dointerior - Revista Náutica

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dointerior - Revista Náutica
são paulo
rio de janeiro
minas gerais
espírito Santo
delícias do mar
8 novas formas de saborear
vieiras em Angra dos Reis
edição nº 12 | agosto/setembro 2015 | R$ 12,00
Mar
do Interior
A represa onde o tietê
(quem diria?) vira um mar
de águas doces... e limpas
são
Boa paulo
t
c o Show
g r nvite
at i
Cad
s
astr
e
e vi
site -se
a nova cimitarra
O que pensa o dono do estaleiro
que não para de crescer.
(e que está lançando agora
o seu maior barco...)
segredos do bom
barco de alumínio
Do material ao formato do
casco, o que você deve saber
antes de comprar um
A ROTA MAIS CURTA ENTRE
SONHAR E REALIZAR
A 6 DE OUTUBRO
Do SUP ao 80 pés, sua próxima paixão está aqui
TRANSAMERICA EXPO CENTER
O show dos maiores e melhores
www.saopauloboatshow.com.br
EVENTOS INTEGRADOS
ORGANIZAÇÃO
E REALIZAÇÃO
APOIO
PATROCÍNIO
Índice
NESTA EDIÇÃO...
pág. 25
DIVULGAÇÃO ABVC INTERIOR
POR JORGE DE SOUZA
FOTOLIA
As vieiras são tão
deliciosas que,
recentemente,
ganharam até
um festival
gastronômico
próprio, em Angra
dos Reis. E fizeram
tanto sucesso
que entraram de
vez no cardápio
dos principais
restaurantes da
região, cada um
com uma receita
mais saborosa que
a outra. Confira
A CONCHA DOS DEUSES
N
o Brasil, elas são chamadas de vieiras. Na Itália, capasantas.
Na Espanha, almejas. E nos países de língua inglesa, scallops.
Mas o nome que, talvez, melhor traduza a sofisticação e o sabor
suave do conteúdo destas conchinhas em forma de leque vem
da França, país que entende de gastronomia como ninguém. Lá, as belas
conchas com bordas simétricas e onduladas, mundialmente conhecidas
como símbolo da Shell (que poderia ter escolhido qualquer concha como
símbolo da marca, mas optou pela mais bonita de todas), são chamadas
de coquilles Saint-Jacques, um nome tão
gracioso quanto a próprio sabor delicado desta
verdadeira iguaria do mar, que recentemente
ganhou um festival gastronômico próprio, nos
mais representativos restaurantes da baía de Ilha
Grande — região onde as vieiras saem do mar
direto para as mesas. Por conta do festival, em
cerca de uma dezena de restaurantes da região
de Angra dos Reis as vieiras viraram estrelas de
novos pratos, que, dado o sucesso, seguirão sendo
oferecidos nos cardápios regulares. É uma boa
oportunidade de experimentar novas formas de
saborear esta verdadeira delícia que vem do mar.
DIVULGAÇÃO
ÁGUA QUE
NÃO ACABA
MAIS
Veleiro do
recente
Cruzeiro
Fluvial TietêParaná desliza
nas águas de
Promissão: a
represa tem
mais de 100
quilômetros
de extensão
DELICADAS
E DELICIOSAS
As vieiras são
tão saborosas
que não são
“comidas”: são
“degustadas”.
E, geralmente,
usando a
própria concha
como “prato”
NÁUTICA SUDESTE
pág. 33
25
A represa de Promissão não é apenas o maior represamento do principal rio de São Pau lo. É, também, onde o rio mais mal falado do país vira um mar de águas doces — e limpas
O MAR DO TIETÊ
pág. 14
SORRINDO
NA CRISE
Tomas Freitag,
com a primeira
unidade da nova
Cimitarra de 76
pés, que está
sendo finalizada
na nova fábrica da
marca (abaixo):
apesar da crise, a
linha de produção
não para
pág. 46
COMO DEVE SER UM
BOM BARC O DE ALUMÍNIO
Com tantos fabricantes no mercado, nem sempre
é fácil escolher um casco de alumínio realmente
seguro. Mas algumas características ajudam muito
FOTOS JORGE DE SOUZA
NAVEGADOR SOLITÁRIO
LUCIANO GUERRA
A ÚLTIMA VIAGEM DO VELHO
CADA VEZ MAIOR
A história do argentino Victor Otaño, que depois de dez anos nas águas
brasileiras com um barquinho que poucos se atreveriam a ir além de uma
baía, voltou navegando para casa e lá embarcou em sua última viagem
Ao inaugurar nova fábrica e prestes a entregar sua nova lancha de 76 pés, a Cimitarra
deixa claro que se tornou uma grande marca e que mudou de patamar no mercado
POR JORGE DE SOUZA
pág. 43
SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
o ano passado, alguns poucos moradores de São Francisco do Sul e Jaguarão, este um pequeno município
no extremo sul do Rio Grande do
Sul, tiveram contato com um velejador bem alto, magro, muito educado e dono de
uma invejável tranquilidade, que por ali passou a
caminho de casa, na Argentina, com um barco difícil de acreditar para um percurso tão longo: um
veleirinho Van de Stadt, de apenas 21 pés.
Dentro dele, era preciso ser contorcionista
para caber na cabine, que, de tão acanhada, mais
parecia uma caverna. Tinha apenas uma cama,
uma lâmpada, um fogareiro e garrafões plásticos
de cinco litros, estocados com água dentro da cabine. Banheiro também não tinha. Mesmo assim,
era a “casa” daquele agradável senhor argentino,
de 73 anos, desde que ele deixara o seu país, dez
anos antes, sem nenhum tostão no bolso, e seguiu, velejando, até a Ilha Grande, no litoral do
Rio de Janeiro, onde passou a viver desde então,
sozinho, a bordo daquele minúsculo barquinho.
ESPÍRITO SANTO
DELÍCIAS DO MAR
7 novas formas de saborear
vieiras em Angra dos Reis
Mar
do InterIor
A represa onde o TIETÊ
(quem diria?) vira um mar
de águas doces e limpas!
A NOVA CIMITARRA
SÁBIO E
SOLITÁRIO
Victor e o
minúsculo
Marangatu, de
apenas 21 pés,
que era casa,
companhia e
amigo: ele não
precisava mais
do que isso
OS SEGREDOS DO BOM
BARCO DE ALUMÍNIO
Do material ao formato do
casco, o que você deve saber
antes de comprar um
O ALUMÍNIO
DEVE SER NAVAL
CHAPAS DE
BOA ESPESSURA
TER CAVERNAS
NA ESTRUTURA
SOLDA É MELHOR
DO QUE REBITES
REBITES DE
BOM ALUMÍNIO
CASCO NÃO
ESTREITO DEMAIS
CONVÉM TER
VINCOS NO CASCO
FUNDO DE ACORDO
COM O USO
NÃO PRECISA
SER PINTADO
NEM LEVE NEM
PESADO DEMAIS
Nem todo alumínio
é igual. É preciso
que a sua liga seja
naval. Ou seja, no
caso de o barco
bater em algo,
o alumínio deve
amassar (e até
deformar!), mas não
rachar, o que só se
consegue com ligas
especiais. Também
é fundamental
que a estrutura
interna seja do
mesmo material,
não de alumínio
convencional.
A espessura do alumínio tem a ver com
o tamanho do casco:
quanto maior ele for,
mais grossas devem
ser as chapas. E o fundo deve ser, no mínimo, de 0,3 a 0,5 mm
mais espesso que o
costado, dependendo
do tamanho do barco. Para cascos de cinco metros, boas chapas são as de 1,5 mm
(fundo) e 1,2 mm (costado). Mesmo nos modelos bem pequenos,
chapas com menos de
1,2 mm nem pensar.
Todo barco precisa
ter cavernas internas, porque são elas
que dão estrutura ao
casco. As cavernas
devem ter a forma
de “U” e subir até a
ponta dos costados,
além de também serem de alumínio naval. Quanto mais largo for o casco, mais
cavernas ele deve
ter e menor o espaço entre elas.
Soldas praticamente não soltam, mas
exigem chapas mais
grossas (por conta
do próprio processo
de soldagem), o que
eleva bastante o custo do casco. Por isso,
são mais usadas em
grandes barcos de
serviço, de uso mais
constante. Para pequenos barcos de lazer, rebites dão conta
do recado.
Rebites funcionam
muito bem em barcos de lazer, desde
que eles também
sejam de alumínio
naval de boa qualidade. Rebites de
alumínio não confiável comprometem a segurança
de qualquer barco. Pergunte sobre
a especificação do
alumínio antes de
fechar negócio.
Barcos estreitos têm
menos estabilidade.
A fórmula básica é
a do “três por um”:
três medidas de
comprimento para
uma de largura. Ou
seja, barcos de cinco metros de comprimento devem ter
cerca de 1,60 m de
largura. Desconfie
dos barcos finos demais, porque o preço, quase sempre, é
dado pelo comprimento, sem considerar a largura do
casco.
Vincos e dobras nas
chapas geram reforços e aumentam a
resistência geral do
casco. Mas não são
obrigatórios. Contudo, barcos com cascos “lisos” requerem
estrutura interna reforçada. Se não tiver
nem uma coisa nem
outra, escolha o de
outro fabricante.
O tipo de fundo de
casco tem a ver diretamente com o local
onde o barco irá navegar. Quanto mais
agitadas forem as
águas, maior deve
ser o “V” do casco. Já
barcos de pescadores
devem ter o “V” menos acentuado, para
aumentar a estabilidade quando estiverem parados. Fundos
chatos só para águas
bem tranquilas.
Nos cascos de alumínio, a pintura
é elemento apenas decorativo, já
que eles não oxidam. Mas, se quiser
um barco mais bonito, pergunte sobre como foi feito
o processo de pintura. O ideal é que
haja uma camada
de tinta base (primer) e, pelo menos,
três demãos.
O peso do barco
tem a ver, principalmente, com a espessura das chapas de alumínio. O
ideal (tanto para o
transporte terrestre
quanto para a performance na água)
é que ele seja o
mais leve possível,
mas não como consequência de economia no alumínio.
É mil vezes preferível um barco mais
pesado e seguro do
que um leve não tão
confiável.
46
VERSÃO
DIGITAL
GRÁTIS!
NÁUTICA SUDESTE
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nautica.com.br/
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e baixe, de graça, esta edição
de NÁUTICA
SUdeste
33
47
SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
ESPÍRITO SANTO
MINAS GERAIS
ESPÍRITO SANTO
SÃO PAULO
OS MACETES
DO CORRICO
O TIETÊ QUE
NUNCA VOCÊ VIU
Um aventureiro voa
sobre o rio mais poluído
do país do começo ao fim
Edição 8
roteiro de verão,
de Ubatuba a
paraty
E +Laje de Santos
SIMULADORES
NÁUTICOS
As máquinas ensinam (de verdade!)
a pilotar barcos
Canal de
2GRÁTI
S!
Bertioga
A
ESC
FEIP
re-se
Cadast
e visite
Rio
O MELHOR
PASSEIO DE ANGRA
Um roteiro completo
pelas praias e ilhas
mais bonitas
CORROSÃO
NO BARCO
Como
combater este
problemão
Edição 9
Boat
OS NOVOS
BARCOS
QUE O
SALÃO
MOSTROU
MENSAGENS
AO MAR
O fascínio das
mensagens em
garrafas nunca acaba
alcatrazes,
ilha de caras
E + O melhor passeio
de Angra
Colaboraram nesta edição: Haroldo J. Rodrigues (arte),
Aldo Macedo (imagens), Maitê Ribeiro (revisão)
Vice-Presidente
Denise Godoy
redação e administração
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1306, 5o andar, CEP 01451-001,
São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000
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OS RISCOS E PRAZERES DO CANAL QUE CRUZA O GUARUJÁ
Show
O LINDO
ARQUIPÉLAGO
PROIBIDO
DO LITORAL PAULISTA
Como se dar com
os peixes mesmo
durante os passeios
ESPÍRITO SANTO
EDIÇÃO Nº 11 | JUNHO/JULHO 2015 | R$ 12,00
AlcAtrAzes
BÊ-Á-BÁ DA BOA
ANCORAGEM
MINAS GERAIS
O casal que gastou meia vida
construindo este barco
EDIÇÃO Nº 10 | ABRIL/MAIO 2015 | R$ 12,00
T
BOA
RIO W
SHO TES
CONVI
UbatUbaaParaty
O que você precisa
saber sobre âncoras,
cabos e amarras
RIO DE JANEIRO
25 ANOS DEPOIS...
Como é a ilha que todo mundo inveja
EDIÇÃO Nº 9 | FEVEREIRO/MARÇO 2015 | R$ 12,00
Roteiro
de verão
RIO DE JANEIRO
ILHA DE CARAS
LAJE DE SANTOS
As surpresas que esta pedra esconde
EDIÇÃO Nº 8 | DEZEMBRO/JANEIRO 2014/2015 | R$ 12,00
Um roteiro completo, com todas as dicas, para você ir com seu barco de
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza [email protected]
porque a anterior não comportaria o mais novo barco da
casa: um quase iate, de 76 pés de comprimento, que está
em fase final de construção e será apresentado no próximo
São Paulo Boat Show, em outubro.
Bem mais do que apenas mais um lançamento, já que
lançar barcos com muita frequência sempre fez parte do
DNA deste estaleiro, a nova 760 marca, de vez, a mudança
de status da Cimitarra, uma marca que existe desde 1973,
mas que, ao passar para as mãos do gaúcho Tomas Ko Freitag, 16 anos atrás, só fez crescer. De tamanho e relevância
no mercado, como ele conta na entrevista a seguir.
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PRESIDENTE E EDITOR
Ernani Paciornik
Náutica Sudeste
A
NÁUTICA SUDESTE
Diretora de publicidade
Mariangela Bontempo [email protected]
6
POR JORGE DE SOUZA
té pouco tempo atrás, a marca Cimitarra era
quase sinônimo de barco barato, mas sem
muito esmero. Os clientes gostavam, mas tinham certas ressalvas ao acabamento e falta
de sofisticação dos modelos. Isso mudou radicalmente nos últimos cinco anos. Empurrada pela chegada dos grandes barcos importados ao país, que impuseram
um novo padrão de exigência ao mercado, a Cimitarra não
só enriqueceu o interior das suas lanchas como as fez crescer de tamanho. Como consequência, cresceu também a
marca. E cresceu tanto que precisou até mudar de fábrica,
NÁUTICA SUDESTE
NÁUTICA SUDESTE 43
EDIÇÃO Nº 12 | AGOSTO/SETEMBRO 2015 | R$ 12,00
O que pensa o dono do estaleiro
que não para de crescer.
(e que está lançando agora
o seu maior barco...)
Seu nome era Victor Otaño e aquele barquinho
era tudo o que ele tinha.
Mesmo assim, Victor jamais reclamou da vida
ou das necessidades que ela lhe impunha. Tampouco da idade já avançada e das limitações que
isso traz, ainda mais no mar, no comando de um
barco tão suscetível a tudo. Ultimamente, apenas
comentava, discretamente, como sempre, certa
saudade da família, das três filhas e dos netos, que
não via desde que deixara a Argentina, no rastro
de uma crise econômica que lhe tomara todo o
(pouco) dinheiro que tinha. Por isso, naquela ocasião, Victor estava voltando para casa, devagarzinho, navegando com o seu barquinho, da mesma
forma como quando partira. E parou em Jaguarão para se despedir de amigos que fizera por aqui.
Uma despedida para sempre. Tão logo chegou à Argentina, Victor Otaño embarcou na sua
derradeira viagem. Como se tivesse calculado direitinho o tempo para isso acontecer. Foi a última
lição de vida de um humilde navegador, que só
deixou amigos por onde passou.
DIVULGAÇÃO
N
REPRESA
DO BROA
A praia do interior
de São Paulo que
poucos conhecem
TESOURO
DE ILHABELA
O velho tesouro
do Saco do Sombrio
volta à tona
Edição 10
UM CRUZEIRO
NA ILHA GRANDE
BOMBAS
DE PORÃO
Uma família descobre o enorme
prazer de navegar ao redor da
maior ilha do litoral do Rio
O que você precisa
saber para não
ficar na mão
Rio boat show 2015,
um veleiro feito
em casa
E + Represa de Broa
O ESCONDERIJO DOS
GRANDES PEIXES
O parcel no mar aberto de
Ubatuba que enche os olhos de
qualquer pescador oceânico
Edição 11
canal de bertioga,
simuladores
E + Cruzeiro na Ilha
Grande
Gerente de Circulação
Débora Madureira
[email protected]
Guilherme Rabelo [email protected]
Leide Ortega [email protected]
Thaís Macário [email protected]
para anunciar
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executivos de contas
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NÁUTICA SUDESTE é uma publicação da G.R. Um Editora
Ltda. — ISSN 1413-1412. Agosto 2015. Jorn. resp: Denise
Godoy (MTB 14037). Os artigos assinados não representam
necessariamente a opinião da revista. Direitos reservados.
MARKETING
Renata Camargos
[email protected]
CTP, Impressão e Acabamento — PROL Gráfica
FOTO DE CAPA: Divulgação ABVC Interior e Ricardo Rodrigues
Aconteceu...
Para comemorar a entrega de novas
lanchas Focker na represa Xavantes,
a tradicional marca convidou seus
clientes para uma animada feijoada
A represa
Xavantes fica
na divisa de
São Paulo com
o Paraná e é
lindíssima
para passeios
de barco
FOTOS DIVULGAÇÃO
feijoada
fibrafort
novos barcos
Acima, Ricardo
Rossignoli,
Gilberto
Gutierrez, Talita
Lourenço, casal
Cawahisa, Wesley
Carneiro e Thiago
Fagundes, com
Márcio Ferreira,
da Fibrafort
(à dir.). Ao
lado, os barcos
apresentados na
linda represa
A feijoada foi promovida
pela autorizada Náutica Paraná
com apoio da Mercury e do
condomínio e marina Ilha Bela
lanchas à
disposição
A Celmar,
representante
Schaefer no
litoral norte
de São Paulo,
recebeu os
clientes no
ambiente
tipicamente
praiano da ilha
A ideia foi permitir que os clientes testassem os
barcos no mesmo ambiente onde eles serão usados
FOTOS DIVULGAÇÃO
Ilhabela Phantom Show
A Celmar Boats
colocou nas águas
de Ilhabela a
linha de lanchas
Phantom, para os
clientes testarem
Aconteceu...
FOTOS DIVULGAÇÃO
A representante Volvo Penta
em São Bernardo do Campo
ganha um prédio inteiro
A All Mar existe há mais de 15 anos
e fica bem no caminho do Guarujá
MEGApromoção
ventura marine
Em uma promoção inédita na internet,
o estaleiro mineiro vendeu lanchas
com até R$ 26 mil de desconto
ótimos
negócios
Apenas dez
unidades foram
oferecidas
na promoção
relâmpago. A
V265 (ao lado),
que custa quase
R$ 190 mil, foi
vendida por
pouco mais de
R$ 160 mil
DIVULGAÇÃO
nova sede
all mar
clientes
e amigos
Marcos Ballarin
(acima) recebeu
clientes e
amigos na
nova sede,
que ocupa um
prédio de três
andares em
Rudge Ramos,
no ABC paulista
A promoção durou apenas
quatro dias. Mas outras virão por aí
divulgação abvc interior
por jorge de souza
ÁGUA QUE
NÃO ACABA
MAIS
Veleiro do
recente
Cruzeiro
Fluvial TietêParaná desliza
nas águas de
Promissão: a
represa tem
mais de 100
quilômetros
de extensão
A represa de Promissão não é apenas o maior represamento do principal rio de São Pau lo. É, também, onde o rio mais mal falado do país vira um mar de águas doces — e limpas
O mar do Tietê
promissão
represa de Promissão costuma
divulgação baobá
A
testemunhas
da beleza
Nos fins de tarde,
uma grande bola
alaranjada tinge de
dourado as águas
de Promissão. Um
espetáculo que os
participantes do
cruzeiro pelo Tietê
(abaixo) puderam
admirar, no mês
passado
Promissão é tão grande que o sol se põe na água.
É mais um espetáculo para os donos de barcos
ser a principal atração
da navegação que, todos os
anos, um punhado de pequenos barcos faz pelo trecho mais sur-
preendente do rio Tietê, onde o rio mais
fazem a alegria das cidades ribeirinhas. E, segundo, porque, naquele trecho, o Tietê nem parece um rio. De tão largo, fruto do
represamento de suas águas por duas barragens, ele lembra um pequeno mar de água doce, com margens distantes e, às vezes, até grandes ondas — razões pela quais a navegação é sempre empolgante. Foi o
que os participantes daquele cruzeiro puderam sentir e que, quem quiser,
também pode experimentar: basta fazer um passeio de barco na maior represa do rio mais mal falado do país e se surpreender com o que irá encontrar.
16
Náutica Sudeste
jorge de souza
poluído do país em nada lembra o esgoto a céu
aberto que atravessa a capital paulista. E este atrativo tem dois motivos. Primeiro, porque ali o Tietê já
está limpíssimo, repleto de peixes e com praias fluviais que
Náutica Sudeste
17
promissão
N
divulgação ABVC INTERIOR
o último mês de julho, uma
dúzia de pequenos barcos partiu da sede náutica do Bauru
Tênis Clube, no interior de São
Paulo, para um programa diferente: navegar, em grupo, até a maior represa do rio
Tietê, cerca de 100 quilômetros rio abaixo. Foi a
quinta edição do Cruzeiro Hidrovia Tietê-Paraná,
promovido pelo entusiasta Paulo Fax, da Associação
Brasileira de Velejadores de Cruzeiro – ABVC, que,
como das vezes anteriores, mostrou o lado menos conhecido (e, por isso mesmo, mais surpreendente) do rio
mais poluído do país — e onde o Tietê ainda é como
sempre foi: incrivelmente limpo e cristalino.
Mas, desta vez, em vez de varar o Tietê até o fim,
como nas edições anteriores do cruzeiro, o roteiro se ateve
ao trecho mais impactante do rio: o que vai de Barra Bonita
à represa de Promissão, esta entre os municípios de Ibitinga e
Adolfo, onde o Tietê — sem nenhum exagero — vira um marzão. Mas só acredita nisso quem o vê. Daí a surpresa que este já
tradicional cruzeiro fluvial costuma gerar nos seus novos participantes. “Jamais imaginei que o Tietê pudesse ter uma água limpa
assim, tampouco que ficasse desse tamanho”, admirou-se o velejador Roberto Rodrigues, que fez parte do grupo de 50 pessoas que
aceitaram o convite para descobrir um “outro Tietê”.
Na represa de Promissão (nome do município onde fica a barragem que dá forma ao gigantesco lago gerado pelo represamento do
rio naquele trecho), a largura de uma margem a outra beira os cinco quilômetros. E o comprimento chega a 106 quilômetros, banhando,
pelo caminho, nada menos que sete municípios e obrigando os barcos
a navegar horas a fio. É água que não acaba mais. Nos dias de vento forte, o que ali acontece com relativa frequência, dada a largura desprotegida
da represa, erguem-se ondas de dois metros de altura, que podem chegar a
três, nas piores tempestades — algo tão difícil de acreditar quanto a própria
transparência do Tietê naquele trecho. Quando isso acontece, até a travessia
das balsas entre as cidades que ficam nas margens costuma ser interrompida.
“Já passei sufoco por causa das ondas desta represa até na esquina de casa”, testemunha Renato Lopes, dono da principal marina de Promissão, a Baobá (há
meia dúzia delas na região, o que, por si só, já dá uma ideia do tamanho da área
que a represa ocupa). “Quando o vento entra de jeito, o negócio é correr para a
margem e procurar abrigo, porque as ondas, além de altas, são curtas e não dá tempo de o barco sair de uma antes de cair na outra”, garante Renato, que conhece Promissão como poucos. “Já contei 22 braços que vão dar em rios que desaguam na represa, sem contar as baías, que, quando o nível das águas está baixo, viram praias.”
18
Náutica Sudeste
Por causa do tamanho da represa, quando
venta forte, surgem ondas de até dois metros
fotos jorge de souza
programa
completo
No alto, a
travessia da
eclusa que leva
à represa, acima
um bar flutuante
e, ao lado, o
Clube Náutico
Jacarandá, que
recepcionou os
participantes
do cruzeiro: o
que não falta em
Promissão são
atrações na água
para quem tem
um barco
Náutica Sudeste
19
divulgação abvc interior
promissão
O cruzeiro pelo Tietê até a represa reuniu
uma dúzia de barcos. Ninguém se arrependeu
O
s próprios participantes
do cruzeiro da ABVC tiveram uma boa amostra
disso em um dos dias do
cruzeiro, que, nesta edição, cumpriu um percurso de ida e volta entre Barra Bonita e Promissão, outra novidade
no roteiro. Quando tentaram partir para um passeio nas redondezas do Clube Náutico Jacarancruzeiro
da alegria
dá, em Adolfo, cidade que, a exemplo de todas as
A caminho
outras, sempre recebeu os participantes do cruzeiro
da represa, o
cruzeiro foi
de braços abertos e com muita festa, muitos tiveram
parando de
de retornar rapidamente, porque o forte vento contrácidade em
cidade, nas
rio ameaçava colocar em risco os barcos menores. “Em
margens do
Promissão, a navegação, às vezes, fica cheia de emoção”,
Tietê. Em todas,
garante um dos veteranos dos cruzeiros no Tietê, o alemão
a passagem
dos barcos era
radicado no Brasil, Frank Sarnighausen, que, com o seu catamotivo de festa
marã, já atravessou o rio praticamente inteiro dez vezes. “Aqui
é o melhor trecho, porque nem parece um rio”.
E não parece mesmo. Em Promissão, o Tietê fica tão largo que até o sol se põe dentro d’água, gerando mais um espetáculo. Os outros são as bucólicas paisagens das margens, formadas por
plantações e verdes fazendas de gado, a travessia das barragens de
Ibitinga e Promissão pelas eclusas, gigantescas caixas de concreto que
agem como “elevadores de barcos”, subindo e descendo de acordo com
o nível das águas do outro lado (uma experiência fascinante que poucos
rios do país oferecem), as improváveis praias e bancos de areia, que, a princípio, ninguém em sã consciência pensaria em tomar banho num rio que é
quase sinônimo de esgoto, e a inacreditável (especialmente para quem mora
na cidade de São Paulo) pureza das águas. Quanto mais o rio mais poluído do
país avança São Paulo adentro, mais transparente ele fica. Quando chega a Promissão, o Tietê é outro rio. Na pureza, na beleza e, principalmente, no tamanho.
20
Náutica Sudeste
Adolfo
sales
novo horizonte
sabino
borborema
pongaí
Ibitinga
ReprEsa de Promissão
onde fica?
A represa de Promissão,
um dos vários
represamentos do rio Tietê
para gerar energia, fica,
mais ou menos, na metade
do curso do rio, entre os
municípios de Ibitinga e
Adolfo, a cerca de 400
quilômetros da capital, São
Paulo, mas bem próximo
a importantes cidades do
interior paulista, como
Catanduva e São José
do Rio Preto. A represa
banha nada menos que
sete municípios da região,
tem mais de 100 km de
extensão e se ramifica
em quase duas dúzias de
braços, que penetram nos
rios que nela desaguam.
Em volume de água é o
maior reservatório da
hidrovia Tietê-Paraná,
que ali mais parece um
mar — de águas doces e
incrivelmente limpas.
promissão
O
próximo cruzeiro no
rio Tietê só acontecerá
em julho do ano que vem e,
desde já, todos os donos de
barcos, sejam eles a vela ou a
motor, já que se trata de um
cruzeiro para navegadores e
não apenas velejadores, estão
convidados (basta entrar em
contato com o organizador
do cruzeiro, Paulo Fax, pelo
email [email protected]).
Mas, quem não quiser esperar
até lá ou preferir conhecer
a represa de Promissão por
conta própria, tem, pelo
menos, duas boas opções.
Uma é alugar um barco no
Clube Náutico Jacarandá (tel.
17/3814-1249), no município
de Adolfo, próximo a São
José do Rio Preto, e de lá sair
para passear. Outra, ainda
melhor, é se hospedar na
confortável pousada Baobá
( b a o b a p o u s a d a .co m . b r ;
tel.17/3522-1400), que tem a
melhor marina da região, na
vizinha cidade de Sales, cujo
pacote de fim de semana já
inclui um passeio de lancha
pela represa, já que ela fica
na beira d’água. Também em
Sales fica o Resort da Ilha (tel.
17/3265-9870), que também
possui marina, mas não
oferece barcos. Qualquer que
seja a escolha, uma coisa é
certa: Promissão é um passeio
que sempre promete.
hospedagem
com passeio
A confortável
pousada Baobá
(acima), fica na
beira da represa
e tem, também, a
melhor marina da
região (ao lado).
Nos fins de semana,
quem se hospeda
ganha um passeio
de barco
22
Náutica Sudeste
O Meu Sonho é o maior barco da
represa de Promissão. Mas o que mais
impressiona nele é como ele foi feito: com
muita sucata do ferro-velho de seu dono
Q
uinze anos atrás, durante
uma pescaria no Pantanal,
João Beluzo, dono de um ferro-velho em Bebedouro, cidade quase
vizinha a Promissão, teve uma ideia:
já que trabalhava com ferro, por que
não construir um barco como aquelas chalanas pantaneiras? A ideia virou
sonho e ele levou dez anos para conbarco pra
cretizá-lo, à base de muito empenho
lá de sólido
e muita sucata reclicada nos depósiSeu João levou dez
tos do seu ferro-velho. Desde então,
anos construindo o
o Meu Sonho, como o barco foi aprobarco, com muito
priadamente batizado, virou a maior
material reciclado,
embarcação da região. São 24 metros
já que ferro é o
que não faltava no
de comprimento por sete de largura,
seu negócio. “Só a
que, multiplicados pelos seus três deescada de acesso
ques, resultam em quase 400 m2 de
tem mais de
área a bordo — um verdadeiro terraço
R$ 40 000,00 em
sobre as águas da represa, de onde o
aço inox”, ele diz,
Meu Sonho nunca saiu.
orgulhoso
Mas o que mais impressiona no
“barco do Seu João”, como ele é mais
conhecido na região, não é nem o tamanho, mas sim a forma como ele foi construído — com muito material garimpado no negócio do seu proprietário, que também construiu
o barco praticamente sozinho. E como ferro é o que não faltava no seu ferro-velho, o resultado foi um barco sem misérias nos materiais (só a escada de acesso tem “mais de R$
40 000,00 em aço inox reclicado”, ele calcula), além de bem
curioso em certos aspectos. Um deles é um sistema de “irrigação” em torno do casco, que, quando acionado, transforma o Meu Sonho em um barco-chafariz. “Tirei a ideia de um
desenho na televisão”, diz Seu João. “Ficou divertido e ainda
refresca quem está a bordo”. Outra curiosidade é a cozinha
de dimensões quase industriais (e também inteira em aço
inox) que equipa o único cômodo fechado do barco. “Gosto
de comer um peixinho quando saio pra passear com a família”, explica. “Pena que isso não aconteça sempre”.
Por essas e outras, Seu João resolveu colocar o Meu
Sonho à venda. “Tenho outros sonhos para realizar”, diz. “Talvez até faça outro barco, com as ideias que fui tendo nesse.”
Haja aço para materializar os sonhos do Seu João.
fotos arquivo pessoal
Então, veja aqui como navegar na represa
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fotolia
A CONCHA DOS DEUSES
N
o Brasil, elas são chamadas de vieiras. Na Itália, capasantas.
Na Espanha, almejas. E nos países de língua inglesa, scallops.
Mas o nome que, talvez, melhor traduza a sofisticação e o sabor
suave do conteúdo destas conchinhas em forma de leque vem
da França, país que entende de gastronomia como ninguém. Lá, as belas
conchas com bordas simétricas e onduladas, mundialmente conhecidas
como símbolo da Shell (que poderia ter escolhido qualquer concha como
símbolo da marca, mas optou pela mais bonita de todas), são chamadas
de coquilles Saint-Jacques, um nome tão
gracioso quanto a próprio sabor delicado desta
verdadeira iguaria do mar, que recentemente
ganhou um festival gastronômico próprio, nos
mais representativos restaurantes da baía de Ilha
Grande — região onde as vieiras saem do mar
direto para as mesas. Por conta do festival, em
cerca de uma dezena de restaurantes da região
de Angra dos Reis as vieiras viraram estrelas de
novos pratos, que, dado o sucesso, seguirão sendo
oferecidos nos cardápios regulares. É uma boa
oportunidade de experimentar novas formas de
saborear esta verdadeira delícia que vem do mar.
delicadas
e deliciosas
As vieiras são
tão saborosas
que não são
“comidas”: são
“degustadas”.
E, geralmente,
usando a
própria concha
como “prato”
divulgação
NOVAS SUPER OFERTAS
DO PROGRAMA DE OWNERSHIP
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As vieiras são tão
deliciosas que,
recentemente,
ganharam até
um festival
gastronômico
próprio, em Angra
dos Reis. E fizeram
tanto sucesso
que entraram de
vez no cardápio
dos principais
restaurantes da
região, cada um
com uma receita
mais saborosa que
a outra. Confira
Náutica Sudeste
25
vieiras
Coquilles gratinadas
8vieiras em Angra
maneiras de saborear
As conchas são fervidas no vinho
branco e, depois, o seu recheio
ganha a companhia de um refogado
de cebola bem picada, ervas, limão
e queijo parmesão, que derrete no
forno e faz os clientes do Canto das
Canoas pedirem bis.
O
Festival Gastronômico de Vieiras da Baía de Ilha Grande aconteceu em
julho, em 18 restaurantes da região de Angra dos Reis. O sucesso de algumas receitas foi tão grande que muitos deles decidiram incluir nos seus
cardápios os pratos que criaram especialmente para o evento. Como estes aqui. Sorte de quem perdeu o evento, promovido pelo site navegueangra.com.br,
porque, agora, poderá saborear (“degustar” seria a palavra mais correta, em se tratando de vieiras...) essas delícias o ano inteiro.
Os pratos à base de vieiras não custam pouco, mas deixam lembranças para sempre. A carne tenra, de sabor suave, dessa linda conchinha — considerada a prima
rica das ostras —, está entre os frutos do mar preferidos pelos grandes chefs e faz parte do primeiríssimo time de ingredientes da alta gastronomia. Mesmo as maiores
conchas não rendem mais do que um pequeno anel carnudo, mas riquíssimo em benefícios para a saúde — sem falar no prazer do paladar. E elas nem engordam, porque são alimentos de baixa caloria e reduzido volume de gorduras. Quer mais algum
motivo para experimentar? Aqui estão 8 deles.
Coquilles
flambadas
Coquilles com
ervas finas
Nesta sugestão do
Almirantado, no Saco do
Céu, as vieiras são seladas
no azeite, flambadas
com conhaque ou vinho
branco e enriquecidas com
manteiga e creme de leite,
antes de serem servidas,
na própria concha, sobre
tirinhas de alho poró.
No curioso barco-bar do
Jango, sempre ancorado
na Praia do Dentista,
as vieiras ganham o
acompanhamento de ervas
derretidas na manteiga.
Comem-se as vieiras e,
depois, também o molho,
tão gostoso quanto.
Spaghetti
Chose de
Loque
No francês Chez Dominique,
no Frade, as vieiras são
douradas na manteiga e,
junto com champignons,
enriquecem um espaguete,
que, como o próprio nome
diz, “é uma coisa de louco”.
Coquilles
com creme
de manga
fotos divulgação
Vieiras
gratinadas
Esta sugestão do Reis e
Magos é simples, mas
deliciosa: cada concha é
preenchida com manteiga,
ervas e parmesão ralado e
vai ao forno por apenas três
minutinhos, o bastante para
dourar o queijo derretido.
Quem gosta da fruta vai
babar com esta invenção
do Lagoa Verde, na Ilha
Grande. As vieiras são
cozidas no vapor e servidas
acompanhadas de um creme
de manga, que, sozinho, já
dá água na boca. Estranho?
Então, experimente.
fotos divulgação
Macarrão
com
coquilles
Vieiras com ervas e alho
Embora seja gratinado, este prato, do Náutilus, não leva queijo — só manteiga, ervas
e alho ralado. Vai ao forno por exatos oito minutos (nem mais nem menos, para as vieiras
não ficarem borrachudas) e arranca elogios até de quem não gosta de moluscos.
26
Náutica Sudeste
Neste prato do Samburá,
as vieiras são fritas
no azeite, depois de
temperadas com limão
e pimenta-do-reino, e se
misturam ao macarrão
com tomatinhos-cereja,
salsinha e manjericão. É
tudo de bom.
Náutica Sudeste
27
DO S
L
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vieiras
420 FULL
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fotolia
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UMA IGUARIA PARA
O ANO INTEIRO
M
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divulgação
Nas fazendas marinhas da baía de Ilha Grande, as vieiras produzem delícias de janeiro a janeiro
C
Todo luxo e sofisticação por muito menos que imagina.
CY
CMY
K
E
mbora sejam consideradas iguarias,
as vieiras (graças a Deus!) são
relativamente comuns no litoral
brasileiro e se adaptaram muito bem
às criações em fazendas marinhas, como as
que existem em certos pontos da baía de Ilha
Grande. São dessas fazendas que saem as vieiras
que abastecem os restaurantes da região, o que
é uma garantia de alimento sempre fresco.
E fresco mesmo, porque as vieiras são seres
extremamente sensíveis, que não sobrevivem a
mais do que alguns minutos fora d’água.
Não raro, os músculos, que são
praticamente a única parte comestível dessas
conchas caprichosamente simétricas, com
uma concha por cima e outra por baixo, vão
para a panela ainda vivos e ali ficam apenas
o tempo necessário para aquecer e ganhar
certa consistência. Em seguida, nos pratos,
28
Náutica Sudeste
ganham a companhia de ingredientes que
apenas realçam — mas não anulam — o seu
sabor naturalmente suave. Vieiras também são
muito saudáveis. Pesquisas já mostraram que
elas fazem especialmente bem ao coração,
embora contenham certa dose de sal e
colesterol. Mas suas porções naturalmente
pequenas (como, aliás, tudo o que é precioso)
se encarregam de evitar exageros.
Nas fazendas marinhas, onde são criadas
dentro de gaiolas chamadas de “lanternas”,
as vieiras exigem acompanhamento diário,
o que, em parte, justifica o seu preço, um
tanto salgado. Mas, quando bem cuidadas,
ficam prontas para o consumo após apenas
oito meses e geram produção o ano inteiro.
Mais um motivo para saborear os pratos do
recém-terminado festival gastronômico da
região de janeiro a janeiro. Aproveite.
do mar
para a mesa
A região de Angra
dos Reis tem
várias fazendas
marinhas que
criam vieiras.
De lá, elas saem,
ainda vivas, para
os restaurantes.
Não existe melhor
lugar para proválas ainda frescas
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Sorrindo
na crise
Tomas Freitag,
com a primeira
unidade da nova
Cimitarra de 76
pés, que está
sendo finalizada
na nova fábrica da
marca (abaixo):
apesar da crise, a
linha de produção
não para
fotos jorge de souza
cada vez maior
Ao inaugurar nova fábrica e prestes a entregar sua nova lancha de 76 pés, a Cimitarra
deixa claro que se tornou uma grande marca e que mudou de patamar no mercado
A
té pouco tempo atrás, a marca Cimitarra era
quase sinônimo de barco barato, mas sem
muito esmero. Os clientes gostavam, mas tinham certas ressalvas ao acabamento e falta
de sofisticação dos modelos. Isso mudou radicalmente nos últimos cinco anos. Empurrada pela chegada dos grandes barcos importados ao país, que impuseram
um novo padrão de exigência ao mercado, a Cimitarra não
só enriqueceu o interior das suas lanchas como as fez crescer de tamanho. Como consequência, cresceu também a
marca. E cresceu tanto que precisou até mudar de fábrica,
por jorge de souza
porque a anterior não comportaria o mais novo barco da
casa: um quase iate, de 76 pés de comprimento, que está
em fase final de construção e será apresentado no próximo
São Paulo Boat Show, em outubro.
Bem mais do que apenas mais um lançamento, já que
lançar barcos com muita frequência sempre fez parte do
DNA deste estaleiro, a nova 760 marca, de vez, a mudança
de status da Cimitarra, uma marca que existe desde 1973,
mas que, ao passar para as mãos do gaúcho Tomas Ko Freitag, 16 anos atrás, só fez crescer. De tamanho e relevância
no mercado, como ele conta na entrevista a seguir.​
Náutica Sudeste
33
fotos jorge de souza
cimitarra
“A Cimitarra vai bem, obrigado”
O que pensa o dono da marca, Tomas Freitag
A nova fábrica é sinal que a
Cimitarra continua crescendo, a despeito da crise no
mercado náutico?
Sim, mas com duas ressalvas.
A primeira é que a nova fábrica foi uma necessidade, porque a nova lancha que estamos
fazendo, de 76 pés de comprimento, que será lançada em outubro, no São Paulo Boat Show,
não cabia, na altura, nos galpões
que tínhamos antes. Já a segunda ressalva é que, sim, continuamos crescendo, mas obviamente
não no mesmo ritmo de antes,
embora estejamos com a nossa
produção já vendida até setembro. De janeiro até agora, construímos 43 barcos, de um total de 90 que faremos este ano.
É a mesma produção que tivemos no ano passado. Claro que
não está ruim. Mas o problema é que, no passado, crescemos demais e muito rapidamente. E isso não é bom, porque
você acaba se habituando a pro34
Náutica Sudeste
duzir muito e perde eficiência
no processo construtivo. Agora, estamos numa fase de ajustar os processos e diminuir custos. Quanto à queda na venda
de barcos, ainda não sentimos.
A Cimitarra vai bem, obrigado.
Mas estamos preparados, caso
isso aconteça.
O que vocês pretendem fazer?
O que sempre fizemos: lançar
mais e mais novos barcos. Novidade sempre vende. A cada
Boat Show, lançamos, pelo menos, um barco novo. Às vezes,
mais de um. Agora, no São Paulo Boat Show, vamos lançar a
76 pés, que vai ser um estouro.
Nisso, seguimos a mesma filosofia da Hyundai, que vive lançando carros novos. Nos salões náuticos, somos um dos estaleiros
mais visitados, justamente porque sempre temos novidades.
Nossos clientes nos visitam em
busca disso. Querem isso. E ali
mesmo decidem trocar de bar-
“
De tempos
para cá, investimos
bastante em
qualidade. Nossos
barcos já não são os
mesmos de antes”
co. É uma ótima estratégia. Já a
outra, que estamos praticando,
há três ou quatro anos, é a melhora na qualidade e acabamento dos nossos barcos. Não que
antes eles fossem ruins. Mas,
com a vinda dos importados,
mudaram as referências do mercado. Hoje, o comprador é bem
mais exigente. E os nossos barcos não são os mesmos de antes.
Por produzir barcos mais
baratos e acessíveis, a Cimitarra sempre foi muito criticada pela concorrência.
Isso persiste?
Diminuiu muito, porque quem
mais criticava os nossos barcos
eram os representantes dos outros estaleiros, que, obviamente,
só queriam vender os deles. Saíam por aí dizendo para os clientes que as nossas lanchas eram
isso e aquilo e até criaram aquela série de apelidos pejorativos:
“Cimitrinca”, “Cimitorra”, “Cimiracha” e por aí afora. Eles
sequer deixavam os interessados experimentarem os nossos
barcos, porque sabiam que, se
eles fizessem isso, mudariam de
ideia. Quem navega com uma
Cimitarra, sente a diferença na
hora. Mas isso começou a mudar quando passamos a investir em qualidade e acabamento
interno e quando criamos uma
rede de representantes — alguns deles, os mesmos que, até
então, viviam falando mal da
gente. Hoje, nossas lanchas disputam o mercado de igual para
igual com as concorrentes. Mas
com a diferença de que continuam custando menos.
Como isso é possível?
Entre outras coisas, limitando a
nossa margem de lucro. Os estaleiros costumam trabalhar com
margens acima dos 10%. Alguns, bem além disso. Mas nós
não passamos de 5%. Ganhamos menos até do que os representantes que vendem os nossos
barcos. Além disso, oferecemos
o que chamamos de “compra
inteligente”. Nela, damos ao
cliente a opção de pagar menos por determinados equipamentos, já que são eles que costumam encarecer sobremaneira
os barcos — ao contrário do que
a maioria das pessoas pensa, a fibra de vidro, que dá forma e ta-
novo
endereço
A nova
fábrica, em
Santa Cruz do
Sul, no interior
do Rio Grande
do Sul. foi uma
necessidade. Só
nela caberia a
nova lancha da
marca
manho aos cascos, é o item mais
barato em qualquer barco. O
cliente pode escolher se quer
pagar R$ 1 mil ou R$ 10 mil por
um equipamento de tipo e marca diferentes, mas que faz, basicamente, a mesma coisa. Em
quase todos os outros estaleiros,
ele não tem essa opção. Na Cimitarra, sim. Mas já fomos muito criticados por isso também.
Como quando vocês ofereciam aparelhos de ar-refrigerado doméstico para as primeiras lanchas da marca?
Sim. E este é um bom exemplo.
Começamos a oferecer isso na
primeira lancha que fizemos, a
Cimitarra 27, que tinha uma cabine espetacular para o seu porte. Era um minibarco grande.
Tinha sala com 1,80 m de altura,
cozinha, banheiro, dois camarotes e... ar-refrigerado — coisa
que não existia para barcos desse tamanho. Mas o cliente podia escolher se queria um aparelho convencional, igual ao
que tinha em casa, ou como o
dos outros barcos. A diferença é
que o primeiro custava dez vezes menos, sem falar que poNáutica Sudeste
35
cimitarra
A Cimitarra herdou parte da
má fama do fabricante anterior da marca, que existiu até
1999. Por que, quando a comprou, você manteve o nome
Cimitarra, já que passou a fazer barcos que não eram os
mesmos de antes?
Porque acho fantástico o trabalho de recuperação de uma marca. A história é repleta de casos
bem-sucedidos desse tipo. Como
Harley Davidson, Zara, Tramontina e as lojas Renner. Quando
peguei a Cimitarra, ela não produzia mais do que três ou quatro unidades por ano. Hoje, faço
quase 100 e já fiz bem mais do
que isso. Em 16 anos, produzimos 1 470 lanchas. Ainda este
ano, chegaremos a 1 500. Quanto
vale uma empresa com este histórico? Mas, de certa forma, isso
só foi possível porque o nome Cimitarra, bem ou mal, já era conhecido. Eu não precisei começar uma marca do zero, embora,
talvez, tivesse dado menos trabalho e gerado menos críticas.
a mais nova é, também, a maior de todas
E
m outubro, no São Paulo Boat Show, será apresentado o maior
barco já fabricado pela Cimitarra: o modelo 760, de quase 24
metros de comprimento, cuja primeira unidade está em fase final
de construção, no estaleiro da marca, na cidade gaúcha de Santa
Cruz. O barco, pelo seu tamanho já quase classificado como um iate,
usará sistema de propulsão Volvo IPS 1200, terá três ou quatro suítes,
dependendo da vontade do dono, e a altura da cabine chegará a
impressionantes 2,80 metros na sala (pés-direitos generosos sempre
foram uma das características dos barcos Cimitarra). Embora seja
“
Novidade
sempre vende.
Por isso, lançamos
tantos novos
barcos. É uma das
nossas estratégias”
Além do custo-benefício, na
sua opinião, quais são as outras características que diferenciam as lanchas Cimitarra?
Uma delas é o tamanho. Nossas
lanchas são sempre bem maiores do que os números que designam os modelos. Nossa 34
pés tem, por exemplo, 38 pés
de comprimento e isso acontece em toda a linha, porque medimos nossos barcos pela linha
d’água, não pelo real comprimento dos cascos. Como eu já
uma completa novidade, três unidades já foram vendidas, antes
mesmo de serem produzidas. No salão, a nova Cimitarra 760 será
oferecida por cerca de R$ 6,8 milhões, o que é significativamente
menos do que um barco importado do mesmo porte. “Investimos
bastante para projetar e construir este barco, mas não temos pressa
em recuperar o dinheiro”, diz Tomas, ao explicar o preço. “Mesmo no
caso de um iate, seguimos fiéis à nossa linha de restringir a margem
de lucro para poder oferecer um barco financeiramente competitivo”,
diz o dono do estaleiro, cheio de orgulho da nova lancha da marca.
disse, a fibra de vidro é o item
que menos custa no processo
de fabricação de um barco. Portanto, não há razão em economizá-la. Mas não cobramos a
mais por isso. Ao contrário, nosso preço é sempre mais baixo,
o que é outra característica da
marca. De tempos para cá, passamos a ditar os preços dos barcos dos estaleiros concorrentes,
porque eles tiveram que tentar
se aproximar dos nossos. Já, no
tamanho, simplesmente não há
como comparar nossas lanchas
com as outras. As mulheres, em
especial, adoram as cabines dos
nossos barcos, porque elas são
altas e nada apertadas. Na nova
76 pés, a altura da sala chegará
a 2,80 m. Não existe nada igual.
Mesmo assim, recentemente,
cresci alguns modelos em um
metro de comprimento.
Para ficarem ainda maiores?
Nem tanto, mas sim por uma
quest ão técnica. A maioria
A nova linha das lanchas Cimitarra
fotos divulgação
De 36 a 76
quiser, a pessoa depois coloca.
Eles custarão 20% menos. É a
tal “compra inteligente”.
jorge de souza
dia trabalhar com um geradorzinho portátil, que custava menos
ainda. Resultado? As vendas estouraram. A Cimitarra 27 vendeu mais de 400 unidades e, até
hoje, é tão procurada no mercado de usados que ninguém acha
uma para comprar. Um modelo de 2005 vale hoje mais do
que um zero naquela época. Foi
— e ainda é — um fenômeno.
Foi, também, o alavancador do
crescimento da nossa marca. Por
causa disso, começaram a falar
mal da gente. Diziam: “onde já
se viu colocar um ar-refrigerado
de casa num barco?” Mas, qual
é o problema, se funciona perfeitamente? Por acaso, nas casas
de praia, que também estão sujeitas a maresia e umidade, todos
os aparelhos de ar-refrigerado
são centrais ou especiais a ponto de custarem dez vezes mais?
Por isso, não descarto a possibilidade de voltar a oferecer este
tipo de recurso. Se a crise apertar, uma saída é oferecer alguns
modelos de barcos, também, na
versão básica, ou seja, com toda
a instalação feita, mas nenhum
acessório a bordo. Como fazem
os fabricantes de automóveis. Se
quase
pronta
Tomas, com
a primeira
unidade da
nova Cimitarra
760: beleza,
até quatro
suítes e sala
com 2,80 m
de altura
cIMITARRA 360 - É o antigo modelo de 34 pés, agora
aumentado no casco. Custa a partir de R$ 480 mil.
36
Náutica Sudeste
cIMITARRA 400 - É o modelo de 38 pés que
também cresceu e ganhou nova divisão na cabine.
cIMITARRA 440 - Tal qual os modelos menores, tem
versões com targa, hard top, capota, fly ou minifly
cIMITARRA 520 - O modelo de 50 pés também
cresceu. Tem versões com fly, minifly e HT.
cIMITARRA 560 - Lançado no Rio Boat Show, é o
maior barco da marca. Mas só até o próximo salão.
cIMITARRA 760 - A maior lancha da história da
Cimitarra será lançada em outubro, em São Paulo.
Náutica Sudeste
37
cimitarra
dos clientes estava optando
por motores e geradores mais
potentes, o que aumentava sobremaneira o peso na popa
dos barcos. Então, para que
eles mantivessem a principal
característica da marca, que
não é o custo-benefício, nem
o preço ou o tamanho dos cascos, mas sim a ótima navegação, resolvemos aumentar a
flutuabilidade, ‘esticando’ um
pouco mais os cascos. Ficou
perfeito. E os clientes ainda
ganharam mais espaço.
vel. Nosso forte nunca foi a alta
performance, o que se consegue
apenas aumentando a cavalagem dos motores, mas sim a navegação uniforme, não importa qual seja a velocidade. Nossas
lanchas planeiam fácil, não erguem a proa nas arrancadas e
têm o mesmo comportamento
tanto a 10 quanto a 25 nós. Mas
alguns clientes queriam navegar
rápido e resolvemos atendê-los.
É mais fácil vender um barco para quem nunca teve ou
mozart latorre
Mas uma das características
das Cimitarras não era justamente usar motores de baixa potência?
Sim. E continua sendo. Nossos barcos sempre foram leves
e ficaram ainda menos pesados depois que passamos a usar
o método de infusão, em vez
da tradicional laminação da fibra de vidro, nos cascos maiores.
Por isso, não exigem motores
potentes, o que também resulta em economia de combustí-
“
A maior
característica dos
nossos barcos não
é o preço acessível.
É a qualidade
da navegação
38
Náutica Sudeste
fila
para ver
Nos Boat Shows,
o estande da
Cimitarra é
sempre assim.
“Tem a ver com
o meu passado,
quando eu era
barrado nos
salões náuticos”,
diz Tomas. “As
pessoas ajudam
a divulgar os
meus barcos”,
explica
convencer um cliente a mudar para um modelo maior?
No nosso caso, fazer o cliente crescer o tamanho do barco, porque já temos uma boa
clientela e ela é bem fiel à marca. Tem muita gente que já está
na sua quarta ou quinta Cimitarra e não quer saber de outro
barco. Ajuda muito nisso o fato
de termos uma linha de modelos em escadinha, que vai subindo dos 36 até 76 pés. E, nos
modelos menores, a diferença de preço entre eles é pequena, o que favorece a escalada.
Por cerca de R$ 200 mil a mais,
a pessoa passa de uma 36 pés
para uma 40 pés e por aí vai.
Para ajudar nesta caminhada,
nós ainda garantimos aos clientes que a depreciação do barco
deles será de apenas 10% no primeiro ano e 20% no segundo,
quando o normal é o mercado
depreciar uma lancha nova em
quase 25% logo após o primeiro ano de uso. Ou seja, ele sabe
que, se quiser trocar por outra
Cimitarra, não perderá dinheiro. Já, no caso de um interessado em comprar o seu primeiro
barco, sempre começo perguntando com qual frequência ele
pretende usar a lancha. Se ele
disser “pouco”, recomendo
logo que o motor seja a diesel,
porque barco com motor a gasolina parado muito tempo é
aborrecimento na certa. Com
motor diesel fica mais caro,
mas ele não se arrepende. E
vira cliente para sempre. Mas,
de cada dez barcos que vendemos, sete são para já clientes.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
cimitarra
“Entramos numa nova fase”
A crise geral também está afetando a Cimitarra?
Um pouco, claro que sim. Como
em todos os estaleiros. Mas, com
certeza, estamos sentindo menos
do que a concorrência, porque
nossas vendas continuam acontecendo. Sempre oferecemos barcos com preço justo e bom custo-benefício e isso tem ajudado.
Mas a melhora da qualidade no
acabamento dos nossos barcos
é visível, e os têm tornado ainda mais atraentes para os compradores e mais competitivos no
mercado. Os tempos são de tempestade na economia, mas quem
sobreviver terá um futuro tranquilo. Este é o nosso caso. E esta
segurança na marca os nossos
clientes também sabem que têm.
O preço mais baixo continua sendo o principal atra-
tivo dos barcos Cimitarra?
Principal, não. É um deles. A qualidade da navegação e, agora, o
acabamento mais refinado, também entram nesta fórmula do
sucesso da marca. Nossos barcos não são baratos. São justos
no preço, porque sempre adotamos a postura de cortar as gorduras que engordam os lucros.
No próximo São Paulo Boat
Show, por exemplo, eles vão ser
oferecidos pelos mesmos preços do salão do Rio, alguns até
iguais ao Boat Show do ano passado, apesar dos aumentos nos
custos. Não vamos sequer corrigir os valores, apesar do aumento do dólar e da inflação no período. São atitudes assim que
tornam os nossos barcos mais
acessíveis e atraentes para os
bolsos dos compradores. Além
deles terem qualidade. Tanto que
Como explicar as filas que
se formam nos salões para
visitar os seus barcos?
Porque também não adotamos a
política antipática de selecionar,
pela cara, as pessoas que poderão visitar os nossos barcos. Isso
tem a ver com o meu passado.
Antes de virar fabricante, eu visitava os salões náuticos. Só que,
como não tinha cara de milionário, até porque não sou um
deles, era barrado. Hoje faço
justamente o contrário: convido os menos privilegiados, porque sei que eles ficarão tão impressionados que sairão falando
40
Náutica Sudeste
divulgação
O diretor comercial da Cimitarra, Marçal Martins,
explica por que a marca está cada vez mais forte
estamos começando a exportá-los, agora até para a Flórida.
A própria fábrica continuará
vendendo os barcos que faz?
De certa forma sim, mas não
mais diretamente, como antes.
Estamos criando uma rede de revendas oficiais da marca, como
a própria Universo Náutico, de
São Paulo, que eu também toco,
e elas passarão a atender aos
clientes de outras regiões. No
São Paulo Boat Show, os novos
representantes já estarão atuando. Mas claro que a fábrica continuará atendendo e conversando
com os clientes sempre que eles
desejarem, porque a proximidade
de contato sempre foi outro diferencial da nossa marca. Até nisso
somos um estaleiro acessível.
maravilhas. E quem sabe se alguém os escuta, se interessa e
compra? É assim que uma marca “entra” na cabeça das pessoas. Pela emoção. Eles viram
nossos garotos-propaganda. E
se, um dia, tiverem dinheiro,
lembrarão do nome Cimitarra.
Desde garoto eu sonho em ter
um Mercedes Benz conversível,
por causa de um carro que vi na
infância. Um dia, eu consigo.
Mas fabricantes de “iates”,
como a maioria das pessoas
chamam as lanchas maiores,
não são todos milionários?
O que representa o lançamento de uma lancha de 76 pés
para a marca Cimitarra?
Significa o início de uma nova
fase, embora, por enquanto, não
estejamos pensando em passar
deste tamanho, porque o investimento para construir um barco deste porte é bem grande.
Mas é uma prova incontestável
da capacidade e do crescimento da marca. Tanto que vamos
mudar o nome do estaleiro para
Cimitarra Yachts. Mesmo antes
de ser lançada, a nova 76 pés já
tem três unidades vendidas, todas para quem já tem uma Cimitarra. Aliás, 60% das nossas
vendas são para já clientes, o
que mostra o grau de satisfação deles. Estamos empolgados. Apesar da crise lá fora.
Alguns, talvez, sim. Eu não,
com certeza (rindo). Até porque invisto tudo o que ganho
na própria fábrica. Meus barquinhos particulares são uma
velha Magnum americana,
com mais de 30 anos de uso,
e uma lanchinha Leopard dos
anos 70. Só agora estou fazendo uma Cimitarra para mim.
As outras que fiz para usar,
acabei vendendo para algum
cliente que não queria esperar.
Trabalho duro, mas não tenho
do que reclamar. Meu prazer é
ver a Cimitarra se tornar cada
vez mais conhecida.
navegador solitário
A história do argentino Victor Otaño, que depois de dez anos nas águas
brasileiras com um barquinho que poucos se atreveriam a ir além de uma
baía, voltou navegando para casa e lá embarcou em sua última viagem
por jorge de souza
N
o ano passado, alguns poucos moradores de São Francisco do Sul e Jaguarão, este um pequeno município
no extremo sul do Rio Grande do
Sul, tiveram contato com um velejador bem alto, magro, muito educado e dono de
uma invejável tranquilidade, que por ali passou a
caminho de casa, na Argentina, com um barco difícil de acreditar para um percurso tão longo: um
veleirinho Van de Stadt, de apenas 21 pés.
Dentro dele, era preciso ser contorcionista
para caber na cabine, que, de tão acanhada, mais
parecia uma caverna. Tinha apenas uma cama,
uma lâmpada, um fogareiro e garrafões plásticos
de cinco litros, estocados com água dentro da cabine. Banheiro também não tinha. Mesmo assim,
era a “casa” daquele agradável senhor argentino,
de 73 anos, desde que ele deixara o seu país, dez
anos antes, sem nenhum tostão no bolso, e seguiu, velejando, até a Ilha Grande, no litoral do
Rio de Janeiro, onde passou a viver desde então,
sozinho, a bordo daquele minúsculo barquinho.
Seu nome era Victor Otaño e aquele barquinho
era tudo o que ele tinha.
Mesmo assim, Victor jamais reclamou da vida
ou das necessidades que ela lhe impunha. Tampouco da idade já avançada e das limitações que
isso traz, ainda mais no mar, no comando de um
barco tão suscetível a tudo. Ultimamente, apenas
comentava, discretamente, como sempre, certa
saudade da família, das três filhas e dos netos, que
não via desde que deixara a Argentina, no rastro
de uma crise econômica que lhe tomara todo o
(pouco) dinheiro que tinha. Por isso, naquela ocasião, Victor estava voltando para casa, devagarzinho, navegando com o seu barquinho, da mesma
forma como quando partira. E parou em Jaguarão para se despedir de amigos que fizera por aqui.
Uma despedida para sempre. Tão logo chegou à Argentina, Victor Otaño embarcou na sua
derradeira viagem. Como se tivesse calculado direitinho o tempo para isso acontecer. Foi a última
lição de vida de um humilde navegador, que só
deixou amigos por onde passou.
sábio e
solitário
Victor e o
minúsculo
Marangatu, de
apenas 21 pés,
que era casa,
companhia e
amigo: ele não
precisava mais
do que isso
Náutica Sudeste 43
luciano guerra
A última viagem do velho
A
lém da educação e tranquilidade ao falar,
mesmo com as limitações que outro idioma traz, o que mais impressionava as pessoas
que conheceram Victor Otaño (não muitas,
é verdade, porque ele era, acima de tudo, discreto) era o tamanho diminuto do seu barco. E de onde tinha vindo com ele: a Argentina. Era um casquinho com
pouco mais de três palmos de altura, com o qual praticamente ninguém se arriscaria a ir além de uma represa.
Mas Victor não pensava assim. “Navegar tem a ver com
meteorologia, não com o tamanho do barco”, costumava
dizer. “É mais importante ser um bom meteorologista do
que um grande navegador. Quem parte na hora certa, vai
onde quiser”. E ele ia. Às vezes, bem longe.
Foi assim que Victor veio da Argentina até o litoral
do Rio de Janeiro, numa travessia que chegou a ter trechos de 13 dias seguidos no mar aberto de Santa Catarina — durante os quais ele só reclamou das calmarias, o
que, em suas sábias palavras, se resolvia dormindo. Do
mesmo jeito, dez anos depois, voltou para casa, para dar
o último suspiro na mesma cidade onde morara: a montanhosa San Martin de los Andes, quase vizinha a Bariloche, que, como se sabe, nem mar tem.
Victor partiu de lá empurrado por uma das tantas
crises econômicas argentinas, que lhe tirou o único negócio que tinha, uma vendinha. Pegou, então, os trocados que lhe restaram, comprou comida, rebocou o seu
barquinho, o Marangatu (“boa pessoa”, em guarani) até
Buenos Aires, baixou-o no rio da Prata e tomou o rumo
do Brasil. Não tinha planos. Queria apenas viver melhor
do que antes e não precisava de muito para isso. Estava
acostumado a viver sem nada no bolso.
Na Ilha Grande, onde fincou âncora por quase uma
década, quando não conseguia bicos de trabalho em outros
barcos, passava dias comendo apenas jacas, que catava no
Ele era discreto e
vivia sozinho, no seu
barquinho. Mas só gerou
amigos por onde passou
44
Náutica Sudeste
Luciano guerra
navegador solitário
vida simples
A cabine do
Marangatu era
tão acanhada
que Victor mal
cabia dentro do
barco. Mas, para
ele, bastava
mato. Não pedia nada a ninguém. Não reclamava. Jamais
incomodava os outros com as limitações da sua vida solitária naquele barquinho, onde mal cabia os seus quase dois
metros de altura. Vivia bem dessa forma. Mesmo, muitas
vezes, não tendo nem o que comer a bordo do Marangatu.
— Qualquer dia, volto para casa — dizia, quando
lhe perguntavam sobre os planos futuros. Quando decidiu que era a hora, no início do ano passado, partiu sem
avisar ninguém. Não queria incomodar.
Da Ilha Grande, Victor iniciou o longo caminho de
volta para casa sem pressa alguma. Foi velejando quando o
mar permitia e parando quando encontrava um bom abrigo para o seu barquinho. Quando chegou a Florianópolis,
pensou em desistir da travessia e voltar para a Argentina de
ônibus. Mas não tinha dinheiro para a passagem.
— Venda o barco — alguém sugeriu. Foi uma das
poucas vezes em que se mostrou ofendido. “Não se vende
um amigo”, teria respondido. E voltou para o mar, com
sua casquinha de noz.
Meses depois, chegou ao Uruguai, onde deixou o
Marangatu na segurança do trapiche de um velho amigo, pegou o ferry boat que atravessa para a Argentina e foi
rever a família, que não via desde que havia partido. Voltaria em seguida, quando encontrasse um jeito de levar
o barco de volta às montanhas de San Martin de los Andes, onde pretendia voltar a passear pelos lagos, agora na
companhia dos netos. Não deu tempo.
Quando chegou lá, Victor deitou para descansar e
nunca mais acordou. Morreu dormindo, naquele tipo
de morte que, se fosse possível escolher, todos gostariam de ter. Foi discreto até nisso. Mas deixou como
herança uma legião de amigos, tanto na Ilha Grande
quanto em todos os portos por onde passou.
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COMO DEVE SER UM
BOM BARC O DE ALUMÍNIO
divulgação
Com tantos fabricantes no mercado, nem sempre
é fácil escolher um casco de alumínio realmente
seguro. Mas algumas características ajudam muito
46
O ALUMÍNIO
DEVE SER NAVAL
CHAPAS DE
BOA ESPESSURA
TER CAVERNAS
na estrutura
SOLDA É MELHOR
DO QUE REBITES
REBITES DE
BOM ALUMÍNIO
CASCO NÃO
ESTREITO DEMAIS
CONVÉM TER
VINCOS NO CASCO
FUNDO DE ACORDO
COM O USO
NÃO PRECISA
SER PINTADO
NEM LEVE NEM
PESADO DEMAIS
Nem todo alumínio
é igual. É preciso
que a sua liga seja
naval. Ou seja, no
caso de o barco
bater em algo,
o alumínio deve
amassar (e até
deformar!), mas não
rachar, o que só se
consegue com ligas
especiais. Também
é fundamental
que a estrutura
interna seja do
mesmo material,
não de alumínio
convencional.
A espessura do alumínio tem a ver com
o tamanho do casco:
quanto maior ele for,
mais grossas devem
ser as chapas. E o fundo deve ser, no mínimo, de 0,3 a 0,5 mm
mais espesso que o
costado, dependendo
do tamanho do barco. Para cascos de cinco metros, boas chapas são as de 1,5 mm
(fundo) e 1,2 mm (costado). Mesmo nos modelos bem pequenos,
chapas com menos de
1,2 mm nem pensar.
Todo barco precisa
ter cavernas internas, porque são elas
que dão estrutura ao
casco. As cavernas
devem ter a forma
de “U” e subir até a
ponta dos costados,
além de também serem de alumínio naval. Quanto mais largo for o casco, mais
cavernas ele deve
ter e menor o espaço entre elas.
Soldas praticamente não soltam, mas
exigem chapas mais
grossas (por conta
do próprio processo
de soldagem), o que
eleva bastante o custo do casco. Por isso,
são mais usadas em
grandes barcos de
serviço, de uso mais
constante. Para pequenos barcos de lazer, rebites dão conta
do recado.
Rebites funcionam
muito bem em barcos de lazer, desde
que eles também
sejam de alumínio
naval de boa qualidade. Rebites de
alumínio não confiável comprometem a segurança
de qualquer barco. Pergunte sobre
a especificação do
alumínio antes de
fechar negócio.
Barcos estreitos têm
menos estabilidade.
A fórmula básica é
a do “três por um”:
três medidas de
comprimento para
uma de largura. Ou
seja, barcos de cinco metros de comprimento devem ter
cerca de 1,60 m de
largura. Desconfie
dos barcos finos demais, porque o preço, quase sempre, é
dado pelo comprimento, sem considerar a largura do
casco.
Vincos e dobras nas
chapas geram reforços e aumentam a
resistência geral do
casco. Mas não são
obrigatórios. Contudo, barcos com cascos “lisos” requerem
estrutura interna reforçada. Se não tiver
nem uma coisa nem
outra, escolha o de
outro fabricante.
O tipo de fundo de
casco tem a ver diretamente com o local
onde o barco irá navegar. Quanto mais
agitadas forem as
águas, maior deve
ser o “V” do casco. Já
barcos de pescadores
devem ter o “V” menos acentuado, para
aumentar a estabilidade quando estiverem parados. Fundos
chatos só para águas
bem tranquilas.
Nos cascos de alumínio, a pintura
é elemento apenas decorativo, já
que eles não oxidam. Mas, se quiser
um barco mais bonito, pergunte sobre como foi feito
o processo de pintura. O ideal é que
haja uma camada
de tinta base (primer) e, pelo menos,
três demãos.
O peso do barco
tem a ver, principalmente, com a espessura das chapas de alumínio. O
ideal (tanto para o
transporte terrestre
quanto para a performance na água)
é que ele seja o
mais leve possível,
mas não como consequência de economia no alumínio.
É mil vezes preferível um barco mais
pesado e seguro do
que um leve não tão
confiável.
Náutica Sudeste
Náutica Sudeste
47
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Ano: 2013
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Ano 2005
2 X Volvo Penta, 500HP
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Ano: 2010
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Ano: 2012
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A guardiã DOS ALBATROZES
Há 25 anos, a bióloga Tatiana Neves , coordenadora do Projeto Albatroz,
batalha em favor de uma ave marinha que poucos conhecem
N
o início de 1990, a então recém-formada bióloga
Tatiana Neves ouviu falar sobre a morte acidental
de aves em alto-mar e resolveu investigar. Nascia
ali o Projeto Albatroz, que hoje, 25 anos depois e sob o poderoso patrocínio da Petrobras, é uma das mais longevas
1
Como uma ave no ar
pode ser vítima de
um anzol na água?
“Porque os albatrozes, bem como
os petréis, que são da mesma família, são
atraídos pelas sardinhas, lulas e outros
pedaços de peixes usados como iscas nos
anzóis dos espinhéis dos barcos de pesca.
Quando as linhas são lançadas na água,
as aves atacam as iscas antes que elas
afundem e acabam fisgadas pelos anzóis.
Em seguida, morrem afogadas, quando
eles afundam. Soa como um incidente raro,
mas cerca de 10 000 petréis e albatrozes
morrem deste jeito, por ano, só na costa Sul
e Sudeste do Brasil. É um problema sério,
que afeta de maneira fatal uma das espécies
de aves mais ameaçadas do planeta. Mas
a solução é relativamente simples. Basta os
pescadores obedecerem a três princípios,
que, inclusive, são leis: só soltar as linhas
à noite, quando as aves geralmente não
voam, colocar os pesos mais próximos aos
anzóis, para que eles afundem mais rápido,
e usar toreline nos barcos.”
2
iniciativas em favor da preservação de uma espécie marinha do país: os albatrozes e petréis, aves de hábitos oceânicos, raramente vistas no litoral, e que são vítimas de uma
situação ainda menos óbvia para um bicho que voa: os anzóis dos pescadores, como ela conta, nesta rápida conversa.
O que é toreline?
“É uma espécie de fita colorida, lançada na água junto com a linha. Sua função é
afugentar as aves, feito um espantalho, até
que os anzóis afundem e fiquem a salvo
dos albatrozes e dos petréis. Algo simples,
mas bem eficaz, até para os próprios pescadores, porque essas aves são ótimas “roubadoras” de iscas. Desde que a utilização do
toreline nos barcos de pesca de alto-mar virou lei, os pescadores têm colaborado e os
barcos são fiscalizados. Aliás, por mais contraditório que possa parecer, os pescadores são os maiores aliados do nosso projeto, pois só eles, com medidas assim, podem
ajudar a preservar a espécie. Eles são a solução. Não o problema. Até porque a pesca precisa existir. Cabe a nós criarmos uma
convivência harmoniosa entre aves e pescadores, especialmente nas regiões mais
críticas, como Cabo Frio, no Rio de Janeiro,
e a costa de Santa Catarina, onde também
as aves sabem que têm mais peixe.”
3
Onde é mais
fácil ver um
albatroz?
“Não é muito fácil, porque os grandes albatrozes, os chamados “viageiros”,
são aves oceânicas, que não costumam frequentar a costa. Mas, de vez quando, alguns
indivíduos se aproximam um pouco mais
do litoral, seguindo os barcos de pesca. No
Brasil, eles frequentam especialmente o mar
das regiões Sul e Sudeste, chegando até o
Espírito Santo. São aves magníficas, que fazem longas travessias oceânicas nas baixas
latitudes e chegam a ter 3,5 metros da ponta de uma asa a outra. Os navegantes as admiram, porque elas vivem onde só existe
água e dizem que traz boa sorte. Mas, como
são aves pouco vistas, nós tratamos de divulgar a importância da espécie tanto para
os pescadores quanto para as crianças, por
meio de programas de visitações a escolas.
Nosso projeto ajuda tanto a preservar quanto a popularizar um animal que poucos conhecem, justamente porque é raro. Magnificamente raro de ser ver.”
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