RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS 2013
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RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS 2013
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS 2013 RELATÓRIO 2013 SUMÁRIO 05 Como Ler Este Relatório 06 Mensagem da Administração 09 Nossos Principais Resultados em 2013 11 Contexto de Mercado 17 Nossa Atuação Empresarial 35 Identidade 40As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – Votorantim Metais 66 Gestão de Riscos 68 Visão de Futuro e Tendências 71 Expediente 4 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS COMO LER ESTE RELATÓRIO Nosso Relatório Integrado 2013 aborda aspectos financeiros e não financeiros de nossa atuação. Este Relatório está sendo distribuído aos empregados da Votorantim Metais e a representantes de públicos de nosso relacionamento, tais como investidores, governos, analistas econômicos/de mercado, líderes comunitários, entidades sociais e de classe, órgãos reguladores, imprensa, entre outros. Informações institucionais da Votorantim Industrial (VID), bem como informações sobre estratégias de negócio, resultados econômico-financeiros e iniciativas de responsabilidade socioambiental e econômica da Votorantim Metais, são abordadas neste relato. Aqui você encontra, entre outros conteúdos, informações sobre nossa Identidade, nossa Governança, nossos Negócios e Resultados, Gestão de Riscos, além de práticas voltadas para o Meio Ambiente e nossas relações com a Comunidade e com os principais stakeholders, ou seja, nossos públicos de relacionamento. A versão digital deste Relatório está disponível em www.vmetais.com.br Para trabalharmos a evolução constante da nossa gestão, queremos ouvir sua opinião. Contribua conosco, respondendo à pesquisa sobre o nosso Relatório, no site: www.vmetais.com.br Ou entre em contato, pelo e-mail: [email protected] Boa Leitura! 5 SUPERAMOS O CENÁRIO DESFAVORÁVEL E REGISTRAMOS CRESCIMENTO NO EBITDA. MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO Mais uma vez, vivemos um ano desafiador nos setores de mineração e metalurgia, com preços baixos das commodities, instabilidades e excesso de oferta de metais básicos. Mas com foco, determinação e eficiência, superamos o cenário desfavorável, alcançamos bons resultados e registramos crescimento de 30% no EBITDA em metais e de 39% na mineração. Esses números refletem todo o empenho que empreendemos na busca de resultados compatíveis com nossos objetivos, mesmo com as dificuldades externas. Concentramos em 2013 nossa atenção em medidas e readequações no nosso âmbito interno de atuação. Um dos desafios que mobilizaram todos os níveis da Empresa, começando pela direção, foi a implantação e disseminação do conceito de estabilidade operacional, que traz uma mudança de cultura nas ações de planejamento, manutenção e produção. As iniciativas previstas no projeto estão em andamento em todas as unidades operacionais e já vêm mostrando resultados positivos no desempenho operacional da Votorantim Metais, especialmente no alumínio primário e no zinco, tanto no Brasil, como na Milpo, no Peru. 6 Nos negócios, podemos destacar a evolução do projeto de busca de aumento da competitividade e rentabilidade do alumínio, com a revisão do portfólio e a reformulação da abordagem comercial. A Metalex também se destacou pela rentabilidade e sucesso em projetos de expansão. No zinco, a Unidade de Juiz de Fora (MG) conseguiu atingir níveis de produção de polimetálicos acima dos esperados e ainda comprovou sua aptidão para absorver sucatas industriais. Além de pó de aciaria, testamos com sucesso o processamento de pilhas. No níquel, num cenário desfavorável, suspendemos temporariamente a produção de matte de níquel na Unidade de Fortaleza de Minas (MG), devido a dificuldades de mercado enfrentadas no setor desde 2008 e que vêm se agravando nos últimos anos. O processo de suspensão foi conduzido com total responsabilidade e, a fim de minimizar os impactos, mantivemos nossos programas sociais e as ações voltadas ao desenvolvimento da gestão pública na região. No Peru, Cajamarquilla e Milpo tiveram um ano muito bom. Cajamarquilla, que comemora 10 anos sob a gestão da Votorantim Metais, apresentou muita regularidade e atingiu os níveis de produção esperados. A Milpo vem realizando importantes melhorias na gestão, ganhando mais eficiência e rentabilidade. indicadores melhoraram significativamente, embora ainda tenham sido maculados por três acidentes fatais envolvendo terceiros: um em Juiz de Fora (MG) e dois na Milpo, no Peru. Continuaremos atentos e investindo em treinamento e conscientização, pois nada é mais importante para nós do que a integridade de nossos empregados. Também é digno de reconhecimento o desempenho da USZinc, nos Estados Unidos, que soube aproveitar oportunidades de mercado para expandir sua produção, ganhou market share e conquistou prêmios. Avançar nas questões de sustentabilidade é um eixo que direciona nossa atuação. A sustentabilidade como princípio de gestão está absolutamente presente na estratégia da Votorantim e, para o setor de mineração, é condição essencial. Já há alguns anos temos tratado de questões-chave para o futuro da mineração, como a redução do consumo de água e energia. Todas as nossas unidades e equipes estão atentas, buscando oportunidades nesse sentido. Na área de Exploração Mineral, reforçando a nossa vocação para mining house, projetos em andamento, como o de Aripuanã, no Mato Grosso, e Alumina Rondon, no Pará, têm apresentado alto potencial de desenvolvimento. O projeto Alumina Rondon, em especial, está em processo de licenciamento ambiental e avaliação de possíveis investidores. O empreendimento vem sendo reconhecido de forma positiva pela comunidade local, governo, entidades e órgãos reguladores, enquanto são endereçadas questões logísticas na região. Junto com nossos avanços em processos, operações e resultados de negócio, um dos grandes destaques de 2013 foram os progressos na área de Segurança. Nossos A competência e a criatividade de nossas equipes no campo da Tecnologia mostraram que sustentabilidade e inovação podem trazer muitos benefícios aos nossos negócios, além de contribuir para solucionar ou minimizar questões ambientais, redirecionar investimentos, reduzir custos e aumentar a competitividade. Um dos destaques é o projeto de instalação de filtros prensa na Barragem de Palmital, localizada na fábrica da CBA em Alumínio, 7 Mensagem da Administração que irá aumentar a vida útil da atual barragem e evitar o investimento de R$ 300 milhões na construção de uma nova barragem. Cientes de que energia, que hoje representa o maior peso no custo da mineração, será também um gargalo no futuro, estudamos o uso de energias alternativas, buscando diversificar o uso e utilizar fontes renováveis, que emitam menos gases de efeito estufa e que tenham menor custo. Temos duas iniciativas avançadas: na Unidade de Três Marias (MG), o projeto visa substituir as atuais caldeiras a óleo por biomassa de resíduos florestais e de cana energia (planta parecida com a cana-deaçúcar); e na Unidade de Niquelândia (GO), a proposta é usar a biomassa para alimentar parcialmente as caldeiras que hoje geram vapor usando coque de petróleo. recuperação: a economia americana começa a dar sinais de maior aceleração; e a China, com foco mais interno, reduziu o ritmo, mas continua em patamares de crescimento expressivos. A boa notícia é que, dentro desse contexto, estamos mais bem preparados e evoluindo em gestão e estabilidade operacional. Para nós, em 2014 será o momento de avançar ainda mais em desempenho, fundamental para se ter êxito em qualquer cenário externo. É daí que continuarão vindo nossos bons resultados. Manteremos o foco, também, em novas abordagens comerciais e na busca de soluções tecnológicas inovadoras e ousadas, para questões que desafiam a indústria de mineração e metalurgia. As pessoas, em nossas equipes, certamente serão determinantes para as novas conquistas. Todos esses resultados só foram possíveis a partir dos investimentos em desenvolvimento e valorização dos nossos empregados, que são estimulados a superar os desafios diários, realizando suas atividades em consonância com as nossas crenças de gestão: aliança, excelência, diálogo aberto, pragmatismo, cultivo de talentos, senso de dono e meritocracia. Em 2013, avançamos em vários aspectos da governança de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) e Comunicação. Foi dado início ao processo de redesenho organizacional da Empresa, de modo a ser mais aderente à estratégia do Negócio; foi criada a Política de Home Office e o Comitê de Diversidade, que estabeleceu como prioridade a curto prazo a contratação e a inclusão de pessoas com deficiência e mulheres. Na área de Desenvolvimento de Pessoas, criou-se o Programa de Formação de Supervisores e 85% dos empregados tiveram o seu Plano de Desenvolvimento Individual elaborado. Outros destaques de 2013 foram a definição de indicadores de desempenho de DHO, com acompanhamento mensal; e a criação de Plano Diretor de Relações Trabalhistas para a Fábrica de Alumínio. Além disso, foi trabalhada a gestão da reputação da empresa, por meio de relacionamento com a imprensa e stakeholders externos e gestão de crises. O ano de 2014 será também desafiador em termos de preços, devido aos descompassos do cenário externo, em especial pela retomada lenta da Zona do Euro, Alemanha e França. No geral, o mercado mundial apresenta um contexto de 8 Tito Martins Diretor-presidente da Votorantim Metais NOSSOS PRINCIPAIS RESULTADOS EM 2013 • REGISTRAMOS UM AUMENTO DE 30% NO EBITDA EM METAIS E DE 39% NA MINERAÇÃO. • AS MELHORIAS IMPLANTADAS EM TODAS AS UNIDADES DE OPERAÇÃO PARA A ESTABILIDADE OPERACIONAL E A EVOLUÇÃO DO MODELO COMERCIAL CONTRIBUÍRAM DECISIVAMENTE PARA A MELHORIA DE DESEMPENHO E DE RESULTADOS NO ANO. • A VOTORANTIM METAIS FOI ELEITA A “EMPRESA MAIS SUSTENTÁVEL NO SETOR DE MINERAÇÃO”, PELO GUIA EXAME DE SUSTENTABILIDADE 2013. ESSA CONQUISTA REPRESENTA O ALCANCE, SETE ANOS ANTES DO PREVISTO, DE NOSSA META DE SER REFERÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE NA MINERAÇÃO ATÉ 2020. • A NOVA ABORDAGEM COMERCIAL DO ALUMÍNIO COMPROVOU SER UM CAMINHO ACERTADO PARA A OBTENÇÃO DE SOLUÇÕES E MELHORES RESULTADOS, COM FOCO EM SEGMENTOS PRIORITÁRIOS, E PARA A SATISFAÇÃO DO CLIENTE. EM 2013, OS GANHOS ATINGIRAM R$ 200 MILHÕES. • NOSSA ÁREA DE TECNOLOGIA, EM CONJUNTO COM OS NEGÓCIOS, ESTÁ PRODUZINDO SOLUÇÕES CRIATIVAS E INOVADORAS PARA QUESTÕES AMBIENTAIS E OPERACIONAIS, SENDO PROTAGONISTA EM REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS, RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA E DESENVOLVIMENTO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS. • AVANÇOS NA GOVERNANÇA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL (DHO) E COMUNICAÇÃO, REFORÇANDO AS CRENÇAS DE GESTÃO CORPORATIVAS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS, BEM COMO FORTALECENDO AS RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS EXTERNOS E A MELHORIA DA REPUTAÇÃO DA EMPRESA. 9 EM 2013, O MERCADO DE MINERAÇÃO E METAIS BÁSICOS ENFRENTOU MAIS UM ANO DE DIFICULDADE EM TODO O MUNDO. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS CONTEXTO DE MERCADO NO MUNDO No âmbito mundial, o cenário econômico tem apresentado sinais de robustecimento. O fortalecimento da economia dos EUA foi o principal vetor de aceleração do crescimento econômico no final de 2013. Houve melhora dos indicadores macroeconômicos do país, com o crescimento industrial de 3,7%, menor taxa de desemprego desde a crise de 2008, recuperação do setor imobiliário e crescimento do PIB de 1,9%. As mudanças nas perspectivas de política monetária e a incerteza quanto à retirada dos estímulos monetários causaram instabilidade cambial e impactaram a avaliação do prêmio de risco associado às economias emergentes. Na China, o ritmo de expansão econômica continua se reduzindo e, ainda que sem expectativa de desaceleração abrupta, mantém pressão sobre o preço das commodities. No lado estrutural, a China apresentou reformas com potencial para melhorar a produtividade e reequilibrar a economia, dando mais peso ao consumo doméstico, o que ajudou a impedir um “pouso forçado” e a alcançar o robusto índice de 7,7% de crescimento. A Zona do Euro continuou apresentando lenta recuperação – puxada principalmente pelas economias da França e da Alemanha (esta última teve um crescimento de 0,4% em 2013) – e risco de deflação. No entanto, mesmo em contração (-0,4%), a demanda doméstica começou a se estabilizar: a confiança e as condições financeiras melhoraram com a diminuição dos riscos de ruptura e o início da redução do aperto fiscal em alguns países da região. Segundo o Banco Mundial, o crescimento global, em 2013, foi de 2,4%; o bloco de países emergentes, especificamente, cresceu 4,8%. Destaque para a Indonésia, que apresentou um crescimento de 5,8% do PIB. 11 CONTEXTO DE MERCADO NO BRASIL No Brasil, a volatilidade foi uma das principais características da economia em 2013. Com isso, a indústria e mesmo o varejo apresentaram oscilações muito fortes. O PIB cresceu 2,3%, muito aquém da projeção de 3,5% feita pelo FMI no início do ano. O câmbio mais desvalorizado e as medidas de redução de custos (energia elétrica e desoneração da folha de pagamentos) ajudaram para que houvesse essa tímida melhora em relação a 2012, quando o PIB registrara evolução de 1,0%. No entanto, os problemas estruturais internos, como os gargalos de infraestrutura, inflação superior à média dos países emergentes, déficit de transações correntes superior a 3,5% do PIB e queda no índice de confiança industrial e na credibilidade da política fiscal inibiram os investimentos e impediram um crescimento mais vigoroso no ano. O governo vem se esforçando para recuperar a confiança. Realizou com algum sucesso leilões de concessões de projetos de infraestrutura; o Banco Central tem atuado para conter a deterioração das expectativas de inflação; e um contingenciamento de gastos foi anunciado para garantir superávit primário. Mesmo que o governo seja bem-sucedido em reverter a perda de confiança, é pouco provável que se observe em 2014 mudança expressiva do quadro atual de baixo crescimento, inflação resistente e volatilidade financeira. Por outro lado, a taxa de desemprego, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 5,4% em 2013, a menor média anual desde o início da série histórica da medição dessa taxa, em 2003. Esse patamar é explicado, também, pela desaceleração do crescimento da PEA (População Economicamente Ativa) e pelo fato de mais pessoas terem desistido de procurar emprego. 12 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS As vendas no varejo cresceram 4,3% em 2013, e o setor de construção 1,9%. Outros importantes índices de crescimento: • • • • • • Agropecuária = 7% Investimentos = 6,3% Consumo das famílias = 2,3% Serviços = 2% Consumo do governo = 1,9% Indústria = 1,3% No câmbio, a desvalorização em torno de 15% contribuiu positivamente para as empresas exportadoras e para as empresas de setores que têm negócios em ambiente externo, como siderurgia, mineração e metais, celulose, etc. As possibilidades de obras de infraestrutura, como modernização de aeroportos e terminais aéreos, concessão de exploração de rodovias e ferrovias, remodelação de portos e outros, continuam trazendo boas perspectivas ao mercado. Em novembro de 2013, a fim de combater a possibilidade do retorno de um eventual processo inflacionário impactante, o Governo voltou a adotar o instrumento de aumento da taxa básica de juros, influenciando diretamente o funcionamento da economia e as estratégias e iniciativas do setor privado. 13 NOS NOSSOS SETORES DE ATUAÇÃO Em 2013, o mercado de mineração e metais básicos enfrentou mais um ano de dificuldade em todo o mundo, com preços das commodities em queda, como nos anos anteriores, mas com relativa “estabilidade” em comparação com 2012. Para as empresas brasileiras, a situação não foi tão grave porque o dólar valorizado elevou os preços em reais. O níquel apresentou o maior impacto estrutural, ainda reflexo do lançamento do pig iron chinês (é um ferro-níquel de baixa qualidade, desenvolvido pela China como uma alternativa mais barata ao níquel puro para a produção de aço inoxidável; o processo de produção de ferro-gusa de níquel utiliza minérios de níquel laterítico em vez de níquel puro vendido no mercado mundial; a alternativa foi desenvolvida como uma resposta à alta do preço do níquel puro), que afetou fortemente a oferta e o preço do metal, cuja queda chegou a 21% em 2013. O preço começou 2013 num patamar de US$ 17 mil a tonelada, variando entre US$ 13 mil a US$ 15 mil durante 14 o ano. Essa situação tem levado ao fechamento de várias unidades de níquel eletrolítico, no mundo, em razão da baixa rentabilidade. A expectativa de recuperação de preço em 2014 está ligada à lei do governo da Indonésia que proíbe a exportação do níquel bruto, com o objetivo de promover a industrialização do país e agregar valor ao minério após seu refino. A Indonésia é o maior produtor mundial e vendia praticamente toda sua produção à vizinha China, que fazia o processamento valendo-se de menores custos logísticos e da energia subsidiada. Esse contexto de mercado foi determinante para a suspensão temporária de produção de matte de níquel da Unidade de Fortaleza de Minas, localizada no sudeste de Minas Gerais, como forma de minimizar os impactos no resultado do níquel. Por outro lado, os projetos que transformam resíduos em produtos e, portanto, criam uma nova fonte de receita têm sido fundamentais para o resultado do negócio. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Também a China está por trás das perdas do alumínio (- 15%) e cobre (- 10%). Em razão da falta de competitividade econômica e de um processo ambientalmente defasado, o Brasil – que hoje produz 1,1 milhão de toneladas/ano de alumínio – registrou retração na produção de alumínio primário (cerca de 9% em relação a 2012) e dá sinais de que, em alguns anos, o País poderá estar fora da produção do alumínio primário, devendo tornar-se um importador do metal da China, Oriente Médio e Rússia, que dispõem de energia mais barata. Para tentar retardar a concretização desse cenário, o que interessa a fabricantes nacionais, clientes e governo, busca-se evitar, por meio de regulamentação, que produtores locais que têm sócios internacionais destinem sua produção ao exterior. Apesar da retração da produção do alumínio primário no Brasil de 9% e da queda de 11% nas importações, o atendimento ao mercado doméstico não foi prejudicado. A queda foi compensada pela redução de 23% das exportações. No aspecto preço, o mercado de alumínio primário passa por uma situação incomum. A perda de preço chegou a 15% em 2013. O preço LME (London Metal Exchange, ou Bolsa de Metais de Londres, que abrange as cotações de metais não ferrosos) oscilou em US$ 1.600 a tonelada, mas o prêmio de referência nunca esteve tão alto, algo em torno de US$ 2.000, fazendo com que o metal fique travado em garantia no mercado futuro, e reduzindo sua disponibilidade presente. O aumento de 10,4% da demanda no segmento de construção civil superou o esperado para o ano, com o encerramento das grandes obras iniciadas em 2010 e com incremento de 4% nas vendas no varejo – o maior crescimento em materiais de acabamento. O segmento de transportes também registrou avanço significativo, de 11,5%, ainda reflexo da redução do IPI dos automóveis. A demanda 4,8% maior no segmento de embalagens foi uma boa surpresa. A evolução em bens de consumo foi de 3,3%, com destaque, no segundo semestre, em chapas e extrudados. No mercado do zinco, os preços têm se mantido baixos, e não apenas com o metal principal, mas também com produtos secundários, como prata, chumbo, cobre e ácido sulfúrico. O desaquecimento da China tem feito sobrar ácido sulfúrico na Coreia e no Japão. O impacto é representativo, já que o zinco conta também com o resultado financeiro desses produtos secundários. Os indícios de recuperação observados no início de 2013 não persistiram, e mesmo o câmbio favorável não foi suficiente para amenizar as perdas. O setor de alumínio transformado, por sua vez, vive uma situação bem mais favorável. No Brasil, o crescimento médio foi de 6% em relação a 2012, atingindo uma demanda de 1,5 milhão de toneladas de alumínio transformado. Sem considerar o desempenho do segmento de fios e cabos, que apresentou forte queda (16,3%) por sua dependência de grandes obras de infraestrutura de governo, o crescimento foi de 9%. 15 QUEREMOS NOS CONSOLIDAR COMO UMA EMPRESA MINERADORA RENTÁVEL, COMPETITIVA E PAUTADA POR PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS NOSSA ATUAÇÃO EMPRESARIAL ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – VOTORANTIM INDUSTRIAL A Votorantim Metais integra a Votorantim Industrial (VID), que tem uma atuação multiplataforma, com um portfólio diversificado que contempla diferentes tipos de produtos, serviços e oportunidades. A Votorantim Industrial (VID) é uma organização de capital fechado, 100% nacional. Compreende as atividades industriais da Votorantim, um dos maiores conglomerados empresariais do País. As Empresas Industriais da Votorantim Industrial estão presentes em diversos setores da economia, como cimento, mineração e metais, siderurgia, celulose, geração de energia e suco de laranja. Apesar dessa diversidade, todas elas têm objetivos comuns, como o foco no controle dos custos, a estabilidade das operações e a excelência no atendimento aos clientes. As suas operações industriais concentram-se em setores de base da economia, que demandam capital intensivo, alta escala de produção e eficiência operacional. Para alcançar a perenidade de atuação e resultados, a VID está em constante expansão e aprimoramento, buscando sempre obter resultados consistentes e agregar valor nas relações com o mercado e com os públicos com os quais se relaciona (stakeholders). A visão de longo prazo da VID é materializada no processo de planejamento estratégico, que centra esforços nos seguintes pontos: • Conhecimento e presença nos mercados relevantes para nossos negócios. • Criação de valor ao longo da cadeia produtiva. • Ênfase na competitividade com foco na gestão de custos. • Atendimento às questões socioambientais e de sustentabilidade. • Novas oportunidades. Dessa forma, o eixo central da VID é: CRESCIMENTO A LONGO PRAZO, COM RESPONSABILIDADE. VOTORANTIM METAIS PRODUTOS / SERVIÇOS Alumínio, Zinco, Níquel, Cobre, Prata, Carvão Metalúrgico, Cobalto, Cádmio, Sulfato de Sódio Anidro, Sulfato de Cobre, Óxido de Zinco, Ácido Sulfúrico, Pó Calcário Agrícola e Concentrados Minerais. ASPIRAÇÃO FOCO DE MERCADO - Zinco: Estar entre os principais produtores integrados de menor custo e com presença global. • Consolidar a estabilidade operacional, com reflexos na produtividade e em melhores processos. - Níquel: Aumentar a competitividade dos ativos e ampliar a base de reservas minerais. • Trabalhar na evolução do modelo comercial,a fim de aprimorar o relacionamento com os clientes. - Alumínio: Ser líder no mercado de alumínio primário, downstream e reciclagem no Brasil. • Reforçar o processo de produção integrado. - Mineração: Avaliar oportunidades e desenvolver ou aumentar exploração. GEOGRAFIA DE OPERAÇÃO / ATUAÇÃO COMERCIAL • Operação e atuação no Brasil. • No exterior: operação no Peru, Colômbia, EUA e China, com atuação global. • Assegurar eficiência na oferta de produtos de qualidade a preços competitivos. • Avançar e viabilizar novas explorações, de novos produtos. • Fomentar inovação e tecnologia. • Fortalecer operações no Peru. 17 Nossa Atuação empresarial COMO ATUAMOS NA VOTORANTIM METAIS A Votorantim Metais é a empresa do segmento de metais e mineração da Votorantim. Com 739 mil toneladas anuais, somos um dos cinco maiores produtores mundiais de zinco, temos a liderança em óxido de zinco e a vice-liderança em pó de zinco. Em alumínio primário, somos o líder no mercado brasileiro, respondendo por 475 mil toneladas (cerca de 30%). Também temos a liderança latino-americana no níquel eletrolítico, sendo que nossa capacidade total é de 44 mil toneladas anuais, somando-se o níquel eletrolítico e o matte de níquel. Esses números nos colocam como a segunda maior empresa brasileira de metais não ferrosos do País. Nosso objetivo, porém, não é ser simplesmente a maior. Queremos, cada vez mais, nos consolidar como uma empresa mineradora rentável, competitiva e pautada por práticas sustentáveis. Para isso, nos apoiamos na credibilidade da Votorantim e na experiência de 58 anos que temos no setor de mineração. A Votorantim Metais, em sua configuração de negócios atual, surgiu em 1996, a partir de uma reorganização do modelo de gestão da Votorantim. A Votorantim Metais possui dois Negócios principais: Polimetálicos (com ênfase na produção de Zinco e Níquel) e Alumínio. 18 Com um processo de produção totalmente integrado, nossa estratégia de negócio passa pelos seguintes pontos: • Assegurar a competitividade de todas as nossas operações, por meio da consolidação da estabilidade operacional e da qualidade dos produtos e serviços, entre outros pontos estratégicos. • Atuar de maneira segura e socioambientalmente responsável nos países onde operamos. • Buscar, constantemente, novos desenvolvimentos tecnológicos. • Identificar e atuar em novas oportunidades de exploração mineral. • Construir alianças que gerem valor mútuo, considerando aspectos sociais e ambientais, entre empregados, parceiros e clientes. • Assegurar equipes de alto desempenho, atuando em ambiente de trabalho saudável e desafiador. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Um dos mais importantes pilares de sustentação são nossos empregados, mais de 12 mil pessoas. No Brasil, operamos quatro unidades industriais e sete unidades de mineração e beneficiamento. No exterior, possuímos unidades industriais no Peru (Cajamarquilla), nos Estados Unidos e na China (USZinc); unidades de mineração de zinco no Peru (Milpo); exploração de carvão metalúrgico na Colômbia; escritórios comerciais nos Estados Unidos, na China e na Áustria; e escritórios de exploração mineral na Argentina, Canadá, Peru, Colômbia e África do Sul. da Votorantim Energia) 75% da energia elétrica consumida em nossas unidades produtivas e buscamos o desenvolvimento de tecnologias próprias e a gestão ambiental responsável. São profissionais altamente capacitados, dedicados e focados em resultados, que constituem nosso maior capital. Por isso, exigimos o cumprimento de rigorosas regras de segurança, saúde e meio ambiente. Também investimos continuamente no desenvolvimento pessoal e profissional de nossos empregados. No Brasil, dentre os projetos em andamento, um dos mais avançados é o de Aripuanã. Esse projeto é uma joint venture entre a Votorantim Metais e a Karmin Inc. e situa-se no município de Aripuanã (MT), a 900 km de Cuiabá. O projeto está em fase de estudo de pré-viabilidade, contemplando a produção anual de 55 mil toneladas de zinco, 20 mil toneladas de chumbo e 4 mil toneladas de cobre e mais ouro e prata como subprodutos. Operamos a plena capacidade e temos um processo de produção totalmente integrado, garantindo a oferta de produtos de qualidade, a preços competitivos. Nos últimos dois anos, estamos empenhados em melhorar ainda mais nosso desempenho industrial, por meio do uso do conceito de estabilidade operacional, com maior eficiência, e buscamos cada vez mais integrar os conceitos de sustentabilidade em nossos negócios. Atualmente, geramos (por meio Não nos descuidamos também de garantir o futuro de nossa Empresa. Por isso, procuramos expandir a vida útil das minas atuais e mantemos um conjunto de projetos que visam identificar novos recursos minerais. Nosso escritório na África do Sul, por exemplo, trabalha constantemente na prospecção de oportunidades. Contribuir para o desenvolvimento social e econômico das comunidades onde atuamos é uma de nossas prioridades. Em parceria com o Instituto Votorantim, nossos projetos de responsabilidade social geram valor às comunidades. Em 2013, quase 30 mil pessoas foram beneficiadas por 50 projetos sociais nas áreas de educação, trabalho, cultura e esporte. 19 Níquel Em níquel, houve aquecimento da demanda, principalmente na indústria de aço inoxidável na China, mas que não foi suficiente para sustentar os preços. Cerca de 72% do níquel produzido no ano foram exportados, sendo que os destinos foram países da América do Norte, Europa e Ásia. As incertezas macroeconômicas, em conjunto com o contínuo aumento da oferta de Nickel Pig Iron (produto substituto com custo mais baixo), continuaram a pressionar negativamente o preço do metal, que caiu 13% na LME. Nossa decisão de suspender temporariamente as atividades de Fortaleza de Minas trará impacto ao volume de produção em 2014. No ano, nosso volume de vendas registrou crescimento de 3%, encerrando 2013 com 34,8 mil toneladas vendidas. Alumínio No alumínio, houve superávit na produção mundial, uma vez que a recuperação da demanda não se concretizou. Adicionalmente, os estoques permaneceram altos, o que resultou na queda de 9% do preço na LME. No Brasil, a produção do alumínio primário apresentou queda de 9%. O maior desafio enfrentado por essa indústria tem sido o elevado custo de energia. Nesse aspecto, temos uma vantagem competitiva, uma vez que geramos parte substancial da energia consumida pelas operações nas usinas hidrelétricas do Complexo Juquiá (SP), que estão conectadas diretamente à nossa unidade fabril. Para melhorar a margem de contribuição, direcionamos nossas vendas para o mercado brasileiro, oferecendo produtos de maior valor agregado. O volume de vendas para o mercado interno cresceu 13%, enquanto as exportações caíram 71%. Zinco A produção mundial de zinco apresentou déficit e os estoques caíram diante da demanda aquecida, principalmente na China e nos Estados Unidos, amparada pelo setor automotivo. Entretanto, as incertezas macroeconômicas prevaleceram sobre os fundamentos e o preço na LME (Bolsa de Metais de Londres – London Metal Exchange) terminou o ano em queda de 2%. No Peru, operamos novamente próximo de nossa capacidade máxima de produção, e as vendas, que são destinadas principalmente à exportação, subiram 8%, para 335 mil toneladas. Somadas as vendas de nossas operações no Peru, nos EUA e no Brasil, as exportações de zinco totalizaram 462 mil toneladas. No Brasil, nossa produção é destinada principalmente ao mercado interno. As vendas subiram 9%, como consequência do melhor desempenho das indústrias automobilísticas, de construção civil e de linha branca, nossos principais clientes. O ZINCO ESTÁ NO NOSSO DIA A DIA Além de ser bastante utilizado na construção civil, o zinco também está presente em diversos produtos industriais, no agronegócio e na saúde humana. No segmento industrial, o zinco e seus subprodutos são utilizados, por exemplo, em antenas, postes metálicos, produtos de maquiagem, fivelas de bolsas, pneus, peças fundidas, peças e tintas de eletrodomésticos, peças automotivas, equipamentos elétricos, desodorantes, conservantes de madeiras, soldas, galvanização de peças de aço (para prevenir a corrosão), tintas, borrachas, plásticos, telhas metálicas, painéis luminosos, telas de cinescópios, lâmpadas fluorescentes, baterias, entre outras aplicações. Na agricultura, o uso do zinco (em fertilizantes, por exemplo) contribui para a melhor produtividade no campo. A falta desse mineral faz com que as plantas sofram um tipo de estresse que afeta o crescimento e as torna vulneráveis ao ataque de doenças. Na saúde, o zinco é importante para a proteção contra diarreia, pneumonia, malária e desnutrição. Contribui para a prevenção de diabetes e para a formação de colágeno e tem ação contra o envelhecimento. A falta de zinco no organismo prejudica o acúmulo de massa óssea, aumenta o risco de osteoporose e de lesões na pele, prejudica a cicatrização e favorece a ocorrência de acne e manchas brancas nas unhas. Nossa Atuação empresarial ONDE ESTAMOS PRESENTES Nosso Escritório Central está situado em São Paulo. Nossas Unidades são: Alumínio • • • • • Alumínio (SP) – metalurgia Itamarati de Minas (MG) – mina e beneficiamento Miraí (MG) – mina e beneficiamento Poços de Caldas (MG) – mina e beneficiamento Metalex – metalurgia Níquel • São Miguel Paulista (SP) – metalurgia • Niquelândia (GO) – mina e beneficiamento • Fortaleza de Minas (MG) – mina e beneficiamento* * Atividades suspensas temporariamente desde 25/09/2013 22 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Zinco • • • • • • • • • • • • • Juiz de Fora (MG) – metalurgia Paracatu (MG) – mina e beneficiamento Três Marias (MG) – metalurgia e óxido de zinco Vazante (MG) – mina e beneficiamento Cajamarquilla (Peru) – refinaria de zinco Milpo (Peru) – mina Salzburgo (Áustria) – escritório comercial U.S.ZINC VM Houston (Texas, EUA) – escritório comercial e metalurgia (zinco metálico e pó de zinco) U.S.ZINC VM Coldwater (Michigan, EUA) – metalurgia (óxido de zinco) U.S.ZINC VM Clarksville (Tennessee, EUA) – metalurgia (óxido de zinco) U.S.ZINC VM Millington (Tennessee, EUA) – metalurgia (óxido de zinco) Unidade Changshu (China) – metalurgia (óxido de zinco) Xangai (China) – escritório comercial Há também escritórios de exploração mineral na África do Sul, Argentina, Canadá e Colômbia. 23 Nossa Atuação empresarial UNIDADE DE FORTALEZA DE MINAS (MG) SUSPENDE TEMPORARIAMENTE PRODUÇÃO DE NÍQUEL Em setembro de 2013, suspendemos temporariamente as atividades de produção de matte de níquel da Unidade Fortaleza de Minas, devido à perda de competitividade da Unidade. A decisão foi baseada em estudos de viabilidade econômica, realizados durante um longo período. Esses estudos indicaram, entre outros pontos, que a oscilação dos preços atuais do níquel e das taxas cambiais ao longo dos últimos anos, associada à gestão de abastecimento de matérias-primas internas e externas, também instáveis, e a atual política tributária têm levado os resultados econômico-financeiros da Unidade a níveis bastante desfavoráveis, o que inviabilizam o empreendimento temporariamente. Compromissados com a transparência e o diálogo aberto nas relações com os diversos segmentos da sociedade, comunicamos os empregados em Fortaleza de Minas, sobre a suspensão temporária, na mesma data em que iniciamos o processo de negociação junto ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativistas (Sintex). Buscamos oportunidades de transferências dos empregados para outras unidades da Votorantim Metais e da Votorantim. Cerca de 20% do número total de empregados da Unidade Fortaleza de Minas foram encaminhados para recolocação interna. Buscamos, ainda, outras alternativas de recolocação profissional dos demais empregados, com o apoio de empresa especializada. Em todo o período de atuação da Votorantim Metais em Fortaleza de Minas, foram realizados investimentos de quase R$ 5 milhões em iniciativas para a promoção do desenvolvimento local, por meio de programas de fomento à cadeia produtiva da região, apoio à gestão pública, melhoria da educação e valorização dos direitos da criança e do adolescente. De 2008 a 2013, também investimos mais de R$ 2 milhões em capacitação e qualificação dos empregados em iniciativas como cursos, treinamentos, bolsas de estudos e Programa Jovem Aprendiz. E, cientes do nosso papel como ator social, mesmo com a suspensão temporária das atividades em Fortaleza de Minas, daremos continuidade a essas iniciativas, sempre visando à contribuição para o desenvolvimento local. A Unidade mantém seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da região, por meio da manutenção das iniciativas ligadas aos Programas De Olho no Futuro, Apoio à Gestão Pública, Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS), Parceria Votorantim pela Educação, Mulheres Empreendedoras e o projeto Escola para Pais e Filhos do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), que contribuem para o fomento à cadeia produtiva local e para a melhoria da educação e da gestão pública. A ESTRATÉGIA NA VOTORANTIM METAIS Apostamos na sustentabilidade como fio condutor de nossa estratégia de negócios. Cada vez mais e com mais sucesso, procuramos refletir sobre os novos tempos e o futuro e buscar formas responsáveis de se fazer mineração e metalurgia. Isso implica olhar para fora, para a sociedade, para as novas demandas e para as necessidades do futuro. 24 Nossas áreas operacionais e de negócios, cada vez mais, consideram os aspectos econômicos, sociais e ambientais na tomada de decisões. A cada ano, melhoramos nossas práticas e realizamos a mineração preservando os recursos e buscando o menor impacto ambiental possível. Procuramos deixar legados positivos para as comunidades onde estamos. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Perseguimos a meta “resíduo zero”, algo impensável no passado; temos evoluído nesse sentido. A Unidade de Morro Agudo (Paracatu, MG) atingiu essa meta em 2010 e é inspiração para as demais. Nas outras unidades, estamos avançando e temos diversos projetos que nos farão caminhar rumo a esse objetivo. Após apenas um ano, já podemos evidenciar claros sinais de estabilidade com ganhos de produção e redução de alguns custos variáveis e fixos pela redução de consumos específicos, o que demonstra a internalização do conceito pelas unidades operacionais. São progressos concretos, reconhecidos pela sociedade, como revelam importantes reconhecimentos que recebemos em 2013, entre eles o Guia Exame de Sustentabilidade, o Prêmio Hugo Werneck e o Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental. Em 2014, vamos avançar com novas frentes que sustentarão novos patamares de estabilidade. E uma iniciativa de destaque será o desenvolvimento e execução de um plano de automação industrial, envolvendo também a implantação de uma plataforma de sistemas de informação, desde os processos operacionais até o nível executivo. Outro indicador da seriedade com que encaramos a sustentabilidade, em 2013 renovamos as licenças ambientais de Vazante (MG), Três Marias (MG) e Morro Agudo (Paracatu, MG) por quatro anos, que serão estendidos para seis anos em razão da Certificação ISO 14000 e por não termos registrado nenhuma infração. Adotamos também como estratégia dar um passo à frente em gestão de ativos. Em 2013, evoluímos significativamente em nosso projeto de estabilidade operacional. Já que somos uma empresa impactada pelo preço de mercado, o qual não controlamos, está em nossas mãos definir o quanto vamos melhorar em volume e o quanto vamos gastar em custo. Esse plano consiste em diversas frentes que envolvem desde a gestão da informação, tornando-a padronizada, priorizada e relevante para a tomada de decisão, até ações em manutenção e operação, resgatando a disciplina de execução e melhor planejamento. Esse processo de estabilização exigiu um forte envolvimento da liderança, amparado por um modelo de gestão bem estruturado, com o estabelecimento de governança, processos e indicadores, além da necessidade de mudanças comportamentais, para garantir a sustentação do modelo. O primeiro passo deste plano foi estabelecer as métricas para medir estabilidade de forma simples, porém robusta. Em seguida, determinamos os caminhos de evolução para cada operação e a meta final de estabilização ao final do ciclo de cinco anos. Implantamos uma governança de acompanhamento em todos os níveis da Organização, sensibilizando e comunicando a linguagem da estabilidade no dia a dia das operações. As práticas de estabilidade operacional estão disseminadas em todas as unidades no Brasil e também estão sendo empregadas em nossas unidades no Peru (Milpo e Cajamarquilla). Para monitorarmos a evolução da estabilidade, contamos com um Relatório Semanal de Estabilidade Operacional, com dados que vão sendo atualizados diariamente. Queremos extrair o máximo de nossos ativos, mas de maneira estável, sem recordes de curtíssimo prazo e sem quedas abruptas na produção. Sabemos, porém, que esse é um desafio enorme, que demanda muito esforço. Trabalhamos a mudança de cultura no nível de direção e liderança, mostrando os benefícios da previsibilidade e os malefícios da variação abrupta na produção. Estabelecemos metas específicas para cada unidade, de acordo com seu estágio de maturidade, que são minuciosamente acompanhadas. De modo geral, o objetivo é operar acima de 90% da capacidade das plantas, sem grandes flutuações para cima ou para baixo. Todas as unidades têm apresentado avanços importantes, com destaque para a Fábrica de Alumínio, que melhorou muito na produção de alumínio primário. O próximo passo é alcançar um nível tal de estabilidade que nos permita adotar a metodologia Six Sigma e automatizar os processos possíveis. Nesse estágio, seremos capazes de enxergar novas oportunidades de melhorias em processos operacionais e, certamente, colheremos mais benefícios. 25 GOVERNANÇA CORPORATIVA (VID) Como somos parte da Votorantim, nossa governança corporativa é a governança adotada institucionalmente, para a Organização como um todo. A Evolução de Nossa Governança A Votorantim Industrial é um Grupo de controle familiar e adota um modelo de governança corporativa que disciplina a relação entre membros da família, do Conselho de Administração, da Votorantim Industrial e das Empresas Votorantim. Estabelece ainda diretriz sucessória definida e estruturada, de modo a gerar confiança para todos os stakeholders. A governança VID tem o compromisso com a melhoria contínua e com as melhores práticas e o modelo de governança contribui para que os resultados sejam menos voláteis e maximizem a criação de valor e a harmonização de interesses dos stakeholders (partes interessadas). O alicerce de governança corporativa compreende os seguintes pilares: • Controle acionário familiar. • Executivos qualificados para a condução dos Negócios/Empresas. • Visão integrada. • Ambiente de controle pontuado por alto padrão de governança. • Perenidade dos Negócios/Empresas no longo prazo. • Políticas Corporativas e diretrizes do Código de Conduta. Foi anunciada no final de 2013 uma nova estrutura de governança (vide item “Estrutura da Governança”, a seguir), cuja implantação iniciou-se no começo de 2014. 26 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Com essa evolução, foi dado mais um passo no sentido de fortalecer a operação das Empresas Industriais, com o objetivo de se ter foco mais direcionado de atuação e incrementar a gestão de cada negócio. Esse movimento permitirá maior aprofundamento das discussões, mais independência nas atividades, maior agilidade nas decisões e um apoio mais presente às Diretorias Executivas, em cada Empresa, na busca por melhores resultados. Nessa nova estrutura de governança, a Votorantim Industrial (VID) passa a ter um papel orientador e, ao mesmo tempo, de gestão de portfólio, por meio da formulação de macrodiretrizes estratégicas e do desenvolvimento de negócios, trabalhando de forma integrada com o Conselho de Administração da Votorantim Participações (VPAR). Esse movimento fortalecerá os negócios, na medida em que promoverá maior empoderamento e responsabilização por parte das Diretorias Executivas e dos Conselhos de Administração de cada Empresa. O modelo anterior foi essencial para disseminar melhores práticas, apoiar o fortalecimento do sistema de gestão e estimular a captura de sinergias. A nova governança continuará baseada nos princípios e processos considerados essenciais à identidade corporativa da Votorantim. Esse modelo é pautado por um conjunto de princípios, iniciativas e estruturas de gestão capaz de conferir visão integrada e grande agilidade na tomada de decisões. Também agrega as melhores práticas de empresas abertas e familiares e privilegia a visão estratégica de longo prazo dos negócios e o interesse coletivo, com foco em resultados e na meritocracia. A busca pelo aprimoramento constante levou, em 2013, à evolução dessa governança corporativa, visando à perenização das Empresas e à viabilização de novas oportunidades de crescimento. A nova estrutura de governança contempla a criação de Conselhos de Administração próprios e Comitês de Supervisão em todas as nossas Empresas Industriais. Os Conselhos e Comitês são formados por conselheiros VPAR, executivos da Votorantim Industrial e representantes independentes em alguns Conselhos. As melhores práticas de gestão construídas ao longo da história da Organização serão perenizadas por meio do “DNA de Gestão” da Votorantim, que está sendo consolidado e desdobrado em cada Empresa, permitindo que a descentralização preserve o modelo de gestão e a cultura da Votorantim. Haverá políticas e diretrizes orientadoras para apoiar esse processo de solidificação do DNA comum. A governança corporativa da Votorantim Industrial é exercida por uma estrutura de gestão composta pelo Conselho de Administração da HEJOASSU, holding familiar controladora da Votorantim, que engloba: o Conselho de Família; o Conselho de Administração da Votorantim Participações (VPAR); os Conselhos de Administração ou Comitês de Supervisão das Empresas Industriais; e o Instituto Votorantim. Com relação à sustentabilidade, embora não exista um comitê corporativo específico sobre o assunto, trata-se de um tema transversal na Votorantim Industrial e nas Empresas, ou seja, faz parte do DNA comum. Tanto que os executivos (Alta Liderança e demais gestores) possuem metas relacionadas à sustentabilidade em seus processos de avaliação individual e a discussão dos desafios está integrada ao processo de planejamento estratégico da Organização. Como indicativo do compromisso com o desenvolvimento sustentável, foram mantidos os nove temas materiais e as metas de longo prazo. O modelo de governança começou a ser implantado em 2001, com o objetivo de assegurar o crescimento e a perenidade das Empresas, estabelecendo um equilíbrio entre o controle acionário familiar e a base de executivos que lideram os diferentes negócios. Em cada Empresa Industrial da Votorantim, estão sendo constituídos comitês para se tratar das questões ligadas à sustentabilidade e para apoiar, assim, que essas questões sejam realmente incorporadas à gestão das Empresas. Estrutura da Governança 27 Nossa Atuação empresarial A estrutura de governança corporativa abrange: • Conselho de Administração da Votorantim (VPAR) É a instância máxima de governança na Organização e é responsável pelas diretrizes e pelo direcionamento estratégico do portfólio, incluindo os segmentos industrial e financeiro. O Conselho de Administração VPAR é composto por oito membros, sendo sete acionistas, residentes no Brasil, eleitos pela Assembleia Geral, com mandato de três anos. É permitida a reeleição. Esses sete membros representam as quatro holdings familiares. Cada holding familiar seleciona e nomeia os respectivos membros. O oitavo integrante do Conselho é um membro executivo. • Conselhos de Administração ou Comitês de Supervisão das Empresas Industriais São responsáveis pela estratégia dos negócios, a partir do direcionamento do Conselho de Administração VPAR, e pelo desempenho geral das respectivas Empresas Industriais. • Conselho de Família Representa a família de acionistas, disseminando e preservando suas crenças e seus valores. É responsável por informar os objetivos e resultados dos negócios entre os familiares, por desenvolver as gerações futuras de acionistas, harmonizando a eficácia do processo de sucessão, e por contribuir para que desenvolvam senso de pertencimento e orgulho. O Conselho de Família é constituído por até três conselheiros de cada uma das quatro holdings familiares, com um total de até 12 membros. Cada holding familiar indica seus respectivos conselheiros. Não há membros independentes ou executivos. Os conselheiros não têm suplentes. A ausência ou impossibilidade de atuação de algum deles abre vaga para substituição. O mandato de cada conselheiro é de dois anos, podendo ser renovado. A estrutura do Conselho é composta por: presidente; vice-presidente; e conselheiros. Os próprios conselheiros nomeiam o presidente e o vice-presidente. O vice-presidente substitui o presidente em casos de impedimentos temporários ou em caso de impedimento definitivo, até o final do mandato. 28 • Instituto Votorantim Atuando de forma integrada aos desafios dos Negócios/ Empresas, funciona como um polo irradiador de conceitos e práticas para toda a Organização, com ênfase no relacionamento com a sociedade, no estímulo ao debate e à adoção de práticas sustentáveis e na qualificação do investimento social externo das Empresas, contribuindo para o desenvolvimento das comunidades onde atuamos. • Conselho do Instituto Votorantim Ligado diretamente ao Conselho de Administração VPAR, aprova anualmente o orçamento e o planejamento estratégico das ações a serem realizadas na área social. Conta com um conselheiro externo (BNDES) e reúne-se trimestralmente. • Comitês Permanentes Há quatro Comitês permanentes, de assessoramento, ligados ao Conselho de Administração VPAR: • • • • Auditoria Finanças Remuneração e Pessoas Imagem e Reputação Esses Comitês são compostos por membros do Conselho de Administração VPAR e por membros não acionistas. As questões ligadas ao desenvolvimento sustentável são transversais a todos os Comitês. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Foi estabelecido também um Comitê de Presidentes, com a participação dos presidentes/CEOs das Empresas Industriais, para discussão de pontos comuns e convergências de estratégias, contribuindo assim para aperfeiçoar continuamente o “DNA de Gestão”. Conselho de Família Conselho do Instituto Votorantim Planejamento e Gestão Conselho de Administração VPAR (Votorantim Participações) Instituto Votorantim Votorantim Industrial (VID)1 - Direção Geral Relações Institucionais e Sustentabilidade Fusões e Aquisições Comitê de Auditoria2 Comitê de Finanças2 Comitê de Remuneração e Pessoas2 Comitê de Imagem e Reputação2 Jurídico Tecnologia da Informação Controladoria e CSC Desenvolvimento Humano e Organizacional Tesouraria e Relação com Investidores Auditoria Votorantim Finanças Votorantim Cimentos Conselho de Administração Votorantim Metais Conselho de Administração Fibria Conselho de Administração Citrosuco Conselho de Administração Votorantim Siderurgia Comitê de Supervisão Votorantim Energia Comitê de Supervisão Banco Votorantim 1- Executivos da VID são membros dos Conselhos e Comitês das Empresas. Definição de DNA comum envolvendo diretrizes e macroprocessos de gestão. 2- Comitês de Assessoramento ao Conselho VPAR. Adaptação da Estrutura de Governança à Votorantim Metais Em decorrência desse novo modelo de governança, que cria Conselhos de Administração específicos a partir de 2014 e confere maior autonomia para as empresas industriais da Organização, a área de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) liderou um trabalho colaborativo, com as demais áreas, para desenvolver um novo modelo de governança e estrutura organizacional para a Votorantim Metais, baseado no planejamento estratégico da Empresa. Esse modelo específico da Votorantim Metais está em fase de implantação. 29 Nossa Atuação empresarial CERTIFICAÇÕES VOTORANTIM METAIS Destaque em 2013: ISO 14001 – Revalidamos a Certificação ISO 14001 das Unidades Itamarati de Minas (MG) e Miraí (MG). A auditoria foi realizada em março de 2013, de modo integrado. Essa certificação é uma normatização internacional que estabelece metodologias para avaliar, monitorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) de uma organização. Visa estabelecer equilíbrio entre os processos que viabilizam a rentabilidade e a redução de impactos ambientais. A Unidade de Itamarati de Minas possui a certificação desde 2001; e em Miraí foi reconhecida em 2010 (dois anos após entrar em operação).Os auditores registraram dois destaques como esforços dignos de nota: as práticas inovadoras de reabilitação nas áreas mineradas pela Empresa e o incentivo ao desenvolvimento socioeconômico regional impulsionado pelo Programa Ecos da Mata. CERTIFICAÇÕES VOTORANTIM METAIS NORMA DESCRIÇÃO UNIDADES CERTIFICADAS ISO 9001 Alumínio (SP), Três Marias (MG), Morro Agudo (Paracatu-MG), Vazante (MG), Juiz de Fora (MG) Certificação de Sistema de Gestão da Qualidade. e São Miguel Paulista (SP). ISO 14001 Certificação de Sistema de Gestão ambiental. Miraí (MG), Poços de Caldas (MG), Itamarati de Minas (MG), Alumínio (SP), Três Marias (MG), Morro Agudo (Paracatu-MG), Vazante (MG), Juiz de Fora (MG), Niquelândia (GO), São Miguel Paulista (SP) e Fortaleza de Minas (MG). OHSAS 18001 Certificação da Gestão da Segurança e da Saúde no Trabalho. Três Marias (MG), Morro Agudo (ParacatuMG), Juiz de Fora (MG), Niquelândia (GO) e São Miguel Paulista (SP). ISO 17025 Certificação de requisitos gerais para a competência dos laboratórios de calibração. Vazante (MG) e Juiz de Fora (MG). 30 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS COMPROMISSOS VOLUNTÁRIOS DA VID A Votorantim é signatária ou aderiu voluntariamente aos seguintes compromissos: COMPROMISSO VOLUNTÁRIO GLOBAL COMPROMISSOS VOLUNTÁRIOS NACIONAIS - Pacto Global (Global Compact): desde 2011, a Votorantim Industrial é signatária do Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) cujo objetivo é mobilizar a comunidade empresarial para a adoção de valores fundamentais e práticas, internacionalmente aceitos, em direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. - Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas: a Votorantim Industrial é signatária dessa iniciativa, firmada em 2009, na qual as empresas participantes assumiram uma série de compromissos para a redução dos impactos das mudanças climáticas e também na qual foram propostas ações ao Governo Federal. Mais informações: www.unglobalcompact.org/ Mais informações: www.forumempresarialpeloclima.org.br/default.php - Visão Brasil 2050: a Votorantim Industrial participou da elaboração das diretrizes para o documento “Visão Brasil 2050”, no qual as empresas participantes definiram linhas de trabalho, cujo resultado final foi apresentado na Conferência Rio+20, em junho de 2012. Mais informações: http://cebds.org.br/wp-content/uploads/2014/02/VisãoBrasil-2050_en.pdf 31 Nossa Atuação empresarial PRÊMIOS/RECONHECIMENTOS DA VOTORANTIM METAIS Como resultado do processo de aprimoramento contínuo de nossa gestão, bem como do compromisso com o desenvolvimento sustentável, temos sido reconhecidos pelo mercado e pela sociedade em importantes processos de premiação e reconhecimento, tais como: Guia EXAME de Sustentabilidade 2013 – Participamos pela segunda vez dessa avaliação e fomos classificados em 2013 como a empresa referência no setor de Mineração, ou seja, a “mais sustentável” na visão do Guia. Essa conquista teve para nós um significado especial, ao deixar claro que atingimos, sete anos antes do esperado, nossa meta de ser referência em sustentabilidade em 2020. O Guia destacou nossas práticas voltadas a combater o desperdício e os projetos de redução e reaproveitamento de resíduos dos processos industriais. Alguns deles, além de ganhos ambientais e de redução de custos, se tornaram fonte de receita para a Empresa. O relatório do Guia cita o caso do resíduo de cobre, em Niquelândia, que foi transformado em insumo para fertilizantes e gerou R$ 23 milhões em 2013. Também teve destaque o Projeto Resíduo Zero, desenvolvido na Unidade de Morro Agudo (Paracatu – MG). Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza – Promovido pelo Grupo Ecológico. Nosso case Gestão de Recursos Hídricos foi o vencedor na categoria Melhor Exemplo em Água. Relata ações permanentes, investimentos em tecnologia, pesquisa e mitigação de riscos e impactos para a otimização e redução do consumo de água nos processos produtivos e comprova o compromisso da Empresa com a preservação da água e do meio ambiente. Uma das nossas metas previstas no planejamento estratégico para 2020 é promover 100% de recirculação da água de processos. Em 2012, a média de recirculação estava em 50%. Uma das ferramentas para isso é o Manual de Balanço Hídrico da Votorantim Metais, um modelo que permite identificar, mensurar, registrar e reportar informações sobre o uso da água. Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental 2013 – A Unidade Três Marias (MG) vem empreendendo avanços importantes em seu sistema de gestão ambiental, que recebeu o reconhecimento da União Brasileira para a Qualidade (UBQ) com a conquista do Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental (PMGA). O PMGA tem chancela do governo do Estado de Minas e da ONU e reconhece empresas que evidenciam sistemas de gestão ambiental abrangentes e efetivos, que fomentem o desenvolvimento sustentável. O processo de avaliação é abrangente, vai de março a dezembro, e inclui a preparação e análise de um relatório sobre o sistema de gestão para avaliação de uma comissão que indica as empresas que receberão auditorias presenciais. Após três dias de auditoria, os nove profissionais emitem um relatório sem identificação da empresa. Uma comissão de 22 juízes escolhe, então, os vencedores do PMGA. O prêmio é entregue pelo governador e secretário de meio ambiente do Estado, que tem a prerrogativa de não entregá-lo, caso a empresa tenha algo que a desabone. O prêmio à Unidade de Três Marias (MG) é o segundo no currículo da Votorantim Metais. O primeiro foi concedido à Unidade de Morro Agudo (Paracatu – MG), em 2011. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Melhores Empresas para Você Trabalhar – Em 2013, integramos, pela segunda vez, a lista das “150 Melhores Empresas para Trabalhar”. O estudo é divulgado pela Revista Você S/A e é desenvolvido com apoio da FIA (Fundação Instituto de Administração). Prêmio de Excelência da Indústria Minero-Metalúrgica Brasileira – Promovido pela revista Minérios & Minerales, o prêmio reconhece as melhores tecnologias, processos e conceitos aplicados em mineradoras de todo o Brasil. Fomos vencedores com dois cases: Prêmio Proteção – A Unidade Vazante (MG) foi premiada pela Revista Proteção com o Projeto Bem Viver, que visa à melhoria da qualidade de vida dos empregados, familiares e da comunidade em geral. • Com o “Projeto de redução do consumo de ácido sulfúrico na produção de zinco”, de Três Marias (MG), foi reduzido em 75% o consumo desse insumo. Maiores Minas Brasileiras – As minas das Unidades Miraí (MG) e Buriti, em Niquelândia (GO), foram destaques na 9a edição das 200 Maiores Minas Brasileiras, prêmio promovido pela revista Minérios & Minerales. • Miraí, mina de bauxita, foi destaque no quesito Produtividade na Lavra e produziu 2,3 milhões de toneladas anuais de minério bruto (base 2012). • Buriti, mina que produz anualmente 20 mil toneladas de níquel laterítico, 1.200 toneladas de cobalto e 1.700 de cobre, obteve destaque na categoria Investimento em Exploração Geológica, por realizar 20 mil metros de sondagem geológica por ano, a fim de melhorar as informações subsuperfície e de ampliar as reservas minerais. Marcas Mais Admiradas – Pela terceira vez em quatro anos, numa avaliação com 72 marcas corporativas, a Votorantim Metais ficou entre as 10 marcas mais prestigiadas e mais admiradas em pesquisa promovida pelo jornal O Estado de Minas. No ranking geral, incluindo companhias com e sem sedes no Estado, a Votorantim Metais ficou com a 23ª posição. As marcas são avaliadas em seis dimensões: qualidade dos produtos ou serviços, responsabilidade social e ambiental, admiração e confiança, capacidade de inovação, ambiente de trabalho, história e evolução. Melhores e Maiores 2013 – Fomos destaque na edição especial da Revista Exame Melhores e Maiores 2013, por nossas iniciativas sustentáveis. A reportagem destacou nossos projetos sociais em 11 municípios brasileiros, em parceria com o Instituto Votorantim, visando à promoção do desenvolvimento socioeconômico das localidades onde estamos presentes. • O case “Emergência – cargas perigosas” venceu na categoria Segurança do Trabalho e consiste no relato das ações que visam reduzir riscos de acidentes no transporte de cargas perigosas, que incluem a avaliação das rotas utilizadas, das transportadoras, do tipo de carga, do caminhão e do motorista. O transporte somente é liberado com aprovação ou mediante a correção de eventuais problemas identificados. Prêmio IBRAM – A Unidade de Juiz de Fora (MG), do Negócio Zinco, ficou em 2º lugar no Prêmio IBRAM, categoria “Política de Saúde e Segurança do Trabalho para Terceirizados”, com o trabalho “Gerenciamento de Empresas Contratadas”. O prêmio é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e reconhece pessoas, empresas e instituições que buscam caminhos mais ambientalmente responsáveis e que incentivam novas ações e atitudes. Empresa do Ano – Setor Mineral – Título concedido à Votorantim Metais pela revista Brasil Mineral. São avaliados itens como investimentos, inovação, política ambiental, política de recursos humanos e relacionamento com comunidades. 19º Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental – Recebemos menção honrosa neste prêmio, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com uma boa prática ambiental aplicada ao refino de alumina, em função do projeto Alumina – Trim Liquor, da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Prêmio Oscar Alvear Urrutia 2013 – Recebemos este prêmio no Panamá, na categoria “Excelência Empresarial”, com o projeto “Superação de Resultados Através das Pessoas”. O reconhecimento é concedido pela Federação Interamericana de Associações de Gestão Humana (Fidagh) que, a cada dois anos, homenageia e reconhece empresas e profissionais que contribuem com o desenvolvimento latino-americano na gestão de pessoas. 33 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS IDENTIDADE A Identidade da Votorantim Industrial é formada por elementos que compõem a essência da Organização. Trata-se de um conjunto de premissas e orientações que direcionam o posicionamento, a atuação empresarial e o relacionamento com os públicos: • • • • • Visão Valores Aspiração Crenças de Gestão Princípios de Sustentabilidade VALORES Os Valores são representados pela sigla SEREU: • Solidez – buscar crescimento sustentável com geração de valor. • Ética – atuar de forma responsável e transparente. • Respeito – respeito às pessoas e disposição para aprender. • Empreendedorismo – crescer com coragem para fazer, inovar e investir. • União – o todo é mais forte. VISÃO VOTORANTIM Assegurar o crescimento e a perenidade como um grupo familiar de grande porte, respeitado e reconhecido na comunidade em que atua, com foco na criação de valor econômico, ambiental e social, por meio de: • Valores éticos que orientam uma conduta empresarial responsável. • Negócios altamente competitivos. • Busca de soluções criativas e inovadoras para seu portfólio. • Pessoas motivadas para o alto desempenho. ASPIRAÇÃO VOTORANTIM A aspiração é fundamentada em duas proposições: • Crescer no longo prazo com desenvolvimento sustentável. • Atingir padrões de classe mundial na operação e na gestão, comparáveis aos das melhores empresas globais. CRENÇAS DE GESTÃO Nossas Crenças de Gestão são: 35 • Cultivo de Talentos Acreditamos e confiamos nas pessoas, por isso investimos tempo e recursos cultivando nossos talentos. • Meritocracia Acreditamos que as pessoas são únicas e merecem ser valorizadas de forma justa e de acordo com suas entregas. • Excelência Acreditamos que podemos fazer sempre mais e melhor, superando os desafios com disciplina, humildade e simplicidade. Em julho de 2013, o processo de disseminação das Crenças de Gestão da Votorantim completou dois anos. Assim, para avaliar como está a prática das Crenças, foi feita uma pesquisa, na qual os empregados foram convidados a responder sobre sua percepção na aplicação de: Cultivo de Talentos, Meritocracia, Excelência, Pragmatismo, Diálogo Aberto, Aliança e Senso de Dono. As informações coletadas foram analisadas e, com base nisso, foram elaborados planos de ação referentes a temas que necessitavam de reforço. Como resultado, 98% dos empregados disseram conhecer as Crenças; os melhores resultados de práticas foram de Diálogo Aberto (63%), Senso de Dono (60%) e Excelência (58%). • Pragmatismo Acreditamos ser essencial dedicarmos esforços ao que é relevante, com objetividade e sem perder a visão do todo e do futuro. • Diálogo Aberto Acreditamos que um ambiente de confiança propicia diálogo aberto e espaço para falar e ser ouvido, em que a diversidade de opiniões constrói melhores soluções. • Aliança Acreditamos que nosso sucesso é fruto da construção conjunta, fortalecido por relações e alianças genuínas nas quais todos ganham. • Senso de Dono Acreditamos naqueles que assumem responsabilidades, que trabalham com paixão e lideram pelo exemplo, comemorando as conquistas e transformando erros em aprendizados. 36 “AQUI, A BUSCA POR MELHORIAS É CONSTANTE. AS NOSSAS CRENÇAS DEVEM SER UM NORTE NA TOMADA DE DECISÕES. DESSA FORMA, PODEREMOS VER A EVOLUÇÃO NA PRÁTICA.” Depoimento de empregado da Unidade de Três Marias (MG), da Votorantim Metais – foi a Unidade com melhor resultado no “Crençômetro”, como é conhecida a pesquisa com os empregados para avaliar a prática e o grau de conhecimento das Crenças. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADE Na Votorantim Industrial, busca-se a perenidade e a expansão constante dos Negócios, com resultados adequados e duradouros. Há a crença no desenvolvimento sustentável enquanto caminho vital para o crescimento permanente da Organização, sempre em linha com o jeito de ser e de agir da Organização. Os Princípios de Sustentabilidade estão alinhados às diretrizes do Pacto Global das Nações Unidas e norteiam a ênfase no desenvolvimento sustentável da Votorantim. Princípios de Sustentabilidade da Votorantim Industrial 1. 2. 3. 4. Ser reconhecida pela sociedade como uma empresa social e ambientalmente responsável. Ter a sustentabilidade como estratégia, orientando governança, gestão, educação, decisões e investimentos – criando valor. Evoluir consistentemente os resultados econômicos, sociais e ambientais, buscando eficiência e confiabilidade nas operações, de acordo com padrões de classe mundial. Ser reconhecida como empresa que atrai, desenvolve e retém talentos para a geração de valor e a construção de uma sociedade justa e inclusiva. 5. 6. 7. Ter compromisso com o bem-estar, a saúde e a segurança de nossos empregados, clientes e parceiros. Contribuir para o desenvolvimento das comunidades em que atuamos. Incentivar a cooperação e a participação de todos os empregados e partes interessadas na construção de parcerias e trabalho conjunto, visando à geração de valor mútuo. A sustentabilidade é um tema transversal na Votorantim Metais. Temos uma equipe na Diretoria de Gestão e Sustentabilidade dedicada a induzir a inclusão dos princípios de sustentabilidade no dia a dia dos negócios. Temos, ainda, equipes temáticas de energia, água, emissões e resíduos, que discutem e propõem caminhos para a ecoeficiência. Para dar transparência a nossas ações e mostrar à sociedade como a sustentabilidade está presente em nosso dia a dia, reformulamos nosso site de sustentabilidade. Nele publicamos nossos principais projetos e ações socioambientais. Damos também dicas para redução de resíduos e emissões e para o uso racional da água e energia. 37 IDENTIDADE CÓDIGO DE CONDUTA VID E VOTORANTIM METAIS Para disciplinar os parâmetros fundamentais de nossa atuação empresarial e orientar o nosso dia a dia, temos o Código de Conduta Votorantim, lançado em 2005. O Código expressa o compromisso com a ética no relacionamento com clientes, empregados, acionistas, fornecedores, poder público, mídia, comunidades e sociedade em geral. É uma ferramenta de uso diário, que orienta ações e decisões. O Código tem aplicação obrigatória entre os empregados da Organização e deve servir de referência para os parceiros e fornecedores da Votorantim. Empregados no Brasil ou em outros países, terceirizados, parceiros, fornecedores e outros públicos têm acesso ao Código de Conduta, disponível em diferentes idiomas (www.votorantim.com.br/pt-br/ouvidoria/codigoconduta/Paginas/ codigoConduta.aspx). Além do Código de Conduta, mantemos um arcabouço de políticas e normas internas, como a Política Corporativa Global Anticorrupção, que trata de questões como suborno e facilitação de pagamentos, regras de registros contábeis, estabelecimento de controles internos e a gestão de terceiros. Essa política é aplicável a todas as nossas operações e está alinhada ao Foreign Corrupt Practices Act (FCPA-EUA) e ao Bribery Act (Reino Unido). VOTORANTIM É DESTAQUE COM PROGRAMAS ANTICORRUPÇÃO Em 2013, a Votorantim foi reconhecida pela organização não governamental (ONG) Transparency International como uma das melhores empresas brasileiras em programas anticorrupção. O estudo avaliou 100 empresas de mercados emergentes, em 16 países. Para assegurar a proteção da Organização e a conformidade legal das operações, contamos com: • Código de Conduta. • Políticas e Programa de Compliance, de acordo com leis nacionais e internacionais anticorrupção. • Política Corporativa de Doações Eleitorais. • Treinamentos para executivos e demais empregados sobre políticas e temas relacionados a compliance. Ouvidoria VID e VOTORANTIM METAIS A Ouvidoria Votorantim está à disposição de todos os nossos públicos de relacionamento de Organização (tanto do Brasil como de outros países) – empregados, fornecedores, clientes, comunidades, imprensa e outros –, para qualquer questão, principalmente as relativas ao nosso Código de Conduta, tais como assédio (moral, sexual), discriminação, suspeitas de fraudes, abuso de poder, desvios, atos ilícitos e outros descumprimentos. Todas as solicitações e denúncias são tratadas com confidencialidade (a identificação é opcional) e imparcialidade. A Ouvidoria pode ser acessada pelos seguintes meios: TELEFONE 0800-8911729 WWW.VOTORANTIM.COM/PT-BR/OUVIDORIA 38 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS As denúncias são registradas em um sistema independente. As investigações são feitas pela Auditoria Corporativa, que envia os resultados à Ouvidoria, que por sua vez faz a devolutiva ao reclamante. Com a evolução da governança corporativa na Votorantim Industrial, além da Ouvidoria Corporativa, cada Empresa Votorantim terá sua própria Ouvidoria. Esse novo modelo será implantado gradativamente. Os casos de denúncias serão tratados em reuniões bimestrais, entre a Auditoria Interna e os Comitês de Conduta (da Votorantim Industrial ou das respectivas Empresas Votorantim, conforme o caso). O Comitê de Conduta Corporativo, formado por representantes dos Comitês de Conduta das Empresas da Votorantim, pela Auditoria Interna e por representantes das áreas corporativas Jurídica e de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO), é também responsável pelo tratamento dos casos especiais – remetidos pelos Comitês de Conduta das Empresas da Votorantim –, e pelo estabelecimento de critérios para casos não previstos no Código, em situações de conflito de interesses, pela busca de uniformidade nos critérios utilizados e pelo zelo no bom funcionamento do Sistema de Ouvidoria da Organização. A fim de harmonizar diretrizes e entendimentos e para formalizar a maneira de atuar, há uma Política de Ouvidoria, válida para toda a Organização. O processo adotado para reparação é a aplicação de gestão de consequência para os casos recorrentes, conforme o Código de Conduta, que incluem: orientações, advertências, transferências/ realocações e/ou demissões/encerramento de contratos. AUDITORIA INTERNA DA VID: GUARDIÃ DA CULTURA CORPORATIVA A Área de Auditoria Interna da VID faz parte do conjunto de estruturas e orientações que chamamos de “linhas de defesa” corporativas. Esse arcabouço de segurança corporativa é composto por quatro frentes: • 1ª linha de defesa: Controles Internos – modelos, processos e procedimentos, implementados corporativamente, para garantir que os objetivos organizacionais sejam alcançados. • 2ª e 3ª linhas de defesa: analisa e monitora todos os elementos que podem afetar o desenvolvimento dos negócios ou a perenidade da Organização. Formadas pelas Áreas de Gestão de Riscos e pelas estruturas de Compliance. • 4ª linha de defesa: Auditoria Interna. Auxilia o Conselho de Administração VPAR (bem como o Conselho de Administração ou Comitê de Supervisão de cada Empresa industrial da Votorantim) a realizar o papel de supervisão e monitoramento das atividades. Para garantir o caminhar maduro da evolução da governança corporativa da Votorantim Industrial, a Auditoria Interna terá, assim, uma função preponderante. Por isso, a área, em 2013, foi requalificada e reestruturada, a fim de buscar o aprimoramento constante, em sintonia com o novo momento da Organização. Com a nova governança, a Auditoria Interna terá estruturas próprias em todas as Empresas Industriais da Votorantim, contribuindo assim para assegurar a execução de políticas e orientações comuns e para o reforço da identidade corporativa. Com isso, o Comitê de Auditoria passará a ser exercido em cada Empresa. 39 APRESENTAMOS, EM 2013, UM ROBUSTO CRESCIMENTO DE 30% NO EBITDA EM METAIS. AS DIRETRIZES E OS RESULTADOS DE NOSSO MODELO DE NEGÓCIOS – VOTORANTIM METAIS DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO Metais A produção mundial de zinco apresentou déficit e os estoques caíram diante da demanda aquecida, principalmente na China e nos Estados Unidos, amparada pelo setor automotivo. Entretanto, as incertezas macroeconômicas prevaleceram sobre os fundamentos e o preço na LME (Bolsa de Metais de Londres – London Metal Exchange) terminou o ano em queda de 2%. No Peru, operamos novamente próximo de nossa capacidade máxima de produção, e as vendas, que são destinadas principalmente à exportação, subiram 8%, para 335 mil toneladas. Somadas as vendas de nossas operações no Peru, nos EUA e no Brasil, as exportações de zinco totalizaram 462 mil toneladas. No Brasil, nossa produção é destinada principalmente ao mercado interno. As vendas subiram 9%, como consequência do melhor desempenho das indústrias automobilísticas, de construção civil e de linha branca, nossos principais clientes. 40 No alumínio, houve superávit na produção mundial, uma vez que a recuperação da demanda não se concretizou. Adicionalmente, os estoques permaneceram altos, o que resultou na queda de 9% do preço na LME. No Brasil, a produção do alumínio primário apresentou queda de 9%. O maior desafio enfrentado por essa indústria tem sido o elevado custo de energia. Nesse aspecto, temos uma vantagem competitiva, uma vez que geramos parte substancial da energia consumida pelas operações nas usinas hidrelétricas do Complexo Juquiá (SP), que estão conectadas diretamente à nossa unidade fabril. Para melhorar a margem de contribuição, direcionamos nossas vendas para o mercado brasileiro, oferecendo produtos de maior valor agregado. O volume de vendas para o mercado interno cresceu 13%, enquanto as exportações caíram 71%. Em níquel, houve aquecimento da demanda, principalmente na indústria de aço inoxidável na China, mas que não foi suficiente para sustentar os preços. As incertezas macroeconômicas, em conjunto com o contínuo aumento da oferta de Nickel Pig Iron (produto substituto com custo mais baixo), continuaram a pressionar negativamente o preço do metal, que caiu 13% na LME. Nossa decisão de suspender temporariamente as atividades de Fortaleza de Minas (MG) trará impacto ao volume de produção em 2014. No ano, nosso volume de vendas registrou crescimento de 3%, encerrando 2013 com 34,8 mil toneladas vendidas. A receita líquida da Votorantim Metais em 2013 totalizou R$ 8,4 bilhões, sendo a operação zinco responsável por R$ 4,0 bilhões; alumínio, por R$ 3,1 bilhões; e níquel, por R$ 1,3 bilhão. O aumento das vendas de zinco e alumínio no mercado brasileiro colaborou para esse resultado, uma vez que a desvalorização cambial compensou a queda dos preços na LME. Por outro lado, a receita líquida no níquel caiu 5%, posto que a expressiva queda do preço na LME não foi totalmente compensada pela desvalorização do real. O custo dos produtos vendidos do alumínio caiu 2%, devido ao menor volume comercializado no ano. No zinco, o custo se elevou 3% em decorrência, principalmente, do maior volume vendido. No níquel, o custo subiu 4%, devido ao maior volume vendido e ao aumento do custo de insumos energéticos. Apresentamos um robusto crescimento de 30% no EBITDA, que totalizou R$ 968 milhões em 2013, com a margem de EBITDA subindo para 11%. A maior estabilidade operacional de nossas unidades, o foco em controle de custo e a redução das despesas administrativas, aliados à desvalorização do real, foram determinantes para essa melhoria. Mineração Em 2013, o cenário da mineração mundial também foi afetado pela desaceleração da China, principal demandante de commodities minerais, e pela queda dos preços da LME. No entanto, a Milpo apresentou expressivo aumento no volume vendido, sendo 16% superior ao do ano anterior, em decorrência do crescimento orgânico das minas e do aumento nos níveis de produção por melhores teores contidos. Obtivemos acréscimo de 23% em minério concentrado em relação ao ano anterior, como consequência das expansões realizadas em Cerro Lindo e em El Porvenir, na Milpo (Peru). No período, aumentamos a produção de concentrados de chumbo e zinco em 49% e 17%, respectivamente. As expansões, em conjunto com o maior teor de concentrado e o melhor desempenho operacional, melhoraram o EBITDA em 39% e a margem EBITDA em seis pontos percentuais, em comparação a 2012. 41 As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS PRODUTOS, SERVIÇOS E CLIENTES Nossa família de produtos compreende: zinco, níquel, alumínio, cobalto, cádmio, sulfato de sódio anidro, sulfato de cobre, óxido de zinco, ácido sulfúrico, carvão metalúrgico, pó calcário e concentrados minerais. Esses produtos e serviços são encontrados em variadas aplicações no dia a dia. Nossos produtos são direcionados, principalmente, para os segmentos de construção civil, bens de consumo, embalagens e transportes. Os produtos de nossos negócios de zinco, níquel e alumínio têm as seguintes aplicações: Zinco Zinco SHG Processos galvanizados e galvanização eletrolítica nos formatos: lingotes, jumbos e grânulos. Zamac Fundição sob pressão e fundição centrifugada. Ligas Especiais de Zinco Liga Zn4E, Liga Galfan, Liga ZnNi e desenvolvimento de acordo com a necessidade dos clientes. Pó de Zinco Produção de pilhas alcalinas e tintas para proteção contra corrosão. Óxido de Zinco Vulcanização de borrachas, cosméticos, fosfatados de zinco, medicamentos, vidrados cerâmicos, polímeros, agronegócio, nutrição animal, etc. Pó Calcário Agrícola Correção de pH de solo e maximização de efeitos de fertilizantes. Concentrados Fabricação de chumbo metálico, prata e chumbo. Dióxido de Enxofre Alvejamento de celulose, açúcar e caolim, conservante de produtos alimentícios e produção de bissulfitos. Ácido Sulfúrico Fabricação de fertilizantes destinados à agricultura. Sulfato de Cobre Aplicações na agricultura, pecuária, mineração, galvanoplastia e indústria química. Cádmio Fabricação de baterias Ni-Cd, pigmentos para tintas especiais e ligas metálicas. Níquel Níquel Eletrolítico Galvanoplastia, superligas e ligas não ferrosas. Níquel Coins Cesta de titânio. Cobalto Produção de superligas, ligas magnéticas, ferramentas de corte, produtos químicos, baterias, fertilizantes, ração animal, entre outras. Sulfato de Sódio Anidro Produtos químicos, indústria de cerâmica, indústrias têxteis e auxiliares, indústria de sabão e detergentes, indústria de vidros e indústria de papel e celulose. Ácido Sulfúrico Segmento sucroalcooleiro (álcool etílico), papel e celulose, químicos em geral e fertilizantes. Alumínio Chapas e Bobinas Aplicações em ônibus, implementos rodoviários, artefatos domésticos, geladeiras, máquinas e equipamentos, coberturas. Folhas Finas e Médias Aplicações em embalagens de alimentos e embalagens descartáveis. Folhas Grossas Aplicações em trocadores de calor automotivos e aparelhos de ar-condicionado. Perfis Extrudados Aplicações em construção civil (fachadas, portas, janelas, vedações), equipamentos para infraestrutura (moldes e andaimes), transportes (ônibus, implementos rodoviários, bicicletas, motos, trilhos), bens de consumo (escadas, cadeiras, móveis, coletores solares) e máquinas e equipamentos diversos. Tarugos Produto intermediário para extrusão de perfis. Vergalhões Produto intermediário para produção de fios e cabos. Lingotes Produto intermediário para diversos produtos fundidos, como rodas automotivas, blocos de motores e compressores, além de matéria-prima para todos os demais produtos. 42 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Recentemente, a comercialização de alumínio passou por importantes transformações organizacionais, com apoio de análise dos processos e das demandas do mercado. Houve redefinição de papéis, processos, métricas de atendimento aos clientes e investimentos. Trata-se de uma nova forma de relacionamento com o mercado, que começou a ser implantada em 2012 e que evoluiu rapidamente em 2013. Nesse processo, redefinimos nossa forma de ida a mercado, com maior orientação aos segmentos de atuação dos nossos clientes, potencializando nossos diferenciais competitivos: remodelamos nossos processos de comercialização e de segmentação de clientes e passamos a ter uma abordagem diferenciada para cada tipo de cliente, capturando mais valor e direcionando o atendimento de maneira mais personalizada. Nesse contexto, uma das ações realizadas, a fim de integrar processos e contribuir para a elevação da satisfação dos clientes, foi a implantação de uma nova funcionalidade no Sistema SAP, o Available to Promise (ATP). Os principais benefícios decorrentes são o compartilhamento e transparência das informações de entrega, estoque, produção e expedição, uma maior automatização de processos, a melhoria na gestão e no planejamento do negócio e a elevação no nível de serviço aos clientes. Realizamos em maio de 2013 um evento intitulado “Transformação e Compromisso”. Os 50 clientes convidados ouviram de Tito Martins, presidente da Votorantim Metais, e da Diretoria de Negócio Alumínio, os planos de ação que reforçam o compromisso de atendimento diferenciado ao mercado. TITO MARTINS É ELEITO PRESIDENTE DO CONSELHO DIRETOR DA ABAL Tito Martins, diretor-presidente da Votorantim Metais, foi eleito, em novembro de 2013, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). O executivo foi eleito por unanimidade, pelo Conselho Diretor da associação, para o período 2013/2015. A Associação Brasileira do Alumínio é a principal entidade do setor e congrega empresas associadas que representam 100% dos produtores de alumínio primário. A associação atua por meio de comissões de trabalho e grupos setoriais para desenvolver suas atividades e cumprir seus principais desafios, bem como para realizar a representação dos interesses do setor junto aos órgãos governamentais. 43 DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS (CAPITAL HUMANO) A área de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Votorantim Metais tem como missão construir uma organização de alto desempenho para apoiar a estratégia de negócio da Empresa. Para tanto, foram estabelecidos objetivos estratégicos de atuação da área: • Garantir modelo, estruturas organizacionais, políticas e diretrizes adequadas ao pleno desenvolvimento dos negócios. • Garantir capacidade contínua de atração e retenção de talentos. • Garantir pipeline de liderança e desenvolvimento contínuo dos empregados. • Garantir competitividade de custos de pessoal. • Contribuir para a formação da cultura desejada e reputação positiva, criando valor no relacionamento com diversos stakeholders. • Garantir crenças e valores vivenciados na Organização. • Garantir relação sustentável com stakeholders, agregando valor aos negócios. Em 2013, conseguimos avançar em vários aspectos. Foi dado início ao processo de redesenho organizacional da Empresa, implantado em 2014, de modo a ser mais aderente à estratégia do Negócio; foram criadas a Política de Home Office e o Comitê de Valorização da Diversidade, que estabeleceu como prioridade de curto prazo a contratação e a inclusão de pessoas com deficiência e mulheres. Na área de Desenvolvimento de Pessoas, criamos o Programa de Formação de Supervisores e 85% dos empregados tiveram o seu Plano de Desenvolvimento Individual elaborado. Outros destaques de 2013 foram a definição de indicadores de desempenho de DHO, com acompanhamento mensal; e a criação de um Plano Diretor de Relações Trabalhistas. Além disso, foi trabalhada a gestão da reputação da Empresa, por meio de relacionamento com a imprensa e stakeholders externos. Para 2014, o desafio é dar continuidade às iniciativas implementadas com base nos objetivos estratégicos previamente definidos, fortalecendo, assim, a prática de gestão de pessoas na Votorantim Metais. DIVERSIDADE EM PAUTA Com relação ao tema diversidade, que entendemos como um guarda-chuva que abrange questões como gênero, pessoas com deficiência e até competências, entre outras, criamos em 2013 um Comitê de Valorização da Diversidade, liderado pela área de Responsabilidade Social e composto por profissionais das áreas de DHO, Saúde, Sustentabilidade, Jurídico e Comunicação, para liderar o assunto na Votorantim Metais. Para dar foco e começar a apresentar resultados, o comitê escolheu como objetivos iniciais as mulheres e as pessoas com deficiência. Já aprovamos para 2014 o Programa de Valorização da Diversidade, com 23 ações definidas nas frentes de captação, retenção, desenvolvimento e cultura organizacional. Iniciamos o ano com uma campanha para ampliar a presença feminina na Empresa. Ainda a respeito das mulheres, aderimos em 2013 à licença-maternidade de seis meses. A empregada tem de fazer a requisição até 30 dias após o parto. Estamos estudando tornar padrão os seis meses de licença, que não valerão apenas nos casos em que a funcionária se opuser formalmente. Em 2014, vamos lançar um piloto de sala de amamentação. SAÚDE E SEGURANÇA A integridade das pessoas que trabalham em nossas unidades é prioridade máxima em nossas operações. Nossa meta é que todas as unidades operem, até 2020, com taxa de frequência com ou sem afastamento abaixo de 1 e sem fatalidades. Estamos evoluindo nesse caminho, registrando desempenhos melhores a cada ano, mas é preciso continuar firmes nesse propósito. Em 2013, a taxa de frequência de acidentes com ou sem afastamento (nível 2 e acima) melhorou 40%. Saímos de 4,76 em 2012 para 2,89 em 2013. Lamentavelmente, apesar de todos os esforços, ocorreram três acidentes fatais com terceiros (dois na Milpo e um em Juiz de Fora – MG). Nosso desafio é zerar a ocorrência de acidentes fatais. No decorrer do ano, foram realizados diversos workshops de segurança com as lideranças, visando à realização de uma análise crítica, à elaboração e ao acompanhamento de planos de ação e à identificação de oportunidades de melhoria, com foco na redução de acidentes. Essas ações foram fundamentais para a melhoria das taxas de frequência de acidentes. No Brasil, a Unidade de Vazante (MG), com 0,83, São Miguel Paulista (SP), com 0,68, Niquelândia (GO), com 0,96 e as Minerações da CBA (MG), com 1,04, apresentaram desempenho acima da média. Cajamarquilla, no Peru, vem consistentemente baixando sua taxa de frequência (0,99), e recebemos um prêmio do Ministério do Trabalho peruano por nossas boas práticas em gestão de saúde e segurança. 46 Como destaque, temos o Controle de Riscos Críticos de Segurança, que foi criado como uma forma estruturada de controlar os riscos de segurança que possam resultar em fatalidades nas operações da Votorantim Metais. Além de evitar esse tipo de ocorrência, a iniciativa tem como desafios reduzir as taxas de acidentes e tornar as operações referência em segurança do trabalho. Também podemos destacar o Programa de Comportamento Seguro que, através da observação das atividades, busca o reforço das práticas seguras e redução dos comportamentos de risco que levam à ocorrência de acidentes. Nossos resultados de segurança incluem terceiros, mas não consideram acidentes de trajeto. Temos um manual de SSMA para terceiros e somente liberamos a entrada de caminhões em nossas unidades após uma inspeção de segurança (luzes de freios, setas, lanternas, etc.). Na área de Saúde, fizemos um diagnóstico de saúde ocupacional, em 2013, em todas as Unidades e incluindo todos os programas que temos. A partir disso, elaboramos um plano de médio e longo prazo, visando à melhoria da gestão de saúde ocupacional. Já temos um manual com as melhores práticas do mercado em termos de saúde ocupacional, que iremos revisar e implantar em todas as unidades do Brasil e Exterior, estabelecendo uma governança sobre eles. INOVAÇÃO/PESQUISA (CAPITAL INTELECTUAL) Em 2013, passamos a acompanhar indicadores relacionados à saúde dos empregados, como absenteísmo médico acima e abaixo de 15 dias, causas de afastamentos e índice de massa corpórea. Demos início ao programa de saúde assistencial, em conjunto com os planos de saúde para acompanhar as doenças crônicas e, quando necessário, ajudar o funcionário que esteja com dificuldade para controlar seu problema. Entendemos que essa iniciativa traz ganhos para o funcionário, ao cuidar de sua saúde, e para a Empresa, ao reduzir o absenteísmo e controlar melhor as doenças crônicas e suas possíveis consequências. Estabelecemos convênios com academias e profissionais de educação física, que oferecem descontos para os interessados em praticar exercícios. Para 2014, a saúde e o bem-estar de nossos empregados continuarão em evidência. Promoveremos uma revisão dos cardápios dos restaurantes das unidades, para garantir uma alimentação mais saudável. E, na sede, em São Paulo, já substituímos em 2013 as máquinas de petiscos e refrigerante por um carrinho com sanduíche natural, sucos e barras de cereais. A Unidade de Vazante (MG) foi reconhecida com o Prêmio Proteção Brasil de Saúde e Segurança do Trabalho 2013, em função das ações com foco em qualidade de vida realizadas no Programa Bem Viver. Outras informações sobre o prêmio no item sobre “Principais Prêmios/Reconhecimentos”, no capítulo “Nossa Atuação Empresarial”, deste Relatório. Temos três linhas de pesquisa e desenvolvimento em processos: • Projetos para redução da emissão de gases de efeito estufa. • Projetos para eficiência hídrica. • Projetos para redução de geração de resíduos. No caso da eficiência energética e da redução de gases de efeito estufa, temos quatro caminhos de inovação: • Substituição de combustíveis fósseis líquidos e sólidos, como óleo e coque, nas plantas de Niquelândia (GO), Três Marias (MG), Juiz de Fora (MG) e Alumínio (SP). • Reaproveitamento de energia como águas quentes e calor de escória, nas plantas de Niquelândia (GO), Juiz de Fora (MG) e Alumínio (SP). • Redução de consumos específicos de todos os energéticos e em todas as unidades da Votorantim Metais. • Autoprodução de energia elétrica renovável com energia solar distribuída, em todas as nossas plantas. Nessas linhas, temos 15 projetos de pesquisa aplicáveis a toda a Votorantim Metais, como utilização de óleos renováveis nos três negócios da Empresa, biogás em Niquelândia (GO), Três Marias (MG) e na Fábrica de Alumínio, além de recuperações de calores em geral (gases, sólidos e líquidos), visando à redução do consumo de vapor em todas as plantas dos três negócios, automações com foco em redução de consumos energéticos nos três 47 negócios, utilização de biomassa em nossos processos metalúrgicos, entre outras iniciativas. No que se refere à eficiência hídrica, temos dois caminhos de inovação: • Recirculação de águas industriais e redução geral do consumo de água das plantas industriais. Com isso, temos 18 projetos de pesquisa, como filtrações de íons na água final de Três Marias (MG), Niquelândia (GO) e São Miguel Paulista (São Paulo – SP). • Decantação e ciclonagem das lamas finais dos processos de Níquel, Zinco e Alumínio, visando ao retorno da água antes da disposição final do rejeito e a própria filtração direta. Temos também, entre outras tecnologias, tratamentos químicos e físico-químicos como abrandamentos e precipitações químicas de elementos indesejados nas águas industriais, como o magnésio, em todas as nossas plantas. A inovação na Votorantim Metais é feita a partir de modelo tripartite, com a participação da Empresa, Universidades e/ou Centros Tecnológicos e Governo, além de empresas parceiras. Para o caso de eficiência energética, temos uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Esta instituição nos auxilia nas discussões técnicas e medições confiáveis de testes com combustíveis realizados em nossa planta-piloto. Para o caso de eficiência hídrica, temos a parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que nos auxilia no levantamento teórico e planejamento dos testes, de laboratório e piloto, que são realizados dentro das plantas da Votorantim Metais. No que tange à tecnologia, entendemos que se trata de um diferencial fundamental para o desenvolvimento de incrementos em produtos e processos. Queremos, com as pesquisas, desenvolvimentos e projetos de tecnologia, trazer resultado financeiro e/ou reduzir custos e, ao mesmo tempo, contribuir para a sustentabilidade do negócio. Temos a meta de atingir resíduo zero e 100% de reciclagem de efluentes até 2020. O resíduo de um pode ser o insumo de outro. Um exemplo de iniciativa é o resíduo originado dos fornos de alumínio; trata-se de um material tóxico, classe 1, que deve ser disposto em aterro seguro. Assim, estamos testando o uso desse resíduo em Niquelândia (GO), como parte do insumo energético. Como o processo de beneficiamento do níquel é um dos maiores consumidores de óleo, esse tipo de iniciativa RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS reduz o consumo de óleo (combustível fóssil e caro) e dá um destino a um resíduo perigoso. A Fábrica de Alumínio gera 1.500 toneladas/mês desse resíduo, com um alto custo de armazenagem. Outro exemplo é a Barragem de Palmital, do negócio Alumínio. Temos o objetivo de aumentar a vida útil da barragem, evitando um custo de R$ 300 milhões para a construção de uma nova barragem. Como o grande problema do resíduo é o líquido, estudamos a possibilidade de usar filtros-prensa gigantes, para separar a parcela sólida. O resíduo seco é mais fácil de armazenar, pode ser manuseado de forma mais simples e ocupa menor volume. Os testes-piloto indicam que é possível reduzir o resíduo a 80% de sólidos. Com isso, novas projeções indicam que não só é possível chegar até 2030, mas também é viável prolongar a vida útil da Barragem de Palmital até 2045. Serão feitos novos testes, em 2014, com filtros maiores. A estimativa é começar a operar efetivamente, nessa configuração, a partir de 2016. Temos patentes nas áreas de tratamento de minérios e também nos processos metalúrgicos de Zinco, Níquel e Alumínio. Uma dessas patentes é referente ao tratamento integrado de concentrados sulfetados e oxidados de Zinco, sendo a planta de Três Marias (MG) a única no mundo com este processo produtivo. Em 2013, depositamos a patente verde referente ao uso do resíduo originado dos fornos de alumínio. Procuramos também, cada vez mais, desenvolver tecnologias que permitam viabilizar novas jazidas e estender a vida útil das atuais instalações frente aos futuros cenários, além de soluções para recuperação dos minérios de baixo teor, incluindo barragens, a fim de prolongarmos a vida útil das minas e, assim, obtermos melhores resultados em nossos negócios. Nossa gestão estratégica de inovação está dividida em quatro pilares, sendo as pessoas, nossos empregados, os grandes responsáveis pela geração e implementação de todas as inovações. GOVERNANÇA CORPORATIVA/DIRETORIA DE TECNOLOGIA Estratégia da Inovação Resultados (econômicos, ambientais, sociais) Pessoas Processos para inovação Inteligência da indústria e Governo 49 As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS Esses quatro pilares estão dentro de nossa estratégia, que é de inovação aberta, em que a Votorantim Metais comercializa tanto suas próprias ideias como inovações de outras instituições, buscando levar produtos sustentáveis ao mercado que agreguem valor ao acionista e à sociedade. pesquisa desenvolvimento licenciamento de patentes internalização de ideias de tecnologias internalização de patentes/know-how para desenvolvimento comercialização internalização de protótipos para scale-up spin-offs Tempo 50 RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Financiamento A despeito das intempéries de curto prazo pelas quais passa o mercado de mineração, estamos otimistas quanto à continuidade de nossos projetos de pesquisa e desenvolvimento. No final de 2013, acordamos um financiamento, com valor previsto de R$ 140 milhões (base dezembro/2013), com a FINEP Inovação e Pesquisa, para financiar custos internos e custear os projetos de exploração mineral e o projeto Alumina Rondon. Outra forma de viabilizar a realização de nossos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação é a busca de fontes de financiamento a fundo perdido, como a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), um projeto-piloto criado em dezembro de 2011 para estimular a inovação no País. Já temos oito novos projetos assinados e outros em aprovação. Um deles desenvolveu um sistema inovador de queima de combustíveis, o que permitirá reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Os projetos são desenvolvidos em parceria com o Senai-Cimatec, que entra com capital intelectual, laboratórios, equipamentos e instalações. Os projetos terão investimentos de R$ 20,9 milhões e colocam a Companhia entre as principais empresas do setor industrial que melhor aproveitam o modelo de incentivo à inovação, lançado em dezembro de 2011. Somados com um primeiro projeto, a Votorantim Metais executa R$ 23,4 milhões no âmbito da parceria. O Senai-Cimatec é uma das três instituições nacionais de ciência e tecnologia credenciadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social criada a partir de iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTi) e à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Os investimentos serão divididos igualitariamente entre a Votorantim Metais, o Senai-Cimatec e a Embrapii. A partir de recursos financiados junto à Finep, aportamos um valor correspondente a 1/3 do orçamento de cada projeto desenvolvido no âmbito da parceria. A Votorantim Metais já é a empresa no Brasil que tem o maior número de projetos aprovados pelo Senai-Cimatec no âmbito da instituição governamental. Em valores, os projetos desenvolvidos pela Companhia respondem por 32% do orçamento do total de trabalhos desenvolvidos pelo Senai-Cimatec. USINA DE RECICLAGEM METÁLICA Na Zona da Mata Mineira, conduzimos um projeto pioneiro: a primeira planta de polimetálicos do País. Orçado em R$ 521 milhões, o Polimetálicos tem como proposta transformar a indústria de zinco de Juiz de Fora (MG), que utiliza 100% de matéria-prima importada, em uma empresa recicladora da cadeia produtiva do zinco, por meio da recuperação de materiais alternativos. Além dos atuais produtos, como zinco, ligas de zinco, sulfato de cobre, ácido sulfúrico e concentrado de prata, nossa Unidade de Juiz de Fora (MG) terá condições de produzir sulfato de chumbo, escória Waelz (com aplicação no cimento e pavimentação) e sal misto (cloreto de sódio e potássio). Os investimentos em equipamentos com forte apelo ambiental, como o forno Waelz, permitem o tratamento de materiais com baixos teores de zinco, que hoje não são aproveitados. Dentre eles, estão resíduos internos da Unidade de Juiz de Fora (MG) e das minas de zinco do Brasil, além do pó de aciaria elétrica, que é considerado um resíduo classe I da indústria siderúrgica e que hoje é colocado em aterros controlados. Assim, a empresa dá uma destinação final para esses materiais e ainda reduz a necessidade de concentrados de zinco importado. Considerando a disponibilidade do forno Waelz para o tratamento de outros materiais contendo zinco, temos condições de tratar aproximadamente 85% do pó de aciaria elétrica gerado no Brasil, o que corresponde a todo o pó de aciaria elétrica de Minas Gerais. Outro ganho ambiental do projeto diz respeito à alteração do processo hidrometalúrgico da Unidade de Juiz de Fora (MG), que deixará de gerar a jarosita, um tipo de sulfato que representa 80% dos rejeitos atualmente gerados e que já são dispostos em uma barragem própria para este fim. A definição da tecnologia aplicada no projeto Polimetálicos foi fruto de uma ampla pesquisa entre as mais modernas do mundo na atualidade. 51 As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS GESTÃO DE FORNECEDORES Tivemos cerca de 7.400 fornecedores cadastrados, homologados e ativos em 2013. Temos como objetivo aumentar a contratação de fornecedores das regiões próximas às nossas unidades, como forma de incentivar o desenvolvimento econômico e a geração de emprego locais. Acreditamos que essa é uma forma de gerar valor compartilhado e de termos uma contribuição perene para a economia e a sociedade do entorno de nossos empreendimentos, majoritariamente localizados em áreas remotas, distantes dos grandes centros. É uma maneira de promover o desenvolvimento e, desde o início, atuar para reduzir a dependência da atividade mineradora. Trabalhar no desenvolvimento da cadeia de fornecedores locais, especialmente de serviços, contribuirá para viabilizar nossos empreendimentos e faz parte da gestão de riscos. Damos prioridade à mão de obra da região e investimos na sua capacitação técnica, gerando um maior comprometimento das pessoas com o projeto. É um meio de eliminar riscos inerentes ao uso de mão de obra de fora, como rotatividade elevada e suas consequências, que podem ter impacto em prazo e segurança. Assim, sem deixar de considerar os fatores técnicos e comerciais, estamos incluindo esse olhar na hora de escolher os fornecedores com quem vamos trabalhar, em toda a cadeia. Para operar como nossos fornecedores, as empresas precisam atender a requisitos de gestão, segurança e relações trabalhistas. Ficam assim preparadas para fornecer para quaisquer empresas do porte e do nível de exigência da Votorantim Metais. A preocupação com o desenvolvimento de fornecedores tem início ainda na fase de projeto e faz parte da licença social para operar. Enquanto as áreas responsáveis elaboram o projeto e estudam sua viabilidade técnica e econômica, têm início um mapeamento da mão de obra local e as articulações para sua capacitação. 52 INCENTIVO À CADEIA DE FORNECEDORES DE GOIÁS Sob a liderança da Federação das Indústrias do Estado de Goiás/Instituto Euvaldo Lodi (FIEG/IEL), nos juntamos à Anglo American e à AngloGold Ashanti, outras duas empresas do setor de mineração, e criamos o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), cujo convênio foi assinado em dezembro de 2013. O objetivo é capacitar empresas dos municípios de Barro Alto, Crixas, Goianésia, Niquelândia e Uruaçu, onde estão localizadas as unidades das três empresas. Com a capacitação dessa cadeia, a intenção é fortalecer ainda mais os negócios no entorno das unidades, o que é importante para o desenvolvimento sustentável desses municípios. O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores visa estimular a competitividade, aperfeiçoar a gestão, ampliar mercado e fomentar uma atuação social e ambientalmente responsável. Busca ainda promover a qualificação profissional e o fortalecimento das entidades de classe. O Programa é coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi e envolve temáticas como gestão financeira, recursos humanos, qualidade, mercado e planejamento. O convênio inclui três rodadas de negócios. A primeira delas foi realizada em dezembro de 2013, em Niquelândia (GO), com a participação de 24 empresas locais. DESENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES EM QUE ATUAMOS Em 2013, investimos direta ou indiretamente, em parceria com o Instituto Votorantim, mais de R$ 9,8 milhões em cerca de 50 projetos voltados ao desenvolvimento de comunidades onde estamos presentes, com foco em trabalho, educação, cultura, esporte e desenvolvimento local. Os projetos abrangem 25 municípios em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Cajamarquilla (Peru). São iniciativas importantes, especialmente em localidades remotas, demandantes de infraestrutura e mão de obra. Não se trata de assumir o papel do estado, mas de atuar para criar as condições necessárias para viabilizar nossos empreendimentos. Também queremos deixar um legado positivo para essas comunidades, em diversos setores que se interligam, como educação, empreendedorismo, geração de renda e serviços comunitários. Um dos pontos a destacar no ano foram os esforços para melhorar a gestão dos projetos sociais. Todos os projetos passam por uma avaliação trimestral de uma empresa contratada pela Votorantim Metais para analisar itens como gestão de recursos, cronograma e atingimento de metas. São quatro visitas anuais a cada projeto. É emitido um relatório, que é submetido à apreciação da diretoria. Outra novidade é que, em nosso planejamento estratégico de responsabilidade social, são as Unidades, por estarem próximas às comunidades, que definem os projetos que terão nosso apoio financeiro. Para facilitar, classificamos os projetos conforme seu objetivo ou o legado que pretendemos deixar na comunidade. Em localidades que não têm dependência da presença da Votorantim Metais, os projetos são voltados ao relacionamento. Já em municípios com estrutura deficitária de desenvolvimento, muito dependentes economicamente de nossas atividades, procuramos estimular o desenvolvimento local, de forma articulada com os demais setores. Por isso, temos o Projeto Apoio à Gestão Pública – realizado em Vazante (MG), Três Marias (MG) e Fortaleza de Minas (MG), em parceria com o BNDES –, e o Projeto Qualificação de ONGs, realizado em Fortaleza de Minas (MG). Além disso, realizamos projetos voltados à geração de renda, emprego e empreendedorismo que fomentam o dinamismo econômico local. 53 As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS Os principais projetos em 2013 foram: Tela Viva (Itamarati de Minas – MG) Projeto cultural que abrange 10 municípios e tem como meta o acesso e a formação de público para a produção audiovisual brasileira, por meio de sua unidade móvel de cinema, que percorre bairros e distritos rurais. Desde 2009, já foram feitas cerca de 250 exibições na região da Zona da Mata Mineira. Em 2013, houve a continuidade de exibições públicas e da produção de filmes nas comunidades. Em parceria com prefeituras locais, promoveu o deslocamento de alunos e professores para cinemas e salas de exibição da região. Foram investidos R$ 250 mil, recurso de Lei Rouanet, e atendidas 12 mil pessoas. Programa de Educação para o Trabalho – PET (São Miguel Paulista – SP) Promove a inclusão social, os direitos humanos e a cidadania e busca oportunidades de emprego para jovens oriundos de famílias de baixa renda da comunidade do Jardim Pantanal e do Itaim Paulista (São Paulo – SP). De 2010 a 2012, formou 240 jovens em parceria com o SENAC, dando a oportunidade de vivências em grandes empresas e inserção no mercado de trabalho formal. Em 2013, foram capacitados mais 120 jovens. O investimento, no ano, foi de R$ 269.350,00. Futuro em Nossas Mãos (São Paulo – SP) Ecos da Mata (Miraí – MG) Iniciado em 2010, tem como objetivo criar bases para o desenvolvimento regional sustentável, com envolvimento de governo, iniciativa privada e terceiro setor. Na frente de Capacitação de Gestores Públicos, foram capacitadas 94 pessoas, sendo 80 representantes do poder público e 14 representantes de controle social e lideranças comunitárias. A frente de Fórum desenvolveu nove encontros itinerantes, para elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional. A frente Capacitação para Turismo Rural e Ecológico Comunitário capacitou 109 participantes, em 11 oficinas, e elaborou três Planos de Desenvolvimento do Turismo Rural. No final de 2013, o Programa iniciou a consolidação da ADEMATA (Agência de Desenvolvimento Local da região da Zona da Mata), uma forma de consolidar a sustentabilidade do processo realizado na localidade. Em 2013, foram investidos R$ 100 mil. De Olho no Futuro (Fortaleza de Minas – MG) Desde 2012, trabalha para o fortalecimento de produtores agrícolas do PAIS (Produção Agroecológica Integrada Sustentável), com foco no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e na melhoria da comercialização, com o mapeamento de novos focos de comércio. Os 60 agricultores participantes vendem suas mercadorias ao programa Mesa Cheia, ao Supermercado Zé Maia e a duas escolas estaduais. Em 2013, foram investidos R$ 216.960,00. 54 Visa à capacitação de jovens para atuar nos mercados de serralheria e instalação e manutenção de esquadrias de alumínio e busca sua inserção no mercado de trabalho. Oferece acompanhamento pedagógico e preparação para o mercado de trabalho, junto a uma rede de parceiros intersetorial. Desde 2006, o projeto já capacitou mais de 400 jovens e ajudou a inseriu 60% deles no mercado de trabalho. Em 2013, o investimento foi de R$ 275.168,00, beneficiando mais de 80 pessoas. A renda média após a formação é de R$ 800,00. Qualidade de Vida e Sustentabilidade para Criadores de Porcos (Cajamarquilla – Peru) Atua desde 2012 na capacitação de 35 famílias criadoras de porcos da região de Cajamarquilla. O objetivo é melhorar a qualidade de vida por meio da implementação de cadeia produtiva, melhorias em higiene, condições sanitárias e segurança. O investimento em 2013 foi de R$ 91.200,00.A expectativa de renda mensal é de R$ 780,00. Educando para o Futuro (Cajamarquilla – Peru) Busca a melhoria na qualidade do raciocínio matemático e verbal de adolescentes e jovens de Cajamarquilla, por meio de um programa de capacitação e acompanhamento de professores e alunos de colégios públicos selecionados na região. Teve início em 2013 e beneficiou 461 pessoas, com o investimento de R$ 373.147,00. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS Projeto Três Marias em Estampa (Três Marias – MG) Com esse projeto, iniciado em 2013 e inaugurado em abril de 2014, a cooperativa de costureiras Coopermoda comercializa roupas e uniformes para empresas, escolas e eventos da região de Três Marias. Com o apoio do Programa ReDes, do Instituto Votorantim, a cooperativa construiu sua sede, adquiriu máquinas e capacitou as cooperadas em temas como vendas, encomendas, estoque, atendimento ao cliente e precificação. Um dos objetivos do grupo é, no futuro, produzir uniformes para a unidade da Votorantim Metais na cidade mineira. Projeto Sabores da Fazenda (Niquelândia – GO) Esse projeto, que também conta com apoio do Programa ReDes, do Instituto Votorantim, visa ampliar a produção e a comercialização de pães, bolos e pães de queijo fabricados por mulheres em Niquelândia, que são comercializados para escolas da região. Após a aquisição de maquinários e a realização de treinamentos, foi inaugurada nova sede, em 2013, o que propiciará o atendimento de novos mercados, já que, antes, as cooperadas trabalhavam mediante encomenda e os produtos eram entregues para consumo imediato, nas escolas. Com a abertura do novo espaço, é possível fazer congelados e diversificar a oferta para o mercado, podendo abastecer também supermercados, hotéis e outros estabelecimentos. Programa de Voluntariado Em 2013, reforçamos o Programa de Voluntariado empresarial. Além da realização do programa na Votorantim Industrial, desde 2008, com a realização de ações mensais de março a novembro, expandimos o mesmo formato, na Votorantim Metais, para as Unidades de Cajamarquilla (Peru), Juiz de Fora (MG) e São Miguel Paulista (São Paulo – SP). As ações são realizadas por meio de parcerias com organizações sociais e escolas, como a parceria com a ONG TETO, com a finalidade de viabilizar construção de casas de emergência para famílias em situação de extrema vulnerabilidade, e com a ONG Grupo Terra, que atua com recreação e entretenimento para pessoas com deficiência visual. Nas Unidades de Cajamarquilla, Juiz de Fora e São Miguel Paulista, as ações perpassam por temas de educação, alinhadas às demandas das escolas públicas locais, e empreendedorismo juvenil. Nessas iniciativas, em 2013, foram investidos cerca de 70 mil reais, beneficiando 3.727 pessoas. Temos também o DIA V, em comemoração ao Dia Nacional do Voluntariado, em 28 de agosto. Na ocasião, todas as nossas unidades promovem iniciativas com organizações sociais. Em 2013, participaram 315 voluntários e 1.384 pessoas foram beneficiadas. O voluntariado é uma forma da Empresa estimular o empregado a exercer sua cidadania e promover transformação social nas localidades em que estamos presentes. O bom relacionamento com as comunidades do entorno é muito importante para a Votorantim Metais. Para estabelecer um canal formal direto com a comunidade, sistematizamos uma metodologia de incidentes sociais para receber e tratar queixas e reclamações de nossos vizinhos. Ele estabelece um fluxo para recebimento, registro e tratamento, incluindo prazos e feedback ao reclamante. Em 2013, o sistema funcionou em caráter piloto na Unidade de Três Marias (MG). HORTALIÇAS E LEGUMES FRESQUINHOS E SEM AGROTÓXICOS Os agricultores Jonathan Viana e sua mulher Eneida ficaram felizes e orgulhosos. Junto com mais 10 pequenos produtores rurais de Fortaleza de Minas (MG), eles agora são fornecedores do supermercado Walmart, de Passos (MG), entregando à rede produtos como cenoura, beterraba, jiló, berinjela, pimentão, abobrinha, repolho e couve-flor, sem agrotóxicos. Em dezembro de 2013, a Associação dos Produtores Agroecológicos de Fortaleza de Minas (Apafort), da qual Jonathan e Eneida fazem parte desde o início do projeto, concretizou a primeira venda experimental de hortaliças e legumes ao Walmart. “Apenas no fim de semana, quase todos os produtos já tinham sido vendidos. Temos certeza de que quem experimentar vai gostar”, afirmam. Para atender ao Walmart e concretizar o contrato, foram desenvolvidos tabela nutricional, código de barras, embalagem padronizada e identificação visual do espaço para exposição dos produtos da Apafort em layout padrão, em conformidade com a legislação e o mercado para produtos hortifrutigranjeiros. A Apafort recebe a consultoria da Agência de Desenvolvimento Socioeconômico de Fortaleza de Minas (Adesfort), que por sua vez é apoiada pela Votorantim Metais e pelo Instituto Votorantim. O suporte à Adesfort é uma de nossas ações de desenvolvimento econômico e social no município de Fortaleza de Minas. Também atuamos em parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza de Minas, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), a Associação dos Artesãos de Fortaleza de Minas (ASSOCIART), o Instituto BioSistêmico (IBS) e Fundação de Ensino Superior de Passos (FESP). COMPROMISSO COM A COMUNIDADE Acreditamos que nosso compromisso com a comunidade começa antes mesmo do início de nossas operações. Por isso, juntamente com o Projeto Greenfield Alumina Rondon, em Rondon do Pará (PA), demos início ao Programa de Apoio à Gestão Pública. Em parceria com o Instituto Votorantim e o BNDES, oferecemos apoio técnico especializado e capacitação às prefeituras para elaboração de projetos de modernização da gestão pública e elaboração de planos para redução do déficit de infraestrutura municipal. Em Rondon do Pará, estão previstas a realização de um diagnóstico da situação dos setores básicos, a capacitação de gestores e servidores públicos para a elaboração do planejamento de suas áreas, a elaboração conjunta de projetos para captação de recursos e, finalmente, a captação e contratação de recursos onerosos e não onerosos em instâncias estaduais e federais. Em 2013, o Programa investiu R$ 764 mil e há outros R$ 986 mil contratados para os próximos anos. Além disso, iniciamos cursos em parceria com o SENAI para formar 140 alunos e com o Instituto Federal do Pará (IFPA) para formar 300 alunos. Esses 440 alunos concluíram seus cursos no primeiro trimestre de 2014. A previsão até 2015 é de viabilizar ainda mais 8 mil vagas, aproximadamente, envolvendo, além de Rondon, os municípios de Abel Figueiredo e Dom Eliseu, no Pará. O Projeto Alumina Rondon compreende uma mina de bauxita e uma refinaria de alumina integradas, no município de Rondon do Pará, localizado no sudeste do Pará, próximo à cidade de Marabá. A alumina (óxido de alumínio) é produzida a partir do refino da bauxita e é utilizada principalmente para a fabricação de alumínio, mas também para a fabricação de cerâmicas especiais, como isoladores elétricos. O projeto segue as mais modernas práticas do mercado; podemos citar a recuperação das áreas lavradas para seu uso original, a cogeração de energia e vapor, o reuso de 100% da água e a disposição seca dos resíduos. O projeto encontra-se na fase de licenciamento ambiental. Após a obtenção das licenças e a aprovação da construção, serão necessários mais três anos de obra, até o início da operação. A capacidade anual de produção é de 7 milhões de toneladas de bauxita beneficiada e de 3 milhões de toneladas de alumina. 57 As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA No projeto Alumina Rondon, participamos da articulação de cursos de capacitação de mão de obra. Os cursos capacitarão cerca de 9 mil pessoas até 2015, nos municípios de Rondon do Pará, Dom Eliseu e Abel Figueiredo, no Pará. Eles poderão concorrer às cerca de 6 mil vagas que serão abertas na época da implantação do projeto e às 1.600 vagas previstas para a operação da refinaria de alumina e da mina de bauxita. Essa iniciativa faz parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e é realizada em parceria com a Prefeitura de Rondon do Pará, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). A qualificação de mão de obra também envolve a capacitação específica para produtores rurais. O Programa de Fomento à Produção Agrícola prevê a realização dos cursos de operador de máquinas e implementos agrícolas, auxiliar técnico em agropecuária, agricultor agroflorestal, horticultor, agricultor familiar e identificador florestal. O objetivo é fomentar a produção de alimentos na região e tornar os produtores locais aptos a atender às demandas geradas a partir da implantação do empreendimento. Esse trabalho vem sendo desenvolvido pela área de Tecnologia de Energéticos, criada em 2012 com foco em desenvolvimento de projetos para melhoria da eficiência energética e redução de emissões de gases de efeito estufa, prioritariamente em duas vertentes: • Eficiência energética – melhorar o consumo específico dos processos, reduzindo o consumo de energéticos (energia elétrica, gás natural, coque, óleo, etc.). • Flexibilidade energética – substituição dos combustíveis fósseis atuais por combustíveis alternativos. Estamos conduzindo diversos projetos de pesquisa, aplicáveis a toda a Votorantim Metais, entre eles projetos de utilização de óleos renováveis, utilização de biogás, recuperação de calor (gases, sólidos e líquidos) visando à redução do consumo de vapor, automação com foco em redução de consumos energéticos e utilização de biomassa em nossos processos metalúrgicos. Com nossos esforços para minimizar o consumo de energia em 2013, reduzimos o custo de energia em R$ 13,4 milhões, ao economizar 623.765 GJ. Desse total, 151.226 GJ foram de energia térmica. Com essa energia, poderíamos dar 1.389 voltas ao redor da terra com um carro popular. O restante economizado seria suficiente para abastecer 851.104 residências durante um mês. Se compararmos com a cidade de Alumínio (SP), a energia economizada seria suficiente para abastecer durante 12 anos todas as residências da cidade (17.789 habitantes e 5.928 residências). Ou poderia suprir durante 1,4 ano as residências de São Caetano do Sul – SP (156.362 habitantes e 52.121 residências). Na busca de eficiência e flexibilidade energéticas, podemos destacar as seguintes iniciativas: ECOEFICIÊNCIA E USO RESPONSÁVEL DOS RECURSOS Uso de Energia Elétrica / Matriz Energética Em nosso planejamento estratégico, prevemos a otimização dos recursos energéticos como um dos desafios para a perenidade dos negócios. Nossa meta é melhorar a eficiência energética em 10% até 2020 em comparação ao índice de 2010 – o dobro estipulado pela Votorantim Industrial. Temos a lista de ações necessárias para alcançar esse objetivo e buscamos os recursos necessários para realizá-las. 58 • Em Niquelândia (GO), que é uma das maiores consumidoras de óleo combustível na Empresa, vamos testar a utilização de biomassa, gerada em nossas fazendas da região, como substituta de parte do coque para à produção de vapor. • Ainda em Niquelândia, estamos testando o uso do resíduo dos fornos de produção de alumínio (um material tóxico, classe 1) como parte do insumo energético. O potencial de sucesso desse projeto é elevado e poderemos destinar à Niquelândia as 1.500 toneladas de resíduo geradas mensalmente no negócio Alumínio. Com isso, iremos reduzir o consumo de combustível de origem fóssil e parte desse elevado custo em Niquelândia e ainda daremos um destino a um resíduo perigoso, de alto custo de armazenamento. RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS • Esses desenvolvimentos foram possíveis graças ao investimento de R$ 500 mil para a modernização da planta piloto de Niquelândia. Em 2014, o foco será a modernização da planta piloto de Juiz de Fora (MG). O objetivo é substituir o atual combustível, coque, por combustíveis alternativos. • Na Unidade de Três Marias (MG), temos um projeto inovador, em estágio avançado de engenharia e estudos de viabilidade, para a recuperação de calor dos 40 fornos de óxido de zinco. Os gases da exaustão dos fornos serão direcionados para gerar vapor, o que atualmente é obtido usando-se óleo combustível. • Na Unidade de Vazante (MG), em fase mais inicial, está sendo estudada a implantação de uma pequena central hidrelétrica, movida pela água que é bombeada do subsolo no rebaixamento do lençol freático. • Nossa área de Tecnologia está participando de um projeto, que está em fase inicial, junto com a Votorantim Energia e uma instituição suíça de pesquisa, que prevê a utilização de microeletrônica orgânica para produzir filmes finos fotovoltaicos para a produção de energia. Gestão de Resíduos Em 2011, estabelecemos a meta de geração “zero” de resíduos minero-metalúrgicos até 2020. Um levantamento realizado em 2012 indica que a Votorantim Metais gera 5,4 milhões de toneladas de resíduos por ano. Desse total, já reutilizamos, reaproveitamos ou eliminamos 27%. Para outros 33%, já temos rota tecnológica definida, faltando apenas viabilizar economicamente sua implantação. E para os 40% restantes, temos estudos em andamento. A diretriz desses projetos vai além de tratar ou eliminar o resíduo. Queremos gerar valor com eles, inclusive com resíduos de terceiros, como é feito na Metalex, que trabalha com resíduo industrial, e na Unidade de Juiz de Fora (MG), que recicla zinco a partir do pó de aciaria. Somando as receitas geradas em 2013 com o tratamento ou reaproveitamento de resíduos, o total passa de R$ 100 milhões. A eliminação de investimentos em novas barragens, que representam um custo sem valor agregado e sem benefícios ambientais nem sociais, é um dos objetivos que têm mobilizado a nossa atenção. Além de reduzir custos financeiros, é um caminho que traz impactos ambientais positivos, já que novas barragens demandam terras virgens, realocação de pessoas e controle do passivo. Desde 2010, a Unidade de Morro Agudo (Paracatu – MG) é considerada “resíduo zero”. Após investimentos em tecnologia, a Unidade não gera mais resíduos e produz um novo produto, o Pó Calcário Agrícola. Foram investidos apenas R$ 300 mil numa solução que evitou a necessidade de construir uma nova barragem a cada três anos ao custo de R$ 35 milhões cada. Anualmente, são produzidas cerca de 700 mil toneladas por ano de Pó Calcário Agrícola, que é usado na correção da acidez de solo. O Pó Calcário Agrícola da Votorantim Metais é chancelado pelo Ministério da Agricultura e tem qualidade atestada pela Universidade Federal de Lavras (MG). As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS A experiência de Morro Agudo inspirou novos projetos, buscando a meta de resíduo zero até 2020. Viabilizamos, por exemplo, a extensão da vida útil da barragem de Niquelândia (GO) por 17 anos e evitamos a necessidade de investir R$ 350 milhões na construção de uma nova barragem. A atual já tem 30 anos de operação e não teria mais condições de expansão pelo método convencional. Desenvolvemos um novo método de armazenamento, com base na experiência da Unidade de Fortaleza de Minas (MG). Tomamos todos os cuidados necessários para mitigar os riscos de engenharia e ambientais. A primeira parte da obra já está pronta, e o projeto vai custar 1/3 do que demandaria uma barragem nova, sem considerar os impactos ambientais. No negócio Alumínio, o objetivo era dobrar a vida útil da barragem de Palmital até 2020. Com o uso de filtros prensa para retirar a parte líquida do resíduo, uma inovação para um problema que desafiava a indústria mundial de alumínio, prolongaremos a vida útil da barragem até 2045 e descartamos a necessidade de investir R$ 300 milhões em uma nova barragem. Durante esse projeto, descobrimos ainda que poderemos perenizar a barragem atual. Estamos testando o uso do resíduo como insumo de uma indústria, que terá redução de custos e emitirá 30% menos gases de efeito estufa. O líquido retirado pelos filtros prensa será reaproveitado na refinaria, trazendo economia de soda cáustica e de cloro. A estimativa é começar a operar em escala industrial em 2016. Esses projetos das barragens de Niquelândia e de Palmital têm grande potencial e irão acrescentar pontos ao sistema de gestão de barragens da Votorantim Metais, que já é considerado um dos melhores do mundo, monitorado e auditado pela Geo Consultoria. Nosso sistema de gestão é pioneiro e segue um modelo próprio, construído com base nas mais rigorosas legislações internacionais. A fim de garantir a segurança, indícios de problemas são identificados com muita antecedência e corrigidos prontamente. Os novos projetos são concebidos de forma a ter geração mínima de resíduo. E procuramos formas de aproveitá-lo ao máximo, ainda que seja no futuro preenchimento da mina. Buscamos ainda eliminar a necessidade de ter barragem. Os projetos Bongará e Aripuanã, ainda em fase de estudos, não preveem a construção de barragem. 60 Se for imprescindível, estudamos formas mais modernas, como o empilhamento a seco, que é mais fácil de manejar, tem menos risco de rompimento e pode ser revegetado por cima. Ao mesmo tempo em que há ganhos ambientais, a geração mínima e o aproveitamento máximo de resíduo, além da eliminação da necessidade de barragem, reduzem o investimento na construção e monitoramento. O resíduo dos fornos de alumínio está sendo testado, com sucesso, em duas aplicações. A primeira delas é como substituto de parte do óleo combustível em Niquelândia (veja detalhes no item Uso de Energia Elétrica / Matriz Energética). Outra possibilidade interessante é seu uso como fluidificante de escória na Votorantim Siderurgia. Se for aprovado, poderemos destinar o resíduo de alumínio, que é classe 1, a outras siderurgias. Além de mitigar um risco ambiental, o uso de pó de aciaria (resíduo classe 1 gerado pela indústria siderúrgica) como substituto de parte do concentrado de zinco na Unidade de Juiz de Fora (MG) é outra iniciativa que tem ganhos econômicos e reflexos positivos ao meio ambiente. O processamento começou em 2012 com a Votorantim Siderurgia e foi multiplicado por quatro em 2013, confirmando a vocação e aumentando a lucratividade da Unidade de Juiz de Fora, que recebe da indústria siderúrgica para dar um destino ao resíduo e tem seu custo de produção reduzido. Já estamos prestando esse serviço para outras empresas e podemos ampliar ainda mais o mix de pó de aciaria. Agora, começamos a testar o uso de pilhas como substitutas do concentrado de zinco. Ainda a respeito do uso responsável dos recursos, temos uma equipe dedicada ao planejamento de longo prazo das minas atuais, que procura antecipar as variações de teor mineral ao longo do tempo, calcular a necessidade de abertura de galerias e identificar maneiras de estender a vida útil das minas. Em Vazante (MG), identificamos um recurso mineral numa área que pertencia a uma massa falida, compramos a propriedade e vamos estender em cinco anos a vida útil da mina, de 2025 para 2030. Já a mina de Morro Agudo (Paracatu – MG) tinha previsão de esgotamento em 2015, mas nossa pesquisa revelou a oportunidade de prolongar a atividade até 2020. PÓ CALCÁRIO AGRÍCOLA: UM NOVO PRODUTO DA VOTORANTIM METAIS Desde julho de 2010, a Unidade de Morro Agudo (Paracatu – MG), após investimento em tecnologia, não gera mais resíduos no processo de beneficiamento do zinco e passou a produzir um novo produto, o Pó Calcário Agrícola, que é totalmente comercializado. Foram investidos R$ 300 mil no projeto, denominado “Zero Resíduo”. O faturamento com a venda do PCA em 2013 foi de R$ 7,7 milhões; em 2012 foi de R$ 10,5 milhões e em 2011, de R$ 6,8 milhões. Além disso, houve um gasto evitado de R$ 20 milhões com construção de nova barragem para destinação e movimentação do resíduo industrial que era gerado, o Pó Calcário Industrial (PCI). Há também o ganho socioambiental – o PCI gerado anteriormente era destinado a uma barragem, tornando-se assim um passivo ambiental. O PCI gerado entre 2008 e 2010, depositado em barragem, está sendo reprocessado, com a recuperação do zinco e do chumbo depositados, a fim de se eliminar esses depósitos e reaproveitar os locais. O PCA tem alto potencial nutritivo para o solo, devido ao zinco em sua composição, sendo utilizado assim como insumo agrícola e elemento de correção de pH de solos. O produto tem granulometria filler (muito fina), o que garante uma melhor absorção de nutrientes. Além de corrigir o pH do solo, neutralizando a acidez, esse produto maximiza os efeitos do fertilizante e possibilita uma aplicação tardia, elevando a produtividade da terra. O Projeto “Zero Resíduo” foi uma quebra de paradigma dentro do processo de beneficiamento, pois foi possível eliminar a geração de PCI, e passar a produzir o PCA, que se tornou assim parte da gama de produtos da Votorantim Metais. Gestão de Água e Efluentes Atualmente, o volume de água usado nas unidades da Votorantim Metais gira em torno de 20 milhões de m3/ano. De acordo com o balanço hídrico realizado em 2013, reutilizamos (o que chamamos de “eficiência hídrica”) metade desse total e já somos considerados referência entre as Empresas Industriais da Votorantim, mas queremos ir além. Nossa principal meta, como já mencionado, é recircular 100% da água de processo, zerando a emissão de efluentes, até 2020. A proposta é captar água apenas para repor as perdas de evaporação ou de incorporação em produtos. No dia a dia, contamos com a utilização de uma ferramenta de apoio, o balanço hídrico, que permite contabilizar os usos da água num nível de detalhamento e complexidade bem abrangente. O balanço hídrico está sendo utilizado, de forma padronizada, em todas as nossas Unidades. O comportamento das unidades é diferenciado no que se refere à percentagem de reutilização. Embora o valor médio seja 50%, podemos destacar, por exemplo, as Unidades de Morro Agudo (Paracatu – MG), com 89% de eficiência, e Cajamarquilla (Peru), com 67%, que se sobressaem com eficiências mais elevadas. O programa nasceu em função das seguintes constatações: Com isso, e em linha com a premissa de “geração de valor compartilhado”, geramos valor para a Empresa e contribuímos para a preservação de recursos, ao reduzir os custos inerentes aos processos de captação de água, tratamento e lançamento de efluentes. Vale lembrar que, nos dias de hoje, o custo de captação de água dos rios brasileiros ainda é baixo, mas tende a subir. Estudo da consultoria KPMG revela que, em média, a indústria paga US$ 0,25 pelo metro cúbico no Brasil. Na França, o custo chega a US$ 6. 62 A partir do amadurecimento do processo de contabilização do uso da água e envolvimento das equipes de processo e de meio ambiente, implantamos, em 2014, o Programa de Governança da Água na Votorantim Metais. • A água é um tema sensível em nível mundial. • Existem, no mundo, restrições e competição crescentes para acesso ao recurso água. • A captação e o tratamento de água e efluentes e a cobrança pelo uso da água são custos importantes, e crescentes, para a atividade industrial. • Devemos estar atentos à gestão de riscos associados à escassez de água nos locais onde a Votorantim Metais tem suas operações. O processo de mineração exige uma grande demanda de água. • A licença para operar envolve o uso do recurso água. • Temos a meta de recirculação de 100% da água de processo até 2020. O objetivo do programa é mapear as principais oportunidades internas e externas para uma gestão eficiente, diferenciada e contínua do uso da água, viabilizando o atingimento da Meta 2020 e a conservação dos recursos hídricos. O programa é fundamentado em quatro pilares: social, estratégico, educacional e ecoeficiência. Para uniformizar a medição, criamos em 2012 o Manual de Balanço Hídrico, com base na metodologia da Universidade de Queensland, da Austrália. Esse material promove a aplicação de um modelo consistente e sistemático que permite identificar, mensurar, registrar e reportar informações sobre o uso da água. O manual também possibilita quantificar os fluxos de água entre os processos ou atividades desenvolvidas em cada unidade da Votorantim Metais, de forma a permitir a sua contabilização de maneira padronizada. Em 2013, revisamos e aplicamos o manual em todas as unidades, com exceção da Milpo (Peru), cuja aplicação está prevista para 2014. Nossa metodologia, criada a partir de um estudo envolvendo 19 outras metodologias, virou referência de mercado e está sendo recomendada pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) para as empresas do setor. Queremos evoluir rapidamente rumo ao reaproveitamento da água, que, junto com a energia, será um dos futuros gargalos da mineração. Por isso, escolhemos 2014 como “o Ano da Água na Votorantim Metais”, que será marcado pela realização de atividades internas e externas. Do lado interno, vamos analisar os gaps de cada unidade e os projetos que poderão nos levar a nosso objetivo de recircular 100% da água de processo. Em Três Marias (MG), por exemplo, já desenvolvemos um processo para reduzir o teor de sulfato na água, o que impede sua recirculação atualmente, e, com isso, também vamos gerar um produto para uso na agricultura. O processo deverá entrar em operação em 2018, e a Unidade passará a ter 100% de eficiência hídrica. No Peru, onde o acesso à água já é um tema crítico, contratamos uma consultoria em 2013 para analisar as tendências de sustentabilidade. Em Cajamarquilla, já fazemos a osmose reversa da água, para permitir a recirculação. No negócio Alumínio, a água, inclusive das chuvas, é coletada, tratada e reutilizada. Na Unidade de São Miguel Paulista (São Paulo – SP), a recirculação da água usada na produção de sulfato de sódio anidro resulta na economia de 120 m³/dia de água industrial, reduzindo, assim, a geração de efluentes. 63 Entre as ações externas, destaca-se o projeto “Recuperação das áreas de preservação permanente de nascentes: veredas”, realizado desde 2012 na Unidade de Três Marias (MG). O objetivo é atuar na recuperação de nascentes que exercem um papel fundamental na formação e manutenção dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. O diagnóstico mostrou que, entre os problemas, o de maior impacto era o pisoteio por bovinos do solo das nascentes. Procuramos o apoio dos fazendeiros locais e fizemos o cercamento da vereda São José da Tolda, para impedir o acesso dos animais. Outro projeto é o “Empreendedores da Água”, realizado nos municípios mineiros de Três Marias, Vazante e Fortaleza de Minas, com representantes também em Cataguases, Itamarati de Minas e São Sebastião da Vargem Alegre. O objetivo é estimular e fomentar o empreendedorismo local para a promoção da racionalização do uso e da melhoria dos recursos hídricos em Minas Gerais. Manejo do Solo Temos o Projeto Viabilidade Quali-Quantitativa da Produção de Café, Pastagem, Eucalipto e Espécies Nativas sobre Áreas Mineradas de Bauxita (Zona da Mata Mineira). Esse projeto tem o propósito de auxiliar na busca de melhores práticas de manejo de solo e plantio para as áreas que foram lavradas pela Votorantim Metais. Numa parceria com a Universidade de Viçosa (UFV), o projeto, iniciado em 2008, engloba linhas de pesquisa com a finalidade de estudar o solo e as melhores indicações de uso para cada uma das áreas reparadas. Possui um campo experimental na nossa Unidade de Miraí (MG), para tornar possível a avaliação da viabilidade de culturas (plantio de pastagem, café, eucalipto e angico vermelho) e de espécies nativas em áreas impactadas cujos resultados mostram a evolução das áreas a curto, médio e longo prazo. Em 2013, investimos R$ 15 milhões no programa de reabilitação de áreas. EMISSÕES DE GEEs GERADAS PELA ATIVIDADE INDUSTRIAL Entre as empresas industriais da Votorantim, os negócios da Votorantim Metais são os que menos emitem gases de efeito estufa. Nossa emissão gira em torno de 4,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente, cerca de 13% do total da Votorantim Industrial. A expectativa é que, a partir de 2015, daremos ainda mais prioridade a esse assunto, com a criação de uma Política de Emissão de Gases de Efeito Estufa, para atingirmos nossa meta de chegar a 2020 com a mesma emissão equivalente por tonelada ao ano-base de 2010. Será um dos temas das equipes temáticas de ecoeficiência. A Fábrica de Alumínio, que já utiliza matriz energética à base de gás, é o ponto mais crítico no âmbito da Votorantim Metais, respondendo por 52% do total gerado. As ações para tentar reduzir a emissão de gases de efeito estufa estão relacionadas à gestão de processos. Os sistemas Três Marias (MG) e Niquelândia (GO) geram 47%, e o restante refere-se à mineração. Em Niquelândia, temos o projeto de uso de biomassa, que vai reduzir 1% no total da Votorantim Metais. Em Três Marias, temos projetos de recuperação de calor para a produção de vapor. BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Estamos iniciando uma atuação mais direcionada nesse tema e, em 2014, temos como objetivo elaborar nossa Política de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. O projeto-piloto, na Unidade de Rondon do Pará (PA), realizado em conjunto com a Votorantim Industrial, foi apresentado em março de 2013 no quarto e último workshop PESE (Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos), em São Paulo (SP). Trata-se de uma parceria entre as empresas e a sociedade civil, organizada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e pelo World Resources Institute (WRI), com suporte da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Participaram profissionais de oito empresas, entre elas a Votorantim, que vinham se reunindo periodicamente para compartilhar suas experiências. Nesse encontro, que visa fortalecer a capacidade de seus membros em avaliar e gerir os serviços ecossistêmicos, foram apresentados os avanços das empresas participantes no desenvolvimento e na utilização da ferramenta Ecosystem Services Review (ESR), que mede o impacto e a dependência da atividade produtiva sobre os serviços ecossistêmicos. 65 PARA INTEGRAR A GESTÃO DE RISCOS À GESTÃO COMO UM TODO, CONTRUIREMOS UMA MATRIZ DE RISCOS ESTRATÉGICOS. GESTÃO DE RISCOS Para nos adaptarmos à evolução da governança corporativa na Votorantim Industrial, estamos constituindo uma área própria de riscos estratégicos e construiremos uma matriz de riscos estratégicos e de negócios. Esse processo deve maturar ao longo de 2014. Além dos riscos de mercado (preços, commodities, câmbio, juros), que já monitoramos de forma compartilhada com a Área de Tesouraria da 66 Votorantim, nossa matriz de riscos específica compreenderá todo o nosso processo de produção e o processo de gestão, desde a mina até a fábrica final, passando por logística, importação, exportação e entrega ao cliente. É uma planificação que mapeia as vulnerabilidades, quantifica seus impactos, avalia probabilidades de ocorrência e, por fim, prioriza um plano de ação para minimizar riscos. Se temos dependência de um sistema logístico na cadeia, ou temos um nível de operação em mina que mereça atenção, com gargalos na fábrica, dependência grande de um cliente ou de um fornecedor, todos esses quesitos passam por avaliação, com acompanhamento e impactos quantificados. Expandiremos esse mapa de riscos para que ele fique, cada vez mais, amoldado à nossa realidade. Por outro lado, o foco na estabilidade operacional, que vem permeando a atuação de todas as nossas unidades, faz com que os riscos, gradativamente, sejam reduzidos. O objetivo maior é integrar a gestão de riscos com o sistema de gestão como um todo, para prevermos e mitigarmos eventuais riscos. 67 AS PERSPECTIVAS DA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO E METALURGIA SÃO CONSIDERADAS POSITIVAS, MESMO COM UM CENÁRIO DE VOLATILIDADE ECONÔMICA. VISÃO DE FUTURO E TENDÊNCIAS NO MUNDO E NO BRASIL Acreditamos que em 2014 os cenários econômicos brasileiro e global continuarão voláteis. Sob tal contexto, a capacidade de execução, alta performance, gestão sobre a operação, criatividade e disciplina no investimento de capital continuarão a ser peças-chave para entregar resultado superior. Com relação ao mercado global, o Relatório Global Economic Prospects, elaborado pelo Banco Mundial e divulgado em janeiro de 2014, traz previsões de crescimento da economia mundial de 3,2% em 2014, com avanço de 5,3% dos países em desenvolvimento e de 2,2% dos países desenvolvidos. Ainda de acordo com o Banco Mundial, cinco anos após a última grande crise financeira, a atividade mundial pode mostrar sinais de crescimento mais sólido em 2014, puxado principalmente pela recuperação das economias de maior renda. Por sua vez, o desempenho dos países em desenvolvimento seguirá robusto, como reflexo da melhora na demanda externa. No entanto, as perspectivas de evolução para 2014 são sensíveis, por exemplo, à retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos e às mudanças estruturais em processo na China. 68 A economia da Zona do Euro caminha para uma lenta recuperação, pois ainda há o temor de deflação (gerando falta de investimentos e falência de alguns negócios), ao lado de persistentes níveis de desemprego, especialmente na Espanha. Até as economias mais desenvolvidas, como França, Holanda e Alemanha, ainda apresentam entraves a um robusto crescimento do PIB. Por outro lado, algumas economias asiáticas manterão seus níveis de crescimento. No caso da China, o PIB não deverá crescer ao ritmo de anos anteriores, mas, provavelmente, apresentará um acréscimo elevado em comparação ao resto do mundo. No Brasil, teremos o calendário eleitoral, além de um evento esportivo de magnitude, como a Copa do Mundo, recentemente disputada, o que pode fazer com que muitas companhias posterguem projetos ou decisões. Permanece a perspectiva de aumento de juros, fator que inibe investimentos e tomada de crédito pelos consumidores para a aquisição de bens de consumo. Entretanto, o setor de infraestrutura deve continuar atraindo os maiores investimentos e incentivos, com obras de modernização e ampliação de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, construção de hidrelétricas, além das oportunidades RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS adicionais advindas dos dois grandes eventos esportivos: a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. A despeito da expectativa da elevação de juros, mantêm-se ainda boas perspectivas para o mercado de crédito habitacional, que continua a apresentar sinais saudáveis. Cientes de que continuaremos a conviver com um cenário ainda desafiador, permanecemos firmes em nossos propósitos de crescimento, com o aumento da eficiência de nossas operações e foco na redução da alavancagem financeira, medida pelo índice Dívida Líquida/EBITDA. Em paralelo, trabalharemos em iniciativas internas que contribuam para a melhora da rentabilidade, dando ênfase na redução de custos de operação e no aumento da eficácia dos nossos sistemas de gestão. A busca por sinergias e aperfeiçoamento contínuo dos processos também será uma constante, bem como a oferta de um mix de produtos que mantenha a mais alta satisfação de nossos clientes, dentro de novas abordagens comerciais e operacionais, que contribuam para sedimentar a evolução do relacionamento com nossos clientes, fornecedores, parceiros e demais stakeholders. Nesse contexto, a nova governança contribuirá para que nossas subsidiárias atuem de forma descentralizada, o que proporcionará maior agilidade no processo decisório e eficiência operacional, aspectos fundamentais para acreditarmos que estamos prontos para entregar resultados consistentes neste ano de 2014. A Votorantim completará 100 anos em 2018. Acreditamos que a perenidade dos negócios está ancorada em um processo de crescimento com responsabilidade, em uma marca forte e tendo como diferenciais competitivos as pessoas, a sustentabilidade e a inovação. Esses três pilares permitem o desenvolvimento de processos de gestão, a busca de soluções inovadoras para os negócios, novos usos para as nossas matérias-primas e o aprimoramento dos produtos e serviços oferecidos, buscando a geração de valor compartilhado, com respeito ao presente e um olhar para o futuro. NOS NEGÓCIOS DA VOTORANTIM METAIS A indústria de metalurgia e mineração vive um momento de austeridade, adotando uma disciplina financeira mais rígida. Para se manterem ativas e competitivas, o foco é a redução de custos fixos e despesas operacionais, busca da otimização da cadeia de suprimentos, revisão e automatização de processos e aumento de produtividade dos ativos. Depois do boom de demanda da primeira década deste século – deflagrado pela entrada da China na OMC em 2001, que induziu uma corrida para acelerar e viabilizar projetos, ainda que pouco maduros, e inflacionou os custos de insumos, impostos e royalties e o mercado de serviços –, os cenários mais restritivos dos últimos anos fizeram enxugar o estoque de projetos. Embora muitos projetos não tenham apresentado o êxito esperado, atualmente existe uma sobreoferta de produtos, situação que deverá se reverter em alguns anos. A freada nos projetos de prospecção de recursos minerais pode trazer problemas mais à frente. Os projetos precisam ser retomados, mas atendendo à maior disciplina financeira exigida pelos investidores. As perspectivas da indústria de mineração e metalurgia são consideradas positivas. Embora em ritmo mais lento que no passado, a população da China continuará crescendo e mantendo seu processo de urbanização. Já o número de indianos deverá aumentar de forma mais expressiva. Em 2030, China e Índia juntas concentrarão 35% da população mundial, que deverá superar os 9 bilhões de pessoas em 2050. Assim, serão necessários metais para as obras de infraestrutura. Assegurar o suprimento dessa demanda sem interrupções no longo prazo é o desafio da indústria, que tem de encontrar soluções para se ajustar diante da pouca elasticidade da oferta em razão das dificuldades técnicas, geológicas, geográficas e financeiras dos novos projetos. Por outro lado, espera-se a entrada de novos players chineses e indianos nos próximos anos, que terão de equacionar a inflação de custos em insumos, impostos e royalties. 69 VISÃO DE FUTURO E TENDÊNCIAS O cancelamento e a postergação de projetos poderão reduzir a oferta futura. Havendo a concretização da demanda esperada, cria-se um cenário de pressão sobre os preços. Prevemos que os próximos anos serão de muita volatilidade econômica e que a materialização da recuperação tem uma boa dose de risco. Por isso, nosso planejamento estratégico para os próximos anos foi construído para solidificar nossa recuperação. Demos ênfase a ações e projetos que estão em nossas mãos para fazer acontecer. Metade do nosso resultado deverá vir de projetos atrelados à gestão, como a busca de maior estabilidade e eficiência operacional, e de projetos de redução de custos, como os que visam obter valor de resíduos, economizam energia e os que evitam investimentos em barragens. Esperamos, a médio prazo, uma recuperação de preços de commodities, e os novos projetos continuam em nosso radar, mas a palavra de ordem é cautela. Diante do cenário mais restritivo, focalizamos projetos extremamente rentáveis e buscamos parcerias para compartilhar investimentos e riscos. A América do Sul continua como área estratégica, mas estamos reavaliando o direcionamento de projetos. No Peru, os mais avançados são Bongará e Shalipayco, que estão na fase de sondagem e definição do recurso mineral. Na Colômbia, buscamos um parceiro para o projeto de carvão metalúrgico. No Brasil, concluímos o estudo de viabilidade de Alumina Rondon e sua execução deverá ser um pouco postergada até que sejam endereçadas as questões logísticas na região. Na parte de exploração mineral, o projeto mais avançado, em termos de estudos, é Aripuanã. Em novas fronteiras, como África, Vietnã e Zâmbia, estamos redimensionando os projetos à luz da disciplina financeira que o momento exige. LICENÇA SOCIAL PARA OPERAR A prospecção de novos recursos minerais é essencial para a sustentabilidade do negócio. Nossa área de Exploração Mineral tem uma atuação mais centrada nas Américas, sobretudo na Colômbia, Argentina, Peru, Canadá e Brasil. Há dois anos, começamos a atuar na África do Sul. Além de identificar e quantificar o recurso mineral, essa equipe tem outro papel estratégico, que é dar início a um relacionamento pautado na ética e na transparência entre a Votorantim Metais e as autoridades e comunidades locais, para o que chamamos de “licenciamento social”. É preciso buscar uma forte interação com as autoridades e comunidades locais, ainda antes de ter um geólogo no campo. Precisamos explicar quem somos, qual nosso objetivo, como funciona a indústria da mineração em todas as suas etapas e que, na Votorantim Metais, procuramos exercer nossa atividade com estrito respeito às comunidades e ao meio ambiente. Atuamos de forma a ajudar no desenvolvimento local, gerando emprego, renda, promovendo a evolução da gestão pública, investindo na educação e saúde da comunidade. Buscamos mostrar que respeitamos as legislações e envolvemos as comunidades nos monitoramentos ambientais trimestrais, que começam a ser realizados muito antes de qualquer atividade. Na região andina, onde a terra não pertence a uma pessoa, mas a uma comunidade, por exemplo, a grande preocupação é com a preservação da água, que é escassa. Envolvemos a comunidade no acompanhamento ambiental, a fim de mostrar que não estamos prejudicando a qualidade da água e do solo. No projeto Bongará, que fica numa região de serra com selva, desenvolvemos um viveiro de mudas e treinamos a comunidade para que produza mudas que compraremos e usaremos para revegetar áreas afetadas por circulação de veículos e construções. 70 EXPEDIENTE Coordenação Geral Consultoria GRI Gerência Geral de Sustentabilidade Responsável: David Canassa Coordenação: Frineia Rezende Deloitte Touche Tohmatsu Coordenação Votorantim Metais fmcom Ricardo Barbosa dos Santos Gerente Geral de Sustentabilidade Tradução Equipe Votorantim Metais Ana Cláudia de Araújo Lima André Luiz Rodriguez Martins André Luís Machado de Vasconcelos Aricely Lamontanha Camila de Oliveira Dias Marquesin Daniela Rocha Novoa Davi Ribeiro dos Santos Fernanda Diniz Bolzan de Oliveira Flavia Helena Moraes De Oliveira Laís Lucas Moreira Liliane Rocha Luciana do Prado Silva Equipes das áreas corporativas da Votorantim Metais Comercial (Alumínio, Níquel e Zinco), Comunicação, DHO, Gestão,Financeira, Jurídica, Planejamento, Produção e Suprimentos. Equipes das Unidades da Votorantim Metais Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Comunicação, DHO e Gestão. Metalex e Milpo Texto Consultoria Editorial e Edição Eduardo Dantas Redação Abgail Cardoso Projeto gráfico, diagramação e infográficos Inglês: Richard Wightwick Espanhol: Sylvia Gómez y Artigas Belhot Fotos Banco de Imagens Votorantim Família tipográfica Frutiger, Adrian Frutiger, 1975 Publicação Julho/2014 Versão em PDF www.vmetais.com.br/pt-br/ Contato Votorantim Metais Av. Eusébio Matoso, 1375 – 12º andar CEP 05423-180 | São Paulo/SP Tel: (011) 3405-4499 [email protected] www.vmetais.com.br