TECNOLOGIA: avanços facilitadores do trabalho secretarial
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TECNOLOGIA: avanços facilitadores do trabalho secretarial
TECNOLOGIA: avanços facilitadores do trabalho secretarial Nilzenir de Lourdes Almeida Ribeiro1 Luciês da Melo Ribeiro2 Rosângela Araújo de Jesus3 RESUMO O presente estudo enfoca a evolução histórica do profissional secretário diante dos avanços das tecnologias no desempenho das atividades secretariais. Abordam-se as tecnologias nas áreas de informática e telecomunicação como agentes facilitadores para a execução das tarefas com mais agilidade, de acordo com o exigente e competitivo mercado de trabalho. Mostram-se as vantagens e desvantagens das novas tecnologias para a prática secretarial. Palavras-chave: Tecnologia. Secretário. Evolução. INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento das novas tecnologias inseridas no mercado de trabalho, o profissional secretário viu-se obrigado a acompanhar esse crescimento buscando aperfeiçoamento a cerca das diversas tecnologias que surgiram como elementos facilitadores do trabalho secretarial. Vale ressaltar que outras áreas do conhecimento também precisam acompanhar as inovações tecnológicas que as auxiliam no dia-a-dia das atividades. Diante das exigências do mercado competitivo, o secretário é mais um profissional na busca de aprimoramento e desenvolvimento das suas competências e habilidades, investindo tecnicamente em sua carreira de forma contínua e progressiva para alcançar os objetivos propostos. O presente trabalho é uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo de traçar o perfil histórico e atualizado da profissão, dando ênfase ao uso da tecnologia como elemento facilitador da prática secretarial. Para isso, será feito um relato da evolução histórica da profissão, os primeiros recursos tecnológicos usados e suas inovações. 1 Mestre em Educação e Professora da Faculdade Atenas Maranhense (FAMA). Bacharel em Secretariado Executivo Bilíngue pela Faculdade Atenas Maranhense (FAMA). 3 Bacharel em Secretariado Executivo Bilíngue e Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas pela Faculdade Atenas Maranhense (FAMA). 2 Abordamos, também, a tecnologia e seu papel para a prática secretarial demonstrando as vantagens e desvantagens que esses recursos podem proporcionar ao profissional e à organização em que este está inserido. Pretendemos contribuir para que os profissionais busquem o autoaprimoramento para se adequarem à modernização tecnológica, facilitando, assim, o desenvolvimento e ampliando seus conhecimentos técnicos no exercício das atividades. 2 A EVOLUÇÃO SECRETARIAL Com a necessidade de registros oficiais das atividades realizadas pelos imperadores das civilizações antigas, surgiu a profissão do escriba, que registrava as colheitas, os impostos, os artefatos, as contas, a classificação dos arquivos e a redação das ordens dos imperadores. Para Natalense (1998, p. 4), “O escriba oriental é o homem que domina a escrita, faz contas, classifica arquivos, redige as ordens, aquele que é capaz de recebê-las por escrito e que, por conseguinte, é naturalmente encarregado da sua execução”. De acordo com relatos históricos, um dos principais escribas foi São Jerônimo, tradutor da Bíblia Sagrada e assistente do Papa Damaso, que governou a Igreja Católica de 367 a 384. São Jerônimo por ter exercido essa função de redator e tradutor, foi considerado o primeiro secretário, tornando-se o Santo Protetor dos Secretários. Segundo o calendário católico, seu dia é 30/09. A palavra secretário originou-se do latim, possuindo os seguintes significados: a) secretum: lugar retirado, retido, solidão, audiência; b) secreta: particular, secreto, mistério; c) secretarium: lugar retirado, conselho privado. (RIBEIRO, 2005,p.35) Na sua origem, a função de secretário era exercida exclusivamente pelo sexo masculino. Em 1812, Napoleão Bonaparte, revolucionou o mercado de trabalho oportunizando o ingresso de uma mulher para ajudá-lo escrever seus feitos e ações que devidamente planejados levaram a invadir a Rússia, de forma gloriosa, agregando, assim, uma nova conquista. Na década de 40, com a situação caótica das duas guerras mundiais, a população masculina sofreu uma redução na atuação dentro das empresas. Com a ida dos homens para frente das batalhas, as indústrias, as escolas, os hospitais e o comércio sentiram a necessidade de contratar uma mão-de-obra diferente, entrando a figura da mulher como força ativa de trabalho. Essa época descreve o que no passado era considerado atividades inerentes a uma secretária, que se limitava em: datilografar, taquigrafar, organizar arquivos e atender ao telefone. Na época descrita, o trabalho secretarial resumia-se a atividades simples como anotar os ditados emitidos pelos chefes. A secretária também datilografava em máquinas manuais, cuidava dos arquivos e mais tarde com a chegada dos telefones ela fazia o atendimento telefônico e recebia as pessoas que pretendiam ser atendidas pelos chefes. Acredita-se que em 1940, o feminismo da profissão certificou-se na história devido ao registro da presença de 20 milhões de secretárias no mundo. Já na década de 60, houve a necessidade de ampliar a postura da secretária, passando a ser exigido treinamento específico: o treinamento gerencial. A partir dos anos 70, o profissional secretário incorporou em seu desempenho mudanças significativas, assumindo novos papéis, como: assessoramento gerencial, redação própria, desenvolver relacionamentos interpessoais, administrar o tempo, supervisionar equipes de trabalho, participar de reuniões, inclusive redigir atas e outros documentos, assim como sugerir novas decisões. Com a tomada de consciência desses profissionais, eles foram se organizando e fundaram o Clube das Secretárias, em meados da década de 60, no Rio de Janeiro e, em seguida, realizaram o I Simpósio, em Vitória/ES. (RIBEIRO, 2005, p.59) Em 23/04/1983, a Associação Brasileira de Entidades de Secretárias (ABES) criou o primeiro Código de Ética da Secretária Brasileira. Porém, com a transformação das Associações em Sindicatos, a ABES foi extinta (RIBEIRO, 2005, p.63). A regulamentação da profissão foi um marco para a carreira da secretária, na década de 80, através da promulgação da Lei nº 7.377 de 30/09/1985, posteriormente alterada, pela Lei nº 9.261 de 10/01/1996, que determinou ser de uso exclusivo de profissionais com curso superior ou técnico. Nesta mesma época, foi criada a Federação Nacional de Secretários (FENASSEC) em 31/08/1988, em Curitiba/PR. Outra conquista de fundamental importância para o profissional secretário, foi a publicação do Código de Ética Profissional, criado pela União dos Sindicatos e publicado no Diário Oficial em 07/07/1989. Diante dos avanços dos recursos tecnológicos, nos anos 90, houve uma mudança na forma de trabalhar nos escritórios, as empresas buscaram a melhoria na qualidade dos serviços e mais valoração dos clientes. Com a introdução da reengenharia nas organizações, o papel do profissional secretário também foi redefinido, adquirindo mais autonomia no desenvolvimento das atividades, tais como: serviços de redação, digitação, controle total de correspondência, arquivos, serviços de telefonia, fax, secretaria geral e administrativo. Com as mudanças no cenário empresarial e com as exigências do mercado de trabalho, nos anos 2000, exige-se que o secretário seja um profissional empreendedor, assessor, polivalente, participativo, enfim, que acompanhe as mudanças. Entretanto, são necessárias algumas habilidades, conforme seguem: 2.1 Formação do profissional secretário Os avanços tecnológicos, a globalização e o novo perfil do profissional secretário exigiram que esse profissional buscasse uma educação continuada. Para o sucesso profissional, o secretário passou a dedicar-se ao aperfeiçoamento de seus conhecimentos e na qualidade dos serviços prestados. Na busca do domínio da informática e de línguas estrangeiras, os cursos técnicos, superior (bacharel) e recentemente o tecnólogo são de fundamental importância, para adquirir subsídios necessários ao desenvolvimento destas habilidades em suas áreas de atuação. Além das habilidades acima, o profissional secretário, por exigência do mercado de trabalho, precisa continuamente desenvolver competências e manter-se atualizado em diversas áreas. O secretário é um profissional de múltiplas atuações. Portanto, deve buscar leituras que venham agregar conhecimentos afins à profissão. E nessa busca incessante pelo aperfeiçoamento técnico e tecnológico, o profissional secretário vê-se obrigado a continuar buscando conhecimento específico a nível de especialização em alguma área da sua graduação. Anteriormente, no perfil do profissional secretário, os cursos abordavam apenas a parte técnica como: redação, atendimento telefônico e organização de agenda. Atualmente, com a mundialização e exigências do mercado de trabalho, a grade curricular destes cursos foi ampliada envolvendo outros temas como: marketing, contabilidade, matemática financeira e finanças, administração do tempo e de conflitos, negociação e planejamento. Porém, além dos conhecimentos técnicos os profissionais buscam trocar experiências entre si por meio de encontros, seminários, congressos, e outras atividades afins. Quem pensa que profissionalismo é um diferencial competitivo está enganado. Profissionalismo é um fator de sobrevivência. [...] todos os dias somos lançados diante do desconhecido e precisamos nos atualizar cotidianamente para poder enfrentá-lo. [...] as pessoas precisam, antes de tudo, estar abertas ao novo, sendo ao mesmo tempo humildes e flexíveis para recriar o seu futuro a cada dia. (SHINYASHIKI, 1997 apud ALONSO, 2002, p. 20). De acordo com a Lei 7.377 de 30/09/1985, modificada pela Lei 9.261 de 10/01/1996, art. 2º, inciso II - o Técnico de Secretariado é todo profissional portador de certificado de conclusão do Curso de Secretariado em nível de 2º Grau (FENASSEC, 2006). Segundo Alonso (2002, p.18) o primeiro Curso Técnico em Secretariado, teve início em São Paulo, na Fundação “Escola e Comércio Álvares Penteado”, em 1943, embora tenha sido aprovado somente em 27 de março de 1973 e reconhecido apenas em 04 de julho de 1979. Em São Luís, as escolas de formação de Técnico de Secretariado, foram: Colégio Zoé Cerveira, Centro de Ensino de 2º Grau “Gonçalves Dias”, Curso Intensivo do Maranhão (CIMA) e o Centro de Ensino de 2º Grau “Liceu Maranhense”. Conforme a Lei de Regulamentação do profissional secretário, art. 2º, inciso I, o Secretário Executivo é todo profissional diplomado no Brasil por curso superior de secretariado, legalmente reconhecido na forma da lei (FENASSEC, 2006). Diante da necessidade dessa formação superior, de acordo com Sabino e Rocha (2004, p.26) foi criado em 1969, o primeiro Curso Superior em Secretariado Executivo, no Brasil, na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, que foi reconhecido somente em 1998. Mas em 1970, foi criado o curso na Universidade Federal de Pernambuco, sendo este o 1º curso superior reconhecido no Brasil, em 1978. Em São Luís, as escolas de formação de Secretário Executivo, são: Faculdade Atenas Maranhese (FAMA) pioneira no Maranhão com o Curso de Secretariado Executivo Bilíngüe com formação em Bacharel e na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) possui o Curso de Secretariado Executivo Bilíngüe com formação em Tecnólogo. 2.2 Multifuncionalidade da profissão Depois de tantas mudanças no mercado de trabalho e exigências para melhor desenvolvimento das atividades, o profissional secretário passou a ter uma gama de responsabilidades e atribuições além das técnicas de redação, informática, arquivo, tradução e outras. Segundo Sabino e Rocha (2004, p. 94): O secretário é hoje definido por associações internacionais como ‘um profissional administrativo que possui um domínio de habilidades de escritório, demonstra a habilidade para assumir responsabilidade sem supervisão direta, iniciativa de exercícios e julgamento, e toma decisões dentro do âmbito de autoridade’. Com as novas características da profissão, compete ao profissional secretário desenvolver algumas competências, como: ser flexível, comprometido, competente, ter postura ética, ser determinado, ousado, objetivo, organizado, mediador de conflitos, dentre outras que possibilitem alcançar os objetivos e metas nas organizações. Além dos requisitos necessários para uma atuação com qualidade nas organizações, o profissional secretário necessita de conhecimentos técnicos: boa redação, conhecer um pouco de contabilidade, ajudar a controlar custos, organizar viagens, manusear equipamentos sofisticados, como: copiadoras, fac-simile, aparelhos celulares, computadores, impressoras, palm top e outros. De acordo com Ribeiro (2005, p. 39-40), com a rapidez do avanço tecnológico e os diversos modelos de empresas internacionais, foi cogitada a idéia da extinção da profissão “Secretária”, pois com equipamentos mais sofisticados não seria mais necessário os executivos admitirem esse profissional. Mas, apesar de toda revolução da tecnologia da informação, o profissional secretário ainda é necessário para a execução de todas as tarefas de um escritório e a informática só veio para melhorar e dinamizar o desenvolvimento das atividades exercidas por esse profissional. Com as exigências do mercado de trabalho, o profissional secretário viu-se obrigado a desenvolver competências e habilidades que lhe imprimiram um novo perfil: a) assessor - trabalha exercendo função adjunta nos órgão deliberativos; b) gestor - utiliza as técnicas secretariais e administrativas, tais como: organização, planejamento, controle e avaliação; c) empreendedor - trabalha na execução de atividades que otimize as tarefas, no âmbito individual e coletivo nas organizações; d) consultor - trabalha em função do conhecimento da cultura da empresa, identificando falhas e buscando estratégias para solucioná-las. 2.3 Primeiros recursos tecnológicos A escrita foi um grande marco para o desenvolvimento da humanidade. No começo foram utilizados pequenos tabletes de barro que cabiam na palma da mão, onde eram conservados os registros importantes da época. Com o passar dos anos, o homem sentiu necessidade de aperfeiçoar esses registros, daí surgiram o papiro, o pergaminho e, por último, o papel. Entretanto, o homem não parou de criar novos recursos que facilitassem as comunicações e o processo produtivo. 2.3.1 Máquina de escrever Historicamente não existe uma data precisa sobre a invenção da máquina de escrever ou quando ela começou a ser fabricada. Porém, a história conta que vários foram os inventores que criaram modelos diversos para a máquina de escrever, sendo que algumas foram patenteadas como dos norte-americanos Jonh Burt em 1829 e Chales Tubber em 1843, do italiano Giussepi Ravizza em 1855 e do austríaco Peter Mitterhoffer em 1864. Dentre esse inventores também houve um brasileiro padre Francisco Azevedo em 1961 (COSTA, 2006). Essas máquinas não tiveram produção em série, a primeira que realmente foi produzida em série e usada em escritório foi a máquina Skrivekugle ou Malling Hansen, fabricada em 1870, desenvolvida pelo pastor Johan Rasmus Malling Hansen, dinamarquês, diretor do Instituto para cegos e surdos de Copenhagen. Entretanto, o primeiro modelo que deu início à indústria da máquina de escrever foi a Sholes & Glidden, em 1868, criada por Chistopher Latham Sholes e Carlos Glidden. Apresentaram o protótipo aos fabricantes de arma Remington & Sons, de Ilion, Nova York, que aceitaram a idéia e começaram a fabricação das máquinas em 1874. A Sholes & Glidden possuía algumas limitações no seu funcionamento como: só escrevia em letras maiúsculas, as barras moviam-se de baixo para cima, para ver o que estava escrito precisava levantar o carro, dentre outros. Uma curiosidade é que, nesta máquina, Sholes criou o teclado QWERTY, nome dado em virtude da seqüência das primeiras letras da fileira de cima do teclado, que continua sendo usado até hoje nos teclados dos computadores. Como era hábito da época escrever à mão as correspondências, a Sholes & Glidden não foi um sucesso, pois era muito cara e tinha diversos problemas. Mas, aos poucos, foram surgindo os primeiros operadores, principalmente mulheres. Assim, a máquina de escrever contribuiu para o ingresso das mulheres no ambiente de trabalho nos escritórios. Conforme as necessidades de aperfeiçoamento nos trabalhos datilográficos foram surgindo, os fabricantes de máquinas foram melhorando suas funções, até que surgiram as máquinas elétricas. FARIA (1986, p. 79) diz que no Brasil as marcas que atingem uma parcela apreciável do mercado na área de máquina de escrever elétrica, são IBM, Remington e a Olivetti. Para Azevedo e Costa (2000, p. 178) há duas décadas o profissional secretário trabalhava com uma máquina de escrever elétrica e uma calculadora de mesa, sendo que algumas possuíam o sistema corretivo. Depois de certo período essas máquinas elétricas foram substituídas pelas máquinas eletrônicas, que possuíam um sistema de processamento de texto, armazenamento, impressão e distribuição de textos rápida e fácil, memória de uma linha, display para visualizar o texto antes da impressão e corretivos mais avançados, dentre outras funções que facilitavam o trabalho secretarial. 2.3.2 Aparelho Morse O código Morse – sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação através de um sinal codificado (seqüência de pontos, traços e espaços) enviado intermintentemente, desenvolvido por Samuel Morse e Alfredi Vali em 1835. O aparelho Morse é um meio de transmissão de mensagens telegráficas, criado em 1932, o primeiro aparelho telegráfico do mundo, inventado por Samuel Morse, utilizado no Brasil até a década de 70. A linguagem utilizada era o código Morse (combinação de traços e pontos que formavam letras e algarismos). Hoje seu uso é um pouco obsoleto, em virtude dos avanços das tecnologias de comunicação. 2.3.3 Telex O aparelho de Telex surgiu em 1932, composto por um teclado alfa-numérico, transmissor de sinais recebidos e dispositivo que permite gravar a mensagem codificada numa fita perfurada em cinco trilhas e impressa em papel (CURIOSIDADES TELEGRÁFICAS, 2006). O código é usado oficialmente regulamentado como CCITT – Code Set ITA # 2, criado por Emile Bandot em 1874. O telex é usado para transmitir mensagens por meio do serviço telegráfico público. 2.3.4 Fax Em 1843, surgiu a idéia de transmissão e reprodução de documentos à distância que foi patenteada por Alexander Bain. O fax é abreviatura do termo inglês facsimile ou telefacsimile, é uma tecnologia das telecomunicações que facilita a transmissão à longa distância e com rapidez em segundos, não apenas mensagens escritas como também imagens detalhadas e gráficos complexos. O primeiro aparelho de fax surgiu em 1947, produzido pela empresa inglesa Muirhead, mas a empresa somente instalou o primeiro sistema de FAX em 1949 (WIKIPÉDIA, 2006). Atualmente com o avanço das tecnologias o telefax pode ser conectado, por via telefônica, a um computador. 2.3.5 Telefone Conforme dados históricos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o telefone surgiu em 02/06/1875, criado por Alexander Graham Bell e seu ajudante Thomas Watson, porém, a invenção só foi patenteada em 07/03/1876. A chegada da telefonia no Brasil foi somente em 1877, e o primeiro aparelho foi fabricado especialmente para o imperador D. Pedro II. A primeira companhia telefônica nacional foi, Telephone Company of Brazil, criada em 13/10/1880, instalada no Rio de Janeiro, e em 1883, surgiu a primeira linha interurbana que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis. Somente em 1916, surgiu a Companhia Telefônica Brasileira (CTB). Com o passar dos anos a telefonia foi evoluindo, surgindo, assim, várias categorias de aparelhos telefônicos, dependendo da tecnologia utilizada, como: telefone analógico, sem fio, Digital e Voip. No início da história da telefonia, os telefones eram conectados a uma central manual, com auxílio de uma telefonista, o aparelho possuía manivela, que teria que ser girada para gerar a chamada. Mas logo surgiram as centrais automáticas e os telefones passaram a ser providos de disco para gerar a chamada. Porém, na década de 60, surgiram os telefones, com teclado eletrônico que facilitavam a discagem. Atualmente com o desenvolvimento da Tecnologia da Informação - TI, as comunicações cresceram consideravelmente, principalmente com o uso da telefonia pela Internet, que utiliza muitos aplicativos que permitem o uso desta tecnologia, entre os quais podemos destacar o Skype, telefonia IP (Protocolo Internet), do inglês Internet Protocol e o VoIP (Voz sobre IP. Do inglês Voice over IP). Com todo esse crescimento da comunicação via Internet, as empresas começaram a fabricar os Adaptadores para telefones Analógicos (ATAs) dispositivos que permitem a conexão de um telefone convencional à Internet (WIKIPÉDIA, 2006). 3 AS TECNOLOGIAS O profissional secretário no processo de absorção de novas tecnologias no decorrer dos anos reconstruiu-se a cada nova situação trazida por uma inovação tecnológica apresentada, mudando e aperfeiçoando seu modo de executar as atribuições inerentes à profissão permitindo-lhe ocupar espaço junto aos seus dirigentes e equipes de trabalho sendo capaz de intervir, identificar problemas e soluções, analisar dados e informações. Administrar as informações adequadamente nada mais é do que definir os processos de gestão das organizações. As novas tecnologias são recursos fundamentais hoje para gerir informações, uma vez que estas superam limites geográficos e ainda possuem agilidade de tráfego. Quando traçamos um paralelo entre o computador e as antigas ferramentas utilizadas pelo profissional secretário, verificamos quanto a tecnologia contribui para agilizar o trabalho atualmente, diz Azevedo e Costa (2000, p.177). Os avanços tecnológicos como internet, voice-mail, e-mail, intranet e outros aparelhos portáteis como telefonia celular, notebook e palm top, tornaram-se um aliado ao desenvolvimento das práticas secretariais contemporâneas. 3.1 Tendências de mercado Para as organizações, o meio eletrônico é uma importante evolução que reduz custos, aproxima clientes e aumenta a competitividade entre as organizações que estão inseridas neste meio, e fazendo com que outras busquem formas de participar desse ambiente. Hoje, está a cargo do secretário executivo a diversificação de metodologias no âmbito informativo facilitado pelos avanços tecnológicos ora oferecidos. As organizações na atualidade focam a origem dos profissionais, o desenvolvimento de competências individuais e habilidades específicas ao cargo, visando o atingimento de suas metas e, conseqüentemente gerando o diferencial deste profissional. São as aptidões e habilidades apresentadas no manuseio dos equipamentos tecnológicos (hardware) e os programas (software) que facilitaram o trabalho secretarial e dinamizaram os escritórios. Um dos “agentes de mudança” da imagem secretarial foram as tecnologias comunicacionais que atuaram como ferramentas para a gestão de informações online, conexões com a internet, correio eletrônico, aplicativos de multimídia e diversas ferramentas de criação que automatizaram os sistemas de informações das organizações. Os computadores chegaram às organizações nos anos 80, atendendo a necessidades de processamento de dados. Oportunamente o profissional secretário adaptou-se às multifuncionalidades atingindo novas formas de trabalho, com competências próprias, novas metodologias, diferentes dos padrões da época, maximizando suas habilidades que além de digitar documentos atua na criação de textos, tabelas, banco de dados, gráficos e até agendas eletrônicas, substituindo aos poucos, a máquina de escrever. Lévy (1996, p. 51 apud CARVALHO; GRISSON, 2002, p. 452), diz que “[...] os meios de comunicação, as telecomunicações, a informática são setores ascendentes da economia virtual”. Diante deste ponto de vista, podemos considerar que a nova imagem do profissional secretário inseriu-se nas utilizações dos meios de comunicação, raciocínio lógico, crítico, analítico operacionalizando relações formais e causais, definindo informações e aumentando produtividade e resultados. 3.2 Inovações tecnológicas Os recursos tecnológicos ajudaram o profissional secretário a superar as dificuldades antes encontradas nos trabalhos repetitivos e mecanizados, nos quais a criatividade e a iniciativa não eram valorizados. O profissional secretário, como tantos outros profissionais, foi beneficiado com a entrada definitiva das ferramentas tecnológicas em prol das suas atividades. As dificuldades de mensurar as potencialidades tecnológicas novas sem fazer delas resultados de uma evolução linear não podem, inversamente, ser resolvidas, mediante o que se chamaria de recurso ‘todo organizacional’ [...] mais isto não impede, contudo, a elaboração de hipóteses provisórias, corrigidas pelo desenvolvimento de uma realidade, inicialmente, só pode se observada em suas premissas. (LOJKINE, 1995, p. 43 – 44 apud CARVALHO; GRISSON, 2202, p. 453). Algumas tecnologias mais utilizadas denominadas de ferramentas são de uso contínuo e fundamental, podem ser identificadas como: comunicação on-line e internet que interliga computadores em rede excluindo a necessidade de emitir documentos internos para outros setores, ganhando mais tempo para gerenciamento das demais; os softwares específicos nos computadores agiliza a execução de tarefas como formatação, digitação, correção e impressão; banco de dados, scanners e discos ocupam o lugar dos arquivos tradicionais e ajudam a minimizar custos com papel, pastas, espaço físico, tempo e localização; a videoconferência inovou cursos e reuniões tornando desnecessárias as viagens, pois interliga os espectadores através de um telão reproduzido pelo computador, sendo indiferente à sua localização enfatizando informações ao tempo em que ocorrem. É um recurso de fundamental importância no mundo empresarial e educativo, pois possibilita e interliga a participação das pessoas, através de perguntas e sugestões ao mesmo tempo. Através das videoconferências tem-se acesso às mais diversas discussões e considerações a respeito dos mais variados assuntos; Internet que possibilita acesso a informações de qualquer lugar do mundo trazendo facilidades na comunicação ao fazer compras, transações bancárias e planejamento de viagens. A agenda eletrônica (LOTUS R3) possibilita o gerenciamento de agenda individual ou em grupo; notebook, celular, palm-top e outros aparelhos portáteis facilitam a localização, pois o profissional transporta consigo um “escritório ambulante”, computador, fax e rede; vídeo (cassete, data-show) é um importante suporte para treinamentos e reuniões. O homem busca desde os primórdios instrumentos que facilitem no processo produtivo. Dá-se então a necessidade do acompanhamento das mudanças e atualizações frente aos novos programas e softwares, indispensáveis ao desenvolvimento de atividades fundamentais a profissão de secretariado como planilhas eletrônicas, editores de texto e de imagens denominados de aplicativos, localizados no sistema operacional windows que é composto por aplicativos como Word, Excel, Power Point, Corel Draw, Page Maker dentre outros de diversas funcionalidades específicas. Com tantas mudanças, as inovações surgiram de diversidade e agilidades esmagadoras como as seguintes mais utilizadas: 3.3 Tipos de sistemas de computadores A Revolução Industrial foi o berço para o início da era de tecnologia mecânica, surgindo assim diversos inventos que agilizaram o trabalho do profissional secretário. Sabino e Rocha (2004, p. 115) afirmam que, em 1880, nos EUA, Herman Hollerinth criou uma máquina para automatizar o censo americano, visando diminuir o tempo gasto no processo. A máquina foi batizada como Tabuladora, e teve tanto sucesso que permitiu Hollerith a abrir sua própria indústria. Foi ele o proprietário da primeira empresa de Informática do mundo, hoje conhecida como IBM. Depois da criação do computador, essas máquinas foram evoluindo de acordo com a necessidade de cada profissão. Podendo ser de uso específico ou de uso geral como classificam STAIR e REYNOLDS (2006, p. 99). Computadores de uso específico – servem para o uso de aplicações por grupos de pesquisas científicas e militares de forma limitada. Incluem também processadores especializados encontrados em diversos produtos, incluindo carros e equipamentos. Muito utilizado em negócios que exigem adequação de uso específico. Computadores de uso geral – servem para uma ampla variedade de aplicações, por isso tornaram-se os mais comuns. Combinam processadores, memória, armazenamento secundário, dispositivos de entrada e saída, um conjunto básico de software e outros componentes. Envolve PC de valores diversificados com uma vasta variedade de recursos. a) computadores pessoais (PC) – com um baixo custo, o microcomputador é um sistema computacional projetado para uso individual, possui um grande sistema e informações caracterizadas por serem pequenos de tamanho e leves, sendo portáteis. Há um aumento gradativo de consumo. Por exemplo: Palm-Top. Computadores de rede – basicamente é utilizado para correio eletrônico e acesso à internet. Também possui uma versão barata de compra. Copia software de uma rede quando necessário. Não correm o risco de contrair vírus, porque não possuem disco rígido. Muito utilizado no mercado por setores da educação e por pequenas empresas; b) estações do trabalho - são as mais sofisticadas do que os PCs e possuem custos e processamentos em termos de médio a alto. Podem ser usados de forma individual ou em grupo, por técnicos ou engenheiros que desenvolvem computação matemática pesada, projeto assistido por computador e outras aplicações que exijam processador poderoso; c) computadores de grande porte – os incontáveis usuários freqüentemente compartilhados conectam-se através de terminais ao mesmo tempo. Devem ser mantidos em um ambiente de temperatura controlável devido seu tamanho grande e poderoso, e exigem também um custo maior devido sua segurança e manutenção, que exige manuseio de profissional especializado (engenheiro e programador). Ex: reserva de vôos, hotéis, transações de cartões de crédito. Super computadores – são os mais poderosos e de maior velocidade de processamento. Anteriormente usados por agências governamentais devido o seu custo alto, aplicado atualmente para fins comerciais em uma ampla variedade. Ex: organizações militares, pesquisas, previsão do tempo, corporações de alta tecnologia, companhias petrolíferas e outras. 3.4 Dispositivos de armazenamentos De acordo com Stair e Reynolds (2006, p. 88-98) os dispositivos de armazenamentos secundários mais utilizados são os seguintes: a) disquete – os do tipo padrão são fáceis de transportar, porém têm menos tempo de uso e capacidade de armazenamento limitada em 1,44MB; b) CD-ROM (disco ótico) – memória em disco compacto servindo somente para leitura, uma vez que gravado dados, não poderá ser modificado; c) CD-R (disco ótico gravável) – tecnologia que permite que dados sejam gravados uma única vez em um disco CD; d) CD-RW (disco ótico regravável) – este permite ser regravado e editado com capacidade de armazenamento em até 640 MB de dados. Aproximadamente 500 vezes mais que um único disquete; e) DVD (disco digital versátil) – possui a capacidade de armazenamento em 135 minutos de vídeo digital ou muitos gigabytes de dados e uma velocidade estimada em segundos; f) cartão de memória – funciona como acessório que adicionado ao equipamento (de acordo com a necessidade) aumenta a capacidade de memória e diminui o risco de falhas. 3.5 Internet Conforme dados históricos, a internet foi criada pela Advanced Research and Projects Agency (ARPA) em 1969, e recebeu o nome de ARPANET, com o objetivo exclusivo de manter a comunicação das bases militares dos Estados Unidos mais rápida. Entretanto, em 1970, as universidades e outras instituições tiveram permissão para se conectar a ARPANET. Em 1975, já existiam aproximadamente 100 sites (BOGO, 2006). Com o crescimento acelerado da ARPANET o seu protocolo de pacotes original, chamado Network Control Protocol (NCP) tornou-se inadequado para suportar tantos dados, e foi trocado por um novo protocolo chamado Transfer Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) desenvolvido em Unix, tendo como vantagem praticamente a ilimitação da rede, além de sua fácil implementação em diversos hadware de computador. Para Sabino e Rocha (2004, p. 151), Internet é um conjunto de computadores ligados por rede que trocam diversas informações livremente, e seus usuários conectados podem usufruir os serviços de informação e comunicação de alcance mundial. Sendo a tecnologia vital para uma organização devido sua velocidade atual na troca de informações de forma ágil agregando valores nos resultados de um negócio. Transmite dados de um computador a outro. E mesmo não estando o receptor conectado à rede esta informação fica armazenada até que este a veja. Em caso contrário, de conectividade on-line entre ambos, a troca de mensagem é instantânea estando na mesma rede. O registro deste trânsito que podem classificar como protocolo fica automaticamente disponível no hardware e mais facilmente visível, em alguns casos, no próprio programa utilizado, mais comumente o e-mail que denomina que denomina este campo de itens enviados. Um punhado de redes conectadas que se diferencia das redes corporativas que possuem infra-estrutura centralizada. No Brasil a internet só começou em 1991, com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), uma operação acadêmica subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) que envolve instituições e centros de pesquisas, universidades, laboratórios e demais locais afins. A internet só teve abertura para o setor privado para exploração comercial em 1995, incentivada pelo Ministério das Telecomunicações e Ministérios da Ciência e Tecnologia. A RNP continua sendo responsável e tendo controle do “backbone” que representa a vai principal de informações transferidas por rede. Portanto, o desenvolvimento e o crescimento acelerado da internet favorecem ao usuário e disponibilidade de novos serviços de diretório, indexação e pesquisa que possibilitam a obtenção de informações de forma mais rápida. A internet é como muitas outras tecnologias – fornece uma ampla variedade de serviços, alguns dos quais já podem ser aplicados de maneira efetiva e prática; outros estão em processo de evolução, e outros, ainda, devem desaparecer por falta de uso. STAIR e REYNOLDS (2006, p. 245) 3.6 Telecomunicações e Redes Comunicação é a transmissão, através de um meio, de um sinal que parte de um emissor e atinge um receptor. E neste meio, a tecnologia é capaz de permitir a comunicação entre diversas partes envolvidas no processo de ligamento entre transmissor e receptor de várias formas, dentre estas formas pode-se citar: a conquista infravermelho das agendas pessoais, a comunicação através da tecnologia bluetoofh os atuais palm-tops inseridos no mercado e no ambiente sacretarial dos dias atuais. Mas, para uma comunicação ser eficaz, faz-se necessário que tanto o emissor quanto o receptor possuam e entendam a mesma linguagem e interpretação. Podendo ser transmitida eletronicamente por sinais a fim de emitir comunicação. Exemplo: telefone, televisão, rádio e outros. As organizações apostam no tempo, na distância e nos ganhos através de recursos de hardware, que moldaram gradativamente os cenários no mercado dos negócios. A fim de esclarecer mais, cita-se alguns conceitos sobre tecnologias utilizadas neste âmbito. Correio de Voz – possibilita aos usuários deixar, receber e armazenar mensagens verbais para qualquer pessoa do mundo. Distribuição eletrônica de software – é a maneira mais rápida, barata e eficiente de instalação de um software em um servidor de arquivos, para que os usuários compartilhem conectando-se em rede. Os conjuntos de software mais conhecidos são: Microsoft Office, Lótus SmartSuite e Corel WordPerferct Office, esses pacotes de software possuem componentes básicos de programas, como: Processamentos de textos, Planilha eletrônica, Gráficos de apresentação, Gerenciamento de banco de dados e Gerenciador de informações pessoais, podendo serem incluídos outros programas dependendo da versão que a empresa utiliza. Um dos problemas da distribuição eletrônica de software é o grande tamanho dos programas, pois sendo muito grande, necessita de meios de telecomunicações de alta capacidade e tempo disponível. Distribuição eletrônica de documentos – permite a transmissão de documentos, por meio de linhas e redes de comunicação. Este software facilita o envio de relatórios, documentos de texto, gráficos, panfletos, dentre outros, por meio da distribuição automática pela internet e por redes empresariais. Stair e Reynolds (2006, p. 232) exemplificam esse tipo de pacote de software como o Acrobat da Adobe que permite que documentos sejam transmitidos entre tipos diferentes de plataformas computacionais. A distribuição eletrônica de documentos tem como objetivo minimizar custos substanciais quando comparada ao envio e armazenamento de documentos impressos. Telecomutação – possibilita o trabalho do secretário fora do escritório tradicional por meio de computadores pessoais e redes. Para que esse tipo de trabalho seja eficaz é necessário que o profissional seja organizado, auto-motivado, responsável, capaz de trabalhar com pouca supervisão e pouca interação social. Com a telecomutação as empresas economizam em recursos, espaço no escritório e estacionamento, equipamentos, contribuindo na redução da poluição do ar e os congestionamentos no trânsito. Videoconferência – facilita a comunicação entre várias pessoas de locais geograficamente diferentes em tempo real, por meio de uma combinação de transmissões de voz, vídeo e áudio, possibilitando a visualização de documentos, notas, desenhos e até mesmo modificá-los ao vivo. Dessa forma a videoconferência proporciona às empresas redução nos gastos com transporte e no tempo disponibilizado, há também uma grande vantagem, o retorno mais rápido para a resolução dos problemas. Conforme Stair e Reynolds (2006, p. 233) os membros de um grupo que participam de videoconferências são instalados em salas especialmente preparadas, equipadas com câmeras de vídeo sensíveis ao som, capazes de focarem automaticamente na pessoa que fala, com grandes monitores, com alto-falantes e microfones de alta qualidade. Um exemplo da necessidade da videoconferência foi quando houve ataques terroristas de 11 de setembro, em Nova York. Algumas empresas suspenderam ou reduziram as viagens a esta cidade de seus funcionários, impulsionando-os a realizarem negociações por meio da videoconferência. Agenda eletrônica – é o meio eletrônico que facilita o trabalho do profissional secretário em vários aspectos, tais como: visualização dos compromissos por dia, semana ou mês, exibição de grupos de informação de acordo com o interesse, programação de compromissos importantes, agendamento de grupo e outros. Como exemplo de agenda eletrônica podemos citar: Microsoft Outlook, Palm Pillott, PDA da Vinci. Correio eletrônico (e-mail) – nos permite enviar e receber com rapidez mensagens eletrônicas via internet ou intranet e extranet nas organizações. Sempre que houver necessidade o usuário poderá em apenas alguns segundos ler seu email ou enviar mensagem para diversas pessoas ao mesmo tempo. O’BRIEN (2004, p. 108) diz que existem pacotes gratuitos de correio eletrônico (e-mail), como: IG, BOL, Zipmail, Microsoft Hotmail e o Netscape Webmail que se encontram disponíveis para usuários da internet a partir de serviços on-line e provedores de acesso à internet. 4 TECNOLOGIA E SEU PAPEL PARA A PRÁTICA SECRETARIAL A formação acadêmica desta profissão “constou do Parecer 102/2004 (aprovado em 11.03.2004), da Câmara da Educação Superior, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que estabeleceu diretrizes onde o item III que trata de conteúdos teórico-práticos: laboratórios informatizados[...] especialmente a abordagem teórico-prática dos sistemas de comunicação, com ênfase em softwares e aplicativos[...]. O profissional secretário deve possuir domínios científicos e tecnológicos de seu campo de atuação com competência para assessorar as organizações gerenciando informações, comunicações e relações nacionais e internacionais. Esta profissão acompanhou o processo histórico das grandes revoluções tecnológicas que marcaram década por década a tendência do novo perfil profissional indicando os rumos das novas formas de trabalho que não se atem somente a uma especialidade, possui visão macro, multifuncional, ação integrada, envolvimento com o todo e preocupação com resultados satisfatórios à comunidade global. A consultora de Secretárias Executivas Maeker (2000, p. 32 apud CARVALHO; GRISSON, 2002, p. 449) afirma que: Hoje a profissão Secretária Executiva vem merecendo a atenção da área empresarial por se tratar de uma profissão facilitadora, que segue princípios da administração empresarial: tomar decisões, solucionar conflitos e trabalhar em equipe, além de separar fatos de opiniões, pensamentos de sentimentos e aplicá-los levando em conta as conseqüências das ações escolhidas. Desenvolver habilidade de comunicação, como saber ouvir e perguntar, expressar-se de forma oral e escrita corretamente, além de traduzir textos em vários idiomas e falar com o ‘mundo’ corporativo também em vários idiomas. Bertolino (2006) nos leva a compreender que essa quebra de absolutismos que abriu espaço para a informática, empurrou as pessoas para a polivalência, sendo necessário e urgente aprender inglês e dominar, pelo menos, o “pacote office”. Essa realidade inclinou o mercado da informação para o surgimento de novos espaços de trabalhos e empregos virtuais. Uma vantagem que as empresas têm perseguido. Antes, denominada de “A Secretária do Futuro”, o profissional secretário atual atende às mais diversas necessidades, em sua maioria, junto ao Chief Executive Officer (CEO). A realidade atual confirma que essas expectativas em torno deste profissional estão sendo superadas e abrindo outros caminhos para os sonhos de quem acredita que este profissional é mais que um braço direito, é um agente fundamental na hierarquia das organizações. A alta desempenho secretarial nas aplicações de negócios e disposição de tarefas multimídias são facilitadas por ter as tecnologias como maior aliado conforme vantagens a seguir. 4.1 As vantagens do avanço tecnológico para a prática secretarial a) informações disponíveis em maior quantidade e rapidez – em meio às trocas de informações diárias de forma veloz, a comunicação tem como aliado a internet. As informações on-line são processadas por meio de provedores, que provêm aos usuários acesso à internet. Para ser competitiva, uma companhia precisa ser rápida, ágil, flexível, inovadora, produtiva, econômica e orientada para o cliente (STAIR e REYNOLDS 2006, p. 52); b) redução de custos operacionais – a comunicação on-line permitiu às empresas uma economia significativa relativa a gastos com materiais de expediente. Significativamente papel, impressão, caneta, envelopes, clipes, grampeadores e outros materiais afins tiveram uso reduzido e personalizaram mudanças de comportamento, substituídos oportunamente por recursos on-line que permite aos usuários facilidades como envio de fax, memorando, circular interna, ofício, documentos scanneados (com assinatura digital), imagens, fotos, som e demais correspondências via e-mail. As formas de arquivos tradicionais, por vezes, perderam espaço para o uso de disquete, CD’s, pen-drive, DVD por possuírem alta capacidade de armazenamento em equipamentos cada vez menores, reduzindo significativamente o tempo de realização destas tarefas. Estes, ainda, superam os meios de comunicação tradicional como o telefone, por exemplo, pela vantagem do alcance e rapidez não dependendo este processo de linhas desocupadas para ser concluído e com custo mais baixo que a tarifas telefônicas; c) maior agilidade na execução de tarefas - o acesso às mais diversas informações através de pesquisas, consultas ou trocas, tornou-se eficaz devido à forma veloz com que são processadas através de computadores convencionais, palm-top, leptop, notebook e até mesmo o celular reduzindo o espaço de tempo entre uma atividade e outra e, simultaneamente aumentando a produção; d) maior produtividade - com o aumento das diversidades tecnológicas utilizadas como ferramentas pelo profissional secretário, este adquiriu vantagens operacionais, mas teve que buscar novas habilidades para se manter no mercado de trabalho. A mudança nas tarefas rotineiras do profissional secretário favoreceu, em massa, a economia de tempo e conseqüentemente numa maior produtividade beneficiada pela introdução de sofisticados equipamentos, como: aparelhos de fax com diversificadas funções, impressora multifuncional, computadores de vários portes, dentre outros. No cenário empresarial as novas tecnologias trouxeram agilidade, conforto e facilidades na troca de informações, por outro lado, paralelamente, algumas problemáticas podem gerar desconforto em virtude da necessidade das organizações em manterem sua comunicação mais restrita na tentativa de evitar sabotagem ou espionagem eletrônica. 4.2 As desvantagens do avanço tecnológico para a prática secretarial a) informações de fontes não seguras – as milhares de informações disponíveis na internet exigem atenção e cautela em sua aquisição pois nem sempre elas expõem suas origens, um perigo que pode causar sérios danos como obter informações errôneas, atrair vírus que além de danificar o equipamento utilizado para a captura, este pode ainda invadir seus dados pessoais, senhas, clonagem prejudicando a organização em suas informações sigilosas, tendo acesso às senhas dentre outros “crimes virtuais” cada vez mais comuns; b) perdas de arquivos - a evolução tecnológica trouxe consigo, paralelamente, problemas peculiares a cada inovação. Dentre os mais comuns destacam-se nas transações on-line (vírus, fraudes, quebra de sigilo e desrespeito à ética) e em aspectos físicos os acessórios como dispositivo de armazenamento (disquete, CD’s, pen-drive, MD dentre outros) que armazenados ou manuseados de forma incorreta causam perda total dos arquivos; c) investimentos (alto custo) - a cada surgimento de novas ferramentas de trabalho nasce com ela a impulsão para o aprimoramento de transformações ou adaptações pelo profissional secretário. Este processo se dá de forma veloz. É necessário dosar o custo benefício. O auto-aperfeiçoamento tem sido o principal motivo de constantes investimentos técnico para obtenção duma carreira progressiva, haja vista, que a modernidade exige um profissional tecnicamente especializado e qualificado desfavorecendo os de menor qualificação. De modo geral, ainda é submetido à escassez o plano de investimento da mão-deobra interna das organizações. A luta da competitividade profissional ajuda as organizações a manterem este comportamento pois é mais prático buscar no mercado um profissional “qualificado” ao invés de investir em políticas de treinamento e desenvolvimento de seus colaboradores e em especial o profissional secretário. Alguns equipamentos reforçam essa perspectiva devido terem um alto custo para sua aquisição. Outro pesar é o tempo de treinamento para manuseio correto destes equipamentos. Os problemas reais atuais dessa era virtual centram-se no desconhecimento, em alto grau, da Tecnologia da Informação (TI) como estratégia gerencial e importante diferencial competitivo para desenvolver produtos, serviços e habilidades que propiciam à empresa importantes vantagens nos mercados em que competem cruzando as fronteiras das funções organizacionais tradicionais, revelando a melhoria contínua da qualidade que segundo O’BRIEN (2004, p.55) é popularmente conhecida como gestão da qualidade total. Em uma economia em que a única certeza é a incerteza, a única fonte segura de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento. Quando os mercados mudam, as tecnologias proliferam, os concorrentes se multiplicam e os produtos se tornam obsoletos quase da noite para o dia, as empresas de sucesso são aquelas que constantemente criam conhecimento, disseminam-no por toda a organização e rapidamente o incorporam em novas tecnologias e produtos. Essas atividades definem a empresa “geradora de conhecimento”, cujo único negócio é a inovação contínua (O’BRIEN, 2004, p. 59-60). Essa colocação reforça o valor do capital humano que também é parte integrante da organização uma vez que esta aposta em treinamentos e aperfeiçoamentos contínuos. O profissional secretário por sua vez necessita de constante aperfeiçoamento das suas habilidades para o manuseio dos novos equipamentos que fazem parte do seu cotidiano. Diante de tantas mudanças no mercado de trabalho e das tecnologias, está atualizado é o grande desafio para este profissional. O conhecimento deve ser acionado em função de um objetivo. O que se pretende após esse conhecimento? Que as pessoas tomem uma atitude consciente. É claro que não será no mesmo momento, na mesma intensidade, no mesmo grau de compromisso. Logo após, é necessário a explicitação de uma meta e um plano com ações bem definidas. Isso facilitará a adesão, porque as pessoas perceberão claramente o caminho da mudança e o ponto de chegada (CHAVES, 2004, p. 50). O profissional secretário ao garantir o manuseio correto, por exemplo, de versões multifuncionais que permitem impressão, cópia, scanner e fax, computadores, softwares que trazem facilidades de cálculo, controle de estoque, planejamento, formatação de documentos, auxílio de correção ortográfica, criação de artes gráficas, slides, imagens, dentre outras infinidades de recursos disponíveis, estará certificando sua intransferível capacidade profissional. 5 CONCLUSÃO O estudo sobre as tecnologias como avanços facilitadores do trabalho secretarial, coloca-nos diante de um desafio: o de refletir sobre as perspectivas de melhorar as práticas secretariais a partir do uso de recursos tecnológicos que colaboram com a melhoria e agilidade no desenvolvimento das atividades executadas pelo profissional secretário. No desenvolvimento deste trabalho, podemos verificar que no decorrer dos anos o profissional secretário foi conquistando seu espaço no mercado de trabalho, superando dificuldades e enfrentando desafios pertinentes a profissão, como: quebra de limitação em algumas atividades, novos papeis a serem assumidos, fundação de entidade de classe, regulamentação e o Código de Ética Profissional e outras conquistas. Os aspectos fundamentais desta temática são necessários para demonstrar a existência de bases sólidas para os atuantes da área atentando para as vantagens e desvantagens da tecnologia em seu quadro evolutivo. Percebe-se, claramente, no decorrer desta pesquisa, que o auto-investimento profissional ainda é a garantia e o diferencial que o profissional secretário tem como vantagem competitiva, haja vista, não depender necessariamente de um investimento organizacional, com isso oferecendo o diferencial de estar à frente dos acontecimentos. Esta atitude revela que o secretário contemporâneo está atento aos novos papéis no meio corporativo. É importante, entretanto, num momento de ruptura dos séculos, lançarmos o olhar reflexivo e adaptativo dessa realidade tecnológica na vida profissional e nas necessidades do dia-a-dia. RESUMEN Este estudio habla sobre la evolución histórica del profesional secretario ante los desarrollos de las tecnologías en el desempeño de las actividades secretariales. Se abordan las tecnologías en las areas de informática y telecomunicaciones como agentes facilitadores para la ejecución de las tareas con mayor agilidad, como exige el mercado laboral actual. Se enseñan los vantajes y desvantajes de las nuevas tecnologías para las prácticas secretariales. Palabras-clave: tecnología, secretario, evolución. REFERÊNCIAS ALONSO, Maria Ester Cambréa. A arte de assessorar executivos. São Paulo: Pulsar, 2002. AZEVEDO, Ivanize; COSTA, Sylvia Ignácio. Secretária um guia prático. São Paulo: SENAC, 2000. 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