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ISSN 1830-6365 Comité Económico e Social Europeu CESE info Comité Económico e Social Europeu Uma ponte entre a Europa e a sociedade civil organizada Março de 2015 | PT EDITORIAL Caros leitores, “ É verdade que, hoje em dia, os jovens europeus são confrontados com o desemprego e a falta de segurança, mas também têm uma mensagem positiva a transmitir a todos os decisores europeus: a mensagem de que os jovens europeus estão motivados e dispostos a trabalhar afincadamente para moldar a Europa em que querem viver. Uma mensagem de otimismo, que indica que se os jovens receberem apoio na educação e na criação de empregos de qualidade farão o seu melhor para trabalhar em prol de uma Europa forte e unida. Hoje, mais do que nunca, é importante trocar ideias, estar aberto a novas propostas e trabalhar por um objetivo comum – uma vida e um futuro melhores para todos os cidadãos europeus. É muito encorajador ouvir que a Comissão Europeia está disposta a reforçar a sua cooperação com o CESE. Os europeus esperam que seja dado um novo sopro de vida à Europa, esperam mudanças rápidas e eficazes. O CESE está pronto a enfrentar este desafio, juntamente com a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu, através de uma cooperação mais intensa e mais eficaz. Neste diálogo, o CESE será sempre a voz da sociedade civil e tentará «transmitir uma atitude positiva», como proposto por Jean-Claude Juncker. E haverá melhor forma de transmitir uma atitude positiva do que ouvir o que os jovens têm a dizer? Em fevereiro, o Comité recebeu 50 empresários, representantes de sindicatos e empreendedores sociais com menos de 35 anos de idade. É verdade que, hoje em dia, os jovens europeus são confrontados com o desemprego e a falta de segurança, mas também têm uma mensagem positiva a transmitir a todos os decisores europeus: a mensagem de que os jovens europeus estão motivados e dispostos a trabalhar afincadamente para moldar a Europa em que querem viver. Uma mensagem de otimismo, que indica que se os jovens receberem apoio na educação e na criação de empregos de qualidade farão o seu melhor para trabalhar em prol de uma Europa forte e unida. ” Presidente Jean-Claude Juncker na reunião plenária do CESE: a Comissão Europeia e o CESE juntos para criar soluções para a Europa Na 505.ª reunião plenária do CESE, em 18 de fevereiro de 2015, foi enviada à sociedade civil organizada uma forte mensagem de apoio com a visita do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker. O novo presidente da Comissão Europeia prometeu um reforço da cooperação entre as duas instituições, designadamente no âmbito do programa de trabalho para 2015, saudando o contributo do CESE para o mesmo. Antes da reunião plenária, Jean-Claude Juncker reuniu-se com o presidente do CESE, Henri Malosse, tendo debatido o Plano de Investimento da UE para fomentar a criação de emprego e o crescimento, apresentado pela Comissão Europeia. Reconhecendo o apoio do Comité a esta iniciativa, Henri Malosse afirmou: NESTA EDIÇÃO 20 março de 2015 – CESE, Bruxelas: 3 3 Conferência sobre «Promover a participação dos atores económicos e sociais na cooperação para o desenvolvimento» 22-23 de abril de 2015 – CESE, Bruxelas: Reunião plenária do CESE 23-25 de abril de 2015 – CESE, Bruxelas: A tua Europa, a tua voz 2015! 4 É tempo de agir – a Estratégia Europa 2020 revista deve ser aplicada Bancos cooperativos e de poupança: outra forma imprescindível de empreendedorismo Agricultura de qualidade para a qualidade do ambiente, da alimentação, da saúde e da vida O presidente Jean-Claude Juncker na reunião plenária do CESE «Os cidadãos europeus solicitam-nos medidas que respondam às suas preocupações com o desemprego, a desindustrialização, a estagnação do crescimento e a luta contra as alterações climáticas. Esperam mudanças rápidas e eficazes.» A este apelo, Jean-Claude Juncker respondeu: «Eu acredito que a Europa tem um papel a desempenhar e é necessária. Chegou o momento de No debate que se seguiu, os membros do CESE louvaram a determinação do Presidente Juncker em envolver os parceiros sociais e a sociedade civil nas reformas. Os três grupos do CESE (Empregadores, Trabalhadores e Interesses Diversos) sublinharam a urgência de uma retoma económica sustentável. Insistiu-se que o projeto europeu, assente na paz e na reconciliação entre os povos da Europa, tem de permanecer sólido e unido quando confrontado com atos de ódio e de terrorismo. (cad) ● Uma Nova Geração para uma Nova Europa europeus. O Comité acolheu cinquenta empresários, representantes de sindicatos e empresários sociais com menos de trinta e cinco anos de idade. Em abril, o CESE abrirá as portas a jovens estudantes de toda a Europa, permitindo-lhes fazer ouvir a sua voz num debate no centro da Europa sobre a iniciativa de cidadania europeia. Estou seguro de que, na sequência desse debate, teremos mais uma mensagem positiva a transmitir às outras instituições. A nossa esperança é que estas estejam prontas a ouvir e a agir! Henri Malosse Presidente do CESE AGENDA transmitir uma atitude positiva. Os membros do CESE podem ajudar-nos a fazê-lo: temos de dialogar com os europeus e preciso que vocês lhes mostrem o que a Europa está a fazer.» a oportunidade de desenvolver as suas inovações na Europa», afirmou Henri Malosse, presidente do CESE, na abertura do debate com os jovens participantes. Em 3 e 4 de fevereiro, o CESE organizou em Bruxelas um seminário intitulado «Uma Nova Geração para uma Nova Europa», com o objetivo de fazer passar o ponto de vista dos jovens sobre o futuro da Europa. Durante o seminário, os jovens participantes apresentaram as suas propostas concretas sobre a forma como a Europa pode ajudar a ultrapassar a situação que os jovens enfrentam em termos de emprego e oportunidades de negócio. Este seminário interativo permitiu a cinquenta representantes da nova geração da Europa exprimirem as suas opiniões e interagirem com os decisores políticos Jovens participantes no seminário «Uma Nova Geração para uma Nova Europa», apresentando propostas sobre como a Europa pode melhorar a situação dos jovens >>> p. 2 «Digam NÃO a quem fala de uma geração perdida. Os europeus precisam de ter ww www.eesc.europa.eu 2015 – um ano decisivo para a TTIP Co n ti nu a ç ão da p. 1 Jacek Krawczyk, presidente do Grupo dos Empregadores, relator do CESE sobre a TTIP U m a N ov a G e r aç ã o p a r a u m a N ov a E u r o p a Agora ou nunca – é assim que numerosos peritos descrevem o horizonte temporal para a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). Se as negociações sobre o texto do acordo não forem concluídas até ao final do ano, será difícil ou mesmo impossível celebrar o acordo no futuro próximo, devido ao calendário político dos EUA. Devemos acelerar o processo? Enquanto relator do CESE sobre a TTIP, diria que sim, mas não a qualquer preço. A 8.ª ronda de negociações terminou em Bruxelas em 6 de fevereiro. O negociador principal da UE, Ignacio Garcia Bercero, salientou que existe um claro empenho político de ambos os lados do Atlântico em acelerar o ritmo das negociações. As equipas de negociação ouviram as posições de mais de 80 organizações representantes da sociedade civil – empregadores, sindicatos, organizações ambientais e de consumidores, bem como outras ONG – e qualificaram o seu contributo de precioso. Jacek Krawczyk, presidente do Grupo dos Empregadores, relator do CESE sobre a TTIP O CESE tem estado estreitamente envolvido na TTIP desde o início, tal como o Grupo dos Empregadores. O Comité está a elaborar dois pareceres circunstanciados: o primeiro sobre a resolução de litígios entre investidores e o Estado (RLIE) e o segundo sobre o capítulo dedicado às PME na TTIP (relatora Emmanuelle Butaud-Stubbs do Grupo dos Empregadores). Em 9 de março de 2015, o Grupo dos Empregadores realizou uma conferência sobre a TTIP em Malta. No final de 2014, o grupo organizou uma mesa-redonda que reuniu as principais organizações empresariais europeias e o negociador principal da UE. Da reunião resultou uma declaração comum de apoio à TTIP, indicando as expectativas do setor empresarial em relação ao acordo. Num parecer adotado no passado mês de junho, o CESE manifestou o seu apoio à TTIP, afirmando que «acolhe favoravelmente as importantes oportunidades oferecidas por um acordo comercial abrangente entre a UE e os EUA, não apenas para incrementar o comércio e os investimentos de ambos os lados do Atlântico, mas também pelo seu potencial contributo para o desenvolvimento de regras e normas reforçadas a nível mundial que beneficiariam o próprio sistema de comércio multilateral». O Grupo dos Empregadores apoia plenamente a TTIP e os esforços envidados pelos negociadores. Um acordo ambicioso criará milhares de oportunidades comerciais na Europa e, portanto, milhares de novos postos de trabalho. Convido os opositores ao acordo a participar num debate racional, baseado em factos e não em mitos. A TTIP não será ratificada sem o apoio dos cidadãos, e recomendo vivamente a Comissão Europeia a redobrar esforços para informar e sensibilizar a opinião pública sobre a TTIP de forma clara e transparente. ● «O futuro da Europa depende das opções que tomarmos hoje. A nova Europa do amanhã depende do êxito das ideias de negócio dos empresários», acrescentou Eva Paunova, deputada ao Parlamento Europeu, que também interveio no debate. Os temas em foco no seminário incluíram as expectativas dos jovens em relação à UE, o plano de investimento da Comissão de 315 mil milhões de euros, a criação de emprego de qualidade, financiamento e métodos alternativos de financiamento e a promoção do empreendedorismo – o papel das empresas sociais no crescimento da Europa e na criação de emprego. Entre as recomendações formuladas no seminário são de destacar: ● Educação – necessidade de ensino técnico e de conhecimentos de empreendedorismo por parte dos professores. ● Empregos de qualidade – proteção dos estagiários e aprendizes com um quadro europeu que ofereça boas perspetivas de carreira. ● Financiamento alternativo – promoção de plataformas de financiamento coletivo que permitam aos cidadãos financiarem projetos e empresas utilizando a moeda eletrónica. (hb) ● O Rendimento Mínimo Europeu em Madrid mais de 12,8 milhões de pessoas – vive em situação de pobreza, e em quase um milhão e oitocentas mil famílias os adultos estão desempregados. O parecer do Comité Económico e Social Europeu sobre o rendimento mínimo europeu foi apresentado no dia 12 de fevereiro de 2015 na sede da representação da Comissão Europeia em Madrid. No início da reunião, Francisco Fonseca, chefe da representação, deu as boas-vindas aos participantes e agradeceu a participação dos membros espanhóis do CESE na apresentação do parecer. Marcos Peña, presidente do Conselho Económico e Social espanhol, partilhou as suas reflexões sobre o aumento das desigualdades e a necessidade de uma maior coesão em Espanha e na Europa. Em representação dos sindicatos estavam os secretários-gerais das duas grandes confederações – Comissões Operárias (Comisiones Obreras, CCOO) e União Geral dos Trabalhadores (Unión General de Trabajadores, UGT) –, Ignacio Fernandez Toxo e Cándido Méndez, respetivamente. Ambos se À laia de conclusão, intervieram três membros do CESE: Luca Jahier (presidente do Grupo dos Interesses Diversos), Eduardo del Pueyo (membro do Grupo dos Empregadores) e Georges Dassis (presidente do Grupo dos Trabalhadores e relator do parecer), que sublinharam as linhas de fundo do parecer e as propostas nele contidas. Apresentação do parecer do CESE sobre o rendimento mínimo europeu, na sede da representação da Comissão Europeia em Madrid comprometeram a solicitar uma negociação e um pacto de Estado. Se necessário, farão uma campanha para que a questão vá a debate no Parlamento espanhol. Graciela Malgesini, da Rede Europeia Antipobreza, secundou a posição dos sindicatos, citando alguns números constantes de um estudo recém-publicado: em Espanha, 27,3% da população – ou seja, Participaram na reunião 140, incluindo deputados espanhóis e europeus, delegados dos partidos políticos, representantes de sindicatos e de entidades patronais, bem como um grande número de ONG que operam no setor social e inúmeros órgãos de comunicação social. (fs/cad) ● Grupo dos Interesses Diversos presta homenagem às vítimas da Grande Guerra em Ypres O primeiro vice-presidente do município, Jef Vershoore, que acolheu o grupo na Câmara Municipal, referiu-se à Ypres dos nossos dias como a Cidade da Paz. De três em três anos, Ypres atribui o seu prémio internacional da paz a uma pessoa ou organização que tenha contribuído de forma excecional para um mundo mais pacífico. A cidade está também fortemente empenhada na rede internacional de Presidentes de Câmara pela Paz. Esta rede, que defende a abolição total das armas nucleares, tem vindo a crescer desde 2005, passando de 600 a 6 000 cidades. Luca Jahier, presidente do Grupo dos Interesses Diversos, com outros membros do grupo, em Ypres Luca Jahier, presidente do Grupo dos Interesses Diversos, juntamente com outros membros do grupo, visitou Ypres, uma cidade medieval situada na região da Flandres ocidental na Bélgica, para prestar tributo às 37 milhões de vidas perdidas tragicamente durante a Grande Guerra. 2 A Primeira Guerra Mundial teve um enorme impacto em Ypres. A cidade esteve no centro de uma série de terríveis batalhas, a terceira das quais – a batalha de Passchendaele – foi a mais grave em termos de perda de vidas humanas, com a morte de 600 000 soldados. O membro do CESE afirmou que a reconciliação e a promoção da paz entre os Estados-Membros é a maior realização da União Europeia. Apelou a uma «responsabilidade comum na educação dos jovens sobre a história: temos de mostrar-lhes as consequências da guerra e o valor inestimável da paz». Isto é particularmente importante, concluiu, num momento em que a guerra, que era inconcebível até há pouco tempo, já não está totalmente excluída, como tem sido demonstrado de forma brutal junto das fronteiras da UE e por movimentos extremistas e atentados nos nossos próprios países. (sma) ● Piet Chielens, codiretor do museu In Flanders Fields e diretor de exposições e programação pública, retraçou esses dias e semanas trágicos em Ypres, relembrando a história e salientando a dimensão humana, nomeadamente a tristeza que a morte de cada soldado terá causado aos seus pais, à pessoa amada, aos seus filhos. No seu discurso, Luca Jahier evidenciou, de forma eloquente, o número extremamente elevado de soldados mortos, afirmando que o clarim tocado diariamente na cerimónia «Last Post» [toque de recolher] de Ypres teria de continuar a soar durante mais de 27 000 anos para prestar homenagem a cada um dos jovens que perdeu a vida na Primeira Guerra Mundial. Papoila – Símbolo comemorativo É tempo de agir – a Estratégia Europa 2020 revista deve ser aplicada O debate sobre o futuro económico e social da UE foi o tema dominante da 505.ª reunião plenária do Comité Económico e Social Europeu (CESE). Em relação à Estratégia Europa 2020, Guntram Wolff, diretor do centro europeu de reflexão Bruegel, advogou a instauração de um quadro europeu da competitividade que tenha sob controlo as disparidades salariais. Comentando a Análise Anual do Crescimento 2015, o relator do CESE, Gonçalo Lobo Xavier, fez notar que «tanto a nível europeu como a nível nacional é preciso que as políticas sejam mais orientadas para objetivos. A sociedade civil e os parceiros sociais europeus estão aptos a dar o seu contributo e a fazer compromissos, desde que sejam sustentáveis e ajudem os europeus a reencontrar empregos de qualidade». O CESE lamenta a ausência de um pilar público no plano de investimento da Comissão e reafirma a necessidade de promover uma economia social que possa ser um terceiro pilar importante da economia europeia. A REUNIÃO PLENÁRIA EM POUCAS PALAVRAS Embora seja favorável à consolidação orçamental, o CESE entende que o crescimento é impossível sem investimento público e privado: «Mesmo em tempos de crise financeira, não se pode cortar na educação, na investigação e inovação e no investimento sustentável», declarou Etele Barath. O CESE quer que as reformas tenham em conta a situação específica de cada Estado-Membro. Os indicadores e os critérios de referência não devem atender apenas ao PIB, e os financiamentos da UE devem estar relacionados com os programas nacionais de reformas. O Semestre Europeu deve focar-se mais na competitividade e importa reforçar o empenho dos Estados-Membros, por exemplo prevendo prazos obrigatórios. É preciso igualmente consolidar a integração orçamental e intensificar a luta contra a fraude e a evasão fiscal. Progressos na Estratégia Europa 2020 e vias para atingir os seus objetivos Para mais informações sobre as propostas do CESE, consultar os pareceres EUR/007 e EUR/008. (sma) ● Votação: 182 votos a favor, 5 votos contra e 6 abstenções. O CESE reconhece o papel fundamental que a iniciativa emblemática «Agenda Digital para a Europa» desempenha no reforço da competitividade europeia. Para ser mais eficaz, a Estratégia Europa 2020 deverá articular-se mais com o plano de investimento. Os investimentos apoiados pelos fundos estruturais e de coesão também têm de ser alinhados com o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, devendo a sustentabilidade estar no centro de todos os projetos. No interesse de uma melhor governação, deve existir um «balcão único» para garantir uma coordenação e racionalização eficazes das tarefas e procedimentos de execução das políticas. Análise Anual do Crescimento Bancos cooperativos e de poupança: outra forma imprescindível de empreendedorismo O CESE congratula-se com a intenção da Comissão Europeia de renovar as políticas europeias, como proposto na Análise Anual do Crescimento de 2015, com o objetivo de impulsionar a economia e promover o crescimento sustentável. Porém, tendo em vista o plano de investimento, é essencial criar condições adequadas para o investimento em parceria, envolvendo simultaneamente os setores público e privado. No que diz respeito à responsabilidade orçamental, é necessária uma maior uniformidade na apresentação da situação orçamental dos Estados-Membros a fim de facilitar a comparabilidade e racionalizar os processos de execução. Carlos Trias Pintó, membro do CESE (Grupo dos Interesses Diversos, Espanha) Durante a «grande recessão» (2008), os mercados financeiros sofreram grandes perturbações e a tentativa louvável de criar uma rede de segurança para evitar outro resgate foi acompanhada por uma ampla série de medidas de regulação prudenciais que, se não forem corretamente implementadas, podem pôr em risco a sobrevivência de alguns dos mais importantes agentes do setor financeiro. Enquanto bancos que defendem a maximização dos interesses de todas as partes interessadas (stakeholder-value), os bancos cooperativos e de poupança são muito valiosos para a economia e a sociedade, nomeadamente em virtude da sua ligação ao tecido produtivo local, do seu firme enquadramento territorial, das suas extensas redes comerciais, da sua proximidade ao cliente, do facto de financiarem setores específicos, da sua proximidade aos interesses locais e atores sociais e da sua solidariedade. Votação: 174 votos a favor, 8 votos contra e 1 abstenção. (hb) ● Isto explica a principal mensagem do parecer sobre «O papel dos bancos cooperativos e de Carlos Trias Pintó, poupança para a coesão territorial – Proposmembro do CESE tas para um quadro de regulação financeira adaptado», recentemente adotado pelo CESE com consenso alargado, que apela a que se aproveite a «biodiversidade» do sistema financeiro, evitando a uniformidade na aplicação da nova regulamentação do Comité de Basileia e, portanto, a que se tenha em consideração o princípio da proporcionalidade em função da especificidade de cada modelo bancário. Tais atributos, perfeitamente enraizados nos princípios e valores da economia social, levam estas entidades a alinhar os seus processos de investimento e capitalização com as estratégias de desenvolvimento territorial endógeno, o que faz delas intervenientes essenciais da inclusão financeira (de PME e famílias) e do ordenamento inteligente do território, com base nos pressupostos da coesão económica e social. ● Construamos uma Europa da confiança: em 23 de abril de 2015, a Primavera do Otimismo instala-se no Comité Económico e Social Europeu ps em int Pre d l imis t p ’O me © svetikd The Festival of Positive Energy A Comissão Europeia publicou um relatório sobre a luta contra a corrupção que mostra que nenhum dos Estados-Membros da UE é totalmente alheio ao fenómeno, que tem um enorme impacto na sociedade civil europeia. Assim, a CCMI está a elaborar um parecer de iniciativa que pretende incentivar um debate muito necessário sobre problemas de corrupção que surgem na atividade económica, a fim de promover a transparência e o intercâmbio de informações entre todas as partes interessadas e os consumidores. Combater a corrupção na UE O objetivo desta audição pública é destacar os problemas e as boas práticas existentes na UE. O objetivo final consiste em elaborar recomendações e conclusões sobre a forma de promover normas exigentes contra a corrupção e as medidas a tomar para atender às preocupações das empresas e da sociedade civil sobre a forma de combater a corrupção. (hb) ● Em 26 de março de 2015, das 9h30 às 13 horas, a Comissão Consultiva das Mutações Industriais realiza uma audição pública sobre «Combater a corrupção na UE: atender às preocupações das empresas e da sociedade civil». Europeus deprimidos, a confiança nas instituições que cai a pique, saudades do «antigamente»? É possível interromper este círculo vicioso, mostrar o que funciona, valorizar os inovadores e os empreendedores e privilegiar as soluções. É precisamente em períodos de crise que é necessário mobilizar ainda mais energias positivas. São estas as ambições da Primavera do Otimismo, uma grande manifestação popular que se realizará em 23 de abril no Comité. A audição insere-se nos trabalhos de elaboração de um parecer de iniciativa sobre o combate à corrupção na UE (relator: Filip Hamro-Drotz, Grupo dos Empregadores). © stevanovicigor Orientado para a juventude, com a participação de uma centena de jovens mobilizados para o evento «A tua Europa, a tua voz – 2015», este dia terá um caráter pedagógico com a realização de conferências, balcões de informação e mesas-redondas animados por uma equipa multidisciplinar de presidentes de organizações profissionais, empresários, diretores de comunicação, especialistas, jornalistas e filósofos. O programa incluirá, nomeadamente, um debate para a imprensa intitulado «Outras formas de falar sobre a Europa» e um amplo debate público sobre «A Europa otimista que queremos construir», e contará com a participação do presidente do CESE, Henri Malosse, do vice-primeiro-ministro belga, Didier Reynders, de representantes do setor industrial e de ensaístas belgas. Foram também convidados os presidentes e vice-presidentes de outras instituições da UE. (cad) ● Exposição: Descubra o povo sami © Jan-Eerik Paadar BREVEMENTE NO CESE Finlândia. Existe, igualmente, uma pequena população sami a viver na Rússia. Os meios de subsistência dos sami incluíam tradicionalmente a criação de renas, a pesca, a caça, a recolha de produtos naturais e a produção de artesanato. Hoje em dia, um modo de vida comum consiste em combinar os ofícios tradicionais com o turismo e serviços afins. As atividades baseadas na natureza desempenham um papel relativamente reduzido em termos de volume de negócios, mas têm grande significado cultural – são uma forma de vida. De 18 de março a 16 de abril, o CESE organizará uma exposição de arte e artesanato sami, que estará aberta ao público. A arte e o artesanato sami têm as suas raízes no estilo de vida nómada tradicional do povo sami, refletindo a utilização sustentável dos recursos naturais e um sentido estético inato. A cultura e a arte sami, tal como o artesanato sami, ou «duodji», e a música sami, mais conhecida por «joik» ou «luohti», têm uma forte ligação às raízes culturais do povo sami nómada. Hoje em dia, os artistas e artesãos conjugam as suas raízes com influências provenientes de todo o mundo. Atualmente, o total da população sami está estimado em cerca de 80 000, com mais de 50 000 a residir na Noruega, 20 000 na Suécia e 9 000 na Para mais informações sobre a exposição, consultar: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.events-and-activities-sami-people (sg) ● 3 às externalidades da alimentação. Com efeito, se se tomassem em conta todos os custos externos, incluindo os danos ambientais e os custos da saúde pública, deixaria de haver uma justificação comercial para a existência de produtos e práticas insustentáveis. Por outro lado, importaria recompensar os benefícios para os bens públicos decorrentes da agricultura sustentável. As principais preocupações expressas pelos defensores da abordagem agroecológica são a distribuição desigual de benefícios e de custos e a falta de transparência em relação a estes últimos, o que torna difícil obter preços justos. A realização de investigação sobre custos assente numa base científica sólida constituiria um progresso importante. É necessário dispor de informações mais transparentes no que diz respeito A sustentabilidade tem de ser o princípio orientador dos sistemas agrícolas e os agricultores devem ser constantemente encorajados a melhorar a sua prestação neste domínio. Para o efeito, poder-se-ia, por exemplo, tributar as empresas agrícolas em função dos danos que causassem ou impor um pagamento para a gestão do carbono no solo. “ Fornecer aos A conferência sobre «Boa agricultura, melhor alimentação», organizada pelo CESE em parceria com a Convenção Agrícola e Rural 2020 (ARC2020), a associação Amigos da Terra Europa e a IFOAM UE (Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Biológica), contou com a participação ativa de 150 representantes de organizações agrícolas, ambientais e alimentares, bem como de autoridades europeias, nacionais e regionais, que lançaram um roteiro ARC2020 tendo em vista a próxima reforma da PAC. Intervindo no evento, Dilyana Slavova, presidente da Secção Especializada de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Ambiente (NAT), afirmou que os defensores de uma política agrícola, alimentar e de desenvolvimento rural sustentável devem estar envolvidos nos processos políticos em curso e transmitir a sua mensagem aos decisores competentes. Transparência de custos e sustentabilidade – motores principais da abordagem agroecológica Peritos enviados pelas principais organizações internacionais, como a OCDE, a OIT e a FAO, representantes das principais organizações da economia social e funcionários da UE debateram o tema «Dimensão externa da economia social» informações necessárias – método de produção, cadeia alimentar, origem, O presidente da Secção, José María Zufiaur Narvaiza, sublinhou que 2015 – designado Ano Europeu para o Desenvolvimento – deverá ser um ano particularmente produtivo para a UE em termos de apresentação de novas ideias e iniciativas destinadas a incentivar o desenvolvimento da economia social. Em muitos países, a economia social © Flory numa reunião da Secção Especializada de Relações Externas (REX), realizada em 29 de janeiro, na sede do CESE, em Bruxelas. O objetivo do debate foi identificar as áreas em que a UE pode reforçar o seu apoio e, dessa forma, incentivar o crescimento e promover a eficácia deste importante setor económico nas economias emergentes e em desenvolvimento. está longe de realizar o seu potencial, em grande parte devido à inexistência de um quadro jurídico de apoio que defina o seu papel e reconheça as características próprias das empresas da economia social, através, por exemplo, do desenvolvimento de soluções fiscais. O apoio é crucial, mas tem de ser criteriosamente direcionado. Por exemplo, a Europa poderia ajudar disponibilizando Editora: Leszek Jarosz (lj) Milen Minchev (mm) Siana Glouharova (sg) Silvia M. Aumair (sma) Coordenação geral: Agata Berdys (ab) Contribuíram para esta edição: Caroline Alibert Deprez (cad) Francisco Soriano (fs) Henry Borzi (hb) Fornecer aos consumidores as informações necessárias – método de produção, cadeia alimentar, origem, etc. – contribuirá para alterar os seus hábitos de consumo. Já estão em curso na Europa alianças e iniciativas alimentares locais e regionais entre agricultores etc. – contribuirá para alterar os seus hábitos ” de consumo. Em muitos países, as empresas coletivas e comunitárias são bastante comuns, embora pouco desenvolvidas devido à falta de apoio institucional. Dirigindo-se aos participantes, o presidente do Grupo dos Interesses Diversos, Luca Jahier, afirmou que a economia social pode desempenhar um papel decisivo no desenvolvimento gradual e na melhoria dos níveis de vida e de trabalho. Tal é particularmente o caso nas regiões em que 80% da população exerce uma atividade no setor informal. A UE deve, portanto, aumentar e alargar o seu apoio. (sma) ● Eliminar a distância entre a investigação e a sociedade Béatrice Ouin – representante dos membros do CESE no Comité Editorial (Grupo dos Trabalhadores, FR) Peter Lindvald-Nielsen (editor-chefe) Siana Glouharova (sg) Consumidores – os aliados mais importantes Endereço: Comité Económico e Social Europeu Edifício Jacques Delors, Rue Belliard, 99, B-1040 Bruxelas, Bélgica Tel. (+32 2) 546.94.76 Fax (+32 2) 546.97.64 Correio eletrónico: [email protected] Sítio Internet: http://www.eesc.europa.eu/ Em 28 de janeiro de 2015, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) e o projeto CONSIDER (Civil Society Organisations in Designing Research Governance – Organizações da sociedade civil na conceção da governação da investigação) organizaram uma conferência sobre «A sociedade civil na investigação e inovação», que teve lugar em Bruxelas. Reunindo cerca de 200 intervenientes da Europa e fora dela, o evento serviu para promover o debate entre representantes dos principais grupos de interessados Papel do CESE no debate sobre agricultura sustentável Nos seus pareceres sobre a política agrícola, o CESE tem defendido o modelo agrícola europeu, assente nos princípios da soberania alimentar, da sustentabilidade e da adaptação às necessidades reais dos agricultores e dos consumidores. As organizações da sociedade civil desempenham um papel fundamental no debate sobre o futuro da política agrícola da UE e o CESE continuará a trabalhar com elas na elaboração de propostas sobre a promoção da agricultura sustentável. (sma) ● sociedade civil em projetos colaborativos de investigação, especialmente os projetos financiados pela UE que envolvam múltiplos intervenientes (como o 7.º PQ e o Horizonte 2020). O projeto centrou-se nas atuais práticas de colaboração e observou diferentes equipas de investigação em tempo real. apoio estrutural e viabilizando o acesso ao mercado e a capitais, mas também facultando a necessária formação profissional e na área da gestão de empresas. NOTÍCIAS BREVES Economia social – O poder da cooperação consumidores as © dmbaker Roteiro para os objetivos fixados para 2020 e consumidores. Mas também se podem forjar alianças fora dos setores agrícola e alimentar, nomeadamente com companhias de seguros e sistemas nacionais de saúde, visto que as doenças causadas pela má nutrição se estão a tornar num problema crescente para as sociedades modernas, gerando, por isso, custos adicionais para a sociedade. Por último, mas não menos importante, quanto mais sustentável for a agricultura, menos dependente ficará dos combustíveis fósseis e, portanto, menos CO2 produzirá. em integrar a sociedade civil no mundo da investigação. Responsáveis políticos, representantes da sociedade civil e investigadores do mundo académico debateram os trabalhos recentes do CESE e do projeto CONSIDER e analisaram as práticas atuais e a sua potencial evolução futura. O presidente do CESE, Henri Malosse, o diretor-geral do Centro Comum de Investigação, Vladimír Šucha, e o deputado europeu Herbert Reul foram alguns dos oradores na conferência. O projeto CONSIDER (www.consider-project.eu) abordou assuntos relacionados com a participação de organizações da Os seus resultados demonstraram o seguinte: ● Apenas 27% dos projetos colaborativos de investigação da UE incluem organizações da sociedade civil. ● A participação destas organizações funciona melhor nos projetos europeus em que a sociedade civil desempenha um papel de destaque no projeto, funcionando como elo de ligação entre o projeto de investigação e parte da sociedade. ● O projeto CONSIDER realizou investigação conceptualmente sólida e rica em dados empíricos, criando um modelo para a participação das organizações da sociedade civil no domínio da investigação. Todavia, a participação das organizações da sociedade civil não é o único «bom método» de fazer investigação. Com efeito, nem todos os projetos de investigação beneficiarão com a participação da sociedade civil. Para que funcione, é necessário que se sinta uma necessidade concreta de ligação à sociedade em geral. (sg) ● CESE info em 23 línguas: uas: ht http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.eesc-info O CESE Info é publicado nove vezes por ano, por ocasião ddas reuniões plenárias do CESE. As versões impressas do CESE Info em alemão, inglês e francês podem ser obtidas gratuitamente junto do Serviço de Imprensa do Comité Económico e Social Europeu. Além disso, o CESE Info encontra-se disponível em 23 línguas, em formato PDF, no sítio Web do Comité: URL: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.eesc-info O CESE Info não pode ser considerado como o relato oficial dos trabalhos do CESE, que se encontra no Jornal Oficial da União Europeia e noutras publicações do Comité. A reprodução, com menção do CESE Info como fonte, é autorizada (mediante envio de cópia ao editor). Tiragem: 8 230 exemplares. O próximo número sairá em abril de 2015. Março de 2015/3 QE-AA-15-003-PT-N Agricultura de qualidade para a qualidade do ambiente, da alimentação, da saúde e da vida
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no debate sobre o futuro quadro fi nanceiro multianual a fi m de procurar soluções mais sustentáveis para o défice e a dívida. Sabemos que isto requererá muito tempo e energia, tanto dos Estados-Membr...
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sempre se viu ameaçada por diferentes tipos de crises. Toda uma geração de europeus cresceu com os valores que forjaram este ambicioso projecto político, social e económico. Estes princípios conduz...
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Antes de mais, gostaria de expressar a minha profunda simpatia aos milhões de cidadãos britânicos que manifes‑ taram o desejo de que o seu país permaneça membro da União Europeia. É neles que penso...
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