A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO
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A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO
A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: por uma formação mais humana de atuação política Renata Jardim Coube [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e demandas Populares Resumo O trabalho apresentado é fruto de reflexões e pesquisas em desenvolvimento no curso de Mestrado em Educação, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que só foram possíveis a partir da experiência no Curso de Licenciatura em Educação do Campo, primeiro do Rio de Janeiro, implementado em 2010. Pretendemos aqui contribuir propondo pensar o papel da Pedagogia da Alternância, no processo de formação do educador do campo, considerando-a um modelo adequado, pois admite o ajuste da organicidade dos movimentos sociais, das tarefas dos sujeitos militantes com a produção intelectual acadêmica. Pensá-la significa ampliar o potencial dinâmico e integralmente voltado para a realidade concreta da esfera rural, assim como explicitar as contradições da prática política/educativa permitindo-nos avançar para uma concepção de formação mais ampla, na perspectiva de constituição de sujeitos militantes/educadores organicamente engajados nas lutas sociais em favor da luta de classe. Partindo dos pressupostos da Educação do Campo e utilizando o método dialético, pretendemos tomar a Alternância na formação como movimento facilitador do protagonismo dos educadores que tem como pano de fundo a luta pela terra, dialogando sobre seus limites e possibilidades no real. Todavia, pensando nas contradições inevitáveis do processo, observamos a necessidade de atentarmos também às especificidades humanas; como valorizar a complexidade e a liberdade do ser humano sem perder o rigor político imprescindível na formação e na luta de classes? Palavras-chave: formação humana, Pedagogia da Alternância, Educação do Campo. Apresentação O contato com a proposta do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e as discussões travadas durante a disciplina Seminário de Pesquisa II, do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares, da referida instituição, trouxeram questionamentos sobre o processo de produção de conhecimento experimentada por educadores enquanto sujeitos políticos militantes, neste caso, na esfera da educação do campo. Trata-se da universidade assumindo, junto aos Movimentos Sociais, a formação de sujeitos organicamente engajados na luta do campo. Nesse caso, a Pedagogia da Alternância permite aos estudantes do curso um movimento de intervenção na realidade como militantes/educadores pesquisadores da própria prática. Cabendo, então, explicitar as contradições do processo para ampliar a discussão e avançar mais. Os cursos surgem nas universidades brasileiras a partir de 2007 por incentivo/demanda do INCRA a partir do PRONERA – Programa Nacional de Educação nas Áreas de Reforma Agrária (do Ministéro do Desenvolvimento Agrário), que entendem a necessidade de qualificar para a atuação nas escolas do campo, reivindicando a responsabilidade das instituições públicas de ensino superior com a educação do campo e das culturas de populações tradicionais de resistência (quilombolas, caiçaras e indígenas). Num primeiro contato, foi possível observar que não se tratava de estudantes comuns, ou seja, aqueles que buscam um curso de graduação para futura inserção no mercado de trabalho ou que por falta de opção preferem os cursos da área de ciências humanas. São na verdade estudantes/ sujeitos envolvidos em organizações políticas embasados por uma causa, um projeto de sociedade que dá sentido a cada debate travado nas aulas. A dinâmica do curso de Licenciatura do Campo (LECAMPO), baseada na Pedagogia da Alternância, ajusta o tempo de estudo e produção acadêmica com os trabalhos dos estudantes nas suas comunidades, visando alternar a atuação política com a produção intelectual traduzindo uma práxis política e pedagógica que já é marca na formação de lideranças no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Contudo, não podemos desconsiderar que a educação formal, institucionalizada, obedece a critérios estabelecidos pelo Estado burguês, logo, localizado numa realidade contraditória e dialética estando, nesse sentido, organizado a partir do modelo tradicional liberal, padronizado de referências eurocêntricas e “excludentes”. Neste contexto, evidencia-se um terreno de conflitos, visto que somente sabemos lidar com um tipo de pedagogia tradicional pela larga experiência que possuímos com a mesma. Obviamente, não há convivência humana em perfeita harmonia, principalmente, quando estão em disputa projetos políticos diferentes. Porém, o assumir da tarefa de formar educadores do/para o campo pela universidade traz uma diversidade de questionamentos e reflexões para a área. Assim, pensar o processo de constituição/formação do educador com esta especificidade exige uma análise histórica das circunstâncias sociais em que está inserida a educação do campo e dos sujeitos políticos em constante luta pelo país. Não basta, neste caso, que os conteúdos sejam sobre as condições de plantio, técnicas e instrumentos para lidar com a terra, mas dependem de saberes no plano político, de conjuntura social, econômico e outros aspectos que humanizam enquanto educam. Ao seguir as instruções do Estado burguês, a educação institucionalizada tem trabalhado a serviço das artimanhas do consumismo, do individualismo, seguindo a direção e os objetivos do mercado de trabalho e, por consequência, empobrecendo a construção de conhecimento e o entendimento sobre as culturas dos povos e segmentos sociais, os quais lutam cotidianamente para manter suas histórias. Todavia, é possível fazer uma educação a contrapelos como nos aponta Walter Benjamin, que além de dar voz aos oprimidos aposta na constituição do sujeito como autor da sua história e, portanto, transformador dela. Percebemos que há um interessante e proveitoso debate a ser travado quanto ao processo de institucionalização da educação do campo no chão das universidades púbicas brasileiras. A luta pela terra, de muita história, mas por muitos ainda desconhecida, é agora narrada/vivenciada nos espaços da universidade pública. Institucionalizaremos a luta? É preciso pensar sobre o assunto, pensar em toda a relação dos governos brasileiros com o campesinato, Simultaneamente ao processo de institucionalização da Educação do Campo por dentro do MEC, ocorreu a institucionalização do PRONERA mediante a assinatura do Decreto Presidencial Nº 7.352, de 4 de novembro de 2010, que dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. Esse decreto defende que os princípios da educação do campo dialogam com a diversidade do campo em seus aspectos sociais, culturais, políticos, de gênero, entre outros. Incentiva a formulação de projetos políticopedagógicos específicos para as escolas do campo, estimulando o desenvolvimento de políticas para a formação de educadores do campo. Uma das maiores conquistas desse Decreto é a ampliação do conceito de populações do campo, presente no artigo 1º: os agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural. (Relatório de um ano de atividades para implementação do Curso – desafios e demandas, novembro de 2010) Refletiremos a partir da primeira experiência com o curso por meio da práxis cotidiana dos futuros educadores envolvidos pela licenciatura em questão, buscando investigar como foi o processo de adaptação à dinâmica acadêmica; de que maneira a universidade tem recebido a proposta dos movimentos e admitido sua história e resistência; como está pensado/estruturado o currículo e em que condições de articulação com o já produzido pelos movimentos sociais. Outras indagações somam-se às mencionadas, tais como: em que medida o trabalho pedagógico atende as dimensões ética/estética/afetiva? Há essa intenção no projeto? Quais são as condições materiais colocadas pela universidade para que o projeto político pedagógico aconteça? Devemos considerar como um avanço para a discussão sobre a luta pela terra, a história e a realidade campesina estarem num espaço socialmente referenciado (a universidade pública) e, sem dúvida, que também deve ser de domínio das camadas populares. Quanto mais se aproxima a educação popular da universidade mais ampliamos a chance de minimizar as consequências da utilização do conhecimento como poder restrito a uma classe que é inevitavelmente a dominante. Mas o que significa institucionalizar a formação militante? É preciso nos interrogarmos a partir da dinâmica cotidiana que envolve a todos os interessados no processo. Os objetivos desta pesquisa, em andamento, vem a ser investigar por meio da experiência vivida pela primeira turma do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, da UFRRJ, como se realiza o processo de trabalho a partir da Pedagogia da Alternância, buscado entender em que medida essa experiência é interessante para um avanço dos movimentos sociais e das lutas populares. De igual forma, interessa também refletir sobre o quanto podemos crescer valorizando as contradições do processo e de que maneira podemos atender às especificidades humanas educando para a humanização e humanizando para a prática política. Esse modo de fazer pesquisa – militante – dialoga com a idéia do escritor Eduardo Galeano, Nossa autêntica identidade coletiva nasce do passado e se nutre dele – pegadas sobre as quais caminham nossos pés, passos que representem nossas andanças de agora – mas não se cristaliza na nostalgia. (...) Somos o que fazemos e, sobretudo, o que fazemos para mudar o que somos: nossa identidade reside na ação e na luta. Por isso a revelação do que somos implica na denúncia do que nos impede de ser o que podemos ser. Galeano pontua com muita perspicácia ao afirmar que somos o que fazemos para mudar o que somos. E há que se considerar também a necessidade de aprender e produzir nossa própria consciência de ser e sobre o mundo. Na medida em que não nascemos prontos, mas sim, aprendemos de tudo e com tudo na totalidade do real uma formação política, estética, artística e essencialmente coletiva pode promover sujeitos, sem maniqueísmos, “melhores”. Diante da marcada dualidade estrutural da organização política, econômica e social vigente, importa aos que se interessam por um novo modelo de sociedade, mais justa e respeitosa, uma proposta radicalmente comprometida com o homem na singularidade da sensibilidade propriamente humana. Vivemos cotidianamente absurdos que, lamentavelmente, não podemos intervir definitivamente, pelos entraves da alienação em relação às categorias cruciais para o nosso pleno desenvolvimento, e diria ainda felicidade: o trabalho e a educação. Considerando que, apesar dos importantes avanços científico-tecnológicos, não estamos conseguindo resolver as mazelas sociais mais assustadoras. Mais do que nunca é preciso avaliar a sociedade e, por conseguinte, o sujeito, na sua totalidade e sempre historicamente posicionado. A educação de hoje ajusta-se à propagação do consumo, ao enraizamento do individualismo e ao reforço de tudo que nos aliena. Por essa razão, faz-se preciso educar os sentidos, aguçar a sensibilidade propriamente humana. A Educação na perspectiva do Liberalismo tem sua origem calçada nas idéias Iluministas e desenvolve-se com as revoluções burguesas do século XVIII. A pedagogia liberal e laica é pensada para o desenvolvimento do homem, porém este homem refere-se aos filhos das elites que assumirão as heranças dos pais mantendo suas riquezas sob o poder das famílias. Logo, somente interessa formar representantes da classe dominante – individualistas e racionais com capacidade de interpretar e organizar o mundo a sua volta. Entre os teóricos desta corrente destacam-se o filósofo alemão Immanuel Kant e o suíço Jean-Jacques Rousseau. Para Kant cabe à Educação, ao desenvolver a faculdade da razão, formar o caráter moral: “o homem só pode tornar-se homem pela Educação, e ele é tão somente o que a educação faz dele”. É ela que lhe permite atingir seu objetivo individual e social (ARANHA, 1996, p. 124). Em Rousseau, apesar da contraposição à educação completamente autoritária e rígida do século XVIII, também há a ideia de sociedade concebida como uma compilação de indivíduos preocupados em viver sua liberdade. Assim, a educação por ele idealizada só poderia formar os filhos da elite, uma vez que ressalta a importância do aprendiz ser acompanhado por um preceptor atento para que não adquira vícios ou se disponha a corrupção passível a qualquer um no seio da sociedade. Em outras palavras, o isolamento total para formar um sujeito individualista e autosuficiente. O ideal de liberdade liberal estará impregnado na concepção de educação para as instituições de ensino em todos os países capitalistas no mundo, tendendo a ganhar ajustes mais cruéis somente para a classe subalterna. A esta restará a marca do individualismo e do tecnicismo esvaziado de conteúdo humanizador. Os princípios burgueses serviram num determinado momento da história na luta contra o domínio feudal. Mas, com o fim da ética paternalista cristã e da autoridade castradora do sistema feudal que sufocava o povo, torna-se necessário reavaliar o entendimento de liberdade, de sociedade e de homem que o Liberalismo instalou no mundo, reavaliando suas conseqüências num projeto de educação. Os estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo representam os segmentos mais simples do povo e constituem uma grande parcela de brasileiros marcados na pele por uma história sangrenta, escrita nos limites da classe dominante. A universidade, espaço de maioria dos representantes desta classe, expressa e respalda a cultura padrão, porém, por ser um espaço de disputa por hegemonia é na contradição do sistema que temos a possibilidade de explicitar os conflitos, denunciar os abusos, lançar desafios e produzir intelectualmente para, então vencermos esses desafios. O tipo de pesquisa assumida neste trabalho tem como referência o texto de Gohn (1984), em que a autora define como pesquisa militante aquela capaz de, além de ser participativa por contar com uma atuação efetiva do pesquisador, levar o pesquisador a um envolvimento político com a compreensão de que não há neutralidade de nenhuma das partes no processo, mesmo, obviamente, tendo fidelidade científica e rigidez acadêmica na produção do trabalho. Partimos do pressuposto de que há necessidade de explicitar o real a partir da inserção do pesquisador na realidade, nos acontecimentos. Assim sendo, apropriamo-nos da pesquisa militante por ser a que se compromete com a mudança social efetiva da sociedade porque o pesquisador identifica-se com o seu objeto – neste caso, sujeitos sociais –, tornando-se sujeito ao expressar suas representações estratégicas de sobrevivência e articulações no cotidiano. Tal opção de investigação possui seu alicerce na discussão sobre o fato de os movimentos sociais contribuírem na constituição/formação do sujeito que nele se envolve, pois assume uma causa coletiva que, inevitavelmente, torna-o compromissado com a coletividade, com sua história dando sentido a um ideal de mudança de condições materiais e humanas. Devemos admitir que, pela mudança de planos – novo objeto, a pesquisa ainda se encontra em fase exploratória que segundo Minayo (2010) corresponde ao momento de definição do marco teórico conceitual a ser empregado, de demarcação clara de objetivos e seleção de instrumentos de coleta de dados. Para Caldart, os movimentos sociais já são vistos como um de lugar de formação de sujeitos; onde acontece um processo de educação significativa possibilitando que cada um se perceba parte de uma construção em condição de sujeito autônomo, e ainda completa: A participação nos Movimentos Sociais humaniza as pessoas formando-as como sujeitos, de sua vida, de sua história, da luta pelo resgate de sua dignidade, ao mesmo tempo em que fazendo desta formação um processo de construção de novos sujeitos sociais: os sujeitos coletivos que passam a identificar quem é “do Movimento”, e quem se percebe “em movimento”. (...) Sujeitos sociais se referem a sujeitos coletivos: associação de pessoas que passam a ter uma identidade de ação social e, portanto, de formação; revelam-se pelo nome próprio através do qual a sociedade passa a identificar quem é de uma determinada organização, de um determinado Movimento: os Sem Terra estão em Marcha; os Atingidos por Barragens protestam; os Sem Teto fazem mais uma ocupação... E sujeitos sociais se formam; não nascem feitos; e se formam no próprio processo em que se afirmam ou passam a fazer diferença diante da sociedade. (CALDART, 2005) Trajetória metodológica Toda ciência seria supérflua, se a aparência exterior e a essência das coisas coincidissem diretamente. K. Marx Considerando a complexidade do real, as diversas formas de se apresentar e a multiplicidade de olhares, subjetividades e experiências, a pesquisa que se pretende qualitativa deve obedecer ao movimento oscilatório da história captando com cuidado as informações trazidas nas entrelinhas das circunstâncias diárias. Optar por um caminho a seguir para, então, captar a essência das coisas é indispensável, logo, para compreender as consequências do processo de institucionalização da formação do educador das escolas do campo tendo como recorte a primeira turma de licenciatura matriculada na UFRRJ nos parece apropriado o materialismo histórico dialético como referencial teórico basilar. Entretanto, O primeiro passo conta com a análise documental, ou seja, depende do levantamento e estudo dos documentos produzidos sobre o assunto entre os anos de 1996 a 2010. Inclui a retomada das condições históricas da educação do campo, as produções que atualizam o conceito de educação popular, das lutas sociais (avanços e retrocessos) referentes ao campo. O segundo momento, utilizando uma expressão do Florestan Fernandes, aproveitaremos os depoimentos como documentos pessoais, de fundamental importância na compreensão do processo. Os estudantes são a expressão viva do assunto pesquisado, na medida em que fazem e se fazem na primeira experiência do curso na universidade. Logo, traduzem direta e indiretamente o projeto político pedagógico do curso. Há pretensão de recolher as falas em ocasiões diferentes como: nas intervenções feitas nas aulas durante o tempo escola, em atividade de grupo por região, na fila do almoço, nas discussões durante o tempo comunidade e, ainda, em visitas a algumas regiões. Os registros serão colhidos por fontes diversas como: entrevistas, fotos, documentos e pesquisa historiográfica. A turma é dividida por regiões do Estado do Rio de Janeiro, a intenção é de acompanhada durante três meses um grupo, no caso em Nova Iguaçu, em trabalhos e discussões que fazem parte da dinâmica do curso. Bibliografia Básica: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2ª ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1996. BUFFA, Ester. A Educação negada: introdução ao estudo da educação brasileira contemporânea/ Ester Buffa, Paolo Nosella – 3. ed. – São Paulo, Cortez, 2001. CADERNOS DE ESTUDOS DA ENFF nº.: 01. A política de formação de quadros. 1ª edição, 2007. CALDART, Roseli Salete. Teses sobre a Pedagogia do Movimento (Em elaboração), Porto Alegre, 2005. ______. Pedagogia do Movimento Sem Terra. 3ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2004. GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais e educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção questões da nossa época; 5) ______. CADERNOS CEDES – Pesquisa Participante e Educação nº.:12.. São Paulo: Cortez, 1984. MANACORDA, Mário A. 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