Observatório Europeu do Plurilinguismo
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Observatório Europeu do Plurilinguismo Carta Informativa N°37 (Outubro-Novembro 2010) http://www.observatoireplurilinguisme.eu/ Traduções em alemão, italiano, espanhol, inglês, romeno, português e grego acessíveis on-line. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. OIF: uma organização internacional plurilingue emergente As últimas actualizações do site Contribua para o desenvolvimento do OEP, adira ao OEP O plurilinguismo para os negócios Pólo de Investigação do OEP: Seminários de investigação sobre o plurilinguismo Avisos e publicações Reler as últimas cartas 1) A OIF: uma organização internacional plurilingue emergente Agora que concluiu a XIII Cimeira da Francofonia, é impossível não falar da Organização Internacional da Francofonia. Não se trata da francofonia enquanto comunidade linguística dos locutores francófonos que as estatísticas as mais credíveis referem cerca de 220 milhões de indivíduos, mas a Organização Internacional que reúne 75 estados soberanos conta com 19 membros associados ou observadores. Assim, é mais de um terço dos países-membros da ONU e 14 países-membros da União Europeia, ou seja, mais da metade dos países-membros. Um dos estereótipos mais divulgado é que a Francofonia, enquanto organização internacional, não é mais do que uma reconfiguração do antigo império colonial francês em que a França esticaria demasiado a corda. Esta ideia é duplamente falsa. Por um lado, a iniciativa que é historicamente a base do que se tornou hoje a OIF, deve-se a três chefes de Estado de países recentemente independentes do antigo império colonial: a saber Leopold-Sedar Senghor, Presidente do Senegal, Habib Bourghiba, Presidente da Tunísia e Diori Hamani, Presidente do Níger, ao qual se uniu o Príncipe Norodom Sihanouk, Rei do Camboja. A França, na qualidade de membro da OIF e, pela sua dimensão e peso económico, principal financiador da Organização, sempre desconfiou desta organização pela complexa potência colonial e também por não hipotecar a sua própria independência. Assim, em 1966, eram 4. Actualmente, são 75. Com o francês em comum, os Estados-membros da OIF distinguem-se pelo plurilinguismo. Todos, longe disso, não têm o francês como língua nacional nem como língua oficial. A França, pelas suas características europeias de Estado de forte tradição monolingue fundada no Estado-nação e no princípio «uma língua, um povo, um Estado», é talvez o único Estado a pertencer à OIF nesta situação. Para não só ter em conta as línguas europeias, o inglês, o alemão, o neerlandês, mas também o romeno, o búlgaro, a língua macedónia, o polaco, o catalão, o italiano e o grego são línguas dos países-membros, membros associados ou observadores da OIF. Nesta panorâmica, é preciso atribuir um lugar particular à África e às numerosas línguas que são faladas e que têm um lugar bem legítimo neste conjunto bem particular que representa a OIF. Se bem que a Ásia têm muito menos locutores francófonos do que a África, a francofonia na Ásia está bem presente. Assim, a OIF estende-se em 5 continentes e é a única organização internacional a apresentar uma tal característica. Um outro aspecto importante é o facto de a OIF ter relações de cooperação excepcionais materializadas em particular pelas agências, tais como a Agência Universitária da Francofonia em que a rede, em contínua expansão, reúne hoje quase 800 institutos universitários. A OIF não é de modo nenhum uma organização dedicada ao único objectivo de defesa da língua francesa. A OIF foi, assim, o vértice de todas as acções faro desde há dez anos, em particular no âmbito da UNESCO, pela defesa da diversidade cultural e linguística. Foi o artífice determinante da Convenção internacional na tutela e na promoção da diversidade das expressões culturais votadas por unanimidade, excepto os Estados Unidos e Israel, dos membros da Conferência geral da UNESCO a 20 de Novembro de 2005, hoje ratificada por mais de 150 países. Acerca da temática da diversidade cultural e linguística, a OIF está unida com as organizações dos ares linguísticos espanhol e português que têm uma organização internacional comum: a União Latina. Numerosos países da Ásia estão com a OIF numa luta de civilização para uma outra mundialização quando o modelo ocidental se deteriora. São muitos os observadores que, actualmente, reconhecem a existência de um único modelo de mundialização. Depois de uma trintena de anos, o mundo viveu sob uma ideologia que colocou o proveito no centro da sociedade. O epicentro estava nos Estados Unidos que viu uma explosão das desigualdades sem precedentes na história. Quando os rendimentos de 1% da parte mais rica da população aumentavam cerca de 10% por ano, para os 99% restantes era menos de 1%. O crescimento americano baseado na especulação era uma ilusão. As reformas iniciadas dificilmente por Barak Obama no sistema de saúde americano evidenciam o facto de esse sistema fundado nos seguros privados ser o mais desigual, o mais caro e o menos eficaz possível. Com a crise anunciada em 2008, depois de muitos sinais de alarme desde 2002, verificou-se o afundamento do inteiro sistema, que assentava no «fundamentalismo do mercado», segundo a expressão de Joseph Stieglitz, ou seja, sobre a convicção, ao serviço dos interesses bem identificados, segundo a qual o mercado é capaz de se auto-regular, crença que se impôs politicamente a partir de Margaret Thatcher na Grã-Bretanha e de Ronald Reagan nos Estados Unidos. Este modelo está, actualmente, económica e filosoficamente morto, se bem que os interesses que serviu estejam sempre activos. Perante este sistema suicidário, uma outra via deve ser adoptada. Essa via deve consistir na restituição do homem no centro da sociedade e da economia. É a via do desenvolvimento sustentável e equitativo. Na declaração universal sobre a diversidade cultural, a conferência geral da UNESCO erigiu a diversidade cultural na posição de «património comum da humanidade», «também necessária para o género humano quanto à biodiversidade na ordem dos seres vivos», e faz da sua defesa um imperativo ético, inseparável do respeito pela dignidade da pessoa humana. A Declaração visa preservar como um tesouro vivente, e, portanto, renovável, uma diversidade cultural que não deve ser sentida como um património cristalizado, mas como um processo que garanta a sobrevivência da humanidade. Nesta luta de civilização, acabamos de a ver a Montreux, os países-membros ou observadores da OIF estão muito comprometidos. Perante uma suposta «modernidade» que ficou aquém, é necessário afirmar a construção de uma outra modernidade na qual o plurilinguismo ocupará, evidentemente, um grande espaço. 2) Entre as últimas actualizações do site • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Citoyenneté norvégienne refusée pour non connaissance de la langue QUOI?! Entire French Program ‘Deactivated’ at SUNY Albany Ludolangue : des méthodes ludiques d'apprentissage des langues étrangères L'anglais ne serait pas la langue la plus utilisée sur la Toile Wie lernen Kleinkinder Fremdsprachen? (SprachenNetz) Institution d'un observateur des langues à Genève L’Itanglese, parole inglesi nella lingua italiana, continua ad avanzare... Nuit du bâillon : le projet de loi 115 adopté (Québec) "Soutien aux langues menacées" par F. Alfonsi, député européen Multilingvism si limbi minoritare în România Lingua italiana: chi era costei? Interrogazione scritta alla Commissione Pour une francophonie ouverte (Bernard Kouchner) Mehrsprachige Sprichwortplattform "Sprichwörter multilingual - ... L'Italia non è più isolata nel voler fermare il brevetto europeo in tre lingue Réponse de Mme Vassiliou à la question écrite de G. Franco, député européen... L'UE approuve la loi garantissant les droits à la traduction et à... Do Colleges Need French Departments? (New York Times) La protection linguistique des salariés dans la mondialisation : ... Bruxelles.be en 23 langues a séduit plus de 12 500 fois La Cour europ. des droits de l'homme et l'interdiction de s'exprimer en tahitien En Russie, la télévision modernise l’apprentissage du français Des cours de langue obligatoires dès 3 ans ? (Le Temps) Sprachenblöcke oder Sprachenvielfalt (Urs Altermatt) Le français progresse en Afrique mais il décline en Europe (Le Monde) Die EU vor dem sprachlichen Abgrund (Peter J. Weber) Air France condamnée en appel à traduire en français des docs. techniques Le multilinguisme : une réalité vécue en Lituanie 3) Contribua para o desenvolvimento do OEP, adira ao OEP O OEP é uma associação de direito francês, mas amplamente internacional devido aos seus membros e parceiros. Apesar do apoio que recebe das autoridades públicas para a organização de grandes eventos como os Encontros, apesar da ajuda estrutural finalizada do Ministério da Cultura francês (Delegação Geral da Língua Francesa e das Línguas de França), o OEP para desenvolver as suas actividades precisa imperiosamente do apoio dos seus membros, indivíduos ou pessoas jurídicas. Se achar que o trabalho voluntário do OEP é útil e merece o seu apoio, contacte o OEP, e torne-se membro do OEP. 4) O plurilinguismo para os negócios Quando dizermos que o “globish” não é inútil e pode mesmo ser útil nas empresas, com efeito, não teremos dito nada. Porque se existe uma lingua franca, a verdadeira e a única questão, é o "campo de aplicação" desta lingua franca. A realidade é a multiplicidade dos contextos nos quais as empresas são confrontadas com problemas linguísticos, e o verdadeiro desafio socioeconómico consiste em encontrar em cada um desses contextos a resposta adaptada, a que satisfará duas exigências complementares: a exigência de qualidade das condições de trabalho e de coesão social e a exigência de resultado económico. Em Bruxelas, nos dias 23 e 24 de Setembro uma trintena de pequenas e médias empresas afirmaram que as línguas eram para elas um recurso para se instalarem no estrangeiro, para desenvolverem as suas exportações e aumentar o número de negócios. O “globish” permite uma comunicação mínima, por defeito, mas muito rápida, para prospectar, para negociar, para contratar, para se instalar, é preciso passar a outra via. As línguas vivas são, então, um verdadeiro investimento, e representa uma valorização para as pessoas que adquiriram tal competência. Em Paris, a 30 de Setembro, por ocasião de uma mesa-redonda organizada pelo OEP no âmbito da Jornada europeia das línguas, com a participação da Axa-Assistance, do GDF-Suez, do “club des numéros un mondiaux français à l'exportation” e da CGT de GEMS, todos os intervenientes confirmaram que a língua da empresa podia ser tanto a língua do país de acolhimento como a língua do cliente. O problema das línguas nas empresas deve ser analisado e ser o objecto de políticas que se integram na directiva e na estratégia global. 5) Pólo de Investigação do OEP: Seminários de investigação sobre o plurilinguismo Em parceria com o UFR Études Interculturelles de Langues Appliquées, École doctorale 132: Seminário de investigação Universidade Paris 7 – Denis Diderot/OEP Políticas linguísticas e plurilinguismo Próxima sessões: • 26 de Novembro de 2010: Tradução e Interpretação nas instituições europeias • Alain Wallon (Direcção-geral da Tradução, Comissão Europeia) 10 de Dezembro de 2010: Políticas linguísticas e plurilinguismo na União Europeia • José Carlos Herreras (Universidade Paris Diderot-Paris 7) Para mais informações e se inscrever • A Equipa de Investigação Textos, Informática e Multilinguismo do INALCO (Paris) tem o prazer de o/a convidar às primeiras sessões do seminário de investigação 2010-2011 (49 bis Rua Belle Gabrielle Salle -110 (subsolo) 75012 Paris - (RER A, Estação Nogent-sur-Marne, sair na Avenida des Marronniers depois ir na direcção do Jardin tropical). As três sessões de Novembro serão animadas por François RASTIER, Presidente do Comité Científico do OEP: • Sexta, 12 de Novembro de 2010, 17h00-19h00: Semiótica das culturas, Uma introdução, propostas para as e-humanities • Quinta, 18 de Novembro de 2010, 17h00-19h00: Semântica do corpus, questões e perspectivas • Quarta, 24 de Novembro de 2010, 17h00-19h00: Semântica textual aplicada e tratamento automático da linguagem Para mais informações 6) Avisos e publicações Jantar-debate (DLF-Bruxelas-Europa) "Des langues pour gagner des marchés, enjeu économique, enjeu social" (“Das Línguas para ganhar mercados, risco económico, risco social”) Terça, 30 de Novembro de 2010 às 19 horas, Cervejaria da Comissão Europeia Rua Van Maerlant, 2 – 1040 Bruxelas (metro « Maelbeek », parking aisé) Convidados de honra: Jean-Loup CUISINIEZ, sindicalista - AXA Assistance Margaretha MAZURA, secretário-geral - EMF - Clube de l’e-Excellence Jacques SPELKENS, coordenador para a inovação social - GDF-SUEZ Claude TRUCHOT, sociolinguista - Universidade de Estrasburgo Para mais informações e se inscrever • • • • • • • • • Quintas Jornadas dos Direitos Linguísticos, Colóquio internacional “Plurilinguismo e mundo do trabalho”, Universidade de Teramo, 19-21 Maio 2011, Associazione LEM-Italia DORIF-Università Forum des Langues de France. "Plurilinguisme / Plurilinguismes – Mehrsprachigkeit/ …?" por Albert RAASCH (INFODaf). Publi.: As grandes representações do mundo e da economia através da História... ... Do universo mágico ao tufão criativo, René Passet, Éditions Les liens qui libèrent, 2010, ISBN 9782918597087. Lançamento do site Internet REAL (Rede europeia das associações de professores de línguas). Infocarta N°22 da DLF Bruxelas-Europa, editorial: O multilinguismo: para uma política à parte inteira da Comissão. A França e a francofonia no cruzamento da diversidade : Apelo às comunicações para o XX Seminário Nacional da Associação dos Professores de Francês da Rússia (AEFR) - 23-30 Janeiro de 2011. Correio europeu das línguas n°20. Plurilinguismo e Formação dos Professores, uma abordagem crítica, sld Sabine Ehrhart, Christine Hélot, Adam Le Nevez, Colecção: Mehrsprachigkeit in Schule und Unterricht volume 10, Peter Lang, 2010. A Revista canadense das línguas vivas, linguística aplicada - literacia - línguas segundas - investigações - plurilinguismo, convidam as pessoas interessadas a propor temas para o número especial anual 2013 da revista. • A língua francesa no mundo 2010, publicações da OIF, Observatório da língua francesa, Ed. Nathan, Paris. • O MINI-CAFÉ BILINGUE "na sua língua" está lançado! o CAFÉ BILINGUE organiza, sábado 4 de Dezembro das 9h30 às 13h, em Paris 13, um Pequeno-Almoço festivo, multilingue e multicultural. Animações para pequenos e grandes, multilingues ou em devir, estão previstas. Informações: [email protected] • Relatório ao Parlamento no uso da língua francesa - 2010. 6) Reler as últimas Cartas do OEP clicando aqui Se não desejar receber esta carta, responda a este correio electrónico colocando no assunto NÃO. O.E. P. - 4 rue Léon Séché F-75015 Paris, France – http://www.observatoireplurilinguisme.eu/ - http://www.efm-mehrsprachigkeit.eu - Telemóvel: +33 (0)6 10 38 68 90
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