revista Credit Performance
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revista Credit Performance
O Irineu, da C&C, recuperou mais clientes e está vendendo com mais segurança. Irineu Lolo, Gerente Financeiro da C&C. Quer um resultado igual ao dele? Fale com a gente: 0800 773 7728 ou acesse serasaexperian.com.br Com a ajuda da Serasa Experian, a C&C aumentou o índice de recuperação de clientes e conseguiu mais agilidade na aprovação de crédito, gerando mais segurança nas vendas. Isso é muito importante para uma empresa que atua no varejo. Não importa o tamanho da sua empresa: pergunte o que a gente pode fazer por você. {sumário} A Credit Performance é a primeira e única revista especializada na indústria brasileira de crédito e cobrança. A publicação é idealizada pela CMS - Credit Management Solutions, a organização líder em interação e conteúdos da indústria latina de crédito com atuação em 14 países da América e Europa, e conta com o apoio do Instituto Geoc e Serasa Experian. Com periodicidade trimestral e tiragem de quatro mil exemplares, a revista oferece conteúdo especialmente desenvolvido para executivos líderes de grandes corporações e empresas da área. Distribuição exclusiva e gratuita. Conselho Editorial: Conselho Editorial: Carlos Zanchi, Cláudio Kawasaki, Eldi Willms, Estefânia Shiromoto, Jair Lantaller, José Augusto de Rezende Júnior, Luciana Felletti, Luis Barbuda, Manuel Magno Alves, Milene Zabot, Pablo Salamone, Sergio Scardini, Silvina Virga, Tariana Machado e Victoria Iturrieta Redação e produção: Burson-Marsteller Brasil Diretor de redação: Pedro Corrêa Editora e jornalista responsável: Luciana Morassi (MTB 34.765) Colaboraram nesta edição: Christiane Marcondes Alves de Brito, Elvira Parise, Hilda César, Gabriela Arruda (reportagem e edição), Rubens Chaves (fotografia) E-mail da redação: [email protected] Diagramação: Multi Publicidade e Propaganda Responsável Comercial: Madleine Rose M. Sprocatti [email protected] / Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013. Credit Performance, a revista da indústria de crédito e cobrança. Endereço na internet: www.creditperformance.com.br Credit Performance® é uma publicação da CMS – Credit Management Solutions. Todos os direitos reservados, proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização. 14 Capa Apesar de medidas restritivas ao financiamento, setor automotivo continua com vendas em alta 5Editorial 6Entrevista Marcelo Malanga: O momento é de consolidação das fusões e aquisições dos grandes bancos no Brasil 10 Análise Setorial Concorrência máxima alavanca crédito no varejo 18 Caso de sucesso Banco do Nordeste patrocina empreendedor 21 Ideias e Tendências Crédito imobiliário: presente e futuro 22 Opinião Cobrança: qualidade com alma é gestão de resultados! 24 Novidades e Agenda Credit Performance será distribuída também no Equador, Uruguai e América Central; com o comando da colombiana Computec, Serasa Experian consolida liderança na América Latina 26 Indicadores Governo pede que a população economize até a inflação estabilizar 28 destaques Inteligência de mercado ajuda a reduzir inadimplência 30 Tendências Mercado de cartões de crédito deve atingir crescimento recorde em 2011 33 Pelo mundo Portugal: turismo sem crise em Castelo Branco, vila medieval cheia de arte e artesanato 35 Sofisticação & Luxo A sensualidade do tango se enriquece com acordes da música eletrônica 36 Progresso e desenvolvimento Micro, pequenas e médias empresas crescem com política tributária favorável 38 Ponto de vista Sustentabilidade no setor imobiliário C r e d i t P e r f o r m a n c e { 3 } {editorial} Credit Performance Setor de crédito segue aquecido A inflação ameaça o desempenho econômico do País, mas não comprometeu até agora os negócios e as metas de crescimento de setores estratégicos, como o automotivo, tema da nossa matéria de capa. As vendas de carros populares, medium e premium continuam em alta embora num ritmo mais moderado em relação a 2010, quando o saldo total das carteiras de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e Leasing para aquisição de veículos por pessoas físicas bateu recorde, fechando o ano em R$ 188,6 bilhões, um crescimento de 19,9% em relação a 2009, de acordo com dados recentemente divulgados pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). No varejo, os grandes players seguem em máxima competitividade e os consumidores, apesar das medidas restritivas ao crédito, não refrearam seu impulso de compras – é o que mostra a seção Análise Setorial. Nesse cenário, o Nordeste continua a galgar posições para firmar-se entre os mercados líderes, como o do Sudeste, apresentando índices de crescimento econômico superiores ao do PIB nacional em 2010. Justamente na região, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) é destaque com programas de crédito que são referências internacionais, conforme mostra a seção Caso de Sucesso. O Crediamigo, que beneficia trabalhadores informais no meio urbano, é o 2º. maior programa de Microcrédito da América Latina e o 1º do Brasil, com 806 mil clientes ativos. "Os grandes grupos financeiros, por sua vez, estão em etapa de consolidação das fusões e aquisições. Após este momento de ajustes, os bancos irão atuar com mais foco no crescimento dos negócios”, explica o entrevistado desta edição, Marcelo Malanga, diretor de recuperações do Santander. Essa tendência inclui financiamentos para infraestrutura e os grandes eventos esportivos. Ainda no setor financeiro, o mercado de cartão de crédito reforça estratégias de expansão, conforme sinaliza a seção Tendências. Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo, prevê o crescimento contínuo nos próximos anos, principalmente com o avanço tecnológico. Outro segmento com boa marca, segundo mostra a seção Progresso e Desenvolvimento, é o das micro, pequenas e médias empresas, beneficiado por políticas tributárias favoráveis a um crescimento sustentável. Todos esses exemplos mostram que o País está administrando bem os efeitos da alta inflacionária e da valorização da moeda, embora os especialistas, como Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa Experian, advirtam: “É preciso manter um otimismo cauteloso.” Para o seu entretenimento, a seção Sofisticação e Luxo apresenta ainda a evolução do tango, que conquista cada vez mais adeptos, principalmente entre os jovens e executivos que buscam alternativas prazeirosas para desestressar. E a seção Pelo Mundo revela os encantos de uma vila medieval em Portugal, país onde o CMS Fórum Portugal debate caminhos em meio à crise europeia. Juan Pablo Buceta Finalmente, queremos compartilhar a chegada da revista Credit Performance a mais países da América Latina e Central. A expansão de mercado é uma conquista que creditamos, em grande parte, a vocês, leitores e colaboradores. Boa leitura! Pablo Salamone Presidente CMS C r e d i t P e r f o r m a n c e { 5 } { entrevista} Vento favorável a manobras de risco Por Gabriela Arruda // Fotos: Rubens Chaves Grandes grupos financeiros comemoram o bom posicionamento no mercado brasileiro e ajustam as velas para se lançar em rotas de navegação na direção do varejo e das classes sociais emergentes. A bússola financeira do Santander aponta o retorno garantido em operações crescentes de crédito graças à solidez nas políticas de concessão, explica Marcelo Malanga, diretor de recuperações do Banco Santander, em entrevista exclusiva à Credit Performance. “ Temos algumas variáveis no mercado que nos possibilitam estruturar modelos de score bastante efetivos { 6 } C r e d i t P e r f o r m a n c e ” Credit Performance – Dentro de uma visão macro, como você avalia o setor financeiro no momento atual e nos próximos anos, considerando-se os megaeventos esportivos e suas oportunidades de negócios? Marcelo Malanga – O momento é de consolidação das fusões e aquisições dos grandes bancos no Brasil. A grande maioria está finalizando o processo de integração. Após este momento de ajustes, os bancos irão atuar com mais foco no crescimento dos negócios e menos nas questões de políticas de unificação. Os megaeventos do esporte trazem inúmeras oportunidades e o país como um todo deve aproveitar este momento. Mas precisamos ter um real entendimento das oportunidades, não nos deixando levar pela euforia sem um mínimo de respaldo técnico. CP – Como então, na sua análise, esse crescimento poderá ser alavancado? MM – Existirá, em um curto espaço de tempo, necessidade de futuros investimentos expressivos em infraestrutura; consequentemente, a economia irá se fortalecer com base na dinâmica desse negócio e de toda a cadeia envolvida nesses eventos. Toda essa demanda e movimentação gerará, por conseqüência, uma maior necessidade de participação da indústria financeira, que oferecerá sustentação a esse crescimento, quer seja no investimento de longo prazo como no custeio pontual de algumas operações. Marcelo Malanga diretor de recuperações do Banco Santander CP – Como a crise de 2008, que restringiu o crédito, e a atual política econômica, que estimula o consumo das classes emergentes (C, D e E), afetaram o setor de recuperação do Santander e dos bancos em geral? MM - Desde o início do Santander no Brasil, há um rigor na concessão do crédito. Essa é uma das fortalezas do banco no mundo e o fato de estarmos em um período de crise ou de crescimento econômico não acarreta variações expressivas com relação à forma e à política do Santander conceder crédito. Entretanto, em 2009, diante da escassez de dinheiro, o Santander realizou um trabalho singular de refinanciamento para os clientes em situação de inadimplência, acomodando as parcelas de acordo com sua condição de pagamento. Quanto ao estímulo de crédito para as classes emergentes, o principal fundamento deve ser a conscientização das partes envolvidas – agente credor e tomador de crédito – em relação às implicações da operação. Precisamos atentar para as deficiências da educação financeira dessa nova classe, pois o crédito tomado por estímulo ao consumo é perpetuado pelo entusiasmo e facilidade de sua obtenção, podendo gerar um passivo maior que a capacidade de pagamento do consumidor. CP - Com base na sua experiência, como você vê a operação de recuperação de crédito nos bancos? C r e d i t P e r f o r m a n c e { 7 } { entrevista} “Com a melhoria da inadimplência temos o cenário perfeito para o sucesso” “ O momento é de consolidação das fusões e aquisições dos grandes bancos no Brasil. Após essa etapa, o foco será a expansão dos negócios { 8 } C r e d i t P e r f o r m a n c e ” MM - A área de recuperação é uma área de negócio com objetivos a serem cumpridos. Como premissa, desempenha a função social do banco, entendendo a necessidade do cliente, ainda mais num momento delicado como o da inadimplência. No Santander, o cliente que tem uma pendência financeira é um cliente do banco, tratado com respeito e sempre na busca da sua condição de ativação para novos créditos. Para que isso se torne factível, o negócio de recuperação de crédito do Santander atua de forma pontual, cliente a cliente, oferecendo o produto de renegociação que caiba em seu bolso e possa ser honrado de forma tranquila. CP – Como evoluíram o crédito e a inadimplência nos últimos dois anos? Como vão evoluir nos próximos dois anos, segundo a sua visão de mercado? MM – Tivemos avanço bastante expressivo em volume de ativos, principalmente no segundo semestre de 2010, com crescimento acima do mercado. Isso foi possível porque a inadimplência em 2010 se manteve em níveis baixos. O banco está bastante capitalizado em sua estrutura de balanço, frente às exigências dos índices de Basiléia, e dessa forma não teremos nenhum tipo de dificuldade para concessão de crédito nos próximos dois anos. Estamos crescendo bastante e temos a ambição de aumentar ainda mais. Rodrigo Ayres Serasa Experian - RJ A Serasa Experian pode ajudar sua empresa a aproveitar ao máximo as oportunidades de cada setor, com soluções que permitem uma análise completa de mais de 100 setores da economia. Não importa qual o tamanho da sua empresa, desafie a gente. Ligue 0800 773 7728 Acesse já serasaexperian.com.br/setorise {análise setorial} Concorrência máxima alavanca crédito no varejo E ntre os legados da Era Lula está a significativa expansão do varejo, em grande parte atribuída ao crescimento de crédito para o consumo e à ascensão da classe C, que privilegia os eletrodomésticos como carro-chefe de compras. Para ter uma idéia de grandeza, a nova classe que ascendeu no Brasil soma 100 milhões de consumidores de bens de consumo, casa própria e automóveis. Maurício Galhardo, sócio da Praxis Education, avalia o papel do crédito nesse cenário próspero: “Pelo lado do varejista, o crédito possibilitou capital de giro para investir nos negócios, alavancou fluxo de caixa gerando possibilidade de compra de estoques, isso tudo em busca de aumento de vendas. Pelo lado do consumidor, o crédito possibilitou financiamentos com prazos mais longos, oferecendo a oportunidade de aquisição de produtos com maior valor agregado”, explica. Pesquisa de dezembro de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que houve crescimento de 10,4% das vendas e de 14,4% da receita no setor nos 12 meses anteriores. O varejo paulista, equivalente a 40% do total nacional, pode atingir R$ 115 bilhões em 2011. Comparativamente, movimentou R$ 104 bilhões em 2010 e R$ 91 bilhões em 2009. Correndo por fora, o Nordeste avança no consumo, enfileirando-se entre mercados líderes, como o Sudeste, e apresentando índices de crescimento econômico superiores ao do PIB nacional em 2010. O Walmart expande ações na região através das bandeiras Maxxi, Todo Dia e Balaio, que integram o gênero “cash & carry”, mais conhecido por atacarejo e que significa, literalmente, “pagar e Vender ou financiar? Consultores afirmam que o fato de grandes varejistas atuarem como financeiras é um mau negócio, porque cada operação exige uma expertise diferente. Flávio Corrêa, presidente do conselho consultivo da ADVB, concorda: “Acho que cada macaco deve ficar no seu galho. O varejista deveria se preocupar com seu cliente, produtos, ofertas, serviços, atendimento, dei- { 10 } C r e d i t P e r f o r m a n c e xando as operações financeiras para os bancos. Só que, no Brasil, país que ‘desfruta’ dos juros mais altos do mundo, os varejistas acabam ganhando mais dinheiro no mercado financeiro do que na natureza do seu negócio. Essa é uma distorção perversa.” Galhardo, sócio da Praxis Education, defende a terceirização: “Terceirizando, a empresa de varejo não terá que arcar com gastos fixos em tempos ociosos ou improdutivos e poderá contar com ajuda extra quando houver muito trabalho”, explica. Mas o melhor em “passar o bastão” é poder contar com um parceiro especializado, o que minimiza risco de inadimplência já que a concessão de crédito atenderá aos parâmetros mais exigentes do mercado. Força de vendas Por Elvira Parise // Foto: Divulgação O mercado varejista é um só, com características cada vez mais globalizadas, e o melhor player é o que apresentar planejamento financeiro saudável, presença nos pontos de venda, multiformatos para atingir a pluralidade de perfis do consumidor e condições atraentes de crédito e negociação. levar”. Dirige-se ao consumidor final, mas tem estrutura de atacado. Outras duas gigantes, Pão de Açúcar e Carrefour, inauguraram mais de 150 pontos do tipo “cash & carry” ao longo dos últimos dois anos. A iniciativa demonstra que formatos diferenciados vão reconfigurar o setor, mas as consolidações continuam: “Além das megafusões já conhecidas, como Pão de Açúcar e Casas Bahia, a Renner acaba de adquirir a Camicado. Os hipermercados terão sua força diminuída no Brasil, como já acontece no mundo. Lojas de rua ganharão impulso, pela proximidade. Os shopping centers continuarão a proliferar e as redes de lojas de conveniência também”, prevê Flávio A. Corrêa, empresário e presidente do Conselho Consultivo da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB). O Pão de Açúcar entrará no filão das conveniências, que tem previsão de faturamento de R$ 1,6 bilhão em 2011. Concorrerá com a francesa Carrefour Express, usando a marca Extra, que se posicionará estrategicamente em postos de gasolina. “Pelo lado do varejista, o crédito possibilitou capital de giro e alavancou fluxo de caixa; pelo lado do consumidor, o crédito possibilitou prazos mais longos para quitação.” MAURÍCIO GALHARDO Sócio da Praxis Education A comunicação intensa e eficiente com o público-alvo é um dos trunfos da bem-sucedida performance do varejo. Não à toa, cinco das maiores redes varejistas, como Pão de Açúcar e Ricardo Eletro, estão entre as 20 empresas do país que mais investiram em mídia no ano passado e a Casas Bahia se consagra como o maior anunciante do Brasil, repetindo o feito de anos anteriores. A gestão no ponto de venda é outra estratégia vencedora, que patrocina a chamada compra compulsiva. Bom para a lucratividade do setor, ruim para o bolso do comprador: em 2010, 53% das famílias brasileiras gastaram mais do que receberam no mês. Os gastos vêm crescendo a taxas acima de 5% nos último 5 anos e, nos dois últimos anos, a renda média superou o gasto médio em apenas 1%, segundo a pesquisa Tendências do Consumidor, divulgada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), em parceria com as empresas Nielsen e Kantar WorldPanel. A maior oferta de crédito impulsionou o consumo das famílias, mas é importante destacar que o crédito não é o único vilão do atual cenário inflacionário. Alencar Burti, presidente do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), não pensaria duas vezes se o gênio da lâmpada de Aladim lhe concedesse um único desejo para o país: “Dê um fim na insanidade tributária.” Burti faz de sua vida como homem público uma militância em favor das grandes causas nacionais e defende: assim como uma empresa tem que administrar com inteligência seu “caixa” para evitar endividamento, também o governo precisa administrar sua estratégia financeira controlando os gastos. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 11 } {capa} As rodas do futuro Por Christiane Marcondes Alves de Brito // Fotos: Divulgação Entre os setores da economia que mais avançaram está o automotivo, que bateu a Alemanha e se consolidou como o quarto maior mercado do planeta. Hoje a inflação paira sobre o país como nuvem que anuncia tempestade. Não passará de uma rápida chuva de verão, acreditam os analistas e líderes da indústria automobilística. De olho nos números { 14 } C r e d i t P e r f o r m a n c e C om a inflação em alta, as regras do sistema financeiro já foram alteradas e afetaram, entre outros, o setor de financiamento automotivo. Longe dos bastidores desse mercado, o consumidor continua fortemente estimulado a ir às compras, apesar de conselhos do governo no sentido contrário. Como as concessionárias e revendedoras também não sofreram, ainda, o impacto de medidas restritivas, as vendas continuam em alta. Segundo empresários de grandes redes, o pacote pode atingir o segmento de entrada, que trabalha com carros de marcas populares, fatia correspondente a 70% do mercado. Os segmentos médium e premium, no entanto, preservarão sua margem de crescimento. Maria Cristina Faria, gerente de boutique que se encaixa no perfil de consumidor do “segmento de entrada”, financiou e comprou seu primeiro carro zero em outubro do ano passado, quando fez aniversário: “Tudo muito rápido e simples, em dez dias eu estava motorizada.” A jovem gerente integra a famosa classe C emergente e está entusiasmada com o acesso ao crédito facilitado. “Todo mundo diz que o Brasil é a bola da vez, eu vou me casar em breve e tenho certeza de que vou ter tudo o que desejo. Parece que o mundo sorriu para nós, meus pais nunca tiveram carro, tudo que compramos foi com muita economia. Agora quase todos os meus amigos estão empregados, possuem cartão de crédito, estão se virando bem. A inflação deve ser uma situação passageira”, acredita. Balanço anual O saldo total das carteiras de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e Leasing para aquisição de veículos por pessoas físicas bateu recorde em 2010, fechando o ano em R$ 188,6 bilhões, um crescimento de 19,9% em relação ao ano anterior, de acordo com dados que acabam de ser divulgados pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). A carteira de CDC foi a que registrou a maior alta, totalizando R$ 140,3 bilhões, uma elevação de 49,1% sobre 2009 (R$ 94,1 bilhões). Já o leasing registrou queda de 23,5%, caindo de R$ 63,2 bilhões em 2009 para R$ 48,3 bilhões em 2010. As vendas de automóveis, comerciais leves, motos, caminhões e ônibus novos no Brasil subiram 5,88% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2010. Foram comercializadas 1,263 milhão. Um recorde histórico desde 1957, quando a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) começou a fazer o balanço. A aerodinâmica da sustentabilidade O primeiro trimestre de 2011 registrou novo aumento da modalidade CDC para a aquisição de veículos por pessoas físicas. Segundo balanço da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), a modalidade cresceu 6,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da forte queda do leasing, 9,8%, o equilíbrio dos módulos de aquisição foi mantido e o saldo total das carteiras de financiamento chegou a R$ 190,4 bilhões, um aumento de 17,3% – R$ 28,1 bilhões – em relação ao mesmo período em 2010. A evolução expressiva das operações ainda não reflete os efeitos diretos das medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central (Bacen), em dezembro de 2010, segundo a Anef. O presidente da entidade, Décio Carbonari de Almeida, acredita que “os impactos ainda serão ampliados nos próximos meses”. Expectativa de alta moderada Mesmo assim, a comercialização de veículos e comerciais leves deve crescer 4,2% em 2011 na comparação com 2010, segundo estimativas da Federação Sérgio Reze Presidente da Fenabrave Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O presidente da entidade, Sérgio Reze, considera esse índice extremamente positivo, apesar de inferior a 2010, quando a alta foi de 10,63%. Reze diz que o “consumidor continua com poder de compra”, embora o mercado, depois de um primeiro trimestre bem aquecido, já demonstre no mês de abril uma redução de 5% na procura por veículos. O presidente da Fenabrave considera que o principal vetor de crescimento da inflação é a alta no custo de insumos, como o combustível. Mesmo assim acata Automóveis e Comerciais Leves Caminhões Alta de Alta de 777.725 unidades vendidas 39.413 unidades vendidas 3,63% 26,92% as restrições ao crédito “sem restrição”. E explica: “A inflação é o pior dos males na economia de um país.” A presidenta Dilma Roussef está atenta e procura defender os interesses dos setores da economia atingidos por medidas macroprudenciais. Em maio, declarou publicamente: “Crescer é a melhor estratégia para conter a inflação.” Com relação às resoluções 3.954/11 e 3.959/11 do Bacen – necessidade de certificação para os agentes de financiamento/promotores de crédito e concessionárias –, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) considera a medida favorável ao cenário econômico, porque a certificação vai proporcionar aos agentes um melhor conhecimento técnico na atividade de venda de crédito, na elaboração do CET (planilha do custo efetivo total) e melhor orientação ao consumidor. Em resumo, os impactos da adoção das resoluções do Bacen serão positivos tanto para a economia como para usuários, tomadores de crédito para aquisição de veículos e para as concessionárias. Prova de que a necessidade de mudar traz, também, a oportunidade de melhorar. Ônibus Alta de 25,03% 8.068 unidades vendidas C r e d i t P e r f o r m a n c e { 15 } {capa} "A necessidade de acompanhar o crescimento do PIB e atender demandas de Copa do Mundo, Olimpíada e pré-sal delineia um cenário de boas perspectivas e para o aporte em infraestrutura" Silvimar Fernandes Reis Diretor de Logística da Divisão Internacional da Sobratema Sistema viário A participação das vendas a prazo de veículos e comerciais leves é de 63% do total comercializado em 2010, sendo 46% financiadas por meio de CDC, 11% por leasing e 6% por meio de consórcio. No segmento de veículos comerciais (caminhões e ônibus), excluídas as vendas a vista, o Finame liderou a forma de pagamento com 69% das negociações. Em seguida, estão o CDC com 12%, o leasing (incluso Finame Leasing) com 7% e o consórcio, que responde por 2% das vendas. No segmento de motocicletas, além das operações a vista, 51% foram financiadas por meio de CDC, 26% por consórcio e 1% por meio de leasing. Os juros praticados pelas associadas à Anef em dezembro de 2010 mantiveram-se na faixa de 1,42% ao mês (18,44% ao ano), enquanto a inadimplência acima de 90 dias para as operações de CDC fechou o ano em 2,6%, ante os 4,4% alcançados em 2009. O período médio dos planos de financiamento subiu de 42 meses em 2009 para 44 meses em 2010. A infraestrutura é um freio de mercado que ainda não preocupa os players do setor de automóveis leves. Já os de veículos pesados estão atentos: “A alta da inflação exige a diminuição do endividamento público, o que afeta os investimentos também em obras de infraestrutura. Por outro lado, a necessidade de acompanhar o crescimento do PIB e atender demandas de Copa do Mundo, Olimpíada e pré-sal delineia um cenário de boas perspectivas para o nosso setor e para o aporte em infraestrutura”, Silvimar Fernandes Reis, Diretor de Logística da divisão Internacional da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema). De fato, como bem mencionado por Reis, um dos fatores que finalmente despertou o governo para a defasagem em infaestrutura foi a ida do país para a vitrine mundial dos esportes. A ordem agora é implementar obras ou conviver com situações graves, como a do Rio, relacionada MARKET SHARE Participação das empresas nas vendas de automóveis de passeio nacionais e importados 24,4 22,1 (primeiro bimestre/2011- em %) 19,2 9,4 6,7 VW Fiat GM Ford 5,9 Peugeot/ Renault Citroën Obs.:Empresas não associadas à Anfavea, Mercedes-Benz e Mitsubishi. { 16 } C r e d i t P e r f o r m a n c e 3,8 Honda 2,5 2,4 2,0 Outras* Hyundai Toyota 1,6 Nissan (Fonte: Anfavea Elaboração: Serasa Experian) à Olimpíada de 2016. Segundo previsões de engenheiros de trânsito, se até os jogos não forem adotadas medidas práticas e imediatas no sistema viário carioca, a cidade deverá bater recordes de engarrafamentos com a chegada de novos carros e turistas às ruas. Na média, considerando-se que todas as medidas restritivas do governo não modifiquem a rota do congestionamento no país, a frota fluminense atual, de 1,8 milhão de automóveis, ultrapassará os 3 milhões até 2020, o que representará um carro para cada dois habitantes. A previsão de crescimento é de um estudo do Programa de Engenharia de Transportes da Coordenadoria de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). Vale lembrar que a “cidade maravilhosa cheia de encantos mil” tem avenidas expressas, túneis e elevados projetados ou construídos há mais de 40 anos. Espelhando o contexto nacional de escalada econômica das classes emergentes, o estudo do Coppe mostra que, nos últimos anos, a frota de carros em municípios do Rio e de Niterói cresceu em média 28%. Em outras cidades, o aumento foi ainda maior, chegando a 38% em Nova Iguaçu e Duque de Caxias – na Baixada Fluminense – e 43% em Campos dos Goytacazes, no norte do Estado. Esta situação é eminente também em outros Estados. É preciso que a sociedade se mobilize para buzinar nos ouvidos das autoridades de todo o país, exigindo melhorias e ampliações urgentes do sistema viário. Para a JAC, o brasileiro vê o automóvel como um bem capital, não um bem de consumo Fronteira das oportunidades De olho no crescimento, marcas internacionais fincaram bandeira no país, como a chinesa JAC Motors. A assessoria de imprensa da marca justifica a opção: “O mercado brasileiro está em franca expansão. A cada ano as vendas crescem em média 15% e o país ainda está abaixo do potencial que pode atingir. Neste ano o país deve fechar com 3,6 milhões de veículos vendidos. Na população de quase 200 milhões, cerca de 100 milhões pertencem à classe C, com potencial de compras de R$ 10 milhões. Há muitas cidades em que a frota de veículos deve dobrar em cinco anos.” A diferença entre o desempenho das economias do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa tem sido marcante, não somente nos últimos meses, mas nos últimos anos. Um indicador simples, mas ilustrativo da saúde de uma economia desenvolvida é a venda de automóveis novos, porque a transação exige, além de fácil acesso Sérgio Habib Empresário da JAC Motors ao crédito, confiança mútua, tanto por parte do agente financeiro como do consumidor. Ambos fazem a mesma aposta: participar de uma economia estável, na qual haja estabilidade de emprego e manutenção do patamar de renda. A JAC Motors, comandada pelo empresário Sérgio Habib, tem uma imagem muito positiva do consumidor brasileiro, “que gosta muito de automóvel e enxerga o veículo com um bem capital, não um bem de consumo”. A empresa tem a expectativa de vender 45 mil veículos em 2011, usando uma estratégia que privilegia boa relação custo-benefício e um pós-venda eficiente, “porque o brasileiro gosta de ser bem tratado”. Em outras palavras, o cliente nacional coloca afetividade nas relações comerciais, mas esse é um tema para estudos antropológicos. Voltando à JAC, a marca foi lançada com 50 concessionárias. O preço das revisões é fixo e a garantia dos carros é de seis anos. Além disso, há um centro de peças de reposição com 15 mil m2 de espaço, localizado em Barueri, com capacidade de entrega de peças em 24 horas num raio de 500 km. Como se vê, a estrangeira já se posicionou na dianteira da pista, com plano de vencer a corrida pelos clientes e conquistar uma fatia de 3% do mercado. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 17 } {{caso caso de sucesso} O sertão supera a seca econômica M arialda Gualder, de Fortaleza, cliente há cinco anos do Crediamigo, produto do Banco do Nordeste, vendia bombons como ambulante em frente a uma casa de shows da capital. “Comprava mercadoria fiado e, como não tinha condições de carregar muita coisa comigo, geralmente meu expediente terminava mais cedo”, diz a cliente. Com a entrada no programa, Marialda teve acesso ao seu primeiro financiamento, abasteceu sua banca com vários produtos e estocou o resto em sua casa. Conversando com amigos que também têm bancas na vizinhança, percebeu que tinham dificuldades para comprar mercadorias por falta de prazo e capital de giro. Como estava abastecida e tinha estoque de sobra, começou a distribuir mercadorias para eles, vendendo a prazo. “O Crediamigo me ensinou a ser empreendedora e a ter garra. Com R$ 300,00, transformei o estoque de R$ 200,00 em uma atividade comercial forte, que estoca hoje mais de R$ 20 mil em mercadorias”, orgulha-se a empresária. Pioneiro no Brasil em microfinanças, o BNB possui dois programas de crédito que são referências no mercado. Um é o Agroamigo, que destina recursos à parcela mais pobre dos agricultores rurais, público ainda fortemente concentrado na região nordestina. O outro é o Crediamigo, que instituiu uma importante política pública destinada aos trabalhadores informais no meio urbano: é o segundo maior programa de Microcrédito da América Latina e o 1º do Brasil, com 806 mil clientes ativos. Desde 1998, 1.648.639 clientes já foram atendidos pelo Crediamigo. { 18 } C r e d i t P e r f o r m a n c e marialda gualder Com crédito de R$ 300,00, transformou estoque de em negócio de R$ 200,00 R$ 20 mil Por Gabriela Arruda // Fotos: divulgação O nordeste está recebendo uma verdadeira “chuva” de investimentos e crédito, que vem alavancando índices de PIB superiores aos do País. O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) contribui para esse crescimento com programas de crédito exemplares, que beneficiam micro empreendedores. É o que conta aqui José Sydrião de Alencar Júnior, diretor de Gestão do Desenvolvimento da entidade financeira, citando cases que emocionam. SEGMENTAÇÃO/PERFIL EMPRÉSTIMOS BNB Empréstimos no ano Empréstimos acumulados Carteira março 2011 março 2011 março 201 Empréstimos Empréstimos Clientes 451 mil 8.353.556 806.205 mil Valor aplicado Valores desembolsados Valor R$ 567 milhões R$ 11,1 bilhões* R$ 739,8 milhões Valor médio Clientes atendidos Valor médio R$ 1.255,68 1.648.639 R$ 917,71 Valores mensais atualizados pelo IGP-DI | *1998-março 2011 INADIMPLÊNCIA DO PROGRAMA A PARTIR DE UM DIA Em % 2,09 1,81 1,13 1,16 0,96 0,84 0,84 0,73 0,81 0,72 20022003200420052006 20072008200920102011 PIB da região chega a R$ 555 bilhões em 2014 O Banco do Nordeste é essencialmente um banco catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando a região à dinâmica da economia nacional. Atua em todos os setores da economia, financiando empreendimentos que possam contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento das principais cadeias produtivas, relacionadas ao turismo, infraestrutura, comércio, serviços, indústria, agroindústria, setor rural, aqüicultura e pesca. Vale ressaltar também o papel exercido pelo Banco do Nordeste através do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), que tem a função de desenvolver estudos e pesquisas sobre a região Nordeste, tendo um importante acervo de estudos que subsidiam as ações do Banco na Região, além de contribuir com institutos, estudantes, universidades e órgãos da sociedade. Conforme projeções do BNB-ETENE (Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste), o PIB do Nordeste deverá apresentar uma média de crescimento de 5,0% ao ano entre 2011 e 2014. Em termos de volume de recursos, o ETENE projetou o PIB da região, em 2011, no valor de R$ 467 bilhões, elevando-se para R$ 555 bilhões, em 2014. Quanto aos investimentos locais, as projeções do Escritório Técnico sinalizam recursos de R$ 81,0 bilhões em 2011, que se elevarão para R$ 106,0 bilhões, em 2014, com incremento de 45% nos investimentos. A demanda por financiamento de longo prazo para a região foi estimada em R$ 38,0 bilhões em 2011, elevando-se em 34% no ano de 2014. Estima-se que o Banco do Nordeste será responsável por mais da metade (52,0%) dessa demanda. Assim, o BNB deverá ter uma demanda de R$ 20,0 bilhões em 2011, e R$ 27,0 bilhões em 2014 por esses financiamentos. *1 a 90 dias de atraso sobre a carteira ativa até 90 dias C r e d i t P e r f o r m a n c e { 19 } {caso de sucesso} José Sydrião de Alencar Júnior Diretor de Gestão do Desenvolvimento do Banco do Nordeste Parceria com população carente O BNB é uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente, que atua em cerca de dois mil municípios e nove Estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. “Trata-se de um banco de desenvolvimento voltado aos financiamentos de longo prazo e à operacionalização do FNE, fundo que é responsável por cerca de 10% de todos os empregos gerados na Região. O banco tem forte atuação dirigida aos agricultores familiares e aos mini, micro e pequenos empreendimentos rurais através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), sendo o maior operador deste programa na região Nordeste”, conta José Sydrião de Alencar Júnior, diretor de Gestão do Desenvolvimento do Banco do Nordeste. “Nosso grande diferencial é o atendimento personalizado por meio dos assessores financeiros que acompanham os clientes, oferecendo crédito, orientação, capacitação”, diz o gestor do BNB. { 20 } C r e d i t P e r f o r m a n c e Maria do Socorro do Nascimento Já no quarto financiamento, melhora de trabalho, renda e qualidade de vida Apoio à agricultura familiar se representante dos agricultores rurais em evento promovido pela Presidência da República, com a presença do então presidente Lula. Corrinha, como é mais conhecida, já está em seu quarto financiamento e conseguiu melhorar não só condições de trabalho e renda, mas, principalmente, a qualidade e perspectivas de vida, que é o que toda nação brasileira precisa e merece alcançar. O crédito pode ser o grande aliado nessa conquista! O Agroamigo é o Programa de Microcrédito Rural Orientado e Acompanhado, criado em 2005 com a finalidade de melhorar os indicadores de aplicação e qualificação do crédito para agricultura familiar. Já beneficiou cerca de 880 mil empreendedores por meio de mais de 1.1 milhões operações. A cliente Maria do Socorro do Nascimento é um deles e sua ascensão pessoal e profissional com ajuda do crédito foi o passaporte para que se tornas- AGROAMIGO Valor médio das operações contratadas 1.810.37 1.875,34 1.548,48 963,34 2005 1.346,48 1.384,79 2007 2008 1.084,38 2006 2009 2010 FEV/2011 {ideias e tendências} João Bosco Segreti José Augusto Périgo D iretor da SAM Consultoria E xecutivo de soluções para o segmento imobiliário da Serasa E xperian (foto) Crédito imobiliário: presente e futuro U ma afirmação muito repetida é que o crédito imobiliário caminha muito bem no Brasil. Nesse cenário atual, pode-se afirmar que não existe risco envolvendo esta atividade? O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, sediado na Suiça) emitiu, em março último, recomendações destinadas a todos os países membros, expressando o risco de mercado que pode ser potencializado pelo rápido crescimento do volume de financiamentos que resultam na emissão de títulos no mercado secundário. Após as recomendações do FSB, o Banco Central manifestou-se afirmando que o Brasil está em situação confortável, com base na rígida legislação que rege esta área. Dois fatores podem sustentar esta manifestação: a baixa inadimplência e o pequeno volume de securitização de recebíveis imobiliários. Para facilitar as afirmações desse estudo, segue resumo de como funciona o crédito imobiliário no Brasil. Quanto a recursos: a grande maioria vem da poupança e uma parte menor do FGTS; para concessão de financiamentos imobiliários: agentes financeiros utilizam modelos segmentados de score e políticas de crédito consistentes, financiando no máximo 80% do valor do imóvel; gestão: ativos gerados são mantidos nas instituições financeiras, com baixo percentual de securitização dos créditos. Os recebíveis são constantemente monitorados quanto a alterações de riscos e score; taxa de juros: Divulgação não pode ser superior a 12% a.a no SFH; indexação: é praticada através da Taxa Referencial (TR), hoje em torno de 1,5% a.a.; finalmente, garantia da instituição financeira: por meio da alienação fiduciária do imóvel e pela significativa redução da prestação no tempo garantida pelo sistema de amortização SAC. Em suma, pode-se verificar que não existem, atualmente, grandes fatores de risco no crédito imobiliário no Brasil. Contudo, as projeções apontam que os recursos da poupança não seriam suficientes para atender o ritmo atual de crescimento num horizonte de dois anos. Para continuar crescendo com escassez de recursos, poder-se-ia adotar o que se faz no mundo todo: a securitização dos recebíveis e venda dos pa- péis gerados no mercado secundário, criando um giro rápido dos recursos. Neste modelo em que a desindexação da economia brasileira assume grande importância para manter o interesse dos investidores, as recomendações do FSB teriam mais peso? Vejamos as características do modelo proposto: adotar os critérios do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), já estruturado desde 1997. Os recursos passariam a ser obtidos através da securitização dos recebíveis, com a venda dos CRI no mercado secundário. Para Gestão de carteiras de crédito, os agentes precisam utilizar informações sobre exposição e alocação de risco das carteiras e efetuar testes de estresse para medir a deterioração da qualidade de crédito e, por fim, a constante precificação das carteiras. As prestações e o saldo devedor não teriam indexação e seria aplicada taxa de juros de mercado, viabilizando a expectativa dos investidores. Para concluir, podemos afirmar que, se o SFH for substituído pelo SFI, as recomendações do FSB sempre serão bem-vindas para reforçar a boa regulamentação já existente e as boas práticas de análise de crédito e gestão de recebíveis imobiliários. O país estaria pronto para um longo período de crescimento acentuado da participação do crédito imobiliário residencial no PIB, partindo dos atuais 4% para percentuais mais próximos de países desenvolvidos como Espanha e Canadá, nos quais esta relação atinge a faixa dos 60%. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 21 } {opinião} Carlos Zanchi Vice- presidente do IGEOC Qualidade com alma é gestão de resultados! C om a evolução nestes últimos tempos da tecnologia da informação, da comunicação e dos seus reflexos nas relações sociais e no consumo, o mercado demanda cada vez mais – e as empresas se esforçam diariamente para atingir – algo que não é nem de perto novidade no negócio de serviços de cobrança: a qualidade. Com a visão voltada para o bem-estar do cliente e sempre com o foco nele, as empresas estão conseguindo difundir os seus valores de excelência entre seus funcionários, fornecedores, clientes e em toda a rede que forma o ciclo do consumo. Princípios como cordialidade e simpatia, que eram avançados nos anos anteriores, tornaram-se obrigatórios, requisitos essenciais no processo de busca da qualidade. As organizações entendem que cada um dos seus contratos é único e por isso se faz necessário desenvolver processos também individualizados de controle de entrada, manutenção e saída. Para um processo eficiente, alguns passos devem ser observados: definir os objetivos de acordo com os interesses da empresa e do cliente; identificar e mensurar características do produto e pontos de risco; analisar para desenvolver e projetar os detalhes, alternativas, capacidades e tudo mais para elaboração do melhor projeto; executar pilotos do processo, implementar a produção e entregar ao responsável o projeto para execução; e finalmente fazer o acompanhamento pelo sistema de informações gerenciais (Mis) para { 22 } C r e d i t P e r f o r m a n c e Divulgação ter o controle dos números. As empresas especializadas em cobrança acompanharam a evolução do mercado e implantaram em suas áreas de atendimento soluções e ferramentas, tais como ouvidoria, monitorias de ligações, tratamento das eventuais reclamações, treinamentos e reciclagens. Conhecer amplamente o funcionamento do negócio do seu cliente é ponto de partida para um processo eficiente. A empresa deverá contar com profissionais de treinamento, que a todo momento precisam interagir, atualizando-se e divulgando internamente as frequentes evoluções/alterações do produto. A partir daí formar verdadeiros especialistas, que forneçam informações precisas e transparentes, não deixando o cliente em um espaço comum, para que em cada questionamento haja uma solução. Isso porque há situações em que o cliente encontra-se com algumas pendências financeiras e os negociadores precisam ter conhecimento e habilidade para indicar os meios de resolver tal situação, com o consequente retorno deste ao mercado consumidor. Todo o investimento em tecnologia, treinamentos e capacitação de pessoas, bem como a inteligência colocada no processo, comprova a eficiência instalada de uma empresa. Mas o sucesso depende de dedicação, de uma equipe motivada e de um gestor de pessoas com extrema eficiência. Além desses fatores tecnológicos e comportamentais, estar em sintonia com a legislação e manter o diálogo com os órgãos reguladores, Ministério Público, Bacen e Procons é respeitar o consumidor. Os serviços de atendimento não podem ver a qualidade simplesmente no tratar bem ou no cumprir um conjunto de tarefas e regras do que pode ou não ser feito. Devem primar por estabelecer um modo de ser! Criar uma identidade! Suprir distâncias, humanizar o serviço e não se tornar mais um meio de resolver problemas e eventuais conflitos, sem a devida compreensão da importância e do valor da pessoa que está do outro lado. Devemos nos posicionar como verdadeiros parceiros, seja na busca do resultado ou no encontro da solução de problemas, e agir sempre com o entendimento de que o cliente é a parte mais importante do processo. Cada cliente é, ou deve ser, especial, único. Até mesmo porque esta é a razão da existência do nosso serviço ou de um SAC. As principais empresas de cobrança do país têm investido pesado para melhorar os processos internos e a qualidade da abordagem dos clientes, através do treinamento dos funcionários e da realização de auditorias regulares. Atualmente, o Selo de Qualidade do Instituto GEOC – Gestão de Excelência Operacional em Cobrança – é a consolidação desse padrão de qualidade e serve de modelo para países do mundo todo. “Nossa certificação, que surgiu para aprimorar as atividades do setor, demonstra para o mercado que as empresas inseridas no Instituto compartilham das melhores práticas de gestão”, explica o presidente do IGEOC, Jair Aparecido Lantaller. O Selo foi criado em 2006, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que desenvolveu um Caderno Específico para o segmento, com 85 itens a serem analisados dentro das empresas de cobrança. A avaliação é feita pela Fundação Vanzolini, da USP, referência internacional em excelência de processos de produção. “As auditorias são realizadas a cada 2 anos, com uma análise documental e outra presencial. Entre outras coisas, avaliamos a visão estratégica, o portfólio de clientes, os processos de cobrança administrativa e judicial, a obediência à legislação e os códigos de conduta, tecnologia, investimento em treinamento de pessoal e resultados”, explica o auditor da Fundação Vanzolini, José Pinto Ramalho. Ele esclarece ainda que, além do resultado, a empresa recebe um relatório com a indicação das possíveis melhorias dentro de cada um dos 85 itens avaliados, para que o processo ganhe a maior nota – o quadrante 4 – que significa a excelência. Mensalmente, as empresas certificadas recebem também um relatório de Benchmarking, que é uma espécie de termômetro. “O documento avalia o desempenho da companhia e compara com os concorrentes. Uma queda nos resultados pode significar falha em algum processo. É possível identificar e corrigir o problema imediatamente”, revela Ramalho. O Selo de Qualidade do IGEOC chega este ano à terceira geração. O professor de Informática e Métodos Quantitativos e de Gestão de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Sérgio Pereira, explica que essa atualização é fundamental para as associadas atenderem às necessidades do mercado. “As técnicas de administração evoluem, o mercado evolui. É preciso renovar os requisitos de avaliação e exigir das empresas que se adaptem as novas tendências e exigências”, revela Pereira. O presidente do IGEOC lembra que as empresas que querem se associar ao Instituto recebem uma espécie de manual, com os requisitos básicos para a certificação, e têm dois anos para serem aprovadas pela Fundação Vanzolini. Atualmente, o IGEOC tem 17 empresas certificadas. “É um investimento constante na busca de soluções inovadoras, fundamentais para o fortalecimento da indústria de crédito e cobrança”, conclui Jair Aparecido Lantaller. Estão abertas as inscrições para o MBA executivo IGEOC-ACREFI em Crédito e Cobrança. As aulas começam em setembro, em São Paulo, mas as vagas são limitadas. Faça já a sua inscrição no www.igeoc.org.br. O curso do IGEOC é uma parceria com o Ibmec e apoio da ACREFI e é destinado para administradores, contadores, economistas, engenheiros e outros profissionais do mercado financeiro e do mercado de serviços de recuperação de crédito que queiram alavancar seus conhecimentos nas mais modernas técnicas de gestão. INFORME PUBLICITÁRIO {novidades} Revista Credit Performance expande atuação na América Latina Divulgação A revista Credit Performance, publicação da CMS – Credit Management Solutions lançada em 2009 no Brasil, já é referência de mercado e alcançou um sucesso muito além do esperado, contando com um público fiel que ultrapassa as fronteiras do país. Seus portais de notícias na internet, www.creditperformance.com. br (português) e www.creditperformancenews.com (espanhol) já são os mais visitados pelos profissionais do crédito na América e Europa, motivo pelo qual a revista ganhará também uma versão em espanhol com conteúdo focado também nas outras principais economias da região. Com tiragem de cinco mil exemplares, a Credit Performance chegará também aos principais decisores de toda a América Latina, em países como: Argentina, Colômbia, Chile, Equador, México, Peru, Uruguai, Venezuela e América Central. Assim, o avanço é grande para um veículo ainda recente na área editoDreamstime Mercado de seguros terá melhor performance nos emergentes Esta é a conclusão de uma pesquisa global da Accenture, que mostra as perspectivas de expansão do setor de seguros, inclusive seguros de crédito, nos países emergentes. A oportunidade é boa para o Brasil, segundo Raphael de Carvalho, líder da área de seguros da Accenture: “O Brasil está muito bem preparado para acompanhar o crescimento do mercado de seguros. Há uma classe média que ainda não conhece os produtos e que agora terá a oportunidade de se entender o seu funcionamento e planejar o futuro”, enfatiza. { 24 } C r e d i t P e r f o r m a n c e rial, mas não causa surpresa, pois afinal melhorar o nível de interação com os principais experts da região é uma das metas da CMS e os parceiros nessa empreitada são fortes. Além disso, a publicação conta com conteúdo diferenciado, produzido com informações dos maiores players do segmento, que divulgam dados sempre atualizados com as mais recentes pesquisas de entidades de classe. “No momento em que a Credit Performance amplia seu público leitor entre os principais influenciadores do mercado de crédito da América Latina, a revista quer dividir com todos os seus leitores mais essa conquista”, afirma Pablo Salamone, presidente da CMS, idealizadora da publicação. Segundo o executivo, a expansão da revista reafirma também o compromisso de sempre compartilhar conhecimento para auxiliar os executivos de crédito no seu dia-a-dia e na tomada de decisões. Para fazer o levantamento de dados, a multinacional de consultoria, tecnologia e outsourcing reuniu esforços com 70 seguradoras de cinco continentes e identificou que os mercados emergentes serão responsáveis por 60% do faturamento das seguradoras nos próximos 10 anos. Em 2009, segundo a Accenture, o mercado segurador mundial faturou US$ 5,143 trilhões em prêmios. Entre 2010 e 2015, há previsão de crescimento entre US$ 400 bilhões e US$ 600 bilhões nos mercados maduros e US$ 650 bilhões e US$ 900 bilhões nos mercados emergentes. CMS realiza o 1º Encontro Luso-Espanhol de Crédito e Recuperação No dia 27 de junho, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ocorrerá o 1º Encontro Luso-Espanhol de Crédito e Recuperações. Oportuno, o evento tem o objetivo de proporcionar o compartilhamento de visões e oportunidades de negócios dos executivos de crédito portugueses com colegas da Espanha. Entre outros temas, abordará o enquadramento legal do setor, apresentará áreas de negócio consolidadas e potenciais, oportunidades de parcerias estratégicas Luso-Espanholas (Partnerships, Fusões ou Aquisições) e procedimentos operacionais – como es- tratégias de trabalho e recrutamento de pessoal – e comerciais. Mais informações sobre o encontro podem ser encontradas em www.cmseventos.com/portugal_2011/po. No dia seguinte, 28 de junho, o CCB sediará o 2º Congresso Nacional de Crédito e Recuperações, que tem o tema “O Caminho do Crédito. Desafios e Oportunidades”. As palestras contemplarão uma abordagem criativa da atual situação econômica, demonstrando que a crise é principalmente um desafio para o desenvolvimento de estratégias inovadoras. Crédito recorde para investimento em empresas O Inter-American Investment Corporation (IIC), membro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), liberou US$ 280 milhões em crédito para o Banco Itaú Unibanco. Este é o maior volume do tipo já captado por um banco da América Latina, segundo a assessoria de imprensa do Itaú Unibanco. Os recursos serão disponibilizados para pequenas e médias empresas que adotem boas práticas nos negócios, focando a responsabilidade social e ambiental. O IIC é uma instituição financeira multilateral que tem o objetivo de promover e dar apoio ao desenvolvimento do setor privado e dos mercados de capital de países-membros da América Latina e do Caribe. Marca Experian compra Computec e reforça liderança na América Latina Contrato assinado, é hora de comunicar ao mercado: a Serasa está no comando da Computec, empresa líder em informação de crédito na Colômbia. A investida faz parte da estratégia de expansão de negócios da Experian na América Latina, onde já está presente no Brasil, Argentina, Chile, Costa Rica e México. Com ações na Bolsa de Valores da Colômbia, a Computec está aguardando a aprovação regulamentar das autoridades locais para dar início ao processo de transição da gestão e fazer o comunicado público da aquisição. A empresa foi fundada em 1968 e iniciou as operações de bureau em 1981. agenda 2011 Atualize-se participando dos principais eventos da CMS no mundo Junho 21 e 22 de junho 3º Congresso Nacional de Micro Finanças e 6º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança Lima l Peru 28 de junho 2º Congresso Nacional de Crédito e Recuperações Lisboa l Portugal Julho 5 de julho 9º Congresso Nacional e 9º Congresso Latino-americano de Crédito e Cobrança Buenos Aires l Argentina Agosto 24 e 25 de agosto 8º Congresso Andino de Crédito e Cobrança Bogotá l Colômbia Setembro 1º de setembro 6º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança Santiago l Chile 20 de setembro 5º Congresso Nacional de Financiamento de Consumo e Meios de Pagamento Buenos Aires l Argentina Outubro 5 de outubro 4º Congresso Nacional de Financiamento de Consumo, Pagamentos e Recuperações Montevidéu | Uruguai 18 e 19 de outubro 7º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança São Paulo l Brasil 18 de outubro 4º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança Quito | Equador Novembro 15 e 16 de novembro 3º Congresso Nacional de Crédito e Recuperação Madri | Espanha cipe! Parti 9724 074 (11) 3 8 de novembro 3º Congresso Internacional de Crédito e Cobrança Caracas | Venezuela Informações: www.cmseventos.com C r e d i t P e r f o r m a n c e { 25 } {indicadores} É hora de apertar os cintos! N o Brasil, os dias de maio e abril são os mais apreciados do ano, há sempre céu azul sem nuvens. No cenário econômico brasileiro ocorre justamente o contrário, o país passa por 60 dias com nuvens escuras no horizonte, na expectativa de que o Ministério da Fazenda e o Banco Central consigam frear a escalada inflacionária e controlar a valorização do real. Abril e maio, segundo analistas, são meses decisivos para checar resultados das medidas adotadas e redobrar os esforços, ou não, no combate à inflação. O índice de inflação já chega a 5.9%, pode atingir 7%, fechou com 5,7% em 2010: “Mas as perspectivas para o mercado de crédito continuam positivas”, acena Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa Experian. Embora o gestor faça questão de advertir: “Crédito é bom, mas tem que ser usado com moderação.” O consumo em alta contribui para aumentar preços e vem sendo combatido pelo governo por meio de medidas que deixam o crédito mais caro. Rabi explica que a situação atual já era esperada: “Provavelmente ainda teremos medidas adicionais às macroprudenciais já em vigor, com nova elevação da taxa de juros.” Mas o entusiasmo consumista, muito estimulado pelo presidente Lula no Natal de 2010, também continua elevado. Prova disso são os resultados em vendas no Dia das Mães: as compras a crédito cres- { 26 } C r e d i t P e r f o r m a n c e Divulgação “Economizem e apliquem no mercado financeiro” Alexandre Tombini presidente do Banco Central ceram 7,2% e as compras à vista, 10,2%. Crescimento sustentável - No contrafluxo desse movimento, já se contabiliza índice maior de inadimplência, com crescimento de 21,4% durante o primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2010, segundo a Serasa Experian. No comparativo com fevereiro, o aumento foi de 3,5%. A alta está sendo atribuída a fatores sazonais, já que março, tradicionalmente, é o mês com maior pressão no orçamento familiar, devido ao pagamento da última parcela do IPVA, material escolar, despesas de férias e carnaval: “A inadimplência já vem subindo desde o final do ano passado, junto com a inflação, que pesa no bolso Comparação dos resultados do mês com mês anterior (%) Região IPCA INPC abril março abril março Rio de Janeiro 0,82 0,67 0,73 Porto Alegre 1,04 0,75 0,82 0,72 0,5 0,88 0,64 0,68 Recife 0,62 0,73 0,54 0,67 São Paulo 0,79 0,78 0,81 0,55 Brasília 0,49 1,13 0,63 0,74 Belo Horizonte Belém 0,53 0,4 0,34 0,39 0,43 Fortaleza 0,64 1,49 0,62 1,45 Salvador 0,63 0,33 0,58 0,27 Curitiba 1,23 1,14 1,24 1,39 Goiânia 0,9 0,84 0,69 0,41 0,77 0,79 0,72 0,66 Geral Por Elvira Parise O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, saiu a campo e convocou a população a adiar compras e investir em aplicações, aproveitando a elevação de juros. Apesar do momento delicado que a economia atravessa, não há crise, porque não há aumento do desemprego. do consumidor dificultando o pagamento dos seus compromissos financeiros.” Rabi diagnostica a “doença” e já prescreve o “remédio”: “É preciso manter um otimismo cauteloso.” Em 2010, o mercado de crédito cresceu 20% e o aumento salarial, logicamente, não chegou nem perto dessa performance excepcional. Para 2011, o governo estabeleceu metas menores de crescimento: o crédito não deve passar dos 15% e, preferencialmente, fechará o ano em 10%: “É mais lógico, não podemos trabalhar com margens irreais de crescimento”, justifica o gestor da Serasa Experian. O jornalista Luiz Nassif acredita que a inflação possa ser controlada com as medidas macroprudenciais, mas não é possível prever em que prazo isso ocorrerá. Variações por regiões e grupos – abril de 2011 - IPCA (%) Rio de Janeiro Porto Alegre Belo Horizonte Recife São Paulo Brasília Índice Geral 0,82 1,04 0,5 0,62 0,79 0,49 Alimentação e bebidas 0,78 0,95 -0,15 0,56 0,54 0,78 Habitação 0,78 1,15 1,4 0,4 0,46 0,7 Artigos de residência -0,68 -0,88 -1,08 -0,8 -1,16 -1,21 Vestuário 1,79 1,67 0,2 1,55 1,92 0,92 Transportes 1,94 2,04 1,23 1,13 1,53 -0,11 Saúde e cuidados pessoais 0,59 1 1,11 0,58 1,48 1,25 Despesas pessoais 0,2 1,05 0,28 0,81 0,69 0,86 Educação 0,03 0,04 0,05 0,02 0,09 0,07 Comunicação -0,05 -0,19 0,06 0,22 0,12 -0,11 Grupos Período de coleta: 30 de março a 28 de abril de 2011 (referência); 25 de fevereiro a 29 de março de 2011 (base) Fonte: IBGE Crédito sob controle Enquanto os resultados esperados não chegam, o presidente do Banco Central declara que estão descartadas “medidas drásticas, como a criação de prazos mínimos (quarentena) para que investimentos fiquem no país”. Em coro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que o governo continuará tomando medidas para evitar a valorização excessiva do real e tranquiliza a nação: “As ações tomadas até agora contribuíram para diminuir a entrada de dinheiro no Brasil e segurar a cotação da moeda.” O mercado de crédito deverá ser pou- pado: o Copom sinalizou que dará menos importância às medidas de restrição ao crédito e continuará focando o aumento de juros. A blindagem não se estendeu à cobrança de impostos: com o objetivo de conter demanda do setor, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) aumentou de 1,5% para 3% nas operações de crédito a pessoas físicas. Os empréstimos habitacionais e o leasing estão fora do aumento, mas o cheque especial e o cartão de crédito rotativo passam a pagar mais imposto. Com relação à política monetária, a estratégia atual será mantida, apesar de o BC ter anunciado na ata do Copom que seriam adotados novos rumos no setor. Mais: a instituição afirma, em seu relatório semestral, que o sistema monetário não sofreria com um possível descontrole nos índices de inadimplência, mesmo diante de quadros de deterioração econômica extrema. Além disso, vale acrescentar, os bancos, segundo avaliação de especialistas, estão preparados para resistir a choques econômicos sem comprometimento do seu capital. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 27 } {destaques} Por Hilda César Inteligência de mercado reduz inadimplência Modernas técnicas de abordagem quitam a dívida e reabilitam relacionamento comercial. N ão basta recuperar o crédito, o cliente também tem que ser recuperado. Esse é o primeiro compromisso quando se trata de conseguir a quitação de uma dívida, seja ela a fatura de um cartão de crédito ou de um maquinário avaliado em um milhão de reais. Quem alerta é Jair Aparecido Lantaller, presidente do Instituto GEOC – Gestão de Excelência Operacional em Cobrança: “Para atingir essa meta, as empresas de cobrança investem pesado em ferramentas adequadas e mão de obra cada vez mais diferenciada”, complementa Lantaller, que é também um dos sócios da Novaquest, empresa de cobrança com oito filiais no Brasil. Para Alexandre Rodrigues, diretor da Brascobra Center, outra empresa do setor, “o cobrador definitivamente deixou de existir e entrou em cena o negociador”. O gestor de soluções de cobrança da Serasa Experian, André Queiroz Rocha, enfatiza que a cobrança não pode representar o fim do relacionamento com o cliente, mas, ao contrário, a primeira Divulgação etapa de novas transações comerciais: “A disputa de recuperação é como a disputa de um cliente novo, pois muitas vezes a mesma pessoa tem vários credores e, além de ter a melhor proposta entre os concorrentes, deve criar também oportunidades para a continuidade do histórico de compras, principalmente se esse histórico for antigo e positivo até essa ocasião”, explica. Para Cláudio Kawasaki, presidente do Grupo Siscom – com forte atuação nos segmentos de veículos, motos e massificados –, uma das grandes vantagens da utilização da inteligência de um banco de dados atrelada à tecnologia é segmentar devedor com bom histórico de pagamentos e alta probabilidade de pagar, do devedor com baixo histórico de pagamento e, portanto, baixa probabilidade de pagar: “A abordagem é diferente. Para o cliente com bom histórico de pagamento, a gente só manda um lembrete. Há um ganho de produtividade e ao mesmo tempo mostramos respeito pelo devedor.” “A cobrança é só uma etapa no relacionamento com o cliente, que precisa ser sempre renovado” André Queiroz Rocha Gestor de soluções de cobrança da Serasa Experian { 28 } C r e d i t P e r f o r m a n c e Tudo por um final feliz A Serasa Experian realiza campanhas de quitação de dívidas em momentos de pico de vendas no varejo, como no Natal e Dia das mães, as duas datas do ano que movimentam maior volume de vendas. Em dezembro de 2010, com a parceria de 88 clientes, a Serasa Experian contatou por carta 5,2 milhões de consumidores propondo uma negociação amigável que favorecesse, inclusive, novas transações comerciais, já que o Natal é um período histórico de corrida às compras. Por isso a campanha foi planejada para essa data de grande movimentação de mercado, inclusive com a entrada do 13º salário no bolso dos assalariados. O retorno desse tipo de ação varia de acordo com o tipo de produto e perfil de consumidor, mas certamente esse tipo de estratégia de massa beneficia as duas pontas do varejo, vendedor e consumidor, facilitando o entendimento amigável entre as partes. Campanhas como essas atendem também a um compromisso atual da cobrança: evitar a retomada do bem. “A política dos bancos é ajudar o cliente a colocar o fluxo em ordem para evitar o custo judicial”, pontua Cícero Toledo Piza, sócio do Grupo Aval. Carlos Zanchi, presidente de uma das maiores empresas de cobranças de massificados do país, a Zanc, reforça a importância da mediação: “Nosso foco é atender demandas do cliente e encontrar as melhores soluções para todos." Cobrança Localcred. Transparência, Solidez e Resultado. Auditoria Externa | Ernest & Young Terco Selo de Qualidade | IGEOC - FGV - VANZOLINI Tecnologia e Qualidade na Informação Management Information System Equipes de Alta Performance Associações: Business Intelligence Rua Barão de Itapetininga, 275 | 10º Andar Centro | São Paulo | SP | CEP: 01042-914 Tel.: +55 (11) 3156-5743 | +55 (11) 3156-5707 www.localcred.com.br {tendências} Há coisas que o dinheiro não compra... A indústria de cartões vem crescendo no mesmo ritmo acelerado da economia brasileira nos últimos dois anos. Dados atualizados da ABECS - Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviço contabilizam, em 2010,“628 milhões de plásticos e 7,1 bilhões de transações”. “No dia das mães, 70% das vendas foram feitas com cartão de crédito. Comerciante que não oferece esta forma de pagamento perde em competitividade”, garante Ricardo Tegani, proprietário da Santo Presente, loja que está no mercado há mais de dez anos. Tegani acompanhou a transição dos cheques pré-datados para o parcelamento em cartão: “Acabou o problema do cheque sem fundo, por outro lado, arcamos com taxas ainda altas na operacionalização e temos que pagar mensalidade da máquina. Mas a balança pende para o lado das vantagens: uma delas é que as novas máquinas aceitam qualquer bandeira, uma só máquina basta para atender Divulgação “As inovações facilitam muito a vida, tanto dos lojistas quanto dos consumidores” Rômulo Dias Presidente da Cielo { 30 } C r e d i t P e r f o r m a n c e aos clientes e seus vários cartões. A outra é que a forte concorrência tornou possível negociar valores menores nas mensalidades”. Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo, prevê o crescimento contínuo do mercado nos próximos anos, principalmente com o avanço tecnológico: “A Cielo vem investindo no desenvolvimento de novas tecnologias para o uso de cartão. Um dos exemplos mais recentes é o aplicativo para aparelhos Apple, lançado em novembro de 2010 especialmente para profissionais liberais, uma categoria que usualmente não aceitava cartões, mas, com este aplicativo, a adesão cresceu”, explica. Meios emergentes Segundo Dias, a Cielo lidera o processo de tecnologias de pagamento emergentes: “Prova disso foi o movimento iniciado em 2010, com a aquisição da M4U seguida da joint venture com a Oi, para poder usar a plataforma Paggo e assim ampliar a aceitação de pagamentos com o celular via SMS”, acrescenta. Com relação ao cenário multibandeira, o presidente da Cielo afirma que agregou valor para o mercado como um Por Elvira Parise ... Para todas as outras há o cartão de crédito. Esse mote é de uma memorável campanha da Mastercard e apresenta a ponta mais visível do iceberg de disputas que marcam esse competitivo mercado: a guerra publicitária. Tecnologia e conformidade com a regulamentação são outros desafios. Apesar deles, a previsão para 2011 é recorde: 700 milhões de unidades em operação. A alta deve-se à expansão da oferta nas classes de baixa renda e à contínua migração de outros meios de pagamento para essa modalidade. Dreamstime Combate ao superendividamento Em 2010, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou novas regras para cobranças. A mudança reduziu as cerca de 80 tarifas cobradas pelos bancos a apenas cinco, o que facilitou o controle do usuário sobre o consumo. Além disso, a partir de junho de 2011, o pagamento das faturas atingirá o mínimo de 15%. A prática hoje é de 10%. Em dezembro, esse pagamento mínimo subirá para 20%, o que disciplinará o uso todo: “Desde julho, nossos clientes têm o melhor e mais completo portfólio de bandeiras, entre elas as três maiores bandeiras de cartões do mundo, que são Visa, MasterCard e American Express, além da JCB, a quinta maior bandeira no ranking mundial”. A Redecard, outra gigante no mercado nacional, afirma que a abertura de mercado não surpreendeu, uma vez que sempre foi multibandeira e já vivia em um ambiente de competição: “O maior impacto, a partir de julho de 2010, foi a entrada da bandeira Visa, que tem um grande número de transações e um ticket médio alto. Além disso, tivemos também um aumento no número de ligações, que triplicaram. Felizmente estávamos preparados, pois ampliamos capacidade e reduzirá o superendividamento, segundo o governo. Além das alterações legais, o mercado ganhará mais dinamismo com a chegada da Elo, dirigida a classes emergentes. Criada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, a bandeira deverá ser incorporada também pela Caixa Econômica Federal. É mais uma facilidade que acompanha a alta de consumo entre a população de baixa renda. de processamento e disponibilidade de rede, central de atendimento e fizemos um upgrade em quase todas as atividades, além de softwares e hardwares”, informa a assessoria de imprensa da Operadora, canal oficial de notícias até o novo presidente, Claudio Takashi Yamaguti, empossado em abril, completar a transição de gestões. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 31 } Dreamstime {pelo mundo} Por Gabriela Arruda Turismo sem crise Palco de lutas e inúmeras conquistas, Portugal possui locais de beleza indescritível, como Castelo Branco, distrito que integra roteiro de compras e cenário histórico. À porta da Europa, banhada pelo oceano Atlântico, está a terra dos maiores desbravadores do mundo e da alma, como Pedro Álvares Cabral e Camões, imortais na história da humanidade. Aventuras em caravelas e poesias à parte, Portugal tem mais do que heroísmo e lirismo, tem um mercado de negócios que atrai muitos empreendedores, tem um setor de eventos corporativos que atrai executivos de todo o mundo. O principal foco de concentração de negócios é Lisboa, mas para quem quiser descobrir outros encantos da terra vale a pena deixar a capital em busca de outros destinos turísticos. O distrito de Castelo Branco – localizado no centro de Portugal, a cerca de 50 km da fronteira com a Espanha – é um deles. A cidade é internacionalmente conhecida por seus queijos, vinhos e azeite, além de destacar-se pelas colchas de linho bordadas a mão com fio de seda natural, sempre em cores fortes e vibrantes. Caminhando pelas ruelas locais, o turista tem a sensação de estar em um museu a céu aberto, entre casario, igrejas e monumentos que evocam o primor e os mistérios da arquitetura medieval. O Museu Francisco Tavares Proença Júnior é o mais conhecido en- tre as atrações turísticas. Fundado em 1910, é centenário, embora tenha sido interditado em vários períodos nesses anos todos. O acervo apresenta peças de diferentes épocas e achados arqueológicos, além de tapeçarias do século XVI e arte primitiva portuguesa. O norte do município abriga Monsanto, famosa aldeia, conhecida como “a mais lusitana de toda Portugal”. A fama se justifica: suas antigas casas em granito, vielas e pequenos jardins, são características do país. A torre romana de Centum Cellas é um dos mais intrigantes monumentos de Castelo Branco e pode ser vista a partir do castelo de Belmonte, do século XIII. Covilhã Uitas é também uma das cidades mais importantes do distrito graças ao seu papel histórico na indústria de lanifícios em Portugal e na Europa. Outro território na região de grande potencial turístico é o Geopark Naturtejo, vasto patrimônio geológico com uma beleza natural incomum e reconhecida internacionalmente. A região conta com o Parque Natural do Tejo e com áreas ambientalmente protegidas. A oportunidade é boa para quem quer afrouxar a gravata, esvaziar a mente e se entregar a delícias bucólicas e milenares de Portugal. Crédito para a criatividade No dia 28 de junho, Lisboa sedia o 2º Congresso Nacional de Crédito e Recuperações, que tem como tema central “O Caminho do Crédito. Desafios e Oportunidades”. Realizado pela CMS, o congresso traz palestrantes que apontam, como meio para enfrentar a crise, o desenvolvimento de estratégias inovadoras. Em situação econômica desfavorável, Portugal seguiu o exemplo de Grécia e Irlanda e pediu ajuda financeira à União Europeia. Diferentemente de outros países, não houve qualquer estouro de bolha no país. O que houve foi um processo gradual de perda de competitividade, com o aumento dos salários e redução das tarifas de exportações de baixo valor da Ásia para a Europa. Em meio a esse cenário, o encontro promovido pela CMS surge como oportunidade única para debater opções e buscar caminhos que recoloquem Portugal em pleno ritmo de crescimento. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 33 } {sofisticação & luxo} Por Gabriela Arruda Sentimento que baila D e Buenos Aires para o mundo. De estilo musical a patrimônio da humanidade. O tango, um dos principais produtos tipo exportação da Argentina, foi batizado, entre os adeptos, de “sentimento que baila”. A dança é caracterizada pelo“movimento dos pares em cumplicidade, sem passado e sem futuro, animado pela música e intensificado pela pausa”, define Paulo Araújo, presidente e professor do Instituto Brasileiro do Tango, situado no Rio de Janeiro. No país do samba, o tango tem espaço, adeptos e admiradores que cultuam a arte como estilo de vida. Mas será que temos ginga para o famoso ritmo argentino? Araújo, carioca que “confundiu pernas e passos” com a dança portenha há mais de 20 anos, garante que sim. Defende que as melhores coisas da vida, como o tango, não possuem um “dono”, por isso a Unesco, em 2009, declarou o tango como patrimônio cultural imaterial da humanidade. Fabio Mártins e Sirley Paplewski formam o grupo Fasitano, que dá aulas em São Paulo. O casal reconhece que a procura por aulas dessa dança no Brasil tem sido cada vez maior. Este ano, após apresentações nacionais e na Argentina, o casal Congresso itinerante da CMS aporta em Buenos Aires Divulgação O tango surgiu em Buenos Aires no fim do século 19. Na voz do argentino Carlos Gardel, considerado o inventor do tango-canção, o ritmo se popularizou. Mais de um século depois, os amantes e praticantes da dança só aumentam. fará sua primeira turnê na Europa e passará por Paris, Suíça e Alemanha. Brasileiro, eis a moral da história, tem muito mais do que samba no pé. Noite dançante Para curtir o tango na Argentina, o turista pode visitar as tradicionais milongas, que são os bailes onde as pessoas vão para dançar, como a Casa de Galicia, Alma do Bohemio ou El Arranque. Para assistir um espetáculo, a dica é ir às casas de show, conhecidas como tanguerías. Entre elas, destaque para Complejo Tango, Café Tortoni e Bar Sur. O ritmo que se popularizou com Carlos Gardel (mas que ganhou o mundo nas vozes de artistas de renome, desde o pioneiro Arturo de Nava, passando por celebridades como Sarita Montiel e Ástor Piazzola) se modernizou a partir de 1990, quando os jovens se reaproximaram do tango em Buenos Aires, acrescentando novas vertentes ao ritmo. É o caso das Orquesta El Arranque e Orquesta Típica Fernandéz Fierro e dos grupos Gotan Project e Bajofondo Tango Club, que incluíram batidas eletrônicas e ganharam repercussão internacional. O 9º Congresso Latino-Americano, itinerante, e o 9º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança da CMS, ocorrerão desta vez na capital portenha, trazendo aos participantes a oportunidade de aumentar intimidade com tango, saborear pratos típicos da gastronomia local e conhecer ou revisitar famosos pontos Serviço Instituto Brasileiro do Tango - Espaço de Dança Virapa – Av. Gomes Freire, 663 - sobreloja - Lapa - Rio de Janeiro • Fasitango - Academia Tango Baires – Rua Amâncio de Carvalho, 23 - Vila Mariana - São Paulo. Tel.: (55 11) 8692-1145 • Alma de Bohemio – Necochea 948 - La Boca - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4307-0114 • Casa de Galicia - Club Español – San José 224 - Piso 1 - Monserrat - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4381-5215 • El arranque – Bartolome Mitre 1.759 - San Nicolás - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4371-6767 • Bar Sur – Estados Unidos 299 - San Telmo - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4362-6086 • Café Tortoni – Av. de Mayo 825 - Monserrat - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4342-4328 • Complejo Tango – Av. Belgrano 2.608 - Balvanera - Buenos Aires. Tel.: (00 54 11) 4941-1119 turísticos. Os congressos da CMS abordarão a pujança do crédito no momento atual latino-americano e apresentarão tendências dessa indústria particularmente na Argentina. Dia 5 de julho, hotel Panamericano. Mais informações: www.cmseventos.com/argentina_2011. Promoção especial para brasileiros. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 35 } {progresso e desenvolvimento} Crescimento moderado, mas sustentável Por Hilda César As micro, pequenas e médias empresas se beneficiam com políticas tributárias favoráveis e índices de crescimento sustentáveis. Elas estão mantendo a curva de crescimento apesar das recentes medidas restritivas ao crédito. A s pequenas e médias empresas seguem bem, apesar das medidas macroprudenciais do governo. Segundo a pesquisa mensal de faturamento, feita pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), o crescimento em março foi 3,25% maior do que no mesmo mês em 2010. Há 18 meses consecutivos os resultados, comparativamente, são superiores ao mês correspondente de anos anteriores. Houve, igualmente, diminuição na taxa de mortalidade no primeiro ano, de 71%, em 2000, para os atuais 58%. O ritmo de crescimento pode cair, explica o consultor do Sebrae, Pedro Gonçalves, mas a tendência esperada é de crescimento com moderação. O IBGE, cita Gonçalves, mostra que o aumento da inflação não provocou queda na massa salarial, portanto o consumo não foi ainda afetado. { 36 } C r e d i t P e r f o r m a n c e Divulgação “Tendência esperada para as pequenas e médias empresas é de crescimento com moderação” PEDRO GONÇALVES Consultor do Sebrae Tributação simplificada Ao longo dos últimos cinco anos, a economia e as empresas mudaram, mas um fator extremamente positivo para a saúde da economia se manteve e se mantém com grandes bene- fícios para empresários, municípios, Estados e União. Trata-se do regime simplificado de tributação para as micro e pequenas empresas. O Simples Nacional transformou oito diferentes impostos estaduais, federais Dreamstime e municipais em um só tributo, melhorando o ambiente de negócios no país ao facilitar a vida de empresários e empreendedores. O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, enfatiza: “Ao completar quase quatro anos de regime, cinco milhões de empresas já aderiam ao programa e a arrecadação do Simples é crescente. Em 2010, foram R$ 2,5 bilhões do ISS para os municípios.” Estatísticas oficiais apontam um salto de 365% com relação a 2007 na arrecadação do ISS no Super Simples e o crescimento de 253% do ICMS para os Estados, totalizando R$ 6,2 bilhões no ano passado. O chamado Simples reflete o reconhecimento do governo federal de que as facilidades de tributação e crédito voltados às micro e pequenas empresas contribuem para o melhor desempenho da economia como um todo. Leve oscilação na pontualidade A pontualidade de pagamento das micro e pequenas empresas, após ter recuado no primeiro mês de 2011, registrou pequena recuperação em fevereiro, de acordo com o Indicador Serasa Experian da Pontualidade de Pagamento das Micro e Pequenas Empresas. Em janeiro, a cada 1.000 pagamentos realizados, 948 foram quitados à vista ou com atraso máximo de sete dias (índice de pontualidade de 94,8%). Em relação à pontualidade obtida no mês de janeiro de 2011 (94,7%), a alta foi de 0,1 ponto percentual, repetindo percentual de fevereiro de 2010 (94,7%). A pequena recuperação da pontualidade de pagamentos em fevereiro de 2011 pode ser atribuída ao fato de que o mês contou com mais dias úteis para melhor administração do volume de pagamentos. Já em março, a pontu- alidade atingiu o patamar de 94,3%, apresentando nova queda. O feriado do carnaval e os efeitos adversos da elevação do custo financeiro estão entre os elementos que diminuíram a pontualidade de pagamentos das empresas em março deste ano, tanto na comparação interanual (em relação a março/10, pontualidade de 94,6%) quanto em comparação ao mês imediatamente anterior (fevereiro/10, com pontualidade de 94,8%). A queda atingiu micro e pequenas empresas dos setores industrial e de serviços, ambas com recuos de 0,9 ponto percentual em relação a março de 2010. Já as microempresas do setor comercial tiveram alta de 0,3 (índice de 94,8% em março/11) na sua pontualidade de pagamento na comparação com março/10. C r e d i t P e r f o r m a n c e { 37 } {ponto de vista} SANDRA CRISTINA BERTONI SERNA QUINTO A rquiteta na gerência nacional de M eio A mbiente da CAIXA e integrante do grupo de trabalho que desenvolveu o Selo Casa A zul Construindo habitações mais sustentáveis D esde o início do século XX, o Brasil passa por um acelerado processo de urbanização, no qual a população das cidades aumentou de 30%, em 1950, para os atuais 80% de habitantes nas nove regiões metropolitanas do país. O crescimento urbano se reflete no aumento do volume de construções, necessárias para moradia, transporte, educação, saúde, esporte, lazer, comércio, e movimenta uma indústria, a de construção civil, que responde por 14% do PIB, gerando enorme quantidade de emprego e renda para o País. Por outro lado, a demanda da urbanização é responsável também pelo consumo de 40% da energia elétrica produzida e até 75% dos recursos naturais existentes, gerando 40% do total dos resíduos descartados no país. Afeta diretamente o meio ambiente, seja pelo consumo de recursos naturais, pela geração de resíduos e, muitas vezes, pela expansão das cidades sobre as áreas ambientalmente sensíveis. Sabendo que os recursos naturais são finitos e considerando o impacto das edificações no meio ambiente, iniciou-se uma discussão, no âmbito mundial, inserindo a questão da sustentabilidade nas agendas governamentais. Em resposta a esse contexto, a Caixa Econômica Federal desenvolveu uma metodologia de avaliação socioambiental de projetos de empreendimentos habitacionais denominada Selo Casa Azul. Por ser o primeiro sistema de classificação da susten{ 38 } C r e d i t P e r f o r m a n c e Divulgação tabilidade de projetos habitacionais desenvolvido no País para a realidade brasileira, o Selo Casa Azul surge como uma proposta inovadora e singular, considerando o atual momento da indústria da construção civil e o papel da CAIXA como principal agente financeiro de habitação do país. Integrando em sua metodologia de avaliação as principais vertentes para a produção de construções mais sustentáveis – inserção urbana; planejamento e projeto; desempenho térmico e conforto; eficiência energética, redução de resíduos de construção e demolição; reciclagem e reutilização; redução do consumo de água e energia; responsabilidade social e empresarial – o Selo pretende incentivar a adoção de itens de sustentabilidade ao planejamento dos empreendimentos habitacionais financiados pela CAIXA. O Selo é também uma forma de reconhecer publicamente os empreendedores que adotam práticas mais sustentáveis na construção de novas moradias. A metodologia pretende avaliar os projetos de empreendimentos habitacionais que adotarem, no mínimo, 19 critérios de sustentabilidade dentre os 53 critérios existentes e distribuídos nas seis categorias de avaliação: Qualidade Urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de Recursos Materiais, Gestão da Água e Práticas Sociais. Para orientar os projetistas foi elaborado o “Guia CAIXA/Sustentabilidade Ambiental - Selo Casa Azul - Boas Práticas para Habitação mais Sustentável”. O Guia contém todas as diretrizes necessárias à elaboração de propostas candidatas ao Selo e servirá também como orientações para projetos mais sustentáveis, podendo ser utilizadas por arquitetos, engenheiros e estudantes. Com isso, a CAIXA pretende agregar em uma só publicação todas as condições básicas necessárias ao planejamento de moradias que respeitam o meio ambiente e contribuem para o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis. O Nicodemo, da Metachem, agora consegue definir o limite de crédito dos clientes com maior precisão. Nicodemo Petroni, Sócio-Proprietário da Metachem, cliente desde 1996. Quer ser eficiente como ele? Fale com a gente: 0800 773 7728 ou acesse serasaexperian.com.br Com a ajuda da Serasa Experian, a empresa do Nicodemo pôde conhecer mais detalhadamente o perfil dos seus clientes, evitando problemas de inadimplência. E isso é fundamental para um atacadista. Não importa o tamanho da sua empresa: pergunte o que a gente pode fazer por você.
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