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agosto 2001 ATENÇÃO Esta fanzine é desaconselhavel para pessoas de falsa moral mini-enciclopédia de variedades: coisas e idéias bizarras: para puro entretenimento hooDoo VOodoO I do. Do you? baudelaire + pollyanna + the book is not on the table + evangelho de são tomás + barbie + bruxaria 3 Fanzine editada pela ideias bizarras tel.: (31) 3344-2218 Belo Horizonte - MG Brasil e-mail [email protected] Colaboraram nesta edição: almir rosa, Gráfica Lopes, MOACYR LATERZA, João Basílio, CRISTINA LATERZA, RAFAELA LIMA, MARCÍLIO LANA. “ Nothing can be sole or whole That has not been rent William B. Yeats ” preliminares sexo X cabelo Tive notícia de uma matéria publicada recentemente na revista Wireless que me deixou atacada pela revolta. Era o resultado de uma pesquisa realizada entre mulheres norte-americanas. Pasmem: segundo a pesquisa, as mulheres pensam em sexo 48 minutos por dia, apenas 5 minutos a mais do tempo que dedicam ao trato dos cabelos. Ora, que a gente gasta em média 43 minutos entre xampus, cremes, secadores e chapinhas vá lá… que uma a cada cinco mulheres está disposta a ceder um pouco da satisfação sexual em troca de um cabelo mais bonito é duro de engolir, mas enfim… cada um na sua… também vá lá… Mas, agora, que as mulheres só pensam em sexo 48 minutos por dia… essa pesquisa deve estar de brincadeira… Alguém errou nessa conta. Posso garantir que antes do café da manhã já ultrapassamos os 30 minutos pensando no assunto. Se somar o resto do dia… por baixo, chegamos a umas 3 horas. E isso sem contar o tempo que a gente passa falando sobre sexo – umas duas horas por dia; o tempo que a gente passa sonhando com sexo – umas 5, 6 horas (isso depende de quantas horas a gente dorme); e, é claro, sem contar o tempo que a gente gasta fazendo sexo – uns (quem me dera) 80 minutos. 48 minutos pensando em sexo… bahh… devem estar rindo do meu cabelo… www.trash.it na ausência do testículo, vai um textículo: Carece ao homem robusto (em qualidade real) o que lhe sobra de realidade virtual. del pietro luigi antonio Título: Homem Robusto. Autor: Mário Tolda, artista portugës (sic) the book is not on the table... where is the book? English through nonsense LESSON 1 por Cristina Laterza THE BOOK IS IN THE BASKET THE BOOK IS ON THE PIG’S HEAD THE BOOK IS INSIDE JOHN MALKOVICH’S HEAD THE BOOK IS UNDER ESTRAGON’S STONE THE BOOK IS NOT HERE. SKIP THIS BOX THE BOOK IS BEHIND KAFKA’S DOOR a serpente do arco-íris O mundo foi criado por Nana-Buluku, deus que não é nem macho nem fêmea. Nana-Buluku deu à luz a gêmeos, Mawu (lua) e Lisa (sol), e foram eles que modelaram o mundo e ainda o controlam, com seus catorze filhos, o Vodu, os deuses menores. No começo, a serpente do arco-íris, Aido-Hwedo, já existia – criada para servir Nana Buluku. O criador era levado a todo lugar na boca de Aido-Hwedo. Rios, montanhas e vales serpeiam porque é assim que a serpente caminha. Quando Nana-Buluku terminou seu trabalho de criação do mundo, viu que a terra não poderia aguentar tudo o que havia sido criado. Então, para evitar que a terra capotasse, pediu que AidoHwedo se enroscasse por baixo dela, para amortecê-la como uma almofada. Como Aido-Hwedo não aguenta o calor, o criador fez o oceano para a cobra morar. E ali a serpente ficou, desde o começo dos tempo, com seu rabo enfiado na boca. Algumas vezes ela se mexe para se pôr mais confortável, e é isso que causa os terremotos. Nana-Baluku ordenou aos macacos vermelhos, que vivem no fundo do mar que alimentassem Aido-Hwedo, e eles passam o tempo forjando as barras de ferro que são a comida da serpente. Mais cedo ou mais tarde, o estoque de ferro dos macacos vai acabar e então Aido-Hwedo não terá nada para comer. Esfomeada, ela começará a mastigar o próprio rabo e os seus tremores e convulsões serão tão terríveis que toda a terra vai se inclinar, sobrecarregada como está com gente e coisas. A terra vai se afundar e será o fim de tudo! (mitologia de Fon, África Ocidental) deus atira buraco no céu lua cheia mangetsu wo utta kamisama sora no ana deus atira buraco no céu lua cheia Haikai de Christina Castilho Transcriação e escrita em japonês por Almir Rosa new collection Barbie Drogada Acompanha kit completo para sustentar o vício: cigarros de maconha, seringas, analgésicos e calmantes. Barbie Prostituta O Ken Cafetão é vendido separadamente. Barbie Divorciada É a versão mais cara: vem com a casa, o carro e o iate do Ken. NEW Barbie Vampira coming soon Barbie Intrometida Acompanha vaselina e atendimento vip no Pronto Socorro. sex voodoo dolls O site www.folkart.com/voodooshop é o portal sobre Vodu de Nova Orleans. Proporciona entretenimento ritual autêntico, consultas e trabalhos espirituais, e é um shopping de artigos diversos para a prática do voodoo. À venda, entre centenas de artefatos, estão as famosas “voodoo dolls”. São mais de 50 tipos de bonecas com encantos para todos os fins: boa sorte, proteção, sucesso, fertilidade, emprego, afastar inimigos, paixão e amor. vagina voodoo doll Usada pelo homem para manter sua mulher em casa. Ele espeta o alfinete branco na vagina da boneca e sua mulher vai ficar em casa e se submeter aos seus desejos. Nota: Use alfinete VERMELHO para encantos de “amor”, PRETO para “poder” e ROXO para “paixão”. Esta boneca também é muito popular entre lésbicas. pennis voodoo doll Usada pela mulher para dominação sexual. Use o alfinete branco na área do pênis quando quiser o homem na cama e da SUA maneira! Use o alfinete preto quando quiser que o homem pare de correr atrás de você. Esta boneca também é muito popular entre gays. A roda do ano das bruxas Cada ano pagão tem 8 feriados chamados Sabbats e outros 1213 Esbats (feriados lunares). Conheça os Sabbats: DN = data no hemisfério norte DS = data no hemisfério sul Samhain (Halloween, Dia dos Mortos) DN 31 outubro / DS 30 abril É o ano novo para as bruxas e considerado o mais importante dos Sabbats. Essa é a noite em que a barreira entre o mundo dos vivos e o mundo dos espíritos fica mais fina. Yule (solstício de inverno) DN 21 dezembro / DS 21 junho Essa é a noite mais longa do ano. A partir desse dia, o sol se aproxima da Terra, e a escuridão do inverno ameaça ir embora. É quando a Deusa dá à luz seu filho, o Deus renovado, ainda bebê. No hemisfério norte, Yule é comemorado na mesma época que o Natal, e tem um significado parecido com o do feriado Cristão: o nascimento do Deus menino, que trará a esperança à Terra. Imbolg DN 1 fevereiro / DS 1 agosto Imbolg, literalmente, quer dizer dentro do útero. O inverno ainda não foi embora, mas por baixo da neve a vida floresce e ganha força, esperando o momento certo para vir à tona. A Deusa recupera-se do parto e acorda sob a energia revigorante do sol. Esse é o também chamado Festival das Luzes, em que se acendem velas por toda a casa, para mostrar ao menino Deus seu caminho. Ostara (equinócio de primavera) DN 21 março / DS 21 setembro Pela primeira vez no ano, o dia e a noite são iguais. É uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser plantada. É quando o Deus e Deusa se apaixonam e a semente da vida é semeada no ventre da Deusa revigorada.O Deus se arma para sair em sua viagem ao mundo das trevas e reconquistá-lo, para que a luz volte a reinar. Beltane DN 1 maio / DS 1 novembro É o Sabbat da fertilidade, em que se celebra o casamento dos Deuses. É uma festa alegre, em que as mulheres usam coroas de flores e todos dançam ao redor das fogueiras. Agradece-se pelo fim da metade escura do ano, e pelo início da época de luz. O mundo já pertence ao Deus Sol. Midsummer (solstício de verão) DN 21 junho / DS 21 dezembro É o dia mais longo do ano. É o ápice do verão, quando o Deus e a Deusa se encontram em sua plena juventude, e com toda a energia. Na noite de solstício, acredita-se que fadas, duendes e toda a sorte de elementais correm pela terra, celebrando o fervor da vida. A data era comemorada nos tempos antigos com jogos e festivais. O corpo e o físico são reverenciados. Lughnasadh DN 1 agosto / DS 1 fevereiro Este é o primeiro Sabbat da colheita. O Deus já dominou o mundo das trevas e passará por leves mudanças, seu poder declinando sutilmente com o passar dos dias. Honra-se e se agredece pela energia dispensada nas colheitas. Mabon (equinócio de outono) DN 21 setembro / DS 21 março É o segundo dos feriados da colheita. A fraqueza do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os estoques se enchem. É tempo de se fechar e voltar o coração para si mesmo. É uma data especial para evocar espíritos familiares, guardiões e antepassados para pedir ajuda e aconselhamento no período mais negro da Roda. O próximo sabbat é o Samhain e a roda da vida começa seu ciclo novamente. Evangelho apócrifo segundo São Tomás (trechos) Y él dice: Quien encuentra la interpretación de estos dichos, no saboreará la muerte. Egli disse: «Colui che penetra il senso segreto di queste parole non assaporerà la morte» Yeshúa dice: Conoce lo que queda enfrente de tu rostro y lo que se esconde de ti se te revelará. Pues no hay nada escondido que no será manifiesto, y nada enterrado que no será levantado. Gesù disse: «Conosci ciò che1 hai davanti e ciò che è nascosto ti sarà rivelato. Giacché non vi è nulla di nascosto che non venga rivelato». Levantad la piedra y allí me encontraréis, partid la madera y allí estoy. Tagliate un ciocco di legno; io sono lì. Sollevate la pietra, e mi troverete. g/d L m por Marcílio Lana 3 26 O borogodó é o seguinte: estou ficando velho. Ah, já sei. Aqueles que me conhecem vão dizer que eu há muito tempo já vinha apresentando sinais de rabugice e senilidade. Ok, concordo. Mas dessa vez é sério. Meu colesterol está alto. Está lá para quem quiser ler na página 3 da tabela de resultados do laboratório Dr. Sérgio Franco. Colesterol Total: 263 mg/dL. O número, principalmente para aqueles que, como eu, são absolutamente ignorantes no assunto, não diz nada, mas a seguir vem uma tabela esclarecedora. Para adultos, o ideal é até 200 mg/dL; os índices limítrofes estão entre 201 e 240 e acima de 240 é considerado alto. E lá estou eu, com 263 mg/dL. Confesso: não sei direito o perigo que a unidade de medida mg/dL representa. Estou assustado, afinal de contas, de acordo com a médica que avaliou os resultados, sou novo demais para ostentar numa taxa tão alta de gordura no sangue. E o diagnóstico é que an- do comendo o que não devo: "alimentos que não são ricos em poliinsaturados". Saí do consultório com outra tabela determinando o que devo e que não devo comer. No almoço seguinte, já entrei em pânico. O que posso comer? Ovo, nem pensar? Não tem frango grelhado? - indaguei e, em seguida, completei: Vocês querem me matar! Na noite após conhecer o resultado dos exames veio o primeiro pesadelo com veias e artérias, todas repletas de gordura, e o bater do meu coração lento... cansado. Já prevejo: Eu, no supermercado, conversando com membros dos comedores compulsivos anônimos sobre os males das calorias; avaliando quais os alimentos ricos em fibras; pegando receitas de pratos light; fundando a ONG "Caloria nunca mais" ...Socorro, como seria bom seu eu continuasse na ignorância! Mas não adianta, o colesterol está alto e o 263 está gravado na minha cabeça. Recentemente, assistindo ao Jornal Hoje, deparei-me com uma reportagem que mostrava uma vantagem do racionamento de energia: diante da necessidade de economizar, pais e filhos viram-se impossibilitados de prostar-se diante da tv, computador e videogame e buscaram alternativas em antigas brincadeiras e jogos, o que acabava por estreitar os laços familiares. Fiquei de olho na ficha técnica do noticiário pra ver se a pauta não era psicografada do espírito de Eleanor Porter, autora de dois livros de maior sucesso da coleção Clássicos para o jovem leitor: Poliana e Poliana Moça. Pra quem não entendeu a as- sociação, vou resumir a linda história de Poliana, musa inspiradora e personagem-síntese de todo o conteúdo do "otimismo em gotas" produzido pela humanidade. Ela foi uma heroína que enfrentou as adversidades da vida sempre muito feliz e disposta. Isso porque era detentora de uma maravilhosa fórmula: o jogo do contente, que aprendera quando era criança e vivia às custas da renda miserável do pai pastor e de doações da comunidade. Era Natal e ela torcia para que no pacote de doações viesse uma boneca. Ao invés disso, a única doação foi um par de muletas infantis. A menina já ia ficando triste, quando o sábio pai ensi- nou-lhe que deveria ficar feliz por não precisar das muletas! A partir daí, a vida de Poliana virou uma festa. Quanto maior a desgraça, mais desafiador o jogo. As duas "partidas" mais difíceis foram a perda do pai isso após já ter perdido as duas irmãs e a mãe -, e aos 11 anos, quando foi atropelada e ficou por mais de um ano com paralisia nas pernas. Quanto à perda do pai, o jeito foi ficar feliz porque ele faria companhia à mãe e às irmãzinhas no céu; quanto à paralisia, ela ficou contente porque já tinha caminhado por muitos lugares e levado alegria a muita gente. Enfim, Poliana é realmente profissional: a cada duas páginas, ela bate palmas, rodopia e canta de alegria. Isso quando não chora de contente por ter dois olhos e poder enxergar as coisas belas do mundo. Mostra o lado bom para quem vive as mais difíceis provações. Um caso exemplar foi quando ensinou o jogo do contente à sra. Snow, uma mulher que vivia imobilizada na cama há vários anos em função de doença grave. A * por Rafaela Lima Lindo, não? Mas isso aqui não é Beldingsville e eu não sou a Sra. Snow. Se o fosse, talvez a única forma de jogar o jogo do contente seria lembrar-me de não estar muda e assim poder mandar Poliana à puta que a pariu. Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe jogar o jogo do contente. Mas uma pergunta ficou no ar: se isso aqui não é Beldingsville e eu não sou a sra. Snow, por que diabos estava assistindo ao Jornal Hoje? intrépida feliz ensinou àquela senhora que deveria ficar contente porque podia "se mexer, mudar de posição ou reclinar-se nos travesseiros", e ainda "pelo fato de o resto do mundo não estar como a senhora, que vive numa cama sem poder se levantar". Poliana casa-se aos vinte anos, e vive feliz para sempre, exercendo a gratificante função de rainha do lar e da felicidade. Seu lema: "com um pouco de esforço, conseguimos gostar do que encontramos e esquecer o que queríamos achar". isso aqui não é beldingsville Poliana... ... grrrr... bizarro... Bizarro?! ça", um Passat 80 que tive. Bizarro é Flávio Carvalho e seu programa "Minas Esporte". Bizarros são a Isadora Ribeiro, o Luciano Zafir e o Supla querendo ser atores. Bizarro é o Júnior, da dupla Sandy e Júnior, tentando fazer cara de mau no clipe. Bizarros são o animador Sérgio Mallandro e o cantor Orlando Morais. Bi-zarro é um pastor local que freqüenta a programação da Rede TV nas manhãs de domingo. Bizarro era o programa da Gorete Milagres no SBT – mas não o Programa do Ratinho, que é um bizarro assumido, institucionalizado, e portanto sem o charme da bizarrice involuntária e espontânea. Bizarro foi o Marcelo Nova em recente show em BH. Bizarro é o salário mínimo. Bizarra é a coxinha da Padaria Primavera, no Barro Preto. E, finalmente, bizarro é o futebol da seleção brasileira... Mas aí já é sacanagem – com o termo, não com a seleção. Ei Christina, será que temos um adjetivo mais bizarro que "bizarro"? P.S.: A Conga, a Mulher-Gorila, era realmente bizarra... mas mais bizarra ainda era a Gretchen rebolando e cantando conga, conga, conga. Lembra? NOTA DE ESCLARECIMENTO daquele absurdo vilão dos Superamigos que vivia num tal Universo Paralelo. Uma espécie de Super-Homem cubista, picassiano, que fez cirurgia plástica na Clínica Santé e que tinha mais ou menos os mesmos poderes de seu sósia, o que o tornava quase imbatível. A diferença é que ele era feio e mal, quando se sabe que, pelo menos nos desenhos animados, sempre vence quem é bonito e bonzinho... (Pensando bem, também o Super-Homem tem seu quê de bizarro – ou você acha normal um cara que pensa se disfarçar apenas colocando óculos e que veste a cueca por cima da calça?) Bizarra é a revista Nova ensinando em chamada de capa: "Saiba como descobrir o tamanho do pênis dele antes de aceitar aquele convite – e sem precisar pegar!". Bizarra é a revista Playboy mostrando "como transar com a namorada na casa dos pais dela". Será que a gente realmente precisa disso? Bizarro era "Orlando Fuma- Diante do dilema que vem ensandecendo os leitores (e, pelo jeito, alguns articulistas...), achamos por bem esclarecer, de uma vez por todas, o que é BIZARRO. Listen and repeat. Existem dois conceitos de bizarro: o bizarro e o bizarro. O primeiro deles é aquele que caiu no senso comum: é ser estranho, esquisito e, em casos extremos, uma aberração. Este é o bizarro. O outro tipo de bizarro é o do sentido etimológico da palavra: original, ímpar, nobre, elegante. Este é o chamado bizarro. No caso da nossa fanzine aqui, o conceito abordado é o do bizarro bizarro. Tudo aquilo que, pelo bem ou pelo mal, salta aos olhos. Aqui cabe desde o mais estranho do aterrador até o mais garboso da nobreza. Sacou? OK, já estamos no número 3 desta "Idéias Bizarras" e ainda hoje, ao sentar para escrever minha humilde colaboração, e partindo do pressuposto de que devo me ater aos temas bizarros, me pergunto: o que é o bizarro? O que as pessoas entendem por bizarro? Será o meu bizarro diferente do seu? Se a pergunta caísse no Show do Milhão, você saberia responder? Pediria ajuda às placas? Aos universitários? Foi pensando nisso que resolvi cavoucar a idéia e contar o que me vem à mente quando penso: BIZARRO. Bizarra é Conga, a MulherGorila. Quem nunca foi a um parque de exposições de interior e não se sentiu atraído pela incrível transformação, a cada 10 minutos, de uma bela garota num monstro incontrolável? Ainda hoje me lembro da locução gutural: "Suas mãos já não são mãos... são patas!!! (...) Calma, Conga!". E a galera saindo correndo do trailer, gritando... Bizarro, totalmente bizarro. Bizarro é também o nome * por João Basílio Remorso Póstumo Quando fores dormir, ó bela tenebrosa, Em teu negro e mamóreo mausoléu, e não Tiveres por alcova e refúgio senão Uma cova deserta e uma tumba chuvosa; Quando a pedra, a oprimir tua carne medrosa E teus flancos sensuais de lânguida exaustão, Impedir de querer e arfar teu coração, E teus pés de correr por trilha aventurosa, O túmulo, no qual em sonho me abandono - Porque o túmulo sempre há de entender o poeta -, Nessas noites sem fim em que nos foge o sono, Dir-te-á: "De que valeu, cortesã indiscreta, Ao pé dos mortos ignorar o seu lamento?" - E o verme te roerá como um remorso lento. Charles Baudelaire