Actividades do CESE durante a presidência luxemburguesa
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05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:44 Pagina 1 ISSN 1725-1966 CESE INFO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU — UMA PONTE ENTRE A EUROPA E A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA EDITORIAL Caro leitor, 2004 foi um ano extraordinário para o nosso Comité. Acolhemos 95 novos membros e, praticamente ao mesmo tempo, transferimo-nos para as novas instalações situadas no coração do quarteirão europeu. Com a maior parte do trabalho atrás de nós, podemos afirmar com todo o orgulho que este enorme desafio, tanto para o pessoal, como para os membros, foi ultrapassado de forma extraordinariamente calma e sem sobressaltos. Quero, por isso, agradecer a todos os envolvidos neste esforço conjunto. Conseguimos criar, deste modo, uma base sólida não só para ultrapassar as restantes — poucas — dificuldades, mas também — e provavelmente ainda mais importante — para continuar o trabalho do Comité em condições melhoradas. Novos reptos perfilam-se no horizonte: – vamos examinar de modo crítico a organização interna do nosso trabalho; – temos de renovar e reforçar as relações com as outras instituições e parceiros estratégicos; – com a confirmação e o reforço do papel do Comité no quadro comunitário no projecto de Constituição, temos agora um perfil que nos permite desempenhar um papel fulcral na promoção e na organização do diálogo civil europeu — há que aproveitar ao máximo todo o seu potencial; – temos de contribuir para os esforços interinstitucionais para ultrapassar o fosso entre o cidadão europeu e a «Europa oficial»; – vamos dar atenção aos grandes temas globais que definem o futuro da Europa, como a estratégia de Lisboa, a sustentabilidade e a identificação ou definição de outros valores comuns da sociedade europeia; – vamos continuar a expandir as nossas actividades no domínio das relações externas. A reunião plenária de Dezembro será o local para debater estes e outros temas com base num programa de trabalho concreto. Estou certa de que podemos enfrentar todos estes reptos com o espírito de cooperação que já é o sinal distintivo do nosso Comité. Com o Natal a aproximar-se, permitam-me aproveitar desde já esta primeira oportunidade para agradecer esta cooperação. Anne-Marie Sigmund Presidente do Comité Económico e Social Europeu WWW.ESC.EU.INT (copyright Luxpress) Dezembro de 2004/ Nova morada do CESE: Rue Belliard 99, B-1040 Bruxelles Actividades do CESE durante a presidência luxemburguesa Com a presidência neerlandesa a chegar ao seu termo, o CESE prepara já activamente a futura presidência luxemburguesa da União Europeia. Revisão intercalar da estratégia de Lisboa Um dos temas recorrentes em todas as presidências é o futuro da Europa e, em particular, a estratégia de Lisboa. Isto é particularmente válido para a futura presidência luxemburguesa, incumbida da organização da cimeira da Primavera, em 25 de Março de 2005, durante a qual se procederá à revisão intercalar da estratégia de Lisboa. Para uma melhor aplicação da estratégia de Lisboa Anne-Marie Sigmund, presidente do CESE, com a Sua Alteza Real, o Grão-Duque Henri, e o presidente do CES luxemburguês, Raymond Hencks, no palácio grão-ducal do Luxemburgo O CESE está particularmente activo neste domínio, tendo organizado audições públicas e chamado a atenção dos principais impulsionadores das maiores instituições europeias para os atrasos na aplicação da estratégia. O CESE e a rede de conselhos económicos e sociais nacionais O mais recente contributo do CESE nesta matéria foi um parecer de elevada qualidade, cujo relator foi Bruno Vever (FR) e co-relatores Ernst Ehnmark (SE) e John Simpson (UK). O parecer intitulado «Melhorar a aplicação da estratégia de Lisboa», solicitado pelo Conselho Europeu de 25 e 26 de Março, foi adoptado, por larga maioria de 169 votos, na reunião plenária do CESE de Outubro, tendo sido transmitido ao Conselho da União Europeia. É um contributo muito importante para a futura cimeira da Primavera a realizar durante a presidência luxemburguesa. Dada a larga escala desta rede, o CESE está presentemente a envidar esforços para estreitar os contactos com todos os membros da rede, em particular com o Conselho Económico e Social do Luxemburgo na perspectiva da futura presidência luxemburguesa. A convite do CES do Luxemburgo, decorreu, entre 25 e 26 de Novembro de 2004, a reunião anual dos presidentes e secretários-gerais dos CES nacionais e do CESE que se centrou nas vias e nos meios para atingir com êxito os objectivos da estratégia de Lisboa. No final da reunião foi emitida uma declaração e um comunicado de imprensa conjunto dos CES dos Estados-Membros da União Europeia e do CESE que podem ser consultados no sítio do CES (do país) e do CESE (www.esc.eu.int). Consultas do CESE pela presidência luxemburguesa A futura presidência luxemburguesa anunciou a sua intenção de pedir ao CESE para elaborar um parecer exploratório sobre um tema directamente relacionado com a estratégia de Lisboa: — O desenvolvimento sustentável no contexto das perspectivas financeiras para 2007-2013. O CESE tem estado particularmente activo neste domínio, tendo emitido pareceres e organizado audições públicas que contaram com a participação de representantes de organizações e redes da sociedade civil. Durante a reunião foi igualmente decidido que, no âmbito da presidência luxemburguesa da UE, terá lugar entre 26 e 27 de Janeiro de 2005, no Luxemburgo, uma conferência conjunta de alto nível intitulada «Para uma Europa competitiva, social e sustentável — Garantir o êxito da estratégia de Lisboa através de um pacto com a sociedade civil organizada», organizada pelo Comité Económico e Social Europeu e pelo Conselho Económico e Social luxemburguês. Constituição Europeia O contributo da sociedade civil é essencial para o êxito da ratificação do Tratado Constitucional Ninguém poderá negar que, actualmente, já não faz sentido realizar mais debates sobre as vias e os meios para alterar o Tratado Constitucional. O importante agora é concentrar as energias nas campanhas de ratificação em curso em 25 Estados-Membros, em particular nos países que decidiram realizar referendos, pondo em prática uma estratégia de comunicação eficaz que permita informar plenamente os cidadãos sobre todos os pormenores deste Tratado, (continua na p. 2) NESTE NÚMERO Concentrar as energias nas campanhas de ratificação — Iñigo Méndez, deputado europeu, relator sobre o Tratado Constitucional; Richard Corbett, deputado europeu, relator sobre o Tratado Constitucional; Johannes Voggenhuber, primeiro vice-presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu; Roger Briesch, vice-presidente do CESE. PARA A SUA AGENDA • Cimeira Euromed, Valência, 18 e 19 de Novembro Página 2 • Rumo a uma agenda europeia para as áreas metropolitanas Página 2 • Reunião plenária de Outubro: adopção de pareceres sobre o Tratado Constitucional, a estratégia de Lisboa e o ambiente: uma oportunidade económica Página 3 • Roger Briesch em Roma para a cerimónia de assinatura do novo Tratado de Roma Página 4 • 26 e 27 de Janeiro de 2005: conferência conjunta do Conselho Económico e Social do Luxemburgo e do Comité Económico e Social Europeu no âmbito da presidência luxemburguesa da União Europeia: «Para uma Europa competitiva, social e sustentável — Garantir o êxito da estratégia de Lisboa através de um pacto com a sociedade civil organizada». 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 2 CESE-INFO/Dezembro de 2004/ (continuado da p. 1) assinado pelos representantes dos 25 Estados-Membros, em Roma, em 29 de Outubro. A participação activa da sociedade civil organizada é, neste contexto, um dos elementos essenciais para o êxito do processo. Esta mensagem, transmitida por Henri Malosse, relator sobre o Tratado Constitucional, na reunião plenária do Comité de 28 de Outubro, foi reiterada na audição conjunta sobre a Constituição Europeia presidida por Roger Briesch, vice-presidente do CESE, e organizada com a colaboração da Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu. Nesta reunião, aproximadamente 80 representantes das redes e organizações da sociedade civil manifestaram claramente o seu apoio ao Tratado Constitucional e o desejo de participarem activamente no processo de ratificação. No centro do debate: de que modo o Tratado beneficia o cidadão? Papel da sociedade civil na sensibilização do público Dois temas fundamentais estiveram no centro dos debates: a) de que modo o Tratado beneficia o cidadão da Europa? b) Qual o papel que as organizações da sociedade civil podem desempenhar para sensibilizar o público? A Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu esteve representada pelo seu primeiro vice-presidente, Johannes Voggenhuber, e pelos relatores do documento sobre o Tratado Constitucional, Richard Corbett e Iñigo Méndez de Vigo. O relator do CESE, Henri Malosse, também participou na reunião, inserida nos preparativos da audição aos representantes dos principais sectores da sociedade civil organizada da Europa a realizar pela Comissão dos Assuntos Constitucionais em 25 de Novembro. Reunião extraordinária da Mesa do CESE em Haia, Países Baixos A recém-eleita Mesa do CESE reuniu em 23 de Novembro em Haia (Países Baixos). Uma sessão conjunta com a direcção do Conselho Económico e Social dos Países Baixos (SER) foi igualmente organizada. Na reunião, a Mesa do CESE debateu o programa de trabalho da presidente para 2004-2006, a apresentar pela nova presidente, Anne-Marie Sigmund, na reunião plenária de 15 e 16 de Dezembro. Durante a sessão conjunta entre a Mesa do SER e a Mesa do CESE, o presidente do SER, Herman H. F. Wijffels, falou sobre as relações de trabalho nos Países Baixos: situação presente e papel do SER e da Fundação do Trabalho. As duas mesas discutiram igualmente outros temas, nomeadamente o Tratado Constitucional Europeu e a Estratégia de Lisboa. Uma Agenda europeia para as áreas metropolitanas O parecer do CESE sobre As áreas metropolitanas: implicações socioeconómicas para o futuro da Europa» (parecer de iniciativa) foi adoptado praticamente por unanimidade em 1 de Julho de 2004, tendo sido relator Joost van Iersel. No âmbito dos preparativos para a elaboração do parecer, o Comité organizou uma audição, em 19 de Fevereiro de 2004, com os representantes de várias organizações europeias, como por exemplo a Metrex e a Eurocidades. O professor Peter Hall, director do Instituto de Estudos Comunitários e um dos maiores peritos mundiais em questões sobre as aglomerações urbanas, participou igualmente nesta audição. O grupo de estudo visitou Barcelona, uma área metropolitana particularmente interessante e emblemática de boa governação. Antes desta audição, que contou com a colaboração do CESE, Henri Malosse apresentou o parecer do Comité, elaborado a pedido do Parlamento Europeu, aos membros da Comissão dos Assuntos Constitucionais. No seguimento do parecer, o CESE realizou recentemente uma conferência em Amesterdão, em 9 e 10 de Dezembro, sobre uma agenda europeia para as áreas metropolitanas com a Regio Randstad, área metropolitana incluindo as principais aglomerações urbanas dos Países Baixos. No seguimento dos debates de 9 de Novembro, Richard Corbett afirmou a sua intenção de alterar o seu projecto de relatório a adoptar pelo Parlamento Europeu no início de Dezembro, de modo a ter em conta os contributos dos oradores e realçar, em particular, os avanços do Tratado Constitucional em matérias como os direitos dos cidadãos e a democracia participativa. Por seu turno, Roger Briesch e Johannes Voggenhuber congratularam-se com a cooperação entre o Comité e o Parlamento Europeu iniciada neste evento e que reflectia o seu desejo de a sociedade civil organizada participar activamente nas campanhas de informação e de sensibilização a decorrer nos Estados-Membros durante o processo de ratificação do Tratado Constitucional. Professor Hall com os membros do CESE, J. van Iersel (NL, Grupo I) e L. Pariza Castaños (ES, Grupo II). Uma das principais conclusões da conferência foi que as instituições europeias devem dar maior atenção aos fenómenos urbanos e, em particular, ao desenvolvimento das regiões urbanas, já que é nestas áreas que a União Europeia tem de enfrentar os principais reptos do século XXI. A conferência contou com a participação de cerca de vinte membros do CESE, incluindo a presidente do CESE, A.-M. Sigmund, que interviu na sessão de encerramento, o presidente do grupo de estudo, L. Pariza Castaños e o relator, J. van Iersel. Anne-Marie Sigmund, presidente do CESE, com Herman H. F. Wijffels, presidente do SER. Questões essenciais como a agricultura e a segurança dos alimentos e ainda a imigração debatidas na cimeira Euromed em Valência, em 18 e 19 de Novembro A agricultura e a segurança dos alimentos e a questão da imigração foram temas essenciais em deba- te no Museu Príncipe Felipe, em Valência, o local escolhido para a cimeira Euromed deste ano, organizada pelo Comité Económico e Social Europeu e o Conselho Económico e Social do Reino de Espanha. Pela primeira vez, a cimeira juntou representantes da nova configuração de uma União Europeia alargada a 25 membros e representantes de nove dos dez países parceiros mediterrânicos, incluindo a Autoridade Palestiniana e Israel. Da esquerda para a direita: Hanna Siniora do Conselho Económico e Social palestino; Zdenek Skromach, vice-primeiro-ministro da República Checa, ministro do Trabalho e presidente do Conselho para a Concertação Económica e Social; Roger Briesch, vice-presidente do CESE; Jaime Montalvo Correa, presidente do Conselho Económico e Social espanhol; Amjad El Majali, ministro do Trabalho da Jordânia e presidente do Comité Consultivo para o Diálogo Social; Ephraim Zilony do Conselho Económico e Social israelita. A agricultura e a segurança alimentar no âmbito da parceria Euromed foi o principal tema em debate. A cimeira recomendou que a agricultura devia beneficiar de maior prioridade política no âmbito do processo de Barcelona, por forma que o programa MEDA pudesse igualmente criar condições adequadas para o desenvolvimento da agricultura e da segurança dos alimentos. Na sequência do debate de outro relatório sobre imigração e cooperação entre os países da região, a cimeira solicitou maior integração das políticas de migração, apresentando uma visão equilibrada de todos os aspectos da migração, incluindo a gestão dos fluxos migratórios, o combate às causas da migração clandestina e irregular e a integração social e profissional dos migrantes e respectivas famílias. A delegação do CESE, presidida pelos vice-presidentes Roger Briesch e Dimitrios Dimitriadis, teve encontros bilaterais com várias delegações, incluindo o Conselho Económico e Social israelita, o ministro do Trabalho da Jordânia e o Conselho Económico e Social da Palestina. Os israelitas e os palestinianos manifestaram vontade de associar as organizações da sociedade civil aos esforços pela paz no Médio Oriente. O ministro do Trabalho jordano, Amjad Majali, comunicou o interesse do seu país em organizar a cimeira de conselhos económicos e sociais e Instituições Similares de 2005 em Amman. A. Majali, que também preside à Comissão Tripartida de Diálogo Social, um projecto patrocinado pela OIT na Jordânia, participa também na criação de um Conselho Económico e Social jordano. 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 3 CESE-INFO/Dezembro de 2004/ Anne-Marie Sigmund (gruppo III, «Interesses Diversos», Áustria) Nova presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE) Farei, também, todos os esforços no sentido de contactar pessoalmente (ou renovar e reforçar os contactos existentes) com os dirigentes máximos das mais importantes agências comunitárias e com actores fulcrais da sociedade civil organizada. 3. DESAFIOS PARA A EUROPA Algumas das prioridades nos nossos trabalhos serão estabelecidas do exterior, pois os novos desafios com que se defronta a União Europeia serão também um factor determinante da agenda do Comité. 3.1. Constituição — Diálogo Civil O projecto de Constituição e as suas disposições sobre a democracia participativa e o diálogo civil proporcionaram ao Comité todas as oportunidades de pôr à prova a sua auto-imagem de ponte para a sociedade civil. Temos, agora, um perfil que nos permitirá desempenhar um papel-chave na promoção e estruturação do diálogo civil europeu. Este papel-chave — apraz-me especialmente salientá-lo — não deve significar que reclamamos o monopólio do diálogo civil em todas as suas formas; deixa ainda muita margem para outras facetas essenciais deste debate público interactivo. 3.2. Comunicar a Europa Se a sociedade civil organizada há-de ter uma palavra a dizer sobre os assuntos europeus, tem de querer fazê-lo. Todavia, o que, neste momento, parece ser verdade é quase o oposto. A questão põe-se: a Europa dos Cidadãos do presidente Delors terá deixado os cidadãos para trás? O nível de participação nas eleições para o Parlamento Europeu aponta para que assim é. Discurso de posse de Anne-Marie Sigmund após a sua eleição para presidente do Comité Económico e Social Europeu Bruxelas, 27 de Outubro de 2004 1. AGRADECIMENTO Gostaria de começar por manifestar o meu muito sincero agradecimento pela confiança que depositaram em mim ao elegerem-me para este cargo. Continuidade Eu gostaria, também, que o elemento-chave deste próximo mandato fosse a continuidade. As abordagens estratégicas adoptadas pelos meus predecessores, de Beatrice Rangoni-Machiavelli e Göke FrerichsS a Roger Briesch, resistiram à prova do tempo. 2. RELAÇÕES INTERNAS E INTERINSTITUCIONAIS 2.1. Organização interna dos trabalhos Foram bem sucedidas tanto a integração dos nossos 95 novos colegas como a mudança para o novo edifício em plena zona onde estão instaladas as instituições comunitárias. A Presidência holandesa e a Comissão fizeram, por isso e bem, da iniciativa «A Europa em comunicação», lançada na Presidência irlandesa, uma prioridade. Teremos indubitavelmente um importante papel a desempenhar nesta estratégia de comunicação. Ao fazê-lo, temos uma vantagem sobre as outras instituições que é o acesso directo à sociedade civil dos 25 Estados-Membros. Com mais de 300 organizações nacionais e redes mais amplas, os nossos conselheiros têm a chave para o êxito dessa comunicação. 3.3. Política externa Novos países candidatos estão à espera de entrar. O alargamento da UE significa também que temos novos vizinhos, que esperam que adoptemos posições claras. A Comissão teve, por isso, razão ao enviar um sinal claro, mencionando concretamente a política de vizinhança na pasta da comissária austríaca, Benita Ferrero-Waldner. No meu contacto inicial e preparatório com ela, disse-lhe do desejo do Comité de cooperar activamente e obtive o seu acordo de princípio para nos fazer participar em missões adicionais apropriadas. A questão do conteúdo e da estrutura da política externa e comercial europeia é outra preocupação do Comité. As palavras-chaves aqui são «governação global». A continuação da nossa política de cooperação bilateral e multilateral será a base da realização deste desígnio. Temos um pessoal altamente qualificado e motivado. Apesar disso, estou convencida de que a nossa instituição não está a funcionar com eficiência óptima. Se melhorarmos a transparência e a comunicação, melhoraremos também a decisão e, o que não é de somenos, a motivação. 4. O FUTURO DA EUROPA — MATÉRIAS ESSENCIAIS PROPOSTAS Creio firmemente que o projecto de Constituição não é o fim, mas antes o início deste debate. 4.1. Estratégia de Lisboa Nos nossos trabalhos consultivos temos de aderir ainda mais firmemente ao princípio da selectividade, para fazermos a demonstração do nosso especial valor acrescentado. Em primeiro lugar, gostaria de mencionar a estratégia de Lisboa. Por isso, esta montra internacional da política económica e social tem a oportunidade de construir identidade como quase nenhuma outra iniciativa europeia. 2.2. A nossa cooperação com as outras instituições está a passar por uma mudança significativa: Vamos adoptar, hoje, um parecer que contém propostas de melhoramento da Estratégia de Lisboa e define a direcção para as nossas futuras actividades neste domínio. – a Europa dos 15 foi alargada e passou a ser a Europa dos 25, 4.2. – trabalharemos em conjunto com um Parlamento recém-eleito e uma Comissão recém-nomeada, – o Tratado Constitucional, que será assinado, depois de amanhã, em Roma, lançou os alicerces para uma grande e importante melhoria na base jurídica da acção europeia. O princípio da sustentabilidade, que é especificado como meta no Tratado Constitucional, influenciará cada vez mais o debate sobre o futuro. A União Europeia comprometeu-se com a sustentabilidade e com o desenvolvimento sustentável como seu cartão de visita. Neste particular, pode estar confiante no apoio da população europeia — esta é uma área em que um importante critério da identidade europeia pode ser elaborado e clarificado. Relações com outras instituições e com parceiros estratégicos O papel do CESE foi já reforçado pelo Tratado de Nice e o Tratado Constitucional amplia-o mais ainda. Cabe-nos a nós, agora, aproveitar estas oportunidades e confirmar e reforçar a nossa posição como parceiro útil e confiável. Farei, pois, questão de utilizar os primeiros dias da minha presidência para dialogar com altos representantes da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeu, bem como para uma reunião com o presidente do Comité das Regiões. 4.3. Sustentabilidade Cultura Além da preservação do nosso património e da nossa arte partilhados, a cultura inclui a educação, a formação, o desporto e o lazer, bem como a ciência e a investigação. A cultura constitui, assim, também a base de todo e qualquer debate público assente nos valores partilhados. A cultura como processo deixa espaço tanto para a diversidade como para a identidade. 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 4 Nova organização do CESE para PRESIDÊNCIA A Presidência do CESE é constituída pela presidente e por dois vice-presidentes com um mandato bienal. Presidente Anne-Marie Sigmund Secretário-geral do Comité Grupo III — Interesses Diversos — Áustria Patrick Venturini Vice-presidente Dimitrios Dimitriadis (Grupo I — Empregadores — Grécia) Vice-presidente Roger Briesch (Grupo II — Trabalhadores — França) O Comité divide-se em três grupos: Empregadores, Trabalhadores e Interesses Diversos Grupo I — Empregadores Grupo II — Trabalhadores Presidente Giacomo Regaldo Itália Vice-presidentes — Grupo I Manuel Cavaleiro Brandão — Portugal Antal Csuport — Hungria Filip Hamro-Drotz — Finlândia Renate Hornung-Draus — Alemanha José Isaías Rodríguez García-Caro — Espanha Mesa A Mesa organiza a actividade e o funcionamento do Comité. É composta por 37 membros, em que se incluem a presidente e os dois vice-presidentes. Anne-Marie Sigmunde — Áustria Grupo I Dimitrios Dimitriadis — Grécia José María Espuny Moyano — Espanha Göke Frerichs — Alemanha Filip Hamro-drotz — Finlândia Johannes Kleemann — Áustria Henri Malosse — França Grupo III — Interesses Diversos Presidente Staffan NIlsson Suécia Presidente Mario Sepi Itália Vice-presidentes — Grupo II Josly Piette — Bélgica María Candelas Sánchez Miguel — Espanha Heinz Putzhammer — Alemanha Peteris Krigers — Letónia Peter Mihók — Eslováquia Gintaras Morkis — Lituânia Jaroslaw Mulewicz — Polónia Giacomo Regaldo — Itália Joost van Iersel — Países Baixos Clive Wilkinson — Reino Unido Grupo II Roger Briesch — França Liina Carr — Estónia Georgios Dassis — Grécia Alexander-Michael von Schwerin — Alemanha Vice-presidentes — Grupo III Miklos Barabás — Hungria Lucia Fusco — Itália Jillian van Turnhout — Irlanda Derek Hunter — Reino Unido Søren Kargaard — Dinamarca Demetris Kittenis — Chipre Josly Piette — Bélgica Metka Roksandic — Eslovénia Mario Sepi — Itália Dana Stechová — República Checa José Maria Zufiaur — Espanha Grupo III Grace Attard — Malta Adrien Bedossa — França Henriks Danusëvics — Letónia Ann Davison — Reino Unido John Donnelly — Irlanda Joseph Ewert — Luxemburgo Bernardo Hernández Bataller — Espanha Jean-François Hoffelt — Bélgica Staffan Nilsson — Suécia Martin Nose — Eslovénia Jorge Pegado Liz — Portugal Janos Tóth — Hungria 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 5 ra o proximo bienio Presidência Questores De acordo com o disposto no novo Regimento do CESE foram eleitos três questores: Antonello Pezzini (Grupo I — Empregadores — Itália) Daniel Retureau (Grupo II — Trabalhadores — França) Carlos Ribeiro (Grupo III — Interesses Diversos — Portugal) Para os seus trabalhos sobre os principais domínios abrangidos pelos Tratados constituiu o Comité seis secções e a Comissão Consultiva das Mutações Industriais (CCMI): Secção Especializada de Transportes, Energia, Infra-Estruturas e Sociedade da Informação (TEN) Presidente Alexander-Michael von Schwerin Secção Especializada de Mercado Único, Produção e Consumo (INT) Secção Especializada de Relações Externas (REX) Presidente Bernardo Hernández Bataller Presidente Ann Davison (Grupo II, Trabalhadores, Alemanha) (Grupo III, Interesses Diversos, Espanha) (Grupo III, Interesses Diversos, Reino Unido) Secção Especializada de Emprego, Assuntos Sociais e Cidadania (SOC) Secção Especializada da União Económica e Monetária e Coesão Económica e Social (ECO) Secção Especializada de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Ambiente (NAT) Presidente Henri Malosse Presidente José Maria Espuny Moyano Presidente Georgios Dassis (Grupo I, Empregadores, França) (Grupo II, Trabalhadores, Grécia) (Grupo I, Empregadores, Espanha) A Comissão Consultiva das Mutações Industriais foi constituída por decisão da plenária do CESE de 24 de Outubro de 2002, na sequência de ter expirado o Tratado que instituía a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Por último, o CESE criou um Observatório do Mercado Único (OMU), composto por 30 membros e presidido por: Dois grupos eventuais assistem a Mesa nos seus trabalhos: O Grupo do Orçamento é composto por 9 membros e é presidido por: Dimitrios Dimitriadis, vice-presidente do CESE (Grupo I — Grécia) O Grupo da Comunicação é composto por 9 membros, também, e é presidido por: Roger Briesch, vice-presidente do CESE (Grupo II — França) Presidente Josly Piette (Grupo II — Trabalhadores — Bélgica) Presidente Bryan Cassidy (Grupo I — Empregadores — Reino Unido) 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 6 CESE-INFO/Dezembro de 2004/ Se estamos a falar a sério da criação de uma identidade europeia baseada, como disse Giscard d’Estaing, na unidade na diversidade, força é que façamos assentar o debate sobre a cultura na base mais ampla possível. Para tal, também, o CESE é a instituição melhor colocada. Prometo que, neste domínio igualmente, terei propostas firmes de acção em Dezembro. 5. SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA — VIVER A EUROPA Os assuntos essenciais no debate sobre o futuro da Europa serão os nossos valores e metas partilhados, que são parte integrante de uma cultura europeia comum, cuja dimensão social devemos continuar a salientar. Esta cultura não pode continuar a ser território reservado da elite: as pessoas precisam de deixar de ser espectadoras para passarem a ser participantes, porque só a participação gera o sentimento de ser parte interessada na sociedade. A sociedade civil organizada é a chave para tudo isto. É nela que os valores partilhados são não só debatidos, mas vividos. Esta cultura viva tem o potencial de se tornar um canal para a criação de uma consciência europeia, de uma identidade europeia. Um dos elementos essenciais que aproxima política europeia e sociedade civil é o nosso Comité no seu papel de ponte entre a Europa e a sociedade civil organizada. 6. SÍNTESE Vou elaborar um programa de trabalho pormenorizado, que conterá, tão quanto posso prever hoje, os seguintes elementos-chaves: 1. Melhoria da comunicação interna. Em relação a este aspecto, estou a pensar criar um «método aberto de coordenação» específico, com um firme empenhamento na transparência. 2. Reforço adicional da posição do Comité no quadro institucional. O meu objectivo é concluir um acordo de cooperação com o Parlamento Europeu, estabelecer uma estratégia formalizada e pragmática de cooperação com o Conselho e optimizar as nossas relações com o CR. 3. Formalização e aprofundamento das nossas relações com os representantes da sociedade civil organizada ao nível comunitário. Roger Briesch lançou os alicerces; temos de tirar partido do que já foi conseguido, especialmente na cooperação com os parceiros sociais. 4. Clarificação definitiva do papel do CESE no diálogo civil através da criação das estruturas apropriadas de trabalho. Aqui, também, não se parte do nada. As actividades que começaram no quadro da Convenção precisam de prosseguir. 5. Trabalho preparatório sobre a iniciativa «A Europa em comunicação» e cooperação com os parceiros apropriados ao nível europeu, nacional e local. 6. Realização de actividades específicas no âmbito da nossa competência no tocante à configuração da política externa da União. 7. Acção prioritária nos domínios essenciais como a sustentabilidade, a identidade europeia, etc., mas também iniciativas em domínios que tenham que ver com o conceito de cultura do Comité. Nesta área, estou a basear-me na antiga Unidade de Prospectiva, que funcionava como uma espécie de «think tank» interno e proporcionava à Comissão matéria significativa para reflexão. A Europa que partilhamos é uma história de êxito: a maior parte das suas realizações são agora de tal modo um dado adquirido que já não é relacionada com a sua origem. Todavia, mesmo que resolvamos o problema da comunicação, uma ideia de Europa que só olhe para o passado não pode ajudar a construir uma sensação duradoura de identidade europeia. Necessitamos, por isso, de uma visão da Europa que aponte para o futuro. Trabalhar em e para esta Europa vale a pena, e o nosso Comité, enquanto plataforma da sociedade civil organizada, tem ao seu dispor todos os requisitos e meios para dar um contributo significativo. PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DO CESE DESDE 1958 MANDATOS PRESIDENTES VICE-PRESIDENTES VICE-PRESIDENTES 1958-1960 De Staerke Bélgica Gr. I Cantoni Itália Gr. III Rosenberg Alemanha Gr. II 1960-1962 Rosenberg Alemanha Gr. II De Staerke Bélgica Gr. I Cantoni Itália Gr. III 1962-1964 Roche França Gr. III Jonker Países Baixos Gr. I Rosenberg Alemanha Gr. II 1964-1966 Giustiniani Itália Gr. I Cool Bélgica Gr. II Genin França Gr. III 1966-1968 Major Bélgica Gr. II Kramer Alemanha Gr. I Germozzi Itália Gr. III 1968-1970 Berns Luxemburgo Gr. III de Précigout França Gr. I Brenner Alemanha Gr. II 1970-1972 Kuipers Países Baixos Gr. I Aschoff Alemanha Gr. III Bouladoux França Gr. II 1972-1974 Lappas Alemanha Gr. II Canonge França Gr. III Masprone Itália Gr. I 1974-1976 Canonge França Gr. III Ameye Bélgica Gr. I Carroll Irlanda Gr. II Van Greunsven Países Baixos (23.5.1975) (25.6.1975) 1976-1978 De Ferranti Reino Unido Gr. I Van Greunsven Países Baixos Gr. II Berns Luxemburgo Gr. III 1978-1980 Baduel-Glorioso Itália (22.6.1979) Gr. II Renaud França Gr. I Roseingrave Irlanda Gr. III Vanni Itália (28.6.1979) Gr. II 1980-1982 Roseingrave Irlanda Gr. III Miller Reino Unido Gr. I Laval França Gr. II 1982-1984 Ceyrac França Gr. I Pfeiffer Alemanha Gr. II Margot Bélgica Gr. III 1984-1986 Muhr Alemanha Gr. II Noordwal Países Baixos Gr. I Emo-Capodilista Itália Gr. III 1986-1988 Margot Bélgica Gr. III Zufiaur Narvaiza Espanha Gr. II Poeton Reino Unido Gr. I 1988-1990 Masprone Itália Gr. I Jakobsen Dinamarca Gr. III Jenkins Reino Unido Gr. II 1990-1992 Staedelin França Gr. II Kazazis Grécia Gr. I Tiemann Alemanha Gr. III Liverani Itália Gr. II Stecher Navarra Espanha Gr. I (30.12.1991) Geuenich Alemanha Gr. II (30.1.1992) 1992-1994 Tiemann Alemanha Gr. III 1994-1996 Ferrer Espanha Gr. I Nielsen Dinamarca Gr. II Laur França Gr. III 1996-1998 Jenkins Reino Unido Gr. II Jaschick Alemanha Gr. III Regaldo Itália Gr. I 1998-2000 Rangoni-Machiavelli Itália Gr. III Piette Bélgica Gr. II Regnell Suécia Gr. I 2000-2002 Frerichs Alemanha Gr. I Simpson Reino Unido Gr. III Vinay Itália Gr. II 2002-2004 Briesch França Gr. II Frerichs Alemanha Gr. I Nielsen Dinamarca Gr. III 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 7 CESE-INFO/Dezembro de 2004/ Reunião plenária de Outubro Continuar a reforçar a posição do Comité Económico e Social Europeu (CESE) no quadro institucional da União Europeia; maior clarificação do papel do CESE em relação aos parceiros sociais; dar resposta ao crescente repto da comunicação; dar um forte contributo às principais políticas comunitárias, como a estratégia de Lisboa, o desenvolvimento sustentável, a UE no mundo e a cultura; promover o Tratado Constitucional: estes foram alguns dos domínios principais focados por Anne-Marie Sigmund após a sua eleição para presidente do CESE, por larga maioria, em 27 de Outubro, durante a reunião plenária do CESE. Precisamos de uma visão da Europa orientada para o futuro, afirmou A.-M. Sigmund após o resultado eleitoral. O Comité, enquanto plataforma da sociedade civil organizada, tem à sua disposição todos os pressupostos e meios para dar um forte contributo neste sentido. Uma ideia da Europa orientada apenas para o passado não ajuda, de modo algum, a construir um sentimento duradouro de identidade europeia, continuou. Anne-Marie Sigmund eleita presidente do Comité Económico e Social Europeu Políticas comunitárias: o discurso de A.-M. Sigmund em breve Sobre comunicar a Europa: o CESE tem de desempenhar um papel importante na estratégia de comunicação emergente da UE. Neste contexto, temos uma vantagem em relação às outras instituições dado o acesso directo à sociedade civil nos 25 Estados-Membros. Com mais de 300 organizações nacionais e redes alargadas, os nossos membros têm nas mãos a possibilidade de dar um forte contributo. Sobre a Estratégia de Lisboa da UE: para que a estratégia tenha êxito, é necessário contar com o apoio activo do povo europeu. Contudo, o facto de a sua aplicação estar a começar a abrandar é testemunho da falta de participação. O Comité pode dar um contributo significativo para resolver esta situação. Sobre o desenvolvimento sustentável: a União Europeia já se comprometeu com a sustentabilidade, tornando o desenvolvimento sustentável o seu cartão de visita internacional. Pode estar confiante do apoio da opinião pública europeia — um domínio que permite alargar e clarificar um importante critério da identidade europeia. Cultura: se estivermos verdadeiramente interessados em criar uma identidade europeia baseada na «unidade na diversidade», temos de publicitar o máximo possível o debate sobre a cultura. Apresentarei propostas concretas de acção em Dezembro. Adopção de pareceres sobre o Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa, a aplicação da estratégia de Lisboa, o ambiente — uma oportunidade económica e a formação e a produtividade No parecer de Henri Malosse (relator-geral, Grupo I, Empregadores, França) sobre o Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa, elaborado a pedido do Parlamento Europeu e adoptado pelo Comité Económico e Social Europeu, por larga maioria, na sua reunião plenária de 27 e 28 de Outubro, surgem cinco mensagens claras a favor da ratificação do Tratado: o método da Convenção legitima plenamente o processo de preparação do Tratado Constitucional e, consequentemente, o próprio Tratado; o Tratado Constitucional vai contribuir para colmatar o fosso democrático; a inclusão da Carta dos Direitos Fundamentais é um grande passo em frente na protecção dos direitos dos cidadãos; o Tratado Constitucional irá melhorar o modelo de sociedade europeu; o Tratado Constitucional é unicamente um quadro de aplicação das políticas comunitárias para que a UE vá ao encontro das expectativas dos cidadãos. Tem de existir um projecto económico e social coerente baseado na revisão da estratégia de Lisboa. A estratégia de comunicação em quatro pontos Com vista à ratificação do Tratado Constitucional pelos cidadãos europeus, o CESE propõe uma estratégia de comunicação em quatro pontos: • preparação de «instrumentos de informação», por exemplo sob a forma de grelhas de leitura da Constituição, adaptados às preocupações das diferentes categorias de população em cada Estado-Membro; • lançamento de campanhas de comunicação nos meios de comunicação e noutros vectores próximos do cidadão normal (por exemplo, as autarquias locais e regionais, as organizações da sociedade civil e os grupos políticos); • organização de debates descentralizados por iniciativa das organizações da sociedade civil e acessíveis a todos os cidadãos de forma a suscitar o intercâmbio de ideias e permitir, assim, às pessoas formar uma opinião com pleno conhecimento dos factos; • europeização das campanhas e dos debates de informação sobre o Tratado Constitucional, por forma a que a ratificação não seja demasiado condicionada pelas questões de política interna dos Estados-Membros. «SEM O ENVOLVIMENTO DOS CIDADÃOS, A ‘BOLHA’ DE LISBOA NÃO AGUARDARÁ ATÉ 2010 PARA REBENTAR» O Comité Económico e Social Europeu (CESE) enviou uma mensagem clara ao Conselho Europeu. Antes da publicação do relatório Kok, a assembleia plenária do CESE concluiu que havia um risco de não se aplicar com suficiente determinação as reformas económicas, sociais e ambientais, mas de se continuar a acreditar que a estratégia poderá ainda assim vir a produzir resultados. Durante a reunião plenária de 27 de Outubro, o Comité Económico e Social Europeu adoptou um parecer sobre a aplicação da estratégia de Lisboa no seguimento da consulta do Conselho Europeu de Março. Os representantes das várias categorias económicas e sociais da sociedade civil organizada na Europa enviaram uma mensagem clara e sem ambiguidade aos chefes de Estado e de Governo, com uma posição sobre o progresso da estratégia de Lisboa que não fora ainda até agora referida explicitamente. Os Estados-Membros têm privilegiado, no passado, os debates sobre objectivos já fixados em detrimento de verdadeiras avaliações e da aplicação das reformas já em curso. Têm multiplicado o número de novos objectivos e compromissos, mas pouco têm feito para os aplicar. Há, portanto, um risco de não actuar com suficiente determinação para aplicar as reformas necessárias, acreditando-se simultaneamente que a estratégia poderá ter bons resultados. É improvável que esta «bolha de Lisboa» aguarde até 2010 para rebentar. A sociedade civil europeia está pronta para se empenhar nas reformas de Lisboa, mas pouco tem participado até agora. Os objectivos de Lisboa não serão atingidos sem se informar, alertar, envolver e mobilizar a sociedade civil. Exprimindo-se após o debate, Anne-Marie Sigmund, presidente recém-eleita do CESE, apelou ao Conselho Europeu para que criasse um quadro em que a sociedade civil organizada europeia pudesse assumir as suas responsabilidades no âmbito dos objectivos de Lisboa. Afirmou que o CESE estava preparado para desempenhar um papel de pleno direito numa parceria sobre um programa de reformas. Esta mensagem foi transmitida ao presidente do Conselho Europeu e aos outros chefes de Estado e de Governo. Passagem de testemunho de Roger Briesch: Anne-Marie Sigmund torna-se presidente do CESE. Formação e produtividade (parecer exploratório solicitado pela presidência neerlandesa) Relator: Christoforos Koryfidis (Grupo II, Trabalhadores, Grécia). O projecto de parecer sublinha a importância de se definir claramente o que significa formação contínua na prática de hoje, a quem diz respeito e como pode ser financiada. É igualmente necessário que a política de formação profissional assuma uma dimensão europeia. Não obstando todas as diferenças entre os seus sistemas de ensino, os Estados-Membros da UE devem ser encarados, no seu conjunto, como um «espaço de formação». O ambiente: uma oportunidade económica (parecer exploratório solicitado pela presidência neerlandesa) Relator: Stéphane Buffetaut (Grupo I, Empregadores, França) O parecer afirma que os imperativos ambientais não são geralmente, como se afirma com excessiva facilidade, um entrave à competitividade e ao desenvolvimento económico. A capacidade de adaptação das PME e das empresas da economia social às mutações impostas pelo dinamismo económico (parecer exploratório) Relatora: Lucia Fusco (Grupo III, Interesses Diversos, Itália) O parecer recomenda que a Comissão Europeia reexamine a interacção existente ou potencial entre as pequenas e médias empresas e as empresas de economia social. Competitividade das empresas (parecer exploratório) Relator: Bruno Vever (Grupo I, Empregadores, França) O parecer realça que o CESE verifica que as desvantagens competitivas das empresas europeias representam hoje o preço a pagar por uma Europa insuficientemente empreendedora e lenta na tomada de decisões. Mutações industriais e auxílios estatais no sector siderúrgico (parecer de iniciativa) Relator: Göran Lagerholm (Grupo I, Empregadores, Suécia) A experiência do passado com a reestruturação da indústria siderúrgica europeia revela que os auxílios estatais são uma faca de dois gumes: beneficiam apenas determinadas empresas e conduzem a uma atribuição deficiente do investimento. A segurança sanitária: uma obrigação colectiva, um novo direito (parecer de iniciativa) Relator: Adrien Bedossa (Grupo III, Interesses Diversos, França) Ao nível europeu, a administração sanitária em saúde pública é insuficiente e o seu suporte legal fraco. Falta–lhe também legitimidade médica devido à escassez de recursos. Todos estes aspectos devem ser melhorados. A política dos consumidores após o alargamento da UE Relator: Jorge Pegado Liz (Grupo III, Interesses Diversos, Portugal) As prioridades imediatas da UE, em termos de política de consumidores, são a consolidação do acervo comunitário, num esforço de simplificação e codificação, melhorar a informação e educação dos consumidores e promover organizações de consumidores fortes e independentes. 05_2004_0583_9_PT 21-01-2005 11:45 Pagina 8 CESE-INFO/Dezembro de 2004/ EM BREVE Roger Briesch em Roma para a cerimónia de assinatura do novo Tratado de Roma Roger Briesch participou na cerimónia protocolar de assinatura do Tratado Constitucional, realizada em 29 de Outubro, na qualidade de representante do Comité Económico e Social Europeu (CESE). Foi convidado pela presidência neerlandesa do Conselho e pelo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi. Em 18 de Novembro de 2004, realizou-se em Katowice (Voivodia da Silésia, Polónia) o seminário «A política de turismo na UE alargada» Os presidentes dos conselhos económicos e sociais dos países da UE e do Comité Económico e Social Europeu tomam posição sobre a revisão intercalar da estratégia de Lisboa A Câmara de Comércio e Indústria de Katowice, em estreita cooperação com o CESE, a Câmara de Turismo da Polónia, a Agência Polaca para o Desenvolvimento do Turismo e a Organização do Turismo da Polónia, organizou uma parte importante do seminário. Este permitiu fazer um diagnóstico do sector turístico nos novos Estados-Membros da UE e analisar as perspectivas de desenvolvimento deste sector na UE alargada. Andreas Lernhart, chefe de Gabinete de Anne-Marie Sigmund Andreas Lernhart começou a exercer as suas funções de chefe de Gabinete da nova presidente do CESE, Anne-Marie Sigmund. «Apraz-me poder contribuir para a aplicação do programa de trabalho da nova presidente», disse Andreas Lernhart nesta ocasião. Adeus a Thomas Jansen Thomas Jansen, chefe de Gabinete do presidente cessante, Roger Briesch, terminou a sua carreira no Comité no fim de Outubro. «O Thomas foi uma fonte constante de apoio e de inspiração durante a minha presidência», afirmou o presidente Roger Briesch. «A sua ajuda foi inestimável para assegurar o êxito da minha presidência no Comité durante os últimos dois anos». Dada a relevância do tema para o desenvolvimento económico, social e cultural e para o desenvolvimento sustentável, a participação foi muito activa e levou a conclusões úteis. Ao seminário seguiu-se a segunda reunião do grupo de estudo. Por último, em 19 de Novembro, os organizadores polacos apresentaram uma análise comparativa do sector turístico em Katowice e Cracóvia. A convite do Conselho Económico e Social do Grão-Ducado do Luxemburgo, os presidentes e secretários-gerais dos CES nacionais e do CESE realizaram a sua reunião anual em 25 e 26 de Novembro de 2004, no Luxemburgo, e concertaram posições sobre as vias e os meios para atingir com êxito os objectivos da Estratégia de Lisboa, isto é, fazer da Europa, até 2010, a economia do conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo, capaz de um crescimento económico sustentável, acompanhado de uma melhoria quantitativa e qualitativa do emprego e de uma maior coesão social. Na sua declaração do Luxemburgo, os presidentes dos CES nacionais e do CESE salientam: • Os objectivos e a estratégia global de Lisboa em torno de três eixos continuam a ser pertinentes e devem contribuir para melhorar o bem-estar dos cidadãos europeus. • O envolvimento do público, tanto a nível nacional como regional, é essencial para se atingir eficazmente os objectivos estabelecidos à escala europeia. A revisão intercalar da estratégia proporciona a ocasião para realizar um amplo debate público. O Tratado Constitucional à distância de apenas um clique! • A racionalização e a coordenação dos múltiplos processos ligados à estratégia tripartida são indispensáveis a uma avaliação adequada dos progressos. Para assegurar o acesso à informação sobre o Tratado Constitucional Europeu, o governo britânico publicou na Internet uma versão completa do texto. Apesar de não ter ainda data marcada, os cidadãos britânicos deverão referendar o texto da Constituição. Visite o sítio Internet: http:// www.europarl.org.uk/constitution/. • Assim, para que os objectivos decididos conjuntamente possam ser alcançados a longo prazo, as avaliações periódicas dos resultados da estratégia devem fazer parte das políticas gerais já lançadas ou a lançar a nível nacional. A tónica deve, portanto, ser posta na aplicação concertada das reformas. Audição: por uma política de turismo na UE alargada, Katowice. CESE-INFO/Dezembro de 2004/ Chefe de redacção • Vasco de Oliveira Redactor adjunto • Christian Weger Assistente • Anna Škulavíková Endereço: • Comité Económico e Social Europeu Rue Belliard 99, B-1040 Bruxelas, Bélgica Tel.: (32-2) 546 93 96 ou 546 93 93 Fax: (32-2) 546 97 64 Correio electrónico: [email protected] Internet: http://www.esc.eu.int O CESE-Info é uma publicação que pode ser obtida gratuitamente (em três línguas) em formato electrónico junto do Serviço de Imprensa do Comité Económico e Social Europeu. É publicado nove vezes por ano, por ocasião das reuniões plenárias do CESE. Uma versão deste boletim em formato PDF está disponível no sítio Internet do CESE. Consultar: http://www.esc.eu.int/press/eescinfo/index_en.htm A reprodução — com menção de CESE-Info como fonte — é autorizada (mediante envio de cópia ao redactor). O CESE-Info não pode ser considerado como o relato oficial dos trabalhos do CESE, que se encontra no Jornal Oficial da União Europeia e noutras publicações do Comité. Tiragem: 13 200 exemplares. O próximo número sairá em Janeiro de 2005. • Os presidentes dos CES nacionais e do CESE consideram necessário que a Cimeira da Primavera disponha de um relatório de síntese coerente e abrangente sobre todo o processo. • Os presidentes dos CES nacionais e do CESE comprometem-se a assegurar uma cooperação permanente no que diz respeito à estratégia de Lisboa e ao acompanhamento da execução desta até 2010. Realizar-se-á, em 26 e 27 de Janeiro de 2005, no Luxemburgo, no quadro da Presidência luxemburguesa da União Europeia, uma conferência de alto nível intitulada «Para uma Europa competitiva, social e sustentável — Garantir o êxito da estratégia de Lisboa através de um pacto com a sociedade civil organizada», organizada pelo Comité Económico e Social Europeu e pelo Conselho Económico e Social luxemburguês. A declaração do Luxemburgo dos CES dos Estados-Membros da União Europeia e do CESE pode ser consultada no sítio do CES (do país) e do CESE (www.esc.eu.int). QE-AA-04-009-PT-C Roger Briesch assiste à cerimónia protocolar de assinatura do Tratado de Roma. O CESE fez-se representar por Bernardo Hernández Bataller (Grupo III, Interesses Diversos, Espanha), presidente da Secção Especializada INT, responsável pelo grupo de estudo que trata desta matéria, por Tadeusz Donocik (Grupo I, Empregadores, Polónia), que substituiu Patrizio Pesci (Grupo I, Empregadores, Itália) e inaugurou a sessão, por Juan Mendoza (Grupo II, Trabalhadores, Espanha), relator do parecer do CESE, bem como por outros membros do grupo de estudo. Participaram igualmente representantes de autoridades regionais polacas e vários actores do sector turístico da Polónia e de outros novos Estados-Membros da UE, nomeadamente da Estónia e da Hungria.
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