativo, quantos anos de duplo emprego? _______________________
3.5 Caso utilize computador, qual a média diária em horas? ______________________
3.6 Você tem dor há quanto tempo? 1. ____dias 2. _____ meses 3. ______ anos
3.7 Período do início da dor:1. ( ) manhã 2. ( ) tarde 3. ( ) noite 4. ( ) madrugada
5. ( ) acorda a noite pela dor
3.8 A dor apenas aparece após quantas horas de trabalho? 1. ( ) início 2. ( ) meio
3. ( ) final da jornada de trabalho
3.9 A dor tem relação com o trabalho?1. ( ) sim 2. ( ) não
52
3.10 A dor ocorre espontaneamente? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.11 A dor ocorre por movimento repetitivos? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.12 Localização inicial da dor: 1. ( ) dedos 2. ( ) mão 3. ( ) punhos 4. ( ) antebraço
5. ( ) cotovelo 6. ( ) braço 7.( )ombro 8.( ) pescoço
9. ( ) região escapular 10. ( ) outros: _____________
3.13 A dor se irradia para: 1. ( ) dedos 2. ( ) mão 3. ( ) punhos 4. ( ) antebraço
5. ( ) cotovelo 6. ( ) braço 7. ( ) ombro 8. ( ) pescoço
9. ( ) região escapular 10. ( ) outros: ________________
3.14 A dor característica de : 1. ( ) pontada 2. ( ) queimação 3. ( ) peso
4. ( ) outros: ________________________
3.15 A intensidade da dor é. 1. ( ) fraca 2. ( ) média 3. ( ) forte
3.16 Dor a movimentação? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.17 Dor a palpação? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.18 Existem fatores que melhoram a dor? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.19 Existem fatores que pioram a dor? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.20 Existem fatores que acompanham a dor? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.21 Existe impotência funcional? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.22 Existe parestesia? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.23 Existe limitação dos movimentos? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.24 Existe perda de controle dos movimentos? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.25 Existe edema na região dolorosa?1. ( ) sim 2. ( ) não
3.26 Existe rubor? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.27 Você faz ou fez algum tipo de tratamento? 1. ( ) sim 2. ( ) não
3.28 Em caso afirmativo, qual (is)
1. ( ) cirurgia 2. ( ) fisioterapia 3. ( ) infiltração
4. ( ) imobilização
5. ( ) terapia via oral
6. Outros: ___________________
53
ANEXOS C – Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)
Eu,______________________________________________________,RG______________,
abaixo qualificado(a), DECLARO para fins de participação em pesquisa,
que fui
devidamente esclarecido sobre o Projeto de Pesquisa intitulado: Incidência de lesões por
esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiõesdentistas de Paracatu / MG, desenvolvido pelo aluno Pedro Guimarães Diniz, do Curso de
Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, Paracatu - MG quanto aos seguintes
aspectos:
As lesões por esforços repetitivos (LER’s)/doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT’s)
correspondem a um conjunto de afecções relacionadas às atividades
laborativas e que acometem músculos, fáscias musculares, tendões, ligamentos, articulações,
nervos, vasos sanguíneos e tegumento. As várias formas clínicas de manifestação das
LER’s/DORT’s tem como aspecto comum a dor e a incapacidade funcional, e são causas de
incapacidade laborativa temporária ou permantente. Representam enorme custo econômico
para o trabalhador, órgãos de assistência à saúde e sociedade. O avanço de técnicas
diagnósticas, a divulgação de sua existência e as mudanças macroestruturais, são, entre
outros, os fatores que contribuíram para aumentar o número de LER’s/DORT’s. (LIANZA,
2007). O exercício profissional obriga que cirurgiões-dentistas utilizem na execução de suas
tarefas os membros superiores e estruturas adjacentes, frequentemente com repetitividade de
um mesmo padrão de movimento, compressão mecânica das estruturas localizadas na região e
a adoção de posturas incorretas, utilizando força excessiva e, na maioria dos casos,
trabalhando, ainda, sob a pressão do tempo, portanto esse estudo visa relacionar a possível
relação entre as atividades ocupacionais dos cirurgiões dentistas e as LER’s/DORT’s
Durante ou após a pesquisa, não haverá nenhum risco ou desconforto, bem como
benefícios sobre o entrevistado.
O entrevistado tem a liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu
consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu
54
tratamento e cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos
na pesquisa. Os dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados com fins de
publicação e produção da dissertação para o grau de bacharel.
DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e
ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.
Paracatu, 22 de outubro de 2010.
QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Objeto
da
Pesquisa
(Nome):...................................................................................................................
RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ........ .................... Sexo: . M ( )
F( )
Endereço: ............................................ nº
...........................
..................
Apto:
........................
Bairro:.............................................Cidade:...............................Cep:.....................Tel.:...............
..........
______________________________
Assinatura do Declarante
DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR
DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no
Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o
consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a realização desta
pesquisa.
Paracatu, 22 de outubro de 2010.
_________________________
Pedro Guimarães Diniz
Assinatura do Pesquisador