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Sumário Editorial 06 Logística e responsabilidade socioambiental, de Gregory Petter dos Santos 08 RFID para problemas de VMI, de Nelson Standerski EXPEDIENTE 12 A cadeia produtiva do segmento cosmético Thelma Almeida Santos - Diretora Executiva Cecília Borges - Editora - Mtb-19.229-SP [email protected] Antonio Carvalho - Editor de Arte Cíntia Luz/Bruno Ferreira - Estagiários 18 SEP, Secretaria Especial dos Portos 20 Express – As novidades dos segmentos de Elenita Senger - Publicidade [email protected] Conselho Editorial - Cristiano Cecatto - Laurent Frédéric Bernard - Nelson Rosário - CPIM, CSCP - Rubens E. Brambilla - CPIM, CIRM, CSCP, P. Eng. Contatos: [email protected] R. Fernandes Moreira, 1.166 04716-003 São Paulo - Brasil Tel. : +55 (11) 51 84 17 10 Logística e Supply Chain Management 22 Agenda TODAY Logistics & Supply Chain - 03 vó teresa Editorial Editorial Motive-se! antenha seus sonhos, pois eles são as grandes molas propulsoras da vida. M Ter sonhos e a chama interna para realizá-los é como nascem as grandes realizações. Um emprego melhor, melhorar o que tem, estudar mais, escolher um novo curso, uma nova carreira - almejar, planejar, concretizar - o mundo está cheio de oportunidades, pegue-as! Não espere que as chances venham até você, vá até elas. A motivação faz isso com os profissionais atentos, descubra caminhos. E uma das maneiras de descobrir caminhos é justamente manter a chama acesa e os olhos, ouvidos e a mente bem abertos. Estude, freqüente seminários, cursos de especialização, encontro de profissionais, tão importante quanto a experiência é o conhecimento. Falando nisso, a revista TODAY Logistics & Supply Chain está promovendo o primeiro encontro de profissionais CPM no Brasil, em novembro. Para quem não sabe, CPM é a sigla para Certified Purchasing Manager, um certificado conferido pela APICS ( The Association for Operations Management ) aos profissionais de Supply Chain e áreas afins. Além de aumentar o conhecimento, trata-se de uma ocasião para incrementar o networking. Só para lembrar: a ABAI é a única entidade de ensino no Brasil que disponibiliza os cursos de preparação e os exames de avaliação para CPM - Certified Purchasing Manager, do ISM - Institute of Supply Management, além de CIRM Certified in Integreted Resource Management, CSCP - Certified Supply Chain Professional, e CPIM - Certified in Production and Inventory Management, da APICS Association for Operation Management. Confira a programação no www.abai.com.br. Na edição deste mês, leiam os artigos “A logística e a responsabilidade socioambiental” e “RFID para problemas de VMI”, e as matérias “Caminhos da beleza”, sobre logística cosmética, “SEP, agora oficial”, e a coluna “Profissionais certificados”. E como sempre, as informações de mercado e a agenda de cursos para os interessados em crescer e aparecer. Lembramos que a partir deste ano a TODAY Logistics & Supply Chain, depois de um ano de distribuição gratuita, passa a ser oferecida em assinatura anual. Pedimos sua colaboração, leitor, pois com seu apoio podemos consolidar nosso projeto e ir muito mais longe. Leiam, critiquem, contribuam, a revista é sua! Boa leitura! Cecília Borges Editora [email protected] TODAY Logistics & Supply Chain - 04 Logística reversa A logística e a responsabilidade socioambiental os últimos anos, a Logística Empresarial vem passando por uma constante evolução, sendo considerada um dos principais elementos na elaboração do planejamento estratégico, e muitas vezes responsável por enorme geração de vantagem competitiva às empresas. Entretanto, a partir dos anos 90, com a preocupação sobre a utilização dos recursos naturais, assim como o acúmulo de produtos industrializados nos grandes centros urbanos, as grandes empresas passaram a ser as culpadas pela sociedade por este problema. Assim, as companhias incorporaram a nova preocupação: como seria possível encontrar a resolução para esta situação sem gerar aumento de custos e despesas. Com o advento deste cenário, surgiu o conceito de Logística Reversa. Define-se como Logística Reversa a área que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós- N consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, pelos Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem corporativa, dentre outros. Enquanto a Logística Tradicional trata do fluxo dos produtos fábrica x cliente, a Logística Reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa. Devido à severa legislação ambiental e também pela grande influência da sociedade e organizações não-governamentais, as empresas estão adotando a utilização de um percentual maior de material reciclado ao seu processo produtivo, ao mesmo tempo em que passaram a adotar procedimentos para o correto descarte dos produtos que não possam ser reutilizados ou reciclados. A implantação da Logística Reversa vem atender ao público cada vez mais TODAY Logistics & Supply Chain - 06 consciente e sensível quanto à preservação do meio ambiente, tanto que se tornou uma das mais importantes decisões estratégicas face ao crescente ambiente de competitividade presente nas empresas modernas, que vivem em constante busca por soluções que agreguem valor perceptível aos seus consumidores finais. Frente a estes novos paradigmas empresariais da Logística Moderna, à alta velocidade de reação garantida por sistemas de manufatura flexíveis e de informatização logística, como também ao alto nível de relacionamento com os clientes e consumidores finais criando ligações duradouras, essas ações estão sendo adotadas na maior parte dessas empresas. Esta preocupação pela melhoria na performance e na qualidade do produto se transforma em condições básicas e qualificadoras consideradas essenciais e necessárias para participar do mercado, porém não mais suficientes, pois já tem sido observado que tais condições conferem à empresa e ao produto diferenciais competitivos por períodos de tempo cada vez mais curtos. A questão principal da Logística Reversa é a viabilização do retorno de bens através de sua reinserção no ciclo de produção ou de negócios, e para que isso ocorra, faz-se necessário que se desenvolva numa primeira etapa a análise destes bens de pós-venda e de pós-consumo no intuito de definir o estado destes bens e determinar o processo no qual deverá ser submetido. Os materiais podem retornar ao fornecedor ou podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de comercialização. Além disso, os bens podem ser recondicionados, ou reciclados; portanto, um produto só é descartado em último caso. A Logística Reversa de Pós-venda é uma área específica de atuação que se ocupa do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes à bens de pósvenda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que se constituem de uma parte dos Canais Reversos pelo qual fluem estes produtos. Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a um produto logístico que é devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento no produto, avarias no transporte, entre outros motivos. Este fluxo de retorno se estabelecerá entre os diversos elos da cadeia de distribuição direta, dependendo do objetivo estratégico ou motivo de retorno. Já a Logística Reserva de Pós-consumo é uma área de atuação da Logística Reversa que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes a bens de pós-consumo descartados pela sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através de canais de distribuição reversos específicos. Constituemse bens de pós-consumo os produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade de utilização e resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original, ou que ainda possua condições de utilização, por produtos descartados por terem atingido o fim de vida útil e por resíduos industriais. Estes produtos de pósconsumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis e fluírem por canais reversos de Reuso, Desmanche, Reciclagem até a destinação final. O objetivo estratégico mais evidente na implementação da Logística Reversa nas empresas é o de agregação de valor econômico, porém observa-se que mais recentemente dois novos fatores incentivam decisões empresariais em sua adoção: o fator competitividade com intuito de fidelização do consumidor, e o fator da conscientização ecológica. Quando todas as empresas constatarem os benefícios da implementação da Logística Reversa em sua organização, seus principais objetivos passarão a ser de resTODAY Logistics & Supply Chain - 07 O autor deste artigo é Gregory Petter dos Santos, Bacharel em Logística. Explica como, em sua visão, a logística reversa abrange a importância de preservar o meio ambiente, ao mesmo tempo em que exerce a função de ser um diferencial competitivo ponsabilidade pelos seus produtos e embalagens, desde o projeto até sua disposição final, desenvolvendo assim entre a empresa e seus clientes, relacionamentos colaborativos, dentro e além dos limites da sua própria organização, proporcionando a preservação da natureza, e, conseqüentemente colaborando com a melhoria na qualidade de vida da sociedade em geral. Sobre o autor: Gregory Petter dos Santos é Bacharel em Logística, com vários cursos de complementação em Logística Empresarial, tendo concluído o último, sobre Balanced ScoreCard, em julho de 2007. Sua experiência profissional abrange as áreas de Operações Portuárias, Transporte Rodoviário de Carga, Armazéns Gerais, de Contêineres e Frigorificados. Atualmente é Analista de Logística na Perdigão Agroindustrial, no setor Gerência Logística de Armazenagem e Distribuição do Mercado Interno. RFID o ki é s r e tand cuja S o ianc artigo, volvida B n n te o jeNels utor des foi dese um pro a ogia 04, em ógica em l o d o l met 01 a 20 o tecno esas . ã 0 pr de de 2 inovaç ara em dação e d n e to d ística p ela Fu Estado o g log iado p a no arti s c i o n u , o Fina à Pesq Fapesp) mente a io ( Apo Paulo esumid lizado São senta r udo rea apre enso est época ext na Etiquetas inteligentes RFID nas operações logísticas entro dos próximos anos, deverá ocorrer uma grande onda de mudanças tecnológicas em logística, com a utilização em grande escala de etiquetas com tecnologia Radio Frequency Identification (RFID). Etiquetas RFID são minúsculos chips eletrônicos que permitem identificar e monitorar, em tempo real, as centenas de milhares de produtos que percorrem a cadeia de suprimentos da indústria produtiva. Será a chamada internet das coisas (internet of things). D RFID para problemas de Dados de etiquetas RFID são coletados com fluxo constante, indicando localização física e lógica de matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados na cadeia logística. Essas informações são muito valiosas para o planejamento da reposição de produtos. A análise desses dados permite uma melhor previsão das demandas e reduz substancialmente os estoques nos participantes da cadeia logística. A principal particularidade da utilização em larga escala de etiquetas RFID será a enorme quantidade de dados resultantes. Nestas condições, o planejamento das operações logísticas das empresas será uma atividade de difícil realização sem o apoio TODAY Logistics & Supply Chain - 08 VMI de ferramentas adequadas para análise. A proposta deste artigo é apresentar uma metodologia desenvolvida especialmente para uma operação logística que deverá se tornar muito comum com a utilização de etiquetas RFID: o problema de reabastecimento ótimo de estoques em grande escala gerenciado pelo fornecedor (em inglês VMI Vendor - Managed Inventory). VMI Vendor - Managed Inventory VMI é uma prática onde os fornecedores são responsáveis pelo gerenciamento dos estoques de seus clientes e devem garantir que nunca haja desabastecimento do produto. Na operação convencional (sem VMI), o cliente faz seus pedidos periodicamente, após verificar seus estoques. Normalmente isso ocorre no início de cada semana ou mês, e usualmente quando os níveis de estoque já estão baixos ou mesmo nulos. O resultado é que o fornecedor recebe em determinados dias da semana ou do mês uma grande quantidade de pedidos a serem atendidos, e muitos com urgência. A operação convencional é uma situação muitas vezes crítica: usualmente ocorre desabastecimento no cliente, ou o fornecedor tem uma frota de veículos superdimensionada. Os clientes não fazem pedidos com VMI: seus estoques são medidos remotamente e de forma instantânea por coletores de dados via RFID. Automaticamente, quando os níveis de estoque atingem determinado nível, o fornecedor programa uma entrega para repor o produto. Dessa forma, o cliente nunca fica desabastecido e o fornecedor pode planejar suas entregas com antecipação, o que permite utilizar mais racionalmente a sua frota de veículos. Com VMI, o fornecedor, responsável pela programação das entregas, objetiva minimizar seus custos de transporte, garantindo, entretanto, que não haja desabastecimento nos clientes. A flexibilidade de decidir quando e quanto do produto deverá ser entregue pode reduzir substancialmente os custos de transporte. De uma forma geral, o VMI busca soluções para repor produtos para um conjunto de clientes distribuídos geograficamente numa determinada região. Os estoques nos clientes variam constantemente e há uma série de restrições operacionais a serem respeitadas: capacidade de trans- porte dos veículos, capacidade de armazenamento nos clientes, janelas de tempo, rodízio de veículos, hora do rush etc. Procura-se determinar quais clientes cada um dos veículos deverá atender em cada dia do horizonte de planejamento (roteirização) e quanto de qual produto deverá ser entregue. A figura a seguir mostra esquematicamente o problema resultante (minimização simultânea de custos de transportes e de estoques com roteirização). Esse problema é conhecido na literatura especializada [1] como IRP inventory routing problem. Metodologia para solução Em situações reais, o problema descrito acima pode ter centenas ou mesmo milhares de clientes. As possibilidades de combinação de rotas, quantidades e data de entrega para um número grande de locais de reabastecimento são praticamente infinitas. Adicionalmente, a medição instantânea de estoques, fornecida pela coleta de dados RFID, torna o problema dinâmico. Uma solução eventualmente encontrada será válida apenas até a próxima variação significativa de estoques. Um problema VMI com medição instantânea de estoques é, portanto, um problema com solução numérica muito complexa. Será muito difícil encontrar a melhor solução entre todas as alternativas possíveis (ótimo global). Entretanto, sabemos que algumas alternativas devem ser melhores do que outras (ótimo local). Qualquer melhoria em relação a um determinado status operacional pode trazer ganhos significativos, em termos de redução de custos e melhoria da qualidade de serviços. TODAY Logistics & Supply Chain - 09 Otimização Otimização é um conjunto de métodos matemáticos desenvolvidos para comparar sistematicamente, do ponto de vista de uma função de mérito, soluções alternativas, e selecionar aquela com melhor avaliação. Ferramentas de otimização são usualmente utilizadas quando há uma quantidade muito grande de alternativas, e a busca direta por alternativas de melhor desempenho é inviável por ser muito demorada computacionalmente. No caso de problemas de VMI, o fornecedor deseja que o reabastecimento de seus clientes seja feito sem que haja falta do produto no cliente e que seus custos de transporte sejam os menores possíveis (função objetivo). As restrições operacionais básicas são as janelas de tempo de entrega no cliente, as capacidades dos veículos da frota e capacidade de armazenamento do produto no cliente. Para que nunca haja desabastecimento do produto, a entrega deve ser feita antes que ocorra a falta do produto. O fornecedor poderá escolher o momento de antecipação da entrega do produto, e poderá fazer isso quando estiver atendendo um outro cliente na região, diminuindo assim custos de transporte. A antecipação da entrega é limitada pela capacidade máxima de armazenamento do produto no cliente. Esse problema tem uma solução inicial trivial. Basta admitir uma frota de veículos suficientemente grande para atender a todos os clientes sem que nunca haja desabastecimento e que atenda às restrições operacionais. Esta solução inicial tem obviamente custos de transportes muito altos. Gerenciamento A coleta de dados em tempo real reduz a dependência de modelos probabilísticos de previsão de demanda. Qualquer alteração na demanda é imediatamente detectada e pode ser incorporada no modelo de otimização. Infra-estrutura computacional paralela A solução clássica de problemas de otimização de grande escala é feita com estações de trabalho multiprocessadas de alto desempenho, ou agregados de computadores dedicados (beowulf clusters). Esse tipo de equipamento, entretanto, é caro e exige operação especializada. Por outro lado, as organizações usualmente dispõem de centenas ou mesmo milhares de computadores, interligados por redes locais de boa qualidade, e que estão ociosos em grande parte de seu tempo, principalmente à noite e aos fins- de-semana. A utilização coordenada desses recursos computacionais ociosos permitiria construir um supercomputador virtual, com capacidade de processamento paralelo suficiente para solucionar problemas complexos de interesse para essas organizações, como é o caso de problemas de VMI de grande escala. A idéia de se criar um supercomputador virtual utilizando o tempo ocioso de computadores interligados em rede surgiu em 1995 no projeto SETI Search for Extraterrestrial Intelligence (http://setiathome.berkeley.edu), desenvolvido para processar uma quantidade muito grande de dados obtidos em um rádio telescópio, com o objetivo de detectar a existência de vida extraterrestre. Desde então, vários outros projetos baseados nesse mesmo conceito têm sido desenvolvidos para aplicação em problemas complexos em áreas TODAY Logistics & Supply Chain - 10 como previsão de tempo, medicina, finanças, fenômenos sísmicos e exploração de petróleo e gás. A idéia do projeto SETI foi utilizada neste trabalho para a criação e implementação de uma infra-estrutura computacional de solução de problemas enormes de VMI com programação paralela utilizando a linguagem programação Java. Algoritmos genéticos Para que se possa utilizar os recursos da infra-estrutura computacional paralela é necessário que a formulação analítica do problema de otimização seja paralelizável. Neste estudo utilizamos algoritmos genéticos no modelamento do problema de VMI, pois algoritmos genéticos são métodos de otimização intrinsecamente paralelizáveis. Algoritmos genéticos são inspirados na teoria da evolução das espécies proposta por Darwin. De acordo com essa teoria, quanto melhor um indivíduo se adaptar ao seu ambiente, maiores as suas chances de sobrevivência; cada um dos indivíduos tem uma seqüência individual de genes que define todas as características físicas, inclusive a sua maior ou menor adaptabilidade ao ambiente em que vivem. A seqüência de genes é alterada durante a reprodução, e a seqüência de genes dos filhos resulta da combinação dos genes dos pais. Ao longo de muitas gerações os indivíduos menos adaptados são, pela teoria da evolução, naturalmente eliminados e obtém-se uma população bem adaptada ao seu ambiente. Aplicando esse conceito a problemas de VMI, soluções (indivíduos) de menor custo de transporte (melhor adaptabilidade) devem ser sempre obtidas ao se combinar soluções iniciais (pais) com um número suficiente de iterações (gerações). O processo de evolução, no caso do problema de VMI, inicia-se com a geração aleatória das datas de reabastecimento de estoques (genes) para um determinado número (população) de soluções. As soluções são então classificadas segundo o valor de sua função de aptidão (custos de transporte). Uma nova população é então gerada mantendo-se as melhores soluções da população anterior e criandose novas soluções a partir da recombinação ou mutação de genes de soluções da população anterior. O processo de evolução geracional prossegue até que seja atingido algum critério de parada, por exemplo, tempo de processamento. A solução obtida é a melhor solução encontrada (ótimo local) para o problema de VMI analisado. Implementação A metodologia proposta foi implementada utilizando algoritmos genéticos para um modelo referencial de reabastecimento ótimo, com uma grande quantidade de locais de abastecimento (4.000) e com uma grande variabilidade de níveis de demanda. Foram admitidas estimativas de custos, de fretes e de desempenho médio operacional dos veículos. O modelo admitiu a entrega de um ou mais produtos de um único fornecedor, com um ou mais centros de distribuição, para muitos clientes dispersos geograficamente. A infra-estrutura computacional paralela apresentada anteriormente foi implementada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), que se localiza no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP). No Cietec está instalada uma rede local padrão ethernet de 100 Mbps com uma ampla quantidade e variedade de equipamentos interconectados. A implementação da metodologia foi feita segundo os passos e atividades apresentadas sucintamente na figura ao lado. operação diária de planejamento logístico. Esses experimentos mostraram que a metodologia proposta pode fornecer bons indicadores para o planejamento de rotas de reabastecimento em problemas de grande escala. A vantagem econômica da infra-estrutura computacional utilizada é evidente. A utilização dos recursos ociosos de redes locais de PCs e a simplicidade operacional viabiliza o uso de computação paralela na solução de problemas logísticos do dia-a-dia das empresas. Resultados e conclusões Foram testados vários problemas de VMI de grande escala modelados com algoritmos genéticos na infra-estrutura computacional paralela. Os resultados obtidos na otimização foram significativamente melhores do que a operação inicial de programação de entregas. A velocidade de solução do modelo mostrou-se diretamente proporcional ao número de PCs em operação na rede. Os resultados mostraram-se satisfatórios e compatíveis com a TODAY Logistics & Supply Chain - 11 Referências Bibliográficas CAMPBELL, A., CLARKE, L., SAVELSBERGH, M., An inventory routing problem. The Logistics Institute, Georgia Institute of Technology, Abril, 1999. STANDERSKI, N. Uma Metodologia para Solução de Problemas de Grande Escala de VMI Vendor-Managed Inventory. In: XXIII Seminário de Logística Internacional. ABM Associação Brasileira de Metais, Belo Horizonte, Junho de 2004. Cosmético s dados são da Euromonitor (2006) e divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec): em relação ao mercado mundial, o Brasil ocupa a terceira posição no volume de vendas de produtos cosméticos. É o segundo em produtos infantis, desodorantes e perfumaria; terceiro em produtos para o banho, produtos masculinos, higiene oral e cabelo; o quarto em cosmético cores; o quinto em proteção solar; oitavo em pele e o nono em depilató- O A indústria nacional de higiene, perfumaria e rios. Um mercado composto por quase 1.500 empresas, sendo 15 delas de grande porte, com faturamento líquido superior a R$ 100 milhões. Quase 700 delas concentram-se no Estado de São Paulo, o que possui mais empresas no segmento, seguido do Paraná, com 148, e o Rio Grande do Sul, com 110. E não é só, espera-se que no ano de 2007 haja acréscimo de 20% no faturamento dos fabricantes. Alguns fatos chamam a atenção dos analistas com relação ao consumo de produtos cosméticos: o crescimento pela inclusão de novos consumidores das classes C e D, e a concentração no Nordeste. Com quase metade das fábricas localizando-se no Sudeste, e consumo em ascensão no Nordeste, calcula-se que os operadores i n m h a o s C cosméticos não tem do que a z e l da be logísticos tenham aí boas perspectivas de trabalho. Os canais de distribuição usados são na maior parte os tradicionais, o atacado e o varejo; a venda direta, com a evolução do conceito de vendas domiciliares; e franquia, lojas especializadas e personalizadas. A marca Éh Cosméticos, com aproximadamente um ano de lançamento, aposta em uma proposta diferenciada de atuação. Rodrigo Gomes, diretor de Operações e Negócios conta que a Éh entrou em operação em junho de 2006, com planejamento desde 2005. Em sua área, ele explica que a escolha de fornecedores obedece a abordagens específicas. “Acompanhamos de perto a evolução de todas as substâncias utilizadas, para ter sempre produtos de ponta. Isso acontece com o xampu e reclamar nos últimos anos. Crescimento constante, diversificação de produção e expansão de consumo são alguns itens que despertaram a necessidade de um atendimento diferenciado por parte dos operadores logísticos. Há boas oportunidades, garantem os especialistas TODAY Logistics & Supply Chain - 12 Armazém da Antilhas Embalagens com as fragrâncias, mantemos contato pessoal com as fabricantes internacionais”. Os projetos de embalagens são da própria Éh, com o desenvolvimento exclusivo dos formatos. Para a manufatura das embalagens, a Éh fechou uma parceria com a AbPlast, de Joinville. Depois de meses de trabalho, as duas companhias chegaram ao resultado final de moldes próprios e exclusivos. “Começamos a soprar as embalagens com eles, mas é uma parceria que podemos fazer com outros fornecedores”. Terceirizaç la ca ão e m larga es As atividades logísticas da Éh acompanham as características da indústria de TODAY Logistics & Supply Chain - 13 consumo, concorrência entre os possíveis operadores e contratação do selecionado. No caso, a escolhida foi a McLane, que também presta serviços para grandes indústrias como a Procter&Gamble e a Unilever. A McLane é responsável por operações como controle do warehouse, a distribuição e a roteirização. Sem ter experimentado – ou na verdade, sequer pensado – em atividades logísticas próprias, a Éh Cosméticos ingressou no mercado com a idéia de terceirizar. “Só não terceirizamos áreas estratégicas como a criação e o desenvolvimento de produto e vendas. Logística e produção estão com terceiros”, enfatiza. As operações da fabricante seguem a rotina da indústria de consumo, com o target de giro de produto no estoque. “Tenho a cobertura mínima de 30 dias no estoque para chegar ao mercado, com pronta entrega. E estamos sempre revendo o tar- Cosmético “Acompanhamos de perto a evolução de todas as substâncias utilizadas, para ter sempre produtos de ponta”. Rodrigo Gomes, diretor de Operações e Negócios da Éh Cosméticos get porque usamos muitas fragrâncias da Europa que têm de vir de navio”, explica Gomes. O fornecedor de matéria-prima, em função do giro do estoque, entrega ao parceiro da produção. Respeitando a política do estoque mínimo, os terceirizados é que fazem todo o fluxo de material: “Ele faz o pedido à AbPlast e também à Givaudan (fragrâncias), produz e nos entrega a caixa fechada”. Em seis meses de atividade, a Éh otimizou a logística de produção, o que propiciou uma eficiente distribuição nacional a 3 mil pontos-de-venda no Brasil todo. Por ser uma jovem empresa, os processos não passaram por nenhuma revisão ou mudança, já que tudo funciona como o planejado. “Mantivemos uma política agressiva de entrega expressa na cidade de São Paulo, com alto grau de exigência.” Além de São Paulo, os produtos Éh chegam a 23 estados, sem previsão de alcançar o exterior. Ch eir o bom A Firmenich, participante da cadeia dos cosméticos, é uma empresa suíça, de perfumes, sabores e aromas, que tem mais de 100 anos de existência e está em praticamente todos os lugares do mundo. “No Brasil estamos há 55 anos, com um site de 30 mil m2, em Cotia, onde criamos, desenvolvemos e produzimos fragrâncias, não só para o Brasil, como para todo o mercado latino-americano”, afirma Itaguacy Ibrahim, diretor Comercial. A fabricante fornece fragrâncias, em âmbito industrial, como matéria-prima para a cadeia de cosméticos, atendendo clientes de grande porte como Natura, Avon, O Boticário, Unilever, Procter&Gamble, Bom Bril, entre outros. No negócio de perfumaria, de uma maneira geral, 80% dos componentes são importados. “Dependemos muito fortemente das estruturas aéreo e portuária e temos de computar toda a problemática para o bom funcionamento da nossa cadeia de abastecimento, para conseguir atender prontamente os clientes no Brasil”, salienta o diretor. Outro fator muito importante para a eficiência da Firmenich é o trabalho a quatro mãos com a previsibilidade de vendas. Então, os números do estoque e de volumes são acompanhados muito proximamente à produção. As operações de entrega não são de grande volume que justifiquem a contratação de operadores logísticos e sim transportadores. “Usamos muito o warehouse porque temos grande previsibilidade, contando sempre com os prazos de processamento e de importação. Acabamos trabalhando por demanda”, enfatiza Ibrahim. O grande mérito da Firmenich é a administração das matériasprimas, conhecendo a previsão de volumes de produção. Em b alagem A embalagem integra o processo final de produção dentro da fábrica, mas sua importância atesta a existência de uma indústria especificamente dedicada à atividade. A Antilhas Embalagens, com forte Embalagens desenvolvidas pela Antilhas TODAY Logistics & Supply Chain - 14 presença no setor de produtos de beleza produz papel cartão e plástico, gerenciando o desenvolvimento, a produção e a entrega de sacolas com acabamento manual e automático, caixas e cartuchos, envoltórios de papel, bobinas técnicas, estojos e kits, entre outros, para grandes redes de lojas, franquias e indústrias, atendendo a mais de 12 mil pontos de consumo em todo Brasil. Bruno Baptista, diretor de Supply Chain reforça que o fornecimento de embalagens e sacolas com alto valor agregado abrange dois sistemas exclusivos de gestão de estoque: JIT-FP Just in Time - Franchising Program, atendendo o varejo entregando diretamente nos pontos-de-venda e JIT-IS Just in Time - Industry Supply, abastecendo as indústrias. Bruno Baptista destaca que os conceitos estratégicos da logística foram aplicados ao modelo de negócio da Antilhas. “Gestão de demanda e estoques ou a redução do canal de distribuição viabilizados no JIT-FP são exemplos colocados em prática na parceria com empresas como O Boticário, Água de Cheiro e L´acqua di Fiori, entre outras.” As atividades logísticas garantem um nível de serviço adequado às necessidades dos clientes, dentro de custos que visam manter a empresa competitiva no mercado. O segredo da logística da Antilhas está no correto funcionamento desses elos na cadeia interna Na visão do diretor, as operações de Supply Chain, como qualquer processo nas organizações, também dependem da interação de vários departamentos. Na Antilhas os principais departamentos envolvidos nas atividades logísticas são: Comercial, P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e Suprimentos para a manufatura dos produtos aos clientes e termina envolvendo PCP (planejamento de pro- “Existem as operações que rodam 24 horas, as que abastecem fábricas, as que atendem ao pequeno varejo, assim como têm operações que atendem a grandes varejistas”. Alejandro Bagnati, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Exata Logística L ogí dução), Produção e a Logística em si na execução até a entrega dos produtos. “Nossa área de Supply Chain comporta suprimentos (aquisições e relacionamento com fornecedores) e Logística (inbound e outbound de materiais). Com foco na Gestão de Supply Chain, Baptista conta que recentemente a Antilhas redesenhou o processo de Planejamento de Vendas e Operações (S&OP) e implementaram o WMS, da SAP conjuntamente com o ERP completo. “Para melhorias em nossa intralogística houve investimentos em novas estruturas de estocagem porta-palets, novas empilhadeiras enquanto trabalhamos no projeto para ampliação das instalações da empresa, na produção, e de estocagens, tanto das matérias-primas, quanto dos produtos acabados”. TODAY Logistics & Supply Chain - 15 stic a cosmética Alejandro Bagnati, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Exata Logística, do grupo Arex, elucida como funcionam as operações logísticas oferecidas ao segmento de cosméticos: Antes de qualquer coisa, para operar com cosméticos, é preciso atender os pré-requerimentos da legislação, que são as licenças de vigilância sanitária, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No mais, as operações variam de necessidade de cliente para cliente e do que o operador pode atender. “Existem as operações que rodam 24 horas, as que abastecem fábricas, as que atendem ao pequeno varejo, assim como têm operações que atendem a grandes varejistas.” Essa é a regra geral, mas há também especificidades, como manusear e transportar produtos sensíveis à temperatura, com controle de temperatura; inserção de data de validade; rastreabilidade. O profissional destaca que há alguns processos diferenciados, como a Avon que estipula a entrega em determinado cliente, em determinado horário, ou ainda se a cliente quer receber os pedidos quebrados. “Outras empresas determinam que produtos cosméticos não podem estar perto dos alimentícios, por causa da contaminação por odor, por exemplo”. Portos l a i c i f o a r o g a , SEP A criação da Secretaria Especial de Portos, com status de ministério, foi aprovada em agosto em meio a muitos questionamentos e propostas de melhorias no setor portuário brasileiro. O que muda com a consolidação desse órgão? Secretaria Especial de Portos foi oficializada na última semana de agosto no Senado. De acordo com a MP 369, que criou a Secretaria, seu papel é assessorar direta e imediatamente o Presidente da República na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento do setor de portos marítimos e, especialmente, promover a execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infra-estrutura portuária marítima e dos portos outorgados às companhias docas. Uma das exigências do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aprovada, inclusive, pelo ministro Pedro Brito, que controla a Secretaria, é que profissionais com competência técnica estejam à frente da gestão dos portos. Uma das prioridades do ministro é a revitalização e a melhoria na infra-estrutura do Porto de Santos, o mais importante da América Latina. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) atua no mesmo setor, mas tem um objetivo diferente. Criada sob a Lei No. 10.233, o objetivo da Antaq é regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infra-estrutura portuária e aquaviária, exercida por terceiros. Mas as atuais obras para melhorias nos portos brasileiros não passam pelo crivo da Antaq. O órgão que tem o poder para realizar obras nesse setor é o Departamento Nacional A de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), embora seja a Secretaria Especial dos Portos que estabeleça a necessidade das obras. Dessa maneira, a divisão de atribuições é a seguinte: a Secretaria dos Portos define as políticas para o setor, o DNIT executa as obras de infra-estrutura, e a Antaq regula as atividades das companhias docas e da iniciativa privada e a relação entre os setores público e privado na atividade portuária, de navegação interior e marítima. A atuação da Agência não vai além disso, pois a elaboração de políticas no sistema portuário está restrita a Secretaria de Pedro Brito, economista que foi superintendente financeiro do Banco do Nordeste, presidente do Banco do Ceará, secretário da Fazenda do ex-governador Ciro Gomes, e Ministro da Integração Nacional do Governo Lula. Antaq O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Murilo Barbosa, acredita que antes da Lei de Modernização dos Portos, os terminais apresentavam baixa eficiência, pois as operações eram feitas por entidades estatais, quase de modo exclusivo. Para ele, o estabelecimento da Lei trouxe benfeitorias ao setor: “Com a implantação de importantes mudanças institucionais foi dada a sinalização que faltava para a iniciativa privada investir no setor, o que vem sendo feito a partir de então, com grande agilidade e expressivos resultados operacionais”, afirma o diretor. TODAY Logistics & Supply Chain - 18 Barbosa explica que os terminais de contêineres de uso público aumentaram a eficiência quanto à velocidade das operações, de 10 para 50 movimentos por hora, desempenho que pode ser comparada aos melhores terminais do exterior. O diretor acredita que o Brasil será destaque entre os melhores portos do mundo com “a profissionalização total da administração portuária, que removerá o grande obstáculo ainda existente em termos de modernização e eficiência, representado pela baixa qualidade de gestão dos negócios na área dos portos públicos”. Na opinião do diretor da Antaq, os investimentos mais urgentes são os relacionados aos acessos rodoviários, ferroviários e aquaviários, bem como a dragagem, para “permitir o recebimento e atendimento de navios de grande porte, trazendo maior economia de escala, conforme a tendência observada nos melhores portos do mundo”. Nova diretoria na Codesp Em 12 de setembro foi anunciada a nova diretoria da Companhia Docas de São Paulo, Codesp. José Di Bella Filho é o novo Diretor Presidente, em substituição a José Carlos de Mello Rego. A diretoria Comercial também foi mudada. Helmut Kopittke substitui Fabrizio Pierdomênico; na diretoria de InfraEstrutura, Paulino M. da Silva Vicente assume o cargo de Arnaldo de O. Barreto; e Alexandre Alencar Costa é o novo diretor Administrativo-financeiro. O destaque desta edição é Sônia Barreto, gerente de Planejamento de Materiais em uma multinacional norte-americana de auto-peças. Confira os benefícios de ser CPIM. “A certificação nos dá credibilidade”, confirma Sônia. Possui a certificação há quanto tempo? Minha primeira Certificação se deu em março de 2001, após um ano e meio de estudos e provas. Em março de 2006, tive de me recertificar, conforme regras da APICS. Faça um breve resumo de suas atividades profissionais Trabalhei em PCP durante 9 anos, fui planejadora da América Latina - Cone Sul por 5 anos, numa empresa multinacional americana. Coordenei a implantação de Lean Manufacturing e fui responsável por Almoxarifado de Materiais nessa mesma empresa. Em 2005 e 2006, comecei como consultora da Oliver Wight, ministrando cursos e palestras sobre Sales and Operations Planning (S&OP), Planejamento de Demanda, Planejamento Mestre, Planejamento de Materiais, Planejamento de Produção, Lean Manufaturing, Gerenciamento de Mudanças etc. Hoje atuo como gerente de Planejamento de Materiais em uma multinacional norte-americana de autopeças, tendo como principais tarefas: gerenciar os almoxarifados de Matéria Prima, Atendimento a Clientes, Planejamento de Demanda e Planejamento Mestre, Planejamento de Materiais, Planejamento de Produção e Comércio Exterior. Os principais objetivos são: atender a 100% dos pedidos das montadoras com um estoque mínimo de produto acabado, que não chega a uma semana; não deixar parar a fábrica por falta de matéria-prima e componentes com um estoque de no máximo três dias para materiais locais e 15 dias para materiais importados; programar a produção na me- lhor seqüência, onde consigamos atender aos pedidos e ao mesmo tempo, utilizar da melhor maneira os ativos da companhia; gerenciar almoxarifados dentro de todas as regras da SOX; reduzir lead times de materiais importados; melhorar o tempo de desembaraço de mercadoria; etc. Qual a importância da certificação CPIM para o profissional que atua com Supply Chain? Quando não havia me certificado ainda, acreditava que pela minha experiência sabia tudo de Supply Chain. Iniciei o processo de certificação e, na medida em que ia estudando e fazendo as provas, descobria que não sabia nada. Quero dizer com isso que muitas vezes pensamos que sabemos tudo em função do trabalho, mas que o universo na área é tão grande que há muito mais do que imaginamos para se aprender. Hoje eu me sinto confortável em discutir o assunto em qualquer nível, sem a preocupação de não conseguir acompanhar o raciocínio de alguém sênior na área. Também me sinto muito à vontade de atuar na área, sem nenhuma insegurança, porque tenho a confiança de que sei o que estou fazendo. A certificação nos dá credibilidade. Quando sabemos de alguém que se certificou, temos a certeza de aquela pessoa entende de Supply Chain, devido à profundidade em que a certificação nos leva. Quais os benefícios de obter essa certificação no dia-a-dia de seu trabalho e em sua carreira? Em primeiro lugar, uma pessoa certificada tem uma chance muito maior de tomar as decisões corretas, tal é a profundidade de TODAY Logistics & Supply Chain - 19 conhecimento gerado no processo de certificação. Em segundo lugar, em razão da profundidade desse conhecimento, o profissional certificado é muito respeitado e tem credibilidade. São benefícios que não tem preço. Que dicas daria para quem ainda não se certificou e tem dúvidas quanto a isso? O que eu tenho a dizer para quem tem dúvidas é que, para um profissional de Supply Chain, na minha opinião, a Certificação pela APICS é muito mais importante do que um MBA tradicional, pois disseca os assuntos com muito mais profundidade do que qualquer outra graduação. Só de estudar os módulos para as provas, o profissional já adquire um conhecimento ímpar. Para aqueles que já possuem a certificação, o que devem buscar para não se desatualizarem quanto ao aprendizado adquirido? Devem buscar estar sempre se atualizando sobre o tema, seja com a experiência no trabalho no dia a dia, seja com a leitura, ou cursos novos que aparecem ou até mesmo ensinando. A APICS exige Recertificação a cada cinco anos justamente para que as pessoas que se certificaram não fiquem desatualizadas sobre o assunto, coisa que nenhum MBA exige. Por isto tem tanta credibilidade. Para quem decidiu buscar a certificação, meu conselho é: não desistam na primeira dificuldade. As provas são difíceis, é muito comum a pessoa não passar na primeira prova, são vários módulos, enfim, não é uma certificação fácil, haja vista que temos poucas pessoas certificadas no Brasil. Mas no final, vale a pena. Você estará entre os poucos. Express Sorter, equipamento para papelarias UPS, 100 anos de serviços A UPS, empresa com atividades mundiais de entregas expressas, está comemorando 100 anos de existência. Do simples escritório de amigos em Seattle até o status de oitava companhia área do mundo, com uma frota de mais de 92 mil veículos e serviços variados, a empresa hoje emprega mais de 427.000 funcionários no mundo todo. “O sucesso da UPS é resultado de esforços mantidos por milhares de funcionários que dividem um forte compromisso com seus clientes. E, é esta dedicação que guiará de forma positiva a UPS para o próximo século”, afirma Mike Eskew, Chairman e CEO da UPS. No Brasil, onde está presente desde 1995, a companhia comemorou a data presenteando 2.500 pessoas com kits de sementes de ipê amarelo, uma forma de conscientização social. A respeito do assunto, Nadir Moreno, presidente da UPS no Brasil comenta: “A UPS acredita que o sucesso do negócio depende da adaptação de objetivos econômicos e sociais para atividades do meio ambiente. Oferecemos serviços e valores otimizados para nossos clientes quando buscamos uma maior eficiência operacional e um mínimo de impacto no ambiente em que vivemos”. O ipê amarelo foi propositalmente escolhido pela longevidade de cerca de 100 anos, longevidade essa que a empresa deseja desenvolver com o País. “Se nos mantivermos próximos a este sentimento, a UPS está determinada em inovar, crescer, e obter sucesso por mais 100 anos”, completa Eskew. A Linx Logística, parte especializada do Grupo que atua na otimização de processos de movimentação, distribuição e armazenagem, apresenta sua primeira solução para o setor de papelarias: o Sorter. O equipamento consiste em um classificador de alta velocidade de caixas e pacotes (full-case), com múltiplas entradas e saídas, permitindo a separação de até dez mil caixas de 50 kg por hora, com controle de peso e cubagem automático. Daniel Del Mayo, diretor, declara: “Estamos trabalhando em projetos com empresas fabricantes e distribuidores de artigos de papelarias e o retorno tem sido excelente. Nossa expectativa é muito boa”. Mayo afirma também que o equipamento garante melhorias na logística interna, grande produtividade e um diferencial competitivo. Ideal para empresas que precisam lidar com caixas fechadas, o Sorter identifica, direciona e separa as caixas pela leitura de código de barras, por critérios, como destino, cliente e rota. Rodrimar com novo guindaste O grupo Rodrimar acaba de alugar um novo guindaste da Liebherr com capacidade para 100 t, para operação no Terminal Portuário Alfandegado Saboó, no porto de Santos. O investimento, calculado em 2.400.000 euros é o terceiro guindaste alocado pelo grupo nos pontos 3 e 2 do terminal, e deverá entrar em funcionamento a partir do mês de outubro. Contando com 30 atracações mensais de navios conteneiros, com 15 mil contêineres movimentados ao mês, o grupo Rodrimar também está renovando sua frota de reach stackers, com quatro novas, vindas da Terex. Expresso Araçatuba aprova viabilidade da BR-319 Centro agrologístico para a Golden Cargo A Golden Cargo, especializada em cadeia logística de mercadorias especiais acaba de investir R$ 4 milhões – dos R$ 19 milhões em investimento previstos nos planos de expansão da empresa em 2007– em um centro agrologístico. A nova unidade de armazenagem e distribuição foi estruturada com 106 docas, 32 mil posições-palete numa área de 33 mil m2, situada estrategicamente em Barueri para melhor atender o interior paulista. “Com o centro agrologístico, teremos capacidade de atender o Brasil inteiro e ainda oferecer aos clientes o serviço de armazenagem em São Paulo”, explica Mauri Mendes, diretor da companhia, que ressalta também a possibilidade de expansão de negócios para a região Sul do país e ao Mercosul. De acordo com o executivo, a unidade está se adiantando e reforçando a infra-estrutura para atender a demanda por produtos agroquímicos. “O crescimento nas vendas de defensivos agrícolas a partir deste ano, decorrente da recuperação do mercado agrícola, principalmente os herbicidas destinados à soja transgênica e o crescimento da indústria canavieira, obrigará as indústrias a buscarem espaços para armazenagem da sua produção”. As expectativas são de que o centro opere até o final de 2007 pelo menos 40% de sua capacidade, com estimativas de ser utilizada por completo em 2009. “Teremos um serviço mais ágil pela verticalização da operação, com conseqüente redução do custo total da distribuição”, completa Mendes. No investimento, a empresa também se preocupou com segurança patrimonial e ambiental, com a implantação de sistemas de monitoramento, bacias de contenção e reservatórios de água. TODAY Logistics & Supply Chain - 20 O Expresso Araçatuba – empresa de transporte rodoviário e aéreo de cargas que opera nas regiões Norte e Centro-Oeste e nas principais rotas internacionais da América do Sul – começou, em agosto, um detalhado estudo técnico para avaliar as condições da rodovia BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), hoje única ligação terrestre entre as duas cidades. Batizada de Expedição BR-319, a caravana consumiu 33 horas para ser percorrida – trecho que em melhores condições poderia ser cruzado em 14 horas. A iniciativa de sustentabilidade da empresa conformou a viabilidade de utilização da via, por ser de extrema necessidade para minimização dos transtornos econômicos e de movimentação causados à população local. A rodovia abrange cerca de 1.000 quilômetros entre os dois locais e atravessa a rota mais central do estado do Amazonas. Foi construída nos anos 70 e por falta de manutenção está intrafegável, desde o final dos anos 80. “A impressão que fica é de que a BR 319 não foi aberta por sua importância econômica e social, e paradoxalmente abandonada também sem levar em consideração tais aspectos”, destaca Oswaldo Dias de Castro Jr, diretor-Geral do Expresso Araçatuba. As obras na BR 319 foram retomadas no dia 27 de agosto, e sua reativação é considerada importante por vários aspectos, desde melhorar o escoamento da produção do pólo industrial de Manaus para o Sul e Sudeste do Brasil, retomando a principal modalidade de transporte no país (atualmente a região só conta com os modais fluvial, aéreo e cabotagem), até facilitar o fluxo internacional via Peru, Bolívia e Venezuela, promovendo a integração do Amazonas com a América do Sul. TODAY Logistics & Supply Chain - 21 Só o começo ! Em meados de setembro, a Associação para Educação em Administração Empresarial (ABAI) recebeu a visita de Frank Quiett, C.P.M., o facilitador do primeiro curso no Brasil de preparação à certificação “Certified Purchasing Management” (C.P.M.), do “Institute for Supply Management” (ISM), a maior e mais antiga associação de profissionais de compras e suprimentos do m u n d o . Identificandose como um Frank Quitt, instrutor da edição do curso e n t u s i a s t a primeira preparatório à certifiprofissional cação CPM no Brasil de Compras, com paixão por Supply Management, Frank Quiett empolgou os integrantes do curso, das empresas Sealed Air / Cryovac, Bristol Myers Squibb, Bloomberg e Forum-Triton. A próxima edição da revista TODAY Logistics & Supply Chain trará uma entrevista completa com o instrutor e os participantes. Agenda Setembro Curso Intensivo para Analistas e Gestores de Logística e Supply Chain 17 a 18 de setembro em Guarulhos / SP www.ceteal.com Gestão Integrada de Cadeia de Suprimento 25 a 26 de setembro em São Paulo www.centrodelogistica.com.br VIII Congresso Brasileiro de Logística 17 a 18 de setembro em São Paulo *Confira anúncio na 3ª capa www.abml.org.br Planejamento de Redes Logísticas 02 a 03 de outubro em São Paulo www.centrodelogistica.com.br Logística de Transporte Internacional 19 de setembro em São Paulo www.cescomex.com.br 5º Encontro Brasileiro de Logística Têxtil 19 de setembro em São Paulo www.clubedelogistica.com.br Outubro 7º Fórum Regional Ciclo Desenvolvimento Logística & Supply Chain 03 de outubro em Belo Horizonte / MG www.portalsupplychain.com.br Gerenciamento de Custos em Supply Chain 08 de outubro em São Paulo www.cebralog.com.br Logística & Supply Chain 20 de setembro em Curitiba / PR www.portalsupplychain.com.br Conferência do Supply Chain Council – Europa 2007 10 a 12 de outubro em Bruxelas / Bélgica www.supply-chain.org 5º ELLO - Encontro de Negócios em Suprimentos & Logística 24 a 26 de setembro em São Paulo *15% de desconto para assinantes TODAY www.iir.com.br FENATRAN – 16º Salão Internacional do Transporte 15 a 19 de outubro em São Paulo *Confira anúncio na 2ª capa Ambiental www.fenatran.com.br Certificação em Gestão Estratégica de Compras e Suprimentos 25 de setembro em São Paulo www.ebusinessbrasil.com.br 3ª Conferência Cadeia de Suprimentos Hospitalares 16 a 17 de outubro em São Paulo www.ibcbrasil.com.br TODAY Logistics & Supply Chain - 22 II Encontro de Logística Enalog 18 a 20 de outubro em Jataí / GO www.jatai.ueg.br/enalog Logística Internacional 19 de outubro em Campinas / SP www.cescomex.com.br BSCM – Basics of Supply Chain Management (CPIM – APICS) 20 e 27 de outubro e 10 de novembro (3 dias) na Fundação Vanzolini / SP www.abai.com.br Inteligência em Compras 22 a 23 de outubro em São Paulo *15% de desconto para assinantes TODAY www.iir.com.br Estratégias para segurança de cargas 23 a 24 de outubro em São Paulo www.iqpc.com.br Gestão de Estoque na Cadeia de Suprimentos 23 a 24 de outubro em São Paulo www.centrodelogistica.com.br SMR – Strategic Management of Resources (CPIM / APICS) 24 a 27 de outubro na Fundação Vanzolini / SP www.abai.com.br
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