Revista Acreditação em Saúde - Consórcio Brasileiro de Acreditação

Transcrição

Revista Acreditação em Saúde - Consórcio Brasileiro de Acreditação
Informativo do CBA sobre
qualidade e desempenho
econômico - 1º sem. 2011
ACREDITAÇÃO
em saúde
Hospitais de
excelência contam
sua trajetória
Pioneirismo: depois de ser o primeiro
a obter acreditação internacional,
o HOSPITAL ISRAELITA ALBERT
EINSTEIN propõe novo modelo de
remuneração
Acreditação ajuda o controle de
processos e insumos adotados no
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Saiba como o HOSPITAL
SAMARITANO utilizou a acreditação
da JCI para melhorar sua imagem e
conquistar o mercado internacional
HOSPITAL DO CORAÇÃO cria
layout para carros de emergência,
melhorando o gerenciamento de risco
nos procedimentos cardíacos
Veja como a acreditação
internacional auxiliou a
economia dos custos do
HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
HOSPITAL ALEMÃO
OSWALDO CRUZ implementa
programa de rastreabilidade
de medicamentos e aumenta
segurança do paciente
EXPEDIENTE
Associação Brasileira de Acreditação – Consórcio Brasileiro de Acreditação
Rua São Bento, 13 – Rio de Janeiro – RJ | Tel.: 21 3299-8200 | www.cbacred.org.br – [email protected]
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Marinho e Flávio Araújo | Projeto Gráfico e Diagramação: Sumaya Cavalcanti e Eduardo Samaruga.
Brasil percebe que
qualidade significa
economia em
saúde
Em 2011, o CBA completa 13 anos e faz um balanço
da acreditação internacional no Brasil. Saiba como
esse processo evoluiu e as expectativas para os
próximos anos no país.
“
No Brasil de hoje, as pessoas
estão cientes de que precisa
haver uma organização de forma coordenada nas instituições
de saúde, pensamento que não
existia há 15 anos.” A afirmativa
da médica e superintendente do
Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), Maria Manuela Alves
dos Santos, pode ser a explicação
para o crescimento médio
de 100% nos últimos quatro
anos da instituição que representa com exclusividade
a Joint Commission International (JCI) no país.
Se antes havia algumas
boas ideias, ações e resultados isolados, a globalização trouxe uma cultura
mais profissionalizada ao sistema
de saúde brasileiro. “Os gestores
das instituições começaram a perceber a existência de uma área de
conhecimento, que juntava resultados da operação propriamente
dita com resultados econômicos,
medidos de forma científica”, avalia Maria Manuela, que defende
o fato de processos desenhados
adequadamente ajudarem a obter
melhores resultados, econômicos
e de qualidade. Segundo ela, essa
consciência está presente nos dirigentes das instituições, mesmo as
que não estão acreditadas ou em
processo de acreditação.
Para a médica Maria Manuela, especialista em saúde pública
e que tem no currículo passagem
pelo comando da Fundação Ary
Frauzino, Secretaria de Estado de
Saúde do Rio de Janeiro e pelo
res são fundamentais para saber
como se está e para onde se deve
ir. “Nos últimos oito anos, tem-se
discutido mais a questão da qualidade em seminários, congressos
e eventos ocorridos pelo país”, diz,
enfatizando que o país só deve
ter dados substanciais a partir de
2012. Para chegar a patamares
representativos, a década de 90
foi fundamental, segundo
ela. “Reuniões e eventos
promovidos pela Fundação
Cesgranrio, Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, Academia Nacional de
Medicina e Colégio Brasileiro de Cirurgiões já discutiam a qualidade hospitalar.
Essa preocupação em comum levou à criação do Consórcio Brasileiro de Acreditação, em
1998”, recorda.
Timidamente esse compromisso com a qualificação em saúde
desse grupo foi ecoando pelo
país. Em 1999, o Hospital Israelita
Albert Einstein (SP) foi pioneiro ao
conquistar diretamente a acreditação internacional da JCI. A partir
daí, a cultura da acreditação foise dissipando, principalmente em
São Paulo.
“Nos últimos oito anos,
tem-se discutido mais a
questão da qualidade em
seminários, congressos e
eventos ocorridos pelo país”
extinto Inamps, além da atividade
de docente na Universidade Federal Fluminense, o Brasil tem ainda
pouca experiência consistente na
área da qualidade, apesar das várias ações realizadas no país ao
longo dos anos. “O Brasil é muito
apressado: implanta uma coisa,
não consegue avaliar bem os resultados e muda para outra. Os
dados precisam de tempo para
se tornarem consistentes”, opina, destacando que os indicado-
www.cbacred.org.br - 3
Instituições
Acreditadas
1998
Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
2001
Hemorio (RJ)
2002
Hospital Moinhos de Vento (RS)
2004
Hospital Samaritano (SP)
2005
Amil Total Care – Barra da Tijuca (RJ)
Amil Total Care (SP)
2006
Amil Total Care – Botafogo (RJ)
Hospital do Coração (SP)
Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia – INTO (RJ)
2007
Hospital Copa D’Or (RJ)
Hospital Israelita Albert Einstein –
Centro de Atendimento ao Paciente
com AVC (SP)
Hospital Sírio-Libanês (SP)
Pronep (RJ) e Pronep (SP)
2008
Amil Resgate Saúde (RJ)
Hospital do Câncer II/INCA (RJ)
Hospital São Vicente de Paulo (RJ)
2009
Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP)
Centro de Medula Óssea/INCA –
Programa de Doenças Malignas e
Benignas que Requerem Transplante
de Medula Óssea (RJ)
2010
Hospital do Câncer I/INCA (RJ)
Hospital Paulistano (SP)
Hospital TotalCor (SP)
Hospital São José/Beneficência Portuguesa (SP)
4 - Acreditação em Saúde
“Através de normas e procedimentos de
conduta, o aprimoramento da gestão nas
unidades eleva os níveis de segurança,
qualidade e controle de riscos.”
Para o grupo que tanto se preocupava com a qualidade e segurança
em saúde no Brasil, o ano de 2005 foi
um marco: o consórcio formado por
ele ganhou status de pessoa jurídica
e passou a ter gestão independente,
o que possibilitou o crescimento da
Associação Brasileira de Acreditação,
razão social do CBA, que continua a
ter a mesma composição, acrescida
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
e da Unirio. “Nosso orçamento anual
era de R$ 1.500”, relembra a superintendente da organização, que fechou
o ano de 2010 com 24 instituições
acreditadas/certificadas (15 hospitais, 3 ambulatórios, 3 instituições de
cuidados continuados, 1 instituição
de transporte médico e 2 programas
de gerenciamento de doenças ou
condições específicas) e ampliou em
150% o número de ingressantes no
Programa de Acreditação Internacional JCI/CBA.
Esse crescimento fomentou outra necessidade: a formação de profissionais qualificados. Não é à toa
que o braço educacional do CBA
está oferecendo 45% a mais de cursos na área de gestão e qualificação
em saúde para 2011. Desde que foi
criada, em 2007, a Coordenação de
Ensino do CBA, que objetiva qualificar profissionais de saúde em comunhão com padrões de qualidade
e segurança exigidos pela acreditação internacional, já teve mais de 6
mil participantes em cursos, eventos, workshops, seminários, simpósios e congressos. Maria Manuela
destaca que o trabalho de profissionais qualificados é fundamental no
processo de acreditação. “Através
de normas e procedimentos de conduta, o aprimoramento da gestão
nas unidades eleva os níveis de segurança, qualidade e controle de riscos. Isso traz resultados de impacto
gerencial, financeiro e de imagem”,
pontua a superintendente do CBA.
Cada vez mais, as instituições, públicas ou privadas, estão preocupadas em melhorar os seus processos
e a sua qualidade, e a acreditação é
um diferencial, já que padroniza, cria
protocolos, racionaliza, evita erros e
retrabalhos, melhora a qualidade e
impacta diretamente a área da economia. “Todas as instituições acreditadas relatam essas vantagens. O
Hospital Albert Einstein, por exemplo, diz que aumentou sua receita
em 20% e os serviços em 30%”, diz
a dirigente do CBA.
Para 2011, o CBA tem muitos
planos. Além de aumentar sua carteira de clientes em 30%, a instituição
quer solidificar o produto Acreditação
para Operadoras de Planos de Saúde. Lançado no segundo semestre
do ano passado, a meta é que cinco
operadoras do eixo Rio-São Paulo contratem o novo produto em um
ano e em cinco anos, 10% das 1.200
operadoras de saúde brasileiras já
tenham iniciado o processo de preparação para a acreditação que vai verificar padrões de qualidade, indicadores de resultados assistenciais, os
programas de promoção da saúde, o
atendimento aos direitos do paciente,
o nível de satisfação dos usuários e
de prestadores de serviço, além de
recursos materiais e humanos das
operadoras de saúde. Para criar esse
produto, criado por especialistas brasileiros na área de saúde com consultoria da JCI, o CBA levou 15 meses e
investiu mais de R$ 350 mil.
O CBA também planeja para este
ano sedimentar seu setor de ensino
através de parcerias com instituições de ensino para a criação de
cursos de pós-graduação e MBA, já
realizadas com a Unisuam (RJ) e a
Universidade Lusófona (Portugal).
Aumentar o quantitativo das equipes
de educação e acreditação (somente
no ano passado, o CBA aumentou
seu quadro de colaboradores em
70%); obter a acreditação do CBA
pela International Society for Quality
in Health Care - IsQua - e continuar
aumentando sua participação internacional. “Este ano, firmamos convênio com a União das Misericórdias de
Portugal, onde os educadores brasileiros prepararam sete unidades de
cuidados continuados de diferentes
cidades portuguesas para acreditação da JCI. O CBA também passou a
integrar o Comitê de Educação Continuada e o Subcomitê de Padrões
do Comitê de Acreditação da JCI e
que já pediram a acreditação diretamente à JCI, discutindo e aprovando
os padrões de qualidade adotados
pela organização norte-americana no
mundo. Uma clara demonstração de
que alcançamos padrões de qualidade mundiais”, avalia Maria Manuela.
Para isso, o CBA já trabalha para a
realização do Congresso Internacional de Acreditação, que ocorrerá de
13 a 15 de junho de 2011, cujo tema
é o panorama dos 10 anos da acreditação internacional no Brasil.
instituições acreditadas e em processo de acreditação pelo cba/jci
Brasil
Bahia
Em processo
Hospital
1
Cuidado
1
continuado
PernaMbuco
Em processo
Hospital
4
Ambulatório
1
minas gerais
Brasília
Em processo
Hospital
3
PE
EspÍrito Santo
BA
São Paulo
Em processo
Hospital
6
Ambulatório
3
Atenção primária 1
Doenças ou
6
condições
específicas
Transporte
1
médico
Acreditados
Hospital
Ambulatório
Cuidado
Continuado
Doenças ou
condições
específicas
Em processo
Hospital
1
DF
8
1
1
MG
SP
ES
RJ
1
SC
RS
VILA
REAL
AVEIRO
LISBOA
ÉVORA
Rio de Janeiro
Em processo
Hospital
10
Ambulatório
9
Atenção primária 1
Cuidado
1
continuado
Doenças ou
6
condições
específicas
Acreditados
Hospital
Ambulatório
Transporte
médico
Cuidado
continuado
Doenças ou
condições
específicas
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Em processo
Hospital
3
Em processo
Hospital
1
LEIRIA
SANTARÉM
Em processo
Hospital
1
portugal
Em processo
Cuidado
7
continuado
Acreditados
Hospital
1
6
2
1
1
1
23 instituições de
saúde acreditadas e 67
instituições em processo
de acreditação.
www.cbacred.org.br - 5
Hospital Israelita Albert Einstein questiona
modelo de remuneração e cria programa de
redução de custos operatórios.
Av. Albert Einstein, 627
Morumbi
São Paulo – SP
Tel.: (11) 2151-1233
www.einstein.br
Na vanguarda
P
ioneiro no Brasil ao obter, em
1999, a acreditação internacional da Joint Commission
International (JCI), o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo,
sai na frente de novo questionando
o atual modelo de remuneração da
saúde privada no país, que não privilegia os preceitos da acreditação. O
Einstein deu os passos iniciais para
o surgimento de uma nova relação
com as operadoras de saúde, que, a
despeito da regulação do mercado,
incentive qualidade e segurança. O
hospital vem contratando consultorias, investindo no levantamento de
informações internas e negociando
com as operadoras de saúde pacotes de tratamento a preço fixo. Ao
mesmo tempo, cria mecanismos de
redução de custos sem prejuízo da
qualidade e da segurança.
“Qualidade, segurança e resultado financeiro não podem ser coisas
opostas. Precisam estar no mesmo
prato da balança”, defende Miguel
6 - Acreditação em Saúde
Cendoroglo Neto, superintendente
do hospital. Segundo ele, a forma
de remuneração atual é perversa,
já que premia e incentiva que o paciente fique mais tempo no hospital.
“Quando eu invisto, por exemplo,
em gel alcoólico, eu reduzo meus
casos de infecções, mas a operadora de saúde não me reembolsa;
pelo contrário, ela remunera pela
complicação, pelo tempo a mais,
pelo antibiótico que o paciente tem
que consumir”, questiona o superintendente da instituição, que assegura que a boa reputação leva ao
hospital quem quer se tratar com
qualidade e segurança.
Ainda de acordo com ele, o sistema de saúde dos EUA pretende
mudar toda forma de remuneração.
Essa é a base da discussão da reforma da saúde que vem mobilizando o país onde nasceu a acreditação hospitalar: incentivar
a medicina preventiva e
promover a saúde da população, ao contrário do
investimento em procedimentos invasivos. Segundo Miguel, é preciso
tratar a saúde pelo viés
da saúde, e não pelo
da doença.
“Por exemplo, um
paciente que tem colesterol alto e tem cálculo na vesícula, ao invés de fazer cirurgia de
vesícula, que tentemos
fazer com que o paciente
emagreça, que tenha melhores hábitos alimentares, baixe o colesterol.
É a medicina preventiva”, vislumbra.
No modelo atual são premiadas com
maiores remunerações as situações
em que o paciente não tem o melhor
desfecho clínico. “É quase como
se fosse obrigatório que o paciente
tenha complicação. Em última instância, premia e incentiva que o paciente esteja mal de saúde”, critica
Miguel Cendoroglo.
Para ele, a Agência Nacional de
Saúde vem sinalizando que essa
forma de remuneração não serve e
o processo de mudança do modelo
já está em curso. “Eu diria que leva
alguns anos para se mudar o quadro, mas privilegiar a segurança e
a qualidade dos hospitais, remunerando-os melhor, é o caminho”,
opina Miguel.
Outra iniciativa do hospital nesse sentido foi criar um mecanismo
que reduz custos em procedimentos médicos. No modelo adotado no
hospital e chamado de feedback,
cada cirurgia é avaliada e cada
médico tem acesso ao seu custo
operatório e ao comparativo com
o dos colegas. O resultado prático
é uma redução anual da ordem de
7% a 8% desde 2007, quando o
feedback foi criado. Na verdade, o
feedback vem ao encontro do Manual de Acreditação Internacional
da JCI, ou seja, melhora na gestão resulta em retorno econômico.
“Se temos procedimentos com os
mesmos resultados e com custos
menores, vamos aplicá-los”,avalia
Miguel. Como a iniciativa já vai
completar quatro anos, foi formada uma cultura interna de troca de
experiências entre os médicos. O
profissional vê outras maneiras de
agir, além das suas, e reconhece
que pode melhorar.
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Floresta
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Rotina de controle de custos e estoques de
insumos adotada no Hospital Moinhos de Vento
reduz compras de urgência em 16%.
Controlar para economizar
P
ensando em um controle de
suprimentos que garantisse
o abastecimento contínuo
de insumos e ao mesmo tempo
impactasse a economia de custos,
o Hospital Moinhos de Vento (RS)
desenvolveu um modelo estratégico
de gerenciamento de suprimentos.
Com esse novo processo, implantado a partir de 2007, foram adotadas
novas políticas e práticas de compra, que priorizam o fortalecimento
do relacionamento direto com os
fabricantes, criando um rol de marcas confiáveis e padronizadas, e
garantindo um padrão de qualidade e de abastecimento de insumos dentro dos prazos e preços
competitivos no mercado.
Com a adoção desse novo
processo, o que era antes simplesmente prática administrativa foi transformado em um dos
principais pontos estratégicos,
refletindo-se diretamente nas rotinas do hospital e vindo ao encontro das diretrizes do manual
de acreditação da Joint Comission International (JCI). “Com o
processo de realinhamento do
planejamento das operações e
melhorias de processo, conseguimos ligar a gestão de suprimentos
ao que diz a JCI, que tem, entre os
seus objetivos principais, garantir
ao paciente mais segurança com
relação à qualidade dos materiais e
medicamentos”, explica José Brand,
gerente de suprimentos do Hospital
Moinhos de Vento.
Foi a partir da adoção dos padrões da JCI para obtenção do certificado de acreditação que as principais
áreas, os principais processos-chave,
as rotinas e as atividades do Hospital
Moinhos de Vento se tornaram muito
bem definidos, como no exemplo, o
cruzamento de controle de estoque
na redução de custos.
Outra prática implementada foi a
criação de
um indicador com a finalidade de medir as compras feitas diretamente com os fabricantes em relação às compras realizadas com os
distribuidores. Hoje, três anos depois
de muito trabalho, 70% dos insumos
medicamentosos já são comprados
diretamente dos fabricantes. José
Brand garante que, com essa compra
direta, há maior controle e muito mais
segurança dos produtos, além de melhorar a negociação no preço, prazos
de pagamento e garantia nos prazos
de entrega. “A JCI nos impulsionou
muito a usar nossas estatísticas para
controlar nossos processos-chave e
criar rotinas com indicadores ligados
a estratégia”, avalia.
Com a mudança na política de
compras, todo mês também são
medidas as margens dos materiais
médico-hospitalares e medicamentos, que vêm melhorando nos últimos três anos e contribuindo muito
com a gestão do fluxo de caixa e a
sustentabilidade da instituição. Outro exemplo positivo no controle de
custos é a diminuição das compras
de urgência da instituição, que, no
período de dois anos, reduziramse em 16%, caindo de 19% para
3% ao mês atualmente.
O gerenciamento também
vem contribuindo para aumentar
a qualidade e satisfação interna,
uma vez que integra as equipes
do hospital a todo o processo.
“Nosso cliente interno hoje confia muito mais na capacidade
de atendê-lo, porque nosso indicador mostra que temos uma
sequência de processos, fazemos
bem a rotina e gerenciamos por esses indicadores”, avalia Brand.
Para consolidar e continuar expandindo esse processo de gerenciamento já foram investidos R$
1,5 milhão em 2010 em soluções
automatizadas de armazenagem e
controle usadas para gerenciar os
estoques. O dispensário eletrônico
foi colocado na Farmácia do centro
obstétrico. Em 2011, a aposta será
na continuidade dessas implantações, com o objetivo de aumentar o
controle do estoque e diminuir ainda
mais possíveis erros de administração de medicamentos.
www.cbacred.org.br - 7
Selo dourado da JCI abre portas para mercado
externo e impulsiona marca do Samaritano.
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Higienópolis
São Paulo – SP
Tel.: (11) 3821-5300
www.samaritano.org.br
EXCELÊNCIA NA ASSISTÊNCIA
À SAúDE
O
Hospital Samaritano de São
Paulo possui 117 anos de
excelência na assistência à
saúde, com atendimento humanizado e compromisso social. A certificação pela Joint Comission Internacional (JCI) foi uma importante
conquista para o hospital, sendo parte do processo incansável na busca
pela qualidade e na consolidação da
instituição como um centro hospitalar de excelência.
A primeira acreditação foi obtida
em 2004, sendo o segundo hospital
geral privado em São Paulo e o terceiro do Brasil a ser reconhecido pela
JCI. Tal certificação atestou a eficiência dos processos adotados pelo Samaritano, demonstrando padrões de
excelência e segurança para clientes,
colaboradores e profissionais.
O processo para conseguir o
selo da JCI seguiu um planejamento
estratégico iniciado em 2000, com
o foco em segurança assistencial,
uniformidade no cuidar, direitos e
deveres dos pacientes e indicadores
de performance. “A acreditação pela
JCI foi o resultado do aprimoramento contínuo dos princípios de qualidade e padronização de processos
assistenciais e administrativos”, salienta o superintendente corporativo,
José Antônio de Lima.
O Hospital Samaritano mantém
sua qualidade graças ao constante
investimento em tecnologia e modernização de sua infraestrutura.
“Em breve, estaremos implantando
o prontuário eletrônico. Além disso, temos projetos de automação
do armazenamento de insumos,
materiais e medicamentos, como
o Kardex de armazenamento e dispensação, além dos dispensários
eletrônicos Pyxis nos postos de enfermagem”, explica o dr. Lima.
Além do foco no atendimento humanizado à saúde, o Samaritano também possui
forte atuação social. Em
2008, o Ministério da
Saúde certificou o Samaritano como um dos
seis hospitais de excelência, pelas suas ações
de responsabilidade social, assistência, ensino e
pesquisa. “Até 2010, foram
investidos nas parcerias
público-privadas cerca de
45 milhões de reais, nos
mais de 20 projetos ligados
ao SUS – Sistema Único de
Saúde – nas três esferas do
poder público: municipal, estadual e
federal”, esclarece o superintendente.
Em 2010, o Samaritano participou,
com outros quatro hospitais acreditados de São Paulo, de um encontro
internacional de turismo saúde. De
acordo com o superintendente, a acreditação pela JCI foi um dos elementos
para o fortalecimento do nome do Samaritano no mercado internacional.
“Com essa certificação, também mostramos a perenidade e estabilidade
da instituição, o que garante máxima
segurança na realização de procedimentos e intervenções médico-hospitalares em todos os níveis de complexidade”, afima o dr. Lima.
Nos últimos anos, o Hospital Samaritano passou por um forte processo de crescimento e modernização.
Marcando esse processo, em 2011 o
Samaritano inaugura o novo complexo hospitalar, que segue a legislação
e as recomendações do manual JCI.
“O novo prédio terá vidro antipânico,
novo sistema de chamada de enfermagem, barras de apoio para facilitar a mobilidade, camas com sensor
de queda, além de outras facilidades
já existentes no hospital, como o alto
padrão de atendimento em hotelaria,
segurança e privacidade e sistema
de gestão hospitalar.
“A cada avanço na qualidade, a
nossa responsabilidade aumenta,
pois o que fazemos hoje certamente terá reflexos no futuro, sem nunca deixar de oferecer excelência na
assistência à saúde, com atendimento humanizado e compromisso
social”, conclui o dr. Lima.
* Texto fornecido pela Assessoria de Imprensa do Hopital Samaritano.
8 - Acreditação em Saúde
HCor cria modelo de carro de emergência,
melhora atendimento e reduz custos nos
procedimentos cardíacos.
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Investindo em qualidade
D
iz a expressão popular, que
tempo é dinheiro. Em se
tratando da área da saúde,
tempo é mais que isso: é vida! No
Hospital do Coração (HCor), em São
Paulo, uma ideia de colaboradores
levou à padronização do procedimento de ressuscitação cardiopulmonar, através da adaptação de carros
de emergência, onde todo o material
necessário para a realização das manobras de atendimento a vítimas de
parada cardiorrespiratória está devidamente identificado, localizado e
configurado de acordo com o grau de
atendimento, urgência ou emergência. Como resultado, a redução de
custos de equipamento e material, a
diminuição de tempo no atendimento
e a queda no número de pacientes
encaminhados à UTI por conta da
deterioração do estado clínico.
O projeto, que racionalizou e
agilizou o atendimento e contribuiu
para o gerenciamento de risco, surgiu no evento institucional chamado
Exposição da Qualidade, que objetiva estimular o desenvolvimento de
melhores práticas da qualidade, programa surgido na época da implantação dos padrões de acreditação
da Joint Commission International
(JCI). José César Ribeiro, gerente
de Projetos Assistenciais do HCor
e mentor da inovação, disse que levou em consideração as diretrizes
da American Heart, os padrões do
manual da JCI (capítulos Acesso ao
Cuidado e Continuidade ao Cuidado,
Direitos dos Pacientes e Familiares,
Avaliação dos Pacientes, Gerenciamento e Uso de Medicamentos e
Prevenção e Controle de Infecções)
e a opinião dos médicos do hospi-
tal para desenhar o novo carro de
emergência, que se vale de cores,
localização e espaços predeterminados para identificar e quantificar
cada material e medicamento.
“Conseguimos dar mais segurança, otimizar o trabalho da equipe
multidisciplinar e minimizar as
chances de eventos adversos”,
destaca.
Com o novo layout do carro
de emergência, o HCor economizou mais de R$ 200 mil, já que
deixou de adquirir novos carros
para atender a norma da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Readequamos os carros da
internação para emergência e reestruturamos seu conteúdo para não
haver desperdício. Economizamos
na compra de desfibriladores, medicamentos e material”, diz Ribeiro.
Rosa Bosquetti, coordenadora
de Enfermagem dos programas de
Insuficiência Cardíaca Congestiva e
de Infarto do Miocárdio, e Cristiana
Prandini, coordenadora da Qualidade
do hospital, celebram a implantação
do projeto. Para Bosquetti, o novo
layout ajuda o resultado dos programas: “Cada material colocado no car-
ro é identificado e disposto no devido
local, o que ajuda a visualização rápida. Se você vê dois espaços vagos,
sabe que faltam duas ampolas, por
exemplo. A cada atendimento
é feita uma checagem com
identificação do paciente e
do que foi usado no atendimento, o que auxilia a reposição.” Apesar de garantir que
o projeto trouxe ganhos para
a qualidade, Prandini diz que
os resultados ainda estão
sendo mensurados. “Quando
mudamos o layout, implantamos também o time de resposta rápida: por
exemplo, o amarelo é um sinal para
atender imediatamente o paciente
quando ele começa a piorar no andar. Com isso, estamos fazendo um
melhor gerenciamento dos leitos na
UTI”, revela.
Superintendente assistencial do
HCor, Bernadete Weber conta que,
além de assegurar a reposição, renovação, validade e o acondicionamento
dos materiais, o novo carro de emergência permitiu uma revisão do processo de medicação, da prescrição à
administração correta”, reitera.
www.cbacred.org.br - 9
Hospital Sírio-Libanês estima redução de gastos da
ordem de R$ 8,6 milhões.
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Economia incalculável
A
creditado pela Joint Commission International (JCI)
em 2007, o Sírio-Libanês
de São Paulo calcula uma economia de R$ 8,6 milhões decorrente
de redução de custos e aumento
de produtividade durante o ano
passado. Parte dessa economia
vem de ações ligadas ao processo de acreditação. Além disso, a instituição teve ganhos de
difícil mensuração econômica,
como as ações de redução do
risco de queda, na opinião do
diretor técnico do hospital,
Antônio Lira. “Quando evitamos que um paciente sofra queda, por melhoria do
cuidado, entramos em um
processo de economia de
difícil cálculo que envolve
custo direto de medicação,
diagnóstico, procedimentos
corretivos, tempo de permanência, enfim até mesmo o risco de custas judiciais subsequentes a esse
tipo de ocorrência evitável”,
avalia o diretor técnico.
Outra análise que Lira faz é
do ganho que a instituição tem
ao evitar erros em procedimentos médicos. “O benefício, quando se mapeia o risco do paciente,
evitando-se o erro e a recorrência
dele, é muito importante. O impacto humano sobre quem sofre ou
comete um erro na área da saúde é enorme. Aí há uma economia
também não mensurável”, vislumbra Antônio Lira.
Ele conta que o processo de racionalização de custos do Hospital
Sírio-Libanês funciona através de
10 - Acreditação em Saúde
fóruns internos que acompanham
as metas estratégicas traçadas
anualmente. Esses fóruns fazem
avaliações periódicas para identificar se os objetivos estão sendo
cumpridos ou não e onde o proces-
so de racionalização é
mais oportuno. Isso funciona para
a compra de medicamentos, de
materiais, de manutenção ou aquisição de equipamentos, em processo de economia de insumos,
como energia elétrica, e outros de
impacto ambiental, como a economia de papel ou os protocolos para
descarte de resíduos.
O hospital investe em informatização desde a década de
90, porém em 2006 houve um
salto tecnológico que ampliou a
capacidade de processamento e
gerenciamento de informações,
trazendo economia e maior eficiência nos processos, sobretudo
administrativos. “O maior custo
hospitalar é com recursos humanos. Quando se investe em automatização, abrimos espaço para
um ganho de produtividade com
melhoria dos serviços e natural
economia”, analisa Lira.
A soma de todos os investimentos tecnológicos feitos pelo SírioLibanês, incluindo equipamentos
médicos, tecnologia da informação e infraestrutura correspondente, alcançou a cifra de R$
140 milhões só no ano passado.
Dentro da construção contínua
do processo de qualidade e segurança, o hospital investiu ainda R$ 2 milhões em treinamento e em qualificação dos seus
colaboradores.
“Em relação ao ambiente
interno, o selo JCI valorizou
muito nossa imagem junto aos
colaboradores e ao corpo clínico. Quem trabalha no ambiente
médico sabe muito bem reconhecer o valor dessa certificação”, enfatiza Lira. Sobre o mercado de saúde, os ganhos também
são expressivos, segundo ele.
“Existe a classificação mercadológica dos hospitais acreditados
e não acreditados e, dentre eles,
existem aqueles acreditados com
referências internacionais, que,
em geral, são avaliados em melhor posição dentro do mercado.
Foi nesse sentido que o hospital
optou pela JCI”, conclui o diretor
técnico do Sírio-Libanês.
Processo garante o controle na procedência e na
administração dos medicamentos.
Rua João Julião, 331
Paraíso
São Paulo – SP
Tel.: (11) 3549-0000
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Rastreabilidade permite mais
segurança para o paciente
I
dentificar, checar, controlar o
uso e dispensar seguramente
cada medicamento que é utilizado dentro do hospital. A implantação de um sistema de rastreabilidade, por meio do código Datamatrix,
pelo Hospital Alemão Oswaldo
Cruz (HAOC), em São Paulo, vem
permitindo que os pacientes da instituição sejam os maiores beneficiados por um processo de controle de medicação eficaz, com mais
qualidade e segurança.
Com a adoção desse sistema, o
HAOC, como instituição acreditada
pela Joint Commission International
(JCI) – representada exclusivamente no Brasil pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) –, vem ao
encontro de uma das metas do Manual Internacional de Acreditação,
que é a segurança do paciente. “As
instituições que têm interesse em
acreditação deverão investir em
programas de qualificação de fornecedores por meio de auditorias
e, internamente, em rastreabilidade
para alcançarem esse objetivo”, assegura Alessandra Pineda, supervisora de Farmácia do hospital.
Com a aplicação de códigos em
todos os medicamentos utilizados
na instituição, o processo de rastreabilidade já mostra resultados
positivos, como a dupla checagem
no processo de dispensação. “Com
o uso desse sistema, houve minimização de erros no processo de
separação, garantindo por meio
eletrônico a dupla checagem”, ressalta Alessandra. Isso significa que
o sistema contribui também para a minimização
das falhas no processo
de administração de
medicamentos.
Por meio da rastreabilidade, é possível identificar, por exemplo, para
quais pacientes determinado lote de produto
foi encaminhado, assim
como monitorar o recolhimento deste. Com esse
controle, é viável que se
faça também todo o rastreamento do processo de
medicação desde a entrada, separação e entrega
à equipe de enfermagem,
com informações de produtos, ações e tempos envolvidos
nos processos.
Ações de farmacovigilância para
drogas de alto risco ou novas drogas inseridas na padronização são
beneficiadas pela implantação do
sistema de rastreabilidade, melhorando a segurança dessas medicações, outra recomendação do Manual Internacional de Acreditação,
da JCI. “Temos também ações junto
ao Comitê de Qualidade onde qualquer profissional do hospital pode
notificar problemas relacionados a
medicamentos, com a finalidade de
mapear a cadeia dos medicamentos desde a aquisição até o pósuso, apontando problemas e sugerindo redesenho do processo”, diz
Alessandra numa referência ao capítulo do manual que aborda a me-
lhoria da qualidade e segurança do
paciente,em que se recomenda que
seja criada uma estrutura global de
gerenciamento da qualidade e atividades de melhoria na instituição.
Como qualquer decisão que envolva mudança de procedimentos,
o primeiro item a ser avaliado é a
relação custo-benefício. No entanto, nesse aspecto, os resultados
por conta da opção pelo processo
de rastreabilidade têm sido positivos. O investimento para implantação do sistema de codificação
superou as expectativas quanto
ao investimento financeiro, à medida que vem permitindo rastrear
lotes, validades e todo o processo
de distribuição, entrega e recebimento dos medicamentos nas unidades assistenciais.
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