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Editorial Editorial Às suas ordens A revista TODAY Logistics & Supply Chain, apesar da pouca idade, se preocupa com a opinião do leitor , levando a cabo a missão editorial de transmitir o que ele quer e necessita. Assim, emite a pergunta: Você gostaria que a edição da revista publicasse o original de alguns artigos estrangeiros, além da versão em português, em alguns casos, adaptada? Responda sim ou não no link www.todaylogistics.net/enquete. Nosso objetivo é afinar nossa sintonia ainda mais, trazendo em nossas páginas o que o leitor realmente quer. Com o acesso ao original, o público pode selecionar o melhor canal para o momento da leitura, sem falar que a versão em português continua ao dispor. Inicialmente, apresentaremos apenas um artigo dessa maneira. Com o tempo, se for do agrado da maioria dos leitores, vamos colocando outros materiais. O tempo é de democracia (enquete), futebol (Copa do Mundo) e final de semestre. E as boas notícias continuam com as MPEs (Micro e Pequenas empresas). A pesquisa de conjuntura do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), realizada regularmente, mostra que há sinais de recuperação na avaliação dos primeiros meses de 2006. As MPEs da indústria dão sinais de recuperação: tiveram faturamento 2,9% melhor que no mesmo trimestre do ano passado. De acordo com os analistas, desde que a inflação se mantenha sobre controle, espera-se a continuidade do movimento de recuperação, mesmo moderada. Para se ter uma noção da magnitude que os números representam. em São Paulo existem 1,3 milhão de micro e pequenas empresas formalizadas, na indústria de transformação, comércio e serviços, que empregam entre 5 e 6 milhões de pessoas. Entre essas pessoas certamente estão as preocupadas em melhorar suas vidas profissionais ou a performance das empresas. São motivos a mais para ler TODAY Logistics & Supply Chain, cujo conteúdo é escolhido justamente com essa orientação. “A atividade tributária como fator comercial na logística”, de Milton Hashimoto de Moraes, um dos artigos desta edição explica como a atividade tributária, com foco na atividade comercial, pode se tornar o grande diferencial de uma empresa; outro artigo, “Logística: uma área produtora de serviços”, de Paulo Rago, enfatiza a influência das atividades logísticas no preço final de um produto; e o artigo “Executivo-chefe de SC vai conversar com o acionista”, devido à sua extensão foi dividido em duas partes, completando-se com a próxima edição. A matéria de capa aborda como a logística reversa fica mais e mais importante para o futuro e traz casos aplicados da fabricante de impressoras e insumos para informática, Lexmark e a canadense Uni-Select, distribuidora de autopeças. Assim, se essa é sua primeira leitura, welcome on board, bienvenue à bord, benvenuti a bordo, bienvenido a bordo, bem-vindo a bordo! Leiam, critiquem, contribuam, a revista é vossa! Boa leitura! Cecília Borges Editora [email protected] TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 03 Sumário Sumário 06 Conceitos de Logística Reversa e exemplos do Brasil (O Boticário e Penske) e do exterior (Uni-Selec) 12 A atividade tributária como fator comercial na logística, de autoria de Milton Hashimoto de Moraes explica como a tributação pode se transformar em diferencial 14 16 18 21 22 Paulo Rago escreveu como a área de logística pode fazer diferença nos custos da organização Só os bem-preparados sobreviverão, alerta Alexandre Oliveira na primeira parte do artigo “Executivo-chefe de SC vai conversar com o acionista” Express – As novidades dos segmentos de logística e supply chain management Cartas/Glossário Agenda EXPEDIENTE Tradutores: Celina Teixeira - Francês Luiz Macedo - Inglês www.todaylogistics.net ano I - nº 04 - Maio 2006 Thelma Almeida Santos - Diretora Executiva Cecília Borges - Editora - MTb-19.229-SP Antonio Neto - Editor de Arte Anna Claudia Oliveira - Assistente de Produção Antonio Carlos Perreto - Publicidade TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 04 Conselho Editorial: - Cristiano Cecatto - Laurent-F Frédéric Bernard - Luiz Otávio Gazineu Abdenur, CPIM - Nelson Rosário, CPIM - Rubens E. Brambilla, CIRM, CPIM, P. Eng. Contatos: [email protected] R. Fernandes Moreira, 1166 cep 04716-003 - São Paulo - Brasil Tel: 55 (11) 38 16 83 47 vó teresa Capa mais recente, o retorno dos bens pósvenda”. De acordo com seu livro, os motivos pelos quais os produtos retornam podem ser classificados como comerciais, garantia/qualidade e substituição de componentes. o código de barras, o EDI (Eletronic Date Interchange), a informatização de sistemas de expedição e recepção de armazéns, entre outros, têm contribuído para a redução deste tipo de erro. Retornos comerciais contratuais Retorno comercial TODAY Logistics & Supply Nesse item são destacadas duas grandes subdivisões: retornos contratuais e retornos não-contratuais, envolvendo movimentos logísticos reversos de mercadorias devolvidas, por causa de erros de expedição, excesso de estoque no canal de distribuição, produtos em consignação, liquidação de estação de vendas, pontas de estoque etc ; que serão retornadas ao ciclo de negócios por meio de redistribuição em outros canais de vendas. Em diversos paises, existem legislações regulamentando as devoluções de mercadorias em certas condições, motivadas por erros diversos do fornecedor na venda direta por meio de varejistas, por catálogo, pela internet etc; que devem se tratadas pela logística reversa em seu retorno. Tornam-se cada vez mais comuns atitudes empresariais de flexibilização nas devoluções de mercadorias de modo espontâneo, independentemente da legislação, como maneira de manter a competitividade do mercado. Empresas varejistas de grande porte nos EUA recebem as mercadorias em devolução sem perguntar ao consumidor qual seria o motivo. Chain mostra os conceitos Devoluções por erros de expedição Logística reversa são as atividades que possibilitam o retorno de produtos ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou aos negócios. Passou a ser estudada recentemente, H erman Daly, um famoso economista que combina suas atividades com o ativismo ecopolítico alertou recentemente sobre o consumo desenfreado, a grande descartabilidade dos objetos e o conseqüente acúmulo de entulho em todas as partes do planeta. De acordo com suas idéias divulgadas em revistas brasileiras, a sociedade não pode mais fingir que a economia global opera em um ecossistema ilimitado A tendência preocupa muitos estudiosos e em função disso, intensifica-se a implantação de sistemas de reciclagem, reutilização e redução de materiais usados na produção desses bens, os chamados 3Rs. Entre filosofia e atividade, surge a logística reversa, garantindo o retorno dos materiais ao ciclo de produção original ou a outros sistemas. O professor Paulo Roberto Leite, da Universidade Mackenzie esclarece na abertura de sua obra Logística Reversa, Meio Ambiente e mas logo foi incluída no rol de serviços oferecidos pelas operadoras logísticas, comprovado seu retorno econôCompetitividade: “A logística reversa e o estudo dos canais de distribuição reversos, uma nova área da logística empresarial, ainda mais recente, concentra-se principalmente no exame dos fluxos reversos, ou seja, naqueles que fluem no sentido inverso ao da cadeia direta, a partir dos produtos descartados, como pós-consumo ou dos produtos pós-venda, visando agregar-lhes valor, por meio da reintegração deles, de seus componentes ou materiais constituintes ao ciclo produtivo e de negócios.” O professor Paulo Roberto Leite, conhecido estudioso do assunto, explica que há muita coisa em comum entre a logística e a logística reversa. “A começar pela recuperação, pelo reaproveitamento do pós-consumo e outra, TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 06 mico, institucional e até mesmo ecológico. A revista do livro-título de Paulo Roberto Leite e os exemplos (nacionais) dos cartuchos da Lexmark coletados pela Penske e dos perfumes do Boticário, e (internacional) da canadense Uni-Select, distribuidora de autopeças Este tipo de devolução comercial está relacionada com a operação normal entre empresas e nas vendas diretas ao consumidor, quando mercadorias não devolvidas no ato do recebimento pelo mesmo transporte de entrega ou em prazo relativamente curto, não havendo nenhum acordo comercial entre as partes, a não ser os constantes das práticas comerciais normais e legais do país. A introdução do processo de qualidade total e de informatização logística, como Por outro lado, distinguimos essa categoria, na qual existe acordo prévio entre as partes, normalmente entre empresas, que justifica maiores prazos, entre o recebimento e o retorno do bem, acordos para quantidades predeterminadas de estoque em excesso, acordos sobre a responsabilidade pelo estoque excedente, entre outras modalidades. Nesse caso, o retorno será uma operação logística reversa de fato, pois todo sistema reverso precisa ser providenciado. Retorno de produtos em consignação Os contratos de produtos de vendas em consignação prevêem seu retorno quando o prazo contratual expira, sendo o retorno das mercadorias excedentes providenciado normalmente pelo cedente das mercadorias. Essa modalidade de contrato possui a vantagem de poder ser programada pela logística reversa da empresa. Retorno de ajuste de estoques no canal A devolução ou a liquidação de estoques dos bens de pós-venda por ajustes de estoques no canal normalmente envolve duas empresas, e os produtos desenvolvidos ou liquidados serão revalorizados por meio do envio, normalmente, ao mercado secundário, entendido como um mercado apropriado para esses casos, nos quais os produtos são oferecidos a preços menores do que no mercado original, com ou sem marca original, e em produtos de venda diferentes daqueles dos produtos de origem. Em alguns casos, os produtos são enviados ao mercado e origem. As alternativas comerciais para o destino a mercados diferem muito em TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 07 cada caso particular, variando entre produtos e seus hábitos mercadológicos regionais, como o caso de produtos de moda, os têxteis e os calçados, que possuem uma rede organizada de vendas em sistema outlet ou ponta de estoque e o caso de artigos e bazar, que podem ser direcionados para lojas de menor porte ou lojas com preços fixos por produto de qualquer natureza. Diversas situações de cooperação entre empresas participantes da cadeia de suprimento justificam esses contratos, destacando-se aquele devido a: Excesso de estoque no canal. Empresas em momentos de promoção muitas vezes antecipam aos clientes estoque que nem sempre são vendidos nas quantidades esperadas, dando origem a excessos que precisam ser retornados. O ramo empresarial editorial é caracterizado por dificuldades inerentes de previsão de vendas e pela rápida obsolescência de seus produtos, necessitando organizar sua logística reversa com eficiência, pois, normalmente, é a operação vital de lucratividade para o setor. • Baixa rotação do estoq que. Trata-se de ocasiões em que, por diferentes motivos, o giro de determinado produto deixa de ser interessante para o cliente. • Intrrodução de novos produtos. A descontinuidade de um produto e a entrada de um substituto poderá ocasionar movimentos e retorno dos modelos antigos, liberando área de loja ao cliente. • Moda ou sazon nalidade de produtos Da mesma maneira que na situação anterior, porém com certa sazonalidade, é comum que empresas varejistas precisem disponibilizar mercadorias ao final de uma estação de moda. Para aliviar essas situações, os contratos e retorno objetivam antecipar-se aos eventos e resolver o problema de exces- Capa so ou de falta de estoques nos canais de distribuição, por meio de planejamento de revalorização dos produtos retornados. Categoria e retorno por garantia/qualidade Classificam-se como devoluções por “garantia/qualidade” aquelas que ocorrem por defeitos de fabricação ou funcionamento (verdadeiros ou falsos) dos produtos, por avarias no produto ou na embalagem e outros problemas relacionados aos aspectos de qualidade intrínseca aos produtos vendidos. Ao retornarem a um dos agentes da cadeia de distribuição direta, esses produtos poderão ser submetidos a concertos ou reformas que permitirão que retornem ao mercado como produtos novos ou poderão ser dirigidos a mercados diferenciados, denominados mercados secundários, recapturando valor comercial. Devido ao término de validade de produtos ou a problemas observados após a venda, o denominado recall, os produtos serão devolvidos por motivos legais ou por diferenciação de serviço ao cliente. Os motivos de devolução entre empresas e consumidor final e entre empresas de venda direta poderão estar contidos em legislações de proteção ao consumidor ou por garantia concedida pelo fabricante do produto. Os argumentos de devolução poderão ser verdadeiros, quando efetivamente o produto precisar ser consertado ou remanufaturado, ou falsos, no caso de devoluções sem defeito, mas provocadas por deficiência de manuais de uso ou falta de entendimento do comprador. O conhecimento desses reais motivos de devolução pode ser um excelente feedback para correções em termos de qualidade por parte do fabricante. No caso de devolução de produtos danificados, os produtos normalmente não chegam ao consumidor final, por apresentarem avarias durante o manuseio, o transporte ou por acidentes no trajeto, e devem retornar ao fabricante ou a intermediários especializados. No caso de carga acidentada, normalmente a companhia de seguros é responsável pelo destino do bem acidentado. O conhecimento das condições das avarias, além de permitir correções e embalagens formas de transbordo de mercadorias, ainda auxiliará na comercialização orientada dos produtos salvos. • Devolução porr expirração do prazo de validade do produto Esse é o caso de contratos entre fornecedor, atacadistas e varejistas que permitem o retorno dos estoques residuais de produtos que perdem a validade. A exigência normalmente é legal nestes casos. Um exemplo com o alto nível de fluxo reverso é o dos produtos farmacêuticos em geral. Lexmark + Penske A Penske é responsável pelos serviços de recebimento, armazenagem, picking e expedição no Centro de Distribuição Penske. Além disso, também cuida do transporte de distribuição Brasil e cuida de serviços de customização, como etiquetagem, reembalagem montagem de kits, industrialização. Desde 2004, passou a responder também pelo processo de logística reversa, com o recolhimento de cartuchos usados nos postos autorizados e no Suporte à Assistência Técnica. • Inforrmações gerrais da operração: * Local: MCW Tamboré: 5.500 m2; • 5mil endereços (porta paletes e bins); • 40 funcionários; • Quantidade de Itens: 4.000 SKU’s, incluindo assistência técnica; • Customização: capacidade em 2 turnos para: • Etiq quetagem de até: › 10.000 impressoras / mês › 200.000 cartuchos e toners / mês; Retrrabalho de até: › 40.000 unidades / mês; Auditorria de até: › 800 impressoras / mês • Expedição:: › 200.000 peças por mês TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 08 › 2.600 NF’s / mês › 200 ton / mês • Logística Reversa › 80 coletas / mês › 10.000 toners / mês › Fluxo de Informações • Solicitação de coleta através do site www.planeta.lexmark.com.br • Agendamento de coleta entre Penske e cliente • Processo de bonificação ao cliente Lexmark. › Fluxo Físico • Coleta nos clientes da Lexmark (80 coletas / mês) • Avaliação do material e classificação para expedição (10.000 toners / mês) • Transferência do material para empresa contratada pela Lexmark › Fluxo Fiscal • NF de doação para a Lexmark; ou • Carta para não contribuintes de ICMS (modelo no site); As operações de logística reversa começaram pelas necessidades da Lexmark, que representaram um desafio para a Penske, com as seguintes operações: • Gerenciar toda a cadeia logística integrada com um único operador; • Melhorar a visibilidade e gestão / planejamento dos estoques; • Garantir flexibilidade operacional; › Mercado competitivo com elevada sazonalidade e giro de estoque; › Capacidade de suportar um crescimento rápido; › Etiquetagem, reembalagem, montagem de kits, etc; › Industrialização; › Logística reversa; › Suporte a assistência técnica; • Concentrar os esforços no “core-business” • Aumentar a qualidade e nível de serviço Operações Penske (Solução): • Integração de toda a cadeia logística no Brasil › Trading Company: Compras, logística internacional e desembaraço aduaneiro. › Penske Logistics: Armazenagem, customização, distribuição e logística reversa. • Melhoria da visibilidade e gerenciamento e planejamento de estoques › Comunicação entre os sistemas de Gestão da Lexmark (ERP) e da Penske (WMS e TMS) › Estabelecimento de KPI’s e relatórios de desempenho detalhados › Melhoria contínua de processos • Garantida a flexibilidade operacional › Armazenagem com custos operacionais variáveis › Instalação de toda infra-estrutura em área dedicada com flexibilidade de crescimento › Treinamento e especialização de mão de obra para a operação, assim como atividades de etiquetagem, reembalagem, montagem de kits, industrialização, etc. Resultados das operações Penske: › Redução de 30% do custo de inventário › Redução de 05% do custo de transporte › Melhoria na velocidade e confiabilidade de informações › Melhoria de visibilidade › Melhoria do nível de serviço Boticário recicla embalagens No final de abril, em projeto pioneiro, a fabricante de perfumes e cosméticos O Boticário comunicou que vai promover a reciclagem das embalagens dos seus produtos. A campanha pretende incentivar o consumidor a devolver frascos vazios nas lojas da rede. Atualmente, a maior parte das embalagens podem ser recicladas e reaproveitadas, tanto na própria linha de produção, como é o caso do vidro, como na fabricação de outros itens não ligados ao setor de cosméticos. Depois da região-sede, Curitiba, o projeto deve ser ampliado, aos poucos, para outros locais. A margem inicial de retorno deve ficar em torno de 20%, mas o objetivo da companhia é que todas as embalagens retornem ao ciclo produtivo. A empresa possui um portfólio de 600 itens, entre perfumes, maquiagem e produtos para cuidados com o cabelo, rosto e corpo. O começo do projeto ocorreu em Curitiba porque a população da cidade já está familiarizada com sistemas de coleta seletiva de lixo e embalagens. Antes de lançar a iniciativa no mercado, O Boticário implantou em agosto do ano passado o programa junto aos funcionários e fornecedores da fábrica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O resultado foi 1 tonelada de embalagens, em um universo de cerca de 1,3 mil pessoas. Depois de coletadas, as embalagens seguem para a Kapersul, empresa de gerenciamento de resíduos, que faz a distribuição dos materiais para a recicladoras. O Boticário tem 2,4 mil lojas no País. Um caso internacional A logística reversa: as voltas... que podem se voltar contra você Do Canadá vem outro exemplo, em artigo publicado pela Logistics Magazine, Vol. 8, nº3 A má gestão do retorno de produtos, um grande volume de devolução de mercadorias com validade vencida ou devoluções dos consumidores podem ter sérias conseqüências negativas sobre a qualidade do serviço para seus clientes ou sobre seus custos operacionais. Daí a importância de gerenciar eficazmente a logística reversa. O movimento na cadeia Pode-se definir a logística reversa como o conjunto de atividades logísticas que permitem ao produto retornar à cadeia de suprimentos, desde o consumidor final até seu local de fabricação. Por exemplo, um pedido expedido a um consumidor para seu endereço pelo correio, que não responda mais às suas necessidades, será apanhado pela empresa expedidora e devolvido a seu terminal de triagem, antes de ser enviado ao centro de distribuição regional do distribuidor e de ser devolvido ao centro de serviço do fabricante. Ao longo do processo, várias autorizações de devolução terão sido geradas, assim como a triagem e a reembalagem. TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 09 Devoluções de mercadoria Sempre houve devolução de mercadorias. As causas mais freqüentes são erro na elaboração dos pedidos, mau funcionamento de um produto e danos durante o transporte. As empresas podem utilizar várias técnicas de controle: a autorização administrativa, visando reduzir as devoluções de produtos danificados, créditos na origem, informação mais adequada sobre a gestão dos produtos (embalagem, identificação, pré-endereçamento), contratação da alocação da devolução, com o objetivo de eliminar completamente esse fluxo de produtos, devoluções diretamente ao fabricante, etc. Certas empresas confiam essas atividades a organizações especializadas na verificação, reembalagem e triagem. Essa opção tem a vantagem de não congestionar o centro de distribuição com produtos prejudicados pela manipulação e transporte e permite, na maioria dos casos, tratar as devoluções a custos mais baixos. Devolução de produtos no fim do prazo de validade Este setor é particularmente crítico para os produtos sujeitos a um ciclo curto ou muito curto. Por exemplo, o setor de confecções. As campanhas sazonais de promoções definem o início e o fim de vida de um item que deverá ser recolhido na rede por seu fabricante ou transferido para a categoria de desconto. Neste caso, o gerenciamento da variedade de produtos, assim como o tratamento dos volumes segue um encaminhamento específico. Os produtos alimentares, que têm um período definido de consumo, seguem igualmente um encaminhamento logístico específico antes de serem destruídos. Devoluções dos consumidores Os últimos anos têm presenciado o surgimento de uma nova forma de distribuição de produtos na cadeia logística. A compra pela Internet de produtos Capa de todos os tipos criou para os profissionais de logística um novo quebracabeças. No início, as grandes instalações dedicadas a esse tipo de operação não atingiam seus objetivos, na maioria dos casos. Faltava a elas, na ocasião, encaminhar os produtos aos consumidores prevendo completamente os custos de transporte, de manutenção e de expedição. A preocupação com as devoluções freqüentes causa um nível de dificuldade, às vezes muito importante. Atualmente há várias empresas que dominam bem esse processo. Elas implantaram sistemas eficazes. No caso das devoluções, pede-se ao consumidor insatisfeito para seguir instruções de devolução bem precisas. Em certos casos, as devoluções são feitas em lojas ou em locais determinados; em outros, uma empresa de correio faz a coleta da mercadoria diretamente a domicílio, e depois a envia a um centro de tratamento ou a seu local de origem. veis pela reciclagem das embalagem de seus produtos. Em outros casos, os expedidores têm a responsabilidade de trazer as embalagens de volta a seus centros de serviço. Esta gestão dos produtos em retorno é relativamente pouco complexa. A Europa impôs, há muitos anos, normas severas nesse sentido. Em todos os casos, o profissional de logística deve encontrar as soluções adequadas, sem poder contar com práticas bem documentadas. Considerando-se a natureza da situação, as preocupações das empresas são geralmente mais orientadas para a venda dos produtos do que para a gestão da logística reversa. Entretanto, todos os estudos são unânimes em identificar o processo como sendo crucial para a boa gestão de uma empresa. Recepientes de retorno Não faltaram desafios para Pierre Desnoyers, diretor nacional de Logística que se juntou à rede de distribuição de peças de automóvel Uni-Select em 1999, após uma produtiva carreira nas Forças Armadas Canadenses, quando chegou à patente de tenente-coronel. Artigo de autoria de Michel Trudeau, publicado pela Logistics Magazine, Vol. 8, nº3 As empresas do setor automobilístico dominam já há muitos anos a gestão e o acompanhamento do processo de devolução de peças de retorno. Desenvolvido há 20 anos nesse setor, o princípio do just in time marcou o surgimento de embalagens de plástico para produtos, configurados para conter peças de montagem. Como o transporte e a manipulação implicam em utilização de embalagens, sua gestão e seu controle constituem um grande desafio para as empresas do setor. Outras companhias utilizam recipientes de retorno para o transporte: os carrinhos pré-configurados para o setor hospitalar, as caçambas de plástico dos negócios de quinquilharia, o material de proteção para os fabricantes de móveis. Devolução de embalagens Devido às pressões dos ambientalistas e às exigências de certas leis, algumas empresas tornaram-se responsá- Case Uni-S Select: como gerir uma taxa de retorno de 8% A Uni-Select lidera o mercado canadense de peças de reposição para automóveis e caminhões com uma participação de 25 a 30% do mercado canadense. O grupo foi criado em 1968, com 12 integrantes, que desejavam aumentar seu poder de compra e negociar melhores preços de compra. No início dos anos 90, a empresa expandiu-se fortemente, a partir de Montreal e Quebec, em direção às Marítimas, Ontário e Oeste Canadense. No final dos anos 90, a Uni-Select entrava no mercado norteamericano. Atualmente a Uni-Select possui 17 CDs, dos quais 14 no Canadá e três nos Estados Unidos, sendo que a maioria é TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 10 resultado de aquisições. O volume de negócios atingiu 722 M$ em 2003, quando o número de empregados chegou a 1.200, duas vezes mais do que há cinco anos. O grupo conta com 1.300 revendedores na América do Norte, agrupados em cinco bandeiras., e explorando 1.700 lojas. As revendedoras se abastecem de duas formas: nos armazéns da UniSelect ou diretamente com os fornecedores, cujos preços foram previamente negociados pelo grupo. Ao longo dos quatro últimos anos, as compras efetuadas diretamente dos fornecedores passaram de 48% a 58% para os membros do centro de distribuição de Boucherville, um subúrbio ao sul de Montreal, uma economia no custo de armazenagem para os representantes, que devem, em retribuição, assumir as despesas de administração em benefício de preços melhores. Novo WMS Uma das primeiras missões de Pierre Desnoyers em sua qualidade de diretor de Logística, consistiu em participar da inauguração de um sistema de gestão de armazém que respondia às necessidades logísticas da empresa. Sabendose que seu catálogo de produtos contém mais de 400.000 sku [unidades de armazenamento] e que mais de 100.000 são inventariados a cada dia no centro de distribuição de Boucherville, as ferramentas de gestão têm que ser eficazes. Sobretudo, quando esse armazém de 200.000 pés quadrados (22.000 m2) compreende um andar e um mezanino. Somente de freios podem-se contar 1.000 modelos. Perto de 80 novos itens por dia são registrados no sistema, enquanto igual número é excluído. A Uni-Select encerrou sua utilização de um WMS da Catalyst, um software norte-americano usado em Quebec por empresas conhecidas, tais como a Colabor (distribuidora de produtos alimentícios), Aldo (venda de calçados) e a fabricante de ferramentas Garant, de Quebec. Esse WMS foi implantado ini- cialmente em Quebec em 2001, e um ano depois em Montreal. Depois, à razão de um centro por ano: Moncton, Edmonton, Toronto, Vancouver e, para terminar, os armazéns americanos. Segundo M. Desmoyers, o novo WMS impunha-se para reduzir os erros nos pedidos e para obter grande incremento na precisão do inventário. “Em 2001 nós tínhamos um índice de erro de 0,31%. Em 2003 este era de 0,12%, e hoje registramos um índice de 0,09% sobre as vendas de 65 M$ no centro de Boucherville”. Quando lhe perguntam qual é o obstáculo mais difícil de vencer na implantação do novo WMS, ele afirma: “É a formação adequada dos supervisores e do pessoal que é o principal fator de sucesso da implantação de um WMS. Quando da implantação em Quebec nós registramos um índice de rotação dos supervisores de 50%. Nos outros centros de distribuição em que implantaremos o sistema, enfatizaremos a preparação dos funcionários e supervisores.” Logística reversa: as devoluções Em seguida à implantação do novo WMS, o armazém foi dividido em duas grandes categorias de produtos: os produtos de alta velocidade (80 vendas ou mais por dia) e os produtos de baixa velocidade (menos de 20 vendas por dia). A velocidade é determinada pelo histórico de vendas do último mês e as previsões para os dois próximos meses (com base nas vendas dos dois meses correspondentes do ano anterior). Os locais das mercadorias são definidos a partir da velocidade e não segundo uma ordem seqüencial, como antes. “Atualmente, em nosso armazém de Montreal, nós encontramos 99,3% de todas as peças pedidas em um local conveniente do armazém. Antes, os índices eram de 95% nos dias seguintes ao inventário, e menos de 80% onze meses depois.” Segundo o Desnoyers, “trata-se de uma parte importante de nossas operações que é necessário não somente c o n t r o l a r, mas igualmente medir seu impacto no nível de serviço a nossos revendedores. Na ponta da linha, a qualidade de nossas operações influencia diretamente o consumidor. Quando você pede uma peça para seu carro, você espera que ela seja instalada no mesmo dia, ou no mais tardar, no dia seguinte. Não há desculpa, sobretudo se a peça está no armazém, mas você não a encontra.” No que diz respeito ao gerenciamento das devoluções, o volume global anual atinge 8% das vendas do centro de Boucherville. Afora os erros do centro, as outras devoluções são divididas em cinco grandes categorias: as peças usadas (núcleos), as peças defeituosas, os erros dos clientes, as devoluções anuais e devoluções diversas. 1. Peças usadas (núcleos) São peças originais usadas e recicláveis. Pode-se tratar, por exemplo, de um alternador. O fornecedor reembolsa até 50% do valor original da peça. Em média, anualmente, esta categoria representa 400.000 $ sobre as vendas de 65 M$. 2. Peças defeituosas Peças que são devolvidas aos fornecedores. Estes enviam um funcionário ao armazém para examinar as peças e decidir entre destruí-las ou recuperálas. O armazém recebe peças defeituosas no valor de 900.000 $ por ano. 3. Erros dos clientes Nesta seção as devoluções montam a 1.100.000 $ por ano. É o cliente que assume a responsabilidade. Este, portanto, pagará uma vez por receber a primeira peça pedida por erro e uma TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 11 segunda vez para corrigir o erro. Além disto, o atacadista deve comparecer ao armazém para procurar a peça correta ou pagar pelo transporte. Em todos os casos, os pedidos colocados pelo balcão rápido Uni-Select garantem um serviço em 30 minutos, entre o momento em que o cliente passa seu pedido e o em que ele se apresenta no centro para apanhar suas peças. 4. Devoluções anuais O setor com mais devoluções: 2.000.000 $ por ano. Os fornecedores e a Uni-Select autorizam os revendedores a devolver, no ano seguinte, entre 3% e 5% das mercadorias compradas ao longo do ano. Esses itens incluem os produtos perecíveis como a tinta, comprada em tambores, mas vendida em pints ou galões. Os revendedores podem então devolver as mercadorias que estão paradas em suas prateleiras. 5. Devoluções diversas Estas montam a 300.000 $ por ano. São as linhas de produtos interrompidas, substituídas por uma outra linha ou recolhidas por um fornecedor em seguida a um defeito. Para Desnoyers a implantação do novo WMS em Moncton e nas outras cidades canadenses e americanas o forçará a empunhar novamente seu bastão de peregrino. “Nós temos agora um bom conhecimento de nossas novas ferramentas e a experiência adquirida que facilitarão nossa tarefa em outros locais.” Serviços A área de logística não gera nenhuma receita financeira para uma empresa, mas pode fazer com que uma organização tenha mais ou menos custos envolvidos no preço final de um produto. Esta é a conclusão a que chega o autor desse artigo, Paulo Rago Logística: Uma área produtora de serviços Paulo Rago N o atual ambiente de negócios em que nós vivemos, com grande competitividade mundial – devido à globalização, queda de barreiras alfandegárias, criação de blocos econômicos e aumento da produtividade em todos os setores, – a oferta de serviços agregados ao produto tornou-se quase que uma obrigação ao fornecedor, pois a exigência por serviços continua a aumentar diaria- mente. Em razão disto, as empresas começaram a perceber que não basta vender, tem que disponibilizar. E, em outras palavras, tem que existir “logística”. De acordo com Ballou (1993), a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, pelo através de planejamento, organização e controles efeTODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 12 tivos para as atividades de movimentação e armazenagem, que visam facilitar o fluxo de produtos. Pela definição clássica, logística “é o processo de planejamento, implementação e controle de fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matéria -prima, estoques em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente.” Com esta definição, fica mais fácil entender que a logística é a ferramenta fundamental para a concretização do processo de venda com eficiência e eficácia. De que adianta vender se não temos o produto para entregar? Para ilustrar melhor, gosto sempre de citar o caso das entregas de pizzas. Normalmente se temos uma pizzaria que tem um produto excelente, preço competitivo, mas demora muito para entregar, mudamos denosso fornecedor. E por que isto ocorre? Justamente pela falta de serviço logístico, de acordo com a necessidade do cliente, o ‘“reizinho”’ da situação. (Sempre digo também que o cliente deve ser tratado como a razão de tudo, da existência, logo, como um rei). “Alguns podem perguntar: se o cliente é tudo isto, então ele deve ser tratado com um Deus. Explico: Deus perdoa, o rei não perdoa. Se você falha com ele, ele “corta” sua cabeça, assim como o cliente. Sendo assim, temos que tratá-lo como rei e não como Deus”. O cliente quer ter o produto que ele sonha no momento em que for interessante para ele. Para atender esta necessidade, as empresas agora parecem entender o quão importante e essencial é ter um serviço logístico eficiente em toda sua cadeia produtiva, desde a coleta de matéria-prima até a entrega do produto final, inclusive com a chamada logística reversa (a volta de embalagens para reciclagem, por exemplo). No começo do século passado, as empresas estavam apenas interessadas em praticar a logística como uma ferramenta meramente operacional para escoamento de produção. Nesta época, o cliente era algo que não tinha valor se analisarmos uma célebre frase de Henry Ford: “faremos o carro na cor que o cliente quiser, desde que seja preto”. Com o passar do tempo, as empresas perceberam que se as necessidades dos clientes fossem atendidas, as mesmas teriam mais chances de serem fidelizadas pelos clientes, principalmente pela grande concorrência que se iniciava. “Estamos aprendendo agora que um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de empregados motivados, embora isto seja um prérequisito, mas através por de sistemas logísticos que permitam uma entrega consistente do pacote de serviços” (Christopher, 1992, p.1). Humildemente completo que hoje, a logística (ferramenta que movimenta a Cadeia de Suprimentos – Supply Chain), deve ser encarada e administrada como uma atividade produtora de serviços. Logo, como tal, deve ser operacionalizada e gerenciada baseada em processos produtivos (produção de entregas, de recebimentos, de movimentação, estocagem, etc). Cada vez mais, as empresas e os profissionais envolvidos, deverão saber quais são os produtos logísticos a serem produzidos, calibrando sua linha de produção a fim de ter a melhor produtividade possível (Supply Chain) com um custo condizente, o que é diferente do menor custo, pois, haverá sempre um preço para cada serviço e um serviço para cada cliente. Não basta mais tentar fazer, justificar o motivo de não ter feito. Não basta também realizar sem saber qual é a capacidade produtiva de sua “linha de produção de serviços”. É necessário produzir corretamente, com o menor número de perdas possível. Vale ressaltar que esta “linha de produção” tende a possuir uma demanda “puxada” (baseada na ordem de pedido), portanto é importantíssimo ainda destacar que a logística começa pela necessidade do cliente. Se a empresa e os profissionais que atuam na Cadeia de Suprimento não entenderem esta necessidade, não há movimento de produção e sim movimento de reação (o famoso “ccorrer atrás”, que é o pior cenário para uma atividade logística eficiente). Por fim, fecho meu pensamento lembrando que a área de logística não gera TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 13 nenhuma receita financeira para uma empresa, mas ela pode fazer com que uma organização tenha mais ou menos custos envolvidos no preço final de um produto, fazendo com que se busque então, três grandes objetivos na área: 1) Melhoria de desempenho para atendimento das necessidades internas e externas; 2) Conseqüente redução de custos devido a um bom gerenciamento das atividades; 3) Necessidades dos clientes superadas, a fim de gerar fidelização. Justamente como ocorrem em qualquer processo produtivo visando um atendimento pleno da capacidade produtiva x disponibilidade de produtos com custo equilibrado. Para saber se você realiza uma logística eficiente, voltada para produção de serviços, deixo algumas perguntas no ar: quantos ‘“produtos logísticos”’ você e sua empresa produzem por dia e/ou por semana, mês? Está dentro das necessidades dos clientes e da empresa? É a melhor produção da Cadeia de Suprimentos? A rentabilidade dos processos é a ideal? Sabendo as respostas para estas perguntas, tenho certeza que sua atividade é eficaz. Caso contrário “mãos à obra”, pois a hora é agora!!! Paulo Rago é Diretor -Presidente do Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (CETEAL) – Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística, além de consultor e professor do tema. www.ceteal.com Tributos A atividade tributária como fator comercial na logística H á duas formas de explorar a atividade tributária nas empresas de logística, transporte e atividades correlatas: a primeira é a atividade tributária utilizada na administração das empresas e a segunda, como apoio à atividade comercial. A primeira é aquela atividade tradicional, aliada à contabilidade e controladoria, que serve para a execução das ações exigidas pela legislação fiscal, tais como, elaboração de livros fiscais, apuração e recolhimentos de impostos e obrigações acessórias. Já a outra forma, com foco na atividade comercial, pode se tornar o grande diferencial de uma empresa. Nas operações logísticas, o aspecto tributário é um fator decisivo na negociação comercial. Se bem explorado, a atividade tributária pode se tornar um canal de viabilização de negócios. Oferecer soluções fiscais ao mesmo tempo em que disponibiliza soluções logísticas pode fazer a diferença na concretização de um negócio ou na TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 14 Este artigo é de autoria de Milton Hashimoto de Moraes, diretor da Log Tributos, consultoria fiscal e tributária especializada em logística, transporte, movimentação e atividades correlatas, com foco na atividade comercial, planejamento tributário e gestão fiscal. E explica como a atividade tributária, com foco na atividade comercial, pode se tornar o grande diferencial de uma empresa escolha de um operador logístico Entender profundamente do negócio, saber qual a modalidade logística mais adequada para cada caso e otimizar o impacto tributário, fazem parte da solução fiscal. Todos esses requisitos são importantes e necessários para se ter condições de orientar o cliente que deseja fazer a distribuição de suas mercadorias através de um operador logístico. A solução fiscal tem que estar em sincronia com a solução logística, nas operações de distribuição, transporte ou armazenagem. Não se faz uma operação logística, sem estudo prévio do impacto da carga tributária em todo o processo, análise dos incentivos oferecidos pelos estados e municípios e os riscos fiscais envolvidos, pois a questão tributária é fator chave de decisão. Este estudo pode trazer grandes economias e aumentar a competitividade para os clientes e as empresas. A atividade tributária pode contribuir também com o desenvolvimento de serviços estratégicos ou complementares. Ou seja, é capaz de disponibilizar ao operador logístico e demais empresas, com a exploração da legislação, serviços alternativos que possam ser adicionados às atividades principais da empresa, envolvendo sistema just-in-time, crossdocking com características de armazenagem, distribuição em regiões incentivadas, armazém geral, transportadoras (mesmo sem veículo próprio), filiais de clientes no depósito do operador logístico, entre outros. Com esses serviços, o operador logístico tem uma quantidade maior de alternativas para oferecer a seus clientes ou possibilitar simplificação operacional para as demais empresas. Quanto à escolha do local de instalação de centrais de distribuição, os aspectos tributários são fatores determinantes, sendo analisadas todas as oportunidades e riscos que a legislação de cada estado e município oferecem. Benefícios fiscais, alíquotas, isenções ou reduções de impostos, enfim uma análise completa do impacto tributário e da melhor alternativa fiscal são essenciais para determinar o local de instalação de uma central de distribuição, que pode variar entre filial, armazém geral, depósito fechado, fábrica ou até mesmo uma nova empresa. Um assunto relacionado a transportadoras – e que deve ser enfatizado, devido à proliferação ocorrida nos últimos anos – é a transformação da transportadora tradicional em operador logístico. As transportadoras devem se preocupar com todas as obrigações fiscais e licenças necessárias. Armazenar e distribuir mercadorias sem se preocupar com as exigências da legislação coloca em risco fiscal a própria transportadora e também seus clientes. É necessário que as transportadoras façam uma adequação prévia para funcionar legalmente como operador logístico. Em relação à influência da legis- lação fiscal no dia-a-dia das empresas, podemos dizer que a logística no Brasil é uma atividade relativamente nova e a legislação fiscal não foi atualizada. Essa situação provoca um desconforto para as empresas que realizam operações logísticas em que não há previsão legal: ou corre-se risco fiscal ou é preciso recorrer à autorização do governo, conhecido como Regime Especial, para amparar legalmente essas atividades ou ainda para viabilizar suas operações. Além disto, há fatores a considerar: uma elevada carga tributária sobre as operações de logística e transporte, e a complexa legislação fiscal. Portanto, se a atividade tributária não for bem administrada as empresas correm o risco de ter prejuízos financeiros, por impostos recolhidos em excesso ou por exposição a multas. No entanto, o que ocorre na prática é que muitas empresas não têm estrutura fiscal apropriada para acompanhar a legislação e definir um correto procedimento fiscal para suas operações. Isto pode penalizar a empresa em caso de fiscalização. Assim, tornase fundamental fazer um planejamento minucioso, elaborado antes de cada operação e por pessoas com conhecimento tributário e da operação logística para evitar esses riscos. Milton Hashimoto de Moraes é diretor da Log Tributos, consultoria fiscal e tributária especializada em logística, transporte, movimentação e atividades correlatas, com foco na atividade comercial, planejamento tributário e gestão fiscal. Possui grande experiência na gestão fiscal, tributária e auditoria fiscal de grandes empresas. Foi auditor fiscal externo e atuou por 12 anos como gerente de auditoria fiscal e de impostos na Itautec Philco e por 9 anos foi gerente do departamento tributário da DHL. www.logtributos.com TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 15 Planejamento Executivo-chefe de SC vai conversar com o acionista, 1ª parte O executivo responsável pelo desenvolvimento da Supply Chain ocupa posições cada vez mais altas na hierarquia corporativa. Não raro encontramos diretores e vicepresidentes com a missão de entregar as promessas anunciadas pelo gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos. Para aproveitarmos este movimento, devemos entender quais forças impulsionam a influência da supply chain na definição das estratégias organizacionais voltadas para competitividade, lucratividade e ganhos sustentáveis de longo prazo. Este executivo deve contribuir ativamente para a saúde da empresa, assumindo responsabilidade, ainda que compartilhada, sobre o aumento e a manutenção da participação no mercado, a geração de capital de giro, o lançamento eficiente de novos produtos e, acima de tudo, sobre os resultados financeiros reportados aos sócios, acionistas e investidores. Neste artigo exploramos alguns aspectos deste cenário recente e, por certo, duradouro. Avaliamos as competências e habilidades dos executivos incumbidos das estratégias de supply chain e seus maiores desafios. ta, reflete a forma pela qual o Centro Brasileiro de Aperfeiçoamento Logístico (Cebralog) estrutura seus treinamentos e projetos de consultoria. São seis os pilares: Pilar 1 - Desenvolvimento dos processos do planejamento logístico Temos quatro processos tradicionais que apóiam o planejamento logístico integrado, condição necessária (não suficiente) para que a empresa alcance a vantagem competitiva sustentável no longo prazo: (I) planejamento de compras e suprimentos; (II) planejamento e previsão de demanda; (II) planejamento de inventário; (IV) planejamento, programação e controle de produção. Cada processo exige a definição de estratégias que tenham o suporte de políticas integradas (nível tático) e de ações do dia-a-dia sincronizadas (nível operacional). Para ilustrar estes três níveis, cito uma empresa que usa a estratégia make-to-stock, regulado por uma política de inventário com estoques para três dias de demanda, apoiada numa operação de reposição de kanban de fornecedores. Pilar 2 - Sinergia entre os processos de planejamento logístico O desafio de desenvolver a supply chain Mais desafiador é sincronizar os quatro processos: suprimentos, demanda, inventário e produção (SDIP). A empresa pode dedicar esforços para a integração dos processos SDIP, mesmo que um (ou mais) deles não estejam maduros ou robustos o bastante – alguns executivos da supply chain acreditam que a sinergia entre os segmentos de planejamento pode alavancar o desenvolvimento dos processos Acredito num modelo estruturado, em que a cadeia de suprimentos é formada por duas vertentes: a dos processos tradicionais, que envolvem o planejamento logístico e as operações logísticas, e a dos processos-tendências, que representam oportunidades ainda não compreendidas ou avaliadas em todsua potencialidade. Este último modelo, descrito a seguir de maneira sucinTODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 16 inicialmente precários. Outra visão, sugere que se pelo menos um dos procedimentos de planejamento estiver frágil, a empresa jamais atingirá os benefícios do planejamento logístico integrado. As duas visões são válidas, mas para que a decisão tomada seja a mais adequada à organização deve-se observar vários fatores, tais como as características do negócio, a cultura da empresa e das pessoas, a pressão por resultados de curto prazo entre outros. Pilar 3 - Desenvolvimento das operações logísticas Ainda refletindo sobre os processos tradicionais, temos basicamente dois tipos de operações: armazenagem e transportes. Por mais variadas que sejam suas práticas, elas são fortemente influenciadas pela forma como o planejamento logístico é definido (pilares 1 e 2). Por exemplo, um armazém (termo genérico) pode ser um hub, um centro de distribuição, uma operação de cross-docking ou mesmo um transhipment point e a operação de transportes pode ser feita por diferentes modais ou por variadas combinações deles. A escolha das melhores realizações é outra decisão estratégica, gerida por políticas (nível tático) que são executadas no dia-a-dia pelas ações operacionais. O desenho do cenário de estratégia, políticas e práticas operacionais, seja para transportes ou para armazenagem, não é menos complexo do que o esforço empenhado em cada um dos processos de planejamento. Não podemos nos esquecer da distribuição, resultado da combinação de transportes e armazenagem. Quando a distribuição ocorre entre dois países, abre as portas do comércio internacional. Pilar 4 - Desenvolvimento da sinergia entre as operações logísticas Da mesma forma como buscamos a sinergia entre as áreas de planejamento logístico, é fundamental a perfeita integração entre as operações logísticas. São muitos os casos onde o reposicionamento para um menor custo logístico exige que um dos procedimentos operacionais (transportes ou armazenagem) seja penalizado em detrimento ao ganho total da cadeia. Imaginem a seguinte decisão, que caracteriza o racional de algumas boas práticas da supply chain moderna: “aumentar o custo de transportes para reduzir os custos de inventário e de armazenagem e chegar a um novo custo total, menor que o existente no cenário anterior”. Para tomar esta decisão a empresa deve ter um processo decisório capaz de avaliar o impacto em pelo menos três processos distintos: transportes, armazenagem e planejamento de inventário. Se a gestão destas três áreas estiver sob o mesmo comando, a decisão virá com mais naturalidade, do que se houver comandos com responsabilidade sobre cada um destes processos. Neste ultimo caso, o esforço de negociação é maior e recebe a influência de fatores não técnicos, tais como interesses políticos, vaidades e jogos de poder. Pilar 5- Integração entre o planejamento logístico as operações logísticas Um dos maiores desafios para o profissional gestor da supply chain é a definição de uma estratégia que consiga convergir as necessidades do planejamento logístico integrado às características das operações logísticas. Ou seja, construir uma estratégia sólida que alinhe as políticas de planejamento às operações logísticas – lembrando que muitas destas políticas podem direcionar o resultado do negócio para metas divergentes (tais como metas de custos de produção vs metas de custos de inventário). A tarefa vai além, pois deve garantir o cascateamento desta estratégia (e de suas políticas) até o nível operacional, passando por variados departamentos e níveis hierárquicos sem que ela perca sua essência. São seis processos (quatro de planejamento e dois operacionais), regulaTODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 17 O autor, Alexandre Oliveira é diretor-geral do Cebralog, em Campinas (SP) e explica na primeira parte deste artigo como conhecimento, responsabilidade e poder de decisão integram a carreira de profissional de supply chain. E avisa: “só os bempreparados sobreviverão às reuniões com os acionistas”. Na próxima edição, a segunda e última parte dos por dezenas de políticas e executados por centenas de práticas operacionais. Todos sincronizados e contribuindo para que a empresa gere vendas, aumente o capital de giro, surpreenda (positivamente!) e, ganhe novos clientes, supere a concorrência, e, é claro, reduza despesas. Administrar este business, cercado por riscos, é papel para um executivo experiente, com visão holística dos processos da supply chain e suas interfaces com clientes (internos e externos), fornecedores e prestadores de serviços logísticos. O executivo-chefe da supply chain deve ainda estar atualizado com as novas práticas, como veremos na segunda parte deste artigo, na próxima edição. Alexandre Oliveira é diretor-geral do Centro Brasileiro de Aperfeiçoamento Logístico, Cebralog Treinamento e Consultoria; presidente do Grupo de Supply Chain e professor de logística e supply chain na Unicamp e IPT-USP. Além disso, é engenheiro formado pela UNICAMP, com mestrado em Logistics & Supply Chain Management, pela Cranfield University, Inglaterra. www.cebralog.com Express Abastecimento noturno já mostra resultados Novo CD das Casas Bahia em SBC Com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, prefeitos e autoridades locais, a Casas Bahia, rede varejista de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis, inaugurou no final de abril seu mais novo Centro de Distribuição em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O CD, construído em apenas um ano, recebeu investimentos de R$ 44 milhões e gerou 1,2 mil empregos. Tem 96.800 m2 de área construída, erguido em um terreno de 215 mil m2, e capacidade para realizar uma média de 200 mil entregas/mês, atingindo as áreas da Baixada Santista, região do ABCD e Zona Leste da capital. A proximidade do entroncamento Anchieta/Imigrantes trará ao CD a redução de 80% no custo atual das entregas realizadas nas regiões de abrangência, em comparação às despesas de envio de mercadorias para estes pontos a partir do maior Centro de Distribuição da rede, localizado em Jundiaí, São Paulo. Os ganhos levam em conta, entre outros fatores, o tempo gasto pelos caminhões da frota da empresa nos congestionamentos da capital, o custo do funcionário “preso” no trânsito, o desperdício de combustível e o acúmulo das entregas, dada a distância geográfica do depósito central até os centros de consumo. A rede possui quatro Centros de Distribuição localizados em Jundiaí (SP) com 300 mil m2 de área construída; na Pavuna (RJ) com 70 mil m2 ; em Betim (MG) com 24 mil m2 e em Ribeirão Preto (SP), com 36 mil m2. Como suporte, há outros sete entrepostos nas cidades de Goiânia, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Maringá, Porto Alegre e Itajaí, que recebem as mercadorias e as redistribuem em veículos médios para entrega aos clientes. Hoje, a capacidade total de armazenagem da Casas Bahia nos seus depósitos é de 6,7 milhões de m3. Dos atuais 56 mil colaboradores da empresa, mais de 8,6 mil atuam no setor de logística da empresa. Até o segundo semestre de 2006, dois outros Cds, em construção, serão inaugurados: Duque de Caxias (RJ), com 180 mil m2 e em São José dos Pinhais (PR), com 70 mil m2. O investimento total da rede no setor de logística para este ano é de R$ 99 milhões, já incluído o início de operação do CD de São Bernardo. Com mais de 510 lojas distribuídas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, a Casas Bahia prevê criar 10 mil novos postos de trabalho este ano e atingir um faturamento da ordem de R$ 13,5 bilhões. Em 2005, a rede gerou 22 mil empregos e faturou R$ 11,5 bilhões. Gefco na Intermodal 2006 Master comemora 20 anos Fundada em Caxias do Sul (RS), em 1986, a partir de uma joint-venture entre a Randon e a norte-americana Rockwell International (hoje ArvinMeritor), a Master produz freios para o setor automotivo.. No princípio, sua participação no mercado era de aproximadamente 10%, mas atualmente existem mais de 3,5 milhões de freios distribuidos no país. Fornecedora para marcas nacionais como Volkswagen, Ford ,Volvo, Agrale, DaimlerCrysler e Iveco, .a fabricante exporta seus artigos por intermédio da ArvimMeritor para países como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, México, China, Argentina,Chile, entre outros. Além dos 20 anos de existência, a Master comemora os números positivos no balanço de 2005: aumento de 25% na comercialização de seus produtos. Em sua participação na Intermodal South América 2006, o presidente executivo do operador logístico de origem francesa Gefco, Lois Defline, confirmou a meta da empresa em dobrar sua receita nos próximos três anos. As vendas da Gefco fora da França aumentaram em 10% no ano passado, representando 45% do total, sendo quase 60% acima do ano anterior. A empresa faturou em 2005 83 milhões de euros, dos quais, o Brasil foi responsável por 45% e a Argentina 35%. Com as informações do executivo, a estimativa é que esse valor alcance 150 milhões nos próximos dois anos. De acordo com o diretor da Gefco no Brasil, Jean Noël Gerard, a empresa tem hoje em carteira mais de 300 clientes. O Brasil passou a servir de plataforma para contratos mundiais, com o acordo firmado com a Bosch. Sepetiba Tecon garante bons resultados em 2005 A Sepetiba Tecon registrou aumento de 44% na movimentação de contêineres. De 96 mil unidades em 2004 saltou para 138 mil no último ano. Este é o primeiro registro positivo, desde sua inauguração. Hoje a Sepetiba Tecon é o terminal que registra o maior crescimento no Brasil. www.fmaster.com.br TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 18 O transporte de carga dentro das grandes cidades sempre foi alvo de críticas e acusado de ser um dos vilões dos congestionamentos. Entretanto, as atividades de transporte são indiscutivelmente necessárias. Tentando amenizar a situação, a Prefeitura de São Paulo estipulou horários para carga e descarga em estabelecimentos com área construída acima de dez metros quadrados: de segunda à sexta das 22h às 6h e aos sábados após as 14h. O presidente da Associação Brasileira de Logística (Aslog) Adalberto Panzan Junior vê a prática com reserva alegando que muitas empresas restringem os horários. Segundo dados da prefeitura o transporte de carga não tem influência no congestionamento, pois 95% do tráfego corresponde a carros de passeio. www.aslog.org.br Expresso Araçatuba apresenta novos projetos na Intermodal Pelo sétimo ano consecutivo, o Expresso Araçatuba participa da Intermodal, com o objetivo de aumentar a rede de relacionamentos nos mercados de comércio exterior, logística e transporte. O estande da empresa possui 80m2 e está recebendo clientes de todo o Brasil, inclusive da Argentina, Chile e Bolívia. Neste ano, o Araçatuba promoveu oficialmente o Projeto BR-319: viagem experimental entre as cidades de Porto Velho-RO e Manaus-AM, a ser realizada em 2007, com o objetivo de fazer um estudo técnico do percurso e das condições da estrada. A BR-319 tem 878 km de estrada, sendo 660 sem condições de trafegabilidade na maior parte do ano. Sempre se antecipando ao desenvolvimento e a instalação de infra-estrutura em grande parte das rotas percorridas pela empresa, o Expresso Araçatuba é pioneiro em ações de integração. Foi precursor do chamado Projeto Pacífico, que visa a ligação rodoviária entre o Brasil e o Oceano Pacífico e do Projeto BR-163 (Cuiabá-Santarém), para integrar o Centro-Oeste ao Norte do país. Importante destacar que a empresa continua investindo fortemente em sua estrutura de filiais, tecnologia, ampliação e renovação de frota. Nos últimos dois anos foram investidos cerca de R$ 20 milhões em novos caminhões para atender a demanda de crescimento e assegurar a liderança na área de atuação da empresa. Para isso, foi necessário ampliar, reformar e melhorar a estrutura das filiais, buscando a adequação para atender as necessidades dos clientes. Cerca de oito filiais estão passando por aperfeiçoamentos: Araguaína-TO, Ji-Paraná-RO, Palmas-TO, Belém-PA, Cuiabá-MT, Brasília-DF, Campinas-SP e Blumenau-SC. Outro investimento realizado recentemente pelo Araçatuba foi a implantação do TMS (Transportation Management System), sistema desenvolvido em parceria com a Microsiga, maior software house brasileira. Desde 2003 trabalhando nesse projeto, o Araçatuba está com todas as filiais e informações on line e integradas, melhorando os serviços oferecidos para os clientes. Foram investidos aproximadamente R$ 2 milhões no projeto. O Expresso Araçatuba faz parte do Grupo Arex, do qual também participam a Golden Cargo e a Exata Logística. Com mais de 50 anos de existência, o Expresso Araçatuba é líder no transporte rodoviário e aéreo de cargas nas regiões Centro-Oeste e Norte, e nas rotas internacionais da América do Sul. São 40 filiais e 1.700 colaboradores, com capacidade para movimentar 2.500 toneladas diariamente, carregando ou descarregando até 210 veículos simultaneamente. TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 19 Ímola, premiada pela quarta vez Pela qualidade de seus serviços em transporte, a Imola foi premiada, pela Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma). A empresa foi fundada em 1988 e especializou-se no transporte de medicamentos. Antecipando-se até à legislação, a Ímola desenvolveu um trabalho minucioso na segurança de seus clientes. Atendeu a área de segurança médica da Fórmula 1 do Brasil, transportando equipamentos médico-hospitalares e abastecimento dos postos e hospital do autódromo. A Imola foi pioneira ao investir pesado em segurança, já que o mercado de medicamentos passou a ser alvo do crime organizado. Como diferencial, a Imola possui equipe de farmacêuticos integrada ao seu quadro operacional e alta tecnologia em rastreamento via rádio e satélite, acompanhamento de seus veículos em áreas edificadas cobrindo a grande São Paulo e Campinas , áreas de alto risco de roubos. Tem também filiais em Goiânia (GO) e Brasília (DF), transportando medicamentos e cosméticos para o CentroOeste e todo o País. www.imola.com.br Intermodal, Correios Os Correios (ECT) lançaram na intermodal South América 2006 o produto Correios Log, que unirá a logística integrada da empresa ao serviço Importa Fácil. O Correios é hoje, a maior empresa brasileira operadora de logística. Mobilidade urbana e transporte de cargas O Décimo Fórum Técnico, realizado pela Secretaria Municipal dos Transportes, em maio, recebeu especialistas nas áreas de mobilidade urbana e transporte de cargas para a apresentação de propostas para a cidade de São Paulo. A SETCESP expôs sua proposta de aumento das medidas dos veículos que realizam as operações urbanas Leitores/Glossário Porto Le Havre, Intermodal A feira deste ano contou com forte presença dos portos estrangeiros, como dos Estados Unidos, América do Sul e Europa. O porto francês Le Havre apresentou ao público as novidades da ampliação de tráfego e armazenagem, além da inauguração do terminal de contêineres Port 2000, que colocou em operação quatro novos berços de atracação em uma extensão de 1,4 quilômetros. Com modernas instalações e localização privilegiada, o porto destaca-se em movimentação de contêineres: 60% do tráfego de contêineres dos portos franceses, com tráfego total (dados de 2004) de 76,9 milhões de toneladas, aumento de 6,9% em relação ao ano anterior. Parceiras Bic e Columbia Iniciada em 2002, a parceria funcionou como uma ferramenta para agilizar a entrega de produtos da BIC para os clientes das regiões Sudeste e Sul, que juntas, representam 60% das vendas. A ampliação do relacionamento entre as duas empresas trouxe uma série de vantagens logísticas. A primeira foi a agilidade. No caso de um cliente em Porto Alegre, por exemplo, o prazo de entrega passou de 18 para 3 dias. A segunda vantagem foi a manutenção das condições tributárias oferecidas pela Zona Franca de Manaus. Ainda deve-se contabilizar a vantagem financeira, já que os impostos só são recolhidos quando a mercadoria sai de Resende. No exemplo de Porto Alegre, isso significa um período de 15 dias. No entanto, o maior ganho foi o atendimento de maior qualidade a todos os clientes, com garantias de prazo, estabilidade no fornecimento e capacidade para entregas de urgência. Hoje, o sistema de distribuição da BIC segue o seguinte fluxo: em Resende – recebe as mercadorias fabricadas na Zona Franca de Manaus e distribui principalmente para as regiões Sul e Sudeste, atendendo a clientes que demandam grandes volumes, como atacadistas e redes de papelarias, é responsável por cerca de 50% das vendas da BIC; Alphaville – recebe produtos de Manaus, Argentina, S. Paulo, com diferentes características, onde os mesmos são armazenados em locais exclusivamente adaptados para atender as suas especificações, esses mesmos produtos são destinados a clientes com diversidade de pontos de venda, como supermercados e redes varejistas. O CD da Columbia também é responsável pela montagem de kits, preparação para exportação, recepção e distribuição de mercadorias fabricadas por terceiros e produtos importados; Manaus – mantém um Centro de Distribuição próprio que atende aos clientes das regiões Norte e Nordeste. Fundada na França em 1950, a BIC está presente em mais de 160 países nos cinco continentes, onde fabrica e comercializa diariamente 22 milhões de artigos de papelaria, 4 milhões de isqueiros e 11 milhões de barbeadores e depiladores descartáveis em todo o mundo. Instalada no Brasil desde 1956, fabricando artigos com qualidade mundial, a empresa lidera os segmentos de isqueiros e de canetas e é vice-líder em barbeadores descartáveis. Fundada pelo grupo Esteve Irmãos em 1942, a Columbia, uma das empresas no setor de logística integrada, oferece ao mercado soluções completas que incluem importação, nacionalização, armazenamento, distribuição e, através da divisão Columbia Trading, oferece também logística internacional de importação e exportação. Com um crescimento pautado na estratégia de investimento contínuo tanto em infraestrutura como em tecnologia e recursos humanos, a empresa tem hoje uma carteira com mais de 2 mil clientes ativos, nos mais diversos setores da economia. A Columbia conta, hoje, com 1.200 funcionários e uma estrutura física com 1,2 milhão de m2 de área, incluindo doze Portos Secos e oito CDs (Centros de Distribuição), além de uma frota com mais de 500 veículos, entre próprios e agregados. UPS, na Intermodal: serviços diferenciados A UPS, uma das maiores empresas de entregas expressas e em serviços para cadeia de suprimentos, além de operações em mais de 200 países e territórios mundiais, apresentou, recentemente, novos serviços que aumentarão a agilidade da movimentação aérea e logística dos clientes. A divisão UPS Air Cargo comunicou ao mercado o início da operação de novas rotas para China e Austrália, além do Serviço Especial de Carga Aérea para Materiais Perigosos (DGR), serviço exclusivo de carga aérea, voltado ao transporte de materiais perigosos. A empresa informou que o novo serviço é disponível sob contrato. Empresas que operam nas áreas de química pesada e leve, magnéticos, perecíveis e refrigerados já utilizam o DGR oferecido pela UPS Air e Cargo. No segmento da cadeia de suprimentos, a UPS Supply Chain Solutions (SCS) apresentou os serviços de contratação de seguros de transportes internacionais e nacionais, onde os clientes contam com apólices que cobrem as cargas desde a origem até o destino final. Outro produto, denominado de Trade Direct, tem a intenção de proporcionar a consolidação da carga internacional, transporte multimodal, liberação aduaneira e entrega direta em múltiplos endereços dentro de um país ou destino. Já com o Serviço Técnico de Campo Especializado, a UPS SCS passará a oferecer serviços técnicos de campo com flexibilidade, sem necessidade de manter uma infra-estrutura de altos custos. www.ups.com TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 20 Leitores Express Agradecemos a lembrança e recomendação ao leitor da Revista TODAY Logistics & Supply Chain nosso Grupo como referência em logística. Sinceramente, IMAM Edson Carillo Diretor Caro Edson, A Revista TODAY Logistics & Supply Chain tem como um dos principais pontos de sua filosofia, a isenção total em nome da boa informação ao leitor. Sempre que profissionais, empresas, serviços ou produtos devam ser citados como referência, por mais concorrentes que sejam em nosso setor de atuação, o faremos com o maior orgulho e satisfação. E seu reconhecimento só nos faz sentir ainda mais honrados e certos de estarmos no caminho certo. Obrigada. Um abraço, Thelma Almeida Santos Diretora Executiva [email protected] Muitíssimo obrigado pela gentil remessa do número 2 de sua publicação, que aliás, está ótima. Parabéns!: Saudações, José Carlos da Silva Caridade Santos - SP - Brasil Gostaria de receber a revista Today, pois a achei muito rica em conceitos e cases na área. Sou operador logístico e atuo na DHL Solutions. Fabio da Silva Santos Parabéns pela publicação da revista Today Logistics & Supply Chain. Sou aluno do Curso de Pós-Graduação, MBA em Logística Empresarial. Meu interesse é sobre assuntos relacionados ao estudo de melhores práticas logísticas quanto à distribuição, associado às técnicas sofisticadas e o uso da TI, de maneira a ‘startar’ o ótimo funcionamento do processo logístico. Gostaria de saber se é possível receber as edições da Today Logistics e Supply Chain na minha residência. Glauber Pereira Em primeiro lugar, gostaria de parabenizá-los pela excelente diagramação do meu artigo e também pelo conteúdo da última edição. Antecipadamente agradeço, e mais uma vez coloco-me à sua disposição. Saudações, Adrio Corrêa, [email protected] Maxilog Consulting Estou fazendo meu trabalho de conclusão de curso sobre cabotagem e gostaria de consultar reportagens sobre o assunto. Estive na Intermodal, onde conheci a revista TODAY Logistics & Supply Chain. Vocês poderiam me ajudar?. Agradeço a atenção Kátia Pareja Rubens Brambilla responde: Kátia, o assunto em questão é muito vasto e você não especificou exatamente a informação que necessita. Sugiro a consulta dos seguintes sites para visão geral do assunto: www.portodesantos.com/cabotagem www.mcft.com www.transportes.gov.br www.guiamaritimo.com.br/serv/cabotagem Glossário Técnico Este material continuará a ser publicado nas próximas edições. Composite Symbology® UCC/EAN-1 128 Uma Composite Symbology® que utiliza um símbolo de código de barras UCC/EAN-128 como o componente linear. Comprimento fixo Termo usado para descrever um campo de dados em uma String de Elementos com um número estabelecido de caracteres. Concatenação Representação de várias seqüências de dados num único símbolo de código de barras Consumidor Trata-se da parte que recebe, compra ou consome um item ou serviço. Contraste Valor de refletância entre barras escuras e os espaços claros de um símbolo do código de barras legível por máquina Cupom Comprovante que pode ser resgatado no ponto de venda em troca de dinheiro (desconto) ou de um item gratuito. Dígito de extensão Trata-se do primeiro dígito na composição da TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 21 numeração SSCC - AI (00), atribuído pelo usuário a fim de aumentar a capacidade de referências seriais. Dígito de verificação de medida Um dígito calculado a partir do campo de medida de uma String de Elementos codificado usando a simbologia EAN/UPC. Usado para verificar se os dados foram compostos corretamente. Fonte: Ean Brasil www.gs1Brasil.org.br Agenda A genda Maio data: 30 de maio tema: Comissão Logística local: Câmara de Comércio Brasil França- São Paulo-SP organização: www.abai.com.br data: 30 e 31 de maio tema: Contratos Empresariais local: Ninety- São Paulo-SP organização:www.iir.com.br Junho data: 1 de junho tema: Evolução da Internet e Serviços Financeiros local: Ceasar Park- Faria Lima -São Paulo-SP organização: www.ebusinessbrasil.com.br data:01 e 02 de junho tema: Gestão de Estoques local: São Paulo-SP organização: ww.ceteal.com data: 02 e 03 de junho tema: Execution and Control of Operations local: Fundação Vanzolini- São Paulo-SP organização: www.abai.com.br data: 02 e 03 de junho tema: Portos Secos e Centros de Distribuição-Riscos Operacionais nas Rotinas Logísticas local: Campinas_SP organização:www.traimar.com.br Today Logistics data: 05 de junho tema: Práticas Comerciais na Exportação local: São Paulo-SP organização: www.ceteal.com data: 23 de junho a 01 de julho tema: Inspeções e Reparos de Contêineres Marítimos local: Rio Grande do Sul –RS organização: www.traimar.com.br data: 05 a 07 de junho tema: Conferência Internacional de Logística local: Novotel Center Norte –São Paulo-SP organização:www.aslog.org.br data: 06 e 07 de junho tema: Distribuição na Indústria Farmacêutica local: Hotel Blue Tree Faria LimaSão Paulo-SP organização: www.ibcbrasil.com.br data: 09 e 10 de junho tema:Logística Empresarial local: São Paulo-SP organização: ww.ceteal.com data: 13 de junho tema: Mini BA em Excelência na Gestão Empresarial local: São Paulo-SP organização: www.educc.com.br data: 17 de junho tema: Prova Trimestral de Certificação APICS TODAY LOGISTICS & SUPPLY CHAIN - 22 local:Official Office- Cidade JardimSão Paulo-SP organização: www.abai.com.br data: 20 e 21 de junho tema: Logística na Indústria Farmacêutica local: Ninety- São Paulo-SP organização:www.iir.com.br data:20 e 21 de junho tema: ciclo de Curso Logístico(Planejamento Logístico, Integrado Indicadores KPI, Terceirização) local: Rio de Janeiro -RJ organização:www.cebralog.com.br data: 21 de junho tema: Gestão Estratégica de Fornecedores local: Hotel Ceasar Business-Belo Horizonte-MG organização: www.ibcbrasil.com.br data: 22 e 23 de junho tema: Logística Avançada local: Rio de Janeiro-RJ organização: www.ceteal.com data: 27 de junho tema:Transporte de Produtos Perigosos local: Hotel Mercure São Paulo-SP organização: www.ibcbrasil.com.br data: 28 e 29 de junho tema:Redução de Custos em Compras local: Hotel Sonesta –São Paulo-SP organização: www.iir.com.br
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