CENAP CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICO EM
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CENAP CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICO EM RADIOLOGIA DOUGLAS JOSÉ FERREIRA BARTH RADIOTERAPIA: SUA HISTÓRIA E AVANÇOS TÉCNOLOGICOS CASCAVEL 2011 2 DOUGLAS JOSÉ FERREIRA BARTH RADIOTERAPIA: SUA HISTÓRIA E AVANÇOS TÉCNOLOGICOS Artigo apresentado no Centro de Educação Profissional-CENAP, para o Curso Técnico em Radiologia, para conclusão de curso. Orientadora: Cristina Donadussi Sousa CASCAVEL 2011 3 CENAP CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DOUGLAS JOSÉ FERREIRA BARTH RADIOTERAPIA: SUA HISTÓRIA E AVANÇOS TÉCNOLOGICOS Artigo apresentado para conclusão do Curso Técnico em Radiologia do Centro de Educação Profissional-Cenap ________________________________ Orientador ________________________________ Cordenador _________________________________ Professor Cascavel, de junho de 2011 4 TABELA DE FIGURAS Figura 1- Radiografia mão esquerda...........................................................................7 Figura 2- Prenchblenda...............................................................................................9 Figura3- Braqui terapia...............................................................................................10 Figura 4- Aparelho de Telecobaltoterapia..................................................................11 Figura 5- Acelerador Linear........................................................................................12 Figura 6- Imagem em 3D............................................................................................13 Figura 7- Colimador multilaminas...............................................................................14 Figura 8- Aparelho de radioterapia guiada por imagem.............................................15 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................6 2. DESCOBERTA DOS RAIOS-X..............................................................................7 3. DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE NATURAL..............................................8 4. RADIOTERAPIA.....................................................................................................9 4.1. BRAQUITERAPIA...............................................................................................10 4.2. TELETERAPIA....................................................................................................11 4.2.1. Cobalto-60.........................................................................................................11 4.2.2. Acelerador Linear.............................................................................................12 4.2.2.1. Radioterapia Convencional...........................................................................12 4.2.2.2. Radioterapia Conformada 3DCTR................................................................13 4.2.2.3. Radioterapia de intensidade modulada (IMRT).............................................14 4.2.2.4. Radioterapia guiada por imagem (IGRT)......................................................15 8. CONCLUSÃO...................................................................................................................16 9. REFERENCIAS BIBLIOGRAGICAS..........................................................................17 6 RADIOTERAPIA: SUA HISTÓRIA E NOVAS TECNOLOGIAS BARTH, Douglas J F. 1 RESUMO Desde a descoberta dos raios-x pelo físico Wilhelm Conrad Röentgen em novembro de 1895, e da radioatividade natural descoberta pelo físico Antoine Henri Becquerel e pelo casal Curie, o uso de radiação em áreas terapêuticas sofreu profundas modificações e grandes desenvolvimentos tecnológicos. O desenvolvimento de novas técnicas como a Radioterapia Convencional, Radioterapia Conformada (3DCRT), Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT), Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT) resultam em uma melhor forma de tratamento com o menor dano possível ao paciente. Palavras chave: História da Radiologia, Radioterapia, Novas técnicas em radioterapia 1. INTRODUÇÃO A cirurgia, radioterapia e a quimioterapia são as bases do tratamento oncológico. A cirurgia e a radioterapia são formas de tratamento para uma enfermidade localizada ou regionalizada, e a quimioterapia trata as enfermidades sistêmicas. A radioterapia é uma modalidade de tratamento onde o agente terapêutico é a radiação ionizante, com suas características físicas tem a capacidade de ionização no meio em que se incide, retirando elétrons da estrutura da matéria. Quando isso acontece no interior da estrutura celular, ocorrem alterações de micromoléculas indispensáveis às funções vitais, levando a célula à morte, ou inviabilidade biológica. A partir de então, inúmeros estudos foram realizadas, e a cada dia novas tecnologias chegam ao mercado no intuito de contribuir no combate ao câncer, e exigindo dos profissionais da área mais conhecimento. 1 Discente do curso Técnico em Radiologia do Centro de Educção Proficional-CENAP 7 2. DESCOBERTA DOS RAIOS-X No dia 8 de novembro de 1895, o físico alemão chamado Wilhelm Conrad Röentgen, em um laboratório do instituto de física da Universidade Julius Maximilianz de Würzburg, situado na Bavária, após estudos com um tubo de raios catódicos, percebeu a presença de uma luminosidade vinda de um ponto da bancada onde trabalhava, notou que a fluorescência provinha de um écran de cristais de platinocianeto de bário, percebeu ainda que a intensidade da luminosidade no écran se mantinha mesmo quando colocado diferentes objetos entre o tubo irradiador e o écran. Folhas de papel madeira ou borracha não barravam a radiação, porem objetos mais densos como cobre, prata e chumbo, constituíam uma barreira e barravam os raios (PEREIRA, 2001). Figura 1 – Radiografia mão esquerda Fonte: http://radiologiaifba.blogspot.com Resolveu substituir o écran, por filme fotográfico, obtendo a imagem de objetos, e em 22 de dezembro, ao expor a mão de sua esposa durante um período de quinze minutos a radiação realizou-se a primeira radiografia humana, e logo após o natal do mesmo ano comunicou a universidade a sua descoberta, como não se conhecia profundamente esse fenômeno, deu-se o nome de “X” aos raios estruturados, ficando então sendo chamados de Raios - X (PINTO; LEITE, 1999). 8 3. DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE NATURAL Tão importante como a descoberta dos raios-x foi a da radioatividade. Quando os tubos de raios catódicos estavam produzindo raios-x, as paredes do mesmo ficavam fluorescentes, e outras substâncias, entre elas o urânio, subitamente tinham propriedades fluorescentes. Alguns pesquisadores teorizavam que todos os materiais capazes de produzir fluorescência podiam produzir raios Röentgen (PINTO; LEITE, 1999). Antoine Henry Becquerel, inicialmente colocou amostras de um sal duplo de sulfato de Urânio e Potássio em cima de um filme fotográfico e expôs a luz solar, e verificou que no filme havia a silhueta de cristais de Urânio. Devido ao mau tempo Becquerel adiou uma nova experiência, colocando todo o seu aparato em uma gaveta onde havia mais filmes. No dia 1 de março de 1896 revelando esses filmes, para sua surpresa, verificou a mesma exposição da silhueta dos cristais de Urânio, concluindo que a luz solar não era necessária. Após repetir a experiência varias vezes ficou convencido do fenômeno, elementos encontrados na natureza poderiam emitir radiação (PINTO; LEITE, 1999). Becquerel era amigo e professor da jovem Marie Sklodowska Curie, ele então sugeriu ao seu amigo Pierre Curie que sua esposa Marie Curie investigasse esse projeto que ela mais tarde chamaria de Radioatividade (PINTO; LEITE, 1999). Parecia que contribuintes da pitchblenda (uraninita), eram os principais condutores de radioatividade que buscava. No verão de 1898, puderam anunciar a descoberta do primeiro componente que foi chamado de “polônio” uma homenagem a pátria de Marie Curie. Em 26 de dezembro do mesmo ano Marie e Pierre dispuseram-se a escrever sobre o segundo componente, em um trabalho apresentado na Academia de Ciências de Paris no qual afirmaram o seguinte: “as varias razões que acabamos de enumerar, leva-nos a crer que a nova substancia radioativa encerra um elemento novo para o qual propomos a denominação radio”. (CURIE, M. S.; CURIE, P.; 1898 in: PINTO; LEITE, 1999). 9 Figura 2 – Pitchblenda (Uraninita) Fonte: http://www.quimicalizando.com A radioatividade emanada pelo rádio assustou os pesquisadores, mesmo impuro, era 60 vezes mais radioativo do que o urânio e o elemento puro final aproximadamente dois milhões de vezes mais radioativo, mas pelo fato de ninguém conhecer seu peso atômico, os químicos declararam firmes suas opiniões, que sem peso atômico, o radio não existia, e que mostrassem um pouco de radio e lhe dariam credito (PINTO; LEITE, 1999). Para mostrar aos incrédulos a existência do polônio e do radio e para convencerem a si próprios, Marie e Pierre, tiveram de trabalhar árdua e excessivamente durante quatro anos. Mesmo assim possuiam uma quantidade diminuta de radio, havendo isolado cerca de um décimo de gramas de uma enorme tonelada de Pitchblenda (Uraninita). O rádio é muito raro e difícil obter em um estado puro, mas Marie finalmente alcançou sucesso isolando um décimo de grama da substancia pura determinando seu peso atômico em 225,93, isso três anos e nove meses após o dia em que ela e seu esposo anunciaram a provável existência do radio (PINTO; LEITE, 1999). 4. RADIOTERAPIA Consiste num tratamento com a utilização de radiação ionizante artificial e radioisótopos, podendo ser dividida em duas técnicas, a teleterapia e a 10 braquiterapia, que podem ser usadas isoladamente ou associadas a outras técnicas de tratamento oncológico como a quimioterapia e a cirurgia (AMÉRICO, et al.,1992). 4.1. BRAQUITERAPIA Conhecida também por irradiação interna, atua por meio de implantação de sementes de iodo-125, sementes de ouro-198, fios removíveis de irídio-192. A Braquiterapia utiliza isótopos radioativos em contato direto com o tumor. Também é conhecida como Curieterapia. O domínio das dificuldades de proteção à radiação aliado às facilidades operacionais resultantes da incorporação dos avanços da informática, tem renovado o interesse nesta forma de radioterapia possibilitando a sua utilização em maior número de pacientes com melhora dos resultados terapêuticos. É uma opção para pacientes com doenças localizadas, por serem implantadas diretamente no volume tumoral através de sementes radioativas (implante permanente) ou de fontes móveis (implante temporário). As vantagens para sua utilização são as altas taxas de dose no volume implantado e sua conformação ao tumor, e uma minimização de dose nos tecidos adjacentes (GUIMARÃES; VIANA; SALVAJOLI, 2008). Figura 3; Braquiterapia Câncer de próstata Fonte: http://www.radiobot.com.br 11 4.2. TELETERAPIA A Teleterapia emprega uma fonte externa, colocada a certa distância do paciente, através de um aparelho emissor de radiação. Por esta razão, também é conhecida como radioterapia externa e representa a modalidade mais comum de tratamento radioterápico. A radioterapia externa de megavoltagem é a forma mais empregada de teleterapia, sendo realizada através das unidades de cobalto-60 e dos aceleradores lineares (SCAFF, 1997). 4.2.1. Cobalto-60 O aparelho de telecobaltoterapia tem um aspecto físico semelhante a do Acelerador Linear, utiliza uma fonte radioativa de Co-60 que emite raios gama, Essa fonte fica alojada na extremidade do braço do aparelho (gantry) dentro de uma cápsula de aço inoxidável com uma forma cilíndrica, seu mecanismo permite que se utilize o feixe de radiação apenas quando desejado (SCAFF, 1997). Figura 4: Aparelho de Telecobaltoterapia Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br 12 4.2.2. Acelerador Linear Os aceleradores lineares não possuem fontes radioativas em seu interior. Funcionam por meio de aceleração de partículas, que permitem a realização de múltiplos tratamentos utilizando apenas um aparelho (PEREIRA, 2001). Figura 5: Acelerador Linear Fonte: http://www.cirurgiaoncologica.com.br Atualmente podemos visualizar a área do corpo a ser irradiada em 3D, obtendo maior segurança e precisão, no planejamento, e blocos de proteção. Novas técnicas já permitem também que se usem Aceleradores Lineares mais modernos e precisos como o IMRT, que possuem colimadores multilaminas eliminando o uso dos blocos e também o IGRT que acompanha a localização do órgão toda vez em que o paciente for tratado (PEREIRA, 2001). 4.2.2.1. Radioterapia Convencional É uma técnica ainda muito empregada no Brasil, e dependendo da situação clínica pode ser executada de forma apropriada (Almeida, Haddad; Ferrigno, 2011). O planejamento é executado através da delimitação do volume tumoral em radiografias planares. A realização do mesmo é feita através do conhecimento de anatomia topográfica, realizada pelo medico, a desvantagem dela é a 13 impossibilidade de visualização do volume alvo e dos tecidos normais, na maioria das vezes (ALMEIDA, HADDAD; FERRIGNO, 2011). Com isso a entrega das doses é realizada em grandes volumes, com maior potencial de complicações, e a impossibilidade de aumentar a dose empregada (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). 4.2.2.2. Radioterapia Conformada (3DCRT) Essa técnica foi desenvolvida para que o planejamento fosse realizado com resultado de aquisição de exames de imagem no paciente e conseqüente possibilidade de visualização do volume alvo e dos tecidos normais. A imagem é exportada para um sistema de planejamento, por computador, que define o local e o volume dessas estruturas, bem como realiza o planejamento da entrega de doses por meio de diferentes portas de entrada conhecida como, campos de tratamento. Permitindo então o fracionamento de doses maiores, sem acarretar mais complicações e tendo uma proteção a mais sobre os órgãos adjacentes, uma vez que visualizam as estruturas anatômicas que estão sendo tratadas (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). Figura 6: Imagen em 3D Fonte: http://cancercarecentersofflorida.net 14 4.2.2.3. Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT) A Intensity Modulated Radiation Therapy (IMRT) foi desenvolvida para superar as limitações da técnica 3DCRT. Ela permite uma distribuição de doses altamente conformada no volume alvo, e a diminuição importante de doses nos tecidos normais adjacentes ainda menores que o 3DCRT (Hendee, 2003). Para sua execução são necessárias novas ferramentas como: Sistema de planejamento com algoritmo inverso, aceleradores com colimadores multilaminas (MLC) e controlado por computador, sistema de qualidade e acessórios específicos para dosimetria (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). Existe também a tomoterapia, mas ainda não disponível no Brasil. A tomoterapia significa terapia em cortes derivados da tomografia, combinando vantagens do (IMRT) associada a precisão da (TC) (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). Figura 7: Colimador multilaminas Fonte: http://www.radiology.mcg.edu Recentemente está sendo oferecida em alguns aceleradores modernos a opção da técnica de IMRT com arcos dinâmicos que realiza procedimentos similares com campos menores porém com menos dose-monitor e menor exposição de radiação do paciente (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). 15 A entrega da dose é realizada enquanto o gantry do aparelho vai girando em torno do paciente concomitantemente ao movimento das lâminas do MLC (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). 4.2.2.4. Radioterapia guiada por imagem (IGRT) Imagem Guided Ratiotherapy (IGRT) é definida como, uma nova técnica que utiliza recursos de imagens para melhor localizar e melhor acompanhar a movimentação da área interna do paciente que será tratada. A IGRT ao contrario 3DCRT e IMRT não é uma técnica de liberação de doses, e sim uma técnica que melhora o controle de quantidade na 3DCRT e IMRT e até mesmo na convencional (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). A radioterapia externa, tradicionalmente utiliza margens de segurança generosas ao redor do alvo para evitar altas ou baixas doses causadas por incertezas geométricas (ALMEIDA; HADDAD; FERRIGNO, 2011). Figura 8: Aparelho de radioterapia guiada por imagem Fonte: http://www.physicssupport.com O objetivo da IGRT é melhorar o exame apurado através de imagens em tempo real obtidas pelo aparelho antes das aplicações, tornando viável a diminuição das margens ao redor do tumor e com isso possibilitando novas abordagens clínicas 16 como escalonamento de doses para alguns sítios anatômicos e o hipofracionamentos (CUPANE, 2009). Esses dispositivos podem ainda verificar as mudanças que vierem a ocorrer numa localização e no tratamento do volume alvo durante o tratamento, gerando a necessidade de novos planejamentos, que hoje são conhecidos como radioterapia adaptativa (CUPANE, 2009). 5. CONCLUSÂO Sendo assim desde sua descoberta até os tempos atuais a ciência vêem se aprimorando cada vez mais, para que se torne possível o combate de tumores áreas não doentes, isso é um avanço inenarrável sobre a doença que mais mata no Brasil de hoje. Baseados nesses artigos e pesquisas podemos certamente afirmar, que num tempo muito próximo poderemos tratar pacientes sem nenhum tipo de agressão a outros órgãos do corpo. A descoberta dos Raios – X foi um marco muito importante, pois indiretamente auxiliou muito em alguns outros setores de estudo de combate ao câncer, obrigando então que a cada dia todos os profissionais envolvidos se aperfeiçoem acompanhando o desenvolvimento tecnológico mundial. 17 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acessado em 06/03/2011 http://www.radiobot.com.br. Acessado em 06/03/2011 http://www.cirurgiaoncologica.com.br. Acessado em 06/03/2011 http://www.portalsaofrancisco.com.br. Acessado em 22/04/2011 http://radiologiaifba.blogspot.com. Acessado em 22/04/2011 http://www.quimicalizando.com. 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