Conflito étnico arrasa economia e imagem externa do Quênia
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Conflito étnico arrasa economia e imagem externa do Quênia
ESCALAPB 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% PB ESCALACOR 100% Produto: ESTADO - BR - 16 - 21/04/08 2% 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 60% 70% COR 80% 85% 90% 95% 98% 100% Cyan Magenta Amarelo Preto A16 - %HermesFileInfo:A-16:20080421: A16 INTERNACIONAL SEGUNDA-FEIRA, 21 DE ABRIL DE 2008 O ESTADO DE S.PAULO DEFESA Porta-aviões dos EUA visita o Rio USS GEORGE WASHINGTON Máquina de guerra Outras aeronaves Principais aviões SH-60 e HH-60H Seahawk A Marinha dos Estados Unidos mantém uma frota de 9 super porta-aviões nucleares. O décimo navio será lançado ao mar em 2009. É o CVN-77 George Bush CATAPULTA 2 USS George Washington participará de manobras conjuntas na região EA-6B Prowber (ação eletrônica) E-2C Hawkeye (radar e alerta) Tipo Comando, vigilância e controle do espaço aéreo Preço US$ 80 milhões Comprimento 17,5 m Envergadura 28 m 5,6 m Altura CATAPULTA 1 CONTROLE DAS CATAPULTAS PONTE DE COMANDO S-3 Viking (anti-submarino) CONTROLE PRIMÁRIO DE VÔO Caça: F-18 Super Hornet Peso máximo 23.8 toneladas 552 km/h Velocidade máxima 2 pilotos; 3 técnicos Tripulação Tipo Caça de múltiplo emprego Preço US$ 57 milhões Comprimento 17,1 m Envergadura 12,3 m Altura 4,7 m Peso máximo 16.8 toneladas CATAPULTA 4 Roberto Godoy Grandecomotrêscamposdefutebol, duas vezes mais alto que a estátua do Cristo Redentor e poderoso como nenhuma outra máquinadeguerra,comsuafrota de 90 aviões, bombas inteligentes, mísseis diversos – e um provável, mas nunca admitido, arsenal de armas atômicas – o porta-aviões USS George Washington, o CVN 73 da Marinha dos Estados Unidos, é esperado hoje no Rio de Janeiro. O gigante chega protegido pelo sigilo e por medidas de segurança. A hora da entrada em águas da Baía da Guanabara, por exemplo, só será anunciada pela manhã. A chegada pode ocorrer apenas amanhã. O espaço aéreo em torno dos navios é declarado área especial de defesa em tempo integral. O CVN73, que vem com 3.200 tripulantes, vai participar da 49ª Operação Unitas, uma das mais antigas manobrasnavaisconjuntasdohemisfério. Dessa vez integram o ensaio navios e aeronaves do Brasil e da Argentina. De acordo com o tenente-comandante Bill Urban, do navio, o objetivo da missão é “desenvolver a capacidade de operação conjunta – essa relação é uma forma de tornar a região mais segura”. Urban destaca que espera “um exercício também para nós; oportunidade de aplicarconhecimentosepromover cooperação multilateral”. O porta-aviões permanecerá fundeado na Baía da Guanabara, mas não vai atracar – é grande demais e o pier da base não tem profundidade nem pontos de amarração com a capacidadenecessária.“Serápossívelvê- lo a distância como uma notávelestrutura”,acredita Urban. O oficial acredita quehaverátempoparaquetodos os militares a bordo conheçam o Rio. “A tripulação está excitada e ansiosa para conhecer a cidade”, afirmou. A epidemia de dengue preocupa. Além de ouvir um briefing a respeito dos cuidados a tomar, cada homem e mulher vai receber um frasco de repelente antes de pisar em terra. O salão de beleza interno prevê 1.500 atendimentos entre quinta-feira e manhã, quando começam as licenças. O CVN73 passou por Recife no dia 15. Um pequeno grupo de convidados almoçou a bordo. O mesmo esquema será seguido amanhã,noRio.Dessavezhaverá demonstração de operações. O George Washington, é comandado por Dave Dykhoff, capitão que lidera um Grupo de Batalha composto por duas embarcações lançadoras de mísseis, a fragata USS Kauffman e o destróier USS Farragaut. O comandante do conjunto é o contra-almirante Phill Cullom. O Comando da Marinha leva à Unitas 2008 entre 7 e 11 navios – cinco unidades de escolta, um submarino e um navio-patrulha.AForça Aéreatambémparticipa, com uma esquadrilha de vigilânciamarítimae,talvez,aeronaves de ataque de precisão. O porta-aviões A12 São Paulo não vai tomar parte do adestramento. Em reforma e modernização desde 2005, quando foi atingidoporumincêndio limitado, a embarcação capitânia da esquadra deveria voltar ao mar nestemês.Nãovoltará. Aprevisão é de que isso ocorra ainda esse ano “após os testes necessáriosdepoisdeum longoperío- CATAPULTA 3 ESCUDOS PISTA DE POUSO Motores Velocidade máxima 2 turbinas GE F-404 1.915 km/h Autonomia Armamento especial 2.346 km (com 2 mísseis) Bombas inteligentes de até 900 kg, mísseis de cruzeiro e anti-submarino Harpoon 6.200 kg, 1 canhão 20mm Armamento comum Frota total Até 90 aviões Tripulação TOTAL 5.900 3.200 nessa viagem US NAVY/REUTERS 60 km/h é a velocidade máxima 20% mulheres 260 mil shp de propulsão (2 reatores nucleares PWR) 3 toneladas é quanto consome de alimento por dia Em combate, lança um avião a cada 25 segundos, dia e noite Tamanhos e comparações Largura e peso máximos 70 m Altura a partir do nível da água Comprimento total Convés da galeria 74 m 78 m PESO: Porta-aviões: 97 mil a 101 mil toneladas Âncora: 30 toneladas equivalente a 25 sedãs Corsa 333 m ÁGUA 3 campos oficiais de futebol ÁGUA Equivalente a um prédio de 24 andares 1 2 Convés 2, 3 e 4 Casa de máquinas 3 300 m INFOGRÁFICO: GLAUCO LARA/AE do de manutenção”. Os caças A-1 Skyhawk embarcados no A12 – dos 23 adquiridos usados no Kuwait no final dos anos 90, apenas dois estão em condições deuso –nãovão operarnoGeorgeWashington.Ontem,emBuenos Aires, a ministra da Defesa da Argentina, Nilda Garré, informouquecaçasdaaviaçãonaval vão realizar testes de pouso e decolagem no CVN73. O destino final do grupo americano é o Porto de Yokosuka, no Japão, onde só deve atracar em agosto. Na base, vai substi- tuir outra força de ataque, a do porta-aviões Kitty Hawk. O George Washington integraumaclassededezsuperporta-aviões de propulsão nuclear iniciada em 1975 com o recebimento do USS Nimitz. O último será entregue pelo fabricante, o Newport News Shipbuilding, em meados de 2009. Depois dele virá a série CVN21, um modelo discretamente menor, pouco mais leve, mais veloz e de maior poderdefogo.Aprimeiraunidade será entregue em 2014. ● COLABOROU ALEXANDRE RODRIGUES DIPLOMACIA ÁSIA Após os chineses, agora é a vez dos indianos invadirem a África Internet vira arma do governo da China Mais discreta, Nova Délhi disputa recursos do continente com Pequim Mariana Della Barba Ao perceber que precisava expandir seu mercado para sustentar um crescimento econômico anual de mais de 10%, a Chinaaportou naÁfrica.Empeso. E, sob a lente de aumento dos Jogos Olímpicos, esses negócios não são mais segredo. Aocontrário: acordoscomoSudão são um dos alvos preferidos de ativistas, que acusam Pequim de fomentar o massacre emDarfur,vendendoarmas para o governo. Mas, sem alarde, uma outra invasão vem tomando conta do continente africano. Agora, são os indianos que estão redescobrindo a África. O interesse indiano pelos países africanos tem duas raízes. A primeira é econômica, já que, assim como a China, a Índia precisa importar petróleo, gás e outros recursos naturais para acompanhar seu crescimento de 9% ao ano. O segundo interesse dos indianos os coloca do lado oposto dos chineses. Nova Délhi quer barrar o expansionismo de Pequim e recuperar pelo menos parte do terreno que perdeu. Nos anos 90, os negócios da Índia na África superavam os da China. Hoje, o comércio indoafricano é de cerca de US$ 18 bilhões, enquanto o sino-africano bate os US$ 60 bilhões. “Se comparada com a China, a Índia está se posicionando na África como um poder mais brando. Nova Délhi argumenta quepodetrazermaisvaloragre- gadoqueseusconcorrentes chineses”, disse ao Estado o britânico Alex Vines, diretor do programa de África do centro de estudos Chatham House, com sede em Londres. “A verdade é queosindianos estãocompetindo com quem tem muito mais bala na agulha. Essa é uma corrida que em curto prazo a Índia não pode nem precisa vencer.” Angola é um bom exemplo de como a balança ainda pesa para o lado chinês. A companhia indiana de petróleo e gás ONGC Videsh acreditava que venceria a concorrência para explorar um campo petrolífero no país oferecendo US$ 200 milhões. No último minuto, foram surpreendidos pelos chineses, que venceram a disputa com uma oferta de US$ 2 bilhões. Mas nessa nova partilha da África,algumaspolíticas dosindianos vêm lhes dando vantagem. “Um das maiores críticas a Pequim é que eles importam trabalhadores chineses e não transferem muita tecnologia aosafricanos”,explicaasul-africanaNeumaGrobbelaar,analista do South African Institute of International Affairs, que pesquisa investimentos no continente. “Já os negócios indianos envolvem trabalhadores locais e há passagem de conhecimento, até porque eles enfrentam desafiossemelhantes.”Apobreza é um deles: cerca de 800 milhões de indianos e 500 milhões de africanos vivem com menos de US$ 2 por dia. O avanço indiano vem cha- ONDE A ÍNDIA INVESTE ● Sudão: US$ 200 milhões para construção de um oleoduto ● Zimbábue: US$ 40 milhões em comércio bilateral ● Madagáscar: US$ 2,5 milhões na construção de um posto de vigilância do Oceano Índico ● Ilhas Maurício: US$ 1,9 bilhão em comércio bilateral ● Gabão e Nigéria: Atuação da petrolífera indiana ONGC ● Moçambique e Ilhas Seychelles: Acordos na área de Defesa ● Angola e República Democráti- ca Congo: Empréstimos mando a atenção dos países europeus e já recebeu elogios de líderes como o britânico Gordon Brown. No entanto, achar que os indianos são os mocinhos e os chineses, os bandidos é simplificar demais o cenário. “Diante da atuação agressiva da China, o Ocidente acaba aplaudindo a indiana. Mas faz isso também como um modo de reconhecerocrescimentodaÍndia”, explica Vines. Para o quenianoFirozeManji,cientistapolíticodoinstitutoFahamu,“aÍndia vem usando as mesmas táticas que a China, só que sem tanta publicidade. À medida que a competição pelo petróleo da África se acirra, o Ocidente vai perceber que a Índia também pode ser uma ameaça”. Deixando de lado o mérito das estratégias de Pequim e Nova Délhi, essa competição é uma ótima oportunidade paraa Áfricacrescer. “Jogar umcontra ooutrodáaosafricanosachancedeobternegócios mais vantajosos”, afirma Manji, acrescentando queofundamentalétransformaressecomércioembenefício social e não em aumento delucro paracompanhias estrangeiras.“Senão, oinvestimento, seja chinês ou indiano, transforma-se em apenas uma palavra bonita para exploração.” Mas Manji acredita que poucos líderes africanos estão fazendo isso: “O problemaéquemuitaselitesdocontinente têm interesses em ter investimentos fora do país.” Neuma, porém, lembra que muitos acordaram para o fato de que o boom de commodities é uma chance imperdível e estão revisando seus contratos com empresas e governos estrangeiros, principalmente os de petróleo e mineração. “O importante é não tornar essa competição entre China e Índia em uma corrida de 100 metros”, diz Neuma.“O queosafricanos esperam é que a necessidade de recursos de duas das maiores economias emergentes do mundo traga benefícios também a longo prazo.” ● Crise no Tibete mostra como rede pode ser usada para propaganda Cláudia Trevisan CORRESPONDENTE PEQUIM Vista por muitos acadêmicos e políticos ocidentais como a ferramenta que iria conduzir os chineses na direção da democracia, a internet mostrou uma outra face no recente confronto entre Pequim e o Ocidente em torno da situação no Tibete: a de um poderoso instrumento de propaganda a serviço do governo, que usa a censura e a disseminação de informações na rede para despertar sentimentos de patriotismo e conduzir a opinião pública na direção que lhe interessa. A China vive o paradoxo de ser um país autoritário que abraçou com fervor a internet. O governo investiu bilhões de dólares na criação da infra-estrutura necessária para funcionamento da rede e promove ativamenteasuaexpansão.Segundo estimativa da empresa de consultoria BDA, a China acabade ultrapassar os EUA,assumindo a liderança mundial no rankingdenúmerodeinternautas, com 220 milhões de pessoas conectadas. A BDA estima que serão 490 milhões em 2012. Ao mesmo tempo, o governo construiuomaissofisticadomecanismo do mundo para o controle da informação que circula online. O sistema bloqueia o acesso a milhares de sites por meio do uso de palavras-chave relacionadas a temas proibidos – um enorme universo que in- clui “eleições livres”, “independênciadoTibete”,“independência de Taiwan” e “Falun Gong”, a seita que foi banida no país nos anos 90 depois que 10 mil seguidores fizeram uma demonstração pacífica em torno do quartel-general dos governantes chineses. Mas não são apenas sites que são bloqueados. A censura também funciona em chats, blogs e até em e-mails.Pequimutiliza umexército de cerca de 30 mil a 40 mil censores, que monitoraram as discussões online. Além disso, o controle do governo é facilitado pela autocensura praticada por sites de busca e provedores de serviços online. A China tem cerca de 60 milhões de blogs. “As autoridades chinesas se adaptaram à nova mídia e sabem utilizá-la a seu favor”, afirma Eric Sautede, um acadêmico que há anos estuda a expansão da internet no país. “O governo não apenas censura conteúdo, mas coloca na rede uma enormequantidade deinformações que influenciam a opinião dos internautas.” Duncan Clark, presidente da BDA, discorda da avaliação de que a rede de computadores levará a reformas democratizantes na China. “A internet é uma tecnologianeutra,semumsistema de valores, e cada um a utiliza como quer. Se existisse na Alemanhadosanos30,ositenúmero 1 seria www.nazi.gov.”● † Leia mais sobre a China no Caderno de Esportes