Versão em PDF - Cocamar Jornal De Serviço
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Foto Leonardo Kami M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 3 mercado Preços firmes nos próximos anos Redução da pobreza está entre os fatores que devem manter forte a demanda por alimentos no mundo Ainda que as cotações agrícolas tenham em geral recuado recentemente no mercado internacional, em relação aos patamares históricos elas continuam elevadas, estimuladas por fatores destacados pelo diretor da OMC: a crescente demanda, que resulta da “transição nutricional que vem junto Da Redação - Os preços nominais das commodities agrí- com a redução da pobreza”; e da reação mais lenta do lado colas têm tendência de alta nos próximos dez anos e de- da oferta. verão ficar entre 10% e 30%, em média, acima das Nesta frente, vale destacar que adversidades climáticas cotações da década precedente. É o que afirmou o diretor- colaboraram para quebras de produção de grãos em divergeral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal sos países exportadores no ano passado. Lamy, na abertura do ‘Global Commodities Fórum”, organizado dia 18 de março pela Agência das Nações Unidas Analistas em geral consideram que o Brasil continuará a para Comércio e Agricultura (Unctad), em Genebra, na ser um grandes ganhadores no comércio global de produtos agrícolas, pela sua competitividade. Suíça. Produtor mantém margens Custos de produção em alta no campo, mas margens brutas elevadas ao produtor. Cotações de algumas commodities em trajetória descendente, mas preços ao consumidor ainda acima das médias históricas. Esse é o cenário traçado pelo Banco do Brasil para a safra de grãos 2013/2014, a ser iniciada oficialmente em julho. O BB projeta uma safra mais equilibrada em 2014. Mas alerta para uma eventual, e potencialmente catastrófica, repetição da seca ocorrida nos Estados Unidos em 2012. “Teremos preços um pouco menores em relação ao ano passado, quando houve uma forte quebra da safra americana, mas que ainda ficarão acima da média histórica”, afirmou o vice-presidente de Agronegócios da instituição, Osmar Dias. “Deve haver uma depressão agora, mas que deve ser recuperada no segundo semestre. Assim, teremos mais equilíbrio no fim”. A balança comercial do agronegócio brasileiro apresentou um superávit de US$ 5,01 bilhões em fevereiro, de acordo com dados da Secex. O segmento de carnes foi o que mais se destacou, com vendas de US$ 1,25 bilhão, mais que no mesmo mês em 2012. Em contrapartida, os problemas logísticos que dificultam o escoamento da safra de soja no país se refletem na receita do complexo (que inclui, além da commodity em grão, o farelo e o óleo), com um recuo de 40% no acumulado do primeiro bimestre deste ano sobre igual intervalo de 2012, para US$ 1,283 bilhão. O principal destino das vendas externas do agronegócio brasileiro em fevereiro foi a Ásia. Individualmente, os EUA são os maiores compradores. Foto Agência Estado Embarques de carnes em expansão Caos logístico dificulta exportação de soja Preocupação com o milho “Este pode ser o ano ideal para a Conab fazer estoque regulador”, afirma Ânderson Galvão, diretor da consultoria Céleres, diante de um provável cenário superofertado de milho. Para ele, se uma grande produção se confirmar, o governo terá que intervir no mercado. Em relação a isso, o diretor de Política Agrícola da Conab, Silvio Porto, disse que o governo espera preços “bem mais arrefecidos” no segundo semestre e deixou a porta aberta para uma intervenção no mercado. No ciclo 2012/13, a previsão da Conab é de que sejam colhidas 76 milhões de toneladas de milho, contra 72,9 milhões da temporada anterior. Demanda por café O diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), o brasileiro Robério Silva, define como “brilhantes” as perspectivas de demanda mundial de café. China, Rússia, Coreia do Sul, países do Leste Europeu e Austrália são alguns dos considerados novos mercados para a commodity. A demanda mundial cresceu, em média, 1,5% ao ano na década de 1990 e 2,5% nos anos 2000. A previsão da OIC é que esse ritmo seja mantido nos próximos anos. Pá g . 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 agricultura de precisão Tudo pela modernização do campo A agricultura de precisão, como diz o nome, faz análise minuciosa de cada talhão da propriedade, recompondo eventuais deficiências. O resultado é a redução de custos e o aumento da produtividade Curso inédito de nível superior de tecnologia “Mecanização em Agricultura de Precisão” terá vestibular em julho. Uma oportunidade para que filhos de cooperados adquiram mais conhecimentos sobre o assunto Da Redação - Utilizando toda a estrutura da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, foi criado em 2009 o inédito curso superior de tecnologia “Mecanização em Agricultura de Precisão”, ministrado pela então Faculdade de Tecnologia de Marília – Campus Pompéia, atualmente Fatec Shunji Nishimura. No final de fevereiro, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, foi convidado a participar da solenidade de formação da primeira turma, ao qual compareceu o governador Geraldo Alckmin e várias autoridades. “É uma oportunidade para que filhos de produtores cooperados da região invistam em uma profissão que vai ajudar a potencializar os negócios da família e tem lugar assegurado na agricultura moderna”, afirma o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, que disse ter ficado impressionado com a estrutura oferecida aos alunos. M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 5 O diretor-executivo da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Alberto Issamu Honda, afirma que “O ineditismo marcou a criação desse curso no Brasil, uma vez que formação similar pode ser encontrada apenas em uma universidade dos Estados Unidos”. Com duração de três anos, o curso já está em sua 5ª turma, é gratuito e oferece 40 vagas no período da manhã e 40 à noite. Atualmente estudam na FATEC Shunji Nishimura alunos provenientes de 66 cidades de 5 Estados. EM JULHO - O próximo vestibular será em julho com inscrições nos meses de maio e junho pelo site www.vestibularfatec.com.br. As datas da prova e o período de inscrição ainda não foram divulgados pelo Centro Paulo Souza (órgão responsável pela Fatec), comenta Carlos Henrique Augusto, coordenador de Agricultura de Precisão da Fundação. O que faz O tecnólogo em mecanização em agricultura de precisão é o profissional de nível superior que se responsabiliza pelo uso adequado de máquinas e implementos agrícolas, com o objetivo de obter altas produtividades agropecuárias e baixos custos em ambiente de agricultura de precisão. O curso visa capacitar jovens talentosos para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira através de ensino público, gratuito e de qualidade. Parcerias para formar profissionais de alto nível “A ideia básica é que sem parcerias teremos mais dificuldades de oferecer um curso na qualidade que o mercado necessita. Toda parceria é bem vinda para construir um curso de boa qualidade e atender a carência de profissionais na área de Agricultura de Precisão em todo o Brasil”, afirma Alberto Issamu Honda, diretor-executivo da Fundação. Entre as atuais empresas parceiras estão a Jacto, Otmis, Coopercitrus, Jumil, Raven, Geo Agri, John Deere, SST Softwares, Farm Works, Basf, Syngenta, Clealco, Baldan, Trimble, Marchesan, Mizumo, Unipac e Falker. Para a implantação da Fatec, a Fundação Nishimura cedeu as instalações físicas e os laboratórios para a oferta do curso. O Estado ficou responsável pela biblioteca e pela contratação do corpo administrativo, docentes e técnicos administrativos para a unidade. Em 2012, o governador Geraldo Alckmin assinou o decreto que permitiu a implantação da instituição de ensino na cidade e comentou na ocasião que a ação se deu graças à infraestrutura que já dispõe a Fundação. “Ela oferece ensino de qualidade aos seus alunos, em um ambiente privilegiado para o curso de Mecanização em Agricultura de Precisão”, disse o governador. A Fundação Shunji Nishimura é mantenedora de estruturas de ensino e cursos voltados a vários públicos: Colégio Shunji Nishimura - de ensino fundamental, atende a alunos da Edu1) cação infantil à 8ª série, sem custos para os pais. Aulas de Informática e Expressão Corporal são ministradas para alunos desde os 4 anos de idade, motivando-os e colaborando em sua formação. Técnico Agrícola de Pompéia (ensino médio) – Gratuito, o curso tem 2) aColégio duração de quatro anos, três em regime de internato e um estágio obriga- tório numa fazenda do Brasil ou dos Estados Unidos. A escola funciona com uma média de 120 alunos. A cada ano cerca de 100 estudantes com o primeiro grau completo disputam as 45 vagas abertas. A maioria com 14,15 e 16 anos e termina com 18,19 e 20. Os alunos receb em formação nas seguintes áreas: aulas práticas e projetos; desenho e topografia; administração e economia; agricultura, mecânica agrícola; máquinas e implementos agrícolas; zootecnia; fábrica de sucos, geleias e conservas; horticultura; laboratório de análise de solo; construções e instalações; irrigação e drenagem; culturas; tratamento fitossanitário; oficina mecânica; marcenaria e estágios e profissionalizantes. no período da manhã e 40 à noite. p Curso de nível superior de tecnologia em agricultura de precisão - Com du3) ração de três anos, já está em sua 5ª turma, é gratuito e oferece 40 vagas Pá g . 6 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3 agricultura de precisão FORMATURA - O governador Geraldo Alckmin foi escolhido para ser o patrono da primeira turma do curso de graduação tecnológica de Mecanização em Agricultura de Precisão da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Pompéia - Shunji Nishimura. A cerimônia de colação de grau aconteceu na noite de 16 de fevereiro. Em discurso, o governador ressaltou o nível de qualidade da instituição, que é referência também fora do país. "Essa é a primeira Fatec feita em parceria com a indústria e a agricultura, com um curso inédito que só existe em Pompéia. Não existe em nenhum outro lugar da América Latina." Implantada como campus da Fatec Marília no 1º semestre de 2010, a faculdade ganhou autonomia em abril de 2012, quando Alckmin assinou seu decreto de criação. Atualmente, a unidade tem mais de 400 matriculados, divididos entre as turmas da manhã e da noite. Acompanhado do filho Luiz Lourenço Júnior, o Presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, prestigiou a solenidade Governador Geraldo Alckmin foi o patrono da primeira turma formada no Brasil “Cada um dos 36 alunos formados na primeira turma de Mecanização em Agricultura de Precisão será muito disputado no mercado de trabalho pela sua formação graças a qualidade de ensino oferecida” p LAURA LAGANÁ, diretora superintendente do Centro Paula Souza M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 7 Pá g . 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 agricultura de precisão Nishimura, um imigrante que fez história na agricultura brasileira Shunji Nishimura foi o fundador da empresa Jacto, situada em Pompéia (SP), região de Marília. Após ter construído uma das maiores fábricas de pulverizadores agrícolas do mundo, ele começou a investir na formação de jovens para trabalhar na agricultura. Sob as diretrizes da Fundação Shunji Nishimura, que surgiu em 1979, foi inaugurado em 1982 o Colégio Técnico Shunji Nishimura, em 1989 o Colégio Shunji Nishimura e, em 2005, a escola profissionalizante Cheiko Nishimura. Imigrante pobre, que veio do Japão apenas com sonhos e esperança, ele trabalhou como boia-fria na colheita de café, atuou como garçom e mecânico. Pensando em retribuir ao Brasil e à agricultura tudo o que lhe ofereceram, Shunji quis contribuir com a formação profissional para o desenvolvimento do agronegócio. Já são mais de mil alunos formados que estão aplicando e transmitindo conhecimentos para os campos da agricultura e da vida. Shunji faleceu no dia 23 de abril de 2010, aos 99 anos. De mecânico a empreendedor de sucesso parar em Pompéia, a quase 500 quilômetros da capital. Lá, resolveu usar seus conhecimentos como técnico mecânico e colocou uma placa na porta de casa: “Conserta-se tudo”. De consertos em consertos, Nishimura acabou desenvolvendo em sua oficina projetos próprios e novamente a agricultura As polvilhadeiras evoluíram para modelos costais mais leves e surgiram os primeiros modelos montados em tratores, destinados às grandes culturas de algo- dão e café. A evolução foi acompanhando as mudanças nas características dos inseticidas e defensivos agrícolas e as transformações da agricultura brasileira. Em 1966, a Jacto começou a fabricar pulverizadores manuais com reservatório de plástico. Com seu espírito inventivo, o fundador da Jacto, que até 1930 trabalhou na colheita de café, desenvolveu a primeira colheitadeira desse produto do planeta Mas não era suficiente. Nishimura não deixava de pensar em um meio de otimizar a colheita, em especial a do café, cultura na qual ele teve seu primeiro emprego no Brasil. Em 1979, após seis anos de pesquisa e desenvol- vimento, a Jacto apresentou a primeira colheitadeira de café do planeta. O sucesso foi imediato. Hoje, a empresa exporta para mais de 90 países e é responsável pela geração de cerca de 3.000 empregos. p O caminho para chegar à fundação de uma empresa bilionária não foi fácil. Após abandonar a lavoura de café na década de 1930, Nishimura passou anos de emprego e emprego – trabalhou como garçom no Rio de Janeiro e mecânico em São Paulo – até que resolveu ir à estação da Luz e tomar um trem até o destino final. Foi apareceu em sua vida. Em 1948, o japonês começou a produzir polvilhadeiras que pudessem ser colocadas nas costas do operador. A oficina transformou-se em fábrica e surgiu a indústria Máquinas Agrícolas Jacto Ltda., oficializada em novembro de 1949. O nome foi inspirado na fumaça deixada no ar pelos aviões a jato. M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 9 Agricultura de precisão ganha espaço A valorização das principais commodities agrícolas na última década e a necessidade de se ampliar a produção com regras socioambientais mais rígidas, menos desperdício e espaço limitado para a expansão dos cultivos, conferiram um novo status à agricultura de precisão no país. Ainda que não existam estatísticas sobre a área ocupada por esse conjunto formado por gestão, técnicas e equipamentos, pesquisadores estimam que 20% das lavouras de grãos do Cerrado brasileiro, que estão entre as mais mecanizadas, já são conduzidas com base nesses recursos. Mas, em praticamente todas as cadeias agrícolas, é possível notar avanços nesse sentido. De acordo com o especialista Elvio Lupo, as ações relacionadas à venda de produtos voltados à agricultura de precisão vêm crescendo nas empresas brasileiras. “São equipamentos totalmente eletrônicos, superando e muito a operação manual. Dentre outros, há barra de luz, piloto elétrico, piloto hidráulico, desligamento de seção em pulverizador e plantadeiras, antenas e receptores", afirma. Com o aumento da demanda, a empresas têm investido em capacitação de sua equipe comer- cial, com o apoio das fábricas, para que em cada qual se tenha um especialista em produtos voltados à agricultura de precisão. “O setor acredita que conseguirá triplicar os números de vendas em 2013”, afirma Lupo. A New Holland, por exemplo, traça um cenário positivo nesse sentido. Segundo a empresa, em 2012, houve crescimento de 75% nas vendas de máquinas voltadas à agricultura de precisão. Pá g . 1 0 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3 região Investir em tecnologia e conhecimento é o caminho Na recente safra de soja, em São Jorge do Ivaí (a 50km de Maringá) a cooperada Nádia Felippe fez a média de 155 sacas por alqueire nos 360 que cultiva no município. Para a produtora, o resultado é reflexo dos investimentos que fez e melhor tecnologia: insumos, sementes de alta qualidade e máquinas de última geração, além da qualificação dos funcionários. “É muito importante tratar a fazenda como uma empresa. E para tudo dar certo, gestão, colaboradores e equipamentos precisam estar afinados”, diz. Segundo Nádia, os funcionários participam de treinamentos e cursos, sem contar que viajam para várias feiras pelo Brasil em busca de novidades. É o caso de Reginaldo Tonhato, o Naldinho, de 37 anos. “Trabalho com uma colheitadeira equipada com GPS que colhe até 20 alqueires por dia. São equipamentos sofisticados, mas de fácil manejo”, afirma. Naldinho ressalta que em um dia de treinamento com o técnico na empresa, pegou os macetes. “Depois é só praticar no dia a dia”, acrescentou, lembrando que a colheitadeira tem plataforma de 22 pés e caçamba com capacidade para 100 sacas. Ela enche em 15 minutos. “O pulverizador, plantadeira e trator também são de última geração. No caso do pulverizador, um dispositivo impede que desperdice veneno”. (Cleber França) Agricultora de São Jorge do Ivaí fez média de 155 sacas nos 360 que cultiva no município Procura é maior entre os cooperados Cresce a cada ano o uso de técnicas de agricultura de precisão entre os cooperados da Cocamar, segundo informa o engenheiro agrônomo Leonardo Atsushi Kami, responsável por essa área na cooperativa. Principalmente em anos de bons resultados como os desta safra, a tendência é de que ainda mais produtores invistam em equipamentos que plantem com precisão, pulverizem sem desperdício ou erro e monitorem a produtividade em cada talhão. Luiz Pedrone: correção do solo com taxa variável priedade, uma parte a cada ano, fazendo a correção do solo com taxa variável. “Minha área era muito manchada e esse trabalho deixou o solo mais parelho em termos de fertilidade”, conta. No ano passado, o produtor investiu na compra de uma colheitadeira equipada com sensores e monitor de colheita com GPS que registra um ponto de produtividade a cada três segundos. Com o mapa gerado em duas coTradicional produtor de soja em Cia- lheitas de soja e duas de milho, após norte, onde cultiva 170 alqueires, o a colheita desta safra de inverno, Pecooperado Luiz Henrique Pedrone vem drone vai avaliar cada talhão aponinvestindo em agricultura de precisão tado como sendo de produtividades desde 2008, registrando, segundo ele, menores para identificar as causas do ganhos de 5% a 10% de produtividade problema (que podem ser deficiência ao ano. As primeiras medidas adotadas nutricional, compactação, nematóide, foram a análise de solo e o mapea- etc) e resolver de forma localizada. mento georreferenciado de toda a pro- (Marly Aires) M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 11 Pá g . 1 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 código florestal Produtor, não descuide: implantação do CAR prossegue Na avaliação da AGU, nem mesmo a ação de inconstitucionalidade prejudica avanço do cadastro rural Da Redação - A implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está acontecendo em todo o País, não será afetada pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelo Ministério Público da União questionando 39 artigos do Código Florestal sancionado em 2012. Em reunião realizada dia 12 de março no Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo deixou claro que aguarda com serenidade a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmando a lisura da nova legislação que regula as relações entre a agricultura e o meio ambiente. Uma reunião com representantes da Frente Parlamentar Agropecuária foi solicitada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao advogadogeral da União, Luiz Adams. “Não há recuo: a mera proposição de uma Adin não traz qualquer insegurança jurídica. A Lei (Código Florestal) está sendo aplicada e o Cadastro Ambiental Rural está funcionando e vai continuar a funcionar, esclareceu Adams. Para ele, os argumentos da ação são frágeis. A Advogacia Geral da União (AGU) aguardará intimação do Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar os devidos esclarecimentos e está convicta de que a decisão será favorável ao governo. Em fase de testes O Sistema de Informações do CAR, que está sendo implantado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), passa por fase de testes em quatro unidades da federação e ficará à disposição para que os Estados que não dispõem de sistemas próprios possam utilizá-lo. Izabella afirmou, ainda, que os prazos para regulamentar o Programa de Regularização Ambiental (PRA), etapa obrigatória apenas para quem está com pendências ambientais, serão cumpridos. cluir esta etapa com os oito que ainda restam. “O governo não vai adiar o CAR”, garantiu Izabella. GRATUITO - O CAR é gratuito para o agricultor famiO cadastro é pré-requisito liar e a pequena produção e para o produtor aderir ao acontece em duas etapas. PRA. Os prazos só começam Na primeira, o proprietário a correr após a edição das rural ou posseiro se cadasnovas normas. A ministra tra pela Internet, nas prefeiacenou com a possibilidade turas, sindicatos ou nas até mesmo de uma antecipa- associações, utilizando o sisção dos atos normativos, tema dos Estados ou fedeprevistos por lei para saí- ral, de acordo com a opção rem até o dia 25 de abril. O do seu Estado. O cadastro é MMA já firmou convênios declaratório e a averbação com 19 Estados para im- em cartório é opcional. O plantação do CAR. Até o computador emite um recifinal de março deverá con- bo de que a propriedade es- tá cadastrada. Na segunda fase, caberá aos órgãos ambientais confirmar as informações prestadas e, em caso de pendências, notificar o produtor. “É como a declaração do imposto de renda”, comparou a ministra. Os ruralistas aproveitaram a reunião para pedir ao governo que revise o Zoneamento Agro Ecológico da Cana de Açúcar. Eles reivindicam o acesso ao crédito agrícola para o plantio da cana em áreas degradas ou em substituição a culturas consolidadas na Amazônia, no Pantanal e na Bacia do Alto Rio Paraguai. Foram “O governo não vai adiar o CAR”, garante a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira informados que o governo já enviou projeto de lei para o Congresso no sentido de regulamentar o ZAE e mantém aberto o diálogo com a subcomissão que analisa a proposição. geral M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 3 Café é a bebida mais popular do país O café, xodó da mesa dos brasileiros, desde a época que o Brasil era colônia, jamais foi ofuscado por nenhuma outra bebida. Pelo contrário: atualmente é encontrado em praticamente todos os lugares. No ranking dos preferidos, ele aparece como o mais consumido pelos brasileiros e, segundo pesquisa da Kantar Worldpanel, está em 95% dos lares. “O café se faz presente no menu dos brasileiros, principalmente pela manhã e após o almoço, e vai muito além de um café coado ou de um expresso. Os estabelecimentos têm o hábito de investir em servir a bebida aos seus clientes como uma cortesia da casa. Trata-se de um mimo com a cara do Brasil”, explica Monica Leonardi, especialista no assunto. Uma das constatações feitas pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) é que o consumo diário médio de café subiu para o recorde de quatro xícaras por dia no Brasil, acima da Itália, França e Estados Unidos, tradicionais consumidores. O crescimento faz com que o setor tenha uma evolução de 3,5% ao ano, uma taxa superior a do PIB (Produto Interno Bruto). As pesquisas da Abic indicam que o aumento de consumo ocorre também das classe C e D. NA FEMAGRI - No dia 14 de março, profissionais da Cocamar visitaram a Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri) em Guaxupé (MG), evento promovido pela Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). Trata-se de uma importante mostra de de máquinas, implementos e insumos agrícolas para o setor da cafeicultura. Recebido pelo gerente de comunicação e marketing da Cooxupé, Jorge Florêncio Ribeiro Neto, o grupo da cooperativa foi composto pelo gerente comercial de Café, Adenir Fernandes Volpato (Gabarito), o coordenador de culturas perenes Robson Luiz B. Ferreira, o engenheiro agrônomo Francisco Ubiratã M. Aires (responsável pela região norte) e o técnico agrícola Antonio Carlos Spanhol (responsável pela região noroeste). “O consumidor se adaptou a tomar café em dose única. Alguns pontos que podemos ressaltar são que a diversidade de marcas favoreceu o consumidor e a mistura da bebida com outros ingredientes e de qualidade superior, os chamados tipos gourmet, atraíram a atenção da população que, apesar de se adaptar bem a tantas novidades, não abre mão de sentir o gostinho do café tipicamente brasileiro”, finaliza. 4 xícaras por dia são consumidas em média pelos brasileiros Pá g . 1 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 mulher Mais de 600 produtoras no evento em Maringá Cocamar contou com dezenas de representantes na celebração ao Dia Internacional da Mulher Marly Aires I Maringá - Pelo quarto ano consecutivo a comemoração do Dia Internacional da Mulher em Maringá foi uma parceria entre a Sociedade Rural de Maringá, Cocamar, Sindicato Rural de Maringá e Cooperativa Integrada. O evento, ocorrido no dia 7 de março no Recinto de Leilões “Ermelindo Bolfer” do Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, contou com o apoio da Sicredi União PR e do Centro Universitário de Maringá (Cesumar). Mais de 600 mulheres participaram do evento que contou com palestra do engenheiro agrônomo e psicopedagogo Ainor Lotério, especialista em motivação e coo- perativismo. A programação foi completada com coquetel, sorteio de brindes e a apresentação do case de sucesso da agropecuarista Maria da Conceição Montans Baer. “É motivo de satisfação ver essas mulheres reunidas para comemorar o que são, o que representam e o que podem alcançar, mudar e construir”, afirmou na abertura a vice-presidente da SRM, Cristiana Harue Noma. Cerca de 70 produtoras rurais ligadas à Cocamar prestigiaram o evento. Com crescente participação na gestão das propriedades rurais e na cooperativa, atualmente as mulheres respondem por 12% do quadro social da Co- Realização aconteceu pelo quarto ano consecutivo em Maringá camar e têm uma representante no Conselho de Administração, a produtora Olga Agulhon. Os núcleos femininos, criados em 2005 a partir do primeiro grupo formado em Floresta, se multiplicaram e fomentam cada vez mais a participação feminina no agronegócio e no cooperativismo. Ao todo são 26 núcleos em toda área de ação da Cocamar, somando 650 integrantes. COLABORADORAS - Para marcar a data, a Cocamar organizou também um café da tarde para homenagear suas colaboradoras, com apresentação do Coral Cocamar, palestra motivacional, sorteio de brindes e distribuição de kits de beleza. O evento foi no dia 8 de março na Associação Cocamar em Maringá. Dos 2.200 colaboradores da cooperativa, cerca de 600 são mulheres. De salto alto - De família de agricultores, Margareti Gardin Bologuesi, de Paiçandu, é uma daquelas mulheres que não se deixa intimidar pelos desafios e gosta de descobrir coisas novas. Aprendeu com o pai, Waldemar Gardin, a amar a terra e a cuidar dela. E com o marido, Antonio Bologuesi, teve a oportunidade de se aperfeiçoar no manejo das culturas. Aprendeu a manobrar o trator, faz manutenção, já assumiu a boleia do caminhão e até a colheitadeira. M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 1 5 Pá g . 1 6 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3 opinião Desleixo com uma grande fonte de receitas cambiais As rodovias respondem por 55% do transporte de soja, mas são muito precárias, com vários pontos de estrangulamento O agronegócio teve superávit comercial de US$ 10 bilhões no primeiro bimestre, confirmando sua condição atual de principal sustentáculo do balanço de pagamentos. Sem o saldo auferido pelas exportações do agronegócio, o País teria tido um déficit comercial da ordem de US$ 15 bilhões no período. Ainda assim, o tratamento que esse setor recebe do governo está muito abaixo do seu valor estratégico, pelo menos do ponto de vista logístico, como se constata com o problema do escoamento das safras. US$ 10 bilhões foi o superávit comercial do agronegócio no primeiro bimestre A insuficiência de rodovias, ferrovias e hidrovias para permitir o deslocamento das safras do Centro-Oeste até os portos do Norte do País é fato conhecido. Em 2012, os terminais de Itaqui, no Maranhão, Itacoatiara, no Amazonas, e Santarém, no Pará - que possibilitariam exportações da produção a custos menores para os centros consumidores -, movimentaram apenas 14% do volume total de grãos exportados, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A maior parte dessa produção foi escoada pelos Portos de Santos e de Paranaguá. Mas o problema se agravou muito, estendendo-se para outras regiões produtoras, como as cidades de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério, na Bahia. As rodovias respondem por 55% do transporte de soja, mas são muito precárias, com vários pontos de estrangulamento. As empresas do agronegócio, no entanto, produzem com tanta eficiência - e a preços tão competitivos - que os custos da precariedade logística acabam absorvidos. Isso significa que aqueles preços poderiam ser ainda mais competitivos. Entre 2012 e 2013, o custo do frete de soja entre as cidades de Sinop e Sorriso, em Mato Grosso, e Paranaguá chegou a subir de 30% a 40%, segundo os produtores. Para os transportadores, a demora para o embarque é muito onerosa. Os usuários de estradas como a Cônego Domênico Rangoni, que liga a Imigrantes ao Guarujá, por exemplo, também têm sido afetados. O Brasil produzirá, nesta safra, 185 milhões de toneladas de grãos, um novo recorde. O saldo comercial do agronegócio é estimado em US$ 83,2 bilhões neste ano, cerca de seis vezes o superávit comercial do País, reestimado em cerca de US$ 13 bilhões. O governo alardeia planos e providências, inclusive legislativas, para melhorar a infraestrutura, mas pouco do que é noticiado consegue sair do papel. Em detrimento da grande fonte de receitas cambiais. O governo alardeia planos e providências, inclusive legislativas, para melhorar a infraestrutura, mas pouco do que é noticiado consegue sair do papel US$ 15 bilhões seria o déficit da balança comercial brasileira no primeiro bimestre, não fosse pelo agronegócio M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 7 “Esperamos que os juros baixem e que se amplie o volume de recursos para a safra 2013/14. Se hoje a contribuição do agronegócio já é expressiva em termos de balança comercial, ela pode ser ainda maior com mais apoio do governo” JOÃO PAULO KOSLOVSKI, presidente do Sistema Ocepar, antes da entrega de um documento ao novo ministro da Agricultura, Antonio Andrade, propondo melhorias para o setor. Foi pedida uma política de renda para o produtor rural, o aumento do limite de crédito para investimentos de cooperativas de R$ 100 milhões para R$ 200 milhões e o aumento no prazo de pagamento para investimento em armazenamento para 18 anos a juros reduzidos. “O Brasil é um dos poucos países onde dá para expandir a área plantada e a produção de forma sustentável. Conto com o apoio atuante do cooperativismo, da pesquisa e de toda a equipe de gestores e técnicos do Ministério da Agricultura para conseguir” ANTONIO ANDRADE, novo ministro da Agricultura, do Abastecimento e da Pecuária (Mapa) “O noroeste do Paraná tem um grande potencial agrícola. Basta saber explorar” NORBERTO ORTIGARA, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), ao participar de evento em Umuarama, no dia 16 de março, em que foram apresentados resultados do convênio Arenito Caiuá, firmado entre o governo federal e do governo do Paraná. O Banco do Brasil teria investido cerca de R$ 500 milhões nas safras 2011 e 2012 na região. Pá g . 1 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 agosto/setembro Cocamar organiza viagem técnica ao Cinturão do Milho, nos Estados Unidos Programa inclui passagens por propriedades que utilizam tecnologias de última geração e também pela edição 2013 da Farm Progress Show, um dos maiores eventos dinâmicos em todo o mundo Da Redação - Como vem fazendo todos os anos, a Cocamar promove no período de 24 de agosto a 2 de setembro uma viagem técnica com a participação de produtores cooperados ao Cinturão do Milho, nos Estados Unidos. Além de visitas a instituições, empresas e propriedades no estado de Illinóis, onde será possível ter contato com as mais modernas tecnologias de produção, o grupo vai conhecer a edição 2013 da Farm Progress Show, uma das mais importante feiras tecnológicas e dinâmicas do agronegócio em todo o mundo. De acordo com o gerente de produção agrícola da Cocamar, engenheiro agrônomo Leandro Cezar Teixeira, a feira ocupa uma área de 360 hectares, onde se poderá ver equipamentos de semeadura, cultivo, colheita e agricultura de precisão, operando lado a lado. No espaço de sementes, novidades em genética e proteção de culturas. “A viagem é um grande aprendizado, que permite ao participante atualizar-se em relação ao que há de mais avançado”, diz o gerente. agrícola norte americana é estar por dentro das técnicas do país que mais produz milho, soja, amendoim, trigo e algodão. “O uso de técnicas de cultivo cada vez mais modernas e de maquinário agrícola com tecnologia avançada contribui para que o país detenha a posição de maior potência agropecuária do mundo”, completa Teixeira. SERVIÇO – A participação dos produtores cooperados é por adesão. Os interessados devem consultar o gerente da sua unidade para se informar sobre os preços. Conhecer a indústria O PROGRAMA Dia 1. Sábado, 24 de agosto Embarque no Aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos, com destino a Chicago. Voo noturno. Dia 2. Domingo, 25 de agosto Chegada a Chicago, recepção do grupo e embarque no ônibus. Passeio de barco pelos canais de Chicago. Dia 3. Segunda-feira, 26 de agosto Visita ao CME Group (Ex-CBOT, Bolsa de Cereais de Chicago). Partida para Champaign. Visita a Cooperativa Top Flight Grain. Dia 4. Terça-feira, 27 de agosto Visita a fazenda Wood and Wood Farm. Os produtores Rony e Louis Wood, da quarta geração de uma família, operam o maior confinamento de gado do estado de Illinois. Cultivam mais de 405 hectares de milho e soja. Parte do milho é mantida para alimentar o gado. Após o almoço, visita à fazenda Jeff Fisher Farm. O produtor Jeff Fisher e seu pai cultivam cerca de 350 hectares de milho e soja. Suas máquinas são todas de alta tecnologia. Jeff permite que os visitantes en- Conhecer os dest aques tecnológicos trem em todas elas e explica como cada uma é da feira, em Decatur, é um dos usada no campo. O próprio Jeff vai falar sobre principais itens da progr amação plantio direto, controle de pragas, logística, culturas de rotação, dentre outros assuntos. Ele também possui uma empresa de sementes de milho na propriedade. O programa desse dia será completado com a palestra de um especia- Dia 8. Sábado, 31 de agosto lista no final da tarde. Dia inteiro dedicado a atividades de lazer. Dia 5. Quarta-feira, 28 de agosto Dia todo dedicado à Farm Progress Show, em Decatur. No fim da tarde, partida para Ottawa. Dia 6. Quinta-feira, 29 de agosto Retorno para Chicago. Visita a um Centro de Pesquisa em Biotecnologia. Em seguida, embarque com destino a Orlando, Flórida. Dia 7. Sexta-feira, 30 de agosto Dia inteiro dedicado a atividades de lazer Dia 9. Domingo, 1 de setembro Dia inteiro dedicado a atividades de lazer Dia 10. Segunda-feira, 2 de setembro. Embarque com destino ao Brasil, em voo noturno. Dia 11. Terça-feira, 3 de setembro Chegada ao Aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos, de onde o grupo se deslocará para Maringá M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 1 9 artigo Governo, a principal barreira do setor agropecuário Governantes investem errado, falta visão empreendedora e parecem não ter vontade de ver este maravilhoso país crescer ancorado na força que vem do campo Em palestras direcionadas a produtores de alimentos, especialistas costumam dizer que apenas os verdadeiros profissionais da atividade terão condições de sobreviver no mercado, pois os concorrentes são impiedosos. Não há dúvidas quanto a esta verdade, mas além do vizinho de propriedade e dos demais países produtores de grãos, o nosso grande e impiedoso concorrente é o próprio governo brasileiro. Sim, o governo que não oferece uma política de investimentos suficientes para melhorar nossa infraestrutura e logística, levando ao colapso dos transportes e portos brasileiros. Aliás, o governo apresentase tão inoperante que não consegue sequer acompanhar a dinâmica do setor rural. Veja bem: dobramos nossa produção de grãos nesta primeira década do séc. XXI, com destaque para pesquisas e inovações tecnológicas que permitiram tal avanço. Então, partindo dos profissionais da pesquisa, chega-se até os profissionais do campo e o resultado é grandioso, como podemos verificar com o crescimento da produção de grãos. Mas, recomendação o que deveria ser motivo de comemoração, dada a importância disso em termos de mercado mundial de grãos e de receitas para o país, é na verdade uma enorme dor de cabeça, haja vista o eterno problema de logística. Explica-se: somos excessivamente dependentes do modal rodoviário e nossos portos não recebem investimentos em melhorias significativas que permitam reduzir os custos operacionais. Só para se ter ideia, o custo da nossa ineficiência operacional de embarque nos portos chega a ser 45% maior quando comparado aos portos de outros países exporta- dores. Assim, o Brasil vai perdendo mercado porque os navios ficam até 50 dias parados no porto, gerando atraso na entrega dos produtos ao seu destino. Mas o prejuízo maior fica mesmo é com os produtores de alimentos, que recebem valor menor pelos seus produtos. Desta forma, não há como entender a política deste governo, afinal o setor agropecuário têm a característica de alavancar outros setores da economia e, ao longo dos anos, tem dado sustentação à balança comercial, além de produzir o suficiente para atender o mercado interno, ajudando a controlar a inflação dos alimentos. Então, vemos que os profissionais do campo esbarram na incompetência dos governantes de plantão, os quais, não raro, investem de forma inadequada os recursos arrecadados em impostos, não têm visão empreendedora e menos ainda vontade de ver este maravilhoso País crescer ancorado na força que vem do campo. Justino Correia Filho CREA/PR:3808/TD Técnico em Agropecuária Unicampo – Bela Vista do Paraíso (PR) Últimos preparativos Colheita de café inicia em maio e agrônomo da cooperativa orienta para o que ainda precisa ser feito Região I Marly Aires - Para o produtor que ainda não fez a última aplicação contra a ferrugem do café e as doenças do fruto, entre elas a cercosporiose (mancha do olho pardo), o prazo é limite. O alerta vale também para a última dose de adubação do cafezal, visando segurar a carga da planta. A orientação é do engenheiro agrônomo especialista em café, Francisco Ubiratan Moreira Aires, o “Bira”, que atua nas unidades da Cocamar na região norte. “Cumpridos estes últimos cuidados, é hora de começar os preparativos para a co- lheita”, afirma o agrônomo. Dentre estes estão a manutenção das estruturas e dos terreirões e a verificação e de todo material que será usado na colheita. Como o período entre o florescimento do cafezal e a maturação dos grãos leva em média 225 dias, Bira estima que a colheita na região deve começar na segunda quinzena de maio, tendo seu pico no final de junho e início de julho. Para o produtor que tem interesse em fazer a colheita mecanicamente e já tem sua área adaptada para a en- trada da máquina, Bira orienta buscar informações junto ao engenheiro agrônomo que o acompanha sobre os proprietários de colhedoras que estão agendando colheita na região. “A mecanização tende a crescer cada vez mais diante da crescente falta de mão de obra e da necessidade de reduzir os custos com a operação, que representam cerca de 50% a 60% do total”, destaca o agrônomo. No caso da colheita manual, é preciso tomar alguns cuidados na hora de fazer a arruação. “A retirada das fo- Produtor deve colher a maior q uantidade possível de grãos em estágio cereja lhas caídas no chão precisa ser feita de forma suave utilizando um rodo ou rastelo para não comprometer as raízes do cafezal”, diz. Bira ressalta ainda a importância de atentar para a qualidade do produto final, colhendo com o máximo de grãos no estágio cereja, levando tudo para secar no mesmo dia e adotando um bom manejo no terreiro, mexendo várias vezes ao dia para garantir uma secagem uniforme. “O consumidor tem se tornado extremamente exigente quanto à qualidade do café. Exemplo disso é que em 2000 não havia nenhuma marca de café gourmet nos supermercados e atualmente há 110”, finaliza. Pá g . 2 0 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3 iLPF DIA DE CAMPO NA SANTA BRÍGIDA Evento foi realizado pelo terceiro ano consecutivo em Ipameri (GO) com a participação de dirigentes, técnicos e cooperados da Cocamar Da Redação - A Fazenda Santa Brígida, situada em Ipameri (GO) e considerada uma referência nacional em integração lavoura, pecuária e floresta (iLPF), recebeu pelo terceiro ano consecutivo um grupo de dirigentes, técnicos e cooperados da Cocamar para um Dia de Campo sobre o assunto. O evento foi organizado pela Rede de Fomento à iLFP, do qual a cooperativa é participante. Com 920 hectares, a Santa Nas duas fotos, detalhes da iniciativa que visa demonstrar os avanços do programa de integração lavoura, pecuária e floresta Brígida tinha suas terras completamente degradadas até 2006, reproduzindo um cenário típico da região do Cerrado no sul de Goiás, onde os pastos são repletos de cupins. EMBRAPA - A proprietária Marize Porto Costa, dentista, havido perdido o marido e, sem saber o que fazer com a fazenda, só não a vendeu porque, segundo ela, a partilha ficaria muito caro. O destino colocou Marize diante de técnicos da Embrapa Arroz e Feijão que, sabendo da falta de um projeto para a propriedade, fizeram a ela a proposta de implantar ali uma área demonstrativa da empresa – aceita de imediato. A história da Santa Brígida mudaria completamente a partir de então. A Embrapa instalou um programa completo e exemplar sobre integração lavoura, pecuária e floresta um tema inovador e ainda desconhecido por muita gente. Mas que pode representar uma revolução na agricultura brasileira a partir da recuperação de pastos degradados para a produção de soja, carne e madeira. Os números da fazenda, publicados nesta reportagem, revelam não apenas o sucesso da iniciativa mas também a grandeza do potencial brasileiro para ampliar a oferta de alimentos. 920 hectares é a área da propriedade, que fica a 220km de Goiânia João “K”, o “ponta de lança” do sistema O pesquisador da Embrapa mais requisitado para falar sobre o assunto é João Klutchoski, mais conhecido por João “K”. Ele tem sido, desde o início, o “ponta de lança” do programa desenvolvido na Santa Brígida. Segundo João “K”, o Brasil tem mais de 100 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser convertidas para a iLFP. Essa área, só para se ter ideia, é quase o dobro do que o País cultiva atualmente. Assim, em lugar de terras com baixíssima ocupação, que no Brasil varia de 0,4 a 0,7 unidade animal (UA) em média por hectare, a propriedade pode ampliar em pelo menos seis vezes essa quantidade, com a vantagem de o gado ser abatido com 14 a 18 meses. Detalhe: ocupando apenas o período de outono e inverno – época em que geralmente os pastos ficam enfraquecidos em razão do frio e da menor incidência de chuvas. Entre a primavera e o verão, as terras são destinadas à produção de soja, gerando os recursos que vão financiar o incremento da pecuária. A receita é complementada com o cultivo de eucalipto em espaços intercalares, gerando renda com a produção de madeira e também sombra para o bem-estar dos animais. “O Brasil tem 100 milhões de pastagens degradadas que podem ser incorporadas ao processo produtivo” M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 1 Espelho para o Paraná A Santa Brígida tem servido de espelho para produtores paranaenses que, levamos pela Cocamar nos dois últimos anos para dias de campo em Ipameri, voltaram entusiasmados e deram início a programas se- melhantes em suas propriedades ou, pelo menos, aprimoraram a forma como vinham trabalhando. A integração vem ganhando força em várias regiões, principalmente em Umuarama e municípios próxi- mos. Aliás, desde meados da década de 1990 que o sistema integração lavourapecuária é desenvolvido em terras paranaenses, conduzido sob a orientação técnica do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Pá g . 2 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3 iLPF Braquiária é a base O sucesso da integração no Paraná, a exemplo do que ocorre em Goiás e outros Estados, reside em uma solução simples, que se resume apenas em atender aos anseios da própria natureza. A introdução do capim braquiária como base da integração, à princípio, assustou alguns produtores. Mas esse capim de origem africana se adaptou tão bem na função que lhe foi confiada, que chegou a surpreender os próprios pesquisadores pelos resultados obtidos. Plantado no início do outono, ele viceja e produz grande quantidade de massa verde para alimentar o rebanho no inverno, suportando o frio mais intenso. Na primavera, às vésperas da semeadura da safra de verão, o capim é dessecado para servir de palha que vai formar um “cobertor” para proteção do solo contra a alta temperatura no verão. Mantendo o A Rede de Fomento Criada em abril de 2012, a Rede de Fomento à iLFP é fruto de um acordo de cooperação celebrado entre a Embrapa, a Cocamar, as empresas John Deere e Syngenta Seeds e a Fundação Eliseu Alves. O objetivo é apoiar e difundir o sistema no Brasil. “A Rede é um laboratório importante para nós, para avaliarmos como buscar uma interação mais efetiva com o setor privado, a fim de que inovações geradas pela pesquisa agropecuária cheguem mais cedo ao usuário final”, comenta o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. Na visão de Leandro Conte, diretor de Assuntos Corporativos da Syngenta do Brasil, há uma experiência de sucesso com pecuaristas utilizando tecnologias de iLPF: “estamos animados e dispostos a colaborar e a aprender. Acreditamos na parceria público-privada representada nesta Rede”. Para o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, a iLPF é a alternativa mais promissora para o agronegócio brasileiro. “O maior problema, no entanto, é o convencimento do pecuarista brasileiro. Essa necessidade de mudança de comportamento talvez seja o nosso maior desafio”, salientou. “O maior problema é o convencimento do pecuarista brasileiro. Essa necessidade de mudança de comportamento talvez seja o nosso maior desafio” LUIZ LOURENÇO, presidente da Cocamar solo úmido e fresco por mais tempo após a chuva, a braquiária contribui para o desenvolvimento da lavoura, minimizando o impacto de estiagens de curta duração. A braquiária tem outras vantagens, que foram percebidas ao longo dos anos: entre elas, o controle do processo erosivo, a inibição do desenvolvimento de ervas daninhas e a gradativa da recuperação da fertilidade do solo. A aplicação da iLPF, segundo explica o engenheiro agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, coordenador técnico de integração lavoura, pecuária e floresta da Cocamar, demanda tecnologia adequada com a devida orientação técnica. Propriedade em Ipameri (GO) é referência em integração no País M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 3 DADOS DA FAZENDA SANTA BRÍGIDA A Fazenda faz consórcio triplo de milho, braquiária e leguminosa durante o inverno. Isto contribui para a diversidade biológica e alta fixação de Nitrogênio (N), proporcionando forragem com alto valor protéico Pá g . 2 4 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - M a rç o 2 0 1 3 iLPF Em Cidade Gaúcha e região, produtores estão empolgados Cidade Gaúcha I Cleber França – Cerca de oitenta agropecuaristas de Cidade Gaúcha e municípios vizinhos, no noroeste do Estado, participaram no final de fevereiro de um dia de campo promovido pela Cocamar sobre integração lavoura, pecuária e floresta na propriedade do cooperado João Luiz Ehlers, de 73 anos. Além de palestras e demonstrações “in loco”, os participantes puderam constatar a boa produtividade obtida pela lavoura de soja, de 138,2 sacas por alqueire, que foi surpresa para vários deles. O produtor João Ehlers conta que decidiu apostar na proposta da integração feita pela Cocamar e destinou 10.8 alqueires dos 120 que possui para começar o sistema, que consiste de plantar capim braquiária mexendo o mínimo possível no solo, soltar o gado para pastejar durante o inverno e, na sequência, dessecar o capim e plantar a soja. "A soja surgiu como uma alternativa de produção, além de ajudar a elimi- nar ou reduzir um problema comum no inverno aqui na região: a falta de alimento para o gado. Meus animais nunca morreram de fome, mas quando chega a época mais fria do ano eles não ganhavam peso, pelo contrário, perdiam”, revelou. NÚMEROS - Outra vantagem da braquiária que João Ehlers disse ter gostado muito é o controle da erosão. Sobre a soja, ele utilizou sementes selecionadas de ciclo indeterminado (16 plantas por metro linear – variedade Potência), 700 quilos de adubo por alqueire, além do controle de pragas e doenças conforme orientação técnica da Cocamar. O investimento por alqueire foi de R$ 3.452, valor inteiramente segurado. Conforme estimativa da área técnica da Cocamar, como a produção superou as 130 sacas por alqueire o lucro real do produtor foi de aproximadamente R$ 34 mil, média R$ 3.100 por alqueire. “Planto braquiária para alimentar o gado e com a “Planto braquiária para alimentar o gado e com a palha do capim ainda produzo soja” palha do capim ainda produzo soja”, comemora Ehlers. A soja não é novidade para ele. Na década de 70, precisamente no ano de 1976, foi feita uma tentativa de produzir o grão, mas a baixa produtividade, motivada por inexistência de tecnologia apropriada no momento, o desmotivou a continuar. AUMENTAR - Diante dos bons resultados, João Ehlers pretende aumentar a área destinada à braquiária e consequentemente à soja. “Com o apoio da cooperativa e a ajuda do meu filho a ideia é, aos poucos, conhecer bem a integração, que tem sido muito vantajosa”, completa. Convencido pela Cocamar, João Luiz Ehlers decidiu apostar na integração lavoura, pecuária e floresta e disse ter ficado satisfeito com o resultado do primeiro ano, tanto que pretende ampliar R$ 3.452 foi o investimento por alqueire. 138,2 sacas por alqueire, a média de produtividade. R$ 3.100 Foi quanto o produtor João Ehlers lucrou por alqueire M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 5 Faltou chuva, mas deu certo “É um sistema cíclico” Pela primeira vez o produtor Cassiano Silvestre Pereira, de 32 anos, investiu em agricultura. Ele destinou 10% dos 100 alqueires que possui em Cidade Gaúcha para iniciar a integração lavoura, pecuária e floresta. A área dele sofreu um pouco mais com a falta de chuvas no início do desenvolvimento da lavoura, mas a média não foi tão ruim: ficou em 90 sacas por alqueire. Pereira conta que usou sementes selecionadas, aplicou 750 quilos de adubo por alqueire e mais 300 quilos de cobertura, além de ficar bem atento ao controle de pragas e doenças, principalmente as fúngicas. “O meu objetivo maior é ter pasto no inverno. Colhi a soja, agora o pasto está sendo formado”, comenta o produtor, afirmando que o confinamento ficou inviável em razão dos alto custo, estimado em R$ 100 por boi ao mês. Cassiano Pereira: objetivo é ter pasto no inverno Ademir Ferrarini: se convenceu no Fórum da Abag EMPRESTAR MÁQUINAS - O médico e pecuarista Ademir Ferrarini, também de Cidade Gaucha, também investiu na integração. De seus 86 alqueires, 18 receberam o sistema. “A primeira vez que ouvi falar nisso foi no Fórum da Abag em Maringá. A explicação foi tão boa que decidi adotar”, disse Ferrarini. Sua lavoura de soja alcançou média de 100 sacas por alqueire. Por ser o primeiro ano, a maior dificuldade que teve foi arrumar as máquinas destinadas ao plantio, a pulverização e a colheita. “A gente saiu emprestando dos vizinhos e no fim tudo deu certo”. “Estamos testemunhando uma revolução no sistema de produção do noroeste do Estado”. Com essas palavras o zootecnista da Emater, João Batista Barbi, iniciou sua palestra sobre a integração. “É um sistema cíclico. Por dois anos o pecuarista planta soja sobre a braquiária dessecada e nos próximos três utiliza apenas a pastagem”, explicou. Outra recomendação está relacionada à idade dos animais que vão pastejar nas áreas da integração. Devem ser animais novos, com peso entre 250 e 300 quilos. “O boi mantido nesse sistema é abatido um ano antes, sem contar que um alqueire suporta quase 10 Barbi e Tormena: potencial para o desenvolvimento da integração é grande na região noroeste animais, volume bem superior se comparado com pastagens normais”, comparou Barbi. O esterco deixado pelos animais é outra vantagem. O gerente de produção da Cocamar, Luiz Américo Tormena, que responde pelas unidades de Tapira e Douradina, ressalta que o potencial de expansão do sistema na região é grande. São 60 mil hectares de pastagens, em grande parte degradadas, que poderiam ser aproveitadas. A área com agricultura é de apenas 1,3 mil hectares. Jornal de Serviço Cocamar M a rç o 2013 - Pág. 26 especial Em Cambé, produtor recolhe embalagens há 4 décadas Sempre atento aos cuidados com a preservação ambiental, Waldemiro Kopp chegou a manter dois barracões repletos de embalagens vazias. Recolhimento obrigatório no Brasil teve início apenas em 2002 Cambé I Marly Aires - Muito antes de se começar a discutir o assunto ou buscar soluções para as embalagens vazias de defensivos agrícolas, que teve início em 2002, o cooperado Waldemiro Kopp, de Cambé, já fazia a sua parte no sentido de preservar o meio ambiente – e de forma voluntária, sem nenhuma exigência da legislação, como acontece hoje. Ele se recorda que na época o costume de muitos era enterrar. Outros se livraram das embalagens jogando-as em matas, campos, acostamentos de rodovias e até mesmo em rios. E havia tam- bém quem ateava fogo. O produtor, entretanto, tinha o hábito de lavar cada embalagem e armazenar cuidadosamente em seus barracões. Ele chegou a manter dois deles repletos por vários anos. “Teve gente que quis comprar os frascos de plásticos. Eu podia ganhar dinheiro e me livrar do problema, mas não vendi nada por medo de fazerem mau uso”, afirma. Quando o recolhimento obrigatório das embalagens começou por meio do Inpev (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Va- Brasil é modelo Atualmente, 94% das embalagens plásticas primárias (aquelas que entram em contato direto com o produto) são devolvidas pelos agricultores brasileiros nas mais de 400 unidades de recebimento presentes em 25 estados e no Distrito Federal. Índices como esses colocam o Brasil na posição de referência mundial no assunto, ao destinar percentualmente mais embalagens plásticas do que os países que possuem sistemas semelhantes. zias) e da Anpara (Associação Norte Paranaense dos Revendedores de Agroquímicos), Waldemiro foi um dos primeiros a entregar, surpreendendo a todos com a quantidade, que lotava três caminhões. “Acho que fui um dos poucos a fazer isso no Brasil por muito tempo. Pen- sava: um dia alguém vai recolher e reciclar essas embalagens”, comenta. Entre 2011 e 2012, ele recebeu vários prêmios como reconhecimento por seu compromisso com a preservação do meio ambiente. Foi Destaque Campo Limpo em home- Kopp: consciência ambiental que passou de pai para filho nagens feitas pela Anpara e Inpev e recebeu título semelhante do município de Cambé. “Resisti antes de usar herbicida” Atualmente Waldemiro Kopp cultiva 200 alqueires entre área própria, dos três filhos, e arrendada, colhendo em média até 150 sacas de soja por alqueire. Ele se recorda que o seu primeiro cultivo de soja na região foi em 1966, numa área arrendada. Dois anos depois, comprou uma propriedade em Cambé. Mas na mesma terra fértil que produzia soja em abundância, vicejavam também muitas plantas daninhas. Em vez de lançar mão de herbicidas, Waldemiro tinha na “carpideira” uma velha aliada. “Resisti muito para começar a usar o herbicida”, conta. Mesmo após iniciar o plantio direto, em 1973, ainda usou a carpideira por um tempo e dessecava para plantar a soja. Os filhos iam atrás do trator guiando a carpideira para acertar a entrelinha da soja. “Outros produtores passaram herbicida protegendo a soja com uma chapa de fibra de vidro acoplada”, conta. Essa consciência ambiental ele aprendeu com o pai, de origem austríaca, que veio para o Paraná em 1923. “Ele sempre preservou e ensinou a fazer a coisa certa”, finaliza M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - Pá g . 2 7 Município produz grãos, café e laranja A unidade da Cocamar em Cambé atua em uma ampla área, com 22 mil hectares de soja, cuja produtividade média é de 3 mil quilos por hectare ou 120 sacas por alqueire, segundo informa o gerente Adilson Esteves Jardim Nocchi. Ali se cultiva também milho e trigo no inverno, há 700 hectares de café e 400 de pomares de laranja. Os 17 colaboradores da cooperativa se distribuem entre o entreposto de atendimento, a loja agropecuária (a estrutura readequada foi entregue em julho de 2012) e três pontos de recebimento: o armazém graneleiro, com capacidade para 54 mil toneladas, o silo (21 mil tonela- A bem servida unidade da Cocamar das) e o transbordo no chamado Quilômetro 12. HISTÓRIA - Denominado inicialmente Nova Dantzig, Cambé recebeu a primeira leva de migrantes em 1932. O nome foi trocado na década de 1940, por imposição do governo federal, em razão de conflitos com o governo alemão na Segunda Guerra Mundial. Com mais de 98 mil habitantes, o município tem sua economia fortemente baseada na agricultura além de um rico parque industrial onde se destacam agroindústrias e indústrias químicas. No Quilômetro 12, nova estrutura traz comodidade A Cocamar passou a contar desde o dia 15 de março com uma estrutura de recebimento de grãos na Rodovia Jacídio Corrêa (PR-536) no Quilômetro 12. Está localizada em um entrocamento onde existem 5 acessos de estradas. No local foram construídos dois silos-pulmão com capacidade para 15 mil toneladas e três moegas para 450 toneladas. Segundo o gerente Adilson Jardim Nocchi, o investimento da cooperativa foi muito elogiado pelos cooperados, que passam a ter mais facilidade de entrega da produção. Disparo Gomes, Juliano Disparo Gomes, Geraldo Gomes, Alexandre Parra Gomes, Antonio Aparecido Zabini, Osvaldo de Santa, Aparecido Jorge Maricato, Valdemir Antonio Scramin, Sebastião Carlos Di Pietro, No dia 15 de março, os Luiz Carlos Massacani, primeiros carregamentos Jose Panhan, Natal Marde soja foram levados à co- ques de Jesus, Odete Panoperativa pelos produtores choni Gouveia Brazão e Milton Di Pietro, Renato Everton Luiz Pizaia. Localidade situada em região estratégica evita que produtores façam grandes deslocamentos. No detalhe, um dos primeiros caminhões na entrega de soja, no último dia 15 Pá g . 2 8 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 família do Campo Os Ferrareto e sua bela história Eles vieram do interior de São Paulo para o Paraná em 1935, enfrentando sertão fechado e todas as dificuldades no povoado de Cornélio Procópio João e Alzira com filhos e netos Sertaneja I Marly Aires Em 1935, após uma longa viagem, o trem finalmente chegou ao destino: Cornélio Procópio. Curioso, quando João Demetre Ferrareto espiou pela janela, tudo o que enxergou foi mato. Foi a visão marcante e assustadora do lugar onde a família, vinda de Birigui (SP), iria viver por duas décadas. Com quatro anos, João era o caçula de oito irmãos, filhos do casal João e Páscoa. Ele se recorda que no povoado, onde se estabeleceram inicialmente, só havia oito ou nove casas cercadas da intensa vegetação. “Ainda estavam abrindo as estradas de acesso”, conta. Eles moraram por seis meses no povoado e só se mudaram dali para os 12 alqueires que haviam comprado após a mata ter sido derrubada e erguida uma casa. João conta que, em pouco tempo, a grande floresta veio abaixo nos arredores de Cornélio Procópio, dando lugar a uma “floresta de café”. A família permane- A terra podia ser ruim para café, mas para soja “é o que há”. Em 1972 a família descobriu a vocação da terra de Sertaneja, iniciando o cultivo de soja. Daí, compraram uma plantadeira de quatro linhas e um pequeno trator. Para viabilizar a colheita, em acordo com alguns vizinhos que também haviam plantado, eles arranjaram uma máquina alugada. ceu naquele sítio até 1953, quando vendeu e se mudou para outro lugar que oferecia melhores possibilidades: o município de Sertaneja, na divisa com o Estado de São Paulo. Casado com Alzira, João teve cinco filhos que lhes deram 10 netos. Dos dois filhos homens, Paulo Sérgio foi quem optou por continuar sendo agricultor. Atualmente cultivam 35 alqueires com soja e milho. A porcada no mato As terras que hoje formam o município de Sertaneja pertenciam a Cornélio Procópio e foram adquiridas e loteadas pela Cia Agrícola Barbosa entre 1940 e 1945. Neste período, era comum “dar de topa” com os “safristas” de porco que se embrenhavam nas matas, abriam clareiras, plantavam milho e soltavam os porcos para “pastar”. Quando pronta para abate, a porcada era tocada de volta pelas trilhas até as cidades próximas para venda dos animais. Com a peste suína, a prática teve fim. Foi nesta época, em 1944, que os Ferrareto compraram os 35 alqueires onde ainda moram. Ruim para café, boa para soja Em Cornélio Procópio os Ferrareto colheram muito café. Mas após quase 20 anos e muitas colheitas, o cafezal “já estava fracassando” quando venderam a propriedade e se estabeleceram em Sertaneja. Não demoraram muito para descobrir que ali não era ter-ra para café, por causa das geadas. Além disso, apareceu a broca, que ficou fora de controle. Então, na década de 1960 as pastagens para gado de corte avançaram sobre os cafezais. A dita cuja da máquina, no entanto, era morosa demais. Demorava duas semanas para colher dois alqueires e toda a produção tinha que ser ensacada”, recorda-se João. De 60 a 70 sacas por alqueire colhidas inicialmente, a família saltou para uma produção de 130 sacas por alqueire em média. Toda produção ia para São Paulo. Também lidavam com amendoim, mamona, girassol, feijão e outros grãos. O casal na antiga casa com os filhos ainda pequenos e (abaixo) João, quando o café foi substituído pelo gado Tinha que rezar para não chover no dia do casamento ou do enterro M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 2 9 Como as estradas ficavam intransitáveis em dias de chuva, ir a pé a cidade era melhor do que atolar com o carroção. Por isso, as famílias tinham que rezar para não chover no dia do casamento ou para ninguém morrer em dia de chuva. “A gente punha a melhor roupa, dobrava a calça e com os sapatos nas mãos ia para a igreja. Até os noivos iam descalços para o casamento. Chegando na cidade, era O carroção de roda dura era o meio de transporte da só lavar os pés e colocar o sapato limpo”, recorda-se o família. A produção, a mudança, tudo era transportado bem humorado João. Mas a coisa pior, para ele, era pronos carroções, já que não havia caminhões. O automóvel videnciar “enxoval” para defunto em dia de chuva. O João só conheceu aos 15 anos, quando chegou o pri- caixão, feito com madeira do próprio sítio, precisava ser meiro “pé de bode” na cidade. “Fez o maior sucesso”, levado a pé para a cidade, há cinco quilômetros. “Todo mundo tinha que se revezar na alça do caixão”. conta. “Sertão do Paranapanema” Os pais de Alzira (esposa de João), José Cleante e Amelide, chegaram em 1948 a Sertaneja, ou “Sertão do Paranapanema”, como foi chamado inicialmente o município, vindos de Novo Horizonte (SP). Cruzaram o Paranapanema de balsa. Mas como estava chovendo muito, a mudança teve que ficar na outra margem por dois dias, esperando o rio baixar. Com barro até o tornozelo, eles se recordam que percorreram a pé os oito quilômetros de trilhas da margem do rio até o sítio de alguns parentes, levando cerca de duas horas. Os 10 alqueires comprados pela família Cleante já tinham café plantado. A fuga do seminário João por pouco não se tornou padre. Quatro de suas irmãs se tornaram freiras e o sonho de sua mãe era que um dos homens fosse para o seminário. Quando ele tinha nove anos, os pais o mandaram para um que havia no interior de São Paulo. Inconformado, pois se achava sem vocação para o ofício, deu um jeito de cair fora. Pegando carona, retornou ao sítio dos pais. “Acabei levando uma surra mas não voltei para o seminário”, diz. Sua vida, então, era cuidar da roça, andar a cavalo, caçar, pescar, correr livre pelo campo e pelo mato. “Não dava para ser padre não” – acrescentar. Na propriedade da família também foram construídas uma venda, escola, igreja e campo de futebol da comunidade. E como não havia professora, tendo estudado apenas até a quarta série, Alzira é que se tornou a mestra, ensinando o pouco que sabia às crianças. Eram todas pequenas propriedades com duas a três famílias morando em cada uma. “Na Água do Horácio havia mais de 200 famílias e atualmente mal chega a cinco”, comenta Alzira. No comecinho, a colhedeira demorava uma semana inteira para colher um único alqueire e a produção ainda precisava ser ensacada Na primeira foto, os pais, João e Páscoa com parte da família. Ao lado, Alzira nos tempos que dava aula e abaixo o casal um dos poucos que permanecem na Água do Horácio Jornal de Serviço Cocamar "Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem" M a rç o 2013 - Pág. 30 almanaque ABACAXI Além de fruto delicioso, o abacaxi possui propriedades terapêuticas. Ajuda na digestão, no emagrecimento, a dissolver coágulos sanguíneos, a reduzir inflamações, a acelerar a cicatrização de tecidos. Previne a osteoporose e as fraturas ósseas. Contra artrite, ácido úrico. Você sabia? ENROLA-LÍNGUA Diga depressa: Fia, fio a fio, fino fio, frio a frio (foi difícil até de ler?) O QUE É? “ATÉ NA ORÊIA” (Em linguagem caipira, significa: cheio demais) DICA Não tempere o bife com o sal antes de fritá-lo, pois o sal desidrata a carne fazendo-a perder suas propriedades nutritivas. (Provérbio oriental) Um ano positivo A família Tadim é pioneira em Paraíso do Norte, onde vive desde 1968, embora tenha chegado ao Paraná bem antes, em 1953. Neste ano, o produtor Itamar Dumont Tadim decidiu reunir os familiares e amigos para celebrar o resultado da safra de verão 2012/13. Com o apoio da esposa Fátima, ele cultiva 29 alqueires de soja e milho e, como bom cooperado, faz questão de dizer que segue todas as recomendações técnicas da Cocamar. Ao término da colheita, obteve a média de 138 receita sacas por alqueire, quantidade que considerou muito boa em razão das dificuldades enfrentadas com o clima. “Cheguei a temer o pior, como na safra passada, quando a seca castigou bastante”. Felizmente, as chuvas voltaram com boa intensidade, trazendo alívio. Na foto, o produtor com a esposa Fátima, as filhas Leila, Ana e Simone, os genros Marcelo Cripa, Claudemir Toledo e Cresley Gauze e os netos Leonardo, Pedro, André Luis e Ana Carla. Tem homem na cozinha Osmar Nalin, cooperado em Atalaia, ensina a preparar “torta para toda hora” Quebrando um pouco a tradição desta coluna, em que apenas mulheres têm ensinado receitas, chegou a vez de um representante do sexo masculino. E, se depender do cooperado Osmar Nalin, de Atalaia, seu prato não fica devendo em nada ao que existe de mais gostoso em matéria de tortas salgadas. Quando está sem muito tempo para cozinhar, é a essa receita que ele recorre. Prática, simples e irresistível, assim como suas feijoadas e galinhadas, bastante populares entre parentes e amigos. A família de Osmar cultiva cerca de 100 alqueires com culturas de grãos. INGREDIENTES Para a massa: • 4 ovos • 250 ml de óleo Cocamar • 300 ml de leite • 2 ½ xícara de farinha de trigo • 1 colher de fermento em pó • 1 pacote de queijo ralado • 1 pitada de sal PREPARO Bata todos os ingredientes da massa em uma batedeira de bolo. Coloque, em seguida, metade da massa em uma assa- deira untada com óleo. Espalhe o recheio e cubra com o restante da massa. Leve ao forno quente por 30 a 40 minutos. Experimente e depois diga o que achou. Para o recheio: • 150 gramas de mussarela ralada • 150 gramas de presunto ralado • 2 tomates ralados • 2 cebolas raladas • 1 lata de ervilha e milho verde • Sal, cebolinha, salsinha, pimenta e orégano a gosto Osmar: um prato simples, fácil de preparar e muito saboroso M a rç o 2 0 1 3 - J orna l de Se rv i ç o Coc a m a r - Pá g . 3 1 safra Para alguns, São Pedro foi bem camarada... No geral, a produtividade das lavouras de soja na região noroeste foi prejudicada pelo clima mais seco do início do ciclo e as quebras variam de uma propriedade para outra. Mas há exceções, caso do produtor Alex Lavaria, de Apucarana, que colheu 200 sacas por alqueire deve ao grande volume de palha deixada pela aveia no inverno. “Certamente por estar bem nutrida, a soja resistiu bem ao clima seco”, afirma. Este ano, entretanto, foi muito mais do que ele esperava. Ao final da colheita, contabilizou a média de 200 sacas por alqueire. Para LaApucarana I Marly Aires – apenas quatro anos. varia, não existe segredo As médias de produtividade Na safra 2011/12, quando algum: além da terra ser nade soja no sítio de 10 alqueires do produtor Alex Lava- a estiagem castigou a re- turalmente fértil e bem esria, em Apucarana (PR), têm gião, fazendo com que vizin- truturada, ele diz seguir ficado historicamente entre hos colhessem de 50 a 90 todas as recomendações téc140 e 150 sacas por alqueire. sacas de soja por alqueire, nicas da equipe da Cocamar, Para quem sempre lidou ele conseguiu 140 sacas em inclusive rotacionando soja com café e gado de leite, ele dois alqueires e meio que com milho no verão e aveia ainda pode ser considerado possui e em cinco que e milho safrinha no inum iniciante na cultura, a arrendava. O agricultor verno, mantendo o solo desqual começou a cultivar há acredita que o resultado se compactado e com cober- Para quem acha que adotar o manejo fica caro, Lavaria mostra que o resultado é altamente compensador. Ele investiu R$ 3.347,00 por alqueire, considerando todas as operações até a colheita. Com a produção que conseguiu, Para o pr odutor Alex Lavar ia, de Apucarana, não existe segredo: “basta investir” tura. A produtividade de milho tem sido de 420 sacas no verão e 250 sacas no inverno, refletindo também o êxito do manejo adotado. DIFERENCIADO - O engenheiro agrônomo Uemerson Manzotte, que acompanha a propriedade, relata que este ano o produtor fez uma adubação diferenciada na soja com 700 quilos por alqueire da formulação recomendada pela Cocamar (06-24-12) que contém nitrogênio na base para auxiliar no arranque inicial da cultura, até que a planta inicie a fixação natural do nutriente. Ele fez também inoculação da semente e tratamento da mesma com fungicida e inseticida. Vale a pena investir descontando tudo, o lucro líquido foi de R$ 7.800,00 por alqueire, comercializando a saca de soja a R$ 55,00. tores da região - que produziram em média 140 sacas por alqueire -, o investimento médio de produção de um alqueire de soja, até a colFazendo um comparativo, heita, foi de R$ 2.700,00. a tecnologia média adotada Com isso, o lucro médio por grande parte dos produ- chegou a R$ 4.750,00 por alqueire. “GOZAÇÃO” - Alex Lavaria certamente não foi o único na região da Cocamar a ultrapassar a média de 200 sacas por alqueire. Perto de Maringá, um produtor que R$ 7.800 foi o lucro líquido por alqueire, com a saca de soja vendida a R$ 55,00 Além dos demais tratos e cuidados necessários, foram ainda três aplicações de fungicidas e três de adubação foliar: uma de cálcio e boro no florescimento para segurar a carga e duas a base de potássio para reforçar o enchimento de grãos. A variedade escolhida foi a VTop. prefere não se identificar, teria colhido 215 sacas por alqueire em um lote de sua propriedade, mas ele desconversa, temendo passar por mentiroso. “Se isso sair no jornal, o pessoal vai ficar de gozação”, justifica. Pá g . 3 2 - J orna l de Se rv i ç o Coc a ma r - M a rç o 2 0 1 3 citros Cuidados com o pomar garantem boa florada e produção Produtor não pode vacilar em relação ao controle de pragas, nutrição do solo e manejos culturais Maringá I Marly Aires - Investir uma boa florada para que o pomar consiga reter a maior quantidade possível de frutos, inclui uma série de cuidados fitossanitários, nutricionais e tratos culturais que o produtor deve executar entre o final do verão e o início do outono. As recomendações são feitas pelo engenheiro agrônomo Sérgio Lemos, que atua na região de Paranavaí (PR). Dentre os cuidados fitossanitários, o produtor deve ficar atento às inspeções de pragas, que precisam ser feitas a cada 15 dias. Com a chegada de temperaturas mais baixas, as condições climáticas se tornam desfavoráveis ao aparecimento de insetos, entre os quais o psilídeo, cigarrinhas, ácaros e outros, além de inibir doenças como o cancro. O produtor, entretanto, não pode descuidar, atentando ainda para os índices de ocorrência, principalmente de ácaro da ferrugem e ácaro da leprose. GREENING E CLIMA - Sérgio Lemos destaca que o período atual é o mais indicado para se fazer as inspeções de greening. “Os sintomas, como folhas mosqueadas e frutos tortos, são mais visíveis nessa época do ano”, afirma. Por outro lado o clima, que tende a ser mais seco, vai demandar alguns tratos cul- Amostra de solo turais para manter o pomar em boas condições de produtividade. Para evitar a competição, plantas daninhas devem ser eliminadas, fazendo-se o controle químico com herbicida na entrelinha e o controle mecânico com roçadeira no meio da rua. No caso de produtores com po- mares que tenham menos de um ano, o agrônomo recomenda aguar pelo menos uma vez por semana, em caso de uma estiagem muito prolongada. “Isso vai ajudar o desenvolvimento das mudas, evitando comprometer a qualidade dos novos pomares”, diz. Neste período o produtor deve também fazer amostragens de solo e de folha, buscando orientação de seu agrônomo para a aplicação de calcário e gesso nas quantidades necessárias. O uso adequado dos dois corretivos favorece a absorção de outros nutrientes essenciais à planta, como fósforo e boro, que serão aplicados no decorrer dos meses. (fósforo e boro) a aplicação precisa ser via solo, seguindo todas as recomendações da equipe técnica da Cocamar. O potencial de absorção da planta pelas raízes é mais eficiente. “O uso de doses erradas, principalmente do boro, pode causar deficiência, tanto em pequenas quantidades quanto em doses excessivas”, orienta Sérgio. Amostragens de solo e folha No caso destes nutrientes • Fazer 50 a 60 dias após a última adubação, calagem e adubação orgânica. • Percorrrer a área em zig-zag. • Coletar no mínimo 15 pontos com o trado na profundidade de 0-20 cm. • Fazer uma amostra única com solo da região adubada e de 50 cm para fora da saia. • Usar ferramentas limpas e baldes que nunca foram usados com fertilizantes. • Misturar bem as amostras simples para formar a composta. • Preencher as informações no saquinho de coleta. • Encaminhar a amostra para o laboratório de confiança. Amostra de folhas • Fazer 10 dias após a última pulverização. • Usar talhões com mais de quatro anos, os mesmos da amostra de solo. • Amostras de 25 plantas aleatórias. • Coletar a terceira folha após o fruto (na altura do rosto). • Folha deve ser sadia sem nenhum ferimento. • Preencher as informações no saquinho de coleta. • Encaminhar a amostra para o laboratório de confiança no mesmo dia da coleta. Caso não consiga, guardar as folhas na geladeira dentro dos sacos de papel por até dois dias. “Os sintomas, como folhas mosqueadas e frutos tortos, são mais visíveis nessa época do ano” SÉRGIO LEMOS, engenheiro agrônomo da Cocamar que atua na região de Paranavaí, falando que o período atual é o mais indicado para as inspeções do greening
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