revista Credit Performance

Transcrição

revista Credit Performance
O Irineu, da C&C,
recuperou mais
clientes e está
vendendo com
mais segurança.
Irineu Lolo,
Gerente Financeiro da C&C.
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igual ao dele?
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Com a ajuda da Serasa Experian, a C&C aumentou
o índice de recuperação de clientes e conseguiu
mais agilidade na aprovação de crédito, gerando
mais segurança nas vendas. Isso é muito importante
para uma empresa que atua no varejo. Não importa
o tamanho da sua empresa: pergunte o que a gente
pode fazer por você.
{sumário}
A Credit Performance é a primeira e única
revista especializada na indústria brasileira de
crédito e cobrança. A publicação é idealizada
pela CMS - Credit Management Solutions, a
organização líder em interação e conteúdos
da indústria latina de crédito com atuação em
14 países da América e Europa, e conta com o
apoio do Instituto Geoc e Serasa Experian. Com
periodicidade trimestral e tiragem de quatro
mil exemplares, a revista oferece conteúdo
especialmente desenvolvido para executivos
líderes de grandes corporações e empresas
da área. Distribuição exclusiva e gratuita.
Conselho Editorial:
Conselho Editorial: Carlos Zanchi, Cláudio
Kawasaki, Eldi Willms, Estefânia Shiromoto,
Jair Lantaller, José Augusto de Rezende
Júnior, Luciana Felletti, Luis Barbuda,
Manuel Magno Alves, Milene Zabot, Pablo
Salamone, Sergio Scardini, Silvina Virga,
Tariana Machado e Victoria Iturrieta
Redação e produção:
Burson-Marsteller Brasil
Diretor de redação:
Pedro Corrêa
Editora e jornalista responsável:
Luciana Morassi (MTB 34.765) Colaboraram nesta edição:
Christiane Marcondes Alves de Brito,
Elvira Parise, Hilda César, Gabriela
Arruda (reportagem e edição),
Rubens Chaves (fotografia)
E-mail da redação:
[email protected]
Diagramação:
Multi Publicidade e Propaganda
Responsável Comercial:
Madleine Rose M. Sprocatti
[email protected] /
Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013.
Credit Performance, a revista da indústria
de crédito e cobrança. Endereço na internet:
www.creditperformance.com.br
Credit Performance® é uma publicação
da CMS – Credit Management
Solutions. Todos os direitos reservados,
proibida a reprodução total ou
parcial sem prévia autorização.
14
Capa
Apesar de medidas restritivas ao
financiamento, setor automotivo
continua com vendas em alta
5Editorial
6Entrevista
Marcelo Malanga: O momento é de consolidação
das fusões e aquisições dos grandes bancos no Brasil
10 Análise Setorial
Concorrência máxima alavanca crédito no varejo
18 Caso de sucesso
Banco do Nordeste patrocina empreendedor
21 Ideias e Tendências
Crédito imobiliário: presente e futuro
22 Opinião
Cobrança: qualidade com alma é gestão de resultados!
24 Novidades e Agenda
Credit Performance será distribuída também no
Equador, Uruguai e América Central; com o
comando da colombiana Computec, Serasa Experian
consolida liderança na América Latina
26 Indicadores
Governo pede que a população economize
até a inflação estabilizar
28 destaques
Inteligência de mercado ajuda a reduzir inadimplência
30 Tendências
Mercado de cartões de crédito deve atingir
crescimento recorde em 2011
33 Pelo mundo
Portugal: turismo sem crise em Castelo Branco,
vila medieval cheia de arte e artesanato
35 Sofisticação & Luxo
A sensualidade do tango se enriquece com
acordes da música eletrônica
36 Progresso e desenvolvimento
Micro, pequenas e médias empresas crescem
com política tributária favorável
38 Ponto de vista
Sustentabilidade no setor imobiliário
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 3 }
{editorial}
Credit Performance
Setor de crédito segue aquecido
A inflação ameaça o desempenho econômico do País, mas não comprometeu até
agora os negócios e as metas de crescimento de setores estratégicos, como o automotivo, tema da nossa matéria de capa. As vendas de carros populares, medium e
premium continuam em alta embora num ritmo mais moderado em relação a 2010,
quando o saldo total das carteiras de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e Leasing
para aquisição de veículos por pessoas físicas bateu recorde, fechando o ano em R$
188,6 bilhões, um crescimento de 19,9% em relação a 2009, de acordo com dados
recentemente divulgados pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das
Montadoras (Anef).
No varejo, os grandes players seguem em máxima competitividade e os consumidores, apesar das medidas restritivas ao crédito, não refrearam seu impulso de compras
– é o que mostra a seção Análise Setorial. Nesse cenário, o Nordeste continua a galgar
posições para firmar-se entre os mercados líderes, como o do Sudeste, apresentando
índices de crescimento econômico superiores ao do PIB nacional em 2010.
Justamente na região, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) é destaque com programas de crédito que são referências internacionais, conforme mostra a seção Caso de
Sucesso. O Crediamigo, que beneficia trabalhadores informais no meio urbano, é o
2º. maior programa de Microcrédito da América Latina e o 1º do Brasil, com 806 mil
clientes ativos.
"Os grandes grupos financeiros, por sua vez, estão em etapa de consolidação das
fusões e aquisições. Após este momento de ajustes, os bancos irão atuar com mais
foco no crescimento dos negócios”, explica o entrevistado desta edição, Marcelo Malanga, diretor de recuperações do Santander. Essa tendência inclui financiamentos
para infraestrutura e os grandes eventos esportivos.
Ainda no setor financeiro, o mercado de cartão de crédito reforça estratégias
de expansão, conforme sinaliza a seção Tendências. Rômulo de Mello Dias,
presidente da Cielo, prevê o crescimento contínuo nos próximos anos, principalmente com o avanço tecnológico.
Outro segmento com boa marca, segundo mostra a seção Progresso e Desenvolvimento, é o das micro, pequenas e médias empresas, beneficiado por políticas tributárias favoráveis a um crescimento sustentável.
Todos esses exemplos mostram que o País está administrando bem os efeitos da alta
inflacionária e da valorização da moeda, embora os especialistas, como Luiz Rabi,
gerente de indicadores da Serasa Experian, advirtam: “É preciso manter um otimismo
cauteloso.”
Para o seu entretenimento, a seção Sofisticação e Luxo apresenta ainda a evolução
do tango, que conquista cada vez mais adeptos, principalmente entre os jovens e
executivos que buscam alternativas prazeirosas para desestressar. E a seção Pelo
Mundo revela os encantos de uma vila medieval em Portugal, país onde o CMS Fórum
Portugal debate caminhos em meio à crise europeia.
Juan Pablo Buceta
Finalmente, queremos compartilhar a chegada da revista Credit Performance a mais
países da América Latina e Central. A expansão de mercado é uma conquista
que creditamos, em grande parte, a vocês, leitores e colaboradores.
Boa leitura!
Pablo Salamone
Presidente CMS
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 5 }
{ entrevista}
Vento favorável a
manobras de risco
Por Gabriela Arruda // Fotos: Rubens Chaves
Grandes grupos financeiros comemoram o bom posicionamento no mercado
brasileiro e ajustam as velas para se lançar em rotas de navegação na direção
do varejo e das classes sociais emergentes. A bússola financeira do Santander
aponta o retorno garantido em operações crescentes de crédito graças à solidez
nas políticas de concessão, explica Marcelo Malanga, diretor de recuperações
do Banco Santander, em entrevista exclusiva à Credit Performance.
“
Temos algumas
variáveis no
mercado que
nos possibilitam
estruturar
modelos de
score bastante
efetivos
{ 6 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
”
Credit Performance – Dentro de uma visão macro, como
você avalia o setor financeiro no momento atual e nos
próximos anos, considerando-se os megaeventos esportivos e suas oportunidades de negócios?
Marcelo Malanga – O momento é de consolidação das fusões e
aquisições dos grandes bancos no Brasil. A grande maioria está
finalizando o processo de integração. Após este momento de
ajustes, os bancos irão atuar com mais foco no crescimento dos
negócios e menos nas questões de políticas de unificação. Os
megaeventos do esporte trazem inúmeras oportunidades e o
país como um todo deve aproveitar este momento. Mas precisamos ter um real entendimento das oportunidades, não nos deixando levar pela euforia sem um mínimo de respaldo técnico.
CP – Como então, na sua análise, esse crescimento poderá ser alavancado?
MM – Existirá, em um curto espaço de tempo, necessidade
de futuros investimentos expressivos em infraestrutura; consequentemente, a economia irá se fortalecer com base na
dinâmica desse negócio e de toda a cadeia envolvida nesses
eventos. Toda essa demanda e movimentação gerará, por
conseqüência, uma maior necessidade de participação da
indústria financeira, que oferecerá sustentação a esse crescimento, quer seja no investimento de longo prazo como no
custeio pontual de algumas operações.
Marcelo Malanga
diretor de recuperações do
Banco Santander
CP – Como a crise de 2008, que restringiu o crédito, e a
atual política econômica, que estimula o consumo das
classes emergentes (C, D e E), afetaram o setor de recuperação do Santander e dos bancos em geral?
MM - Desde o início do Santander no Brasil, há um rigor na
concessão do crédito. Essa é uma das fortalezas do banco
no mundo e o fato de estarmos em um período de crise ou
de crescimento econômico não acarreta variações expressivas com relação à forma e à política do Santander conceder
crédito. Entretanto, em 2009, diante da escassez de dinheiro, o Santander realizou um trabalho singular de refinanciamento para os clientes em situação de inadimplência,
acomodando as parcelas de acordo com sua condição de
pagamento. Quanto ao estímulo de crédito para as classes
emergentes, o principal fundamento deve ser a conscientização das partes envolvidas – agente credor e tomador
de crédito – em relação às implicações da operação. Precisamos atentar para as deficiências da educação financeira
dessa nova classe, pois o crédito tomado por estímulo ao
consumo é perpetuado pelo entusiasmo e facilidade de sua
obtenção, podendo gerar um passivo maior que a capacidade de pagamento do consumidor.
CP - Com base na sua experiência, como você vê a operação de recuperação de crédito nos bancos?
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 7 }
{ entrevista}
“Com a
melhoria da
inadimplência
temos o cenário
perfeito para
o sucesso”
“
O momento é
de consolidação
das fusões e
aquisições dos
grandes bancos
no Brasil. Após
essa etapa, o foco
será a expansão
dos negócios
{ 8 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
”
MM - A área de recuperação é uma área de negócio com
objetivos a serem cumpridos. Como premissa, desempenha a função social do banco, entendendo a necessidade
do cliente, ainda mais num momento delicado como o da
inadimplência. No Santander, o cliente que tem uma pendência financeira é um cliente do banco, tratado com respeito e sempre na busca da sua condição de ativação para
novos créditos. Para que isso se torne factível, o negócio de
recuperação de crédito do Santander atua de forma pontual,
cliente a cliente, oferecendo o produto de renegociação que
caiba em seu bolso e possa ser honrado de forma tranquila.
CP – Como evoluíram o crédito e a inadimplência nos
últimos dois anos? Como vão evoluir nos próximos dois
anos, segundo a sua visão de mercado?
MM – Tivemos avanço bastante expressivo em volume de
ativos, principalmente no segundo semestre de 2010, com
crescimento acima do mercado. Isso foi possível porque a
inadimplência em 2010 se manteve em níveis baixos. O banco está bastante capitalizado em sua estrutura de balanço,
frente às exigências dos índices de Basiléia, e dessa forma não
teremos nenhum tipo de dificuldade para concessão de crédito nos próximos dois anos. Estamos crescendo bastante e
temos a ambição de aumentar ainda mais.
Rodrigo Ayres
Serasa Experian - RJ
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{análise setorial}
Concorrência
máxima alavanca
crédito no varejo
E
ntre os legados da Era Lula está
a significativa expansão do varejo, em grande parte atribuída
ao crescimento de crédito para o consumo e à ascensão da classe C, que
privilegia os eletrodomésticos como
carro-chefe de compras. Para ter uma
idéia de grandeza, a nova classe que
ascendeu no Brasil soma 100 milhões
de consumidores de bens de consumo, casa própria e automóveis.
Maurício Galhardo, sócio da Praxis
Education, avalia o papel do crédito
nesse cenário próspero: “Pelo lado do
varejista, o crédito possibilitou capital
de giro para investir nos negócios, alavancou fluxo de caixa gerando possibilidade de compra de estoques, isso
tudo em busca de aumento de vendas.
Pelo lado do consumidor, o crédito
possibilitou financiamentos com prazos mais longos, oferecendo a oportunidade de aquisição de produtos com
maior valor agregado”, explica.
Pesquisa de dezembro de 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) aponta que houve
crescimento de 10,4% das vendas e
de 14,4% da receita no setor nos 12
meses anteriores. O varejo paulista,
equivalente a 40% do total nacional,
pode atingir R$ 115 bilhões em 2011.
Comparativamente, movimentou R$
104 bilhões em 2010 e R$ 91 bilhões
em 2009. Correndo por fora, o Nordeste avança no consumo, enfileirando-se entre mercados líderes, como o
Sudeste, e apresentando índices de
crescimento econômico superiores
ao do PIB nacional em 2010.
O Walmart expande ações na região
através das bandeiras Maxxi, Todo Dia
e Balaio, que integram o gênero “cash
& carry”, mais conhecido por atacarejo
e que significa, literalmente, “pagar e
Vender ou financiar?
Consultores afirmam que o fato de
grandes varejistas atuarem como financeiras é um mau negócio, porque
cada operação exige uma expertise
diferente. Flávio Corrêa, presidente do
conselho consultivo da ADVB, concorda: “Acho que cada macaco deve ficar
no seu galho. O varejista deveria se
preocupar com seu cliente, produtos,
ofertas, serviços, atendimento, dei-
{ 10 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
xando as operações financeiras para
os bancos. Só que, no Brasil, país que
‘desfruta’ dos juros mais altos do mundo, os varejistas acabam ganhando
mais dinheiro no mercado financeiro
do que na natureza do seu negócio.
Essa é uma distorção perversa.”
Galhardo, sócio da Praxis Education,
defende a terceirização: “Terceirizando, a empresa de varejo não terá que
arcar com gastos fixos em tempos
ociosos ou improdutivos e poderá
contar com ajuda extra quando houver muito trabalho”, explica. Mas o
melhor em “passar o bastão” é poder
contar com um parceiro especializado, o que minimiza risco de inadimplência já que a concessão de crédito
atenderá aos parâmetros mais exigentes do mercado.
Força
de vendas
Por Elvira Parise // Foto: Divulgação
O mercado varejista é um só, com características
cada vez mais globalizadas, e o melhor player é o
que apresentar planejamento financeiro saudável,
presença nos pontos de venda, multiformatos
para atingir a pluralidade de perfis do consumidor
e condições atraentes de crédito e negociação.
levar”. Dirige-se ao consumidor final,
mas tem estrutura de atacado. Outras
duas gigantes, Pão de Açúcar e Carrefour, inauguraram mais de 150 pontos
do tipo “cash & carry” ao longo dos últimos dois anos.
A iniciativa demonstra que formatos
diferenciados vão reconfigurar o setor, mas as consolidações continuam:
“Além das megafusões já conhecidas,
como Pão de Açúcar e Casas Bahia, a
Renner acaba de adquirir a Camicado. Os hipermercados terão sua força
diminuída no Brasil, como já acontece no mundo. Lojas de rua ganharão
impulso, pela proximidade. Os shopping centers continuarão a proliferar
e as redes de lojas de conveniência
também”, prevê Flávio A. Corrêa,
empresário e presidente do Conselho Consultivo da Associação dos
Dirigentes de Vendas e Marketing do
Brasil (ADVB).
O Pão de Açúcar entrará no filão das
conveniências, que tem previsão de
faturamento de R$ 1,6 bilhão em 2011.
Concorrerá com a francesa Carrefour
Express, usando a marca Extra, que
se posicionará estrategicamente em
postos de gasolina.
“Pelo lado do varejista,
o crédito possibilitou
capital de giro e
alavancou fluxo de
caixa; pelo lado do
consumidor, o crédito
possibilitou prazos mais
longos para quitação.”
MAURÍCIO GALHARDO
Sócio da Praxis Education
A comunicação intensa e eficiente
com o público-alvo é um dos trunfos da bem-sucedida performance do varejo. Não à toa, cinco das
maiores redes varejistas, como Pão
de Açúcar e Ricardo Eletro, estão
entre as 20 empresas do país que
mais investiram em mídia no ano
passado e a Casas Bahia se consagra como o maior anunciante do
Brasil, repetindo o feito de anos
anteriores. A gestão no ponto de
venda é outra estratégia vencedora, que patrocina a chamada compra compulsiva. Bom para a lucratividade do setor, ruim para o bolso
do comprador: em 2010, 53% das
famílias brasileiras gastaram mais
do que receberam no mês.
Os gastos vêm crescendo a taxas
acima de 5% nos último 5 anos
e, nos dois últimos anos, a renda
média superou o gasto médio em
apenas 1%, segundo a pesquisa
Tendências do Consumidor, divulgada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), em
parceria com as empresas Nielsen e Kantar WorldPanel. A maior
oferta de crédito impulsionou o
consumo das famílias, mas é importante destacar que o crédito
não é o único vilão do atual cenário inflacionário. Alencar Burti,
presidente do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São
Paulo (Sebrae-SP), não pensaria
duas vezes se o gênio da lâmpada de Aladim lhe concedesse um
único desejo para o país: “Dê um
fim na insanidade tributária.”
Burti faz de sua vida como homem
público uma militância em favor
das grandes causas nacionais e
defende: assim como uma empresa tem que administrar com inteligência seu “caixa” para evitar endividamento, também o governo
precisa administrar sua estratégia
financeira controlando os gastos.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 11 }
{capa}
As rodas
do futuro
Por Christiane Marcondes Alves de Brito // Fotos: Divulgação
Entre os setores da
economia que mais
avançaram está o
automotivo, que
bateu a Alemanha e
se consolidou como o
quarto maior mercado
do planeta. Hoje a
inflação paira sobre o
país como nuvem que
anuncia tempestade.
Não passará de uma
rápida chuva de verão,
acreditam os analistas
e líderes da indústria
automobilística.
De olho
nos números
{ 14 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
C
om a inflação em alta, as regras do
sistema financeiro já foram alteradas e afetaram, entre outros, o
setor de financiamento automotivo. Longe
dos bastidores desse mercado, o consumidor continua fortemente estimulado a ir às
compras, apesar de conselhos do governo
no sentido contrário. Como as concessionárias e revendedoras também não sofreram,
ainda, o impacto de medidas restritivas, as
vendas continuam em alta.
Segundo empresários de grandes redes, o
pacote pode atingir o segmento de entrada,
que trabalha com carros de marcas populares, fatia correspondente a 70% do mercado. Os segmentos médium e premium,
no entanto, preservarão sua margem de
crescimento.
Maria Cristina Faria, gerente de boutique
que se encaixa no perfil de consumidor do
“segmento de entrada”, financiou e comprou seu primeiro carro zero em outubro
do ano passado, quando fez aniversário:
“Tudo muito rápido e simples, em dez dias
eu estava motorizada.”
A jovem gerente integra a famosa classe
C emergente e está entusiasmada com o
acesso ao crédito facilitado. “Todo mundo
diz que o Brasil é a bola da vez, eu vou me
casar em breve e tenho certeza de que vou
ter tudo o que desejo. Parece que o mundo
sorriu para nós, meus pais nunca tiveram
carro, tudo que compramos foi com muita
economia. Agora quase todos os meus amigos estão empregados, possuem cartão de
crédito, estão se virando bem. A inflação
deve ser uma situação passageira”, acredita.
Balanço anual
O saldo total das carteiras de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e Leasing para
aquisição de veículos por pessoas físicas
bateu recorde em 2010, fechando o ano em
R$ 188,6 bilhões, um crescimento de 19,9%
em relação ao ano anterior, de acordo com
dados que acabam de ser divulgados pela
Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
A carteira de CDC foi a que registrou a maior
alta, totalizando R$ 140,3 bilhões, uma elevação de 49,1% sobre 2009 (R$ 94,1 bilhões).
Já o leasing registrou queda de 23,5%, caindo de R$ 63,2 bilhões em 2009 para R$ 48,3
bilhões em 2010.
As vendas de automóveis, comerciais leves, motos, caminhões e ônibus
novos no Brasil subiram 5,88% no primeiro trimestre em comparação ao
mesmo período de 2010. Foram comercializadas 1,263 milhão. Um recorde
histórico desde 1957, quando a Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores (Fenabrave) começou a fazer o balanço.
A aerodinâmica da sustentabilidade
O primeiro trimestre de 2011 registrou novo aumento da modalidade CDC para a aquisição de veículos
por pessoas físicas. Segundo balanço da Associação
Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), a modalidade cresceu 6,4% em relação
ao mesmo período do ano anterior. Apesar da forte
queda do leasing, 9,8%, o equilíbrio dos módulos
de aquisição foi mantido e o saldo total das carteiras
de financiamento chegou a R$ 190,4 bilhões, um
aumento de 17,3% – R$ 28,1 bilhões – em relação ao
mesmo período em 2010.
A evolução expressiva das operações ainda não
reflete os efeitos diretos das medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central (Bacen),
em dezembro de 2010, segundo a Anef. O presidente da entidade, Décio Carbonari de Almeida,
acredita que “os impactos ainda serão ampliados
nos próximos meses”.
Expectativa de alta moderada
Mesmo assim, a comercialização de veículos e comerciais leves deve crescer 4,2% em 2011 na comparação com 2010, segundo estimativas da Federação
Sérgio
Reze
Presidente
da Fenabrave
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave). O presidente da entidade, Sérgio Reze,
considera esse índice extremamente positivo, apesar de inferior a 2010, quando a alta foi de 10,63%.
Reze diz que o “consumidor continua com poder de
compra”, embora o mercado, depois de um primeiro trimestre bem aquecido, já demonstre no mês de
abril uma redução de 5% na procura por veículos.
O presidente da Fenabrave considera que o principal
vetor de crescimento da inflação é a alta no custo de
insumos, como o combustível. Mesmo assim acata
Automóveis e Comerciais Leves
Caminhões
Alta de
Alta de
777.725 unidades vendidas
39.413 unidades vendidas
3,63%
26,92%
as restrições ao crédito “sem restrição”. E explica: “A
inflação é o pior dos males na economia de um país.”
A presidenta Dilma Roussef está atenta e procura
defender os interesses dos setores da economia
atingidos por medidas macroprudenciais. Em
maio, declarou publicamente: “Crescer é a melhor
estratégia para conter a inflação.”
Com relação às resoluções 3.954/11 e 3.959/11
do Bacen – necessidade de certificação para os
agentes de financiamento/promotores de crédito e concessionárias –, a Federação Brasileira de
Bancos (Febraban) considera a medida favorável
ao cenário econômico, porque a certificação vai
proporcionar aos agentes um melhor conhecimento técnico na atividade de venda de crédito,
na elaboração do CET (planilha do custo efetivo
total) e melhor orientação ao consumidor.
Em resumo, os impactos da adoção das resoluções
do Bacen serão positivos tanto para a economia
como para usuários, tomadores de crédito para
aquisição de veículos e para as concessionárias. Prova de que a necessidade de mudar traz, também, a
oportunidade de melhorar.
Ônibus
Alta de
25,03%
8.068 unidades vendidas
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 15 }
{capa}
"A necessidade de acompanhar o
crescimento do PIB e atender demandas
de Copa do Mundo, Olimpíada e pré-sal
delineia um cenário de boas perspectivas
e para o aporte em infraestrutura"
Silvimar Fernandes Reis
Diretor de Logística da Divisão Internacional da Sobratema
Sistema viário
A participação das vendas a prazo de veículos e comerciais leves é de 63% do total
comercializado em 2010, sendo 46% financiadas por meio de CDC, 11% por leasing e
6% por meio de consórcio.
No segmento de veículos comerciais (caminhões e ônibus), excluídas as vendas
a vista, o Finame liderou a forma de pagamento com 69% das negociações. Em
seguida, estão o CDC com 12%, o leasing
(incluso Finame Leasing) com 7% e o consórcio, que responde por 2% das vendas.
No segmento de motocicletas, além das
operações a vista, 51% foram financiadas
por meio de CDC, 26% por consórcio e 1%
por meio de leasing.
Os juros praticados pelas associadas à Anef
em dezembro de 2010 mantiveram-se na faixa de 1,42% ao mês (18,44% ao ano), enquanto a inadimplência acima de 90 dias para as
operações de CDC fechou o ano em 2,6%,
ante os 4,4% alcançados em 2009. O período
médio dos planos de financiamento subiu de
42 meses em 2009 para 44 meses em 2010.
A infraestrutura é um freio de mercado que
ainda não preocupa os players do setor de
automóveis leves. Já os de veículos pesados estão atentos: “A alta da inflação exige
a diminuição do endividamento público,
o que afeta os investimentos também em
obras de infraestrutura. Por outro lado, a
necessidade de acompanhar o crescimento do PIB e atender demandas de Copa do
Mundo, Olimpíada e pré-sal delineia um
cenário de boas perspectivas para o nosso
setor e para o aporte em infraestrutura”, Silvimar Fernandes Reis, Diretor de Logística
da divisão Internacional da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e
Manutenção (Sobratema).
De fato, como bem mencionado por Reis,
um dos fatores que finalmente despertou o governo para a defasagem em infaestrutura foi a ida do país para a vitrine
mundial dos esportes. A ordem agora é
implementar obras ou conviver com situações graves, como a do Rio, relacionada
MARKET SHARE
Participação das empresas nas vendas de
automóveis de passeio nacionais e importados
24,4
22,1
(primeiro bimestre/2011- em %)
19,2
9,4
6,7
VW
Fiat
GM
Ford
5,9
Peugeot/ Renault
Citroën
Obs.:Empresas não associadas à Anfavea, Mercedes-Benz e Mitsubishi. { 16 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
3,8
Honda
2,5
2,4
2,0
Outras* Hyundai Toyota
1,6
Nissan
(Fonte: Anfavea Elaboração: Serasa Experian)
à Olimpíada de 2016. Segundo previsões
de engenheiros de trânsito, se até os jogos
não forem adotadas medidas práticas e
imediatas no sistema viário carioca, a cidade deverá bater recordes de engarrafamentos com a chegada de novos carros e
turistas às ruas.
Na média, considerando-se que todas as
medidas restritivas do governo não modifiquem a rota do congestionamento
no país, a frota fluminense atual, de 1,8
milhão de automóveis, ultrapassará os 3
milhões até 2020, o que representará um
carro para cada dois habitantes.
A previsão de crescimento é de um estudo
do Programa de Engenharia de Transportes da Coordenadoria de Pós-Graduação
e Pesquisa de Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).
Vale lembrar que a “cidade maravilhosa
cheia de encantos mil” tem avenidas expressas, túneis e elevados projetados ou
construídos há mais de 40 anos.
Espelhando o contexto nacional de escalada econômica das classes emergentes, o
estudo do Coppe mostra que, nos últimos
anos, a frota de carros em municípios do
Rio e de Niterói cresceu em média 28%.
Em outras cidades, o aumento foi ainda
maior, chegando a 38% em Nova Iguaçu e
Duque de Caxias – na Baixada Fluminense
– e 43% em Campos dos Goytacazes, no
norte do Estado.
Esta situação é eminente também em
outros Estados. É preciso que a sociedade se mobilize para buzinar nos ouvidos
das autoridades de todo o país, exigindo
melhorias e ampliações urgentes do sistema viário.
Para a JAC, o brasileiro vê o automóvel como um bem capital, não um bem de consumo
Fronteira das oportunidades
De olho no crescimento, marcas internacionais fincaram bandeira no país, como a chinesa JAC Motors. A assessoria de imprensa da
marca justifica a opção: “O mercado brasileiro
está em franca expansão. A cada ano as vendas crescem em média 15% e o país ainda está
abaixo do potencial que pode atingir. Neste
ano o país deve fechar com 3,6 milhões de veículos vendidos. Na população de quase 200
milhões, cerca de 100 milhões pertencem à
classe C, com potencial de compras de R$ 10
milhões. Há muitas cidades em que a frota de
veículos deve dobrar em cinco anos.”
A diferença entre o desempenho das economias do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa
tem sido marcante, não somente nos últimos
meses, mas nos últimos anos. Um indicador simples, mas ilustrativo da saúde de uma economia
desenvolvida é a venda de automóveis novos,
porque a transação exige, além de fácil acesso
Sérgio
Habib
Empresário
da JAC
Motors
ao crédito, confiança mútua, tanto por parte do
agente financeiro como do consumidor. Ambos fazem a mesma aposta: participar de uma
economia estável, na qual haja estabilidade de
emprego e manutenção do patamar de renda.
A JAC Motors, comandada pelo empresário
Sérgio Habib, tem uma imagem muito positiva
do consumidor brasileiro, “que gosta muito de
automóvel e enxerga o veículo com um bem
capital, não um bem de consumo”. A empresa
tem a expectativa de vender 45 mil veículos
em 2011, usando uma estratégia que privilegia
boa relação custo-benefício e um pós-venda
eficiente, “porque o brasileiro gosta de ser bem
tratado”. Em outras palavras, o cliente nacional coloca afetividade nas relações comerciais,
mas esse é um tema para estudos antropológicos. Voltando à JAC, a marca foi lançada com 50
concessionárias. O preço das revisões é fixo e a
garantia dos carros é de seis anos. Além disso,
há um centro de peças de reposição com 15
mil m2 de espaço, localizado em Barueri, com
capacidade de entrega de peças em 24 horas
num raio de 500 km.
Como se vê, a estrangeira já se posicionou na
dianteira da pista, com plano de vencer a corrida pelos clientes e conquistar uma fatia de
3% do mercado.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 17 }
{{caso
caso de sucesso}
O sertão supera a
seca econômica
M
arialda Gualder, de Fortaleza, cliente há cinco anos do Crediamigo,
produto do Banco do Nordeste,
vendia bombons como ambulante em frente a
uma casa de shows da capital. “Comprava mercadoria fiado e, como não tinha condições de
carregar muita coisa comigo, geralmente meu
expediente terminava mais cedo”, diz a cliente.
Com a entrada no programa, Marialda teve
acesso ao seu primeiro financiamento, abasteceu sua banca com vários produtos e estocou
o resto em sua casa. Conversando com amigos
que também têm bancas na vizinhança, percebeu que tinham dificuldades para comprar
mercadorias por falta de prazo e capital de
giro. Como estava abastecida e tinha estoque
de sobra, começou a distribuir mercadorias
para eles, vendendo a prazo. “O Crediamigo
me ensinou a ser empreendedora e a ter garra.
Com R$ 300,00, transformei o estoque de R$
200,00 em uma atividade comercial forte, que
estoca hoje mais de R$ 20 mil em mercadorias”,
orgulha-se a empresária.
Pioneiro no Brasil em microfinanças, o BNB
possui dois programas de crédito que são
referências no mercado. Um é o Agroamigo,
que destina recursos à parcela mais pobre dos
agricultores rurais, público ainda fortemente
concentrado na região nordestina. O outro é
o Crediamigo, que instituiu uma importante
política pública destinada aos trabalhadores
informais no meio urbano: é o segundo maior
programa de Microcrédito da América Latina e
o 1º do Brasil, com 806 mil clientes ativos. Desde 1998, 1.648.639 clientes já foram atendidos
pelo Crediamigo.
{ 18 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
marialda gualder
Com crédito de R$ 300,00,
transformou estoque de
em negócio de
R$ 200,00
R$ 20 mil
Por Gabriela Arruda // Fotos: divulgação
O nordeste está recebendo uma verdadeira “chuva” de investimentos
e crédito, que vem alavancando índices de PIB superiores aos do País. O
Banco do Nordeste do Brasil (BNB) contribui para esse crescimento com
programas de crédito exemplares, que beneficiam micro empreendedores.
É o que conta aqui José Sydrião de Alencar Júnior, diretor de Gestão do
Desenvolvimento da entidade financeira, citando cases que emocionam.
SEGMENTAÇÃO/PERFIL EMPRÉSTIMOS BNB
Empréstimos
no ano
Empréstimos
acumulados
Carteira
março 2011
março 2011
março 201
Empréstimos
Empréstimos
Clientes
451 mil
8.353.556
806.205 mil
Valor aplicado
Valores desembolsados
Valor
R$ 567 milhões
R$ 11,1 bilhões*
R$ 739,8 milhões
Valor médio
Clientes atendidos
Valor médio
R$ 1.255,68
1.648.639
R$ 917,71
Valores mensais atualizados pelo IGP-DI | *1998-março 2011
INADIMPLÊNCIA DO PROGRAMA A PARTIR DE UM DIA
Em %
2,09
1,81
1,13
1,16
0,96
0,84 0,84
0,73
0,81
0,72
20022003200420052006 20072008200920102011
PIB da região chega
a R$ 555 bilhões em 2014
O Banco do Nordeste é essencialmente um banco catalisador
do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando a
região à dinâmica da economia nacional. Atua em todos os
setores da economia, financiando empreendimentos que
possam contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento
das principais cadeias produtivas, relacionadas ao turismo,
infraestrutura, comércio, serviços, indústria, agroindústria,
setor rural, aqüicultura e pesca.
Vale ressaltar também o papel exercido pelo Banco do Nordeste através do Escritório Técnico de Estudos Econômicos
do Nordeste (ETENE), que tem a função de desenvolver estudos e pesquisas sobre a região Nordeste, tendo um importante acervo de estudos que subsidiam as ações do Banco
na Região, além de contribuir com institutos, estudantes,
universidades e órgãos da sociedade.
Conforme projeções do BNB-ETENE (Escritório Técnico de
Estudos Econômicos do Nordeste), o PIB do Nordeste deverá
apresentar uma média de crescimento de 5,0% ao ano entre 2011 e 2014. Em termos de volume de recursos, o ETENE
projetou o PIB da região, em 2011, no valor de R$ 467 bilhões,
elevando-se para R$ 555 bilhões, em 2014.
Quanto aos investimentos locais, as projeções do Escritório
Técnico sinalizam recursos de R$ 81,0 bilhões em 2011, que se
elevarão para R$ 106,0 bilhões, em 2014, com incremento de
45% nos investimentos.
A demanda por financiamento de longo prazo para a região
foi estimada em R$ 38,0 bilhões em 2011, elevando-se em
34% no ano de 2014. Estima-se que o Banco do Nordeste
será responsável por mais da metade (52,0%) dessa demanda. Assim, o BNB deverá ter uma demanda de R$ 20,0 bilhões
em 2011, e R$ 27,0 bilhões em 2014 por esses financiamentos.
*1 a 90 dias de atraso sobre a carteira ativa até 90 dias
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 19 }
{caso de sucesso}
José Sydrião
de Alencar Júnior
Diretor de Gestão
do Desenvolvimento
do Banco do Nordeste
Parceria com população carente
O BNB é uma instituição reconhecida
nacional e internacionalmente, que
atua em cerca de dois mil municípios
e nove Estados do Nordeste, além
do norte de Minas Gerais e norte do
Espírito Santo. “Trata-se de um banco de desenvolvimento voltado aos
financiamentos de longo prazo e à
operacionalização do FNE, fundo
que é responsável por cerca de 10%
de todos os empregos gerados na
Região. O banco tem forte atuação
dirigida aos agricultores familiares e
aos mini, micro e pequenos empreendimentos rurais através do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), sendo o
maior operador deste programa na
região Nordeste”, conta José Sydrião
de Alencar Júnior, diretor de Gestão
do Desenvolvimento do Banco do
Nordeste.
“Nosso grande diferencial é o atendimento personalizado por meio dos
assessores financeiros que acompanham os clientes, oferecendo crédito,
orientação, capacitação”, diz o gestor
do BNB.
{ 20 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
Maria do Socorro do Nascimento
Já no quarto financiamento, melhora de trabalho, renda e qualidade de vida
Apoio à agricultura familiar
se representante dos agricultores
rurais em evento promovido pela
Presidência da República, com a
presença do então presidente Lula.
Corrinha, como é mais conhecida,
já está em seu quarto financiamento e conseguiu melhorar não
só condições de trabalho e renda,
mas, principalmente, a qualidade e
perspectivas de vida, que é o que
toda nação brasileira precisa e merece alcançar. O crédito pode ser o
grande aliado nessa conquista!
O Agroamigo é o Programa de Microcrédito Rural Orientado e Acompanhado, criado em 2005 com a
finalidade de melhorar os indicadores de aplicação e qualificação
do crédito para agricultura familiar.
Já beneficiou cerca de 880 mil empreendedores por meio de mais de
1.1 milhões operações. A cliente
Maria do Socorro do Nascimento é
um deles e sua ascensão pessoal e
profissional com ajuda do crédito
foi o passaporte para que se tornas-
AGROAMIGO
Valor médio das operações contratadas
1.810.37
1.875,34
1.548,48
963,34
2005
1.346,48
1.384,79
2007
2008
1.084,38
2006
2009
2010
FEV/2011
{ideias e tendências}
João Bosco Segreti
José Augusto Périgo
D iretor da SAM Consultoria
E xecutivo de soluções para o segmento imobiliário da Serasa E xperian (foto)
Crédito imobiliário:
presente e futuro
U
ma afirmação muito repetida é
que o crédito imobiliário caminha muito bem no Brasil. Nesse cenário
atual, pode-se afirmar que não existe
risco envolvendo esta atividade?
O Conselho de Estabilidade Financeira
(FSB, sediado na Suiça) emitiu, em março último, recomendações destinadas
a todos os países membros, expressando o risco de mercado que pode
ser potencializado pelo rápido crescimento do volume de financiamentos
que resultam na emissão de títulos no
mercado secundário.
Após as recomendações do FSB, o
Banco Central manifestou-se afirmando que o Brasil está em situação
confortável, com base na rígida legislação que rege esta área. Dois fatores
podem sustentar esta manifestação: a
baixa inadimplência e o pequeno volume de securitização de recebíveis
imobiliários.
Para facilitar as afirmações desse estudo, segue resumo de como funciona o
crédito imobiliário no Brasil. Quanto
a recursos: a grande maioria vem da
poupança e uma parte menor do FGTS;
para concessão de financiamentos
imobiliários: agentes financeiros utilizam modelos segmentados de score
e políticas de crédito consistentes,
financiando no máximo 80% do valor
do imóvel; gestão: ativos gerados são
mantidos nas instituições financeiras,
com baixo percentual de securitização
dos créditos. Os recebíveis são constantemente monitorados quanto a alterações de riscos e score; taxa de juros:
Divulgação
não pode ser superior a 12% a.a no SFH;
indexação: é praticada através da Taxa
Referencial (TR), hoje em torno de 1,5%
a.a.; finalmente, garantia da instituição financeira: por meio da alienação
fiduciária do imóvel e pela significativa
redução da prestação no tempo garantida pelo sistema de amortização SAC.
Em suma, pode-se verificar que não
existem, atualmente, grandes fatores
de risco no crédito imobiliário no Brasil. Contudo, as projeções apontam que
os recursos da poupança não seriam
suficientes para atender o ritmo atual
de crescimento num horizonte de dois
anos. Para continuar crescendo com
escassez de recursos, poder-se-ia adotar o que se faz no mundo todo: a securitização dos recebíveis e venda dos pa-
péis gerados no mercado secundário,
criando um giro rápido dos recursos.
Neste modelo em que a desindexação
da economia brasileira assume grande
importância para manter o interesse
dos investidores, as recomendações
do FSB teriam mais peso?
Vejamos as características do modelo
proposto: adotar os critérios do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI),
já estruturado desde 1997. Os recursos
passariam a ser obtidos através da securitização dos recebíveis, com a venda
dos CRI no mercado secundário. Para
Gestão de carteiras de crédito, os agentes precisam utilizar informações sobre
exposição e alocação de risco das carteiras e efetuar testes de estresse para
medir a deterioração da qualidade de
crédito e, por fim, a constante precificação das carteiras. As prestações e o
saldo devedor não teriam indexação
e seria aplicada taxa de juros de mercado, viabilizando a expectativa dos
investidores.
Para concluir, podemos afirmar que, se
o SFH for substituído pelo SFI, as recomendações do FSB sempre serão bem-vindas para reforçar a boa regulamentação já existente e as boas práticas de
análise de crédito e gestão de recebíveis imobiliários. O país estaria pronto
para um longo período de crescimento
acentuado da participação do crédito
imobiliário residencial no PIB, partindo
dos atuais 4% para percentuais mais
próximos de países desenvolvidos
como Espanha e Canadá, nos quais
esta relação atinge a faixa dos 60%.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 21 }
{opinião}
Carlos Zanchi
Vice- presidente do IGEOC
Qualidade com alma é
gestão de resultados!
C
om a evolução nestes últimos
tempos da tecnologia da informação, da comunicação e dos seus reflexos nas relações sociais e no consumo,
o mercado demanda cada vez mais – e
as empresas se esforçam diariamente
para atingir – algo que não é nem de
perto novidade no negócio de serviços
de cobrança: a qualidade.
Com a visão voltada para o bem-estar
do cliente e sempre com o foco nele, as
empresas estão conseguindo difundir
os seus valores de excelência entre
seus funcionários, fornecedores, clientes e em toda a rede que forma o ciclo
do consumo. Princípios como cordialidade e simpatia, que eram avançados
nos anos anteriores, tornaram-se obrigatórios, requisitos essenciais no processo de busca da qualidade.
As organizações entendem que cada
um dos seus contratos é único e por
isso se faz necessário desenvolver processos também individualizados de
controle de entrada, manutenção e saída. Para um processo eficiente, alguns
passos devem ser observados: definir
os objetivos de acordo com os interesses da empresa e do cliente; identificar
e mensurar características do produto
e pontos de risco; analisar para desenvolver e projetar os detalhes, alternativas, capacidades e tudo mais para
elaboração do melhor projeto; executar pilotos do processo, implementar a
produção e entregar ao responsável o
projeto para execução; e finalmente fazer o acompanhamento pelo sistema
de informações gerenciais (Mis) para
{ 22 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
Divulgação
ter o controle dos números.
As empresas especializadas em cobrança acompanharam a evolução do
mercado e implantaram em suas áreas
de atendimento soluções e ferramentas, tais como ouvidoria, monitorias de
ligações, tratamento das eventuais reclamações, treinamentos e reciclagens.
Conhecer amplamente o funcionamento do negócio do seu cliente é ponto
de partida para um processo eficiente.
A empresa deverá contar com profissionais de treinamento, que a todo
momento precisam interagir, atualizando-se e divulgando internamente
as frequentes evoluções/alterações do
produto. A partir daí formar verdadeiros
especialistas, que forneçam informações precisas e transparentes, não deixando o cliente em um espaço comum,
para que em cada questionamento haja
uma solução. Isso porque há situações
em que o cliente encontra-se com algumas pendências financeiras e os negociadores precisam ter conhecimento e
habilidade para indicar os meios de resolver tal situação, com o consequente
retorno deste ao mercado consumidor.
Todo o investimento em tecnologia,
treinamentos e capacitação de pessoas, bem como a inteligência colocada
no processo, comprova a eficiência instalada de uma empresa. Mas o sucesso
depende de dedicação, de uma equipe
motivada e de um gestor de pessoas
com extrema eficiência.
Além desses fatores tecnológicos e comportamentais, estar em sintonia com a
legislação e manter o diálogo com os órgãos reguladores, Ministério Público, Bacen e Procons é respeitar o consumidor.
Os serviços de atendimento não podem
ver a qualidade simplesmente no tratar
bem ou no cumprir um conjunto de tarefas e regras do que pode ou não ser feito.
Devem primar por estabelecer um modo
de ser! Criar uma identidade! Suprir distâncias, humanizar o serviço e não se
tornar mais um meio de resolver problemas e eventuais conflitos, sem a devida
compreensão da importância e do valor
da pessoa que está do outro lado.
Devemos nos posicionar como verdadeiros parceiros, seja na busca do resultado ou no encontro da solução de
problemas, e agir sempre com o entendimento de que o cliente é a parte mais
importante do processo. Cada cliente
é, ou deve ser, especial, único. Até mesmo porque esta é a razão da existência
do nosso serviço ou de um SAC.
As principais empresas de cobrança do
país têm investido pesado para melhorar
os processos internos e a qualidade da
abordagem dos clientes, através do treinamento dos funcionários e da realização
de auditorias regulares. Atualmente, o Selo
de Qualidade do Instituto GEOC – Gestão
de Excelência Operacional em Cobrança –
é a consolidação desse padrão de qualidade e serve de modelo para países do mundo todo.
“Nossa certificação, que surgiu para
aprimorar as atividades do setor, demonstra para o mercado que as empresas
inseridas no Instituto compartilham das melhores práticas de gestão”, explica o presidente do IGEOC, Jair Aparecido Lantaller.
O Selo foi criado em 2006, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV),
que desenvolveu um Caderno Específico
para o segmento, com 85 itens a serem
analisados dentro das empresas de cobrança. A avaliação é feita pela Fundação
Vanzolini, da USP, referência internacional
em excelência de processos de produção.
“As auditorias são realizadas a cada 2
anos, com uma análise documental e outra presencial. Entre outras coisas, avaliamos a visão estratégica, o portfólio de clientes, os processos de cobrança administrativa e judicial, a obediência à legislação
e os códigos de conduta, tecnologia, investimento em treinamento de pessoal e
resultados”, explica o auditor da Fundação Vanzolini, José Pinto Ramalho.
Ele esclarece ainda que, além do resultado, a empresa recebe um relatório com
a indicação das possíveis melhorias dentro
de cada um dos 85 itens avaliados, para
que o processo ganhe a maior nota – o
quadrante 4 – que significa a excelência.
Mensalmente, as empresas certificadas recebem também um relatório de
Benchmarking, que é uma espécie de termômetro. “O documento avalia o desempenho da companhia e compara com os
concorrentes. Uma queda nos resultados
pode significar falha em algum processo.
É possível identificar e corrigir o problema
imediatamente”, revela Ramalho.
O Selo de Qualidade do IGEOC chega
este ano à terceira geração. O professor
de Informática e Métodos Quantitativos e
de Gestão de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Sérgio Pereira, explica
que essa atualização é fundamental para
as associadas atenderem às necessidades
do mercado. “As técnicas de administração evoluem, o mercado evolui. É preciso
renovar os requisitos de avaliação e
exigir das empresas que se adaptem as novas tendências e exigências”, revela Pereira.
O presidente
do IGEOC lembra
que as empresas
que querem se
associar ao Instituto recebem uma espécie de manual, com os requisitos básicos para a certificação, e têm dois anos
para serem aprovadas pela Fundação
Vanzolini. Atualmente, o IGEOC tem 17
empresas certificadas.
“É um investimento constante na
busca de soluções inovadoras, fundamentais para o fortalecimento da indústria de crédito e cobrança”, conclui Jair
Aparecido Lantaller.
Estão abertas as inscrições para o MBA executivo IGEOC-ACREFI em Crédito
e Cobrança. As aulas começam em setembro, em São Paulo, mas as vagas são
limitadas. Faça já a sua inscrição no www.igeoc.org.br. O curso do IGEOC é
uma parceria com o Ibmec e apoio da ACREFI e é destinado para
administradores, contadores, economistas, engenheiros e outros profissionais
do mercado financeiro e do mercado de serviços de recuperação de crédito que
queiram alavancar seus conhecimentos nas mais modernas técnicas de gestão.
INFORME PUBLICITÁRIO
{novidades}
Revista Credit
Performance expande
atuação na América Latina
Divulgação
A revista Credit Performance, publicação
da CMS – Credit Management Solutions
lançada em 2009 no Brasil, já é referência de mercado e alcançou um sucesso
muito além do esperado, contando com
um público fiel que ultrapassa as fronteiras do país. Seus portais de notícias na
internet, www.creditperformance.com.
br (português) e www.creditperformancenews.com (espanhol) já são os mais
visitados pelos profissionais do crédito
na América e Europa, motivo pelo qual a
revista ganhará também uma versão em
espanhol com conteúdo focado também nas outras principais economias da
região. Com tiragem de cinco mil exemplares, a Credit Performance
chegará também aos principais decisores
de toda a América Latina, em países como:
Argentina, Colômbia, Chile, Equador, México, Peru, Uruguai, Venezuela e América
Central. Assim, o avanço é grande para
um veículo ainda recente na área editoDreamstime
Mercado de seguros terá melhor
performance nos emergentes
Esta é a conclusão de uma pesquisa
global da Accenture, que mostra as
perspectivas de expansão do setor
de seguros, inclusive seguros de crédito, nos países emergentes. A oportunidade é boa para o Brasil, segundo
Raphael de Carvalho, líder da área de
seguros da Accenture: “O Brasil está
muito bem preparado para acompanhar o crescimento do mercado
de seguros. Há uma classe média
que ainda não conhece os produtos
e que agora terá a oportunidade de
se entender o seu funcionamento e
planejar o futuro”, enfatiza.
{ 24 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
rial, mas não causa surpresa, pois afinal
melhorar o nível de interação com os principais experts da região é uma das metas
da CMS e os parceiros nessa empreitada
são fortes. Além disso, a publicação conta
com conteúdo diferenciado, produzido
com informações dos maiores players do
segmento, que divulgam dados sempre
atualizados com as mais recentes pesquisas de entidades de classe.
“No momento em que a Credit Performance amplia seu público leitor entre
os principais influenciadores do mercado de crédito da América Latina, a
revista quer dividir com todos os seus
leitores mais essa conquista”, afirma
Pablo Salamone, presidente da CMS,
idealizadora da publicação. Segundo
o executivo, a expansão da revista reafirma também o compromisso de sempre compartilhar conhecimento para
auxiliar os executivos de crédito no seu
dia-a-dia e na tomada de decisões.
Para fazer o levantamento de dados, a
multinacional de consultoria, tecnologia e outsourcing reuniu esforços com
70 seguradoras de cinco continentes
e identificou que os mercados emergentes serão responsáveis por 60%
do faturamento das seguradoras nos
próximos 10 anos. Em 2009, segundo
a Accenture, o mercado segurador
mundial faturou US$ 5,143 trilhões em
prêmios. Entre 2010 e 2015, há previsão de crescimento entre US$ 400 bilhões e US$ 600 bilhões nos mercados
maduros e US$ 650 bilhões e US$ 900
bilhões nos mercados emergentes.
CMS realiza o 1º Encontro
Luso-Espanhol de Crédito
e Recuperação
No dia 27 de junho, no Centro Cultural de
Belém, em Lisboa, ocorrerá o 1º Encontro
Luso-Espanhol de Crédito e Recuperações. Oportuno, o evento tem o objetivo
de proporcionar o compartilhamento de
visões e oportunidades de negócios dos
executivos de crédito portugueses com
colegas da Espanha. Entre outros temas,
abordará o enquadramento legal do setor, apresentará áreas de negócio consolidadas e potenciais, oportunidades de
parcerias estratégicas Luso-Espanholas
(Partnerships, Fusões ou Aquisições) e
procedimentos operacionais – como es-
tratégias de trabalho e recrutamento de
pessoal – e comerciais. Mais informações
sobre o encontro podem ser encontradas em www.cmseventos.com/portugal_2011/po.
No dia seguinte, 28 de junho, o CCB sediará o 2º Congresso Nacional de Crédito
e Recuperações, que tem o tema “O Caminho do Crédito. Desafios e Oportunidades”. As palestras contemplarão uma
abordagem criativa da atual situação
econômica, demonstrando que a crise é
principalmente um desafio para o desenvolvimento de estratégias inovadoras.
Crédito recorde para
investimento em empresas
O Inter-American Investment Corporation (IIC), membro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), liberou US$ 280 milhões em crédito para
o Banco Itaú Unibanco. Este é o maior
volume do tipo já captado por um banco da América Latina, segundo a assessoria de imprensa do Itaú Unibanco.
Os recursos serão disponibilizados
para pequenas e médias empresas que
adotem boas práticas nos negócios, focando a responsabilidade social e ambiental. O IIC é uma instituição financeira multilateral que tem o objetivo de
promover e dar apoio ao desenvolvimento do setor privado e dos mercados de capital de países-membros da
América Latina e do Caribe.
Marca Experian compra Computec
e reforça liderança na América Latina
Contrato assinado, é hora de comunicar
ao mercado: a Serasa está no comando
da Computec, empresa líder em informação de crédito na Colômbia. A investida faz parte da estratégia de expansão
de negócios da Experian na América
Latina, onde já está presente no Brasil,
Argentina, Chile, Costa Rica e México.
Com ações na Bolsa de Valores da Colômbia, a Computec está aguardando a
aprovação regulamentar das autoridades locais para dar início ao processo de
transição da gestão e fazer o comunicado público da aquisição. A empresa foi
fundada em 1968 e iniciou as operações
de bureau em 1981.
agenda
2011
Atualize-se participando dos principais
eventos da CMS no mundo
Junho 21 e 22 de junho
3º Congresso Nacional
de Micro Finanças e
6º Congresso Nacional
de Crédito e Cobrança
Lima l Peru
28 de junho
2º Congresso Nacional
de Crédito e Recuperações
Lisboa l Portugal
Julho
5 de julho
9º Congresso Nacional
e 9º Congresso
Latino-americano
de Crédito e Cobrança
Buenos Aires l Argentina
Agosto
24 e 25 de agosto
8º Congresso Andino
de Crédito e Cobrança
Bogotá l Colômbia
Setembro
1º de setembro
6º Congresso Nacional
de Crédito e Cobrança
Santiago l Chile
20 de setembro
5º Congresso Nacional
de Financiamento
de Consumo e
Meios de Pagamento
Buenos Aires l Argentina
Outubro
5 de outubro
4º Congresso Nacional
de Financiamento de
Consumo, Pagamentos
e Recuperações
Montevidéu | Uruguai
18 e 19 de outubro
7º Congresso Nacional
de Crédito e Cobrança
São Paulo l Brasil
18 de outubro
4º Congresso Nacional
de Crédito e Cobrança
Quito | Equador
Novembro 15 e 16 de novembro
3º Congresso Nacional
de Crédito e Recuperação
Madri | Espanha
cipe!
Parti 9724
074
(11) 3
8 de novembro
3º Congresso Internacional
de Crédito e Cobrança
Caracas | Venezuela
Informações:
www.cmseventos.com
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 25 }
{indicadores}
É hora de
apertar os cintos!
N
o Brasil, os dias de maio e abril
são os mais apreciados do
ano, há sempre céu azul sem
nuvens. No cenário econômico brasileiro ocorre justamente o contrário, o país
passa por 60 dias com nuvens escuras
no horizonte, na expectativa de que o
Ministério da Fazenda e o Banco Central
consigam frear a escalada inflacionária
e controlar a valorização do real. Abril e
maio, segundo analistas, são meses decisivos para checar resultados das medidas adotadas e redobrar os esforços,
ou não, no combate à inflação.
O índice de inflação já chega a 5.9%,
pode atingir 7%, fechou com 5,7% em
2010: “Mas as perspectivas para o mercado de crédito continuam positivas”,
acena Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa Experian. Embora o gestor faça questão de advertir: “Crédito
é bom, mas tem que ser usado com
moderação.”
O consumo em alta contribui para aumentar preços e vem sendo combatido
pelo governo por meio de medidas que
deixam o crédito mais caro. Rabi explica
que a situação atual já era esperada: “Provavelmente ainda teremos medidas adicionais às macroprudenciais já em vigor,
com nova elevação da taxa de juros.”
Mas o entusiasmo consumista, muito estimulado pelo presidente Lula no Natal
de 2010, também continua elevado. Prova disso são os resultados em vendas no
Dia das Mães: as compras a crédito cres-
{ 26 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
Divulgação
“Economizem
e apliquem
no mercado
financeiro”
Alexandre Tombini
presidente do Banco Central
ceram 7,2% e as compras à vista, 10,2%.
Crescimento sustentável - No contrafluxo desse movimento, já se contabiliza índice maior de inadimplência, com
crescimento de 21,4% durante o primeiro trimestre em comparação ao mesmo
período de 2010, segundo a Serasa Experian. No comparativo com fevereiro,
o aumento foi de 3,5%. A alta está sendo
atribuída a fatores sazonais, já que março, tradicionalmente, é o mês com maior
pressão no orçamento familiar, devido
ao pagamento da última parcela do
IPVA, material escolar, despesas de férias e carnaval: “A inadimplência já vem
subindo desde o final do ano passado,
junto com a inflação, que pesa no bolso
Comparação dos resultados
do mês com mês anterior (%)
Região
IPCA
INPC
abril março abril março
Rio de Janeiro
0,82
0,67
0,73
Porto Alegre
1,04
0,75
0,82
0,72
0,5
0,88
0,64
0,68
Recife
0,62
0,73
0,54
0,67
São Paulo
0,79
0,78
0,81
0,55
Brasília
0,49
1,13
0,63
0,74
Belo Horizonte
Belém
0,53
0,4
0,34
0,39
0,43
Fortaleza
0,64
1,49
0,62
1,45
Salvador
0,63
0,33
0,58
0,27
Curitiba
1,23
1,14
1,24
1,39
Goiânia
0,9
0,84
0,69
0,41
0,77
0,79
0,72
0,66
Geral
Por Elvira Parise
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, saiu a
campo e convocou a população a adiar compras e investir
em aplicações, aproveitando a elevação de juros. Apesar
do momento delicado que a economia atravessa, não há
crise, porque não há aumento do desemprego.
do consumidor dificultando o pagamento dos seus compromissos financeiros.”
Rabi diagnostica a “doença” e já prescreve o “remédio”: “É preciso manter um
otimismo cauteloso.”
Em 2010, o mercado de crédito cresceu
20% e o aumento salarial, logicamente,
não chegou nem perto dessa performance excepcional. Para 2011, o governo estabeleceu metas menores de
crescimento: o crédito não deve passar
dos 15% e, preferencialmente, fechará
o ano em 10%: “É mais lógico, não podemos trabalhar com margens irreais
de crescimento”, justifica o gestor da
Serasa Experian. O jornalista Luiz Nassif
acredita que a inflação possa ser controlada com as medidas macroprudenciais,
mas não é possível prever em que prazo
isso ocorrerá.
Variações por regiões e grupos – abril de 2011 - IPCA (%)
Rio de
Janeiro
Porto
Alegre
Belo
Horizonte
Recife
São
Paulo
Brasília
Índice Geral
0,82
1,04
0,5
0,62
0,79
0,49
Alimentação e bebidas
0,78
0,95
-0,15
0,56
0,54
0,78
Habitação
0,78
1,15
1,4
0,4
0,46
0,7
Artigos de residência
-0,68
-0,88
-1,08
-0,8
-1,16
-1,21
Vestuário
1,79
1,67
0,2
1,55
1,92
0,92
Transportes
1,94
2,04
1,23
1,13
1,53
-0,11
Saúde
e cuidados pessoais
0,59
1
1,11
0,58
1,48
1,25
Despesas pessoais
0,2
1,05
0,28
0,81
0,69
0,86
Educação
0,03
0,04
0,05
0,02
0,09
0,07
Comunicação
-0,05
-0,19
0,06
0,22
0,12
-0,11
Grupos
Período de coleta: 30 de março a 28 de abril de 2011 (referência); 25 de fevereiro a 29 de março de 2011 (base) Fonte: IBGE
Crédito sob controle
Enquanto os resultados esperados não
chegam, o presidente do Banco Central
declara que estão descartadas “medidas drásticas, como a criação de prazos
mínimos (quarentena) para que investimentos fiquem no país”. Em coro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que o governo continuará tomando
medidas para evitar a valorização excessiva do real e tranquiliza a nação: “As
ações tomadas até agora contribuíram
para diminuir a entrada de dinheiro no
Brasil e segurar a cotação da moeda.”
O mercado de crédito deverá ser pou-
pado: o Copom sinalizou que dará menos importância às medidas de restrição ao crédito e continuará focando
o aumento de juros. A blindagem não
se estendeu à cobrança de impostos:
com o objetivo de conter demanda do
setor, o IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras) aumentou de 1,5% para
3% nas operações de crédito a pessoas
físicas. Os empréstimos habitacionais
e o leasing estão fora do aumento,
mas o cheque especial e o cartão de
crédito rotativo passam a pagar mais
imposto.
Com relação à política monetária, a estratégia atual será mantida, apesar de o
BC ter anunciado na ata do Copom que
seriam adotados novos rumos no setor.
Mais: a instituição afirma, em seu relatório semestral, que o sistema monetário
não sofreria com um possível descontrole nos índices de inadimplência, mesmo diante de quadros de deterioração
econômica extrema. Além disso, vale
acrescentar, os bancos, segundo avaliação de especialistas, estão preparados
para resistir a choques econômicos sem
comprometimento do seu capital.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 27 }
{destaques}
Por Hilda César
Inteligência de mercado
reduz inadimplência
Modernas técnicas de abordagem quitam a
dívida e reabilitam relacionamento comercial.
N
ão basta recuperar o crédito, o
cliente também tem que ser recuperado. Esse é o primeiro compromisso quando se trata de conseguir a
quitação de uma dívida, seja ela a fatura de um cartão de crédito ou de um
maquinário avaliado em um milhão
de reais. Quem alerta é Jair Aparecido
Lantaller, presidente do Instituto GEOC
– Gestão de Excelência Operacional em
Cobrança: “Para atingir essa meta, as
empresas de cobrança investem pesado em ferramentas adequadas e mão
de obra cada vez mais diferenciada”,
complementa Lantaller, que é também
um dos sócios da Novaquest, empresa
de cobrança com oito filiais no Brasil.
Para Alexandre Rodrigues, diretor da
Brascobra Center, outra empresa do setor, “o cobrador definitivamente deixou
de existir e entrou em cena o negociador”.
O gestor de soluções de cobrança da
Serasa Experian, André Queiroz Rocha,
enfatiza que a cobrança não pode representar o fim do relacionamento com
o cliente, mas, ao contrário, a primeira
Divulgação
etapa de novas transações comerciais:
“A disputa de recuperação é como a
disputa de um cliente novo, pois muitas vezes a mesma pessoa tem vários
credores e, além de ter a melhor proposta entre os concorrentes, deve criar
também oportunidades para a continuidade do histórico de compras, principalmente se esse histórico for antigo e
positivo até essa ocasião”, explica.
Para Cláudio Kawasaki, presidente do
Grupo Siscom – com forte atuação nos
segmentos de veículos, motos e massificados –, uma das grandes vantagens
da utilização da inteligência de um
banco de dados atrelada à tecnologia é
segmentar devedor com bom histórico
de pagamentos e alta probabilidade de
pagar, do devedor com baixo histórico
de pagamento e, portanto, baixa probabilidade de pagar: “A abordagem é
diferente. Para o cliente com bom histórico de pagamento, a gente só manda
um lembrete. Há um ganho de produtividade e ao mesmo tempo mostramos
respeito pelo devedor.”
“A cobrança é
só uma etapa no
relacionamento com o
cliente, que precisa ser
sempre renovado”
André Queiroz Rocha
Gestor de soluções de cobrança
da Serasa Experian
{ 28 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
Tudo por um
final feliz
A Serasa Experian realiza campanhas de quitação de dívidas em momentos de pico de vendas no varejo, como no Natal e Dia das mães,
as duas datas do ano que movimentam maior volume de vendas.
Em dezembro de 2010, com a parceria de 88 clientes, a Serasa Experian contatou por carta 5,2 milhões
de consumidores propondo uma
negociação amigável que favorecesse, inclusive, novas transações
comerciais, já que o Natal é um
período histórico de corrida às
compras. Por isso a campanha foi
planejada para essa data de grande
movimentação de mercado, inclusive com a entrada do 13º salário no
bolso dos assalariados.
O retorno desse tipo de ação varia
de acordo com o tipo de produto
e perfil de consumidor, mas certamente esse tipo de estratégia de
massa beneficia as duas pontas do
varejo, vendedor e consumidor, facilitando o entendimento amigável
entre as partes.
Campanhas como essas atendem
também a um compromisso atual
da cobrança: evitar a retomada do
bem. “A política dos bancos é ajudar
o cliente a colocar o fluxo em ordem
para evitar o custo judicial”, pontua Cícero Toledo Piza, sócio do Grupo Aval.
Carlos Zanchi, presidente de uma
das maiores empresas de cobranças de massificados do país, a Zanc,
reforça a importância da mediação:
“Nosso foco é atender demandas
do cliente e encontrar as melhores
soluções para todos."
Cobrança Localcred.
Transparência, Solidez e Resultado.
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{tendências}
Há coisas que
o dinheiro
não compra...
A
indústria de cartões vem
crescendo no mesmo ritmo acelerado da economia
brasileira nos últimos dois anos. Dados
atualizados da ABECS - Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviço contabilizam, em 2010,“628 milhões de
plásticos e 7,1 bilhões de transações”.
“No dia das mães, 70% das vendas
foram feitas com cartão de crédito.
Comerciante que não oferece esta
forma de pagamento perde em competitividade”, garante Ricardo Tegani,
proprietário da Santo Presente, loja
que está no mercado há mais de dez
anos. Tegani acompanhou a transição dos cheques pré-datados para o
parcelamento em cartão: “Acabou o
problema do cheque sem fundo, por
outro lado, arcamos com taxas ainda
altas na operacionalização e temos
que pagar mensalidade da máquina.
Mas a balança pende para o lado das
vantagens: uma delas é que as novas
máquinas aceitam qualquer bandeira,
uma só máquina basta para atender
Divulgação
“As inovações
facilitam muito
a vida, tanto
dos lojistas
quanto dos
consumidores”
Rômulo Dias
Presidente da Cielo
{ 30 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
aos clientes e seus vários cartões. A
outra é que a forte concorrência tornou possível negociar valores menores nas mensalidades”.
Rômulo de Mello Dias, presidente
da Cielo, prevê o crescimento contínuo do mercado nos próximos anos,
principalmente com o avanço tecnológico: “A Cielo vem investindo no
desenvolvimento de novas tecnologias para o uso de cartão. Um dos
exemplos mais recentes é o aplicativo
para aparelhos Apple, lançado em novembro de 2010 especialmente para
profissionais liberais, uma categoria
que usualmente não aceitava cartões,
mas, com este aplicativo, a adesão
cresceu”, explica.
Meios emergentes
Segundo Dias, a Cielo lidera o processo
de tecnologias de pagamento emergentes: “Prova disso foi o movimento
iniciado em 2010, com a aquisição da
M4U seguida da joint venture com a Oi,
para poder usar a plataforma Paggo e
assim ampliar a aceitação de pagamentos com o celular via SMS”, acrescenta.
Com relação ao cenário multibandeira,
o presidente da Cielo afirma que agregou valor para o mercado como um
Por Elvira Parise
... Para todas as outras há o cartão de crédito. Esse mote é de uma memorável
campanha da Mastercard e apresenta a ponta mais visível do iceberg de
disputas que marcam esse competitivo mercado: a guerra publicitária.
Tecnologia e conformidade com a regulamentação são outros desafios. Apesar
deles, a previsão para 2011 é recorde: 700 milhões de unidades em operação.
A alta deve-se à expansão da oferta nas classes de baixa renda e à contínua
migração de outros meios de pagamento para essa modalidade.
Dreamstime
Combate ao
superendividamento
Em 2010, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou novas regras
para cobranças. A mudança reduziu as cerca de 80 tarifas cobradas
pelos bancos a apenas cinco, o que
facilitou o controle do usuário sobre
o consumo. Além disso, a partir de
junho de 2011, o pagamento das
faturas atingirá o mínimo de 15%.
A prática hoje é de 10%. Em dezembro, esse pagamento mínimo subirá
para 20%, o que disciplinará o uso
todo: “Desde julho, nossos clientes têm
o melhor e mais completo portfólio de
bandeiras, entre elas as três maiores
bandeiras de cartões do mundo, que
são Visa, MasterCard e American Express, além da JCB, a quinta maior bandeira no ranking mundial”.
A Redecard, outra gigante no mercado nacional, afirma que a abertura de
mercado não surpreendeu, uma vez
que sempre foi multibandeira e já vivia em um ambiente de competição:
“O maior impacto, a partir de julho de
2010, foi a entrada da bandeira Visa,
que tem um grande número de transações e um ticket médio alto. Além
disso, tivemos também um aumento
no número de ligações, que triplicaram. Felizmente estávamos preparados, pois ampliamos capacidade
e reduzirá o superendividamento,
segundo o governo.
Além das alterações legais, o mercado ganhará mais dinamismo com
a chegada da Elo, dirigida a classes
emergentes. Criada pelo Banco do
Brasil e pelo Bradesco, a bandeira
deverá ser incorporada também
pela Caixa Econômica Federal. É
mais uma facilidade que acompanha a alta de consumo entre a população de baixa renda.
de processamento e disponibilidade
de rede, central de atendimento e fizemos um upgrade em quase todas
as atividades, além de softwares e
hardwares”, informa a assessoria de
imprensa da Operadora, canal oficial
de notícias até o novo presidente,
Claudio Takashi Yamaguti, empossado em abril, completar a transição de
gestões.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 31 }
Dreamstime
{pelo mundo}
Por Gabriela Arruda
Turismo
sem crise
Palco de lutas e inúmeras conquistas,
Portugal possui locais de beleza
indescritível, como Castelo Branco,
distrito que integra roteiro de
compras e cenário histórico.
À
porta da Europa, banhada pelo
oceano Atlântico, está a terra
dos maiores desbravadores do mundo e da alma, como Pedro Álvares Cabral e Camões, imortais na história da
humanidade.
Aventuras em caravelas e poesias à parte, Portugal tem mais do que heroísmo
e lirismo, tem um mercado de negócios
que atrai muitos empreendedores, tem
um setor de eventos corporativos que
atrai executivos de todo o mundo. O
principal foco de concentração de negócios é Lisboa, mas para quem quiser
descobrir outros encantos da terra vale
a pena deixar a capital em busca de outros destinos turísticos.
O distrito de Castelo Branco – localizado
no centro de Portugal, a cerca de 50 km
da fronteira com a Espanha – é um deles.
A cidade é internacionalmente conhecida por seus queijos, vinhos e azeite, além
de destacar-se pelas colchas de linho
bordadas a mão com fio de seda natural,
sempre em cores fortes e vibrantes.
Caminhando pelas ruelas locais, o turista tem a sensação de estar em um
museu a céu aberto, entre casario,
igrejas e monumentos que evocam o
primor e os mistérios da arquitetura
medieval. O Museu Francisco Tavares
Proença Júnior é o mais conhecido en-
tre as atrações turísticas. Fundado em
1910, é centenário, embora tenha sido
interditado em vários períodos nesses
anos todos. O acervo apresenta peças
de diferentes épocas e achados arqueológicos, além de tapeçarias do século
XVI e arte primitiva portuguesa.
O norte do município abriga Monsanto, famosa aldeia, conhecida como “a
mais lusitana de toda Portugal”. A fama
se justifica: suas antigas casas em granito, vielas e pequenos jardins, são características do país.
A torre romana de Centum Cellas é um
dos mais intrigantes monumentos de
Castelo Branco e pode ser vista a partir
do castelo de Belmonte, do século XIII.
Covilhã Uitas é também uma das cidades mais importantes do distrito graças
ao seu papel histórico na indústria de
lanifícios em Portugal e na Europa.
Outro território na região de grande
potencial turístico é o Geopark Naturtejo, vasto patrimônio geológico com
uma beleza natural incomum e reconhecida internacionalmente. A região
conta com o Parque Natural do Tejo e
com áreas ambientalmente protegidas. A oportunidade é boa para quem
quer afrouxar a gravata, esvaziar a
mente e se entregar a delícias bucólicas
e milenares de Portugal.
Crédito para a
criatividade
No dia 28 de junho, Lisboa sedia
o 2º Congresso Nacional de Crédito e Recuperações, que tem
como tema central “O Caminho
do Crédito. Desafios e Oportunidades”. Realizado pela CMS, o
congresso traz palestrantes que
apontam, como meio para enfrentar a crise, o desenvolvimento de estratégias inovadoras. Em
situação econômica desfavorável, Portugal seguiu o exemplo
de Grécia e Irlanda e pediu ajuda
financeira à União Europeia.
Diferentemente de outros países, não houve qualquer estouro
de bolha no país. O que houve foi
um processo gradual de perda
de competitividade, com o aumento dos salários e redução das
tarifas de exportações de baixo
valor da Ásia para a Europa. Em
meio a esse cenário, o encontro promovido pela CMS surge
como oportunidade única para
debater opções e buscar caminhos que recoloquem Portugal
em pleno ritmo de crescimento.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 33 }
{sofisticação & luxo}
Por Gabriela Arruda
Sentimento que baila
D
e Buenos Aires para o mundo. De
estilo musical a patrimônio da humanidade. O tango, um dos principais
produtos tipo exportação da Argentina, foi batizado, entre os adeptos, de
“sentimento que baila”. A dança é caracterizada pelo“movimento dos pares em
cumplicidade, sem passado e sem futuro, animado pela música e intensificado
pela pausa”, define Paulo Araújo, presidente e professor do Instituto Brasileiro
do Tango, situado no Rio de Janeiro.
No país do samba, o tango tem espaço,
adeptos e admiradores que cultuam a
arte como estilo de vida. Mas será que
temos ginga para o famoso ritmo argentino? Araújo, carioca que “confundiu pernas e passos” com a dança portenha há mais de 20 anos, garante que
sim. Defende que as melhores coisas
da vida, como o tango, não possuem
um “dono”, por isso a Unesco, em 2009,
declarou o tango como patrimônio cultural imaterial da humanidade.
Fabio Mártins e Sirley Paplewski formam
o grupo Fasitano, que dá aulas em São
Paulo. O casal reconhece que a procura
por aulas dessa dança no Brasil tem sido
cada vez maior. Este ano, após apresentações nacionais e na Argentina, o casal
Congresso
itinerante da
CMS aporta em
Buenos Aires
Divulgação
O tango surgiu em Buenos Aires no fim do
século 19. Na voz do argentino Carlos Gardel,
considerado o inventor do tango-canção,
o ritmo se popularizou. Mais de um século depois,
os amantes e praticantes da dança só aumentam.
fará sua primeira turnê na Europa e passará por Paris, Suíça e Alemanha. Brasileiro, eis a moral da história, tem muito mais
do que samba no pé.
Noite dançante
Para curtir o tango na Argentina, o turista pode visitar as tradicionais milongas, que são os bailes onde as pessoas
vão para dançar, como a Casa de Galicia, Alma do Bohemio ou El Arranque.
Para assistir um espetáculo, a dica é ir
às casas de show, conhecidas como
tanguerías. Entre elas, destaque para
Complejo Tango, Café Tortoni e Bar Sur.
O ritmo que se popularizou com Carlos
Gardel (mas que ganhou o mundo nas
vozes de artistas de renome, desde o
pioneiro Arturo de Nava, passando por
celebridades como Sarita Montiel e
Ástor Piazzola) se modernizou a partir
de 1990, quando os jovens se reaproximaram do tango em Buenos Aires,
acrescentando novas vertentes ao ritmo. É o caso das Orquesta El Arranque
e Orquesta Típica Fernandéz Fierro e
dos grupos Gotan Project e Bajofondo Tango Club, que incluíram batidas
eletrônicas e ganharam repercussão
internacional.
O 9º Congresso Latino-Americano, itinerante, e o 9º Congresso Nacional de Crédito e
Cobrança da CMS, ocorrerão desta vez na capital portenha, trazendo aos participantes a
oportunidade de aumentar intimidade com
tango, saborear pratos típicos da gastronomia
local e conhecer ou revisitar famosos pontos
Serviço
Instituto Brasileiro do Tango - Espaço de Dança Virapa – Av. Gomes
Freire, 663 - sobreloja - Lapa - Rio de Janeiro • Fasitango - Academia
Tango Baires – Rua Amâncio de Carvalho, 23 - Vila Mariana - São
Paulo. Tel.: (55 11) 8692-1145 • Alma de Bohemio – Necochea 948
- La Boca - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4307-0114 • Casa de
Galicia - Club Español – San José 224 - Piso 1 - Monserrat - Buenos
Aires. Tel.: (00 54 11) 4381-5215 • El arranque – Bartolome Mitre
1.759 - San Nicolás - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4371-6767 • Bar
Sur – Estados Unidos 299 - San Telmo - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11)
4362-6086 • Café Tortoni – Av. de Mayo 825 - Monserrat - Buenos
Aires. Tel.: (00 54 11) 4342-4328 • Complejo Tango – Av. Belgrano
2.608 - Balvanera - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4941-1119
turísticos. Os congressos da CMS abordarão a
pujança do crédito no momento atual latino-americano e apresentarão tendências dessa
indústria particularmente na Argentina. Dia 5
de julho, hotel Panamericano. Mais informações: www.cmseventos.com/argentina_2011.
Promoção especial para brasileiros.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 35 }
{progresso e desenvolvimento}
Crescimento
moderado,
mas sustentável
Por Hilda César
As micro, pequenas e médias empresas se beneficiam com políticas tributárias
favoráveis e índices de crescimento sustentáveis. Elas estão mantendo a
curva de crescimento apesar das recentes medidas restritivas ao crédito.
A
s pequenas e médias empresas seguem bem, apesar das medidas macroprudenciais do governo. Segundo
a pesquisa mensal de faturamento,
feita pelo Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), o crescimento em março foi
3,25% maior do que no mesmo mês
em 2010. Há 18 meses consecutivos
os resultados, comparativamente, são
superiores ao mês correspondente de
anos anteriores. Houve, igualmente,
diminuição na taxa de mortalidade no
primeiro ano, de 71%, em 2000, para
os atuais 58%.
O ritmo de crescimento pode cair,
explica o consultor do Sebrae, Pedro
Gonçalves, mas a tendência esperada é de crescimento com moderação.
O IBGE, cita Gonçalves, mostra que o
aumento da inflação não provocou
queda na massa salarial, portanto o
consumo não foi ainda afetado.
{ 36 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
Divulgação
“Tendência
esperada para
as pequenas e
médias empresas
é de crescimento
com moderação”
PEDRO GONÇALVES
Consultor do Sebrae
Tributação simplificada
Ao longo dos últimos cinco anos, a
economia e as empresas mudaram,
mas um fator extremamente positivo
para a saúde da economia se manteve e se mantém com grandes bene-
fícios para empresários, municípios,
Estados e União. Trata-se do regime
simplificado de tributação para as
micro e pequenas empresas. O Simples Nacional transformou oito diferentes impostos estaduais, federais
Dreamstime
e municipais em um só tributo, melhorando o ambiente de negócios no
país ao facilitar a vida de empresários
e empreendedores.
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto,
enfatiza: “Ao completar quase quatro
anos de regime, cinco milhões de empresas já aderiam ao programa e a arrecadação do Simples é crescente. Em
2010, foram R$ 2,5 bilhões do ISS para
os municípios.”
Estatísticas oficiais apontam um salto
de 365% com relação a 2007 na arrecadação do ISS no Super Simples e o
crescimento de 253% do ICMS para os
Estados, totalizando R$ 6,2 bilhões no
ano passado.
O chamado Simples reflete o reconhecimento do governo federal de que as
facilidades de tributação e crédito voltados às micro e pequenas empresas
contribuem para o melhor desempenho da economia como um todo.
Leve oscilação
na pontualidade
A pontualidade de pagamento das
micro e pequenas empresas, após
ter recuado no primeiro mês de 2011,
registrou pequena recuperação em
fevereiro, de acordo com o Indicador
Serasa Experian da Pontualidade de
Pagamento das Micro e Pequenas Empresas. Em janeiro, a cada 1.000 pagamentos realizados, 948 foram quitados
à vista ou com atraso máximo de sete
dias (índice de pontualidade de 94,8%).
Em relação à pontualidade obtida no
mês de janeiro de 2011 (94,7%), a alta
foi de 0,1 ponto percentual, repetindo
percentual de fevereiro de 2010 (94,7%).
A pequena recuperação da pontualidade de pagamentos em fevereiro de
2011 pode ser atribuída ao fato de que
o mês contou com mais dias úteis para
melhor administração do volume de
pagamentos. Já em março, a pontu-
alidade atingiu o patamar de 94,3%,
apresentando nova queda.
O feriado do carnaval e os efeitos adversos da elevação do custo financeiro
estão entre os elementos que diminuíram a pontualidade de pagamentos
das empresas em março deste ano,
tanto na comparação interanual (em
relação a março/10, pontualidade de
94,6%) quanto em comparação ao
mês imediatamente anterior (fevereiro/10, com pontualidade de 94,8%).
A queda atingiu micro e pequenas
empresas dos setores industrial e de
serviços, ambas com recuos de 0,9
ponto percentual em relação a março de 2010. Já as microempresas do
setor comercial tiveram alta de 0,3
(índice de 94,8% em março/11) na
sua pontualidade de pagamento na
comparação com março/10.
C r e d i t P e r f o r m a n c e { 37 }
{ponto de vista}
SANDRA CRISTINA BERTONI SERNA QUINTO
A rquiteta na gerência nacional de M eio A mbiente da CAIXA e integrante do grupo de trabalho que desenvolveu o Selo Casa A zul
Construindo habitações
mais sustentáveis
D
esde o início do século XX, o
Brasil passa por um acelerado
processo de urbanização, no qual a
população das cidades aumentou de
30%, em 1950, para os atuais 80% de
habitantes nas nove regiões metropolitanas do país.
O crescimento urbano se reflete no
aumento do volume de construções,
necessárias para moradia, transporte,
educação, saúde, esporte, lazer, comércio, e movimenta uma indústria, a
de construção civil, que responde por
14% do PIB, gerando enorme quantidade de emprego e renda para o País.
Por outro lado, a demanda da urbanização é responsável também pelo consumo de 40% da energia elétrica produzida e até 75% dos recursos naturais
existentes, gerando 40% do total dos
resíduos descartados no país. Afeta diretamente o meio ambiente, seja pelo
consumo de recursos naturais, pela geração de resíduos e, muitas vezes, pela
expansão das cidades sobre as áreas
ambientalmente sensíveis.
Sabendo que os recursos naturais são
finitos e considerando o impacto das
edificações no meio ambiente, iniciou-se uma discussão, no âmbito mundial,
inserindo a questão da sustentabilidade nas agendas governamentais.
Em resposta a esse contexto, a Caixa
Econômica Federal desenvolveu uma
metodologia de avaliação socioambiental de projetos de empreendimentos habitacionais denominada
Selo Casa Azul. Por ser o primeiro
sistema de classificação da susten{ 38 } C r e d i t P e r f o r m a n c e
Divulgação
tabilidade de projetos habitacionais
desenvolvido no País para a realidade
brasileira, o Selo Casa Azul surge como
uma proposta inovadora e singular,
considerando o atual momento da
indústria da construção civil e o papel da CAIXA como principal agente
financeiro de habitação do país.
Integrando em sua metodologia de
avaliação as principais vertentes para
a produção de construções mais sustentáveis – inserção urbana; planejamento e projeto; desempenho térmico e conforto; eficiência energética,
redução de resíduos de construção e
demolição; reciclagem e reutilização;
redução do consumo de água e energia; responsabilidade social e empresarial – o Selo pretende incentivar a
adoção de itens de sustentabilidade
ao planejamento dos empreendimentos habitacionais financiados pela
CAIXA. O Selo é também uma forma
de reconhecer publicamente os empreendedores que adotam práticas
mais sustentáveis na construção de
novas moradias.
A metodologia pretende avaliar os
projetos de empreendimentos habitacionais que adotarem, no mínimo,
19 critérios de sustentabilidade dentre
os 53 critérios existentes e distribuídos
nas seis categorias de avaliação: Qualidade Urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de
Recursos Materiais, Gestão da Água e
Práticas Sociais.
Para orientar os projetistas foi elaborado o “Guia CAIXA/Sustentabilidade Ambiental - Selo Casa Azul
- Boas Práticas para Habitação mais
Sustentável”. O Guia contém todas
as diretrizes necessárias à elaboração de propostas candidatas ao Selo
e servirá também como orientações
para projetos mais sustentáveis, podendo ser utilizadas por arquitetos,
engenheiros e estudantes. Com isso,
a CAIXA pretende agregar em uma só
publicação todas as condições básicas
necessárias ao planejamento de moradias que respeitam o meio ambiente
e contribuem para o desenvolvimento
de cidades mais sustentáveis.
O Nicodemo, da
Metachem, agora
consegue definir
o limite de crédito
dos clientes com
maior precisão.
Nicodemo Petroni,
Sócio-Proprietário da Metachem,
cliente desde 1996.
Quer ser eficiente
como ele?
Fale com a gente:
0800 773 7728
ou acesse
serasaexperian.com.br
Com a ajuda da Serasa Experian, a
empresa do Nicodemo pôde conhecer mais
detalhadamente o perfil dos seus clientes,
evitando problemas de inadimplência. E isso é
fundamental para um atacadista. Não importa
o tamanho da sua empresa: pergunte o que a
gente pode fazer por você.

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