Os Bloqueadores Beta no peroperatório
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Os Bloqueadores Beta no peroperatório
Os Bloqueadores Beta no peroperatório Paulo Ramos FEEA – 2007 INTRODUÇÃO A prevalência de doença cardiovascular, numa população progressivamente idosa e proposta para cirurgias cada vez mais agressivas, justificam a isquemia do miocárdio como a principal causa de morbilidade e de mortalidade peroperatórias. A minimização destas complicações baseia-se numa adequada avaliação pré-anestésica, no sentido da estratificação do risco, seguida da tomada de medidas preventivas e terapêuticas adequadas. Estas medidas podem ser cirúrgicas, como a angioplastia ou a revascularização do miocárdio ou, farmacológicas, como por exemplo uso de β-Bloqueadores. Estes têm aqui um papel importante, como fármacos que ao provocarem um efeito simpaticolítico cardíaco podem prevenir ou tratar as complicações cardíacas no peroperatório. Neste texto discute-se as indicações dos β-Bloqueadores no periodo peroperatório, ainda hoje alvo de controvérsia e receios que justificam o seu pouco uso pelos anestesistas, embora os cardiologistas os utilizem vastamente inclusive no tratamento da insuficiência cardíaca. Antes faz-se uma revisão sobre a fisiologia dos receptores β para melhor entendermos a utilidade e riscos deste grupo de fármacos. FISIOLOGIA DOS RECEPTORES β Existem descritos três tipos de receptores β (β1, β2 e β3). Estes, quando estimulados pelas catecolaminas, libertadas pelas fibras pós-ganglionares simpáticas ou pela medula supra-renal, sofrem uma internalização, activando uma proteína sub-membranar Guanina-nucleótido (Proteína G). Esta proteína apresenta três sub-tipos, consoante a especificidade da sua sub-unidade α, que determinam activação de moléculas efectoras específicas e diferentes tipos de resposta celular. RECEPTORES β1 Existem sobretudo no coração e no aparelho justa-glomerular, promovendo a libertação de Renina. 1 Quando estimulados associam-se ao sub-tipo S da proteína G (Gs) que tem a particularidade de activar a Adenil-Ciclase (AC) e a formação de AMPcíclico (cAMP). Nas células cardíacas o cAMP estimula a Proteína-cinase A (PKA). Esta promove a libertação de Ca2++ pelo retículo sarcoplasmático e consequentemente a contracção, assim como, a estimulação da bomba Na+/K+ , com consequente aumento da captação celular do K+ e do potencial de membrana. Isto explica as acções inotrópica, cronotrópica, dromotrópica e batmotrópica positivas dos receptores β1. Fig. A. RECEPTORES β2 Existem nas fibras musculares lisas (vasos sanguíneos, brônquios, intestino e útero) e no coração saudável numa percentagem de cerca 20% em relação aos receptores β1. Estimulados, associam-se ao sub-tipo i da proteína G (Gi) que inibe a Adenil-ciclase, desencadeando uma resposta oposta á dos receptores β1. Por isso, nas fibras musculares lisas, estes receptores medeiam o seu relaxamento. Nos cardiomiocitos, além da ligação á proteína Gi, os receptores β2 quando estimulados também se podem ligar a um terceiro subtipo da proteina G, a proteína Gq, conduzindo á formação de segundos mensageiros, o Diacilglicerol (DAG) e o Inositol-3-fosfato (IP3), que estimulam a Proteína-cinase C (PKC). A PKC tem uma acção similar á PKA mas mais discreta (Fig. A).Desta forma os receptores β2 desempenham uma acção moderadora da função miocárdica, inibindo a sobre-estimulação simpática, por acção da proteína Gi ou, defendendo-o da insuficiência por acção da proteína Gq. RECEPTORES β3 Existem em grande quantidade no tecido adiposo, onde medeiam a lipólise. No miocárdio normal encontram-se em quantidade desprezível (1 a 2 %), inibindo a função por estimulação da proteína Gi. 2 O agonismo simpático aumentado sobre as células miocárdicas tem várias consequencias. Numa primeira fase, conduz a um esgotamento das proteínocinases que se traduz numa dessensibilização dos receptores β, responsável pelo fenómeno de taquifiláxia. Depois ocorre uma degradação dos receptores (Down-regulation) e, numa fase crónica, a posterior morte do cardiomiocito. Nas situações de stress sobre o coração, como a Noradrenalina (neurotransmissor simpático) tem maior afinidade pelos receptores β1 que pelos β2, estes últimos são poupados á destruição e aumentam a sua proporção relativa. Na insuficiência cardíaca a relação β1/β2/β3 chega a ser 50/40/10 % respectivamente. Assim se compreende a importância dos bloqueadores β1 selectivos no tratamento da insuficiência cardíaca. Ao protegerem os receptores β1, principais responsáveis pelo inotropismo, preservam a relação entre os três tipos de receptores e evitam a morte dos cárdiomiocitos. O antagonismo mantido dos receptores β produz um aumento do número destes receptores (up-regulation), de modo que suspensão do bloqueio tem que ser feita gradualmente devido ao maior risco de taquiarritmias. CLASSIFICAÇÃO DOS BLOQUEADORES β Estes fármacos podem-se classificar segundo a solubilidade, o que permite traçar o perfil farmacocinético. 3 Lipossolúveis Atravessam facilmente a barreira hemato-encefálica, o que justifica os efeitos sedativos e sinérgicos com os depressores do SNC e com os opioides. São metabolizados no fígado, diminuindo o metabolismo oxidativo da lidocaína, do diazepam e da teofilina. Por outro lado, vêm o seu metabolismo diminuído pela cimetidina. De uma maneira geral têm uma semi-vida mais curta que os hidrossolúveis, embora, devido á acumulação tissular, a duração do efeito seja superior á respectiva semi-vida plasmática. Hidrossolúveis São pouco metabolizados, sendo excretados na urina na forma intacta. Não possuem efeitos centrais e têm habitualmente semi-vida mais longas. Mais frequentemente, os bloqueadores β classificam-se de acordo com a afinidade para os diferentes tipos de receptores adrenérgicos, o que define o seu perfil farmacodinâmico. (Embora a administração de bloqueadores β na forma oral ou em colírio , seja frequente no peroperatório, vamos privilegiar a administração aguda, dando apenas exemplos de fármacos disponíveis para administração endovenosa). β - BLOQUEADORES NÃO SELECTIVOS Antagonizam todos tipos de receptores β, provocando além dos efeitos cardíacos, efeitos respiratórios (broncoespasmo) e metabólicos (hipoglicemias). PROPRANOLOL Lipossolúvel, é o fármaco padrão ao qual se comparam todos os bloqueadores β. Possui efeito estabilizador de membrana o que aumenta as suas potencialidades antiarrítmicas. O bloqueio β2, particularmente quando agudo, aumenta as resistências vasculares periférica e coronária, promovendo uma redistribuição do fluxo coronário para as áreas isquémicas. Este efeito, aliado á diminuição do consumo miocárdico de O2 por bloqueio β1, melhora a relação aporte/demanda de O2, tornando o Propranolol particularmente indicado no tratamento agudo do enfarte do miocárdio. Outra indicação do Propranolol é o hipertiroidismo e o tratamento da crise tireotóxica, justificado pela up-regulation dos receptores β nesta doença e pelo efeito directo do Propranolol na inibição da conversão de T4 em T3. 4 O Propranolol pode causar hipoglicemia, especialmente nos diabéticos, pelo bloqueio dos receptores β2 que promovem a glicogenólise e gliconeogénese. SOTALOL Fármaco hidrossolúvel, de eliminação exclusivamente renal e longa semi-vida (10-20h). O Sotalol apresenta a particularidade de efeito antiarrítmico classe III (amiodarone-like), razão que o torna particularmente indicado no tratamento das taquiarritmias ventriculares graves, sobretudo associadas a episódios isquémicos. β - BLOQUEADORES SELECTIVOS Antagonizam principalmente os receptores β1. No entanto, esta cardioselectividade é relativa, atenuando-se á medida que a dose aumenta. ATENOLOL Hidrossolúvel, de eliminação renal e longa semi-vida (6-8h). METOPROLOL Lipossolúvel, de eliminação hepática e metade da semi-vida do Atenolol. Apresenta maior cardio-selectividade e efeito estabilizador de membrana. ACEBUTOLOL Lipossolúvel, a metabolização hepática dá origem a metabolitos activos. O principal metabolito é o Diacetolol, que tem um perfil farmacodinâmico similar ao fármaco original, mas apresenta uma semi-vida 3X superior (8-13h) e eliminação renal. Deste modo, o Acebutolol é melhor tolerado na insuficiência hepática que na insuficiência renal. Apresenta cardio-selectividade similar ao Atenolol e efeito estabilizador de membrana como o Metoprolol. O Acebutolol possui actividade simpaticomimética intrínseca (efeito agonista/antagonista parcial) sobre os receptores β1, produzindo menos bradicardia. 5 ESMOLOL Metabolizado pelas esterases eritrocitárias (não interferindo com as colinesterases plasmáticas), apresenta um pico de efeito aos 6 min e uma semi-vida de 9 min, o que o torna útil para titulação endovenosa no intraoperatório. O Esmolol apresenta efeito estabilizador de membrana que justifica o seu efeito no tratamento das arritmias supra-ventriculares. LANDIOLOL Desenvolvido recentemente no Japão, trata-se de um bloqueador β com as mesmas caracteristicas fámacodinâmicas e indicações terapêuticas do Esmolol, mas mais cárdioselectivo (β1/β2=255). Hidrolisado rapidamente pelas carboxiesterases e pelas pseudocolinesterases plasmáticas, tem o pico de efeito no 1º min e uma semivida de 4 min, razões que o tornam facilmente titulável e seguro. BLOQUEADORES ADRENÉRGICOS MISTOS Possuem afinidade para todos os receptores adrenérgicos (β e α) LABETALOL Trata-se de um antagonista β1 selectivo com acção bloqueante α. A afinidade para os receptores β é 7 vezes superior á afinidade α, quando administrado por via endovenosa e, 3 vezes superior quando administrado por via oral, pelo que se torna relativamente seguro o seu uso nos asmáticos. O Labetalol possui actividade simpaticomimética intrínseca, o que compensa o efeito vasodilatador do bloqueio α 1. INDICAÇÕES DOS BLOQUEADORES β Conforme já foi possível antever, pelo mecanismo de acção e pelas características famacodinâmicas de alguns bloqueadores β, as suas principais indicações no período perioperatório são a profilaxia e o tratamento, da hipertensão, das taquiarritmias e da isquemia miocárdica, eventos muitas das vezes relacionados. 6 Embora esteja comprovada a eficácia dos bloqueadores β1 no tratamento da insuficiência cardíaca moderada a grave, a administração aguda nestes doentes no contexto do peroperatório é desaconselhada, pelo risco de descompensação e falência cardíaca. CONTROLO HEMODINÂMICO Os bloqueadores β permitem controlar os picos hipertensivos em resposta á intubação traqueal ou ao stress cirúrgico, por bloquearem a acção simpática sobre o coração, o eixo renina-angiotensina-aldosterona e a libertação de Noradrenalina nos terminais simpáticos (por acção nos receptores β2 pré-sinápticos). Isto é particularmente útil em doentes com hipertensão mal controlada, no feocromocitoma, no hipertiroidismo, na dissecção da aorta e em cirurgias com clampagem arterial. O Esmolol, pela sua curta semi-vida e facilidade de titulação doseefeito, é o bloqueador β mais utilizado intra-operatoriamente ( o Landiolol ainda não está disponível), quer para prevenção e tratamento da hipertensão, quer para indução de hipotensão controlada, uma vez que diminui o consumo de anestésicos e, ao atenuar a resposta neuro-endócrina, reduz o consumo de opioides. CONTROLO DAS TAQUIARRITMIAS O efeito antiarrítmico dos bloqueadores β deve-se de uma maneira geral, a uma diminuição do tónus simpático sobre o coração e consequente deslocamento do balanço autonómico na direcção vagal e, de uma forma específica, ao bloqueio da bomba Na+/K+, resultando isso num aumento do período refractário. Estas características, comuns a todos os bloqueadores β, classificam-os como antiarrítmicos classe II. Alguns têm também propriedades estabilizantes de membrana similares aos classe I, como a lidocaína, inibindo os canais de Na+ , outros têm ainda efeitos similares aos antiarrítmicos classe III, tal como a Amiodarona, ao inibirem os canais de K+ e a repolarização.Por isso a associação de bloqueadores β a outros antiarrítmicos pode provocar efeitos sinérgicos, como bradicardia refractária e bloqueios graves na condução A-V. Ao aumentarem o período refractário, os bloqueadores β como antiarrítmicos classe II, lentificam os nódulos sinusal e A-V e também, diminuem a ectopia. Deste modo são efectivos, no tratamento das taquicardias supraventriculares, no controlo da resposta ventricular ao flutter e á fibrilhação auriculares e, na prevenção e tratamento das extra-sístoles ventricular. CONTROLO DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA 7 TRATAMENTO DA ISQUEMIA Depois de diagnosticadas e corrigidas as possíveis causas de isquemia peroperatória, a administração aguda de bloqueadores β tem eficácia comprovada no tratamento do enfarte agudo do miocárdio e das complicações associadas. Isto deve-se á melhoria da relação suprimento/demanda de O2 ao miocárdio, ao efeito antiarrítmico e ao efeito de estabilização da eventual placa de ateroma (embora a trombose coronária não seja a causa mais frequente de EAM peroperatório), proporcionado por estes fármacos. O incremento da relação suprimento/demanda de O2 provocado pelos bloqueadores β, deve-se a uma diminuição da tensão da parede muscular e á diminuição da frequência cardíaca, com consequente aumento do tempo diastólico e da perfusão miocárdica. O aumento do período refractário provocado pelos bloqueadores β e a diminuição do estímulo simpático sobre o coração, atenua a tendência para o aparecimento de arritmias ventriculares de reentrada junto da área enfartada, contribuindo assim para a redução da morbilidade e mortalidade pós-enfarte. Os bloqueadores β diminuem o stress hemodinâmico sobre a placa de ateroma, impedindo o seu desprendimento ou fragmentação. Alguns bloqueadores β parecem diminuir a agregação secundária das plaquetas. O Propranolol que é o fármaco mais estudado, acumula-se 30x mais nas plaquetas que no plasma e apresenta efeitos inibitórios reversíveis, provavelmente relacionados coma sua lipossolubilidade e o seu efeito estabilizante de membrana. PREVENÇÃO DA ISQUEMIA Perante o que foi dito a respeito da eficácia dos bloqueadores β no tratamento da isquemia miocárdica, é lógico pensar que, pelas mesmas razões, estes fármacos também serão eficazes na prevenção de episódios isquémicos e suas complicações, em doentes de risco. Na verdade, a maioria dos trabalhos relativos ao uso profilático de bloqueadores β no peroperatório são encorajantes quanto á diminuição da morbilidade e da mortalidade. Diminuição esta, que parece prolongar-se meses para além deste período, provávelmente resultado da diminuição da resposta neuro-endócrina ao stress cirurgico provocada por estes fármacos. 8 No entanto, esta aparente evidência tem que ser encarada com alguma frieza. A utilização profilática de bloqueadores β é uma ideia relativamente recente, ainda não generalizada na prática clínica, existindo ainda poucos estudos, parte deles não controlados nem randomizados. O American College of Cardiology/ American Heart Association (ACC/AHA) Task Force, estabeleceu recentemente as recomendações para o uso de bloqueadores β no peroperatório, em cirurgia não cardáca, com base nos estudos publicados entre 2002 e 2006. Para isso criou um comité formado por experts de 7 especialidades relacionadas com o peroperatório, provenientes do sector académico, do público e do privado, sem ligações ou interesses com a indústria farmacêutica. Este grupo analisou 23 artigos e um abstrat, e estabeleceu 4 níveis de recomendações: • • • Classe I – Existe total concordância que a profilaxia é benéfica e efectiva Classe II – Existe divergência quanto á eficácia da profilaxia Classe IIa – Maior o número de opiniões que apontam a favor da eficácia Classe IIb – A eficácia ou a utilidade da profilaxia tem dificuldade em ser comprovada Classe III - Existe total concordância que a profilaxia não é efectiva, podendo ser prejudicial A suportar cada recomendação associou-se ainda o peso da evidência que foi classificada em 3 níveis: • Nível de evidência A - A recomendação baseia-se em múltiplos estudos controlados e randomizados • Nível de evidência B – A recomendação baseia-se num só estudo randomizado ou em estudos não randomizados • Nível de evidência C – A recomendação baseia-se em casos clínicos ou na opinião de alguns experts As recomendações foram ainda submetidas á concordância das sociedades americanas de cada uma das 7 especialidades e apresentam-se na tabela 1. 9 Podemos então afirmar que, apesar da existência de poucos estudos randomizados, a utilização profilática de bloqueador β no peroperatório parece ser útil e benéfica nos doentes cardíacos de alto risco ou com doença coronária diagnosticada e, é sobretudo eficaz quando estes doentes são submetidos a cirurgia vascular. Os preditores de risco cardíaco definidos pela ACC/AHA apresentam-se na tabela 2, considerando-se doente cardíaco de alto risco aquele que apresenta pelo menos um critério major ou dois intermédios. No caso presente, devemos excluir as situações clínicas em que a administração aguda dos bloqueadores β está contra-indicada, nomeadamente a insuficiência cardíaca (compensada ou não), os bloqueios A-V II e III grau. 10 Depois de sabermos quais os doentes que mais poderão beneficiar da profilaxia, interessa saber qual o bloqueador β mais eficaz e em que dose. Da heterogeneidade dos estudos analisados, não se descobriu nenhuma vantagem de um bloqueador β em particular, embora por questão de segurança respiratória, a maioria dos estudos utilizassem bloqueadores β selectivos. As doses utilizadas variaram, sendo as necessárias para o mantimento de uma frequência cardíaca alvo entre 50-60 bat/min, sendo este o objectivo que está na base da melhoria da relação suprimento/demanda de O2 . Para terminar, é obrigatório referir que nenhuma das recomendações da ACC/AHA Task Force é suportada por uma forte evidência (nível A), o que não lhes retira validade, apenas nos indica que são precisos mais estudos randomizados e controlados, sim como um maior número de doentes estudados, para que essas recomendações passem a directrizes e se respondam a questões, tais como: 11 Qual o início e duração da profilaxia ? Qual o risco da descontinuação do bloqueio β profilático? Qual o risco/benefício do bloqueio β juntamente com o bloqueio epidural torácico? Neste momento está a ser feito um grande estudo controlado sobre a eficácia profilática dos bloqueadores β no peroperatório. Este estudo denominado POISE (PeriOperative ISchemic Evaluation) abrange uma população de 10000 doentes randomizados, está a decorrer em 100 hospitais de 11 países e, até ao momento, já foram randomizados 2000 doentes. • • • BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA Zaugg, M., Schaub, TM. C. 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