CONSTRUINDO PORTA-AVIÕES SOB ENCOMENDA Sem duvida

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CONSTRUINDO PORTA-AVIÕES SOB ENCOMENDA Sem duvida
CONSTRUINDO PORTA-AVIÕES SOB ENCOMENDA
Sem duvida, o produto mais desafiador e mais difícil de fabricar é um
porta-aviões movido a energia nuclear. Pense na mais nova inclusão a classe
de porta-aviões Nimitz da Marinha norte-americana, o USS Ronald Reagan,
que mede 320 metros da proa a popa, tem 4,5 acres de convés superior, pode
avançar pelo oceano a mais de 35 milhas por hora e tem capacidade de levar
85 aeronaves. Cada navio da classe Nimitz (atualmente são nove) custa mais
de quatro bilhões de dólares e envolve 41.000 toneladas de aço, com até
quatro polegadas de espessura, soldadas com precisão, mais de um milhão de
peças diferentes, 900 milhas de fios e cabos, cerca de 40 milhões de horas de
trabalho de operários qualificados, milhares de engenheiros e mais de sete
anos para construir. Esse produto exige enorme habilidade e coordenação
tecnológicas e processos eficientes e com baixos volumes.
O único produtor do mundo que constrói porta-aviões inteiros, nucleares
ou não, é a Northrup Grumman Newport News, situada as margens do Rio
James, na Virginia, o estaleiro possui 550 acres de galpões, guindastes, docas
secas e píeres, e emprega 17.800 funcionários, muitos dos quais de famílias
que trabalharam na doca durante gerações. Durante anos, a Newport News
criou processos com alto grau de flexibilidade para se adaptar as mudanças
dos projetos de porta-aviões. Cada um deles, que difere significativamente dos
anteriores em desenho, tem toneladas de equipamentos especializados e
abriga compartimentos de munições e reatores nucleares, deve proporcionar
alojamentos para 6,000 pessoas e fornecer mais de 18,000 refeições por dia.
As mudanças de projeto podem ser drásticas. Por exemplo, os dois
anos de planejamento para a construção do Reagan resultaram em 1.362
modificações importantes em relação a seu predecessor, incluindo uma nova
proa e a expansão da torre de controle de vôo. A necessidade de flexibilidade
exigiu que a Newport News reprojetasse seus processos. Os primeiros portaaviões da classe Nimitz eram, em grande parte, construídos a mão em doca
seca por artífices habilidosos. Canos, dutos e cabos só eram colocados depois
que grandes seções da superestrutura já tinham sido construídas. As seções
mais importantes do Regan foram projetadas em computador por meio de um
software de desenho em 3D, construídas com imensos módulos pré-montados
dentro de fabricas, levados ao local da construção e içados para seus lugares.
O software evitou o uso de maquetes porque o projetista podia simular o uso
de vários compartimentos ou a operação de equipamentos com manequins
gerados por computador.
O longo tempo de processamento necessário para a construção de um
porta-aviões também cria problemas para a Newport News. Por exemplo, uma
das primeiras tarefas do programa de construção é fazer os pedidos de
equipamentos que têm longo tempo de espera, como os componentes
principais do reator nuclear. Contudo, depois de sete anos, o equipamento
pode estar ultrapassado. É preciso fazer modificações na superestrutura do
porta-aviões para acomodar as novas especificações. Os processos devem
ser capazes de lidar com essas mudanças.
Um recurso muito importante para a operação de fabricação centrada
na produção personalizada, ou customizada, é a equipe de trabalho, que deve
ser altamente qualificada, Enquanto 2.700 funcionários podem ter trabalhado
no Reagan em um certo momento, os indivíduos e as tarefas mudaram ao
longo do tempo. No início, havia muito trabalho para soldadores, mas perto do
final havia maior demanda de pintores. Soldadores podem manejar um pincel,
porém os pintores normalmente não conseguem operar um maçarico. A
Newport News conseguiu obter um contrato de trabalho flexível com a United
Steelworkers e é a única contratante responsável pela restauração de toda a
frota de porta-aviões nucleares. Essas duas vantagens ajudaram a mitigar o
problema.
O USS Ronald Reagan foi comissionado em 12 de julho de 2003 ,8,5
anos depois de o contrato ser outorgado,
Fonte: Philip Siekman, “Build to order: one aircraft Carrier” Fortune, 22 jul, 2002, p. 180(B)-180(J). Disponível em:
<www.nn.northropgrumman.com>, 2005; <http://united-states-navy.com>, 2005.