TEORIA DA SINTERIZAÇÃO
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TEORIA DA SINTERIZAÇÃO
PMT5783 TEORIA DA SINTERIZAÇÃO Samuel Toffoli PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 1 SINTERIZAÇÃO – Pressão devida à curvatura PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 2 Microestrutura de uma alumina observada em MEV Poro Encontro de 3 grãos Contorno de grão PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 3 ÂNGULO DIEDRO PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais ÂNGULO DIEDRO PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais ÂNGULO DIEDRO Se gSS = gSV 2 . cos f/2 = 1 f/2 = 60º f = 120º ( Junção de três grãos) Mas, em cerâmicas, contrariamente à intuição: gSV < gSS gSS / gSV > 1 cos f/2 > 1/2 f/2 < 60º f < 120º PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais ÂNGULO DIEDRO PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais Partículas de látex coalescendo durante a secagem Microscopia TEM: Látex estireno-acrilato de butila-ácido acrílico produzido em único estágio. Agente de contraste: acetato de uranila Dissertação de Mestrado: José Carlos Rodrigues, PMTEPUSP, 2004 Microscopia TEM: Látex estireno-acrilato de butila-ácido acrílico produzido em único estágio Agente de contraste: Acetato de uranila + RuO4 Dissertação de Mestrado: José Carlos Rodrigues, PMT-EPUSP, 2004 PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 8 14 FACES: 6 faces quadradas + 8 faces hexagonais 24 VÉRTICES: 2 ângulos de 120º 1 ângulo de 90º MAS, no “mundo real”: • Cristais nunca se arranjam direito • Grãos nunca são do mesmo tamanho • Número de faces nas estruturas com grãos tridimensionais varia de 9 a 18 PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 9 Changfa Guo, Yong Hu, Haisheng Qian, Jiqiang Ning, Shijie Xu – Magnetite (Fe3O4) tetrakaidecahedral microcrystals: Synthesis, characterization, and microRaman study – Materials Characterization 62(2011), 148–151. PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 10 SINTERIZAÇÃO – Pressão devida à curvatura Portanto: Grãos com menos de 6 lados contornos côncavos ( grão tende a encolher) Grãos com mais de 6 lados contornos convexos ( grão tende a crescer) PMT5783 – Fundamentos deponto Ciência e Engenharia Materiais (sempre do de vista do centro dode grão) 11 SINTERIZAÇÃO – Definições • Chiang: sintering refers to the process of firing and consolidating a body shaped from powder particles •Richerson*: the densification of a particulate ceramic component is technically referred to as sintering. Sintering is essentially a removal of the pores between the starting particles (accompanied by shrinkage of the component), combined with growth together and strong bonding between adjacent particles. The following criteria must be met before sintering can occur: 1. A mechanism for material transport must be present 2. A source of energy to activate and sustain this material transport must be present *D.W. Richerson – Modern Ceramic Engineering: Properties, Processing, and Use in Design – Marcel Dekker, Inc., New York, 1992. PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 12 SINTERIZAÇÃO – Definições • Chiang: sintering refers to the process of firing and consolidating a body shaped from powder particles • Richerson*: the densification of a particulate ceramic component is technically referred to as sintering. Sintering is essentially a removal of the pores between the starting particles (accompanied by shrinkage of the component), combined with growth together and strong bonding between adjacent particles. The following criteria must be met before sintering can occur: 1. A mechanism for material transport must be present 2. A source of energy to activate and sustain this material transport must be present *D.W. Richerson – Modern Ceramic Engineering: Properties, Processing, and Use in Design – Marcel Dekker, Inc., New York, 1992. PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 13 SINTERIZAÇÃO SINTERIZAÇÃO EM FASE ÚNICA (Single Phase Sintering) Ocorre em 3 estágios, sem distinção clara entre eles: • Estágio Inicial • Estágio Intermediário • Estágio Final PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 14 SINTERIZAÇÃO ESTÁGIO INICIAL - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 15 SINTERIZAÇÃO ESTÁGIO INICIAL Mecanismos: 0 < x/r < 0,3 1. Fluxo viscoso 2. Difusão no volume ou no reticulado (rede) 3. Evaporação e condensação 4. Difusão na superfície Centros se aproximam Retração; Densificação Centros NÃO se aproximam Sem Retração; Sem Densificação Características: • Partículas mantêm identidade • A estrutura de poros é aberta e interconectada PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 16 SINTERIZAÇÃO ESTÁGIO INICIAL - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 17 SINTERIZAÇÃO ESTÁGIO INICIAL Equação de crescimento do pescoço, segundo Kuczynski xn f (T ).t m r Mecanismo n m f(T) Gráfico para verificar dependência com t Fluxo viscoso 2 1 Viscosidade t1/2 Evaporação e condensação 3 1 Pressão de vapor t1/3 Difusão na superfície 5 2 Difusividade t2/5 Difusão no volume 5 2 Difusividade t2/5 PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 18 SINTERIZAÇÃO ESTÁGIO INTERMEDIÁRIO Mecanismo único: Difusão ~ 70 – 90% rteórica Características: • Estrutura de poros ainda interconectada, mas cilíndricos. • Partículas perdem identidade gradativamente • Densificação • Crescimento de grão (no final da etapa) • Quando a porosidade cai para 8%, a rede aberta de poros se torna instável geometricamente e colapsa para poros esféricos. Quando poros tornam-se independentes Estágio Final PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 19 SINTERIZAÇÃO ESTÁGIO FINAL Mecanismo único: Difusão Porosidade < 8% Características: • Crescimento de grão • Estrutura de poros fechada • Poros tendem a tornar-se esféricos • Lento • Quando gás fica aprisionado nos poros, solubilidade do gás na matriz Mas frequentemente desenvolvem lados curvados – ver discussão mais adiante influencia a taxa de eliminação dos poros sinterização em vácuo OU uso de atmosfera solúvel no material que sinteriza • Pode ocorrer o fenômeno chamado “crescimento exagerado de grãos” (afinal de contas, quanto maior o grão, mais rápido ele cresce!!) PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 20 SINTERIZAÇÃO - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 21 SINTERIZAÇÃO Randall M. German – Fundamentals of Sintering. In: S.J. Schneider – Engineered Materials Handbook, Vol.4, Ceramics and Glasses – ASM International, 1991 a b c d Representação esquemática dos 3 estágios do processo de sinterização: a)–PMT2311 Particulado; b)Ciência 1º Estágio; c) 2ºdeEstágio; - Cerâmica Física PMT5783 Fundamentos de e Engenharia Materiais d) 3º Estágio 22 SINTERIZAÇÃO Randall M. German – Fundamentals of Sintering. In: S.J. Schneider – Engineered Materials Handbook, Vol.4, Ceramics and Glasses – ASM International, 1991 - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 23 SINTERIZAÇÃO COM AUXÍLIO DE FASE LÍQUIDA (Liquid Phase Sintering) Formação de líquido a alta temperatura transporte rápido sinterização alta • Líquido forma-se e flui por entre as partículas • Líquido elimina interfaces sol-vap • Alguns poros podem ficar aprisionados no líquido • O líquido precisa molhar completamente o sólido • É necessária alguma solubilidade do sólido no líquido PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 24 SINTERIZAÇÃO COM AUXÍLIO DE FASE LÍQUIDA Ocorre em 3 fases: • Rearranjo (I): • • Dissolução-Reprecipitação (II): • • Líquido flui e penetra; deslizamento de partículas; reempacotamento; densificação rápida Fase sólida dissolve-se no líquido, quantidade de líquido aumenta até saturar-se em componente sólido e líquido torna-se transportador de átomos da fase sólida Retração Final (III): • Estado sólido apenas; crescimento de pescoço; crescimento de grão; aumento de tamanho do poro. PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 25 SINTERIZAÇÃO COM AUXÍLIO DE FASE LÍQUIDA III %rteo II I t PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 26 SINTERIZAÇÃO COM AUXÍLIO DE FASE LÍQUIDA - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 27 SINTERIZAÇÃO COM AUXÍLIO DE FASE LÍQUIDA PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 28 SINTERIZAÇÃO COM AUXÍLIO DE FASE LÍQUIDA Randall M. German – Fundamentals of Sintering. In: S.J. Schneider – Engineered Materials Handbook, Vol.4, Ceramics and Glasses – ASM International, 1991 - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 29 EXEMPLOS de MICROESTRUTURAS PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 30 EXEMPLOS de MICROESTRUTURAS S.J. Bennison – Grain Growth. In: S.J. Schneider – Engineered Materials Handbook, Vol.4, Ceramics and Glasses – ASM International, 1991 - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 31 EXEMPLOS de MICROESTRUTURAS B.-N. Kim, K. Hiraga, K. Morita, H. Yoshida, Y. Kagawa – Light scattering in MgO-doped alumina fabricated by spark plasma sintering – Acta Materialia 58 (2010) 4527–4535 PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 32 EXEMPLOS de MICROESTRUTURAS Porcelana Técnica PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 33 SINTERIZAÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS • É difícil conseguir-se 100% de densificação por sinterização, já que diversos fatores inibem a eliminação total dos poros. Portanto, é sempre importante manipular a microestrutura inicial do particulado e o ciclo de aquecimento. • Geralmente a sinterização acontece por uma combinação de mecanismos • Evitar-se crescimento dos grãos, porque isso diminui a taxa de densificação • Não se esquecer que a a taxa (velocidade) de densificação diminui ao longo da sinterização (porque a superfície vai gradativamente reduzindo – força motriz ↓) PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 34 SINTERIZAÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS • Cerâmicas covalentes (ou seja, aquelas em que as ligações entre os átomos são eminentementes covalentes) são particularmente difíceis de sinterizar, uma vez que as taxas de difusão nesses materiais são baixíssimas! Ex.: SiC • Uma alternativa para contornar-se as dificuldades de densificação (particularmente em cerâmicas difíceis de sinterizar) é o uso de forças externas durante a sinterização: • Prensagem a quente (hot pressing) • Prensagem isostática a quente – HIP (hot isostatic pressing) PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 35 SINTERIZAÇÃO – Prensagem a quente D.W. Richerson – Modern Ceramic Engineering: Properties, Processing, and Use in Design – Marcel Dekker, Inc., New York, 1992. PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 36 SINTERIZAÇÃO – Prensagem a quente PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 37 SINTERIZAÇÃO – Prensagem isostática a quente D.W. Richerson – Modern Ceramic Engineering: Properties, Processing, and Use in Design – Marcel Dekker, Inc., New York, 1992. PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 38 SINTERIZAÇÃO – Prensagem isostática a quente PMT5783 – Fundamentos de Ciência e Engenharia de Materiais 39 SINTERIZAÇÃO - Cerâmica Físicae Engenharia de Materiais PMT5783 –PMT2311 Fundamentos de Ciência 40