30-08 Auditório 1 - Método Científico para pesquisa
Transcrição
30-08 Auditório 1 - Método Científico para pesquisa
Workshop Pré Congresso “Método Científico para pesquisa” Kazuko Uchikawa Graziano – Enfermeira. Coordenadora Pedagógica do Curso MBA/CME - INESP e Professora Titular Sênior do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica - Escola de Enfermagem da USP. Caroline Lopes Ciofi Silva – Enfermeira. Mestre pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto USP e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Saúde do Adulto da Escola de Enfermagem da USP. O QUE É PESQUISAR ? “ ...procura de respostas plausíveis e consistentes a um problema para o qual não se encontra resposta já pronta. É a busca do NOVO, de respostas novas que não estão prontas para serem consumidas” (COSTA, 2001) de forma lógica, compreensível , reprodutível e utilizável. DIFERENTE DO ESTUDAR PESQUISAR Atitude ativa; Produção de conhecimentos rigorosamente construídos; Preenche uma lacuna do conhecimento ESTUDAR Atitude passiva (consumidor passivo) Busca atualização e aprofundamento num assunto específico de interesse Por que pesquisar? Prática Baseada em Evidências “Uso consciente, explícito e judicioso da melhor evidência disponível para a tomada de decisão sobre o cuidado de pacientes individuais.” David L. Sackett, 2000 GRAUS DE EVIDÊNCIA DAS RECOMENDAÇÕES • Categoria IA: comprovado - Faça! (Forte evidência científica produto de revisão sistemática da literatura com metanálise) • Categoria IB – (Sugerido: evidência científica menos forte); • IC – autoridade (Faça! “Enquanto não se muda a lei”); • Categoria II – Provável? (tradição “todos fazem”, opinião de especialistas, ensaio e erro - experiência pessoal raciocínio lógico...); • Categoria Irresoluto – Tanto faz! “Motivos estéticos emocionais e culturais”. (Estruturação dos guidelines do CDC-USA) Hierarquia da Evidência Metanálise Revisão sitemática Ensaio Clínico randomizado Estudos de coorte/ quase-experimental Estudos caso-controle Série de casos/ relato de caso Pesquisa básica/ opinião do especialista Pesquisa em animal A evidência é a minha opinião! Não Questão de pesquisa ou estudo? O que vem a ser norovirus humano (HuNoV )? Quais as particularidade das gastrointerites causadas por esse vírus? Quais as vias de transmissão? R: estudo narrativo; estudo de atualização. Quais as evidências científicas da necessidade de aplicação de desinfetantes no piso, após a remoção com material absorvente e limpeza, de vômitos e fezes derramados por pacientes supostamente contaminados por HuNoV? R: pesquisa bibliográfica trazendo uma resposta para a prática assistencial: sim; não; não há consenso; não há pesquisas com delineamento robusto que permita conclusões definitivas... Caso negativo.... Pesquisa primária PESQUISAS: primárias versus secundárias PRIMÁRIAS Conhecimentos novos rigorosamente produzidos a partir de: pesquisas de campo (pragmáticas) e pesquisas experimentais laboratoriais (explanatórias) • SECUNDÁRIAS Conhecimentos novos rigorosamente produzidos a partir de: pesquisas primárias publicados como artigos científicos originais que incluem pesquisas de campo (pragmáticas) e pesquisas experimentais laboratoriais (explanatórias) Outras revisões sistemáticas (metanálise/metassíntese?) ou integrativas conduzidas com rigor no método ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA TENSÃO TENSÃO EXPRESSA EM PERGUNTA 7. Anexos/ Apêndices 6. Referências BUSCA BIBLIOGRÁFICA 5. Orçamento 4. Cronograma 3. Material e método 2. Objetivos 1. Introdução • Página de rosto • Capa PROJETO CONFIRMAÇÃO DA AUSÊNCIA DA RESPOSTA ANÁLISE DA RELAVÂNCIA E DA EXEQUIBILIDADE CONSTRUÇÃO DO(S) OBJETIVO(S) DEFINIR O DESENHO DA PESQUISA ELABORAÇÃO PROJETO DE PESQUISA CAMINHO ABORDAGENS das pesquisas primárias • QUANTITATIVA (positivismo) • • • • • • • • • • • • Ciência “Hard” Foco: conciso e limitado Reducionista Objetivo Raciocínio: lógico dedutivo Base de conhecimento: relação causa e efeito Testa teorias Controla Instrumentos específicos Elemento básico de análise: números Análise estatística Generalização • QUALITATIVA • • • • • • • • • • • • Ciência “soft” Foco: complexo e aberto Holístico Subjetivo Raciocínio: dialético, indutivo Base de conhecimento: significado, descoberta Desenvolve teorias Compartilha interpretações Comunicação e observação Elemento básico de análise: palavras Interpretação individual Singularidade BURNS,N.;GROVE,S.K. The practices oh nursing research: conduct, critique and utilization. Philadelphia, W.B. Saunders, 1987, p.36. Pesquisas primárias (clínicas) O pesquisador fez alguma intervenção terapeutica ? não sim Estudo Observacional Estudo Experimental Existe grupo controle para comparação dos resultados? sim não sim Estudo Analítico Alocação Randomizada sim não Ensaio não Controlado ? Ensaio Randomizado 1 Ensaio Controlado 2 não Estudo Descritivo Direção Desfecho Exposição Exposição Estudo de Coorte Estudo Transversal 3 4 Estudo Caso Controle Exposição e Desfecho ao mesmo tempo Adaptado de Grimes DA - Lancet 2002;359:57. Desfecho [email protected] 5 P O P U L A Ç Ã O Características e “FORÇA” dos estudos ensaio clínico controlado randomizado DESFECHO (intervenção de interesse/experimental) SIM MELHORA NÃO TEMPO (Intervenção de comparação) MELHORA Cross over SIM NÃO Washout AMOSTRA (que atenda aos critérios de elegibilidade) • Grupo experimental: Intervenção experimental (variável independente) • Grupo controle: intervenção de comparação (placebo?/melhor tratamento até o momento) • Randomização/aleatorização/sorteio • Pareamento entre os grupos: demonstrar que não houve “proteção” para um dos grupos • Cegamento (uni, duplo, triplo ou mais) • Marcador de desfecho definido (variável dependente=confiabilidade) • Poder da amostra • Cross over após washout •Aspectos éticos atendidos (Resolução 466/2012) Vantagens: impacto e rapidez, controle do efeito Hawthorne Desvantagem: implicações éticas P O P U L A Ç Ã O Características dos estudos coorte (incidência=ocorrências novas=longitudinal) (COM exposição) SIM DESFECHO NÃO TEMPO (SEM exposição) DESFECHO SIM NÃO AMOSTRA SEM DESFECHO NO INÍCIO DA PESQUISA Delineamento de um estudo de coorte sobre risco: longitudinal, prospectivo/retrospectivo, incidência Qual foi a incidência de Infecção cirúrgica em colecistectomia videolaparoscópica usando ácido peracético como esterilizante dos instrumentais? Características dos estudos caso controle (SEMPRE retrospectivo) Quais os fatores que impactam na amputação de MMII de pacientes portadores de diabetes mellitus? fator fator fator P O R T A (amputados) D O R E S Diabetes Mellitus Delineamento de um estudo de caso-controle sobre risco comparado com um controle Pesquisas secundárias=bibliográficas SISTEMÁTICA Foco: População Intervenção desfecho NARRATIVA INTEGRATIVA Hipótese para ser confirmada ou refutada Reprodutível NÃO SIM SIM Finalidade Atualização e aprofundamento (estudo) responder a uma questão específica (frequentemente, Compreensão de um fenômeno, definição de conceitos, revisão de teorias envolve a eficiênciade uma intervenção para a resolução de problemas da prática clínica) Rigor das Fontes Light Strong Metodologias robustas Permite combinar dados de diferentes fontes e abordagens metodológicas E DEPOIS DA COLETA DOS DADOS? RESULTADO, DISCUSSÃO, CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS RESULTADO: O QUE ENCONTROU? EXPOR ORGANIZADAMENTE COM AUXÍLIO DE GRÁFICOS TABELAS E QUADROS. FAZER USO DA ESTATÍSTICA DESCRITIVA E INFERENCIAL CONFORME A PERTINÊNCIA. DISCUSSÃO: SIGNIFICADO DO QUE ENCONTROU: FOI AO ENCONTRO DA HIPÓTESE? REFUTOU A HIPÓTESE? COMENTAR OS ACHADOS. CONTRAPOR OS ACHADOS COM OS DE OUTROS AUTORES. CONCLUSÃO: RESPONDER, COM CLAREZA, SINTETICAMENTE E COM ASSERTIVIDADE OS OBJETIVOS TRAÇADOS. CONSIDERAÇÕES FINAIS (OPCIONAL): CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA PARA O AVANÇO DA CIÊNCIA, LIMITES DA APLICAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA, DIFICULDADES ENCONTRADAS, NOVOS TEMAS DE INVESTIGAÇÃO DANDO CONTINUIDADE A PESQUISA E OUTROS ASPECTOS SUBJETIVOS DO PESQUISADOR. ESTRUTURA DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS YES ! Anexos/ Apêndices Referências Conclusão Discussão Resultados Método Objetivos Introdução Resumo idem Título em diferentes idiomas Português, inglês e espanhol ÓTIMOS TRABALHOS !!! Referências 1. Benseñor, I.; Lotufo, P. Epidemiologia Clínica: abordagem prática 2ª ed, SP: Sarvier, 2011, 400p. 2. BRINK, P.J.; WOOD, M.J. Advanced design in nursing research. London, Sage, 1989. 3. BRINK, P.J.; WOOD, M.J. Basic steps in planning nursing research - from question to proposal. 3 ed, Boston, Jones and Bartilett Publ., 1988. 4. BURNS, N.; GROVE, S.K. The practice of nursing research: conduct, critique and utilization. Philadelphia, W.B. Saunders Co., 1987. 5. DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais. 3.ed. - Sao Paulo : Atlas, 1995. 6. DEPOY, E.; GITLIN, L. N. Introduction to Research: Understanding and Applying Multiple Strategies. 4th, St. Louis: Elsevier, 2011. 7. DiCenso, A., Guyatt, G., Ciliska, D. (Eds.). Evidence-Based Nursing: A Guide to Clinical Practice. St. Louis, MO: Elsevier Mosby Publishing, 2005. 8. FLETCHER R.H. et al. Epidemiologia clínica : elementos essenciais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1996. 9. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo : Atlas, 2002 . 10.GLASZIOU, P. Prática clinica baseada em evidências. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 11.GUYATT, G.G. et al. JAMA evidence. Diretrizes para utilização de literatura médica. 2ª ed, Porto Alegre: Artmed, 2011. 12.HAYNES, B.R. et al. Epidemiologia clínica : como realizar pesquisa clínica na prática. Porto Alegre: Artmed, 2008. 13.Lo BIONDO, G.; HABER,J . Pesquisa em Enfermagem. 4ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 1994. 14.MINAYO, M.C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9. ed. São Paulo: Hucitec 2006. 15.POLIT, D. F. ; HUNGLER, B.P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 16.SILVA, N.N. da . Amostragem probabilística: um curso introdutório. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2004. 17.TALBOT, L.A. Principles and practice of nursing research. St. Louis: Mosby, 1995. 18.VAZQUEZ, A.S. Filosofia da práxis. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977 Referências BVS. Biblioteca Virtual em Saúde. Ciências da saúde em geral [homepage na Internet]. Disponível em: http://regional.bvsalud.org/php/level.php?lang=pt&component=107&item=107. Acesso em: 08/01/2011. Castro AA. Revisão sistemática e meta-análise [texto na Internet]. Disponível http://metodologia.org/wp-content/uploads/2010/08/meta1.PDF. Acesso em: 08/01/2012. em: Dickson R. Systematic reviews In: Hamer S, Collinson G. Achieving evidence-based practice: a handbook for practitioners London: Baillière Tindall; 1999. p.41-60. Galvão CM, Sawada NO, Trevizan MA. Revisão sistemática: recurso que proporciona a incorporação das evidências na prática da enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2004; 12(3): 549-556. Higgins JPT, Green S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions [texto na Internet]. 2011. Disponível em: http://www.cochrane-handbook.org/. Acesso em: 08/01/2012. Nobre MRC, Bernardo WM, Jatene FB. A prática clínica baseada em evidências. Parte I: questões clínicas bem construídas. Rev. Assoc. Med. Bras. 2003; 49(4): 445-449. Nobre MRC, Bernardo WM, Jatene FB. A prática clínica baseada em evidências: Parte III Avaliação crítica das informações de pesquisas clínicas. Rev. Assoc. Med. Bras. 2004; 50(2): 221-228. Rother ET. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta paul. enferm. 2007; 20(2): v-vi. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. 2010; 8(1 Pt 1):102-6. Stetler CB, Morsi D, Rucki S, Broughton S, Corrigan B, Fitzgerald J, et al. Utilization-focused integrative reviews in a nursing service. Appl Nurs Res. 1998; 11(4):195-206. Whittemore R. Combining evidence in nursing research: methods and implications. Nurs Res. 2005;54(1):56-62. Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano E-mail: [email protected] Caroline Lopes Ciofi Silva E-mail: [email protected]
Documentos relacionados
57 1 Introdução A prática baseada em evidências é uma
Descriptors: nursing care; nursing research;
evidence based medicine
Title: Evidence-based practice: strategies for
implementation in nursing