Colonização Espanhola na América
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Colonização Espanhola na América Módulo 3 Século XVI: América inserida no contexto mundial de europeização. Racionalização da exploração das terras, organizando-a politicamente e administrativamente. Os nativos foram submetidos violentamente, terras ocupadas e culturas desrespeitadas, bem como comunidades desagregadas. • O Oceano Atlântico passou a ser uma rota cada vez mais movimentada de produtos como: • Pau-brasil; • Metais preciosos; • Animais; • Europeus e africanos (escravos); • Populações nativas mortas ou afugentadas para o interior; Circulação de mercadorias em âmbito mundial, enriquecendo os países europeus. A colonização espanhola Organização da exploração em nome do rei e da Igreja Católica. Problemas com a Igreja: Movimentos reformistas: perda de fiéis europeus para os protestantes. As terras na América (anexadas por Espanha e Portugal), serviram para a Igreja substituir as “almas perdidas”. Fonte de “almas novas”, principalmente contra os “hereges” judeus e protestantes. A Coroa recebia a aprovação da Igreja por seus atos e em troca se comprometia a ajudar Roma na expansão católica convertendo almas nativas (União Estado-Igreja). Criação das missões: estabelecer o domínio nas novas terras; Catequização dos indígenas; Fornecimento de mão de obra dócil para os colonizadores; Instalação dos Tribunais de Inquisição para o julgamento dos “hereges”. 1. A Expansão Espanhola e a conquista da América Tardia em relação a Portugal; Objetivos mercantilistas e justificativa católica também presentes; Colombo chega a América em 1492 achando ter chegado às Índias; Colonização inicia-se pelo Haiti (Ilha Hispaniola); Cortés e Pizarro conquistaram o México (Astecas), Peru (Incas); Colonização concentrada nessa região devido aos metais encontrados. 2. A Administração do Império Espanhol Sistema de organização político-administrativo que visava ao controle direto sobre a América. Empresa colonizadora desenvolveu-se sob a autoridade real e orientou-se pela política mercantilista. Rei: direção e montagem do processo colonizador; Burguesia: monopólio do comércio colonial; Nobreza: exercício das funções administrativas. Exploração econômica das possessões espanholas: fundouse no aproveitamento intensivo do trabalho compulsório indígena e escravo negro. Relações entre metrópole e colônia eram: diretas e exclusivas (Pacto Colonial). Terras do rei da Espanha. Fase da conquista: grandes faixas de terras foram entregues aos adelantados (chefes conquistadores). Divisão do Império Espanhol em quatro vice-reinos: Nova Espanha,1535 (oeste dos EUA, México e América Central); Nova Granada, 1717 (Equador, Colômbia e Panamá); Peru, 1543 (partes do Peru, e parte da Bolívia); Rio da Prata, 1776 (Argentina, Paraguai, Uruguai e partes do Peru e Bolívia). Capitanias-gerais: Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile. Os vice-reinos representavam o rei na colônia, e os capitãesgerais estavam subordinados a eles. O próprio rei escolhia entre a nobreza metropolitana quem deveria ocupar esses cargos. Nas vilas e nas cidades havia os cabildos (ayuntamientos) (câmaras municipais formadas pelos colonos e seus descendentes), compostos de grandes proprietários e comerciantes. Elegiam os alcaides, maior autoridade local. Ocupação efetiva através da exploração argentífera e aurífera, deixando de lado a agricultura tropical. Administração ficava a cargo do Conselho da Índias (1524), criado por Carlos I que nomeava vice-reis e capitães-gerais. Vice-rei: maior autoridade executiva na América, representante direto da coroa espanhola e responsável pelas funções militares, judiciais, fiscais, administrativas e financeiras. Capitães-gerais: maior autoridade em suas possessões, subordinados aos vice-reis. Objetivo da burocracia: impedir o contrabando e garantir a manutenção do monopólio comercial e da cobrança de impostos para a coroa espanhola. Casa de Contratação (1503): fiscalizar a exploração colonial e impedir o contrabando por meio da contagem e registro das riquezas coloniais. Audiências (1526) similares aos Tribunais de Justiça. Ouvidores: fiscalização dos vice-reis. Tributos Almojarifazgo: imposto sobre o comércio externo e interno por via marítima; Quinto: cobrado sobre a extração mineral; Alcavala: circulação de mercadorias e sobre índios em idade adulta, aptos a trabalhar; Avería: cobrada pela proteção aos galeões que faziam o comércio entre Espanha e América. 3. O Trabalho Compulsório (MITA) Exploração das minas de prata e ouro foi realizada através do trabalho compulsório dos indígenas (mita): Aldeias indígenas eram forçadas a entregar uma quantidade de seus membros, aptos para realizar trabalhos durante um prazo determinado. Índios recebiam uma certa quantidade de dinheiro e destinados aos mais variados serviços. Espanhóis se utilizaram da mita, uma instituição já praticada pelos incas e outras civilizações pré-colombianas. Exploração em nível interno e externo. Interno: mão de obra nativa abundante e concentrada nos antigos centros urbanos. Exploravam de duas maneiras essa mão de obra: Base socioeconômica da colonização foi a encomienda: Direito de posse sobre um território e os indígenas que nele se encontravam. Para permanecer na terra, o colonizador tinha direito de receber dos índios um pagamento em trabalho, devendo em troca convertê-los à fé católica. Repartimiento: instituído pela Coroa para a construção de grandes obras públicas ou para a exploração de regiões economicamente ricas (minas e grandes plantações). Consistia no recrutamento de massas indígenas, feito geralmente por meio de sorteios. Em troca do trabalho (temporário) o indígena recebia um salário. Externo: regime de porto único para controlar a entrada e a saída de navios e para evitar o contrabando de ouro, prata, sal. Somente os portos americanos de Vera Cruz (México), Porto Belo (Panamá) e Cartagena (Colômbia) estavam autorizados a enviar navios para a Espanha. O único porto espanhol que podia receber e enviar navios para a América era o de Sevilha (depois Cádiz). Comboios anuais para evitar os frequentes ataques piratas e de corsários ingleses. Casa de Arrecadação: arrecadação de impostos, comércio colonial e fiscalização das minas; Aparelho burocrático: Chapetones (guachupines): espanhóis nascidos na Espanha; Criollos: espanhóis nascidos na América (postos secundários da administração colonial). Índios, negros e mestiços: formavam a maior parte da população. Podiam ser livres ou escravos, mas sofriam igualmente a exploração de sua mão de obra e eram excluídos de qualquer maneira. • • Os espanhóis encontraram ouro e prata em quantidade jamais imaginada e encontraram em Potosí na Bolívia em 1545 mais minas de ouro e prata, explorando ainda mais a colônia. A Espanha abandonou as atividades econômicas tradicionais, concentrando-se na mineração. O resultado foi uma crise no abastecimento interno, obrigando o país a importar alimentos. O ouro e prata acabou indo das mãos dos espanhóis para outros países em troca de mercadorias e gêneros alimentícios (Inglaterra, França, e Países Baixos). Inflação dos produtos metropolitanos na América incentivando o contrabando realizado pelos ingleses, franceses e norte-americanos. No século XVII, com as minas esgotadas a Espanha ficou endividada com outras potências. Conclusão Milhares de índios massacrados; Sobreviventes foram utilizados como mão de obra desrespeitados em seus direitos mínimos em nome da “civilização superior”. Muitos fugiram para o interior. Seus descendentes continuam oprimidos até os dias atuais, sendo os mais pobres das sociedades americanas. Suas terras são constantemente invadidas por garimpeiros, grileiros que desrespeitam os limites em busca de ouro, madeira e terra para plantação.
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